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Conjuntura Internacional
A crise iniciada em 2008 ainda se fazia presente em 2011, principalmente nos EUA e na
Europa.
EUA: A vigorosa expansão monetária nos EUA (US$4,0 trilhões), não surtia o efeito
desejado, pois no novo mundo globalizado, a livre circulação de capitais financeiros acabou
por retirar de dentro do país, parte considerável da moeda posta em circulação. Havia
países proporcionando mais rentabilidade.
Conjuntura Nacional
Em 2013
Começa a operação Lava-Jato, que acabaria por desvendar as práticas políticas no âmbito
do presidencialismo de coalizão estabelecido na CF de 1988. Em paralelo, um protesto pelo
aumento nos preços do Metrô de São Paulo dá início a uma série de manifestações, de
motivação difusa, que toma conta de várias cidades do Brasil.
Eleições 2014
As eleições de 2014 deram início a um impressionante processo de polarização política,
que se ampliou e se estende até os dias atuais. As contas públicas apresentavam uma
previsão de superávit primário de 0,75% do PIB. No entanto, poucos dias após a vitória de
Dilma Rousseff, em novembro, o Ministro Mantega Anuncia, para surpresa de muitos, que o
resultado primário seria na verdade um déficit de 0,8% do PIB, 1,5p.p abaixo do esperado.
Sem entender a significativa diferença nos números, especialistas se debruçaram sobre as
contas públicas e descobriram que o governo federal havia tomado empréstimos junto aos
seus bancos, o que é expressamente proibido pela LRF.
Conjuntura internacional
Em 2019, o mundo persistia nas baixas taxas de crescimento, incluindo a China. Havia
problemas mundiais provocados pela concentração de renda, derivada dos processos da
globalização econômica e intensificada pelos impactos das novas tecnologias no mercado
mundial de trabalho. O aumento da pobreza provoca fluxos de migração das áreas mais
pobres para as mais ricas. Mais do que nunca, a ordem econômica mundial vem sendo
crescentemente questionada, com efeitos políticos marcantes e ressurgência de teses
nacionalistas e da xenofobia
O presidente americano Donald Trump empreendeu uma política comercial de confronto e
todos se preocupam com a “guerra comercial” entre as duas maiores economias, EUA e
China. Uma intensa disputa pelo novo tipo de poder, calcado no domínio das tecnologias,
está em curso e há um encaminhamento para um mundo tripolar, com a inclusão da Rússia.
Esta se aproximou da China e além de parcerias tecnológicas e no setor petrolífero, as duas
nações têm trabalhado numa alternativa ao US$ como moeda mundial de referência.
Conjuntura nacional
O Brasil tem sido conduzido pelo ideárioliberal, embora este não seja totalmente do agrado
do presidente. Como liberal, Guedes, Ministro da Economia, se concentra no desequilíbrio
fiscal, mais precisamente, no déficit primário (desde 2014), na dívida pública e no tamanho
do setor público. Tem também chamado a atenção para os problemas do pacto federativo.
Suas políticas econômicas, portanto, se concentram em reformas estruturais do setor
público:
- reforma da previdência => aprovada.
- reforma tributária.
- reforma administrativa.
Mudança Estrutural
O baixo crescimento econômico brasileiro(baixa inflação), proporcionou ao Bacen a
possibilidade de conduzir um processo de redução (a partir de 2016) da taxa básica de
juros, sem precedente na história. No entanto, a redução da Selic, somada à baixa
mobilidade de capitais da economia brasileira, levou a um trade-off estrutural.
● taxa de juros menor => taxa de câmbio maior
COVID-19
Uma grande externalidade mundial, derrubou a oferta agregada e a demanda agregada,
pois os cidadãos tiveram que se isolar para evitar o contágio e, deste modo, não puderam
executar convenientemente os seus papéis de colaboradores da produção e consumidores.
A economia mundial é atingida pelos dois lados e uma brutal recessão se instala.
