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BETTINA PÁDUA NOGUEIRA BETZEL LEMKE

HENRIQUE GONÇALVES DE PAULA VIANA

CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA DE CENTRO DE EVENTOS


PARA CIDADE LAVRAS – MG

LAVRAS - MG
2022
BETTINA PÁDUA NOGUEIRA BETZEL LEMKE
HENRIQUE GONÇALVES DE PAULA VIANA

CONCEPÇÃO ARQUITETÔNICA DE CENTRO DE EVENTOS PARA CIDADE DE


LAVRAS – MG

Projeto Empreendedor apresentado à


Universidade Federal de Lavras, como parte
das exigências do Curso de Engenharia
Civil, para a obtenção do título de Bacharel.

Prof(a). Dr(a). Luciana Barbosa de Abreu


Orientador(a)

LAVRAS - MG
2022
BETTINA PÁDUA NOGUEIRA BETZEL LEMKE
HENRIQUE GONÇALVES DE PAULA VIANA

CENTRO DE EVENTOS MÚLTIPLOS PARA A CIDADE DE LAVRAS – MG

MULTIPLE EVENT CENTER FOR THE CITY OF LAVRAS – MG

Projeto Empreendedor apresentado à


Universidade Federal de Lavras, como parte
das exigências do Curso de Engenharia
Civil, para a obtenção do título de Bacharel.

APROVADA em 09 de setembro de 2022.

Dr(a). Luciana Barbosa de Abreu

Dr(a). Andrea Aparecida Ribeiro Correa

Dr(a). Priscilla Abreu Pereira e Ribeiro

Prof(a). Dr(a). Luciana Barbosa de Abreu


Orientador(a)

LAVRAS - MG
2022
RESUMO

A cidade de Lavras conta com um elevado número de estudantes, distribuídos em quatro


instituições de ensino superior distintas. Vários setores da economia são impactados devido a
permanência desses estudantes no município. O setor de eventos, é um dos principais setores a
serem influenciados. Diversos eventos, em geral universitários, são realizados ao longo do ano,
tais como festas, seminários, formaturas, feiras, congressos, entre outros que necessitam de uma
estrutura capaz de suportar um elevado número de pessoas. Diante disto, objetivou-se neste
trabalho projetar a concepção arquitetônica de um centro de eventos multifuncional de grande
porte, localizado na cidade de Lavras – Minas Gerais, tendo como premissas principais o
conforto ambiental dos usuários, a sustentabilidade e a minimização da possível poluição
sonora a ser provocada pelo estabelecimento. Por meio da análise do terreno e das variáveis
locais foi possível projetar um centro para eventos que atenda às necessidades básicas dos
usuários e dos contratantes. De forma a proporcionar ambientes agradáveis em termos de
temperatura, umidade, ventilação, iluminação e acústica. Todo o projeto foi pensado para
propiciar sustentabilidade em todos os âmbitos, sejam eles sociais, ambientais e econômicos.
Desta forma, com a junção de técnicas da construção civil e do pensamento voltado aos
usuários, foi possível obter um projeto aplicável e capaz de suprir todas as necessidades que
Lavras costuma ter. Criando-se um projeto sustentável, com uma arquitetura única e uma
variedade de espaços, tornando-o um projeto real de um dia vir a ser executado.

Palavras chaves: Conforto ambiental, Eventos, Projeto Arquitetônico, Sustentabilidade.


ABSTRACT

The city of Lavras has a large number of students, distributed in four different higher
education institutions. Several sectors of the economy are impacted due to the permanence of
these students in the municipality. The events sector is one of the main sectors to be influenced.
Several events, generally university events, are held throughout the year, such as parties,
seminars, graduations, fairs, congresses, among others that require a structure capable of
supporting a high number of people. In view of this, the objective of this work was to design
the architectural design of a large multifunctional events center, located in the city of Lavras -
Minas Gerais, having as main premises the environmental comfort of users, sustainability and
the minimization of possible noise pollution. to be caused by the establishment. Through the
analysis of the terrain and local variables, it was possible to design an event center that meets
the basic needs of users and contractors. In order to provide pleasant environments in terms of
temperature, humidity, ventilation, lighting and acoustics. The entire project was designed to
provide sustainability in all areas, whether social, environmental and economic. In this way,
with the combination of civil construction techniques and user-oriented thinking, it was possible
to obtain an applicable project capable of meeting all the needs that Lavras usually has. Creating
a sustainable project, with a unique architecture and a variety of spaces, making it a real project
that one day come to be executed.

Keywords: Environmental comfort, Events, Architectural Design, Sustainability.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

2. OBJETIVO .......................................................................................................................... 2

3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 3

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................ 4

4.1. Projetos Arquitetônicos ................................................................................................... 4

4.2. Impactos ambientais causados pelas edificações............................................................. 5

4.3. Sustentabilidade na Arquitetura....................................................................................... 6

4.4. Conforto Térmico ............................................................................................................ 7

4.4.1. Arquitetura bioclimática .............................................................................................. 7

4.4.2. Temperatura e umidade................................................................................................ 8

4.4.3. Ventilação .................................................................................................................... 9

4.4.3.1. Ventilação cruzada ................................................................................................... 9

4.4.3.2. Ventilação por efeito chaminé................................................................................ 10

4.4.3.3. Fatores que interferem na circulação dos ventos ................................................... 10

4.5. Acústica na Arquitetura ................................................................................................. 12

4.5.1. Ruído .......................................................................................................................... 12

4.6. Eventos Culturais e Sociedade ...................................................................................... 13

4.7. Centros de Eventos ........................................................................................................ 16

4.7.1. McCormick Place....................................................................................................... 16

4.7.2. Centro de Convenções Royal Palm Hall.................................................................... 17

4.7.3. São Paulo Expo .......................................................................................................... 18

4.7.4. Expominas – Belo Horizonte ..................................................................................... 19

4.8. Contexto histórico-cultural de Lavras - MG ................................................................. 19

5. PROPOSTA DE PROJETO .............................................................................................. 20

5.1. Condicionantes de projeto ............................................................................................. 20

5.2. Informações do terreno .................................................................................................. 21


5.3. Programa de necessidades e Pré-dimensionamento ...................................................... 24

5.3.1. Primeiro ambiente ...................................................................................................... 25

5.3.2. Segundo ambiente ...................................................................................................... 25

5.3.3. Terceiro ambiente ...................................................................................................... 26

5.3.4. Quarto ambiente ......................................................................................................... 26

5.3.5. Estacionamentos ........................................................................................................ 26

5.4. Materiais ........................................................................................................................ 26

5.4.1. Estrutura ..................................................................................................................... 27

5.4.2. Vedação...................................................................................................................... 27

5.4.3. Pisos e Revestimentos ................................................................................................ 29

5.4.4. Cobertura ................................................................................................................... 29

5.4.5. Divisórias ................................................................................................................... 30

5.5. Vegetação ...................................................................................................................... 30

5.5.1. Vegetação na edificação ............................................................................................ 30

5.5.2. Vegetação externa ao ambiente ................................................................................. 31

5.6. Pavimento externo ......................................................................................................... 31

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 31

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 33

8. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 33

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 33

ANEXO .................................................................................................................................... 39
1

1. INTRODUÇÃO
A cidade de Lavras, pertencente ao estado de Minas Gerais, possui uma população estimada
de 105.756 pessoas (IBGE, 2021). Lavras está ligada a grandes capitais por duas rodovias
principais: pela Fernão Dias, conectando-a a Belo Horizonte, a 230 quilômetros, e a São Paulo,
a 370 quilômetros; e pela BR 265 se alcança BR 040, que dá acesso ao Rio de Janeiro, a 420
quilômetros da cidade. O município conta com a presença de quatro instituições de ensino
superior, sendo que o ensino de excelência e a proximidade com as principais capitais do país,
atraem milhares de jovens estudantes todos os anos.

Essa grande massa de estudantes é responsável por movimentar diversos setores da


economia local, dentre eles, o setor de eventos. Durante todo o ano, a cidade é tomada por
diversos eventos, em geral universitários, tais como festas, seminários, formaturas, feiras,
congressos, entre outros que necessitam de estrutura capaz de suportar elevado número de
pessoas. Segundo membros da Comissão de Formatura UFLA 2022/1, o “Palácio de Cristal”,
estrutura montada para a realização das formaturas, tem um custo estimado de meio milhão de
reais.

Além dos altos custos necessários para a construção de uma estrutura temporária para
eventos, alguns dos principais locais de eventos da cidade vêm sendo descaracterizados, como
por exemplo, o Camuá, que a partir de 2023 dará lugar a um condomínio. Assim, visando suprir
a carência do município de um local apropriado para eventos, o presente trabalho visa projetar
um centro de eventos multifuncional para o município de Lavras, que seja capaz de sediar uma
festa de aniversário ou casamento a um congresso nacional, considerando-se as premissas
relacionadas a conforto térmico e sustentabilidade.
2

2. OBJETIVO
Esse trabalho teve como objetivo, projetar a concepção arquitetônica de um centro de
eventos multifuncional de grande porte, localizado na cidade de Lavras – Minas Gerais, tendo
como premissas principais o conforto ambiental dos usuários, a sustentabilidade e a
minimização da possível poluição sonora a ser provocada pelo estabelecimento.
3

3. JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, os principais centros de evento da cidade de Lavras vêm sendo
descaracterizados. Podemos citar, como exemplo, o Gran Finalle, o Mediterrâneo e o Cerreto,
que se tornaram centros religiosos, e o Camuá, que passará por reestruturação para a construção
de um condomínio residencial a partir de 2023.

Além desses, o município conta também com o Expolavras, principal local para eventos de
grandes proporções. Porém, o espaço é apenas um terreno de 40 mil metros quadrados, que não
possui estrutura definitiva para receber tais eventos. Segundo membros da Comissão de
Formatura UFLA 2022/1, a estrutura conhecida como Palácio de Cristal, montada para a festa,
tem um custo estimado de meio milhão de reais para a comissão, o que representa,
aproximadamente, 20% do valor final da festa, um custo alto quando se leva em consideração
o fato de que a estrutura é temporária.

Sendo assim, a proposta deste trabalho é o desenvolvimento do projeto arquitetônico de um


centro de eventos capaz de receber festas, congressos, seminários, feiras, aniversários,
casamentos de grande porte, entre outros. Será considerada a aplicação de soluções de
planejamento de ambientes para melhor conforto dos usuários e profissionais, em conformidade
com as normas estabelecidas pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e o Plano Diretor
Municipal. Além disso, focando sempre na sustentabilidade e em mecanismos para reduzir o
impacto da estrutura em seu entorno.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. Projetos Arquitetônicos


O Projeto Arquitetônico é considerado o projeto principal de uma edificação e, é a partir
dele, que se realizam todos os demais projetos (estrutural, elétrico e hidráulico). Nele são
materializadas as ideias dos responsáveis técnicos (arquitetos ou engenheiros civis) em
conformidade com as necessidades dos clientes, desde a disposição dos ambientes até a seleção
dos elementos construtivos, tais como alvenarias, pisos, janelas, portas e tudo que possa
influenciar no conforto e funcionalidade dos ambientes para os usuários. É possível, a partir
dele, prever possíveis problemas de execução e garantir que a obra seja realizada conforme
planejada.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela


normatização e desenvolvimento técnico. Ela é responsável por produzir as Normas Brasileiras
(NBR’s) que padronizam os processos e procedimentos construtivos para que sejam sempre
executados da mesma maneira, de forma a funcionar como verdadeiros manuais para a
construção de edificações.

Além das NBR’s, os Municípios são responsáveis pela criação do Código de Obras
Municipal que, segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) “é o
instrumento que permite à Administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do
espaço edificado e seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações” e, as
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros que, segundo o Corpo de Bombeiro do Estado de
Minas Gerais, apresentam como principais objetivos proteger a vida dos ocupantes das
edificações em caso de incêndio; dificultar a propagação do incêndio, reduzindo, danos ao meio
ambiente, às pessoas e ao patrimônio; proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;
e oferecer condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros.

