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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CEA

SOBRE O AUTOR:

Frederico Nobre tem 26 anos, é carioca e economista formado na UFRJ. Tornou-se especialista
em investimentos certificado pela ANBIMA aos 19 anos e atua desde então no mercado financeiro,
com experiência nas áreas de análise de investimentos e distribuição de produtos financeiros.
Dedicou-se por 4 anos ao trabalho de análise e extração de dados financeiros na Refinitiv, antiga
unidade de finanças da Reuters e uma das empresas líderes mundiais em soluções de dados.
Colaborou na criação de mecanismos objetivos de consulta e análise de dados para instituições
brasileiras de extrema relevância como Banco Central do Brasil, Petrobras, Vale, Banco do Brasil,
entre outras. Atualmente trabalha na S&P Global Platts, empresa líder no segmento de preços
de referência e análises para os mercados de energia e commodities, coordenando a operação
de pós venda da América Latina. Paralelamente, Frederico é um dos fundadores e apoiadores
do canal de educação financeira “Economia do Dia", voltado para pessoas que querem saber
mais sobre investimentos e finanças e/ou estudar para provas de certificação de mercado.

http://www.economiadodia.com.br/

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CEA

SOBRE A PROVA

A certificação CEA faz parte do programa de educação continuada da ANBIMA e é voltada


para profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento ou
assessoria/planejamento financeiro. Ao obter a certificação CEA, o profissional pode,
automaticamente, exercer as atividades abrangidas pela certificações CPA-10 e CPA-20.
O exame é computadorizado e não há pré-requisito parainscrição.

A quem se destina:
Todas as pessoas que trabalham ou queiram trabalhar em instituições financeiras,
autarquias federais ou órgãos públicos que lidem com produtos deinvestimento.

Questões: 70
Duração: 3h30
Aprovação: 70% de acertos

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O CEA

CONTEÚDO:

MÓDULO 1 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO - páginas 04 a 21

MÓDULO 2 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA EFINANÇAS – páginas 22 a 42

MÓDULO 3 - INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATIVOS – páginas 43 a 90

MÓDULO 4 – FUNDOS DE INVESTIMENTO – páginas 91 a 105

MÓDULO 5 – PRODUTOS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - páginas 106 a 113

MÓDULO 6 – GESTÃO DE CARTEIRAS E RISCOS - páginas 114 a 127

MÓDULO 7 – PLANEJAMENTO DE INVESTIMENTO - páginas 128 a 136

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Módulo 1 – Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado
4 a 11 questões de prova

Sistema Financeiro Nacional - conjunto de órgãos que atuam pararegulamentar,


fiscalizar e executar operações voltadas para políticas de moeda e crédito.

SFN possui o papel de intermediar recursos entre agentes superavitários e deficitários.

Agentes Sistema Financeiro Agentes


superávitários Nacional deficitários

Possui recursos disponíveis Conjunto de instituições que Tomador de recursos. Passa


e aplica em uma viabilizam a transferência de por dificuldadesfinanceiras
instituiçãofinanceira. recursos. Regulação e ou não consegue capital
fiscalização para trazer para investimento.
confiabilidade aos negócios.
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Conselho Monetário Nacional (CMN)
Órgão máximo do SFN que tem como finalidade a formulação das políticas de moeda e crédito.
Composição: Ministro da Economia; Presidente do BACEN e o Secretário especial de fazenda do
Ministério da Economia.

Objetivos:
• Equilibrar os meios de pagamento às necessidades da economia;
• Regular o valor interno e externo da moeda (correção de desequilíbrios, prevenção decrises,
saúde financeira do balanço de pagamentos);
• Orientar a aplicação de recursos das instituições financeiras;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições financeiras para maior eficiência de mercado;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituiçõesfinanceiras;
• Coordenar a política monetária, credítícia, orçamentária e fiscal.

Competências:
• Autorizar emissões de papel moeda;
• Direcionar a política cambial;
• Disciplinar todas as modalidades de crédito;
• Regular o funcionamento das InstituiçõesFinanceiras;
• Limitar, sempre que necessário, taxas de operações ou serviçosbancários;
• Determinar o percentual máximo de empréstimos ao mesmo cliente ou grupo de clientes;
• Expedir normas obrigatórias de contabilidade e estatística para as Instituições Financeiras.

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Banco Central do Brasil (BACEN)
Principal executor das orientações e normas do CMN.
*O presidente do BACEN e seus 8 diretores colegiados são nomeados pelo Presidente da
República sob aprovaçãodo Senado Federal. Desde 2004, o presidente do BACEN ganhou
status de Ministro de Estado.

Finalidades:
• Formular, executar e monitorar políticas monetárias, cambiais, creditícias e financeiras com o
exterior;
• Gerir o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP);
• Organizar, disciplinar e fiscalizar o SFN e o Sistema de Consórcio.

Objetivos:
• Estabilidade de preços;
• Manter as reservas internacionais em nível adequado;
• Estimular a poupança;
• Zelar pela liquidez da economia e pela estabilidade e aperfeiçoamento do sistema financeiro.

Políticaeconômica:
CMN – coordenação
BACEN – execução, acompanhamento e controle

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Atribuições do BACEN:
• Emitir papel moeda e moeda metálica;
• Executar os serviços do meiocirculante;
• Realizar operações de política monetária (redesconto, open market, depósitocompulsório);
• Exercer o controle do crédito;
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras (exceto empresasestrangeiras);
• Fiscalizar as instituiçõesfinanceiras.

Comissão de Valores Mobiliários(CVM):


Entidade autárquica, com autoridade administrativa, autonomia financeira e orçamentária, que zela
pelo bom funcionamento do mercado de capitais.

Objetivos:
• Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e balcão;
• Proteger os investidores contra emissões irregulares, atos ilegais de profissionais do mercado e uso
de informação privilegiada;
• Evitar fraudes e manipulações de mercado;
• Estimular a formação de poupança e aplicação em valores mobiliários;
• Garantir o acesso de investidores à informações sobre valores mobiliários e sobre as empresas
emissoras.

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Competências
• Disciplinar, fiscalizar e inspecionar companhias abertas e fundos de investimento;
• Credenciar, fiscalizar e disciplinar atividades desempenhadas por auditores independentes,
administradores de carteiras, agentes autônomos, consultores e analistas de valores mobiliários;
• Apurar através de inquérito administrativo atos e práticas ilegais demercado.

Títulos e valores mobiliários de responsabilidadedaCVM:


Ações, Debêntures, Notas Promissórias, Cotas de Fundos de Investimento, Opções, Mercado a
Termo, Mercado Futuro, Swaps.

Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)


Autarquia federal responsável por fiscalizar e controlar os mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro.

SUSEP – supervisionar e regular.


Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) – órgão normativo.

Competências:
• Fiscalizar a constituição e operação de seguradoras, resseguradoras, sociedades de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;

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• Proteger a poupança de indivíduos efetuadas através de operaçõesde seguros, resseguros,
capitalização ou previdência privada aberta;
• Promover o aperfeiçoamento, estabilidade e expansão do sistema e das instituições vinculadas ao
Sistema Nacional de Seguros Privados e Sistema Nacional deCapitalização;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições;
• Monitorar investimentos das entidades que integram o mercado;
• Cumprir as deliberações do CNSP e executar os serviços de secretaria executiva doCNSP.

Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)


É uma entidade governamental autônoma que tem como finalidade fiscalizar e supervisionar
entidades fechadas de previdência complementar e executar políticas para o regime de
previdência complementar.

Competências:
• Fiscalizar, apurar e julgar infrações de entidades fechadas de previdênciacomplementar;
• Expedir instruções e determinar procedimentos para aplicação de normas;
• Autorizar a constituição e funcionamento das entidades fechadas de previdência
Complementar;
• Mediar conflitos e promover a conciliação de entidades fechadas de previdência complementar e
seus participantes, assistidos ou patrocinadores;
• Decretar intervenção ou liquidação extrajudicial de entidades fechadas de previdência
Complementar.
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Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (ANBIMA) - Associação de
bancos, gestoras, corretoras, distribuidoras e administradoras que possui quatro objetivos principais:
representar, autorregular, informar e educar.

Informação – disponibilização de informações sobre segmentos de mercado baseada numa sólida base de
dados com objetivo de dar mais transparência ao mercado; divulgação de preços e índices de referência de
mercado.
Representação – proporciona o diálogo entre governo e setor privado para aprimoramento de mercado;
incentiva boas práticas de mercado.
Autorregulação – regras de adesão voluntária criadas pelo mercado em favor do mesmo e que
estão descritas nos Códigos de Regulação e Melhores Práticas.
Educação – capacitação de profissionais por meio de certificações; programade educação
continuada; conteúdo sobre educaçãofinanceira.

Códigos ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas:


Tem como objetivo estabelecer princípios de conduta e regras para atuação no mercado de capitais. A
obrigatoriedade de adesão é apenas para instituições associadas (instituições não associadas podem
assinar termo de adesão por livre e espontânea vontade). O código NÃO se sobrepõe alegislação.

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As instituições participam de autorregulação de duas formas:

. Ao se associar, a instituição deve aderir a todos os códigos de atividades que ela exerce e
passa também a participar da construção conjunta das boas práticas de mercado, seja por
meio da participação em comitês ou pelo voto na Assembleia Geral (cada instituição tem
direito a um voto, independentemente do porte).

. Ao aderir aos códigos que regulam as atividades que desempenha, mesmo sem se associar,
a instituição se compromete a seguir as boas práticas estabelecidas para suas áreas de
atuação. Nesse caso, no entanto, ela não participa da discussão das regras e dos organismos
de representação da Associação.

Para a prova do CEA, a ANBIMA exige que o candidato conheça 4 dos seus códigos:

- Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para as Ofertas Públicas


- Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Administração de Recursos de
Terceiros
- Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação
Continuada
- Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Distribuição de Produtos de
Investimento

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A ANBIMA disponibiliza os PDFs com os códigos completos neste link, mas trata-se de uma
leitura de mais de 250 páginas, o que no entender da equipe do Economia do Dia seria
contraprodutivo caso o seu objetivo seja apenas se preparar para a prova do CEA.

A boa notícia é que nós lemos o material completo e fizemos um resumo pra você, que está
disponível no site do Economia do Dia.

Basta clicar no botão abaixo para ser redirecionado e entender melhor sobre os Códigos da
ANBIMA.

QUERO SABER
MAIS SOBRE OS
CÓDIGOS

Se você optar por ignorar o botão agora e seguir os estudos pela apostila, não esqueça de
conferir este artigo depois.

Os códigos da ANBIMA sempre são cobrados na prova, pelo menos 2 ou 3 questões.

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• Tesouro Nacional: O Tesouro Nacional e responsável por cuidar dos recursos da União. Todos
os impostos recolhidos pelo governo vão parar no caixa do Tesouro, que atua de acordo com a
demanda do Estado. No entanto, nem sempre o que o governo arrecada é suficiente para
cumprir com todas as suas obrigações. Dessa forma, o governo pode se endividar através do
mercado de títulos públicos, isto é, o governo emite dívidas que são geridas pelo Tesouro
Nacional.

• Dealers: são instituições financeiras credenciadas pelo Tesouro Nacional que atuam dando
liquidez para o mercado. Os Dealers atuam tanto nas emissões primárias de títulos públicos
federais como na negociação no mercado secundário desses títulos. Atualmente, o Tesouro
Nacional possui 12 Dealers, dos quais dez são bancos e dois são corretoras ou distribuidoras
independentes. Resumindo: são instituições financeiras que compram e vendem títulos
públicos diretamente do governo e também para investidores em geral. O desempenho de
cada instituição é avaliado a cada seis meses e aquelas com pior performance são
substituídas.

• Bancos comerciais: são todos os bancos que oferecem serviços de conta corrente, o chamado
depósito à vista. O cliente deposita seus recursos nesse tipo de banco e o dinheiro deve estar
disponível a todo momento. Os principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil,
Santander, Caixa) são bancos comerciais.

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Bancos de investimento: o foco destes bancos é conceder crédito majoritariamente de médio e longo
prazo para investimentos. É permitido que os bancos de investimento também tenham conta corrente,
mas não podem fornecer talão de cheques.

Bancos Múltiplos: Instituição financeira que funciona como “Holding”, tendo obrigatoriamente uma
carteira de banco comercial e/ou de banco de investimentos e mais uma outra carteira como:

• Sociedade de crédito imobiliário – concede empréstimos para o setor imobiliário


• Banco de desenvolvimento – banco público que atua no desenvolvimento da economia. Ex: BNDES
• Sociedade de arrendamento mercantil – banco que faz leasing (arrenda máquinas e equipamentos).
• Sociedade de financiamento e investimento – faz empréstimos direto ao consumidor. Ex: Crefisa

Distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários


Principal atividade destas instituições é executar ordens de compra e venda de títulos e valores
mobiliários para seus clientes.Outras atividades:
• Compra e venda de títulos e valores mobiliários por conta própria ou paraterceiros;
• Intermediação de ofertas públicas de títulos e valores mobiliários;
• Administração de carteira e custódia de títulos e valores mobiliários;
• Subscrição de títulos e valores mobiliários;
• Atuar como agentefiduciário;
• Criar, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
• Intermediar operações no mercado de câmbio e metais preciosos;
• Realizar operações compromissadas;
• Realizar operações de conta margem.
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B3 – Brasil, Bolsa, Balcão

A B3 é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo, com atuação
em ambiente de bolsa e de balcão.

Através da bolsa de valores, os investidores podem comprar e vender ativos no mercado financeiro em
um ambiente eletrônico organizado. As negociações são realizadas através do intermédio de
instituições financeiras autorizadas: as corretoras e distribuidoras.

A B3 é uma empresa brasileira de capital aberto, cujas ações (B3SA3) são negociadas no segmento
Novo Mercado e fazem parte dos índices Ibovespa, IbrX e IbrX-50.

Suas atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação,


depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa
corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities.

A B3 também opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas
em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro.

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Investidor Qualificado: agentes econômicos que têm mais condições do que o investidor normal para
entender o mercado.

Exemplos:
• Investidores Profissionais;
• Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos superiores a 1 milhão de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidores qualificados;
• Pessoas aprovadas em exames de qualificação técnica reconhecidos pela CVM para agentes
autônomos, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários (o status de
investidor qualificado vale apenas para recursospróprios).

Investidor Profissional: único tipo de investidor que pode aplicar em fundos exclusivos,com cotista
único.

Exemplos:
• Instituições financeiras, seguradoras e sociedades de capitalização;
• Fundos de Investimento;
• Entidades abertas e fechadas de previdênciacomplementar;
• Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pelaCVM (apenas
recursos próprios);
• Pessoas físicas ou jurídicascom investimentos superiores a 10 milhões de reais e que
adicionalmente atestem por escrito que são investidoresprofissionais.

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Prevenção e combate a lavagem de dinheiro
Lavagem de dinheiro é o processo de transformação de recursos obtidos de forma ilegal em ativos cuja origem é aparentemente
legal.

PLD-FT - significa prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. A partir de abril de 2021, a
ANBIMA está utilizando oficialmente a sigla PLD-FT e isso pode ser cobrado em prova.

Inserção do dinheiro no Mecanismos para impedir o Incorporação formal do


sistema econômico rastreamento dos recursos dinheiro de volta ao sistema

Punição:
Reclusão de três a dez anos e multa aplicada pelo COAF, não superior ao:
- Dobro do valor da operação;
- Dobro do lucro real obtido na operação;
- R$20.000.000,00.

Todos que de alguma forma contribuem para qualquer uma das etapas do processo de lavagem de dinheiro estão sujeitos a estas
punições. OBS: pena pode ser reduzida de um a dois terços caso haja colaboração com autoridades e aumentada de um a dois
terços caso os crimes tenham sido cometidos de forma reincidente ou por intermédio de organização criminosa.

De acordo com o PLD-FT, todos os participantes e instituições financeiras devem adotar uma abordagem
baseada em riscos, considerando uma metodologia própria de risco para classificar clientes, produtos de
Investimento, serviços prestados e canais de distribuição.
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Operaçõesque são indícios de crimes de lavagem de dinheiro:
• Aumento considerável no número de depósitos de pessoas físicas ou jurídicas;
• Troca de muitas notas de pequeno valor por notas de maior valor;
• Grandes transações de troca de moeda estrangeira;
• Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio;
• Movimentações em diversas contas para o mesmo indivíduo ou empresa.

Estratégias:
• fracionamento de valores, estabelecimentos que aceitam apenas cash;
• holdings que prestam serviços.

Fases da lavagem de dinheiro:


Colocação: inserção do dinheiro no sistema econômico.
Mecanismos: depósitos, compra de bens ou ativos negociáveis.
Estratégias: fracionamento de valores, estabelecimentoscomerciaisque aceitam apenas dinheiro e espécie.
Ocultação: o criminoso quer dificultar o rastreamento do dinheiro para quebrar a cadeia de evidências.
Mecanismos: movimentação eletrônica (principalmente em países com regras de sigilo bancário).
Estratégias: utilização de contas anônimas ou contasfantasmas.
Integração: o criminoso quer inserir os ativos formalmente no sistema econômico.
Mecanismos: investimentos em empreendimentos.
Estratégias: holdings que prestam serviços entre si, cadeia interconectada de serviços.

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Exemplos:
Colocação – remessa de recursos ilícitos para outro país, compra de imóvel em cash com dinheiro ilegal;
Ocultação – envio de recursos para paraísos fiscais, troca de moeda;
Integração – compra de hotéis, restaurantes, negócios, doações de contas fantasmas, empresas de fachada.

A PLD-FT deve considerar procedimentos de coleta, verificação, validação e atualização de informações cadastrais para clientes,
parceiros e fornecedores. A diretoria de PLD-FT da instituição financeira ou empresa participante deve elaborar relatório anual
elencando as medidas tomadas e sua aplicação/eficácia.
KYE – know your employee – conheça seu funcionário;
KYP – know your partner – conheça seu parceiro;
KYC – know your customer – conheça seu cliente

Identificação de clientes: a lei sobre crimes de lavagem de dinheiro exige que as instituições financeiras mantenham o
cadastro de clientes atualizado, bem como registro das transações financeiras, títulos e demais ativos. As instituições devem
atender todas as requisições do COAF de acordo com prazo fixado pelo órgão judicial.Cadastros e registros de transações
devem ser armazenados por cinco anos e testes de verificação devem ser feitos com prazo máximo de um ano para adequação
de cadastrode clientes. PLD-FT - flexibilização da atualização cadastral (até 5 anos), dependendo do perfil de risco do cliente.

Pessoa politicamente exposta (PEP): agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado cargos relevantes nos
últimos cinco anos, bem como seus familiarespróximos.

Convenção de Viena (1988) – convenção contra o tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas.
A convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional em 1991. Foi um marco internacional na prevenção e
combate à lavagem de dinheiro. 19
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF): órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro que tem
por finalidade identificar, examinar, disciplinar e aplicar penas administrativas para operações financeiras ilícitas. O
COAF está vinculado ao BACEN.

Competências:
• Receber e avaliar suspeitas de atividades financeirasilícitas;
• Comunicar as autoridades competentes;
• Coordenar e propor acordos de cooperação e troca de informações;
• Disciplinar e aplicar penas administrativas.

Comunicação aoCOAF:
As instituições financeiras devem comunicar aoCOAF:
• Depósitos ou saques superiores ao valor de 50 mil reais ou o equivalente em moeda estrangeira
no mês calendário;
• Cheque, TED ou qualquer transferência superior a 50 mil reais;
• Depósitos ou saques em espécie que apresentem indícios de ocultação da sua natureza.

OBS: a comunicação deve ser feita até 1 dia útil após verificação.

Informação privilegiada – informação relevante (material) fora de domínio público.

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Insider trader – tem acesso a informações privilegiadas e as utiliza em benefício próprio ou de terceiros.

Frontrunner – apropria-se de operações de clientes, executando ordens de compra e venda de ativos primeiro na sua conta
pessoal ou contas associadas.

Confidencialidade – o profissional de investimentos deve manter sigilo sobre informações de clientes, a menos que haja
alguma solicitação de órgãode justiça.

Conflito de interesse – qualquer situação na qual o profissional tem interesses próprios que aparentemente podem
influenciar seus objetivos. A recomendação é se conscientizar de qualquer conflito, divulgá-lo abertamente e se oferecer
para eliminá-lo.

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Módulo 2 – Princípios Básicos de Economia e Finanças
4 a 11 questões de prova

PIB (Produto InternoBruto)


• É a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período de tempo. Considera
apenas os bens e serviços finais, para não calcular a mesma coisa duas vezes (a matéria-prima usada na
fabricação não é levada em conta);
• O PIB, considerando a ótica do consumo, é obtido pela seguinte equação: PIB = Consumo (C) +
Investimentos (I) + Gastos do Governo (G) + Saldo da Balança Comercial, ou seja, exportações –
importações (X –M).
PIB = C + I + G + (X – M)

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)


• Índice oficial de inflação no Brasil, calculado pelo IBGE, divulgado mensalmente e utilizado como
referência para meta de inflação definida pelo CMN para o COPOM.

IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado)


• Calculado pela FGV e divulgado mensalmente;
• Composto pelos índices:
IPA (60%) – Índice de Preços por Atacado ;
IPC (30%) – Índice de Preços ao Consumidor;
INCC (10%) – Índice Nacional de Custo de Construção.
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Selic Meta X Selic Over
• Selic Over é a taxa diária que reflete a média ponderada de juros cobrada por operações de
financiamento por um dia lastreadas em títulos públicos federais;
• Selic Meta é definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação. É a principal taxa de juros da
economia que norteia todas as demais;

CDI – Certificado de DepósitoInterfinanceiro


Títulos emitidos por instituições financeiras que tem como lastro operaçõesinterbancárias:
• A função do CDI é transferir recursos de uma instituição financeira paraoutra;
• A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar rentabilidade de fundos e
aplicações financeiras.

TR (Taxa Referencial)
• Representa a Taxa Básica Financeira (TBF), deduzida de um redutor (R) e divulgada pelo BACEN;
• A TR é utilizada para remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de
poupança e do FGTS.

Metas de inflação - Anualmente, o CMN estabelece uma meta de inflação ao Banco Central. O Bacen
executa a política monetária para cumprir essa meta.
2018 = 4,5% com intervalo de 1,5%;
2019 = 4% com intervalo de 1,5%;
2020 = 4% com intervalo de 1,5%;
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COPOM
• Adota desde 1999 as “Metas de Inflação” (definidas pelo CMN) – índice IPCA;
• Composto pela diretoria colegiada do BACEN – (7 diretores + 1 diretor presidente);
• 8 reuniões ao ano, intervaladas em 45 dias, podendo haver exceções, desde que
convocadas pelo presidente do BACEN.

Define a meta da taxa de juros – COPOM


Define a meta de inflação – CMN

Juros e atividade econômica


Com juros altos, o crédito fica mais caro, as pessoas compram menos, indústrias
produzem menos e a atividade econômica diminui. O oposto também é válido, mas o
aumento na demanda pode gerar elevação de preços (inflação).

Política Monetária
• Conjunto de medidas adotadas pelo Governo voltadas para alinhar os meiosde
pagamento às necessidades da economia.

Os instrumentos de política monetária permitem definição das taxas de juros:


• Depósito compulsório;
• Operações de Redesconto;
• Open Market (operações de mercado aberto).
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Depósito compulsório
Parcela dos recursos de contas bancárias que deve ser depositada no Banco Central:
• Limita a criação de moeda pelas instituições financeiras;
• Elevação do compulsório provoca redução da liquidez e elevação da taxa de juros.

Operação de redesconto
Taxa de redesconto é a taxa que o Banco Central usa para emprestar dinheiro a bancos
comerciais. Quando quer estimular a economia aumentando o crédito, o BACEN
diminui ataxa de redesconto.

Open Market (mercadoaberto)


Compra ou venda de títulos públicos executada pelo BACEN:
• Instrumento mais eficaz e ágil de política monetária.

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Política Fiscal
Decisões do governo sobre arrecadação (impostos, taxas e contribuições) e destino dos
recursos disponíveis. A política fiscal busca cumprir 3 funções: estabilização macroeconômica, redistribuição da
renda e alocação de recursos. O Tesouro Nacional é responsável por gerir essas receitas e despesas. A arrecadação é
de responsabilidade da receita federal. Assim como a política monetária, a política fiscal também pode ser
expansionista ou contracionista.

Política fiscal contracionista – menos gastos do governo e/ou elevação de impostos


Política fiscal expansionista – mais gastos do governo e/ou redução de impostos

Receita de Despesas não Superávit ou


Impostos financeiras déficit primário

Juros da dívida
pública

Superávit ou
déficit nominal

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Necessidade de financiamento do setor público
Normalmente quando o orçamento da União é impactado por um déficit, a cobertura se dá mediante
emissão de títulos públicos, aumentando a dívida pública. Esse aumento pode comprometer o caixa
do governo e acarretar aumento da taxa de juros, prejudicando o crescimento econômico. É
fundamental que as decisões de políticas fiscais sejam tomadas de acordo com as medidas de política
monetária, minimizando potenciais desequilíbrios.

Política Cambial
Política do governo federal que direciona o comportamento do mercado de câmbio e da taxa de
câmbio.
• O Brasil adota um regime de Política Cambial Flutuante suja sem banda cambial.

Taxa de câmbio
Preço de uma unidade de moeda em relação a outra.
PTAX – média das taxas de câmbio do mercado interbancário divulgada diariamentepelo
BACEN.
Dólar Spot – taxa à vista.
Dólar forward – mercado futuro.

27
Regimes mais usuais de taxa de câmbio

Câmbio fixo – a taxa é fixada e atrelada a um referencial fixo como dólar ou ouro. Os movimentos de
mercado não alteram a cotação da moeda. Embora haja menos incerteza no comércio internacional,
a manutenção deste regime no longo prazo pode ser insustentável por conta do alto risco carregado
pelo governo, que deve utilizar de suas reservas para se proteger contra eventuais ataques
especulativos.

Câmbio flutuante – as taxas acompanham as flutuações de mercado, sem intervenção da autoridade


monetária. Não há compromisso em manter a taxa de câmbio em um determinado patamar, portanto
o governo tem mais liberdade na condução da política monetária. Uma maior oferta de moeda
estrangeira faz a moeda local se valorizar e vice versa.
Exemplo: quando o dólar sobe, o real se desvaloriza em relação ao dólar.

Flutuação suja – regime utilizado no Brazil e na maioria dos países atualmente. Neste regime, não há
um limite de tolerância para a taxa de câmbio, mas o Banco Central pode intervir comprando ou
vendendo dólares para corrigir desequilíbrios.

Bandas cambiais – regime que foi utilizado no início da implementação do Plano Real, onde o Banco
Central estabelecia uma banda dentro da qual o câmbio poderia flutuar livremente. O Banco Central
interveria apenas se o dólar ultrapassasse o limite superior da banda (teto) ou ficasse abaixo do limite
inferior da banda (piso).

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Quando investidores estrangeiros entram com divisas no Brasil, o Banco Central compra dólares,
aumentando suas reservas. Por outro lado, em épocas turbulentas, o Banco Central vende dólares para
suprir o mercado.

Cupom cambial – é a remuneração efetiva dos dólares que são convertidos em reais e aplicados no
mercado financeiro brasileiro.

1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑟é 𝑑𝑢/252 360


Cupom cambial (t) = [ − 1] ∗
𝐹𝑜𝑟𝑤𝑎𝑟𝑑 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑠𝑝𝑜𝑡

t: prazo de vencimento do título, aplicação ou fluxo de caixa avaliado


Taxa pré: taxa de juros em reais, conforme mercado futuro da B3, considerando o primeiro vencimento
após (t)
du: número de dias úteis
dc: número de dias corridos
forward: preço futuro da moeda
spot: preço à vista da moeda

O cupom cambial tende a se elevar quando há pressão vendedora de dólares e tenda a cair quando há
pressão compradora de dólares.

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Contas Externas e Balanço de Pagamentos: registro das transações de um país com o resto do
mundo. No Brasil, os valores sempre são expressos emdólares.

Duas grandes contas formam o balanço de pagamentos de um país:

Conta Corrente: formada por três outras contas: a balança comercial, a conta serviços e rendas
e as transferências unilaterais;
Balança comercial: exportações menos importações.

Conta de Serviços e Rendas: comércio de bens, receitas/despesas com viagens internacionais,


aluguéis, serviços do governo e o pagamento/recebimento de juros e de lucros e dividendos.

Transferências Unilaterais: saldo líquido das remessas de recursos ou doações feitas entre
moradores do Brasil e do exterior.

Conta de Capitais: saldo líquido da compra de ativos estrangeiros por residentes noBrasil
menos venda de ativos brasileiros aestrangeiros.

30
Conceitos de finanças

Para se tornar especialista em investimentos, é fundamental compreender e aplicar conceitos de matemática


financeira.

Na hora da prova, é permitido levar calculadora e a indicada pelo Economia do Dia é a HP12c. Você provavelmente
já ouviu falar dessa calculadora, certo?

A HP12c foi criada pela empresa Hewlett Packard e uma belezinha


dessas pode te custar mais de R$300. Pode parecer caro, mas é um
investimento que deve ser feito em algum momento, pois se você não
dominar a utilização da HP12c, suas chances de se tornar especialista
em investimentos diminuem consideravelmente.

Caso não tenha condições de comprar uma agora, não desanime. É


possível treinar online gratuitamente neste link. Outra opção seria
baixar o app de celular “Touch RPN” e usar seu smartphone como
calculadora.

A partir de agora, todos os conceitos deste módulo da apostila contarão com uma tabela de
resolução utilizando a HP12c.

Temos também alguns vídeos no canal do Youtube do Economia do Dia e um curso completo sobre o
tema, utilizando a HP12c e o Excel.
31
Taxa de juros nominal e taxa de juros real

Taxa nominal é o valor dado da taxa de juros. Taxa real desconta a inflação.

1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 = −1
1 + 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜

Vamos supor que a taxa de juros Selic no Brasil esteja no patamar de 5% ao ano e a inflação em 3%.
Qual a taxa nominal de juros e qual a taxa real de juros?

A taxa nominal é dada: 5% ao ano. A taxa real pode ser calculada assim: Valor Comando HP12c
1.05 Enter
1 + 0,05
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 = − 1 = 1,94% 1.03 %
1 + 0,03 1 (-)
0.0194
Fórmula de Fisher

A taxa de juros nominal de equilíbro é igual a taxa de juros real acrescida da expectativa de inflação:

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑖 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑟 + 𝐼𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎

32
Regimes de capitalização

Capitalização simples: juros incide apenas sobre o capital (não há “juros sobrejuros”). No regime de capitalização simples,
a taxa é proporcional (taxa x prazo).
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁)

Composta: juros incide sobre o capital e jurosdos períodos anteriores (juros sobre juros). No regime de capitalização
composta, a taxa de juros é equivalente. Isso quer dizer que 1% capitalizado ao mês não é igual a 12% ao ano.

VF = valor futuro do investimento 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁

VP = valor presente do investimento


I = taxa de juros ou taxa de desconto
N = número de períodos de capitalização Ex: José aplicou R$1000 em um regime de capitalização simples a uma
taxa de 1% a.m. por um período de 12
Considerando mais de 1 período: meses. Quanto ele terá no final desses 12 meses?

Quando estamos capitalizando a taxa de juros, juros 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁) 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 ∗ 12


compostos são superiores ao juros simples. 𝑉𝐹 = 1120
1% ao mês é equivalente a 12,68% ao ano.
1% ao mês é proporcional a 12% ao ano. Agora considere o regime composto de capitalização. Quanto José terá
no final desses 12 meses?
Quando estamos descapitalizando a taxa de juros, juros
compostos são inferiores aos juros simples. 𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁
12% ao ano é equivalente a 0,94% ao mês. 𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 12

12% ao ano é proporcional a 1% ao mês. 𝑉𝐹 = 1126,82


33
Ex: José aplicou R$1000 em um regime de capitalização simples a Valor Comando HP12c
uma taxa de 1% a.m. por um período de 12 1000 Enter
meses. Quanto ele terá no final desses 12 meses? 1 Enter
0.01 Enter
𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ (1 + 𝐼 ∗ 𝑁) 12 X
𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 ∗ 12 +
𝑉𝐹 = 1120 X
1120

Agora considere o regime composto de capitalização. Quanto José


terá no final desses 12 meses?

𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁 Valor Comando HP12c


𝑉𝐹 = 1000 1 + 0,01 12
1000 CHS
𝑉𝐹 = 1126,82 PV
1 i
12 n
FV
1126,82

34
Taxa efetiva
Valor Comando HP12c
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑝𝑒𝑟ó𝑑𝑖𝑐𝑎 𝑛−1
1 Enter
0.04 +
Calcule a taxa efetiva anual de um título que paga juros trimestrais de 4%. 12 Enter
12/3
3 %
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 + 0.04 −1 Yx
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 16,99% 1 -
0.16985 -
Regime de capitalização contínua

𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 ∗ 𝑒 𝑙 𝑥 𝑛 Comando
Valor
HP12c A tecla “g”
da HP12c
e = número constante (base dos logarítmos neperianos) - 2,718... 0.02 Enter acessa as
l = taxa de juros periódica ou taxa instantânea 12 X funções
n = período de capitalização [g] [1/x] azuis da
máquina.
1200 X
1525.5
Calcule o valor futuro de um título de capitalização contínua na HP12c com
sabendo que ele custa R$1200 e será resgatado em 12 meses, com juros de
2% a.m.
35
Desconto bancário, comercial ou por fora

No desconto bancário, a taxa de desconto incide diretamente sobre o valor nominal (valor de resgate).
Essa metodologia gera maior volume de encargos financeiros aos clientes e costuma ser utilizada para
operações de crédito de curto prazo. Observe o exemplo abaixo:

Exemplo: Um título com valor nominal de R$100.000 vence em 3 meses mas seu detentor deseja
antecipá-lo na data atual. Se a taxa de desconto for de 15% ao ano, calcule o desconto e o valor
descontado da operação.

𝑡 Comando
𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ∗ 𝑡𝑎𝑥𝑎 ∗ Valor
𝑇 HP12c
100000 Enter
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 0.15 X
Valor descontado = R$96.250 3 Enter
12 %
Custo efetivo X
3750
𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
*Para chegar ao custo efetivo
3750 anual, é necessário converter a
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 3,89%
96250 periodicidade da taxa.
36
Séries uniformes de pagamento
Trata-se basicamente de um cálculo de prestações, que podem ser antecipadas ou postecipadas. As prestações são
ditas antecipadas quando o primeiro pagamento é efetuado no ato do financiamento. Por outro lado, prestações
postecipadas são aquelas que ocorrem no final do primeiro período e não no ato do investimento. Na calculadora
financeira, o valor das prestações é representado pelo PMT.
Valor Comando HP12c
Exemplo: Calcule o valor da prestação de um empréstimo de R$2500 por 12
2500 CHS
meses, com juros de 1.5% a.m. PV
1.5 i
12 n
Perpetuidade PMT
Trata-se de um fluxo de duração sem limites, que tende ao infinito. 229.19

Sem crescimento: o fluxo de caixa permanece constante ao longo do tempo.


Com crescimento: há incremento dos valores gerados no caixa a cada período.
Para encontrar o valor presente, basta dividir o valor da perpetuidade pela taxa de desconto:

𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑉𝑃 𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜

𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑉𝑃 𝑃𝑒𝑟𝑝𝑒𝑡𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
(𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 − 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜)

37
Valor futuro para séries uniformes de pagamento

Trata-se basicamente do valor final de uma série de pagamentos. Se todas as prestações forem
devidamente pagas, o valor futuro é igual a zero. Caso contrário, é o saldo remanescente após
pagamento de algumas parcelas.

Sistemas de amortização
Importante: valor da parcela ou prestação = juros + amortização

SAC (Sistema de Amortização Constante)

No sistema SAC, a amortização assume sempre o mesmo valor ao longo do tempo.

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑒𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜 =
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑒𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜 𝑃𝑉
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑃𝑀𝑇 = ∗ [1+(n−t+1)∗i]
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑛

1. 𝒕 = 𝒑𝒂𝒓𝒄𝒆𝒍𝒂 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄í𝒇𝒊𝒄𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒃𝒖𝒔𝒄𝒂𝒏𝒅𝒐


2. 𝐢 = 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒂 𝒅𝒂 𝒐𝒑𝒆𝒓𝒂çã𝒐

38
Sistema de Amortização Francês – Tabela Price

No sistema price de amortização as parcelas são fixas. Neste modelo (que é o mais utilizado no
segmento de varejo no Brasil), as amortizações são crescentes e os juros decrescentes (já que
incidem sobre o saldo devedor).

𝑃𝑉 = PMT x FPV (i,n)

𝑃𝑉 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑀𝑇 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑎 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜
𝑛 = 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
𝐹𝑃𝑉 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒

1+𝑖 −𝑛
𝐹𝑃𝑉 = 1 −
𝑖

Sistema de Amortização Americano (SAA)

Trata-se do sistema mais simples de amortização, que utilizamos para investimentos sem cupom. O
montante total é pago no final do contrato, incluindo juros e amortização.

𝑉𝐹 = 𝑉𝑃 ∗ 1 + 𝐼 𝑁
39
Taxa mínima de atratividade (TMA)
Trata-se da taxa mínima que o investidor exige para iniciar um novo projeto. Normalmente, o ativo
livre de risco pode ser utilizado como parâmetro. É o caso da taxa SELIC no Brasil. No ambiente
corporativo, a taxa mínima de atratividade (TMA) será utilizada nos modelos de viabilidade
econômica. Nesse caso, a TMA pode ser igual ao custo de capital da empresa.

Custo de oportunidade
Quanto um investidor deixa de ganhar em outra opção de investimento.

Taxa interna de retorno (TIR)


É a taxa de desconto que iguala as entradas e saídas de um investimento, de acordo com um fluxo de
caixa disponível. Para calcular a TIR é necessário identificar o fluxo de caixa.

𝑭𝑪𝟏 𝑭𝑪𝟐 𝑭𝑪𝒏


𝟎 = FC0 + + 𝟐 + ⋯ + 𝟏 + 𝑻𝑰𝑹 𝒏
𝟏 + 𝑻𝑰𝑹 𝟏 + 𝑻𝑰𝑹

FC = fluxo de caixa
FC0 = valor inicial (normalmente é o custo inicial de um investimento, portanto apresenta valor
negativo)

O cálculo da TIR tem duas limitações:


. considera que os fluxos de caixa positivos são reinvestidos com a mesma taxa do custo do capital
. em determinados projetos são obtidos múltiplos resultados
40
Qualquer taxa de desconto menor do que a TIR gera um VPL positivo e qualquer taxa de desconto
maior do que a TIR gera um VPL negativo.

Quando o VPL de um investimento é ZERO, a taxa de desconto utilizada é igual a TIR.

Regras para aceitar ou rejeitar um projeto:

TIR > taxa de retorno exigida – Aceitar o projeto


TIR < taxa de retorno exigida – Rejeitar o projeto

Taxa interna de retorno modificada (TIRM)

É uma taxa de desconto que tem o propósito de corrigir as limitações da TIR. Com a TIRM,
conseguimos determinar taxas diferentes de reinvestimento dos fluxos futuros.

Valor presente líquido (VPL)

É o método padrão para planejamento financeiro e análise de projetos. Se o VPL for igual a zero, o
investimento é indiferente, pois o valor presente das entradas é igual ao valor presente das saídas.

VPL = 0 – Projeto cobre os custos


VPL > 0 – Projeto atrativo (lucro na operação)
VPL < 0 – Projeto deve ser rejeitado (prejuízo na operação)
41
TIR e VPL na HP12c

Teclas utilizadas na HP12c:


[CF0] = capital inicial ou investimento inicial (fluxo na data zero)
[CFj] = valores dos fluxos de caixa a partir da data 1
[nj] = número de vezes que se repete os fluxos de caixa ininterruptos
[IRR] = Taxa interna de retorno (TIR)
[NPV] = Valor presente líquido

Exemplo 1: Calcule a TIR de um projeto de


investimento com custo inicial de R$7 Valor Comando HP12c
milhões e fluxo de caixa positivo de R$2,1 7.000.000 CHS
[g] [CFo]
milhões por ano durante os 3 primeiros 2.100.000 [g] [CFj]
anos e mais R$2,7 milhões no ano 4. 3 [g] [nj]
2.700.000 [g] [CFj]
Resposta: TIR = 9,79% [f] [IRR]

Exemplo 2: Considere o mesmo fluxo de Valor Comando HP12c


caixa acima, mas agora o projeto necessita 7.000.000 CHS
de financiamento. A taxa de desconto [g] [CFo]
utilizada é de 7,5% ao ano. Calcule o valor 2.100.000 [g] [CFj]
3 [g] [nj]
presente líquido do projeto.
2.700.000 [g] [CFj]
7.5 i
Resposta: VPL = R$482.865,48 [f] [NPV]
42
Módulo 3 – Instrumentos de renda fixa, renda variável e derivativos
10 a 17 questões de prova

Renda Fixa – ativo cujos rendimentos são determinados no momento da compra. Podem ser prefixados (rendimentos
conhecidos no início da operação) ou pós-fixados (rendimentos indexados e conhecidos no final da operação). Os juros
podem ser pagos periodicamente (título com cupom) ou apenas no resgate (zero cupom). O emissor faz toda diferença
na hora de considerar o risco de crédito (possibilidade de não pagamento do juros ou principal) de um título de renda
fixa. Todo ativo de renda fixa é uma dívida, que foi emitida por alguma instituição (governo, bancos ou demais
empresas).

