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Agrometeorologia e Climatologia

Agrícola
Professor: Thiago Mej
EMENTA

Classificação climática;
Elementos do clima de importância agropecuária;
Balanço hídrico;
Observações meteorológicas e equipamentos de medição;
Zoneamento agrícola, Aplicações; programação meteorológica aplicadas à
produção animal e vegetal.
Alterações climáticas e seus efeitos na produção vegetal;
Precipitação;
Evapotranspiração;
Ventos e insolação;
OBJETIVO

Ensinar os elementos formadores e fatores de influência no das condições


atmosféricas e sistemas agrícolas,

Avaliar os riscos climáticos minimizando as incertezas características da


agricultura.

Habilitar a fazer previsões climáticas para uso em sistemas agrícolas.


JUSTIFICATIVA

Por ser uma ciência ambiental a climatologia está intimamente relacionada com
o cultivo da terra, o conhecimento do meio físico e dos processos que definem
as condições climáticas de uma região são fundamentais na formação destes
profissionais, assim como a análise climática e sua interferência na
produtividade agrícola que se faz necessário a exploração sustentável dos
recursos naturais.
METODOLOGIA

Aulas expositivas em sala, aulas de campo com visitas técnicas orientadas.


Uso de datashow e atividades em conjunto.
CONTEÚDO PROGRAMADO

Clima e tempo;
Energia na atmosfera;
Balanço hídrico;
Alterações climáticas e seus efeitos na produção vegetal;
Classificação do clima; precipitação; Evapotranspiração;
Ventos e insolação;
Zoneamento agroclimático.
AVALIAÇÃO

Avaliação Bimestral com peso 8,0 pontos


Atividades avaliativas com peso 2,0 pontos
PERIÓDICOS

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos:


https://www.cptec.inpe.br/pr/ponta-grossa

Centro de Ensino e Pesquisa na Agricultura, da Universidade


Estadual de Campinas: https://www.cpa.unicamp.br/

REVISTA BRASILEIRA DE CLIMATOLOGIA:


https://revistas.ufpr.br/revistaabclima
INTRODUÇÃO À AGROMETEOROLOGIA

Meteorologia é o ramo da ciência que se ocupa dos fenômenos físicos da


atmosfera (meteoros). Seu campo de atuação abrange o estudo das condições
atmosféricas em dado instante, ou seja, das condições do tempo.

Tais condições resultam da movimentação atmosférica, que é originada pela


variação espacial das forças atuantes na massa de ar.

Portanto, a atmosfera é um sistema dinâmico, em contínua movimentação,


embora se tenha, em algumas situações, a sensação de que o ar esteja
"parado"
Um dos desafios da ciência é prever, com razoável antecedência, os resultados
dessa movimentação e suas possíveis consequências - PREVISÃO DO
TEMPO.

fonte: https://www.cpa.unicamp.br/
O esse sequenciamento médio
que define o clima de um local, e
que determina quais atividades
são ali possíveis. Essa
caracterização média define a
Climatologia. Isto significa que a
Meteorologia trabalha com
valores instantâneos enquanto a
Climatologia utiliza valores
médios (de longo período).
As condições climatológicas indicam o tipo de atividade agrícola
mais viável de um local, e as condições meteorológicas
determinam o nível de produtividade para aquela atividade, num
certo período, além de interferir na tomada de decisão com relação
às diversas práticas agrícolas.

Segundo Smith (1975), a “Meteorologia Agrícola tem por objetivo colocar a


ciência da Meteorologia à serviço da Agricultura em todas suas formas e
facetas, para melhorar o uso da terra, para ajudar a produzir o máximo de
alimentos, e a evitar o abuso irreversível dos recursos da terra”.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS

A atmosfera é uma massa em contínuo movimento e isto induz


variações nas condições predominantes em uma região. O estado da
atmosfera pode ser descrito por variáveis que caracterizam sua
condição energética. Para um local, essa descrição pode ser tanto
em termos instantâneos, definindo sua condição atual, como em
termos estatísticos, definindo uma condição média.
Tempo é o estado da atmosfera num local e instante, sendo
caracterizado pelas condições de temperatura, pressão,
concentração de vapor, velocidade e direção do vento,
precipitação;
Clima é uma descrição estática que expressa as condições médias
(geralmente, mais de 30 anos) do sequenciamento do tempo num local. O
ritmo das variações sazonais de temperatura, chuva, umidade do ar, etc,
caracteriza o clima de uma região.

O período mínimo de 30 anos foi escolhido pela Organização


Meteorológica Mundial (OMM) com base em princípios estatísticos de
tendência do valor médio. Desse modo, inclui-se anos com desvios para
mais e para menos em todos os elementos do clima. Ao valor médio de 30
anos chama-se Normal Climatológica.
Ponta Grossa PR
Elementos e Fatores Climáticos / Meteorológicos

Elementos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado da atmosfera, ou


seja: radiação solar, temperatura, umidade relativa, pressão, velocidade e direção
do vento, precipitação. Esse conjunto de variáveis descrevem as condições
atmosféricas num dado local e instante.

Fatores são agentes causais que condicionam os elementos climáticos. Fatores


geográficos tais como latitude, altitude, continentalidade/oceanidade, tipo de
corrente oceânica, afetam os elementos. Por exemplo, quanto maior a altitude
menor a temperatura e a pressão. A radiação solar pode ser tomada ou como fator
condicionador ou como elemento dependente da latitude, altitude, e época do ano.
Escala Temporal dos Fenômenos Atmosféricos
A face da Terra voltada para o Sol (dia) está sempre mais quente que a face
oposta (noite). Com o movimento de rotação da Terra, um local experimenta
uma variação diária em suas condições meteorológicas (temperatura,
pressão, nebulosidade, chuva, umidade relativa, etc).
Essa variação diária ocorre em todos locais, com maior ou menor
intensidade, e é um fenômeno natural. Em geral, quanto mais árido (seco)
maior a variação diária da temperatura (calor sensível) e, consequentemente,
da pressão.
Portanto, essa é a escala diária de variação das condições meteorológicas.
Uma escala maior de variação das condições meteorológicas é a anual, que
é devida ao posicionamento relativo entre a Terra e o Sol, gerando as
estações do ano.

As diferenças sazonais são mais intensas à medida que se afasta da linha


do Equador. Na região equatorial, em função de uma certa constância de
incidência da radiação solar ao longo do ano, as distinções entre as
estações são menos intensas. À medida que se caminha em direção aos
pólos, há acentuação nessa intensidade.

Note-se que a radiação solar é o principal elemento controlador das variações tanto
na escala diária como na anual. Essas são variações que ocorrem com uma
periodicidade (ciclo) previsível.
Quando se fala em mudança climática, fala-se de tendências que ocorrem nas
condições regionais, num período razoavelmente longo de tempo (décadas, séculos),
para uma grande região.

Os causadores dessa mudança são os fenômenos naturais (vulcões, atividade solar),


sem qualquer influência humana, e mais aqueles desencadeados realmente pelas
atividades humanas (desmatamento, poluição, urbanização).
FONTE: LEITE et al (2011)
FONTE: LEITE et al (2011)
FONTE: LEITE et al (2011)
Escala Espacial dos Fenômenos Atmosféricos
Os fenômenos atmosféricos ocorrem de forma continuada, havendo influência
de uma escala sobre outra.

Visando a facilitar o entendimento de suas ocorrências e os efeitos possíveis da


ação humana, pode-se separá-las em três grandes categorias, ou seja, macro,
meso, e micro-escala, que são importantes para a previsão do tempo e para o
manejo agrícola.
A macro-escala trata dos
fenômenos em escala regional
ou geográfica, que caracteriza
o clima de grandes áreas pelos
fatores geográficos (latitude,
altitude, etc.). Nessa escala,
descreve-se, por exemplo, o
(macro)clima de uma região.
Esta escala é o foco quando se
fala em mudança climática.
A meso-escala se refere aos fenômenos
em escala local, em que a topografia
condiciona o (topo ou meso)clima pelas
condições do relevo local. A exposição (N,
S, E ou W), a configuração (vale, espigão,
meia encosta), e o grau de inclinação do
terreno determinam o clima local.
Portanto, dentro do macroclima da região
é possível que existam vários topoclimas.
A micro-escala é aquela que
condiciona o clima em pequena
escala (microclima), sendo
função do tipo de cobertura do
terreno (solo nú, gramado,
floresta, cultura rasteira,
represa, etc.), que determina o
balanço local de energia. O
fator principal é a cobertura do
terreno e cada tipo de cobertura
tem influência própria sobre o
microclima.
Estações do Ano
A época do ano é caracterizada pela posição relativa Terra – Sol
tomando-se o equador terrestre como referencial. Traçando-se um raio
imaginário ligando o centro da Terra à posição do Sol, forma-se um ângulo
em relação ao plano equatorial terrestre. A tal ângulo denomina-se de
declinação solar.