Medidas eleitorais
- Proposta de emenda constitucional que estabeleceu estado de emergência para
criar uma série de benefícios 3 meses antes da eleição
- Ações para subsidiar o diesel, a gasolina e o gás e ainda expansão de programas
sociais (bolsa Brasil)
- Usou desse estado de emergência para quebrar o teto de gastos
- Antecipação do pagamento de aposentados, saque do FGTS, linhas de crédito
empresarial, auxílio para caminhoneiros e taxistas.
O debate econômico contemporâneo (2019 - 2023)
Política Monetária
A grande pergunta é, então: política monetária, sobretudo taxa básica de juros, é eficiente
no combate à inflação? Para responder essa pergunta, temos que considerar esses
questionamentos acima (46’).
2. Efeitos fiscais da política monetária (taxa de juros básica aumentada gera
desequilíbrio fiscal)
Desequilíbrio fiscal -> aumento da dívida pública
OBS.: alguns acreditam que este é o maior problema atual, desde o Joaquim Levy no
Ministério da Fazenda em 2015 e seus sucessores, todos eles acham isso. A taxa básica de
juros mais alta, afinal de contas, vai aumentar a dívida pública, e esse maior gasto com a
dívida pública incorre em desequilíbrio fiscal.
SCC: desejável, parte da reserva que vem do SCC é saudável, porque não envolve passivo
nenhum. Brasil exportou mais e importou menos, tendo saldo positivo. As divisas que
entram no país têm de ser convertidas para Real, porque não pode circular outra moeda no
território nacional, e aí as divisas entram nas reservas do país; No SCK, há um passível
atrelado. O capital foi atraído, por exemplo, pela taxa de juros mais alta oferecida pelo
Brasil. Compram títulos, por exemplo, do governo brasileiro, e aí o investidor estrangeiro
tem algo a receber da gente. Envolve um passivo por isso. Vai ter um dia que o estrangeiro
vai pegar o dinheiro de volta.
Entender o percentual das reservas que vieram do SCC ou do SCK é importante, mas mais
importante é a proporção entre eles.
Ainda há a questão dos custos de manter as reservas, que tem a ver com a diferença entre
a taxa de juros brasileiro e a taxa de juros externa. Isso porque quanto maior for a diferença
entre elas, maior será o custo financeiro que se paga. O Bacen não pode investir esse
dinheiro da reserva no Brasil, porque se não vai estar colocando ele em circulação, e
reserva não faz parte da base monetária em circulação. Então, vai investir lá fora, e a
diferença entre a taxa de juros daqui e a externa influenciam nos custos.
Ainda tem a questão da taxa de câmbio. Com o câmbio desvalorizado como o de agora, as
reservas (que estão em dólares) implicam em ganhos para o Bacen, porque em dólares
permanecem a mesma, mas, quando contabilizadas em reais, subiram muito.
Política Cambial
1. Flutuante
Hoje, o câmbio é flutuante, mas não muito, porque tem uma banda que o Bacen não
divulga, porém intervém quando atinge níveis determinados.
Tem impacto negativo nos setores menos competitivos, problema que vem enfrentando
nosso parque industrial por conta da taxa de câmbio mais baixa.
Agrobusiness brasileiro faria efeito holandês sobre o resto da economia? Efeito holandês é
que na crise do petróleo, com o aumento exponencial do preço do petróleo, viabilizou-se
novas províncias de exploração, como no Golfo do México e no Mar do Norte. Este último é
dividido entre alguns países, dentre eles a Holanda. Na parte holandesa, há mais gás do
que petróleo. Então, a Holanda em poucos anos se tornou uma grande produtora e
exportadora de gás. A exportação da Holanda subiu muito, alavancada pelo gás. Ao
exportar mais, entre mais divisas, o que reduz a taxa de câmbio. Aí tem que ver se os
outros setores da economia holandesa conseguem competir nesse ambiente de taxa de
câmbio mais baixa. Alguns não conseguiram competir. A eficiência extremamente maior de
um setor (no caso holandês, o gás), começou a prejudicar os demais. Esse efeito holandês
seria enfrentado no Brasil com o agronegócio, como o setor mais eficiente e com alta
competitividade no exterior?
2. Administrado
O problema do câmbio administrado é a necessidade de reservas (e o Brasil tem), e a
questão dos custos das reservas. Brasil tem hoje um misto de flutuante e administrado.
