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Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal

Atuação do Banco
Central do Brasil
Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central do Brasil

25 de abril de 2023
Roteiro da apresentação

1. Por que o regime de metas para inflação? 8. Taxas de juros no Brasil


▪ Regime de metas de inflação no Brasil ▪ Por que os juros no Brasil são altos?
▪ Spread bancário
2. Nossa meta de inflação é irreal?
▪ Taxa Selic e custo do crédito
▪ Metas para inflação: comparação internacional
▪ Taxa Selic e juros longos
3. Autonomia de bancos centrais ▪ Taxa Selic e crescimento do crédito
▪ Atuação autônoma do Banco Central do Brasil
9. Revisão das estatísticas de câmbio
4. Inflação no mundo
10. Mercado de capitais
5. Inflação no Brasil
11. Agenda inclusiva do Banco Central do Brasil
6. Atividade econômica no Brasil ▪ Cooperativismo
▪ Microcrédito
7. Política fiscal
▪ Agenda de tecnologia
▪ Educação financeira
▪ Sustentabilidade

2
REGIME DE METAS
Política monetária
Regime de metas para inflação

▪ A partir da experiência inovadora da Nova Zelândia em 1990, muitos países adotaram o regime de metas para a inflação.

▪ Em termos gerais, o regime de metas para a inflação envolve os seguintes elementos:

• Anúncio público e prévio da meta para a inflação.


➢ A meta funciona como uma âncora para as expectativas de inflação dos agentes.
• Compromisso institucional com a estabilidade de preços como objetivo de politica monetária.
• Estratégia transparente que envolve comunicação de planos, objetivos, e racionalidade das decisões.
• Autonomia dos bancos centrais para adoção das medidas necessárias ao cumprimento da meta.
• Mecanismos de prestação de contas (accountability) por parte do BC.

Linha do tempo da adoção do regime de metas pelos países:


1990 1991 1992 1993 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2006 ...

Nova Zelândia Canadá Reino Unido Suécia Israel Coreia do Sul Brasil Suíça Noruega Filipinas Turquia
Austrália República Tcheca Polônia Colômbia Islândia Peru
Chile Tailândia México
África do Sul Hungria

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REGIME DE METAS
Política monetária
Benefícios do regime de metas
Primeiras experiências com regime de metas
(Taxas de inflação antes e depois da adoção do regime)

% 18 Implementação do Sistema de metas de inflação


Fevereiro/1990
16
Principais benefícios: 14 Média 1980-1989

Nova Zelândia
12 11,8

Inflação anual
10
▪ Redução no nível e na volatilidade da inflação. 8
6 Média 1990- 2019
• Inflação elevada penaliza especialmente os mais pobres. 4 2,1
2
▪ Reduz o custo do processo de desinflação. 0
-2
• É preciso construir credibilidade.
mar-80 mar-86 mar-92 mar-98 mar-04 mar-10 mar-16 mar-22

▪ Flexibilidade para absorver choques.


% 13
Implementação do Sistema de metas de inflação
▪ Ancora as expectativas de inflação de longo prazo. 11 Fevereiro/1991

9
▪ Concede grande previsibilidade e transparência nas decisões de Média 1980-1990

Inflação anual
7

Canadá
6,3
política monetária. 5 Média 1991-2019
3 1,9

1
-1
mar-80 mar-86 mar-92 mar-98 mar-04 mar-10 mar-16 mar-22
4
Fonte: Bloomberg
REGIME DE METAS
Política monetária
Regime de metas para inflação no Brasil

▪ Adotado no Brasil em 1999.

• Decreto Presidencial Nº 3.088, de 21.06.1999.

▪ Meta para a inflação é definida pelo CMN.

• A meta de inflação é dada pela variação do IPCA, calculada pelo IBGE.

• Definida até junho de cada ano para o ano-calendário três anos à frente.

• Ao redor da meta existe um intervalo de tolerância.

▪ Cumprimento da meta: inflação dentro de intervalo de tolerância.

• Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do BC tem de escrever carta-aberta explicando as causas do
descumprimento e estratégia para retorno à meta.

▪ Tripé da política econômica no Brasil:

• Sistema de metas para inflação;

• Regime de câmbio flutuante;

• Responsabilidade fiscal.

5
REGIME DE METAS
Política monetária
Regime de metas: processo decisório

▪ O Comitê de Política Monetária (Copom) tem como principais atribuições a execução da


política monetária e a definição da meta da taxa Selic.

• Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são


divulgados.

▪ Reúne-se oito vezes por ano, com calendário preestabelecido.

▪ Dois dias de reunião: apresentações técnicas dos departamentos, discussão e decisão.

• O Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão.

▪ Comunicado da decisão logo após o término da reunião.

decisões do Copom
▪ Publicação da ata na terça-feira posterior à reunião.

Comunicação das
▪ Silêncio do Copom:

▪ Nesse período os membros do Copom se abstém de falas públicas e encontros


com quaisquer interessados nas decisões.

6
REGIME DE METAS
Política monetária
Mecanismo de transmissão
O principal instrumento de política monetária do BC é a taxa Selic, que afeta a economia por meio de diversos canais.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece O BC realiza operações de mercado aberto (compra e
1 a meta para a inflação anual.
3 venda de títulos públicos) para influenciar a taxa Selic.

Para manter a inflação sob controle, o Copom define a A taxa Selic, por meio de diversos canais na economia,
2 meta da taxa Selic.
4
afeta a inflação.

Canais de transmissão
da política monetária

A política monetária opera com defasagens, isto é, demora um tempo até


seus efeitos mais significativos sobre a inflação acontecerem.

O BC utiliza um conjunto amplo de informações e diversos modelos para avaliar a transmissão da política monetária e
* fazer projeções da inflação. Variáveis relevantes são: inflação corrente, hiato do produto e expectativas de inflação.

7
REGIME DE METAS
Política monetária
Como tomamos nossa decisão?
Expectativas de inflação, hiato do produto e inflação corrente são variáveis muito importantes em nosso processo de análise e decisão.

Expectativas de inflação Hiato do produto Inflação corrente

▪ Expectativas de inflação desempenham ▪ Se a atividade econômica cresce de acordo ▪ A inflação corrente é afetada por várias
papel crucial porque afetam a inflação com o produto potencial, não há pressão variáveis, incluindo as expectativas de
corrente. sobre a inflação. Nesse caso, há um inflação e a atividade econômica (hiato do
crescimento sustentável do PIB. produto).
▪ Decisões de preços dependem do futuro.
▪ O hiato do produto mede o desvio da ▪ Quando as expectativas de inflação sobem,
▪ Quando as expectativas se tornam atividade em relação ao seu potencial. pressionam para cima a inflação corrente.
desancoradas da meta, elas aumentam o ▪ Se o hiato for positivo, significa que a ▪ Se o hiato do produto se torna mais
custo de desinflação. atividade está acima do produto potencial e negativo (atividade econômica mais abaixo
haverá pressão sobre a inflação. do produto potencial) pressiona a inflação
▪ Se o ambiente macroeconômico no futuro corrente para baixo.
for desorganizado, haverá custos no
presente.
O que o BC avalia: O que o BC avalia:
O que o BC avalia:
▪ Análise de conjunto amplo de informações ▪ Análise de conjunto amplo de informações
▪ Análise do impacto da trajetória das para verificar se o hiato está pressionando a para verificar as condições anteriores da
expectativas de inflação sobre a inflação inflação de forma não sustentável. inflação, quais variáveis mudaram e estão
corrente e sobre o processo de desinflação. pressionando a inflação para cima ou para
▪ BC tenta compatibilizar a convergência da baixo, e qual trajetória ela deve seguir no
inflação para a meta com a suavização do futuro (projeções de inflação).
ciclo econômico (PIB e emprego).
8
REGIME DE METAS
Política monetária
Como tomamos nossa decisão?

