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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Economia
Ano Lectivo de 2015 16/12/2015
Licenciatura em Contabilidade e Finanças Duração: 120 minutos

EXAME DE RECORRÊNCIA – GUIÃO DE CORRECÇÃO


Contabilidade Financeira III

I Grupo (5 valores)

1. A diferença entre o resultado contabilístico e o resultado fiscal pode advir de:


a) Diferenças permanentes.
b) Diferenças tempestivas.
c) Diferenças temporárias, que podem ser dedutíveis ou tributáveis.
d) Todas as anteriores.
e) Nenhuma das anteriores

2. Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de um activo ou de um passivo se:
a) Parte do custo de um activo não for dedutível para finalidades de impostos.
b) Todo o custo de um activo não for dedutível para finalidades de impostos.
c) As alíneas a) e b).
d) Nunhuma das alíneas
e) Todas alineas

As questões 3, 4 e 5 devem ser respondidas tendo por base as informações a seguir apresentadas,
relativas à empresa MAQUINAC, MOÇ., S.A.:

Do activo fixo tangível da empresa MAQUINAC, MOÇ., S.A., faz parte uma máquina, adquirida no início de
N por 150.000,00Mt. Foi-lhe atribuída uma vida útil esperada de 10 anos, tendo sido depreciada pelo método da
linha recta.
Depois de contabilizada a depreciação do período N+7, tal máquina foi reavalida com base em diploma legal
(considere dedução de imposto a 80%). Entre N e N+7 a taxa de IRPC manteve-se em 32%.
3. Qual o lançamento respeitante a impostos diferidos, em N+7, face à nova base tributável do activo em
consequência da reavaliação legal da máquina:
a) Debitou-se 5611-Excedente de revalorização-Antes de impostos diferidos, e creditou-se 4462-Passivos
por impostos diferidos.
b) Debitou-se 5612-Excedente de revalorização-Impostos diferidos, e creditou-se 4462-Passivos por
impostos diferidos.
c) Debitou-se 4461-Activos por impostos diferidos, e creditou-se 5612-Excedente de revalorização-
Imposto diferidos.
d) Debitou-se 5612-Excedente de revalorização-Imposto diferidos, e creditou-se 4461-Activos por
impostos diferidos.
e) Não se faz nada.

4. A empresa fez a reavaliação legal da máquina com o coeficiente de desvalorização monetária de 1,40. Assim,
em N+7, o montante do passivo por impostos diferidos reconhecido foi de:
a) 9.600,00Mt
b) 3.840,00Mt
c) 3.072,00Mt
d) 1.536,00Mt
e) Nenhuma das anteriores

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5. Se, em N+7, na sequência da referida reavaliação, tivesse havido lugar a um passivo por impostos diferidos no
valor de 1.920,00Mt, em N+8 o imposto diferido correspondente à reserva realizada pelo uso da máquina, seria
creditado pelo valor de:
a) 1.920,00Mt.
b) 960,00Mt.
c) 768,00Mt.
d) 640,00Mt.
e) Nenhuma das anteriores

6. Um contrato de construção é um contrato especificamente negociado para a construção de um activo, ou de uma


combinação de activos, em que:
a. A data de início da actividade do contrato e a sua data de conclusão ocorrem obrigatoriamente em
períodos contabilísticos diferentes.
b. A data de início da actividade do contrato e a sua data de conclusão ocorrem geralmente em
períodos contabilísticos diferentes, embora aquelas datas possam ocorrer no mesmo período.
c. O período que medeia a data de início da actividade do contrato e a sua data de conclusão é de,
pelo menos, dois períodos contabilísticos.
d. O período que medeia a data de início da actividade do contrato e a sua data de conclusão é de,
pelo menos, três períodos contabilísticos.

7. Regra geral, e a luz do SCE, o reconhecimento do rédito e dos gastos de um contrato de construção deve atender
ao:
a. Método do contrato completado.
b. Método da percentagem de acabamento.
c. Método do lucro nulo.
d. Qualquer um dos métodos anteriores, dependendo da politica adoptada pela entidade.

