Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
META
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
PRÉ-REQUISITOS:
Para se ter um bom aproveitamento desta aula, é importante que você relembre suas
leituras realizadas sobre teoria política. Para complementar, consulte o Dicionário de
Política de Norberto Bobbio, sempre que necessário.
1
INTRODUÇÃO
Nessa aula, você fará uma aproximação a esses conceitos e, para tanto, realizaremos
alguns passeios pela história do pensamento político.
Figura 1.1 – Toda ação humana se reveste de um caráter político, inclusive a imagem acima.
2
Você consegue identificar? As cadeiras de rodas dão a pista de como poderia ser interpretada
pelo viés político.
Há mais de 2.400 anos atrás já havia a difícil equação entre Política e Poder e, por
isso, é importante entender alguns significados dessa palavra.
<Início do verbete>
Politica
Com esse nome foram designadas
várias coisas, mais precisamente:
1º) a doutrina do direito e da
moral;
2º) a teoria do Estado;
3º) a arte ou a ciência do
governo;
4º) o estudo dos
comportamentos
intersubjetivos.
Por outro lado, quando um grupo deseja impor sua vontade sobre outro necessita ter
as condições e capacidades para impor sua vontade (poder). Ao longo da história
humana, o Poder se manifesta de distintas formas na vida política e pode ser
compreendido como resultante da relação entre sujeitos individuais, entre sujeitos e o
Estado ou entre Estados.
3
<Início do verbete>
Poder
Em seu significado mais geral, a
palavra Poder designa a capacidade
ou a possibilidade de agir, de produzir
efeitos.
Tanto pode ser referida a indivíduos e
a grupos humanos como a objetos ou
a fenômenos naturais (como na
expressão Poder calorífico, Poder de
absorção).
Fonte: BOBBIO, Norberto;
MATTEUCCI, Nicola e PASQUINO,
Gianfranco. Dicionário de Política.
Tradução Carmen C. Varriale... [et
al.]; coordenação da tradução João
Ferreira, revisão geral João Ferreira e
Luis Guerreiro Pinto Cascais. 6 Ed.
Brasília, DF: Editora Universidade de
Brasília, 2003.
<Fim do verbete>
4
<Fim do verbete>
Para começar, é importante deixar claro que não devemos relacionar essas palavras
com as do idioma inglês, “politics” e “policy”.
Figura 1.2 – Congresso Nacional em Brasília – DF. O Congresso é palco de ações políticas
relativas às atribuições legislativas, de fiscalização e controle. Em um contexto amplo,
podemos entender a política como a ciência ou arte de governar o Estado.
5
Quando voltadas para o ambiente interno de um país, são consideradas políticas
internas ou domésticas, enquanto ao afetarem um protagonista estrangeiro, passam a
ser tidas como externas. Cabe ressaltar que em Estados democráticos, a política
deve, ou pelo menos deveria, ser regida pelos cidadãos por intermédio de eleições e
pela participação popular nos projetos nacionais, visando à prosperidade de sua
nação.
Evidentemente, não pretendemos aqui afirmar uma visão única do fenômeno, mas
indicar uma das possíveis vias de interpretação que você poderá ter para a
compreensão do fenômeno político.
6
necessário libertá-los das ilusões que os envolviam, entrelaçadas pelas ideias políticas
do passado” (Wolin, 1960/1974: 213, tradução do autor)
<Inicio do verbete:>
Maquiavel (1469 – 1527)
Nicolau Maquiavel (em italiano:
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli;
Florença, 3 de maio de 1469 —
Florença, 21 de junho de 1527) foi um
historiador, poeta, diplomata e músico
italiano do Renascimento.
Link da imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Ma
quiavel
<Fim de verbete>
<Início do verbete>
Virtude
7
Este termo designa uma capacidade
qualquer ou excelência, seja qual for
a coisa ou o ser a que pertença. Seus
significados específicos podem ser
reduzidos a três:
a) capacidade ou potência em geral;
b) capacidade ou potência do
homem;
c) capacidade ou potência moral do
homem.
<Fim do verbete>
<Inicio do verbete>
Fortuna
Segundo Aristóteles, fortuna
distingue-se do acaso, porque se
verifica no domínio das ações
humanas e por isso não podem ter
fortuna ou falta de fortuna os seres
que não podem agir livremente.
8
para manter ou conquistar o Poder, mas a fortuna só tem sentido se ela estiver unida a
virtude, pois essas características sozinhas não têm relevância para Maquiavel.
