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Difal, sigla para Diferencial de Alíquota do ICMS, é a diferença entre a alíquota interna e a
interestadual de ICMS do Estado destino. É aplicado em vendas a consumidores finais de
outros Estados.
Ele fica sob responsabilidade dos Estados (e do Distrito Federal). Por isso, conta com
diferentes parâmetros. Cada unidade federativa tem a liberdade de definir sua alíquota.
Isso resulta em uma variação na cobrança do ICMS de um Estado para outro. Assim, empresas
de uma unidade federativa poderiam ser preteridas em relação a outras, por conta da menor
alíquota.
Na prática, uma diferença que desequilibra a competitividade e que acaba afetando o mercado.
Afinal, pessoas e empresas optam por comprar suas mercadorias em Estados com a menor
alíquota de ICMS.
Assim, o Difal foi instituído para equilibrar o recolhimento dessa cobrança, sendo aplicado nas
operações comerciais interestaduais, seja o cliente final uma pessoa física ou jurídica não
contribuinte do ICMS.
Deste modo, o Estado onde o cliente final está localizado recebe o valor do diferencial (e não
apenas o Estado de origem da mercadoria), tornando a arrecadação mais justa.
O principal motivo para sua criação foi o crescimento das vendas online e das entregas
interestaduais.
Como grande parte das lojas virtuais estão localizadas em alguns Estados-chave, especialmente
no Sudeste, foi estabelecido um mecanismo injusto.
Isso porque esses Estados estavam recebendo muito mais por conta da arrecadação
desbalanceada.
O Difal foi criado para equilibrar a balança. Assim, o Estado de destino da mercadoria (onde
está o cliente final) recebe o valor da diferença.
O valor do ICMS varia de Estado para Estado (incluindo outros fatores, como o tipo de
operação e o regime de tributação) — exceto para empresas optantes pelo Simples Nacional.
Ou seja, as organizações obedecem a alíquota conforme dita o regulamento específico, que
varia conforme o faturamento e a receita bruta.
No caso das optantes pelo Simples Nacional, a alíquota é fixada no DAS e paga conforme a
faixa de receita bruta da empresa.
Hoje, após sua instituição, esse instrumento é aplicável a todas as operações interestaduais,
incluindo aquelas em que o cliente não é contribuinte do ICMS, incidindo no momento de
emissão da Nota Fiscal Eletrônica.
A diferença é que, antes do Convênio em questão, o Difal era aplicável apenas para operações
interestaduais em que o cliente final era contribuinte do ICMS.
Neste sentido, muitos se perguntam se existe uma Lei Complementar do Difal, após diversos
pedidos dos contribuintes para derrubar a sua cobrança.
A confusão pode ser resultado da Lei Complementar 123/06 que, como explicamos
anteriormente, garante que o ICMS esteja incluso no DAS para optante do Simples Nacional.
Previsto na Constituição Federal, é uma iniciativa que tem como objetivo reduzir as
desigualdades sociais no Brasil.
Assim, o dinheiro arrecadado é destinado a programas públicos e ações que visam a trabalhar
temas como saúde, educação, nutrição e habitação.
Sua cobrança, no entanto, é opcional. Porém, apenas Santa Catarina, Pará e Amapá não exigem
o FCP.
Agora, para responder a uma dúvida comum: e se o Estado de destino exigir a cobrança do
FCP, ele incide no Diferencial de Alíquota do ICMS?
A resposta é positiva. Por isso, é preciso incluir a alíquota correspondente quando for calcular o
Diferencial de Alíquota correto.
E, afinal, quem paga o Difal? O recolhimento depende do cliente final e acontece quando a
nota fiscal é emitida.
Bom, quando a operação é realizada a consumidores que não pagam o ICMS, o recolhimento
do Diferencial de Alíquota é responsabilidade do vendedor.
Agora, caso a operação interestadual seja entre dois contribuintes do ICMS (dois varejos, por
exemplo), o Diferencial de Alíquota do ICMS deve ser recolhido pelo cliente, ou seja, do
Estado de destino.
A cobrança é realizada no momento de emissão da NF-e do produto, após cálculo que levar em
conta alguns aspectos.
