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MARCELA GOMES
VARGINHA/MG
2014
MARCELA GOMES
VARGINHA/MG
2014
MARCELA GOMES
Prof.:
Assinatura:______________________
Instituição: Universidade Federal de Alfenas
Prof.:
Assinatura:______________________
Instituição: Universidade Federal de Alfenas
Prof.:
Assinatura_______________________
Instituição: Universidade Federal de Alfenas
VARGINHA/MG
2014
RESUMO
Devido à forte recessão econômica ocorrida nos países periféricos, na década de 1980, o
Brasil passou a apresentar forte celeridade do processo inflacionário, que só foi
controlado na primeira metade da década de 1990. Assim, o objetivo desse estudo é
mostrar a postura econômica adotada pelo Brasil, entre os anos de 1994 até meados da
década de 2000, para o controle inflacionário. A adoção de uma nova moeda e de novos
regimes monetários foi necessária para conter a instabilidade dos preços e a crise do
balanço de pagamentos. Os regimes monetários adotados no país, na época em questão,
foram regime monetário de metas cambiais e regime monetário de metas de inflação.
Com o estudo, depreende-se que o Plano Real, adotado em 1994, enquanto plano de
estabilização, obteve êxito.
1. Introdução 6
2. Objetivo do trabalho 7
4. Regimes monetários 8
4.1 Controle da inflação via taxa de câmbio 9
6. Considerações finais 16
Referências bibliográficas 17
6
1. Introdução
1
As políticas neoliberais se referem à abertura comercial, desregulamentação financeira, ajuste
fiscal, Mercosul e desestatização.
2
O Plano Real foi oficialmente iniciado em 30 de julho de 1994, contudo em 1993 já havia sido
inicializada sua implantação.
7
2. Objetivo do trabalho
O presente trabalho tem por objetivo estudar os regimes monetários adotados pelo
governo brasileiro no período de 1994 a 2005, algumas de suas implicações e quais as
razões que acarretaram nas mudanças dos regimes.
3
Os países periféricos, para FILGUEIRAS (2006) são os países da América Latina.
8
Contudo, tais medidas não conseguiram ser mantidas por muito tempo e o Brasil teve que
passar a transferir recursos ao exterior a fim de amortizar suas dívidas. A situação do
Brasil, de conservar seu crescimento através de exportações, as quais aumentavam
(mesmo a níveis menores) sua taxa de crescimento, persistiu até a moratória do México
onde o quadro econômico brasileiro se modificou.
Segundo BAHRY (2003), o acordo fechado com o FMI teve como objetivo
combater o desajuste externo mediante a geração de superávit comercial, além de
subsídios às exportações e contenção das importações. Para tal, a política de
desvalorização cambial piorava as expectativas sobre a evolução futura da taxa de
câmbio, o que tornava pouco provável a retomada da entrada de capitais, uma vez que o
capital novo entrado no país não estava isento do risco de ser desvalorizado. Assim, houve
um forte aumento da dívida do setor público. O Governo assumiu a dívida privada em
moeda estrangeira e passou a gerar superávits consecutivos na balança comercial para
cumprir com os compromissos.
Para BAHRY (2003), o país somente sairia da recessão na década de 1990 por
meio da adoção de diferentes regimes monetários.
Adotar novos regimes monetários era uma alternativa para manter o controle da
inflação no período do Plano Real. O Brasil optou por implantar, em 1995, o regime
monetário de metas cambiais e logo após o seu declínio, em 1999, passou a utilizar o
regime de metas de inflação.
4. Regimes monetários
de inflação. Devido aos diferentes indicadores, cada regime utiliza regras diferentes:
estoque de moeda, taxa de câmbio e taxa de inflação, respectivamente.
4
O Brasil adotou formalmente o regime de metas para a inflação como diretriz de política
monetária, com a edição do Decreto nº 3.088 pelo Presidente da República, em 21 de junho de
1999. Em 30 de junho de 1999, o Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução nº
2.615, tratando da definição do índice de preços de referência e das metas para a inflação para
1999 e para os dois anos subsequentes. BANCO CENTRAL, boletim eletrônico.
11
com dois anos de antecedência e ao Banco Central caberia a tarefa de persegui-las, fato
que insinuava a delegação de uma autonomia operacional para o Banco Central.
Segundo NEVES e OREIRO (2008), o sistema de metas de inflação tem por
objetivo a estabilidade dos preços5. É necessário que o Banco Central seja um banco
independente, para que assim haja credibilidade das autoridades monetárias. As metas de
inflação, definidas pelo Governo, permitiam ao Banco Central o uso de toda informação
disponível para a implantação do regime.
