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Mas este, e
outros conceitos associados, tornam-se cada vez mais familiares para outros agentes
económicos como os trabalhadores independentes e pequenos empresários em nome
individual.
Dominar os mais pequenos detalhes do IVA é essencial para que, no fim do mês, as
contas batam certo. Aqui encontra um guia básico com tudo o que precisa de saber.
Imagine que uma empresa têxtil compra tecido para a produção de vestuário. No
momento da transação vai pagar o IVA ao fornecedor (IVA suportado), mas a totalidade
desse IVA é dedutível porque se trata de uma matéria-prima. Assim, quando, no final do
mês ou do trimestre, a empresa acertar contas com o Estado, esse valor vai ser-lhe
devolvido.
De notar, contudo, que nem sempre o IVA é dedutível a 100%, ou seja, nem sempre o
Estado devolve tudo o que a empresa pagou de imposto. Por exemplo, se uma empresa
adquirir gasóleo para abastecer um carro de serviço, paga 23% de IVA (IVA suportado),
mas o Estado só vai devolver-lhe metade desse valor (IVA dedutível).
Nota importante
Não confunda o IVA dedutível das empresas com a dedução do IVA por exigência de
fatura que é permitida aos contribuintes singulares, porque são coisas diferentes.
O IVA dedutível tem por finalidade eliminar a sobreposição do imposto, ou seja, evitar
que vários agentes económicos e o consumidor final paguem todos o mesmo imposto
sobre o mesmo produto ou serviço.
Já a dedução do IVA por exigência de fatura está relacionada com as deduções à coleta
de IRS. Neste caso trata-se de um incentivo para os contribuintes pedirem faturas com o
Número de Identificação Fiscal (NIF) associado, podendo depois descontar essas
despesas no seu IRS.
Portanto, já vimos o conceito de IVA suportado (o que a empresa paga quando compra
o produto ou serviço) e de IVA dedutível (a parte do imposto que o Estado vai devolver
à empresa). Mas há mais conceitos a reter. Está na hora de falarmos no IVA liquidado.
IVA LIQUIDADO
Sabemos, por esta altura, que as empresas pagam IVA pela matéria-prima e pelos bens e
serviços necessários ao exercício da atividade e que o Estado se compromete a devolver
parte desse IVA.
Mas, enquanto leitor atento, estará a questionar-se por que cobram então essas mesmas
empresas IVA, quando vendem os seus produtos e serviços ao consumidor final.
A verdade é que o IVA cobrado ao consumidor final não fica para as contas da empresa.
Esta apenas recebe o imposto do consumidor para mais tarde entregar ao Estado,
funcionando como um intermediário.
Com todos os elementos na mesa, as contas ficam mais fáceis de se fazer. No momento
de entregar o IVA liquidado ao Estado, desconta-se o IVA dedutível (a parte do imposto
que este se comprometeu a devolver), e apenas é entregue a diferença.
Se o montante de IVA liquidado for superior ao IVA dedutível, estamos perante uma
situação em que há IVA a pagar.
Voltemos, uma última vez, ao nosso exemplo. Imaginemos que a empresa têxtil de que
lhe falámos atrás está inserida no regime trimestral de IVA, uma vez que tem um
volume de faturação inferior a 650 mil euros. No último trimestre, a empresa suportou
10 mil euros de IVA nas suas aquisições a fornecedores sendo que, desse montante,
metade diz respeito a IVA dedutível.
Nas vendas ao consumidor final, realizadas no mesmo período, a empresa cobrou 8 mil
euros de IVA que terá agora de transferir para o Estado.
Neste caso, e tendo em conta que o montante de IVA liquidado ultrapassou o montante
de IVA dedutível, a empresa terá de pagar três mil euros de IVA quando for acertar
contas com o Estado no trimestre seguinte ao das operações.