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FINANÇAS | IMPOSTOS

Entenda o que é a substituição


tributária e quais seus
benefícios
Conheça os tipos de tributação e quando elas podem
ser aplicadas em micro e pequenas empresas.

Maikon Richardson
6 min de leitura · 23/11/2015 · Atualizado em 12/04/2023

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Entenda o que é
substituição tributária
A substituição tributária é uma forma de
arrecadação de tributos do governo e bastante
importante para as micro e pequenas empresas que
recolhem Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) ou atuam com transações fiscais.

Ela também está prevista na regulamentação do


Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).  

Como o próprio nome já diz, esse regime funciona


com base na substituição da responsabilidade do
pagamento de tributo para outro contribuinte.

Dessa forma, a cobrança é feita antes, e não durante


a venda do produto.

Esse tipo de regime tributário oferece diversos


benefícios, como a facilitação da fiscalização de
produtos “plurifásicos” – os tributos que incidem
diversas vezes durante a cadeia de circulação de
uma mercadoria ou serviço –, diminuindo os casos de
sonegação fiscal.

No processo da substituição tributária, o tributo


plurifásico é arrecadado em uma única fase, da
mesma forma como é feita com os tributos
monofásicos.

Como você já sabe, a substituição tributária é um


regime de arrecadação de impostos.

Ela funciona a partir da cobrança do tributo em um


momento anterior à venda. Ou seja, o pagamento do
tributo é feito por um agente anterior da cadeia
produtiva.

Vamos a um exemplo?

Imagine que um produto foi desenvolvido na


indústria e tenha passado à fase de comercialização.

Aplicando a substituição tributária, a cobrança irá


ocorrer quando a mercadoria sair da indústria, e não
durante a comercialização. 

Dessa maneira, a cobrança é centralizada nas


indústrias, nos centros de distribuição ou nas
importadoras. 

Assim, o estabelecimento industrial que vende um


determinado produto recolhe o tributo devido por
ele mesmo e o tributo que seria devido pelo
distribuidor e pelo varejista. 

Portanto, os estabelecimentos que farão, por


exemplo, a revenda dos produtos não precisa fazer o
pagamento da tributação.  

A indústria é a responsável por fazer os cálculos


conforme a legislação e agregar o valor do ICMS ao
preço de cada venda realizada.

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Empresa substituta e
substituída
Quando falamos de substituição tributária, temos
duas definições relacionadas aos participantes dos
processos tributários: o substituto tributário e o
substituído tributário.

O substituto tributário, ou sujeito passivo da


substituição tributária:

É a parte responsável pela retenção e pelo


pagamento do imposto, devendo emitir o documento
fiscal e registrar a operação no Livro Registro de
Saída à Operação. 

No momento em que a mercadoria for


comercializada, a empresa seguinte da cadeia
produtiva ou comercial terá a condição de
substituída.

Assim, os substituídos tributários são as demais


partes envolvidas na cadeia de circulação da
mercadoria. 

O contribuinte substituído já recebe a mercadoria


com o ICMS retido ou recolhido pelo contribuinte
substituto. Desse modo, ele está dispensado de
realizar o pagamento do imposto na comercialização
dos produtos recebidos.

No entanto, é importante que o contribuinte


substituído se atente a duas condições da legislação:

Ele precisa emitir a nota fiscal sem que haja o


destaque do valor do imposto;

O substituído deve indicar no espaço de


“Informações Complementares” qual foi o imposto
recolhido por meio de substituição tributária,
conforme o Regulamento do ICMS (RICMS).

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E quais são as vantagens


desse regime?
Ao centralizar a cobrança do pagamento do tributo
em um único contribuinte durante todo o processo
da venda, são garantidas a agilidade e a segurança da
taxação.

A substituição tributária proporciona maior


facilidade e mais transparência na fiscalização,
diminuindo a sonegação de impostos, já que a
cobrança é centralizada.

Isso porque é mais simples fiscalizar um único


contribuinte do que todos os agentes envolvidos nas
transações comerciais.

Dessa maneira, os órgãos fiscais tornam-se mais


eficientes, visto que não há a necessidade de
monitorar cada uma das operações realizadas no
estabelecimento.

Ela também diminui a informalidade dos processos


fiscais, reduzindo a burocracia tributária.

Sendo assim, para você que é empreendedor, as


vantagens da substituição tributária são a maior
organização do processo tributário e a redução da
competição desleal e das fraudes.

Conheça os tipos de substituição


tributária

Existem três formas de substituição tributária.

São elas: substituição propriamente dita,


substituição para frente e substituição para trás
(também conhecida como diferimento).

Vamos compreender cada uma delas?

Substituição propriamente dita

A substituição tributária propriamente dita é a


substituição do contribuinte por outro que faz parte
da mesma cadeia de negócio jurídico. 

Exemplo: uma indústria que faz o pagamento do


tributo devido pelo fornecedor que realiza o serviço
de logística.

Substituição para frente

Na substituição para frente, a cobrança dos tributos


relacionados à circulação das mercadorias é feita de
forma antecipada, a partir de uma base de cálculos
realizada previamente.

Esses cálculos presumidos são feitos com base em


dados que devem ser divulgados pelo Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). 

Substituição para trás 

Já a substituição para trás funciona de maneira


oposta à substituição para frente. Como assim? É
bem simples! 

Também chamada de “diferimento” ou “antecedente”,


a tributação para trás ocorre quando a cobrança do
ICMS é adiada. 