Para DEZORDI (2004), a adoção do regime de Metas de Inflação mostrou pontos
inéditos e de suma importância na condução da política monetária.
De acordo com os dados fornecido pelo Banco Central, este atingiu as metas de
inflação apenas nos dois primeiros anos de implantação (1999 e 2000).
No segundo semestre de 2001 e 2002, segundo BAHRY (2003), em atenção à
elevada depreciação do câmbio, à crise energética, ao aumento do preço do petróleo, à
crise Argentina, às eleições presidenciais, ao aumento do risco país, entre outras pressões
inflacionárias, e com metas inflacionárias ambiciosas (4% e 3,5% respectivamente), o
aumento generalizado dos preços não conseguiu ser contido no nível programado.
O gráfico a seguir mostra a curva da inflação brasileira entre os anos de 1999 a
20056. A respeito de 1999 a 2001 verifica-se que esse período manteve-se no intervalo
esperado.
5
Indicado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), constituído pelo BCB (presidente e
diretores) que “[...] tem como objetivos implantar a política monetária e analisar o Relatório de
Inflação a que se refere o Decreto 3.088, de 21 de junho de 1999”. BANCO CENTRAL (2005).
6
Apesar do período estudado ser a partir de 1994, o gráfico inicia-se em 1999, já que antes de
1999 o regime monetário adotado não era o de Metas de Inflação, o qual o gráfico se designa.
12
Gráfico 1: Histórico de Metas para a Inflação no Brasil, nos anos de 1999 a 2005.
14
12
10
(%) inflação
Meta (%)
4
2 Inflação Efetiva
(%)
0 Limite Inferior
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 (%)
Ano Limite Superior
(%)
Fonte: Elaboração própria a partir de dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil. (2014)
A partir do histórico das taxas de juros fixadas pelo Comitê de política monetária
(COPOM) e evolução da taxa SELIC, fornecidos pelo Banco Central, constatou-se o
esforço do Banco Central em manter as taxas efetivas bem próximas às estipuladas. No
período em análise (1998 a 2005) ocorreram 93 reuniões do COPOM e em 19 destas
reuniões a meta foi fixada com viés de baixa (1) e alta (18).
Gráfico 2: Histórico das taxas de juros fixadas pelo Copom e evolução da taxa Selic para
os anos de 1998 à 2005.
50
45
40
Valor SELIC %a.a.
35
30
25
20
15
10
5
0
Anos
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados fornecidos pelo Copom, no endereço eletrônico do
Banco Central do Brasil. (2014)
Analisando os dados verifica-se que de 1998 a 2005 a taxa básica de juros oscilou.
O mecanismo adotado pelo Banco Central para controle da inflação, para que não
houvesse remarcações de preços, era de que sempre que os preços subissem acima do
estabelecido a taxa de juros básica aumentaria, diminuindo assim o dinheiro em
circulação, o que contém a expansão do crédito (o aumento da taxa SELIC é um
desestimulador do consumo).
Uma característica do Brasil é que parte de sua dívida é atrelada aos juros. Quando
o COPOM aumenta o viés, parte da dívida pública eleva-se. O declínio da taxa de juros
básica significa que a parte da dívida pública, a que é atrelada aos juros, também
diminuiu.
14
Em 1998, o Brasil teve que recorrer ao FMI para conseguir empréstimos para
pagar o passivo externo, e, em contrapartida, o FMI passou a exigir metas de superávit
primário, as quais o Brasil atingiu com folga.
A adoção do tripé econômico em 1999 alterou também o regime fiscal. Segundo
notas oficiais, pulicadas em 1998 pelo Ministério da Fazenda (1998), a tríplice mudança
de regime tinha como um dos objetivos,
De acordo com o Boletim do Banco Central, por vários anos as metas de superávit
fiscal iniciaram em torno de 3% e mantiveram-se crescentes, já que para alcançar a
estabilidade da relação dívida líquida/PIB exigia-se a obtenção de superávits primários
15
20,00%
Taxa de inflação
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
Variação anual do Ipca (%) Limite Inferior (%) Limite Superior (%)
6. Considerações finais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KUHN, C.V. e TOSTES, F.S. Regimes monetários no Brasil, uma análise pós-keynesiana
para o período 1994-2008, Estudos do CEPE, n. 30 - Jul/Dez 2009. p. 84-121. 2010.
18
NETO, A. F. Dez anos de metas para a inflação: In Tombini A.A. et al.: Dez Anos de
Metas para a Inflação - 1999-2009. Brasília: Banco Central do Brasil, Ed. Alzira Rosa
Morais da Silva, 2011. p. 25-36.