Além do conhecimento das normas vigentes, o estudo do uso da edificação é de extrema


importância, pois, por meio dele, é possível reduzir o consumo de água e energia através da
aplicação de um sistema de iluminação e ventilação eficiente, além da seleção de dispositivos
de economia instalados na edificação. Realizando-se estas atividades em conjunto, é possível
que as construções causem menos impactos ambientais (DEGANI e CARDOSO, 2002).
5

4.2. Impactos ambientais causados pelas edificações


O planeta Terra é um sistema fechado. Estima-se que a cada ano, 10 toneladas de matéria
prima são extraídas para cada ser humano em nosso planeta (MORAES e SOUZA, 2015). Dessa
quantidade de material extraído, a quantidade de material realmente utilizado é muito menor
que a quantidade de material rejeitado. Segundo Agopyan (2011), não existe extração de
matéria-prima que não gere impacto ambiental.

A construção civil contribui significativamente no percentual de consumo dos recursos


naturais, no aumento das emissões de gases e na criação de resíduos tóxicos, causando, assim,
danos ambientais ao planeta. Dentre os impactos ambientais supracitados, a emissão de Gases
do Efeito Estufa (GEE) é a que mais se destaca no setor da construção civil. Sendo o CO2 o
responsável por 55% das emissões, em termos de efeito radioativo, e também quanto a emissão
na produção dos materiais de construção. Além do dióxido de carbono (CO2), o vapor d’água,
o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozônio troposférico (O3) e os clorofluorcarbonetos
(CFC’s) também são responsáveis por um impacto significativo no meio ambiente
(BUCHANAN e HONEY, 1994 citado por TAVARES, 2006).

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) estabelece as três principais


maneiras em que os Gases do Efeito Estufa (GEE) são emitidos na construção civil, sendo elas,
no uso de combustíveis fósseis na fabricação e transporte de materiais; na decomposição de
calcário e outros carbonatos durante a calcinação (vital na produção de cimento, aço e cal
hidratada); na extração de madeira nativa, especialmente a não manejada (que serve tanto como
material, como combustível). De todos os processos, a fabricação do cimento é responsável
pela maior emissão, de 4 a 5 % de todo o CO₂ despejado na atmosfera (TAVARES, 2006).

Além da emissão de GEE na produção dos materiais utilizados na construção civil, o setor
também é responsável pela emissão no que diz respeito à produção de energia elétrica. Quando
falamos da emissão de CO2 na produção de energia, entre 2012 e 2017, o Brasil emitiu 83% de
𝐶𝐶𝐶𝐶2 por MWh produzido a menos que a China, 72% menos que os Estados Unidos e 65% a
menos que a União Europeia (Empresa de Pesquisa Energética, 2020). Isso se deve ao fato de
que, no Brasil, a produção de Energia Elétrica acontece em Usinas Hidroelétricas enquanto,
nestes países, em usinas termoelétricas que, além de liberarem CO2, utilizam fontes não
renováveis de energia. Apesar da significativa diferença entre a emissão no Brasil com os
demais países, na produção de energia elétrica, a emissão brasileira é considerável, visto que, o
6

consumo energético no país vem crescendo nos últimos anos e tende a continuar aumentando
segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

São claros os impactos ambientais causados pela construção civil em todas as partes de sua
cadeia produtiva. Visando causar um menor impacto ambiental a caminho da sustentabilidade
devemos levar em consideração a escolha dos materiais utilizados, a escolha do transporte
utilizado e, até mesmo na realização de investimento em pesquisas de novos materiais
(AGOPYAN e JOHN, 2011).

4.3. Sustentabilidade na Arquitetura

Em 1987, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu sustentabilidade como a


necessidade de suprir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.

Corrêa (2009) afirma que a incorporação de práticas de sustentabilidade na construção é


uma tendência crescente no mercado. Sua adoção é “um caminho sem volta”, pois diferentes
agentes, tais como governos, consumidores, investidores e associações alertam, estimulam e
pressionam o setor da construção a incorporar essas práticas em suas atividades.

Além disso, Corrêa (2019) apresenta diversos princípios básicos para que uma construção
seja sustentável. Tais como:

aproveitamento de condições naturais locais; utilização mínima do terreno


e integrando-a ao ambiente natural; implantação e análise do entorno; não
provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e
concentração de calor, sensação de bem-estar; qualidade ambiental interna e
externa; gestão sustentável da implantação da obra; adaptar-se às necessidades
atuais e futuras dos usuários; uso de matérias-primas que contribuam com a
ecoeficiência do processo; redução do consumo energético; redução do
consumo de água; reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos
sólidos; introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;
educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.

Esses princípios são estabelecidos pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura
- ASBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições.

Utilizando-se destes princípios estabelecidos, é possível desenvolver uma edificação que,


além de apresentar um alto nível de economia de gastos durante sua utilização, apresenta um
elevado grau de conforto para os usuários e prese pelo princípio da sustentabilidade.
Entendendo-se onde a edificação será construída por meio de análises do seu entorno, do clima
7

regional e integrando a construção ao ambiente natural, é possível maximizar o conforto térmico


dos usuários da construção.

4.4. Conforto Térmico


A Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado
(ASHRAE) define conforto térmico como o estado da mente que expressa satisfação com a
ambiência térmica. Enquanto Nicol e Roaf (2017) definiram como sendo resultado de uma
construção psicológica que remete a um estado de espírito que traduz satisfação térmica.

4.4.1. Arquitetura bioclimática


Existem diversas possibilidades para se chegar ao conforto térmico em uma edificação.
Uma delas, é a arquitetura bioclimática, definida por Maragno (2002) como aquela que se baseia
na aplicação de elementos arquitetônicos, relacionados às características climáticas do local da
construção que é capaz de aumentar o conforto dos ocupantes e economizar energia.

Em termos do ambiente interno de uma edificação, a grande dificuldade ao se trabalhar na


escala da edificação vem da simultaneidade da ocorrência de outros fatores energéticos-
ambientais oriundos da ação antrópica no clima em escalas anteriores à da edificação e a sua
aleatoriedade e complexidade, conforme ilustrado por Randell (1978).

Figura 1 – Os Fatores energéticos-ambientais na edificação

Fonte: Randell (1978)


Na arquitetura, o objetivo é sempre trabalhar em harmonia com a visão de uma equipe de
projeto que tem o intuito de alcançar a melhor alternativa de ajuste entre exigências
aparentemente conflituosas como: vistas, luz natural, ofuscamento e controle solar, conforto
térmico e qualidades ambientais internas, relação com o usuário, efetividade da ventilação e
sistemas operacionais e energéticos eficientes (VOSGUERITCHIAN, 2006). Dessa forma, um
8

projeto arquitetônico deve levar em consideração o comportamento dos usuários em sua


concepção.

4.4.2. Temperatura e umidade


O homem é um ser vivo homeotérmico que depende de condições apropriadas de
temperatura e umidade para um bom funcionamento do seu organismo. Quando o ser humano
se encontra em ambientes onde essas condições não são encontradas, o organismo humano
precisa se esforçar para manter suas condições básicas de funcionamento, o que pode gerar
certo desgaste e, consequentemente, problemas de saúde (BESANCENOT, 2001 citado por
FANTE, DUBREUIL e SANT’ANNA, 2017).

Em termos de temperatura do ambiente, a Norma Regulamentadora da Ergonomia (NR-17)


estabelece que, para locais onde acontecerão atividades intelectuais, que necessitam de atenção
constante, a temperatura deve variar entre 20ºC a 23ºC, enquanto a ISO-9241 estabelece uma
faixa variando de 20ºC a 24ºC (SICFLUX, 2019).

Já em termos da umidade relativa do ar, a Organização Mundial de Saúde (OMS), estabelece


uma faixa entre 40 e 70% como o ideal para o organismo humano. Quando a umidade se
encontra acima da faixa estabelecida, o ar apresenta um grande volume de vapor d’água, o que
interfere nos mecanismos de controle da temperatura corporal, a transpiração, impedindo a
dissipação do calor. Já nas situações onde a umidade se encontra abaixo da faixa pré-
estabelecida pela OMS, ocorre o ressecamento das mucosas das vias aéreas, tornando as pessoas
mais suscetíveis a crises de asma e infecções virais e bacterianas. Além disso, a baixa umidade
pode provocar uma densificação do sangue, através da desidratação, e aumentar a probabilidade
de problemas oculares e alergias.

Como forma de estabelecer um parâmetro ideal de temperatura e umidade para os seres


humanos, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) criou o Diagrama de Conforto
Humano (Figura 2) que, a partir do diagrama e do cruzamento das informações referentes a
temperatura e umidade, apontará a faixa de conforto térmico, ou o que é necessário para atingir
tal faixa. Dessa forma, através de uma combinação de técnicas construtivas, chega-se em uma
faixa ideal para a edificação. Posto isso, a ventilação é um excelente controlador da temperatura
e umidade em uma construção.
9

Figura 2 – Diagrama de Conforto Térmico

Fonte: INMET (2006)

4.4.3. Ventilação
Um dos melhores modos de reduzir a temperatura de um ambiente e obter condições mais
próximas do conforto térmico, é natural, abundante e gratuita: a ventilação natural. A sensação
de pele úmida é constantemente citada como uma das principais causas de desconforto em
locais de clima quente. A ventilação, ao provocar a evaporação do suor e, consequentemente, o
resfriamento fisiológico, traz a sensação de conforto térmico nos usuários de uma edificação
(NEVES, 2006). Segundo Bittercourt e Candido (2005), a estratégia bioclimática apresenta
maior eficiência, no que diz respeito ao conforto térmico, nos espaços urbanos.

Segundo Neves (2006), a ventilação natural envolve a passagem do ar pelo edifício, por
meio de aberturas em suas vedações. O fluxo de ar origina-se da diferença de pressão entre as
áreas externa e interna, que por sua vez tem duas fontes distintas: o fluxo de ar existente no
exterior (ventilação cruzada) e a diferença de temperatura entre o ar interno e externo
(ventilação por efeito chaminé) (NEVES, 2006). A ventilação cruzada e a por efeito chaminé
são os métodos mais eficazes e baratos de se climatizar o ambiente.

4.4.3.1. Ventilação cruzada


Dentre os tipos de ventilação existentes, Costa (2009) cita que, para as regiões de clima
quente e úmido, a ventilação cruzada torna-se uma importante estratégia de remoção do calor
do ambiente interno. A sensação de conforto térmico, por ventilação cruzada, é mais eficiente
quando as aberturas de entrada de ar estiverem localizadas em zonas de alta pressão, enquanto
as de saídas, nas zonas de baixa pressão. A taxa de ar em um ambiente está em função das áreas
de entrada e saída do ar, da velocidade do vento e da direção dos ventos em relação às aberturas
(COSTA, 2009).
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4.4.3.2. Ventilação por efeito chaminé


Já para a ventilação por efeito chaminé, Costa (2009) diz que ela é capaz de garantir o
mínimo de circulação do ar quando existem empecilhos ao acesso do vento na edificação, seja
em função da condição urbana, climática ou arquitetônica. O efeito chaminé baseia-se na
diferença de pressão que ocorre devido à variação de temperatura interna e externa da
construção. Visto que o ar, quando aquecido, se torna menos denso e tende a subir, saindo da
edificação por aberturas localizadas na parte superior do ambiente, que é substituído pelo ar
novo que entra por aberturas localizadas na parte inferior da estrutura. A intensidade deste
fenômeno influenciado pela dimensão e distância entre as áreas de entrada e saída do ar, além
da diferença entre as temperaturas internas e externas. Quanto maior a distância entre as
aberturas de entrada e saída do ar e quanto maior a diferença de temperaturas internas e externas,
maior será a taxa de renovação do ar no recinto e, consequentemente mais eficiente a ventilação
por efeito chaminé (COSTA, 2009).