O Sol tem dois movimentos aparentes em torno da Terra, um no sentido E


– W decorrente da rotação do planeta, e outro no sentido N – S devido ao
movimento de translação.
A declinação solar está relacionada ao movimento aparente no sentido N –
S, sendo variável ao longo do ano entre os valores de 23° 27’ S (ou –23,45°)
e de 23° 27’ N (ou +23,45°). Esses valores extremos são conseqüências da
inclinação que o eixo terrestre faz com a linha normal ao plano de translação
do planeta em torno do Sol (plano da Eclíptica), e determinam na Terra,
respectivamente, os Trópicos de Câncer e de Capricórnio.
Em função da variação da posição relativa Terra - Sol ao longo do
ano, algumas dessas posições foram adotadas como características,
determinando as principais efemérides (comemoração de um fato)
astronômicas que definem as estações do ano.

Define-se Equinócio quando o Sol aparentemente se encontra sobre


a linha do Equador terrestre (δ = 0°); e isto ocorre duas vezes por ano
(ao redor de 21/03 e de 23/09).
Logo, os equinócios indicam o início do outono e da primavera.
Solstício é quando o Sol atinge seu afastamento máximo da linha do
equador, e isto ocorre também duas vezes por ano. Em torno de 22/06,
o Sol está aparentemente sobre o Trópico de Câncer (Hemisfério
Norte), e determina o início do inverno no hemisfério sul; mas em 22/12,
quando ele está sobre o Trópico de Capricórnio (Hemisfério Sul),
inicia-se o nosso verão.
FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)
FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)
FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)
FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)
FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)
Irradiância solar em diferentes faces do terreno na latitude de 20ºS, no
Solstício de Inverno

FONTE: SENTELHAS, ANGELOCCI (2012)


1) Como a latitude e a altitude condicionam o macroclima?

2) Discuta as diferenças dos efeitos causados pela oceanidade e


pelas correntes marítimas sobre o macroclima.

3) Cite dois fatores do topo e do microclima.


A ATMOSFERA TERRESTRE
Estrutura Vertical da Atmosfera

A atmosfera terrestre é o envelope


gasoso, relativamente fino, que
envolve o planeta sendo de
fundamental importância à vida na
Terra, pois atua como sede dos
fenômenos meteorológicos e
também como determinante da
qualidade e da quantidade da
radiação solar que atinge a
superfície.
Composição Básica da Atmosfera

Basicamente, a atmosfera pode ser considerada como constituída


majoritariamente por dois gases: nitrogênio (78% em volume) e oxigênio
(21%). São também seus constituintes naturais os gases inertes: argônio,
criptônio, hélio, neônio, e xenônio. Esses sete gases formam a matriz
atmosférica.

Existe ainda na atmosfera outros gases de importância física, química, e


biológica, se destacando o dióxido de carbono (CO2), o ozônio (O3), e o
vapor d'água.
Os gases atmosféricos naturais fazem parte de ciclos geológicos, sempre
com tendência ao equilíbrio dinâmico, em que os oceanos e florestas
atuam, na maioria das vezes, como reservatórios, tanto para suprir
deficiências como para absorver excessos. Grosseiramente, pode-se dizer
que existem sítios de produção (fontes) e sítios de consumo (drenos)
desses gases, havendo reciclagem natural.

Podemos falar de uma composição atmosférica média que varia no tempo e


no espaço.
Vulcão Hunga Tonga-Hunga na Ilha de Tonga em 14 janeiro 2022

FONTE: https://super.abril.com.br/coluna/deriva-continental/erupcao-vulcanica-em-tonga-foi-a-mais-violenta-da-historia-do-pais/
FONTE: https://super.abril.com.br/coluna/deriva-continental/erupcao-vulcanica-em-tonga-foi-a-mais-violenta-da-historia-do-pais/
Após a revolução industrial, as atividades antropogênicas resultaram em
“micro-erupções” urbanas responsáveis pela injeção contínua de uma
quantidade cada vez maior de gases e partículas. O agrupamento de
fábricas em pólos industriais tem resultado em concentração de fontes
poluidoras. São frequentes os episódios em que a poluição atinge níveis
preocupantes.
Efeito Estufa
A molécula de CO2 é excelente absorvedora de radiação de
ondas longas terrestre, e este fato traz preocupação pois
aumento em sua concentração significa balanço de energia
atmosférico mais positivo, com temperatura ambiente mais
elevada.

Esse é o efeito estufa; isto é, a energia entra na atmosfera mas


tem dificuldade para sair.
Um constituinte atmosférico de fundamental importância é o vapor d’água.

● A água é o único elemento que se encontra na natureza, nos três


estados físicos (sólido, líquido, gasoso), simultaneamente. Mesmo na
atmosfera não é incomum encontrar gelo, água, e vapor dentro de uma
nuvem.
● A água funciona como termorregulador, evitando flutuações muito
intensas da temperatura do ambiente. A distribuição da água na
atmosfera varia tanto espacial como temporalmente.
● Nos desertos e nas regiões geladas, o teor de vapor d’água é
extremamente baixo.
● Nas regiões tropicais, próximas de oceanos quentes, sua concentração
é elevada. Regiões próximas a oceanos frios também apresentam baixa
umidade atmosférica.
Circulação Global Idealizada
• A distribuição global da precipitação está muito ligada à Circulação
Geral da Atmosfera e a distribuição das cadeias de montanhas e
planaltos.
• A chuva na região equatorial está ligada à ZCIT.
• As regiões com pouca precipitação nas latitudes subtropicais estão
localizadas no ramo descendente da Célula de Hadley.
• Nas regiões de latitudes médias, a precipitação está associada às
frentes frias e aos ciclones extratropicais.
• A frente polar é uma faixa muito propícia ao desenvolvimento de
vórtices ciclônicos, particularmente em áreas oceânicas.
https://www.windy.com/?7.972,-55.371,3
Oceanos: reguladores do clima no planeta
As correntes marítimas contribuem para espalhar pelo planeta o calor
que a Terra recebe do Sol. Os raios solares são responsáveis por
99% de toda a energia da térmica que chega a superfície da Terra,
provocando a evaporação diária de milhões de toneladas de água dos
oceanos.
As grandes correntes oceânicas são dirigidas pelos ventos e
pela rotação da Terra. Zonas de ressurgência - os ventos
movimentam as águas da superfície para longe das plataformas
continentais.
Oceanos: correntes marítimas
Massas de Ar / Frentes Principais tipos de massas de ar sobre a América do Sul:
As massas de ar são grandes
volumes que ao se deslocarem cE - equatorial continental - forma-se na região amazônica
lentamente ou estacionarem (quente e úmida), causando chuvas.
sobre uma região adquirem as mE - equatorial marítima - forma-se sobre o oceano,
características térmicas e de causando chuvas.
umidade da região (Fedorova, cT - tropical continental - forma-se na região do Chaco
1999). São classificadas: a) (quente e seca), causa poucas chuvas.
quanto à região de origem: mT - tropical marítima - forma-se sobre os oceanos e causa
Antártica ou Ártica (A); Polar poucas chuvas.
(P); Tropical (T); e Equatorial mP - polar marítima - forma-se na região sub-antártica (fria e
(E); b) quanto à superfície de seca), causa chuvas frontais.
origem: Marítima (m) e cA - antártica continental - forma-se na região Antártica
Continental (c) durante todo o ano.
Variação Temporal
Classificação climática Brasileira segundo Koppen
Regiões climáticas do Brasil
Fatores Climáticos
Pluviosidade
Temperatura
Radiação Solar
Umidade
Relevo
Vento
Fogo
Água
Pluviosidade
Quantidade de água que cai numa determinada área ou região e é medida
em milímetro.