Por exemplo, em operações interestaduais nas quais as mercadorias estão sujeitas
à Substituição Tributária, o recolhimento da ST é realizado pelo remetente — em casos em que
haja convênio entre os Estados de origem e destino.
Nestes casos, não é aplicado o MVA ou IVA-ST, mas o Diferencial de Alíquota ST, que é o
diferencial de alíquota entre os Estados.
O pagamento do Diferencial de Alíquota do ICMS é feito por meio de uma guia bem
conhecida, a GNRE ou Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais.
Vale mencionar que o Difal nas operações com não contribuintes não é informado à parte na
NF-e, já que não existe campo específico para este tributo. Logo, é necessário informá-lo
embutido no valor de cada produto.
Uma guia GNRE nova a cada nota fiscal emitida (recomendável para empresas com baixo
volume mensal de vendas) ou uma guia GNRE mensal (ideal para organizações com grande
número de vendas e com IE no Estado de destino).
É uma declaração enviada mensalmente por todas as empresas, exceto por MEIs e optantes
pelo Simples Nacional.
Além disso, é necessário conhecer a alíquota interna de cada Estado. Para tanto, é preciso
consultar a tabela de cada local.
Considere que a empresa de Fernanda, localizada no Espírito Santo, esteja vendendo um item a
R$1.000,00 (considerando frete e despesas relacionadas) para a empresa de Flávia, em São
Paulo.
Neste cenário, o Estado de origem é o Espírito Santo, onde a alíquota interestadual do ICMS é
de 12%, e o Estado de destino é São Paulo, onde a alíquota interna é de 18%.
Assim, o valor de ICMS do Estado de origem é R$120 (1000 x 12%) e do Estado de destino é
R$180 (1000 x 18%).
R$ 180 – R$ 120 = R$ 60
Deste modo, após o cálculo, Fernanda sabe que precisará recolher R$ 60 de Diferencial de
Alíquota do ICMS.
Porém, esse ainda não é o resultado final. É preciso considerar outros fatores.
Por exemplo, o próprio Fundo de Combate à Pobreza. Em São Paulo, a alíquota é de 2% para
alguns produtos específicos, como bebida e fumo. Neste caso, considerando a base de cálculo
do ICMS, o valor é de R$ 20,00.
Ou seja, seria necessário adicionar esse valor ao Diferencial de Alíquota do ICMS calculado:
R$ 60 + R$ 20 = R$ 80,00.
É que a base de cálculo pode mudar dependendo do tipo da operação, como por exemplo, em
vendas entre contribuintes do ICMS.
Há um cálculo simples (como mostramos acima) para alguns Estados. Mas outros pedem que a
base de cálculo seja dupla — o que é conhecido como Difal por dentro.
Como calcular o Difal por dentro?
O Difal por dentro, com base dupla, se tornou recentemente obrigatório para o cálculo do
Diferencial de Alíquotas de contribuintes do ICMS em operações envolvendo todos os Estados
brasileiros.
Isso quer dizer que 12 Estados, mais o Distrito Federal, vão alterar a base de cálculo em
operações com contribuintes do ICMS.
Os Estados são: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo, além do Distrito
Federal.
Para realizar o cálculo do Diferencial de Alíquota do ICMS por dentro, a empresa pode se
basear em diferentes técnicas. Aqui, vamos explicar uma delas — utilizando os mesmos
valores do exemplo anterior.
Agora, é preciso subtrair esse valor do montante original, resultando na primeira base de
cálculo. Ou seja, ficamos com: R$880.
O próximo passo é encontrar a segunda base de cálculo. Para simplificar, vamos direto para a
fórmula:
Pronto, avançamos bem até aqui. Agora, é preciso calcular o valor do ICMS Interno, com a
seguinte fórmula:
Ou seja:
Diferencial de Alíquota do ICMS com base dupla = ICMS Interno – ICMS Interestadual
A Substituição Tributária (ST) é uma modalidade do ICMS que incide sobre vendas
interestaduais nas quais o comprador tem o objetivo de revender a mercadoria.
Ela incide sobre uma cadeia comercial. Assim, uma única empresa entre várias que fazem
negócios recolhe a totalidade do ICMS devido por todas. Logo, essa organização “substitui” as
outras.