8. No método do “lucro nulo”, o lucro gerado num contrato de construção:


a. É reconhecido na medida em que a obra progride.
b. É reconhecido na medida em que a obra progride, devendo igualar os gastos suportados
recuperáveis.
c. Não é reconhecido até que o desfecho do contrato seja estimado com fiabilidade.
d. Nenhuma das anteriores.

9. Uma das maiores problemáticas associadas ao tratamento contabilístico dos contratos de construção é:
a. A imputação do rédito do contrato aos períodos contabilísticos em que o trabalho de
construção é executado.
b. A determinação do valor do contrato.
c. A contabilização dos custos incorridos na execução do trabalho de construção, dado o elevado
número de registos contabilísticos que é necessário efectuar para cada contrato.
d. A circunstância de, regra geral, os custos efectivos com actividade do contrato ultrapassarem os
correspondentes custos estimados.

10. O valor do rédito de um contrato de construção poderá ser afectado por:


a. Penalidade por atrasos na conclusão do contrato por parte da entidade contratada.
b. Cláusulas de custo escalonadas.
c. Reivindicações ou variações acordadas.
d. Apenas a) e b)
e. Apenas a) e c)
f. Todas anteriores.

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II Grupo (6 valores)

Em 2/12/N foi adjudicada à ISCOBRA-SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES, Lda. uma obra em regime de


empreitada, a ser iniciada de imediato, relativa à construção de um viaduto, com data de conclusão contratual
prevista para 30/09/N+2. O valor inicialmente estimado para a obra foi de 1.650.000Mt.

N N+1

CustoTotal Estimado do Contrato 1.700.000,00 1.380.000,00


Custo Incorrido Acumulado 600.000,00 1.173.000,00
Facturação Emitida Acumulada 150.000,00 1.462.500,00
Valor Total (preço de venda) do contrato 1.650.000,00 1.800.000,00

No final da obra, em Setembro de N+2, os custos totais do contrato suportados ascenderam a 1.395.000Mt e o valor
total do contrato fixado em 1.830.000Mt. Sabe-se ainda que, a ISCOBRA, SA. Recebia o valor mediante
apresentação da factura.

Faça o enquadramento e contabilização das operações inerentes no diário. Considere:


1. Que as estimativas são fiáveis.
2. Que as estimativas não são fiáveis.
3. 32% de IRPC para efeitos fiscais.

Em N há lugar a lançamento de provisão porque os custos estimados superam o valor do contrato. Era
necessário considerar imposto diferido a luz do CIRPC para provisão de estimativa de custos ainda não
suportados. O Registo deve ser feito tendo em conta a parte que cabe a cada empreendedor

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III Grupo (4 valores)

A empresa Alfa explora uma linha de transporte fluvial conjuntamente com a empresa Beta e Gama. Durante o
exercício de 200N, Alfa obteve 350.000Mt de receitas e suportou 235.000 Mt de despesas com esta actividade.
Estas operações foram registadas, na empresa Alfa de acordo com a percentagem no empreendimento.

No fecho do exercício de 200N, o resultado da actividade conjuntamente controlada é o seguinte:

ReRendimentos 450.000
GaGastos -360.000
ReResultado 90.000

O acordo contratual prevê a repartição em partes iguais dos rendimentos e dos gastos da actividade conjuntamente
controlada, de onde a empresa Alfa deverá enviar aos outros empreendedores o lucro que contabilizou a mais nas
suas contas. Faça o registo no diário de Alfa e do empreendimento das operações e o respectivo enquadramento
normativo.

Solução;
Enquadramento;
NCRF 20 §§55-58
Lançamentos:
Alfa:
1) 2) 3)
6xx(vários custos) =120.000 12/41 = 350.000 45x(emp) = 85.000
45x(empreendimento)=115.000 a 72 = 150.000 a 12 = 85.000
a 42/12 = 235.000 a 45x(emp.) = 200.000

Empreendimento:
1) 2)
6xx(vários custos) =360.000 45xx(Alfa; Beta; Gama) = 450.000
a 45x(alfa;Beta;Gama) =360.000 a 72 = 450.000

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IV Grupo (5 valores)

1. No ano N a sociedade M adquiriu a totalidade do capital da sociedade F. Nesse ano a sociedade M vendeu a F
252.000,00Mt de mercadorias, que lhe haviam custado 201.000,00Mt. Ainda nesse exercício a sociedade F
vendeu a terceiros metade das mercadorias por 138.600,00Mt.

