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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CPA-20

SOBRE O AUTOR:

Frederico Nobre tem 26 anos, é carioca e economista formado na UFRJ. Tornou-se especialista
em investimentos certificado pela ANBIMA aos 19 anos e atua desde então no mercado financeiro,
com experiência nas áreas de análise de investimentos e distribuição de produtos financeiros.
Dedicou-se por 4 anos ao trabalho de análise e extração de dados financeiros na Refinitiv, antiga
unidade de finanças da Reuters e uma das empresas líderes mundiais em soluções de dados.
Colaborou na criação de mecanismos objetivos de consulta e análise de dados para instituições
brasileiras de extrema relevância como Banco Central do Brasil, Petrobras, Vale, Banco do Brasil,
entre outras. Atualmente trabalha na S&P Global Platts, empresa líder no segmento de preços
de referência e análises para os mercados de energia e commodities, coordenando a operação
de pós venda da América Latina. Paralelamente, Frederico é um dos fundadores e apoiadores
do canal de educação financeira “Economia do Dia", voltado para pessoas que querem saber
mais sobre investimentos e finanças e/ou estudar para provas de certificação de mercado.

http://www.economiadodia.com.br/

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CPA-20

SOBRE A PROVA

A certificação CPA-20 faz parte do programa de educação continuada da ANBIMA e é


voltada para profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento para
clientes dos segmentos de varejo alta renda, private, corporate e investidores institucionais
em agências bancárias ou em plataformas financeiras. Ao obter a certificação CPA-20, o
profissional pode, automaticamente, exercer as atividades abrangidas pela certificação
CPA-10. O exame é computadorizado e não há pré-requisito para inscrição.

A quem se destina:
Todas as pessoas que trabalham ou queiram trabalhar em instituições financeiras,
autarquias federais ou órgãos públicos que lidem com produtos de investimento.

Questões: 60
Duração: 2h30
Aprovação: 70% de acertos

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CPA-20

CONTEÚDO:

MÓDULO 1 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTESDO MERCADO - p. 4 a 11

MÓDULO 2 – COMPLIANCE LEGAL, ÉTICA E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR - p. 15 a 25

MÓDULO 3 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA E FINANÇAS – p. 26 a 34

MÓDULO 4 - INSTRUMENTOS DE RENDA VARIÁVEL, RENDA FIXA E DERIVATIVOS – p. 35 a 59

MÓDULO 5 – FUNDOS DE INVESTIMENTO – p. 60 a 75

MÓDULO 6 – PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA (PGBL E VGBL) – p. 76 a 81

MÓDULO 7 – MENSURAÇÃO E GESTÃO DE PERFORMANCE - p. 81 a 88

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Módulo 1 – Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado
3 a 6 questões de prova

Sistema Financeiro Nacional - conjunto de órgãos que atuam pararegulamentar,


fiscalizar e executar operações voltadas para políticas de moeda e crédito.

SFN possui o papel de intermediar recursos entre agentes superavitários e deficitários.

Agentes Sistema Financeiro Agentes


superávitários Nacional deficitários

Possui recursos disponíveis Conjunto de instituições que Tomador de recursos. Passa


e aplica em uma viabilizam a transferência de por dificuldades financeiras
instituição financeira. recursos. Regulação e ou não consegue capital
fiscalização para trazer para investimento.
confiabilidade aos negócios.
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Conselho Monetário Nacional (CMN)
Órgão máximo do SFN que tem como finalidade a formulação das políticas de moeda e crédito.
Composição: Ministro da Economia; Presidente do BACEN e o Secretário especial de fazenda do
Ministério da Economia.

Objetivos:
• Equilibrar os meios de pagamento às necessidades da economia;
• Regular o valor interno e externo da moeda (correção de desequilíbrios, prevenção de crises,
saúde financeira do balanço de pagamentos);
• Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições financeiras para maior eficiência de mercado;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• Coordenar a política monetária, credítícia, orçamentária e fiscal.

Competências:
• Autorizar emissões de papel moeda;
• Direcionar a política cambial;
• Disciplinar todas as modalidades de crédito;
• Regular o funcionamento das Instituições Financeiras;
• Limitar, sempre que necessário, taxas de operações ou serviços bancários;
• Determinar o percentual máximo de empréstimos ao mesmo cliente ou grupo de clientes;
• Expedir normas obrigatórias de contabilidade e estatística para as Instituições Financeiras.

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Banco Central do Brasil (BACEN)
Principal executor das orientações e normas do CMN.
*O presidente do BACEN e seus 8 diretores colegiados são nomeados pelo Presidente da
República sob aprovação do Senado Federal. Desde 2004, o presidente do BACEN ganhou
status de Ministro de Estado.

Finalidades:
• Formular, executar e monitorar políticas monetárias, cambiais, creditícias e financeiras com o
exterior;
• Gerir o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP);
• Organizar, disciplinar e fiscalizar o SFN e o Sistema de Consórcio.

Objetivos:
• Estabilidade de preços;
• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
• Estimular a poupança;
• Zelar pela liquidez da economia e pela estabilidade e aperfeiçoamento do sistema financeiro.

Política econômica:
CMN – coordenação
BACEN – execução, acompanhamento e controle

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Atribuições do BACEN:
• Emitir papel moeda e moeda metálica;
• Executar os serviços do meio circulante;
• Realizar operações de política monetária (redesconto, open market, depósito compulsório);
• Exercer o controle do crédito;
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras (exceto empresasestrangeiras);
• Fiscalizar as instituições financeiras.

Comissão de Valores Mobiliários(CVM):


Entidade autárquica, com autoridade administrativa, autonomia financeira e orçamentária, que zela
pelo bom funcionamento do mercado de capitais.

Objetivos:
• Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e balcão;
• Proteger os investidores contra emissões irregulares, atos ilegais de profissionais do mercado e uso
de informação privilegiada;
• Evitar fraudes e manipulações de mercado;
• Estimular a formação de poupança e aplicação em valores mobiliários;
• Garantir o acesso de investidores à informações sobre valores mobiliários e sobre as empresas
emissoras.

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Competências
• Disciplinar, fiscalizar e inspecionar companhias abertas e fundos de investimento;
• Credenciar, fiscalizar e disciplinar atividades desempenhadas por auditores independentes,
administradores de carteiras, agentes autônomos, consultores e analistas de valores mobiliários;
• Apurar através de inquérito administrativo atos e práticas ilegais de mercado.

Títulos e valores mobiliários de responsabilidade daCVM:


Ações, Debêntures, Notas Promissórias, Cotas de Fundos de Investimento, Opções, Mercado a
Termo, Mercado Futuro, Swaps.

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)


Autarquia federal responsável por fiscalizar e controlar os mercados de seguro,previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.

SUSEP – supervisionar e regular.


Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) – órgão normativo.

Competências:
• Fiscalizar a constituição e operação de seguradoras, resseguradoras, sociedadesde
capitalização e entidades de previdência privada aberta;

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• Proteger a poupança de indivíduos efetuadas através de operações de seguros, resseguros,
capitalização ou previdência privada aberta;
• Promover o aperfeiçoamento, estabilidade e expansão do sistema e das instituições vinculadas ao
Sistema Nacional de Seguros Privados e Sistema Nacional de Capitalização;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições;
• Monitorar investimentos das entidades que integram o mercado;
• Cumprir as deliberações do CNSP e executar os serviços de secretaria executiva do CNSP.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)


É uma entidade governamental autônoma que tem como finalidade fiscalizar e supervisionar
entidades fechadas de previdência complementar e executar políticas para o regime de
previdência complementar.

Competências:
• Fiscalizar, apurar e julgar infrações de entidades fechadas de previdência complementar;
• Expedir instruções e determinar procedimentos para aplicação de normas;
• Autorizar a constituição e funcionamento das entidades fechadas de previdência
complementar;
• Mediar conflitos e promover a conciliação de entidades fechadas de previdência complementar e
seus participantes, assistidos ou patrocinadores;
• Decretar intervenção ou liquidação extrajudicial de entidades fechadas de previdência
complementar.
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Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (ANBIMA) - Associação de
bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras que possui quatro objetivos principais:
representar, autorregular, informar e educar.

Informação – disponibilização de informações sobre segmentos de mercado baseada numa sólida base de
dados com objetivo de dar mais transparência ao mercado; divulgação de preços e índices de referência de
mercado.
Representação – proporciona o diálogo entre governo e setor privado para aprimoramento de mercado;
incentiva boas práticas de mercado.
Autorregulação – regras de adesão voluntária criadas pelo mercado em favor do mesmo e que
estão descritas nos Códigos de Autorregulação e Melhores Práticas.
Educação – capacitação de profissionais por meio de certificações; programade educação
continuada; conteúdo sobre educação financeira.

Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada:


Tem o objetivo de estabelecer princípios de conduta e regras para atuação no mercado de capitais através
do aprimoramento técnico dos participantes. A obrigatoriedade de adesão é apenas para instituições
associadas (instituições não associadas podem assinar termo de adesão por livre e espontânea vontade).
O código NÃO se sobrepõe a legislação.

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Principais padrões de conduta para profissionais certificados

Ética de mercado:
• Conhecer e observar as normas e regulamentos da ANBIMA;
• Recusar a intermediação de investimentos ilícitos;
• Não contribuir para a disseminação de notícias ou informações falsas;
• Manter sigilo sobre informações confidenciais de clientes e empresas.

Relação com a instituição empregadora:


• Não participar de atividades independentes que compitam com seu empregador;
• Informar seu empregador sobre “ownership” de investimentos que possam influenciara
atividade profissional;
• Não manifestar opinião que possa degradar a imagem de seu empregador.

Conduta de auxílio ao investidor:


• Manter independência e objetividade na recomendação de investimentos;
• Distinguir fato de opinião;
• Agir com ética e transparência em situações que possam gerar conflito de interesse;
• Informar ao cliente sobre remuneração ou benefício sobre indicação de investimentos;
• Orientar o cliente na tomada de decisão sobre investimentos.

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• Tesouro Nacional: O Tesouro Nacional e responsável por cuidar dos recursos da União. Todos
os impostos recolhidos pelo governo vão parar no caixa do Tesouro, que atua de acordo com a
demanda do Estado. No entanto, nem sempre o que o governo arrecada é suficiente para
cumprir com todas as suas obrigações. Dessa forma, o governo pode se endividar através do
mercado de títulos públicos, isto é, o governo emite dívidas que são geridas pelo Tesouro
Nacional.

• Dealers: são instituições financeiras credenciadas pelo Tesouro Nacional que atuam dando
liquidez para o mercado. Os Dealers atuam tanto nas emissões primárias de títulos públicos
federais como na negociação no mercado secundário desses títulos. Atualmente, o Tesouro
Nacional possui 12 Dealers, dos quais dez são bancos e dois são corretoras ou distribuidoras
independentes. Resumindo: são instituições financeiras que compram e vendem títulos
públicos diretamente do governo e também para investidores em geral. O desempenho de
cada instituição é avaliado a cada seis meses e aquelas com pior performance são
substituídas.

• Bancos comerciais: são todos os bancos que oferecem serviços de conta corrente, o chamado
depósito à vista. O cliente deposita seus recursos nesse tipo de banco e o dinheiro deve estar
disponível a todo momento. Os principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil,
Santander, Caixa) são bancos comerciais.

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Bancos de investimento: o foco destes bancos é conceder crédito majoritariamente de médio e longo
prazo para investimentos. É permitido que os bancos de investimento também tenham conta corrente,
mas não podem fornecer talão de cheques.

