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DOCUMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO FISCAL

 Documentação- é o conjunto de informações


compiladas e estampadas numa folha, livro,
folheto, etc.
 Legislação- é o conjunto de leis de um país ou
preceitos legais que regulam certa matéria.
 Fiscal- é a pessoa, o órgão ou qualquer acto
praticado ligado aos impostos.
DOCUMENTAÇÃO E LEGISLAÇÃO FISCAL

 A Documentação e Legislação Fiscal- é o estudo


da lei fiscal que está constituído pelo conjunto de
códigos e leis regulamentadoras de toda
actividade fiscal.
FIGURAS AFINS DA D.L.F
 Direito tributário- é o ramo do sector do direito que
regula, em sentido amplo, a relação jurídica
tributária(taxas, impostos, contribuições especiais).
 Direito Financeiro- é o ramo do Direito público que
regula a actividade financeira do Estado, que se traduz
na arrecadação de receitas para a satisfação das
necessidades colectivas nos termos do OGE.
 Direito Fiscal- é o ramo do direito financeiro que regula a
criação, o processo de arrecadação e a extinção dos
impostos.
ESTUDO DA LEI FISCAL

Ao estudarmos a lei fiscal, numa primeira fase, devemos


estudar outrossim as receitas e as despesas do Estado.
Receitas-são fontes de financiamento do Estado ou seja,
são os principais meios de financiamento do Estado.
Despesas-são todas as actividades levadas a cabo pelo
Estado, isto é, aquelas a que o Estado se propõe a
realizar para a satisfação das necessidades colectivas.
ESTUDO DA LEI FISCAL

*CLASIFICAÇÃO DAS RECEITAS*

De forma geral, as receitas podem ser classificadas


de 3 três formas:
1ºReceitas Voluntárias;
2ºReceitas Coactivas;
3ºReceitas Patrimoniais;
ESTUDO DA LEI FISCAL

*As receitas voluntárias - são todas aquelas que o


Estado realiza em igualdade de circunstâncias
com um particular. Ex: As Empresas Públicas no
momento da venda de um bem, tal como a
Endiama, o Nosso Súper, a Sonangol etc.
ESTUDO DA LEI FISCAL

*As Receitas Coactivas- são todas aquelas que


resultam da imposição do próprio Estado, isto é,
são impostas pelo Estado aos cidadãos a fim de
estes contribuirem para o rendimento público.
Exemplo: os impostos, as multas etc.
ESTUDO DA LEI FISCAL

*As Receitas Patrimoniais- são todas aquelas que


resultam do rendimento do próprio património do
Estado.
Exemplo: as taxas, os emolumentos(resultantes dos
serviços públicos, das receitas petrolíferas).
ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

Como é sabido por muitos, o Estado, na realização de uma das


suas funções políticas constitucionalmente consagradas nos
artº99 e 101 CRA, realiza algumas actividades económico-
financeiras com vista à satisfação das necessidades colectivas
ou públicas. porém, esta actividade encontra-se subjacente as
despesas públicas, pois esta é a razão de ser da cobrança dos
impostos e de todas as contribuições direcionadas à fazenda
pública. E estas despesas são feitas com vista a construção de
escolas, pontes, hospitais, estradas etc, garantindo, assim, o
combate pela redução das assimetrias previstas nos artº 89 e
90 CRA, combatendo a fome, a pobreza, a miséria etc.
ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO

Portanto, toda actividade financeira do Estado está


assente nos alicerces da legitimação política e
jurídica da cobrança dos impostos, mediante o
fundamento da participação dos cidadãos nas
despesas públicas, tal como consagram os artº88
CRA e 4 CGT, cumprindo, deste modo, com a
materialização de alguns princípios básicos.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

Falar de princípios é falar das linhas de


orientação e das bases seguras que suportam e
orientam toda a actividade fiscal do Estado. Assim,
os princípios estruturantes da fiscalidade são:
1ºPrincípio da Legalidade Fiscal;
2ºPrincípio da Igualdade Fiscal;
3ºPrincípio da Capacidade contributiva;
4ºPrincípio da segurança Fiscal;
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

De acordo com artº4 do Código Geral Tributário,


os princípios da fiscalidade são:
1ºprincípio da igualdade fiscal;
2ºprincípio da legalidade fiscal;
3ºprincípio equivalência;
4º princípio da justiça material;
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

Princípio da Legalidade Fiscal- segundo este


princípio, os impostos só podem ser criados por
um acto normativo com forma e força de lei; tal,
é o caso da Assembleia Nacional, que é o órgão
legislativo por excelência, tal como consagra o
artº165nº1 al.o) da CRA e o artº4 nº4 do CGT.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