PU – preço unitário do título, isto é, preço de negociação em determinado momento. É o valor presente dos fluxos de
pagamento de um título de renda fixa. O PU é inversamente proporcional a taxa de juros (quanto maior a taxa de juros,
menor o PU).

Títulos Públicos Federais:


títulos emitidos pelo
governo, com liquidez diária
(possibilidade de recompra
pela Secretaria do Tesouro
Nacional) e que fazem parte
da dívida pública federal.

43
Tesouro direto:
É um programa online de venda e recompra de títulos públicos federais para pessoas físicas, desenvolvido
pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3. Qualquer investidor pessoa física, com CPF ativo e que
esteja cadastrado em uma instituição financeira (agente de custódia) pode operar no tesouro direto, seja
diretamente através do site ou por intermédio da instituição financeira (página do banco/corretora ou
ordem direta para o assessor de investimentos). A B3 cobra uma taxa anual de custódia no valor de 0,25%
do total dos títulos, sendo que a cobrança é diluida diariamente enquanto o investidor tiver os títulos em
carteira e começa a valer a partir da liquidação da operação de compra (D+2). As instituições financeiras
também podem cobrar outras taxas do investidor, embora isso não seja tão comum atualmente por conta
da alta concorrência. Obs: A B3 (bolsa de valores brasileira) e o Tesouro Nacional zeraram a taxa de
custódia de investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic em 01 de agosto de 2020.

LTN ou tesouro prefixado:


A remuneração da LTN é calculada conforme desconto sobre o valor nominal no vencimento (R$1000,00).
A partir da taxa ofertada, calcula-se o preço unitário (PU) da LTN. O investidor que aplica em LTN’s recebe
o valor pago acrescido de rendimentos apenas no resgate. Este tipo de título é conhecido como “zero
cupom”.
Valor Comando HP12c
1000 FV Obs: Também é
Exemplo: Calcule o PU de uma LTN que
1.13 Enter possível calcular o
paga 13% ao ano e cujo vencimento 0.5 Yx PU utilizando a
será em 121 dias úteis: i função valor
1 n presente na HP12c
1000 PV
𝑃𝑈 = = R$940,72
1+0.13 121/252
44
NTN-F ou tesouro prefixado com juros semestrais:
A NTN-F é um título prefixado, emitido com cupom de juros de 10% a.a., cujo valor nominal é de
R$1000,00. A rentabilidade da NTN-F é prefixada de acordo com a TIR do fluxo de pagamentos dos
cupons semestrais.
Exemplo: Uma NTN-F com vencimento em 3 anos está sendo negociada a R$1072,50 no mercado. Calcule
a rentabilidade deste título.

Valor Comando HP12c

1072.5 CHS
[g] [CF0]
50 [g] [CFJ]
5 [g] [NJ]
1050 [g] [CFJ]
[f] [IRR]

A nossa TIR para o exemplo seria de aproximadamente 3,63% ao semestre. Ainda seria preciso converter
a taxa de juros para representar a rentabilidade anual.

45
LFT ou tesouro Selic
A remuneração da LFT segue a variação da taxa Selic registrada entre a data de liquidação da compra do
título e a data de vencimento. A existência de ágio ou deságio no momento da compra impacta a
rentabilidade do investidor.

Negociação no mercado Preço Rendimento


Ao par Igual ao valor nominal 100% da Selic
Deságio Abaixo do valor nominal Acima de 100% da Selic
Ágio Acima do valor nominal Abaixo de 100% da Selic

A LFT é indicada para investidores que esperam uma elevação na taxa Selic ou que preferem minimizar
riscos e garantir a taxa básica de retorno (perfil conservador). Existe liquidez diária e portanto a LFT pode
funcionar também como reserva de emergência. Este título é considerado como aproximação mais fiel
para o conceito de ativo livre de risco no Brasil.
Valor Comando HP12c
Exemplo: Suponha que um investidor tenha comprado 15000 CHS
PV
R$15.000,00 em LFT’s ao par e tenha resgatado em 9
1.045 Enter
meses. A taxa Selic permaneceu constante ao longo do 9 Enter
período e o valor de referência é de 4,5% a.a.. 12 %
Sabendo que este mesmo investidor conseguiu vender Yx
o título ao par, calcule o valor de venda no resgate. 1 (-)
100 x
i
Resposta: R$15.503,45 1 n
FV
46
NTN-B ou tesouro IPCA com juros semestrais
A NTN-B é emitida com cupom de juros de 6% ao ano e pode ser vendida com ágio ou deságio em função
da taxa vigente no mercado no dia da negociação. No vencimento, a NTN-B para a variação do índice IPCA
no período. Caso seja mantida até o vencimento, a NTN-B proporciona rentabilidade real para o
investidor, que é representada pela taxa calculada no momento da compra.

NTN-B Principal ou tesouro IPCA


A NTN-B Principal pagará os juros e o IPCA apenas no vencimento do título. É recomendada para
investidores que não precisam de fluxo regular de rendimentos.

Exemplo: Suponha que um investidor queira comprar NTN-B’s com taxa de 7.74% ao ano.
Considerando que restam 2469 dias úteis até o
vencimento, que o IPCA acumulado é de 43.2578 e
o valor nominal atualizado na data de liquidação
era de R$1432,57, qual o PU do título? Valor Comando HP12c
1000 Enter
1.0774 Enter
1000 2469 Enter
𝐶𝑂𝑇𝐴ÇÃ𝑂 = = 481.70
1+0.0774 2469/252 252 %
Yx
𝑃𝑈 = 1432.57 x 0.4817 = R$690,07 %
1000 %
1432.57 x

47
Índices de renda fixa ANBIMA - o IMA (índice de mercado ANBIMA) é
uma família de índices de renda fixa, que representa os títulos públicos
federais a preços de mercado. A carteira teórica do IMA Geral representa
aproximadamente 97% do mercado de títulos públicos federais. Por conta
da baixa liquidez dos títulos indexados ao IGP-M (NTN-C), que não são
emitidos mais, existe também a carteira IMA-Geral ex-C. Os demais
índices estão listados abaixo:
. Prefixados (IRF-M)
. Indexados ao IPCA (IMA-B)
. Indexados ao IGP-M (IMA-C)
. Pós-fixados SELIC (IMA-S)

Índice de duração constante ANBIMA (IDkA) - representa o comportamento de aplicações de prazos fixos
(vencimentos mantidos sempre com mesmo prazo) em títulos públicos. O índice é calculado com base em
determinados pontos (chamados vértices) da curva de juros e tem como objetivo refletir ganhos e perdas
decorrentes dos movimentos do mercado.
IDkA prefixado – reflete a curva de juros nominais construída a partir dos títulos públicos prefixados (LTN e
NTN-F). A curva é calculada nos seguintes vencimentos: três meses (IDka PRÉ 3M), um ano (IDkA PRÉ 1A),
dois anos (IDkA PRÉ 2A), três anos (IDkA PRÉ 3A) e cinco anos (IDkA PRÉ 5ª)
IDkA IPCA – reflete a curva de juros reais construída a partir dos títulos públicos indexados à inflação (NTN-
B ou Tesouro IPCA). A curva é calculada nos seguintes vencimentos: dois anos (IDkA IPCA 2A), três anos
(IDkA IPCA 3A), cinco anos (IDkA IPCA 5A), dez anos (IDkA IPCA 10A), quinze anos (IDkA IPCA 15A), vinte
anos (IDkA IPCA 20A) e trinta anos (IDkA IPCA 30A). 48
Títulos privados bancários:
• Certificado de depósito bancário (CDB);
• Recibo de depósito bancário (RDB);
• Letras financeiras(LF);
• Depósito à prazo com garantia especial(DPGE).

CDB – emitido por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos. Pode ter rentabilidade
prefixada ou pós-fixada (indexado a Selic, TR, TBF, IGPM, etc.). Os CDB‘s podem ser negociado no mercado
secundário ou resgatados antecipadamente (caso o banco emissor concorde). CDB’snão podem estar
indexados à variação cambial e contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de
250 mil reais por CPF ou instituição.
Prazos mínimos:
CDB corrigido pela variação do DI – 1 dia;
CDB corrigido pela TR ou TLP – 1 mês;
CDB corrigido pela TBF – 2 meses;
CDB corrigido pelo IGPM – 1 ano

RDB – emitido por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos, sociedades de crédito,
financiamento e investimento e cooperativas de crédito. Também é uma espécie de depósito a prazo, mas
diferentemente do CDB, não admite negociação antecipada ou transferência para outro investidor, o que
gera um risco adicional de liquidez.

49
Letra financeira (LF) – emitida por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos,
sociedades de crédito, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias
e pelo BNDES. Trata-se de uma promessa de pagamento com remuneração prefixada ou posfixada.
Possui prazo mínimo de 24 meses, sendo proibido o resgate antecipado. O pagamento dos
rendimentos pode ser feito de forma periódica, respeitando intervalos mínimos de 180 dias. A
emissão possui valor mínimo de 150 mil reais caso não contenha cláusula de subordinação e 300
mil reais caso contenha cláusula de subordinação. LF’s não estão cobertas pelo FGC.

Depósito à prazo com garantia especial (DPGE) – título de depósito à prazo que confere um direito
de crédito contra o emissor (bancos comerciais, múltiplos, de investimento, desenvolvimento,
sociedades de crédito e caixas econômicas). Pode ser prefixado ou pós-fixado e o prazo não pode
ser inferior a 6 meses nem superior a 36 meses, sendo vedado o resgate antes de 6 meses. O total
de créditos para instituições associadas ao FGC deve respeitar o valor máximo de 40 milhões de
reais por CPF.
Letra de câmbio (LC) – embora o nome deste título possa confundir, não há nenhuma relação com o
dólar, euro, ou qualquer outra moeda. Inclusive não é permitido que este tipo de título esteja
indexado a variação cambial. Trata-se basicamente de um mecanismo de captação de recursos para
sociedades de financiamento (as financeiras) que envolve uma troca: o cliente toma crédito junto a
sociedade financeira emitindo uma letra de câmbio que por sua vez é comercializada com
investidores. Letras de câmbio contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o
limite de 250 mil reais por CPF ou instituição.

50
Títulos corporativos:
. Debêntures
. Debêntures incentivadas
. Notas Promissórias

Debêntures: funcionam como instrumento de captação de médio/longo prazo para empresas S.A. não
financeiras. Não existe padronização de características, ou seja, pode existir qualquer prazo de
vencimento, amortização, resgate e tipo de remuneração.Em alguns casos, existe a possibilidade de
conversão da debênture em ações da empresa (debênture conversível). Em geral, o valor de emissão não
pode ultrapassar o capital social da companhia. Debêntures não estão cobertas pelo FGC, mas pode
existir garantia contra o inadimplento.

Qualquer emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente fiduciário, que tem a função de
proteger o interesse dos debenturistas, através de fiscalização ativa e do estabelecimento de relação de
confiança e lealdade com os credores. Em caso de inadimplência, o agente fiduciário pode:
• Executar garantias reais ou requerer a falência do emissor na ausência de garantias;
• Representar os interesses de debenturistas em processos de falência ou recuperação
Judicial.

Covenant: sistema de garantia indireta, representado por um conjunto de obrigações contratuais positivas
ou negativas. Ex: limites de endividamento, exigências de hedge, etc..

Cross Default: se uma dívida de determinada empresa vence e o emissor fica inadimplente, suas
debêntures também estarão vencidas de forma automática. O mesmo vale para o inverso.
51
Garantias Debêntures:
• Garantia real: garantia forte, tem preferência sobre os demais credores e proíbea alienação
do bem registrado comogarantia.
• Garantia flutuante: privilégio sobre o ativo da companhia, embora hajapossibilidade de
negociação dos bens que compõem tal ativo.
• Garantia quirografária: não oferece privilégio sobre o ativo da emissora, não há nenhum tipo de
preferência em relação aos outroscredores.
• Garantia subordinada: em um cenário de falência, oferece preferência apenas em relação aos
acionistas.
Escritura: documento legal que mostra as “regras do jogo” sob as quais as debêntures foram
emitidas. Descreve os direitos dos debenturistas, deveres do emissor, condições de remuneração e
garantias.

Debêntures incentivadas: emitida apenas para financiamento de projetos dos setoresde


logística, transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações, radiofusão, saneamento
básico e irrigação. Diferenças em relação à debêntures comuns:
• Prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
• Isenção de IR para pessoa física e menor alíquota de IR para pessoa jurídica (15%).

Notas Promissórias: emitidas por S.A. não financeiras, funcionam como fonte de financiamento de
curto prazo sem garantia real. O prazo mínimo é de 30 dias e máximo de 180 para empresas de capital
fechado e 360 para empresas de capital aberto. Notas promissórias não podem ser remuneradas por
índice de preços e não são garantidas pelo FGC.
52
Títulos do segmento agrícola imobiliário:
• Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
• Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI);
• Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
• Cédula de Produtor Rural (CPR);
• Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA);.
• Cédula de Crédito Imobiliário (CCI)

LCI: emitida por bancos comerciais, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário, companhias
hipotécáriase associações de poupança e empréstimos. LCI’ssão obrigatoriamente registradas na B3 e
lastreadas em créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação. O prazo mínimo de vencimento
das LCI’s é de 90 dias, mas caso seja atualizada anualmente ou mensalmente por índice de preços (CDI, IPCA
ou IGPM por exemplo), esse prazo é alterado para 12 meses e 36 meses respectivamente. Existe isenção de
IR para pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais.

LCA: créditos de recebíveis do agronegócio emitidos por bancos e cooperativas de crédito. Existe isenção
de IR para pessoa física e cobertura do FGC até 250 mil reais. Funciona de forma similar à LCI, mas os
créditos são voltados para o agronegócio.

CRI: emitidos por companhias securitizadoras com lastro em empreendimentos imobiliários. A oferta
pública de CRI só é autorizada após concessão de registro e verificação de normalidade da instituição
securitizadora junto à CVM e não há prazo mínimo de investimento. Existe isenção de IR para pessoa física
e não há cobertura do FGC.
53
CRA: emitidos por companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio, pode ser distribuido publicamente
ou negociado em bolsa/balcão.Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura doFGC.

CPR: título sob o qual produtores rurais ou cooperativas vendem antecipadamente a produção. O emitente procura
um banco ou seguradora para agregar um seguro ou aval a emissão. O penhor rural é a garantia mais utilizada. O CPR
pode ser negociado em mercado balcão sem registro na clearing (B3), mas para ser negociado no mercado
secundário, precisa estar registrado na clearing da B3. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura
do FGC.

CDCA: Emitido por cooperativas de produtores rurais e por empresas que exercem atividades relacionadas à produção
de insumos agroprecuários. É uma forma das cooperativas tomarem recursos do mercado para financiar produtores,
que podem colocar CPRs como garantia. Existe isenção de IR para pessoa física mas não há cobertura doFGC.

CCI: Emitido por bancos, sociedades de crédito imobiliário e incorporadoras com lastro no ativo da operação de crédito. É
uma forma do emissor receber a vista um crédito imobiliário e vender os recebíveis (as parcelas do financiamento) no
mercado financeiro. É negociado em balcão e registrado na clearing da B3. Existe isenção de IR para pessoa física mas não
há cobertura doFGC.

Operações Compromissadas: operações financeiras que possuem lastro em ativos de propriedade do banco, que
assume o compromisso de recomprar o ativo do investidor.

54
Tributação em rendafixa:
IOF: para resgates em até 29 dias, existe cobrança de IOF sobre os rendimentos. O IOF é
regressivo e incide sempre antes doIR.
IR: a regra é a mesma para CDB, DPGE, LF, debêntures, poupança, títulos do segmento
agrícola e imobiliário, notas promissórias e títulos públicos federais
Alíquotas:
22,5% - resgates em até 180 dias
20% - resgates entre 181 e 360 dias;
17,5% - resgates entre 361 e 720 dias;
15% - resgates acima de 721dias.
Isenção de IR para pessoa física: todos os títulos do segmento imobiliário/agronegócioe poupança.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – entidade privada, sem fins lucrativos cuja principal função é
proteger o sistema financeiro e investidores até os limites estabelecidos contra eventuais insolvências
de instituições associadas, contribuindo para a estabilidade do sistema e prevenindo crises de
contágio. Para isso, em caso de liquidação, os associados devem contribuir com 0,0125% do saldo de
contas referentes aos ativos cobertos.

Ativos cobertos: depósitos á vista, poupança, depósitos à prazo, CDB, RDB, Letra de Câmbio (LC), Letra
Hipotecária (LH), LCI e LCA.

55
Caderneta de Poupança: fonte de captação de recursos para instituições financeiras que fazem parte do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimos (SBPE), incluindo Caixa Econômica Federal (CEF), Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI),
Associações de Poupança e Empréstimos, Bancos Múltiplos com carteira de SCI. Existe cobertura do FGC até o limite de 250
mil reais e garantia do governo no caso da CEF. Não há cobrança de tarifas para manutenção de contapoupança, que oferece
total liquidez porém baixa rentabilidade. Governo alterou regras em maio de 2012 com a Selic em patamares mais baixos:
Até 03/05/2012: 6% ao ano + TR
Após 03/05/2012:
Selic > 8.5% ao ano – 6% ao ano Selic < 8.5% ao ano – 70% da Selic
Periodicidade de juros:
Pessoa física e jurídica isenta – mensal (0.5% a.m.) ; Pessoa jurídica – trimestral (1.5%)
Depósitos efetuados nos dias 29, 30 e 31 recebem juros apenas no dia 1 domês subsequente. Não há incidência
de IR para pessoa física.

Renda fixa internacional:

56
Títulos do tesouro norte americano: são considerados globalmente como ativos livres de risco e a partir da sua remuneração
outros títulos são precificados e são definidos prêmios de risco.
US Treasury Bills (T-Bills) – estrutura zero cupom com desconto sobre o valor de face de U$1000,00 e vencimento até 1 ano (52
semanas). É o título de menor risco para o investidor americano, utilizado para aplicações de curto prazo.
US Treasury Notes (T-Notes) – são os títulos mais líquidos do mundo e pagam cupons semestrais sobre o valor de face. Os
prazos de vencimento são de 2, 3, 5, 7 e 10 anos. No vencimento o investidor recebe o valor de face.
US Treasury Bonds (T-Bonds) – títulos com vencimento acima de 10 anos que pagam juros semestralmente. No vencimento o
investidor recebe o valor de face. Alguns T-Bonds são emitidos com cláusulas de recompra de 5 ou 10 anos antes do
vencimento e nesse caso o governo norte americano pode recomprar os títulos caso a taxa de juros caia e o investidor tem a
obrigação de aceitar.
TIPS – Treasury Inflation-Protected Securities – títulos do tipo Notes ou Bonds que são corrigidos pela inflação medida pelo
Consumer Price Index (CPI). Os TIPS pagam juros semestrais e o investidor recebe o valor de face no vencimento, corrigido pela
inflação acumulada. São emitidos com prazos de 5, 10 e 30 anos.

Títulos públicos norte-americanos


Título Vencimento
US Treasury Bills Até 52 semanas

US Treasury Notes 2, 3, 5, 7 e 10 anos

US Treasury Bonds Acima de 10 anos

TIPS - Treasury Inflation Protected Securities 5, 10 e 30 anos

57
Certificates of deposits (CD) – instrumentos de dívida emitidos por bancos que normalmente são de curto
prazo, (não é comum emissões para prazos maiores que 5 anos). CD’s podem ser prefixados ou pós-fixados,
podem realizar pagamentos periódicos ou apenas no vencimento, podem ser negociados no mercado
secundário ou resgatados antecipadamente junto ao emissor de acordo com as condições de mercado e da
emissão. No caso de bancos americanos, existe a garantia do FDIC – Federal Deposit Insurance Corporation,
para até U$250.000,00 por instituição financeira associada.

Commercial Papers (CP) – são títulos de curto prazo do tipo “zero cupom” emitidos por empresas não
financeiras. É muito utilizado por empresas norte-americanas para financiamentos de curto prazo, pois não há
necessidade de registro junto à Securities Exchange Comission (SEC) para prazos de até 270 dias.

Eurobonds - são títulos de dívida emitidos em moeda diferente daquela do país da empresa de origem e são
distribuidos internacionalmente. Apesar do nome, esses títulos não estão necessariamente associados ao euro
ou ao território europeu e podem ser denominados em dólares ou yens por exemplo. Eurobonds são
tipicamente menos regulados do que outros títulos nacionais e estrangeiros, porque são emitidos fora da
jurisdição de qualquer país. São títulos sem garantia e que podem ser denominados em qualquer moeda,
incluindo a moeda nacional do emissor.

Globalbonds - Título emitido simultaneamente no mercado de Eurobonds e em pelo mais um mercado


doméstico.