4.4.3.3. Fatores que interferem na circulação dos ventos


Brown e Dekay (2004) destacam que o fluxo do ar tem comportamento semelhante ao da
água e que, por meio dos seguintes princípios, pode ser visualizado (Figura 3):

a) A velocidade do vento diminui à medida que se aproxima da superfície da terra em


função do atrito causado pela irregularidade do terreno;
b) O ar continua movendo-se na mesma direção quando encontra um obstáculo, da mesma
forma que a água flui ao redor de uma rocha;
c) O ar flui de áreas de alta pressão para áreas de baixa pressão.

Figura 3 – Influência do terreno sobre a ventilação

Fonte: McClenon e Robinette, 1975 apud Costa, 2009.


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Além da configuração do terreno, as disposições das aberturas de ventilação da


edificação também influenciam na circulação interna do ar. Dessa forma, saber onde está
localizada a abertura de entrada do ar na edificação é a principal estratégia para definir a direção
do fluxo do ar no ambiente (COSTA, 2009) (Figura 4).

Figura 4 - Distribuição das aberturas de ventilação.

Fonte: Brown e Dekay, 2004 apud Costa, 2009.

Além dos fatores supracitados, a vegetação desempenha um papel primordial no controle


das correntes de ar podendo filtrar, guiar, obstruir, ou até mesmo acelerar ou reduzir sua
velocidade em torno da edificação (Figura 5). Para que isso aconteça da forma que mais
beneficiará o projeto, é necessário controlar a forma, a densidade e a rigidez das massas
vegetais, e principalmente, a disposição apropriada para a vegetação (NEVES, 2006).

Figura 5 – O efeito de uma árvore sobre a direção do vento com relação à sua distância do
edifício -1,5m, 3m, 9m

Fonte: Allard, 1998 apud Neves, 2006.

Allard (1998) demonstrou como a posição da vegetação influencia na forma com que a
ventilação interage com a edificação. O esquema mostra que, quanto maior a proximidade da
vegetação com a edificação, maior o bloqueio da massa de ar que adentra ao ambiente.
12

4.5. Acústica na Arquitetura


Durante as etapas preliminares do projeto, é possível identificar como o projeto irá
interferir no local e como o entorno irá interferir na construção. Por meio de análises de dados
quanto às atividades de ocupação do solo, localização e caracterização das ruas, conformação
topográfica, características das edificações vizinhas, é possível conferir significados acústicos
a estas características e escolher a melhor forma de prosseguir com o projeto (SOUZA,
ALMEIDA e BRAGANÇA, 2006). A principal função do tratamento acústico em uma
edificação é a minimização dos ruídos externos ou internos.

4.5.1. Ruído
Ruído é todo som indesejável decorrido de uma atividade interna ou externa. Para os
ruídos decorrentes de atividades que acontecem dentro do próprio ambiente é denominado ruído
de fundo e, caracteriza-se por apresentar uma variação de intensidade (SOUZA, ALMEIDA e
BRAGANÇA, 2006). Uma das melhores formas de minimizar os ruídos de fundo, inicia-se na
correta seleção de materiais que apresentam as melhores propriedades acústicas para a atividade
que será desenvolvida no local.

Conhecer a propriedade físicas dos materiais utilizados na construção de uma edificação


permite reduzir a propagação dos ruídos e um maior conforto dos usuários e das construções
vizinhas.

Dentre os materiais com propriedades acústicas interessantes o concreto celular que, devido
a quantidade de pequenas bolhas de ar produzidas por uma espuma que é agregada ao concreto,
durante a sua produção, lhe concebe propriedades isolantes, podendo ser utilizado para
revestimentos (CAZELOTO e TAMANINI, 2003).

Para utilizar como piso, o linóleo é uma excelente escolha. Apesar de não possuir
propriedades absorventes, é um grande amortecedor de vibrações mecânicas e, além de ser
facilmente colocado, possui diversos padrões estéticos disponíveis no mercado (CAZELOTO
e TAMANINI, 2003).

Composto por uma câmara de gás argônio entre as duas lâminas de vidro, o vidro insulado
ou vidro duplo possui um ótimo desempenho acústico. Para uma maior eficiência do vidro
insulado, é possível variar a espessura das placas conforme a necessidade de isolamento. Isso
se deve ao fato que chapas de mesma espessura vibram de maneira uniforme, enquanto chapas
de diferentes espessuras bloqueiam diferentes faixas de ondas sonoras (ROHDEN VIDROS,
2022).
13

Além do vidro insulado, o vidro laminado, que é composto por duas ou mais lâminas
intercaladas com Polivinil butiral (PVB) e Etileno-vinil-acetato (EVA), elementos que
contribuem para o bloqueio do som, o vidro laminado também é um excelente material isolante.
Segundo a Rohden, empresa especializada em vidros, ainda existe a possibilidade de se utilizar
películas acústicas para melhorar o desempenho, sem a necessidade de aumentar a espessura
do vidro ou, então, utilizar mais de dois vidros com diversas camadas de PVB.

4.6. Eventos Culturais e Sociedade


A realização de eventos culturais tais como shows, peças de teatro, peças de comédia,
eventos esportivos, dentre outros tem obtido cada vez mais importância social e econômica na
sociedade atual. A realização de tais eventos acontecem desde a antiguidade, onde os
imperadores e reis controlavam a cultura local para manter sua população sob controle
(FERNANDES, 2012).

Um dos exemplos mais famosos da história da humanidade é o Teatro Grego, que teve
sua origem por volta do século V antes de Cristo, na Grécia Antiga. Com festividades que
duravam seis dias e envolviam espetáculos de mímica, dança, música, e recitais de poesias, o
teatro grego tinha função social e cívica e estava associado às celebrações que saudavam o Deus
Dionísio. A partir da Grécia, essa arte se espalhou por toda a área de influência grega, desde a
Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte da África (DIAS, 2019). Tais eventos eram realizados
em grandes teatros a céu aberto (Figura 6) e que hoje ajudam a contar parte da história da
humanidade.

Figura 6 - Ruínas do teatro de Mileto

Fonte: Wikipédia
14

De lá pra cá, as manifestações culturais foram se modificando seguindo o contexto


político social e a mentalidade da população em que essas manifestações estão inseridas, como
foi o caso do Rock In Rio. Evento que surgiu em uma época que, segundo a Rádio Rock, o país
ansiava pela liberdade após um longo período de ditadura militar e se tornou um marco do
cenário musical brasileiro. Em sua nona edição, em setembro de 2022, o festival vai receber
670 artistas em mais de 250 shows que, somados, representam mais de 500 horas de
entretenimento. Além do impacto cultural, o evento realizado na Cidade do Rock (Figura 7),
no Rio de Janeiro, em sua última edição, trouxe para a cidade R$ 1.7 bilhão de impacto
econômico e mais de 28 mil empregos diretos e indiretos, estando eles diversificados entre as
redes hoteleiras, comércios, pontos turísticos, dentre outros (RÁDIO ROCK, 2022).

Figura 7 – Maquete 3D da Cidade do Rock

Fonte: Audiograma (2017)


No interior do Brasil as manifestações culturais apresentam grande influência da
agricultura e da religiosidade de seu povo. Muitos são os exemplos da influência religiosa nas
festividades brasileiras, como as quermesses e as festas juninas (BATISTA, 2022). Após o
Carnaval, as Festas Juninas são a segunda maior comemoração realizada no Brasil. Segundo
Batista (2022), após a influência do catolicismo, a festa que cultuava deuses pagãos, foi
associada a santos católicos, tais como Santo Antônio, São João e São Pedro. Na Paraíba, mais
especificamente em Campina Grande, a festa junina conhecida como São João de Campina
Grande (Figura 8), tem uma visitação de um milhão de pessoas anualmente, sendo considerado
o maior festejo do país, com queima de fogos, concurso de dança e diversas barracas com jogos
e comidas típicas (BATISTA, 2022).
15

Figura 8 - São João de Campina Grande

Fonte: G1 – Paraíba
Além das festividades religiosas, os rodeios, também chamados de festa do peão,
dominam o cenário cultural do interior brasileiro. Inicialmente, a interação entre homem e
animal eram vistas apenas como prática esportiva. A partir daí, estas práticas tornaram-se
eventos culturais, com caráter festivo, de ações de graças, entretenimento e principalmente
convenções ligadas a pecuária e agricultura (SIMON, ZAGO, MAGALHÃES, LEVRINO,
SAÑUDO e KIRINUS, 2018). Atualmente, a Festa do Peão de Barretos é o maior evento da
cultura agropecuária do Brasil. O evento reúne em torno de 900 mil pessoas por edição e
movimenta milhões de reais em diversos setores da economia nacional. Apesar do rodeio vir
sendo proibido em alguns estados do país, por instituições protetoras dos animais, a prática do
esporte ainda é muito forte no Brasil e no mundo.

Figura 9 – Festa do Peão de Barretos

Fonte: Instituto de Compromisso com o Desenvolvimento Humano (2013)


16

Além de serem responsáveis por movimentar milhões de reais na economia brasileira e


gerar milhares de empregos diretos e indiretos, tais eventos fomentam a cultura brasileira e
incentiva a confraternização da população. Todos os eventos citados apresentam uma
necessidade em comum: um centro de eventos que seja capaz de comportar um grande número
de pessoas de forma confortável, segura e com o maior grau de salubridade possível aos seus
usuários.

4.7. Centros de Eventos


Entende-se como centro de eventos os espaços destinados à realização dos mais diversos
tipos de encontros, sendo eles corporativos, acadêmicos ou de entretenimento (shows,
espetáculos e concertos), podendo ser de pequeno, médio ou grande porte e que devem oferecer
espaço suficiente para acomodar todos os participantes (BRAZ, 2022). No mundo, o
McCormick Place, é o maior centro de eventos do mundo e o mais completo no que diz respeito
a infraestrutura.

4.7.1. McCormick Place


Segundo a administração, localizado em Chicago, o McCormick Place é o maior centro de
convenções do mundo. A estrutura possui 248 mil metros quadrados de pavilhões, 4 salões, 4
teatros, 173 salas de reunião e foram necessários 2 bilhões de dólares para sua construção
(Figura 10).

Figura 10 – Fachada McCormick Place

Fonte: McCormick Place


17

McCormick Place recebeu o prêmio de sustentabilidade pelo governo de Illinois e, segundo


a administração, eles seguem comprometidos em fazer sua parte para ajudar a proteger o meio
ambiente, ao mesmo tempo em que atende às necessidades dos clientes e hóspedes.

No quesito acessibilidade, em todo o complexo, estão disponíveis entradas, elevadores,


banheiros e serviços que oferecem a acessibilidade necessária para os Portadores de
Necessidades Especiais (PNE). Além disso, as instalações apresentam 3 cápsulas de
enfermagem destinadas à amamentação.

Todo o campus McCormick Place está ligado por impressionantes avenidas para pedestres
e pontes suspensas, contendo lojas de varejo e outras comodidades para visitantes, como
ilustrado pela figura 11.

Figura 11 – Layout McCormick Place

Fonte: McCormick Place

4.7.2. Centro de Convenções Royal Palm Hall


No Brasil, um dos centros de eventos que mais se destaca é o Centro de Convenções Royal
Palm Hall, desenvolvido por meio de uma parceria entre a Odebrecht Realizações (OR) e o
grupo Royal Palm Hotels & Resorts. Ele conta com uma área construída de 54 mil metros
quadrados e um ballroom de 4.500 metros quadrados. Quando estiver montado na forma de
18

auditório, ele comporta confortavelmente 5000 pessoas. Quando montado para almoço ou
jantar, 3.500 pessoas poderão ser servidas simultaneamente (Figura 12). Contando com uma
infraestrutura de cozinha compatível para atender esse contingente, o Salão Monumental, como
é chamado, ainda conta com dois camarins completos, sala multiuso com 270 metros quadrados,
área de carga e descarga de eventos, com acesso direto da rua ao salão, ambulatório e ampla
disponibilidade de banheiros (ODEBRECHT, 2015).