Princípio da Igualdade Fiscal- traduz a ideia segundo a qual, todos os


contribuintes são iguais perante a lei fiscal, não havendo qualquer
discriminação na distribuição dos encargos públicos. Assim, todos os
cidadãos devem imposto de modo a contribuir para as despesas públicas.
deste princípio decorrem duas regras:
a)A Generalidade- todos os cidadãos são chamados a participar e a
contribuir para a s despesas públicas de acordo com a sua capacidade
económica.
b)A Uniformidade- todos cidadãos devem pagar imposto segundo um
critério uniforme que é o da igualdade horizontal(todos na mesma condição
devem pagar o mesmo) e o da igualdade vertical(os contribuintes de
condição diferente devem ter tratamento diferente).
Os fundamentos legais estão nos artsº23, 88 e 101 da CRA e 4 nº2 do CGT
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

Princípio da Capacidade Contributiva- segundo este


princípio, os impostos devem adequar-se à força
económica do contribuinte; por isso, deve incidir
sobre as manifestações de riqueza e que todas as
manifestações de riqueza lhe fiquem sujeitas; estas
realidades como o rendimento, o património ou o
consumo são índices para se determinar a capacidade
contributiva. Este argumento tem como fundamento
legal os atrsº88 da CRA e 4 nº3 do CGT.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DA FISCALIDADE

Princípio da Segurança Fiscal- a segurança não é


um problema específico do Direito Fiscal, mas
um problema conjunto da ordem jurídica. A
segurança do Direito Fiscal evita, o máximo
possível, a perturbação dos contribuintes,
conseguindo uma lei tão neutra quanto possível,
que permita a satisfação das necessidades
colectivas e a redistribuição de riquezas. Assim,
vem plasmado no artº 31 e 36 da CRA.
FONTES FISCAIS
São consideradas como Fontes todas as formas e
meios de surgimento, produção e revelação das
normas fiscais, bem como das matérias referentes
à fiscalidade.
Deste modo, as fontes fiscais podem ser
divididas em duas partes:
1ªFontes Directas ou Imediatas;
2ªFontes Indirectas ou Mediatas;
FONTES FISCAIS
Fazem parte das fontes directas ou imediatas a
Constituição e a Lei.
A Constituição é lei mãe de um país, ou seja a lei
fundamental de um país e que ocupa o lugar de destaque
na hierarquia das fontes, tal como espelham os artsº88,
89,90,91,92,101,102, 103 105, 175, 177 CRA.
A Lei é entendida como uma norma que regula uma
dada matéria e, no caso, a lei fiscal tal como o CGT,
CII,CPT,CIC, CAC, CIPU, CIS, CIRT etc.
FONTES FISCAIS
Fazem parte das fontes indirectas ou mediatas as norma regulamentares, o costume, a
doutrina, a jurisprudência, os contratos, as convenções etc.
Leis Ordinárias fazem parte destas os despachos executivos.
O Costume está consagrado no artsº7 e 29 da CRA, quando este não contrarie a
constituição.
A Jurisprudência esta só é atendível naqueles casos das resoluções do tribunal
supremo para efeito de uniformização da jurisprudência.
A Doutrina e uma fonte material e faz ligação, isto é, suporta o diálogo entre a
legislação e a jurisprudência, servindo de argumentação.
Os Contratos aqui destacam-se os contratos fiscais, tal como ilustra o artº19 do CGT.
As Convenções Internacionais esta só imperam nos casos da dupla tributação
internacional e da evasão fiscal.
UNIDADE IV- IMPOSTOS

DEFINIÇÃO
o imposto é, geralmente, definido como sendo uma
prestação unilateral, definitiva, pecuniária ou
patrimonial, estabelecida por lei a favor a Estado
ou de outra pessoa colectiva pública, sem carácter
de sanção, com vista a cobertura de despesas
públicas.
ELEMENTOS INTEGRANTES DO CONCEITO

No conceito de imposto podemos encontrar seis


elementos integradores, nomeadamente:
a)Prestação Unilateral- porque não confere
qualquer contrapartida ao contribuinte.
b)Prestação Definitiva- porque o contribuinte não
tem direito de exigir um reembolso.
c)Prestação Pecuniária- porque é realizada em
dinheiro.
ELEMENTOS INTEGRANTES DO CONCEITO

d)Prestação Estabelecida por Lei- porque resultam


exclusivamente da lei, que é a sua única
fonte,artº103 CRA e 4 CGT.
E)Sujeito Activo Público- porque é estabelecida a
favor de uma pessoa colectiva pública de direito
público.
f)Carácter não Sancionatório- porque o seu
pagamento não constitui sanção de um ilícito.
ELEMENTOS INTEGRANTES DO CONCEITO
Segundo Casalta Nabais, no conceito de imposto podemos
apenas encontrar três elementos:
a)Elemento Objectivo- o imposto tem cariz patrimonial,
pecuniário e unilateral.
b)Elemento Subjectivo- o imposto deve ser exigido a todas
as pessoas detentoras de capacidade contributiva, sejam
singulares ou colectivas, tal como espelha o artº88 CRA
C) Elemento Teleológico- o imposto visa a realização de
despesas públicas, como fim e objectivo traçado pelo
Estado.
FASES DA VIDA DO IMPOSTO

