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RESUMO
A realidade tributária Brasileira é bastante complexa, existem dezenas de tributos exigidos e que
devem estar corretamente aplicados dentro de cada entidade devidamente cadastrada nos diversos
ramos de atuação. Neste trabalho, falaremos sobre um importante aspecto, que são as Operações
Contábeis e Tributos Incidentes na Compra e Venda de produtos, indispensáveis para a correta
administração contábil de qualquer empresa ou indústria. Explicaremos sobre os tipos de
tributação existentes, sobre cada um dos tributos incidentes no momento da compra e da venda,
ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISSQN e como apurar e contabilizar corretamente os impostos. Por
meio do sistema Account, demonstraremos a execução das operações de entrada e saída de
mercadorias em uma empresa tributada pelo Lucro Real, onde cadastraremos a empresa Happy
Store Dois LTDA junto ao sistema, para que possamos evidenciar a prática e as operações
contábeis propostas pelo tema do trabalho.
Palavras-chave: Operações Contábeis. Tributos. Compras. Vendas. ICMS. IPI. PIS. COFINS.
ISSQN. Lucro Real. Contabilização e Apuração de Impostos.
1 INTRODUÇÃO
O objetivo geral deste trabalho é o entendimento das diversas operações contábeis, que são
atos e fatos administrativos que ocorrem nas empresas, tais como despesas, cobrança e pagamentos
de títulos, descontos, impostos, aluguéis, pagamentos de funcionários entre outras, e os tributos
incidentes nos diversos ramos empresariais.
Citaremos neste trabalho os dois tipos de tributação, o Simples Nacional e a Tributação
Normal. No regime de Simples Nacional a tributação é diferenciada, simplificada e favorecida, de
acordo com a Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às microempresas e às empresas
de pequeno porte, a partir de 01.07.2007, sendo que nesse caso os impostos podem ser pagos todos
em uma única guia. Já na Tributação Normal no Lucro Real, os tributos e a Contribuição
Previdenciária Patronal são calculados separadamente, ou seja, uma guia para cada imposto.
Exemplificaremos nesse trabalho uma Empresa Comercial optante pelo Lucro Real, nos
aprofundando nas operações de compra e venda de mercadorias. Segundo Ribeiro (2009, p. 84)
“Nas operações contábeis de compra e venda mercadorias, poderão incidir alguns tributos inclusos
no valor das mercadorias ou a ele adicionados”, por isso alguns dos tributos podem ser cumulativos
e não-cumulativos. Os cumulativos são os tributos que incidem em mais de uma etapa da circulação
da mercadoria, por exemplo, podemos citar o PIS (Programa de Integração Social) e COFINS
(Contribuição Social sobre o Faturamento), que detalharemos mais adiante no tópico 2, e os não-
cumulativos que são aqueles que quando pagos no montante, devem ser abatidos no montante
devido, exemplo, o ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestação de Serviços de Transportes Interestadual e intermunicipal e de Comunicação) e IPI
(Imposto Sobre Produtos Industrializados), também detalhados no tópico 2. É importante destacar,
que o PIS e o COFINS também podem ser não-cumulativos quando nos regimes de tributação do
Lucro Real ou Lucro Presumido.
Para uma melhor compreensão do tema, utilizaremos o sistema Account, como ferramenta
operacional para formalizar a metodologia repassada. Por meio dele, cadastraremos uma empresa e
exemplificaremos operações de compra e venda de mercadorias envolvendo frete e devolução e
recolhimento de impostos, resultando na elaboração dos seguintes relatórios: Elenco de Contas,
Extrato Diário, Balancete de Variação e Razonetes T, de acordo com Anexos A, B, C e D.
Conheceremos agora cada um dos principais tributos que podem incidir nas operações
propostas pelo tema, sendo eles utilizados em empresas optantes pelo Simples Nacional e/ou pela
Tributação Normal, sendo a nossa referência, as optantes pelo Lucro Real.
Os tributos poderão ser inclusos ou adicionados no valor das mercadorias, dependendo aqui
da sua espécie, onde os mesmos podem ser divididos em impostos, taxas e contribuição, como
afirma Kowaslski (2011, p. 71).
Os principais impostos das operações de compras e vendas são:
2.1 ICMS
As alíquotas internas podem variar de um estado para outro, pois as alíquotas são
estabelecidas por lei estadual. Isso significa que cada Estado é livre para fixar suas próprias
alíquotas internas. Nas vendas interestaduais, ou seja, de um Estado para outro, as alíquotas do
ICMS são diferentes.
REGIÃO ALÍQUOTA
Norte 7%
Nordeste 7%
Centro-Oeste 7%
Sudeste 12%
Sul 12%
ICMS substituição tributária significa que o ICMS vai ser ou já foi recolhido na primeira
operação que envolveu a circulação da mercadoria, nas operações envolvendo ICMS-ST
(Substituição Tributária) temos os substitutos e substituídos, ou seja, o remetente ou substituto é
quem recolhe o ICMS e repassa para o substituído, informando na Nota Fiscal ao comprador da
mercadoria que o ICMS já foi recolhido na fonte.
O ICMS-ST tem algumas particularidades para quando não deve ser aplicado, como explica
Kowalski (2011, p. 80).