O exercício racional dos meios de violência é um dos pressupostos iniciais para que
possamos compreender que não podemos pensar apenas em agressividade
desenfreada. Isso porque, esta última, levaria, necessariamente, à dissolução do
poder. Devemos imaginar sempre um termo médio, onde se possam aplicar os “meios
necessários” para manter o poder.
9
Figura 1.3 – Tanques em Londres ao final da Primeira Guerra Mundial, 1918. Para Maquiavel,
o exercício racional dos meios de violência está relacionado à manutenção da ordem e do
poder dentro de um dado contexto sociopolítico, religioso e cultural.
Wolin afirma que, a partir de Maquiavel, as “meias palavras” foram postas de lado e o
Estado toma a frente no que diz respeito ao uso da violência como um dos
mecanismos de exercício de sua autoridade; “Porque o homem que merece críticas é
aquele que a usa para violentar as coisas e não para corrigi-las”. (Wolin apud
Maquiavel, 1960/1974: 238, tradução do autor). O que o autor trata de explorar nesse
parágrafo, é exatamente o princípio de uma economia da violência, isto é, a
racionalidade no uso dos instrumentos do Estado para a manutenção da ordem social.
• a autoridade e a ação, que somente pode ser preenchida pela violência. Logo, a
violência mantém o espaço de cada um determinado e seguro.
10
Figura 1.4 – Tropas australianas marcham em Londres após a Primeira Guerra Mundial. A
força mantém os espaços de cada um bem definidos.
Temos que a segurança do exercício de seu poder tanto mais será garantida quanto
mais o príncipe souber executar as ações de forma reta e rápida a fim de que possa
interromper os movimentos contrários à sua ordem.
O realismo com o qual Maquiavel aborda a questão do Poder mostra claramente que
não existe um componente de agressividade gratuita, mas que o conflito ganha uma
face racional e instrumental, isto é, o objetivo a ser alcançado deve ser encarado
seguindo as premissas que se façam necessárias – a saber: o domínio dos objetivos.
<atenção>
Portanto, em Maquiavel, o poder representa a capacidade de agir
com violência para se manter com autoridade.
</atenção>
11
2.1 O Poder por Thomas Hobbes
• Instrumental, é aquele adquirido ao longo da vida, mas que, sem dúvida alguma,
guarda relação direta com o primeiro. Aqui, surgem, nas palavras do autor, a
riqueza, a reputação, os amigos e os secretos desígnios de Deus.
Início do verbete:
Thomas Hobbes (5 de abril de 1588
— 4 de dezembro de 1679)
Foi um matemático, teórico político, e
filósofo inglês, autor de Leviatã (1651)
e Do cidadão (1651).
Link da imagem :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_H
obbes
Fim do verbete
12
Mas além do poder individual, surge o poder soberano e aqui não tratamos mais dos
indivíduos e sim da figura do Soberano que surge a partir da abdicação dos
indivíduos de sua liberdade natural. Nas palavras de Hobbes; “o direito natural, que os
autores geralmente chamam jus naturale, é a liberdade que cada um possui de usar
seu próprio poder de maneira que quiser, para a preservação de sua própria natureza,
ou seja, de sua vida”. (Ibid, 2001;101)
<Início do verbete>
Soberano / Soberania
O poder afirmado por Hobbes é aquele de que dispõe cada indivíduo para desposar
cada coisa a seu prazer e de acordo com sua necessidade. Nesse sentido, incorre
para a condição conhecida - da guerra de todos contra todos - posto que,
dentre todas as coisas sobre as quais os homens podem demandar, se encontram os
outros homens.
13
Logo, para Hobbes:
Vemos através de uma breve abordagem sobre o estudo clássico de Hobbes como o
conceito de poder adquire nuances:
• o poder natural derivando do indivíduo e de seus atributos naturais (força, beleza,
inteligência) para um;
• o poder artificial criado através do contrato que institui o Estado político e soberano
que pode, então, dispor dos meios de violência para garantir a sobrevivência
daqueles que realizaram o pacto.
<atividade>
Atividade 1
(Atende ao objetivo 01)
14
Ufa! Talvez seja a hora de respirarmos um pouco. Se você chegou até
aqui, já percebeu que os conceitos de Política e Poder ao longo do século
XV, XVI e XVII estavam muito próximos da capacidade de exercício da
violência. Você saberia dizer o porquê disso com base em Maquiavel e
Hobbes? E em relação ao seu contexto de vida, você poderia comentar
como percebe a relação entre política, poder e violência?
