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Geografia econômica

Aula 10: Industrialização e impactos ambientais

Apresentação
A partir dos anos 1980, a produção industrial brasileira passou por momentos de crise alavancados pela chamada década
perdida, ganhando fôlego somente depois do início do novo século. Desde o século XVIII, aliás, a atividade industrial vem
causando importantes processos de degradação ambiental.

Além de definirmos o que significa década perdida e apresentarmos o Consenso de Washington, identificaremos nesta
aula outros termos caros a essa área de estudo, como chuva ácida, efeito estufa e aquecimento global.

Objetivos
Analisar o processo de industrialização brasileira a partir de 1980;

Discutir as diferentes formas de poluição;

Relacionar efeito estufa e aquecimento global.

Industrialização Brasileira a partir de 1980


De acordo com Versiani e Suzigan (1990), os anos 1980 ficaram marcados pelo fato de o Estado abandonar o planejamento
do desenvolvimento industrial. Houve uma grande desarticulação do esquema de incentivos industriais, o que promoveu a
redução das ações desse tipo de política pública.

Também conhecido como a década perdida, esse período foi um momento


importante para as economias da América Latina.
Problemas da “década perdida”
Os Estados Unidos estavam efetivamente preocupados com o crescimento industrial brasileiro, mas as constantes crises do
petróleo da década anterior ajudaram a solapar as aspirações nacionais de desenvolvimento.

Houve um aumento significativo na taxa de juros dos empréstimos já efetivados pelo regime autoritário brasileiro (1964-1985),
aumentando a dívida internacional do Brasil e, consequentemente, a dívida interna de seus estados.

A década perdida é lembrada como um período de grande retração econômica, com uma redução do crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de 7% para 2%, bem como:

Aumento das taxas de inflação;

Aumento de desemprego;

Aumento da desigualdade social.

O setor industrial, sem a ajuda pública, precisou se ajustar às novas medidas macroeconômicas, pagando pelo ônus da crise
externa.

Video

Assista ao vídeo sobre a Década perdida.


Crise financeira e industrial


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Crise financeira e industrial
Vejamos a seguir um gráfico que demonstra o crescimento de profissionais ligados à produção industrial entre 1970 e
1980. A partir deste ano, com a crise financeira e industrial, há uma redução do pessoal ocupado até o ano de 1995:


Fonte: (IBGE, 2007).

O Estado até que tomou algumas medidas que contribuíram para o ajuste do setor, como:

a ampliação de incentivos econômicos;

a criação de subsídios para exportação de produtos industrializados;

um maior controle sobre a importação de mercadorias;

reestruturação da matriz energética.

O problema é que a política salarial do trabalhador resultou em contínua redução do poder de compra dos operários, o
que auxiliava na competividade industrial, embora, por outro lado, reduzisse o mercado consumidor interno.

A era das privatizações


A década foi marcada pela abertura econômica, sobretudo com o governo de Fernando Collor de Melo, que iniciou uma série de
privatizações e concepções aprofundadas na gestão de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Essas decisões estavam a serviço
do Consenso de Washington, uma reunião de medidas para redução da dívida dos estados nacionais devedores.

Video
Consenso de Washington.


Privatizações no Brasil


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Privatizações no Brasil
FHC privatizou empresas dos setores elétrico e energético, como a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e o sistema
Telebras. As privatizações causaram muita controvérsia, pois especialistas alegavam que a CVRD, por exemplo, foi
vendida abaixo do valor de mercado, prejudicando o interesse público. Por outro lado, o segundo conjunto de vendas
beneficiou a população, uma vez que isso contribuiu para a universalização de serviços básicos, como telefonia celular,
internet e banda larga.

Verifique nesta figura o conjunto de privatizações e os seus rendimentos de 1991 até 2014:


Fonte: gazeta do povo.
Em um governo neoliberal, não há espaço para a interferência do Estado na economia. Assim, não houve o desenvolvimento de
uma política industrial clara: foi apenas incentivada a criação, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, de fóruns de competitividade para estimular uma saudável competição entre as corporações. Mas como competir
com os produtos mais baratos e mais modernos que chegavam do exterior com a abertura econômica?