Bancos Múltiplos: Instituição financeira que funciona como “Holding”, tendo obrigatoriamente uma
carteira de banco comercial e/ou de banco de investimentos e mais uma outra carteira como:

• Sociedade de crédito imobiliário – concede empréstimos para o setor imobiliário


• Banco de desenvolvimento – banco público que atua no desenvolvimento da economia. Ex: BNDES
• Sociedade de arrendamento mercantil – banco que faz leasing (arrenda máquinas e equipamentos).
• Sociedade de financiamento e investimento – faz empréstimos direto ao consumidor. Ex: Crefisa

Distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários


Principal atividade destas instituições é executar ordens de compra e venda de títulos e valores
mobiliários para seus clientes.Outras atividades:
• Compra e venda de títulos e valores mobiliários por conta própria ou para terceiros;
• Intermediação de ofertas públicas de títulos e valores mobiliários;
• Administração de carteira e custódia de títulos e valores mobiliários;
• Subscrição de títulos e valores mobiliários;
• Atuar como agente fiduciário;
• Criar, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
• Intermediar operações no mercado de câmbio e metais preciosos;
• Realizar operações compromissadas;
• Realizar operações de conta margem.
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Investidor Qualificado: agentes econômicos que têm mais condições do que o investidor normal para
entender o mercado.

Exemplos:
• Investidores Profissionais;
• Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos superiores a 1 milhão de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidores qualificados;
• Pessoas aprovadas em exames de qualificação técnica reconhecidos pela CVM para agentes
autônomos, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários (o status de
investidor qualificado vale apenas para recursos próprios).

Investidor Profissional: único tipo de investidor que pode aplicar em fundos exclusivos, com cotista
único.

Exemplos:
• Instituições financeiras, seguradoras e sociedades de capitalização;
• Fundos de Investimento;
• Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
• Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pelaCVM (apenas
recursos próprios);
• Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos superiores a 10 milhões de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidores profissionais.

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Módulo 2 – Compliance Legal , Ética e Análise do perfil do Investidor

9 a 15 questões de prova

Risco de Imagem – impacto negativo da opinião pública (Ex: Petrobras e lava jato).
Risco Legal – perda por conta da impossibilidade de garantir os termos de um contrato.

Controles Internos: resolução do CMN determina que as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo BACEN devem
implantar e implementar política de controles internos, de acordo com a complexidade e risco das operações realizadas. Cabe a
diretoria das instituições implantar e implementar estrutura de controles internos efetiva, estabelecer objetivos e procedimentos
relativos aos mesmos e verificar sistematicamente o cumprimento deles.

As disposições de controles internos devem estar acessíveis para todos os funcionários


da instituição e devemconter:
• Definição de responsabilidades dentro da instituição;
• Segregação de atividades de integrantes, para evitar possíveis conflitos de interesse;
• Canais de comunicação confiáveis;
• Avaliação contínua de riscos;
• Testes periódicos de segurança da informação.

PLD-FT - significa prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. A partir de abril de 2021, a
ANBIMA está utilizando oficialmente a sigla PLD-FT e isso pode ser cobrado em prova.
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Prevenção e combate a lavagem de dinheiro
Lavagem de dinheiro é o processo de transformação de recursos obtidos de forma ilegal em ativos cuja origem é aparentemente
legal.

Processo:

Inserção do dinheiro no Mecanismos para impedir o Incorporação formal do


sistema econômico rastreamento dos recursos dinheiro de volta ao sistema

Punição:
Reclusão de três a dez anos e multa aplicada pelo COAF, não superior ao:
- Dobro do valor da operação;
- Dobro do lucro real obtido na operação;
- R$20.000.000,00.

Todos que de alguma forma contribuem para qualquer uma das etapas do processo de lavagem de dinheiro estão sujeitos a
estas punições. OBS: pena pode ser reduzida de um a dois terços caso haja colaboração com autoridades e aumentada de
um a dois terços caso os crimes tenham sido cometidos de forma reincidente ou por intermédio de organização criminosa.

De acordo com o PLD-FT, todos os participantes e instituições financeiras devem adotar uma abordagem
baseada em riscos, considerando uma metodologia própria de risco para classificar clientes, produtos de
Investimento, serviços prestados e canais de distribuição.
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Operações que são indícios de crimes de lavagem dedinheiro:
• Aumento considerável no número de depósitos de pessoas físicas ou jurídicas;
• Troca de muitas notas de pequeno valor por notas de maior valor;
• Grandes transações de troca de moeda estrangeira;
• Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio;
• Movimentações em diversas contas para o mesmo indivíduo ou empresa.

Estratégias:
• fracionamento de valores, estabelecimentos que aceitam apenas cash;
• holdings que prestam serviços.

Fases da lavagem de dinheiro:


Colocação: inserção do dinheiro no sistema econômico.
Mecanismos: depósitos, compra de bens ou ativos negociáveis.
Estratégias: fracionamento de valores, estabelecimentos comerciais que aceitam apenas dinheiro e espécie.
Ocultação: o criminoso quer dificultar o rastreamento do dinheiro para quebrar a cadeia de evidências.
Mecanismos: movimentação eletrônica (principalmente em países com regras de sigilo bancário).
Estratégias: utilização de contas anônimas ou contas fantasmas.
Integração: o criminoso quer inserir os ativos formalmente no sistema econômico.
Mecanismos: investimentos em empreendimentos.
Estratégias: holdings que prestam serviços entre si, cadeia interconectada de serviços.

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Exemplos:
Colocação – remessa de recursos ilícitos para outro país, compra de imóvel em cash com dinheiro ilegal;
Ocultação – envio de recursos para paraísos fiscais, troca de moeda;
Integração – compra de hotéis, restaurantes, negócios, doações de contas fantasmas, empresas de fachada.

A PLD-FT deve considerar procedimentos de coleta, verificação, validação e atualização de informações cadastrais para clientes,
parceiros e fornecedores. A diretoria de PLD-FT da instituição financeira ou empresa participante deve elaborar relatório anual
elencando as medidas tomadas e sua aplicação/eficácia.
KYE – know your employee – conheça seu funcionário;
KYP – know your partner – conheça seu parceiro;
KYC – know your customer – conheça seu cliente

Identificação de clientes: a lei sobre crimes de lavagem de dinheiro exige que as instituições financeiras mantenham o
cadastro de clientes atualizado, bem como registro das transações financeiras, títulos e demais ativos. As instituições devem
atender todas as requisições do COAF de acordo com prazo fixado pelo órgão judicial. Cadastros e registros de transações
devem ser armazenados por cinco anos e testes de verificação devem ser feitos com prazo máximo de um ano para adequação
de cadastrode clientes. PLD-FT - flexibilização da atualização cadastral (até 5 anos), dependendo do perfil de risco do cliente.

Pessoa politicamente exposta (PEP): agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado cargos relevantes nos
últimos cinco anos, bem como seus familiares próximos.

Convenção de Viena (1988) – convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas.
A convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional em 1991. Foi um marco internacional na prevenção e
combate à lavagem de dinheiro. 18
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF): órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro
que tem por finalidade identificar, examinar, disciplinar e aplicar penas administrativas para operações
financeiras ilícitas. O COAF está vinculado ao BACEN.

Competências:
• Receber e avaliar suspeitas de atividades financeiras ilícitas;
• Comunicar as autoridades competentes;
• Coordenar e propor acordos de cooperação e troca de informações;
• Disciplinar e aplicar penas administrativas.

Comunicação ao COAF:
As instituições financeiras devem comunicar ao COAF:
• Depósitos ou saques superiores ao valor de 50 mil reais ou o equivalente em moeda estrangeira
no mês calendário;
• Cheque, TED ou qualquer transferência superior a 50 mil reais;
• Depósitos ou saques em espécie que apresentem indícios de ocultação da sua natureza.

OBS: a comunicação deve ser feita até 1 dia útil após verificação.

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Informação privilegiada – informação relevante fora de domínio público.

Insider trader – tem acesso a informações privilegiadas e as utiliza em benefício próprio ou de


terceiros.

Frontrunner – apropria-se de operações de clientes, executando ordens de compra e venda de ativos


primeiro na sua conta pessoal ou contas associadas.

Confidencialidade – o profissional de investimentos deve manter sigilo sobre informações de


clientes, a menos que haja alguma solicitação de órgãode justiça.

Conflito de interesse – qualquer situação na qual o profissional tem interesses próprios que
aparentemente podem influenciar seus objetivos. A recomendação é se conscientizar de
qualquer conflito, divulgá-lo abertamente e se oferecer para eliminá-lo.

Código de distribuição de produtos de investimento ANBIMA

Aderente: instituições que aderem ao código por meio contratual e estão comprometidas a
seguir as regras deste documento específico.
Associada/filiada: instituições que têm vínculo associativo e que são comprometidas a seguir todo o
código de autorregulação da ANBIMA.

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Objetivos:
• Manter um elevado padrão de ética no mercado, promover a concorrência leal, a padronização de
procedimentos corretos, a transparência no relacionamento com investidores e a qualificação de
instituições e profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento.

Exigências mínimas para as instituições desempenharem atividade de distribuição de produtos


de investimento
• Estar em norma com a regulamentação e devidamente registrada;
• Prestar informações efetivas aos clientes orientando sobre os riscos de cada aplicação;
• Adotar procedimentos de “KYC” (conheça seu cliente ou “know your customer”);
• Adotar verificação dos produtos de investimento ao perfildo investidor (API).

Publicidade e divulgação de material sobre produtos de investimento.


Todo material de publicidade é de responsabilidade de quem o divulga e a conformidade com o
código deve ser respeitada mesmo que o material tenha sido desenvolvido por prestadores de
serviço. É proibida a divulgação de comparativo de investimentos de categorias ou instituições
distintas.

Regras de publicidade ANBIMA: exige que as instituições aderentes e associadas cumpram com alguns
avisos obrigatórios para a comercialização de produtos de investimento, de modo que o cliente esteja
ciente do perfil de risco e retorno da aplicação financeira.

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Alguns destes avisos obrigatórios:

Adesão ao código:
ESTA INSTITUIÇÃO É ADERENTE AO CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA
ATIVIDADES DE DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO NO VAREJO.

Rentabilidade:
A RENTABILIDADE DIVULGADA NÃO É LÍQUIDA DE IMPOSTOS.

Simulação de rentabilidade:
AS INFORMAÇÕES PRESENTES NESSE MATERIAL SÃO BASEADAS EM SIMULAÇÕES E OS RESULTADOS REAIS
PODERÃO SER SIGNIFICATIVAMENTE DIFERENTES.

Garantias:
TRATA-SE DE UMA MODALIDADE DE INVESTIMENTO QUE NÃO CONTA COM A GARANTIA DO FUNDO
GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC).

Adequação de perfil do investidor (API):


Instituições participantes devem eleger critérios próprios para estabelecimento de procedimentos formais
de cadastro e verificação do processo de API, em conformidade comas diretrizes do Conselho de
Regulação e Melhores Práticas. API não se aplica a investidores qualificados, investidores profissionais,
pessoas jurídicas de direito público e clientes que tenham sua carteira administrada por profissional
autorizado pela CVM.
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Informações minimamente necessárias sobre os objetivos do investidor:
• Período de investimento;
• Preferências declarada sobre risco;
• Finalidade do investimento.

Informações minimamente necessárias sobre a situação financeira do investidor:


• Valor de receitas regulares;
• Valor dos ativos sob patrimônio;
• Necessidade futura de recursos.

Informações minimamente necessárias sobre o conhecimento do investidor:


• Tipos de produtos e operações que o cliente conhece;
• Tipo, frequência e volume das operações que o cliente já realizou;
• Formação acadêmica e experiência profissional.

Embora o perfil do investidor possa ser bem detalhado, o mercado trabalha conceitualmente
com 3 perfis de investidor: conservador, moderado e agressivo

Os produtos de investimento também são analisados e classificados em categorias. Essa


classificação deve considerar:
. Os riscos associados ao produto;
. O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados;
. A existência ou não de garantias;
. Os prazos de carência.
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Entendendo que os investidores e os produtos de investimentos possuem perfis distintos, a CVM
proíbe a recomendação de produtos de investimento aos clientes:
. Quando o perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço;
. Caso não tenham sido obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente;
. Caso as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas.