Resposta Comentada:
A política, assim como o poder, são conceitos complexos e que variam ao
longo do tempo na forma como são interpretados. Nos autores que
tratamos até o momento (Maquiavel e Hobbes) pudemos perceber que
ambos os conceitos tem uma relação próxima com a idéia de violência.
Isto nos permite pensar que, de certa forma, a idéia ou a prática da
violência se relaciona com a prática do poder e da política.
Ao longo da história ocidental, neste caso estamos tratando de dois
autores clássicos do pensamento político ocidental do século XVI e XVII,
essa relação é muito clara. Para Maquiavel, a questão central está em
adquirir poder político e manter esse poder a qualquer custo. Para Hobbes,
a questão está em constituir um Estado civil no qual as pessoas tenham
garantias de sua segurança. Uma importante distinção entre os autores
está em que, para a Maquiavel a prática da violência é uma condição
imediata para a realização do poder político, para Hobbes a questão da
violência deve ser ordenada pelo Estado civil.
Ao pensarmos numa relação imediata com a nossa vida cotidiana, a
questão do Poder e da Política adquirem contornos distintos. A violência se
relaciona de maneira mais indireta com a questão da política e do poder,
entretanto essa relação se mantém. Por exemplo, quando há uma infração
15
legal, o Estado civil reage utilizando os meios de coerção que dispõe na
prática da violência ou na ameaça desta. A prática da política
cotidianamente é perpassada por diversas situações que envolvem algum
tipo de cálculo sobre nossas ações e os resultados possíveis de nossas
ações, isto é, conseqüências.
Ao intitular nosso tópico com tal expressão, estamos diretamente nos referindo
a Max Weber.
16
<Início do verbete>
<Fim do verbete>
17
resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade”. (Weber, 1974; 43,
tradução do autor)
De maneira direta, Weber afirma que o poder pode figurar de diversas formas, desde
que o resultado seja a imposição de uma vontade sobre todas as outras, mesmo
havendo resistência a tal imposição.
<Início do verbete>
Estado
Em geral, é a organização política
jurídica coercitiva de determinada
comunidade.
<Fim do verbete>
Entretanto, tal autoridade deverá revestir-se de outra condição além dos interesses
materiais, afetivos ou legais mais imediatos, ela deverá ser legítima para um
determinado grupo.
18
De modo bastante sucinto abordamos os três tipos puros de dominação legítima a fim
de localizar mais precisamente o conceito de dominação em Weber. A dominação
pode ser de caráter:
Exemplos desses tipos de dominação são muito naturais. Ao pensarmos num tipo de
dominação legal, é àquela instituída por um instrumento legal, nesse sentido, quando
elegemos um mandatário está criando um tipo de dominação legal. Por outro lado,
temos a dominação tradicional a qual pode ser representada pela dominação do
paterna/materna sobre uma família. E por fim, temos a dominação carismática que
pode ser compreendida quando imaginamos um líder que é capaz de criar junto aos
seus seguidores a idéia de pertencimento àquele determinado grupo.
Nossa breve abordagem sobre Max Weber tem o objetivo de apontar a derivação que
o autor faz do conceito de poder, enquanto exercício de uma vontade sobre as outras,
na direção de um refinamento no qual institui uma justificação jurídica para o exercício
da violência e o monopólio desse exercício. Desse modo, até o momento, a condição
que permeia nossa atenção acerca do conceito de poder é sua estreita ligação com a
possibilidade do uso da violência.
<atividade>
Atividade 2
(Atende ao objetivo 02)
19
Resposta comentada:
20
</atividade>
A questão que Carl Schmitt nos apresenta em seu estudo o “Conceito do Político”
(1932) permite estabelecer uma linha de análise que conduz, ao fim, a uma
aproximação daquilo que pode ser chamado uma “teoria da exceção”.