"Com uma conjuntura de relativa estabilidade econômica, altas taxas de juros e real
valorizado, o governo de FHC foi caracterizado pela priorização das exportações e pela
destruição de elos importantes da indústria nacional."
- Isoppo (2017).

Uma nova política industrial: queda e apogeu


Após mais de vinte anos dos governos militares que estimulavam o crescimento industrial e da passagem pelos governos
neoliberais de Fernando Collor e Fernando Henrique, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva finalizou esse "jejum", desenvolvendo
uma nova e clara política industrial.


Leia sobre o processo industrial no Brasil entre 2004 e 2013


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Processo da produção industrial no Brasil entre 2004 e 2013
A equipe econômica do governo Lula criou a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) com um
objetivo claro: inovação e modernização tecnológica. No entanto, a PITCE foi criticada exatamente pela falta de
transparência e metas de curto a médio prazo. Esse programa buscava articular três planos distintos associados a
linhas de ação, opções estratégicas e atividades de futuro.

Estratégias de incentivo industrial não são feitas apenas com políticas públicas específicas: é importante que elas
sejam acompanhadas por políticas macroeconômicas. Por isso, o governo de Lula contou com uma série de iniciativas
abrangentes:

Redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para bens de capital;

Publicação da Lei de Inovação e da Lei do Bem;

Criação do Programa Modermaq;

Continuação e adaptação de programas elaborados por governos anteriores, como aqueles associados ao apoio
a pequenas e médias empresas;

Esforço efetivo para desonerar os investimentos, a produção e as exportações.

Os resultados de tais medidas terminaram por aparecer.

Observe o gráfico com o crescimento de pessoal ligado à produção industrial entre os anos de 2004 e 2013:
Mesmo com todo o esforço estrutural e a recuperação industrial já iniciada no governo anterior, é fato que o governo
não tinha um planejamento industrial claro a longo prazo. Além disso, esse conjunto descompassado e pouco
articulado de iniciativas não foi capaz de influenciar significativamente no aumento do nível de investimentos
necessários para um avanço efetivo de modernização.

De acordo com Isoppo (2017), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma política econômica de juros
altos e câmbio de mercado, o que tornou a política industrial limitada. Apesar disso, pode-se dizer que a política
industrial serviu de apoio à inovação, ao crédito público e às mudanças normativas que desoneraram investimentos
e exportação, e que, após 2008, serviram como medidas anticrise.

Dessa forma, seu governo ficou marcado pelo desenvolvimento econômico e social e sucessivos aumentos do
Produto Interno Bruto (PIB).

Já o início do mandato de Dilma Rousseff foi marcado por um desfavorável ambiente econômico internacional, o que
reduziu o papel da Política de Desenvolvimento Produtivo, embora a via de comunicação com a inovação e a
modernização industrial tenha sido mantida. O Plano Brasil Maior (2011-2014) articulou diferentes ministérios e órgãos
da União a fim de promover a redução dos impactos da folha de pagamento de vários setores industriais. Foi criado
ainda o programa Reintegra com o objetivo de devolver o crédito tributário à indústria exportadora de forma dinâmica.
(ISOPPO, 2017)

Leitura

Plano Brasil Maior.

Nesse período, muito se falava das práticas de dumping. As grandes corporações internacionais ajudavam inúmeras
empresas de pequeno e médio porte nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, a quebrar. O governo da
presidente Dilma tentou medidas para evitar isso.

O que é dumping?

Estratégia de grandes empresas para eliminar a concorrência das pequenas ao reduzir extraordinariamente o preço de
alguns produtos por um determinado tempo.
Leitura

Aberto o 1º processo antidumping sob Dilma.

Para isso, o novo governo buscou:

fortalecer as cadeias produtivas e os investimentos não só em inovação, mas também em adaptação da mão de
obra a essa modernização por meio de formação profissional.

Também foi realizada uma diminuição das tarifas da energia elétrica, havendo ainda grandes estímulos à
construção civil, como o financiamento habitacional.

Exemplo

Lançado em 2009 pelo governo federal, o Programa Minha Casa, Minha Vida buscava subvencionar a aquisição de
imóveis para moradia às famílias com renda de até R$ 1,8 mil e facilitar as condições de acesso àquelas com renda
até de 7 mil. Inúmeras famílias pobres sem acesso à “casa própria” foram beneficiadas, o que fez desse programa o
maior da história do Brasil no acesso imobiliário.

