Você está na página 1de 87

lOMoARcPSD|24856942

Direito Fiscal

Fiscalidade (Universidade Portucalense Infante D. Henrique)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade


Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)
lOMoARcPSD|24856942

Direito Fiscal
05/02
Lei geral tributária anotada- 4ª edição de 2012
Marinho Falcão está no repositório da biblioteca.
Casal nabais (manual).
Teste via moodle (20% da nota)- abril.
Link para que precisamos no portal das finanças (fotocopiar).
--------------------------------------------------------//-----------------------------------------------------------------------

 A atividade financeira do Estado: o direito da receita, o


direito tributário e o direito fiscal
O estado existe para satisfazer as necessidades coletivas. O estado tem a
obrigação constitucional de satisfazer estas necessidades. Portanto, a
principal função do Estado será a satisfação das necessidades coletivas, de
que são exs.: a educação; segurança; saúde pública etc. Para realizar esta
função, o Estado tem de gastar dinheiro – despesas públicas, a satisfação
destas necessidades coletivas implica a realização das despesas públicas,
por outro lado, temos de ter os meios indispensáveis para os cobrir –
receitas públicas, a realização daquelas despesas pressupõe a obtenção dos
meios económicos indispensáveis para a sua cobertura, as receitas públicas.
O estado vai buscar dinheiro as suas receitas patrimoniais. Quando as
receitas não chegam para pagar as despesas temos um défice – dívida
pública. Todas as realizações de despesas orientadas para a aquisição de
bens ou serviços destinados a satisfazer necessidades públicas se integram
na atividade financeira. E para que as entidades públicas possam realizar
essas despesas têm de obter receitas adequadas, as quais não
correspondem a uma massa homogénea.
Não obstante a heterogeneidade dos fenómenos que se integram na
atividade financeira, todos se situam no plano da obtenção e do emprego de
meios económicos adequados à satisfação de necessidades públicas. Todos
eles têm, pois, natureza económica. São fenómenos económicos.
 Principais receitas públicas:
• Receitas patrimoniais: derivam do património do Estado

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

• Taxas: são receitas que derivam da contrapartida de determinados


serviços públicos (artigo 4º LGT). As taxas têm cada vez mais importância.
• Sanções pecuniárias: é uma receita importante sobretudo a nível das
contraordenações.
• Empréstimos públicos: as receitas públicas estão subjacentes para cobrir
as despesas públicas.
• Impostos: de longe a principal receita do Estado.

 Atividade Financeira do Estado: O Estado de direito pressupõe que


toda a atividade do Estado seja regulada pelo direito. A atividade
financeira do Estado tem de ser regulada pela lei. A atividade
financeira do Estado pode ser definida como a atividade do Estado
relacionada com a obtenção de receitas, a realização das despesas e
a administração de umas e outras.
A atividade financeira tem um ramo de direito subjacente denominado
por Direito financeiro público, o qual o professor Casalta Nabais define
como o conjunto de normas jurídicas que disciplinam a atividade
financeira do Estado e demais entes públicos. Trata-se, portanto, de
um conjunto de normas jurídicas que regulam a obtenção, o dispêndio
e a gestão dos recursos financeiros do Estado.
O Direito Financeiro compreende três ramos/ áreas que, embora, cada
um deles, sem autonomia científica, são nitidamente separáveis – o
direito das receitas, o direito das despesas e o direito da
administração financeira.
i. Direito das Receitas: O estado financia-se através dos tributos
que são as taxas e os impostos. O direito fiscal faz parte deste
direito e regula uma das receitas. O direito tributário, em termos
de lógica disciplina os tributos.
Os tributos são receitas fixadas coativamente pelo Estado com
o seu ius imperium. Temos 2 tipos de tributos:
- taxas (tributos bilaterais);
- e impostos (tributos unilaterais);
São ambos receitas fixadas coativamente pelo Estado.

Dentro do direito das receitas deste sobressai o:


 Direito Tributário (também designado pelo professor
Casalta Nabais como o direito das receitas coativas do
Estado e demais entes públicos): Conjunto de normas
que disciplinam a atividade do Estado desenvolvida no
sentido da arrecadação das receitas que o Estado fixa
coativamente- os Tributos.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 ainda se destaca o direito fiscal ou direito relativo ao


mais importante sector das receitas coactivas - as
receitas coativas unilaterais ou impostos. Trata-se em
bom rigor do direito dos impostos, isto é, o conjunto de
normas reguladoras das relações jurídicas suscitadas
pela arrecadação dos impostos.

ii. Direito das Despesas: é uma área onde tem de haver grande
controlo. Trata-se, portanto, da:
- Avaliação das necessidades coletivas;
- Justificação dos meios a empregar para a sua satisfação
(ex. concursos públicos);
- O controlo da eficiência e da produtividade dos serviços.

iii. Direito da Administração financeira: regula o controlo e a gestão


das despesas e das receitas. Trata-se, em bom rigor, do
orçamento Geral do Estado e da Conta Geral do Estado.

 Quanto ao âmbito do direito fiscal:


1. Direito Constitucional Fiscal (CRP)
2. Direito Fiscal Material (código dos Impostos; benefícios fiscais)
3. Direito fiscal formal (Lei geral tributária; parte do código de processo e
procedimento tributário)
4. Normas de contencioso fiscal (código de processo e procedimento
tributário)
5. Normas fiscais sancionatórias (RJIGT)

Apesar de o Direito fiscal ser muito autónomo, é um direito complementar ou


que não vive sozinho.
 Relações do direito fiscal com outros ramos de direito:
1. Direito Constitucional: o Direito Fiscal relaciona-se com o Direito
Constitucional, na chamada “Constituição Tributária”, que fixa limites
e regula o exercício do poder tributário, os fins a prosseguir e as
garantias dos particulares, bem como a estrutura dos impostos – arts.
13, 67, f), 103, 104, 168 e 229, i) CRP.
2. Direito Administrativo: apesar de o Direito Fiscal
3. ser independente deste, é nele que busca a forma para regular a
atividade de percepção do imposto, além dos órgãos da Administração
Fiscal estarem integrados na AP, que é disciplinada pelo Direito
Administrativo.
4. Direito Penal: a teoria da infração fiscal é moldada pelos princípios da
teoria da infração penal (penas de prisão, multas, coimas).

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

5. Direito Processual: quer penal, quer civil, na medida em que foi com
base nestes ramos de direito que em Direito Fiscal se procedeu à
estrutura do processo tributário. Além disso, o CPCivil é subsidiário do
CPTributário (Código de Processo Tributário) (p.ex., processo de
impugnação judicial, processo de transgressão, processo de execução
fiscal,...).
6. Direito Privado: porque o Direito Fiscal, como Direito institucional que
prossegue fins específicos, conceitos e institutos próprios, não
dispensa a contribuição do Direito Privado Comum (aceita conceitos
como o de “obrigação” vindo do Direito privado).
7. Direito Internacional, temos 2 níveis: DUE e DIP puro. Tem como
objetivo evitar a dupla tributação dos produtos, para que haja maior e
melhor circulação das mercadorias internacionais. O que se pretende
é um desenvolvimento internacional harmonioso entre os vários
países e em que o comércio internacional saia beneficiado.

 Âmbito do Direito Fiscal


As normas jurídicas do Direito Fiscal regulam aspectos diversos das
determinadas relações jurídicas, sendo elas: o direito constitucional
fiscal, o direito fiscal comunitário, o direito penal fiscal, o direito
internacional fiscal,...
1. Direito Constitucional Fiscal: Abrange normas relativas à formação da
lei fiscal e normas materiais e programáticas. Regula a formação da
lei fiscal, o exercício da soberania financeira (arts. 103 e 104 CRP).
Esta é a garantia primeira da legalidade dos impostos e da
liberdade individual dos contribuintes contra abusos do legislador
ordinário. Na última revisão constitucional foi consagrada
expressamente a irretroactividade da lei fiscal. Os impostos são
criados por lei (da A.R.). A liquidação e cobrança dos impostos pode
ser feita por lei (da A.R. ou do Governo).

2. Direito Fiscal Material: Normas que regulam os impostos e os


benefícios fiscais. Refere-se, portanto, ao conjunto de normas que
regulam a existência orgânica do imposto, bem como as obrigações
que derivam da respetiva relação jurídica de imposto, tendo em vista
os seus titulares, objeto e configuração pormenorizada (p.ex., direito
constitucional fiscal, normas que regulam o núcleo central do direito
fiscal, direito penal fiscal,...).

3. Direito Fiscal Formal: Normas que regulam o procedimento


administrativo de definição das situações jurídicas tributárias. Refere-
se, portanto, ao conjunto de normas instrumentais, disciplinadoras do

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

processo de determinação e percepção do imposto e também as


normas que regulam a tutela jurisdicional (p.ex., normas de processo
fiscal ou tributário e normas de carácter administrativo respeitante à
liquidação e cobrança de impostos.

4. Normas de Contencioso Fiscal: normas que regulam o Direito


processual fiscal.

5. Normas Fiscais Sancionatórias


Rgit- normas sancionatórias.
A administração executória goza do benefício da execução prévia, a dívida
tem que ser paga.
Ex. de taxa: título de transporte público/ saúde- taxa moderadora.
Princípio do utilizador- pagador- quanto eu vou contribuir.
As empresas do setor energético e bancário têm de pagar uma contribuição
especial.

 Conceito de imposto
Podemos definir o imposto com base em três elementos, a saber: um
elemento objetivo, um elemento subjetivo e um elemento teleológico (ou
finalista).
- Objetivamente: o imposto é uma prestação (1) pecuniária (2), unilateral (3),
definitiva (4) e coativa (5).
- Subjetivamente: o imposto é uma prestação, com as características
objetivas que acabámos de mencionar, exigida a (ou devida por) detentores
(individuais ou colectivos) de capacidade contributiva (6) a favor de
entidades que exerçam funções ou tarefas públicas (7).
- Em termos teleológicos: o imposto é exigido pelas entidades que exerçam
funções públicas para a realização dessas funções (8), conquanto que não
tenham carácter sancionatório (9).
Em suma, o imposto pode ser definido como uma prestação pecuniária,
unilateral, definitiva, coactiva, exigida pelo Estado ou outros entes públicos,
sem carácter de sanção, para a realização de fins públicos.

 Distinção do imposto de taxa


Imposto:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

- Tributo unilateral
- Obedece ao princípio da legalidade fiscal
- Tem por base o princípio da capacidade contributiva

Taxa:
- Tributo bilateral
- Reserva de lei apenas quanto ao seu regime geral
- Assenta no princípio da proporcionalidade.

 Contribuições/ tributos especiais: Traduzem-se em:


- contribuições de melhoria: se verifica naqueles casos em que é
devida uma prestação, em virtude de uma vantagem económica
particular, resultante do exercício de uma atividade administrativa, por
parte de todos aqueles que tal atividade indistantemente beneficícia;
- e em contribuições do maior desgaste ocasionado: ocorre
naquelas situações em que é devida uma prestação em virtude de as
coisas possuídas ou de a atividade exercida pelos particulares darem
origem a uma maior despesa das autoridades públicas.

Tais contribuições ou tributos especiais não passam de impostos especiais.


Serão, portanto, quer na perspetiva de Casalta Nabais, quer na perspetiva de
Braz Teixeira, verdadeiros impostos.

11/02
RGTAL
Art 6º- as taxas são devidas pela….. (nº3).
Nas taxas estamos perante um tributo bilateral, a taxa representa a
bilateralidade do sinalagma.
O valor da taxa pode ser superior ao custo que o município suporta para
apresentar o serviço.
A criação dos impostos tem de ser efetuada através de uma lei da AR ou dl
do Governo.
Aula prática 1
Legislação:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Lei Geral Tributária, Código de IRS, CRP, CPT

Direito Fiscal é um direito público, direito financeiro. Tem haver com a


atividade financeira do Estado. O estado tem uma determinada missão e para
realizar essa missão precisa de receitas.
Tem várias formas de obter receitas, tem as suas receitas próprias (o Estado
tem imóveis, arrenda os imóveis os imóveis dão frutos que são as receitas
próprias do Estado), o Estado tinha hoje em dia poucas empresas públicas, as
empresas públicas se dessem isto seria receitas do Estado. O património do
Estado às vezes dá fruto, dá pouco mas dá fruto e isso é receita própria do
Estado. O Estado também não tem receita…, todos os Estados têm dívida. Hoje
em dia quando o Estado português precisa de dinheiro tem de ir buscá-lo ao
Banco Central Europeu.
E Banco Central Europeu também em regra não liga as máquinas e não
entrega dinheiro aos Estados, o Banco Central Europeu o que faz é ligar as
máquinas e emprestar dinheiro aos Estados. Portanto hoje em dia não só não
podemos fazer dinheiro como não podemos pedir ao Banco Central Europeu
que imprima dinheiro para nós, o que podemos fazer é se o Banco Central
Europeu resolver injetar dinheiro na economia, o que faz é imprime dinheiro e
depois é vende pela quota esse dinheiro aos Estados. A designar determinada
quota de juro que às vezes gera, mas ainda assim é divida, portanto, o Estado
hoje financia-se endividando-se.
A principal forma de financiamento do Estado não pode ser o endividamento,
aliás porque o endividamento é preciso pagar, a principal forma de
financiamento são os tributos – aquilo que o Estado cobra aos seus
contribuintes. Dentro do direito financeiro, temos o direito da despesa e o
direito da receita. Dentro do direito da receita há um conjunto de leis e
regulamentos que gerem a receita própria, o endividamento etc. E depois há
um conjunto de leis que regulam os tributos e aí se chama o direito tributário.
Só que os tributos não são os impostos, tributos são todas as
contraprestações com caráter coativo que o Estado cobra aos seus
contribuintes. Só que há contributos que são bilaterais e tributos que são
unilaterais. Os tributos bilaterais são as taxas e o direito que as rege são as
taxas. Dentro do direito tributário há dois tipos de tributos, há as taxas e há os
impostos e nós aqui em direito fiscal só estudamos os tributos unilaterais que
são os impostos. Portanto o direito fiscal dentro do direito financeiro, do direito
da despesa e da receita, do direito tributário, o direito que trata dos tributos
unilaterais que são os impostos (é isto que vamos estudar ao longo do
semestre).
Diz-se que as taxas são tributos bilaterais porque está subjacente á taxa uma
determinada contraprestação do credor. Portanto o que acontece é que o
sujeito ativo da relação tributária pode ser o Estado, como pode ser o
Município do Porto, cobra taxas para prestar determinado serviço, vender

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

determinado bem mais raramente ou então até omitir um determinado


comportamento ou levantar… legais a determinada coisa. Por exemplo, eu
pago uma taxa para poder construir no meu próprio terreno, portanto é meu,
a casa é minha, mas eu não posso fazer determinadas obras e construções
mesmo em coisas que são minha propriedade porque há uma coisa que se
chama regime geral das urbanizações e edificações que diz que há
determinadas regras para a construção e que quem tem competência para
verificar o cumprimento dessas regras são os municípios e o que o municípios
emitem, depois de analisar determinados projetos, licenças de construção e
depois licenças de utilização. Portanto, a Câmara quando me está a emitir
uma licença de construção cobra uma taxa, uma pequena parte da taxa é o
custo da análise do projeto, mas na verdade o que se está a cobrar ali é o
levantamento de obstáculo legal de construir. Existe um obstáculo legal de
construir porque há um interesse público, não há só um interesse privado de
eu construir no meu terreno, mas também um interesse público que tem haver
com o peso que eu coloco na rede pública de saneamento, na rede pública de
energia, com o próprio urbanismo da zona, prejudicar as vistas de quem está
ali ao lado etc. Isso é uma taxa, que na verdade a Câmara não me está
exatamente a prestar um serviço, está-me ali a remover um obstáculo legal.
Eu quero por uma rampa á frente da minha garagem, eu para por uma rampa
estou a entrar na via pública. Estou a pegar num passeio que é público estou
a por ali uma rampa e isso é um constrangimento nos direitos dos outros,
exatamente porque depois as pessoas não podem estacionar em frente á
rampa porque depois a rampa é o que me dá acesso á garagem. Eu para pedir
uma rampa tenho de pedir autorização á Câmara e pagar uma taxa para a
emissão da licença da rampa, portanto, há um obstáculo legal a eu utilizar a
via pública como me apetece.
Quando eu pago propinas na faculdade pública isto é uma taxa, taxa de
utilização da educação pública. Quando eu vou ao hospital eu pago uma taxa
moderadora, uma taxa um tributo bilateral.
O que não está subjacente á taxa é o preço exato do serviço que me é
prestado. Quando eu ando no STCP eu pago um título de transporte isto é uma
taxa, isto é um tributo. Não é o preço do serviço que me é prestado, isto é um
tributo. Eu não estou a pagar exatamente o custo real das coisas, eu estou a
pagar segundo um princípio de proporcionalidade. Também não interessa
minimamente á lei se eu tenho ou não capacidade contributiva, eu não pago
as taxas na medida da minha capacidade. Para andar nos STCP não paga mais
quem é mais rico, eventualmente se eu não tiver condições (se eu for mais
novo, se eu for mais velho, se eu for reformado etc) eu posso ter uma isenção
de taxa mas fora esses casos ninguém pergunta quanto é que eu ganho antes
de me cobrar o titulo de transporte, ninguém pergunta na Câmara quanto é
que eu ganho antes de me cobrar a taxa de licença. Perguntam quantos
metros é que eu vou construir, quantas viagens é que eu vou querer, isso é
que me interessa.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

A nossa CRP diz que o serviço nacional de saúde é geral, universal e dizia
gratuito hoje em dia diz-se tendencionalmente gratuito. E custa muito ao
Estado a certa altura assumir que de facto o Serviço Nacional de Saúde não é
de facto gratuito e quando criou a taxa moderadora disse que a taxa não é
para pagar o preço, é para desincentivar o consumo, é para responsabilizar as
pessoas. A ideia da taxa não é ser uma contraprestação, mas sim um
desincentivo, uma moderação no uso dos serviços. Quando eu vou e tenho de
pagar eventualmente pensarei duas vezes, mesmo que por pouco que seja. É
uma medida de responsabilização.
É mais ou menos verdade (nós depois vamos analisar as contas) que as taxas
contribuem 0,01% para o financiamento do serviço nacional de saúde. Não
tem grande significado, ainda assim são tributos, são taxas.
A taxa tem o seu regime geral fixado na lei, a Assembleia da República aprovou
e aprovará modificações sempre que seja preciso aquilo que se chama o
regime geral das taxas, que diz que quem pode criar e cobrar taxas, em que
condições etc. E depois as entidades que no regime geral das taxas estão
habilitadas a criar taxas criam-nas e tomam-nas sem intervenção da
Assembleia da República. Cada Município tem o seu número de taxas e é livre
de cobrar esta taxa ou não cobrar.
Não é porque eu chamo uma taxa que é uma taxa, pode ser um imposto, na
verdade não há aqui nenhuma contraprestação quando na verdade a Câmara
Municipal, o sujeito ativo, não está nem a prestar um serviço, nem a vender
um bem, nem a remover um obstáculo legal não estamos no âmbito de uma
taxa, estamos no âmbito de um imposto.
Os impostos são tributos unilaterais que não tem subjacente nenhuma
contraprestação direta, não é porque eu pago impostos que eu posso aceder
aso serviços públicos e não é porque eu não pago que eu deixo de poder
aceder. Não há nenhuma contraprestação direta entre o uso que eu faço na
conta pública e os impostos que eu pago. Ninguém me pergunta quando eu
chamo um polícia, quando eu chamo o INEM, quando eu vou ao serviço
nacional de saúde se eu paguei impostos.
Até porque os impostos não são só a cota parte nas despesas de condomínio
também são, mas não servem só para isso, não servem só para pagar as
despesas com os serviços públicos também servem e a CRP exige para
diminuir desigualdades e redistribuir riquezas. Vivemos naquilo que se chama
um Estado Social de Direito, nós temos, o Estado tem determinadas
obrigações diante dos seus cidadãos. Tem de assegurar o direito ao trabalho,
o direito á habitação condigna, o direito á saúde, o direito á educação. Isto são
tudo direitos eu nós temos sobre o Estado e tem de os assegurar em condições
de igualdade aos seus cidadãos, tem de assegurar que as pessoas tenham
todas o mínimo de sobrevivência. Os impostos servem também para diminuir
desigualdades e redistribuir riquezas e obter com isso a paz social.
O Estado tem a missão naquilo que é o mínimo de reduzir estas desigualdades
e isto custa dinheiro e isto consegue-se também e sobretudo através nossos

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

impostos. De modo que, nós não pagamos impostos na medida dos serviços
que usufruímos, aquilo que está subjacente não é o princípio de
proporcionalidade como acontece nas taxas, é o princípio da capacidade
contributiva. Cada um paga impostos segundo a sua capacidade. Quanto mais
capacidade temos, mais impostos pagamos. O que naturalmente castiga
quem ganha mais e tem mais, mas isto está subjacente uma ideia de
solidariedade social. E todos n´s somos beneficiários mais tarde ou mais cedo
dessa solidariedade social. Nós quando nascemos não pagamos impostos, a
maior parte de nós quando é jovem não contribui, estão outras pessoas a
contribuir para nós (os nossos pais). Vai haver um momento em que nós
vamos ficar velhos e que vamos ficar doentes se tivermos algum azar, em que
precisamos da solidariedade alheia.
Claro que há aqui alguma tensão entre esquerda e direita, entre ideias de
Estado menos interventivo (menos pesado) e ideias de Estado mais
interventivo (mais pesado). Quem acha que o Estado deve assegurar todos os
setores da sociedade, assegurar o rendimento mínimo a todos os seus
cidadãos significa que necessariamente mais impostos. E quem ache que o
Estado deve apenas assegurar o mínimo e que é a iniciativa privada que se
encarrega de depois de conseguir o resto, de assegurar a riqueza do trabalho,
a iniciativa privada cria emprego, através de emprego tenho riqueza etc. Esta
é a tensão entre a esquerda e a direita, ninguém tem necessariamente razão,
há modelos á direita que falharam e há modelos á esquerda que falharam,
muitos redondamente. A economia é uma ciência muito pouco exata. No
entanto ninguém discute hoje em dia na Europa o chamado Estado Social de
Direito (quer seja á esquerda, quer seja á direita).
É ainda neste contexto que nós estudamos Direito Fiscal, porque os impostos
servem para isto tudo. E nós quando vemos por exemplo IRS estamos a ver
múltiplos exemplos disto desde logo naquilo que é o planeamento fiscal que
no próprio IRS o legislador nos incentiva a fazer. Nós percebemos que o
legislador está a beneficiar o trabalho independente relativamente ao trabalho
dependente. Está a tratar melhor também o trabalho dependente do que os
rendimentos capitais sobre aqueles de que quem é rico não precisa de
trabalhar, do que os rendimentos prediais. Portanto nós percebemos qual é
esta tensão de políticas desde logo no IRS. Da mesma maneira que
percebemos um dos princípios constitucionais mais importantes que vem
daquilo que estudamos no semestre passado, da proteção constitucional da
família (no direito de constituir família etc). Um dos princípios constitucionais
de direito da família é fiscal que se chama a proteção fiscal da família, ou seja,
a constituição obriga o Estado a organizar o sistema fiscal de modo a proteger
as famílias, de modo a assegurar o direito a constituir família. E nós vamos ver
quando estudarmos o IRS, as deduções? especificas relativamente aos
independentes, do facto de nós podermos decidir se queremos apresentar o
IRS sozinhos ou em conjunto com o nosso cônjuge, se de facto queremos
englobar determinados rendimentos ou não, isenções por exemplo nas mais
valias que nós temos na venda da habitação própria do agregado familiar etc.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

