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Os debates a respeito da violência de gênero tiveram origem

na década de 1980. O ponto de


partida foram os estudos
Educação,Sexualidade e
Gênero
feministas que pretendiam dar maior visibilidade à violência
sofrida pelas mulheres e combatê-la.
Aula 10: Conscientizando para os perigos da internet
Também desde os anos 1980, a violência contra
homossexuais passou a ser um tema central para
o
ativismo. Denúncias de agressões e discriminações
motivadas pela orientação sexual ou
sexualidade tornaram-
se um marco de grande importância para a trajetória do
movimento
homossexual brasileiro. Hoje, paralelamente ao
conceito de homofobia, o termo transfobia
busca ampliar o
olhar da sociedade sobre a violência, envolvendo gênero e
Apresentação diversidade
sexual.

Nesta aula, abordaremos a temática envolvendo a internet e os perigos que a cercam.


Refletiremos sobre o papel da

Fonte: Unsplash | Por: @tchickmcclure.
família e da escola no combate aos discursos de ódio e ao
preconceito, que se escondem por trás de uma suposta
liberdade de expressão. Compreenderemos
a diferença entre exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Conheceremos algumas
leis que buscam garantir a proteção contra a violência na internet. Tudo leva a crer que tanta visibilidade e discussões provocaram uma diminuição dos casos de
violência de gênero, mas não é
bem isso que acontece. A internet tem sido palco para
grotescas violações da intimidade sexual e mesmo de violência, que
consideram que não basta
apenas praticar o ato de violência, é preciso divulgar na mídia, compartilhando com
expectadores
anônimos a punição ao mais fraco e ao diferente na sociedade brasileira.
Objetivos
Discutir a questão da violência de gênero, destacando a necessidade de
conscientização para os perigos da internet;

Descrever o problema da exposição no mundo virtual;


É comum que a intolerância se multiplique e seja aplaudida
Estabelecer o que significa cyberbullying e a lei 12.737/2012, que
altera o
Código Penal, tipificando os crimes ou incentivada por programas de
entretenimento em que
cibernéticos no Brasil. repórteres, apresentadores e até líderes religiosos incitam,
pelo
rádio, internet e televisão, diversas formas de
preconceitos e discriminações, utilizando
indevidamente as
religiões e a interpretação de supostos mandamentos
divinos.

Violência de gênero e os perigos da internet 


Fonte: Unsplash | Por: @mrs80z.

A violência de gênero pode ser entendida como uma relação marcada pela desigualdade de poder,
baseada em uma lógica
A liberdade de utilização do ciberespaço e a sensação de poder experimentados neste palco sem
limites atrai usuários que,
machista, que afeta mulheres e outros indivíduos que são percebidos
como fora dos padrões normativos do que é ser homem.
protegidos por um suposto anonimato, expressam posicionamentos
estimulados por grupos conservadores e radicais.

Atenção
Esse tipo de violência é, antes de tudo, uma questão de valores culturais
Discutir esses temas dentro e fora das escolas das escolas é importante para
evitar que este fenômeno se torne cada vez mais
hierárquicos de
gênero produzidos socialmente, banalizados, muitas vezes, presente, fazendo novas vítimas, apesar das
leis existentes e da luta de movimentos sociais.

através de piadas, de letras de


música, da internet e da mídia em geral.
Atenção! Aqui existe uma
videoaula, acesso pelo conteúdo online
O problema da exposição no mundo virtual Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
É cada vez mais difícil encontrar alguém que não possua um perfil no Facebook, Instagram ou
Twitter. São vários os motivos A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente, afirmando que é dever da
que levam o sujeito a se expor nas redes sociais. No entanto,
o excesso de exposição pode ser visto como um dos sintomas de família, da comunidade, da sociedade e do poder
público assegurar os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
uma sociedade cada vez mais
conectada. Basta um clique para estarmos interligados a diferentes espaços e culturas. A educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e
dificuldade está em separar o joio do trigo, a exposição positiva da exposição negativa que
ultrapassa os limites do bom senso. comunitária.

O perigo aumenta quando há crianças e adolescentes envolvidos nessa exposição. Tanto positiva
quanto negativamente, o uso Destaca, ainda, que nenhuma criança ou adolescente deverá ser objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação,
excessivo das redes sociais tem sido associado a reflexos
diretos e indiretos no comportamento das crianças ou mesmo em exploração, violência, crueldade e opressão, sendo dever de
todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente,
seu desenvolvimento. defendendo-os de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

A Lei nº 11.829 altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto


da Criança e do Adolescente, para aprimorar o combate à
produção, à venda e à
distribuição de pornografia infantil, bem como criminalizar a aquisição e a posse de tal
material e outras
condutas relacionadas à pedofilia na internet.