2.2 IPI
[...] O IPI não incide sobre todos os produtos e é considerado imposto não-cumulativo, pois o
valor do imposto pago na compra de matérias-primas ou de outros materiais aplicados na
produção é compensado do imposto pagar das operações subsequentes de mercadorias,
matérias-primas ou produtos.
2.3 ISSQN
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) é um imposto que se destina para as
empresas prestadoras de serviços, de competência municipal, é calculado em cima de uma alíquota,
cuja esta cabe ao município que a empresa está sediada decidir qual a alíquota de deve ser
calculada, por isso essa alíquota do ISS pode variar de uma cidade para outra.
Algumas empresas comerciais também utilizam este imposto, pois ele é próprio das
empresas de prestação de serviços. Entretanto, algumas empresas comerciais, além de vender
mercadorias, também podem prestar algum tipo de serviço pagando ISS sobre a receita desse
serviço, como explica Ribeiro (2009, p. 95).
2.4 PIS
2.5 COFINS
3.1 ICMS
O ICMS deve ser contabilizado separadamente do valor das mercadorias, por ser um
imposto que pertence ao governo do estado, sendo assim em todas as compras efetuadas pelas
respectivas empresas quando houver a incidência do ICMS, será registrado como custo da compra o
valor liquido, ou seja, o valor das mercadorias deduzido do valor do ICMS respectivo.
Existem várias maneiras de fazer a apuração do ICMS, vejamos agora alguns exemplos que
segundo Ribeiro (2009, p. 85) atende as exigências fiscais.
[...] Suponhamos que uma empresa comercial compre determinada mercadoria por R$ 1.000,
com ICMS incluso no valor de R$ 180. Essa empresa registrará como custo de mercadoria
adquirida a importância de R$ 820, debitando a conta Compras de Mercadorias. Os R$ 180
referentes ao ICMS serão registrados em uma conta corrente apropriada (utilizaremos a conta
ICMS a Recuperar, do Ativo Circulante). Agindo dessa maneira, as mercadorias em
estoque serão registradas pelo valor líquido, ou seja, excluído o valor do ICMS incidente em
cada compra[...]
[...] Quando a empresa comercial vende mercadorias com incidência do ICMS, o valor da
venda constante da Nota Fiscal é registrado integralmente a crédito da conta Vendas de
Mercadorias. O ICMS incide na respectiva venda, incluso em seu valor, é lançado
separadamente debitando-se uma conta de Despesa (utilizaremos a conta ICMS sobre
Vendas) e creditando-se a mesma conta corrente utilizada por ocasião da compra (ICMS a
Recuperar).[...]
O ICMS nas compras gera um direito para a empresa, nesse caso se debita a conta ICMS a
Recuperar, já nas vendas de mercadorias que á incidência de ICMS, o tributo gera uma obrigação
para a empresa, assim deve ser registrado a crédito da conta ICMS a Recuperar. Podemos observar
esta operação no relatório em anexo.
O ICMS deve ser apurado no último dia de cada mês, se for credor (obrigação), a empresa
terá de recolher (pagar) o referido valor aos cofres do governo do estado nos primeiros dias do mês
seguinte; se for devedor (direito), o recolhimento não será efetuado, pois representa direito da
empresa com relação ao governo do Estado, como explica Ribeiro (2009, p. 86).
É de suma importância a correta apuração desse tributo, pois, se a empresa possui direito
com o governo do Estado e não existe uma correta análise feita pelo profissional contábil, à
empresa poderá pagar por impostos indevidos.
3.2 IPI
O IPI incidente sobre as vendas não representa despesas da empresa, e como é cobrado por
fora, também não integra a Receita Bruta de Vendas, sendo registramos somente a obrigação a
crédito da conta IPI a recuperar.
3.3 ISSQN
O PIS e COFINS são dois impostos de competência Federal, podem ser cumulativos e não
cumulativos, neste trabalho vamos nos ater no não cumulativo direcionado as empresas optantes
pelo Lucro Real. Como os outros impostos já citados também é apurado no final de cada mês, as
empresas devem recolher as contribuições para o PIS e COFISN sempre no mês seguinte da
ocorrência dos respectivos fatos geradores, sendo a eles aplicada uma alíquota sobre o faturamento.
A base do cálculo para PIS e COFINS na modalidade não cumulativa é o faturamento
mensal diminuído as venda canceladas, descontos concedidos, às reversões de provisões e
recuperações de créditos baixados como perda, entre outros fatores. Ribeiro (2009, p. 98) afirma
que já que a contribuição para o PIS e COFINS incide sobre o total das recitas auferidas pela
empresa em cada mês, “será necessário efetuar o cálculo e a contabilização conforme o grupo em
que as receitas entejam contabilmente classificadas”. Assim temos o PIS e COFINS sobre o
Faturamento, sobre as Receitas Financeiras, sobre Outras Receitas Operacionais e sobre Receitas
Não-operacionais. Vale salientar que nas empresas tributadas pelo regime não-cumulativo, a
incidência desses impostos é semelhante ao mecanismo de incidência do ICMS e também do IPI.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
RIBEIRO, Osni Moura; Contabilidade Comercial Fácil. 16ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
KOWALSKI, Fabio Darci; Contabilidade Comercial. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI, 2011.
Elenco de Contas
Extrato do Diário
Balancete de Verificação
Empresa: HAPPY STORE DOIS LTDA
Cidade: LAGES - SC
Data: 30 de Novembro de 2015