O IRS sendo um imposto sobre o rendimento de pessoas singulares é aquele


em que o fisco se nota mais também na proteção constitucional da família.
Também impostos, tributos unilaterais que tem por base o princípio da
capacidade contributiva e não a proporção dos serviços públicos que eu uso
ou deixo de usar.
A capacidade contributiva não se afere só por aquilo que eu ganho. Afere-se
por aquilo que eu ganho nos chamados impostos direitos, que são os impostos
que incidem sobre o rendimento diretamente da fonte e são impostos diretos
em Portugal o IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares) e o IRC
(imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas). Vão ver o que é que eu
ganho e eu contribuo na medida daquilo que eu ganho. Mas aquilo que eu
gasto também é uma medida da minha capacidade contributiva porque eu
não posso gastar sem ter dinheiro. E há no sistema fiscal de todos os países
do mundo impostos indiretos que são os impostos sobre o consumo. O IVA é
um imposto geral sobre o consumo, em cada coisa que eu como com a
exceção de muitas poucas coisas isentas como a educação e a saúde há IVA.
Ou seja, quem suporta o encargo do IVA sou eu que não sou sujeito passivo
do IVA. O encargo do IVA é suportado por aquele que é o consumidor final. O
IVA é um imposto indireto que funciona de uma forma sucessiva e não
cumulativa, ou seja, chama-se o imposto sobre o valor acrescentado que tem
haver com a manufatura. O IVA só funciona desta forma: o IVA de um café, vou
ali ao bar da faculdade e tomo um café. Aconteceu que alguém plantou café
algures no Alentejo, colheu o café, vendeu o café, foi o paciente 0 do café e
quando vendeu o café a alguém que por exemplo se dedica a torrar grãos de
café e a torra-los para depois os vender, essa pessoa teve de liquidar IVA.
Atenção que em direito fiscal liquidar não é pagar, aliás, em direito de uma
forma geral liquidar não é pagar. Liquidar é tornar uma obrigação certa e
líquida para depois ser exigida. Só quando o cumprimento da obrigação é
devido é que eu a vou liquidar é que eu sei qual é o juro. Até lá a obrigação
não esta líquida. Liquidar imposto é a mesma coisa, é apurar, é saber quanto
é e depois há o pagar que são coisas diferentes. Portanto esta pessoa que
vende o café por 100 euros liquidou IVA, ou seja, apurou a obrigação de
imposto, aplicou a taxa e disse assim: vou cobrar os meus 100 euros mais IVA
23% (taxa normal). Emitiu a fatura dos 100 euros mais os 23% de IVA, quem
comprou o café pagou-lhe 123 euros. Torrou o café e vendeu por 200 euros,
quando vendeu por 200 euros liquidou mais 23% de IVA, ou seja, mais 46
euros. E por aí fora até chegar a mim, só que eu quando vou tomar um café
eu não vou pagar os 23 mais os 46 mais isto tudo, o IVA não é cumulativo.
Porque o primeiro é sujeito passivo de IVA tem de mensalmente ou
semestralmente apresentar uma declaração ao Estado sobre o IVA que
liquidou ou cobrou e entregar ao Estado porque o IVA não é dele. O próximo
vai entregar ao Estado aquilo que cobrou deduzido daquilo que pagou,
portanto ele cobrou 46, mas pagou 23 ele só vai entregar ao Estado a
diferença, e o próximo por aí fora. Portanto quando eu chegar ali ao bar da
faculdade sou eu que estou a suportar o encargo do IVA porque já não
podemos deduzir. Portanto, o contribuinte do IVA sou eu consumidor final, os

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

sujeitos passivos são aqueles que liquidam, cobram, entregam, deduzem e


por aí fora. E o IVA incide em tudo o que é bem e serviço que não esteja
especialmente isento.
Há outros impostos sobre o consumo que são os impostos especiais sobre o
consumo que às vezes se cumulam com o IVA muito embora não devam. Há
situações em que de facto as coisas são sujeitas a IVA e a imposto especial
sobre o consumo, há outras situações em que não. São impostos especiais
sobre o consumo o imposto sobre o álcool e as bebidas com açúcar, o imposto
sobre os produtos petrolíferos gasolina, gasóleo, o imposto sobre o tabaco, o
imposto sobre os veículos etc. São tudo coisas que são acrescentadas ao
preço de determinada coisa, a medida da minha capacidade contributiva é
aquilo que eu gasto.
Os impostos especiais sobre o consumo no caso dos produtos petrolíferos, do
tabaco, do açúcar e de outros eloquentes tem uma outra função que é
também desincentivar ao consumo, ao mesmo tempo que se eu insisto em
consumir estou a pagar mais impostos e dessa maneira a compensar o
Serviço Nacional de Saúde, o ambiente da sobrecarga que eu eventualmente
estou a criar pelo facto de fumar, beber etc.
Uma característica dos impostos é que eles não podem nunca ser uma
sanção, eu não posso sancionar comportamentos através dos impostos. Se
eu quero sancionar comportamentos, o comportamento tem de ser proibido
por lei e depois é que vou pagar uma contraordenação. Logo, o imposto não
tem característica sancionatória. Mas na verdade usamos impostos para
moderar o consumo e para tentar compensar alguma sobrecarga adicional do
Serviço Nacional de Saúde por exemplo.
Também há no sistema fiscal os impostos sobre o património, esses impostos
sobre o património são impostos que se geram quando eu adquiro um imóvel
de que é isento o IMT (imposto municipal sobre as transmições onerosas de
imóveis), o IMT é o imposto que eu pago quando eu adquiro a título oneroso
um bem imóvel, uma figura parcelar do direito de propriedade ou coisas que
a lei equipara á transmissão, o contrato de promessa com a transmissão da
posse, uma procuração irrevogável, a aquisição de uma sociedade em que eu
fico com mais de 75% da sociedade em bens imóveis etc. Portanto, eu pago
IMT quando eu adquiro um bem imóvel, uma parcela, um direito real que não
seja a propriedade ou quando eu adquiro determinadas coisas que não sendo
transmissão, o direito fiscal vai equiparar para efeitos de tributação á
transmissão. Eu pago simultaneamente imposto de selo por essa aquisição
onerosa e eu pago imposto de selo por aquisições gratuitas (quando alguém
me doa uma coisa, ou me deixa por morte uma coisa eu pago imposto de selo),
posso estar isento, mas primeiro estou sujeito para depois estar isento.
Portanto este é um imposto sobre o património, as aquisições onerosas
simultaneamente IMT e selo, as aquisições gratuitas só selo, e mais, quando
eu adquiro por exemplo por doação um bem imóvel eu tenho duas verbas…

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Mais impostos sobre o património são impostos que incidem sobre a mera
titularidade do património, eu tenho imoveis eu periodicamente todos os anos
eu vou pagar IMI (imposto municipal sobre imóveis). Portanto, o facto de eu
ter determinado imóvel, de eu ser proprietário eu periodicamente (período
anual) vou pagar imposto municipal, sobre esse imóvel. Este imposto tributa o
meu património, o património que eu tenho. Eu já paguei imposto a adquirir a
casa quando paguei a casa e agora pago imposto por ter a casa. O mesmo
acontece com os carros, existe uma coisa que se chama o IUC (imposto
munido de circulação) que é na verdade um imposto sobre o património, um
imposto que pago para ter um carro.
O IUC é um imposto de circulação e se o meu carro não circular? Isto na
verdade embora seja um imposto munido de circulação não tem nada a ver
com a circulação, tem haver com a propriedade. Não é uma taxa por circular,
é um imposto sobre a propriedade, sobre o património.
Há um terceiro género no sistema fiscal português que se chama as
contribuições especiais, nós quando vamos á nossa conta da água por
exemplo há lá uma contribuição especial de uma taxa de saneamento, quando
vamos á conta da luz temos uma contribuição especial pela ordem visual. Isto
foi bastante discutido porque isto é afinal uma taxa ou um imposto? Eu pago
contribuição para a ordem visual na conta da luz. Depois há a contribuição
especial do setor energético, do setor bancário etc. Quando isto começou a
surgir tivemos de analisar se há de facto carater bilateral nisto, há de facto por
exemplo a taxa de saneamento esta é uma verdadeira taxa porque eu pago
na minha conta da água, tem haver com a carga que eu ponho nos serviços
públicos de saneamento, eu estou a usá-los. Quanto mais água eu gasto mais
gasto esgoto necessariamente, há aqui uma relação direta entre isto, na
medida em que, isto é, de facto uma taxa. O Supremo Tribunal Administrativo
e o próprio Tribunal Constitucional a certa altura foram dizer não há terceiro
género no sistema tributário português, não há taxas e impostos de
contribuições especiais, há taxas e impostos e as coisas podem-se chamar
taxas, podem-se chamar impostos, podem-se chamar contribuições especiais
nós temos de ver se é um tributo unilateral é uma taxa, se é um tributo bilateral
é um imposto independentemente do nome que se lhe dá. E maior parte
destas contribuições especiais são verdadeiros impostos, se são taxas
obedecem ao princípio da proporcionalidade e ao princípio da legalidade
apenas quanto ao regime geral, ou seja, a Assembleia da República só tem de
aprovar o regime geral das taxas. Já os impostos obedecem ao princípio da
capacidade contributiva e obedecem ao princípio que é o mais importante no
sistema fiscal português que é o princípio da legalidade.
O princípio da legalidade é no fundo como o princípio da legalidade em direito
penal. O direito penal diz se não há crime sem lei e nós em direito tributário
dizemos: não há imposto sem lei.
E dizer não há imposto sem lei, significa uma serie de coisas, significa desde
logo em sentido formal que o imposto e as características essenciais do
imposto estão reservados á Assembleia da República, o Governo não pode

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

criar impostos, criar um facto tributário novo, nem pode alterar. Não é preciso
criar um imposto completamente novo, basta criar um novo facto tributário
(facto tributário é aquela armadinha que eu piso, quando piso a armadilha
nasce a obrigação tributária), no fundo é isso que cria o imposto. As
características essenciais do imposto, os factos tributários, as taxas, os
momentos de pagamento, a forma de liquidar etc, tudo aquilo que não for
meramente administrativo ou procedimental está reservado á Assembleia da
República. Em sentido formal é a reserva de lei da Assembleia da República,
a reserva de lei ordinária. Esta reserva é uma reserva relativa, ou seja, há
matéria da competência absoluta da Assembleia da República em que ela não
pode delegar. Isto é matéria de reserva relativa em que a Assembleia da
República pode delegar o Governo através de lei de autorização legislativa,
mas o Governo está preso aos termos da lei de autorização.
Em sentido material, quando nós dizemos que não há imposto sem lei, isto
implica que o facto tributário que está expressamente previsto na lei é como
um tipo legal de crime e a pena tem de lá estar. E tem de estar de tal maneira
que eu seja capaz, antes de tomar qualquer decisão na minha vida patrimonial
de saber se aquilo paga imposto, quanto paga, quem paga e quando paga, eu
tenho de ser capaz de a todo momento prever as consequências fiscais das
minha ações e da minha decisão patrimonial (tal e qual como em direito
penal). O que implica que a lei também tenha de ser atual, proibição da
retroatividade da lei fiscal, é no momento em que se gera a obrigação de
imposto, no momento em que nasce com o facto tributário, com o
preenchimento da norma de incidência que se define as
características...daqui decorre também a proibição da retroatividade e decorre
também a proibição da analogia, pode haver interpretação extensiva até
determinado limite mas não há integração analógica. Para minha garantia e
segurança, para haver previsibilidade nas minhas obrigações fiscais, para não
correr o risco de o fisco poder dizer que apesar de isto não estar
especialmente previsto, mas é parecido.
Situação em que houve retroatividade no IRS no tempo da TROIKA, ocorreu o
estado de emergência nacional e de repente é criada a meio do ano um subre
taxa de IRS. Foi criada em maio para vigorar nesse ano. Uma lei que sai em
maio não se pode aplicar ao IRS desse ano, só se pode aplicar ao IRS do ano
seguinte porque senão é retroativa. O Tribunal Constitucional mal disse que
isto não era retroatividade, mas sim retrospetividade ou retroatividade in
autêntica porque no IRS o facto tributário não é de formação instantânea
como é por exemplo no IMT nos impostos de obrigação única é de formação
sucessiva. O que é em tributável no IRS é o meu rendimento desde o dia 1 de
janeiro até ao dia 31 de dezembro e, portanto, o facto tributário ainda estava
em formação e aquilo não era verdadeira retroatividade, porque na verdade o
facto tributário ainda não se tinha cumprido todo.

12/02

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

2.Fontes de Direito Fiscal


A taxa é um tributo unilateral, não há uma contribuição direta e é isso que
distingue a taxa do imposto.

I. Princípios jurídico-constitucionais da tributação


Podem ser de caráter mais formal (dirigem-se ao legislador; traduzem aquilo
que é um confronto de valores em todas as áreas de direito):
1. Principio da legalidade fiscal: Tem na base a ideia de autoimposição,
autotributação (resulta dos impostos na sua origem, eles tinham
subjacente sempre situações excecionais, ou para fazer face a regras,
representando as distintas classes, hoje em dia os impostos são
diferentes, porém, ainda hoje por força desta ideia de autotributação,
quem tem força para acordar os impostos é a Assembleia da
República) ou de autoconsentimento dos impostos, segundo a qual os
impostos devem ser consentidos pelos próprios contribuintes, uma
ideia que remonta à Idade Média e ideia que se destaca na Magna
Carta inglesa.
Visa tutelar o valor de justiça fiscal. Não há imposto sem lei. A
administração fiscal não tem o poder de criar impostos. Só a AR pode
criar impostos. É uma reserva relativa, a AR pode delegar o governo
através de uma lei de autorização. Eu tenho que evitar que a minha
atitude não seja anticonstitucional. Este princípio visa tutelar o valor
da segurança jurídica na tributação e traduz-se na garantia das
garantias dos contribuintes (artigos 165º nº1 alínea i) + 103º CRP).
Desdobra-se em duas vertentes:
a) Princípio da reserva de lei (formal): é a reserva de lei da
Assembleia da República. Implica que haja uma intervenção de lei
parlamentar, seja esta uma intervenção material a fixar a própria
disciplina dos impostos, ou uma intervenção de carácter
meramente formal, autorizando o Governo-legislador a estabelecer,
em consonância com a respectiva lei de autorização legislativa,
essa disciplina (art.165', n' 1, ai. i), 1ª parte, da CRP). É a
Assembleia da República que tem a primeira palavra e tem a
última. Os elementos essenciais dos impostos são a taxa, a
incidência, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes
(artigo 103º nº2 CRP); tendo em conta o nº3 do artigo 103º da CRP
há uma reserva de lei, ou seja, o legislador aqui distingue duas
coisas, ou impostos que não hajam sido criados nos termos da
Constituição, ou que tenham natureza retroativa ou cuja liquidação
e cobrança se não façam nos termos da lei. Apenas está abrangido
pelo Princípio da Legalidade Fiscal os que estão no nº2 – reserva

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

de lei formal, enquanto que a parte final é lei sinónimo de ato


legislativo, temos uma reserva de ato legislativo, é uma matéria
que tem que ser por via legislativa e não regulamentar, o governo
não necessita de uma autorização legislativa da Assembleia da
República.
b) Princípio da reserva material: referido com base na dogmática
alemã por princípio da tipicidade, exige que a lei (lei da Assembleia
da República, decreto-lei autorizado, decreto legislativo regional ou
regulamento autárquico) contenha a disciplina tão completa
quanto possível da matéria reservada, matéria que, nos termos do
nº 2 do art.103º da CRP, integra, relativamente a cada imposto, a
incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes, sendo certo que, quanto às garantias dos
contribuintes, a reserva apenas é exigida se e na medida em que
estas sejam objecto de restrição ou condicionamento e já não
quando forem objecto de ampliação ou alargamento.
Este princípio refere-se às exigências formais do conteúdo da
lei,temos princípios corolários : Princípio da Tipicidade - este diz-
nos que os elementos essenciais dos impostos têm que estar
tipificados na lei, previstos na lei; como consequência temos a
proibição da integração analógica que é uma forma de suprir
lacunas legais; isto é feito pelos tribunais, ao aceitarmos isto,
estávamos a permitir que os tribunais tivessem decisão sobre os
impostos; este principio prevê que só as normas de incidência é
que podem ser tributadas, ou dito de outra forma, prevê-se que
não há lacunas no direito fiscal; a integração analógica não
pressupõe que não haja uma interpretação extensiva; temos
também o Principio da determinação que diz que a lei tem de ser
suficientemente determinada; como consequências temos a
proibição de desenvolvimento regulamentar, da atribuição de
discricionariedade à administração tributária (as formas de atribuir
poderes à administração são duas: poderes vinculados ou poderes
discricionários – poderes por lei, mas deixa à administração em
certas situações saber como deve atuar; a atuação da
administração aqui nos impostos é meramente mecânica,
colocamos os nossos dados e com base na lei sabemos quanto
vamos pagar) e utilização de conceitos indeterminados (acabamos
por dar poder discricionário à administração porque damos
diferentes interpretações à administração); quanto à atenuação
temos o Princípio da praticabilidade em que o fundamento é a luta
contra a evasão e fraude fiscal – por razões práticas faz-se esta
atenuação a este princípio (ex: as transações devem ser feitas ao
valor do mercado – se não for assim, isto leva-nos à insegurança, à
incerteza; o legislador procura obter um equilíbrio entre segurança

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

e justiça); funciona como uma prevalência do valor justiça face ao


valor segurança.
Princípio da legalidade fiscal (dirige-se ao legislador - 3º CRP)

Princípio da legalidade (da Administração pública - 266º CRP)
2. Princípio da segurança jurídica (art. 2º): Ínsito na ideia do Estado de
direito democrático. Visa tutelar a segurança (no comércio jurídico).
Impõe-se fundamentalmente ao
legislador, limitando este em dois sentidos: 1) na edição de normas
retroactivas (desfavoráveis), e 2) na livre revogabilidade e
alterabilidade das leis fiscais (favoráveis). Todavia, tal princípio aplica-
se directamente também à administração fiscal se e na
medida em que disponham de uma margem legal de livre decisão cujo
parâmetro imediato seja a Constituição. Ninguém me vai tributar se eu
cumprir a lei. Princípio da não retroactividade dos impostos previsto no
art. 103º, nº 3, da Constituição,
"ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido
criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva
ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.

Há princípios de caráter material:


3. Princípio da Igualdade em Matéria Fiscal: Se ninguém pode ser
discriminado, também não pode ser discriminado fiscalmente.
Visa tutelar o valor da justiça fiscal, ou seja, a abolição das
discriminações em matéria de impostos - artigo 13º - este princípio
desdobra-se em duas vertentes:
a) Generalidade ou universalidade – todos os cidadãos devem estar
obrigados ao cumprimento do dever de pagar impostos,
independentemente de distinções de qualquer espécie.
b) Uniformidade – aquele dever seja aferido por um mesmo critério –
o critério da capacidade contributiva; daqui resulta um igual
imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva
(igualdade horizontal) e diferente imposto para os que dispõem de
diferente capacidade contributiva (igualdade vertical).
Todas as pessoas devem pagar de acordo com as capacidades que
têm. O princípio que assegura a igualdade em matéria fiscal é o da
capacidade contributiva.
Princípio da capacidade contributiva por um lado tem de ter uma:
a) função garantística em que só devem ficar sujeitos aos impostos os
que têm capacidade contributiva (≠ capacidade económica) e,
portanto, podem pagar o tributo (artigo 70º nº1 CIRS);

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

b) função solidária em que desde que haja capacidade de pagar todos


devem contribuir para as despesas públicas na medida da sua
capacidade (artigo 4º nº1 da LGT)
De consequências temos a não tributação do mínimo de existência e a
proibição de impostos confiscatórios.
O recorte constitucional do sistema fiscal está previsto no artigo 104º
CRP: imposto sobre o rendimento pessoal (nº1); a tributação das
empresas (nº2); a tributação do património; a tributação do consumo.

4. Princípio da consideração fiscal da família (arts. 67º, n.º 2, al. f) e


104º, n.º 1 CRP): a tributação tem de ser construída de uma forma
que ajude a família. P.ex: o IRS é formado em função do agregado
familiar. O imposto não pode ser taxa fixa, tem de ser taxa variável.
Implica a proibição de discriminações desfavoráveis dos contribuintes
casados ou com filhos face aos contribuintes solteiros ou sem filhos, e
não a imposição ao legislador da utilização do instrumento fiscal
(benefícios fiscais) para o favorecimento da constituição e
desenvolvimento da família.
Esta ideia está concretizada, no art. 6º, nº3 da LGT. Por duas vias se
vem propondo considerar fiscalmente a família: a via da
forma da tributação e a via da substância da tributação.

