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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

AULA TEORICA E PRÁTICA

RÉDITO – NCFR 28

Rédito é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente de curso das actividades
ordinárias de uma entidade quando esses influxos resultem em aumentos de capital próprio, que não sejam
aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital próprio.

Justo valor é a quantia pela qual um activo podia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes
conhecedoras e dispostas a isso numa transacção em que não existe relacionamento entre elas.

O rendimento é definido na Estrutura Conceptual como aumentos de benefícios económicos durante o


período contabilístico na forma de influxos ou aumento de activos ou diminuição de passivos que resultem
em aumentos no capital próprio, que não sejam os que se relacionem com contribuições dos participantes
de capital próprio.

Os rendimentos englobam tanto os réditos como os ganhos. O rédito é o rendimento que surge no decurso
das actividades ordinárias de uma entidade e é referido por uma variedade de nomes diferentes incluindo
vendas, honorários, juros, dividendos e royalities.

Reconhecimento do rédito
O rédito é reconhecido quando:
a) For provável que benefícios económicos futuros fluirão para entidade; e
b) Os benefícios possam ser fiavelmente mensurados.

A norma NCRF 28, aplicam-se ao rédito proveniente das seguintes transacções:

a) Vendas de bens;
b) Prestações de serviços; e
c) Juros, royalities e dividendos.

Mensuração dos Réditos

O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber, liquida de quaisquer
descontos comerciais e de quantidades concedidas pela entidade.
Porém, quando o influxo de dinheiro ou equivalente de dinheiro for diferido, o justo valor da retribuição
poder ser menor do que a quantia nominal de dinheiro recebido ou a receber.

Venda de bens
O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
condições seguintes:

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a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos da propriedade
de bens;
b) A entidade não retenha envolvimento continuado de gestão num grau geralmente associado com a
posse nem o controlo efectivo dos bens vendidos;
c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
d) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para a entidade; e
e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção possam ser fiavelmente
mensurados.

Prestação de serviços
Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa ser fiavelmente estimado,
o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido com referência à fase de acabamento da
transacção no fim do período de relato. O desfecho de uma transacção pode ser fiavelmente estimado
quando todas as condições seguintes forem satisfeitas:
a) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para a entidade;
c) A fase de acabamento da transacção no fim do período de relato possa ser fiavelmente mensurado;
e
d) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção possam ser fiavelmente
mensurados.

Juros, royalities e dividendos


O rédito proveniente do uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalities e dividendos
deve ser reconhecido, quando:
a) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para a entidade; e
b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;

Caso Prático I

1 A sociedade Alfa vendeu um equipamento industrial nas seguintes condições: Preço de venda:
MZN 205 901,08 (Já inclui o valor dos juros). Condições de pagamento: 4 prestação semestrais
iguais e postecipadas no valor de MZN 51 475,27 cada. A taxa de juro corrente no mercado é de
10,25% ao ano.

2 A sociedade Alfa vende mercadorias a prestações. Em Outubro do ano/N, vendeu o artigo M, nas
seguintes condições: 4 prestações trimestrais no valor de MZN 260 000, e o preço a pronto
pagamento era MZN 1 000 000.

3 O “Stand S” com o objectivo de aumentar vendas, promoveu a seguinte campanha para a venda
do tractor modelo “Revolucionário“ nas seguintes condições: Preço de venda de MZN 200 000,
inclui contrato de manutenção durante 4 anos com direito a uma revisão anual.
Nota: O preço de venda sem contrato de manutenção é de MZN 185 000.
O departamento de manutenção, elaborou orçamento de manutenção, cujos valores constam do
quadro seguinte:
Manutenção Valores em MZN
Nº 1 2,000.00
Nº 2 3,000.00
Nº 3 2,000.00
Nº 4 3,000.00
Total 10,000.00

Ismael Nhacucué, Msc. 2


Pretende-se: Contabilização das operações acima.

CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO – NCFR 10

Um contrato de construção é um contrato especificamente negociado para a construção de um activo ou de


uma combinação de activos que estejam intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos da
sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.

Um contrato de preço fixado é um contrato de construção em que a entidade contratada concorda com o
preço fixado ou com uma taxa fixada por unidade de output, que, nalguns casos, está sujeito a cláusulas de
custos escalonados.