58
Repurchase Agreement (REPO) – representa o que chamamos aqui no Brasil de operações compromissadas.
O distribuidor vende títulos de curto prazo ao investidor (geralmente overnight) concordando em recomprá-
los futuramente por um preço ligeiramente mais alto. No mercado internacional, grande parte das operações
de REPO é realizada com títulos do tesouro norte-americano e com ações (embora o risco seja bem mais
elevado nesse segundo caso e a garantia exigida seja diferente).

Risco de um investimento: medida de incerteza, probabilidade de o retorno não corresponder às


expectativas. Taxa livre de risco: investimento que não possui risco de crédito (no caso brasileiro o
mais aproximado seria a taxa SELIC).
Risco de crédito: associado a probabilidade de “default” (não pagamento) do juros ou principal por parte
do emissor. Agências de rating tem o papel de dar transparência ao mercado e quanto pior for a avaliação,
maior será a taxa de retorno exigida pelos investidores.
Risco de liquidez: traduzido pela dificuldade de vender um ativo no prazo e preço esperados.
Risco de liquidação: traduzido pela possibilidade de não entrega dos títulos (liquidação física) ou do valor
financeiro (liquidação financeira). Esse risco é mitigado pelas clearing houses.
Risco de imagem: impacto negativo da opinião pública.
Risco de contraparte: possibilidade de uma das partes envolvidas em uma transaçãonão
honrar com seus compromissos.
Risco soberano ou risco país: capacidade do país de honrar a dívida pública.
Risco de mercado: risco da variação diária de ativos, volatilidade, medido pelo desvio padrão. Risco de
mercado pode ser dividido em risco sistemático (afeta todos os ativos) e risco não sistemático (específico
de determinada empresa ou setor).*Obs: apenas o risco não sistemático é diversificável.
Risco cambial: risco de volatilidade que afeta o valor da taxa de câmbio.
59
Agências de rating: o rating é uma nota de crédito emitida por agências classificadoras de risco e que pode estar
relacionado a uma emissão, emissor ou país. A agência de risco leva em consideração a capacidade do emissor de
honrar suas obrigações financeiras no prazo determinado. Quanto maior a nota de crédito, menos arriscado é o título
e, consequentemente, menor a remuneração exigida pelo investidor. Os ratings influenciam bastante no preço dos
ativos, uma vez que representam a probabilidade de inadimplência. O mercado baseia-se muitas vezes nos “spreads
de crédito”, que servem como comparação entre títulos disponíveis. Existem alguns tipos de metodologia para cálculo
de spreads de crédito, que não serão cobradas na prova do CEA. A metodologia mais comum é a comparação com o
ativo livre de risco. Quanto maior o spread, maior a probabilidade de inadimplência e maior o retorno exigido pelos
investidores. A classificação de risco envolve análise de alavancagem, endividamento, estrutura de capital do emissor,
geração de caixa e etc.. Atualmente, as principais agências classificadores de risco são: Fitch, Moodys e Standard &
Poors (S&P). Estas empresas classificam ativos em duas classes de risco (grau de investimento e grau de especulação)
e as notas de crédito podem variar de “A” até “D”, sendo “A” a melhor classificação (menor risco de crédito).
Moody's Fitch S&P Significado Retorno Preço
Aaa AAA AAA Altíssima qualidade Grau de
Aa AA AA Alta qualidade investimento
A A A Qualidade média/alta
Elevação
Baa BBB BBB Qualidade média Rating
Predominantemente
Ba BB BB
especulativo Preço
B B B Especulativo
Retorno
Caa CCC CCC Próximo a inadimplência Grau Queda de
C C C Qualidade baixa especulativo
DDD DDD Inadimplente
Rating
DD DD Inadimplente
D D Inadimplente
60
Yield to maturity (YTM): é a taxa interna de retorno do investimento em um título de renda fixa, ou seja, a taxa que
iguala o preço do título a soma de valores presentes do seu fluxo de caixa. O cálculo do YTM é igual ao cálculo da
TIR (taxa interna de retorno). O preço de um título depende da relação entre o YTM e o pagamento de cupons:
Título ao par: YTM é igual ao cupom
Título com deságio (PU abaixo do valor de face): YTM é maior que o cupom
Título com ágio (PU acima do valor de face): YTM é menor que o cupom

Ágio/Deságio Título YTM Cupom PU Comentários


Deságio T-Note 10Y 4.48% 4.25% 98.53 YTM > Cupom - título negociado com deságio
Ágio T-Note 10Y 3.89% 4.25% 103.25 YTM < Cupom - título negociado com ágio

Cálculos na HP12c
Deságio Ágio
98.53 CHS PV 103.25 CHS PV Lembre-se que o título T-Note paga cupons
100 FV 100 FV semestrais, portanto a taxa de juros estará
2.125 PMT 2.125 PMT
20 n 20 n
expressa considerando o período de 6 meses
i? i? e é necessário fazer a conversão.

Current Yield: é o ganho anual de fluxo de caixa do investidor em títulos de renda fixa e pode ser
calculado considerando o valor do cupom anual dividido pelo preço de mercado.

𝑐𝑢𝑝𝑜𝑚 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙
𝐶𝑢𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡 𝑌𝑖𝑒𝑙𝑑 =
𝑝𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜
61
Duration de Macauley: é o prazo médio ponderado do título ou da carteira de investimentos que é
avaliado de acordo com o valor presente dos fluxos de caixa descontados pela taxa de juros.
Exemplo: Calcule a duration de um título que paga cupom anual de 4%, com valor de face de R$1000,00 e
vencimento em 7 anos. A taxa de juros de mercado é 3%.

Anos Fluxo de pagamentos PV PV x Prazo


1 40 38.83 38.83
2 40 37.70 75.41
3 40 36.61 109.82
6659.04
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 =
4 40 35.54 142.16
1062.30
5 40 34.50 172.52 𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 = 6.27
6 40 33.50 201.00
7 1040 845.62 5919.31
1062.30 6659.04

Duration Modificada: representa a taxa de variação percentual no preço de um título considerando


uma determinada alteração na taxa de juros. Se a duration modificada apresentar o valor de 4.5,
significa que a cotação do título irá cair 4,5% caso a taxa de juros suba 1%.

𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑐𝑎𝑢𝑙𝑒𝑦
𝐷𝑢𝑟𝑎𝑡𝑖𝑜𝑛 𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 =
1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
62
Risco e retorno em títulos de renda fixa: além da probabilidade de default (risco de crédito), o investidor no
mercado de renda fixa possui o risco de taxa de juros e de reinvestimento dos cupons. A maturidade
também é extremamente importante para avaliar o risco de títulos de renda fixa, uma vez que as
condições de incerteza aumentam no longo prazo e também o impacto no PU por conta de uma alteração
nas taxas de juros.

O retorno de qualquer título de renda fixa sempre levará em consideração os seguintes fatores:
• Taxa de juros do ativo livre de risco
• Expectativas de inflação
• Prazo de vencimento
• Desconto de liquidez
• Spread por risco de crédito

Duration e horizonte de tempo do investidor


Caso o horizonte de tempo do investidor seja maior do que a duration de Macauley, o risco de
reinvestimento dos cupons é maior do que o risco de taxa de juros. Por outro lado, caso o horizonte de
tempo do investidor seja menor do que a duration de Macauley do título, o risco de taxa de juros é maior
do que o risco de reinvestimento dos cupons.

Duration gap: diferença entre a duration de Macauley de um título e o horizonte de tempo do investidor.

duration gap negativo: risco da taxa de juros cair;


duration gap positivo: risco da taxa de juros subir
63
Ativos de renda variável : são aqueles cujos rendimentos não são conhecidos (ações, derivativos,
cotas de diversos tipos de fundos de investimento, fundos imobiliários, moedas, índices,
commodities, etc..)

Ações: são frações do capital social de uma empresa e seus principais tipos são:
Ordinárias (ON): possuem direito a voto em assembleias de acionistas.
Preferenciais (PN): não possuem direito a voto, mas têm preferência no pagamento de dividendos e
podem receber 10% a mais em dividendos do que as ordinárias. Caso a empresa fique 3 anos sem
distribuir dividendos, a ação PN passa a ter direito a voto.
Obs: empresas que abrem capital devem ter minimamente 50% de suas ações do tipo ON.

Bonus de subscrição: títulos negociáveis que garantem aos titulares o direito de subscrever
ações de uma empresa. A emissão é caracterizada como alienada caso o investidor pague por
esse direito.

Depositary Receipts (DR): recibos de depósito com lastro em ações de empresas instaladas
em outro país.
BDR: Brazilian Depositary Receipt (Ex: ação da Apple negociada no Brasil).

Os BDRs são certificados de valores mobiliários representativos de ações de empresas de capital


aberto com sede no exterior. Os certificados são emitidos por instituições brasileiras, chamadas de
instituições depositárias, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e que devem estar
habilitadas pela CVM para emitir BDRs.
64
Existem duas categorias de BDRs:
O BDR patrocinado é emitido por uma instituição depositária contratada pela companhia estrangeira
emissora e pode ser classificado como Nível I, Nível II ou Nível III.
O BDR não patrocinado é emitido por uma instituição depositária, sem envolvimento da companhia
estrangeira emissora, e só pode ser classificado como Nível I.
Níveis de ADR
ADR - American Depositary Receipt (Ex:
ação da Vale negociada nos EUA). Negociado no mercado de balcão apenas. São emitidos com base em
ADR Nível 1 ações já existentes e que foram depositadas no banco custodiante, isto
é, a companhia não capta recursos adicionais.
ADRs são recibos de ações de empresas
que não estão sediadas nos EUA e que são Negociados em alguma bolsa dos EUA. São emitidos com base em
ações já existentes e que foram depositadas no banco custodiante, isto
emitidos por bancos americanos, com ADR Nível 2
é, a companhia não capta recursos adicionais. As demonstrações
lastro em ações depositadas em um banco financeiras devem estar disponíveis no padrão US GAAP.
custodiante no país de origem. Um Negociados em alguma bolsa dos EUA e vinculados a uma oferta
investidor norte americano, ao comprar ADR Nível 3
pública nos EUA. Trata-se de uma nova emissão, através da qual a
companhia capta recursos. As demonstrações financeiras devem estar
ADRs, pode investir em ações de empresas disponíveis no padrão US GAAP.
não americanas sem deslocar o capital
para outro país. Colocação privada de títulos, negociados em mercado balcão. A
ADR 144A companhia capta recursos e os títulos destinam-se exclusivamente a
Investidores Institucionais Qualificados.

Obs: os proventos (como dividendos, bonificações e subscrições) são pagos aos detentores
de BDRs ou ADRs

65
Risco de mercado: ativos de renda variável apresentam maior volatilidade, portanto as oscilações
de preço são mais representativas e podem impactar a rentabilidade do investidor, principalmente
no curto e médio prazo.

Risco de liquidez: existem algumas ações e outros ativos de renda variável com baixo volume de
negociação e isso pode gerar um risco de liquidez para o investidor, traduzido pela impossibilidade
de vender o ativo no momento desejado. Normalmente, os analistas de investimento consideram
um desconto ao ajustar seus modelos de “valuation” para empresas de baixo valor de capitalização
(small caps) por conta da menor quantidade de ofertas de compra e venda, que aumenta o spread
de preço entre compradores e vendedores.

Tag Along:
Quando há mudança de controle de companhia aberta, os acionistas com direito a voto devem
receber uma oferta de no mínimo 80% do valor pago por ação.

Assembleia Geral Ordinária(AGO):


Organizada anualmente entre os quatro primeiros meses seguintes ao término doano fiscal
para:
• Analisar as contas dos administradores e validar demonstrações financeiras;
• Discutir sobre o destino do lucro e pagamento de dividendos;
• Eleger administradores e membros do conselho (caso necessário);
• Aprovar correção monetária do capital social.

66
A empresa deve enviar para a CVM um edital de convocação da AGO até quinze dias antes da data
marcada. Posteriormente, deve publicar a ata e sumário das decisões em até 7 dias após a assembleia.

Assembleia Geral Extraordinária(AGE):


A assembleia geral extraordinária é assim considerada para todos os casoscujo objetivo não esteja listado
acima.
Caso a AGE seja motivada por uma possível mudança no estatuto, a primeira convocação será
concluída apenas com a presença de acionistas que representem conjuntamente 2/3 do capital
com direito a voto, mas poderá ocorrer segunda convocação sem restrições.

Direitos do acionistaminoritário:
• Participação de lucros;
• Participação em assembléias (e voto se for açãoON);
• Ter acesso aos demonstrativos financeiros da empresa;
• Fiscalizar, de acordo com a lei das S.A.;
• Participação em caso de liquidação.

Acionista controlador: agente econômico, empresa ou grupo de empresas que possui maioria dos votos
nas deliberações de AGO e exerce influência no processo de decisão e funcionamento de uma
companhia.

67
Empresas de capital aberto x capital fechado
Abertas: negociação em bolsa ou mercado balcão, muitos sócios (acionistas),maior nível de
transparência.
Fechadas: negociação de balcão não organizado (sem garantias), poucos sócios em geral, menor grau
de transparência.
Eventos corporativos:
Dividendos: distribuição de parte do lucro das empresas aos acionistas (minimamente 25% garantido por lei
no Brasil). O valor pago em dividendos é descontado do preço da ação.
Juros sob capital próprio: proventospagosem dinheiro que são dedutíveis do lucro
tributável da empresa.
Direito de subscrição: direito de aquisição de ações por conta de um aumento de capital. O direito
de subscriçãopermite que o acionista mantenha sua participação percentual no capital social. Para
incentivar o investimento adicional, as novas ações são oferecidas aos atuais acionistas por um
valor inferior ao valor de mercado.
Bônus de subscrição – título que confere ao titular o direito de subscrever ações em um prazo
determinado por um valor fixado. Até o vencimento, os bônus podem ser comprados e vendidos
em bolsa.
Grupamento (Inplit) – reduz a quantidade de ações e aumenta o valor de cada ação
(objetivo é reduzir o risco).
Desdobramento (Split) - aumenta a quantidade de ações e reduz o valor de cada ação (objetivo é
aumentar a liquidez). *Obs: tanto no inplit como no split, o montante investido não sealtera.

68
Operação de underwriting: captação de recursos via emissões no mercado financeiro. As operações de
underwriting possuem:

Ofertante – empresa emissora;


Banco coordenador/banco líder – avalia, regulariza e coordena a distribuição;
Banco liquidante – liquida a venda dos ativos;
Escriturador – responsável pelo registro de informações transacionais;
Central depositária – pertencente a B3, é onde ocorre a conciliação de ativos e também onde o
investidor pode consultar informações sobre a sua conta (Canal Eletrônico do Investidor – CEI);
Custodiante – movimenta os ativos do investidor na central depositária;
Market Maker – instituição que compra e vende ativos para prover liquidez de mercado e estipular um
preço de referência para o ativo
Agente fiduciário – apenas para ofertas públicas de ativos de renda fixa (debêntures, CRI e CRA).
Falaremos sobre este tópico mais adiante na parte de debêntures;
Agências de rating - empresas especializadas em classificar o risco do emissor de
um título no mercado financeiro.
Best efforts: não há garantia do intermediário na colocação da totalidade de títulos no
mercado e a empresa emissora assume os riscos.
Bookbuilding: mecanismo de consulta prévia a investidores para formação de preços.
Lote suplementar: caso haja demanda extra, pode haver distribuição de lote suplementar desde que conste
previamente na Lâmina de Informações Complementares e não ultrapasse 15% a mais do que a quantidade
original.
69
Prospecto: documento oficial que contém informações sobre a empresa, perspectivas, riscos e quadro
administrativo. É obrigatória a entrega deste documento de forma física ou digital.

Mercado primário: novas emissões (captação derecursos).


Mercado secundário: negociação de ativos em mercados organizados, onde investidores transferem
títulos e valores mobiliários entre si. Principal objetivo do mercado secundário é fornecer liquidez para
ativos financeiros.

IPO (Initial Public Offering) – a oferta pública inicial de ações ocorre quando uma empresa decide abrir
capital na bolsa. As corretoras recebem ordens de potenciais investidores e essas ordens podem ser de
mercado (sem preço pré estabelecido, dependendo das condições de oferta e demanda) ou limitadas (até
um preço específico). Existe ainda a possibilidade de investimento em oferta pública sem lock up ou com
lock up (período que o investidor não pode vender o ativo que adquiriu).

OPA (Oferta Pública de Aquisição) – ocorre quando uma empresa oferta comprar ações que estão sendo
negociadas no mercado.

OPA para cancelamento de registro: realizada como condição do cancelamento do registro para
negociação de ações.
OPA por aumento de participação: realizada por conta do aumento da participação do acionista
controlador no capital social de uma empresa aberta.
OPA por alienação de controle: realizada como condição de eficácia de negócio jurídico de alienação de
controle de companhia aberta.
OPA voluntária: visa à aquisição de ações de emissão de empresa aberta, fora dos parâmetros citados
anteriormente. 70
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos dessa venda vão para o caixa, as ofertas são
chamadas de primárias. Quando não há emissão de novos títulos e a venda parte dos sócios que
querem desinvestir ou reduzir a sua participação no negócio, a oferta é conhecida como secundária
(block trade). Importante: não confunda oferta secundária com mercado secundário. Além disso,
quando a empresa já é de capital aberto e já realizou seu IPO, as emissões seguintes são conhecidas
como ofertas subsequentes ou “follow on”.

Ambientes de negociação - bolsa e balcão organizado: bolsa de valores é um sistema centralizado e


multilateral de negociação de ativos, que possibilita o encontro de ordens de compra e venda de
valores mobiliários. Todas as informações de negócios devem ser disponibilizadas aos participantes,
com atraso de no máximo 15 minutos. As entidades administradoras precisam manter mecanismos
de controle e ressarcimento de prejuízos por conta de possíveis erros ou omissões. No Brasil, a bolsa
é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), sociedade anônima fiscalizada pela CVM. Nos mercados de balcão
organizado, por outro lado, as transações são simplesmente registradas, mas a atuação é direta, sem
intermediários e não é obrigatória a divulgação de informações.

Liquidação de ações: ocorre em D+2. Compras e vendas de ações são realizadas por intermédio de
corretoras (CTVM) ou distribuidoras (DTVM). Quando as transações são efetuadas em ambiente
online, utiliza-se o “Home Broker”.
Corretagem: custo cobrado pelas corretoras para executar ordens de compra e venda de ativos.
Lote padrão: conjunto determinado de títulos de características e quantidades idênticas
determinadas pela bolsa. Ex: 1 lote de ações na B3 = 100 ações.
Emolumentos: taxa cobrada pela bolsa (0.035% do valor financeiro da operação)
Taxa de custódia: tarifa de manutenção de conta cobrada por algumas corretoras. 71
Estratégias de investimentos em ações:

Compra e venda à vista – o investidor compra/vende lotes de ações padronizados através do preço
praticado no mercado e por intermédio de corretora. A operação é realizada em D+0 e liquida em
D+2. O investidor precisa ter saldo disponível na conta da corretora para comprar as ações e precisa
ter as ações em carteira para vendê-las.

Termo – contrato de compromisso de compra ou venda de ações em um momento futuro.


Normalmente o prazo de liquidação se dá entre 30 e 180 dias, podendo ser reversível por meio de
operação inversa no mercado à vista. Contratos a termo consideram uma taxa de juros que remunera
o valor do dinheiro no tempo. Para esse tipo de operação, é necessário consultar a mesa de
operações da corretora para verificar as taxas e solicitar a operacionalização da ordem.

Compra com uso de margem – aquisição de ações em mercado à vista, com recursos obtidos pelo
investidor por meio de um financiamento com uma corretora.

Venda descoberta – o investidor vende ações sem possuir os ativos em carteira. Essa estratégia pode
ser utilizada caso haja expectativa de queda no valor da ação (o investidor vende a ação hoje e
recompra posteriormente para zerar a operação).

Aluguel – investidores proprietários de ações podem disponibilizá-las como empréstimos mediante o


recebimento de uma taxa de aluguel. O locatário acredita em uma queda no preço das ações e pode
realizar operações de venda à vista.
72
Long & Short – operação simultânea na qual um investidor mantém uma posição vendida em um ativo
e comprada em outro (com financeiro próximo a zero), no intuito de obter um valor residual na
liquidação da operação

Análise Técnica (Gráfica) – avalia projeções com base no comportamento passado de preço e volume de
ativos, de acordo com a oferta e demanda de agentes econômicos representada em gráficos.
Análise Fundamentalista – considera informações sobre a empresa, setor no qual está inserida e conjuntura
econômica. O analista fundamentalista busca descobrir o valor intrínseco de uma empresa e compara com
seu valor de mercado para concluir se o preço praticado está barato oucaro.

LPA: Lucro por Ação = Lucro Líquido / Número de Ações


P/L: Preço/Lucro = Preço por Ação / Lucro por Ação
*P/L indica quantos anos levaria para o investidor reaver o capital
EBITDA = significa earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Para empresas brasileiras,
utiliza-se o termo LAJIDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). O EBITDA é um indicador
que avalia a geração de caixa da empresa.