Figura 12 – Salão Monumental

Fonte: Odebrecht (2015)

4.7.3. São Paulo Expo


O São Paulo Expo é um pavilhão de exposições localizado na cidade de São Paulo que, em
2013, passou para a concessão de 30 anos há empresa francesa GL Events. Com um
investimento de cerca de 400 milhões de reais, a reforma realizada pela GL Events incluiu nas
instalações pavilhões novos, edifício de estacionamento, um hotel e obras para facilitar o acesso
ao local (Figura 13).

Figura 13 – Área interna do São Paulo Expo

Fonte: Panrotas (2016)


19

A partir da conclusão da reforma, o São Paulo Expo, com seus 100 mil metros quadrados
de área construída, voltou a receber os mais diversos eventos, tais como: Festival do Japão,
Salão do Automóvel, FEIMEC, EXPOSEC, CCXP - Comic Con Experience, Mega Artesanal,
Adventure Sports Fair e a FEICON Batimat. Eventos que, somados, recebem milhões de
visitantes anualmente.

4.7.4. Expominas – Belo Horizonte


Já no estado de Minas Gerais, localizado a 60 minutos do Aeroporto Internacional de
Confins e a 25 minutos do Aeroporto da Pampulha, o Expominas BH é o único centro de
eventos da América Latina que está conectado por uma plataforma de embarque e desembarque
de passageiros a um metrô.

Com uma área construída de 72 mil metros quadrados e uma área de 30 mil metros
quadrados destinados para eventos, estima-se que 45 mil pessoas podem ser acomodadas
simultaneamente no local (Figura 14). O empreendimento foi planejado com as mais modernas
técnicas de espaços moduláveis e multifuncionais do mercado, o que torna o Expominas uma
estrutura inteligente, capaz de realizar com sucesso feiras, exposições, congressos e eventos
corporativos, culturais e sociais.

Figura 14 – Expominas BH

Fonte: SouBH

4.8. Contexto histórico-cultural de Lavras - MG


Segundo a Prefeitura Municipal de Lavras, foi durante a primeira metade do século XVIII
que Francisco Bueno da Fonseca (c. 1670-1752) junto de seus filhos e outros sertanistas que,
adentravam pelas Minas Gerais na busca pelo ouro, fundaram o Arraial de Sant’Ana das Lavras
do Funil. A missão fracassada na busca pelo metal fez com que eles voltassem suas forças para
a agricultura e a pecuária, que acabaram se tornando as principais atividades da região.
20

Em 1831, o Arraial recebe o título de Vila e, devido ao constante crescimento da população,


em 1868, ocorre a emancipação política e administrativa e Lavras se torna uma das principais
cidades do estado de Minas Gerais. Poucos dias após o Proclamação da República de 1889, o
missionário estadunidense Samuel Rhea Gammon desembarca no Brasil e, fazendo jus ao seu
lema: "Dedicada à glória de Deus e ao progresso humano", Samuel Gammon ajuda a
revolucionar o desenvolvimento educacional do município, cuja qualidade e excelência fez
Lavras ser conhecida como “terra dos ipês e das escolas”, lema criado pelo jornalista Jorge
Duarte.

Segundo o IBGE (2021), Lavras conta com cerca de 65 mil estudantes, muitos de outras
cidades, que frequentam uma rede de 65 estabelecimentos de ensino, entre os quais quatro de
nível superior: a Universidade Federal de Lavras (UFLA), o Centro Universitário de Lavras
(UNILAVRAS), a Faculdade Adventista de Minas Gerais (FAD-MINAS) e a Faculdade
Presbiteriana Gammon (FAGAM). A posição estratégica de Lavras, ligada às principais capitais
do país e a abundância de mão de obra qualificada, foi a combinação perfeita para o município
começar a atrair grandes empresas, que chegam a contratar de forma direta até 5 mil
funcionários.

Assim, carregando uma base agrícola forte, um crescente desenvolvimento industrial e uma
evolução frequente de suas universidades, o centro de eventos para o município de Lavras tem
de ser versátil e capaz de agradar os mais diferentes públicos que se encontram na Terra dos
Ipês. Desta forma, são estas as propostas e objetivos do presente trabalho.

5. PROPOSTA DE PROJETO

5.1. Condicionantes de projeto


O centro de eventos é um espaço no qual as pessoas vão para se divertir, relaxar e usufruir
de um evento e, consequentemente, existe um grande consumo de água e energia. Por isso, é
necessário que a edificação esteja preparada para atender as necessidades dos usuários de forma
que o bem estar e o conforto dos usuários estejam atrelados com a sustentabilidade.

Sendo assim, o projeto do centro de eventos foi desenvolvido utilizando-se de técnicas e


soluções sustentáveis, para promover maior eficiência energética na edificação, em conjunto
com estratégias para oferecer conforto durante a estadia no local. A realização do projeto leva
em consideração não apenas a utilização da edificação, mas também dos ambientes externos
para a realização dos mais diversos tipos de eventos e festivais.
21

A presença de vegetação é um ponto importante no projeto, já que pode interferir nas


mudanças de temperatura e contribuir para um ambiente mais agradável aos usuários. Outro
ponto importante considerado no projeto foi a utilização de energia sustentável e captação de
água da chuva que, além de reduzir a emissão de gases poluentes, reduzem as despesas do
centro de eventos.

5.2. Informações do terreno


O terreno escolhido para realização do projeto é uma fazenda situada no bairro Serra Verde.
Tanto do lado esquerdo, como do lado direito do terreno escolhido, existem áreas verdes e sem
edificações vizinhas (Figura 15).

Figura 15 – Localização do terreno

Fonte: Google, 2022c.

O acesso ao terreno se dá pela Avenida Totonho Resende (Figura 16), que possui pista dupla
nos dois sentidos da via, o que facilita o acesso e não sobrecarrega o trânsito nos dias de
utilização. Na Avenida Totonho Resende tem-se a presença de dois hotéis em construção e do
Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Lavras. O Centro de Hemodiálise não foi considerado
22

um empecilho na realização do projeto, devido ao fato de ter um horário de funcionamento


distinto do centro de eventos e funcionar apenas 3 vezes na semana. Já a presença dos hotéis
nas proximidades, valoriza ainda mais o terreno escolhido.

Figura 16 – Avenida Totonho Resende

Fonte: Pemi Construtora

Para verificação das dimensões do terreno, foi realizada uma medição com o Google Earth.
As dimensões encontradas do terreno foram de 260 x 310 x 368,01 x 368,01 metros. A área
obtida foi de 104.504,21 m². Na vista também foi conferida a direção do Norte, informação
importante para análise da trajetória solar (Figura 17).
23

Figura 17 – Dimensões do lote e posição do norte sem escala

Fonte: Autores (2022)

O lote atualmente é uma fazenda cafeeira, mas que devido ao crescimento do município,
parte do terreno já passou por processo de terraplanagem para receber construções futuras, o
que pode ser observado na Figura 18.

Figura 18 – A fazenda

Fonte: Autores (2022)

Segundo análise realizada no Mapa de Zoneamento de Lavras (2019), o terreno se encontra


na Zona de Expansão Urbana (ZEU) (Figura 19) que, de acordo com a Lei Complementar nº
24

156, de 22 de setembro de 2008, corresponde a áreas ainda vazias dentro do perímetro urbano
e que estão propícias à ocupação de instalações de infraestrutura, desde que se respeite as Áreas
de Preservação Permanente (APP). Sendo assim, o terreno está apto a receber uma estrutura tal
como um centro de eventos.

Figura 19 – Mapa de Zoneamento (Lavras – MG)

Fonte: Prefeitura Municipal de Lavras (2019)

5.3. Programa de necessidades e Pré-dimensionamento


Quanto à legislação urbanística, o lote encontra-se na Zona de Expansão Urbana (ZEU),
portanto, o projeto seguirá as diretrizes do Código de Obras de Lavras e do Corpo de Bombeiros
de Minas Gerais.

Devido a pluralidade de eventos que podem ocorrer no local, foram pensados quatro
ambientes distintos, sendo que dois destes espaços estão interligados. O primeiro ambiente é
uma estrutura coberta de grande porte que contará com toda estrutura necessária para a
realização de jantares, congressos, shows, formaturas, casamentos, entre outros. O segundo
ambiente, trata de um espaço gramado, com grande presença de arborização pensado para
eventos menores a céu aberto. O terceiro espaço, é uma área pavimentada, a céu aberto, pensada
para receber grandes eventos, como festivais, shows e feiras. Por último, uma pista de corrida
25

foi pensada como forma de aproximar o espaço ao centro de eventos. Todos os espaços serão
explicados adiante.

5.3.1. Primeiro ambiente


O primeiro ambiente contará com banheiros planejados em pontos estratégicos do salão
que, além de contar com um grande número de cabines, serão construídos banheiros para
Portadores de Necessidades Especiais (PNE) e fraldários externos aos banheiros.

Uma ampla cozinha industrial foi planejada para atender o público dos eventos. Esta
cozinha contará com áreas distintas para a preparação dos diversos tipos de alimentos, de forma
a minimizar qualquer tipo de contaminação dos alimentos por meio da separação das áreas sujas
e limpas. O depósito de alimentos foi posicionado de forma a facilitar o acesso dos
trabalhadores.

O palco contará com toda estrutura necessária para receber as mais diversas personalidades.
Contando com instalações sanitárias exclusivas, recepção, camarins e coxias para as equipes
técnicas. Além disso, o palco contará com escadas laterais e uma plataforma para Portadores de
Necessidades Especiais (PNE) e, quando necessário, o impedimento do acesso pelas escadas
será feito através de uma estrutura acoplada ao teto para o fechamento.

Para um melhor conforto térmico dos usuários, as aberturas foram dispostas de forma que
aconteça ventilação cruzada e por efeito chaminé na instalação. As aberturas foram planejadas
para serem construídas com vidros especiais que, além de permitir a circulação do ar no
ambiente, também permitem a entrada de luz e o isolamento acústico dos eventos. Devido a
disposições de ambientes pensadas, para alguns ambientes específicos, a ventilação por
exaustão foi a solução mais eficiente encontrada para manter a circulação de ar e,
consequentemente, a climatização e assepsia do espaço.

De forma a atender as exigências do Corpo de Bombeiros e pensando sempre na segurança


dos usuários, as saídas de emergências foram dispostas de forma a permitir o menor
deslocamento dos usuários até se chegar a um local seguro, tendo suas dimensões em
conformidade com as normativas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

5.3.2. Segundo ambiente


O segundo ambiente, que pode ser utilizado em conjunto com o primeiro ou de forma
independente com entrada privativa, foi pensado para eventos a céu aberto, contando com uma
área verde aberta e um projeto de paisagismo para integrar o usuário à natureza. Para a
26

arborização, foi pensada uma vegetação mais resistente às alterações climáticas, além dos Ipês,
árvore símbolo do município que, além de homenagear a cidade de Lavras, deixará o ambiente
ainda mais bonito. Os banheiros da lateral direita da estrutura coberta contam ainda com portas
externas voltadas para essa área externa, possibilitando assim o uso para os dois ambientes.

5.3.3. Terceiro ambiente


O terceiro espaço é uma grande área aberta pavimentada com cimento poroso, localizada
mais próximo da entrada, à direita da propriedade. Este espaço foi pensado para permitir a
possibilidade de uma estrutura ser montada de acordo com o evento e o público esperado. De
forma a ser possível a realização de feiras, shows, festivais, eventos que durante todo ano
movimentam a economia local e atraem pessoas de toda a região. Foi considerado ainda o
fornecimento de água potável e energia para este espaço, de forma a atender as necessidades
básicas do contratante.