Olhando para o imposto numa perspectiva


dinâmica, encontramos dois momentos do ponto
de vista da sua disciplina jurídico-constitucional:
por um lado temos o momento do
estabelecimento, criação ou incidência do
imposto e, por outro, o momento da sua
aplicação, efectivação ou gestão, assim como
ilustram os art.º24 CGT, 165 nº1 al.e), 102 CRA
FASES DA VIDA DO IMPOSTO

1ºIncidência- nesta fase do imposto é definida o facto ou


o acto que dá origem ao imposto(facto tributário) e os
sujeitos activos e passivos da obrigação do imposto.
Esquematicamente, a incidência pode ser classificada
em duas partes:
a)Incidência Real- traduz algo sobre o qual recai o
imposto. Ex.artº1 CII, 4nº4CGT.
b)Incidência Pessoal- recai sobre a pessoa sujeita a
obrigação fiscal. Ex:3CII, 4nº CGT
FASES DA VIDA DO IMPOSTO

2ºAplicação do Imposto- é o momento


administrativo ou de gestão que se traduz em três
operações:
a)Lançamento- corresponde ao momento da
aplicação da lei que assenta na identificação do
sujeito e na determinação concreta da matéria
colectável, tal como está plasmado nos artº103
CGT e 22 CII
FASES DA VIDA DO IMPOSTO
b)Liquidação- é a operação aritmética que consiste na aplicação
de uma taxa à matéria colectável, bem como consagram os
artº119 CGT e 75 CII.
c)Cobrança e pagamento- são expressões que traduzem a
mesma realidade, pois a Administração Fiscal cobra e o
contribuinte paga; logo, trata-se do momento da entrada dos
valores nos cofres do Estado, tal como espelham os
artº135CGT e 25 CII. Porém, a cobrança pode ser voluntária-
quando é feita no prazo ;e coerciva- quando vence o prazo e
dá lugar ao processo fiscal e juros de mora; estas são as
modalidades da cobrança.
FIGURAS AFINS DOS IMPOSTOS

Nesta fase vamos agora analisar algumas figuras tributárias


que pela sua natureza, apresentam alguns pontos de
contacto com os impostos:
1ºImpostos parafiscais- são aqueles que o Estado cobra não
com a finalidade de simplesmente obter receitas para a
realização de fins públicos, mas sim obter receitas e
atingir outras finalidades.
2ºImpostos Extrafiscais- são aqueles que se destinam
simplesmente à realização de uma finalidade específica e
devem subordinar-se ao princípio da conveniência.
FIGURAS AFINS DOS IMPOSTOS
3ºTaxas- são receitas tributárias com carácter
sinalagmático, não unilateral, derivante do
funcionamento da natureza do facto constitutivo da
obrigação e que consiste na prestação de uma actividade
pública ou na utilização de bens de domínio público ou
na remoção de um limite jurídico à actividade dos
particulares.
4ºServiço Militar- distingue-se do imposto pelo facto de
este traduzir-se numa prestação pecuniária e aquele
numa prestação de facto(soldado)
FIGURAS AFINS DOS IMPOSTOS

4ºPrestação para a Segurança Social- é uma


prestação feita pelo empregador, empregado e
destina-se ao fundo de segurança social com o fim
de prover as pensões de reforma ou subsídios de
aposentadoria.
5ºRequisição Administrativa e expropriação por
utilidade pública- distingue-se do imposto porque
traduz-se em prestações de coisas, ao passo que o
imposto traduz-se em prestação de facto.
FIGURAS AFINS DOS IMPOSTOS

6ºMultas- é o valor que é pago ao Estado, resultante


da violação de uma disposição legal de
cumprimento obrigatório.
7ºContribuições Especiais- são valores pagos a uma
instituição com a finalidade de suprir algumas
despesas, resultantes do uso da mesma, quer para
a sua manutenção, quer para a seu melhor
funcionamento.
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
Várias são as distinções que tradicionalmente se
procedem relativamente aos impostos, daí que a sua
classificação dependa dos critérios adotados e haja
divergência entre os autores. Todavia, nós vamos utilizar
um critério classificativo mais comum e usual. Deste
modo, os impostos classificam-se segundo os seguintes
critérios:
1ºCritério ou aspecto económico- neste critério podemos
distinguir dois tipos de impostos:
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

a)Impostos Directos- são aqueles que incidem sobre


a pessoa que se pretende suporte o próprio
encargo económico do imposto, ou seja, impostos
que incidem sobre a capacidade económica do
contribuinte. Ex: IRT, IPU, II, artº 13 e 11 CGT.
b)Impostos Indirectos- são aqueles incidem sobre a
forma de manifestação da capacidade
contributiva. Ex: imposto de consumo, imposto de
selo, artº12 CGT.
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

