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Imagem: freepik
Se a década passada foi marcada por um período de forte expansão do
mercado de ativos distressed no Brasil, com destaque para os
chamados NPLs (non-perfoming loans, ou créditos inadimplidos), a atual já
aponta para consolidação e crescimento ainda maior — consequências não
apenas da demanda dos investidores por essa classe de ativos, mas também
da combinação única entre o ambiente macroeconômico brasileiro dos
últimos anos e a pandemia.
Para entender como esse mercado evolui e se torna cada vez mais relevante,
é importante relembrar sua história e sua profissionalização, muitas vezes
entrelaçada às grandes crises econômicas globais.
Na época ainda era corrente no país uma gíria que se tornou famosa a partir
dos anos 1950: a “regra 363”, segundo a qual os bancos supostamente
pagavam 3% aos depositantes, emprestavam com juros de 6% e, dada a
facilidade e altos ganhos da transação, os gerentes saiam às 3 da tarde para
jogar golfe. O cenário começou a mudar drasticamente quando o Federal
Reserve (banco central americano), no fim dos anos 1970, aumentou a taxa
de desconto dos bancos de 9,5% para 12%, num esforço para conter a
inflação.
A RTC criou então uma estrutura para vender e gerir esses ativos
problemáticos para investidores privados, com capacidade operacional para
fazer a cobrança. Criou-se, assim, uma classe de investimentos para quem
tinha apetite por risco e visão de longo prazo.
O movimento seguinte viria em 2008, com a crise global que teve origem no
grande volume de empréstimos concedidos nos Estados Unidos para muitas
pessoas que não tinham como pagar, mas que podiam oferecer a própria
casa como garantia. Era o chamado mercado de créditos subprime, no qual o
volume de financiamentos era imenso. Muitos bancos, na ocasião, passaram
a misturar dívidas de alto e baixo riscos, o que resultou na criação
das CDOs (obrigações de dívidas com garantia).
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