Projeção e leque de inflação –


Cenário com Selic Focus e câmbio PPC
▪ A cada reunião do Copom, o BC avalia os diversos determinantes (Variação do IPCA acumulada em quatro trimestres)
da inflação (os fatores que estão pressionando a inflação para
12
cima ou para baixo) e qual a trajetória futura provável (projeção)
da inflação no horizonte relevante. 10
▪ Com base nessas análises, o BC decide a taxa Selic de forma a que
8
a inflação alcance a meta estabelecida pelo CMN.

▪ As expectativas de inflação e o hiato do produto são dois dos 6


principais determinantes da inflação.
4
• Um aumento das expectativas de inflação de longo prazo eleva o
custo da desinflação ao exigir maior participação de outros 2
canais da política monetária e, consequentemente, uma
abertura do hiato do produto maior para se obter uma mesma 0
queda de inflação. I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV
2021 2022 2023 2024 2025

Meta de inflação Intervalo de tolerância


9
REGIME DE METAS
Política monetária
Resumo do processo decisório do Copom
O BC utiliza um conjunto amplo de informações e diversos modelos para avaliar as condições da economia e tomar sua decisão sobre a taxa Selic.

Conjuntura econômica Copom


Reunião e decisão Projeções de inflação
doméstica e internacional

Comunicação
Comunicado, atas e
Relatório de Inflação

Observação: os modelos consideram uma quantidade grande de variáveis, não apresentadas aqui por questão de
concisão. Dentre essas variáveis estão as expectativas de especialistas de mercado.
10
REGIME DE METAS
Política monetária
Princípio da separação

• O BC segue o princípio de separação de instrumentos (isto é, para cada objetivo, um instrumento):

• A taxa de juros básica (taxa Selic) é o instrumento de política monetária utilizado para atingir o objetivo de
estabilidade de preços (cumprimento das metas de inflação);

• A política macroprudencial visa à estabilidade do sistema financeiro; e

• As intervenções no mercado de câmbio buscam reduzir flutuações excessivas e evitar disfuncionalidades


do mercado.

11
REGIME DE METAS
Política monetária
Comunicação

• Uma boa comunicação diminui o custo da política monetária.

• O BC utiliza vários canais para comunicar aos agentes econômicos e à sociedade sobre os
planos, objetivos, e racionalidade das decisões de política monetária.
• Atas das Reuniões do Copom, Relatórios de Inflação, Comunicados das decisões etc.

• O BC, em linha com a melhor prática, vem aumentando seu nível de transparência.
• As atas passaram a trazer mais análises prospectivas e mais detalhes sobre as
discussões realizadas.
• Os Comunicados passaram a explicar mais detidamente a tomada de decisão.
• Reformulação do conteúdo do Relatório de Inflação:
• Texto mais analítico, com foco na evolução do cenário central e discussão do
balanço de riscos.

• Publicação de modelos e parâmetros desenvolvidos pelo BC.

12
META PARA INFLAÇÃO Cumprimento da meta de inflação
Desde a implantação regime de metas em 1999 no Brasil, na maioria dos anos a inflação esteve dentro do intervalo de tolerância.

Brasil: Meta para inflação vs. Inflação realizada


14
12,5 Inflação Realizada Comparação com outros
12 Centro Meta países da América Latina
10,7
Banda Inferior 10,1
10 9,3 Banda Superior Número de anos em que a
8,9
inflação ficou acima do intervalo
8 7,7 7,6 de tolerância (desde 1999):
% a/a

8,0 6,5 6,4 6,3


6,0
6 5,7 5,9 5,9 5,8 5,9 5,8 • Brasil: 7 anos
6,0 4,5 4,3 4,5 4,3 4,5 • Chile: 8 anos
4 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 3,8 • Colômbia: 8 anos
4,5 3,1 4,25 4,0
4,0 3,75
3,0
3,75 3,5 • Peru: 8 anos
3,5
2 3,25

0
2000

2017
1999

2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016

2018
2019
2020
2021
2022
13
Fonte: BCB.
META PARA INFLAÇÃO
Comparação internacional
Meta: comparação internacional
As metas de inflação no Brasil estão em linha com os valores de outros países.*

Metas e intervalos de tolerância – 2021 e 2022 Metas e intervalos de tolerância – 2023 e 2024
8 8
7 7
6 6
5 5

%4 %4
3 3
2 2
1 1
0 0
21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24
BR CL CO MX PE TH SA KR IN US UK EA BR CL CO MX PE TH SA KR IN US UK EA

Intervalo Meta Centro Meta Intervalo Meta Centro Meta


* Países:
BR = Brasil CL = Chile CO = Colômbia MX = México PE = Peru TH = Tailandia SA = África do Sul KR = Corea do Sul IN = Índia US = Estados Unidos UK = Reino Unido EA = Área do Euro 14
Fonte: Bloomberg.
META PARA INFLAÇÃO
Comparação internacional
Cumprimento da meta de inflação
Países têm tido dificuldade para cumprir as metas de inflação no período pós-pandemia de Covid-19.

Inflação efetiva x meta Expectativas de inflação x meta


(2021 e 2022) (2023 e 2024)
14
12
12
10
10
8
8
% %
6
6

4 4

2 2

0 0
21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 21 22 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24 23 24
BR CL CO MX PE TH SA KR IN US UK EA BR CL CO MX PE TH SA KR IN US UK EA

Intervalo Meta Centro Meta Inflação 2021 Inflação 2022


Intervalo Meta Centro Meta
Expectativa de inflação 2023 Expectativa de inflação 2024
Países:
BR = Brasil CL = Chile CO = Colômbia MX = México PE = Peru TH = Tailandia SA = África do Sul KR = Corea do Sul IN = Índia US = Estados Unidos UK = Reino Unido EA = Área do Euro 15
Fonte: Bloomberg.
EXPECTATIVAS
Brasil
Aumento nas expectativas de inflação
As expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas a partir de novembro iniciou-se um processo de deterioração.

Expectativas de inflação 2025 e 2026 Inflação implícita 2025 e 2026


(Focus*, mediana) (DAP*, % a.a.)
4,0 4,00 7,5
4,00
2025 2025
3,8
2026 7,0 2026

3,6 6,69
6,5 6,56

3,4

6,0
3,2

5,5
3,0

2,8 5,0
set-22 out-22 nov-22 dez-22 jan-23 fev-23 mar-23 abr-23 set-22 out-22 nov-22 dez-22 jan-23 fev-23 mar-23 abr-23
• Atualizado até 24//04/2023 • Atualizado até 19/04/2023
16
Fonte: BCB.
META PARA INFLAÇÃO
Brasil
Convergência das expectativas para a meta
Quando há credibilidade, há uma rápida convergência das expectativas após o anúncio da meta.
Anúncio da meta para 2021

4,05

Anúncio da meta para 2023


3,55
4,00 3,50
3,95 3,45
3,90 Após o anúncio 3,40 Antes do anúncio Após o anúncio
Antes do anúncio
3,85 da meta de 2021 da meta de 2021 3,35 da meta de 2023 da meta de 2023

3,80 3,30
3,75 3,25
3,70 3,20
jan 18 mar 18 mai 18 jul 18 set 18 nov 18 jan 19 mar 19 mai 19 jul 19 jan 20 mar 20 mai 20 jul 20 set 20 nov 20
Expectativa de inflação para 2021 Meta 2020 Meta 2021 Expectativa de inflação para 2023 Meta 2022 Meta 2023

3,80 3,30
Anúncio da meta para 2022

Anúncio da meta para 2024


3,75 3,25
3,70 3,20 Após o
Após o
3,65 Antes do anúncio anúncio 3,15 Antes do anúncio anúncio da
da meta de 2022 da meta da meta de 2024 meta de
3,60 3,10
de 2022 2024
3,55 3,05
3,50 3,00
3,45 2,95
jan 19 fev 19 mar 19 abr 19 mai 19 jun 19 jul 19 ago 19 jan 21 mar 21 mai 21 jul 21
Expectativa de inflação para 2022 Meta 2021 Meta 2022 Expectativa de inflação para 2024 Meta 2023 Meta 2024
17
Fonte: BCB.
AUTONOMIA Ganhos da autonomia

▪ Permite ao BC buscar os objetivos, estabelecidos em


lei e pelo CMN, de maneira técnica, objetiva e
imparcial.