Princípio da tipicidade: As normas de incidência são normas de


tipicidade, jamais será possível integrar uma lacuna. Não é suscetível
de interpretação analógica. Por definição o conceito indeterminado
tem de ser substituído, a administração tributária tem um espaço para
arbitrá-los. Se criamos normas de tipicidade muito fechadas criar-se-á
um efeito mais rápido para fugir aos impostos.

Este planeamento é extra legem, mas não contrário a lei.


Toda a gente deve contribuir para as suas despesas e para o dos
outros.

Além de uma soft law- convenções


Temos uma hard law- DUE.

Princípio da substância sobre a forma: ver artigo da prof. Sem dizer


que determinado negócio jurídico é nulo….

 Outras fontes de direito fiscal:


- As convenções para evitar a dupla tributação
- Direito da União Europeia
a) Harmonização legislativa

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Disciplina dos impostos indiretos – IVA e IEC’s


Aspetos avulsos da tributação direta (exs: regime fiscal comum
aplicável às sociedades mãe e sociedades afiliadas de diferentes
Estados membros – Dir. 90/435/CEE – tributação dos juros e
royalties pagos por sociedades associadas – Dir. 2003/49/CE)
c) Harmonização Jurisprudencial
Com vários princípios como sejam o da não discriminação em razão
da nacionalidade, livre circulação de pessoas, livre circulação de
capitais, livre circulação de mercadorias, etc.
Quer por via do mecanismo do reenvio prejudicial, quer através de
ações por incumprimento.
- As leis ordinárias
- Os regulamentos (são os atos que provêm da função administrativa
que podem ter força de lei ou não)

1. Regulamentos internos e externos


O No âmbito dos regulamentos internos coloca-se a problemática das
orientações genéricas (artigos 55º e 56º do CPPT e artigo 68º-A LGT)

- A jurisprudência:
1) As declarações, com força obrigatória geral, de
inconstitucionalidade e de ilegalidade pelo Tribunal Constitucional –
artigos 281º e 282º CRP;
2) As declarações de ilegalidade pelos TCA – artigos 38º nº1 alínea c)
ETAF e 280º do CPPT;
3) Acórdãos do TJCE em matéria fiscal – autoridade de precedente

 Interpretação das normas fiscais – artigo 11º LGT


 Rejeição das teorias específicas na interpretação das normas jurídico-
fiscais
 O nº1 adotou a orientação no sentido de que às normas fiscais
são inteiramente aplicáveis os princípios gerais da
interpretação
 Todavia, numa aparente contradição, o nº3 parece ter
consagrado a teoria da interpretação económica. Esta segunda
 disposição contem em si o perigo de anular o princípio de que
na interpretação das normas jurídicas fiscais devem ser
observadas as regras gerais da interpretação.
 O nº2 refere-se à questão da utilização, nas normas fiscais, de
termos próprios de outros ramos de direito.

 Integração das normas juridico-fiscais

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Consagração da proibição da integração das lacunas no domínio dos


elementos essenciais dos impostos fundada no princípio constitucional
da legalidade fiscal
Nº4 primeira parte: “As lacunas resultantes de normas tributárias
abrangidas na reserva de lei da Assembleia da República (…)”
Reserva de lei (formal)
- Intervenção da lei parlamentar – artigo 165º nº1 alínea i) primeira
parte CRP
- Conceito de elementos essenciais do imposto – artigo 103º nº2 CRP
Nº4 segunda parte: “(…) não são suscetíveis de integração analógica.”
Reserva material (lei)
- Princípio da tipicidade
Consequência: proibição da integração analógica.

 Aplicação no tempo das normas jurídico-fiscais

A questão aqui relevante é a da sucessão das leis no tempo

 Artigo 103º nº3 CRP: “Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos (…),
que tenham natureza retroativa”
 Artigo 12º nº1 LGT: “As normas tributárias aplicam-se aos factos
posteriores à sua entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer
impostos retroativos”.
O facto gerador dos impostos ocorre quando se verificam em concreto
as situações previstas em abstrato nas normas de incidência.
 Contudo, o Tribunal Constitucional entende que esta proibição abrange
apenas a retroatividade autêntica, ou própria, da lei fiscal, abrangendo
apenas os casos em que o facto tributário que a lei nova pretende
regular, já tenha produzido todos os seus efeitos ao abrigo da lei antiga,
excluindo do seu âmbito aplicativo as situações de retrospetividade ou
de retroatividade imprópria, ou seja, aquelas situações em que a lei é
aplicada a factos passados mas cujus efeitos ainda perduram no

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

presente, como sucede quando a lei é aprovada até ao final do ano a


que corresponde o imposto.
 Questão sobretudo relevante no que respeita aos impostos de
formação sucessiva (IRS e IRC) – artigo 12º nº2 LGT
 Assim, nos casos de retrospetividade ou de retroatividade imprópria,
haverá que apelar aos princípios da segurança jurídica e da proteção
da confiança dos contribuintes.
 Aplicação imediata da lei nova aos procedimentos e processos em
curso, com duas exceções no artigo 12º nº3 LGT:
Se afetar garantias, direitos ou interesses legítimos anteriormente
constituídos dos contribuintes;
E no artigo 12º nº4 LGT:
Normas que, embora respeitantes ao procedimento de determinação
da matéria tributável, tenham por função o desenvolvimento de normas
de incidência.
 Normas sancionatórias fiscais: artigo 29º nº4 CRP - Aplicação do regime
que concretamente se revele mais favorável ao agente.

18/02
CP 4 (Moodle)
Temos uma aplicação tripartida entre impostos, taxas e contribuições e estas
podem ser especiais ou financeiras.
O CP tem a ver com a contribuição financeira do estado (lei do orçamento do
estado, 141º).
Existem ainda outras contribuições, como a industria farmacêutica, são de
setores muito restritos.
Banco entendeu que esta contribuição devia ser anulada porque vilava o
principio da proibição da retroatividade. Para estarmos perante este princípio
teríamos que estar perante a um imposto e não taxas ou contribuições.
Estávamos perante um imposto ou contribuição financeira? Caso o tribunal
verificasse contribuição financeira não teríamos de verificar de violaria o

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

principio da proibição da retroatividade porque não é aplicado no caso da


contribuição.
O STA começa por fazer um enquadramento jurídico, constitucional dos
tributos:
- imposto: assenta na unilateralidade, imposta pelo estado ou entidade
publica, não tem carater sancionatório e visa a obtenção de receitas e tem
como critério o princípio da capacidade contributiva, corolário do princípio da
igualdade (3º crp).
- taxas: estamos perante uma contrapartida específica, concreta de uma
prestação realizada pela entidade publica, pode consistir na utilização de um
serviço publico. Não pode existir uma desproporção muito grande.
- contribuição financeira: revisão constitucional de 97. Com esta revisão fica
previsto no art. 155º da crp esta obrigação tripartida, e os impostos devem
ser criados na sua vertente de lei formal e devem estar expressos todos os
diplomas de incidência do imposto. Apenas o regime geral das taxas é que
obrigatoriamente tem de constar de uma lei da AR ou dl. Autorizado. Não
existe ainda um regime geral das taxas, há apenas um regime geral das
taxas municipais. As taxas não são apenas municipais, podem ser p.ex.
cobradas por serviços da administração central. As taxas em si podem ser
criadas por outros diplomas legais.
A contribuição financeira segue me grosso modo o regime das taxas e o
regime geral das contribuições financeiras deve ser aprovado pela AR ou dl
autorizado. Ainda não existe um regime geral das contribuições financeiras.
Parte da doutrina considera que enquanto o regime geral das c.f não for
aprovado as contribuições financeiras têm obrigatoriamente de ser
aprovados pelo dl da AR ou dl autorizado, esta seria a regra.
 Distinção entre contribuições especiais e financeiras: as especiais,
ditas de melhoria ou maior desgaste, ex. imposto de camionagem ou
ponte 25 de abril ou vasco da gama, elas seguem o regime dos
impostos, p. da legalidade fiscal. Aproxima-se mais o regime das taxas.
As contribuições distinguem-se das taxas, porque estas últimas
distinguem-se a uma contraprestação concreta. Diferente das c.f que são
para compensar determinados custos que um grupo homogéneo do
destinatário vai precisar,

Apenas a definição do regime geral as taxas, fica sujeita a autorização


legislativa parlamentar.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Casalta Nabais muitas vezes reporta-se as contribuições financeiras


quase como uma taxa coletiva, diferente das taxas que seriam um
imposto individual.
p. tutela da confiança, corolário do p. do estado de direito (2º crp).

CP 5
Mais valias obtidas por sociedades gestoras de participações sociais não
eram tributadas. Os encargos financeiros também não eram considerados.
Existia um problema que é que era difícil saber qual era o montante que
diziam respeito as participações financeiras que eram alienadas. A
autoridade tributar encontrou uma fórmula e divulgou com a Circular
7/2004. Os sujeitos passivos que adotaram uma forma diversa da circular
foram corrigidos pela autoridade tributária, no fundo estavam a dizer que
eles tinham que adotar o seu entendimento. Eles recorreram a tribunal,
dizendo que essa correção violava o p. da legalidade fiscal, na vertente do p.
da tipicidade fechada, todos os impostos devem estar tipificados na lei e não
pode ser autoridade tributária vir a regular por via duma autorização
administrativa sob pena de violação o p. da legalidade fiscal (cppt 55º).
P. da legalidade fiscal (103º crp e 65º, nº1, i)): tem duas vertentes, da
reserva da lei formal e reserva da lei material.
O modo como se deve criar essa norma deve ser especificado por lei, quando
não o é não é obrigatório que os contribuintes sigam o critério de afetação ou
formula da autoridade tributária.
Hoje em dia o principio da tipicidade não é interpretado em termos fechado,
por razoes de praticabilidade admite-se que possa haver alguns aspectos
que possam ficar sujeitos a autoridade administrativa tributária mas são
aspectos muito residuais.
EBF- estatuto dos benefícios fiscais.

Caso 6
Coeficiente (art. 31º). Eu recebo 1000 e apenas é sujeito para tributação 75/
se não estiver na tabela 35, é mais benéfico aplicar a al. c) do que a b).
Neste caso o sujeito passivo, arbitro de futebol, trabalhador independente,
considerou que seria aplicável a al.c), coeficiente de 35. A autoridade
tributária vinha a alegar que a atividade profissional do sujeito enquadrava-
se na atividade profissional de desportista, coeficiente de 75, ao contrário do
sujeito passivo que entendia que não se encontrava.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Aqui a questão era saber se a profissão de arbitro que encontrava na tabela


ou não.
O tribunal considerou que as taxas/coeficientes só se podem aplicar nas
situações que estão concretamente tipificadas na lei, a lei tributária proíbe a
analogia. Contudo, não se proíbe a interpretação extensiva, recorrer a outros
elementos interpretativos de ajuda quando o elemento literal ficou aquém do
que o legislador queria dizer. O tribunal considerou que no caso concreto não
era preciso fazer uma interpretação extensiva, ele recorreu aos lugares
paralelos (expressão de castanheira neves), viu que no ordenamento comum
todo onde o conceito de desportista estava. O desportista na lei de bases do
desporto é apenas aquele que pratica a atividade desportista, o mero atleta,
as restantes atividades não caberiam aqui. Portanto, o conceito de
desportista que estava na tabela apenas se considera ao atleta e não as
restantes profissões que estão agregadas ao desporto, considerando o
tribunal que arbitro de futebol não integra o conceito de desportista e seria
aplicável o coeficiente de 35, também por obediência ao princípio da
tipicidade.

Lei geral tributaria


Crp- x Imprimir portal
Código do processo tributário (cppt) das finanças
Código de procedimento administrativo- x para o teste

Aula Prática 2
Impostos sob o rendimento: IRS, IRC;
Impostos sob o consumo: IVA;
Impostos especiais sob o consumo: imposto sobre os veículos, imposto sobre
o tabaco, imposto sobre os produtos petrolíferos, imposto sobre o álcool,
bebidas açucaradas e outros eloquentes;
Imposto sob o património: IMT, IMI, o imposto de selo, IUC;
Impostos subdividem-se em impostos diretos – impostos que incidem sob o
rendimento da sua fonte, impostos sob rendimento e indiretos – são todos os
restantes nomeadamente os impostos sob a despesa e sob o património.
Seriam impostos de cota fixa, aqueles que nós dissemos que por exemplo
todos pagam 1000 euros por ano.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Um dos princípios é o princípio da capacidade contributiva, que é uma forma


de se revelar o princípio da igualdade. Ninguém pode ser discriminado em
matéria de impostos e o princípio da igualdade implica muitas vezes alguma
discriminação positiva. Implica reduzir desigualdades, implica justiça
distributiva e, portanto, não basta sermos todos tratados por igual, é preciso
que de facto para que haja igualdade sejamos todos tributados de acordo com
a nossa capacidade contributiva.
E, portanto, impostos de cota fixa violariam o princípio da capacidade
contributiva. Não há, portanto, em Portugal salvo raríssimas exceções
impostos de cota fixa. Haverá aqui e ali algumas contribuições especiais que
são verdadeiros impostos a maior parte delas que são de forma fixa, por
exemplo a contribuição especial para o audiovisual que nós pagamos na conta
da luz, de facto não há ali nada de variável ou que encontre reflexo da
capacidade contributiva, mas são tão pequenos os valores que isto vai
passando no Tribunal Constitucional. Se os valores fossem mais elevados, de
facto isto seria inconstitucional porque as pessoas não podem pagar impostos
pela mesma medida, tem de pagar impostos segundo aquilo que podem.
Quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos.
Os impostos são, portanto, de cota variável, significa que á medida que a
matéria coletável varia o imposto também varia, normalmente de forma
proporcional. Ou seja, a taxa de imposto é por exemplo 10%, se houver 10 é
10% sobre 10, se houver 1000 é 10% sobre 1000. Obviamente que o
montante de imposto é maior, mas na mesma proporção porque a taxa não
varia. Estes são impostos proporcionais e a maior parte dos impostos no
sistema fiscal português são proporcionais. O IVA é proporcional, o IVA tem
três taxas: a taxa mínima, a taxa média e a taxa normal. Mas estas taxas não
variam em função da matéria coletável. As coisas já vem categorizadas em
taxa mínima, média ou normal, aliás, já vem na diretiva do IVA – isto liquida
IVA á taxa mínima, isto á taxa média e isto á normal e tem haver com os bens
de primeira necessidade, com os bens mais ou menos e com os bens de
consumo (por exemplo: o leite está na taxa mínima, o caviar já está á taxa
normal). Portanto, as coisas têm haver com a categoria que o IVA define, não
tem haver com o valor do bem. Portanto, depois de enquadrados os bens ou
serviços nas respetivas categorias de taxas, a taxa é sempre a mesma. A taxa
normal é de 23% sempre a mesma, quer incida sobre uma caneta bic que
custa 1 euro, quer incida sobre uma que custe 1000 euros.
O IMI salvo raríssimos municípios em que há ali uma introdução de
progressividade o IMI é um imposto proporcional. A taxa de IMI de cada
município é x e tanto faz que o prédio valha 1000 como 1 milhão, a taxa é
sempre a mesma.
Também são impostos de cota variável os impostos regressivos, ou seja, á
medida que a matéria coletável fosse aumentando, a taxa diminuía. Ou seja,
se eu gastasse 100 eu pagava 10%, mas se eu pagasse 1000 eu já só pagava
5% e por aí fora.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Ora isto é exatamente o contrário do princípio da capacidade contributiva. Eu


pago segundo a minha capacidade, quanto mais capacidade eu tenho mais
eu pago, não é menos eu pago. De modo que impostos regressivos são
inconstitucionais, mas já houve aqui e ali exemplos de impostos regressivos,
são coisas que tem de se fazer com muita cautela, tem de haver uma lógica
por trás disso e são verdadeiramente excecionais. São de constitucionalidade
muito duvidosa porque eu que declarei tudo, não cometi nenhum crime, não
escondo dinheiro tenho no fundo um tratamento muito pior.
Portanto nós no nosso sistema fiscal em termos normais só temos impostos
de cota variável e dentro dos impostos de cota variável só temos impostos ou
proporcionais ou progressivos, os impostos progressivos são aqueles em que
a taxa vai aumentando á medida que a matéria coletável aumenta ou seja, se
eu ganho 100 euros eu pago 10%, mas se eu ganho 100 mil eu já pago 20%
- são impostos progressivos. O IRS é um imposto progressivo, o IMT para
habitação também é um imposto progressivo. Á medida que a casa que eu
compro vai valendo mais a taxa também vai aumentando. Só que esta
progressividade não é direta, ou seja, eu se ganho 1000 pago 10%, se ganho
20000 pago 30%, não é assim eu não pago 30% sobre tudo. Ou seja, sobre
os primeiros 1000 euros toda a gente paga os mesmos 10% e depois de 1000
a 10000 euros toda a gente paga os mesmos 15%. Depois no escalão
seguinte toda a gente paga os mesmos 30%, até ao limite, também nunca
chega aos 100%. O IRS por exemplo é 48%, no IMT á agora um escalão novo
que toda a gente vai pagar 8%. Mas a progressividade por escalões significa
também o princípio da igualdade.
Nós no nosso sistema fiscal português temos impostos de cota variável:
proporcionais e progressivos, porque são estes na verdade que respeitam a
capacidade contributiva.
O IRC não é progressivo é proporcional, há, no entanto, alguma
progressividade no IRC, por exemplo uma coisa que se chama tributações
autónomas que são medidas especiais anti abuso. Por exemplo quando as
empresas têm automóveis pagam tributações autónomas, de modo que essas
tributações autónomas também são progressivas. Se o carro vale 20 mil euros
a taxa é de 1%, se o carro vale 30 mil a taxa já é de 3%, se for um Porsche a
taxa já é de 10%. Porém a taxa de IRC é uma taxa proporcional.

Impostos Periódicos e Impostos de Obrigação Unica:


O imposto periódico é aquele em que a situação se mantém estável e
periodicamente há uma liquidação de imposto. É o que acontece com o IRS,
com o IRC, com o IMI, com o IUC. No IMI a estabilidade de a situação é eu ser
proprietário, usufrutuário etc de um direito real de gozo de um determinado
bem imóvel em 31 de dezembro de cada ano. Se eu em 31 de dezembro for
proprietário no ano seguinte vem a liquidação de imposto referente ao ano
anterior. Se eu no dia 31 de dezembro do ano seguinte continuar a ser
proprietária a minha obrigação de imposto renova- se, mas a situação já lá

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

estava era o facto de eu ser proprietária. No IUC, eu tenho um carro todos os


anos no aniversário da matrícula, se eu for a proprietária daquele carro renova-
se a minha obrigação de imposto. A situação está estável eu sou a proprietária
do carro, periodicamente renova-se a obrigação de imposto com fundamento
na mesma situação. A situação estável do IRS é eu ser uma pessoa singular
com residência em território nacional…enquanto eu for periodicamente eu
tenho de medir o meu IRS e entregar o imposto ao Estado que eu tenha de
pagar por causa disso. No IRC a mesma coisa, eu sou uma pessoa coletiva
com atividade ou sou sem ser uma pessoa coletiva, mas sou um sujeito
passivo de IRC que está definido na lei, todos os anos vai medir a diferença
entre a minha situação patrimonial do ano anterior e atual e eu pago imposto
em função disto. Portanto há aqui uma estabilidade da situação e
periodicamente vem se medir e obrigação de pagar imposto renova-se, gera-
se uma nova de facto, mas com fundamento na mesma situação estável.
Mesmo os impostos de obrigação única que não são impostos que eu pago de
uma só vez, mas são impostos em que a situação que dá origem á obrigação
de imposto só dá origem a uma obrigação de imposto. O IMT é um imposto de
obrigação única, ou seja, quando eu compro uma casa aquela aquisição dá
origem a um IMT e por causa daquela aquisição eu nunca mais vou pagar IMT.
Portanto cada facto dá origem a um facto tributário, a uma obrigação de
imposto e acabou, não volta a renovar a obrigação periodicamente. O imposto
de selo nas aquisições onerosas ou gratuitas é um imposto de obrigação
única. A minha tia morre deixa-me uma casa, eu vou liquidar imposto de selo,
eu pela morte da minha tia e aquisição sucessória daquela casa vou voltar a
pagar imposto de selo. Se morrer outra tia eu vou voltar a pagar imposto de
selo, não é um imposto que eu só pago uma vez, mas é aquela situação
jurídica aquele facto tributário não tem estabilidade. Portanto, só dá origem a
uma obrigação de imposto e não volta a dar origem a outra.
Os impostos sobre o consumo, serão impostos de obrigação única ou serão
impostos periódicos? É um problema porque do ponto de vista do contribuinte
eles são impostos de obrigação única. Quando eu compro um carro eu pago
ISB, eu pela compra daquele carro não vou voltar a pagar ISB só pago uma
vez. Eu se vou ao bar e tomo café, pago com IVA, aquele café só vou tomar
uma vez, aquela obrigação de imposto eu só estou a cumpri-la uma vez. Eu
posso tomar outro café, mas relativamente ao mesmo café só há uma
obrigação de imposto. Portanto quando nós pensamos nos impostos sobre o
consumo na perspetiva do contribuinte é aquele que suporta o encargo do
imposto e já não pode reduzir os impostos sobre o consumo são de obrigação
única. O problema é que eu quando vou tomar um café ou quando vou comprar
um carro eu não sou sujeito passivo do imposto, o sujeito passivo é aquele
dos impostos especiais que introduziu no consumo e no IVA é aquele que vai
acrescentando valor, é aquele que tem uma atividade de prestação de
serviços ou de venda de bens que está sujeita a IVA e que portanto está
inscrita em IVA e que periodicamente, mensalmente ou trimestralmente
conforme os casos tem de apurar qual foi o imposto que liquidou, qual foi o