Índices de renda variável:


Ibovespa - é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 e reúne as empresas mais
importantes do mercado de capitais brasileiro. Foi criado em 1968 e, ao longo desses mais de 50 anos,
consolidou-se como referência para investidores ao redor do mundo. Reavaliado a cada quatro meses, o
índice é resultado de uma carteira teórica de ativos. É composto pelas ações e units de companhias listadas
na B3, correspondendo a cerca de 80% do número de negócios e do volume financeiro do nosso mercado de
capitais. É um índice de retorno total, pois considera o pagamento de proventos (dividendos, jcp, etc.). 73
IBrX 100 - O IBrX 100 é o resultado de uma carteira teórica de ativos, cujo objetivo é ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado
de ações brasileiro.
IBrX 50 – versão do IBrX que considera os 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do
mercado de ações brasileiro.

Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) - o objetivo do IGC é ser o indicador do
desempenho médio das cotações dos ativos de empresas listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou 2 da
B3.

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) – avalia empresas listadas na B3 sob o aspecto da


sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e
governança corporativa. O Conselho Deliberativo do ISE, o órgão máximo de governança do ISE, tem como
missão garantir um processo transparente de construção do índice e de seleção das empresas. Atualmente,
o CISE é composto por onze instituições: APIMEC, ABRAPP, ANBIMA, B3, ETHOS, IBGC, IBRACON, IFC, GIFE,
Ministério da Economia e ONU.

Índice Small Cap (SMLL) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira
composta pelas empresas de menor capitalização da bolsa.
Índice MidLarge Cap (MLCX) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira
composta pelas empresas de maior capitalização da bolsa.

Índice de Energia Elétrica (IEE) - é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior
negociabilidade e representatividade do setor de energia elétrica.
74
Índices de ações no exterior

S&P 500 – calculado e divulgado pela Standard & Poor’s, o índice S&P 500 busca refletir um portfólio
diversificado de ações, de 500 empresas listadas na bolsa de Nova Iorque (NYSE).
NASDAQ Composite – reflete o valor de mercado de todas as ações negociadas na NASDAQ (a segunda
maior bolsa em valor de mercado no mundo, perdendo apenas para a NYSE). Este índice é utilizado como
indicador de desempenho das empresas do setor de tecnologia.
Dow Jones (DJIA) – o Dow Jones Industrial Average é um indicador que reflete o desempenho médio das
cotações das trinta maiores empresas listadas na NYSE e na NASDAQ.

MSCI World – representa grandes e médias empresas de 23 países desenvolvidos. Com 1.603 constituintes,
o índice cobre aproximadamente 85% da capitalização de mercado ajustada ao “free float” em cada país.
MSCI Emerging Markets - representa grandes e médias empresas de 26 países de Mercados Emergentes.
Com 1.385 constituintes, o índice cobre aproximadamente 85% da capitalização de mercado ajustada ao
“free float” em cada país.

Euro Stoxx 50 - é composto por 50 ações da zona do Euro e foi criado pela empresa Stoxx Ltd. Esta empresa
é propriedade da bolsa da Alemanha (Deutsche Boerso AG) e da SIX Group AG. O objetivo do índice é
representar as empresas líderes de subsetores da economia europeia.

Clubes de investimento em ações – são veículos de investimento registrados na B3 e fiscalizados pela CVM.
Funcionam como instrumento de aprendizado para o pequeno e médio investidor e como canal de acesso
ao mercado de capitais. O clube deve ter no mínimo 3 e no máximo 50 membros e deve ser administrado
por corretora/distribuidora, banco de investimento ou múltiplo com carteira de investimentos.
75
Nenhum membro pode ter mais de 40% do total de cotas de um clube de investimentos. A gestão da
carteira de ativos pode ser feita pelo administrador do clube ou por pessoa física/jurídica contratada. A
remuneração do gestor é permitida apenas caso este seja um profissional credenciado (CGA) e caso esteja
disposta no estatuto do clube, que deve abordar também os seguintes pontos:
. Qualificação do administrador, do gestor da carteira e do custodiante
. Prazo de duração (pode ser determinado ou indeterminado)
. Política de investimento (ativos que podem compor o patrimônio do clube, requisitos de diversificação,
possibilidade de operar derivativos)
. Taxa de administração, performance e demais taxas
. Condições de aplicação e resgate
. Política de divulgação de informações e assembleias
A alteração do estatuto depende da prévia aprovação da assembleia geral de cotistas, sendo validada a
partir da data da assembleia.

O clube de investimentos deve investir minimamente 67% do seu patrimônio líquido em ações, bônus de
subscrição, debêntures conversíveis em ações, ETF’s ou recibos de depósito de ações. O valor percentual
restante pode ser aplicado em fundos de investimento do tipo “curto prazo”, “referenciado” e “renda fixa”,
títulos públicos federais, outros valores mobiliários emitidos por empresas de capital aberto e opções.

Tributação em clubes – 15% sobre o rendimento no resgate, sem incidência de IOF ou come cotas.

Comparativamente aos fundos de investimento, os clubes possuem algumas vantagens:


- Influência na gestão da carteira e maior flexibilidade de adequação ao perfil dos membros
- Taxa de administração e outras taxas costumam ser menores
76
Governança corporativa – alinhamento de interesses entre a administração de uma empresa e
seus acionistas. Sistema de mecanismos de controle e de incentivo que envolve relacionamento
entre investidores, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal.
As boas práticas de governança setraduzem em transparência, equidade de tratamento dos
acionistas e responsabilidade administrativa.
Principais mecanismos de governança corporativa: conselho de administração que atue com
independência; maioria obrigatória de conselheiros independentes com sólida reputação de
mercado; comitê de auditoria composto apenas por membros independentes

77
Derivativos: ativos financeiros que têm valores e características derivados de outros ativos.

Tipos de derivativos:
• Mercado a Termo, Mercado Futuro, Swap, Opções

Participantes:
• Hedger – busca proteção.
• Especulador – aposta na variação de preços.
• Arbitrador – monitora o mercado em busca de distorções e lucro sem risco.

Mercado a termo de ações: compromisso de compra e venda futura de ativos (diferentemente das opções,
exercer o contrato a termo é uma obrigação e não um direito). O prazo mínimo deste tipo de contrato é de 16
dias e o prazo máximo é de 999 dias. Pode haver liquidação antecipada ou não, de acordo com a decisão do
vendedor. Direitos e proventos são distribuídos ao comprador do termo e não alteram o preço dos contratos.
A liquidação pode ser física ou por diferença financeira.

Garantias dos contratos a termo:


Vendedor: cobertura (depósito da totalidade dos títulos).
Comprador: contamargem.

Contratos a termo são não padronizados, negociados em balcão e registrados na clearing da B3. Para
comprar ou vender um contrato a termo, é necessário contactar a mesa de operações da corretora.

78
Termo de moedas (NDF) – as operações a termo de moeda recebem a denominação de NDF (Non Deliverable
Forward). Trata-se de um contrato balcão, firmado entre o cliente e a instituição financeira e registrado na B3. O
NDF garante uma taxa de câmbio em uma determinada data futura. A liquidação ocorre pela diferença financeira
entre a taxa de câmbio à vista e a taxa acordada no termo. Este contrato não exige dispêndio inicial de caixa e o
ativo objeto mais comum é o dólar, embora também existam NDF’s de Libra Esterlina, Euro, Iene e etc..

(𝟏 + 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒋𝒖𝒓𝒐𝒔 𝒍𝒐𝒄𝒂𝒍)


𝑻𝒂𝒙𝒂 𝑵𝑫𝑭 = 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒄â𝒎𝒃𝒊𝒐 𝒔𝒑𝒐𝒕 +
(𝟏 + 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒋𝒖𝒓𝒐𝒔 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍)

Exemplo: Suponha que um cliente de uma instituição financeira tenha um passivo de USD 1MM para pagar em
90 dias. Este mesmo cliente comprou uma NDF de notional igual a 1MM USD ao preço de R$/USD = 5,07. Veja o
resultado financeiro no vencimento.

PTAX no Paridade futura Ajuste em reais Resultado consolidado


Valor original da dívida
vencimento acordada no NDF (R$) (dívida + NDF)
R$5,00 R$5,07 -R$ 70,000.00 -R$ 5,000,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,05 R$5,07 -R$ 20,000.00 -R$ 5,050,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,10 R$5,07 R$ 30,000.00 -R$ 5,100,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,15 R$5,07 R$ 80,000.00 -R$ 5,150,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,20 R$5,07 R$ 130,000.00 -R$ 5,200,000.00 -R$ 5,070,000.00
R$5,25 R$5,07 R$ 180,000.00 -R$ 5,250,000.00 -R$ 5,070,000.00

79
Mercado futuro: funciona de forma semelhante ao mercado a termo, porém a liquidação é diferente pois
existe ajuste diário e a negociação funciona somente em bolsa, com contratos padronizados e a garantia da
bolsa de valores. O investidor que entra nesse mercado precisa aportar um valor junto à B3 que servirá como
garantia da operação. Quando o contrato é liquidado, a B3 devolve a margem de garantia.Todos os dias ocorre
uma verificação de preços (ajuste diário) nos contratos e apuração de perdas/ganhos. O mercado futuro traz
liquidez e padronização ao mercado financeiro. Os participantes podem encerrar suas posições a qualquer
momento e o ajuste diário limita perdas, embora possa gerar instabilidade de fluxo de caixa por conta da
possível necessidade de depósitos adicionais. Não existe a possibilidade de liquidação antecipada em
contratos futuros, mas o investidor pode inverter sua posição a qualquer momento desde que haja liquidez.

Exemplos de contratos de commodities: açúcar cristal, boi gordo, café, ethanolanidro e hidratado, milho,
ouro, petróleo, soja.

Exemplos de contratos de juros e moeda: cupom cambial, cupom de IPCA, taxaDI.

Exemplo ajuste diário:


Preço café ontem – 10 reais
Preço café hoje – 11 reais
Comprador – recebe 1 real por unidade de contrato
Vendedor – paga 1 real por unidade de contrato

80
Estratégias de hedge com contratos futuros:
Imagine que você seja um produtor de café e a colheira será realizada em 90 dias. Seu custo total é de R$
500,00 por saca de café, e portanto, para que você tenha lucro, é necessário vender o café por um valor
maior do que esse. Acontece que se tivermos uma supersafra de café ou qualquer outra variação negativa de
mercado, o preço poderá cair e você pode ter que vender sua produção com prejuízo. O que você pode fazer
para se proteger? A melhor opção seria vender um contrato futuro de café na B3. Assim, você trava o preço
hoje e, aconteça o que acontecer no mercado, você vai ter resultado financeiro pré determinado. Imagine
que o contrato futuro de café para entrega em 90 dias está sendo vendido por R$550,00. O que temos aqui?
Um contrato futuro agrícola onde você fez um hedge (proteção) de sua posição de café. Se ao final do
contrato, o café estiver cotado a R$ 650,00, você terá pago, via ajuste diário, R$ 100,00. Assim você garante
que vende por R$ 550,00. Nesse caso você vai vender por R$ 650,00, mas como pagou R$ 100,00 no ajuste, o
valor líquido é de R$550,00. Se ao final do contrato o café estiver cotado a R$ 350,00, você terá recebido, via
ajuste diário, R$ 200,00. Assim, garante o preço de R$ 550,00 da mesma forma.

Estratégias de arbitragem com contratos futuros:


O arbitrador busca ganhar dinheiro com a distorção de preços entre contratos (da mesma localidade ou de
outra localidade). Por exemplo, um investidor percebe que o contrato de açúcar está sendo negociado na
CBoT (bolsa de Chicago) a U$ 5,00. Esse mesmo contrato aqui na B3 está cotado a R$ 30,00. Esse investidor,
então, compra contratos na CBoT e vende na B3, buscando auferir lucro com a diferença dos ajustes diários.
Os arbitradores têm uma importância fundamental nos mercados de derivativos: quando esse tipo de
oportunidade existe, ocorre uma pressão compradora em um dos mercados e uma pressão vendedora no
outro. Assim, chegamos, em um determinado momento, ao equilíbrio de preços.

81
Mercado de Swap: troca de posições que podem ter como objeto moedas, índices, commodities, etc.. O
swap é um contrato que precisa ser registrado na clearing da B3 e sempre terá como contraparte uma
instituição financeira (não dá pra negociar um swap com outro investidor). Tratam-se de contratos balcão não
padronizados que funcionam basicamente como trocas de fluxo de caixa. Os ajustes podem ser periódicos
ou executados apenas no final do contrato.
Principais características:
• Possibilidade de hedge contra o dólar ou CDI;
• Valor base: é o valor do contrato de swap que pode ser um índice ou um valor fixo acordado no contrato;
• Ponta ativa: é o indexador recebido após a contratação do swap;
• Ponta passiva: é o indexador que se deixa de receber após a contratação do swap.
• Ajuste positivo: é o valor recebido da contraparte quando a ponta ativa rende mais do que a ponta passiva.
• Ajuste negativo: é o valor pago para a contraparte quando a ponta passiva rende mais do que a ponta ativa.
• Tributação: o IR é retido na fonte pela contraparte e será pago de acordo com a tabela regressiva de IR,
tendo como base de cálculo o valor do ajuste positivo (caso haja).
• Não existe possibilidade de compensação de perdas.

Mercado de opções: direito de compra ou venda de lote de ações padronizado.


Lançador: vende uma opção e possui obrigação de honrar seu compromisso.
Titular: tem o direito de exercer ou negociar uma opção.
Prêmio: preço de negociação da opção (fração do preço do ativo-objeto).
Strike: valor de exercício da opção.
Vencimento: sempre na terceira segunda-feira do mês.
Call: opção de compra de ações (titular aposta na alta e lançador na baixa).
Put: opção de venda de ações (titular aposta na baixa e lançador na alta).
82
Opção americana: pode ser exercida a qualquer momento durante a vigência do contrato.
Opção europeia: pode ser exercida apenas na data de vencimento.

O preço do ativo objeto determina se a opção está:


In The Money (ITM) ou dentro do dinheiro:
ITM – opção será exercida (call: strike < preço do ativo objeto ; put: strike > preço do ativo objeto).
At the Money (ATM) ou no dinheiro:
ATM – opção será exercida (strike = preço do ativo objeto).
Out of the Money (OTM) ou fora do dinheiro:
OTM – opção não será exercida (call: strike > preço do ativo objeto ; put: strike < preço do ativo objeto).

*Obs: Quando há distribuição de dividendos ou proventos, o preço de exercício é ajustado!

Garantias:
Titular: não há garantias (pode perder no máximo o prêmio pago).
Lançador: coberto (possui títulos referentes à opção) ; descoberto (deposita margem de prêmio e de risco).
Vantagens: alavancagem, proteção, baixo montante necessário para investimento, possibilidade de
encerramento de posição.
Desvantagens: alto risco, alta capacidade de perda, baixa liquidez em alguns casos.

O mercado de opções pode parecer um pouco confuso em um primeiro momento. No entanto, a dica de
prova é: pense sempre em exemplos numéricos para analisar as questões de forma mais clara. A
nomenclatura pode confundir quem está começando a estudar sobre opções e as analogias podem
facilitar o seu raciocínio. 83
Exemplo 1:

Vamos supor que as ações da Petrobras custem R$10 no mercado e você seja titular de uma opção de
compra (call) de 100 ações da Petrobras a R$12. Você vai exercer esta opção? Em outras palavras, vale a
pena usar o direito que você adquiriu e gastar R$12 com algo que vale R$10 no mercado?

Claro que não.

Isso quer dizer que a opção está fora do dinheiro ou “out of the money” (OTM). Nesse caso, o titular da
opção não exerce o seu direito. Ele apenas perde o prêmio, isto é, o valor que foi pago para adquirir a
opção de compra (call) de Petrobras. O valor do prêmio é o prejuízo máximo do titular de uma opção.

Agora vamos considerar que as ações da Petrobras custe, os mesmos R$10 no mercado, mas que você
seja de titular de uma opção de venda (put) de 100 ações da Petrobras a R$12.

Agora é claro que vale a pena usufruir do direito de vender Petrobras a R$12, porque no mercado outros
investidores estão vendendo a R$10.

Isso quer dizer que a opção está dentro do dinheiro ou “In the money” (ITM). Nesse caso, o titular
exerce o direito de vender as ações da Petrobras a R$12, pois ele pode comprar as mesmas ações no
mercado por R$10.

84
Exemplo 2:

Vamos supor que as ações da Vale custem R$50 no mercado hoje. Você resolve lançar uma opção de
compra (call) de 100 ações da Vale com strike (valor de exercício) de R$54 e vencimento em dois meses,
embolsando o prêmio de R$1,50 pago pelo titular. No dia do vencimento, as ações da Vale estão
custando R$57 e o titular resolve exercer seu direito. O que acontece?

O lançador tem que arcar com prejuízo financeiro e o montante é igual ao valor das ações da Vale no dia
do vencimento (R$57) menos o strike da opção (R$54) descontado do valor recebido pelo prêmio
(R$1,50). Nesse caso, o valor de prejuízo seria de -R$1,50 por ação.

Para o lançador de uma opção, o prejuízo é ilimitado. Se as ações da Vale subissem 50% no período e
chegassem a R$75 no dia do vencimento, o prejuízo seria bem maior (R$19,50).

Agora considere os mesmos dados do exemplo acima, exceto o preço das ações da Vale, que nesse
segundo cenário custam R$52 no dia do vencimento. O que acontece?

Como o strike (R$54) é maior que o preço das ações da Vale (R$52), não haverá exercício por parte do
titular. Lembrando que estamos falando de opções de compra nesse exemplo (call). Não vale a pena
comprar por R$54 as mesmas ações que estão sendo vendidas no mercado a R$52.

Dessa forma, o lançador embolsa o valor pago pelo prêmio e esse é o lucro da operação. O prêmio é
sempre o valor máximo que o lançador pode receber.
85
Fatores que influenciam o preço de negociação (valor do prêmio) de uma opção:

• Preço do ativo subjacente (preço spot)


• Preço futuro negociado na opção (strike)
• Taxa de juros da economia
• Prazo de vencimento da opção (expiração)
• Volatilidade ou taxa média de oscilação do ativo subjacente

Modelo Binomial (John Cox e Mark Rubinstein) – parte do pressuposto que no último instante para que uma
opção seja exercida, seu valor tempo é igual a zero. Isso significa que ou a opção está dentro do dinheiro e tem
valor, ou está fora do dinheiro e não vale nada. Este modelo avalia duas probabilidades de preço do ativo objeto
no momento do exercício, uma de valorização e outra de desvalorização.

Modelo de Black & Scholes – é um dos modelos mais utilizados no mundo para determinar o preço de opções
de ações no mercado financeiro. O modelo possui algumas premissas:

• As opções serão exercidas apenas no vencimento


• O comportamento do preço da ação corresponde a modelo lognormal com desvio padrão e média constante
• Não há custos de transação
• Os contratos são divisíveis
• Não há arbitragem possível

86
Para a prova do CEA, não é necessário utilizar fórmulas para precificar opções. Inclusive, existem diversas
calculadoras que disponibilizam a matemática por trás do modelo, que precisa dos seguintes inputs:

• A data de início e vencimento da opção


• Se é uma Call ou Put
• A volatilidade do ativo
• A Taxa livre de risco ao ano (SELIC)
• A taxa de dividendos da ação
• O preço do ativo
• O preço de exercício

Estratégias com opções

Operação de financiamento (lançamento coberto) – é a operação mais simples que existe com opções, o
investidor compra a ação à vista e lança (vende) uma opção de compra (call). O prêmio recebido reduz o preço
médio da ação em carteira. Nessa estratégia, existe o risco da ação subir muito e o investidor ser exercido (ter
que se desfazer da posição). O lançamento da opção de compra reduz o preço médio da ação mas também
limita os ganhos potenciais ao valor do strike.

Box de duas pontas – também chamado de “spread de renda fixa”, é um tipo de operação que transforma
opções em estratégias de renda fixa, combinando uma call e uma put da mesma ação com o mesmo
vencimento, assegurando uma rentabilidade predeterminada no início da operação.
Box de quatro pontas – funciona da mesma forma, mas combina duas calls e duas puts.
87
Straddle – consiste na compra de uma opção de compra (call) e de uma opção de venda (put), com mesmo
preço de exercício e data de vencimento. O investidor tem um potencial de lucro grande se o ativo se
desvalorizar ou se desvalorizar de forma acentuada. Esta operação é conhecida como “compra de volatilidade”.

Strangle – consiste na combinação de uma put com uma call com diferentes preços de exercício, mas com o
mesmo vencimento. O preço de exercício da put deve er menor que o da call. Caso o preço permaneça em
patamares próximos, ocorre uma perda limitada. Caso a valorização ou desvalorização seja acentuada, ocorre
ganho financeiro. Dessa forma, também trata-se de estratégia de “compra de volatilidade”.