▪ Separa o ciclo político do ciclo econômico, reduzindo


a instabilidade econômica.

▪ Facilita a obtenção de inflação baixa, menores juros


estruturais, menores riscos e maior estabilidade
monetária e financeira.

▪ Alinha o BC às melhores práticas internacionais.

Fonte: Blinder, 1999. Central Banking in Theory and Practice, MIT Press. 18
AUTONOMIA Ganhos da autonomia
A literatura econômica demonstra que autonomia de BCs está relacionada à inflação mais baixa e menos volátil, sem afetar o crescimento do PIB.
9
Autonomia e inflação – 1972-2014

autonomia e inflação
8

Relação entre

Inflação média (%)


7
Grau médio de Independência BC [0,1]

0,8 20
6
5

Taxa média de inflação (%)


0,7 15
4
3
10 Índice de Independência do Banco Central
0,6 2
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

5 40

Relação entre autonomia


e volatilidade da inflação
0,5

Variância da inflação
30
0
0,4 1972 1977 1982 1987 1992 1997 2002 2007 2012
20
Ind. Operacional Ind. Política
Taxa Inflação
10

Fontes: Masciandaro e Romelli (2015), Central Bank Independence before and after the Great Recession, VOX
CEPR Policy Portal; Alesina A. e L. Summers (JMCB, 1993), Central Bank Independence and Macroeconomic
Índice de Independência do Banco Central
0
Performance: Some Comparative Evidence. 19
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
AUTONOMIA Autonomia: Peru
Os fundamentos macroeconômicos têm se mantido estáveis, mesmo com instabilidade política.

9
Peru: Meta para inflação vs. Inflação realizada 120 Índice Dólar (DXY)
8,5 4
Sol Peruano/dólar

Taxa de câmbio
Inflação Realizada 110
8 3,7
Centro Meta
Banda Inferior 100
7 6,4 3,4
Banda Superior
90
6 3,1

5 80 2,8
% a/a

4 70 2,5
abr-13 abr-15 abr-17 abr-19 abr-21 abr-23
3
2,2
1,9 2,0 9,0
2 1,5
7,5

Juros 10 anos (%)


1
6,0 Peru
0
4,5
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
EUA
1993 2002 3,0
2018- 2022
Autonomia Adoção 2018
Instabilidade
do BC oficial 1,5
política: 6 presidentes
na regime de em 4 anos
Constituição metas para
0,0
inflação abr-13 abr-15 abr-17 abr-19 abr-21 abr-23
20
Fontes: Bloomberg, Banco Central do Peru.
AUTONOMIA Autonomia: Chile e Colômbia
Os fundamentos macroeconômicos têm se mantido estáveis, mesmo com instabilidade política.

Chile: Meta para inflação vs. Inflação realizada Colômbia : Meta para inflação vs. Inflação realizada
14 14 13,1
12,8
Inflação Realizada
Inflação Realizada
12 Centro Meta 12 Centro Meta
Banda Inferior Banda Inferior
Banda Superior Banda superior
10 10
8,8
8 7,2 8
% a/a

% a/a
5,8 5,6
6 6

4 4
3,0 3,0 3,0
2,3
2 2

0 0
1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022

1981 1999 2019-2020 2022 1991 2000 2016 2021 2022


Autonomia Adoção Protestos levam a Autonomia do Autonomia Adoção Acordo paz Tensões Novo
do BC na oficial elaboração de nova BC na proposta do BC na oficial com FARC sociais governo
Constituição regime Constituição de nova Constituição regime enfrenta
metas Constituição metas oposição
21
Fontes: Bloomberg, bancos centrais do Chile e Colômbia.
AUTONOMIA Argentina
Elevada instabilidade macroeconômica.

Taxa de câmbio oficial (atacado) Taxa de Inflação: Argentina vs. Brasil

220 120
104,3
200
180 100
160
80
140
ARS/ USD

% a/a
120
60
100
80 40
60
40 20
20 4,7
0 0
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Inflação Argentina Inflação Brasil
Set/16 Dez/17 e Jun/18 Ago/19 Mai/20 Argentina:
Out/18
Introdução Elevação de metas Default Default da Set/16: Metas de 14,5%, 10% e 5% para 2017, 2018 e 2019.
Abandono
regime de para inflação seletivo da dívida em Dez/17: Metas de 15%, 10% e 5% para 2018, 2019 e 2020.
do regime
metas para dívida em moeda Jan/18: Duas reduções de juros, abalo da credibilidade do BCRA.
de metas
inflação moeda estrangeira Jun/18: Meta 2018 para 27%.
inflação
estrangeira Out/18: Abandono regime metas inflação.
22
Fontes: Bloomberg, Banco Central Argentina, INDEC, IBGE. * Inflação 2023: inflação acumulada em 12 meses até março.
AUTONOMIA Autonomia: Turquia
Elevada instabilidade macroeconômica com redução de autonomia do banco central.

Tx. câmbio Turquia vs. Brasil


12 10,70
Turquia : Meta para inflação vs. Inflação realizada
10
70

(taxas nominais)
Inflação Realizada 64,3
8
Centro Meta
60 Banda Inferior
6
Banda Superior
50
4

fev-21

fev-22

fev-23
abr-21

abr-22
out-21

out-22
jun-21
ago-21

ago-22
dez-21

jun-22

dez-22
40 36,1
% a/a

29,7 Real Lira turca*


30
20,3 14 11,75

Mudança na taxa de juros


20
14,6 10 Brasil
10,4 11,9 11,8

(Desde fev/21, em p.p.)


10 8,5 Turquia
6
2
0
-2
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
-6
2001 2006 2011 2016 Redução da autonomia
Independência Início oficial Agências de facto do BC -10 -8,5
formal do BC regime metas

fev-21

fev-22

fev-23
abr-21

abr-22

abr-23
out-21

out-22
jun-21
ago-21

jun-22
ago-22
dez-21

dez-22
reguladoras têm Desde 2016 três presidentes do
inflação autonomia reduzida BC foram retirados do cargo pelo
presidente do país 23
Fontes: Bloomberg, BCB, Banco Central Turquia.
ATUAÇÃO DO BC
Brasil
BC atuou de forma autônoma
O último ciclo de aumento de juros foi o maior em períodos eleitorais.

Evolução da taxa Selic – Destaque 18 meses até eleição Variação da taxa Selic em períodos eleitorais
De janeiro do ano anterior até outubro do ano de eleição presidencial
30 p.p.