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

imposto que gastou suportou ao produzir e apurar a diferença para entregar


ao Estado, e para ele o imposto é periódico.
Por causa disto nós não conseguimos classificar efetivamente os impostos
sobre o consumo, e qual é o interesse de saber? É provavelmente a distinção
mais importante, saber se são impostos periódicos ou impostos de obrigação
única. É por causa da prescrição, só que a prescrição em direito fiscal tem dois
nomes diferentes conforme a perspetiva que a gente olha para ela. Fala- se
de prazo e caducidade no direito á liquidação quando a obrigação não está
liquidada, que é o tempo que a Administração Fiscal tem para ainda vir liquidar
obrigações de imposto e depois fala-se de prescrição de obrigação tributária
que é quando ela já está liquidada e quando é que ela prescreve. Quer a
caducidade quer a prescrição nos impostos periódicos contam-se a partir do
primeiro dia útil do período seguinte. Portanto, se o imposto periódico for anual
como são praticamente todos, conta-se a partir de 1 de janeiro do ano
seguinte e nos impostos de obrigação única contam-se a partir do facto
tributário. Portanto no IMT eu comprei uma casa no dia 30 de abril, a partir
desse dia está-se a contar quer o prazo de caducidade do direito á liquidação,
quer do prazo de prescrição de obrigação tributária. No entanto relativamente
ao meu IRS de 2018 o prazo de prescrição e o prazo de caducidade só
começaram a contar-se a partir de 1 de janeiro de 2019, o que significa que
demora mais tempo para começar a contagem do prazo e eu contribuinte
quero que os prazos de caducidade e prescrição corram depressa e o fisco
não. Então levantou-se um problema no IVA, o IVA é de obrigação única, é o
dia da fatura que conta, de cada fatura ou é periódico? Discussão nos
tribunais até ao Supremo e isto resolveu-se mudando a lei e atualmente a ILGT
já diz: O IVA conta-se como nos impostos periódicos. E á cautela o período é
como nos impostos periódicos anuais, portanto todo o IVA relativo a 2018 o
prazo de prescrição e caducidade só começam a contar a partir de 1 de janeiro
de 2019. E, portanto, o legislador resolveu isso sem determinar se o IVA é
periódico ou de obrigação única, até porque o IVA se é periódico nunca é anual
é sempre ou mensal ou trimestral. A minha obrigação de entrega se eu sou
sujeito passivo de IVA nunca é anual é sempre ou mensal ou trimestral e o
legislador para ganhar mais tempo no prazo de caducidade e no prazo de
prescrição disse que se conta como nos impostos periódicos, não disse que é
um imposto periódico, disse que conta-se como nos impostos periódicos e
conta-se anualmente. Portanto o problema foi resolvido aqui.
O que é isto do prazo de caducidade e do prazo de prescrição?
Materialmente a questão é esta, no fundo são prazos de prescrição, são
momentos a partir dos quais já ninguém me pode exigir o imposto. Agora
quando se fala em caducidade no direito á obrigação fala-se em obrigações
de imposto que ainda não estão liquidadas. Liquidadas não é pagas, liquidar
é apurar e tornar exigível. Eu quando em 2016 tive um cliente que me
encomendou um serviço qualquer e eu disse que ele iria pagar em dinheiro
sem recibo, portanto eu não declarei este rendimento em 2018. O que é que
acontece? Eu, portanto, na minha declaração de IRS de 2019 devia ter

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

inserido este rendimento, mas não inseri, a partir de 1 de janeiro de 2019 está
a ocorrer duas coisas: prazo de caducidade do direito á liquidação e
simultaneamente o prazo de prescrição da obrigação tributária. No caso do
prazo de caducidade do direito á liquidação o prazo geral é de 8 anos, mas há
exceções. No caso do prazo de prescrição da obrigação tributária, o prazo geral
é de 4 anos, mas também há exceções. O que é que acontece? 1 de janeiro
de 2019 o fisco não dá conta que eu recebi aquele dinheiro, 1 de janeiro de
2020, 2021, 2022, 2023. A partir de 1 de janeiro de 2023 acabou, mesmo
que o fisco descubra que eu realmente ganhei aquele dinheiro já não me pode
liquidar imposto. Portanto o prazo de caducidade do direito á liquidação que é
na verdade um caso de prescrição é o prazo durante o qual o fisco me pode
liquidar imposto ou corrigir uma liquidação que eu também tenha feito ou não
tenha feito. Por exemplo neste caso até era uma correção aos meus
rendimentos no ano de 2018. Quando decorrerem os 4 anos do prazo de
caducidade do direito á liquidação acabou, estou safa. Se aquilo que eu fiz foi
comprar uma casa, eu no dia 30 de abril de 2018 comprei uma casa e disse
ao fisco que ela tinha custado 100 mil euros mas o que aconteceu na verdade
é que eu para pagar menos imposto e o vendedor para ter menos mais valia
houve ali metade que eu lhe entreguei em dinheiro. Durante o prazo de
caducidade do direito á liquidação o fisco se descobrir, além de isto ser fraude
fiscal (crime – falsas declarações), há ali um tempo de 4 anos que o fisco pode
descobrir e me liquidar imposto, decorrido o prazo de caducidade já não irei
ter de pagar. E conta-se a partir de 30 de abril de 2018 e não de 1 de janeiro
de 2019 porque o IMT é um imposto de obrigação única. Ou seja, em vez de
caducar no dia 1 de janeiro de 2023 caduca no dia 30 de abril de 2022 se o
prazo for de 4 anos.
O prazo de prescrição conta-se do mesmo momento ou dos mesmos
momentos, mas o prazo de prescrição é quando a obrigação já está liquidada,
ou seja, quer ela tenha sido liquidada no tempo certo, quer tenha havido uma
liquidação posterior dentro do prazo, eu aqui já estou a dever aqui já existe
uma divida. Eu aqui já sei porque soube em 2018 ou soube durante este
período de 4 anos tanto faz, que eu devo 100 euros. Mas durante 8 anos eu
não pago e administração fiscal também não consegue cobrar porque eu não
tenho nada, ao fim de 8 anos prescreve. Mas ao fim de 8 anos contados no
mesmo sítio nos impostos periódicos no 1º dia útil seguinte ao do prazo, não
do momento da liquidação.
Como prescrevem outras obrigações, razão de ser da prescrição será alguma
estabilidade, alguma segurança jurídica, castigar o credor. O IMT a mesma
coisa, portanto neste prazo de caducidade o fisco descobriu que eu menti e
que devo mais 1000 euros de IMT, eu não pago esta divida que foi liquidada
aqui ou que foi liquidada a qualquer momento dentro do prazo de caducidade,
tanto faz. O prazo de prescrição está a contar desde aqui e eu em 8 anos não
pago, portanto a divida prescreveu. Contam-se no mesmo momento, eles são
na verdade dois prazos de prescrição, mas quando ao caso de prescrição a
divida tem de estar já liquidada, no prazo de caducidade é um prazo mais curto

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

que me limpa a obrigação mais depressa, ou seja não está liquidada também
já não pode ser cobrada.
É este o interesse entre impostos periódicos e impostos de obrigação única.

Características do Imposto:
O imposto é uma prestação pecuniária, ou seja, tenho de pagar em dinheiro,
ou seja, em moeda de recurso legal em Portugal, em euros. Não posso pagar
em dólares, nem mais nada. Há uma exceção a isto que confirma a regra que
é, eu se já estiver a ser executada, ou seja, eu não paguei a minha obrigação,
foi extraído título executivo, já está a decorrer contra mim um processo de
execução fiscal eu posso pedir excecionalmente para me admitirem uma
dação em pagamento. Tem de ser autorizada pelo Ministro das Finanças a não
ser que ele delegue e é só quando haja aqui um interesse público em causa
(por exemplo: eu sou dona de um edifício que está a ser arrendado pelo Estado
e, portanto, eu tenho uma divida fiscal, não tenho dinheiro, e digo assim: eu
quero dar este meu prédio em meu pagamento, vocês já são meus
arrendatários eu dou isso em pagamento da minha divida, o serviço continua
aqui instalado e não me pagam renda. Interesse público- excecionalidade de
uma dação em pagamento.
Imposto é uma prestação pecuniária, unilateral (já sabemos porque), definitiva
porque a obrigação de imposto se não tiver nenhum vicio, depois de cumprida
nunca devolvida porque ela nunca está dependente de nada. Ou seja, como
não há aqui nenhuma contraprestação aqui no imposto ele tem caracter
definitivo, ao passo que numa taxa eu tenho direito ao meu reembolso (por
exemplo: se não me emitirem a licença que eu paguei).
Coativa, porque pode ser exigida coercivamente, coativa porque ou eu pago a
bem ou eu pago a mal. Alias uma das características da relação jurídica
tributária que nós vamos estudar nas aulas teóricas mais afundo é o beneficio
da execução prévia, ou seja, a obrigação tributária se não paga dentro do
prazo tem força executiva independentemente de ser final ou não, de estar a
ser discutida ou não. Por exemplo: eu até disse a verdade, mas o fisco diz que
há indícios que paguei 5 milhões por fora, portanto vai liquidar IMT adicional
e eu não concordo porque isto não aconteceu. Eu vou reclamar, impugnar,
pedir a intervenção do Tribunal Arbitral, todos os meus de ação que eu tenho
eu vou exercer (vamos estudar em Fiscal II). Só que nesse entretanto ou eu
pago e depois me será devolvido com juros indemnizatórios ou eu pago a mal,
sou executada na mesma. Ou em situações excecionalíssimas peço a
dispensa de garantia, que é ainda mais excecionalmente lhe é concedido.
Característica das relações jurídicas tributárias, não tem as garantias normais
das obrigações, possui garantias acrescidas por causa do interesse público
que lhe está subjacente, por causa do dever fundamental de pagar impostos.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Exigida pelo Estado ou outros entes públicos, ou seja, o sujeito ativo da relação
tributária ou é o Estado ou é outro ente público como por exemplo o Município
dos impostos municipais. Sempre alguém investido do chamado ius imperium.
Sem caráter de sanção, o imposto não é sancionatório, não posso castigar
uma pessoa com um imposto, eu castigarei uma pessoa com uma
contraordenação, uma coima ou uma multa, mas não com um imposto. Muitas
vezes os nossos governantes não cumprem isto e para tentar sancionar
determinadas atividades económicas criam impostos às mesmas (por
exemplo: especulação imobiliária – a atividade imobiliária é uma coisa que os
nossos governantes não gostam porque são um bocado avessos á
propriedade privada biologicamente de maneira que castigam esta atividade
com impostos). Não deviam porque o imposto não tem carater sancionatório,
nem para uma determinada pessoa nem para certos comportamentos nem
para determinadas atividades económicas.
Por exemplo os impostos especiais sobre o consumo são de certa maneira
impostos sancionatórios e as taxas moderadoras, impostos que visam
diminuir o consumo de determinadas coisas e no fundo castigar quem
consome. Agora o que está subjacente a isto são razões de proteção do
interesse público por um lado, portanto, prevenção da doença no caso do
tabaco e do açúcar, do álcool no caso dos produtos petrolíferos, proteção do
ambiente e da economia nacional (o nosso petróleo é importado) etc.
Realização de fins públicos, não é para realizar os fins privados de ninguém,
mas para realizar os fins públicos.

Slide do Imposto: diz-se que o imposto tem determinado momento da


vida, desde o nascimento até á morte. Então o nascimento é a fase de
incidência, é a fase em que alguém preenche a norma de incidência. A
norma de incidência é quando a lei diz: “quem com dono ou mera
culpa fizer isto ou aquilo” – norma de incidência no direito penal é o
tipo legal de crime. No direito fiscal é “a pessoa singular residente em
território nacional…” etc. Incidência pessoal – a pessoa que paga o
imposto, é o contribuinte aquele que nasce a obrigação de imposto e
depois a incidência real – o que é que paga o imposto. A norma de
incidência é uma espécie de armadilha e eu piso na armadilha nasce
a obrigação de imposto para mim. Este é o primeiro momento da vida
de um imposto, a incidência diz-se pessoal ou subjetiva quando a
norma diz quem “a pessoa singular residente em território nacional
que tenha cá rendimentos”. Incidência é real quando a norma define o
que é que são rendimentos “é considerado rendimentos a categoria A
aquilo, a categoria B aquilo etc”. Na maior parte dos impostos estas
fases não se distinguem muito bem essa também é uma da causa por
que escolhemos o IRS. No IRS é onde isto está mais separado e mais
visível. Quando as pessoas preenchem as normas de incidência
pessoal real nasce a obrigação de imposto. A seguir á uma fase de

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

lançamento, ou seja, determinação em concreto do António da Silva


que foi o fulano que comprou o que? Aquele prédio. Qual é o valor
decretado daquele prédio? 100 mil euros. Isto é a fase de
lançamento. A fase de liquidação é aquela em que eu já terminei a
matéria coletada, há alguma coisa a reduzir a essa matéria coletada?
Esta aquisição está isenta? Não, então a matéria coletada é esta, a
taxa é aquela e multiplica-se a matéria coletada pela taxa. Fase da
cobrança, uma vez conseguida a cobrança voluntária ou
coercivamente a obrigação de imposto extingue-se com o pagamento.
Depois também há outras formas de extinção por exemplo a
prescrição, numa situação patológica a obrigação tributária em vez de
morrer com o cumprimento morre com a prescrição. Mas
normalmente morre com o pagamento, com o cumprimento da
obrigação.
Há impostos que na fase de lançamento e na fase de liquidação são tao a
seguir que não se distinguem muito bem e é a esse propósito que há alguns
autores que nem distinguem a fase de lançamento. Dizem: incidência,
liquidação, cobrança. Em sentido amplo liquidação nos impostos em que isto
se nota mais que tem uma fase de lançamento e uma fase de liquidação
propriamente dita. No IRS vê-se notasse muito bem tudo isto.
A fase da cobrança não a vamos estudar em Fiscal I, mas sim em Fiscal II.

Depois no IRS existe outros fenómenos como por exemplo o fenómeno da


substituição tributária que vamos ver no IRS nas regressões…
Quanto ao IRS, a primeira coisa que temos de pensar é que é um imposto
muito particular, cheio de normas de planeamento fiscal intra legen, ou seja,
normas em que o próprio legislador nos diz assim: escolhe dentro destas duas
ou três opções a que te for mais favorável. Tu podes englobar o rendimento
do teu marido ou não, tu podes deduzir isto ou não. Isto tem tudo a ver com
um princípio constitucional que estudamos em Direito da Família que é o
princípio da consideração proteção da família e que tem consequências
fiscais, ou seja, o Estado tem de proteger as famílias, mas tem que as proteger
também fiscalmente. Ou seja, os impostos devem discriminar positivamente
as famílias, ajudando as pessoas a constituir famílias e ajudando as pessoas
a constituir família é dar às famílias no fundo benefícios fiscais, ou sob a forma
mesmo de IRS ou sob mesmo a forma de benefícios.
O imposto é progressivo por escalões de modo que se junto ao do meu marido
vai aumentar a taxa. Portanto para nós percebermos o IRS temos de ter em
consideração que o IRS sendo um imposto das pessoas singulares e os
sujeitos passivos são as pessoas singulares, mas se se congregam numa
figura que se chama agregado familiar é um imposto construído á volta da
família.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

IRS é aquilo que se chama um imposto único, ou seja, não é o único imposto
que as pessoas singulares pagam, é um imposto único no sentido de abranger
todos os impostos parcelares. Independentemente da forma como eu gero o
meu rendimento se eu sou uma pessoa singular vai tudo para o IRS e não há
impostos parcelares. Não é o único imposto que nós pagamos, é o único
imposto sob pessoas singulares – só que naturalmente não está reunido tudo
a monte, o IRS continua parcelado em escalões. Por exemplo os antigos
rendimentos do trabalho dependente hoje são categoria A no IRS etc. No fundo
eles estão no IRS mas não estão todos a monte, o que acontece no IRS que
nos faz ver muito bem a fase de lançamento e liquidação é que os impostos
na fase de lançamento ainda estão em categorias, ou seja, eu tenho o
rendimento bruto, bruto antes de despesas e impostos de cada categoria e
isto é categorizado as despesas, aquilo que eu posso deduzir, as despesas
que o Estado considera que são indispensáveis á produção daquele
rendimento e eu tenho rendimento liquido da categoria A.
Se este determinado rendimento se enquadra na categoria B a forma de
determinação do rendimento líquido é diferente e por aí fora. Só quando os
rendimentos estão todos líquidos, de acordo com a regras diferentes, é que
eu faço aquilo que se chama o englobamento e a partir daí eles são todos
iguais. E a partir daí eu entro na fase de liquidação.
Imposto progressivo, as taxas de IRS progridem por escalões e depois nem
todo o rendimento é rendimento para efeitos de IRS ao contrário com o que
acontece em IRC.
Se eu herdo uma coisa, ganho, a título gratuito, isto não é considerado
rendimento para efeitos de IRS, isto está sujeito a imposto de selo. E há
também agora imposto de selo para prémios de jogos e apostos, alguns.
Se eu sou uma pessoa coletiva e se a minha tia resolve doar ou deixar uma
coisa a uma pessoa coletiva, essa pessoa não vai pagar selo, vai pagar IRC
porque no IRC qualquer coisa que modifique a situação patrimonial da
sociedade positiva ou negativamente contribui para a matéria coletável. O IRC
mede-se assim: a situação patrimonial líquida no final de 2018 contra a
situação patrimonial líquida no final de 2019. A diferença se for positiva paga
imposto.
No IRS não, ninguém me pergunta quanto é que eu tinha no ano passado, é
aquilo que ganhei naquele ano que preencha a norma de incidência. Portanto,
enquanto que no IRS qualquer acréscimo patrimonial vai aumentar a matéria
tributada, é lucro da sociedade venha de onde vier, no IRS não, no IRS vai ser
só aquele que está na norma de incidência. E na norma de incidência não está
nada a título gratuito, portanto, a título gratuito é o imposto de selo nas
pessoas singulares.
Até as atividades ilícitas, mesmo criminosas pagam imposto se formos
apanhados.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

19/02
Princípio da Substância sobre a forma.

 Relação jurídica fiscal


Relação jurídica que se estabelece entre o credor e o devedor. Essa
obrigação jurídica fiscal e a obrigação que nasce tem por fonte a lei. A minha
vontade jurídica é relevante.
Na lei existe a norma de incidência- vamos compará-la ao tipo legal de crime,
está no cp. Tem que ser uma norma típica. Tenho que preencher a incidência
pessoal e incidência real. A norma de incidência é a fonte da relação jurídica
tributária. É uma obrigação que tem a lei por fonte e nascem variadas
obrigações, a principal obrigação será a obrigação de pagar o imposto/taxa,
a que corresponde o Estado a exigir o imposto, existirá ainda obrigações
acessórias de ambas as partes, mais do lado do sujeito passivo
correspondem às garantias. Estas obrigações podem se estender a outras
pessoas. A génese da obrigação de pagar impostos é o interesse público. O
professor Casalta Nabais até fala do dever particular de pagar impostos.
Do lado dos credores, relações jurídicas nós temos o Estado. Só há um
credor, o Estado. Do lado passivo é que podem existir muitos sujeitos.
Em suma a obrigação fiscal/ de pagar imposto caracteriza-se por ser uma
obrigação:
1) legal: se trata duma obrigação ex lege, duma obrigação que tem por fonte
a lei. Por isso nasce do encontro do facto gerador ou facto tributário com a
hipótese legal, como o prescreve a LGT no nº 1 do seu art. 36º.
2) pública: dado a sua disciplina jurídica integrar o direito público, o que tem
tradução nomeadamente na presunção de legalidade do acto de liquidação
ou acto tributário que suporta a sua exigibilidade. Nesta medida, tem
natureza pública e tem subjacente uma natureza de legalidade
3) exequível e executiva: por um lado, o acto tributário não é autoexequível,
carecendo, portanto, de execução e, por outro lado, a sua execução não está
dependente de qualquer outra pronúncia para além da constituída pelo
próprio ato tributário.
4) semi-executória: a sua execução corre, na maior parte, na administração
tributária e, em parte, nos tribunais tributários, em conformidade com o
art.151º do CPPT.
5) indisponível e irrenunciável (arts. 299º nos 1 e 3, 36º, nº 3, e 37º nº 2 e
nº2 2 do art. 30, 85º, n2 3, do CPPT e arts. 422 da LGT 86, nº 2 e 3, e 196º

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

do CPPT): uma vez que ao credor não cabem, em princípio, quaisquer


poderes para conceder moratórias, admitir o pagamento em prestações ou
conceder o perdão da dívida. Nesta medida, o estado não pode dispor dela e
nem renunciar a ela, isto significa que não pode conceder moratórias que
não estejam previstas na lei e não podem dar “perdões de dívidas”, isto é
uma coisa que é muito discutida, só pode ser feita através de lei de
assembleia da república ou governo autorizado, as chamadas amnistias
fiscais.
6) autotitulada: é uma obrigação relativamente à administração fiscal, o
Fisco, art. 88º do CPPT.
7) especialmente garantida: dadas as garantias especiais que rodeiam o
crédito tributário, garantias que colocam o credor tributário numa posição
particularmente vantajosa face aos credores comuns. Assim, o credor de
obrigação de imposto tem muito mais garantias do que o credor comum. O
executado se quiser tem que executar a intervenção do juiz. O processo de
execução fiscal está no cppt. Tem o benefício da execução prévia, ele é
exequível. Mesmo que esteja a ser atacado.

 Relação jurídico-fiscal e obrigação fiscal


A obrigação fiscal é um vínculo jurídico nascido da verificação dos
pressupostos abstratamente definidos na lei tributária e cujo objeto é a
prestação de imposto.
Estamos perante uma relação obrigacional “dever de pagar-poder de
exigir”, ou seja, ao dever de pagar imposto contrapõe-se o direito de o
exigir, o qual é detido pelo Estado (ou outras entidades públicas), credor
da obrigação tributária.
Todavia as relações tributárias entre o Estado e os cidadãos não se
esgota nesta obrigação.
Para além da obrigação fiscal, que é a obrigação central do fenómeno
“imposto”, surgem obrigações de diversa natureza a que aquela dá
origem, e das quais podem ser sujeitos passivos não só os contribuintes,
mas também outras pessoas, estranhas à obrigação do imposto.
Para além de uma obrigação principal temos um conjunto vasto e
complexo de obrigações acessórias. Assim temos (artigo 31º da LGT):
Obrigação principal: obrigação de efetuar o pagamento da prestação
tributária.
Obrigações acessórias: visam possibilitar o apuramento da obrigação
do imposto (exs: obrigação de prestar declarações, de emitir recibos, de

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

conservar documentos, fornecer informações, sujeitar-se a fiscalizações,


etc.)
Este conjunto complexo de obrigações (principal e acessórias) é que nos
fornece o conceito de Relação jurídico-fiscal.