Lei nº 11.829, de 25 de novembro de 2008


As alterações realizadas no ECA implicam penalizar com quatro a oito anos de reclusão e multa
quem produzir, reproduzir,
dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena
de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente.

Também está sujeito à mesma pena quem agencia, facilita, recruta, coage, ou, de qualquer
modo, intermedeia a participação de
criança ou adolescente neste tipo de cenas, ou ainda
quem com contracena.

 Fonte: Unsplash | Por: @punttim

É abuso sexual:
É importante que a família esteja atenta e faça a mediação do uso da internet através do
diálogo, orientação ou discussão
crítica com a criança sobre o conteúdo que está sendo
utilizado. Fotografar ou filmar crianças e adolescentes nus, em posturas eróticas.

Realizar telefonemas de conteúdo obscenos para crianças ou adolescentes.

Tocar ou acariciar os órgãos genitais de uma criança.


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Ter relação sexual oral, anal ou genital com uma criança.

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 Atendimento psicológico | Fonte: BlurryMe /
Shutterstock

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A Lei prevê, no artigo 241, que quem vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica com criança ou adolescente
também será punido com reclusão, de quatro a oito anos, além de multa.
O mesmo artigo
especifica que oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou
divulgar por qualquer meio,
inclusive por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente receberá pena de reclusão, de três a seis anos, e multa.
Lei dos crimes cibernéticos (lei 12.737/2012)
Infelizmente, os crimes cibernéticos atingem uma gama muito grande de vítimas
independentemente da idade. Como
Para quem adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, afirmamos anteriormente, na maioria das vezes, as vítimas
são mulheres, crianças e adolescentes.

vídeo ou outra forma


de registro que contenha cena de sexo explícito ou A Lei 12.737/2012, sancionada em 30 de novembro de 2012 pela ex-presidente Dilma Rousseff,
promoveu alterações no

pornográfica com criança ou adolescente a


pena é de um a quatro anos e Código Penal Brasileiro, tipificando os chamados delitos ou crimes
informáticos. Conhecida como Lei Carolina Dieckmann, esta
lei tipifica atos como invadir
computadores (hacking), roubar senhas, violar dados de usuários e divulgar
informações
privadas
multa. (fotos, mensagens etc.).

Também está sujeito à reclusão de 1 a 3 anos e multa quem simular a participação de criança
ou adolescente em cena de sexo
explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem
ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual; e/ou
aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o
fim de
com ela praticar ato libidinoso.

Saiba mais

Para saber como o código penal classifica o ato libidinoso, visite o portal
do MEC.

O artigo 241 Lei nº 11.829, de 25 de novembro de 2008, define que é crime de pornografia ou
sexo explícito qualquer situação
que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de  Fonte: Pixabay | Por: B_A.

uma criança ou
adolescente para fins primordialmente sexuais.

A atriz, em maio de 2012, teve 36 fotos em situação íntima e conversas copiadas de seu
computador pessoal, que acabaram
divulgadas na Internet sem autorização. Apesar de ganhar
espaço na mídia com o caso da atriz, o texto já era reivindicado pelo
Você sabe a diferença entre exploração sexual e abuso sexual?
sistema financeiro
diante do grande volume de golpes e roubos de senhas pela internet.

Exploração sexual Abuso sexual Vídeo Webaula


Acontece quando crianças são induzidas a É um ato praticado por um adulto, que usa
manter relações sexuais com adultos ou uma criança ou adolescente para Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Fusce eu ultricies dolor, eu
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adolescentes mais velhos, quando são satisfazer seu desejo sexual. De um modo elementum placerat. Quisque sit amet dignissim nisl, ut
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usadas para a produção de material geral, o (a) abusador (a) utiliza violência aliquet porttitor.
pornográfico ou
levadas para outras física,
ameaças ou, em alguns casos, se
cidades, estados e países com fins utiliza de presentes ou dinheiro para Atenção! Aqui existe uma
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sexuais. convencer crianças ou
adolescentes a
participarem dessa prática.

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Saiba mais Antes de encerrar seus estudos, assista ao vídeo Liberdade de
expressão e ódio na internet – vale tudo?

Você sabe o que é pornografia de vingança?