A CADA mm corresponde a 1 litro de água


Temperatura
As variações de temperatura na superfície terrestre são
principalmente resultado do efeito da latitude e da altitude da
proximidade da latitude ou a influência das grandes massas
continentais.
A temperatura depende da latitude, varia segundo as estações do ano
e das variações do dia e da noite.

Variação da temperatura:
https://revistapesquisa.fapesp.br/2019-foi-o-ano-mais-quente-ja-registrado-no-brasil/
Temperatura
Radiação Solar
Radiação Solar
Insolação
◦ É a quantidade de
energia luminosa
(medida em cal . cm-2.
min-1) que chega a uma
determinada superfície
da Terra numa
determinada época do
ano.
Umidade
Quantidade de água presente em um dado volume de ar, expressa como
uma porcentagem da quantidade que o ar pode reter à mesma temperatura.
Vento
Impulsionam as massas de vapor de água, e modelam as paisagens.
Ação Mecânica
◦ Quebrar as copas, derrubar, ou mudar o porte das árvores.
Ação Fisiológica
◦ Migração de vegetal e animal.
Vento
Relevo
O relevo de uma região é em
grande parte dependente do
clima.

Dele depende a velocidade de


escoamento de água caída ao
solo e, consequentemente, a
sua infiltração, percolação e
toda a circulação da água no
interior do solo.
Relevo
A vertente voltada para o lado de
onde vêm os ventos úmidos
(barlavento) recebe maior
precipitação (chuvas orográficas)
e resulta num relevo ou modelado
mais suaves com solos mais
profundos; a vertente oposta (a
sotavento) recebe menor volume
de chuva, é mais abrupto e de
solo mais rasos.
Relevo
Movimentação atmosférica
As diferenças de pressão são
Os movimentos atmosféricos devidas à incidência e absorção
ocorrem em resposta à da radiação solar de maneira
diferença de pressão entre distinta entre duas regiões
duas regiões

Na macro-escala, devido à
posição relativa Terra-Sol, os
Isso faz com que a atmosfera raios solares são mais
seja mais expandida no intensos e mais absorvidos na
equador e mais contraída nos região Equatorial do que nos
pólos Pólos
1) Aceleração da Gravidade: responsável principal pela
pressão atmosférica

2) Flutuação Térmica: contribui para a variação da Patm (> T <


Patm / < T > Patm)
3) Gradiente Horizontal de Pressão: responsável pela
movimentação da atmosfera de uma região para outra.
Essas 3 forças atuam tanto na parcela de ar em
repouso como em movimento e, portanto, são
denominadas primárias.
Quando a massa de ar começa a se movimentar duas outras
forças, denominadas secundárias, começam a atuar:

1) Atrito: responsável pela desaceleração do movimento.

2) de Coriolis: responsável pela mudança da direção do movimento


devido à rotação da Terra. Essa força é perpendicular ao movimento,
mudando a trajetória para a esquerda no HS e para a direita no HN.
Na macro-escala, os ventos de superfície estão associados à circulação geral da
atmosfera, a qual é resultado da ação das 5 forças mencionadas anteriormente.
ZCIT – Zona de convergência inter-tropical – elevação do ar quente
e úmido, formando nuvens e chuvas convectivas.

ZCET – Zona de convergência extra-tropical – encontro do ar frio e


seco do Pólos com o ar quente e úmido dos trópicos, formando os
sistemas frontais frentes polares , que causam perturbações
atmosféricas em larga escala
Compare o modelo teórico (a) da Circulação Geral da Atmosfera e o que realmente
ocorre (b). Veja que as duas condições são muito semelhantes.
Circulação da atmosfera e sua movimentação ao longo do ano acompanhando o
Equador térmico
Ciclones e Anticiclones
Os ciclones e anticiclones formados na
atmosfera são responsáveis pela mudança
na direção dos ventos predominantes

Os ciclones são centros de baixa pressão (L


= Low). Os ventos convergem para esse
centro pela força gradiente e em seu
movimento tem seu deslocamento desviado
pela força de Coriolis (para a direita no HN e
para a esquerda no HS)

Os anticiclones são centros de alta pressão (H


= High). Os ventos divergem desse centro
devido à força gradiente e, em seu movimento,
tem seu deslocamento desviado pela força de
Coriolis (para a direita no HN e para a
esquerda no HS)
Centro de Baixa Pressão

Centro de Alta Pressão


Ciclones e Anticiclones

Ciclone Catarina (Atlântico Sul)


Furacão Isabel (Atlântico Norte)
Circulação Atmosférica na América do Sul

Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)


A ZCAS é uma zona de convergência subtropical que ocorre
durante o verão na América do Sul e se caracteriza por uma
extensa faixa de nebulosidade no sentido NW-SE, desde a
Amazônia, passando pelas regiões Centro-Oeste e Sudeste
e se estendendo para o oceano Atlântico.
Esse sistema está associado à intensa convecção na região
Amazônica, havendo assim um fluxo de umidade dessa
região para altas latitudes. Além disso, a presença dos
Andes parece intensificar o processo.
Esse sistema persiste por vários dias mantendo o tempo
instável, gerando assim totais pluviométricos bastante
expressivos na região de atuação. Sua ausência pode levar
a períodos de estiagem durante a estação chuvosa,
denominados de veranicos.
El Niño Oscilação Sul

A circulação geral da atmosfera é modificada por uma séries de fatores ao


longo do ano, tendo grande variação temporal e espacial. Na América do Sul,
além dos ciclones e anticiclones, um fenômeno bastante conhecido, é a
variação da circulação no sentido zonal (leste – oeste), conhecido como El
Niño Oscilação Sul ENOS) que provoca alterações no padrão de circulação
geral da atmosfera, fazendo com que haja mudanças também nos padrões
climáticos normalmente observados. Simplificadamente, conhecese esse
fenômeno com El-Niño/La-Niña.
El Niño Oscilação Sul
A figura mostra a circulação observada no
Oceano Pacífico Equatorial em anos
normais. A célula de circulação com
movimentos ascendentes no Pacífico
Central/Ocidental e movimentos
descendentes no oeste da América do Sul
e com ventos de leste para oeste
próximos à superfície (ventos alísios,
setas brancas) e de oeste para leste em
altos níveis da troposfera é a chamada
célula de Walker. Esse célula de
circulação contribui para o aumento da
chuva na costa Australiana e diminuição
dela na costa oeste da América do Sul.
El Niño Oscilação Sul
El Niño é um fenômeno
atmosférico-oceânico caracterizado
por um aquecimento anômalo das
águas superficiais no oceano Pacífico
Tropical, que pode afetar o clima
regional e global, mudando os
padrões de vento em escala mundial,
e afetando assim, os regimes de
chuva em regiões tropicais e de
latitudes médias. Na verdade, ocorre
um ciclo de aquecimento/resfriamento
(respectivamente, “El-Niño” e
“La-Niña”) da superfície do oceano
Pacífico ao longo dos anos.
El Niño Oscilação Sul

Nota-se que os ventos em superfície,


em alguns casos, chegam até a mudar
de sentido, ou seja, ficam de oeste
para leste. Há um deslocamento da
região com maior formação de nuvens
e a célula de Walker fica bipartida
Anomalia de temperatura da superfície do mar em dezembro de 1988. Plotados somente as anomalias
negativas menores que -1ºC.
La Niña representa um
fenômeno oceânico-atmosférico
com características opostas ao
EL Niño, e que caracteriza-se
por um esfriamento anormal nas
águas superficiais do Oceano
Pacífico Tropical. Alguns dos
impactos de La Niña tendem a
ser opostos aos de El Niño, mas
nem sempre uma região afetada
pelo El Niño apresenta impactos
significativos no tempo e clima
devido à La Niña
Esquema da Circulação Zonal na ocorrência de La-Niña e
El-Niño
Impactos do El Niño de dezembro a fevereiro
Impactos do El Niño de junho a agosto
Impactos da La Niña de dezembro a fevereiro
Impactos do La Niña de junho a agosto
Dipolo do Atlântico

O Dipolo do Atlântico está relacionado


à temperatura da superfície do mar
(TSM) em diferentes partes do Oceano
Atlântico. Essa diferença de
temperatura gera um fluxo de ar no
sentido da TSM mais fria para a TSM
mais quente, já que o ar em contato
com a superfície do mar se
esquenta/resfria de acordo com a
temperatura deste.

