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TRADIÇÃO LEGALIDADE
TIPOS PUROS
Dominação, “capacidade de certos agentes obterem
DE
obediência para determinados mandatos”.
AUTORIDADE
LEGÍTIMA
FSLO648
“Quando a cidade-estado de Atenas chamou sua constituição de isonomia, ou quando os romanos 2018
disseram ser a civitas sua forma de governo, tinham em mente um conceito de poder e lei cuja
essência não se fiava na relação ordem-obediência e não identificava poder com domínio ou lei com
ordens.” (Arendt, ‘Da Violência’ in Crises da República ([1969]1973), p. 120).
O POVO E O PODER
“É o apoio do povo que empresta poder às instituições de um país, e este apoio não é mais que a
continuação do consentimento que, de início, deu origem às leis. No governo representantivo, o
povo supostamente controle os que governam. Todas as instituições políticas são manifestações e
materializações de poder; petrificam e decaem quando o poder vivo do povo cessa de lhes
sustentar”. (Arendt, idem, p. 120).
PODER E VIOLÊNCIA
Requer justificativa
Arendt, H. ‘Da violência’ in Crises da República, São Paulo: Perspectiva, 1973, pp. 93-169.
“Resumindo: em termos de política, não basta dizer que violência e poder não são a mesma coisa. Poder e
violência se opõem; onde um deles domina totalmente o outro está ausente. A violência aparece onde o
poder está em perigo, mas se a permitem seguir seus próprios caminhos, resulta no desaparecimento do
poder. Isto implica em não ser correto pensar no oposto da violência como sendo a não-violência; falar em
poder não-violento é uma redundância. A violência pode destruir o poder, mas é totalmente incapaz de
criá-lo”. (Arendt, idem, p. 132).
”O poder, para nossos propósitos, pode ser entendido, como a capacidade que a sociedade tem para mobilizar seus
recursos no interesse de seus objetivos definidos como algo sancionado de maneira mais positiva do que permissiva
pelo sistema como um todo – objetivos que são “afetados pelo interesse público. A quantidade do poder é um atributo
do sistema total e uma função de muitas variáveis. Estas, segundo minha concepção, são: o apoio que pode ser
mobilizado por aqueles que exercem o poder, os privilégios a que tem acesso (principalmente o controle da
produtividade da economia), a legitimidade que pode ser conferida às posições dos detentores do poder, e a lealdade
relativamente incondicional da população para com a sociedade em seus aspectos politicamente organizados. O centro
de nossas considerações no presente momento será, acima de tudo, o fator apoio. [Parsons, T. ‘Poder, Partido e
Sistema’ in Sociologia Política II, Rio de Janeiro: Zahar, 1970, pp. 9-10.
PODER SIMBÓLICO
“”Os sistemas simbólicos devem sua força ao fato de as relações de força que ne se exprimem só se
manifestarem neles como forma irreconhecível de relações de sentido (deslocação). [...] O poder simbólico
como poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer ver e crer, de confirmar ou transformar a visão de
mundo... Só se exerce se for reconhecido, quer dizer ignorado como arbitrário. [...] O poder simbólico, poder
subordinado, é uma forma transformada, quer dizer, irreconhecível, transfigurada e legitimada, das outras
formas de poder.”
Bourdieu, P. ‘Sobre o poder simbólico’ in O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, cap. 1, pp. 7-
15.
FOUCAULT E O PODER
“O que é o poder? (...) O que está em jogo é determinar quais são, em seus mecanismos, em seus efeitos, em suas
relações, esses diferentes dispositivos de poder que se exercem, em níveis diferentes da sociedade, em campos e com
extensões variadas. Grosso modo, acho que o que está em jogo em tudo isso é o seguinte: a análise do poder, ou a
análise dos poderes, pode, de uma maneira ou de outra, ser deduzida da economia?
[...] “...há um certo ponto em comum entre a concepção jurídica e, digamos, liberal do poder político – a que
encontramos nos filósofos do século XVIII – e também a concepção marxista ou, em todo caso, uma certa concepção
coerente que vale como sendo a concepção do marxismo. Esse ponto em comum seria aquilo que eu chamaria de
‘economicismo’ na teoria do poder. (...) no caso da teoria jurídica clássica do poder, o poder é considerado um direito
do qual se seria possuidor como um bem (...) que seria da ordem da cessão ou do contrato. [...] ... Na concepção
marxista geral do poder; nada disso, é evidente. Mas, vocês tem nessa concepção marxista algo diferente, que se
poderia chamar de ‘funcionalidade econômica’ do poder. (...) Neste caso, o poder político encontra na economia sua
razão de ser histórica.”
[...] O poder não se dá, nem se troca, nem se retoma, mas ele se exerce e só existe em ato. (...) o poder não é
primeiramente manutenção e recondução das relações econômicas, mas, em si mesmo, primariamente uma relação
de força”.
Foucault, M. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France, anos 1975-76. São Paulo, Martins Fontes, 1999, aula
de 07/01/76, pp. 19-21.
DUASTRADIÇÕES
TRADIÇÕES FLS0648
2018
Força/coerção
CORRETIVA/REPRESSIVA Restrição/limitação
Manipulação/indução
Resistência, oposição, protestos
FORMAS
ELEMENTARES
Significação/simbolização
Comunicação
Consenso
PERSUASIVA Perícia/saber
especializado/autoridade
Resistência, pressão,
heterogeneidade
Legitimidade
Scott (2010).
SOCIEDADES COMPLEXAS
LEGITIMIDADE EM
MERCADO, CORPORAÇÕES SOCIEDADE
COMPLEXAS*
FORÇA DE TRABALHO
ELITES E BUROCRACIAS
PARTIDOS, ELEIÇÕES,
CULTURA POLÍTICA,
CIÊNCIA, TECNOLOGIA, UNIVERSIDADES PODERES (LEGISLATIVO,
JUDICIÁRIO,
EXECUTIVO, MP)
OPINIÃO PÚBLICA, MASS MEDIA, ARTE
E CULTURA
LEGITIMIDADE EM SOCIEDADES COMPLEXAS
CONDIÇÕES
VALORES COMPARTILHADOS