5.3.4. Quarto ambiente


Pensando na carência da população em um ambiente aberto para a prática de exercícios, na
importância do contato com a natureza e na divulgação da arte no município, um quarto
ambiente foi pensado para compor o projeto. Uma pista de caminhada, por um parque
arborizado, mesclando a natureza com esculturas metálicas dispostas pelo trajeto da pista.

5.3.5. Estacionamentos
O Parque de Eventos de Lavras, também contará com dois estacionamentos, dos quais um
deles coberto com placas fotovoltaicas que, além de promover maior conforto aos usuários, será
responsável pela produção de 202.950 kWp. Assim como o terceiro espaço, os estacionamentos
e as pistas de rolamento também foram planejados com a utilização de cimento poroso.

5.4. Materiais
A fim de se obter uma edificação sustentável, térmica e acusticamente confortável é
necessário estudar e selecionar os materiais que mais se adequa aos objetivos da construção,
para promover o seu melhor desempenho (MACHADO, SOUZA E BARROSO-KRAUSE,
2012).

É importante ressaltar que, na construção civil, não existe material totalmente sustentável.
Isso se deve ao fato de que a sustentabilidade está relacionada com a situação em que ela está
inserida, ou seja, da função que deve cumprir, da localização, do uso do material, do modo de
produção, da região que será utilizado, dos hábitos e costumes do usuário, entre outros
27

(FLORES, 2011). Dessa forma, os critérios mencionados anteriormente devem ser analisados
para que, seja possível escolher os materiais que apresentem as melhores condições de
utilização e de sustentabilidade.

5.4.1. Estrutura
Para os pilares, vigas internas, estrutura do telhado e brise localizado na parte frontal da
estrutura coberta foi escolhida a estrutura metálica, visto que, ela permite a utilização de pilares
de menores seções, de vigas com menores alturas e vencer maiores vãos livres, o que promove
uma redução no número de pilares e, consequentemente, uma economia na obra (NARDIN,
2008). Além disso, a estrutura metálica também permite um menor prazo de execução,
diminuição de recursos e reduz o desperdício no canteiro de obras; e diminui a poluição e de
resíduos (MACHADO, SOUZA E BARROSO-KRAUSE,2012).

Como a vedação será realizada com bloco de concreto celular autoclavado, não serão
necessários pilares e vigas de canto ou de extremidade entre as paredes de vedação, visto que,
os blocos de concreto celular autoclavado possuem a capacidade de suportar as forças verticais
e horizontais que seriam descarregados nos pilares e vigas.

5.4.2. Vedação
Para as paredes de vedação, será considerado para a construção o emprego de blocos de
concreto celular autoclavado (Figura 20) que, segundo Bonotto (2005), apresentam ganho de
produtividade, desempenho e qualidade da obra em comparação aos demais blocos
convencionais.

Figura 20 – Bloco de concreto celular autoclavado

Fonte: MARTINS, MILAGRES e ROSA (2018)


28

As alvenarias estruturais devem resistir cargas verticais, suportar cargas de vento, impactos
e cargas de uso e ocupação, além de ter isolamento térmico e acústico para os ambientes, tendo
ainda boa estanqueidade à água da chuva e do ar, apresentando resistência ao fogo (KATO,
2002).

Segundo Martins, Milagres e Rosa (2018), o concreto celular autoclavado ainda possui as
seguintes características: peso específico baixo, boa resistência à compressão, isolante térmico,
isolante acústico, resistência ao fogo excepcional, impermeabilidade elevada, boa
trabalhabilidade, durabilidade interminável e os resíduos de fabricação são reutilizados como
resíduos inertes. Devido a todas as características supracitadas, o concreto celular autoclavado
será escolhido para a vedação da edificação.

Segundo Angeli e Filho (2019), o vidro indicado para a adequação acústica de um projeto
arquitetônico é o do tipo insulado (Figura 21), com a seguinte construção: vidro laminado
composto por 2 camadas de vidro de 3 mm de espessura cada e uma camada intermediária de
Polivinil Butiral (PVB) de 0,76 mm de espessura, espaço (câmara) de 6 mm, vidro de 4 mm de
espessura. Essa distribuição garante uma atenuação sonora de pelo menos 25 dB e, por isso,
será escolhido para as vedações em vidro.

Figura 21 – Corte esquemático vidro insulado

Fonte: ARQGLASS
29

5.4.3. Pisos e Revestimentos


Para o revestimento dos pisos será utilizado o linóleo que, devido à variedade de cores e
padrões disponíveis, à facilidade e rapidez de colocação, ao longo período de vida útil (cerca
de 30 anos), o tornam o material ideal para o projeto.

O linóleo ainda apresenta boa resistência mecânica, quanto a circulação de pessoas, é


reciclável, antibacteriano, antiestático, hipoalérgico, contribui para o isolamento acústico a
ruídos de percussão do local em que é aplicado e é constituído por materiais naturais, ou seja,
gera menor impacto ambiental (BASTOS, 2016).

Devido a todas essas características e a crescente preocupação ambiental e promoção de uso


de materiais naturais, com menor impacto ambiental, Bastos (2016) afirma que o linóleo tem
sido cada vez mais considerado como opção de revestimento de piso, devido à sua composição
de materiais naturais e às suas propriedades ecologicamente corretas.

Para os ambientes sanitários e a cozinha industrial, a Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA) determina que os pisos devem ser revestidos com material liso,
antiderrapante, impermeável, lavável, de fácil higienização e resistente ao uso e aos produtos
de limpeza de desinfecção. Já as paredes devem possuir acabamento liso, impermeável, lavável,
de cor clara e resistente aos impactos, à higienização e ao calor. Portanto, devido ao constante
contato com produtos químicos de limpeza, o porcelanato foi considerado para estes ambientes.

Já para o palco e suas escadas de acesso, o piso amadeirado será utilizado para compor o
revestimento, visto que, segundo Molina e Junior (2010), a madeira apresenta fácil
trabalhabilidade, propriedades acústicas e elevada resistência. Além disso, é o único material
de construção renovável, que demanda baixo consumo energético para produção, sequestra
carbono da atmosfera durante o crescimento da árvore (MOLINA E JUNIOR, 2010).

5.4.4. Cobertura
A cobertura da edificação possui grande influência sobre o conforto térmico e acústico de
uma obra (TOKUSUMI, 2019). Segundo Telhas Termoacústicas (2016), as telhas
termoacústicas reduzem o índice de acidentes por fadiga, reduz os custos desnecessários com
climatização, promovem o aumento da produtividade e economia de energia e promovem o
controle da emissão sonora. Por isso, foram escolhidas para compor o projeto.

Além da utilização das Telhas Termoacústicas, visando maximizar a renovação constante


do ar do ambiente, através da ventilação por efeito chaminé, a cobertura da edificação também
30

contará com um Lanternim (figura 22). O ar, quando aquecido tende a subir, dessa forma, o
lanternim permite que esse ar quente saia do ambiente liberando espaço para a entrada de uma
nova massa de ar.

Figura 22 – Esquema de um lanternim

Fonte: Autores (2022)

5.4.5. Divisórias
Pensando na possibilidade de segmentar áreas dentro do espaço principal, para tornar
possível a divisão em salas menores, cabos de aço serão fixados na estrutura metálica do telhado
para que tecidos de vibras vegetais possam ser colocados para segmentar o espaço em salas. Os
tecidos de fibra vegetal possuem absorção máxima para sons de frequência média, variando de
acordo com sua espessura e em função do número de pregas, podendo se tornar mais ou menos
absorventes (CAZELOTO e TAMANINI, 2003). Devidos às especificações da fibra vegetal,
elas também foram escolhidas como material das cortinas do palco e das coxias.

5.5. Vegetação

5.5.1. Vegetação na edificação


Em algumas paredes externas da edificação e em todo o muro do segundo ambiente de
eventos foram utilizadas paredes verdes que, segundo Vasconcellos (2006), sempre que
possível, são recomendadas em edificações localizadas em clima tropical. Além da valorização
estética do ambiente, revestir as superfícies com vegetação, promove a diminuição do efeito
das altas temperaturas e melhora o conforto térmico do ambiente (MARTINHO, 2022).

Foi também utilizada na área interna da edificação uma parede verde desidratada, processo
que trata da proteção e estabilização das folhas. Utilizando-se de um processo químico, as folhas
são desidratadas e preservadas quanto a sua forma, textura e cor. A parede verde desidratada
foi escolhida para compor o ambiente interno devido ao fato de apresentar uma baixa
31

manutenção, não atrair insetos, não precisar ser regada e ser capaz de absorver o som ambiente
(FONTES, 2020).

A jabuticabeira, árvore nativa do Brasil, também pode ser cultivada como planta ornamental
em ambientes internos a construção, sendo capaz de suportar desde as baixas temperaturas do
Sul do país até as altas temperaturas do Norte e Nordeste Brasileiro (ALCANTARA, 2019).
Assim, o salão principal, contará com jabuticabeiras, que irão dotar o espaço de uma brasilidade
e valorização estética e climatológica ao ambiente.

5.5.2. Vegetação externa ao ambiente


Em ambientes externos, a arborização apresenta um papel fundamental na redução da
incidência solar, tendo seu uso como dispositivo gerador de umidade e de sombreamento
bastante eficazes (GONÇALVES, CAMARGO e SOARES, 2012).

Como ilustrado pela figura 5, a vegetação é capaz de filtrar, guiar, obstruir, ou até mesmo
acelerar ou reduzir a velocidade do vento em torno da edificação. Além disso, segundo Baranyi
(2018), o contato com a natureza ajuda na saúde física, melhora a saúde mental, reduz estresse
e a hipertensão. Sendo assim, a arborização do centro de eventos não tem apenas a função de
regulador climático, mas também de aproximar a população de um ambiente natural,
proporcionando sensações de bem estar e de proximidade com a natureza.

5.6. Pavimento externo


Para o pavimento externo, foi planejada a utilização do concreto poroso. O concreto poroso
é composto por cimento Portland, materiais de graduação aberta, tais como brita 0 e pedriscos,
agregado graúdo, pouco ou nenhum fino, aditivos e água, sendo indicado para locais com
tráfego de cargas moderadas, como estacionamentos e calçadas (FERGUSON, 2005).

O American Concrete Institute (ACI 522, 2010) define o concreto poroso como uma
estrutura que possui vazios interconectados entre si, que permitem que a água passe através da
superfície. Sendo considerado um material sustentável para a construção devido ao fato de o
escoamento das águas pluviais melhorar a qualidade da água de recarga do lençol freático
(MONTEIRO, 2010). Além disso, a rápida infiltração da água pelo concreto poroso também
reduz os riscos de empoçamentos de água no local.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a aplicação dos conceitos de conforto ambiental e sustentabilidade, foi possível
desenvolver um centro para eventos que atenda às necessidades básicas dos usuários e dos
32

contratantes. O centro de eventos foi projetado de forma a proporcionar ambientes agradáveis


em termos de temperatura, umidade, ventilação, iluminação e acústica. Todo o projeto foi
pensado de forma a propiciar sustentabilidade em todos os âmbitos, sejam eles sociais,
ambientais e econômicos.

Quanto às necessidades básicas, o projeto possui banheiros corretamente dimensionados


com banheiros separados para Portadores de Necessidade Especiais (PNE) e grupos que não se
sentem confortáveis em utilizar banheiro masculino e feminino. As cozinhas, depósitos e áreas
de acesso exclusivo foram projetadas de forma a conferir o maior conforto dos trabalhadores e
assepsia aos utensílios, alimentos e materiais utilizados. Os estacionamentos e áreas de carga e
descarga foram locadas de forma a facilitar o acesso aos usuários e trabalhadores. Já em relação
à segurança, as saídas de emergências foram posicionadas e dimensionadas de forma a facilitar
o acesso a locais seguros pelos usuários.