 Caraterísticas da obrigação fiscal:


 Obrigação legal: é uma obrigação ex lege, que tem por fonte a
lei, isto é, nasce do encontro do facto gerador com a hipótese
legal (artigo 36º nº1 LGT).
 Obrigação pública: a sua disciplina jurídica integra o Direito Público
(o que tem como consequência, por exemplo, a presunção da
legalidade do ato de liquidação). Tem subjacente o princípio da
legalidade que resulta do estado de direito – a administração só
pode atuar quando esteja previsto na lei.
 Obrigação indisponível e irrenunciável: ao credor não cabem
quaisquer poderes para conceder moratórias, admitir o pagamento
em prestações ou conceder o perdão da dívida (artigos 29º nº1 e 3,
artigo 30º nº2, artigo 36º nº3 LGT; artigo 85º nº3 CPPT).
 Obrigação especialmente garantida: as garantias especiais de que
beneficia o crédito tributário, colocam o credor tributário numa
posição vantajosa face ao credor comum.

 Quem são os sujeitos da relação jurídica fiscal?


 Personalidade tributária (artigos 15º e 16º nº2 LGT) é a
suscetibilidade de ser sujeito (ativo ou passivo) de relações
tributárias. É a personalidade jurídica, eu só posso ter
personalidade tributária se tiver personalidade jurídica.
Nós vamos encontrar determinadas entidades que não sendo sujeito
passivo nem ativo têm personalidade tributária.
 Capacidade tributária (de gozo): qualidade de ser titular dos
direitos e deveres tributários.
Por regra, os detentores de personalidade jurídica serão sujeitos passivos
das relações jurídico-tributárias, a não ser que a lei fiscal diga o contrário:
Situações em que considera sujeitos tributários entidades desprovidas
de personalidade jurídica (ex: artigo 2º CIRC)
Heranças assentes são heranças abertas mas não é feita a partilha.
Situações em que não considera sujeitos tributários entidades
detentoras de personalidade jurídica (ex: artigo 6º CIRC)
Nota: o agregado familiar (artigo 13º CIRS) não constitui sujeito
passivo de IRS, mas apenas uma unidade fiscal – o que não impede que

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

qualquer dos cônjuges possa praticar todos os atos relativos à situação


tributária de agregado familiar ou atos relativos aos bens e interesses do
outro cônjuge (artigo 16º nº5 e 6 LGT).
Capacidade tributária de exercício (ou de agir): medida dos direitos e
deveres que cada sujeito pode exercer e cumprir por si – menores,
interditos e inabilitados – suprida através da representação legal (artigo
16º nº1, 3 e 4 LGT)
Outras situações de representação legal: artigo 19º nº5 a 7 LGT, artigo
130º CIRS, artigo 126º CIRS e artigo 30º CIVA – questão relativa à
responsabilidade (artigo 27º LGT)
Representação voluntária: concretizada através do mandato fiscal
(artigos 16º nº1 LGT e 5º CPPT) – mandato tributário (artigo 5º nº2 CPPT)
Gestão de negócios: artigo 17º LGT
Domicílio fiscal: artigo 19º nº1, 3, 4 e 8 LGT – domicílio fiscal
eletrónico (artigo 19º nº2, 9 e 10 LGT e artigos 38º nº9 e 39º nº9 e 10
CPPT).

IRS: somos tributados de acordo com o agregado familiar.

 Sujeitos da Relação Jurídica Tributária:


1. Sujeito ativo:
A titularidade ativa da relação jurídica-fiscal em sentido amplo,
comporta diversas situações:
 Poder tributário: poder conferido constitucionalmente ao
legislador para a criação, instituição. estabelecimento ou
intervenção dos impostos e a sua disciplina essencial. Insere-se
na relação constitucional fiscal e distingue-se das outras
titularidades activas relativas aos impostos isto é da
competência tributária que se localiza na relação administrativa
fiscal, da capacidade tributária activa que se integra na relação
obrigacional fiscal, e da titularidade da receita fiscal que se situa
mesmo fora da relação tributária.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Competência tributária: administração ou gestão de impostos,


traduzido no lançamento, liquidação e cobrança de impostos -
Fenómeno da autoliquidação. Competência que hoje em
dia, se divide entre a administração fiscal e os particulares.
 Capacidade tributária ativa: qualidade de sujeito ativo na relação
jurídico-fiscal, ou seja, os entes dotados de personalidade
jurídica a quem a lei fiscal atribui o direito de exigir o
cumprimento das obrigações tributárias (artigo 18º nº1 LGT).
Portanto, consiste numa titularidade do crédito de imposto e
demais direitos tributários, uma qualidade que é inerente à
personalidade tributária activa ou susceptibilidade de ser sujeito
activo da relação jurídica tributária e que cabe aos credores
tributários, entre os quais se destacai pelo seu significado e
importância, o credor do imposto.
 Titularidade da receita: as receitas proporcionadas por certos
impostos estão subjetivamente consignadas a determinados
entes públicos que não tenham todas ou algumas das
outras titularidades fiscais activas.

-------------------------------------------------------------------//------------------------------------------------------------

Estado- tem ob poder de criar os impostos e a disciplina essencial dos e


impostos.
Poder executivo- a administração liquida o imposto, poder de administrar
o impostos e exigir o imposto.

2. Lado passivo:
Contribuinte- aquela pessoa que está com o seu património a
contribuir. É o meu património que se vai ver diminuído pela obrigação
de imposto. É o titular da manifestação da capacidade contributiva
que a lei visa atingir e que, por conseguinte, deve suportar a
diminuição do património que o imposto acarreta. O professor Casalta
Nabais define contribuinte como a pessoa relativamente à qual se
verifica o facto tributário, pressuposto de facto ou o facto gerador do
imposto, isto é, o titular da manifestação de capacidade contributiva

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

que a lei tem em vista atingir e que, por conseguinte, deve suportar a
ablação ou desfalque patrimonial que o imposto acarreta.
 Contribuinte direto: (contribuinte de direito) aquele
relativamente ao qual se verificam os pressupostos de facto do
imposto previstos nas normas de incidência. Aquele em relação
ao qual 0 referido desfalque patrimonial ocorre diretamente na
sua esfera seja ele ou não o devedor do imposto.
 Contribuinte indireto: (contribuinte de facto) aquele que suporta
economicamente o imposto através do fenómeno da
repercussão, como ocorre, por exemplo, no IVA. Será aquele em
relação ao qual o mencionado desfalque· patrimonial ocorre na
sua esfera através do fenómeno económico da repercussão do
imposto.

Devedor de imposto
É o sujeito passivo que deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação de imposto. Casalta nabais define devedor do imposto como
um sujeito passivo qualificado ou o sujeito passivo que deve satisfazer
perante o credor fiscal a obrigação de imposto, isto é, a prestação ou
prestações em que o imposto se concretiza. Em sentido amplo o sujeito
passivo é qualquer pessoa que tenha uma alteração tributária.
 Devedor originário: aquele a quem a lei originariamente vinculou
ao dever de pagamento do imposto:
a. Contribuinte: devedor a título direto e principal.
b. Substituto: aquele a quem, em substituição do
contribuinte, a lei impõe o dever de pagamento do imposto
(devedor indireto).
 Devedor não originário: aquele a quem a lei, por factos
supervenientes, vinculou ao dever de pagamento do imposto.
Será aquele que por facto de alguém uma pessoa que não era
inicialmente devedora passa a ser devedor.:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

a. Responsável: dever acessório


b. Sucessor: devedor derivado
Nota: O devedor de imposto é um devedor em sentido amplo

 Sujeito passivo da relação jurídico-fiscal


(O devedor de imposto é sempre sujeito passivo). Em sentido amplo,
abrange toda e qualquer pessoa singular ou coletiva a quem a lei
imponha o dever de efetuar uma prestação tributária, isto é, é qualquer
pessoa que tenha uma prestação tributária:
 Obrigação principal: sujeitos passivos em sentido restrito são os
devedores de imposto (em sentido amplo).
 Obrigações acessórias: demais obrigados tributários.
25/02
Quer os factos quer os efeitos consideram-se na retroatividade de 1º grau.
Retroatividade de 2º grau: os factos verificam-se na lei antiga, mas parte dos
seus efeitos verificam-se durante o âmbito temporal da lei nova.
Retroatividade de 3º grau: o facto tributário não se verifica inteiramente na
vigência da lei antiga, mas a sua produção é prolongada no âmbito da lei
nova.
A não retroatividade da lei fiscal assenta no principio da tutela da confiança
e proteção da lei e os diferentes graus de retroatividade encerram em si
diferentes graus de desvalor jurídico-constitucional em função do que pode
produzir nos destinatários com efeitos retroativos.
Para garantir o direito a propriedade ó pode existir plenamente quando o
titular do seu direito pode atuar com segurança jurídica.
Perante esta omissão o tribunal constitucional admitia a retroatividade dos
impostos, com exceção da retroatividade que fosse intolerável ao extensivo
arbitrário, de forma agressiva. Ninguém é obrigado a pagar impostos que
tenham natureza retroativa, a norma não vem a esclarecer qual foi o âmbito
de proteção que o legislador constitucional deu a retroatividade, ele proibiu a
retroatividade em 1º grau e de 2º grau também proibiu? Ou apenas está
proibida a retroatividade de 1º grau? O nº2 diz que se o facto tributário for
de formação sucessiva a nova lei só se aplica no período decorrido após a
sua entrada em vigor. A lgt é uma lei que tem um valor infraconstitucional,
um valor reforçado. O que permanece e que conta no fundo é a norma
constitucional, de qualquer maneira esta norma vai clarificar o sentido da
proibição da retroatividade (103º, nº3 crp).

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

IRS: imposto de formação sucessiva/ princípio da anulabilidade


incide sobre a obtenção dos rendimentos ao longo do ano (1 de janeiro e 31
de dezembro). O facto tributário verifica-se que ocorra a 31 de dezembro.
Considerando as características e tipicidades do irs vamos imaginar que:
-Se houver uma lei que entrou em vigor ao longo do ano 1/07/20 a produzir
efeitos a 31/12/20, como o facto tributário verifica-se em dezembro já está
em vigor a lei nova, não sendo uma questão de retroatividade. Há ainda
quem defenda que a definição temporal do IRS deve ocorrer a 1 de janeiro e,
portanto, esta lei nova só deverá produzir efeitos no ano seguinte,
1/01/2021. O momento relevante é o início do ano, pelo qual se inicia um
novo ano, uma nova etapa de tributação.
 Caso 7
Acórdão 310/2012: a lei 64/2008 entra em vigor a 12/2008 mas produz
efeitos em janeiro de 2008.
Aplico a taxa de 10 ou de 15%?
1) Aplicamos nova taxa desde 1 de janeiro 500x 12= 6000 x 15%= 900
euros
2) Aplicamos o entendimento que a nova taxa só é aplicável a partir da
sua entrada em vigor.
O tribunal decidiu que o valor das tributações autónomas devia ser
calculado a 31 de dezembro, estava em vigor a lei nova. Só que o tribunal
constitucional entendeu pela al. b)

Constitucionalidade da lei 11/2010: aprovou um novo escalão, entrada


em vigor no dia seguinte ao da publicação. A questão se colocava era se a
norma produzia efeitos retroativos e se essa retroatividade estava
proibida pelo art. 133 da crp, os rendimentos obtidos a 31 de janeiro
ficam sujeitos a taxa de 35%. Neste caso concreto estamos perante o irs
cujo facto tributário se verifica no final do ano, assim sendo esta norma
não é retroativa, quando sai o facto tributário já está em vigor a lei nova.
Perante este cenário não deviam os cidadãos ter a aspectativa legítima
que devia haver o agravamento dos impostos. Esta necessidade de obter
receitas prevalecia sobre as legítimas espectativas dos cidadãos.

Lei interpretativa: permite-nos saber se estamos perante uma


retroatividade ou não. Ex: está em vigor uma lei mas essa lei suscita
dúvidas, perante esta divergência de interpretações o legislador altera a
redação da norma para um sentido mais favorável ao legislador,

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

esclarece a norma, interpretação desta norma e diz que esta norma


passa a ter ou tem caráter de natureza interpretativa, vale para
interpretar o sentido que aquela norma tinha. É o sentido que tinha da
norma anterior. A solução do legislador anterior seja contrabatida e a
solução que o julgador deu a norma seja uma solução pela qual o
legislador possa contar. Quando a lei nova tem uma verdadeira natureza
interpretativa a lei nova integra-se na lei antiga e quando assim o é não
podemos falar em retroatividade. Nestas questões é saber se estamos
uma norma interpretativa ou não, porque se estivermos perante uma
norma inovadora só se aplica para o futuro.

26/02

Substituição tributária

 Alusão à problemática do conceito da substituição tributária tal como


está definido no artigo 20º LGT.
 A substituição tributária verifica-se sempre que a lei impõe o dever de
pagamento do imposto, não à pessoa sobre quem recaem os
pressupostos de facto da tributação (substituído), mas a uma terceira
pessoa (substituto).

Sujeito ativo

Substituto (sujeito passivo) Substituído (contribuinte)


 Verifica-se sempre que a lei impõe o dever de pagamento do imposto,
não à pessoa sobre quem recaem os pressupostos de facto da
tributação (substituído), mas a uma terceira pessoa (substituto), nos
termos do nº 1. A substituição tributária é efetivada através do
mecanismo da retenção na fonte – artigo 20º nº2 LGT. Esta figura

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

acontece mais no isc (sobretudo), irc e impostos sobre o celo. Ex. eu


sou credora do bernardo e tenho que entregar ao fisco esse valor. Estes
impostos são criados assim para uma anestesia tributária.
Constituem retenções na fonte (entrega antecipada de um imposto que
eu devo ao estado, têm, normalmente, a forma de um adiantamento
que eu devo afinal) as entregas pecuniárias efetuadas por dedução nos
rendimentos pagos ou postos à disposição do titular (substituído) pelo
substituto tributário (artigo 34º LGT):
 Retenções a título de pagamento por conta do imposto devido a
final pelo substituído (contribuinte).
 Retenções a título definitivo (caso das taxas liberatórias – IRS e
IRC)
Nota: Não confundir com os pagamentos por conta (artigo 33º LGT), que
consistem em entregas antecipadas de imposto efetuadas pelos próprios
contribuintes, que se traduzem em adiantamentos por conta do imposto
devido a final.

 A substituição fiscal pode ser:


Total: quando o substituto tem sobre si não só a obrigação de
prestação do imposto (obrigação principal), mas também o
cumprimento de todas as obrigações fiscais acessórias, isto é,
como a generalidade das obrigações acessórias, o que acontece
no caso de retenção na fonte com carácter definitivo do imposto.
Neste caso o substituto é o único sujeito passivo de todos os
vínculos obrigacionais da relação jurídico-fiscal. É o que acontece
no caso dos rendimentos das pessoas singulares tributados em
IRS através de taxas liberatórias ( art. 71ºdo CIRS) e dos
rendimentos de pessoas colectivas não residentes e sem
estabelecimento estável em território português tributados em
IRC (art. 94º, ng 3, do CIRC), eu devedora do imposto não tenho
nada a ver com o estado português, ex. estrangeiro.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Parcial: quando se reduz à prestação do imposto e,


eventualmente, a algumas das obrigações acessórias. É uma
obrigação normalmente parcial. Verifica-se a substituição parcial
quando o substituído tiver de cumprir a generalidade ou algumas
das obrigações acessórias do imposto.

 Vantagens para o sujeito ativo resultantes do instituto da substituição


tributária:
 Diminui consideravelmente o trabalho burocrático
 Maiores garantias no seu cumprimento
 Traduz numa antecipação da arrecadação do imposto
 Anestesia fiscal
Retenções na fonte à taxa liberatória: ex. eu sou ao estrangeiro e venho a
Portugal, o imposto que pago não tem uma natureza provisória, mas sim
definitiva, é uma taxa liberatória, o estrangeiro já cumpriu a sua taxa de
impostos. Isso também acontece nos rendimentos de natureza E, capitais.

 Responsabilidade tributária

É algo que está previsto em abstrato. Figura que surge numa fase patológica
do desenvolvimento da relação jurídica tributária.

O responsável tributário é chamado ao pagamento do imposto porque o


devedor originário o não pagou oportunamente e, em processo de execução
fiscal, apurou-se a inexistência ou insuficiência de bens.

OBJECTIVO: Reforço da garantia do cumprimento da obrigação fiscal, através


da responsabilização pelo pagamento de pessoas diversas do devedor

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

originário. Que o legislador fiscal entendeu responsabilizar por terem alguma


conexão com a falta de cumprimento.

Regime da Responsabilidade tributária:

 Abrange a divida tributária, os juros e demais encargos legais ().


 A responsabilidade pode ter natureza solidária ou subsidiária
(artigo 22º, n.º 2 LGT).
 Por regra, isto é, salvo disposição legal em contrário, a
responsabilidade tem natureza subsidiária (artigo 22º, n.º 4 LGT).
O responsável tributário subsidiário é aquele que é chamado ao
pagamento do imposto porque o devedor originário não pagou,
sou chamado porque p.ex sou substituto.
 No regime da responsabilidade solidária, o credor pode exigir o
cumprimento da obrigação tanto ao devedor como ao
responsável ou em conjunto.
 No regime da responsabilidade subsidiária, o credor só pode
exigir o cumprimento da obrigação ao responsável em sede
execução fiscal e após prévia excussão dos bens do devedor
originário. O devedor subsidiário tem o benefício de execução
previa.
 Havendo pluralidade de responsáveis a responsabilidade pode
ter natureza solidária ou conjunta (se a lei nada disser é a
responsabilidade conjunta, para que haja uma responsabilidade
solidária a lei tem de dizer expressamente), p.ex: são
responsáveis o conselho de administração. É quando o fisco
reverta contra várias pessoas. No caso da reversão contra
gerentes, administradores etc a responsabilidade entre eles é
solidária. Nas relações internas o fisco não quer saber, é um
problema entre eles.
 A responsabilidade tributária é de acordo com o disposto nos
arts. 22º, nº 3, e 23º da LGT e 159º e 160º do CPPT, por via de

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

regra, de natureza subsidiária face ao devedor originário, embora


possa ser subsidiária ou solidária na relação entre os diversos
responsáveis no caso de pluralidade de responsáveis tributários.
 Por regra, isto é, salvo disposição legal em contrário, a
responsabilidade tem natureza conjunta (artigo 513º Cód. Civil).
- A cada responsável só pode ser exigido a sua parte proporcional
na dívida.

DEVEDOR ORIGINÁRIO

Responsabilidade solidária / subsidiária

RESPONSÁVEIS

Responsabilidade solidária / conjunta

Regras do procedimento (aplicam-se em Fiscal II):

 O Direito à impugnação da dívida pelos responsáveis (artigo 22º, n.º 5


LGT). - Pressupõe o dever de fundamentação.
 A responsabilidade subsidiária efetiva-se por reversão do processo de
execução fiscal (artigo 23º, n.º 1 LGT).
 O benefício de excussão (artigo 23º, ns.º 2 e 3 LGT).
 Dever de audição prévia (artigo 23º, n.º 4 LGT).
 Dever de definir os pressupostos e extensão da responsabilidade (artigo
23º, n.º 4 LGT).
 O pagamento liberatório (artigo 23º, n.º 5 LGT). O problema da oposição
fiscal.

Alguns casos:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Responsabilidade dos membros dos corpos sociais e responsáveis técnicos –


artigo 24º LGT (embora o gerente seja outra pessoa o fisco pode reverter a
outra pessoa que consta na sociedade contra os gerentes, administradores ou
gerentes e pessoas que tenham funções de fiscalização, reveste contra outra
pessoa)

A - Entidades a que se aplica (é preciso haver culpa):

 Administradores
 Diretores (de empresas públicas) Ainda que somente de facto
 Gerentes

Exerçam funções de administração ou gestão em pessoas coletivas ou


entidades fiscalmente equiparadas.

 O caso dos membros dos órgãos de fiscalização (ROC’s) e TOC’s.

B – Natureza da responsabilidade:

 A responsabilidade é subsidiária face ao devedor originário


 A responsabilidade é solidária entre os responsáveis

C – Pressupostos da responsabilidade:

 Dívidas tributárias cujo facto gerador verificou-se no período do


exercício do seu cargo / prazo legal de pagamento ou entrega terminou
depois (artigo 24º, n.º 1, al. a) LGT).
 Exercício efetivo do cargo  Ónus da prova - adm. Tributária
 Culpa na insuficiência do património  Ónus da prova - adm.
Tributária

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou entrega terminou


no período do exercício do seu cargo (artigo 24º, n.º 1, al. b) LGT).
 Exercício efetivo do cargo  Ónus da prova - adm. Tributária
 Não lhe foi imputável a falta de pagamento  Ónus da prova –
adm. / gerente
Responsabilidade do titular face do EIRL- responsabilidade limitada aos bens
afetos a este (art. 25º).

Responsabilidade dos liquidatários das sociedades – artigo 26º LGT

A - Entidades a que se aplica:

 Liquidatários das sociedades


B – Natureza da responsabilidade:

 A responsabilidade solidária face ao devedor originário


 A responsabilidade solidária entre os responsáveis
C – Pressupostos da responsabilidade:

 Não satisfazerem preferencialmente as dívidas fiscais


Exceção – artigo 26º, n.º 2 LGT

Responsabilidade em caso de substituição tributária – artigo 28º LGT

 Importâncias retidas e não entregues (artigo 28º, n.º 1 LGT).


 Substituto é o único responsável
 Retenções com natureza de pagamento por conta não efetuadas (artigo
28º, n.º 2 LGT).
 Substituído responsável originário pelo imposto
 Substituto responsável subsidiário pelo imposto, e único
responsável pelos juros compensatórios pelo atraso na
liquidação.
Atenção – caso especial previsto no artigo 103º, n.º 4 CIRS

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Retenções com natureza definitiva não efetuadas (artigo 28º, n.º 3


LGT).
 Substituto responsável originário pelo imposto
 Substituído responsável subsidiário pelo imposto

04/03
Art. 20º: Quem entrega o imposto não é o substituído mas o substituto.
O empregador paga o imposto através do contribuinte.