12 Eleição de 2022
11,75
25

8
20
Eleição de 2002
Eleição de 2014 5,25
4 4,00
% 15
11,75 p.p.
0 Eleição de 2006
10

-3,00
-4 Eleição de 2010 -4,00
5
Eleição de 2018
-7,25
0 -8
jan abr jul out jan abr jul out

Período 18 meses até eleição Taxa Selic


24
Fonte: BCB.
ATUAÇÃO DO BC
Brasil
BC atuou de forma autônoma
10%
10
Exercício contrafactual:
O que aconteceria se o BC tivesse atuado de forma política 8

Inflação 2023
5,8%
e não tivesse aumentado os juros no período eleitoral? 6

Se o BC tivesse evitado subir os juros nos 12 meses anteriores à eleição: 4

• A inflação em 2023 seria próxima de 10%. 2

0
Considerando esse resultado, o BC teria que reagir... Projeção BC Contrafactual

• Para obter as mesmas projeções de inflação que temos hoje, o BC 20 18,75%


teria que elevar a taxa Selic para 18,75%.
16 13,75%
• Nesse caso, o crescimento acumulado do PIB em 2023 e 2024 seria

Taxa Selic
quase 1 p.p. menor. 12

Nota: O exercício contrafactual consiste em duas fases. Na primeira, considera-se que o BC manteria a taxa Selic constante em 7,75%
a partir de outubro de 2021. Para incorporar o efeito de um ajuste não linear das expectativas de inflação, assume-se um processo de 4
desancoragem das expectativas compatível com o observado no período entre 2012 e 2015. Na segunda fase, considera-se que o BC
retoma os aumentos de juros na primeira reunião do Copom de 2023, com o objetivo de alcançar uma inflação de 5,8% em 2023 e de
3,6% em 2024, que são os valores projetados pelo BC atualmente. 0
Efetiva Contrafactual 25
Fonte: BCB.
ATUAÇÃO DO BC
Brasil
BC atuou de forma autônoma
Nos últimos anos, as Atas do Copom têm trazido comentários técnicos sobre os riscos fiscais.

Exemplos:

Ata Copom no 222, de maio de 2019, em relação à necessidade de se avançar nas reformas:
“Todos os membros do Comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e implementação das reformas, notadamente as
de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira são fundamentais para a sustentabilidade do ambiente com
inflação baixa e estável.”

Ata Copom no 239, de junho de 2021, em relação à PEC Emergencial:


“Novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a
trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país. Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade
da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos.”
Ata Copom no 244, fevereiro de 2022, em relação à PEC dos Precatórios:
“Comitê ponderou que o risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, derivado dos desenvolvimentos
no cenário fiscal, indica que há viés altista para as projeções do seu cenário básico.”
Ata Copom no 248, agosto de 2022, em relação à PEC 1/2022 (Kamikaze):
“O Comitê pondera que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os
riscos de alta para o cenário inflacionário.”

26
INFLAÇÃO
Economia global
Inflação mundial: oferta ou demanda?
Respostas de política geraram aumento na renda, desequilíbrios no balanço entre oferta e demanda e início do aumento da inflação global.
12 25
EUA: Gasto do Governo

EUA: Bens de consumo


Demanda nominal (%) 20

(indexados no final de 2019)


10
Produção real global de bens para 15
(% PIB, MM12M)

8 consumidores nos EUA (%) 10


6 5
4 0
-5
2
-10
0
-15
-2 -20
00 01 02 03 04 05 06 07 08 (anos) jan-18 jul-18 jan-19 jul-19 jan-20 jul-20 jan-21 jul-21
Covid Grande Depressão Crise Financeira
170 6
EUA: Demanda por bens

EUA: Inflação e cenário


5
160 IPC núcleo a/a %

sem suporte fiscal


Consumo Bens 4
150
3
e serviços

140 Consumo Serviços 2


130 1
120 0
-1
110 Cenário estimado sem
-2
100 suporte fiscal
-3
90 -4
fev-11 fev-13 fev-15 fev-17 fev-19 fev-21 fev-23 2018 2019 2020 2021
Índice Dez 2009 = 100. Linha pontilhada: extrapolação linha tendência de jan 10 a fev 20. Obs.: Área sombreada representa intervalo interquartil para a amostra da OCDE
27
Fontes: Bridgewater Associates, Bloomberg,, Jordà, Liu, Nechio, e Rivera-Reyes, “Why Is U.S. Inflation Higher than in Other Countries?”, FRBSF Economic Letter, 2022.
INFLAÇÃO
Brasil
Inflação no Brasil: oferta ou demanda?
Economia brasileira sofreu vários choques no período recente, mas o componente de demanda na inflação é preponderante.
14 5

Contribuição de fatores de
demanda para a inflação*
IPCA, média dos núcleos

IPCA
12
Média dos núcleos 4
10 Meta 3
Média pré-pandemia
e meta

8 7,8
2
6
4,7 1
4

2 0

0 -1
mar-16 mar-17 mar-18 mar-19 mar-20 mar-21 mar-22 mar-23 2013 2015 2017 2019 2021 2023
5
Diferença Brasil e avançados

16

Contribuição de fatores de
Inflação ao Consumidor:

oferta para a inflação*


14
Brasil -
4
12
Média avançados
10 3
+1 desvio Média pré-pandemia
8
Média da
padrão 2
6
diferença
4 1
2 -1 desvio
padrão 0
0
-2 -1
mar-03 mar-07 mar-11 mar-15 mar-19 mar-23 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Obs: Diferença em p.p. entre a inflação cheia (a/a) do Brasil e a média de avançados. Países avançados: EUA, Área euro, Japão, Reino Unido e Canadá 28
28
* Núcleo
Fontes: IBGE, BCB, Bloomberg, JP Morgan, “A simple framework to monitor inflation” Shapiro (2022).
INFLAÇÃO
Brasil
Inflação e taxa Selic

Média dos núcleos de inflação (IPCA) e taxa Selic


% 16
14,25
14
13,75

12

10

8
7,79
6 6,01

0
Mar Mar Mar Mar Mar Mar Mar Mar
2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
12 meses 3 meses dessaz/anualiz Meta Taxa Selic

29
Fontes: BCB.
INFLAÇÃO
O caso da Argentina
Inflação aumenta a pobreza
95,2 104,3
100
Argentina: Inflação 80
(% ao ano)

60 53,6
48,1
42,7
40 32,1 33,8
21,2 24,9
20 16,0
10,4 9,8 10,0 10,6

0
*
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023

Argentina: Taxas de Pobreza


40 39,2

e de Extrema Pobreza
• Maior inflação e instabilidade
macroeconômica associadas a 30 25,7

(% da pop.)
aumentos nas taxas de pobreza.
20
• Pobreza aumentou 53% e
10 8,1
alcança quase 40% da 4,8
população.
0
2º sem. 2017 2º sem. 2022
* Inflação 2023 = inflação acumulada em 12 meses até março. Pobreza Extrema Pobreza 30
Fontes: Bloomberg, Banco Central da Argentina e Indec.
ATIVIDADE
Brasil
BC suaviza flutuação da atividade
O BC tem também trabalhado para suavizar as flutuações da atividade econômica e fomentar o emprego.

