Você está na página 1de 4

Unidade 8 – Flexibilização Monetária e financiamento (aumento de gastos do governo/

Fincanceira – Crise na América Latina investimentos).

EPI 1 – Aula 01/10/2015 Petro-dólares -> bancos privados -> passam a


oferecer crédito para financiamento.
Causas da Crise:
Externas: elevação da taxa de juros nos EUA; choque Argumento liberal para fluidez de capital: gerar
do petróleo; ajustamentos das economidas dos condições de financiamento para agentes (famílias,
países desenvolvidos; ausência de mecanismos empresas, estados deficitários).
internacionais para ajuste das contas externas.
Bastava abrir o mercado de capitais/
Internas: elevado grau de endividamento público e desregulamená-lo e deixar os capitais entrarem.
privado externo; alocação dos recursos tomados no
exterior. Foi isso que a AL fez. Grande oferta de capital e a
AL absorveu essa oferta. Taxa de juros de
Administração da crise: a fragilidade dos devedores, empréstimo à menos de 1%. Sistema de crédito
o pool de bancos e o papel do FMI. farto e barato.

Consenso de Washington: 9 medidas Países que precisavam crescer e sob regimes


1. Déficit fiscal (conceito de déficit primário); militares -> por que não pegar emprestado? Ou
2. Prioridade nos gastos públicos; seja, pegarem grandes empréstimos.
3. Reforma fiscal: “alargamento” da base
tributária; Brasil – consolidação desses investimentos
4. Taxa de juros postitiva -> atrair capital; financiados por esse crédito, segundo PND (Plano
5. Taxa de câmbio -> determinada pelo Nacional de Desenvolvimento) no governo Geisel:
mercado; Itaipu, sistema siderúrgico, parque de celulose.
6. Política comercial -> fim do protecionismo; Maior crescimento mundial, investimento pesado
7. IDE -> incentivo e tecnologia; estatal. Muito atores consideram que esse foi o
8. Privatizações -> aumento da eficiência e momento real em que Brasil passou a ser um país
diminuição do déficit; industrializado.
9. Desregulamentação das atividades
econômicas (bancos, mercado de trabalho, Argentina, México, mesmos acontecimentos.
infraestrutura).
Atuação dos governos federais e estaduais
Âncora de precificação da moeda (câmbio): PIB. O buscando financiamentos externos.
PIB (P.Q) aumenta, aumenta a velocidade de
circulação da moeda/ quantidade de moeda. – Europa: países sentiram o aumento do preço do
teoria quantitativa da moeda. petróleo. Inflação proveniente do choque de
petróleo.
1979 – 1985: Crise da América Lantina – showcase
desse novo padrão mundial, primeira grande crise Trade-off: crescimento com endividamento ou
do fim de BW/ do padrão dóllar-ouro. ajuste recessivo.

Impacta um grande número de países: a AL quase Diante do choque do petróleo ou os países


toda e os países africanos. financiavam a conta-petróleo (déficits crescentes em
TC), levando ao aumento da inflação ou realizavam
Produto da forma de inserção da AL no sistema o ajuste-recessivo.
mundo.
Grande parte dos países europeus e os EUA
Muitos dos países da AL viviam sob regimes entraram nesse cenário de ajuste recessivo:
militares. Sempre tiverem problema de colocaram o pé no freio, após longo de crescimento.
financiamento. Renda baixa – não há renda pra
consumo, investimento, tributação (investimento Não era esperado que o choque do petróleo fosse
público). durar tanto tempo. Quando se percebe que a
situação não alteraria, os países começaram a
Mercado financeiro (fluco de capital global) – realizar o ajuste recessivo.
resolviam um problema estrutural dos governos -> Países subdesenvolvidos:
Brasil – crescia 10% ao ano por 8 anos – choque do
petróleo> alternativas: ajuste recessivo ou compra O estrago está pronto.
crescimento econômico
Déficit em TC -> déficit na balança comercial e na
Ao invés de fazer ajuste recessivo, toma-se esse balança de serviços (elevação dos serviços da dívida
crédito internacional barato e investe-se na sua – juros e dividendos, aumento absurdo). Passa-se a
economia. Investir em setores da atividade mandar pra fora em juros mais do que se recebia
econômica que são exportáveis, para que seja em crédito. Tomava emprestado para pagar a dívida
vendido e possibilitado o pagamento da dívida. e isso era feito diariamente.

AL: crescimento com endividamento externo. Brasil chegou a pagar dívida externa com ouro
monetário.
Grande evolução da dívida externa.
Pior momento, nenhum banco empresta mais:
Razoável a tomada de crédito – os países recorrer ao FMI.
subdesenvolvidos precisavam crescer.
1979 – Tatcher já havia feito as reformas na
Serviço da dívida: amortização + juros da dívida. Inglaterra, dando fim ao welfare state britânico.

Até aquele momento e hoje ainda, os países Reagan – deu fim a greve de pilotos, demitindo
contratam dívida a juros do dia, taxa do dia, taxa todo mundo.
pós fixada. Se a taxa estiver muito baixa, você
ganha, caso contrário, o credor ganhar. Não se endividaram? Agora tem que pagar!