Caso a ordem seja do investidor (sem a recomendação), esta poderá ser realizada, desde que o
profissional de investimento obtenha declaração expressa do cliente de que ele está ciente da
desatualização ou inadequação de seu perfil e informe ao cliente sobre as divergências do
investimento para o seu perfil de risco.

As instituições devem atualizar o perfil do investidor minimamente a cada dois anos

Finanças comportamentais e a decisão doinvestidor:


As finanças comportamentais sugerem que apesar da maioria das decisões econômicas serem
tomadas de forma racional e deliberada, devemos também levar em conta decisões emocionaise
automáticas dos indivíduos, que muitas vezes se apegam a simplificações ou regras de bolso
conhecidas como heurísticas.

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Heurística da disponibilidade – decisões influenciadas por fatos recentes que ficam nacabeça do investidor. Por conta do
víes da facilidade de lembrança, indivíduos tendem a pensar que determinados eventos são mais prováveis deacontecer.
Ex: vender ações de uma companhia ferroviária após noticiário mostrar acidente de trem.

Heurística da representatividade – indivíduos fazem associações de estereótipos e julgam eventos por aparência e
semelhança, desconsiderando informações relevantes e as próprias regras de estatística. Pode se manifestar por meio do
viés da falta de sensibilidade a uma base ou amostra, concepções erradas sobre o acaso e sobre a conjunção de eventos
ou regressão à média. Ex: nunca mais investir em ações por conta de uma experiêncianegativa.

Heurística da ancoragem - informação prévia funciona como âncora, muitas vezes baseada em um valor específico. Desta
heurística surgem os vieses de ajuste insuficiente da âncora e excesso de confiança.
Ex: um investidor comprou ações a trinta reais e viu elas caírem para dezenove reais, mas independentemente da
perspectiva resolve que não vende as ações até que voltem para os trinta reais.

Aversão a perda – indivíduos tendem a dar mais importância as perdas do que aos ganhos. Existem estudos que
mostram que a dor da perda é sentida com mais intensidade do que o prazer do ganho.
Ex: jovem investe apenas em poupança por medo de perder dinheiro.

Framing (enquadramento) - as escolhas de investimentos podem ser apresentadas de uma forma que
destaque os aspectos positivos ou negativos da mesma decisão. Ex: dizer que uma ação tem 5% de chances
de alta pode levar mais pessoas a investirem nesse ativo do que se for dito que a mesma ação tem 95% de
chances de queda. Repare que a única coisa que muda é a forma como a informação é passada/absorvida
pelo investidor.
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Módulo 3 – Princípios Básicos de Economia e Finanças
3 a 6 questões de prova
3.1 Conceitos Básicos de Economia

PIB (Produto Interno Bruto)


• É a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período de tempo. Considera
apenas os bens e serviços finais, para não calcular a mesma coisa duas vezes (a matéria-prima usada na
fabricação não é levada em conta);
• O PIB, considerando a ótica da demanda, é obtido pela seguinte equação: PIB = Consumo (C) +
Investimentos (I) + Gastos do Governo (G) + Saldo da Balança Comercial, ou seja, exportações –
importações (X –M).
PIB = C + I + G + (X – M)

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)


• Índice oficial de inflação no Brasil, calculado pelo IBGE, divulgado mensalmente e utilizado como
referência para meta de inflação definida pelo CMN para o COPOM.

IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado)


• Calculado pela FGV e divulgado mensalmente;
• Composto pelos índices: IPA (60%) – Índice de Preços por Atacado ; IPC (30%) – Índice de
Preços ao Consumidor; INCC (10%) – Índice Nacional de Custo de Construção.

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Selic Meta X Selic Over
• Selic Over é a taxa diária que reflete a média ponderada de juros cobrada por operações de
financiamento por um dia lastreadas em títulos públicos federais;
• Selic Meta é definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação. É a principal taxa de juros da
economia que norteia todas as demais;

CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro


Títulos emitidos por instituições financeiras que tem como lastro operações interbancárias:
• A função do CDI é transferir recursos de uma instituição financeira para outra;
• A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar rentabilidade de fundos e
aplicações financeiras.

TR (Taxa Referencial)
• Representa a Taxa Básica Financeira (TBF), deduzida de um redutor (R) e divulgada pelo BACEN;
• A TR é utilizada para remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de
poupança e do FGTS.

Metas de inflação - Anualmente, o CMN estabelece uma meta de inflação ao Banco Central. O Bacen
executa a política monetária para cumprir essa meta.
2018 = 4,5% com intervalo de 1,5%;
2019 = 4% com intervalo de 1,5%;
2020 = 4% com intervalo de 1,5%;
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COPOM
• Adota desde 1999 as “Metas de Inflação” (definidas pelo CMN) – índice IPCA;
• Composto pela diretoria colegiada do BACEN – (7 diretores + 1 diretor presidente);
• 8 reuniões ao ano, intervaladas em 45 dias, podendo haver exceções, desde que
convocadas pelo presidente do BACEN.

Define a meta da taxa de juros – COPOM


Define a meta de inflação – CMN

Política Monetária
• Conjunto de medidas adotadas pelo Governo voltadas para alinhar os meiosde
pagamento às necessidades da economia.

Os instrumentos de política monetária permitem definição das taxas de juros:

• Depósito compulsório;
• Operações de Redesconto;
• Open Market (operações de mercado aberto).

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Depósito compulsório
Parcela dos recursos de contas bancárias que deve ser depositada no Banco Central:
• Limita a criação de moeda pelas instituições financeiras;
• Elevação do compulsório provoca redução da liquidez e elevação da taxa de juros.

Operação de redesconto
Taxa de redesconto é a taxa que o Banco Central usa para emprestar dinheiro a bancos
comerciais. Quando quer estimular a economia aumentando o crédito, o BACEN
diminui a taxa de redesconto.

Open Market (mercado aberto)


Compra ou venda de títulos públicos executada pelo BACEN:
• Instrumento mais eficaz e ágil de política monetária.

29
Juros e atividade econômica
Com juros altos, o crédito fica mais caro, as pessoas compram menos, indústrias produzem
menos e a atividade econômica diminui. O oposto também é válido, mas o aumento na
demanda pode gerar elevação de preços (inflação).

Política Fiscal
Decisões do governo sobre arrecadação (impostos, taxas e contribuições) e destino dos
recursos disponíveis. O Tesouro Nacional é responsável por gerir essas receitas e despesas. A
arrecadação é de responsabilidade da receita federal.

Receita de Despesas não Superávit ou


Impostos financeiras déficit primário

Juros da dívida
pública

Superávit ou
déficit nominal

30
Política Cambial
Política do governo federal que direciona o comportamento do mercado de câmbio e da taxa de
câmbio.
• O Brasil adota um regime de Política Cambial Flutuante suja sem banda cambial.

Taxa de câmbio
Preço de uma unidade de moeda em relação a outra.
PTAX – média das taxas de câmbio do mercado interbancário divulgada diariamentepelo
BACEN.
Dólar Spot – taxa à vista.
Dólar forward – mercado futuro.

Contas Externas e Balanço dePagamentos:


Registro das transações de um país com o resto do mundo.
• No Brasil, os valores sempre são expressos em dólares.

Duas grandes contas formam o balanço de pagamentos de um país:

Conta Corrente: formada por três outras contas: a balança comercial, a conta serviços e rendas
e as transferências unilaterais;

31
Balança comercial: exportações menos importações.

Conta de Serviços e Rendas: comércio de bens, receitas/despesas com viagensinternacionais,


aluguéis, serviços do governo e o pagamento/recebimento de juros e de lucros e dividendos.

Transferências Unilaterais: saldo líquido das remessas de recursos ou doações feitas entre
moradores do Brasil e do exterior.

Conta de Capitais: saldo líquido da compra de ativos estrangeiros por residentes noBrasil
menos venda de ativos brasileiros a estrangeiros.

3.2 – Conceitos básicos de finanças

Taxa de juros nominal e taxa de juros real.

Taxa nominal é o valor dado da taxa de juros. Taxa real é a taxa nominal descontada da inflação.

𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍
Taxa Real =
𝒊𝒏𝒇𝒍𝒂çã𝒐
− 𝟏 x 𝟏𝟎𝟎
32
Regimes de capitalização

Capitalização simples: juros incide apenas sobre o capital (não há “juros sobre juros”). No regime de capitalização simples,
a taxa é proporcional (taxa x prazo).
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 𝑥 (1 + 𝐼 𝑥 𝑁)

Composta: juros incide sobre o capital e jurosdos períodos anteriores (juros sobre juros). No regime de capitalização
composta, a taxa de juros é equivalente. Isso quer dizer que 1% capitalizado ao mês não é igual a 12% ao ano.

VF = valor futuro do investimento 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 𝑥 1 + 𝐼 𝑁


VP = valor presente do investimento
I = taxa de juros ou taxa de desconto
N = número de períodos de capitalização Ex: José aplicou R$1000 em um regime de capitalização simples a uma
taxa de 1% a.m. por um período de 12
Considerando mais de 1 período: meses. Quanto ele terá no final desses 12 meses?

Quando estamos capitalizando a taxa de juros, juros 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁) 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 ∗ 12


compostos são superiores ao juros simples. 𝑉𝐹 = 1120
1% ao mês é equivalente a 12,68% ao ano.
1% ao mês é proporcional a 12% ao ano. Agora considere o regime composto de capitalização. Quanto José terá
no final desses 12 meses?
Quando estamos descapitalizando a taxa de juros, juros
compostos são inferiores aos juros simples.
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁
12% ao ano é equivalente a 0,94% ao mês. 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 12

12% ao ano é proporcional a 1% ao mês. 𝑉𝐹 = 1126,82


33
Cupom Zero: título cuja remuneração será paga apenas no vencimento, sem incidência de cupom.

Taxa Interna de Retorno (TIR): taxa utilizada para calcular o retorno de um investimento.

Custo de oportunidade
Quanto um investidor deixa de ganhar em outra opção de investimento.

Taxa livre de risco


Ativo de pouca volatilidade e baixo risco cuja taxa de remuneração é utilizada como proxy para
aplicações seguras. No Brasil os participantes do mercado utilizam a taxa SELIC como parâmetro de
ativo livre de risco. Em geral a taxa livre de risco pode ser usada como comparativo de custo de
oportunidade.

WACC (Weighted Average Cost of Capital)


Custo médio ponderado de capital.
Considera capital próprio (acionistas) e de terceiros (detentores de dívidas) avaliados a preços
de mercado.

Alavancagem financeira

34
Módulo 4 – Instrumentos de Renda Variável, Renda Fixa e Derivativos
10 a 15 questões de prova

Ativos de renda variável : são aqueles cujos rendimentos não são conhecidos. Ações e derivativos são os
principais exemplos.

Ações: são frações do capital social de uma empresa e seus principais tipos são: Ordinárias
(ON): possuem direito a voto em assembleias de acionistas.
Preferenciais (PN): não possuem direito a voto, mas têm preferência no pagamento de dividendos e recebem
10% a mais em dividendos do que as ordinárias. Caso a empresa fique 3 anos sem distribuir dividendos, a
ação PN passa a ter direito a voto.
Obs: empresas que abrem capital devem ter minimamente 50% de suas ações ON.

Bonus de subscrição: títulos negociáveis que garantem aos titulares o direito de subscrever ações
de uma empresa. A emissão é caracterizada como alienada caso o investidor pague por esse
direito.

Depositary Receipts (DR): recibos de depósito com lastro em ações de empresas instaladas em
outro país.
BDR: Brazilian Depositary Receipt (Ex: ação da Apple negociada no Brasil).
ADR: American Depositary Receipt (Ex: ação da Vale negociada nos EUA).