Leitura

Estudo avalia Minha Casa, Minha Vida em 20 regiões urbanas.

Com a crise política oriunda do crescimento midiático na cobertura do esquema de corrupção da Operação Lava Jato,
associando partidos de direita e de esquerda, houve a necessidade de medidas extremas para recuperar o controle da
liderança política da então presidente Dilma. Tentou-se realizar o congelamento das tarifas públicas, cujo acordo foi
quebrado pelas empresas de eletricidade, contribuindo para a inflação.

Por outro lado, o maior consumidor de produtos exportados do Brasil, a China, entrou em relativa recessão, o que
reduziu os preços das commodities negociadas pelo país. Somada a isso, uma crise política foi gerada por partidos da
oposição ao governo que, ao promoverem um conjunto de manifestações, ajudaram a desacelerar os investimentos
estrangeiros e nacionais com a paralisação de grandes obras de estatais.

Exemplo

Além da interrupção de operações da Petrobras, outro bom exemplo foi o fim do andamento das obras do Complexo
Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), gerando um grande desemprego.

Leitura

Comperj: com obra parada e desemprego, Itaboraí fecha mais de 700 lojas e vê violência crescer.

O país entrou em recessão em 2014. No ano seguinte, a presidente anunciou mais um conjunto de pacotes para
enxugar os gastos governamentais, como, por exemplo, a desoneração do setor industrial, aumentando a carga
tributária, como foi o caso da ampliação do IPI. Essas ações geraram contração industrial e fuga de capitais industriais
para países vizinhos com menores impostos, a exemplo do Paraguai.

No governo seguinte, o de Michel Temer, o Brasil não conseguiu desenvolver políticas efetivas de produção industrial.
Desse modo, o desemprego do setor foi uma realidade a ser encarada.

Desconcentração industrial
Você já ouviu falar do conceito de desconcentração
industrial? A partir dos anos 1980, o Brasil tem passado por
esse processo. Muitas indústrias têm “fugido” dos grandes
centros urbanos.

Você já sabe que a Região Sudeste liderou o processo de


concentração da indústria, principalmente por ter
aproveitado a infraestrutura herdada da cafeicultura, como
portos, vias férreas (transporte de produtos), mercado
consumidor e mão de obra assalariada.

A partir da década de 1970, o governo federal desenvolveu


um conjunto de medidas para “democratizar” os espaços
industriais, como, por exemplo, a facilitação para que os
governos estaduais apresentassem incentivos fiscais para a
instalação de novas plantas industriais. Criou-se, portanto,
uma verdadeira guerra fiscal.

Video

Assista ao vídeo para entender melhor o que foi a guerra fiscal.


Por outro lado, os avanços nos meios de telecomunicações e transportes também reduziram a necessidade de aglomeração
industrial, uma vez que as matérias-primas ou os produtos poderiam "viajar" mais rápido pelo espaço geográfico.

A partir de então, muitas empresas têm buscado novos espaços produtivos onde a mão de obra seja qualificada e os
sindicatos menos agressivos às reduções das proteções trabalhistas.

Nos anos 1980 e 1990, muitas cidades médias passaram a sediar plantas industriais modernas, que buscam benefícios fiscais,
mão de obra qualificada e barata e custo de vida com mais qualidade para os seus empregados.

Video

Assista ao vídeo para entender melhor a distribuição espacial da indústria no Brasil.


Degradações ambientais provocadas pelos processos de
industrialização
Conheça os efeitos colaterais ao meio ambiente provocados por processos de industrialização

Leia o texto, a seguir, que abordará:

Efeitos da poluição;

Desastres provocados por empresas;

Efeito estufa e aquecimento global.


Degradações ambientais


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Degradações ambientais
Poluição

Desde a Primeira Revolução Industrial, o crescimento industrial foi fundamental para o desenvolvimento da
degradação ambiental de todas as formas. Cada vez mais matérias-primas são retiradas da natureza para estimular a
produção industrial, o que tem promovido o desmatamento, a destruição de solos e a poluição de corpos hídricos e da
atmosfera. A degradação dos recursos hídricos é muito mais abrangente que a poluição dos corpos d´água, como rios,
nascentes e reservatórios subterrâneos. Ela inclui:

Retirar quantidade maior que sua capacidade de reposição;

Promover a destruição da vida aquática;

Destruir a mata do entorno.