DIPOLO = TSM Atlântico N – TSM


Atlântico S
Dipolo do Atlântico

Quando o Dipolo é POSITIVO há


um deslocamento da ZCIT para o
norte, gerando, assim, redução
de chuvas no NE do Brasil
(Figura A).

Quando o Dipolo é NEGATIVO há


um deslocamento da ZCIT para o
sul, atingindo o NE do Brasil e
trazendo mais chuvas para essa
região (Figura B)
Circulações e Ventos Locais

A circulação geral da atmosfera também se modifica


acentuadamente tanto temporalmente como espacialmente,
devido ao aquecimento diferenciado entre continentes e
oceanos, configuração de encostas, sistemas orográficos e
topografia, originando circulações e ventos “locais”.
Circulações e Ventos Locais
Brisas Terra-Mar
Brisa Marítima – ocorre durante o dia,
quando o oceano encontra-se
relativamente mais frio que o continente

Brisa Terrestre – ocorre durante a noite,


quando o continente encontra-se
relativamente mais frio que o oceano
Circulações e Ventos Locais
Brisas de Vale e de Montanha

Brisa de Vale (ou anabática) -


ocorre durante o dia, devido à
diferença de temperatura entre o
vale (>) e os espigões (<).
Auxilia na formação de nuvens.

Brisa de Montanha (ou catabática) – ocorre durante a


noite, pois o ar frio que se forma, sendo mais denso,
escoa pela encosta indo se depositar na baixada.
Durante noite de intenso resfriamento a brisa
catabática pode provocar a “geada de canela”, que é
a queima pelo frio dos vasos condutores das plantas,
fazendo com que a parte aérea morra e haja rebrota
próximo ao solo.
Ventos Fohen ou Chinook

Ventos fortes e secos


que se formam a
sotavento de barreiras
orográficas. Muito
comuns nas Montanhas
Rochosas (América do
Norte) e nos Andes
(América do Sul)
Frentes

Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam


imediatamente. A massa mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais
quente (menos densa), formando uma zona de transição, denominada de frente.

Se a massa fria avança em direção à Se a massa quente avança em direção à massa fria, a
massa quente, a frente é denominada FRIA frente é denominada QUENTE
Frentes
As frentes frias e quentes ocorrem
concomitantemente, variando apenas no
espaço.

A América do Sul, devido ao seu formato, sofre


a influência predominante das FFs. As FQs
situam-se predominantemente sobre o Oceano
Atlântico.
Frentes

Além da frente fria, que provoca a ocorrência de chuvas durante a


passagem do sistema frontal e queda na temperatura, e da frente
quente, que promovem chuvas amenas antes da passagem do
sistema frontal e logo após aumento da temperatura, existem ainda as
frentes oclusas e as frentes estacionárias. Nesses dois últimos casos,
as chuvas são intensas e por períodos prolongados.
Frentes
Frentes

Na frente estacionária, não há predomínio de avanço de uma massa em direção à


outra, fazendo com que o sistema fique estacionário sobre uma região, provocando
chuvas contínuas.
A figura
mostra uma
frente fria e
uma frente
quente sobre
a região S e
SE do Brasil.
A área branca
corresponde à
nebulosidade,
formada
devido à ação
das frentes.
1. Quais as forças que atuam no movimento das massas de ar e,
consequentemente, na formação dos ventos? Quais os ventos
predominantes que ocorrem na macro-escala?

2. Liste as principais consequências para o Brasil dos fenômenos El Niño e La


Niña.

3. Quais as massas de que atuam no Brasil e qual a relação delas com a


estacionalidade das chuvas no país?

4. Quais os principais gases de efeito estufa e quais são suas principais


fontes naturais e antrópicas de emissão?

5. Qual a diferença entre as frentes fria e quente?


Temperatura do ar e do solo
Dentro do balanço de radiação e de energia, o saldo de radiação na superfície
terrestre será destinado, basicamente, a três processos físicos, dentre os quais dois
estão associados à temperatura: fluxo convectivo de calor sensível (temperatura do
ar) e o fluxo por condução de calor no solo (temperatura do solo).

aquecimento do ar (H); do solo (G); evapotranspiração (LE); fotossíntese (F)


Temperatura do solo

O regime térmico de um solo é


determinado pelo aquecimento da
superfície pela radiação solar e
transporte, por condução, de calor
sensível para seu interior. Durante
o dia, a superfície se aquece,
gerando um fluxo de calor para o
interior. À Noite, o resfriamento da
superfície, por emissão de radiação
terrestre (ondas longas), inverte o
sentido do fluxo, que agora passa a
ser do interior do solo para a
superfície.
A variação da
temperatura do solo ao
longo do dia (temporal) e
da profundidade
(espacial) é estudada a
partir da elaboração dos
perfis de variação da
temperatura,
denominados de
TAUTÓCRONAS
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo

O fluxo de calor no solo depende, basicamente, da sua condutividade


térmica, de seu calor específico e de sua emissividade, os quais por sua
vez dependem do tipo do solo. Além disso, essa variação é afetada pela
interação com outros fatores, dentre eles:

● Fatores Externos
○ Relacionados aos elementos meteorológicos: irradiância solar
global, temperatura do ar, nebulosidade, chuva e vento.

● Fatores Intrínsecos
○ Relacionados ao tipo de solo, ao relevo e ao tipo de cobertura do
terreno
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo

Tipo de Solo

Relacionado à textura, estrutura e teor de matéria orgânica do solo.


Solos arenosos tendem a apresentar maiores amplitudes térmicas diárias
nas camadas superficiais e menores em profundidade. Isso ocorre pelo
fato dos solos arenosos terem maior porosidade, havendo um menor
contato entre as partículas do solos, dificultando assim o processo de
condução. Os solos argilosos, por sua vez, apresentam maior eficiência
na condução de calor, tendo menor amplitude térmica diária.
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo

Variação horária da
temperatura de um solo
arenoso e de outro
argiloso. Observe a menor
amplitude diária no solo
argiloso, o que se deve ao
fato deste solo ser mais
eficiente em transportar
calor para seu interior
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo

Relevo
Este é um fator topoclimático, que condiciona o terreno a diferentes exposições à
radiação solar direta e, também, ao acúmulo de ar frio durante o inverno.
Como visto na aula de fatores
climáticos, os terrenos de
meia-encosta voltados para o norte
(no hemisfério Sul) recebem mais
energia do que os voltados para o
sul. Já nas baixadas ocorre um
maior acúmulo de ar frio durante o
inverno, o que acaba
condicionando redução da
temperatura do solo também
nessa área.
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo

Cobertura do Terreno

Este é um fator microclimático. Solos sem cobertura (desnudos) ficam sujeitos


a grandes variações térmicas diárias nas camadas superficiais. A cobertura
com vegetação ou resíduos vegetais (mulch) modifica o balanço de radiação e
de energia, pois a cobertura intercepta a radiação solar, impedindo que esta
atinja o solo. Esse fator é importante no sistema de plantio direto e nos
pomares, onde as plantas ficam bem espaçadas. Em períodos críticos (inverno)
e em locais sujeitos a geadas, a cobertura do terreno é um fator agravante das
geadas, pois impede que o solo armazena calor durante o dia e libere-o para a
superfície à noite
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo
Variação Temporal e Espacial da
Temperatura do Solo

Diária Varia com a


profundidade. Nas camadas
mais superficiais, varia de
acordo com a incidência de
radiação solar, tendo o
valor máximo entre 12 e
14h. Em profundidades
maiores, as máximas
tendem a ocorrer mais
tarde, assim como as
mínimas.
Variação Temporal e Espacial da
Temperatura do Solo