105
% 16 Dez/20
(Dessazonalizado, IV 2019 =100)

14,9%

Taxa de desemprego
100 14

Dessazonalizado, MM3M
12
95
PIB

10
90 Fev/23
PIB Máximo pré-pandemia 8 8,6%
85
IV IV IV IV IV IV IV IV IV IV 6
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 fev-13 fev-15 fev-17 fev-19 fev-21 fev-23

Massa de rendimento real


% 6 5,0 300

R$ bilhões, Dessaz. mensalizado


290
Taxa de crescimento

4 2,9 280
270
2 1,2 260
do PIB

250
0
240
-2 230
220
Fev Jun Out Fev Jun Out Fev Jun Out Fev
-4 -3,3 2020 2021 2022 2023
2019 2020 2021 2022 31
Fonte: IBGE, com ajuste sazonal do BCB. Efetivo Habitual
INFLAÇÃO
Brasil
BC suaviza flutuação da atividade

Exercício contrafactual:
Taxa Selic
O que aconteceria se o BC aumentasse os juros para % ao ano
cumprir a meta a qualquer custo? 30
26,5%
25

• Para a inflação atingir a meta de 3,25% em 2023, o BC teria que subir 20


a taxa Selic para 26,5%.
13,75%
15

• Nesse caso, o crescimento do PIB seria 2,3 p.p. menor.*


10

0
Efetivo Contrafactual

Nota: O exercício contrafactual avalia, dadas as condições correntes da economia, quanto seria necessário aumentar a taxa de juros
Selic para trazer a inflação para a meta de 3,25% em 2023, começando os aumentos de juros a partir da primeira reunião do Copom
de 2023.
* Considerando o PIB acumulado em quatro trimestres entre 2023T2 a 2024T1.
32
Fonte: BCB.
POLÍTICA FISCAL
Brasil
Fiscal: resultado primário e DBGG

Resultado primário do setor público consolidado Evolução da projeção DBGG/PIB


(% PIB, vários anos , Focus* mediana) (vários anos, Focus* mediana % )
4 3,7 3,7
3,2 3,2 3,3
115
2,9
2,6
1,9 1,7 1,9 Previsão
2 1,3 105 100,6
0,7 máxima
0,6

0 95
-0,4 -0,2 86,9 88,1
-0,8 -1,0 -0,8
-2 -1,7 -1,6 85 Previsão
-2,2 Previsão de mediana
-2,5
mercado
-4 75
Previsão
73,5 74,7
otimista
-6 65

-8 55

51,5
-9,2 45
-10

• Atualizado até 24/042023 • Atualizado até 24/04/2023


33
Fonte: BCB, Relatório Focus.
POLÍTICA FISCAL
Brasil
Fiscal: percepção de risco das IFs
Instituições financeiras mencionam risco fiscal como o mais importante na Pesquisa de Estabilidade Financeira (PEF).

Riscos considerados mais importantes Impacto esperado médio dos riscos


(Frequência da citação dos riscos. %) (Em temos do total do SFN, % )

70 5%

60
4%
50

3%
40

30
2%

20
1%
10

0 0%
FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV MAI AGO NOV FEV FEV AGO FEV AGO FEV AGO FEV AGO FEV AGO FEV AGO FEV
2020 2021 2022 2023 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Riscos fiscais Cenário internacional Riscos exclusivamente políticos Inflação doméstica
Inadimplência e atividade Riscos exclusivamente políticos Outros riscos Inadimplência e atividade
Cenário internacional Riscos fiscais
Inflação doméstica
34
Fonte: BCB, (PEF).
POLÍTICA FISCAL
Brasil
Sustentabilidade fiscal e juros
No nosso passado recente, reformas econômicas melhoraram perspectiva da sustentabilidade fiscal e contribuíram para a queda de juros.

35
Fonte: BCB.
POLÍTICA FISCAL
Brasil
Sustentabilidade fiscal e juros
Aprovação do teto de gastos, que gerou melhor perspectiva fiscal, contribuiu para a queda nas taxas de juros.

36
Fonte: BCB.
POLÍTICA FISCAL
Brasil
Sustentabilidade fiscal e juros
Aprovação de reformas estruturais como a da previdência, que geraram melhor perspectiva fiscal, contribuíram para a queda nas taxas de juros.

37
Fonte: BCB.
JUROS REAIS
Brasil
Por que os juros no Brasil são altos?
Juros elevados são explicados por características estruturais. 25
20,8 21,0 21,3

Taxa de Poupança Bruta*


Taxa de recuperação de créditos*

(% PIB, média de 2010 a 2022)


Dívida Bruta do Governo Geral* 20 17,6
Centavos por US$ (2020) em 2022 (% PIB) 15,7
100 100 15
92,1
90 88,2
10
80
80 5
68,7
70 63,9
68,0
60 65,1 -
61,1
50 60 56,8
41,9
40 Média mundial = 36,9 centavos *Números com base no conceito do FMI.
199
30 200
40 36,2
18,2 34,8 147
20 160

(média desde 2010*)


123
10 120 109

CDS
80
0 20 80
Brasil
Angola

Panama

Itália
Haiti
Venezuela

Bulgaria

Portugal

Australia
Burundi

Zambia
Zimbabwe

Alemanha
Guyana

Peru

Colombia
Mexico

Japão
Turquia

Equador

Chile

França
Argentina

Bangladesh
Paraguai

Croácia
Malta
Uganda
Albania

India

Canada
Samoa

EUA
Vietnam

Bélgica

40

0
* Quantia recuperada pelos credores quando há execução de dívidas. *Números com base no conceito de dívida do FMI.

38
Fontes: Banco Mundial - Doing Business (2020), FMI (Fiscal Monitor), BCB. *Até 14/03/2023
JUROS REAIS
Brasil
Por que os juros no Brasil são altos?
O crédito direcionado no Brasil gera um problema de “meia entrada” no mercado de crédito.

Percentual do crédito direcionado no crédito total

Brasil Comparação com outros países


45
55%
40,3
• O percentual de crédito 40
direcionado no Brasil é muito
acima daquele observado em 50% 35
outros países com essa
modalidade de crédito. 30
26,1
45%
40,3% 25
• No México, embora o Fev/23
percentual de crédito 20 18,2
40%
direcionado seja elevado, não
há spread negativo como ocorre 15
no Brasil.
35% 10

5 3,8
2,1 1,4
30% 0
Brasil Colômbia China Coréia do México Peru
Sul

Nota: Crédito direcionado no Brasil é “aquele com recursos ou taxas de juros regulados (pelo BC ou outro órgão do governo)”. Por não ser uma forma prevalente de crédito,
os países em geral não possuem estatísticas específicas sobre esse mercado. Os números acima são a melhor estimativa considerando dados internacionais disponíveis. 39
Fonte: BCB e outros bancos centrais.
TAXAS DE JUROS
Brasil
Juros no Brasil
Ao longo das últimas décadas, juros no Brasil têm tendência de queda.

Taxas de juros nominais – Taxa Selic Taxas de juros reais ex-post (núcleo do IPCA)
22% 12%
11,2%
20% 19,4%
18,6%
10% 9,6%
18%

16%
13,8% 8%
14%

12% 11,1% 6,0% 5,9%


9,9% 6%
10% 9,2% 4,7%
8%
6,5% 4% 3,5%
6%

4% 2% 1,7%

2%

0% 0%

40
Fonte: BCB.
JUROS REAIS
Brasil
Juros reais: Brasil e outros países
Ao longo das últimas décadas, juros reais no Brasil têm tendência de queda. Diferença em relação a países pares também tem diminuído.
5% 4,8%

Juros reais ex-post: diferença


4,5%

entre Brasil e outros países


8% Taxas de juros reais ex-post (núcleo do IPC)
4% 3,6%

3% 2,5%
6% 2,3% 2,2%
1,9%
2%

0,9%
4% 1%
0,3%
0%
2014-2019 2021-2023 Hoje
2% Brasil Média outros países* Diferença
*Chile, Colômbia, México e Peru.