É um tipo de violência que envolve divulgação/exposição não autorizada, geralmente pela


internet, de conteúdos íntimos
contendo nudez ou sexo de mulheres, na maioria das vezes, com
intuito difamatório. Quer saber mais sobre o assunto, leia os
Atividade
artigos:

Ih,
vazou!: pensando gênero, sexualidade, violência e internet nos debates sobre
pornografia de vingança; 1. A exploração sexual acontece quando
crianças são induzidas a manter relações sexuais com adultos ou adolescentes mais
velhos, quando são usadas para a produção de material pornográfico ou levadas para
outras cidades, estados ou países com fins
Protegendo
a intimidade: a tutela reparatória nos casos de pornografia da vingança no
ciberespaço. sexuais. O ato praticado por um adulto,
independentemente do sexo, que usa uma criança ou adolescente para satisfazer seu
desejo
sexual recebe o nome de:

a) Abuso
sexual
b) Revolução
sexual

Discursos de ódio no ciberespaço c) Intimidação


sexual
d) Satisfação
sexual
e) Desejo
sexual
Antes de mais nada, é importante compreender o que chamamos de discurso de
ódio. Essa expressão é derivada da tradução
da expressão inglesa hate
speech,
que, por sua vez, tem origem na expressão hate crime, que indica crimes motivados
pelo fato
da vítima pertencer a um certo grupo social, por exemplo, gays/lésbicas.

O fato é que não há impedimento legal para o ato de odiar nem para as manifestações
exteriores de ódio na maioria dos casos,
2. Como é denominado o tipo de violência
que envolve divulgação/exposição não autorizada, geralmente pela internet, de
sendo precisamente uma das categorias de expressão
que mais requerem a proteção da liberdade de expressão. No entanto,
conteúdos
íntimos contendo nudez e/ou sexo, na maioria das vezes de mulheres, com intuito
difamatório?
este sentimento de
natureza privada não pode resultar em ações concretas de dano para os demais.
a) Pornografia
infantil
O espaço da internet pode ser delimitado pela esfera privada de amigos ou parceiros virtuais,
portanto, privado, mas também
b) Intimidação de
vingança
de caráter público. As pessoas se respaldam na liberdade de
expressão para expor suas ideias e opiniões, transformando a
c)
Pornografia de vingança
internet em uma rede que tanto
é catalizadora de liberdade e criação quanto espaço de violência, agressões e ódio, com
efeitos d) Violência
doméstica
materiais efetivos na vida e nos direitos das pessoas. e) Exposição
midiática

3. Com a chegada e o crescimento


acelerado da tecnologia, surgiu uma nova forma de intimidação, que ultrapassou o aspecto
físico presencial, uma forma dissimulada de bullying, em que as agressões são
virtuais.
Este tipo de violência recebe o nome de:

a)
Megabullying
b)
Cyberbullying
c)
Notebullying
d)
Telebullying
e)
Interbullying

Notas
 Fonte: Pixabay | Por: cocoparisienne.

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São milhares de pessoas comunicando ódio e violência, de diferentes formas, através das redes
sociais, interagindo entre si e
gerando, em muitos casos, uma indignação social
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Referências

BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 abril de 2014. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-


2014/2014/lei/l12965.htm.
Acesso em: 18 set. 2019.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

MARTINS, Guilherme. Direito Privado e Internet. 1. ed. Rio de Janeiro: Atlas.

RONDINA, João Marcelo et al. Cyberbullying: o complexo bullying da Era Digital.

Rev. Saúde Digital Tecnologia e Educação. Fortaleza, CE, v. 1, n. 1, p. 20-41, jan./jul. 2016.
Disponível em:
//www.periodicos.ufc.br/resdite/article/view/4682.
Acesso em: 18 set. 2019.

SAFFIOTI, H. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo;


2004.

Explore mais

Sugestão de filmes sobre as questões abordadas nesta aula:

Bullying virtual (Cyberbully): Uma adolescente ganha um computador de


presente de aniversário e logo cria um perfil em
uma rede social. Tudo começa a dar errado a
partir do momento em que seu irmão invade a sua conta e posta uma
mensagem difamatória sobre
ela.

22 de julho - O longa-metragem retrata os atentados ocorridos, na Noruega,


em 22 de julho de 2011, quando um jovem
cristão de extrema-direita cometeu dois atentados no
país, ocasionando 77 mortes. A produção demonstra as graves
consequências que discursos de
ódio, preconceitos e a intolerância à diversidade de pensamentos, racial e de modo de
vida
podem gerar.

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