Anual Também segue a


disponibilidade de energia na
superfície, com valores máximos
no verão e mínimos no inverno.
Em profundidade, ocorre um
pequeno atraso nos valores
máximos e mínimos. A figura ao
lado ilustra a variação anual da
temperatura do solo em duas
profundidades. Observe que no
verão a temperatura média mensal
é maior na superfície. Já no
inverno, isso se inverte.
Variação anual da temperatura do solo em região de clima temperado, onde, durante o inverno, o
solo fica coberto com neve.
Medida da Temperatura do Solo

São utilizados os
geotermômetros, cujo o
elemento sensor é o mercúrio,
que tem como princípio de
medida a dilatação de um
líquido. Além deles pode-se
utilizar outros tipos de
elementos sensores, como os
termopares e os termistores.
Para medida padrão em
estações meteorológicas os
geotermômetros devem ser
instalados a 2, 5, 10, 20, 40 e
100 cm de profundidade em
superfície gramada ou de solo
desnudo.
Medida da Temperatura do Solo

Cálculo da Temperatura Média do Solo


Estação Convencional: Tmed do Solo = (Ts7h + Ts14h + Ts21h) / 3

Estação Automática: Tmed do Solo = ( ∑Tsi ) / n

Tsi é a temperatura do solo medida a cada intervalo de tempo


e n é o total de observações feitas ao longo de um dia.
Medida da Temperatura do Solo

Estimativa da Temperatura Média Mensal do Solo

Caso não se disponha de dados para determinar a temperatura média


mensal de um solo, pode-se recorrer às estimativas por meio da relação
da temperatura do solo com a temperatura do ar:

Ts = a + b.Tar

Os valores de a e b dependem do tipo de solo e também da profundidade


de determinação de Ts.
Exemplos:

Tar = 24°C

Ts2cm = -4,56 + 1,38. 24 = 28,6°C

Ts100cm = 7,27 + 0,81. 24 = 26,7°C

CALCULE a temperatura do solo para as profundidades 2 cm, 5 cm e 40 cm,


considerando a temperatura do ar em 17°C e 35°C.
Temperatura do ar

A temperatura do ar é um dos efeitos mais importantes


da radiação solar. O aquecimento da atmosfera
próxima à superfície terrestre ocorre principalmente por
transporte de calor, a partir do aquecimento da
superfície pelos raios solares. O transporte de calor
sensível (H) na atmosfera se dá por 2 processos:

1. Condução Molecular Processo lento


de troca de H, ocorrendo pelo contato
entre as moléculas de ar. Assim, esse
processo tem extensão espacial
limitada, ficando restrito à camada
limite superficial.
Temperatura do ar

2. Difusão Turbulenta Processo rápido de


troca de energia, em que parcelas de ar
aquecidas pela superfície entram em
movimento convectivo desordenado,
transportando calor (H), vapor (LE), etc,
para camadas superiores da atmosfera.
Fatores Determinantes da Temperatura do Ar

Os fatores determinantes da temperatura do ar são aqueles associados às três


escalas dos fenômenos atmosféricos:

1. Fatores Macroclimáticos: Relacionados à latitude, altitude, correntes


oceânicas, continentalidade / oceanidade, massas de ar e frentes.

2. Fatores Topoclimáticos: Relacionados ao relevo, mais especificamente à


configuração e exposição do terreno.

3. Fatores Microclimáticos: Relacionados à cobertura do terreno.


Fatores Determinantes da Temperatura do Ar

Variação Temporal da Temperatura do Ar


Fatores Determinantes da Temperatura do Ar

Variação Temporal da Temperatura do Ar


Diária: A temperatura do ar varia basicamente em função da disponibilidade de
radiação solar na superfície terrestre. O valor máximo diário da temperatura do ar
ocorre normalmente de 2 a 3h após o pico de energia radiante, o que se deve ao
fato da temperatura do ar ser medida a cerca de 1,5 a 2,0 m acima da superfície. Já
a temperatura mínima diária ocorre de madrugada, alguns instantes antes do nascer
do sol. O diagrama abaixo mostra a variação diária da temperatura do ar.
Fatores Determinantes da Temperatura do Ar

Anual: Também segue a


disponibilidade de energia
na superfície, com valores
máximos no verão e
mínimos no inverno.

A variabilidade espacial
(horizontal) é basicamente
definida pelos fatores
determinantes do clima,
como latitude, altitude,
continentalidade, correntes
oceânicas, massas de ar,
etc.
Variação Espacial da Temperatura do Ar
Variação Espacial da Temperatura do Ar

A temperatura do ar varia
espacialmente também na vertical.
Como tanto o aquecimento como o
resfriamento do ar se dão a partir
da superfície, durante o dia a
tendência é da temperatura do ar
ser maior próxima à superfície e
menor com a altura. Já de
madrugada, essa situação se
inverte, sendo a temperatura
menor próxima à superfície e maior
com o aumento da altura.
Variação Espacial da Temperatura do Ar
Medida da Temperatura do Ar

Para fins meteorológicos e climatológicos, a temperatura do ar é medida


sob uma condição de referência (padrão), para que se permita
comparação entre locais diferentes. A condição padrão para a medida da
temperatura do ar é sobre área plana (topoclima) e gramada (microclima),
sendo a temperatura registrada em diferentes locais conseqüência apenas
do macroclima. A altura medida é entre 1,5 a 2,0 m acima da superfície,
dentro de um abrigo meteorológico que permita a livre passagem do ar
mas impeça a incidência de radiação solar nos equipamentos. Esse
abrigo pode ser de paredes tipo venezianas, como nas Estações
Meteorológicas Convencionais, ou constituído de multiplacas, como nas
Estações Meteorológicas Automáticas.
Medida da Temperatura do Ar
Medida da Temperatura do Ar

Sobre essa condição de referência, o


padrão típico de variação diária da
temperatura do ar é bastante semelhante ao
apresentado na Figura. Observa-se, que a
temperatura máxima ocorre com uma
defasagem de 2 a 3 horas em relação ao
horário de maior irradiância solar (12h),
enquanto que a temperatura mínima ocorre
um pouco antes do nascer do sol, em
função do resfriamento noturno. Esse
padrão pode ser alterado em função das
condições macroclimáticas vigentes, como
por exemplo a entrada de uma frente fria,
ocorrência de chuvas, nebulosidade intensa,
ventos fortes e contínuos, etc.
Termometria

A temperatura é medida com termômetros,


que podem ser divididos em 5 grupos, de
acordo com o princípio físico utilizado pelo
sensor de temperatura.

1. Dilatação de líquido: os termômetros


baseados neste princípio são os mais
comuns, consistindo de um capilar de
vidro, onde uma coluna de líquido
(álcool ou mercúrio) se dilata/contrai
com o aquecimento/resfriamento. Num
posto agrometeorológico convencional,
os termômetros de máxima, de mínima,
geotermômetros e o conjunto
psicrométrico são desse tipo.
Termometria

2. Dilatação de sólido: instrumento desse


tipo baseia-se no princípio de que um
sólido ao se aquecer sofre dilatação
proporcional ao aquecimento. O mais
comum é o termógrafo, constituído de
placa metálica em forma de anel, que ao
se dilatar e se contrair, de acordo com as
variações de temperatura do ar, aciona
um sistema de alavancas ligado a uma
pena sobre um diagrama colocado sobre
um sistema de relojoaria, permitindo o
registro contínuo (diário ou semanal) da
temperatura do ar. São muito utilizados
em postos agrometeorológicos
convencionais.
Termometria

3. Pares termoelétricos: o princípio físico de


um termopar é o mesmo utilizado nos
sensores de radiação solar. No caso do
termopar, uma das junções (união de dois
metais diferentes) é colocada no abrigo
meteorológico, enquanto outra junção
(tomada como referência) é colocada num
sistema cuja temperatura é conhecida
(temperatura de referência, normalmente
medida em gelo fundente ou com termistor).
Essa diferença de temperatura entre as
duas junções gera uma força eletromotriz
(f.e.m.) proporcional a ela, permitindo ótima
precisão e sensibilidade de medida. Com
uma constante de calibração o valor da
f.e.m. é transformado em temperatura.
Termometria

4. Termistores: constituídos de
material semicondutor, com
coeficiente térmico negativo
(variação da resistência com a
temperatura, ou seja maior a
temperatura, menor a
resistência), permitindo seu
acoplamento a sistemas de
aquisição de dados. Ao lado
vemos vários tipos de
termistores e uma sonda de
medida da temperatura do ar,
cujo elemento sensor é um
termistor.
Termometria