<Início do Verbete>
Carl Schmitt (Plettenberg, 11 de
julho de 1888 — 7 de abril de 1985)
Foi um jurista, filósofo político e
professor universitário alemão.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_
Schmitt
<Fim do verbete>
<Box explicativo>
</Box explicativo>
21
Carl Schmitt abre sua análise em busca do conceito do político e, para tanto, ocupa-se
em não dizer o que é o político, mas sim, estabelecer as distâncias com o intuito de
encontrar o espaço para a emergência deste conceito: “Em geral, “político” é
equiparado, de alguma forma a “estatal” ou, pelo menos, relacionado ao Estado. O
estado surge então como algo político, o político, porém, como algo estatal;
evidentemente um círculo que não satisfaz. (Schmitt, 1932/1992:44)
22
Dois pontos emergem desta designação da relação amigo-inimigo; a saber, a
capacidade de designar o outro como inimigo, e a condição de estabelecer um conflito
com ele, a fim de garantir sua própria existência. Cabe ressaltar que não é necessária
a ação contrária para que o conflito se realize, basta apenas que se estabeleça a
ameaça como condição primeira, para que o conflito se desencadeie.
A preocupação com a definição clara do alcance que cada conceito deve ter no
conjunto da linguagem relacionada à filosofia política dá ao estudo desenvolvido por
Arendt uma significação de relevância para qualquer pesquisador que deseje
aproximar-se do estudo da violência a partir da filosofia política.
<Inicio do verbete>
Hannah Arendt (nascida Johanna
Arendt; Linden, Alemanha, 14 de
outubro de 1906 – Nova Iorque,
Estados Unidos, 4 de dezembro de
1975)
<Fim do verbete>
<Box explicativo>
</Box explicativo>
23
Hannah Arendt demonstra em seu estudo uma grande preocupação com o nível que
alcançaram os desenvolvimentos dos implementos técnico-bélicos no século XX; “O
desenvolvimento técnico dos implementos da violência alcançou agora o ponto em
que nenhum objetivo político poderia presumivelmente corresponder ao seu potencial
de destruição, ou justificar seu uso efetivo no conflito armado”. (Arendt,1968/1994:13)
Pode-se dizer que Arendt dá corpo à sua análise sobre a violência a partir do segundo
capítulo de seu estudo. Localiza-se neste ponto de sua análise a primeira demarcação
do espaço de seu posicionamento teórico e de sua crítica à noção que a filosofia
política e a sociologia possuem de violência e poder.
O segundo conceito sobre o qual Hannah Arendt desdobra sua análise é o conceito de
Vigor. Este elemento conceitual surge como a emergência da singularidade, ou seja, é
individual por excelência. A hostilidade quase instintiva dos muitos contra o único tem
sido sempre atribuída, de Platão a Nietzsche, ao ressentimento, à inveja dos fracos
contra os fortes, mas essa interpretação psicológica não atinge o alvo. É da natureza
de um grupo e de seu poder voltar-se contra a independência, a propriedade do vigor
individual. (Ibid,1969/1994:37)
Pode-se considerar que Arendt, apresenta como o mais “impróprio” dos conceitos,
justamente aquele que, na maioria das vezes, é aproximado ao conceito de poder e de
violência, ou seja, a Força. O elemento central sobre o qual Arendt expõe o
fundamento do conceito de Autoridade é o reconhecimento. A autoridade necessita de
reconhecimento, na medida em que sua aceitação é demonstrada pela relação de
obediência. A autora apresenta algumas possibilidades de investimento da autoridade.
24
comandos não são mais obedecidos, os meios de violência são inúteis; e a questão
desta obediência não é decidida pela relação de mando e obediência, mas pela
opinião e, por certo, pelo número daqueles que a compartilha. Tudo depende do poder
por trás da violência.” (Ibid,1969/1994:39)
Hannah Arendt conclui que; o poder é de fato a essência de todo governo, mas não a
violência. A violência é por natureza instrumental; como todos os meios, ela sempre
depende da orientação e da justificação pelo fim que almeja. E aquilo que necessita de
justificação por outra coisa não pode ser a essência de nada. (Ibid,1969/1994: 41)
A relação entre poder e violência não deve ser condicionada apenas por esta idéia de
proporcionalidade, posto que em um confrontamento direto entre poder e violência,
pode-se considerar que a violência tem em um primeiro momento a vantagem posto
que os implementos técnicos possuem características de velocidade e penetração,
diferentemente dos elementos que compõe o poder.
Arendt reconhece a violência como uma condição “natural” do homem, desde que esta
não se desenvolva através de um cálculo preciso, ou seja, que se torne um fim em si
mesmo; “Neste sentido, o ódio e a violência que às vezes – mas não sempre- o
acompanha pertencem às emoções “naturais” do humano, e extirpá-las não seria
mais do que desumanizar ou castrar o homem.” (Ibid,1969/1994:48). Estabelecer os
limites para esta humanidade, parece ser algo bastante complicado para Arendt, posto
que, a justificativa destes limites encontra seu fundamento em qual lugar? A autora
não se preocupa necessariamente em dizer onde se encontram estas justificativas,
mas sim, diz onde não devem ser buscadas.