35
Assembleia Geral Ordinária(AGO):
Organizada anualmente entre os quatro primeiros meses seguintes ao término doano fiscal
para:
• Analisar as contas dos administradores e validar demonstrações financeiras;
• Discutir sobre o destino do lucro e pagamento de dividendos;
• Eleger administradores e membros do conselho (caso necessário);
• Aprovar correção monetária do capital social.

A empresa deve enviar para a CVM um edital de convocação da AGO até quinze dias antes da data
marcada. Posteriormente, deve publicar a ata e sumário das decisões em até 7 dias após a assembleia.

Assembleia Geral Extraordinária(AGE):


A assembleia geral extraordinária é assim considerada para todos os casos cujo
objetivo não esteja listado acima.
Caso a AGE seja motivada por uma possível mudança no estatuto, a primeira convocação
será concluída apenas com a presença de acionistas que representem conjuntamente 2/3 do
capital com direito a voto, mas poderá ocorrer segunda convocação sem restrições.

36
Dividendos: distribuição de parte do lucro das empresas aos acionistas (minimamente 25%
garantido por lei no Brasil). O valor pago em dividendos é descontado do preço da ação.

Juros sob capital próprio: proventos pagos em dinheiro que são dedutíveis do lucro
tributável da empresa.

Direito de subscrição: direito de aquisição de ações por conta de um aumento de


capital. Semelhante ao direito de um titular de opção de compra (“call”).

Direitos do acionista minoritário:


• Participação de lucros;
• Participação em assembléias (e voto se for ação ON);
• Ter acesso aos demonstrativos financeiros da empresa;
• Fiscalizar, de acordo com a lei das S.A.;
• Participação em caso de liquidação.

Acionista controlador: agente econômico, empresa ou grupo de empresas que possui


maioria dos votos nas deliberações de AGO e exerce influência no processo de decisão e
funcionamento de uma companhia.

Tag Along: quando há mudança de controle de companhia aberta, os acionistas com


direito a voto devem receber uma oferta de no mínimo 80% do valor pago por ação.
37
Operação de underwriting: captação de recursos via emissões no mercado financeiro.

As operações de underwriting possuem:


Ofertante – empresa emissora;
Banco coordenador/banco líder – avalia, regulariza e coordena a distribuição;
Banco liquidante – liquida a venda dos ativos;
Escriturador – responsável pelo registro de informações transacionais;
Central depositária – pertencente a B3, é onde ocorre a conciliação de ativos e também onde o investidor
pode consultar informações sobre a sua conta (Canal Eletrônico do Investidor – CEI);
Custodiante – movimenta os ativos do investidor na central depositária;
Market Maker – instituição que compra e vende ativos para prover liquidez de mercado. Caso muitos
investidores queiram comprar uma ação or exemplo, o Market Maker entra no mercado vendendo sua
posição. Caso contrário, se tiver muita gente vendendo, o Market Maker entra comprando;
Agente fiduciário – apenas para ofertas públicas de ativos de renda fixa (debêntures, CRI e CRA).
Falaremos sobre este tópico mais adiante na parte de debêntures;
Agências de rating - empresas especializadas em classificar o risco do emissor de
um título no mercado financeiro.

Agentes underwriters: bancos de investimento, bancos múltiplos com carteira de investimento, sociedades
corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

38
Mercado primário: novas emissões (captação de recursos).

Mercado secundário: negociação de ativos em mercados organizados, onde investidores transferem


títulos e valores mobiliários entre si. Principal objetivo do mercado secundário é fornecer liquidez para
ativos financeiros.

IPO (Initial Public Offering) – a oferta pública inicial de ações ocorre quando uma empresa decide abrir
capital na bolsa. As corretoras recebem ordens de potenciais investidores e essas ordens podem ser de
mercado (sem preço pré estabelecido, dependendo das condições de oferta e demanda) ou limitadas (até
um preço específico).

OPA (Oferta Pública de Aquisição) – ocorre quando uma empresa oferta comprar ações que estão sendo
negociadas no mercado.

OPA para cancelamento de registro: realizada como condição do cancelamento do registro para
negociação de ações.
OPA por aumento de participação: realizada por conta do aumento da participação do acionista
controlador no capital social de uma empresa aberta.
OPA por alienação de controle: realizada como condição de eficácia de negócio jurídico de alienação de
controle de companhia aberta.
OPA voluntária: visa à aquisição de ações de emissão de empresa aberta, fora dos parâmetros citados
anteriormente.

39
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa, as ofertas são
chamadas de primárias. Quando não há emissão de novos títulos e a venda parte dos sócios que
querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio, a oferta é conhecida como secundária
(block trade). Importante: não confunda oferta secundária com mercado secundário.

Além disso, quando a empresa já é de capital aberto e já realizou seu IPO, as emissões seguintes são
conhecidas como ofertas subsequentes ou “follow on”.

Liquidação de ações: ocorre em D+2. Compras e vendas de ações são realizadas por intermédio de
corretoras (CTVM) ou distribuidoras (DTVM). Quando as transações são efetuadas em ambiente
online, utiliza-se o “Home Broker”.

Corretagem: custo cobrado pelas corretoras para executar ordens de compra e venda de ativos.

Lote padrão: conjunto determinado de títulos de características e quantidades idênticas


determinadas pela bolsa. Ex: 1 lote de ações na B3 = 100 ações.

Emolumentos: taxa cobrada pela bolsa (0.035% do valor financeiro da operação) Taxa de custódia:
tarifa de manutenção de conta cobrada por algumas corretoras.

40
Empresas de capital aberto x capital fechado
Abertas: negociação em bolsa ou mercado balcão, muitos sócios (acionistas),maior nível de
transparência.
Fechadas: negociação de balcão não organizado (sem garantias), poucos sócios em geral, menor grau de
transparência.

Indicadores relevantes:
LPA: Lucro por Ação = Lucro Líquido / Número de Ações
P/L: Preço/Lucro = Preço por Ação / Lucro por Ação
*P/L indica quantos anos levaria para o investidor reaver o capital

Análise Técnica (Gráfica) – avalia projeções com base no comportamento passadode preço e volume de
ativos, de acordo com a oferta e demanda de agentes econômicos representada em gráficos.
Análise Fundamentalista – considera informações sobre a empresa, setor no qual está inserida e conjuntura
econômica. O analista fundamentalista busca descobrir o valor intrínseco de uma empresa e compara com seu
valor de mercado para concluir se o preço praticado está barato ou caro.

Grupamento (Inplit) – reduz a quantidade de ações e aumenta o valor de cada ação


(objetivo é reduzir o risco).
Desdobramento (Split) - aumenta a quantidade de ações e reduz o valor de cada ação (objetivo é
aumentar a liquidez).
*Obs: tanto no inplit como no split, o montante investido não sealtera.

41
Governança corporativa – alinhamento de interesses entre a administração de uma empresa e
seus acionistas. Sistema de mecanismos de controle e de incentivo que envolve relacionamento
entre investidores, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.
As boas práticas de governança setraduzem em transparência, equidade de tratamento dos
acionistas e responsabilidade administrativa.
Principais mecanismos de governança corporativa: conselho de administração que atue com
independência; maioria obrigatória de conselheiros independentes com sólida reputação de
mercado; comitê de auditoria composto apenas por membros independentes

42
Tributação de ações:
Operação normal – 15%, sendo 0.005% na fonte.
Day Trade (compra e venda no mesmo dia) – 20%, sendo 1% na fonte.
IOF – não há.
Cobrança sempre é efetuada no resgate e o responsável pelo recolhimento é o investidor através
do Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) até o último dia útil do mês seguinte a
venda.
*Obs: vendas de ações por pessoa física (exceto day trade) com valor igual ou inferior a
R$20.000,00 são isentas de IR.

Compensação de perdas: é permitida para ganhos líquidos auferidos no próprio mês ou em meses
subsequentes até o limite anterior de perda e para operações na mesma classe de ativos. Exemplo:
investidor perde 30 mil reais em janeiro no mercado de ações e lucra 25 mil reais no mesmo mercado
em fevereiro. Os ganhos de fevereiro não serão tributados. Caso fosse ao contrário (ganho em janeiro
e perda em fevereiro), o investidor pagaria o IR sobre os ganhos de janeiro normalmente.

São isentos de IR: templos religiosos, partidos políticos e suas fundações, bem como
associações sindicais sem fins lucrativos.

43
Renda Fixa – ativo cujos rendimentos são determinados no momento da compra. Podem ser prefixados (rendimentos
conhecidos no início da operação) ou pós-fixados (rendimentos indexados e conhecidos no final da operação). Os juros
podem ser pagos periodicamente (título com cupom) ou apenas no resgate (zero cupom). O emissor faz toda diferença
na hora de considerar o risco de crédito (possibilidade de não pagamento do juros ou principal) de um título de renda
fixa. Todo ativo de renda fixa é uma dívida, que foi emitida por alguma instituição (governo, bancos ou demais
empresas).

PU – preço unitário do título, isto é, preço de negociação em determinado momento. É o valor presente dos fluxos de
pagamento de um título de renda fixa. O PU é inversamente proporcional a taxa de juros (quanto maior a taxa de juros,
menor o PU).

Títulos Públicos Federais – títulos emitidos pelo governo, com liquidez diária (possibilidade de recompra pela
Secretaria do Tesouro Nacional) que fazem parte da dívida pública federal.

Tesouro direto é o programa


online de venda e recompra de
títulos públicos federais para as
pessoas físicas. Os títulos da
dívida do governo são
negociados todos os dias e
podem ser comprados por
qualquer investidor com
aportes a partir de R$30.

44
Títulos privados bancários:
• Certificado de depósito bancário (CDB);
• Letras financeiras (LF);
• Depósito à prazo com garantia especial (DPGE).

CDB – emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos. Pode ter
rentabilidade prefixada ou pós-fixada. CDB pode ser negociado no mercado secundário ou resgatado
antecipadamente (caso o banco emissor concorde). CDB’s não podem estar indexados à variação
cambial. Contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de 250 mil reais.

LF – emitida por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos, sociedades de


crédito, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias e pelo BNDES.
Possui prazo mínimo de 24 meses, sendo proibido resgate antecipado. A emissão possui valor
mínimo de 150 mil reais e o título não é coberto pelo FGC.

DPGE – título de depósito à prazo que confere um direito de crédito contra o emissor (bancos
comerciais, múltiplos, de investimento, desenvolvimento, sociedades de crédito e caixas econômicas).
Pode ser prefixado ou pós-fixado e o prazo não pode ser inferior a 6 meses nem superior a 36 meses,
sendo vedado o resgate antes de 6 meses. O total de créditos para instituições associadas ao FGC deve
respeitar o valor máximo de 20 milhões de reais.

45
Títulos corporativos:
. Debêntures
. Debêntures incentivadas
. Notas Promissórias

Debêntures: funcionam como instrumento de captação de médio/longo prazo para empresas S.A. não
financeiras. Não existe padronização de características, ou seja, pode existir qualquer prazo de vencimento,
amortização, resgate e tipo de remuneração.

Em alguns casos, existe a possibilidade de conversão da debênture em ações da empresa (debênture


conversível). Em geral, o valor de emissão não pode ultrapassar o capital social da companhia. Debêntures
não estão cobertas pelo FGC, mas pode existir garantia contra o inadimplento.

Qualquer emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente fiduciário, que tem a função de
proteger o interesse dos debenturistas, através de fiscalização ativa e do estabelecimento de relação de
confiança e lealdade com os credores. Em caso de inadimplência, o agente fiduciário pode:
• Executar garantias reais ou requerer a falência do emissor na ausência de garantias;
• Representar os interesses de debenturistas em processos de falência ou recuperação
Judicial.

46
Garantias Debêntures:
• Garantia real: garantia forte, tem preferência sobre os demais credores e proíbe a alienação
do bem registrado como garantia.
• Garantia flutuante: privilégio sobre o ativo da companhia, embora hajapossibilidade de
negociação dos bens que compõem tal ativo.
• Garantia quirografária: não oferece privilégio sobre o ativo da emissora, não há nenhum tipo de
preferência em relação aos outros credores.
• Garantia subordinada: em um cenário de falência, oferece preferência apenas em relação aos
acionistas.

