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Introdução
FHC, ao disputar as eleições de 1994, tinha dois objetivos claros. Sabia que as alianças
políticas eram fundamentais para poder governar e; visava concluir o mandato
presidencial e entregar o país a seu sucessor, fato que não acontecia desde a transição
de JK e Jânio.
FHC fora eleito para vencer a inflação e a forma como seu governo seria visto pela
história se relacionava ao seu grau de êxito na matéria.
Antes do Plano Real houveram 5 planos de estabilização fracassados.
A batalha da estabilização
O desequilíbrio externo
A razão era o grande aumento das importações que se seguiu ao plano real,
combinado com um desempenho pífio da agricultura.
Além da piora da conta corrente associada ao comportamento da Balança Comercial, o
financiamento do próprio déficit em conta corrente a partir de 1995 gerou um efeito
de realimentação dos desequilíbrios.
Pagamentos crescentes de juros e de lucros e dividendos.
O déficit de serviços e rendas praticamente dobrou no primeiro governo FHC.
Porque o governo não agiu antes? 3 razoes ajudam a entender o comportamento do
governo:
1- Temor de uma repetição dos efeitos da desvalorização mexicana, concebida para ser
moderada, mas acabou fugindo ao controle e gerando alta inflação em 95. Ao optar
por manter o câmbio sobrevalorizado, FHC julgou ser melhor lidar com uma situação
interna difícil do que com uma desvalorização, que poderia ser um salto no escuro.
2- Política. O melhor momento para a desvalorização teria sido 1995. Porém, o governo
entendeu que a memória da indexação ainda estava muito presente e a inflação
ainda era alta. Depois, quando as circunstancias voltaram a ser favoráveis
novamente, o cenário político mudara: estava sendo discutida a emenda propondo a
reeleição do presidente e em 1998 haveria eleições.
3- Esperança de que o resto do mundo continuasse a financiar o após, em um processo
no qual os ajustes fossem feitos gradualmente e o governo se beneficiasse do papel
de ponte até o reestabelecimento do equilíbrio, que poderia ser representado pelas
volumosas privatizações em curso.
Nas expectativas políticas, FHC seria reeleito e as reformas seriam gradualmente
realizadas.
A crise fiscal
As reformas do período
1- Estabilidade. Desde que o IGP começou a ser apurado, na década de 1940, ele não foi
inferior a 10% nos 35 anos anteriores a 1994.
2- Reformas que deram continuidade a um movimento iniciado no governo Collor:
Privatizações;
Reforma da Previdência social (2 etapas – (i) idade mínima para os novos entrantes na
administração pública e ampliou o tempo de contribuição para os ativos; aprovou o fator
previdenciário para o INSS)
Renegociação das dívidas estaduais (federalização das dívidas frente ao mercado. Pagamento
das dívidas em 30 anos c/ parcelas mensais)
Aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (tetos para a despesa com pessoal em cada
poder. dispositivos de controle das finanças públicas)
Ajuste fiscal a partir de 1999 (restrição orçamentária efetiva, baseada em metas fiscais rígidas,)
As privatizações
Pontos negativos: resultados ficaram aquém do que foi alardeado. Ideia errada de que com a
desestatização o dinheiro obtido seria usado em programas sociais. Sérios problemas
regulatórios no setor elétrico, as companhias estatais produziam energia e as privadas
distribuíam, assim nenhuma delas fazia os investimentos necessários e acabou ocorrendo a
crise energética em 2001.
1995-98: Primeiro Governo FHC – a estabilização associada ao Plano Real marcou uma
revolução comportamental no setor privado, pois com a possibilidade de comparar preços, a
soberania do consumidor passou a obrigar a uma disputa entre as firmas, que potenciou os
benefícios da competição introduzida pelos importados.
1992-2002: tríplice mudança de regime (cambial, monetário e fiscal). Até 1998 o Brasil
conviveu constantemente com esses 3 elementos: alta inflação, crise externa e ou descontrole
fiscal. Com as medidas de 1999 o país passou a ter condições de enfrentar cada um desses
problemas.
Porque em 2002, o Brasil não era percebido como um caso de sucesso, nem pelos mercados,
que castigaram o país com níveis de risco elevadíssimos, nem pela população, que votou
contra o governo nas eleições?
Diferença entre os 2 governos FHC. No primeiro, a dívida aumentou por razoes fiscais. No
segundo, devido ao forte ajuste primário, a dívida de origem fiscal se manteve relativamente
estável e o aumento do total se explica pela variação dos ajustes patrimoniais.
Ainda no segundo semestre de 2002, quem olhasse de fora, pensaria que a dívida pública
continuava a crescer. Entre a maioria dos analistas, especialmente estrangeiros, imperava o
ceticismo sobre o brasil.
Conclusões