A estrutura fechada, quando utilizada para público em pé, será capaz de comportar 9050
pessoas. Quando organizada para receber mesas, a estrutura será capaz de comportar 4525
pessoas sentadas. Já o espaço do lago, será capaz de receber público de até 6800 pessoas,
enquanto o espaço pavimentado a céu aberto conta com uma área total de 5,5 mil metros
quadrados e sua capacidade de público varia de acordo com a estrutura a ser montada e das
necessidades e planejamentos da organização.

A questão social também foi considerada no Parque de Eventos ao se adicionar uma pista
de caminhada ao parque, o que torna o espaço um lugar de contemplação e relaxamento fora
dos dias de utilização principais.

No âmbito econômico, as aberturas estrategicamente posicionadas ajudarão a promover a


iluminação e a ventilação natural que, consequentemente, promoverão uma economia de
energia no centro de eventos. As 3 mil vagas de estacionamentos cobertas com placas
fotovoltaicas serão responsáveis por produzir a energia consumida no local. Por fim, a
pluralidade de espaços e áreas tornam o Parque de Eventos de Lavras ainda mais atrativo aos
contratantes.

Em termos ambientais, a utilização de energia sustentável, através das placas fotovoltaicas


instaladas no estacionamento, é um dos principais pontos a ser destacado. A vegetação presente
em todo o terreno integra o projeto à natureza e valoriza ainda mais a questão ambiental. A
escolha dos materiais para o projeto agrega ainda mais valor à questão ambiental.
33

O anteprojeto, o projeto executivo e as imagens da maquete 3D encontram-se em anexo.

7. CONCLUSÃO
O Parque de Eventos Lavras, carinhosamente assim nomeado, busca unir as necessidades
atuais com as das gerações futuras, através do pensamento sustentável, do conforto ambiental,
das distribuições de espaços e da forma com que cada elemento influencia na vida das pessoas
que por ali podem passar.

A união de técnicas construtivas com a utilização dos blocos de concreto celular


autoclavado, estruturas metálicas, vidros insulados e laminados, piso de linóleo, cobertura com
telhas termoacústicas e pavimento de concreto poroso busca extrair as melhores qualidades dos
materiais, sendo assim, possível realizar um projeto sustentável o mais sustentável possível,
com isolamento acústico e com as melhores técnicas de conforto térmico e ambiência.

Através da união das técnicas supracitadas e do pensamento voltado aos usuários, foi
possível obter um projeto aplicável e capaz de suprir todas as necessidades que Lavras costuma
ter. Assim, foi criado um projeto sustentável, com uma arquitetura única e com uma variedade
de espaços e, o torna um projeto real de um dia vir a ser executado.

8. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS


Para trabalhos futuros, seria interessante a complementação dos projetos, com o
desenvolvimento dos projetos estrutural, elétrico, hidrossanitário e de combate e prevenção a
incêndio. Além disso, um estudo referente a viabilidade econômica da realização do projeto
também seria de grande valia.

9. REFERÊNCIAS
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do-contato-com-a-natureza-veja-como-inclui-los-no-dia-a-dia.htm>. Acesso em agosto de
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ventilação natural. São Carlos: Universidade de Engenharia de São Carlos da Universidade
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Disponível em: <https://www.radiorock.com.br/2022/08/02/serie-documental-rock-rio-
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Disponível em: <https://www.rohdenvidros.com.br/blog/vidro-para-isolamento-acustico-
voce-sabe-quais-sao-os-mais-indicados/>. Acesso em agosto de 2022.

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rodeio como uma prática esportiva de identidade cultural na região Sul do Brasil.
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praças em cidades de clima tropical quente e úmido: uma contribuição metodológica para
o projeto bioclimático. 2006. 263 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura, Faculdade de
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WIKIPÉDIA. São Paulo Expo. 2022. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_Expo>. Acesso em agosto de 2022.

WIKIPÉDIA. Expominas. 2020. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Expominas>. Acesso em agosto de 2022.
39

ANEXO
40
41
42
43
44
45
46
47
48
310.00

50.87

50.67
124.81 45.50 131.96

10.30
8.50 123.46

20.70

11.40
1.00
44.50 8.50

17.00
ESTACIONAMENTO COBERTO COM PLACAS FOTOVOLTAICAS - 360 VAGAS DE 2,60x6,50m

3.00 44.50

LAGO

44.00
Área Verde
Esáço Aberto ESTACIONAMENTO DESCOBERTO - 315 VAGAS DE 2,50x5,00m

97.30

28.20
2.00

15.60
15.40

5.00

5.00
119.11 8.50 6.00 6.00 8.50 118.63

11.00

11.00
25.00

10.00

2.00
passeio

13.0
5
13.0

5
Jardim Jardim
passeio

passeio
10.00

FONTE

passeio
2.00

368.01
AVENIDA AVENIDA

TP = 41,04%
Área Total=42.889,29m²

ESCULTURA
196.90
219.00

219.00

ESCULTURA
2.40

PISTA DE CAMINHADA

ESPAÇO DESCOBERTO CIMENTADO


ÁREA = 5.500,00m²

N.M.
ESCULTURA

ESCULTURA

113.77 34.80 113.73


7.10

7.10
15.00

15.00
jardim

112.63 34.00 112.63


259.25
acesso de pedestres e veículos

AVENIDA TOTONHO DE REZENDE - BAIRRO VILA BRASILIA, LAVRAS-MG

SITUAÇÃO
ESCALA - 1:300

PROJETO PARA CONSTRUÇÃO / REFORMA / REGULARIZAÇÃO / DEMOLIÇÃO SELO_PML_ABR_22_R0

FINALIDADE: APROVAÇÃO INICIAL DE PROJETO Nº DO IPC ______________________

USO: COMERCIAL 03 / 03 DESENHO __________________


FOLHA Nº __________

INSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA:
LOGRADOURO: AVENIDA TOTONHO DE REZENDE
CADASTRO DO IMÓVEL
NÚMERO: S/N QUADRA: LOTE:
ZONEAMENTO:
BAIRRO: VILA BRASILIA MUNICÍPIO: LAVRAS - MG

RESPONSÁVEL PELO PROCESSO:

GOVERNO DE LAVRAS
CPF / CNPJ

Subsecretaria de Planejamento
e Regulação Urbana
Superintendência de
Modernização e Projetos Digitais
ASSINATURA DO(S) RESPONSÁVEL(IS) PELO PROCESSO

OBSERVAÇÕES (Nº DE PROCESSOS ANTERIORES, ETC)


QUADRO DE ÁREAS
TERRENO 104.504,21 m²
FACHADA FRONTAL
ESC - 1/75 APROVAÇÃO INICIAL OU
REGULARIZAÇÃO DE OBRA
MODIFICAÇÃO DE PROJETO

ÁREA DE PROJEÇÃO: ÁREA EXISTENTE:


4.675,13 m²
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO
ÁREA A CONSTRUIR: ÁREA AVERBADA:
4.675,13 m² CREA - CAU - CRT / UF

ÁREA APROVADA: ÁREA APROVADA:

ÁREA AVERBADA: ÁREA DE ACRÉSCIMO:


ASSINATURA DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO

ÁREA TOTAL: TOTAL A REGULARIZAR:


PAVIMENTOS E OCUPAÇÃO
4.675,13 m² GABARITO TOTAL DE PAVIMENTOS

PERMEABILIDADE DO TERRENO
01
ÁREA PERMEÁVEL TAXA DE PERMEABILIDADE TAXA DE OCUPAÇÃO Nº DE UNIDADES
42.889,29 m² 41,04 % 4,47% 01
UNIDADES RESIDENCIAIS UNIDADES NÃO RESIDENCIAIS
QUANDO USO MISTO
01
ÁREA RESIDENCIAL ÁREA NÃO RESIDENCIAL
4.675,13 m² Analisado conforme Lei Complementar 425/2021 e suas alterações
que dispõem sobre o Código de Obras do município e demais legislações
pertinentes a este departamento.
CONTEÚDO Conforme termo de responsabilidade fornecido ao município pelo(a)
profissional responsável Técnico(a) pelo projeto cabe à ele(a) a
SITUAÇÃO E FACHADAS responsabilidade pela compatibilidade em relação aos demais órgãos
reguladores nas esferas Municipal, Estadual e Federal.

RESERVADO PARA O CARIMBO DE APROVAÇÃO

FACHADA LATERAL
ESC - 1/100

FORMATO - 2 A0
I.S. Fem. Funcionários I.S. Masc. Funcionários I.S. Masculino 1 I.S. Feminino 1
I.S. PNE 1
DML Vest. Fem. Vest. Masc.
Circ. 2
I.S. Fraldário 1
I.S. Feminino 3 Cozinha
Carga e Descarga 2 Despensa Carga e Descarga 1

CORTE AB
ESC - 1/75

310.00

5.00

5.00
6.50
2.50 2.50 2.50

6.50

6.50
6.00

50.87

50.67
2.50
0.50 2.60

5.00

5.00

5.00
6.50

2.00

2.00

2.00
passeio passeio

5.00

5.00

5.00
jardim jardim

6.00
passeio passeio

0.50 2.60 6.00 6.00


2.50 2.50 2.50

6.00
6.50
2.50
jar
dim
plataforma carga e descarga pa
ss
e io

5.00

5.00
pa
ss
eio

6.00
124.81 45.50 131.96

2.00

2.00
sobe
0.50 2.60 J1 J1 J1

5.00

5.00
passeio
plataforma

6.50

10.30
elevatória pne
6.00 6.00
2.50 2.50

6.00
12 degraus 12 degraus 8.50 123.46
passeio

passeio

20.70
jardim
28x17,5cm 28x17,5cm 2.50
6.00

sobe

sobe
P8
0.50 2.60

5.00

5.00
plataforma plataforma P4
J5 elevatória pne elevatória pne J3

11.40
passeio
6.50

2.00

2.00
acesso de J6
funcionários J4
1.00 P4

5.00

5.00
44.50 8.50
P10
6.00

dormentes h=2.10
J1 6.00 6.00
0.50 2.60 2.50 2.50
J1

6.00
P17
2.50

17.00
6.50

J7
passeio
jardim

5.00

5.00
jardim
J7

passeio

2.00

2.00
passeio
ESTACIONAMENTO COBERTO COM PLACAS FOTOVOLTAICAS - 360 VAGAS DE 2,60x6,50m
J1 P18
0.50 2.60
0.00

5.00

5.00
3.00 44.50
J8
6.50

EDIFICAÇÃO PRINCIPAL passeio 6.00 6.00


LAGO
2.50 2.50

44.00

6.00
ÁREA = 4.428,05m² Área Verde
Esáço Aberto ESTACIONAMENTO DESCOBERTO
J8
315 VAGAS DE 2,50x5,00m 2.50
6.00