BRASIL CONTEMPORÂNEO
Conjuntura Internacional
Em 2019, o mundo persistia nas baixas taxas de crescimento, incluindo a China (cresce
ainda, mas não de forma espantosa).
Há problemas mundiais provocados pela concentração de renda, derivada dos processos
da globalização econômica e intensificada pelos impactos das novas tecnologias no
mercado mundial de trabalho. Capitais financeiros circulando livremente traz potencial de
lucros inimagináveis, e os investidores buscaram realizar esse potencial. Mercado financeiro
começou a ganhar preeminência em relação ao capital produtivo. Isso pode trazer
problemas como menor geração de empregos (1 milhão de dólares aplicados no mercado
financeiro gera X de empregos, mas 1 milhão de dólares aplicados no capital produtivo gera
mais). As novas tecnologias se somaram a isso, substituindo os cargos humanos e
aumentando ainda mais o desemprego. Desigualdades do mundo se tornam cada vez mais
óbvias. Pessoas com melhor acesso e relacionamento com as tecnologias têm melhores
empregos e rendas, e poucas pessoas tem isso, o que acentua a concentração de renda. 0
O aumento da pobreza provoca fluxos de migração das áreas mais pobres para as mais
ricas. Mais do que nunca, a ordem econômica mundial vem sendo crescentemente
questionada, com efeitos políticos marcantes e ressurgência de teses nacionalistas e da
xenofobia. A globalização da informação faz com que as pessoas possam se comparar,
comparar as realidades, o que motiva as pessoas a buscarem mudanças de locais.
Trump assume nesse contexto em que há nacionalismo e xenofobia crescentes, com o
capital estadunidense produtivo saindo do território dos EUA porque a globalização permitiu
que se tivesse arranjos produtivos mais favoráveis localizados fora do país. Busca-se
produzir em locais em que a produção é mais barata. Aqueles empregos que esse capital
geraria no território dos EUA passaram a não o ser, havendo um tipo de trabalhador
estadunidense mais ligados às indústrias mais tradicionais (no geral, as pessoas de mais de
40 anos) descontentes com a globalização. O mesmo acontece em outros países
desenvolvidos. A economia começou a crescer mais no setor da indústria de ponta, com
empresas como Apple, Google etc., que emprega, no geral, pessoas jovens. Quem levou o
Trump ao poder foi essa coroada desempregada, com o slogan de “Make America Great
Again”. E o Brexit foi provocado pela mesma história.
O presidente americano Donald Trump empreendeu uma política comercial de confronto e
todos se preocupam com a “guerra comercial” entre as duas maiores economias, EUA e
China. Uma intensa disputa pelo novo tipo de poder, calcado no domínio das tecnologias
está em curso e há um encaminhamento para um mundo tripolar, com a inclusão da Rússia,
com esta se aproximando da China.
Conjuntura internacional desfavorável, e piora com a crise do covid.
Conjuntura Nacional
Visando o apoio do meio empresarial, Bolsonaro escolhe Paulo Guedes para Ministro da
Economia e lhe delega muitos poderes. Assim, Guedes escolhe Roberto Campos Neto para
o Bacen. Durante a campanha eleitoral, os empresários não apoiavam o Bolsonaro, o vendo
com muita desconfiança, até pelo seu posicionamento “””nacionalista””” dele. Apoiaram o
Bolsonaro desde que ele colocasse alguém liberal no controle da economia.
O Brasil tem sido conduzido pelo ideário liberal, embora este não seja totalmente do agrado
do presidente.
Como liberal, Guedes se concentra no desequilíbrio fiscal, mais precisamente, no déficit
primário (o que vem ocorrendo desde 2014 com Levy e Meirelles), na dívida pública e no
tamanho do setor público. Paulo Guedes tem também chamado atenção para os problemas
do pacto federativo (tem estados e municípios que não têm viabilidade econômica para
existir, e essa discussão tem sido mais disseminada agora). Suas políticas econômicas,
portanto, se concentram em reformas estruturais do setor público.
Reformas
Reforma da previdência, aprovada em 2019.