(taxas de mercado ex-ante)


9%
0%

Taxas de Juros reais


6%

-2% 3%

0%
-4%
mar-14 set-15 mar-17 set-18 mar-20 set-21 mar-23 -3%
Colômbia Chile Mexico Peru Brasil abr-14 out-15 abr-17 out-18 abr-20 out-21 abr-23
Fonte: Bloomberg, BCs dos países.
Brazil Chile Colombia Mexico 41
CUSTO DO CRÉDITO Spread bancário
Para o mesmo patamar de taxa Selic de 2016, o spread bancário hoje é menor.
Decomposição do spread do ICC Spread do ICC - Recursos Livres
42

Famílias (% a.a.)
38
dez 16 fev 23
20,10% 39,3 33,5
34
29,50%

30

26
jan 16 out 16 jul 17 abr 18 jan 19 out 19 jul 20 abr 21 jan 22 out 22
21,10%

15

Firmas (% a.a.)
13
29,30% dez 16
13,7 fev 23
11 9,8

9
Inadimplência Despesas Administrativas
Tributos e FGC Margem Financeira do ICC 7
jan 16 out 16 jul 17 abr 18 jan 19 out 19 jul 20 abr 21 jan 22 out 22
42
Fonte: BCB.
CUSTO DO CRÉDITO Medidas para reduzir o custo do crédito
O BC tem adotado um conjunto amplo de medidas para reduzir o custo do crédito no Brasil.

Principais medidas implementadas:


• Regulamentação da Letra Imobiliária Garantida (LIG) e possibilidade de sua aquisição por • Aumento do funding do cooperativismo de crédito com a possibilidade de captação de recursos
investidores estrangeiros. por meio de letra financeira e a captação de poupança por cooperativas singulares.
• Regulamentação da emissão de duplicata eletrônica na forma escritural, bem como da • Autorização para emissão de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pelas cooperativas de crédito.
negociação dessas duplicatas no sistema financeiro em operações de desconto e operações de
• Aperfeiçoamentos dos instrumentos especializados para prestação de garantias.
crédito garantidas por esses títulos.
• Utilização de recebíveis de cartão de crédito como garantia.
• Criação do registro eletrônico das garantias e do registro eletrônico de ônus e gravames sobre
títulos custodiados no Selic. • Digitalização de títulos de créditos.
• Limitação do período máximo para o uso de crédito rotativo. • Redesenho do cheque especial.
• Estabelecimento de um limite para a cobrança de encargos no caso de atraso no pagamento das • Criação do Novo Depósito a Prazo com Garantias Especiais (DPGE).
faturas do cartão.
• Criação de regra para atuação de fintechs no mercado de crédito.
• Fim da cobrança de valores diferenciados nas situações de atraso de pagamento das faturas.
• Autorização para as Sociedades de Crédito Direto (SCDs) emitirem cartão de crédito e se
• Legalização da prática de diferenciação dos preços a depender do meio de pagamento utilizado. financiarem com recursos de repasses do BNDES.
• Condições para a realização de operações de crédito vinculadas a recebíveis de arranjo de • Autorização para as SCDs e as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEPs) securitizarem seus
pagamento. créditos para um leque mais amplo de fundos de investimento.

• Aprovação da convenção para o registro dos recebíveis de arranjos de pagamentos. • Redução do custo de observância a partir da segmentação e da proporcionalidade da regulação
prudencial.
• Aprovação e regulamentação do novo Cadastro Positivo.
• Implementação do Pix.
• Alteração da metodologia de cálculo Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e modernização da taxa
de remuneração do BNDES, com a Taxa de Longo Prazo (TLP). • Simplificação do processo de autorização para participação de estrangeiros no SFN.

• Flexibilização do uso dos recursos da poupança para o crédito imobiliário. • Nova legislação e regulamentação cambial.

• Permissão para o estabelecimento de contratos de financiamento de imóveis indexados a índices • Modernização da legislação de cooperativismo de crédito.
de preços. • Implementação das LFLs.
• Portabilidade entre modalidades de crédito. 43
• Flexibilização de regras da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
CUSTO DO CRÉDITO Selic e custo do crédito
Para o mesmo patamar de taxa Selic de 2016, o custo do crédito hoje é mais barato.

Taxa Selic x Custo do Crédito Taxa de juros de mercado (concessões)


Taxas médias de juros
80 Variação
Modalidade (% a.a.)
70 dez/16 fev/23 dez/16 - fev/23
fev-23
dez-16 58,3 Total 51,0 44,2 -6,8 p.p.
60 71,0 Operações de crédito (livre) Empresas 28,0 24,2 -3,8 p.p.
50 Famílias 71,0 58,3 -12,7 p.p.
Empresas 113,9 41,9 -72,0 p.p.
Cartão de crédito (total)*
% ao ano

40 dez-16 Famílias 114,6 101,4 -13,2 p.p.


28,0 fev-23 Empresas 361,7 195,8 -165,9 p.p.
30 Cartão de crédito rotativo
24,15 Famílias 497,7 417,4 -80,3 p.p.
Cheque especial Famílias 282,6 137,4 -145,2 p.p.
20
Financiamento imobiliário
Famílias 15,4 10,8 -4,6 p.p.
com taxas de mercado
10 dez-16 fev-23
13,75 Crédito rural com taxas de
13,75 Famílias 20,2 15,2 -5,0 p.p.
0 mercado
Desconto de duplicatas e
fev-14

fev-15

fev-16

fev-17

fev-18

fev-19

fev-20

fev-21

fev-22

fev-23
jun-14
out-14

jun-15
out-15

jun-16
out-16

jun-17
out-17

jun-18
out-18

jun-19
out-19

jun-20
out-20

jun-21
out-21

jun-22
out-22
Empresas 30,2 20,9 -9,3 p.p.
recebíveis
Antecipação de faturas de
Empresas 25,6 19,8 -5,8 p.p.
Taxa de Juros Média Recursos Livres PF cartão
Taxa Média de Juros Recursos Livres PJ Capital de giro (total)** Empresas 23,7 24,4 +0,7 p.p.
* Inclui cartão de crédito parcelado e rotativo
Taxa Selic ** Incluí capital de giro com prazo até 365 dias e superiores a 365 dias
44
Fonte: BCB.
JUROS E CRÉDITO Selic e indexadores de crédito
Apenas uma pequena parcela do crédito está vinculado à taxa Selic.
Indexadores das operações de crédito – Dez/22
2,5% 4,2%
3,1%
• A taxa Selic, controlada pelo BC, define o custo do dinheiro 2,2%
para um dia.

10,1%
• Mas somente uma parcela pequena das operações de crédito
está vinculada à taxa Selic.

• A maior parte das operações de crédito está vinculada a taxas


de juros de prazos mais longos.
58,7%
19,2%
• Essas taxas são determinadas pelo mercado, e dependem de
vários fatores, como expectativas sobre a trajetória futura da
taxa Selic e o prêmio de risco, os quais dependem dos
fundamentos da economia.

Prefixado TR/TBF CDI Selic TJLP TLP Demais Indexadores


Modalidades das operações de crédito incluem: adiantamentos a depositantes, empréstimos, direitos creditórios descontados,
financiamentos, financiamentos à exportação, financiamentos à importação, financiamentos com interveniência, financiamentos
rurais, financiamentos imobiliários, financiamentos de títulos e valores mobiliários, financiamentos de infraestrutura e 45
Fonte: BCB. desenvolvimento, operações de arrendamento, outros créditos.
JUROS E CRÉDITO Selic e juros longos
Reduzir a taxa Selic pode não ser suficiente para reduzir o custo crédito na economia, que em grande medida depende dos juros longos.