2ºCritério ou aspecto do sujeito activo- neste critério


encontramos igualmente dois tipos de impostos:
a)Impostos estaduais- são aqueles em que o sujeito
activo é o Estado. Ex: IRT, II.
b)Impostos locais ou não estaduais- quando o sujeito
activo não é o Estado, mas uma outra pessoa
colectiva de direito público, como é o caso das
autarquias locais. Ex: impostos municipais.
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
3ºCritério ou Período do Tempo em que Ocorrem- aqui
podemos encontrar outrossim dois tipos de impostos:
a)Impostos periódicos- quando os factos ou situações que
dão origem ao imposto se repetem no tempo com
carácter de continuidade. Ex: IRT, II.
a)Imposto de obrigação única- quando os factos ou
situações que dão origem ao imposto não se repetem
com carácter de periodicidade, mas ocasional ou
esporadicamente. Ex: impostos sobre as sucessões,
imposto sobre as doações…
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
4ºCritério da taxa ou cálculo do montante da prestação pecuniária- ao
contrário dos outros, neste critério podemos encontrar tês tipos de
impostos:
a)Impostos proporcionais- aqueles que possuem uma taxa uniforme,
isto é, a taxa é sempre a mesma qualquer que seja a matéria
colectável. Ex: II, IPU, artº64 nº1(a taxa é 30%).
b)Impostos progressivos- aqueles cuja taxa aumenta à medida que
aumenta a matéria colectável ou tributável. Ex: IRT(a taxa vai de
07 à 17 %).
c)Impostos regressivos- aqueles cuja taxa diminui à medida que
aumenta a matéria tributável. Ex: Imposto emolumentar incide
sobre certo imposto predial, comercial , de navio, actos
notariais…
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Segundo Casalta Nabais, importa referir que tanto o


imposto proporcional como o imposto progressivo
são os dois de quota variável, sendo de taxa fixa os
proporcionais e de taxa variável em regra os
progressivos.
Devemos ainda reter outra classificação de imposto:
1ºImpostos Específicos( ad rem)
2ºImposto de valor( ad valorem).
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
1ºOs impostos específico(ad rem)- são todos aqueles que
incidem sobre as grandezas físicas, tais como a
quantidade, o volume ou o peso de determinado bem ou
mercadoria, a área ou a tipologia de um imóvel, a
cilindrada ou o nível de emissões poluentes de um
automóvel.
2ºImposto de valor(ad valorem)- são todos aqueles que
incidem sobre valores, tais como o valor do rendimento,
do património ou do consumo do sujeito passivo.
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
3ºImpostos reais- são aqueles que incidem sobre a matéria
colectável, sem levar em linha de conta as condições
concretas dos contribuintes. Ex: Imposto de sisa(incide
sobre o bem ou sobre a matéria colectável de modo
objectivo, sem considerar de que estiverem na
titularidade da matéria colectável.
4ºImpostos pessoais- estes ponderam a condição socio-
económica do contribuinte, isto é, tributam a matéria
colectável numa perspectiva subjectiva tendo em conta as
condições económicas concretas do contribuinte. Ex:IRT.
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS
5ºImpostos gerais- são aqueles que se aplicam a toda uma categoria
homogénea. Ex. IVA.
6ºImpostos especiais- são aqueles que, não obstante dizerem respeito
aos factos ou situações genericamente nos primeiros, estes são
objectos de uma disciplina jurídica especial. Ex. imposto de jogo.
7ºImpostos principais- são aqueles que não dependem de um outro,
isto é, existem por si só.
8ºImpostos acessórios- são aqueles que dependem na sua existência
ou nos seus elementos da prévia existência dos outro, assim, os
impostos acessórios seguem as falhas dos impostos principais de
que dependem.
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS

A interpretação jurídica é genericamente definida como


a actividade hermenêutica do jurista com a finalidade
de determinar o sentido de certa norma jurídica.
Todavia, quanto às leis fiscais existem algumas teorias
que definem os aspectos particulares da interpretação:
1ºTeoria da dúvida contra o fisco- esta teoria defende
que, em caso de dúvidas na interpretação de uma
norma deve determinar-se em sentido favorável ao
contribuinte e contra o Estado.
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS

2ºTeoria da dúvida a favor do fisco- esta corrente defende


exactamente o contrário da primeira, pois sustenta que, em
caso de dúvida deve determinar-se em sentido favorável ao
Estado e contra o contribuinte.
3ºTeoria da interpretação literal- esta última defende que a
interpretação não deve ser contra nem a favor do Estado,
porém deve ser uma interpretação tão porque as leis fiscais
limitam direito dos particulares, atingem o património dos
particulares, pelo que devem ser interpretadas literalmente
garantindo o respeito pelas propriedades privadas.
INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS

Hoje por hoje, a justa distribuição dos encargos


tributários pode ser também uma forma a
considerar na interpretação, isto por uma questão
de justiça e pela necessidade de obtenção de
segurança jurídica na área fiscal. Assim, é de
aplaudir a orientação de que as normas fiscais se
interpretam como quaisquer outras normas
jurídicas , tal como estipulam os artºs 9 CC,
remetendo para o artº5 CGT
INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS FISCAIS

Na integração das lacunas, o nº1 do artº6 CGT, conjugado com o


artº10 CC começam por admitir genericamente o recurso à
analogia, acabando, todavia, por restringir significativamente o
seu âmbito, já que exclui no preenchimento das lacunas as
normas que que fixem sanções, as isenções, a incidência, as
infrações e as taxas.
Defende-se que não deve ser proibida uma integração por
analogia, decorrente, obviamente do artº6 CGT, mas que no seu
nº2 há uma excepção referente às normas fiscais sancionatórias-
que definem as infrações fiscais bem como as sanções, até as
normas que definem elementos essenciais dos impostos.
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO TEMPO