Taxa flutuante – risco: a taxa pode variar e sua Solução dos problemas:
dívida aumentar. Se os bancos não querem mais emprestar dinheiro,
e as exportações caíram, como pagar?
Esse é o risco de comprar crescimento econômico.
Países passam a ser pressionados por governos e
Pega-se o empréstimo acreditando que irá crescer. banqueiros para resolver o problema do pagamento
da dívida e serem direcionados a um único caminho
Além do crescimento, quando se pega empréstimo -> tomar empréstimo do FMI.
com bancos estrangeiros, ainda é necessário que se
possua moeda estrangeira para se garantir o FMI – não exercia seu papel desde sua criação, e
pagamento da dívida à taxas de câmbio razoáveis. com o fim do padrão dólar-ouro torna-se menos útil
ainda. Porém, de repente, os países da AL estão
Aumento da taxa de juros americana: desacelerar a fortemente endividados, com os bancos not willing
economia, reduzir a inflação, gerada pelo preço da para renegociar a dívida nem oferecer mais crédito,
gasolina (choque do petróleo – choque na matriz alternativas: dar calote, pegar empréstimos de
energética, efeito multiplicador em todos os setores outras fontes ( juros maiores e prazos menores para
da economia). – ajuste de recessão econômica. pagar).

Paul Wolker – ajustar às condições adversas da Se os bancos não querem emprestar dinheiro, como
economia americana. resolver?
 Calote – não se consegue mais pegar
Taxa de juros americana chega à 14%, em termos empréstimos.
reais, taxa de juros 5/6%. A Europa segue nas
mesmas condições. FMI – não possuía recursos para dar conta, se quer,
da dívida externa brasileira.
Efeitos para AL:
 Contração das exportações; compra-se Moratória mexicana – os bancos passam a estimar
menos agora; quando de crédito está na AL.
 Refluxo de capitais para os EUA e a Europa,
redução do crédito internacional; 2/3 do crédito mundial estava na AL.
 Quantidade menor de reservas
internacionais;
 Crescimento da dívida.
Efeito multiplicador nos bancos -> se um não Onda de governos neoliberais na AL implantando
pagou, como emprestar dinheiro para os outros? – essas medidas.
quebra do sistema financeiro mundial.
Acionista do mercado financeiro apresenta as
Necessita-se de um instituição multilateral que medidas do Consenso de Washington ao FMI e
acompanhasse essas questões. Quem? FMI! concorda-se de continuar emprestando, desde que
os países da AL adotem essas medidas.
FMI – os bancos privados precisariam colaborar a
partir da abertura de novas linhas de crédito, caso Deu certo – entrou-se dólares e começou-se a
contrário os países não conseguiriam pagar. pagar os serviços da dívida.

Os bancos privados voltam as mesas de negociação Índia (1991), países da África – todos com
– negociam individualmente com cada devedor. problemas de endividamento.

Pool de bancos – o devedor e vários negociadores Crédito farto e barato traz/ acarreta um grande grau
da parte dos bancos juntos. de vulnerabilidade.

Nunca houve pool de devedores, foi sempre Cada país que caía na dívida, era aplicado as
imposto a esses países a condição de renegociação mesmas medidas do Consenso de Washington.
da dívida.
Dimensão da supremacia do mercado financeiro:
Nunca se deixa os devedores sentarem juntos – não gera crédito farto e barato e, por outro lado,
possuem poder de barganha. possibildiade de endividamento público e privado.

Consequência – FMI impõe conjunto de medidas


Estado
para sanear as dívidas desses países. soberano

As medidas foram muito duras.


Instituição
Tudo era direcionado para aumentar e quantidade multilateral
de dólares: exportar mais (desvalorização cambiar (FMI)
enorme), importar menos, elevar tx de juros para
atrair capital/ IDE; privatização – para isso, quanto
maior a recessão doméstica (setores de exportação Bancos privados
continuam atuando, produzindo, vendendo muito –
cb desvalorizado), melhor, reduzir o consumo
doméstico, redução dos gastos públicos -> para Nesse momento histórico, a AL – em momento
aumentar o que fosse destinado a pagamento da algum a crise da AL é vista como um problema no
dívida. mercado financeiro mundial. Tudo isso foi vendido
como uma questão doméstica (estado pesado,
FMI – definição do conceito de défict primário insuficiente); contrataram a dívida de uma maneira,
(despesas – receitas, o que sobrar-> pagamento da e essas taxas foram mudadas.
dívida).
Vê-se como irresponsabilidade da gestão pública
Direcionamento do gasto público para o que fosse doméstica, enxerga-se de maneira individualizada o
aumentar a capacidade de exportação. problema.

Maior arrecadação de tributos. Liberalismo - Há todo um discurso ideológico de


que os mecanismos de mercado geram eficiência
Capitais de curto prazo. econômica e se der errado, é porque a aplicação
não foi feita corretamente. “Faça seu dever de casa”
Depois da desvalorização – tx de cb flexível. – conotação de subjugação e influência ideológica.

Privatizações: onerando menos o Estado, governo O mercado que criou o problema, mas diz-se que
FHC, a venda das estatais deu uma boa arrecadação não é um problema do mercado, mas sim do país.
ao estado.
Agora, vê-se crises com características muito
similares – crises asiáticas (1990), Rússia. E isso
sempre foi vendido como problemas de ineficiência
do mercado.

Essas crises são sistemáticas – é só uma questão de


quando e onde.

Foi-se explicado assim, até a crise de 2008 – EUA.

Você também pode gostar