Collar – consiste em uma estratégia de proteção contra grandes perdas, mas também limita altos ganhos
potenciais. O investidor compra uma put fora do dinheiro e ao mesmo tempo vende uma call também fora do
dinheiro.

Barreira simples – denominadas “cap” para opções de compra e “floor” para opções de venda. O “cap” é um
limite de preço superior para o ativo objeto que limita os ganhos potenciais da operação. O “floor” por outro
lado, é um limite de preço inferior para o ativo objeto, que limita as perdas potenciais da operação.

Barreira knock-in ou barreira de entrada – neste tipo de opção, o direito de exercício está condicionado ao
alcance de um determinado preço para o ativo objeto. A opção só é válida caso o preço gatilho seja atingido.

Barreira knock-out ou barreira de saída – neste tipo de opção, o direito de exercício deixa de valer caso o ativo
objeto alcance um determinado preço.

Obs: opções com barreiras são classificadas como opções exóticas


88
Certificado de Operações Estruturadas (COE) – mistura elementos de renda fixa e renda variável e pode
funcionar com valor nominal protegido (garantia do investimento) ou valor nominal em risco (possibilidade de
perda do capital protegido). Emitido por bancos e registrados na B3. Os ativos subjacentes do COE podem ser
negociados no mercado local ou internacional e podem ser índices, ações, juros, câmbio, debêntures e outros
ativos de renda fixa.
Principaiscaracterísticas:
. Possibilidade de resgate antecipado sem garantia e sujeito a marcação à mercado
. Exige assinatura de termo de risco por parte do investidor e não tem garantia do FGC
. Tributação regressiva de renda fixa
. Não há prazo ou valor mínimo definido pela regulamentação

Tributação em rendafixa:
IOF: para resgates em até 29 dias, existe cobrança de IOF sobre os rendimentos. O IOF é regressivo e
incide sempre antes doIR.
IR: a regra é a mesma para CDB, DPGE, LF, debêntures, poupança, títulos do segmento agrícola e
imobiliário, notas promissórias e títulos públicos federais Alíquotas:
22,5% - resgates em até 180 dias 20% - resgates entre
181 e 360 dias;
17,5% - resgates entre 361 e 720 dias;
15% - resgates acima de 721 dias.
Isenção de IR para pessoa física: todos os títulos do segmento imobiliário/agronegócio e poupança.

89
Tributação de ações:
Operação normal – 15%, sendo 0.005% na fonte.
Day Trade (compra e venda no mesmo dia) – 20%, sendo 1% na fonte.
IOF – não há.
Cobrança sempre é efetuada no resgate e o responsável pelo recolhimento é o investidor através do
Documento de Arrecadação da Receita Federal (DARF) até o último dia útil do mês seguinte a venda.
*Obs: vendas de ações por pessoa física (exceto day trade) com valor igual ou inferiora
R$20.000,00 são isentas de IR.

Compensação de perdas: é permitida para ganhos líquidos auferidos no próprio mês ou em meses
subsequentes até o limite anterior de perda e para operações na mesma classe de ativos. Exemplo: investidor
perde 30 mil reais em janeiro no mercado de ações e lucra 25 mil reais no mesmo mercado em fevereiro. Os
ganhos de fevereiro não serão tributados. Caso fosse ao contrário (ganho em janeiro e perda em fevereiro), o
investidor pagaria o IR sobre os ganhos de janeironormalmente. São isentos de IR: templos religiosos, partidos
políticos e suas fundações, bem como associações sindicais sem fins lucrativos.

Tributação em derivativos: em geral são tributados da mesma forma que ações, mas há
exceções. São tributados como renda fixa: operações com rendimentos pré determinados, operações “box”
com opções e termo, operações no mercado de swap.

Clearing houses: funcionam para mitigar o risco deliquidação dos ativos


Principais Clearing Houses:
SELIC: títulos público federais.
B3: títulos privados,cotas de fundos de investimento, ações e derivativos.
90
Módulo 4 – Fundos de Investimento
7 a 14 questões de prova
Fundos de investimento: compram ativos (ações, títulos de renda fixa, derivativos,etc..).
Fundos de investimento em cotas: compram cotas de outros fundos de investimento.

Patrimônio líquido do fundo ( PL) é calculado a partir da soma dos ativos da carteira do fundo, marcado a
mercado, mais valores a receber, menos despesas (taxa de administração, taxa de performance e outras
despesas autorizadas).
Cota: menor fração do patrimônio líquido de um fundo.
Valor da cota: Patrimônio líquido / Número de cotas.

O valor do patrimônio líquido e da cota devem ser divulgados diariamente.

Assembleia Geral dos Cotistas e suas principais atribuições:


• Debater demonstrações contábeis;
• Debater substituição do administrador, gestor ou custodiante;
• Fusão, incorporação, transformação ou liquidação do fundo;
• Aumento da taxa de administração;
• Alteração da política de investimentos;
• Emissão de novas cotas (fundosfechados);
• Alteração do regulamento (exceto por exigência geral da CVM, atualização cadastral ou redução da
taxa de administração).
91
Convocação da Assembleia Geral deve ser feita com no mínimo 10 dias de antecedência da data
de realização e será instalada com presença de qualquer número de cotistas.

Assembleia Geral Ordinária (AGO) é convocada anualmente em até 120 dias após o
exercício social para debater sobre as demonstrações contábeis do fundo. Deve ser
convocada no mínimo 30 dias após estarem disponíveis as demonstrações sauditadas.
Qualquer outra convocação é chamada de Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

O cotista deve ser informado sobre:


• Objetivo, política de investimento e riscos associados ao fundo;
• Taxas de administração e demais taxas cobradas;
• Condições de emissão, resgate e prazo de carência (caso haja);
• Critérios de divulgação de informações;
• Advertência de que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura;
• Inexistência de garantias ouseguros.

Para avaliação de performance é recomendável minimamente período de 12 meses.

Chinese Wall: segregação/separação de recursos próprios e de terceiros com objetivo de evitar


conflitos de interesse.

92
Direitos dos cotistas:
O cotista deve ter acesso ao regulamento, valor do patrimônio líquido, da cota ea rentabilidade mensal do
fundo, bem como composição da carteira. O cotista deve receber mensalmente um extrato de seus
investimentos e anualmente um demonstrativopara Imposto de Renda.

Obrigações doscotistas:
• Aportar recursos em caso de PL negativo;
• Pagar taxa de administração;
• Observar riscos e prazos mínimos;
• Comparecer nas AssembleiasGerais;
• Manter seus dados cadastraisatualizados.

Segregação de funções:
Administrador: responsável legal pelo funcionamento do fundo e também pela comunicação com os
cotistas e prestação de informações à CVM.
Custodiante: responsável pela “guarda” dosativos.
Gestor: responsável pela compra e venda de ativos. Pode ser a mesma instituição responsável pela administração
do fundo ou empresa especializada (asset management).
Distribuidor: responsável pela venda de cotas do fundo (pode ser o próprio administrador). Tem como
responsabilidade prevenir a lavagem de dinheiro e realizar procedimento de suitabilit.
Auditor Independente: responsável por validar as contas do fundo uma vez por ano. O auditor deve ser
independente e registrado na CVM.
93
Tipos de fundos:

Fundos abertos : são aqueles cujos cotistaspodem aportar ou solicitar o resgate de seu
investimento a qualquer momento. Quando há aportes, são geradas mais cotas. Quando há
resgates, as cotas referentes deixam de existir. Fundos abertos em geral investem em ativos
de maior liquidez.

Fundos fechados : O número de cotas nesse fundo é limitada, (não é possível criar cotas
para aplicação de novos cotistas). Esse tipo de fundo tem data certa para entrada de cotistas
(quando o fundo está aberto ao mercado) e pode ou não ter um vencimento. Se o investidor
quiser resgatar suas cotas antes do vencimento do fundo, ele terá de negociar suas cotas
com outro investidor no mercado secundário.

Fundo restrito: organizado para receber recursos de um grupo específico de cotistas,


como family offices ou empresas de um determinado grupo econômico. Fundos restritos
normalmente são destinados a investidoresqualificados.
Fundo exclusivo: fundo restrito formado por um cotista único queobrigatoriamente
deve ser investidor profissional. A marcação a mercado é opcional.

Carência: o regulamento de um fundo pode ou não estabelecer prazo de carência para


resgates. No caso da existência de prazo de carência, o resgate antecipado das cotas terá
cobrança de IOF (0.5% ao dia). Caso não haja prazo de carência, o resgate pode ser
solicitado a qualquer momento.
94
Cota de abertura: conhecida no início do dia e calculada com base no valor do PL do fundo do dia anterior
acrescido da variação do DI de 1 dia. O investidor sabe com antecedência quanto pagará pela cota (em caso
de aplicação) ou quanto receberá (em caso de resgate). A cota de abertura só é permitida para fundos de
baixa volatilidade: renda fixa curto prazo, referenciado e simples, além dos fundos exclusivos.

Cota de fechamento: O valor da cota é divulgado no fechamento do mercado e reflete a variação dos ativos no
dia. Esse tipo de cota é obrigatória para fundos que apresentam maior volatilidade.

Taxa de administração: é o valor pago pelos cotistas para remunerar os prestadores de serviço de um fundo.
A taxa é anual, porém calculada e deduzida diariamente, afetandodessa forma o valor da cota do fundo. A
rentabilidade divulgada é sempre líquida da taxa de administração.

Taxa de performance: fundos podem ou não cobrar taxa de performance quando a rentabilidade
supera um indicador de referência. A cobrança é feita apenas sobre os rendimentos que excederem
o tal indicador e é calculada após dedução de todas as despesas. A periodicidade de cobrança é
semestral.

Linha d’agua: metodologia de cálculo da taxa de performance que estabelece uma linha de corte no
ponto mais alto do patrimônio líquido do fundo já utilizado anteriormente para cobrança. Funciona de
modo que o cotista não seja cobrado mais de uma vez.

Taxa de entrada ou saída: não são tão comuns no mercado mas podem ser cobradas. A taxa de saída
geralmente é cobrada em fundos com carência, para resgates dentro do prazo de carência.
95
Despesas e encargos dos fundos: taxa paga ao administrador, impostos, despesas com
publicidade, formulátios e relatórios, honorários e despesas com o auditor, emolumentos e
taxas por operação, taxa de custódia e taxas pagas para constituição ou encerramento do
fundo.

O administrador de um fundo de investimento é obrigado a avisar todos os cotistas


imediatamente sobre qualquer ato ou fato relevante relacionado ao funcionamento do
fundo, ou referente aos ativos financeiros integrantes de sua carteira. Essa divulgação é feita
de acordo com o regulamento do fundo. A CVM considera relevante qualquer ato ou fato
que possa influir de modo significativo no valor das cotas ou na decisão dos investidores de
adquirir, vender ou manter suas cotas.

Regulamento: estabelece as regras de funcionamento do fundo e deve discriminar


todas as taxascobradas.

Formulário de Informações Complementares (FIC) : documento que contém a política de


divulgação de material do fundo e informações complementares. É um documento virtual
que deve ser disponibilizado no site do administrador e do distribuidor Lâmina: documento
de uma única página que resume objetivo, políticas de investimento e características
operacionais da aplicação, tais como valores mínimos, taxas, horários de aplicação e resgate.
Deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de cada mês com os dados do mês anterior.
Termo de adesão: documento pelo qual o cotista atesta, antes de entrar no fundo, que
deve acesso ao regulamento, lâmina e FIC e tem conhecimento sobre os fatores de risco e
ausência de garantias em caso de perda.
96
Aplicação/Resgate – quando há novas aplicações (compra de cotas), o gestor compra ativos. Quando
há resgates (venda de cotas), o gestor vende ativos para honrar seu compromisso.
Em casos de resgates incompatíveis com a liquidez existente ou que possam prejudicar os demais
cotistas, o administrador pode declarar o fechamento do fundo para resgates. Caso o fundo permaneça
fechado por mais de 5 dias consecutivos, deve ser convocada obrigatoriamente Assembleia Geral
Extraordinária (AGE) para discutir a substituiçãodo administrador e/ou gestor, reabertura ou não para
resgates, possibilidade do pagamento de resgate em ativos, cisão ou liquidação dofundo.

Fundos passivos: buscam acompanhar um índice de referência (benchmark), justamente


por isso os gestores possuem menor liberdade na escolha de ativos.
Fundos ativos: buscam superar umbenchmark.
Fundos alavancados: apresentam alguma possibilidade (ainda que remota) de perda superior
ao patrimônio líquido.

Não é tão fácil replicar um benchmark, por inúmeras causas, dentre elas: custos de transação e
operacionais, impostos e regras de marcação a mercado.

Fundos de renda fixa: investem pelo menos 80% do patrimônio líquido em ativos de renda fixa, que
acompanham juros ou índices de preço. Os fundos de renda fixa são caracterizados como longo prazo
se o prazo médio da carteira superar 365 dias. Algumas subclassificações para fundos de renda fixa são:

97
a) Fundo de renda fixa curto prazo: aplica exclusivamente em títulos públicos ou títulos privados
de baixo risco de crédito. O prazo máximo dos títulos em carteira não pode ultrapassar 375 dias
e o prazo médio deve ser inferior a 60 dias. Nesse caso, há obrigação de inclusão do sufixo “curto
prazo” na denominação do fundo.

b) Fundo de renda fixa referenciado: 95% dos ativos em carteira devem acompanhar direta ou
indiretamente um índice de referência. Além disso, 80% desses ativos deve ser de baixo risco de
crédito, sendo permitido o uso de derivativos apenas para proteção (hedge). Há obrigação de
inclusão do sufixo “referenciado” seguido do nome do índice na denominação do fundo.

c) Fundos de renda fixa simples: 95% dos ativos em carteira são títulos da dívida pública federal ou
títulos de instituições financeiras com características de risco equivalente. O nome do fundo deve
conter o sufixo “simples” e a cobrança detaxa de performance é proibida, bem como a realização
de investimentos no exterior, concentração em créditos privados ou transformação do fundo em
fundo fechado. A lâmina de informações desse tipo de fundo deve comparar sua performance
com a variação da taxa SELIC.

d) Fundos de renda fixa de dívida externa: aplica minimamente 80% de seu patrimônio
em títulos da dívida externa de responsabilidade da União. Podem cobrar taxa de
performance.

98
Fundo Cambial: possui como principal fator de risco a variação de preços demoeda(s) estrangeira(s) ou de
derivativos relacionados. No mínimo 80% dos ativos em carteira devem pertencer a alguma destas
classes. Importante ressaltar que fundos cambiais NÃO acompanham diretamente a variação do dólar,
euro ou qualquer outra moeda. Pode existir cobrança de taxa de performance.

Fundo de Ações: deve alocar pelo menos 67% do seu patrimônio líquido em ações.

a) Market timing: aumento ou diminuição do percentual alocado em ações de acordo com as


perspectivas econômicas para tentar superar umbenchmark.
b) Stock picking: maior exposição em empresas específicas.
c) Arbitragem: compra e venda do mesmo ativo utilizando títulos oumercados distintos
d) Valor/Crescimento: compra empresas negociadas abaixo do preço considerado “justo” ou
empresas com forte crescimento de lucros.
e) Setoriais: fundos que investem em empresas pertencentes a um mesmo setor ou conjunto de
setores afins da economia.
f) Dividendos: fundos que investem em ações de empresas com histórico de dividend yield consistente.
g) Small Caps: fundos cuja carteira é composta por, no mínimo, 85% em ações de empresas que não
estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX, ou seja, ações de empresas com
relativamente baixa capitalização de mercado. Os 15% remanescentes podem ser investidos em ações de
maior liquidez ou capitalização de mercado, desde que não estejam incluídas entre as dez maiores
participações do IBrX.

99
Fundos multimercado: não há compromisso de concentração em nenhum fator específico de risco,
pode cobrar taxa de performance e utilizar derivativos para alavancagem.

Balanceados: buscam retorno no longo prazo por meio da compra de diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. Estes fundos possuem estratégia de alocação pré-determinada devendo
especificar o mix de investimentos nas diversas classes de ativos, incluindo deslocamentos e políticas de
rebalanceamento. Os fundos desta subcategoria não admitem alavancagem e não podem ter um
benchmark específico (ex: CDI).
Dinâmicos: buscam retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos,
incluindo cotas de fundos. No entanto, estes fundos não estão comprometidos com um mix pré-
determinado de ativos. A política de alocação é flexível, reagindo às condições de mercado e ao
horizonte de investimento. Os fundos desta subcategoria admitem alavancagem.

Principais estratégias de gestão:


Macro: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo.
Trading: operam com diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc) e as estratégias
de investimento são baseadas em movimentos de curto prazo nos preços dos ativos.
Long and Short - Direcional: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda
variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deriva majoritariamente da diferença
entre essas posições. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos de
Renda Fixa – Duração Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compõem este tipo de carteira.
100
Long and Short - Neutro: fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável,
montando posições compradas e vendidas, com objetivo de manter a exposição financeira líquida limitada a
5%. Os recursos remanescentes em caixa devem estar alocados em cotas de fundos Renda Fixa – Duração
Baixa – Grau de Investimento ou em ativos que compoem este tipo de carteira.
Juros e Moedas: fundos que buscam retorno no longo prazo via alocações em ativos de renda fixa,
considerando risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira.
Livre: fundos sem compromisso de concentração em nenhuma estratégia específica.
Capital Protegido: aplicam em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal
investido.
Estratégia Específica: fundos que adotam estratégia específica de investimento, tais como commodities ou
contratos futuros de índice.

Regras para concentração em crédito privado: os fundos que excederem o limite de 50% do patrimônio
líquido alocado em modalidades de crédito privado devem conter em sua denominação a expressão
“crédito privado”. No regulamento, FIC ematerial de publicidade deve estar claro para o investidor que o
fundo pode estar sujeito a perdas substanciais em caso de default.

Fundo de investimento em cotas (FIC) : mantém 95% dos ativos investidos em cotasde outros fundos de
uma mesma classe. No caso dos FIC multimercado, é permitido investimento em cotas de fundos de classes
distintas. Os 5% restantes podem ser aplicados em títulos públicos federais, títulos de instituições financeiras
e operações compromissadas. Na denominação do fundo deve conter “fundo de investimento em cotas” e a
classe das cotas.
101
Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF) : são comercializados no ambiente da
B3 como se fossem ações e visam acompanhar um índice de referência. Devem alocar pelo
menos 95%do patrimônio para acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Fundos de investimento imobiliário (FII) : são fundos fechados com duração determinada ou
não e que investem em empreendimentos imobiliários. Fundos imobiliários devem distribuir
pelo menos 95% dos lucros e é proibida operação em mercados de derivativos.

Fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC e FIC-FIDC) : fundo que aplica pelo menos 50%
de seu patrimônio em operações de crédito feitas entre empresas e bancos. O banco vende seus
empréstimos ao FIDC e libera sua carteira, enquanto as empresas se beneficiam da maior liquidez.
FIDCs podem ser fundos abertos ou fechados e as cotas podem ser senior ou subordinada (mais baixa
prioridade em caso de default). Para o investidor, o risco está relacionado a probabilidade de
inadimplência. FIDCs são destinados apenas para investidores qualificados e podem utilizar derivativos
para proteção.Os cotistas dos FIDC somente podem ser investidores qualificados, a tributação é
regressiva conforme tabela de renda fixa e não há come cotas.

Fundo de investimento em participações (FIP) : versão brasileira dos fundos de “private


equity”, deve investir 90% do patrimônio líquido em participações de empresas em fase de
desenvolvimento através de títulos como ações, bônus de subscrição, debêntures
conversíveis,etc..

Fundos Off-Shore: investemseus recursos noexterior


102
Fundo de índice ou exchange traded fund (ETF): deve alocar pelo menos 95% do patrimônio
de modo a acompanhar a rentabilidade de um índice de referência.

Limites de concentração por emissor:


Até 20% do patrimônio líquido quando o emissor for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta;
Até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for outro fundo de investimento;
Até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor não for companhia aberta, fundo de investimento
ou instituição financeira.

Limites de concentração por modalidade:


Até 20% do patrimônio líquido para os seguintes ativos:
. Cotas de fundos de investimento;
. Cotas de fundos de investimento em cotas (FIC);
. Cotas de fundos de investimento imobiliário;
. Cotas de fundos do tipo FDIC ou FIC-FIDC;
. Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI.

IOF em fundos de investimento: cobrado sobre os rendimentos para resgates em até 29 dias, calculado
antes do imposto de renda, de acordo com tabela regressiva. Há isenção para fundos de ações.

103
Imposto de renda em fundos de investimento:

*Obs: pessoas físicas estão isentas do pagamento de IR para rendimentos distribuidos por
fundos imobiliários negociados exclusivamente em bolsa desde que hajam minimamente 50
cotistas e o titular pessoa física não tenha mais de 10% da totalidade de cotas.