Ainda no capítulo respeitante à interpretação, existe


uma outra teoria da interpretação de acordo com
a Constituição- defendendo a ideia de que em
caso de um resultado de interpretação que
respeite a Constituição e outra que não a respeite,
prevalece aquela que salva a constitucionalidade
da norma.
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO TEMPO

Já no capítulo da aplicação das normas, é mister dizer que tal como é


consagrado, na generalidade das normas jurídicas vigora o princípio da
não retroactividade segundo o artº12 CC, significando deste modo que
as normas só se aplicam para o futuro, havendo, como é óbvio, algumas
excepções…
Princípio da não Retroactividade dos Impostos- este princípio está
consagrado constitucionalmente no artº102 nº2 CRA, proibindo
expressamente a não retroactividade da lei fiscal; as normas fiscais não
têm efeito retroactivo, sendo as leis de carácter sancionatório, quando
sejam mais favoráveis ao contribuinte, consagrando-se, deste modo,
como um direito de resistência, uma proibição da retroactividade que o
CGT reitera no seu artº8: as normas tributárias aplicam-se aos factos
posteriores à sua entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer
impostos retroactivos.
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO ESPAÇO

A eficácia das normas rege-se tradicionalmente pelo princípio da


territorialidade- segundo este princípio, as leis territoriais apenas se
aplicam aos factos ocorridos no território a que pertencem,
independentemente da situação em causa.
Porém, com a evolução das economias tem surgido factos que escapam
à aplicação da regra da territorialidade. Este facto levou ao surgimento
de um outro princípio que é o princípio da extraterritorialidade- que
afirma e exige para a sua aplicação a existência de elementos de
conexão, pois são estes que fazem a ligação entre um ordenamento
jurídico e um determinado facto.
Estes elementos de conexão são: elemento objectivo e elemento
subjectivo
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO ESPAÇO

Fazem parte dos elementos subjectivos os seguintes


princípios:
a)Princípio da nacionalidade- segundo o qual, a
nacionalidade de uma pessoa é tida em conta como
critério de pagamento de impostos. Portanto, os cidadãos
de um Estado que exerçam a actividade económica
rentável num outro Estado, devem pagar imposto no seu
Estado de origem(modelo dos EUA)- TPC: o Estado
estende o seu poder de tributar a um outro território,
incidindo sobre os seus cidadãos ai residentes?
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO ESPAÇO

b)Princípio da residência- a residência também é um


dos critérios de fonte para a tributação levada em
conta como critério de pagamento de imposto.
Portanto, as pessoas ou empresas residentes num
determinado Estado devem pagar imposto a este.
TPC: que princípio se opõe ao princípio da
residência e por quê?
Fazem parte dos elementos objectivos os seguintes
princípios:
APLICAÇÃO DAS NORMAS FISCAIS NO ESPAÇO

a)Princípio da origem da fonte de rendimento- nos países em via de


desenvolvimento tributa-se a exportação de determinados bens que se destinam
a benefícios dos países desenvolvidos.
b)Princípios do lugar da produção dos bens de consumo- este defende a tributação
em função do lugar da produção ou do consumo do bens.
c)Princípio do lugar da localização dos bens- este defende o critério da localização
do património, pelo que deve tributar o Estado do país em que se encontre o
imóvel. TPC: que tipo de imposto se verifica neste princípio? IPU.
Desta forma encontramos esta consagração no artº9CGT, em que no nº1 temos o
princípio da territorialidade pessoal ou subjectiva. A a aplicação territorial dos
modernos sistemas de tributação de rendimentos giram em torno de dois
princípios: o princípio da residência e o princípio da fonte.
OBS: o artº9CGT combina tanto o critério da nacionalidade como o da residência.
TPC: identifique os princípios consagrados no artº9CGT
DUPLA TRIBUTAÇÃO
A situação ocorre quando há concurso de normas, isto é, uma
situação em que o mesmo facto tributário se enquadra na
hipótese de duas normas tributárias diferentes. Ela pode ter
duas modalidades:
1ºDupla tributação interna- ocorre no mesmo país em que há
espaços fiscais diferenciados em função da descentralização
política administrativa autárquica.
2ºDupla tributação internacional- ocorre quando envolve dois ou
mais países, havendo a chamada regra das quatro identidades:
sujeito, objecto, o período tributário e o imposto. TPC: Dê
exemplo da dupla tributação?
A RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL

Em termos genéricos, a relação jurídica define-se


como sendo um facto social susceptível de
produzir efeitos a nível do direito( atribuição de
um direito subjectivo-sujeito activo, e a obrigação
de um dever de sujeição-sujeito passivo.
Entretanto, a relação jurídica fiscal ou do imposto
considera-se hoje como uma relação publica de
natureza obrigacional. Nesta relação existe uma
obrigação principal e outras obrigações acessórias.
A RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL

1ºA obrigação fiscal propriamente dita ou


obrigação principal- é o vínculo, a união ou a
ligação que nasce da verificação dos pressupostos
tributários previstos na lei `a qual o contribuinte
fica ligado ao dever para com o Estado; tal é o
estatuido no artº397CC segundo o qual, o
abrigação é um vínculo jurídico pelo qual uma
pessoa fica adstrita a outra à realização de uma
prestação.
A RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL

2ºOgrigações acessórias- têm como finalidade


concretizar a obrigação principal; por exemplo,
as obrigações declarativas em que o contribuinte
é obrigado a declarar o seu rendimento ainda que
por conta própria, conforme o disposto no nº2 do
artº50 CGT.
A RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL: CARACTERÍSTICAS
DA OBRIGAÇÃO FISCAL

Dentro da obrigação fiscal específicamente,


podemos encontrar quatro características:
1ºÉ uma obrigação de direito público- porque é de
interesse público.
2ºÉ uma obrigação indispensável- porque o titular
da obrigação não pode dela dispor livrevemente,
excepto por lei, assim como está espelhado no
artº61 CGT
A RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL: CARACTERÍSTICAS
DA OBRIGAÇÃO FISCAL

3ºÉ uma obrigação que goza da presunção de


inocência, tal como reza a al.a), nº1 do artº23
CGT.
4ºÉ uma obrigação irrenunciável- isto é, o sujeito
não pode recuar nem renunciar este crédito.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

A relação jurídica tributária é uma relação


complexa porque além de uma obrigaçaõ
principal, existem obrigações obrigações
acessórias. Porquanto, sendo os impostos uma
relação jurídica, integram nela os seguintes
elementos: sujeito, objecto, facto e garantia.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

SUJEITO- os sujeitos da relação jurídica fiscal são


todas aquelas pessoas que fazem parte, ou seja,
aquelas que são titulares dos direitos e dos deveres da
relação jurídica. Assim, por um lado temos o sujeito
activo e, por outro, o sujeito passivo. No entanto, para
se ser sujeito de uma relação jurídica, tem que se ter
personalidade jurídica que é a susceptibilidade de ser
titular de direitos e obrigações; este pressuposto está
previsto no nº1 do artº28 CGT.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

Já o artº30 CGT aborda dos outro requisito que é a capacidade


jurídica como sendo a susceptibilidade de estar representado
em juízo.
Portanto, o sujeito activo da relação jurídica tributária é o
Estado, que está representado pelos organismos públicos que
integram a administração fiscal tais como: AGT(Autoridade
Geral Tributária), que representa a administração fiscal na
maior parte dos impostos; DNI(Direcção Nacional dos
Impostos); SNA(Serviço Nacional das Alfândegas); todos
consagrados no artº28 nº2CGT
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

Por sua vez, o sujeito passivo da relação é, em


sentido amplo, o contribuinte ou o devedor do
imposto, que está dividido em: contribuinte directo,
o substituto tributário e o responsável tributário.
Considera-se sujeito passivo a pessoa singular ou
colectiva, o património ou a organização de facto
ou de direito que estão vinculados ao cumprimento
de uma prestação tributária, conforme o disposto
no artº28 CGT.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

Também o sujeito passivo da relação jurídico-fiscal


é ou pode ser toda pessoa singular ou colectiva a
quem a lei impõe o dever de efectuar uma
prestação, sejam impostos, sejam obrigações
acessórias.
a)Contribuinte directo- é o titular da manifestação
da capacidade contributiva, em relação ao qual
ocorre ou suporta o desfalque patrimonial que o
imposto acarreta.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

b)Substituto Tributário- é quele que fica obrigado a pagar


o tributo além do contribuinte, quando este não seja
capaz de o fazer(em caso de solidariedade ou dívida),
segundo o postulado nos artºs 47 e 48 CGT.
c)Responsável Tributário- também é chamado de
contribuinte indirecto. Pois o desfalque patrimonial
ocorre na sua esfera económica através do fenómeno da
repercussão do imposto(só paga por estar numa posição
de facilidade ou de maior segurança)´, tal como ilustram
os artºs 72 e 73 CGT.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

OBJECTO- a matéria referente ao objecto vem


regulado no artº 50 CGT, segundo o qual o objecto
da relação é formado pelo crédito e dívida, pelo
direito a prestação e dever a sujeição, pelo direito
a dedução, reembolso ou restituição do imposto,
bem como pelos direitos a juros. No entanto, o
objecto da relação jurídica pode ser classificado
em:
Objecto imediato e objecto mediato.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

a)Objecto Imediato- é o conjunto de poderes do sujeito


activo e os correlativos deveres do sujeito passivo.
b)Objecto Mediato- é a própria prestação, isto é,
aquilo que tem de se prestar.
Em resumo, o objecto do imposto chega a ser a
situação, o facto ou a actividade sobre a qual recai a
tributação, isto é, a matéria colectável. Ex: o objecto
do IRT é o salário- por este ser o rendimento que se
obtém pelo seu trabalho.
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RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