Exemplo

Atualmente, a maior fonte de degradação dos recursos hídricos está no lançamento de esgotamento sanitário, na
contaminação por conta de chorume de aterros sanitários, na poluição por insumos agrícolas e rejeitos minerais e na
poluição pontual de centros industriais.

O Brasil conta com leis importantes – nacionais e internacionais – que protegem o meio ambiente, mas, mesmo
assim, inúmeras empresas ainda utilizam técnicas ilegais para lançar seus efluentes no corpo d’água circundante,
comprometendo a vida aquática. As tecnologias incorporadas ao processo produtivo, na maior parte dos casos, estão
obsoletas, o que acaba por utilizar mais água que o necessário, além de não tratar adequadamente os efluentes
produzidos. Nos grandes parques industriais, por exemplo, os vazamentos formam uma realidade que precisa ser
combatida.

Exemplo

De acordo com Almeida (2015), no Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, uma região industrial de importância nacional, a
Indústria Cataguases de Papel foi responsável, em 2003, pelo lançamento no Rio Pomba, um afluente do Rio Paraíba
do Sul, de mais de 500 milhões de litros de um líquido composto de lixívia e sais utilizados no processo de digestão da
madeira. Isso “causou a mortandade de peixes, a interrupção do abastecimento de água em vários municípios dos
estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro por cerca de dez dias e causou prejuízos em pequenas propriedades
rurais”. (ALMEIDA, 2015).

1. Barragem
Em 2015, a barragem que continha os rejeitos tóxicos da mineradora Samarco S.A foi rompida, permitindo que os
cursos d´agua contribuintes do Rio Doce fossem totalmente cobertos com um material de lama que formou uma onda
argilosa, destruindo residências, propriedades agrícolas, bens materiais (como carros e eletrodomésticos) e
inviabilizando a atividade econômica de pesca, agricultura e extrativismo ativa durante várias décadas na região. O rio
de lama chegou até o Oceano Atlântico, como você pode observar na figura a seguir, exibindo a costa do Estado do
Espírito Santo.

Figura: Foto aérea mostra o Rio Doce inundado com lama após o rompimento de barragens da mineradora Samarco em uma área onde o rio se une ao mar na costa do Espírito
Santo. Foto: Ricardo Moraes/Reuters.

vídeo

Assista ao vídeo sobre a destruição de barragem e degradação do Rio Doce.

2. Baía
Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara vem sofrendo há décadas com a poluição de todas
as formas. No entanto, a atividade industrial, sobretudo aquela associada ao refino de petróleo da Petrobras, tem
promovido um longo histórico de acidentes ambientais, a exemplo do que ocorreu em 1975, 1997, 2000 e 2018.

“Um vazamento de óleo de grandes proporções foi o responsável por mudar o cenário da Baía de Guanabara e
contaminar grande parte do ecossistema de mangues no entorno. No 18 de janeiro de 2000, um duto da Petrobras
que ligava a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ao terminal Ilha d'Água, na Ilha do Governador, rompeu-se antes do
raiar do dia, provocando um vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo combustível nas águas da baía. A mancha se
espalhou por 40km². O episódio entrou para a a história como um dos maiores acidentes ambientais ocorridos no
Brasil. O vazamento afetou milhares de famílias que viviam da pesca e de atividades ligadas ao pescado. Na época,
a Petrobras pagou uma multa de R$ 35 milhões ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e destinou outros R$ 15 milhões para a revitalização da baía.” (ORTIZ, 2014)

Em 2018, uma das inúmeras tentativas de roubo de óleo causou mais um acidente. Ao cobrir a baía, esse material gera
impacto nos manguezais, na vida marinha e no entorno da região, além de inviabilizar a atividade pesqueira, que é
fonte de renda de inúmeras pessoas da região.
Constate a seguir as consequências da poluição por óleo em corpos hídricos. À esquerda, há um areal sendo
constantemente poluído pelo vai e vem da água contaminada; à direita, grupos de pessoas buscam limpar outra praia
poluída por óleo, dessa vez em Bretagne, na França.