Um contrato de “cost plus” é um contrato de construção em que a entidade contratada é reembolsada por
custos permitidos ou de outra forma definidos, mais uma percentagem destes custos, ou por uma
remuneração fixada.

Um contrato de construção pode ser negociado para construção de um activo único tal como uma ponte, um
edifício, uma barragem, um oleoduto, uma estrada, um navio ou um túnel. Um contrato de construção pode
também tratar a construção de um numero de activos que estejam intimamente inter-relacionados ou
interdependentes em termos da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final; entre
os exemplos de tais contratos incluem-se os da construção de refinarias e de outras partes complexas de
fábricas ou de equipamentos.

Rédito de contrato de construção


O rédito do contrato de construção deve compreender:
a) A quantia inicial dos réditos acordados no contrato; e
b) Variações no trabalho, reclamações e pagamentos de incentivos do contrato;
i) Até ao ponto que seja provável que resultem em rédito;
ii) Estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.

Custos do contrato

Os custos do contrato devem compreender:

a) Os custos que se relacionem directamente com o contrato especifico;


b) Os custos que sejam atribuíveis à actividade do contrato em geral e possam ser imputados ao
contrato; e
c) Outros custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente nos termos do contrato.

Fase de acabamento

A fase de acabamento de um contrato pode ser determinada de várias maneiras. A entidade usa o método
que mensure com fiabilidade o trabalho executado. Dependendo da natureza do contrato, os métodos
podem incluir:

a) A proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho executado até à data estejam para
os custos estimados totais do contrato;
b) Vistorias do trabalho executado; e
c) Conclusão de uma proporção física do trabalho executado.

Alterações nas estimativas

O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base acumulada em cada período contabilístico
às estimativas correntes de rédito do contrato e custos do contrato. Por isso, os efeitos de uma alteração na

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estimativa do rédito do contrato e nos custos do contrato, ou os efeitos de um alteração na estimativa do
desfecho de um contrato, são contabilizados como alteração na estimativa contabilística de acordo com a
IAS 8 (NCRF 4 – Politicas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros). As estimativas
alteradas são usadas na determinação da quantia de rédito e de gastos reconhecidos nos lucros ou prejuízos
no período em que a alteração seja feita e em períodos subsequentes.

Caso Prático II

1 A sociedade de Construção SC tem como o objecto a realização de empreitadas de obras


públicas, as quais por vezes têm um ciclo de duração superior a um ano. No ano N iniciou a obra
nº 1026, dispondo dos seguintes elementos: Duração 46 meses; Preço estimado MZN 2 000 000;
Gastos estimados MZN 1 600 000.

Anos Gastos incorridos Gastos estimados Facturação


N 350,000.00 300,000.00 500,000.00
N+1 800,000.00 800,000.00 700,000.00
N+2 250,000.00 200,000.00 600,000.00
N+3 350,000.00 300,000.00 200,000.00
Total 1,750,000.00 1,600,000.00 2,000,000.00

Nota: Considere a constituição de provisão para fazer face a custos com execução de garantias,
na base de 5% do crédito do exercício.

2 A Sociedade de construção SN tem como objecto a construção e venda de imóveis. A empresa


subcontratada a terceiros os serviços inerentes a construção de imóveis. No ano N, iniciou a
construção de um empreendimento em regime de propriedade horizontal, cuja discriminação se
apresenta no quadro seguinte:

Fracção Gastos estimados Facturação


Loja 1 1,600.00 900.00
Fracção A 1,000.00 520.00
Fracção B 800.00 450.00
Fracção C 600.00 260.00
Fracção D 500.00 250.00
Total 4,500.00

Outros dados

ANO N

No ano N, a empresa adquiriu o terreno para construção de um empreendimento no valor de MZN 500 000 e,
suportou custos de subcontratos referentes à construção do empreendimento no valor de MZN 300 000 e
custos financeiros no valor de MZN 200 000, dos quais MZN 180 000 se referem a empréstimos hipotecários
para financiamento de empréstimos.

ANO N+1

No ano N+1, a empresa suportou custos de subcontratos com a construção de empreendimentos no valor de
MZN 400 000, tendo neste exercício precedido à venda da Loja e da Fracção A.

ANO N+2

A empresa vendeu a fracção B e suportou custos de subcontratação no valor de MZN 100 000.

Pretende-se: Lançamentos no diário geral tendo em atenção as normas internacionais de contabilidade.

Ismael Nhacucué, Msc. 4

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