Cross Default: se uma dívida de determinada empresa vence e o emissor fica


inadimplente, suas debêntures também estarão vencidas de forma automática.O mesmo
vale para o inverso.

Escritura: documento legal que mostra as “regras do jogo” sob as quais as debêntures foram
emitidas. Descreve os direitos dos debenturistas, deveres do emissor, condições de remuneração e
garantias.

Debêntures incentivadas: emitida apenas para financiamento de projetos dos setoresde


logística, transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações, radiofusão, saneamento
básico e irrigação. Diferenças em relação à debêntures comuns:
• Prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
• Isenção de IR para pessoa física e menor alíquota de IR para pessoa jurídica (15%).
47
Notas Promissórias: emitidas por S.A. não financeiras, funcionam como fonte de financiamento de curto
prazo sem garantia real. O prazo mínimo é de 30 dias e máximo de 180 para empresas de capital fechado e
360 para empresas de capital aberto. Notas promissórias não podem ser remuneradas por índice de preços
e não são garantidas pelo FGC.

Títulos do segmento agrícola imobiliário:


• Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
• Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI);
• Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
• Cédula de Produtor Rural (CPR);
• Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA);.
• Cédula de Crédito Imobiliário (CCI)

LCI: emitida por bancos comerciais, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias
hipotécárias e associações de poupança e empréstimos. LCI’s são obrigatoriamente registradas na B3 e
lastreadas em créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação. O prazo mínimo de vencimento
das LCI’s é de 90 dias, mas caso seja atualizada anualmente ou mensalmente por índice de preços (CDI, IPCA
ou IGPM por exemplo), esse prazo é alterado para 12 meses e 36 meses respectivamente. Existe isenção de
IR para pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais.

48
LCA: créditos de recebíveis do agronegócio emitidos por bancos e cooperativas de crédito. Existe isenção de IR para
pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais. Funciona de forma similar à LCI, mas os créditos são voltados para o
agronegócio.

CRI: emitidos por companhias securitizadoras com lastro em empreendimentos imobiliários. A oferta pública de CRI
só é autorizada após concessão de registro e verificação de normalidade da instituição securitizadora junto à CVM e
não há prazo mínimo de investimento. Existe isenção de IR para pessoa física e não há cobertura do FGC.

CRA: emitidos por companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio, pode ser distribuido publicamente
ou negociado em bolsa/balcão. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura do FGC.

CPR: título sob o qual produtores rurais ou cooperativas vendem antecipadamente a produção. O emitente procura
um banco ou seguradora para agregar um seguro ou aval a emissão. O penhor rural é a garantia mais utilizada. O CPR
pode ser negociado em mercado balcão sem registro na clearing (B3), mas para ser negociado no mercado
secundário, precisa estar registrado na clearing da B3. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura
do FGC.

CDCA: Emitido por cooperativas de produtores rurais e por empresas que exercem atividades relacionadas à produção
de insumos agroprecuários. É uma forma das cooperativas tomarem recursos do mercado para financiar produtores,
que podem colocar CPRs como garantia. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura do FGC.

49
CCI: Emitido por bancos, sociedades de crédito imobiliário e incorporadoras com lastro no ativo da operação de crédito. É uma
forma do emissor receber a vista um crédito imobiliário e vender os recebíveis (as parcelas do financiamento) no mercado
financeiro. É negociado em balcão e registrado na clearing da B3. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura
do FGC.

Operações Compromissadas: operações financeiras que possuem lastro em ativos de propriedade do banco, que assume o
compromisso de recomprar o ativo do investidor.

Caderneta de Poupança: fonte de captação de recursos para instituições financeiras que fazem parte do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimos (SBPE), incluindo Caixa Econômica Federal (CEF), Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI),
Associações de Poupança e Empréstimos, Bancos Múltiplos com carteira de SCI. Existe cobertura do FGC até o limite de 250
mil reais e garantia do governo no caso da CEF. Não há cobrança de tarifas para manutenção de conta poupança, que oferece
total liquidez porém baixa rentabilidade. Governo alterou regras em maio de 2012 com a Selic em patamares mais baixos:
Até 03/05/2012: 6% ao ano + TR
Após 03/05/2012:
Selic > 8.5% ao ano – 6% ao ano Selic < 8.5% ao ano – 70% da Selic

Periodicidade de juros:
Pessoa física e jurídica isenta – mensal (0.5% a.m.) ; Pessoa jurídica – trimestral (1.5%)
Depósitos efetuados nos dias 29, 30 e 31 recebem juros apenas no dia 1 do mês subsequente.
Não há incidência de IR para pessoa física.

50
Tributação em renda fixa:
IOF: para resgates em até 29 dias, existe cobrança de IOF sobre os rendimentos. O IOF é regressivo e
incide sempre antes do IR.
IR: a regra é a mesma para CDB, DPGE, LF, debêntures, poupança, títulos do segmento agrícola e
imobiliário, notas promissórias e títulos públicos federais Alíquotas:
22,5% - resgates em até 180 dias 20% - resgates entre
181 e 360 dias;
17,5% - resgates entre 361 e 720 dias;
15% - resgates acima de 721 dias.
Isenção de IR para pessoa física: todos os títulos do segmento imobiliário/agronegócio e poupança.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – entidade privada, sem fins lucrativos cuja principal função é proteger o
sistema financeiro e investidores até os limites estabelecidos contra eventuais insolvências de instituições
associadas, contribuindo para a estabilidade do sistema e prevenindo crises de contágio. Para isso, em caso de
liquidação, os associados devem contribuir com 0,0125% do saldo de contas referentes aos ativos cobertos.

Ativos cobertos: depósitos á vista, poupança, depósitos à prazo, CDB, RDB, Letra de Câmbio
(LC), Letra Hipotecária (LH), LCI e LCA.

51
Derivativos: ativos financeiros que têm valores e características derivados de outros ativos.

Tipos de derivativos:
• Swap, Opções, Mercado a Termo, Mercado Futuro

Participantes:
• Hedger – busca proteção.
• Especulador – aposta na variação de preços.
• Arbitrador – monitora o mercado em busca de distorções e lucro sem risco.

Mercado de Swap: troca de posições que podem ter como objeto moedas, índices, commodities, etc.. O swap é
um contrato que precisa ser registrado na clearing da B3 e
sempre terá como contraparte uma instituição financeira (não dá pra negociar
um swap com outro investidor). Tratam-se de contratos balcão não padronizados que funcionam basicamente
como trocas de fluxo de caixa. Os ajustes podem ser periódicos ou executados apenas no final do contrato.
Principais características:
• Possibilidade de hedge contra o dólar ou CDI;
• Valor base: é o valor do contrato de swap que pode ser um índice ou um valor fixo acordado no contrato;
• Ponta ativa: é o indexador recebido após a contratação do swap;
• Ponta passiva: é o indexador que se deixa de receber após a contratação do swap.

52
• Ajuste positivo: é o valor recebido da contraparte quando a ponta ativa rende mais do que a ponta
passiva.
• Ajuste negativo: é o valor pago para a contraparte quando a ponta passiva rende mais do que a ponta
ativa.
• Tributação: o IR é retido na fonte pela contraparte e será pago de acordo com a tabela regressiva de
IR, tendo como base de cálculo o valor do ajuste positivo (caso haja).
• Não existe possibilidade de compensação de perdas.

Mercado de opções: direito de compra ou venda de lote de ações padronizado.

Lançador: vende uma opção e possui obrigação de honrar seu compromisso.


Titular: tem o direito de exercer ou negociar uma opção.
Prêmio: preço de negociação da opção (fração do preço do ativo-objeto).
Strike: valor de exercício da opção.
Vencimento: sempre na terceira segunda-feira do mês.
Call: opção de compra de ações (titular aposta na alta e lançador na baixa).
Put: opção de venda de ações (titular aposta na baixa e lançador na alta).
Opção americana: pode ser exercida a qualquer momento durante a vigência do contrato.
Opção europeia: pode ser exercida apenas na data de vencimento.

53
O preço do ativo objeto determina se a opção está:
In The Money (ITM) ou dentro do dinheiro:
ITM – opção será exercida (call: strike < preço do ativo objeto ; put: strike > preço do ativo objeto).
At the Money (ATM) ou no dinheiro:
ATM – opção será exercida (strike = preço do ativo objeto).
Out of the Money (OTM) ou fora do dinheiro:
OTM – opção não será exercida (call: strike > preço do ativo objeto ; put: strike < preço do ativo objeto).

*Obs: Quando há distribuição de dividendos ou proventos, o preço de exercício é ajustado!

Garantias:
Titular: não há garantias (pode perder no máximo o prêmio pago).
Lançador: coberto (possui títulos referentes à opção) ; descoberto (deposita margem de prêmio e de risco).
Vantagens: alavancagem, proteção, baixo montante necessário para investimento, possibilidade de
encerramento de posição.
Desvantagens: alto risco, alta capacidade de perda, baixa liquidez em alguns casos.

O mercado de opções pode parecer um pouco confuso em um primeiro momento. Mas para efeito de
prova do CPA-20 serão cobrados apenas os conceitos e não será necessário realizar cálculos.

Sobretudo, a dica de prova é: pense sempre em exemplos numéricos para analisar as questões de forma
mais clara. A nomenclatura pode confundir quem está começando a estudar sobre opções e as
analogias podem facilitar o seu raciocínio.
54
Exemplo 1:

Vamos supor que as ações da Petrobras custem R$10 no mercado e você seja titular de uma opção de compra
(call) de 100 ações da Petrobras a R$12. Você vai exercer esta opção? Em outras palavras, vale a pena usar o
direito que você adquiriu e gastar R$12 com algo que vale R$10 no mercado?

Claro que não.

Isso quer dizer que a opção está fora do dinheiro ou “out of the money” (OTM). Nesse caso, o titular da opção
não exerce o seu direito. Ele apenas perde o prêmio, isto é, o valor que foi pago para adquirir a opção de compra
(call) de Petrobras. O valor do prêmio é o prejuízo máximo do titular de uma opção.

Agora vamos considerar que as ações da Petrobras custe, os mesmos R$10 no mercado, mas que você seja de
titular de uma opção de venda (put) de 100 ações da Petrobras a R$12.

Agora é claro que vale a pena usufruir do direito de vender Petrobras a R$12, porque no mercado outros
investidores estão vendendo a R$10.

Isso quer dizer que a opção está dentro do dinheiro ou “In the money” (ITM). Nesse caso, o titular exerce o
direito de vender as ações da Petrobras a R$12, pois ele pode comprar as mesmas ações no mercado por R$10.

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Exemplo 2:

Vamos supor que as ações da Vale custem R$50 no mercado hoje. Você resolve lançar uma opção de
compra (call) de 100 ações da Vale com strike (valor de exercício) de R$54 e vencimento em dois meses,
embolsando o prêmio de R$1,50 pago pelo titular. No dia do vencimento, as ações da Vale estão
custando R$57 e o titular resolve exercer seu direito. O que acontece?

O lançador tem que arcar com prejuízo financeiro e o montante é igual ao valor das ações da Vale no dia
do vencimento (R$57) menos o strike da opção (R$54) descontado do valor recebido pelo prêmio
(R$1,50). Nesse caso, o valor de prejuízo seria de -R$1,50 por ação.

Para o lançador de uma opção, o prejuízo é ilimitado. Se as ações da Vale subissem 50% no período e
chegassem a R$75 no dia do vencimento, o prejuízo seria bem maior (R$19,50).

Agora considere os mesmos dados do exemplo acima, exceto o preço das ações da Vale, que nesse
segundo cenário custam R$52 no dia do vencimento. O que acontece?