3. Solo e atmosfera
a) Solo

Embora não sejam as únicas, as duas principais formas de contaminação são:

Enterros de plumas tóxicas pelas indústrias que deveriam descartá-las por meios legais;

Contaminação por lixões e aterros sanitários ilegais.

Vídeo

Assista ao vídeo de como acontecem as plumas de contaminação.

b) Atmosfera

A poluição conta com a dispersão dos ventos para potencializar o descuido ambiental. Desde a Primeira Revolução
Industrial, inúmeros compostos químicos são lançados no ar, o que tem causado sérios danos à saúde de vegetais e
animais – e, claro, também à saúde do homem.

Você já ouviu falar em chuva ácida? É uma forma de precipitação em que a água cai misturada a ácidos como nítrico,
nitroso e sulfúrico, todos resultantes das reações químicas que ocorrem na atmosfera após o lançamento de
poluentes associados aos centros industriais.

Atenção

Toda chuva é um pouco ácida, mas o problema da chuva ácida é que tal fenômeno multiplica a ação de acidificação
das moléculas de água na atmosfera.

A queima de combustíveis fósseis nos transportes, nas indústrias e nas termelétricas é a principal fonte da chuva
ácida, pois ela lança, na atmosfera, grande quantidade de óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e de nitrogênio (N2O, NO e
NO2). Ao reagirem com a molécula de água da atmosfera, esses óxidos formam os ácidos sulfúrico (H2SO4) e nítrico
(HNO3).

Vídeo

Assista ao vídeo de como ocorre a chuva ácida.

O problema da chuva ácida é que, embora não prejudique diretamente o homem, ela pode degradar lagos e lagoas (e
sua vida aquática) que recebam continuamente essa água da chuva. Além disso, vegetações e florestas inteiras já
foram destruídas pelo fenômeno.

Exemplo

Anos de chuva ácida propiciaram a destruição da Mata Atlântica nas encostas da Serra do Mar. Essa chuva era
oriunda da atividade industrial do município de Cubatão, em São Paulo.
Talvez o caso mais emblemático seja a situação da Floresta Negra, na Alemanha, que perdeu quase metade da sua
cobertura vegetal por conta da chuva ácida. O recorte ambiental fica perto do Vale do Rio Ruhr, uma importante
concentração industrial que historicamente utiliza a queima do carvão mineral para obter energia.

A chuva ácida causa ainda uma destruição contínua de patrimônios culturais e arquitetônicos espalhados pelo mundo.
Muitas esculturas são feitas de mármore e pedra-sabão. Sabe-se que os ácidos agem velozmente sobre essas
superfícies. Confira a estátua danificada na entrada da Igreja de Santa Cruz, em Coimbra, Portugal:

Efeito estufa e aquecimento global

O efeito estufa é um mecanismo natural do planeta para possibilitar a manutenção da temperatura em uma média de
15ºC. Os principais absorventes dessa energia na atmosfera são:

Vapor d’água;

Ozônio troposférico;

Dióxido de carbono;

Nuvens.

Todos esses elementos são encontrados de forma natural na Terra. Sua produção é o que cria a condição de efeito
estufa e a manutenção de uma temperatura média.

O problema é que alguns gases estão sendo produzidos em grande quantidade pela atividade humana. Ao
aumentarem a sua concentração na atmosfera, esses gases consequentemente intensificarão o já existente efeito
estufa. Isso tem promovido o que entendemos como aquecimento global.

Mas que gases são esses?

Após estudos e deliberações, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou um conjunto de gases como o
responsável pela intensificação do efeito estufa. A ONU os chamou de gases de efeito estufa (GEE). Verifiquemos esta
lista com seis gases:

Figura: Gases de efeito estufa controlados pelo Protocolo de Quioto.

Mas, afinal, a temperatura da Terra tem aumentado muito? De acordo com Silva (2009), o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, que é a sigla em inglês) informa que a maior parte do aumento do dióxido de
carbono ocorreu nos últimos 100 anos. Além disso, esse crescimento foi mais acentuado a partir de 1950. Segundo o
órgão, nos últimos 140 anos, a temperatura do planeta aumentou, em média, 0,7 °C.