No ano N+1 a sociedade M vendeu a F 502.500,00Mt de mercadorias, que lhe haviam custado 400.500,00Mt.
Ainda nesse exercício a sociedade F vendeu a terceiros por 406.500,00Mt a totalidade dos seus inventários
iniciais e ainda metade das compras que efectuou no ano N+1 à sociedade M.

Tenha em atenção que a sociedade F valoriza as saídas de armazém pelo método de custeio FIFO.

Pedidos:
Lançamentos contabilístico dos anos N e N+1, para efeitos de consolidação de contas.

Resolução Exame de Recorrencia IIS 2015 CFIII


Lançamentos no diário de consolidação - MÉTODO INTEGRAL
ANO N
Anulação das vendas intragrupo (DR)

Vendas de MCM 252.000,00

a Custo de Inventários 252.000,00


_________________________"_________________________
_
Anulação do lucro contido nos inventários finais (DR)

Custo de Inventários (252,000-201,000)*50% 25.500,00

a Resultados do período 25.500,00


_________________________"_________________________
_
Anulação do lucro contido nos inventários finais (BL)

Resultados do período 25.500,00

a Inventários (252,000-201,000)*50% 25.500,00


_________________________"_________________________
_
ANO N + 1
Anulação das vendas intragrupo (DR)

Vendas de MCM 502.500,00

a Custo de Inventários 502.500,00

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_________________________"_________________________
_
Lucro contido nos inventários iniciais (BL)

Resultados Transitados (252,000-201,000)*50% 25.500,00

a Resultados do período 25.500,00


_________________________"_________________________
_
Lucro contido nos inventários iniciais (DR)

Resultados do período 25.500,00

a Custo de Inventários (252,000-201,000)*50% 25.500,00


_________________________"_________________________
_
Anulação do lucro contido nos inventários finais (DR)

Custo de Inventários (502,500-400,500)*50% 51.000,00

a Resultados do período 51.000,00


_________________________"_________________________
_
Anulação do lucro contido nos inventários finais (BL)

Resultados do período 51.000,00

a Inventários (502,500-400,500)*50% 51.000,00


_________________________"_________________________
_

2. No ano N a sociedade M, que detém 60% do capital da sociedade F, alienou-lhe uma máquina pertencente aos
seus activos fixos tangíveis, por 9.000,00Mt, que tinha sido adquirida por 27.500,00Mt. As depreciações
acumuladas eram de 16.500,00Mt e a taxa de depreciação 20%. A sociedade F vai depreciar o bem durante 3
anos. No ano N+2 o referido bem foi alienado para uma empresa fora do grupo por 5.000,00Mt.

Pedidos:

1. Cálculo dos ajustamentos a efectuar no ano N e o respectivo lançamento contabilístico para efeitos de
consolidação de contas.
2. Lançamento contabilístico para efeitos de consolidação de contas no ano N+1.

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Cálculos
Contas (A) Valores M (B) Cálculos ( C ) Valores F ( E )
Ajustamentos a
(F)
efectuar G=(B-E)
AT-Maquina 27.500,00 9.000,00 18.500,00
Depreciacao acumulada 22.000,00 27,5*0,2*4 3.000,00 9000*1/3 19.000,00
Gastos de depres=ciacao 5.500,00 27,5*0,2 3.000,00 9000*1/3 2.500,00
Perdas em alienação (menos-valia) 2.000,00 (9-(27,5-27,5*0,2*3)) 2.000,00

Lançamentos

Ajustamentos referentes à alienação da máquina ano N


Débito crédito
65 - 2,500 38-19000
32 -18500 68-2000

Ajustamentos referentes à alienação da máquina ano N


Débito crédito
65 - 2,500 32-21500
32 -18500
59-500

Bom trabalho

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