Art. 28º: vem regular quando a retenção do imposto não é feita total ou
parcialmente. Quando há uma ilegalidade é impostante apurar de quem é a
responsabilidade, se é do substituído ou substituto. O art. 28º vai determinar
essa responsabilidade em função de várias situações.
Nº1: Aplica-se no caso de importâncias retidas e não entregues, aquelas
situações em que o substituto reteve o imposto, há um rendimento que ele
tinha a obrigação de entregar, ela reteve o imposto mas não reteve ao
estado. A responsabilidade neste caso é exclusiva do substituto. Estamos
perante circunstancias retidas, mas não entregues.
Nº2 e 3: aplicam-se nas situações em que o imposto não foi retido mas
também não foi entregue.
Qual a diferença entre o nº 2 e nº3? O nº2 aplica-se quando a retenção tem a
natureza de pagamento por contas, o nº 3 aplica-se quando a retenção for
efetuada a título definitivo.
 CP 9:
O primeiro facto é que o Alberto, pessoa singular, trabalhador independente
(categoria A).
O primeiro facto é que o Alberto, pessoa singular, trabalhador independente
(categoria A). A empresa pagou o referente ao mês de julho, mas fez a
retenção e não entregou o imposto.
Que tipo de imposto? RS

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Aplica-se o art. 28º, mas o nº2 ou o nº3?


28º, nº1:

28º, nº2 ou 3 (imposto não retido):

No nosso caso a entidade patronal não reteve, por isso não se aplica o nº1.
A RF tem a natureza de pagamento de contas, logo aplica-se o art. 28º, nº2.
Art. 28º, n.º 2 LGT: nestes casos a responsabilidade originária é ao substituído
(responde em primeira linha, ao trabalhador) e a responsabilidade subsidiária
é do substituto, a autoridade tributária pode autorizar o pagamento ao
substituto a título subsidiária, quando não for retido. Porque é o trabalhador o
responsável quando a falha foi da entidade patronal? É assim porque tem a
natureza do pagamento por quotas.
A retenção tem a natureza de pagamento por conta do imposto devido a final.
O responsável originário pelo imposto não retido e não entregue é Alberto
(substituído).

A empresa é a responsável subsidiária do imposto não retido e não


entregue, e a responsável pelos juros compensatórios devidos desde o termo
do prazo de entrega até ao termo do prazo para apresentação da declaração
pelo responsável originário ou até à data da entrega do imposto retido, se
anterior.

 CP 10:
Sujeito passivo de IRC.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

O substituído é o senhorio e a empresa de tintas é a arrendatária, o


substituto, a entidade que paga. Quem é o contribuinte? É o titular do
rendimento, isto é, a empresa agromecanica. Neste caso a empresa de pintas
reteve, mas não entregou.
A retenção tem a natureza de pagamento por conta do imposto devido
a final (art. 94º, n.º 1, alínea c) e n.º 3 CIRC).

A empresa Tintas Lda. é a entidade obrigada à retenção (substituta) e é


a única responsável pelo imposto retido e não entregue (art. 28º, n.º 1 LGT).

Aqui a responsabilidade é da substituta. Esta é uma situação diferente da


anterior, reteve e não entregou ao estado. Logo, há uma responsabilidade
exclusiva do substituto (28º, nº1 LGT).

 CP 11:
Quando estamos perante não nacionais a retenção da fonte é feita a título
definitivo. O que acontece? A entidade pagadora do rendimento faz a
retenção, entrega ao estado e apagou.
Ex. IRS (31º): taxas liberatórias. Vamos imaginar que tenho um depósito a
ordem de 10.000 euros, a render juros de 2%, obtivemos um rendimento de
200 euros. Este rendimento vai estar sujeito a uma taxa liberatória, o banco
não nos vai entregar os 200 euros, vai-nos entregar 144, entregando os 56
euros ao estado.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Esta retenção na fonte a título definitivo é limpa, não há que fazer mais nada.
Neste caso trata-se de um não residente e a RF é limpa, a título definitivo e,
portanto, a empresa portuguesa reteve e tinha que entregar ao Estado.
Retenção na fonte a título definitivo (art. 71º, n.º 4, alínea a) CIRS)
Art. 28º, 3 LGT
A empresa Vértice Lda. é responsável originária e o Paco é o responsável
subsidiário.

05/03

Responsabilidade dos liquidatários das sociedades – artigo 26º LGT

A - Entidades a que se aplica:

 Liquidatários das sociedades


B – Natureza da responsabilidade:

 A responsabilidade solidária face ao devedor originário


 A responsabilidade solidária entre os responsáveis
C – Pressupostos da responsabilidade:

 Não satisfazerem preferencialmente as dívidas fiscais


Exceção – artigo 26º, n.º 2 LGT

Responsabilidade em caso de substituição tributária – artigo 28º LGT

 Importâncias retidas e não entregues (artigo 28º, n.º 1 LGT).


 Substituto é o único responsável
 Retenções com natureza de pagamento por conta não efetuadas (artigo
28º, n.º 2 LGT).
 Substituído responsável originário pelo imposto
 Substituto responsável subsidiário pelo imposto, e único
responsável pelos juros compensatórios pelo atraso na
liquidação.
Atenção – caso especial previsto no artigo 103º, n.º 4 CIRS

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Retenções com natureza definitiva não efetuadas (artigo 28º, n.º 3


LGT).
 Substituto responsável originário pelo imposto
 Substituído responsável subsidiário pelo imposto

Transmissão da Obrigação Fiscal

Princípio geral: Intransmissibilidade dos créditos e dívidas tributárias artigo


29º, nº 1 e 3 LGT. Estamos a ver tanto o lado ativo como o lado passivo, nem
um nem outro podem ceder a sua situação, a não ser nos casos previstos na
lei.

Exceções:

 Transmissão pelo lado ativo ou sub-rogação nos direitos da Fazenda


Pública
 Transmissão pelo lado passivo ou sucessão legal

O caso especial da cessação de créditos para titularização foi um caso que


ocorreu há alguns anos atrás em que se colocava o problema no final do ano
do défice, o que faz com que todos os anos tivessem tentado encontrar
soluções para este efeito. Neste caso tratava-se de créditos hipotecários,
foram vendidos no mercado. O Estado garantiu sempre o pagamento dos
créditos. Historicamente isto teve uma grande relevância. A partir daqui
começou-se a operar uma grande revolução fiscal no âmbito da administração
tributária tornando-a uma das mais eficazes no mundo.

Sub-rogação nos direitos da Fazenda Pública

 Condições (artigos. 41º, n.º 2 LGT e 92º CPPT):


1) Ter decorrido o prazo de pagamento voluntário do imposto
2) Tenha previamente requerido a declaração de sub-rogação.
3) Ter obtido autorização do devedor de imposto ou provado
interesse legítimo.
 Efeitos (artigo 92º CPPT):

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

1) O sub-rogado conserva as garantias, privilégios e processo de


cobrança
2) Vence juros à taxa fixada pela lei civil, se o sub-rogado o requerer
(Taxa de juros legais – 4%, cfr. 559º Cód. Civil).
3) O sub-rogado pode requerer a instauração ou o prosseguimento
da execução fiscal.

Sucessão fiscal – artigo 29º, n.º 2 LGT

 As obrigações fiscais do de cujus transmitem-se aos respetivos


sucessores – herdeiros ou legatários
Só são responsáveis pelas dívidas fiscais até ao valor da herança
(artigos 2071º Cód. Civil e 827º CPC).
 Efetivação da responsabilidade (artigo 155º CPPT):
1) Tendo havido partilha - será citado cada um dos herdeiros para
pagar o que proporcionalmente lhe competir.
2) Não tendo havido partilha - será citado o cabeça-de-casal ou, se
estiver a correr inventário, qualquer dos herdeiros.
 Ónus da prova da insuficiência dos bens (artigo 2071º Cód. Civil):
1) Tendo havido inventário – caberá à Adm. Tributária a prova de
existência de outros bens.
2) Não tendo havido inventário – caberá aos herdeiros provar que
não existem valores suficientes para o pagamento das dívidas
fiscais.

Extinção da obrigação fiscal

 Forma normal de extinção da obrigação fiscal é o seu cumprimento


Voluntário ou Coercivo (artigos 40º LGT e 85 e segs. CPPT).
O que é efetuado dentro do prazo estabelecido nas leis tributárias, na
falta de menção, o prazo de pagamento será de 30 dias após a
notificação para o efeito.
 Findo o prazo de pagamento voluntário:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

1) Será extraída certidão de dívida (tem natureza de título executivo,


este é o instrumento que permite a instauração de um processo
de execução – neste caso trata-se do processo de execução fical)
e instaurado processo de execução fiscal - artigos 88º e 162º do
CPPT.
2) Efetuar pagamentos por conta, ou seja, isto é antes da extração
da certidão de dívida mas após o termo do prazo de pagamento
voluntário - artigos 86º, n.º 4 e 264º CPPT;
3) Pode requerer o pagamento em prestações - artigos 42º LGT;
86º, n.º 2 e 3, 196º e segs. CPPT e 29º a 37º RCR do IRS e IRC;
4) Começam a contar juros de mora (artigos 44º LGT e 86º, n.º 1
CPPT e DL 73/99 – regula as dívidas ao estado no seu todo, de
16/03).
Euribor a 12 meses + 5% - fixada anualmente / Aviso nº 235/18:
4,857%.
 Sem prazo – artigo 44º, n.º 2 LGT;
 Findo prazo (30 dias) de execução espontânea de decisão
judicial a taxa será o dobro – artigo 44º, n.º 3 LGT;
 Os juros de mora (são devidos à Administração fiscal pelos
contribuintes, estes têm de pagar juros de mora à
Administração fiscal; atraso no pagamento = juros de
mora) distinguem-se dos:
 Juros compensatórios (são a favor da
Administração fiscal; quando haja atraso na
liquidação – procedimento com vista ao
apuramento do montante de imposto a pagar, a
liquidação depende dos atos – são devidos juros
compensatórios) - artigo 35º LGT;
 Juros indemnizatórios (são a favor do contribuinte e
vão indemnizá-lo; findo o prazo de pagamento da
execução espontânea são juros de mora – nº5)-
artigo 43º LGT;

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Outras formas de extinção da obrigação fiscal

 Dação em cumprimento – quando estamos perante uma forma de


cumprimento da obrigação distinta daquela que eu estava inicialmente
obrigada (artigo 40º, n.º 2 LGT):
 Antes da execução fiscal – artigo 87º CPPT.
 Depois de instaurada a execução fiscal (há uma situação que se
designa citação que é o meio através do qual eu fui informada
que foi contra mim instaurado o processo de execução fiscal num
prazo de 30 dias) – artigo 201º CPPT.
 Compensação – existe quando o credor e o devedor devem dinheiro
simultaneamente, eu devo dinheiro a alguém e essa pessoa deve-me
dinheiro a mim então faz-se uma compensação de crédito (artigo 40º,
n.º 2 LGT). Esta pode ser:
 Por iniciativa da Adm. Tributária – artigo 89º CPPT.
 Por iniciativa do contribuinte – artigos 90º e 90-Aº CPPT.

11/03
CP 12
Nos termos do n.º 2 do artigo 23º e do artigo 24º, ambos da Lei Geral
Tributária (LGT), a AT pode reverter a dívida exequenda da responsabilidade
da devedora originária para os gerentes, na qualidade de responsáveis
subsidiários.
Reversão- mecanismo pelo qual a lei tributária vai chamar outras pessoas
para responder a divida, sendo estas pessoas responsáveis subsidiários.
Neste caso gerentes e administradores (24º LGT). Da liquidação da empresa
resultou um montante a pagar de 12.000 euros. A empresa não pagou o IRC,
como não pagou foi instaurada um processo de procedimento fiscal. A
primeira coisa que é preciso haver para reconversão é uma dívida, haja um
processo instaurado para a reversão fiscal, portanto, que a devedora
principal não tenha efetuado o pagamento devido. É também necessário que
a autoridade tributária verifique que a devedora não tem bens suficientes
para pagar a dívida. As regras gerais do ónus da prova (74º lgt) dizem que
quem invoca o direito tem que fazer a prova desse direito. Portanto, a
autoridade tributária tem o ónus de provar que a devedora não tem bens

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

suscetíveis para satisfazer a dívida. O outro pressuposto contra os gerentes e


administradores está previsto no art. 24º, nº1, a autoridade tributária tem
que fazer a prova que esse gerente é um gerente de facto, não é um gerente
de direito. Esse gerente tem que ser um gerente que em termos materiais e
substanciais exerce a atividade de gerente, a reversão deve ser instaurada
contra aquele que exerce as funções de facto. No fundo o que importa é a
substancia, quem se responsabiliza e pratica os atos de gestão.
Uma sociedade pode ter dois gerentes, a sociedade pode se vincular com a
assinatura dos dois gerentes ou de só um, o pacto social da sociedade
consta a forma que a sociedade se obriga, com a assinatura de todos os
gerentes ou de só um. Há jurisprudência que entende que o gerente que
assinou de cruz não deve ser responsabilizado, há outra que diz que deve
porque a função de gerência implica que o gerente se responsabilize. Isso
quanto a questão da gerência de facto, de que a autoridade tributária tem
que fazer a prova.

Neste caso, a linha de defesa é o revertido provar que a autoridade tributária


não fez a prova de que lhe devia, que ele era gerente de facto, os factos que
ela invocou não são suficientes. O revertido podia ficar por aqui com a sua
defesa, só que convém apresentar uma segunda linha de argumentação,
imprescindido o facto da autoridade tributaria não ter feito a prova, vai o
revertido provar que não era gerente de facto. Nesta segunda linha, através
de documentos ou testemunhas o revertido não é gerente de facto.
A AT deve invocar agora quer a al. a) quer a al. b) do nº1 do art. 24º. A
primeira abrange as situações em que o gerente à data do facto constitutivo
não o era à data do pagamento, nesto caso o ónus da prova compete a AT,
tem que provar que foi por culpa dele que o património da sociedade se
tornou social. Já a al. b) abrange a responsabilidade do gerente que o são à
data do pagamento e neste caso o gerente tem que provar que não foi por
culpa dele que a sociedade não tinha dinheiro para pagar, demonstrando
que a sociedade se deparou com a obrigação de pagar o imposto, mas que
não foi por ações dele que a sociedade não pode pagar o seu pagamento, no
fundo ele vai dizer que a culpa é do anterior gestão. Nesta al. não é o gerente
que criou a divida, simplesmente vai ter que fazer face a divida.
O momento que a dívida nasce pode não ser coincidente.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Neste caso, o facto constitutivo da dívida exequenda verificou-se em


31/12/2019 (artigo 8º, n.º 9 CIRC).
Mas o prazo legal para pagamento terminou em 31/05/2020 (art. 104º, n.º
1, al. b) CIRC).
A AT pode efetivar a reversão contra o gerente Alberto, nos termos da al. a)
do n.º 1 do art. 24º da LGT.
E pode, também, efetivar a reversão contra o gerente Bernardo, mas nos
termos da al. b) do n.º 1 do art. 24º da LGT. Em termos de ónus da prova a
situação do bernardo é mais complicada. A responsabilidade entre alberto e
bernardo é solidária.

CP 13
Nos termos do n.º 2 do artigo 23º e do artigo 24º, ambos da Lei Geral
Tributária (LGT), a AT pode reverter a dívida exequenda da responsabilidade
da devedora originária para os gerentes, na qualidade de responsáveis
subsidiários.
Apesar de ter havido uma inspeção tributária pelo meio a data relevante diz
respeito a liquidação adicional que não foi paga a 10 de junho, para a al. b).
A AT pode efetivar a reversão fiscal contra o gerente Alberto, nos termos da
al. a) do n.º 1 do art. 24º da LGT, porquanto o facto constitutivo da dívida
exequenda se verificou em 31/12/2019.
Sem prescindir,
Considerando que para efeitos do n.º 1 do art. 24º da LGT, o que releva é a
data limite de pagamento das liquidações (adicionais) que constituem a
dívida exequenda, a AT pode efetivar a reversão fiscal contra o gerente
Bernardo, nos termos da al. b) do n.º 1 do art. 24º da LGT.

CP 15
Neste caso, o fornecedor dos bens é responsável pela não entrega do
imposto, nos termos do art. 27º, n.º 1 CIVA.
Mas também o adquirente dos bens é responsável solidário pela não entrega
do imposto, nos termos do art. 79º, n.º 1 CIVA.
Responsabilidade solidária, a AT pode demandar a qualquer um deles o
pagamento do IVA.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

CP 16
Arts. 13º e 102º-C, n.º 1 CIRS: sendo exercida a opção pela tributação
conjunta, a responsabilidade dos sujeitos passivos pelo pagamento do
imposto é solidária.
O regime de separação de bens não é relevante para aferir a
responsabilidade pelo pagamento, mas apenas para determinar quais os
bens que respondem pela dívida.

CP 17
REMISSÃO 102º, Nº2 cod. Irs para o 1691º lei civil.
Arts. 13º e 102º-C, n.º 2 CIRS: na tributação separada, a responsabilidade
dos cônjuges pelo pagamento do imposto é a que decorre da lei civil.
Nos termos da al. d) do n.º 1 do art. 1691º, a dívida é da responsabilidade de
ambos os cônjuges, pois resultou do exercício do comércio por parte de
António e presume-se que foi em proveito comum do casal. Há uma
presunção do casal, se o outro cônjuge não quer responder tem que provar
que a dívida não foi contraída em proveito comum do casal, os 1500. Se
conseguir fazer esta prova não responde pelas dívidas do imposto. Neste
caso, se maria conseguisse fazer a prova apenas António respondia pela
dívida, com os seus bens próprios, nos termos da comunhão de adquiridos,
respondem os bens próprios do António e subsidiariamente a meação dos
bens comuns caso os bens do António não forem suficientes.
Assim, ambos os cônjuges são solidariamente responsáveis pelo pagamento
do imposto.

12/03
 Prescrição (artigos 48º e 49º LGT)
 Prazo geral de 8 anos (15 anos – cfr. artigo 48º, n.º 4 LGT)
 Início do prazo:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Imposto periódicos - a partir do termo do ano em que se


verificou o facto tributário;
Vs.
 Imposto de obrigação única – a partir da data em que
ocorreu o facto tributário;
 IVA e retenções na fonte com natureza definitiva – a partir
do início do ano civil seguinte àquele em que se verificou,
respetivamente, a exigibilidade do imposto ou o facto
tributário.
 Interrupção e suspensão – artigo 49º LGT
 Natureza de obrigação natural
 Não se confunde com o instituto da Caducidade (artigos 45º e
46º LGT)
 Prazo geral 4 anos
 Prazo 3 anos – artigo 45º, n.º 2 LGT
 Prazo reporte de prejuízos – artigo 45º, n.º 3 LGT
 Instauração de processo crime – artigo 45º, n.º 5 LGT
 Prazo de 12 anos – artigo 45º, n.º 7 LGT

Casos de suspensão do prazo de caducidade – artigo 46º LGT

 Impostos em Especial
 Distinção do imposto de taxa:

Imposto: o imposto é uma prestação definitiva e unilateral, estabelecida pela


lei, a favor de uma pessoa colectiva de Direito Público para a realização de
fins públicos; prestação esta que não constitui sanção de um acto ilícito.

- Tributo unilateral

- Obedece ao princípio da legalidade fiscal

- Tem por base o princípio da capacidade contributiva

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Taxa:

- Tributo bilateral

- Reserva de lei apenas quanto ao seu regime geral

- Assenta no princípio da proporcionalidade.

 Qual a diferença entre o imposto e a taxa? No imposto, desde logo, não


há contraprestação; na taxa já existe essa contraprestação, dado que a
taxa visa adquirir a prestação de um serviço. As taxas são prestações
estabelecidas por lei, a favor de uma pessoa colectiva de Direito
Público, como retribuição de um serviço individualmente prestado,
como retribuição pela utilização de determinados bens de domínio
público, ou ainda como remoção de determinado limite jurídico à
actividade dos particulares.
Do ponto de vista jurídico, a distinção passa pela existência ou não de
uma contraprestação por parte do ente activo da relação, isto é, passa
pelo carácter unilateral do imposto e o carácter bilateral da taxa.
O imposto resulta de se querer tributar um facto – a capacidade
tributária – e a taxa resulta do facto de se quer compensar uma
actividade individualizada prestada por alguém (exs. de taxa são o
pagamento dos serviços de registo civil e predial).

 Contribuições especiais:

- Contribuições de melhoria

- Contribuições do maior desgaste ocasionado

 Conceito de imposto:

O imposto é uma:

1) Elementos objetivos:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Prestação: A relação jurídica de imposto tem um carácter obrigacional ou


creditício, com objecto de natureza patrimonial.

pecuniária,

unilateral: não lhe corresponde a qualquer contraprestação específica a favor


do contribuinte. A esta prestação não corresponde qualquer contraprestação
por parte do credor da receita (Estado), em termos directos. Assim se distingue
o imposto do empréstimo forçado e da taxa.

Definitiva: que não dá lugar a qualquer reembolso, restituição ou


indemnização. Todas as importâncias que o sujeito passivo transfere para o
sujeito activo não são reembolsadas, a não ser que haja uma tributação
indevida. Por isso é que o imposto é diferente de empréstimo e de requisição
administrativa, dada a sua natureza definitiva.

coactiva: é uma prestação ex lege ou uma prestação que tem por fonte a lei.
A obrigação do imposto surge exclusivamente pelo encontro do facto tributário
ou do pressuposto do facto com a lei.

exigida pelo Estado ou outros entes públicos (elemento subjetivo): exigida a


detentores de capacidade contributiva (4º, nº1 LGT).

sem carácter de sanção (elemento teleológico): o imposto é exigido pelas


entidades que exerçam funções públicas para a realização das suas funções
de caráter não sancionatório. Nesta medida, o imposto pode ter como
finalidade não apenas financeira ou fiscal.

para a realização de fins públicos (elemento subjetivo): isto é, a favor de


entidades que exerçam funções ou tarefas públicas: não limita deste modo a
titularidade ativa dos impostos exclusivamente às pessoas coletivas públicas,
admitindo-se assim a hipótese de impostos exigíveis também a favor de
pessoas privadas que exerçam funções públicas.