Como o strike (R$54) é maior que o preço das ações da Vale (R$52), não haverá exercício por parte do
titular. Lembrando que estamos falando de opções de compra nesse exemplo (call). Não vale a pena
comprar por R$54 as mesmas ações que estão sendo vendidas no mercado a R$52.

Dessa forma, o lançador embolsa o valor pago pelo prêmio e esse é o lucro da operação. O prêmio é
sempre o valor máximo que o lançador pode receber.
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Mercado a termo: compromisso de compra e venda futura de ativos (diferentemente das opções, exercer o
contrato a termo é uma obrigação e não um direito). Não existe regra de prazo e preço para os contratos,
embora não sejam comuns contratos de mais de 999 dias. Pode haver liquidação antecipada ou não, de
acordo com a decisão do vendedor. Direitos e proventos são distribuídos ao comprador do termo e não
alteram o preço dos contratos. A liquidação pode ser física ou por diferença financeira. Os contratos que são
liquidados por diferença financeira são chamados no mercado de NDF (Non Deliverable Forward).

Garantias dos contratos a termo:


Vendedor: cobertura (depósito da totalidade dos títulos).
Comprador: conta margem.

Contratos a termo são não padronizados, negociados em balcão e registrados na clearing da B3.

Mercado futuro: funciona de forma semelhante ao mercado a termo, porém a liquidação é diferente pois
existe ajuste diário e a negociação funciona somente em bolsa, com contratos padronizados e a garantia da
bolsa de valores. O investidor que entra nesse mercado precisa aportar um valor junto à B3 que servirá como
garantia da operação. Quando o contrato é liquidado, a B3 devolve a margem de garantia. Todos os dias ocorre
uma verificação de preços (ajuste diário) nos contratos e apuração de perdas/ganhos. O mercado futuro traz
liquidez e padronização ao mercado financeiro. Os participantes podem encerrar suas posições a qualquer
momento e o ajuste diário limita perdas, embora possa gerar instabilidade de fluxo de caixa por conta da
possível necessidade de depósitos adicionais. Não existe a possibilidade de liquidação antecipada em
contratos futuros, mas o investidor pode inverter sua posição a qualquer momento desde que haja liquidez.

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Exemplos de contratos de commodities: açúcar cristal, boi gordo, café, ethanol anidro e hidratado, milho,
ouro, petróleo, soja.
Exemplos de contratos de juros e moeda: cupom cambial, cupom de IPCA, taxa DI.

Exemplo ajuste diário:


Preço café ontem – 10 reais
Preço café hoje – 11 reais
Comprador – recebe 1 real por unidade de contrato
Vendedor – paga 1 real por unidade de contrato

Tributação em derivativos: em geral são tributados da mesma forma que ações, mas há
exceções.
São tributados como renda fixa: operações com rendimentos pré determinados, operações “box”
com opções e termo, operações no mercado de swap.
Certificado de Operações Estruturadas (COE) – mistura elementos de renda fixa e renda
variável e pode funcionar com valor nominal protegido (garantia do investimento) ou valor
nominal em risco (possibilidade de perda do capital protegido). Emitido por bancos e
registrados na Cetip (B3).
Principais características:
. Possibilidade de resgate antecipado sem garantia e sujeito a marcação à mercado
. Exige assinatura de termo de risco por parte do investidor e não tem garantia do FGC
. Tributação regressiva de renda fixa
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Clearing houses: funcionam para mitigar o risco deliquidação dos ativos
Principais Clearing Houses:
SELIC: títulos público federais.
B3: títulos privados, cotas de fundos de investimento, ações e derivativos.
Ofertas Públicas: necessita de um ou mais bancos coordenadores (sendo um deles
coordenador líder) para intermediação da oferta e de um banco mandatário para validar
a autenticidade e validade da emissão.
Underwriting: subscrição feita pelas empresas para colocar títulos no mercado (ações ou
dívida).
Best efforts: não há garantia do intermediário na colocação da totalidade de títulos no
mercado e a empresa emissora assume os riscos.
Bookbuilding: mecanismo de consulta prévia a investidores para formação de preços.
Lote suplementar: caso haja demanda extra, pode haver distribuição de lote suplementar desde
que conste previamente na Lâmina de Informações Complementares e não ultrapasse 15% a
mais do que a quantidade original.
Prospecto: documento oficial que contém informações sobre a empresa, perspectivas, riscos e
quadro administrativo. É obrigatória a entrega deste documento de forma física ou digital.

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Módulo 5 – Fundos de Investimento
10 a 15 questões de prova
Fundos de investimento: compram ativos (ações, títulos de renda fixa, derivativos, etc..).
Fundos de investimento em cotas: compram cotas de outros fundos de investimento.

Patrimônio líquido do fundo ( PL) é calculado a partir da soma dos ativos da carteira do fundo, marcado a
mercado, mais valores a receber, menos despesas (taxa de administração, taxa de performance e outras
despesas autorizadas).
Cota: menor fração do patrimônio líquido de um fundo.
Valor da cota: Patrimônio líquido / Número de cotas.

O valor do patrimônio líquido e da cota devem ser divulgados diariamente.

Assembleia Geral dos Cotistas e suas principais atribuições:


• Debater demonstrações contábeis;
• Debater substituição do administrador, gestor ou custodiante;
• Fusão, incorporação, transformação ou liquidação do fundo;
• Aumento da taxa de administração;
• Alteração da política de investimentos;
• Emissão de novas cotas (fundos fechados);
• Alteração do regulamento (exceto por exigência geral da CVM, atualização cadastral ou redução da
taxa de administração).
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Convocação da Assembleia Geral deve ser feita com no mínimo 10 dias de antecedência da data
de realização e será instalada com presença de qualquer número de cotistas.

Assembleia Geral Ordinária (AGO) é convocada anualmente em até 120 dias após o
exercício social para debater sobre as demonstrações contábeis do fundo. Deve ser
convocada no mínimo 30 dias após estarem disponíveis as demonstrações sauditadas.
Qualquer outra convocação é chamada de Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

O cotista deve ser informado sobre:


• Objetivo, política de investimento e riscos associados ao fundo;
• Taxas de administração e demais taxas cobradas;
• Condições de emissão, resgate e prazo de carência (caso haja);
• Critérios de divulgação de informações;
• Advertência de que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura;
• Inexistência de garantias ou seguros.

Para avaliação de performance é recomendável minimamente período de 12 meses.

Chinese Wall: segregação/separação de recursos próprios e de terceiros com objetivo de evitar


conflitos de interesse.

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Direitos dos cotistas:
O cotista deve ter acesso ao regulamento, valor do patrimônio líquido, da cota ea rentabilidade mensal do
fundo, bem como composição da carteira. O cotista deve receber mensalmente um extrato de seus
investimentos e anualmente um demonstrativo para Imposto de Renda.

Obrigações dos cotistas:


• Aportar recursos em caso de PL negativo;
• Pagar taxa de administração;
• Observar riscos e prazos mínimos;
• Comparecer nas Assembleias Gerais;
• Manter seus dados cadastrais atualizados.

Segregação de funções:
Administrador: responsável legal pelo funcionamento do fundo e também pela comunicação com os
cotistas e prestação de informações à CVM.
Custodiante: responsável pela “guarda” dos ativos.
Gestor: responsável pela compra e venda de ativos. Pode ser a mesma instituição responsável pela administração
do fundo ou empresa especializada (asset management).
Distribuidor: responsável pela venda de cotas do fundo (pode ser o próprio administrador). Tem como
responsabilidade prevenir a lavagem de dinheiro e realizar procedimento de “suitability”.
Auditor Independente: responsável por validar as contas do fundo uma vez por ano. O auditor deve ser
independente e registrado na CVM.
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Tipos de fundos:

Fundos abertos : são aqueles cujos cotistas podem aportar ou solicitar o resgate de seu
investimento a qualquer momento. Quando há aportes, são geradas mais cotas. Quando há
resgates, as cotas referentes deixam de existir. Fundos abertos em geral investem em ativos
de maior liquidez.

Fundos fechados : O número de cotas nesse fundo é limitada, (não é possível criar cotas
para aplicação de novos cotistas). Esse tipo de fundo tem data certa para entrada de cotistas
(quando o fundo está aberto ao mercado) e pode ou não ter um vencimento. Se o investidor
quiser resgatar suas cotas antes do vencimento do fundo, ele terá de negociar suas cotas
com outro investidor no mercado secundário.

Fundo restrito: organizado para receber recursos de um grupo específico de cotistas,


como family offices ou empresas de um determinado grupo econômico. Fundos restritos
normalmente são destinados a investidoresqualificados.
Fundo exclusivo: fundo restrito formado por um cotista único queobrigatoriamente
deve ser investidor profissional. A marcação a mercado é opcional.

Carência: o regulamento de um fundo pode ou não estabelecer prazo de carência para


resgates. No caso da existência de prazo de carência, o resgate antecipado das cotas terá
cobrança de IOF (0.5% ao dia). Caso não haja prazo de carência, o resgate pode ser
solicitado a qualquer momento.
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Cota de abertura: conhecida no início do dia e calculada com base no valor do PL do fundo do dia anterior
acrescido da variação do DI de 1 dia. O investidor sabe com antecedência quanto pagará pela cota (em caso
de aplicação) ou quanto receberá (em caso de resgate). A cota de abertura só é permitida para fundos de
baixa volatilidade: renda fixa curto prazo, referenciado e simples, além dos fundos exclusivos.

Cota de fechamento: O valor da cota é divulgado no fechamento do mercado e reflete a variação dos ativos no
dia. Esse tipo de cota é obrigatória para fundos que apresentam maior volatilidade.

Taxa de administração: é o valor pago pelos cotistas para remunerar os prestadores de serviço de um fundo.
A taxa é anual, porém calculada e deduzida diariamente, afetando dessa forma o valor da cota do fundo. A
rentabilidade divulgada é sempre líquida da taxa de administração.

Taxa de performance: fundos podem ou não cobrar taxa de performance quando a rentabilidade
supera um indicador de referência. A cobrança é feita apenas sobre os rendimentos que excederem
o tal indicador e é calculada após dedução de todas as despesas. A periodicidade de cobrança é
semestral.

Linha d’agua: metodologia de cálculo da taxa de performance que estabelece uma linha de corte no
ponto mais alto do patrimônio líquido do fundo já utilizado anteriormente para cobrança. Funciona de
modo que o cotista não seja cobrado mais de uma vez.

Taxa de entrada ou saída: não são tão comuns no mercado mas podem ser cobradas. A taxa de saída
geralmente é cobrada em fundos com carência, para resgates dentro do prazo de carência.
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Despesas e encargos dos fundos: taxa paga ao administrador, impostos, despesas com
publicidade, formulátios e relatórios, honorários e despesas com o auditor, emolumentos e
taxas por operação, taxa de custódia e taxas pagas para constituição ou encerramento do
fundo.

O administrador de um fundo de investimento é obrigado a avisar todos os cotistas


imediatamente sobre qualquer ato ou fato relevante relacionado ao funcionamento do
fundo, ou referente aos ativos financeiros integrantes de sua carteira. Essa divulgação é feita
de acordo com o regulamento do fundo. A CVM considera relevante qualquer ato ou fato
que possa influir de modo significativo no valor das cotas ou na decisão dos investidores de
adquirir, vender ou manter suas cotas.

Regulamento: estabelece as regras de funcionamento do fundo e deve discriminar


todas as taxas cobradas.