5. Radiação infravermelho:
baseia-se na detecção da
radiação eletromagnética
emitida pelos corpos
terrestres (Lei de
Stefan-Boltzmann). Esse
instrumento é utilizado para
detecção da temperatura da
superfície de um corpo,
sendo utilizado em satélites
meteorológicos, mas são de
pouca aplicação em postos
agrometeorológicos
Cálculo da temperatura média do ar e do
solo

Em climatologia e em agrometeorologia, as temperaturas do ar e do solo


são expressas em valores médios (diários, mensais, e anuais), valores
extremos (máxima e mínima), e amplitudes correspondentes. O cálculo da
temperatura média (Tméd) é tanto mais exato quanto maior for o número
de observações no período considerado. Inúmeras são as fórmulas para
cálculo da temperatura média, mas serão apresentadas apenas as mais
comuns.
Cálculo da temperatura média do ar e do
solo

Temperatura média do ar em condições padronizadas

A fórmula mais usada no território brasileiro é aquela usada pelo Instituto


Nacional de Meteorologia (INMET), do Ministério da Agricultura, que é o órgão
responsável pela rede meteorológica brasileira.

Sua fórmula baseia-se em duas medidas feitas em horários padronizados pela


Organização Meteorológica Mundial, ou seja, às 9h da manhã (T9h ), e às 21 horas
(T21h), que correspondem às 12h e às 24h GMT (Hora do Meridiano de Greenwhich,
observatório próximo a Londres), completada por outras duas medidas correspondentes
aos valores extremos do dia (Tmáx e Tmín), ou seja,
Cálculo da temperatura média do ar e do
solo

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pertencente à Secretaria


Estadual de Agricultura, mantém uma rede de estações agrometeorológicas
em suas fazendas experimentais localizadas nas diversas regiões do Estado
de São Paulo. Sua fórmula inclui uma medida que corresponde à
temperatura mínima (T 7h), uma próxima da hora mais quente do dia (T14h), e
uma de um ponto intermediário (T 21h), isto é,

IAC (SA-SP): ⇒ Tméd = (T7h + T14h + 2.T21h) / 4.


Cálculo da temperatura média do ar e do
solo

Uma fórmula muito comum é aquela que utiliza apenas os valores observados nos
termômetros de máxima (Tmáx) e de mínima (Tmín), pois a temperatura média
está neste intervalo. Inicialmente, a idéia era calibrar essa fórmula com aquelas
mais completas e utilizar uma correção para que elas tivessem perfeito ajuste. No
entanto, essa correção caiu em desuso por falta de calibração local onde só se
dispõe dos valores extremos.

Valores Extremos: ⇒ Tméd = (Tmáx + Tmín) / 2.


Cálculo da temperatura média do ar e do
solo
Com o desenvolvimento da microeletrônica, apareceram os sensores de
custo mais reduzido e com o atrativo de não se necessitar de observador, e
com a possibilidade de acesso remoto às medidas em qualquer instante.
Apareceram as estações automatizadas com a possibilidade de
observações em intervalos bem reduzidos, aumentando a qualidade das
medidas e das estimativas dos valores médios.

Estações Automáticas: ⇒ Tméd = ΣTar / No

No representa o número de observações feitas (depende da programação do sistema de


aquisição de dados), e Tar é a temperatura de cada observação.

É importante notar que nesse caso, as observações são contadas entre as 0 e as 24 horas,
em função da programação do sistema de aquisição automática dos dados.
Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

Caso não se disponha de dados médios mensais de temperatura do ar para um


local. Esses podem ser estimados em função das coordenadas geográficas
(latitude, longitude e altitude), devido à relação de dependência entre elas e a
temperatura do ar:
> Latitude < Temperatura média do ar
> Altitude < Temperatura média do ar

Longitude expressa, em alguns casos, a oceanidade/continentalidade


Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

A estimativa da temperatura média normal de um local é de extrema utilidade para a


agricultura, pois muitas vezes necessita-se dos dados de temperatura para o
planejamento agrícola e a única forma de obtê-los é por meio de estimativas.

A estimativa da Temperatura média mensal normal é obtida com o emprego de


uma regressão linear múltipla:

Tmed = a + b.ALT + c.LAT + d.LONG

em que:
ALT = altitude, em metros;
LAT = latitude
LONG = longitude, ambas em minutos (graus x 60).

As letras a, b, c e d, representam os coeficientes da equação, obtidos


estatisticamente.
Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

Os coeficientes da equação variam de acordo com as características de cada local e


também com a época do ano. Valores desses coeficientes estão disponíveis para
vários estados brasileiros, porém aqui iremos apresentar apenas aqueles relativos
ao estado de São Paulo, cujo modelo leva em consideração apenas a Altitude e a
Latitude:
Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

Exemplos:

Campos do Jordão (lat. = 23°S e alt = 1200m)

Tmed = a + b.ALT + c.LAT + d.LONG

Tmed = 35,02 - 0,0063.1200 – 0,0045 (23*60) = 18,3°C (no mês de Janeiro)

Tmed = 39,31 - 0,0053.1200 – 0,0148 (23*60) = 12,5°C (no mês de Julho)


Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar
Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

1. Você foi requisitado para projetar a instalação de um posto agrometeorológico


em uma propriedade agrícola. Em que condições você recomendaria a
instalação dos termômetros para medida da temperatura do ar e do solo? Por
que?

2. Sabendo-se que o cafeeiro arábica exige, para seu bom desenvolvimento,


temperatura média anual entre 18 e 22°C, entre quais altitudes ocorreriam
condições térmicas ideais para seu cultivo no Estado de São Paulo, que se
situa entre as latitudes de 20 e 24°S?

3. Explique como a cobertura do solo interfere na temperatura do solo. Qual a


principal implicação disso para a agricultura?
Estimativa da Temperatura Média Mensal do Ar

4. Você foi contratado por uma empresa agrícola para assessorar um


empreendimento em uma fazenda no oeste Paulista (Lat. 21°05´S, Long.
50°43´W e Alt. 680 m), em um município onde não existem dados
meteorológicos. O proprietário requisita um projeto sobre a viabilidade do
cultivo de pessegueiro nesta região. No levantamento bibliográfico, você
verifica que para se desenvolver adequadamente as plantas dessa frutífera
requerem temperaturas médias mensais inferiores a 17°C durante 3 meses
consecutivos por ano. Qual seria seu parecer? A cultura é recomendável ou
não para a região?
Radiação Solar
AULA: 23/24

Radiação solar – maior fonte de


energia para a Terra, principal
elemento meteorológico e um
dos fatores determinantes do
tempo e do clima. Além disso,
afeta diversos processos: físicos
(aquecimento/evaporação),
bio-físicos (transpiração) e
biológicos (fotossíntese)
Radiação Solar

Para os estudos de energia Nesse mesmo instante, a


radiante na Terra, o Sol Terra se situa numa
pode ser considerado uma esfera hipotética de raio
fonte pontual de energia, igual à distância Terra-Sol
que emite radiação (D), a qual estará
igualmente em todas as 4 interceptando a energia
direções. Portanto, se a emitida (4I).
intensidade luminosa for em
um determinado instante
igual a I, o total de energia
emitida será 4I

A distância média Terra-Sol (d) é denominada


UNIDADE ASTRONÔMICA = 1,496*108 km
Radiação Solar
A distância média Terra-Sol (d) é denominada
UNIDADE ASTRONÔMICA = 1,496*108 km
Radiação Solar

Lei do Inverso do Quadrado da Distância (4I / 4D2 = I /


D2), ou seja, a energia recebida em uma superfície é
inversamente proporcional ao quadrado da distância
entre a fonte emissora e a superfície receptora

Essa lei da radiação, nos ajuda a entender que a


energia solar que chega à Terra está associada à
distância entre nosso planeta e o Sol. Caso haja
variação da distância Terra-Sol a irradiância solar
também irá variar
Radiação Solar

Considerando
-se que a
distância
Terra-Sol
varia
continuament
e ao longo do
ano, a
irradiância
solar
extraterrestre
também irá
variar.
Radiação Solar

