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PLANO REAL

Após anos de luta contra a inflação, baseadas em planos de controles de preços através
congelamento, políticas monetárias e creditícias contencionistas, discussões sobre sua origem –
se era de cunho ortodoxo, com problemas estruturais de demanda elevada, ou de cunho
heterodoxo, com viés de que a inflação tinha característica inercial causada pela política
econômica indexada- o Brasil apela para outro plano para tentar resolver finalmente, com base
nos erros anteriores cometidos pelos demais planos, a inflação. Desta vez a proposta viria de
Fernando Henrique Cardoso o atual ministro da fazenda durante o governo de Itamar Franco,
com o auxílio dos economistas da PUC André Lara Resende e Pérsio Arida. Antes de explicar
sua execução cabe lembrar que os dois economistas, Lara Resende e Pérsio Arida, trariam
consigo um diagnostico heterodoxo de uma economia indexada, porém aperfeiçoado com a
junção da análise de que a inflação não seria puramente inercial, para não repetir erros
anteriores. Com base nisso a execução desse plano se daria de forma compassada através de três
fases: a primeira teria como função “organizar a casa” promovendo um ajuste fiscal que levasse
ao “estabelecimento do equilíbrio das contas do governo, com o objetivo de eliminar a principal
causa da inflação brasileira”. Para isso FHC cria o programa de ação Imediata (PAI), com o
intuito de controlar de reduzir os gastos governamentais e exigir uma responsabilidade fiscal aos
Estados negando empréstimos enquanto as suas dívidas não fossem quitadas, um programa de
combate à sonegação para aumentar a receita governamental, e também aumenta os impostos
em 5,2%. A segunda fase visava eliminar o componente inercial da inflação, mas para isso não
seria congelado os preços e sim haveria a criação de um padrão estável de valor denominado
Unidade Real de Valor — URV que ao final traria uma moeda nova chamada Real para
substituir a anterior. A terceira fase viria com a Âncora Nominal, com o intuito de assegurar o
valor da moeda através do seu lastreamento e permanecer a estabilidade. Ao final da execução
compassada das fases do plano o governo optou, diferentemente dos planos anteriores ao real,
por aumentar as taxas reais de juros e elevar as taxas de depósitos compulsórios da economia,
após a introdução da nova moeda, tendo em vista que após o processo de estabilização,
normalmente, há explosão de consumo. Outro ponto que diferencia o plano foi a atitude do
governo de não congelar os preços após uma onda de aumento - que teoria ocorrido,
possivelmente, por insegurança quanto ao retorno uma crise pós plano como ocorreu em planos
anteriores- e ao invés disso optou por utilizar sua rede de relações públicas pra sugerir ao
público que reduzisse suas compras de artigos de primeira necessidade a fim de forçar uma
redução de preços, e de fato, logo alguns preços começaram a cair e foram sentidos os primeiros
resultados na queda das taxas de inflação semanais. Com base nisso, o plano obteve êxito, não
só a curto prazo como ocorreu em planos anteriores.

- Em primeiro lugar, as condições externas para a estabilização eram muito melhores em


1994 do que nos anos de 1980.
 Havia abundância de liquidez internacional e um elevado patamar de reservas
(US$40 bilhões).
 Na década de 1990 a economia brasileira se tornou muito mais aberta.
 O Brasil concluiu um acordo nos moldes do Brady somente em abril de 1994
(tendo sido um dos últimos países latino-americanos a fazê-lo), o que o
possibilitou um reescalonamento da dívida externa.

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