Formulário de Informações Complementares (FIC) : documento que contém a política de


divulgação de material do fundo e informações complementares. É um documento virtual
que deve ser disponibilizado no site do administrador e do distribuidor Lâmina: documento
de uma única página que resume objetivo, políticas de investimento e características
operacionais da aplicação, tais como valores mínimos, taxas, horários de aplicação e resgate.
Deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de cada mês com os dados do mês anterior.
Termo de adesão: documento pelo qual o cotista atesta, antes de entrar no fundo, que
deve acesso ao regulamento, lâmina e FIC e tem conhecimento sobre os fatores de risco e
ausência de garantias em caso de perda.
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Aplicação/Resgate – quando há novas aplicações (compra de cotas), o gestor compra ativos. Quando há
resgates (venda de cotas), o gestor vende ativos para honrar seu compromisso.
Em casos de resgates incompatíveis com a liquidez existente ou que possam prejudicar os demais cotistas, o
administrador pode declarar o fechamento do fundo para resgates. Caso o fundo permaneça fechado por mais
de 5 dias consecutivos, deve ser convocada obrigatoriamente Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para
discutir a substituição do administrador e/ou gestor, reabertura ou não para resgates, possibilidade do
pagamento de resgate em ativos, cisão ou liquidação do fundo.

Fundos passivos: buscam acompanhar um índice de referência (benchmark), justamente por isso
os gestores possuem menor liberdade na escolha de ativos.
Fundos ativos: buscam superar um benchmark.
Fundos alavancados: apresentam alguma possibilidade (ainda que remota) de perda superior ao
patrimônio líquido.

Principais benchmarks de renda fixa: DI, SELIC, IPCA, IGPM, IMA Geral

*IMA Geral (Índice de Mercado Anbima) é um agregado de índices de renda fixa que representam preços de
mercado da dívida pública federal. Subíndices: IRF-M (prefixados) e IMA-B (indexados ao IPCA).

66
Principais benchmarks de renda variável - Ibovespa, IBrX, ISE.

Ibovespa – principal índice do mercado de ações brasileiro, criado em 1968 e que


acompanha o desempenho das principais empresass negociadas na B3. O índice é
reavaliado a cada 4 meses, sendo resultado de uma carteira teórica de ativos que
correspondem a cerca de 80% do volume de negócios e do volume financeiro do mercado
de capitais no Brasil.

IBrX – índice que representa o desempenho médio de uma carteira teórica composta pelas 100
ações de maior negociabilidade e representatividade do mercado brasileiro Também existe na sua
versão IBrX50.

ISE – representa a performance das empresas listadas na B3 sob o aspecto da sustentabilidade


corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e
governança corporativa.

Não é tão fácil replicar um benchmark, por inúmeras causas, dentre elas: custos de transação e
operacionais, impostos e regras de marcação a mercado.

Fundos de renda fixa: investem pelo menos 80% do patrimônio líquido em ativos de renda fixa, que
acompanham juros ou índices de preço. Os fundos de renda fixa são caracterizados como longo
prazo se o prazo médio da carteira superar 365 dias. Algumas subclassificações para fundos de renda
fixa são:
67
a) Fundo de renda fixa curto prazo: aplica exclusivamente em títulos públicos ou títulos privados
de baixo risco de crédito. O prazo máximo dos títulos em carteira não pode ultrapassar 375 dias
e o prazo médio deve ser inferior a 60 dias. Nesse caso, há obrigação de inclusão do sufixo “curto
prazo” na denominação do fundo.

b) Fundo de renda fixa referenciado: 95% dos ativos em carteira devem acompanhar direta ou
indiretamente um índice de referência. Além disso, 80% desses ativos deve ser de baixo risco de
crédito, sendo permitido o uso de derivativos apenas para proteção (hedge). Há obrigação de
inclusão do sufixo “referenciado” seguido do nome do índice na denominação do fundo.

c) Fundos de renda fixa simples: 95% dos ativos em carteira são títulos da dívida pública federal ou
títulos de instituições financeiras com características de risco equivalente. O nome do fundo deve
conter o sufixo “simples” e a cobrança detaxa de performance é proibida, bem como a realização
de investimentos no exterior, concentração em créditos privados ou transformação do fundo em
fundo fechado. A lâmina de informações desse tipo de fundo deve comparar sua performance
com a variação da taxa SELIC.

d) Fundos de renda fixa de dívida externa: aplica minimamente 80% de seu patrimônio
em títulos da dívida externa de responsabilidade da União. Podem cobrar taxa de
performance.

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Fundo Cambial: possui como principal fator de risco a variação de preços demoeda(s) estrangeira(s) ou de
derivativos relacionados. No mínimo 80% dos ativos em carteira devem pertencer a alguma destas
classes. Importante ressaltar que fundos cambiais NÃO acompanham diretamente a variação do dólar,
euro ou qualquer outra moeda. Pode existir cobrança de taxa de performance.

Fundo de Ações: deve alocar pelo menos 67% do seu patrimônio líquido em ações.

a) Market timing: aumento ou diminuição do percentual alocado em ações de acordo com as


perspectivas econômicas para tentar superar um benchmark.
b) Stock picking: maior exposição em empresas específicas.
c) Arbitragem: compra e venda do mesmo ativo utilizando títulos ou mercados distintos
d) Valor/Crescimento: compra empresas negociadas abaixo do preço considerado “justo” ou
empresas com forte crescimento de lucros.
e) Setoriais: fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto de
setores afins da economia.
f) Dividendos: fundos que investem em ações de empresas com histórico de dividend yield consistente.
g) Small Caps: fundos cuja carteira é composta por, no mínimo, 85% em ações de empresas que não
estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX, ou seja, ações de empresas com
relativamente baixa capitalização de mercado. Os 15% remanescentes podem ser investidos em ações de
maior liquidez ou capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as dez maiores
participações do IBrX.

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Fundos multimercado: não há compromisso de concentração em nenhum fator específico de risco,
pode cobrar taxa de performance e utilizar derivativos para alavancagem.

Balanceados: buscam retorno no longo prazo por meio da compra de diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. Estes fundos possuem estratégia de alocação pré-determinada devendo
especificar o mix de investimentos nas diversas classes de ativos, incluindo deslocamentos e políticas de
rebalanceamento. Os fundos desta subcategoria não admitem alavancagem e não podem ter um
benchmark específico (ex: CDI).
Dinâmicos: buscam retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. No entanto, estes fundos não estão comprometidos com um mix pré-
determinado de ativos. A política de alocação é flexível, reagindo às condições de mercado e ao
horizonte de investimento. Os fundos desta subcategoria admitem alavancagem.

Principais estratégias de gestão:


Macro: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo.
Trading: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em movimentos de curto prazo nos preços dos ativos.
Long and Short - Direcional: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deriva majoritariamente da diferença
entre essas posições. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos de
Renda Fixa – Duração Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compõem este tipo de carteira.
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Long and Short - Neutro: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável,
montando posições compradas e vendidas, com objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a
5%. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos Renda Fixa – Duração
Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compoem este tipo de carteira.
Juros e Moedas: fundos que buscam retorno no longo prazo via alocações em ativos de renda fixa,
considerando risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira.
Livre: fundos sem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica.
Capital Protegido: aplicam em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal
investido.
Estratégia Específica: fundos que adotam estratégia específica de investimento, tais como commodities ou
contratos futuros de índice.

Regras para concentração em crédito privado: os fundos que excederem o limite de 50% do patrimônio
líquido alocado em modalidades de crédito privado devem conter em sua denominação a expressão
“crédito privado”. No regulamento, FIC ematerial de publicidade deve estar claro para o investidor que o
fundo pode estar sujeito a perdas substanciais em caso de default.

Fundo de investimento em cotas (FIC) : mantém 95% dos ativos investidos em cotasde outros fundos de
uma mesma classe. No caso dos FIC multimercado, é permitido investimento em cotas de fundos de classes
distintas. Os 5% restantes podem ser aplicados em títulos públicos federais, títulos de instituições financeiras
e operações compromissadas. Na denominação do fundo deve conter “fundo de investimento em cotas” e a
classe das cotas.

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Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF) : são comercializados no ambiente da
B3 como se fossem ações e visam acompanhar um índice de referência. Devem alocar pelo
menos 95%do patrimônio para acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Fundos de investimento imobiliário (FII) : são fundos fechados com duração determinada ou
não e que investem em empreendimentos imobiliários. Fundos imobiliários devem distribuir
pelo menos 95% dos lucros e é proibida operação em mercados de derivativos.

Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC e FIC-FIDC) : fundo que aplica pelo menos 50%
de seu patrimônio em operações de crédito feitas entre empresas e bancos. O banco vende seus
empréstimos ao FIDC e libera sua carteira, enquanto as empresas se beneficiam da maior liquidez.
FIDCs podem ser fundos abertos ou fechados e as cotas podem ser senior ou subordinada (mais baixa
prioridade em caso de default). Para o investidor, o risco está relacionado a probabilidade de
inadimplência. FIDCs são destinados apenas para investidores qualificados e podem utilizar derivativos
para proteção. Os cotistas dos FIDC somente podem ser investidores qualificados, a tributação é
regressiva conforme tabela de renda fixa e não há come cotas.

Fundo de investimento em participações (FIP) : versão brasileira dos fundos de “private


equity”, deve investir 90% do patrimônio líquido em participações de empresas em fase de
desenvolvimento através de títulos como ações, bônus de subscrição, debêntures
conversíveis, etc..

Fundos Off-Shore: investem seus recursos noexterior


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Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF): deve alocar pelo menos 95% do patrimônio
de modo a acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Limites de concentração por emissor:


Até 20% do patrimônio líquido quando o emissor for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for outro fundo de investimento;
Até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor não for companhia aberta, fundo de investimento
ou instituição financeira.

Limites de concentração por modalidade:


Até 20% do patrimônio líquido para os seguintes ativos:
. Cotas de fundos de investimento;
. Cotas de fundos de investimento em cotas (FIC);
. Cotas de fundos de investimento imobiliário;
. Cotas de fundos do tipo FDIC ou FIC-FIDC;
. Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI.

IOF em fundos de investimento: cobrado sobre os rendimentos para resgates em até 29 dias, calculado
antes do imposto de renda, de acordo com tabela regressiva. Há isenção para fundos de ações.

73
Imposto de renda em fundos de investimento:

*Obs: pessoas físicas estão isentas do pagamento de IR para rendimentos distribuidos por
fundos imobiliários negociados exclusivamente em bolsa desde que hajam minimamente 50
cotistas e o titular pessoa física não tenha mais de 10% da totalidade de cotas.

*Obs2: Quando o investidor aplica em vários fundos do mesmo administrador, a perda


realizada em um fundo pode ser utilizada para abater o rendimento que será́ tributado em
outro, desde que os fundos tenham a mesma classificação.
74
Código ANBIMA de regulação e melhores práticas para fundos de investimento: visa orientar a
concorrência leal, a padronização de procedimentos no mercado, a maior quantidade e
qualidade de informações para o investidor e a elevação dos padrões fiduciário e de melhores
práticas. A adesão é voluntária e o código não se sobrepõe à legislação. Para registro de fundos,
deve ser encaminhado lâmina, regulamento, comprovante de pagamento da taxa de registro e
formulário de cadastro.

a) Marcação a mercado: o fundo deve reconhecer e informar todos os dias o valor de mercado de seus
ativos (preço de fechamento para ativos de renda fixa e preço médio de negociação do dia para ativos
de renda variável). O objetivo da marcação a mercado é evitar a transferência de riqueza entre cotistas
e o administrador deve divulgar uma versão simplificada da metodologia.

b) Divulgação de rentabilidade: proibida divulgação de performance anterior a 6 meses ou


comparação de fundos de classes distintas sem qualificá-los, obrigatória discriminação de fatores de
risco.

Classificação de fundos ANBIMA:


Agrupamento de fundos com características semelhantes de acordocom classificação em três
níveis: classes de ativos, riscos e estratégias de investimento.

Para mais informações, acesse o link disponibilizado pela própria ANBIMA:


75
Módulo 6 – Previdência complementar aberta (PGBL e VGBL)

3 a 6 questões de prova

Previdência social: benefício pago pelo INSS, é uma forma de seguro administrado pelo
governo para pagar aposentadorias e auxílios gravidez/acidente/doenças.
Previdência privada: investimento opcional de longo prazo para acúmulo de reservas.