FACTO- dispõe o artº 24 CGT que a obrigação tributária


constitui-se com a verificação dos factos que definem a
incidência do respectivo tributo… ou seja, a relação
jurídica tributária se constitui com o facto tributário;
estes são factos da vida social relevante para o Direito
Fiscal, visto que relevam certa capacidade económica e
estão previstos na norma de incidência fiscal, cujos
pressupostos são: personalidade jurídica, a matéria
colectável, o rendimento, o património e o consumo que
manifeste a capacidade contributiva.
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA: ELEMENTOS DA
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

GARANTIA- o património do devedor constitui a


garantia geral dos créditos tributários, tal como
dispõe o artº 64 CGT, conjugado com a rega que
decorre do artº 601 CC, no que diz respeito à
garantia geral das obrigações e, subsidiariamente,
o artº817 do mesmo diploma legal.
De outra sorte, existem as garantias especiais que se
destinam a reforçar as garantias gerais e que se
dividem duas parte:
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RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUNAL

a)Garantias especiais reais- são aquelas que consistem na


afetação de um ou mais bens à satisfação do crédito do
imposto, segundo o estipulado no artº 67 CGT, que remete
para o artº 733 CC.
b)Garantias especiais pessoais- são aquelas que são
determinadas em função da titularidade de um património, tal
como dispõe o art- 72 CGT.
c)Garantias impugnatórias- são aquelas que estão consagradas
no artº23 CGT e que visam evitar que os actos da
Administração Fiscal lesem os direitos ou interesses
legalmente protegidos dos contribuintes.
SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL

O sistema de segurança social garante a


subsistência material dos cidadãos nas situações
em falte ou haja uma diminuição física da
capacidade para o trabalho, em situações de
doença, velhice, acidente de trabalho ou morte do
trabalhador para efeitos de subsídios de morte e
abono de família, conforme consagra o artº 77
CRA.
SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL

1-Beneficiários
a)Os trabalhadores por conta de outrem que tenham
cassado a actividade laboral por doença ou limite
da idade activa.
b)Os trabalhadores por conta própria que,
voluntariamente, se tenham inscrito no sistema de
segurança social.
c)Os filhos menores e a viúva ou viúvo do de cujus.
SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL
2-Aplicação
O sistema de segurança social aplica-se nas seguintes
situações:
1ªEm caso de acidente de trabalho ou doença resultantes de
actividades profissionais que periguem gravemente a vida
do trabalhador.
2ªEm caso de protecção do emprego com vista à manutenção
social.
3ªEm caso de protecção do agregado familiar do trabalhador
falecido.
SISTEMA DE SEGURANÇA SOCIAL
´3-Inscrição
É obrigatória a inscrição no sistema de segurança social de
todos os trabalhadores por conta de outrem, incluindo as
entidades empregadoras.
4-Finalidade
O sistema de segurança social tem como objectivo garantir a
estabilidade material e social dos trabalhadores e do seu
agregado familiar.
A fraude contra a segurança social está consagrada no artº
147 CRA/ CGT.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
O sujeito passivo da relação-fiscal tem diversos
deveres, como é o caso do dever de registo, cujo
regime jurídico vem previsto em dois decretos:
1ºDecreto 29/92-Registo Geral dos
Contribuintes;
2ºDecreto 61/04-Institui o Número de Identificação
Fiscal;
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
O segundo decreto tornou o regime obrigatório, não
só para as pessoas colectivas, mas também para as
pessoa singulares que exerçam uma actividade
profissional, liberal ou económica num prazo de
seis meses.
O NIF corresponde a um número com dez dígitos e
inclui também os não residentes que obtenham
rendimentos sujeitos a tributação na fonte à título
definitivo em território angolano.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
Nos termos deste diploma legal, qualquer pessoa singular
ou colectiva, antes de iniciar uma actividade económica
ou profissional deve proceder ao seu registo junto da
repartição fiscal da sua área de residência ou da sede da
pessoa colectiva. Assim, determina a lei a exigência do
número de contribuinte em determinadas operações,
como a abertura de conta bancária, concursos públicos,
realização de comércio interno ou externo… hoje
aparece o decreto 61/04 substituindo o actual registo dos
contribuintes.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
Domicílio Fiscal- em direito define-se o domicílio como
sendo o local de residência habitual da pessoa singular
ou da sede estatutária da pessoa colectiva, faltando este,
é o local da direcção efectiva, confirmado no artº37 e 38
CGT.
A residência é o principal elemento que permite verificar
qual o Estado que vai tributar o rendimento. Deste
modo, a primeira condição para que os indivíduos ou
entidades sejam sujeitos passivos em sede de impostos,
é terem a residência em território angolano.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
Portanto, para as pessoas singulares o artº37CGT,
conjugado com artº 7nº2 do decreto 61/04
estatuem que o domicílio da pessoa singular é a
sua residência habitual. Ao passo que para as
pessoas colectivas vem regulado no artº38 CGT,
segundo o qual o domicílio da pessoa colectiva é
aquele que vem fixado nos estatutos e, na falta
destes, a sua direcção efectiva.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
Estabelecimento estável- este é um elemento fulcral que
permite aferir se existe ou não, uma presença eficiente
de uma empresa num determinado país, que permita que
ai ocorra a sua tributação, segundo o artº39 CGT. E este
pode ser divido em:
a)Estabelecimento estável real- aquele que decorre da
presença de uma instalação fixa.
b)Estabelecimento estável pessoal- aquele que deriva da
representação através de um agente, ou seja uma
empresa.
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO
FISCAL(NIF)
De forma geral, o estabelecimento estável é definido como sendo
qualquer instalação fixa, através da qual seja exercida uma
actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, nos
termos do artº39 nº1 CGT.
Já a direcção efectiva é, geralmente definida como sendo o local
onde decorre, de facto, a gestão da sociedade, isto é, trata-se
então do local onde são tomadas as decisões superiores,
refletindo o poder de controlo de facto.
O NIF, vulgarmente conhecido como úmero de contribuinte é um
número atribuível a todas as pessoas singulares ou colectivas
sujeitas a imposto.
SIATEMA FISCAL ANGOLANO
Como se sabe, a legislação fiscal angolana em vigor
remonta, em muitos casos, no período anterior à
independência, revelando-se, por isso, desajustada à
realidade que pretende regular em face das profundas
mudanças que, em diversos níveis, ocorreram em
Angola.
Entrementes, o sistema fiscal em Angola é de forma ou
tipo parcelar ou cedular que agrava as diferentes
espécies de rendimento em função da sua fonte e
natureza.
SIATEMA FISCAL ANGOLANO

