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Breno Felipe Fischer Melo

RA: 11201811059

1- O final dos anos 70 foi marcado pela segunda alta do petróleo, gerando uma crise
de demanda que impactaria a alta dos preços no comércio internacional e o
decorrente aumento progressivo da inflação. Tal conjuntura somada à decisão
unilateral dos EUA de aumentar drasticamente a taxa de juros para atrair e frear a
competitividade da Alemanha e Japão no comércio teve um forte impacto na
economia global sobretudo dos países da periferia como o Brasil, em função do
aumento da dívida externa, da queda expressiva nas exportações de matérias
primas, além de uma dificuldade de captação de fluxos de capitais internacionais,
mecanismo que até então era responsável pela sustentação da implementação de
políticas de cunho desenvolvimentistas, uma vez que a pressão que a importação de
insumos para a modernização da estrutura produtiva brasileira exercia sobre a
balança comercial era até então compensada pela balança de capitais.
Em decorrência, com a dificuldade para obter empréstimos, o Brasil ao obter ajuda
de instituições financeiras como o FMI, se viu imposto a assumir certas
obrigatoriedades que implicam à posterior adoção do neoliberalismo e ao
rompimento do projeto desenvolvimentista: aumento das taxas de juros internas,
redução do crédito ao setor privado, interrupção de projetos de industrialização, etc,
que teve como consequência o aumento progressivo da recessão, inflação,
desemprego e redução das políticas de assistência.

2- O plano real se consolidou através de três frentes, das quais: 1) ajustes fiscais:
cortes sistemáticos de investimentos e gastos públicos excessivos, bem como
aumento de impostos federais para equilibrar as contas públicas e aumentar a
arrecadação; 2) reforma monetária: implementação da URV atrelada à cotação do
dólar para facilitar a referência dos preços e a posterior adoção do Real como
moeda circulante e reserva de valor; 3) reforma do Estado: privatizações de serviços
públicos e estatais, bem como redução dos gastos do governo em diversos âmbitos,
sobretudo o funcionalismo público federal.
O plano real logrou em promover a queda da inflação e devolver o poder de compra,
mas há um aumento da taxa de desemprego, inibição do crescimento e a
deterioração do padrão de vida da população devido ao esvaziamento do papel do
Estado quanto à sua capacidade de planejamento e investimento público.

3- O início do mandato de Lula corresponde à adoção de medidas fiscais e


monetárias restritivas para combater o desequilíbrio externo e o aumento da inflação
referente a períodos anteriores. Se tratava da manutenção do tripé macroeconômico
com metas de inflação, câmbio flutuante com intervenção e ajustes fiscais a partir de
alto superávit primário. (CÔRREA E SANTOS, 2013, p. 28). Após isso, a partir de
2006, diante de um ambiente internacional favorável para que o governo
acumulasse mais reservas internacionais devido ao cenário de aumento dos preços
de commodities, o governo adotou uma política econômica expansionista que
direcionava o aumento da arrecadação para transferência de renda (políticas
sociais, aumento de salário e acesso à crédito) e para investimento público
(Programa de Aceleração ao Crescimento). A política expansionista sem o
comprometimento do superávit ou endividamento público foi possível pelo aumento
da carga tributária gerado não por criação de novos impostos, mas devido ao
aumento do emprego, à formalização do mercado de trabalho, bem como ao
aumento da lucratividade geral, que permitiu a ampliação de gastos sociais e de
investimento público sobretudo em infraestrutura. (CÔRREA E SANTOS, 2013, p.
41).

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