Reforma tributária, atingindo a questão do pacto federativo, porque uma das maneiras que
se tem para dar viabilidade econômica para aqueles estados e municípios que não a tem, é
distribuir melhor as receitas.
Reforma administrativa, que busca mudar o funcionamento público e os órgãos públicos.
Essas 2 últimas reformas tiveram as discussões interrompidas por conta do covid.
Mudança Estrutural
O baixo crescimento econômico brasileiro (baixa inflação) proporcionou ao Bacen a
possibilidade de conduzir um processo de redução (a partir de 2016) da taxa básica de
juros, sem precedentes na história. Governo tem agido muito no sentido de reduzir taxa de
juros, o que trouxe redução dos gastos do governo com o pagamento da dívida, apesar de
esta ter aumentado. Mas, mesmo assim, com a redução da taxa de juros, o que o governo
brasileiro gasta para serviço da dívida, teve uma redução expressiva.
No entanto, a redução da Selic, somada à baixa mobilidade de capitais da economia
brasileira, levou a um tradeoff estrutural: taxa de juros menor -> taxa de câmbio maior. Isso
porque por conta da baixa mobilidade de capitais no país, precisamos compensar aquele
dinheiro que não conseguimos atrair pela economia em si pelo investimento financeiro (que,
no geral, em países como o Brasil, são diretamente influenciados pelas taxas de juros). A
partir do momento em que as taxas do Brasil passam a ser muito baixas, capital financeiro
já não entra mais tanto como antes, o que reduz a entrada das divisas e sobe a taxa de
câmbio. Não é a única explicação (Brasil também perdeu investimentos produtivos,
financeiros, problemas políticos graves, covid), mas é uma questão importante. Apesar de
ter suas desvantagens, uma baixa taxa de juros beneficia grande parte da população
brasileira, assim como o setor público como supramencionado. Ademais, taxa de câmbio
maior beneficia os exportadores, porque os produtos brasileiros ficam mais competitivos no
exterior, e os importados ficam mais caros aqui no país.
Crise Econômica
Produção e consumo: as restrições à circulação de pessoas atingem os dois pilares da
economia (produção e consumo). O cidadão não consegue comprimir convenientemente as
suas duas funções econômicas: trabalhador -> produção, lado da oferta da economia;
consumidor -> consumo, lado da demanda.
Questão da enorme quantidade de trabalhadores informais, que não têm renda fixa, não
são assalariados. Alguns até podem ter registro de MEI (Microempreendor individual). São
pessoas que não têm salário certo, com a renda dependendo diretamente do movimento da
economia. Ao mesmo tempo, as grandes empresas também estão sendo atingidas,
sobretudo aquelas que têm custos fixos muito altos (como aviação, hotelaria, grandes
restaurantes, shoppings etc.). E muitas delas, para cortar custos, demitem, aumentando a
massa de pessoas sem salário fixo. Eles compõem grande parte da PEA brasileira,
implicando em enormes gastos com auxílio emergencial e problemas com a previdência,
uma vez que muitos deles não contribuem para a mesma. Muito da solução está no
keynesianismo, intervenções do governo, porque é o agente com mais dinheiro para agir e
as possibilidades monetárias.
Nesse contexto, as linhas de atuação possíveis são 3:
- Priorizar a saúde, em que o governo precisa prover todo o dinheiro necessário para
que a saúde consiga dar ao cidadão o melhor atendimento possível, e isso não está
acontecendo no Brasil. Outra demonstração cabal dos problemas da nossa
sociedade.
- Prover renda ao cidadão autônomo, se não haverá um problema social muito grave.
- Prover dinheiro para as empresas, tendo de separar a linha de auxílio das pequenas
e médias empresas, daquela das grandes empresas. Não pode simplesmente
abandonar as grandes empresas, porque se elas falirem, muita gente será demitida.
O problema é que não há capacidade fiscal para tudo isso. Os levantamentos indicam 500
milhões necessários. Como financiar isso? A grande maioria dos economistas que não são
muito liberais, defendem a expansão monetária, com 3 propostas, cada uma com efeitos
colaterais próprios:
- Uso das reservas dentro de limites possíveis;
- Endividamento com emissão de títulos para captar dinheiro;
- Impressão direta de dinheiro.