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23/03/2023 AULA 1 EBC 2

Choque, recessão e crise da dívida externa

 PND II, BR assume passivo para manter crescimento econômico e funcionamento da


economia
 Inicialmente taxas de juros internacionais extremamente baixas, porém, taxas flutuantes,
podendo inviabilizar o pagamento.
 Final da década 70 e início de 80: segundo choque do petróleo
o 1979 reversão das condições de financiamento internacionais deteriorou a
capacidade de financiamento pela economia brasileira, aumento da dívida externa,
mesmo sendo coberta parcialmente pela entrada de capitais (queima de reservas).
Início da crise cambial e aumento da pressão inflacionária.
 Governo Figueiredo (1979-85)
 Geisel para Figueiredo: aprofundamento da abertura política, anistia aos exilados, liberdade
sindical, reforma partidária.
o Mário Henrique Simonsen Ministro do Planejamento
 Diagnóstico: excesso de demanda interna, materializada no déficit publico
 Política econômica: Controle da demanda agregada
 Ameaça de profunda queda da atividade econômica leva à grande reação
política e substituição do ministro (1979)
 Delfim Neto (1979-85), Ministro do Planejamento
o Discurso desenvolvimentista e de combate à inflação, com crescimento econômico
(novo milagre econômico)
o Medidas:
 Expansão de crédito agrícola, em vista de supersafra e contenção dos preços
dos alimentos;
 Eliminação de incentivos fiscais às exportações, controle do comércio
externo por meio da política cambial e tarifária;
 Estímulo à captação externam reduzindo custo do dinheiro externo, via
diminuição dos impostos sobre remessa de juros;
 Maxidesvalorização de 30% do cruzeiro em dezembro de 1979;
 Nova lei salarial em novembro.
 Resultados:
o Aceleração Inflacionária, em função dos preços públicos, reajuste por
semestralidade salarial, maxidesvalorização cambial, que aumentou o custo dos
produtos importados;
o Maior crise internacional pós guerra, em função da segunda crise do petróleo e
elevação das taxas de juros internacionais;
o Políticas públicas ineficazes, em função da aceleração inflacionária;
o Deterioração das contas externas, aumento da dívida externa, perda de reservas;
o Acentuação do processo especulativo.
 Crise da dívida externa
o Piora na situação cambial, já em 1980, reversão da política econômica e adoção de
política ortodoxa (“ajustamento voluntário”, sem recorrer ao FMI e renegociar a
dívida). Ainda excesso de demanda interna.
o Dificuldade crescente para renovação de empréstimos externos e encarecimento.
Política interna se pautaria pela redução da necessidade de divisas
 Primeiro ponto: o próprio diagnóstico estava correto?
o Existência de desequilíbrio externo não quer dizer, necessariamente, que um país
esteja vivendo acima de seus limites (excesso de demanda), mas pode ser
decorrente de processo de endividamento externo que começa a ser cobrado ou
aumento das taxas internacionais ou deterioração do preço de troca.
o Parece ser o caso do Brasil.
 Ponto central: alteração da política econômica norte-americana, com política monetária
restritiva, para conter a desvalorização do dólar, verificada desde a adoção do câmbio
flutuante em 1979;
 restrição do crédito e dificuldade no financiamento do Tesouro, tentando
ajustar a economia; Reagan assume em 1980 e adota a política o “supply
side economics”, deteriorando ainda mais a situação fiscal; ao ter que se
autofinanciar, com crédito restrito, elevação das taxas de juros e transforma
EUA em grande absorvedor da liquidez mundial.
o Supply side economics: perda da competitividade, piora das contax externas
americanas e profunda desvalorização do dólar;
o Reagan e ascenção dos economistas liberais, Universidade de Chicago, o problema
seria o excesso de intervenção do governo.
 Imposto alto para financiamento desestimularam investimentos privados e
elevaram custos dos produtores americanos, perca de competitividade
 Deterioração das contas públicas, diminuição da base tributável, menor
arrecadação de impostos
o A solução seria reduzir o tamanho do Estado, diminuindo gastos e o peso dos
impostos sobre empresas. Diminuição dos impostos e reformas sociais que
diminuiriam os encargos trabalhistas, para retomada da capacidade de investimento
e competitividade pelas empresas americanas, ampliando renda, base tributável e
arrecadação.
o Política com objetivo de adequar as condições de oferta e não políticas de demanda,
como preconizavam os keynesianos.
 Mais países com problemas: Argentina, Polônia, México e rompimento do fluxo de recursos
voluntários aos países em desenvolvimento
o Esses países foram obrigados a gerar superávits externos (exportar mais do que
importar, entra mais dólar que sair) para pagar os juros da dívida externa
 Ajustamento externo no Brasil, de forma voluntária, aprofundada em 1982, sob tutela do
FMI
o Contenção da demanda agregada
 Redução do déficit público, redução dos gastos públicos, principalmente
investimentos
 Aumento da taxa interna de juros e restrição ao crédito
 Redução do salário real, mediante subindexaão dos salários e do
desemprego gerado pelo quadro recessivo
o Estrutura de preços relativos favoráveis ao setor externo
 Resultado da política de ajustamento: recessão em 1981 e 83 e baixo crescimento em 82
com queda da renda per capita, e aceleração da inflação em 82, mas política bem sucedida
no tocante ao comércio exterior (reversão da balança comercial para superávit)
 O sucesso do ajustamento externo (geração de dólares) foi devido a própria recessão, que
desestimulou importações e aumentou incentivos a exportações;
 1984: superávit, pode ser explicado pelo sucesso do II PND, que permitiu amplo processo de
substituição de importações e criou setores com competitividade externa
 Problema: ajustamento das contas internas; dívida pública grande, devido ao processo de
socialização (estatização) da dívida externa, enquanto a maior parte da geração do
superávit era privada
o Para adquirir divisar, o governo deveria adquirir divisas (dólares), para isso ou o
governo gerava superávit fiscal, emitia moeda ou se endividava internamente;
o A primeira era inviável, pois já muito deteriorada; a segunda incompatível com a
política de controle de absorção; a única alternativa foi representada pelo
endividamento interno (títulos públicos, em condições precárias - maiores juros e
menores prazos)
 Transformação da dívida externa em interna: Aceleração da deterioração
das contas públicas
 Processo de ajuste externo, moratória da vívida externa, ajustamento sem sacrificar o
crescimento;
 Questionamento das políticas econômicas do governo, que ganha força com as Diretas Já,
em 1984.
o Modelo cada vez mais questionado, por conta do desemprego como ameaça latente
o Inflação resistente mesmo a políticas ortodoxas
o Nesse clima, termina o regime militar e se inicia a Nova República.

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