A ênfase que deve ser dada a partir das considerações de Hannah Arendt, vai na
direção de compreender o homem como um ser político por excelência que possui a
capacidade de agir e de buscar o eterno começo de algo novo; “O que faz do homem
um ser político é sua faculdade para a ação; ela o capacita a reunir-se a seus pares,
agir em concerto e almejar objetivos e empreendimentos que jamais passariam por
sua mente, deixando de lado os desejos de seu coração, se a ele não tivesse sido
concedido este dom – o de aventurar-se em algo novo.” (Ibid,1969/1994:59)
Como conseqüência, que deriva deste posicionamento, nem o poder, nem a violência
são fenômenos naturais compreendidos sob a perspectiva de uma manifestação de
um processo vital, como coloca Arendt. Ambos pertencem à esfera do político,
25
emergem a partir da faculdade do homem em agir e buscar o começo, ou a disposição
para recomeçar.
< atividade>
Atividade 3
(Atende ao objetivo 03)
Com base na idéia de que quanto mais poder pela violência menos política
temos, faça uma leitura da matéria
(http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1571579-tiroteio-em-frente-
a-sede-de-jornal-satirico-frances-mata-pelo-menos-um.shtml) sobre os
atentados de Janeiro de 2015 ao jornal francês Charlie Hebdo.
Em suma, a matéria descreve que um grupo de atiradores entrou no jornal
Charlie Hebdo gritando Allahu akbar (Deus é maior). O jornal já havia
sofrido outros ataques anteriormente por publicar caricaturas de líderes
muçulmanos e de Maomé.
26
Resposta comentada:
< /atividade>
< atividade>
ATIVIDADE FINAL
(Atende ao objetivo 04)
27
políticas de segurança pública e de suas especificidades. Nesse sentido
propomos a reflexão sobre dois aspectos de nossa aula:
- Vivemos ainda num contexto no qual cabe a frase hobbesiana de “uma
guerra de todos contra todos”?
- Em que medida você percebe os tipos de dominação weberianos no seu
dia a dia?
Resposta comentada:
A resposta a essa questão está ligada diretamente a interpretação de cada
um sobre a realidade imediata. A ideia de uma guerra de todos contra
todos propõe o desafio de se pensar em qual medida essa “guerra” se
coloca para cada um de nós todos os dias e quais as saídas para essa
situação. Num outro ponto a segunda questão propõe outro desafio, que é
o da autorreflexão, isto é, em que medida somos capazes de perceber e
identificar os tipos de dominação que enfrentamos no dia a dia da vida
política e social.
</fim_atividade>
Resumo
Esta aula foi uma introdução ao pensamento político voltado diretamente a questões
de poder e violência. Fomos de Maquiavel a Hannah Arendt, do século XVI ao século
XX, no intuito de compreender as relações que se estabelecem entre a política, o
poder e a violência. Em Maquiavel, vimos o princípio da violência como fundamento da
ordem ou de que os fins justificam os meios, desde que sejam para manter a unidade
política. Hobbes, já no século XVII, nos informou que a possibilidade de uma “guerra
de todos contra todos” deveria ser evitada e, para tanto, a solução estava em criar um
ente absoluto, o soberano, o Estado. Em Max Weber percebemos a emergência do
Estado Moderno que concebe a violência como um instrumento do Estado que possui
a legitimidade de seu uso. Em Hannah Arendt vimos a questão da violência e do
poder, sob um enfoque distinto, estabelecendo que a política se esvai quando a
28
violência entra na cena política levando ou abrindo o caminho para o autoritarismo. No
século XX, vimos que a questão era como lidar com a ordem, como estabelecer a
dominação, como criar as condições para o desenvolvimento do Estado e a
participação dos sujeitos na vida política.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Beasley, Ryan K., KAARBO, Juliet, LANTIS, Jeffrey S.The analysis of Foreign Policy
in comparative perspective. In BEASLEY, Ryan K., KAARBO, Juliet, LANTIS, Jeffrey
S. e SNARR Michael T. (Editors). Foreign Policy in Comparative Perspective: domestic
and International Influences on State Behavior. MI, USA: Congressional QuarterlyInc,
2011.
29