 Recorte constitucional do sistema fiscal – art. 104º CRP

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

- Imposto sobre o rendimento pessoal

- A tributação das empresas: as últimas normas tributárias portuguesas


tenham afirmado o principio da tributação dos rendimentos reais, principio
recebido a nível constitucional quanto à tributação das empresas (CRP, art.
107, nº 2), os impostos continuam a incidir, em larga medida, sobre
presunções, o que, por vezes, determina injustiças menores do que tributar,
como se fossem reais, rendimentos cuja realidade não pode ser apreendida,
por deficiências de contabilização e outras razões ainda. Mas este é problema
de suma importância no plano da política financeira, que aqui não encontra o
assento mais adequado.

- A tributação do património

- A tributação do consumo

 Classificações dos impostos

- Impostos directos

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

- Impostos indirectos

 Classificações dos impostos

- Impostos periódicos - A relação jurídica fonte da obrigação de imposto tem


na sua base situações estáveis, que se prolongam no tempo, renovam-se
periodicamente (normalmente, todos os anos) (exs. IRS, IRC, IMI, IUC)

- Impostos de obrigação única - A relação jurídica fonte de obrigação


doimposto tem na sua base um facto ou acto isolado(ex. IMT, IS)

Principal importância prática: Contagem dos prazos de caducidade da


liquidação e da prescrição da obrigação do imposto

 Classificações dos impostos:

- Impostos de quota fixa - A lei determina que o montante de imposto a pagar


resulta de uma importância fixa. (ex.: Contribuição audiovisual);

- Impostos de quota variável:

- Proporcionais: A taxa é fixa, o montante a pagar varia com a matéria


colectável (exs.: IRC; IMI, IS;

- Progressivos: A taxa aumenta consoante aumenta a matéria colectável, até


a um limite (exs.: IRS. Algumas taxas de IMT (progressividade por escalões));

- Regressivos: A taxa diminui consoante aumenta a matéria colectável (não


existe nenhum exemplo actualmente).

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

18/03
O prazo de caducidade no fundo tem um limite temporal, para dar
estabilidade a vida do cidadão dos contributos.
Ex. caducidade:

Apesar do prazo ser de 4 anos está sujeito a causas suspensivas, que


suspendem esse prazo. Não existem causas introdutivas na caducidade,
apenas causas suspensivas. Ao contrário da prescrição em que temos
causas suspensivas e introdutivas.

 Diferentes efeitos entre uma Causa Suspensiva e Introdutiva


 Ex de causa suspensiva:

A partir da data que se verifica a causa suspensiva o prazo fica suspenso até
se verificar um determinado evento que cessa a causa suspensiva e o prazo
deixa de estar suspenso e retoma a contagem onde ficou. Admitindo que a
contagem ficou suspensa em 1 de janeiro de 2023 e 1 de janeiro de 2024 o
termo do prazo verificar-se-á em um ano, 1 de janeiro de 2025.

 Ex de causa interruptiva:

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Enquanto persistir a causa interruptiva o prazo não está a contar, ou seja,


entre 1 de janeiro de 2023 e 1 de janeiro de 2026, só quando a causa
interruptiva terminar é que recomeça a contagem do prazo, isto é, recomeça
a contar os 4 anos.
Art. 48º- a prescrição é o limite temporal que a autoridade tributária
encontrou para cobrar a dívida.

O prazo de prescrição pode extinguir a dívida quer em relação ao devedor


principal, quer ao subsidiário.

 CP 18
a) O prazo da prescrição é de 8 anos, nos termos do art. 48º, nº1 da
LGT. O prazo começa a contar, em conformidade com o 41º, nº1 da
LGT é a 01/01/2019, uma vez que o IRC é um imposto periódico. A
AT tem até 01/01/2027 para cobrar a dívida.
Há aqui algum evento que perturbou esse prazo dentro desse período
temporal? Sim, nos termos do art. 49º, nº1, a 4 de julho de 2020
verifica-se uma citação, uma causa interruptiva, portanto, o prazo que
estava a decorrer desde janeiro de 2019 ficou interrompido, a citação
interrompeu o prazo. A interrupção só se interrompe uma única vez,
com a causa que ocorrer em primeiro lugar, neste caso com a citação.
A impugnação depois já não releva como causa interruptiva, nos
termos do 29º, nº1 e nº3 da LGT.
Com a interrupção produz-se um efeito instantâneo o prazo a decorrer
a 1 de janeiro de 2019 e 01 de setembro de 2020 é inutilizado; ainda
teremos um efeito duradouro, o prazo recomeça a contagem quando
cessar a causa interruptiva, isto é, a execução fiscal. Quando terminar
a execução fiscal recomeça a contagem, o grande problema é que a
execução fiscal termina nos termos do art.176º do CPPT com o

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

pagamento, outra causa de extinção do processo de execução ou


quando a dívida é declarada ilegal e, portanto, anulada e o processo
extingue-se. Se houve o pagamento ou anulação da dívida o prazo de
prescrição já não serve de nada para o devedor porque a dívida está
paga ou já foi anulada. No fundo, argumento adotado pelos tribunais,
o efeito duradouro quando a causa interruptiva é a execução fiscal
significa, no fundo, que a dívida não prescreve. Se assim é quando for
extinto já nada serve contar o prazo de prescrição porque seria para
benefício do devedor. Haverá, portanto, aqui um problema quando a
causa interruptiva é a citação.
Se a causa interruptiva for outra não se coloca tanto esse problema.
Portanto, sendo uma causa interruptiva o prazo não recomeça a
contagem, a dívida não está prescrita em relação à sociedade, se eu
paguei a dívida ou se ela foi anulada já nada interesse para o devedor
a prescrição, logo, o prazo não começa a contagem, já não haverá
prescrição, se não for pago a dívida fica ad eternum, isto é, a espera
que a empresa tenha bens.

Ex:

b) Quanto ao responsável subsidiário (48º, nº2 e 3 da LGT)


Quanto ao responsável subsidiário,

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Nesta medida, o prazo de prescrição não está interrompido por força


da citação do devedor originário. Não produziu efeitos em relação ao
devedor subsidiário porque ele foi citado 5 anos depois. A dívida não
está prescrita porque ele foi citação antes de 1 de janeiro de 2027,
dentro do prazo de 5 anos e, portanto, a dívida não está prescrita em
relação a ele. Se ele fosse citado em 10 de agosto de 2027, depois do
prazo da prescrição aí a dívida já estava prescrita. Portanto, o
responsável subsidiário nessa situação não era obrigado a pagar a
dívida.

19/03

 Momentos da vida do imposto


O imposto é uma prestação definitiva e unilateral, estabelecida pela lei, a
favor de uma pessoa colectiva de Direito Público para a realização de fins
públicos; prestação esta que não constitui sanção de um acto ilícito.
Incidência – encontro do facto com a lei (a norma de incidência)
- Incidência pessoal (ou subjetiva) – determina quem suporta o encargo do
Imposto.
- Incidência real (ou objetiva) – determina o que é sujeito a tributação: que
rendimento, que património, que despesa.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 Cobrança (ou pagamento):


- Pagamento voluntário
- Cobrança coerciva.
São as normas que disciplinam as operações de arrecadação das receitas
tributárias, ou seja, disciplinam a cobrança de impostos pelo Estado e o
pagamento dos impostos por parte dos contribuintes.

 A incidência:
 Incidência: Fase da vida do imposto através do qual se define em
termos gerais e abstratos o que é tributável - Incidência real (ou
objetiva) - e quem é tributado – incidência pessoal (ou subjetiva).

 A liquidação (em sentido amplo)


Artigo 59.º do CPPT:
O procedimento de liquidação instaura-se com as declarações dos
contribuintes ou, na falta ou vício destas, com base em todos os
elementos de que disponha ou venha a obter a entidade competente.
O apuramento da matéria tributável far-se-á com base nas declarações
dos contribuintes, desde que estes as apresentem nos termos previstos
na lei e forneçam à administração tributária os elementos indispensáveis
à verificação da sua situação tributária. As normas de liquidação são
aquelas que regulam as operações que consistem na aplicação da taxa
de imposto à matéria colectável com vista ao apuramento da colecta.

 A liquidação (em sentido amplo):


A liquidação pode ser da responsabilidade da AT, (normalmente, como
vimos, com base na declaração do sujeito passivo) Ou, raramente, da
responsabilidade do sujeito passivo. Nestes casos, fala-se em
autoliquidação – o apuramento do imposto é da competência do próprio
sujeito passivo da obrigação tributária.
Não confundir com declarações para liquidação. A apresentação de uma
declaração não configura uma autoliquidação de imposto.
Exemplos de autoliquidação: O Decreto-Lei n.º 165/2019, de 30 de
outubro, que alterou o Código do IVA, estabelecendo um mecanismo de
autoliquidação do IVA relativamente a certas transmissões de bens de

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

produção silvícola; Ou a inversão do sujeito passivo ou IVA devido pelo


adquirente na construção civil.
 Caducidade do direito à liquidação do imposto 46.º e ss. da LGT
O procedimento de liquidação culmina com a notificação ao sujeito
passivo: requisito de validade ou de eficácia? Aparentemente, de eficácia,
sem prejuízo da caducidade do direito à liquidação.
Verifica –se quando decorrido um determinado período de tempo (sem
que a administração tributária apure o imposto). Findo esse tempo já não
o pode fazer. (art. 45º e seguintes Lei Geral Tributária).
Uma liquidação notificada depois de decorrido o prazo de caducidade não
é apenas ineficaz, gera invalidade, por ilegal.
Cobrança (ou pagamento):
- Pagamento voluntário
- Cobrança coerciva
Juros de Mora: Juros devidos /Penalização pelo pagamento fora de prazo
(art. 44 LGT).
 Prescrição da divida: forma de extinção da dívida (que tenha sido
liquidada dentro do prazo de caducidade).
O prazo geral de prescrição das obrigações tributárias é de 8 anos
(art. 48 e 49 da LGT).
Em suma temos quanto aos momentos da vida do imposto:
1. Instituição do imposto/ incidência - momento legislativo
2. Verificação do facto gerador - atuação dos contribuintes
3. Aplicação do imposto - momento administrativo (cada vez mais "p 3.1.
Liquidação em sentido amplo:
- Lançamento - subjectivo (identificação do contribuinte)
- objetivo (determinação da matéria tributável e determinação da taxa)
Liquidação em sentido estrito (aplicação da taxa à matéria tributável---
colecta)
- Deduções à coleta
3.2. Cobrança/ pagamento
- Voluntária

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

- Coerciva = execução fiscal (Administração Fiscal com a participação dos


tribunais)

25/03
 CP 20
O responsável pela dívida é a empresa, ela vai chamar os responsáveis
subsidiários, os gerentes. A at vai chamar o António a responder pela dívida
que originariamente era da empresa, estamos portanto, perante um ato de
reversão.
Nos termos do n.º 2 do artigo 23º e do artigo 24º, ambos da Lei Geral
Tributária (LGT), a AT pode reverter a dívida exequenda da responsabilidade
da devedora originária para os gerentes, na qualidade de responsáveis
subsidiários.
A AT pode efetivar a reversão contra o gerente António, nos termos da al. a)
do n.º 1 do art. 24º da LGT, é uma forma de comunicar que contra ele foi
revertido a execução fiscal. Qual é o meio de execução/processual que
António tem para reagir, contestar esse ato? António pode alegar que não
praticou atos de gerência, mas quanto a este ponto há que sublinhar que a
autoridade tributária está numa posição de credora/subsequente, ela tem de
se fundamentar. A AT tem o ónus, terá de provar que o António é gerente e
praticou atos, ao praticar o ato de reversão a AT tem que demonstrar que a
sociedade não tem meios suficientes (23º, nº2), isto é, que a devedora
principal não tem meios suficientes. Portanto, é necessário identificar o ato.
É um ato de reversão que foi praticado contra o gerente António na
qualidade de responsável subsidiário. A A.T. praticou um ato de reversão,
que foi originalmente instaurada contra a devedora principal, a empresa. A
AT tem que invocar outro facto, tem que ser realizada contra o gerente de
facto e não um gerente meramente nominativo. Quem tem que provar é a AT
Portanto, A A.T. nesta situação tem o ónus da prova. Está a invocar o direito
da reversão, para o invocar tem que fazer prova dos factos constitutivos do
direito que estão a invocar. Nos termos do artigo 23.º da lei geral tributária,
rege-se de acordo com as regras gerais da distribuição do ónus da prova do
Artigo 74.º da LGT, que é o artigo que disciplina as regras de distribuição do
ónus da prova.
A A.T. não cumprindo com o ónus da prova, não produzindo a prova que lhe
competia, não pode proceder o direito que pretende invocar.
Outro argumento que o António podia invocar? Artigo 24.º, n.º1. (74.º, n.º1)
A.T. tem que provar que o António é gerente de facto. O que acontece na
prática é que a A.T. vai à certidão permanente da empresa, da devedora

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

original que é a audiovisual e vai ver quem está nomeado como gerente de
direito. A A.T. no ato de reversão, faz a reversão invocando isso, o gerente
que está na certidão. Na maioria dos casos a A.T. não faz a prova. Terá que
ser o António em sede judicial a dizer que a A.T. não trouxe indícios
minimamente decentes e sérios para provar que demonstras se que António
era gerente de facto.
Caso se entenda que a A.T. ainda fez alguma prova mínima, então terá que
se provar que não é o gerente de facto, para abalar a prova mínima que a
A.T. possa ter produzido.
Existem alguns acordos que dizem o seguinte: que a A.T. no ato de reversão
não tem que fazer a prova de que o António é o gerente de facto, tem apenas
de invocar. Se o responsável subsidiário contestar a reversão fiscal, então a
A.T., no processo judicial, vai ter de produzir a prova.
Existem acordos que dizem que a A.T. não tem que fazer a prova no ato de
reversão mas se o ato de reversão for contestado, portanto houver um
processo judicial, então é nesse processo judicial que a A.T. tem que fazer a
prova.
No ato de reversão basta apenas invocar que o António é o gerente de facto,
mas se esse acto de reversão for contestado pelo responsável subsidiário,
então em sede de processo judicial a A.T. terá que fazer a prova.
António primeiro vai alegar que a A.T. não fez a prova que lhe competia que a
empresa não tinha bens suficientes para pagar a divida, e também a A.T. não
fez a prova que lhe competia que o António era o gerente de facto. Uma vez
que a A.T. não fez a prova que lhe cabia, o direito invocado não pode
proceder. A AT devia fazer prova que a devedora principal não tinha bens
suficientes e que António era gerente de facto, não fazendo não haverá
reversão da dívida. António poderia ainda demonstrar que não é gerente de
facto, numa segunda linha de defesa, fazendo uma prova documental.
António vai ter que provar que não teve culpa pelo facto da AT não ter bens
suficientes para pagar a dívida, aqui o ónus da prova é dele (24º, nº1, b)).
Qual é o meio que o António pode invocar para se defender? Qual é o meio
processual? Oposição à execuçao fiscal.
O António é citado da reversão e pode apresentar a oposição à execuçao
fiscal, nos termos do artigo 203.º e seguintes do CPT. Qual é o fundamento
na oposição a execução que ele vai invocar nos termos do artigo 204.º do
CPT? Alínea b. Ele é parte ilegítima nesta execução porque ele não é gerente
de facto e não foram provados os pressupostos para a reversão. Não é o
responsável pelo pagamento, sendo isso o que ele está a dizer no fundo,
sendo parte ilegítima nessa reversão fiscal contra ele.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

 CP 19:
Estamos perante um imposto IRC.
Aqui a questão que se coloca é saber se a dívida está prescrita em relação
ao responsável subsidiario. A dívida é só uma. Pode ser exigida ao devedor
principal ou a devedora principal originaria, mas também pode ser chamada
para outros responsáveis solidários ou subsidiarios para responderem pela
divida, mas a dívida é só uma. O prazo de prescrição está a decorrer quer em
relação ao responsável principal, a devedora principal, quer em relação aos
demais responsáveis, solidários ou subsidiarios.
Em relação aos responsáveis depois vamos ter causas de interrupção e de
suspensão que se produzem na contagem do prazo de prescrição.
Neste caso concreto verificamos o que? Primeiro qual é o imposto? O IRS.
Qual é o período? 2019.
Qual o prazo de prescrição aplicado? 8 anos, artigo 48.º, n.º1 da LGT, o prazo
de prescrição é o limite temporal que o legislador estabeleceu para a AT
cobrar a dívida, findo este prazo a AT não pode cobrar a dívida.
Quando de dá o início da contagem? 1 de Janeiro de 2020. Estamos a falar
do IRS de 2019 que é um imposto periódico. O início do prazo de prescrição
começa a contar a partir do tempo do ano gerador, 48º. Nº1 do LGT. Fim do
prazo de prescrição? 31 de Dezembro de 2027. A A.T. Tem entre 1 de
Janeiro de 2020 até dia 31 de Dezembro de 2027, a 1 de janeiro de 2028,
portanto, a AT não pode cobrar a dívida. Este prazo de 8 anos é para fazer o
que? Cobrar a dívida. O prazo de prescrição é o limite temporal que o
legislador fixou para a A.T. cobrar a divida.

Durante esse período de 8 anos houve algum facto perturbador na contagem


do prazo? Sim, 22 de Fevereiro, isto é, a citação. Qual é a natureza deste
facto, qual é o efeito? Citação é um evento de causa interruptiva. É um
evento que vai interromper a contagem do prazo a partir de 22 de Fevereiro
de 2021. Que efeitos vai produzir? Efeito instantâneo. Com a verificação da
causa interruptiva, vai se produzir o primeiro efeito que é o efeito
instantâneo. Isto significa que o prazo que decorreu entre 1 de Janeiro de
2020 até 22 de Fevereiro de 2021, decorreu 1 ano, 1 mês e 22 dias, esse
prazo que já decorreu, em benefício do devedor, é inutilizado, isto é, é como
se não tivesse decorrido. A causa interruptiva produz ainda um segundo
efeito, qual é? Efeito do prazo interrompeu-se, teremos aqui um efeito
duradouro, isto é, o prazo de prescrição vai começar a contar de novo
quando terminar a causa interruptiva.
Quando a citação é causa interruptiva, no fundo significa na prática uma
situação que a dívida não prescreve. A execução fiscal só vai cessar com o

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

pagamento ou com a anulação da dívida, significa no fundo que o prazo


nunca começa a recontar. É inútil o prazo de prescrição começar a correr
quando já houve pagamento ou anulação de dívida, é por isso que se diz que
a partir do momento que há citação a dívida não prescreve. É considerado
pela doutrina, uma solução alternativa, que o prazo comece a contar de novo
quando de verifique a causa extintiva, isto é, 22 de fevereiro de 2021, a
partir desta data a AT tem 8 anos para cobrar, 22 de fevereiro de 2029. A
alternativa da doutrina é que quanto ao efeito duradouro recomeça a contar
a contagem a 22 de fevereiro de 2021, com a verificação da causa
interruptiva, logo, o prazo de 8 anos conta a partir de 22 de fevereiro de
2021 e prescreve a 22 de fevereiro de 2029.

A questão que se coloca é se esses eventos também produziram efeitos na


contagem do prazo em relação ao responsável subsidiário?
Está citação produziu efeitos em relação ao responsável subsidiário? A
citação da devedora principal também interrompeu o prazo em relação ao
responsável subsidiário? Ou seja, em relação ao responsável subsidiário, o
prazo também ficou interrompido a 22 de Fevereiro de 2021?
Artigo 48.º, n.º3. Ele foi citado a 25 de Outubro. Ele foi citado 5 anos depois
da liquidação. Como foi citado 5 anos depois da liquidação, este facto não
produz efeitos em relação ao responsável subsidiário, portanto em relação
ao responsável subsidiário o prazo não ficou interrompido a 22 de Fevereiro
de 2021, nos termos do n.º3 do artigo 48.º.
Qual é o efeito duradouro? O prazo de prescrição so recomeça a contar (8
anos de novo) quando cessar/extinguir a causa interruptiva.
Há uma causa suspensiva (49º, nº4, b)).

Artigo 176.º do CPPT, extingue quando a dívida for paga ou for anulada.
O prazo de prescrição recomeça quando a dívida por paga ou anulada? No
fundo está interpretação do efeito duradouro, tal como ele decorre do efeito
civil, conduz como as dívidas fiscais não prescrevam. O prazo so recomeça
quando a dívida for paga. O prazo de prescrição é uma garantia do devedor.
Significa que decorrido o prazo de prescrição, a dívida não pode ser exigida a
ele. Se ele pagou a dívida, para que interessa o prazo de prescrição? Nem
pode existir.

No caso da alínea b, em 2 de Fevereiro de 2021. Esta prescrita a divida?


Prescreve a 1 de Janeiro de 2028. A 1 de Janeiro já não pode pagar. Se ele
for citado a 2 de Fevereiro de 2028, já decorreram mais de 8 anos. A citação
a 2 de Fevereiro de 2021 não interrompeu o prazo.

Nota: Ler o artigo 48.º, n.º2. Diz-nos a causa de suspensão e interrupção.


Portanto, temos que ter atenção às causas de suspensão. É que o artigo

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

48.º, n.º3 tem uma regra especial quanto a interrupção que nos diz que as
causas de interrupção não produzem efeitos se o responsável subsidiário for
citado 5 anos após a liquidação. A lei nada diz contra as causas de
suspensão. A impugnação no fundo é uma causa de suspensão, artigo 99.º,
n.º4, alínea b.
Temos que ver se a causa de suspensão já teria terminado.

05/01/2021 - Liquidação. 22/02/2021 - Citação. 12/05/2021 -


Impugnação judicial. Como a citação se verificou em primeiro lugar, entao
tem que ser uma causa suspensiva, artigo 49.º, n.º4, alínea b do LGT.

Vamos admitir que o processo terminou em 02/08/2022 - Houve uma


sentença desfavorável - Terminou (trânsito em julgado).
1.º a interrupção a 22/02/2021 não produz efeitos em relação ao
responsável subsidiário, nos termos do artigo 48.º, n.º3 do LGT.
2.º a suspensão produz efeitos em relação ao responsável subsidiário, nos
termos do artigo 48.º, n.º2 do LGT. O prazo de prescrição ficou suspenso
entre 12/05/2021 a 02/09/2022.