*Obs2: Quando o investidor aplica em vários fundos do mesmo administrador, a perda


realizada em um fundo pode ser utilizada para abater o rendimento que será ́ tributado em
outro, desde que os fundos tenham a mesma classificação.
104
Código ANBIMA de regulação e melhores práticas para fundos de investimento: visa orientar a
concorrência leal, a padronização de procedimentos no mercado, a maior quantidade e
qualidade de informações para o investidor e a elevação dos padrões fiduciário e de melhores
práticas. A adesão é voluntária e o código não se sobrepõe à legislação. Para registro de fundos,
deve ser encaminhado lâmina, regulamento, comprovante de pagamento da taxa de registro e
formulário de cadastro.

a) Marcação a mercado: o fundo deve reconhecer e informar todos os dias o valor de mercado de seus
ativos (preço de fechamento para ativos de renda fixa e preço médio de negociação do dia para ativos
de renda variável). O objetivo da marcação a mercado é evitar a transferência de riqueza entre cotistas
e o administrador deve divulgar uma versão simplificada da metodologia.

b) Divulgação de rentabilidade: proibida divulgação de performance anterior a 6 meses ou


comparação de fundos de classes distintas sem qualificá-los, obrigatória discriminação de fatores de
risco.

Classificação de fundosANBIMA:
Agrupamento de fundos com características semelhantes de acordocom classificação em três
níveis: classes de ativos, riscos e estratégias de investimento.

Para mais informações, acesse o link disponibilizado pela própria ANBIMA:

105
Módulo 5 – Previdência complementar aberta (PGBL e VGBL)

7 a 11 questões de prova

Previdência social: benefício pago pelo INSS, é uma forma de seguro administrado pelo
governo para pagar aposentadorias e auxíliosgravidez/acidente/doenças.
Previdência privada: investimento opcional de longo prazo para acúmulo de reservas.

Conceitos:
Taxa de administração: despesas com a gestão financeira que incidem durante toda a fase de
contribuição sobre o capital total investido. O valor percentual da taxa temque ser aprovado pela
Susep e pode variar de acordo com o plano.
Taxa de carregamento: cobrança na entrada do plano ou a cada depósito para arcar com despesas
administrativas e de corretagem. As instituições financeiras podem cobrar até 10% de taxa de
carregamento para planos VGBL e PGBL mas isso não é comum no mercado por conta da concorrência.
Existem três formatos de taxa de carregamento:
a) antecipada: incide no momento do aporte e diminui conforme o depósito ou
montante aumenta.
b) postecipada: incide em casos de resgate ou portabilidade e diminui conforme otempo
de permanência no plano aumenta.
c) híbrida: cobram na entrada e na saída, podendo diminuir devido ao aumento de
capital quanto e ao prazo de permanência.
106
Fase de contribuição: durante este período, o participante do plano de previdência acumula recursos
para sua aposentadora, através de depósitos regulares ou esporádicos. Essa fase é chamada de reserva
ou provisão matemática. É possível alterar o beneficiário do plano, a data de início da fase de benefícios
e fazer portabilidade para outro plano. Até noventa dias antes do encerramento da fase de contribuição,
o participante receberá uma notificação para manifestar interesse de entrar na fase de benefícios ou
manter a fase de contribuição, administrando resgates por conta própria.

Resgate: O participante poderá solicitar resgate total ou parcial dos recursos aplicados após o
cumprimento do período de carência, disposto entre 60 dias e 24 meses. O prazo de resgate depende
do plano e a contagem começa a partir da data de inscrição na Entidade Aberta de Previdência
Complementar (EAPC).

Resgate total ou parcial: quando o investidor resolve sacar os recursos acumulados no plano.

Resgates programados: são definidas datas específicas para retirada do dinheiro e o saldo que
continuar no plano segue rendendo

Fase de benefício: para calcular o valor que deve ser pago na forma de renda mensal, considera-se o
montante acumulado na fase de contribuição, a tábua biométrica de sobrevivência (tabela que informa
a probabilidade de sobrevivência, de acordo com a idade) e o indicador de juros referente ao contrato.
O valor do benefício pago sob a forma de renda será atualizado anualmente pelo indicador de
referência, de acordo com o regulamento do plano.

107
Renda por sobrevivência: renda paga ao participante do plano em forma de aposentadoria. Existem
algumas modalidades:

Renda Vitalícia: nesse caso, o investidor vai receber uma renda mensal enquanto estiver vivo. Renda
vitalícia conversível ao cônjuge/filhos: o investidor recebe uma renda mensal até o seu falecimento e
depois essa renda é repassada ao beneficiário indicado no plano. Renda vitalícia com prazo mínimo
garantido: o investidor recebe o benefício durante toda a sua vida e caso venha a falecer antes do prazo
mínimo, a renda é repassada para algum beneficiário.

Renda temporária: o investidor estabelece um prazo para o recebimento da renda e pode contratar pecúlios
(aditivos) para o seu plano.

Entenda os casos:

Renda por invalidez: renda paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e permanente. O
pagamento é justificado caso o evento de invalidez ocorra durante o período de cobertura e após período de
carência estabelecido no plano. Pecúlio por invalidez: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao
próprio participante em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de
cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido no Plano.

Pensão por morte: renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em
decorrência da morte do Participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o
período de carência estabelecido no Plano. Pecúlio por morte: importância em dinheiro, pagável de uma só
vez ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição em decorrência da morte do Participante
ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no Plano.
108
Regimes de tributação: podem obedecer a tabela progressiva (compensável) ou regressiva (definitiva). Uma
vez que o investidor escolhe o método de tributação regressivo, não poderá haver mudança. No caso do
PGBL, a tributação incide sobre o valor total acumulado e no caso do VGBL apenas sobre os lucros.

Portabilidade: transferência total ou parcial de recursos entre planos de previdência. Não é permitido mudar
de modalidade (VGBL para PGBL e vice-versa).

Portabilidade externa: migração de plano de previdência entre instituições distintas.

Portabilidade interna: migração entre planos administrados pela mesma instituição financeira.

Tributação na portabilidade: não há incidência de imposto de renda no momento da portabilidade. Se o


regime de tributação do plano for definitivo (tabela regressiva), continua valendo o tempo de permanência
anterior. Quem optou pelo regime tributável progressivo (compensável) poderá, no momento da
portabilidade, mudar para o regime de tributação definitiva. Quando isso acontece, a contagem de tempo
anterior é anulada e inicia-se novamente na data da portabilidade.

Fundo de Investimento Especialmente Constituído (FIE): durante a fase de acumulação, o participante do


plano de previdência acumula recursos e cria uma reserva para aposentadoria. Estes recursos ficam
investidos em um FIE, cujo único cotista é a sociedade seguradora. Embora o mercado previdenciário seja
muito bem regulado e o risco de solvência seja bem baixo, o participante está sujeito não somente ao risco
de mercado, mas também ao risco da seguradora.

109
Ativos e limites de alocação por modalidade para cada segmento: os recursos de fundos de previdência poderão ser alocados
nas modalidades renda fixa, renda variável, imóveis, investimentos sujeitos à variação cambial e outros.

Limites da modalidade de renda fixa


• Até 100% para títulos públicos federais, cotas de fundos abertos de renda fixa que invistam em títulos públicos
federais
• Até 75% em títulos emitidos por empresas de capital aberto, cujas ofertas públicas tenham sido registradas na CVM
• Até 50% em títulos emitidos por instituições financeiras e cotas de fundos de renda fixa
• Até 25% em títulos emitidos por companhias securitizadoras e FIDC’s

Limites da modalidade renda variável


• Até 100% em ações, bônus e recibos de subscrição de empresas abertas e cotas de fundos de ações
• Até 75% em ações cuja governança permita estrutura ON e PN
• Até 50% em ações de governança corporativa Nível 1
• Até 25% em ações sem percentual mínimo de free float (segmento tradicional de governança)

Limites da modalidade imóveis


• Até 100% em cotas de fundos de investimento imobiliário ou cotas de fundos de investimento em participações,
cujos ativos em carteira representem o setor imobiliário

Limites da modalidade de variação cambial


• Até 100% em títulos da dívida pública federal remunerados em moeda estrangeira, cotas de fundos cuja
carteira seja composta por pelo menos 80% de ativos relacionados à variação de preços de moedas, cotas
de fundos de investimento no exterior, ETF’s de investimento no exterior, COE’s e fundos multimercado
110
• Até 75% em BDR’s nível I não patrocinados e cotas de fundos Ações – BDR Nível I
• Até 50% em títulos emitidos por empresas de capital aberto no exterior e cotas de fundos que apliquem
minimamente 80% do PL nestes ativos
• Até 25% em títulos emitidos por instituições financeiras no exterior em moeda estrangeira (depósitos a prazo de até
6 meses e certificados de depósito)

Limites da modalidade outros


• Até 100% em cotas de fundos multimercado e COE com valor nominal protegido
• Até 75% em cotas de FIP e FICFIP
• Até 25% em COE com valor nominal em risco, créditos de carbono ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas
Emergentes (FMIEE)

Atuação no mecado de derivativos:


• Deve ser realizada exclusivamente para proteção de carteira
• Não pode gerar exposição superior ao patrimônio líquido (alavancagem)
• Não pode realizar operações sem garantia ou venda de opções a descoberto

Cada investidor deve verificar a política do FIE específico do plano antes de aderir, para escolher um fundo compatível
com seu perfil de risco.

111
PGBL X VGBL – São os dois principais produtos financeiros de previdência privada do país. A principal
diferença é que o PGBL cobra o imposto de renda sobre todo o valor acumulado (dinheiro investido +
rendimento), enquanto o VGBL cobra apenas sobre o rendimento.

Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) – indicado para investidores que fazem a declaração do
imposto de renda completa, pois existe a possibilidade de abatimento de até 12% do IR . Não existe
nenhuma garantia de rentabilidade e o resgate pode ser feito no prazo de 60 dias em um único
pagamento ou em parcelas mensais.

Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) – indicado para investidores que não possuem renda
tributável ou que querem investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência. No VGBL, o
investidor paga IR sobre o valor dos rendimentos.

Regime de tributação regressivo: Indicado


para quem planeja investir no plano por mais
tempo.

112
Regime de tributação progressivo
(compensável):
Indicado para prazos mais curtos ou
caso o objetivo do investidor seja
uma renda mensal que não
ultrapasse a alíquota de 7,5%.

O contribuinte deve levar o IR retido na fonte pela entidade aberta de previdência complementar
(EAPC) para sua declaração anual de ajuste de IR. Nesta declaração, sai o resultado final do IR a pagar,
já considerando demais receitas e eventuais despesas. O contribuinte pode inclusive ser restituído de
parte do valor pago.

Em caso de resgate total ou parcial, será descontado na fonte 15% de IR. Após o recolhimento, o
investidor pode ter de pagar mais ou ser restituído em sua declaração anual.

113
Módulo 6 – Gestão de carteiras e riscos

7 a 14 questões de prova

Risco de um investimento: medida de incerteza, probabilidade de o retorno não corresponder às


expectativas. Taxa livre de risco: investimento que não possui risco de crédito (no caso brasileiro o
mais aproximado seria a taxa selic).
Risco de crédito: associado a probabilidade de default do juros ou principal por partedo emissor. Agências
de rating tem o papel de dar transparência ao mercado e quanto pior for a avaliação, maior será a taxa de
retorno exigida pelos investidores.
Risco de liquidez: traduzido pela dificuldade de vender um ativo no prazo e preço esperados.
Risco de liquidação: traduzido pela possibilidade de não entrega dos títulos (liquidação física) ou do valor
financeiro (liquidação financeira). Esse risco é mitigado pelas clearing houses.
Risco de imagem: impacto negativo da opinião pública.
Risco de contraparte: possibilidade de uma das partes envolvidas em uma transação não
honrar com seus compromissos.
Risco soberano: capacidade do país de honrar a dívida pública.
Risco de mercado: risco da variação diária de ativos, volatilidade, medido pelo desvio padrão. Risco de
mercado pode ser dividido em risco sistemático (afeta todos os ativos) e risco não sistemático (específico
de determinada empresa ousetor).

*Obs: apenas o risco não sistemático é diversificável.

114
Conceitosbásicos de estatística que serão necessários para a prova: média, moda, mediana, variância e
desvio padrão. Os conceitos podem ser cobrados na avaliação, inclusive pode ser necessário fazer contas
e para isso recomendamos a utilização da calculadora financeira HP12c. Caso tenha dúvidas sobre algum
destes conceitos, assista este vídeo no Youtube, onde explicamos cada um deles.

Covariância: avalia como duas variáveis se correlacionam de forma linear.


Exemplo: quando os juros sobem, os preços de títulos prefixados caem.
O exemplo mostra covariância negativa entre as variáveis, ou seja, elas se movem em direções opostas. Por
outro lado, quando a covariância é positiva, as variáveis tendem a caminhar na mesma direção. Quanto mais
próxima de zero a covariância, menos pode-se identificar comportamento interdependente entre as variáveis.

Coeficiente de correlação: medida adimensional que varia entre -1 e 1 e indica o grau de


interdependência entre duas variáveis.

-1 0 1
Máxima diversificação. As Não há relação Não há diversificação. As
variáveis X e Y se movem entre as variáveis. variáveis X e Y se movem
em sentidos opostos e na em sentidos iguais e na
mesma proporção. mesma proporção.

115
Coeficiente de determinação (R2): mostra o percentual da variação de um ativo que é
explicada por outro ativo e o percentual de fatores aleatórios. É o quadrado do coeficiente
de correlação.

Beta: é uma medida associada ao risco sistemático, não diversificável ou risco de mercado.
Assume-se que o índice Ibovespa no do Brasil seria uma proxy para o risco de mercado e o
coeficiente beta de uma carteira apenas com o índice seria igual a 1.

Valor do beta:
beta = 0 retorno esperado é a taxa livre de risco
0 > beta < 1 retorno esperado é menor do que a carteira de mercado
beta = 1 retorno esperado é igual a carteira de mercado
beta > 1 retorno esperado é maior do que a carteira de mercado

*Obs: quanto maior o retorno esperado, maior o risco. Dessa forma, carteiras com
betas mais elevados são mais agressivas.

Distribuição normal: busca explicar a probabilidade de eventos ocorrerem diante de um


determinado intervalo de confiança: 67% de confiança = 1 desvio padrão; 95% de
confiança = 2 desvios padrão; 99% de confiança = 3 desvios padrão.

116
Teoria de eficiência dos mercados – um mercado informacionalmente eficiente é um mercado em que os
preços dos ativos refletem novas informações de forma rápida e racional. Um mercado eficiente é, portanto,
um mercado em que os preços dos ativos incorporam toda a informação passada e presente. Gerentes de
portfólio e analistas estão particularmente interessados na eficiência dos mercados porque afeta quantas
oportunidades lucrativas de curto prazo (ineficiências de mercado) existem. Em um mercado altamente
eficiente, uma estratégia de investimento passiva (isto é, comprando e mantendo uma ampla carteira de
mercado) que não busca retornos superiores ajustados ao risco é preferível a uma estratégia de investimento
ativa devido a custos mais baixos (por exemplo, custos de transação e de busca de informações). Em contraste,
em mercados menos eficientes, estratégias de investimento ativas podem alcançar retornos superiores
ajustados ao risco (líquidos de todas as despesas na execução da estratégia), em comparação com estratégias
passivas. Para que os mercados sejam eficientes, os preços devem se ajustar rápida e racionalmente à liberação
de novas informações. Em outras palavras, os preços dos ativos em um mercado eficiente devem "refletir
plenamente" todas as informações. Os mercados financeiros, no entanto, geralmente não são classificados nos
dois extremos como completamente ineficientes ou completamente eficientes, mas, ao contrário, como
exibindo vários graus de eficiência. Os preços dos ativos em um mercado altamente eficiente, por definição,
refletem as informações mais rapidamente e com mais precisão do que em um mercado menos eficiente. Estes
graus de eficiência também variam ao longo do tempo, por região geográfica e tipo de mercado. Diversos
fatores contribuem e impedem o grau de eficiência em um mercado financeiro.

Fatores que impulsionam a eficiência de mercado – disponibilidade de informações, balanços financeiros


públicos, órgãos reguladores que fiscalizam crimes financeiros
Fatores que limitam a eficiência de mercado – custos de transação, custos de aquisição de informações,
limitações de trading (proibição de venda a descoberto por ex).
117
Hipótese de eficiência fraca de mercado – preços de ativos refletem plenamente todos os dados passados do
mercado, que se referem a todas as informações históricas de preço e volume. Os dados de negociação
passados já estão refletidos nos preços atuais e os investidores não podem prever mudanças de preços futuros
extrapolando valores.
Hipótese de eficiência semiforte de mercado - preços de ativos refletem todas as informações conhecidas e
disponíveis publicamente. As informações disponíveis ao público incluem dados financeiros (tais como lucros,
dividendos, investimentos corporativos, mudanças na administração, etc.) e dados do mercado financeiro (tais
como preços de fechamento, número de ações negociadas, etc.). Portanto, a forma semi-forte de eficiência do
mercado engloba e domina a forma fraca.
Hipótese de eficiência forte de mercado - preços de ativos refletem plenamente tanto as informações públicas
quanto as privadas. Nesse caso, os participantes do mercado não são capazes de obter retornos anormais com
base em informações privilegiadas. Os preços refletem tudo aquilo que a administração de uma empresa sabe
mesmo que não tenha sido divulgado publicamente. Entretanto, a forma de eficiência forte é improvável de
existir no mundo real. Inclusive, a própria dinâmica do mercado trabalha com fontes públicas e os órgãos
reguladores fiscalizam indícios de “insider trading” na maioria dos países.

118
Risco x Retorno: o investidor sempre quer maximizar o retorno e minimizar o risco. Considerando
que o retorno sempre será medido pelo retorno esperado (média de retornos) e o risco é avaliado
pelo desvio padrão, o princípio da dominância sempre será válido, ou seja, para dois ativos de
mesmo retorno esperado, escolhe-se aquele com menor risco e para dois ativos com mesmo risco
esperado, escolhe-se aquele com maior expectativa de retorno.

Diversas teorias e modelos tratam do princípio da diversificação de ativos para reduzir o risco não
sistemático (referente a um setor, título, empresa, etc.)

Modelo de Markowitz – a teoria de seleção de carteiras elaborada por Markowitz considera que para
otimização da carteira de investimentos, seria necessário alocar ativos com covariâncias que se
anulassem, dissipando o risco e construindo uma carteira de mínima variância (CMV) para um dado
retorno esperado. Essa combinação de ativos é definida pela participação percentual de cada ativo na
carteira. A partir da CMV é possível obter a fronteira eficiente, traçando todas as combinações de
ativos que possuem o menor nível de risco para qualquer retorno superior a CMV.
A CMV é extremamente importante pois representa o trade-off de risco e retorno do investidor, de
acordo com suas preferências e tolerâncias. Para dois ativos (A e B), a carteira de variância mínima
pode ser determinada a partir da seguinte equação:

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐴 = (𝑉𝑎𝑟 𝐵 − 𝐶𝑜𝑣)/((𝑉𝑎𝑟 𝐴 + 𝑉𝑎𝑟 𝐵 − 2 𝑥 𝐶𝑜𝑣 )


𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐵 = (1 − 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐴)
𝐶𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝐶𝑜𝑟𝑟 𝐴, 𝐵 𝑥 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑃𝑎𝑑 𝐴 𝑥 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑃𝑎𝑑(𝐵)

119
Coeficiente de determinação (R2): mostra o percentual da variação de um ativo que é
explicada por outro ativo e o percentual de fatores aleatórios. É o quadrado do coeficiente
de correlação.

Beta: é uma medida associada ao risco sistemático, não diversificável ou risco de mercado.
Assume-se que o índice Ibovespa no do Brasil seria uma proxy para o risco de mercado e o
coeficiente beta de uma carteira apenas com o índice seria igual a 1.

Valor do beta:
beta = 0 retorno esperado é a taxa livre de risco
0 > beta < 1 retorno esperado é menor do que a carteira de mercado
beta = 1 retorno esperado é igual a carteira de mercado
beta > 1 retorno esperado é maior do que a carteira de mercado

*Obs: quanto maior o retorno esperado, maior o risco. Dessa forma, carteiras com
betas mais elevados são mais agressivas.
O beta pode ser calculado de acordo com a equação abaixo:

𝐶𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎(𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜, 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜)
𝛽=
𝑉𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎(𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜)

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑃𝑎𝑑 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
𝛽= x Correlação (ativo, mercado)
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑃𝑎𝑑 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜
120
Coeficiente Alfa ou Alfa de Jensen: mostra o diferencial entre o retorno da carteira ou fundo de
investimento que excede o ativo livre de risco e o retorno esperado (de acordo com o Beta e o modelo
CAPM). Se o alfa é positivo, o gestor gerou retorno acima do esperado pelo nível de risco da carteira. Alfa
negativo significa que o risco adicional da carteira não foi compensado por maiores retornos.