Conceitos:
Taxa de administração: despesas com a gestão financeira que incidem durante toda a fase de
contribuição sobre o capital total investido. O valor percentual da taxa temque ser aprovado pela
Susep e pode variar de acordo com o plano.
Taxa de carregamento: cobrança na entrada do plano ou a cada depósito para arcarcom despesas
administrativas e de corretagem. As instituições financeiras podem cobrar até 10% de taxa de
carregamento para planos VGBL e PGBL mas isso não é comum no mercado por conta da concorrência.
Existem três formatos de taxa de carregamento:
a) antecipada: incide no momento do aporte e diminui conforme o depósito ou
montante aumenta.
b) postecipada: incide em casos de resgate ou portabilidade e diminui conforme otempo
de permanência no plano aumenta.
c) híbrida: cobram na entrada e na saída, podendo diminuir devido ao aumento de
capital quanto e ao prazo de permanência.
76
Resgate: O participante poderá solicitar resgate total ou parcial dos recursos aplicados após o
cumprimento do período de carência, disposto entre 60 dias e 24 meses. O prazo de resgate depende
do plano e a contagem começa a partir da data de inscrição na Entidade Aberta de Previdência
Complementar (EAPC).

Renda por sobrevivência: renda paga ao participante do plano em forma de aposentadoria.

Existem algumas modalidades:

Resgate total ou parcial: quando o investidor resolve sacar os recursos acumulados no plano.

Renda Vitalícia: nesse caso, o investidor vai receber uma renda mensal enquanto estiver vivo.

Renda vitalícia conversível ao cônjuge/filhos: o investidor recebe uma renda mensal até o seu
falecimento e depois essa renda é repassada ao beneficiário indicado no plano.

Renda vitalícia com prazo mínimo garantido: o investidor recebe o benefício durante toda a sua vida e
caso venha a falecer antes do prazo mínimo, a renda é repassada para algum beneficiário.

77
Renda temporária: o investidor estabelece um prazo para o recebimento da renda e pode contratar
pecúlios (aditivos) para o seu plano.

Entenda os casos:

Renda por invalidez: renda paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e permanente. O
pagamento é justificado caso o evento de invalidez ocorra durante o período de cobertura e após período
de carência estabelecido no plano.

Pensão por morte: renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em
decorrência da morte do Participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o
período de carência estabelecido no Plano.

Pecúlio por morte: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na
proposta de inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e
depois de cumprido o período de carência estabelecido no Plano.

Pecúlio por invalidez: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante em
decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido
o período de carência estabelecido no Plano.

78
Resgates programados: são definidas datas específicas para retirada do dinheiro e o saldo que
continuar no plano segue rendendo Resgate total: retirada total de recursos.

Regimes de tributação: podem obedecer a tabela progressiva (compensável) ou regressiva (definitiva). Uma
vez que o investidor escolhe o método de tributação regressivo, não poderá haver mudança. No caso do
PGBL, a tributação incide sobre o valor total acumulado e no caso do VGBL apenas sobre os lucros.

Portabilidade: transferência total ou parcial de recursos entre planos de previdência. Não é permitido mudar
de modalidade (VGBL para PGBL e vice-versa).

Portabilidade externa: migração de plano de previdência entre instituições distinta.

Portabilidade interna: migração entre planos administrados pela mesma instituição financeira.

Tributação na portabilidade: não há incidência de imposto de renda no momento da portabilidade. Se o


regime de tributação do plano for definitivo (tabela regressiva), continua valendo o tempo de permanência
anterior. Quem optou pelo regime tributável poderá, no momento da portabilidade, mudar para o regime de
tributação definitiva. Quando isso acontece, a contagem de tempo anterior é anulada e inicia-se novamente
na data da portabilidade.

79
PGBL X VGBL – São os dois principais produtos financeiros de previdência privada do país. A principal
diferença é que o PGBL cobra o imposto de renda sobre todo o valor acumulado (dinheiro investido +
rendimento), enquanto o VGBL cobra apenas sobre o rendimento.

Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) – indicado para investidores que fazem a declaração do
imposto de renda completa, pois existe a possibilidade de abatimento de até 12% do IR . Não existe
nenhuma garantia de rentabilidade e o resgate pode ser feito no prazo de 60 dias em um único
pagamento ou em parcelas mensais.

Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) – indicado para investidores que não possuem renda
tributável ou que querem investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência. No VGBL, o
investidor paga IR sobre o valor dos rendimentos.

Regime de tributação regressivo: Indicado


para quem planeja investir no plano por mais
tempo.

80
Regime de tributação progressivo
(compensável):
Indicado para prazos mais curtos ou
caso o objetivo do investidor seja
uma renda mensal que não
ultrapasse a alíquota de 7,5%.

O contribuinte deve levar o IR retido na fonte pela entidade aberta de previdência complementar
(EAPC) para sua declaração anual de ajuste de IR. Nesta declaração, sai o resultado final do IR a pagar,
já considerando demais receitas e eventuais despesas. O contribuinte pode inclusive ser restituído de
parte do valor pago.

Em caso de resgate total ou parcial, será descontado na fonte 15% de IR. Após o recolhimento, o
investidor pode ter de pagar mais ou ser restituído em sua declaração anual.

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Módulo 7 – Mensuração e gestão de performances e riscos

3 a 6 questões de prova

Risco de um investimento: medida de incerteza, probabilidade de o retorno não corresponder às


expectativas. Taxa livre de risco: investimento que não possui risco de crédito (no caso brasileiro o
mais aproximado seriaa taxa selic).
Risco de crédito: associado a probabilidade de default do juros ou principal por partedo emissor. Agências
de rating tem o papel de dar transparência ao mercado e quanto pior for a avaliação, maior será a taxa de
retorno exigida pelos investidores.
Risco de liquidez: traduzido pela dificuldade de vender um ativo no prazo e preço esperados.
Risco de liquidação: traduzido pela possibilidade de não entrega dos títulos (liquidação física) ou do valor
financeiro (liquidação financeira). Esse risco é mitigado pelas clearing houses.
Risco de imagem: impacto negativo da opinião pública.
Risco de contraparte: possibilidade de uma das partes envolvidas em uma transação não
honrar com seus compromissos.
Risco soberano: capacidade do país de honrar a dívida pública.
Risco de mercado: risco da variação diária de ativos, volatilidade, medido pelo desvio padrão. Risco de
mercado pode ser dividido em risco sistemático (afeta todos os ativos) e risco não sistemático (específico de
determinada empresa ousetor).

*Obs: apenas o risco não sistemático é diversificável.

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Conceitos básicos de estatística que serão necessários para a prova: média, moda, mediana, variância e
desvio padrão. Não será necessário fazer conta, mas os conceitos podem ser cobrados na avaliação.
Caso tenha dúvidas sobre algum destes conceitos, assista este vídeo no Youtube, onde explicamos cada
um deles.

Covariância: avalia como duas variáveis se correlacionam de forma linear.


Exemplo: quando os juros sobem, os preços de títulos prefixados caem.
O exemplo mostra covariância negativa entre as variáveis, ou seja, elas se movem em direções opostas. Por
outro lado, quando a covariância é positiva, as variáveis tendem a caminhar na mesma direção. Quanto mais
próxima de zero a covariância, menos pode-se identificar comportamento interdependente entre as variáveis.

Coeficiente de correlação: medida adimensional que varia entre -1 e 1 e indica o grau de


interdependência entre duas variáveis.

-1 0 1
Máxima diversificação. As Não há relação Não há diversificação. As
variáveis X e Y se movem entre as variáveis. variáveis X e Y se movem
em sentidos opostos e na em sentidos iguais e na
mesma proporção. mesma proporção.

83
Coeficiente de determinação (R2): mostra o percentual da variação de um ativo que é
explicada por outro ativo e o percentual de fatores aleatórios. É o quadrado do coeficiente
de correlação.

Beta: é uma medida associada ao risco sistemático, não diversificável ou risco de mercado.
Assume-se que o índice Ibovespa no do Brasil seria uma proxy para o riscode mercado e o
coeficiente beta de uma carteira apenas com o índice seria igual a 1.

Valor do beta:
beta = 0 retorno esperado é a taxa livre de risco
0 > beta < 1 retorno esperado é menor do que a carteira de mercado
beta = 1 retorno esperado é igual a carteira de mercado
beta > 1 retorno esperado é maior do que a carteira de mercado

*Obs: quanto maior o retorno esperado, maior o risco. Dessa forma, carteiras com
betas mais elevados são mais agressivas.

Distribuição normal: busca explicar a probabilidade de eventos ocorrerem diante de um


determinado intervalo de confiança: 67% de confiança = 1 desvio padrão; 95% de
confiança = 2 desvios padrão; 99% de confiança = 3 desvios padrão.

84
Value at Risk (VAR): metodologia para obtenção do pior cenário de perda dentrode um de
um determinado tempo e considerando um intervalo de confiança.
Exemplo: VAR de 2% para 1 dia e 99% de confiança.
Há 99% de chance do valor de perda da carteira em 1 dia não ultrapassar 2%.

Back testing: simulações feitas com dados históricos para testar os limites do VAR Stop loss:
ferramenta utilizada para diminuir posições de risco e minimizar perdas, executando operações que
ultrapassem um certo limite de preço pré estabelecido.

Stress test: avaliação de cenário de stress de mercado para mensurar a maior perda potencial para os
casos que o VAR não fornece informações. Normalmente é utilizado em conjunto com o VAR.

Tracking error: mede o desvio padrão das diferenças de retorno entre um portfolio e um índice,
indicando o quão aproximadamente uma carteira replica o benchmark. Para fundos passivos o
tracking error deve ser zero ou muito próximo disso.

Erro quadrático médio: calcula a diferença ao quadrado das médias de retorno de um fundo e seu
benchmark. Será sempre positivo ou igual a zero caso o retorno do fundo seja igual ao do
benchmark e por isso é utilizado para medir a gestão passiva.

*Obs: não é útil quando os retornos são negativos.

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Risco x Retorno: o investidor sempre quer maximizar o retorno e minimizar o risco. Considerando
que o retorno sempre será medido pelo retorno esperado (média de retornos) e o risco é avaliado
pelo desvio padrão, o princípio da dominância sempre será válido, ou seja, para dois ativos de
mesmo retorno esperado, escolhe-se aquele com menor risco e para dois ativos com mesmo risco
esperado, escolhe-se aquele com maior expectativa de retorno.

Índice Sharpe: é uma medida para avaliar risco/retorno de investimentos.

𝑹𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 − 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐


Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒓𝒑𝒆 =
𝑹𝒊𝒔𝒄𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 (𝒅𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 𝒑𝒂𝒅𝒓ã𝒐)

Quanto maior o índice Sharpe, melhor a relação de risco e retorno e melhor o desempenho
do fundo. O índice sharpe não pode ter valor negativo e muitas vezes é calculado em sua
versão modificada (com o benchmark do fundo ao invés da taxa livre de risco).

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Índice de Treynor: é uma medida de excesso de retorno em relação ao risco sistemático e
portanto difere-se do índice sharpe no denominador, onde é utilizado o coeficiente beta.

𝑹𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 − 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐


Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 Treynor =
Beta

Prazo x Risco x Retorno – títulos de prazos mais elevados tendem a oferecer maiores riscos e
melhores retornos.

Duration de Macauley – prazo médio ponderado de um título de renda fixa. Para títulos zero cupom, a
duration é igual ao vencimento e para títulos que pagam cupom, a duration é menor do que o prazo de
vencimento.

*Obs: quanto maior a duration mais o preço do título irá cair em um cenáriode aumento de
taxas de juros.

Convexidade – complementa o conceito de duration para formar uma estimativa mais precisa da
relação entre a variação dos juros e do preço do título ou carteira. Quanto maior a convexidade, mais
resiliente é o título para variações de juros.

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