97.30

5.00

5.00
J8
0.50 2.60 P18
28.20
passeio
jardim

2.00

2.00
6.50

5.00

5.00
passeio

6.00 6.00
6.00

2.50 2.50

seio

seio
pas

6.00
P17

pas
0.50 2.60

im
jard
2.50
2.00 P19
45.50
6.50

J1 8.50 J1

5.00

5.00
2.00

2.00
J1 J1
passeio
jardim

passeio
6.00

15.60
15.40

5.00

5.00
passeio

0.50 2.60

54.00 6.00 6.00


2.50 2.50
6.50

- -

6.00
X X
J12 J12
J10 J10 J11 J12 J12 J12 P15 P16 J10 J10 P8 passeio eio
2.50
5.00

5.00

ss
pa
eio
ss
pa
6.00

5.00

5.00
im
rd
ja

acesso ao público
119.11 0.50 2.60 8.50 6.00 área coberta 6.00 8.50 118.63

2.00

2.00
rampa i=8%

rampa i=8%
11.00

11.00
6.50

5.00

5.00
6.00 6.00
2.50 2.50
6.00

6.00
25.00
0.50 2.60 2.50 2.50 2.50 2.50
56.00

5.00

5.00

5.00
6.50

10.00

2.00

2.00

2.00
2.00

13.0
5
13.0

5.00

5.00

5.00
5

Jardim Jardim
12.50

10.00

6.00 6.00 6.00


FONTE 2.50 2.50 2.50

7.00
2.00

passeio

368.01
TP = 41,04%
Área Total=42.889,29m²

57.16
AVENIDA AVENIDA

55.00 17.01

escultura
196.90
196.90

47.04
219.00

219.00

escultura
2.40

pista de caminhada

ESPAÇO DESCOBERTO CIMENTADO


100.00

ÁREA = 5.500,00m²
12.00

escultura
40.96

escultura

55.00 10.20

113.77 34.80 113.73

EDIFICAÇÃO SECUNDÁRIA (GUARITA)


36.70

36.70
7.10

7.10

ÁREA = 247,08m²

SELO_PML_ABR_22_R0
15.00

15.00

PROJETO PARA CONSTRUÇÃO / REFORMA / REGULARIZAÇÃO / DEMOLIÇÃO

FINALIDADE: APROVAÇÃO INICIAL DE PROJETO Nº DO IPC ______________________


jardim

USO: COMERCIAL 02 / 03 DESENHO __________________


FOLHA Nº __________

INSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA:
LOGRADOURO: AVENIDA TOTONHO DE REZENDE
CADASTRO DO IMÓVEL
NÚMERO: S/N QUADRA: LOTE:
112.63 34.00 112.63 ZONEAMENTO:
BAIRRO: VILA BRASILIA MUNICÍPIO: LAVRAS - MG
259.25
IMPLANTAÇÃO acesso de pedestres e veículos RESPONSÁVEL PELO PROCESSO:

ESCALA - 1:300 GOVERNO DE LAVRAS


CPF / CNPJ
ÁREA = 4.675,13m²
Subsecretaria de Planejamento
e Regulação Urbana
Superintendência de
Modernização e Projetos Digitais
ASSINATURA DO(S) RESPONSÁVEL(IS) PELO PROCESSO

OBSERVAÇÕES (Nº DE PROCESSOS ANTERIORES, ETC)


QUADRO DE ÁREAS
TERRENO 104.504,21 m²
1.00

APROVAÇÃO INICIAL OU
REGULARIZAÇÃO DE OBRA
MODIFICAÇÃO DE PROJETO
1.55

ÁREA DE PROJEÇÃO: ÁREA EXISTENTE:


4.675,13 m²
3.40

RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO


1.70

1.70

ÁREA A CONSTRUIR: ÁREA AVERBADA:


2.40

2.40

4.675,13 m² CREA - CAU - CRT / UF


3.50

3.50

ÁREA APROVADA: ÁREA APROVADA:


0.70

0.70
1.80

1.80

ÁREA AVERBADA: ÁREA DE ACRÉSCIMO:


ASSINATURA DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO

ÁREA TOTAL: TOTAL A REGULARIZAR:


PAVIMENTOS E OCUPAÇÃO
4.675,13 m² GABARITO TOTAL DE PAVIMENTOS
10.50

10.50

10.50
3.50

PERMEABILIDADE DO TERRENO
01
2.40

2.40

2.40

ÁREA PERMEÁVEL TAXA DE PERMEABILIDADE TAXA DE OCUPAÇÃO Nº DE UNIDADES


8.95

42.889,29 m² 41,04 % 4,47% 01


8.15

UNIDADES RESIDENCIAIS UNIDADES NÃO RESIDENCIAIS


QUANDO USO MISTO
0.10

7.10

0.10

01
ÁREA RESIDENCIAL ÁREA NÃO RESIDENCIAL
4.675,13 m² Analisado conforme Lei Complementar 425/2021 e suas alterações
que dispõem sobre o Código de Obras do município e demais legislações
pertinentes a este departamento.
CONTEÚDO Conforme termo de responsabilidade fornecido ao município pelo(a)
profissional responsável Técnico(a) pelo projeto cabe à ele(a) a
3.50

3.50

3.50

IMPLANTAÇÃO E CORTES responsabilidade pela compatibilidade em relação aos demais órgãos


reguladores nas esferas Municipal, Estadual e Federal.

RESERVADO PARA O CARIMBO DE APROVAÇÃO

I.S. FEMININO 4 I.S. MASCULINO 4 ÁREA DE FOTOS FOYER BILHETERIA W.C. MASC. 2 I.S. MASCULINO 3 I.S. FEMININO 3

CORTE ESQUEMÁTICO XX (TRANSVERSAL)


ESC - 1/75

FORMATO - 2 A0
0.60 0.60

0.60 0.60
passeio passeio

0.80

0.80
jardim jardim
0.60 passeio passeio
70.79

10.00
15.00

15.00

15.00
jar
dim
2.00 7.50 7.00 54 pa
.78 ss
sobe eio
pa

0.50
ss
eio

A
rampa plataforma carga e

5.00

25.30
i=17,33%

4.50
descarga
40.50
0.20 0.20 0.20 0.20 0.20 0.20
0.20 0.20 0.20
1.60 1.50 11.50 1.50 6.35 4.55 2.00 2.00 3.08 3.72 2.50 7.40 1.50 1.50 1.50
0.60 P2 J1 J1 J1

0.20

0.20
0.20
0.30

0.30

W.C Fem. 1

W.C Masc. 1
TELHA METÁLICA sobe 12 degraus 9.90

2.00
2.05

Banho
2.32
P1 28x17,5cm
TERMOACUSTICA Circulação 1 60

3.00
0.

3.20
saída de emergência
i=10% 0
14.07 60 0.8
plataforma 0.

1.25
saída de

0.20
elevatória Circ. Coxia P3 P3 P3

1.30
emergência pne 3.40 1.50

4.40

1.3

2.10

2.30
10.95 1.60 Hall 1 Vest.

0
10.30
10.00
Carga e Descarga 1 2.90

55
P4

2.
4.20 P5

cortin
a
passeio
Recepção

cortin
6.80

2.80

2.80
h=1.60 a partir da laje h=2.40 a partir da laje 37.68

0
J2

.4
a
3.70

4.80

4.60

12
Camarim
coxia 1 coxia 2

passeio
11.50 1.50 13.30 5.10

jardim
Palco passeio

11.00
0.60 P6 P7 0.20
0.20 0.20 0.20 3. 0.20 0.20 0.20 1.00
0.80 8.30 2.00 34 34 4.90 2.60 2.00 8.30 17.91

0.20
0.20

0.20

0.20
3.
h=1.60 a partir da laje

3.15 3.08 2.00 2.00 3.08 3.15 P8

h=2.40 a partir da laje

1.60

1.60
1.90

1.90
12 degraus 12 degraus

2.25
h=2.40
PNE PNE

sobe
sobe

h=2.40

emergência
2.75

2.75
beiral de laje imperm.

28x17,5cm 28x17,5cm

beiral de laje imperm.

saída de
3.70

3.70
3.60

1.20

1.20
saída de emergência
bancos bancos P4 P4 bancos bancos

5.50

5.50
plataforma plataforma
P4
elevatória elevatória

saída de emergência
J5 I.S. Feminino 1 I.S. Masculino 2
Hall 2 pne pne
TELHA DE FIBROCIMENTO 4.3 8 Hall 4

1.80

1.80
i=10% PNE J13 8 4.3 PNE J3 passeio
12.00

passeio

11.40
h=2.40 h=2.40

0.20

0.20

0.20

0.20
2.20 2.20

1.80

1.80
J6
PNE Hall 3 PNE
J4
h=0.70 a partir da estrutura metélica da cobertura principal

h=0.70 a partir da estrutura metélica da cobertura principal


Hall 5

1.50
4.30
P4 I.S. Feminino 2
I.S. Masculino 1

5.30
h=2.40
h=1.60 0
0.2

2.50

h=2.40
acesso de 8.30 P4 bancos bancos P4

1.70
39.25

3.50
1.50
h=2.40 a partir da laje funcionários PNE em Pista de Dança

J13

gê de
sa

ia
er

íd
0.20

nc
0.20

er da

1.70

1.65
TELHA METÁLICA TELHA METÁLICA gê A=536,20m²

a
PNE

em saí
de
TERMOACUSTICA TERMOACUSTICA P10 saída de emergência 2.00 nc
P9

1.60
0.20 0.20 ia

0.20

0.20
i=10% i=10% 0.20 0.20 0.20
1.60 1.50 9.50 1.50 3.00 1.40 3.20 2.70 2.20 32.20 2.00 8.30

1.50
0.20
0.20 0.20 0.80
armário para guardar os
0.20

14.10
saída de emergência
materiais dos funcionários

2.00
P4
J1 Vestiário Masc. 0.201.00 e
4.40 1.70 36.60 a d ncia

0.20
J13 í d

aberturas de vidro
sa rgê

12.50
e

Circ. 2
P4
J1 Vestiário Fem. em

2.00
saída de
0.60 1.20 P17
armário para guarda de emergência

0.20
materiais dos funcionários

área externa funcionários

1.50
h=1.60 a partir da laje

dormentes h=2.10

33.0
beiral de laje imperm.

3.10
5.60 1.50
0.20

4.20

saída de emergência
I.S. Masc.

17.00
passeio
J7 J13 delimitação da pista de dança delimitação da pista de dança delimitação da pista de dança

9
jardim

0.85

0.85
Funcionários
P4

2.00

0.30

0.30

0.30
TELHA DE FIBROCIMENTO 3.60

1.10 1.10
i=10% 0.20

2.00
0.20

1.50
3.50 7.80 2.00 15.00 2.00 7.80
0.80 0.80

jardim
3.60 0.20 0.20

1.00
P4
I.S. Fem.

0.20
4.20
J7 Funcionários 0.20 P4

3.10

passeio
5.60 1.50

passeio
J13

2.30
passeio

aberturas de vidro
0.20

1.50
4.40 1.20

cervejeiras
J1 0.20

2.00

11.50

13.20

13.20
DML P4
P18

6.90
0.20
2.80

0.20
área limpa
J13

Circ. 3
lavagem de utensílios

lavagem de utensílios
bar

0.20
bar

4.70
área limpa

1.50
2.00
J8
h=1.60 materiais sujos P11

0.20
passeio
J13 LAGO

assepsia
0.80
12.00
0.60 0.60

5.80

44.00
Área Verde

2.00

0.30

0.30

0.30
8.60 1.50
0.20

cervejeiras
0.20 Esáço Aberto

assepsia
13.80

4.80

1.50

delimitação do espaço para mesas

delimitação do espaço para mesas


J8 0.20
7.80 2.00 15.00 2.00 7.80
0.80 0.80

2.00
empratamento
0.20 0.20

legumes
cozimento
J13 Espaço para mesas
A = 808,27m²

66.00
97.30

aberturas de vidro
P11

refrigeração

92.32
87.59
alimentos
J8

1.50
Cozinha

saída de emergência

11.50

13.20

13.20
P18

passeio
jardim

assepsia

8.50
carnes P12 J13 bar

0.20

cervejeiras
6.40
0.60 bar
P12

Circ. 3
Despensa

alimentos

1.50
4.80
alimentos
alimentos
J13

0.20
h=1.60 a partir da laje

alimentos alimentos
P13

0.20

2.40

2.00

0.30

0.30

0.30
beiral de laje imperm.