Ou seja, apenas o participante final da cadeia de


circulação da mercadoria é que paga imposto, de
forma integral e com todas as operações praticadas. 

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Em quais situações a ST é
aplicada?
Agora, você já sabe o que é e quais são os tipos de
substituição tributária, não é mesmo?

Mas como sabemos quais são as situações nas quais


ela pode ser aplicada?

É o que iremos responder agora!

O CONFAZ é o órgão responsável pela realização da


lista que estipula os segmentos sujeitos à tributação. 

O Código Especificador da Substituição Tributária


(CEST), por sua vez, tem como função organizar e
uniformizar a cobrança do ICMS por substituição
tributária em todos os estados do Brasil.

E para conferir quais são as áreas sujeitas à


tributação na legislação atual, acesse o site do
CONFAZ.

Dessa maneira, todas às vezes que um contribuinte


comercializar uma mercadoria, que está prevista no
CEST, esse código deverá estar presente na nota
fiscal eletrônica.

E em quais situações não se aplica


a substituição tributária?

O regime de substituição tributária não pode ser


aplicado nas situações listadas abaixo:

Em operações nas quais destinem as mercadorias a


sujeito passivo em substituição à mesma mercadoria.

Por exemplo: saída de uma fabricante de cimento


para uma indústria do mesmo setor.

Nas transferências para outro estabelecimento, com


exceção do varejo, do contribuinte passivo por
substituição. E em operações que destinam as
mercadorias à utilização em processos de
industrialização.

Vamos ver um exemplo sobre


como calcular

A equipe da NFE.io (Blog Financeiro), preparou um


exemplo bem detalhado para mostrar como calcular
a substituição tributária, na prática.

Vamos ver!

Vamos entender alguns detalhes sobre como


funciona o cálculo do ICMS-ST.

A empresa responsável por reter o Imposto sobre


Circulação de Mercadorias precisará saber:

O preço de venda do produto;

A alíquota do ICMS (do estado de origem e


destino);

Identificar a margem de valor agregado (MVA)* do


estado.

*A MVA é uma margem estimada pelo governo para


efeitos de carga tributária.

A base de cálculo da retenção soma o preço de venda


com valores de seguro, frete e outros encargos
cobrados ou transferíveis, além da MVA, e aplica a
alíquota interna da operação.

Para calcular o débito da substituição tributária, a


base de cálculo é multiplicada pelo ICMS interno.

O ICMS próprio, que esteve agregado no preço de


venda do produto, deve ser retirado.

O exemplo de substituição tributária a seguir lhe


mostrará a fórmula para poder testar na prática e
compreender melhor como calcular.

ICMS-ST:

(Base de Cálculo ST x Alíquota) – ICMS da operação


própria

Considerando que:

A base de cálculo é o valor da mercadoria + frete +


IPI + MVA + outras despesas;

O ICMS da operação própria é a base de cálculo


da operação x alíquota;

O ICMS presumido é a base de cálculo ST x


alíquota.

Portanto, se uma fabricante do estado de São Paulo


com destino para o mesmo estado tem o valor de
venda de R$ 2.000 e IPI calculado à alíquota de 5%,
conforme a Tabela de IPI da região, traz o seguinte
cálculo como exemplo de substituição tributária:

ICMS da operação própria:

R$ 2.000 x 18% (alíquota interna para a mercadoria)


= R$ 360,00

Base de cálculo do ICMS – ICMS-ST (substituição):

R$ 2.000 + R$ 100 (IPI) + 35% de MVA = R$ 2.835

ICMS Presumido (ICMS-ST):

R$ 2.835 x 18% (alíquota interna) = R$ 510,3

ICMS a ser retido:

R$ 510,3 (ICMS presumido) – R$ 360 (ICMS da


operação própria) = R$ 150,3

Apesar do cálculo prático a partir de uma fórmula


pré-estabelecida, é importante ainda considerar as
seguintes observações:

Nem todos os produtos podem recolher ICMS-ST,


portanto verifique nas normas do Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) o
produto que pretende utilizar a ST;

Cada estado tem sua alíquota para as bases de


cálculos, inclusive mudam o resultado da conta
caso seja uma operação interestadual ou não;

Os valores também podem variar dependendo


tipo do produto, da empresa e da operação
realizada.

Ainda ficou alguma dúvida?

Se sim, veja este vídeo onde os professores da


Fundação Brasileira de Contabilidade explicam
melhor sobre o ICMS para iniciantes. É só clicar
aqui. 

Neste texto você aprendeu o que é a substituição


tributária, quando ela pode ser aplicada e quais são
os seus benefícios.

Lembrando que entre as vantagens desse regime


estão a diminuição da burocracia e a facilitação da
fiscalização das micro e pequenas empresas.

Então se você se interessou e quer saber mais sobre


esse tipo de regime e como ele pode ser aplicado à
sua empresa, conte com o auxílio do
Sebrae! Estamos sempre à disposição para orientar
você e tirar todas as dúvidas.

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emitida nota fiscal no ato da compra. Ao preencher o
documento, o empreendedor poderá verificar como está
ocorrendo a movimentação bruta da micro empresa no
mercado, durante o mês. Por isso, é importante o
preenchimento do mesmo para se ter uma noção do
crescimento da empresa. Mesmo quando não há venda
durante o mês anterior, o empreendedor deve preencher o
relatório, informando que houve R$ 0,00 de receita bruta.
O Relatório Mensal de Receita Bruta está disponível no
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