Selic vs. juros longos


20

• Como as taxas de juros de mercado dependem muito mais das


expectativas sobre a Selic no futuro do que da Selic corrente,
15
uma redução da Selic pode não diminuir o custo do crédito.

• Dependendo das expectativas dos agentes, o custo do crédito 10


pode até aumentar. %
Exemplo:
5
• Durante a pandemia houve redução da Selic para 2% a.a.
Mesmo assim os juros de mercado aumentaram, pois os
agentes esperavam aumentos da taxa Selic no futuro.
0

-5

46
Fonte: BCB.
JUROS E CRÉDITO Selic e crescimento do crédito
Crescimento do crédito não é determinado apenas pela taxa Selic. Redução da taxa Selic não necessariamente produz aumento do crédito.

Selic x Taxa de crescimento do crédito total SFN


25

20

15
%
10

-5
mar-10 mai-11 jul-12 set-13 nov-14 jan-16 mar-17 mai-18 jul-19 set-20 nov-21 jan-23
Taxa de crescimento do crédito SFN (a/a) Taxa Selic
47
Fonte: BCB.
JUROS E SUBSÍDIOS O ciclo vicioso de juros altos e subsídios
Relação entre juros longos, crédito subsidiado e taxa Selic pode gerar um ciclo vicioso na economia.

Selic vs. juros longos


20

• O aumento dos juros longos tende a aumentar o crédito 18


subsidiado e as expectativas para a taxa Selic futura.
16

14
• Com juros longos maiores, muitos investimentos só são
viáveis com crédito subsidiado. 12
%
10
• O aumento do crédito subsidiado gera a necessidade de
uma Selic mais alta para compensar os subsídios, o que 8
tende a aumentar ainda mais os juros longos e os
6
subsídios, gerando um ciclo vicioso na economia.
4

Título 7 anos Selic 48


Fonte: BCB.
SELIC E LUCROS DOS
BANCOS Maior Selic aumenta a rentabilidade dos bancos?
A rentabilidade dos bancos não necessariamente aumenta com a elevação da taxa Selic. Depende do perfil da instituição.

Rentabilidade por segmentos vs. Selic


25%

• A evolução da rentabilidade da indústria bancária não


apresenta correlações fortes com a evolução da taxa
Selic. 20%
Correlação = 0,19

• De fato, a rentabilidade agregada dos bancos que


atuam mais preponderantemente em crédito 15%
apresentou correlação negativa com a evolução da
Selic nos últimos anos. Correlação = 0,49

10%
• Para o grupo de bancos que atua sobretudo em
intermediação de títulos, com maior foco em
tesouraria e negócios, essa correlação ficou no campo
5%
positivo.
Correlação = - 0,52

0%
Jan Jan Jan Jan Jan
2019 2020 2021 2022 2023
Grandes Crédito Tesouraria e Negócios Selic
49
Fonte: BCB.
JUROS NEUTROS Políticas parafiscais e juros neutros

Desembolso do BNDES/Credito Livre PJ Estimativas de juros neutros

0,40 0,08 0,35

0,35 0,07 0,30

0,30 0,06
0,25
0,25 0,05
0,2
0,20 0,04
0,15
0,15 0,03
0,1
0,10 0,02

0,05 0,05
0,01

0 0 0
Fev/00

Jul/06

Mai/08

Fev/11

Jul/17

Mai/19

Fev/22
Mar/99

Jan/01

Nov/02

Ago/05

Abr/09
Mar/10

Jan/12

Nov/13

Ago/16

Abr/20
Mar/21
Dez/01

Out/03
Set/04

Jun/07

Dez/12

Out/14
Set/15

Jun/18

Dez/03
Jul/04
Fev/05

Mai/10

Fev/12

Mai/17
Set/05

Nov/06

Jan/08

Mar/09

Dez/10
Jul/11

Mar/16

Dez/17
Jul/18
Fev/19
Jun/07

Set/12

Nov/13

Jan/15
Jun/14

Set/19
Abr/06

Ago/08

Out/09

Abr/13

Ago/15

out/16
Desembolsos BNDES/Crédito Livre PJ Serie filtrada Juros neutros tips + cds (5 anos) BNDES (dir.)

50
Fonte: ASA Investments.
JUROS Curva de juros
Curva de juros tem apresentado grande flutuação.

15,0

14,5 04/11/2022

23/11/2022
14,0

12/01/2023
Taxa (% a.a.)

13,5

10/02/2023
13,0
19/04/2023
12,5

12,0

11,5

1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos


11,0
1 127 253 379 505 631 757 883 1009 1135 1261 1387 1513 1639
Dias uteis
51
Fontes: B3, BCB
ESTATÍSTICAS DE Revisão das estatísticas de câmbio
CÂMBIO
O BC realizou, em 26/01/2023, uma revisão extraordinária nas estatísticas de câmbio contratado.

Erro na compilação estatística


• Resolução BCB nº 137 criou cinco códigos cambiais. Por erro nos procedimentos operacionais, o código 34021 não foi incluído pelas rotinas de
compilação da estatística de câmbio contratado, subestimando o total da contratação de câmbio de importação em US$1,7 bilhão (2021) e
US$12,8 bilhões (2022).
• O BC recebe das instituições autorizadas informações sobre os contratos de câmbio dos bancos, mas não é parte de nenhuma dessas operações.

Anexo XX à Circular nº 3.690, de 16/12/13 Câmbio contratado: importações mensais


(Incluído a partir de 1/10/21, pela Resolução BCB nº 137, de 9/9/21) (US$ bilhões)

Códigos de classificação de operações relativos à prestação de


serviços de pagamento ou transferência internacional (eFX) 25

20

15

10
Antes da revisão Depois da revisão
5

Jan
Fev

Jan
Fev
Set
Out

Set
Out
Ago

Ago
Jun

Jun
Abr

Nov

Abr

Nov
Mar

Jul

Dez

Mar

Jul

Dez
Mai

Mai
2021 2022 52
Fonte: BCB.
ESTATÍSTICAS DE Revisão das estatísticas de câmbio
CÂMBIO
O BC realizou, em 26/01/2023, uma revisão extraordinária nas estatísticas de câmbio contratado.
Erro na compilação estatística
• Essa subestimação representou 1,5% da corrente de comércio cambial (exportação + importação) e 0,4% do fluxo total do mercado de câmbio.

Volume negociado de outubro de 2021 a dezembro de 2022 (US$ bilhões)


15 (1,5%) 15 (0,4%)

951 (98,5%) 3 245 (99,6%)

Comercial Revisão Comercial + Financeiro Revisão

Procedimentos adotados para minimizar riscos de erros futuros


• Revisão completa das rotinas operacionais e de automação.
• Referência cruzada dos dados divulgados com a evolução da posição de câmbio.
53
Fonte: BCB. • Etapas adicionais de conferência prévias à publicação.
INVESTIMENTOS Investimentos público e privado
O recente ciclo de recuperação do investimento, iniciado em 2018, tem sido liderado pela ampliação do investimento privado.

