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O Colapso do Silicon Valley Bank (SVB), impacto na economia

Angolana, Breve abordagem

Por: Kiala Nvumbi


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ÍNDICE
Enquadramento. ................................................................................................................................. 3
Acontecimento. .................................................................................................................................. 3
Importância do SVB ............................................................................................................................ 4
Impacto no Mercado Mundial ................................................................................................................ 4
Impacto na Economia Angolana ............................................................................................................. 5
Conclusão ......................................................................................................................................... 7
Referência Bibliográficas .................................................................................................................... 8
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Enquadramento.
O Silicon Valley Bank (SVB) é um banco dos Estados Unidos que se concentra em serviços
financeiros para empresas de tecnologia e inovação. Uma possível explicação para como o
aumento da taxa de juros poderia colapsar o SVB seria através de seu modelo de negócios, que
depende do financiamento de startups em estágio inicial e empresas em crescimento.
Se a taxa de juros aumentar, pode se tornar mais difícil e mais caro para essas empresas
obterem financiamento. Isso pode levar a uma redução no número de empréstimos concedidos
pelo SVB e, consequentemente, a uma queda nos lucros do banco. Além disso, as empresas já
endividadas podem ter dificuldades em pagar as dívidas acumuladas, o que pode levar a uma
diminuição na qualidade dos activos do banco.
Em resumo, um aumento na taxa de juros pode levar a um declínio nas actividadess de
empréstimo do SVB e a um aumento do risco de inadimplência das empresas clientes, o que pode
afectar negativamente sua saúde financeira. No entanto, é importante notar que muitos outros
fatores também podem afectar a saúde financeira do SVB e que a relação entre a taxa de juros
e o colapso do banco não é uma correlação direta.

Acontecimento.
As autoridades americanas anunciaram na sexta-feira (10) o encerramento das actividades do
Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência, a segunda maior
do sector bancários dos EUA, provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram
movimentar o dinheiro aplicado no banco.
A mídia americana relata que um dos factores que resultou na falência do SVB é o aumento na
taxa de juros dos EUA, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano, em
uma tentativa do Banco Central americano de controlar a inflação.
O SVB atendia principalmente startups e financiadores. Como o sector de tecnologia começou a
desacelerar nos últimos meses, com os constantes aumentos na taxa de juros para frear a
inflação, as empresas atendidas pelo SVB começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o
esperado.
Além da queda nos recursos, o SVB também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o
banco foi ficando sem dinheiro.
Para piorar a situação, o banco havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA
e em títulos de dívida pública ligados ao governo. Com o aumento da taxa de juros, os valores
desses títulos foram caindo.
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A imprensa americana relatou que, na quarta-feira (6), o SVB anunciou a venda de diversos títulos
com prejuízo.
Em uma tentativa de equilibrar as contas, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas
acções. Entretanto, o anúncio gerou pânico em empresas de capital de risco, fazendo com que
investidores retirassem dinheiro do banco.
Na quinta-feira (9), o presidente-executivo do banco, Greg Becker, pediu para os clientes
manterem a calma. No entanto, muitos investidores não confiaram no pedido de Becker, e as
acções despencaram 60%, fazendo o SVB perder quase US$ 10 bilhões, segundo a Bloomberg.
De acordo com a imprensa americana, houve uma corrida entre investidores para a retirada de
dinheiro do banco nas últimas 48 horas, tornando o SVB praticamente insolvente.
Além disso, o branco é credor fundamental para empresas em estágio inicial e é parceiro
bancário de quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital
de risco listadas nas bolsas de valores no ano passado.

Importância do SVB
O SVB é a maior instituição a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008,
que, à época, gerou uma crise mundial.
O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em activos até o fim de 2022, o que o tornava
o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve – o banco central norte-americano.