Assim, os impostos cedulares(analíticos) são


aqueles que tributam o rendimento em vários
impostos autónomos de acordo com a fonte
geradora.
Ao contrário daqueles, temos os impostos únicos
(sintéticos) que tributam o0 rendimento líquido
global do sujeito passivo ou do agregado familiar,
como é o caso de Portugal.
SIATEMA FISCAL ANGOLANO

Em linhas gerais, a reforma no sistema angolano é


imperiosa e prevê outros objectivos como é o
caso de acabar com a quase dependência das
receitas fiscais dos petróleos, impulsionando,
deste modo, a captação de maiores receitas para o
Estado no sector não petrolífero. Daí a
implementação de novos impostos, como é o caso
do IVA, etc.
SIATEMA FISCAL ANGOLANO

Entretanto, está patente a visível a intenção do


executivo que assenta na intenção de propor
novas fórmulas que sejam mais justas e eficazes
com processos mais simplificados de tributação
das pequenas e micro empresas, assim como ao
comércio informal(quanto ao rendimento).
No que tange á matéria colectável, os impostos em
Angola podem ser três: IRT, IC e IP
INFRAÇÕES TRIBUTÁRIAS

São todos aqueles factos típicos, ilícito e culposos


declarados puníveis por lei tributária, cuja
consagração legal está nos artº144 à 153 CGT.
Estas transgressões tributárias consistem naquelas
recusas da exibição da escrita e da contabilidade
quando ela não existir, a falta de declarações, o
dever de emitir recibos dentro do prazo etc.
CRIMES FISCAIS

Estão consagrados nos artº172 à 196 CGT e são


definidos como sendo todos aqueles
comportamentos que têm ou com um grau mais
elevado de censurabilidade e cometidos de forma
dolosa que causam diminuição das receitas
tributárias. E suas sanções são mais severas, uma
vez que têm como limite a pena de prisão não
remível com multa.
EVASÃO FISCAL

A evasão fiscal consiste na fuga ou seja na falta de


cumprimento de uma obrigação fiscal de forma
intencional.
Assim, esta evasão fiscal é punível por multa ou por
pena de prisão, conforme estatui o artº 154 CGT.
As penas fiscais estão regulados no artº 154 à 171
CGT.
GARANTIAS TRIBUTÁRIAS
Falar de garantias tributárias é, de certo modo, falar de dois tipos de
garantias, nomeadamente, garantias judiciais e garantias
administrativas.
1-Garantias Judiciais- na realização da justiça tributária o legislador
atribuiu ao sujeito passivo o direito à tutela jurisdicional efectiva
nas múltiplas relações ou na ausência de relações efectivas que
poderão existir entre ele e a administração fiscal. Esta tutela decorre
das garantias jurisdicionais atribuidas aos particulares na relação
com a administração pública em geral.(a impugnação judicial, a
acção para o reconhecimento de direito ou interesse legítimo, o
direito ao recurso aos actos da administração fiscal e `as sanções…)
GARANTIAS TRIBUTÁRIAS
2-Garantias Administrativas- previstos nos artº 26, 64, 65,
66, 70 e seguintes CGT.
Estas têm como dever de fundamentar a administração
fiscal para todos os actos em que se verifique uma
decisão desfavorável para o contribuinte ou em que não
se verificou uma liquidação feita de acordo com os
elementos contidos na sua declaração. Assim, o
contribuinte pode lançar uma mão a uma reclamação
graciosa, para resolver certo litígio entre este e o fisco,
no sentido de se obter uma reanálise de certa situação.

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