Caso a Terra esteja a uma distância do Sol diferente da distância média, a


irradiância solar extraterrestre irá aumentar, se ela estiver mais perto, ou
diminuir, se estiver mais longe, de acordo com a Lei do Inverso do
Quadrado da Distância (Obviamente, neste contexto não estamos levando
em consideração a variação da atividade solar):
Radiação Solar

Ângulo formado entre


uma linha imaginária
ligando o centro da Terra
ao centro do sol, com o
plano do Equador. Ao
longo do ano, a
declinação varia entre
-23o27´ (solstício de
verão) e +23o27´
(solstício de inverno).
(Do latim: solstitiu = Sol
Parado).
Como calcular a Declinação Solar

A única variável dessa equação é o


número do dia do ano (NDA),
também conhecido como dia
Juliano, e representa a contagem
sequencial dos dias do ano desde
primeiro de janeiro até 31 de
dezembro. Veja no Slide seguinte
uma tabela para encontrarmos o
valor do NDA a partir de um data
(mês e ano).
Como calcular a Declinação Solar
Como calcular a Declinação Solar
Constante solar (Jo)

Constante solar (Jo) é um valor que expressa a densidade de fluxo


de radiação (energia/área.tempo) em uma superfície perpendicular
aos raios solares, acima da atmosfera.
Radiação Solar

É necessário corrigir Jo pois a Terra não tem uma órbita perfeitamente circular em torno do
Sol. O valor médio, como já mencionamos, é de Jo = 1367 W/m2 ou 118,11 MJ/m2 .d, e
para corrigir usamos a seguinte equação: Jo’= Jo (d/D)2
sendo que Jo’ o valor de Jo corrigido pela distância, (d/D)2 representar a razão entre
a distância real (r) e a distância média (D) entre a terra e o Sol e pode ser calculado
por:
Radiação Solar
Unidades de Irradiância Solar

IS W/m2 = J/m2s
Valores
instantâneos
CLG cal/cm2 min

1 cal = 4,18 J ou 1 J = 0,239 cal 1 cal/cm2 min = 696,67 W/m2


Radiação Solar

IS MJ/m2dia

Valores diários
CLG cal/cm2dia

1 MJ/m2dia = 23,923 cal/cm2dia ou 1 cal/cm2dia = 0,0418 MJ/m2dia


Leis da Radiação
Lei de Wien

Essa lei estabelece que o produto entre


a temperatura absoluta de um corpo e o
comprimento de onda de máxima
emissão energética é uma constante
T𝛌 máx = 2,898 * 106nmK

< temperatura > 𝛌


Leis da Radiação

Lei de Stefan-Boltzman

Essa lei estabelece que todo corpo acima de 0 K emite energia


radiativa e que a densidade de fluxo dessa energia emitida é
proporcional à quarta potência da temperatura absoluta desse corpo
E = ℇ .𝝈. T4

ℇ = poder emissivo do corpo (0,95 a 1,00)


𝝈= constante de Stefan-Boltzman
𝝈= 5,67*10-8 W/m2K4 (para valores mensais) ou,
= 4,903*10-9 MJ/m2dk4 (para valores diários)
EXEMPLO:
Determine a emitância dos corpos:
A. Sol, com temperatura superficial de aproximadamente 5 500° C
B. Terra, com temperatura superficial de aproximadamente 14° C

E = ℇ .𝝈. T4

OBS.: a emitância do Sol = 1


a emitância do Terra = 0,95

1° C = 273,15° K
Lei de Wien

A lei de Wien é a lei da física que relaciona o comprimento de onda onde se


situa a máxima emissão de radiação eletromagnética de corpo negro e sua
temperatura:

T . 𝛌 máx = 2898 µ K

EXEMPLO: Determine o comprimento de máx. emitância dos corpos

Sol: 𝛌 máx
= (2898 µK / T)

Terra: 𝛌 máx
= (2898 µK / T)

T = temperatura em Kelvin
𝛌 máx = comprimento de máx. emitância
Leis da Radiação
Associando-se às leis
de Wien e de
Stefan-Boltzman
entende-se as
diferenças entre as
radiações emitidas pelo
Sol e pela superfície
terrestre. O Sol emite
ondas curtas com
maior emissão em
torno de 500 nm e a
Terra emite ondas
longas com maior
emissão em torno de
10000nm.
Leis da Radiação

A figura ilustra graficamente as


leis de Stefan-Boltzman e Wien.
Nesta figura, 4 corpos com
temperaturas crescentes (T1 < T2
< T3 < T4) apresentam potência
emitida crescente (Q1 < Q2 < Q3
< Q4) e comprimento de onda de
máxima emissão decrescente (𝝀1
> 𝝀2 > 𝝀3 > 𝝀4)
Lei do Cosseno de Lambert

Q<Qn

Em óptica, a lei do cosseno de


Lambert afirma que a intensidade
luminosa observada em uma
superfície com reflexão difusa ideal
é diretamente proporcional ao
cosseno do ângulo θ entre a direção
de incidência da luz e a normal da
superfície, reta perpendicular a esta.
Lei do Quadrado Inverso da Distância

A lei do inverso do quadrado descreve uma relação fundamental que


também vale para a intensidade de radiação de uma fonte de luz. Segundo ela,
a intensidade de radiação de uma fonte de luz, ou seja, a potência gerada por
unidade de área, é inversamente proporcional ao quadrado da distância até a
fonte de luz.

O pré-requisito para a validade desta relação é uma fonte de luz irradiando


homogeneamente em todas as direções do espaço, cujas dimensões são
desprezíveis perante a distância observada. Além disso, não podem ocorrer
absorção ou reflexão entre a fonte e o local de medição.
Lei do Quadrado Inverso da Distância

E = F / 4𝞹R2

E = emitância
F = fluxo em Watts

> a distância do Sol < a radiação solar


Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

A irradiância solar varia de acordo com o ângulo de


incidência dos raios solares. Esse ângulo formado entre
o Zênite local e os raios solares, denomina-se
ÂNGULO ZENITAL (Z). Quanto maior Z, menor a
irradiância solar. A lei do Cosseno de Lambert mostra
essa relação entre a Irradiância solar e Z da seguinte
forma:
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

cos Zh = sen 𝛟 sen 𝜹 + cos 𝛟 cos 𝜹 cos h


Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Como a distância Terra-Sol varia continuamente, para obtermos o valor real de Iz


há necessidade de se aplicar a correção (d/D)2 a Jo (constante solar) e multiplicar
ambos por cos Zh: 2
Iz = Jo (d/D) cos Zh
Irradiância Solar Extraterrestre Lat. -22,7°
A irradiância solar extraterrestre
varia continuamente ao longo do dia
e do ano, e também com a latitude.
O exemplo ao lado mostra a
variação de Iz para nossa região,
considerando-se as principais
efemérides (SI = solstício de inverno,
EQ = equinócios e SV = solstício de
verão.
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Os valores de Qo variam ao longo do ano para uma mesma


latitude. Até mesmo na linha do Equador ocorre variação de Qo,
já que também varia. Quanto maior a latitude maior a variação
de Qo ao longo do ano
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

A figura ao lado mostra exatamente o


que observamos anteriormente na
figura de valores de Qo, porém agora
para o Hemisfério Norte, ou seja,
latitudes positivas. Observe que
quanto maior a latitude maiores são as
variações de Qo (amplitude) ao longo
do ano. Veja que em função do
fotoperíodo muito longo no verão, as
altas latitudes (40o e 80o ) apresentam
valores de Qo maiores do que no
Equador, porém na média do ano, Qo
é bem maior no Equador (36MJ/m2d)
do que nas latitudes de +40o
(26MJ/m2d) e de +80o (15MJ/m2d).
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Ângulo Zenital ao Meio-Dia Z =𝛟 - 𝜹

EXERCÍCIOS

Calcule a Declinação Solar para hoje em PONTA GROSSA.

Calcule a Ângulo Zenital ao meio dia para Hoje em PONTA GROSSA.


