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A política nos dias de hoje está associada ao poder, ao poder político, à autoridade e a
distribuição de valores.
Segundo Diogo Freitas do Amaral, a política é uma luta destinada a fazer triunfar ou
fracassar determinadas ideias ou projectos, e prossegue o mesmo autor que na maior
parte das vezes, a política actualmente com base em ideologias, mas nem sempre foi
assim, e não tem necessariamente de ser assim. A política é uma competição entre
homens ou grupos sociais e tem por objectivo o governo dos povos.1
Freitas do Amaral conclui que o estudo da política é uma ciência, mas a política em si
mesmo não o é. Esta percepção leva-o a definir a política como uma actividade humana,
de tipo competitivo, que tem por objecto a conquista e o exercício do poder.
1
Paulino Lukamba e Carlos Barracho, História das Ideias Políticas, Escolar Editora, Angola, 2012, pp 19.
2
Idem.
Para Marcel Prélot e para Marcelo Caetano “ não há que ter dúvidas: a ciencia política
é, e não pode deixar de ser a ciência do Estado. Tal era o objecto da política na
Antiguidade…não há razão para que desde Platão, Aristoteles e Cicero, o objecto desta
ciência tenha desaparecido”.
Para os defensores desta tese o objecto da ciência política não se confina ao Estado, ; a
ciência política é a ciência do poder. Esta teoria foi defendida por: Burdeau, Duverger,
Dahl, Weber e Moreira. Por exemplo,
3
Marcel Prélot, A Ciência Política Actual, Livraria Bertrand, Lisboa, 1974.
Adriano Moreira – este autor afirma que “parece certo que o poder é
o objecto central da ciência política, e que deve ser examinado com o
critério tridimensional: a sede do poder, a forma ou a imagem e a
ideologia.
Esta defendera a ciência política não como a ciência do Estado, e não apenas a ciência
do poder, mas a ciência política entendida como a ciência da observação, análise e
explicações dos fenómenos políticos; estudando não apenas o Estado ou o Poder, mas
todas as forças internas que lutam pela aquisição e exercício do poder ou que procuram
influencia-lo para a satisfação dos seus interesses, e as forças internacionais que
influenciam ou tentam influenciar o comportamento do conjunto dos órgãos que numa
sociedade tem capacidade para obrigar os outros a adoptar certo comportamento.4
4
Idem.
Na Ciência Política o poder é definido como a capacidade que alguém tem de impor
algo sem alternativa para a desobediência.5
O poder é uma relação entre actores. Desta forma, o poder que o actor A possui
sobre o actor B depende, sobretudo, da relação entre estes dois actores.
O poder pode definir-se, então como uma relação desigual, que permite a um actor
obrigar outro a praticar uma acção que este não realizaria. Esta relação assimétrica
entre dois ou mais actores existe entre todos os grupos sociais, desde os mais
básicos até aos mais complexos, desde a família, a escola, a empresa, os Estados e a
sociedades internacional.
Um poder é tanto mais forte, quanto menos tem de usar a força. Visa o consenso dos
cidadãos.7
5
Paulino Lukamba e Carlos Barracho, História das Ideias Políticas, Escolar Editora, Angola, 2012, pp 20.
6
Weber e Dahl opud op. cit., pp 20.
7
Op.cit. pp 21.
Um poder que se adquire por meio de eleições será um poder legitimo, gozará de
legitimidade de titulo, e consequentemente de exercício.
E um poder que se adquire por golpe de estado será um poder ilegítimo, porque se
adquiriu de forma ilegal.
8
Lukamba e Barracho, op. Cit., pp 22.