Já é consenso na comunidade científica que as principais causas do aquecimento global estão associadas às
atividades antrópicas, sobretudo a queima de combustíveis fósseis, as queimadas e o desmatamento. O principal GEE
em discussão atualmente é o gás carbônico (CO2), porque ele tem aumentado, ao longo dos séculos, desde a sua
primeira medição. Esse crescimento é atribuído às emissões decorrentes das atividades humanas.

Vídeo

Assista ao vídeo sobre as causas do aquecimento global.

O aquecimento global tem impactos profundos no planeta:

Extinção de espécies animais e vegetais;

Alteração na frequência e na intensidade das chuvas (interferindo, por exemplo, na agricultura);

Elevação do nível do mar;

Intensificação de fenômenos meteorológicos (tempestades severas, inundações, vendavais, ondas de calor e


secas prolongadas)

Fonte: (BRASIL, 2017)

Vídeo
Assista ao vídeo sobre aquecimento global e suas consequências.


Atividade
1. (Cesgranrio 2016) Depois do grande êxodo rural de brasileiros nas décadas de 1940, 1950 e 1960, o Brasil contou com a
inversão do fluxo, a partir dos anos 1980, que decorre do seguinte fator estrutural:

a) Avanço da desconcentração industrial


b) Expansão da agroecologia no campo
c) Redução do analfabetismo nas cidades
d) Regressão do rodoviarismo no Brasil
e) Realização de megaeventos nos centros urbanos

2. (Idecan 2014) O desenvolvimento e o crescimento dos centros urbanos, muitas vezes, não ocorrem de maneira planejada,
ocasionando vários transtornos para seus habitantes. Alguns desses problemas são de grandeza ambiental e atrapalham as
atividades da vida humana nesses locais. Tais problemas ambientais são causados por diversos fatores, principalmente pela
ação do homem. São exemplos de problemas ambientais, exceto:

a) Efeito estufa
b) Poluição do ar
c) Poluição das águas
d) Poluição visual e sonora
e) Áreas de reflorestamento

3. (Vunesp 2017) Observe o seguinte texto:

"O desmatamento ainda é o principal vilão das emissões nacionais de gases de efeito estufa. O setor de mudança no uso da
terra e florestas é responsável por 61% do total de emissões. A agricultura aparece em seguida, com 19% das emissões
nacionais, e o setor de energia é responsável por outros 15%".

Fonte: (BRASIL, 2017)

A notícia descreve uma das causas que agravam o fenômeno conhecido como:

a) Aquecimento global
b) Biodiversidade
c) Buraco negro
d) Energia renovável
Referências
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___. Anos 80, a década perdida. In: Nerdologia. 26 set. 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NwGI0mtNRrY.
Acesso em: 8 mai. 2019.
___.4.Conexão
(Fuvest)Repórter
Sobre a- década
29/11/2015 - tragédia
de 1980 ambiental.
no Brasil, Disponível
podemos em:do
afirmar, https://www.youtube.com/watch?v=QJTBe3LwKvY&t=32s.
ponto de vista econômico, que foi um período: Acesso
em: 8 mai. 2019.
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embora estufa perturbado
fortemente aumentaram cerca
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Disponível
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desenvolvimento da indústria, ainda que não acompanhado por outros setores da economia.
de-60-entre-1990-e-2005.
c) De recomposição da mãoAcesso
de obraem: 8 mai.
como 2019.do declínio das migrações.
resultado
d) De recessão das atividades econômicas, tanto que muitos o consideram uma década perdida.
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estrangeiro, Disponível
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___. Pesquisa industrial anual 1988-1995. De 1970 a 1984. In: Estatísticas do século XX. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.

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ALMEIDA, B. Em Cataguases, barragem rompida foi desativada após acidente em 2003. In: G1. 6 nov. 2015. Disponível em:
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BARROS, J. R. M. (Org.). Formação econômica do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1977.

Próxima aula

Desenvolvimento industrial do Brasil a partir de 1980;

Impactos ambientais decorrentes da industrialização.

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Leia os textos:

Política industrial dos governos FHC, Lula e Dilma e seus reflexos no setor de revestimentos cerâmicos;.

Industrialização brasileira: de Vargas a FHC ..

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Industrialização brasileira.

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