Investimento no Brasil Investimento privado no Brasil


(% PIB) (% PIB)

30 22

20

25 18

16 16,4
20 18,8
14

12
15
10

8
10
6

5 4

2
0 0
1971

2010
1947
1950
1953
1956
1959
1962
1965
1968

1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1995
1998
2001
2004
2007

2013
2016
2019
2022

1962
1947
1950
1953
1956
1959

1965
1968
1971
1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1995
1998
2001
2004
2007
2010
2013
2016
2019
2022
Investimento público Investimento privado Investimento total
54
Fonte: FGV.
MERCADO DE CAPITAIS Crescimento do mercado de capitais
O mercado de capitais tem apresentado grande crescimento nos últimos anos, com papel importante para o crédito e para a poupança.
49%
Crédito Amplo PJ 50%

Crédito para grandes


(Base Dez/2016 = 100) Dez 2017 41%
40%
Dez 2022
300

empresas
29%
30%
24%
20% 18% 17%
Crédito bancário - exceto cooperativas
12%
250 Mercado de capitais 9%
10%
Mercado externo - US$ 0,1% 0,7% 0,3% 0,5%
Mercado externo 0%
Públicos Privados S1 SNCC Digitais Demais Mercado
200 Privados de Capitais

280 270
2018 242

Debêntures: emissões
primárias acumuladas
240
2019
150
200 2020 187
2021 149

(R$ Bilhões)
160
2022 122
120
100
80

40

50 0
dez-16 jun-17 dez-17 jun-18 dez-18 jun-19 dez-19 jun-20 dez-20 jun-21 dez-21 jun-22 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
55
Fonte: BCB (metodologia própria). * Inclui debêntures e notas comerciais. Não estão incluídos CRIs, CRAs e FIDCs
MERCADO DE CAPITAIS Crescimento do mercado de capitais
O mercado de capitais tem apresentado grande crescimento nos últimos anos, com papel importante para o crédito e para a poupança.

Cotistas na indústria de fundos Número de contas de pessoas físicas na B3


(em milhões, set/2022) (em milhões)

6 5,8
0,8
0,8

5,4 4,9
5
11,5

4
3,2
3
6,8

2 1,7

8,5
1 0,7 0,8
0,6 0,6
Renda fixa FII Ações Multimercados ETF Outros
0
Total de cotistas: 33,9 milhões 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
56
Fontes: Economática e B3.
COOPERATIVAS Crescimento do cooperativismo
Grande crescimento do setor cooperativo. As cooperativas tem foco especialmente no crédito para pequenos negócios.

Crescimento da carteira ativa Carteira PJ por Porte de Empresa


(Dez 2017 = 100)

350 100
5,0 8,4

300
80
39,0 35,6 59,2
250 67,7
60

200
24,9 21,5
40
150
23,8
20 21,8
100 31,1 34,5
7,5
5,2
5,4 9,5
50 0
dez jun dez jun dez jun dez jun dez jun dez SNCC SFN (ex-SNCC) SNCC SFN (ex-SNCC)
17 18 18 19 19 20 20 21 21 22 22
Dez 2018 Dez 2022

SNCC SFN (ex-SNCC) Micro Pequena Média Grande


57
Fonte: BCB.
MICROCRÉDITO Crescimento do microcrédito
Crescimento anual médio foi superior a 24% nos últimos 4 anos. Na pandemia, houve maior do crescimento do crédito para micro e pequenas empresas.

Crescimento saldo microcrédito Crescimento carteira de crédito total


(anual) (Dez/2019 a Dez/2020)
30%
30% 60%
27%

24% 51,5%
25%
50%

20%
16%
40% 37,7%
15%

29,6%
10% 30%
7%
6%
5%
20%
14,6%
0%

10%
-5%
-6%
-10% -8%
-9% 0%
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Grandes Médias Pequenas Micro
58
Fonte: BCB.
O Pix ganha espaço e se populariza

Transações per capita – por países Volume de transações Pix e valor médio
(em R$ bilhões e R$)

110 856
1400,00

100 Nigéria Austrália 1.247


90 Chile Dinamarca 1200,00
800

80 México Índia ChavesPIX


Chaves Pix
registradas
registradas
1000,00

70 Singapura Suécia
(em milhões) 700

60 Reino Unido Brasil Total : 591,6 mi 800,00

50 Mar/2023
600,00 600

40
30 400,00

20 500

449
123
200,00

10
0 - 400

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Anos após implementação


Volume (R$ bilhões) Valor médio do PIX (R$)
59
Fonte: BCB.
O Pix aumenta inclusão social
Pagamentos digitais aumentam a inclusão financeira e a formalização da atividade

Usuários Pix vs. Clientes bancários Pagamentos digitais vs. Emprego informal
Milhões

y = 88,7 – 0,645x
Número de usuários* Lançamento 160 R² = 0,594
PF: 134,8 milhões do Pix 80

Emprego informal (% do emprego total)


PJ: 11,5 milhões 140

60
120

• 33 milhões de pessoas que não 100


40
faziam transferências eletrônicas
antes do Pix, agora usam o Pix de 80
forma constante e regular.
20
• Em dois anos, 45 milhões de pessoas 60

passaram a fazer transferências.


40 0
2018 2019 2020 2021 2022 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Anos Uso de pagamentos digitais (% da pop. > 15 anos)
Total de clientes bancários com operações ativas Países da América Latina
Total de usuários do Pix Outros países emergentes e países de baixa renda
* Posição de março/23 60
Obs.: Tamanho da circunferência é proporcional ao nível de produção do 60
Fontes: BCB e BIS. setor informal (como % do GDP)
Agenda inclusiva do BC

O Open Finance também promove inclusão


financeira e digital

Open Finance em números:

• 13 APIs desenvolvidas e 16 em desenvolvimento.

• Mais de 27 milhões de consentimentos para


compartilhar dados.

• Em média mais de 700 milhões de chamadas API


semanais (fase 2) nas últimas semanas.

• Mais de 20 bilhões de chamadas API (fase 2).

• Mais de 800 instituições participantes (fases 2 e 3).

61
Agenda inclusiva do BC

Real Digital
▪ Ponte para o ambiente de De-Fi

▪ Introduzir conceito de tokenização (base ampla)

▪ Redução da moeda física

▪ Aumento da eficiência bancária

▪ Controle de riscos

▪ Liquidação

▪ Análise de dados

▪ Financiamento

▪ Produtos

▪ Monetização de dados

▪ Interação de tokens com carteira digital

▪ Competição por canal, e não apenas por produto

62
63
Agenda inclusiva do BC
Educação financeira

Resultados:

• O Aprender Valor está presente em


todas as 27 unidades da federação.

• Em 22 mil escolas, 22% das escolas


públicas do ensino fundamental.

• 5,6 milhões de estudantes com


acesso, 26% dos estudantes do
ensino público fundamental.

• Em 2.991 municípios, 54% dos


municípios brasileiros.

64
Sustentabilidade
Destaques:

Parcerias: Políticas e instrumentos:


▪ Adesão à Network for Greening the Financial System (NGFS). ▪ Inclusão de critérios de sustentabilidade na gestão das reservas
▪ Memorando de Entendimento com a Climate Bonds Initiative (CBI). internacionais.

Regulação:
Ações internas:
▪ Integração dos riscos social, ambiental e climáticos ao arcabouço
▪ Lançamento do “Relatório sobre Riscos e Oportunidades
para gestão de outros riscos tradicionais, tais como crédito,
Sociais, Ambientais e Climáticos”.
mercado, liquidez e operacional.
▪ Criação do Comitê de Economia Sustentável (ECOS) do BC.
▪ Divulgação de informações sobre riscos sociais, ambientais e
climáticos pelas IFs.
▪ Trabalhos para implementar o Bureau Verde de crédito rural
sustentável.
Supervisão:
▪ Realização de testes de estresse para riscos climáticos.

65
Obrigado!
Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Central do Brasil
25 de abril de 2023

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