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Jânio Quadros
- Para inicio de seu mandato Quadros tinha como meta, ainda que
difusa, a estabilização doméstica e a recuperação do crédito
externo, com a resolução das dificuldades da balança de
pagamentos, ao qual se seguiria de uma retomada ao projeto de
crescimento, que viria a ser financiado parte pelo capital
estrangeiro, privado e oficial;
- Com isso, ele lança um pacote de medidas ortodoxas visando,
como dito por ele, varrer a inflação. Alguma dessas medidas
foram: desvalorização cambial, unificação do mercado de câmbio
(Instrução 204 da SUMOC)[Entretanto, cabe salientar que essa
medida de unificação não foi totalmente realizada tendo em vista
que a categoria geral anterior passou a ser do mercado dito
“livre”, porém a de importações preferenciais foi desvalorizada
100% e o sistema de entregas cambiais aos importadores foi
substituído pelo sistema de Letras de importação, ou seja, ainda
havia sim diferenciações], contenção de gastos públicos, política
monetária contracionista, e redução dos subsídios ainda
concedidos aos setores de importação de trigo petróleo. Essas
medidas por sua vez reconquistariam o apoio do FMI e dos
credores do Brasil, e ocorreria o reescalonamento (negociação das
dívidas para reestabelecer novas datas de pagamento) da dívida
externa do Brasil que venceria entre 1961-65, e conseguiria
também empréstimos com os EUA.
- AO FINAL, a sua política de contenção de gastos acabou sendo
insuficiente e não resolve a inflação pois a desvalorização cambial
a fomentou ainda mais.
JANGO
- Jango é eleito, porém não adquire plenos poderes pois é
instituído o modelo parlamentarista no governo. Com isso há
instabilidade política vinda de embates entre os opositores de
Jango e por ele querendo assumir seus plenos poderes, levando
assim a indecisões na atuação política em vieses como a
economia e as medidas a serem realmente tomadas;
- O primeiro ministro apresentou como objetivos:
Aumentar a taxa de crescimento na economia em 7,5% a. a.;
Absorver a mão de obra subempregada;
Reduzir conflitos sociais com a diminuição da desigualdade de
distribuição de renda e melhorando questões mínimas de
habitação e de saneamento;
Atenuar desequilíbrio na Balança de Pagamentos;
E alcançar uma razoável estabilidade nos preços;
Minorar os desequilíbrios regionais e corrigir deformações
estruturais, adaptando o setor industrial a estrutura de emprego e
aumentando a produtividade agrícola;
O plano previa também, apesar da escassa viabilidade política
uma reforma tributária colocando a tributação indireta em bases
ad-valorem reduzindo a regressividade fiscal (tributos que
aumentam a desigualdade a progressividade seria o posto como
exemplo o imposto de renda) e eliminando a taxação de ganhos
fictícios gerados pela inflação, e ocorro a criação de um banco
central.
- Política monetária ortodoxa_ com isso, tendo em vista
persistência dos índices inflacionários o governo apresenta em
setembro de 1961 um plano de medidas contracionista
denominado Ação de Emergência que incluía um controle
quantitativo na emissão de crédito até o final do ano, afim de
manter a oferta monetária constante em termos reais.
- Justamente com base nessa preocupação com a antiga política
monetária expansionista o governo toma medidas como:
mecanismo de depósito compulsório sobre depósitos à vista de
banco privados e de controle da expansão de crédito pelo Banco
do Brasil.
- E quanto as políticas públicas, o governo decide seguir o Plano
de Economia de Gastos que é a aprovada por Quadros e procurar
uma maneira de financiar o déficit sem ser de forma inflacionária.
- Entretanto, mesmo sendo presente tais iniciativa, no ultimo
trimestre de 1961 ocorre mais expansão monetária e aumento do
déficit público. E a taxa de crescimento anual do meio de
pagamento se elevou consecutivamente nos anos 1960 e 1961 de
33% para 40% e 51%.
E com perspectiva de persistência e aumento do déficit
público – dispêndios elevados com funcionalismo e subsídios de
estatais –inflação em alta no início do ano -aumento de 6,2% do
IPA – o governo anuncia que a nova política de estabilização seria
incluída medidas de contenção fiscal e controle de crédito
- A despeito da forte instabilidade política, o governo logrou
manter algum controle sobre as contas públicas, que registraram
déficit de Cr$281 bilhões ao final de 1962
- A política monetária e de crédito, por sua vez, foi
expansionista, visto que os agregados monetários e as carteiras de
crédito exibiram crescimento real expressivo no ano. A inflação
mostrou tendência de aceleração durante os 18 meses do regime
parlamentarista, mas não de modo uniforme;
- A política econômica externa sob o parlamentarismo foi
marcada por três eventos: o abandono do movimento em direção à
unificação cambial, a negociação do primeiro Acordo
Internacional do Café e a aprovação da Lei 4131, a chamada Lei
de Remessa de Lucros, que ainda regula aspectos importantes dos
fluxos de capitais entre o Brasil e o exterior.
Tais desenvolvimentos ocorreram em meio a uma gradual, mas
consistente deterioração das relações Brasil-EUA.
- A política cambial foi caracterizada pelo aumento das
intervenções das autoridades monetárias no mercado de divisas.
Ou seja, a taxa do dito mercado “livre” instituído no governo de
Quadros volta a ser rigorosamente controlada pelo Banco do
Brasil
Em um aspecto, contudo, a política cambial foi bem sucedida: a
administração das taxas de câmbio, complementada por um
complexo sistema de compras compulsórias de títulos públicos
com remuneração real negativa, gerou montante equivalente a
11% da receita pública total, o que superou os resultados que
vinham sendo obtidos pelo regime de ágios e bonificações desde
1957.
- A taxa de rolagem de empréstimos e financiamentos privados e
públicos sofreu redução de 44% e 25% entre 1961 e 1962,
respectivamente. Com isso, o resultado final do balanço de
pagamentos em 1962 foi um déficit de US$118 milhões
- A economia cresceu respeitáveis 8,6% em 1961, mas
desacelerou para 6,6% em 1962.
- A produção industrial, cujo crescimento havia acelerado de
10,6% para 11,1% entre 1960 e 1961, teve expansão menos
exuberante de 8,1% em 1962;
- E por fim, a inflação, medida pelo deflator do PIB, saiu de
25,4% em 1960 para 34,7% em 1961 e 50,1% em 1962.