Mais ou menos 7 meses + 9 meses = 18 meses = 1 ano e 5 meses. O prazo


começou a contar em 02/09/2022, o que significa que o prazo iria
prescrever sensivelmente a 05/2029, porque seria 01/01/2028 + 1 ano e 5
meses.
As causas de suspensão produzem efeitos em relação ao subsidiário, só a
causa de suspensão tem este limite. Não produz efeitos se o responsável
subsidiário for citado 5 anos após a liquidação.
No que diz respeito às causas de suspensão, o período em que tiver
suspenso o prazo de prescrição produz efeitos em relação ao responsável
subsidiário.
O prazo só iria prescrever lá para Maio de 2029, porque esteve suspenso 1
ano e 5 meses.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

26/03
As dívidas fiscais ao contrário do c.c tem privilégio de execução prévia e o
regime está no art. 48º.
Nós podemos caraterizar os impostos de várias maneiras: rendimento, sobre
o património, quota fixa e variável, progressivo (irs e algumas taxas de irc),
não há impostos regressivos no nosso sistema fiscal.

 Impostos sobre o Rendimento das Pessoas Singulares


É um imposto:
1- Único: porque hpuve no final dos anos 80 a reforma de tributação do
rendimento, por cada origem sobre o rendimento as pessoas pagavam
um imposto e isso foi congregado no IRS.
Aquilo que eram os antigos impostos, hoje são novas categorias de
IRS. Numa primeira fase, do lançamento, um dos impostos onde se
nota mais a distinção é o IRS.
2- Rendimento tributável: o conceito aqui de rendimento é um
rendimento que decorre de uma determinada atividade. Nas
aquisições gratuitas (por sucessão ou tributação) não há nenhuma
aquisição da pessoas gratuitas.
3- Imposto progressivo: as taxas de imposto são progressivas por
escalão, aumenta a taxa de imposto conforme aumente a meteria
coletável, a exceção será quando as pessoas são tributadas por uma
taxa liberatória, isto é, estas taxas são proporcionais.
No IRS vigora o princípio da consideração fiscal da família que assenta
em 4 pilares (ver pp, os art,).
De facto, a nossa constituição trata o IRS e IRC de forma diferente por
força desse princípio. O IRS tem que ser regulado de forma a ter em conta
os encargos da família que é diferente das pessoas singulares.
Quociente familiar- visa diminuir a progressividade do imposto.
O primeiro momento da vida do imposto é o momento da vida de
incidência:
- incidência pessoal (ver normas de incidência no pp)- território nacional,
IRS, 13º. O agregado familiar é criado para permitir deduzir as despesas
não só as minhas mas a do meu agregado familiar, que é constituído

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

pelas pessoas estabelecida pelo art. 13º. Portanto, tanto pagam imposto
os residentes em Portugal que trabalham em estrangeiro, os não
residentes que trabalhem em Portugal são cá tributados as taxas
liberatórias, existirá uma dupla tributação nacional que é deduzida ou
eliminada.
A regra era a tributação conjunta e hoje em dia por defeito são tributados
separadamente e se quiserem optam pela tributação conjunta.
Constituição do agregado familiar (nº4).

 Categorias dos Rendimentos: Está tudo na categoria B, a C e a D


não existem, saltamos para E.
- categoria G: mais valias, p.ex se eu tenho uma casa a valer 10 e
vendo por 20, isso é uma mais valia.
Sai no teste toda a parte geral e o início da parte especial, irs não sai no
teste.

01/04
 CP 21
Existe aqui um acordo de pagamento em prestações e deram como
pagamento as receitas das apostas desportivas, receitas que resultavam da
totobola como pagamento para pagar as dívidas, durante 10 anos. A questão
que se coloca é que no final destes 10 anos chegou-se a conclusão que as
receitas das apostas desportivas não foram suficientes para pagar as dívidas
fiscais, por força de um decréscimo. A AT diz que não foi suficiente e diz
quanto é que ainda falta pagar. Os clubes alegam que fizeram uma dação
em cumprimento (837º) e que a sua obrigação extinguiu-se. Quem tem
razão? A AT tem poderes suficientes, atendendo a obrigação tributária, para
aceitar uma dação em cumprimento nos termos do art. 837º, isto é, aceitar
uma coisa cujo valor final pode ser inferior ao que eles têm que pagar?
A dação em cumprimento significa que extingue-se imediatamente a dívida
com o acordo que celebram (837º), já a dação pro solvendo (em função do
cumprimento) não se extingue a obrigação, na medida em que o crédito não
foi integralmente satisfeito, dada a indisponibilidade do crédito tributário. Ele
tinha poderes suficientes para fazer um acordo de dação em cumprimento?
Não porque a obrigação tributária é disponível e só pode ser feita nos termos
previstos na lei, por isso, é o legislador que aprova e não a AT, uma vez que o
MF não podia acordar ou dispor da obrigação tributária entendeu-se que
aquela dação em cumprimento consubstanciava-se numa dação em função

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

do cumprimento, atento ao art. 30º, nº2 da LGT, conjugado com o art. 40º,
nº2. A dação em comprimento e compensação pode ser abrangida nos casos
especificamente prevista na lei.
P. da Irrenunciabilidade da Obrigação Tributária – a Lei não previa perdões
fiscais mas sim outros planos de pagamento. Entendendo-se que estávamos
perante uma dação em cumprimento, uma vez que as receitas das apostas
não foram suficientes, haveria aqui uma renúncia parcial ao crédito
tributário.
42º LGT – o devedor apenas pode recorrer a pagamento em prestações
previsto na lei, 146º CPPT.
Portanto, não se extingue as dívidas fiscal o que foi pago ficou regularizado,
a parte remandescente tem que ser paga.

 CP 22:
Estamos perante uma questão de sub-rogação que só permitido após o
pagamento voluntário, prazo rápido de 15 dias a 1 mês, mesmo durante este
período é possível a sub-rogação. Estamos perante a constituição de uma
posição entre o sub-rogado e o credor, o sub-rogado vai ocupar a posição do
credor tributário, A partir do momento em que o sub-rogado assume a
posição o crédito transforma-se deixa de ser tributário e passa a ser de
natureza civil entre duas entidades privadas e até pode ser perdoado. A
relação entre o sub-rogado e o devedor é de natureza civil e, portanto, a
obrigação é civil. O novo sub-rogado pode perdoar a dívida ao credor. Não
podemos confundir a sub-rogação com a mera possibilidade de terceiro
pagar a dívida, que pode acontecer sem qualquer requerimento e interesse.
Neste caso ela pode provar interesse legítimo na venda ou ter interesse
legítimo. Porque a empresa mãe tem interesse legítimo? O fim da empresa
mãe é obter o lucro, realizar interesses altruísticos. A empresa filha vai ficar
a dever a mãe.

Outra situação é eu sou empresa mãe e tenho interesse em pagar as dívidas


fiscais ao fornecedor que se deixar de fornecer os meus bens fico com a
minha atividade paralisada, se eu demonstrar que tenho interesse em pagar
a dívida tenho aqui outra situação de interesse legítimo e depois acerto as
contas com o fornecedor.

Portanto, empresa mãe Grupo Automóveis SA pode se subrrogar nos termos


do artigo 41º nº2 LGT e 6º da Autoridade Geral Tributária (este último art. é

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

um adicional, não é obigatório), 91º e 92º do CPPT, sub-rogando-se nos


direitos do credor tributário, e para o efeito, apresenta requerimento – e para
que tal suceda, ora demonstra interesse legítimo, ora obtém autorização do
devedor. No caso, aparenta interesse legítimo na medida em que detém
participações na empresa afiliada, o que poderia resultar em consequências
económicas (ex.: penhora, outras medidas de cobrança coerciva, etc.)Neste
caso, a penhora que foi inicialmente registada na AT passa a ficar registada
a favor do sub-rogado, esse é o principal efeito.

 CP 26:
Estamos a falar de um irc, o ano é 2019, o prazo geral de caducidade
aplicável ao irc é de 4 anos.

O que interessa é o prazo de notificação (45º). Existem causas/eventos que


suspenderam o prazo? Na caducidade só existem causa suspensiva, o início
da inspeção externa é o facto que suspende o prazo de caducidade,
portanto, em 23 de setembro de 2003 suspende-se o prazo.
Qual foi o prazo de caducidade que já decorreu? já decorreu 3 anos, 8 meses
e 5 dias.

A inspeção tributária termina com a notificação do relatório, é com esta


notificação que termina a suspensão.
O prazo esteve suspenso 95 dias,

Nos temos do art. 46º, nº1 da lgt,

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Em 95 dias o prazo este suspenso, a doutrina não está 100% de acordo,


existem 2 hipóteses:

08/04
Retroatividade tipos.
A LN não se pode aplicar a factos cujos efeitos já se aplicaram na entrada
em vigor.
O valor axiológico que está subjacente a proibição da retroatividade é o da
segurança jurídica.
Retroatividade.
Caducidade.
Distinção entre taxas e impostos.

22/04
 CP
Enunciado:
A é casado com B
3 filhos (1 ano, 18 e 26 anos- Alfredo).
Residentes fiscais em território nacional.
Rendimento:
- António recebe 25.000 euros como funcionário público.
- Ana recebe 30.000 como arquiteta por conta própria.
- Alfredo recebe 12.000 como designer freelancer.
Despesas:
- António 5.000 euros segurança social; despesas de saúde 500 euros;
5.000 euros para educação- as despesas de saúde são despesas que estão
sujeitas a uma taxa reduzida de 6%. Retenção na fonte, António
relativamente aos rendimentos, houve imposto retido de 2.500.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

1) defina a incidência pessoal de António, Ana e filhos:


No caso de irs temos que começar pela incidência pessoal, há que verificar
se a pessoa física está sujeita a irs. Verificar se A., A e filhos são sujeitos
passivos de irs e estão sujeitos a tributação em sede de irs.
Art. 13º e seg. – incidência pessoal: são normas que disciplinam quem e em
que termos está sujeitos ao irs. Ficam sujeitos a irs quem reside em território
nacional, residentes fiscais e os rendimentos que ele tem em Portugal ou em
qualquer parte do mundo e os não residentes fiscais (16º), mas apenas
relativamente aos rendimentos que têm em Portugal, nos remete para o art.
18º
No caso A e A são sujeitos fiscais em território nacional.
Nós aqui temos mais que um sujeito passivo, A, A e os filhos, temos que ver
se estamos perante um agregado familiar art. 13º, nº2, existem 2 formas de
tributar o agregado familiar, tributação separada ou tributação conjunta.
Portanto, quando há um agregado familiar, isto é, mais que um sujeito
passivo, a regra é a tributação separado, vai-se apurar o imposto
individualmente ou podem optar por tributação conjunta (13º, nº2, quando
exista agregado familiar faz remissão para o nº4).
13º, nº4- agregado familiar, situação de cônjuges, unidos de facto (al. a).
Ainda pode ser os cônjuges separados e dependentes, pai e mãe solteira e
seus dependentes. O art. 13º, nº4 fala em dependentes remissão para o nº5.
O nº5 nos vai dar um conceito de dependentes, o mais comum são os filhos
menores (al. a) ou os filhos maiores com idade inferior a 25 anos (al. b).
No nosso caso qual é o agregado familiar para efeitos de irs? Quais são as
pessoas que compõem o agregado familiar? A, A e o filho de 5 e 18. Alfredo
tem mais de 25 anos, já não é dependente e também afere uma
remuneração anual superior ao salário mínimo de tributação. Esse agregado
familiar vai optar pela tributação conjunta (é o caso) ou atuam
separadamente e individualmente pelo irs. Alfredo vai apresentar a sua
tributação sozinho.

2) defina incidência real.


Vamos agora para o âmbito objetivo, incidência real (art. 1º e seg. do código
do irs). No nosso ex. temos que esse agregado obteve os seguintes
rendimentos: António recebe 25.000 euros como funcionário público e Ana
recebe 30.000 como arquiteta. Vamos fazer uma caterização dos
rendimentos. O legislador em virtude das diversas naturezas dos
rendimentos agrupou os rendimentos por categorias. O rendimento do
António engloba a categoria A (2º, nº1, c- cargo público, trabalho

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

dependente). Os rendimentos da ana pertencem a categoria B (art. 3º, nº1,


b)- rendimentos profissionais decorrentes de trabalho independente).
Nota: é importante categorizar porque cada categoria vai ter regras próprias
para encontrar o rendimento político de cada categoria. Portanto, ao
rendimento bruto cada categoria vai ter regras próprias.
Vamos agora aplicar as regras previstas no art. 22º e seg., em que se vai
determinar o rendimento coletável/líquido de cada categoria. No fundo ao
rendimento bruto vamos deduzir determinados gastos.

3) calcular o montante de imposto a pagar.


António: 25.000 ao rendimento bruto o art. 25º do código do irs, diz-nos que
ao rendimento bruto vamos deduzir o valor constante da lei art. 25º, nº1, al.
a) 4104 ou o valor que António suportou para a segurança social (5.000), o
maior valor.
Logo aos 25.000 vamos tirar os 5.000= 20.000, isso trata-se das deduções
específicas. Essas deduções são os gastos que o António teve de suportar
decorrente do exercício da sua capacidade profissional. Essa é a regra para
determinar o rendimento líquido da categoria A.
Agora vamos a regra do rendimento da categoria B, da ana. Os rendimentos
da categoria B tem dois regimes:
- regime simplificado: baseia-se numa presunção de gastos, presume-se
determinado valor onde vamos aplicar os coeficientes previstos no art. 31º
do código do irs. No nosso caso vamos aplicar o coeficiente 0,75 ou 75%, ou
seja, o coeficiente da al. b), 151º do código do irs está lá arquiteta. Isto
significa que ao rendimento bruto de 30.000 vamos multiplicar do 75%, os
7.500 são gastos, logo, o rendimento líquido dela são 22. 500 euros. É
importante enquadrar o coeficiente.
- contabilidade organizada: em vez de se presumir, aplicar o regime
simplificado, a Ana tem que ter uma contabilidade organizada, ir ao
contabilista aqui já estamos nos gastos efetivos. Aos 30.000 vai se reduzir
os gastos efetivos que a sua contabilidade apurou.
Art. 28º, nº2, categoria B é obrigatoriamente contabilidade organizada
superiores ou iguais a 200.000 euros, até 200.000 euros é facultativo.
Eles agora vão conjuntamente vão tributar os rendimentos, total de 42. 500
euros, art. 59º, nº2.
Agora vamos aplicar a taxa.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

No caso de tributação conjunta, as taxas do art. 68º do código do irs são


progressivas, quanto maior for o irs maior é a taxa.
De acordo com o princípio constitucional de consideração fiscal da família
vai-se dividir por dois ao rendimento, 69º, nº2, para não penalizar os
casados. A partir dos 21. 250, se fossem os 42.500 ficaria sujeito a uma
taxa de ?, já o 21. 250 fica sujeito a uma taxa de 35%.
As nossas taxas são progressivas, trata-se de uma progressividade por
escalões, isto significa que dos 21.250 os primeiros 7.112 vão ser tributados
numa taxa de 14%, entre 7112 até 10.133 outra taxa, entre os os 10.133-
25%, os 21.133 vamos fazer 21. 250- 001= sujeito a taxa de 30%, só a
ultima taxa de rendimento é correspondente a taxa de 30%. Com este
mecanismo o legislador pretende não penalizar aqueles que vêm o seu
aumento de rendimentos.
Em termos práticos aplica-se as chamadas tabelas práticas do irs:
recorrendo a esta tabela prática tem 3 colunas:
rendimento taxa Parcela a abater
21.250 (20.322 a… ) 35% 21.250 x 0.51=7,4375
2515 (escalões) x
0.63= 1 395,45

Ao rendimento coletável 21.250 aplicamos a taxa de progressividade dos


escalões, 35%.
69º, nº3- multiplica-se por 2 (coeficiente conjugal), ao rendimento coletável
dividimos por dois para descobrir a taxa, após coletar a taxa multiplicamos
por 2 que dá 9943 (coleta) a coleta vamos fazer as chamadas deduções a
coleta (78º), estas deduções têm uma natureza, são gastos que o agregado
familiar suportou para si enquanto entidade, isto é, saúde, educação etc. O
agregado familiar pode deduzir a coleta 600 euros (78º, a), neste caso temos
dois dependentes, 1200 euros.
Despesas de saúde gastaram 500 euros, mas vai se deduzir 15% dos 500,
75 euros, só se deduz 15% das despesas de saúde (78º, c), temos ainda um
limite de 1000, não posso deduzir mais de 1000 euros.
Despesas de educação 5.000 euros, nos termos do 78º, nº2, b) só posso
deduzir 30%, contudo tem um limite 800. Isto significa que eu gastei 5.000
até ao limite de 800, ou seja, só vou poder deduzir 800.
Aqui deduções a coleta são de 2. 255, portanto, 7.500 euros.
Portanto, 7.778.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Ao imposto deduzido não nos podemos esquecer que o António no ano de


2020 relativamente ao seu rendimento (25.000) já pagou de imposto, 2500,
ao 7778 temos que retirar 2500, logo tem a pagar 5278.

23/04

 IRC
Irc- imposto sobre rendimentos de pessoa coletiva. As pessoas singulares
não pagam irc.
 Quem está sujeito a IRC?
- estabelecimentos estáveis de pessoas coletivas estrangeiras: centro
autónomo de tributação e receitas, sujeito passivo de irc.
- alguns centros de personalidade jurídica.
Como se apura o irc? Tudo que seja custo que o ente sujeito a irc demonstre
é um custo essencialmente evolutivo. O rendimento coletável é o que é
tributável nas categorias em irs, em irc não há categorias, qualquer coisa
que a pessoa ganha é tributado, o lucro é a diferença entre a situação
patrimonial da sociedade que está refletida na contabilidade de acordo com
as regras contabilísticas a 31 de dezembro de 2019 a 31 de dezembro de
2020 o que contribui para alteração patrimonial é tudo, todos os lucros e
perdas, valorização e desvalorização do ativo patrimonial, ex. compra de uma
máquina, anualmente o seu custo vai desvalorizar- desvalorização/ a
sociedade tem uma carteira de ações e há uma valorização neste ano-
valorização. No irc a mera valorização das coisas contribui para formação de
lucro. Há acréscimos a coleta no irc, é o caso da derrama, isto é, sobre a
coleta incide a derrama municipal (imposto relativamente ao município),
derrama estadual e derrama sobre abuso- taxa de tributação autónoma, ex.
a sociedade tem um carro paga uma tributação autónoma sobre ela, uma
taxa sobre o valor do caso, assim a sociedade pensa 2 vezes antes p.ex de
comprar um Ferrari a um administrador, taxa anti-abuso. Há carros que não
têm tributação autónoma, veículos elétricos ou a sociedade transfere lucras
para paraísos fiscais, tributação autónoma. As empresas de aluguer de
veículos não estão sujeitas a tributação autónoma.

 IRS
As taxas de irs não são progressivas ao contrário do irc. Taxas
sucessivas/periódico/taxa variável. A tributação do irs faz-se por declaração
do sujeito passivo.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

29/04
 CP 24
Enunciado:
Código do IMT, lei do orçamento do estado 2021, senão atualizar o art. 2º.
- 5 acionistas: Maria (25%), vitória (25%), frederico (20%), catarina (20%) e
Afonso (5%).
- Depósito- 50.000 euros.
- Inventário- 1.000. 000 euros.
- IMT.

Resolução:
Art. 2º, nº2, al. d) que traz uma norma de incidência objetiva, vai-nos dizer
quais são os factos que estão sujeitos a tributação em sede de imt.
Os restantes números são ex. de factos que estão sujeitos a imt. Entre esses
factos também estão sujeitos a imt o art. 2º, nº2, d). O facto é a aquisição de
partes sociais que está sujeito a imt. Este facto à semelhança dos outros
pactos dos restantes números foge ao conceito geral do nº1. Quais são os
requisitos, neste caso concreto estão preenchidos os pressupostos da al. d)?
- aquisição de partes sociais: está preenchido, frederico está revestido de
pactos sociais- d);
i): o ativo da sociedade tem que ser composto por mais de 50% do bens
imóveis- 1.000. 050 sim. Essa sociedade se dedica a atividade imobiliária o
inventário é compostos pela soma dos valores dos imóveis.
ii): dupla negativa, dá uma positiva. Os imóveis têm que estar afetos a
atividade compra e venda de imóveis, consideração positiva. Este imóvel não
está afeto a atividade industrial.
iii): frederico tinha 25% e compra 55%, 80%, mais de 75%, portanto, está
preenchido. Numa operação em que o adquirente adquira mais de 75%
numa sociedade que se constitua a bens imóveis e cujo ativo corresponda a
mais de 50% das partes sociais está sujeita a imt porque o imt incide sobre a
transmissão das partes dos imóveis. Ele ficou proprietário de 80%. Ele não
adquiriu bens imóveis juridicamente falando, mas economicamente fica
sujeita a imt porque ele no fundo ficou proprietário económico dos imóveis.
Porquê 75%? Por causa da maioria, 75% manda na sociedade. Isto tem
haver com a interpretação económica dos factos tributários, art. 11º.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)


lOMoARcPSD|24856942

Qual é a base do imt? Art. 12º, nº19º, al.a). neste caso o imt iria incidir sobre
800.000.
80% x 1.000.000 (valor balanço) ou vpt imóveis
800.000 x Taxa do imt (art. 17º)

 CP 25:
Enunciado:
MA: 50.000- prédio urbano
JC: 500.000- prédio urbano
P: 100.000- numerário
Imóveis- 100.000

Resolução:
Art. 2º, nº5, e)
Avaliação do roc, art. 28º csc.
Quem é que paga o imt? Quem fica com a riqueza? A sociedade. Neste caso
ao valor tributável aplica-se a regra do art. 5º, nº2, maior dos 2. Há
via uma grande discrepância por desvalorização dos imóveis.

 CP 26:
Art. 2º, nº2, a) porque neste caso o promitente adquirente da sociedade
tomou posse do bem imóvel, verificou-se a tradição do bem.
O imt vai incidir sobre que base? Vai ser sobre o preço, 1.000.000, art. 12º,
nº1, h) o valor sobre o qual o comprador fica contratualmente obrigado.

E se não se celebrar o contrato definitivo? Art. 44º, nº2 quanto ao imt pago.

Descarregado por Catia Alves (sophsribeiro@gmail.com)

Você também pode gostar