Impacto no Mercado Mundial


Após anunciar na quinta-feira (9) que estava tentando levantar US$ 2,25 bilhões (R$ 11 bilhões)
para cobrir uma perda causada pela venda de activos, as acções do SVB tiveram sua maior queda,
de mais de 60%, em um dia.
Preocupacções de que outros bancos possam enfrentar problemas semelhantes levaram à venda
generalizada de acções de bancos em todo o mundo na quinta-feira e no início da sexta-feira.
Bolsas ao redor do mundo registraram quedas no final de sexta: a Nasdaq de 1,7%, S&P 500 1,4%
e Dow Jones 1%. Os principais índices europeus e asiáticos também fecharam em baixa, com a
FTSE 100 caindo 1,6%.
As acções de alguns dos maiores bancos dos EUA se recuperaram na sexta, mas os bancos
menores continuaram sendo atingidos.
Os efeitos do colapso do Silicon Valley Bank (SVB), instituição financeira começam a chegar a
unidades da empresa no Reino Unido e no Canadá. O movimento ocorre menos de 24 horas depois
do anúncio de que reguladores do estado da Califórnia assumiram o controle do SVB.
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No Reino Unido, deve ser declarado que a unidade não vai conseguir honrar com os compromissos
com os credores, além de já ter interrompido negociações e o recebimento de novos clientes. O
mesmo temor chegou no Canadá, em que os empréstimos oferecidos pelo SVB dobraram no
último ano.
Diante desse cenário, líderes de cerca de 180 empresas de tecnologia enviaram uma carta ao
chanceler britânico Jeremy Hunt para que alguma ação seja tomada. Na carta, eles alertam que
a crise vai começar na próxima segunda-feira, então "pedimos que você evite isso agora". Entre
as empresas listadas, estão Apian, de softwares de segurança, Pickit, de logística de e-
commerce, e Pivotal Earth, que une tecnologia e natureza.
"A perda dos depósitos tem o potencial de paralisar o sector e fazer o ecossistema regredir em
20 anos. Muitos negócios vão passar por uma dissolução involuntária da noite para o dia",
afirmaram na carta, a que a Bloomberg teve acesso.
Fundadores de start-ups, que representam o maior volume de credores, entraram em estágio de
alerta porque temem não conseguir acesso a crédito e realizar o pagamento de funcionários.
Os temores também chegaram ao mercado indiano. Mais de 60 start-ups com sede no país têm
mais de US$ 250 mil em contas no SVB e outras quase duas dúzias têm mais de US$ 1 milhão
vinculado à instituição financeira.

Impacto na Economia Angolana


Antes de mais, é importante esclarecer que o Silicon Valley Bank (SVB) é um banco americano
especializado em fornecer serviços financeiros para empresas do sector tecnológico e de
inovação. O SVB não tem operações em Angola e, portanto, o seu colapso não teria um impacto
direto na economia do país.
É possível que o colapso do SVB tenha um impacto indireto em empresas angolanas que possam
ter tido negócios ou parcerias com empresas clientes do banco. Além disso, o colapso de um
banco especializado em serviços bancários para empresas de tecnologia pode ter um efeito mais
amplo no mercado de tecnologia global, que pode afectar indiretamente empresas angolanas do
sector.
No entanto, a subida das taxas de juros nos Estados Unidos (país sede do SVB) pode ter efeitos
indiretos na economia angolana. Se a subida das taxas de juros levar a um enfraquecimento da
economia americana e à diminuição dos investimentos em empresas de tecnologia e inovação,
isso pode reduzir a demanda por matérias-primas e outros produtos exportados por Angola para
os Estados Unidos.
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Além disso, a subida das taxas de juros nos Estados Unidos pode levar a uma apreciação do dólar
americano em relação a outras moedas, incluindo o kwanza angolano. Isso pode tornar as
exportações angolanas mais caras e menos competitivas no mercado internacional, o que pode
afectar negativamente a economia do país.
No entanto, é importante notar que o impacto da subida das taxas de juros nos Estados Unidos
na economia angolana depende de vários fatores, incluindo a natureza e a intensidade da subida
das taxas de juros, bem como a resiliência da economia angolana e sua capacidade de se adaptar
às mudanças no ambiente econômico internacional.
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Conclusão
O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) é um exemplo de como o aumento da taxa de juros pode
afectar a saúde financeira de instituições financeiras que dependem de empréstimos para
startups e empresas em crescimento. O modelo de negócios do SVB se baseava nesse tipo de
financiamento e, com o aumento da taxa de juros, as empresas atendidas pelo banco começaram
a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado, afectando a liquidez do banco.
Além disso, o SVB também investiu em títulos do Tesouro americano e em títulos de dívida pública,
que foram afectados pelo aumento da taxa de juros, resultando em prejuízos para o banco.
A falência do SVB teve impacto não apenas no mercado financeiro americano, mas também no
mercado mundial, com a queda generalizada de acções de bancos em todo o mundo. O SVB era a
maior instituição a quebrar desde a crise financeira de 2008 e tinha uma presença significativa
no sector de tecnologia e inovação, sendo parceiro bancário de quase metade das empresas
americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco listadas nas bolsas de valores no
ano passado.
Em resumo, o colapso do SVB é um lembrete de que as instituições financeiras devem estar
preparadas para enfrentar diversos riscos, incluindo a volatilidade do mercado, as mudanças nas
taxas de juros e outros fatores macroeconômicos. É importante que as empresas tenham uma
estratégia de gestão de riscos sólida e diversificada, bem como uma boa gestão financeira, para
lidar com situações adversas e evitar um colapso financeiro.
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Referência Bibliográficas
Portal: Uol Economia.
Portal: investing.com/central-banks/fed-rate-monitor
Portal: forbes.com
Portal: https://www.svb.com
Obstfeld, M. (2015). Trilemmas and trade-offs: Living with financial globalization. Annual
Review of Economics, 7(1), 261-293.
Williams, J. C. (2013). The evolution of forward guidance: Deliberation, opacity, and
words. Speech at the Society of Business Economists Annual Conference, London,
September 23, 2013.

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