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Para Moran e Witte (1993), existem várias definições a respeito da inflação, mas a
mais simples e clara define-a como a elevação contínua do nível de preços, isto é, uma taxa
contínua de crescimento dos preços num período determinado. Deve ficar claro que um
aumento de preços, por uma única vez, não pode ser considerado inflação. Precisa-se de um
aumento contínuo, mesmo que este não seja de igual magnitude ao longo do tempo.
Corroborando ainda com esta definição, de acordo com Blanchard (2011) esses
aumentos contínuos dos preços dos produtos e serviços derivam dos índices inflacionários,
que podem ser mais de um e variam de acordo com a economia do país ou região do qual
estão atrelados.
Também é relevante mencionar aspectos sociais que têm relação direta com a questão
da inflação. Segundo o chief financial officer (CFO) da Associação Brasileira de Agentes
Digitais (Abradi), Marcos Moraes (2022), a inflação é impactada por quatro fatores
principais:
No Brasil, o dragão da inflação faz muita gente estremecer. Isso porque, na nossa
economia, especialmente antes do Plano Real, vivenciamos um período de hiperinflação,
entre as décadas de 1980 e 1990.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que entre 1980 e
1989, a inflação média no país foi de 233,5% ao ano. Na década seguinte, entre os anos de
1990 e 1999, a variação anual subiu para 499,2%.
Os motivos pelos quais a inflação saiu de controle foram internos e externos. Como causas
do aumento instável e descontrolado dos preços, costumam ser citados: Elevação dos gastos
públicos durante o governo militar; Endividamento externo (ainda mais agravado por conta
de uma crise mundial derivada do aumento dos preços do petróleo) e retração na taxa de
expansão da economia, como podemos elencar a seguir:
Para este trabalho, iremos aprofundar a discussão em cima de dois principais índices
inflacionários, são eles o IPCA e o IGP-M. Na definição do site InfoMoney, o IPCA é um dos
índices de inflação mais tradicionais e importantes do Brasil. Foi criado em 1979 e tem uma
razão de existência simples: medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e
serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras. Além dessa importância,
o IPCA faz parte de uma importante estratégia da política monetária no Brasil, uma vez que é
utilizado como referência para o sistema de metas de inflação. Nesse sistema, o país se
compromete a adotar estratégias para conseguir manter a inflação dentro de uma faixa fixada
periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O IGP-M - Índice Geral de Preços do Mercado é uma das versões do Índice Geral de
Preços (IGP). É apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e registra a inflação de preços
desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. O IGP-M é
utilizado em contratos de aluguel, reajustes de tarifas públicas e planos e seguros de saúde
mais antigos. Ele abrange toda a população, sem restrição de nível de renda (FGV, 2020).
Quanto ao que tange o cálculo desses índices, temos que cada organização de
pesquisa é responsável por um levantamento. Entretanto, mesmo tendo a mesma função de
medir a inflação, a análise feita por cada índice possui métodos diferentes e tem influência
direta da alta do dólar. IGP-M e IPCA, por exemplo, diferem em relação à cobertura,
enquanto o primeiro contempla somente os preços cobrados para o consumidor, o IGP-M,
leva em consideração também os preços do atacado e os custos de construção,, bem como o
que ocorre durante as etapas de produção dos produtos tendo maior sensibilidade a mudanças
macroeconômicas, como aumento do dólar ou uma crise no mercado imobiliário pois é
composto por três categorias diferentes (relacionadas ao produtor, ao consumidor e ao setor
de construção civil).
Nas últimas duas décadas esses índices apresentaram as variações dos principais
indicadores inflacionários ao longo do período de 2000 a 2019, partindo de uma base
referencial de R $100,00 em 2000.
Os dados sobre a inflação no mês de outubro de 2021 evidenciam que o seu aumento
consiste em um problema global. Os efeitos provocados pela pandemia do covid-19 afetaram
a economia e confirmaram a agravante que já se apresentava pelo abalo provocado por
choques climáticos e tecnológicos. (Reder & Alvarez, 2021).
Por outro lado quanto à oferta, a decadência enfrentada pela indústria provocada pelos
gargalos de suas cadeias produtivas como o caso dos problemas apresentados no transporte
marítimo e na escassez de insumos, tendo assim como plano de fundo as medidas de
transferência de renda, alocação de recursos públicos para minimizar a crise financeira na
tentativa de haver o aumento da demanda pelo consumo das famílias de renda baixa e média,
especialmente no setor de bens e alimentos. Dito isto, as famílias responsáveis por grande
parte deste consumo restringiram seus gastos com serviços e alocaram para fontes primárias
necessárias. (Reder & Alvarez, 2021)
4.3 - Dólar:
O impulso que foi dado às exportações brasileiras vista a alta da cotação deveria
abaixar a taxa de câmbio. Como explicação, os economistas passaram a citar o aumento no
desequilíbrio nas contas do governo, as incertezas políticas e o descontrole no enfrentamento
do cenário pandêmico. Diante do exposto surgem dúvidas sobre a duração deste fenômeno e
as ações que as autoridades dos bancos centrais dos Estados Unidos e Europa e demais
governos centrais irão tomar a respeito da carestia dos alimentos, das commodities e dos
gargalos da indústria. Com os indicadores de aumento de desemprego, da diminuição do
consumo médio do brasileiro o radar aponta para uma estiagem não apenas de chuvas, mas
também de crescimento econômico nacional e mundial. (Reder & Alvarez, 2021).
Fonte: (Trevizan & Dana, 2022) O preço da gasolina subiu mais que o salário mínimo desde 2020.
Fonte: (Trevizan & Dana, 2022) A alta da gasolina é menor que o avanço do preço do petróleo.
4.6 – Gráfico do comprometimento do salário mínimo, cesta básica e poder de compra.
Fonte: DIEESE, 2021, O aumento da cesta básica contribui com o comprometimento do salário mínimo
e a impossibilidade de diversificação do consumo.
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