𝛼 = 𝑅𝑐 − 𝑅𝑓 − 𝛽(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)

𝛼 = Alfa de Jensen
𝛽 = Beta
𝑅𝑐 = Retorno observado do ativo
𝑅𝑓 = Retorno do ativo livre de risco
𝑅𝑚 = Retorno do índice de mercado

Reta do mercado de capitais (Capital Market Line – CML): associa a carteira de mercado ao ativo livre de
risco e determina carteiras que serão combinações lineares desses dois tipos de ativos, de acordo com
níveis crescentes de risco e retorno. As características de risco e retorno de carteiras pertencentes a CML
são mais interessantes do que as carteiras que compõem a fronteira eficiente. A alocação de uma parcela
do capital do investidor no ativo livre de risco proporciona uma diminuição maior do risco da carteira,
tornando-a mais atraente.

Modelos de precificação de ativos financeiros:

Capital Asset Pricing Model (CAPM) – estabele uma relação de equilíbrio entre retorno esperado e fator
de risco (medido pelo Beta)
121
O CAPM amplia o conceito originalmente proposto pela CML, considerando que a carteira de mercado da
fronteira eficiente possa ser replicada por um índice (S&P 500 ou Ibovespa no caso brasileiro), mais fácil de
ser obtido. O modelo CAPM é representado pela fórmula a seguir:

𝑅𝑒 = 𝑅𝑓 + 𝛽(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓)

𝑅e = retorno esperado do ativo


𝑅𝑚 = retorno esperado da carteira de mercado
𝑅𝑓 = retorno do ativo livre de risco
𝛽 = Beta do ativo
(𝑅𝑚 − 𝑅𝑓) = prêmio pago por unidade de risco

O CAPM é representado graficamente pela Reta do Mercado de Títulos ou Security Market Line (SML). A SML
diferencia-se da CML nos seguintes aspectos:
- A medida de risco na SML é o Beta (𝛽), enquanto na CML é o desvio padrão
- A SML utiliza um índice de ações como risco de mercado, enquanto a CML determina a carteira de
mercado a partir da reta que tangencia a fronteira eficiente de uma carteira aleatória

Premissas do modelo CAPM:


- O mercado é de competição perfeita (o número de investidores é muito grande e o patrimônio de cada
um é pequeno em relação ao volume de negócios)
- Taxas de aplicação e captação são iguais e disponíveis a qualquer pessoa (não existe spread nem
inadimplência)
122
- Os retornos dos ativos seguem uma distribuição normal
- Não há custos de transação
- O mercado é eficiente e não existem oportunidades de arbitragem
- Investidores têm expectativas homogêneas
- Todos os investidores seguem o modelo de Markowitz, otimizando a relação de risco e retorno dos ativos
- O modelo é estático (os investidores só fazem planos para o período seguinte)

Algumas das premissas do CAPM têm gerado muita discussão, pois sabemos que na vida real a realidade do
mercado é bem diferente. Ainda assim, é utilizado amplamente pela comunidade internacional de
finanças/investimentos.

Arbitrage Pricing Theory (APT): é um modelo que busca medir a sensibilidade de retorno de um ativo a
diversos fatores de risco considerados. Cada um desses fatores possui um Beta específico associado que
representa um risco relevante. Ao contrário do CAPM, o APT parte do pressuposto que há oportunidades de
arbitragem no mercado, que surgem justamente por conta do mercado não ser eficiente e o comportamento
dos ativos não se aproximar da distribuição normal. O modelo APT parte de três premissas:
- O mercado é de competição perfeita (o número de investidores é muito grande e o patrimônio de cada
um é pequeno em relação ao volume de negócios)
- Os retornos dos ativos são influenciados por diversos fatores de risco independentes
- Há oportunidades de arbitragem no mercado

O APT considera que os retornos de um ativo sofrem influência de diversas variáveis macroeconômicas, como
taxa de juros, inflação, nível de atividade industrial, desemprego, entre outros.
123
O modelo utiliza uma equação fatorial onde os fatores são as fontes de risco:

𝑅 = 𝑎0 + 𝑏1𝐹1 + 𝐵2𝐹2 + ⋯ + 𝐵𝑛𝐹𝑛 + 𝑒

𝑅 = retorno esperado do ativo


𝑎0 = retorno esperado para todas as ações quando os fatores de risco forem zero
𝑏 = sensibilidade do ativo ao fator de risco
𝐹 = fatores de risco que afetam a ação
𝑒 = error term ou resíduo

Acordo de Basileia é um tratado para regular o funcionamento dos bancos e instituições financeiras,
firmado em 1988 na Suíça e ratificado por mais de 100 países. O acordo de Basileia tem como base duas
medidas principais. A primeira é a criação de uma metodologia comum de avaliação de risco de
crédito para as operações financeiras e a segunda obriga que as instituições financeiras mantenham
sempre um índice mínimo de capital depositado em caixa. O acordo é dividido em três partes:

Basileia I – determinou as três regras básicas do acordo.


. Índice de capital, também conhecido como índice de Basileia. Determina que os bancos devem manter
depósitos em caixa que representem pelo menos 8% do total de empréstimos.
. Capital regulatório, que é uma quantia de capital próprio depositado em caixa para mitigar riscos
. Avaliação de risco de operações de empréstimos e financiamentos

Basileia II – reforçou o conjunto de medidas do primeiro acordo e deu mais liberdade aos bancos, ao
permitir que os limites de capital fossem adequados pelo Banco Central de cada país 124
Basileia III – surgiu após a crise de 2008, para ampliar as regras no pós crise
As duas medidas mais importantes de Basileia III são:
. Colchão de conservação de capital – as instituições devem manter, além dos 8% de índice mínimo, uma
reserva extra de 2,5%. Com isso, o percentual de capital que deve ficar depositado subiu para 10,5%.
. Colchão contracíclico de capital - além do índice mínimo, essa regra determina que as instituições
também mantenham em caixa uma reserva entre 0% e 2,5% sobre o capital emprestado do banco. A taxa
pode variar em função da situação do sistema financeiro de cada país e funciona para mitigar os riscos
de crise sistêmica.

Índice Sharpe: é uma medida para avaliar risco/retorno de investimentos.

Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 𝑺𝒉𝒂𝒓𝒑𝒆 = 𝑹𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 − 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐


𝑹𝒊𝒔𝒄𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 (𝒅𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐𝒑𝒂𝒅𝒓ã𝒐)

Quanto maior o índice Sharpe, melhor a relação de risco e retorno e melhor o desempenhodo fundo.
O índice sharpe não pode ter valor negativo e muitas vezes é calculado em sua versão modificada (com
o benchmark do fundo ao invés da taxa livre de risco).

Índice de Treynor: é uma medida de excesso de retorno em relação ao risco sistemático e


portanto difere-se do índice sharpe no denominador, onde é utilizado o coeficiente beta.

Í𝒏𝒅𝒊𝒄𝒆 Treynor = 𝑹𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 𝒅𝒐 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐 − 𝒕𝒂𝒙𝒂 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒆 𝒅𝒆 𝒓𝒊𝒔𝒄𝒐


Beta
125
Índice de Modigliani: é uma medida de retorno ajustado pelo risco. Ao contrário do Índice Sharpe,
ele utiliza o retorno absoluto do fundo e não o retorno relativo à taxa livre de risco.
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑑𝑖𝑔𝑙𝑖𝑎𝑛𝑖 =
𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑑𝑜 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜
Retorno esperado do portfólio: pode ser obtido considerando a média ponderada de retornos dos
ativos da carteira. Considerando uma carteira de dois ativos:
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑓ó𝑙𝑖𝑜 = 𝑊𝐴 × 𝑅1 + 𝑊𝐵 × 𝑅2

Distribuição normal: busca explicar a probabilidade de eventos ocorrerem diante de um


determinado intervalo de confiança: 67% de confiança = 1 desvio padrão; 95% de confiança= 2
desvios padrão; 99% de confiança = 3 desvios padrão.

Value at Risk (VAR): metodologia para obtenção do pior cenário de perda dentrode um de
um determinado tempo e considerando um intervalo deconfiança.
Exemplo: VAR de 2% para 1 dia e 99% de confiança.
Há 99% de chance do valor de perda da carteira em 1 dia não ultrapassar 2%.

Back testing: simulações feitas com dados históricos para testar os limites do VAR

Stop loss: ferramenta utilizada para diminuir posições de risco e minimizar perdas, executando
operações que ultrapassem um certo limite de preço pré estabelecido.

Stress test: avaliação de cenário de stress de mercado para mensurar a maior perda potencial para os
casos que o VAR não fornece informações. Normalmente é utilizado em conjunto com o VAR. 126
Tracking error: mede o desvio padrão das diferenças de retorno entre um portfolio e um índice,
indicando o quão aproximadamente uma carteira replica o benchmark. Para fundos passivos o
tracking error deve ser zero ou muito próximo disso.

Erro quadrático médio: mede o quanto o retorno de um fundo se afasta do retorno do benchmark.
Quanto maior o erro quadrático médio, maior o afastamento entre o retorno do fundo e o retorno
do benchmark.

127
Módulo 7 – Planejamento de Investimentos
11 a 25 questões de prova

Objetivos e relevância deste módulo da prova de acordo com a ANBIMA


“O objetivo deste módulo é verificar se o profissional possui uma visão geral e
consolidada dos tópicos anteriores, tem domínio dos conceitos apresentados e
sua aplicação na avaliação de produtos de investimento, incluindo os principais
indicadores de retorno e risco abordados nos itens anteriores do programa.
Cálculos poderão ser exigidos tendo como base os itens anteriores do programa.
Espera-se que o profissional demonstre uma visão consolidada, permitindo desta
forma uma recomendação adequada de alocação de investimentos em função do
perfil dos investidores, suas reações na perspectiva de Finanças Comportamentais
e do processo de decisão. (Para os cálculos as fórmulas serão fornecidas).”

Adequação de perfil do investidor (API):


Instituições participantes devem eleger critérios próprios para estabelecimento de procedimentos
formais de cadastro e verificação do processo de API, em conformidade com as diretrizes do
Conselho de Regulação e Melhores Práticas. API não se aplica a investidores qualificados,
investidores profissionais, pessoas jurídicas de direito público e clientes que tenham sua carteira
administrada por profissional autorizado pela CVM. Todos os integrantes do sistema de
distribuição de títulos e valores mobiliários devem, obrigatoriamente, verificar a adequação dos
produtos ofertados ao perfil do cliente (processo de suitability). O procedimento pode ser
realizado de forma distinta por cada empresa, mas deve ser suficiente para verificar
128
Informações minimamente necessárias sobre os objetivos do investidor:
• Período de investimento;
• Preferências declarada sobre risco;
• Finalidade do investimento.

Informações minimamente necessárias sobre a situação financeira do investidor:


• Valor de receitas regulares;
• Valor dos ativos sobpatrimônio;
• Necessidade futura de recursos.

Informações minimamente necessárias sobre o conhecimento do investidor:


• Tipos de produtos e operações que o cliente conhece;
• Tipo, frequência e volume das operações que o cliente já realizou;
• Formação acadêmica e experiência profissional.

Embora o perfil do investidor possa ser bem detalhado, o mercado trabalha conceitualmente
com 3 perfis de investidor: conservador, moderado e agressivo

Os produtos de investimento também são analisados e classificados em categorias. Essa


classificação deve considerar:
. Os riscos associados ao produto;
. O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados;
. A existência ou não de garantias;
. Os prazos de carência.
129
Entendendo que os investidores e os produtos de investimentos possuem perfis distintos, a CVM
proíbe a recomendação de produtos de investimento aos clientes:
. Quando o perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço;
. Caso não tenham sido obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do cliente;
. Caso as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas.

Caso a ordem seja do investidor (sem a recomendação), esta poderá ser realizada, desde que o
profissional de investimento obtenha declaração expressa do cliente de que ele está ciente da
desatualização ou inadequação de seu perfil e informe ao cliente sobre as divergências do
investimento para o seu perfil de risco.

As instituições devematualizar o perfil do investidor minimamente a cada doisanos

Finanças comportamentais e a decisão doinvestidor:


As finanças comportamentais sugerem que apesar da maioria das decisões econômicas serem
tomadas de forma racional e deliberada, devemos também levar em conta decisões emocionaise
automáticas dos indivíduos, que muitas vezes se apegam a simplificações ou regras de bolso
conhecidas como heurísticas.

As heurísticas podemnos induzir a erros de percepção e análise chamados de vieses

130
Heurística da disponibilidade – decisões influenciadas por fatos recentes que ficam na cabeça do investidor.
Por conta do víes da facilidade de lembrança, indivíduos tendem a pensar que determinados eventos são mais
prováveis de acontecer.Ex: vender ações de uma companhia ferroviária após noticiário mostrar acidente de
trem.

Heurística da representatividade – indivíduos fazem associações de estereótipos e julgam eventos por


aparência e semelhança, desconsiderando informações relevantes e as próprias regras de estatística. Pode se
manifestar por meio do viés da falta de sensibilidade a uma base ou amostra, concepções erradas sobre o
acaso e sobre a conjunção de eventos ou regressão à média. Ex: nunca mais investir em ações por conta de
uma experiência negativa.

Heurística da ancoragem - informação prévia funciona como âncora, muitas vezes baseada em um valor
específico. Desta heurística surgem os vieses de ajuste insuficiente da âncora e excesso de confiança.
Ex: um investidor comprou ações a trinta reais e viu elas caírem para dezenove reais, mas
independentemente da perspectiva resolve que não vende as ações até que voltem para os trinta reais.

Aversão a perda – indivíduos tendem a dar mais importância as perdas do que aos ganhos. Existem estudos
que mostram que a dor da perda é sentida com mais intensidade do que o prazer do ganho.
Ex: jovem investe apenas em poupança por medo de perder dinheiro.

Framing (enquadramento) – as escolhas de investimentos podem ser apresentadas de uma forma que
destaque os aspectos positivos ou negativos da mesma decisão. Ex: dizer que uma ação tem 5% de chances
de alta pode levar mais pessoas a investirem nesse ativo do que se for dito que a mesma ação tem 95% de
chances de queda. Repare que a única coisa que muda é a forma como a informação é passada/absorvida
131
Ilusão de controle - consiste em acreditar na própria capacidade de afetar eventos futuros, ainda que
não se possua qualquer controle sobre eles.

Armadilha da confirmação - tendência das pessoas a darem valor apenas para opiniões que confirmem
nossas ideias prévias.

Diversificação de investimentos
Risco de mercado é medido pela variação diária de ativos em relação ao retorno esperado de um
investimento. É representado pela volatilidade. O risco de mercado pode ser dividido em risco sistemático
(aquele que afeta todos os ativos) e risco não sistemático (específico de um determinado título, empresa
ou setor).*Obs: apenas o risco não sistemático é diversificável.

Ao colocar todos os seus recursos em um único tipo de investimento, o investidor provavelmente estará
assumindo mais riscos do que caso opte por diversificar seus investimentos. A diversificação é fundamental
para diminuir o risco de uma carteira de investimentos.

Entretanto, nem todo tipo de risco é diversificável. O risco de mercado é inerente a todos os ativos pois faz
parte da incerteza em relação aos rumos da economia e do sistema financeiro.

Bom, agora nos já falamos aqui na apostila sobre rentabilidade, liquidez e risco atrelados aos
investimentos. Esses conceitos básicos são imprescindíveis compreender o mercado. Mas deixemos os
produtos financeiros de lado por um tempo e vamos avaliar agora nosso orçamento pessoal.

132
A disciplina de finanças pessoais estuda o orçamento pessoal e familiar, avalia receitas e despesas, fluxo
de caixa e organização financeira.

Quando avaliamos uma empresa, é importante verificar o patrimônio líquido, isto é, o valor do ativo
menos o valor do passivo do balanço patrimonial. O investidor pessoa física também pode e deve
realizar um balanço patrimonial pessoal ou familiar considerando seus ativos (propriedades e
aplicações financeiras) e passivos (dívidas). Se o saldo do ativo for maior que o do passivo, o
patrimonio liquido é positivo. É importante levar em conta também o índice de endividamento
pessoal (ativo dividido pelo passivo), principalmente no Brasil, onde o histórico de juros cobrado pelos
bancos é bastante alto.

O fluxo de caixa familiar não é diferente, existem receitas e despesas regulares mensais e o importante é
saber equilibrá-las para sobrar alguma coisa no final do mês. Do lado das receitas, o fluxo de caixa do
indivíduo ou família deve mostrar a renda de salário e de aplicacoes financeiras. Do lado das
despesas, deve incluir todos os gastos pessoais ou familiares como aluguel, mensalidades de escola,
transporte, plano de saúde, alimentacao e etc.. Se as despesas superarem as receitas, o agente
econômico é deficitário. Caso contrário, será superavitário. Antes de pensar em recomendar qualquer
produto de investimento, é necessário compreender a situação financeira na qual o investidor se
encontra. Isso vale pra você também, considerando seus próprios investimentos. Zerar dívidas, balancear
despesas e receitas, buscar rendas extras e ter um fluxo de caixa saudável que permita aportes
financeiros todo mês são os primeiros passos para começar a investir. Depois disso, é importante criar
uma reserva de emergência, ou seja, acumular recursos investidos em produtos de renda fixa de baixo
risco e alta liquidez que possam cobrir eventuais demandas emergenciais (desemprego, doença, etc.).
Considera-se para efeitos de cálculo da reserva de emergência o valor que seria necessário para viver
tranquilamente por 12 meses em um cenário adverso. 133
Planejamento de investimentos

Etapas:
1 – Definição da forma de relacionamento com o cliente
2 – Obtenção de informações, dados e objetivos do cliente
3 – Análise e avaliação das condições financeiras do cliente
4 – Desenvolvimento e sugestão de alternativas de investimentos para o cliente
5 – Execução das recomendações de investimentos
6 – Monitoramento das recomendações de investimentos

Definição da forma de relacionamento com o cliente:


. Responsabilidades do cliente e do especialista
. Prazo estipulado de duração da prestação de serviços por parte do planejador
. Forma de remuneração do planejador
. Documentação de eventuais conflitos de interesse

Obtenção de informações, dados e objetivos do cliente:


A coleta de informações pode se dar por meio de uma entrevista pessoal ou por meio de
questionários com perguntas abertas que permitem respostas mais amplas. Esse processo deve
conseguir:
. Identificar a situação patrimonial do cliente e seu fluxo de caixa
. Conhecer e entender os objetivos e metas do cliente a curto, médio e longo prazo
. Avaliar os valores, atitudes e expectativas dos clientes
. Determinar o perfil de risco do cliente
134
Análise e avaliação das condições financeiras do cliente
Nesta etapa, é importante compreender os objetivos, necessidades e situações específicas do
cliente para definir prioridades e coletar informações quantitativas e qualitativas.
Objetivos financeiros, tais como gastos com faculdade dos filhos, financiamentos de longo prazo e
despesas de aposentadora são considerados necessidades e devem ser avaliados
prioritariamente. Por outro lado, objetivos pessoais, tais como viagens e cursos, são considerados
como desejos e avaliados em um plano secundário, podendo ou não estar previstos no plano
financeiro, dependendo da capacidade financeira do cliente. Situações específicas também devem
ser consideradas, tais como divórcio, invalidez, doença terminal, parentes com necessidades
especiais, etc.. Informações quantitativas necessárias:
. Ativos, passivos, fluxo de caixa, renda e obrigações
. Preparar demonstrativos de patrimônio, fluxo de caixa e orçamento para o cliente
. Identificar a atual alocação de ativos do cliente e sua cobertura de seguros
. Identificar possíveis fontes de renda e despesas na aposentadoria
. Identificar contratos e instrumentos que possam afetar estratégias de planejamento sucessório
Informações qualitativas necessárias:
. Identificação de fatores comportamentais e culturais do cliente
. Compreensão do ambiente socioeconômico no qual o cliente está inserido

Desenvolvimento e sugestão de alternativas de investimentos para o cliente


Ao apresentar as recomendações, o planejador deve garantir que o cliente compreende os
fundamentos e riscos envolvidos. Nesse aspecto, é importante distinguir fato de opinião e avisar
ao cliente que as recomendações podem ser alteradas caso mudem as condições pessoais e
econômicas do cliente, além de variáveis de mercado.
135
Execução das recomendações de investimentos
Auxílio na execução das operações caso seja necessário

Monitoramento das recomendações de investimento


O especialista em investimentos deve estar apto para verificar periodicamente se:
- As condições do cliente permanecem as mesmas ou se houve alterações importantes de
patrimônio, geração de renda, sucessão, saúde, metas, desafios, necessidades e objetivos
- O resultado obtido pela carteira de investimentos está de acordo com o esperado
- As condições atuais de mercado mudaram desde a última revisão

136
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