8.60 1.50
0.20 0.20
0.20

1.50
7.80 2.00 15.00 2.00 7.80
0.80 0.80
0.20 0.20

aberturas de vidro
P2 saída de
saída de

eio
J13 emergência

seio
emergência

pas
8.80
39.25
Carga e

0.30

pas
P17

9.25
Descarga 2

passeio

8.40
saída de

10.75

im
saída de

sa rgê
em
1.50

jard
emergência

íd nc
emergência

e
a
P14

de ia
0.20 acesso aos delimitação do espaço para mesas 8.50
10.50 0.20
0.20 J13 banheiros 1.00 0.20

emergência

emergência
1.80 8.50 0.20 2.50

acesso aos
P19

saída de

saída de
0.20

0.20
0.20

0.20

banheiros
1.00 5.60
5.80 3.50 J9

camarão
2.20x2.40
1.50
J1 I.S PNE 1 J1

porta
2.20

2.20

2.20
I.S PNE 2
h=0.70 a partir da estrutura metélica da cobertura principal

h=0.70 a partir da estrutura metélica da cobertura principal

1.50
P4 P4 17.60 5.00 3.70 P4
3.70 0.

0.20

0.20

0.20
20

0.20
5.25

5.25
2.50 4.60 1.20 2.30 h=3.50 2.30 1.20 Hall 9 2.50

1.40

1.40
1.00 1.00

1.60
0.20 0.20

I.S. LGBT 1
1.60
0.20 P4
Hall 6 P4 P4 P4 0.20

2.86

2.85
6.40
J9

I.S. LGBT 2
1.20 1.20

7.20
1.45
J1 Fraldário 1 Maquiagem Fraldário 2 J1
passeio
jardim

5.70
P4 P4 P4 P4

0.20

0.20

0.20
0.20
TELHA METÁLICA TELHA METÁLICA Área de Fotos
passeio

4.10

4.10
TERMOACUSTICA TERMOACUSTICA 0.20
0.20 0.20
i=10% i=10% 4.05 3.50 6.40 1.20 21.20

0.20
1.80
0.20

15.60

.38
P4

1.00

57
0.20

0.20
Foyer
TELHA DE FIBROCIMENTO 3.50

I.S. Feminino 3

I.S. Feminino 4
I.S. Masculino 3

I.S. Masculino 4
P4
0.60

0.20
h=1.60 i=10% beiral de laje imperm.

2.50

2.50
Escritório Hall 7
0.20 0.20

9.75

9.75

9.75

9.75
h=2.40 a partir da laje 8.40 2.90
2.00

0.20 0.20

0.20
W.C P4
1.40

1.20 1.40 1.20

6.90
Área de Fotos

emergência
Fem. 2

saída de
emergência
P3

saída de
passeio

4.20
Hall 8 Bilheteria Área de Fotos

0.20
P3
W.C

2.0
Masc. 2
26.30 P8
0.20

0.20

0.20

0.20

0.20

0
J10 J10 J11 J12 J12 J12 J12 J12 P15 P16 - cobogó com vidro J10 J10 7.98
0.60

1.80
0.60 1.60 1.50 11.50 1.50 4.05 4.05 2.00 7.90 5.00 3.20 4.05 4.05
0.20 0.20 0.20 0.20 0.20 0.20 0.20 acesso ao público 0.90 0.20 0.20 passeio i o
h=2.40 a partir da laje
h=2.40 a partir da laje

sse
B área coberta 0.20 pa

4.80

4.80

4.80
5.00

o
54.00 ei
ss
beiral de laje imperm.

21.98 pa
beiral de laje imperm.

im
rd
ja

0.20

0.20

0.20

0.20
0.30

0.30
TELHA DE FIBROCIMENTO

12.
i=10% 10.00 5.70 7.00 10.00 7.00 5.70
0.30 0.20 0.30 0.30 0.20 0.30

0 0
16.00
rampa desce

rampa sobe
Embarque e Desembareque de Passageiros

i=8%
10.60

10.80

10.60

i=8%
área coberta
PROJETO PARA CONSTRUÇÃO / REFORMA / REGULARIZAÇÃO / DEMOLIÇÃO SELO_PML_ABR_22_R0
QUADRO DE ÁREA

0.6
12.50 12.00 12.50 CÔMODO ÁREA Nº DO IPC ______________________

0.8 0.6
FINALIDADE: APROVAÇÃO INICIAL DE PROJETO

0
0 0
Carga e Descarga 1 136,87m² COMERCIAL 01 / 03 DESENHO __________________
h=2.40 a partir da laje h=2.40 h=3.40 h=2.40 h=2.40 a partir da laje USO: FOLHA Nº __________

Recepção 39,57m² INSCRIÇÃO IMOBILIÁRIA:

Circulação 1 56,99m² LOGRADOURO: AVENIDA TOTONHO DE REZENDE


CADASTRO DO IMÓVEL
Circulação Coxia 16,33m² NÚMERO: S/N QUADRA: LOTE:

Coxia 1 12,21m² ZONEAMENTO:


0.30

0.30
0.20

0.20
BAIRRO: VILA BRASILIA MUNICÍPIO: LAVRAS - MG
Coxia 2 12,21m²
Palco 152,91m² 2.50 7.00 10.00 7.00 2.50 RESPONSÁVEL PELO PROCESSO:
0.20 0.30 0.30 0.20
Hall 1 7,14m² GOVERNO DE LAVRAS
25.00
Camarim 22,54m² CPF / CNPJ
Vestiário 3,45m² 56.00
Subsecretaria de Planejamento
Banho 4,50m² e Regulação Urbana
W.C. Fem. 1 4,50m²
Superintendência de
W.C Masc. 1 4,50m²
Modernização e Projetos Digitais
QUADRO DE ESQUADRIAS

10.00
I.S. Fem. 1 45,65m² ASSINATURA DO(S) RESPONSÁVEL(IS) PELO PROCESSO

I.S. Masc. 1 35,70m² PORTA / PORTÃO JANELAS OBSERVAÇÕES (Nº DE PROCESSOS ANTERIORES, ETC)
QUADRO DE ÁREAS
Hall 2 11,36m²
Hall 3 8,96m²
P1 1.80x2.40 J1 1.20x0.60 / h=1.80 TERRENO 104.504,21 m²

I.S. Fem. 2 43,99m²


P2 3.00x2.40 J2 2.00x1.40 / h=1.00
I.S. Masc. 2 45,65m²
P3 0.70x2.10 J3 5.50x0.60 / h=2.60 APROVAÇÃO INICIAL OU
REGULARIZAÇÃO DE OBRA
MODIFICAÇÃO DE PROJETO
Hall 4 11,36m²
P4 1.00x2.10 J4 5.30x0.60 / h=2.60
Hall 5 10,96m²
P5 1.50x2.40 J5 5.50x0.60 / h=1.80 ÁREA DE PROJEÇÃO: ÁREA EXISTENTE:

Circulação 2 34,85m²
P6 2.30x2.40 J6 4.30x0.60 / h=1.80 10.00 4.675,13 m²
PERGOLADO P7 2.50x2.40 J7 3.40x0.60 / h=1.80
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO

Vestiário Masc. 8,80m² ÁREA A CONSTRUIR: ÁREA AVERBADA:


EM ESTRUTURA METÁLICA P8 4.50x2.40 J8 3.00x1.20 / h=1.20
Vestiário Fem. 8,80m² 8.46 8.46 4.675,13 m²
2.00

CREA - CAU - CRT / UF


COBERTA COM VIDRO I.S. Masc. Funcionários 21,32m²
P9 1.20x2.40 J9 5.60x1.10 / h=1.20 passeio ÁREA APROVADA: ÁREA APROVADA:
I.S. Fem. Funcionários 21,32m²
P10 1.80x2.10 J10 4.05x0.60 / h=1.80 34.80

13.
05

P11 1.60x2.40 J11 0.60x0.60 / h=1.80


13.

05
DML 8,79m² 0.20 0.20
Cozinha 118,68m²
P12 2.00x2.40 J12 0.50x0.50 / h=1.00 0.20 1.00 ÁREA AVERBADA: ÁREA DE ACRÉSCIMO:
2.15 ASSINATURA DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO PROJETO

Circulação 3 35,85m²
P13 1.10x2.40 J13 3.00x0.60 / h=5.85
P22 P21 P23 P23 P21 P22

0.20 0.20
Despensa 41,28m²
P14 4.00x2.40 J14 3.00x2.00 / h=1.00 Jardim Jardim P20 ÁREA TOTAL: TOTAL A REGULARIZAR:
PAVIMENTOS E OCUPAÇÃO
P15 6.00x4.00 J15 3.35x2.00 / h=1.00

1.30
Carga e Descarga 2 94,26m² J17 4.675,13 m² GABARITO TOTAL DE PAVIMENTOS
P16 11.20x4.80 J16 1.60x0.60 / h=2.40 Lavabo P3
I.S. PNE 1 5,50m² 01
passeio

passeio

P17 8.35x6.00 J17

3.70
0.60x0.60 / h=2.40 PERMEABILIDADE DO TERRENO

circ.
geladeira

microondas
be

passeio
Fraldário 1 7,15m² ÁREA PERMEÁVEL TAXA DE PERMEABILIDADE TAXA DE OCUPAÇÃO Nº DE UNIDADES
P18 13.20x6.00

2.00
10.00

Hall 6 29,89m² J16

passeio
42.889,29 m² 41,04 % 4,47% 01
P19 4.60x3.50 FONTE

passeio
Copa

7.10

7.10
I.S. Feminino 3 39,44m²

0.20
I.S. Masculino 3 39,44m²
P20 0.80x2.10 acessos acessos QUANDO USO MISTO
UNIDADES RESIDENCIAIS UNIDADES NÃO RESIDENCIAIS

I.S. LGBT 1 18,03m²


P21 12.00x2.40 Guarita 01
ÁREA RESIDENCIAL ÁREA NÃO RESIDENCIAL
P22 2.00x2.30
COBERTURA Maquiagem 46,08m²

3.00

3.00
4.675,13 m²
P23 1.13x2.30 10.
04 J14 J14 Analisado conforme Lei Complementar 425/2021 e suas alterações
04
ESCALA - 1:100 Escritório 21,00m² 10. que dispõem sobre o Código de Obras do município e demais legislações
pertinentes a este departamento.
Hall 7 8,45m² CONTEÚDO Conforme termo de responsabilidade fornecido ao município pelo(a)
projeção cobertura projeção cobertura

0.20
Bilheteria 33,18m² profissional responsável Técnico(a) pelo projeto cabe à ele(a) a
J15 PLANTA BAIXA, COBERTURA E QUADROS responsabilidade pela compatibilidade em relação aos demais órgãos
W.C. Fem. 2,40m² QUADRO DE ÁREA reguladores nas esferas Municipal, Estadual e Federal.
W.C. Masc. 2,40m² 2.00 12.00 1.13 3.35 1.13 12.00 2.00
Área do Terreno 104.504,21m² 0.40 0.20 0.20 0.40
Hall 8 3,08m² passeio RESERVADO PARA O CARIMBO DE APROVAÇÃO
2.00

Área de Projeção 4.675,13m²


Hall 9 29,45m² acesso de pedestres e veículos
Área a Construir 4.675,13m² QUADRO DE ÁREA
I.S. PNE 2 5,50m² Área Total 4.675,13m²
Fraldário 2 7,15m² Área Permeável 42.889,29m² CÔMODO ÁREA
I.S. LGBT 2 18,03m² PLANTA BAIXA GUARITA
Guarita 9,00m²
I.S. Masculino 4 39,44m² Copa 4,30m² ESCALA - 1:125
I.S. Feminino 4 39,44m² PLANTA BAIXA SALÃO DE FESTAS
ESCALA - 1:125 Circulação 3,70m² ÁREA = 247,08m²
Salão 2.262,61m² Lavabo 2,79m²
ÁREA TOTAL 4.428,05m² ÁREA = 4.428,05m² Acessos 214,76m²
ÁREA TOTAL 247,08m²

FORMATO - 2 A0

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