Z =𝛟 - 𝜹
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Estimando Qo - Calculando o Ângulo Zenital do Sol no nascer do Sol


(hn)

ϕ é a latitude do local (graus e décimos)


ẟ é a declinação do sol (graus e décimos)
Zh é o ângulo zenital a cada hora do do dia.
No nosso caso, vamos calcular Z para o meio dia e extrapolar para o restante do
dia.
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

O azimute Solar (ⲁ) é o ângulo


que a projeção do sol faz com a
direção norte. entre o sol e o plano
horizontal. cartas solares podem
ser interpretados como a projeção
das trajetórias solares ao longo da
abóbada celeste durante todo o
ano.

ⲁ = cos -1 [ {(sen ϕ . cos Z) - sen Z} / (cos ϕ .cos Z)]


ϕ latitude
Z ângulo zenital
Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Variação da elevação solar e, consequentemente, do ângulo zenital (Z) em diferentes


latitudes, considerando-se o dia de Equinócio e às 12h (passagem meridiana do Sol)
Determinação do Fotoperíodo

Assim como Qo, o fotoperíodo


(N) também pode ser
calculado, considerando-se as
relações astronômicas
TERRA-SOL. Como o
fotoperíodo é a duração do dia
desde o nascer até o pôr do
Sol, temos que na sua
trajetória aparente o Sol
descreve um arco simétrico em
relação ao meio-dia. Pode-se
dizer, então, que N é o dobro
do ângulo horário ao nascer do
Sol (hn), e função da latitude e
da declinação solar
FOTOPERÍODO
N = [(2 . hn) / 15]

 NASCER DO SOL
hn= arccos (-tg ϕ . tgẟ)

Horário do Nascer do Sol

(HNS)= [12 – (N/2)]

Pôr do Sol = [12 + (N/2)]


Exercícios

Calcule o valor de Jo’ para hoje.


Jo’= Jo (d/D)2
(d/D)2 = 1 + 0,033 * cos(NDA*360/365)

Calcule o fotoperíodo, o horário do nascer e o horário do pôr-do-sol, e a


Irradiância Iz para Ponta Grossa, no dia de hoje.

N = 2*hn / 15 =
hn= arccos (-tg ϕ . tgẟ)
δ
Iz = Jo (d/D)2 cos Zh

cos Zh = sen 𝛟 sen 𝜹 + cos 𝛟 cos 𝜹 cos h

h = (hora local - 12).15


Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre

Irradiância solar extraterrestre diária (Qo)

Os valores de Qo são empregados em métodos de estimativa da irradiância


solar global na superfície terrestre, na estimativa da evapotranspiração e em
métodos de estimativa da produtividade potencial.

Qo = 37,6 (d/D)2 . [(𝜋/180) . hn sen ϕ sen 𝛿 + cos ϕ cos 𝛿 sen hn]

hn = ângulo horário do nascer do sol, dado por:


Qo = irradiância solar extraterrestre diária
hn = arccos [ -tan ϕ tan 𝛿 ]
2° Bimestre
Alterações climáticas e seus efeitos nas principais culturas
agrícolas dos Estado do Paraná -Definição de Zoneamento
agroclimático.
Soja/ Milho
Cevada/Trigo
Café
Pinus/Eucalipto
Batata
Feijão
Maracujá
Uva
Melância
Banana
Texto em formato de artigo, seguindo as normas da ABNT
Apresentação em slide tempo máximo de 8 minutos

Disponibilização em PDF da apresentação e do texto no drive da disciplina.

Peso 1,0 ponto


Data da apresentação: 01 e 02 de junho.
O Sol emite radiação em praticamente todos os comprimentos de onda, mas devido à
elevada temperatura de sua superfície (cerca de 6.0000K), ele irradia a maior parte de sua
energia em termos de onda curta. O total da energia liberada pelo Sol, em cada
comprimento de onda, define o espectro eletromagnético solar e uma parte desse espectro
está representada na Figura:
Irradiância Solar

Irradiância Solar na Superfície Terrestre após os efeitos atenuantes da


Atmosfera
Os processos de
absorção e difusão da
radiação solar pela
atmosfera promovem
atenuação da irradiância
solar que atinge a
superfície terrestre
(denominada de global)
em relação aos valores
observados no topo da
atmosfera.
A transferência de calor pode ser através de três processos:
● A condução é o processo de transferência de energia de molécula a
molécula, porém o ar não é um bom condutor de calor, por isso, esse não é o
processo preferencial.
● Já a convecção é o processo em que há movimentação de uma massa (de
ar) em função de diferença de densidade.
○ Além da convecção vertical, existe a convecção horizontal, a qual é
denominada de advecção, que ocorre em consequência de diferenças
de pressão atmosférica.
● A elevação do ar quente acontece porque esse é menos denso do que o ar
frio.
A radiação ocorre através de transferência de energia entre dois corpos sem
haver, necessariamente, um meio de conexão entre eles. Esse é o principal
processo de troca de energia entre a Terra e o Sol.
Irradiância Solar

Os valores instantâneos da
irradiância solar global (Ig) na
superfície, que representa a soma
dos componentes direta (Id) e
difusa (Ic), sofrem grandes
variações temporais e espaciais
em função das condições
atmosféricas, especialmente
umidade e nebulosidade, e
também da época do ano e hora
do dia, pois ocorre variação da
camada da atmosfera a ser
atravessada pela radiação solar.
Irradiância Solar

À razão entre a irradiância solar global e a extraterrestre denomina-se


Transmitância Global (Tg), ou seja, representa a proporção da radiação
solar determinada no limite extremo da atmosfera que efetivamente
atinge a superfície terrestre. Como ao longo do dia a espessura da
atmosfera varia em função do ângulo zenital, Tg também varia:
Tg < ao nascer e pôr do sol
Tg > ao meio dia
Irradiância Solar

A nebulosidade tem papel fundamental na transmitância da atmosfera:

> Nebulosidade (< insolação) < Tg 0,2 < Tg < 0,3

< Nebulosidade (> insolação) > Tg

0,7 < Tg < 0,8

Tg médio = 0,50
Qg/Qo = 0,50
Qg = 0,50 Qo
Irradiância Solar

Uma outra forma de entendermos melhor a relação entre Qg, Qo,


nebulosidade e os processos de absorção e difusão exercidos pela
atmosfera é relacionando as seguintes variáveis em termos diários:

Qo = irradiância solar extraterrestre diária = f (latitude e declinação


solar) Qg = irradiância solar global diária = f (Qo, absorção, difusão,
insolação)

n = insolação ou número efetivo de horas de brilho solar = f (N e


nebulosidade)

N = fotoperíodo = f (latitude e declinação solar)


Irradiância Solar

Qg = Qo . [a + b. (n/N)]

Caso os valores de a e b não


estejam disponíveis podemos
calcular:

a = 0,29 . cos
b = 0,52
Exemplo:
Estimar a radiação solar diária na superfície, levando em consideração a latitude local
equivalente a 25°; com um registro de 6,3 horas de sol no dia 24/03.

Qg = Qo . [a + b. (n/N)]
1. Calculamos o â do nascer do sol hn = arccos [ -tan ϕ tan 𝛿 ]
2. Em seguida determinamos o fotoperíodo N = 2 . hn / 15
3. encontramos a correção angular (d/D)2 = 1 + 0,033 * cos(NDA*360/365)
4. na sequência Irradiância solar extraterrestre diária
Qo = 37,6 (d/D)2 . [(𝜋/180) . hn sen ϕ sen 𝛿 + cos ϕ cos 𝛿 sen hn]

Nos locais onde não houver dados disponíveis, pode-se fazer a seguinte
aproximação: a = 0,29 * cosϕ; e para b = 0,52
Irradiância: ao atravessar a atmosfera, a radiação interage com
as partículas da atmosfera e parte dessa radiação é espalhada
nas outras direções, além daquela de incidência. A parcela da
energia radiante incidente no “topo da atmosfera”, “que
chega diretamente” à superfície do solo, é chamada radiação
direta (Rd ou Qo), e a densidade de fluxo correspondente a tal
radiação é denominada irradiância solar direta.
A outra parcela de energia radiante é proveniente da parte da
radiação que atinge o topo da atmosfera, mas ao interagir
com esta sofre o processo de difusão, atingindo,
indistintamente, a superfície da Terra em diferentes direções,
sendo assim denominada irradiância solar difusa (Rc ou
Qatm ). Essa irradiância solar difusa pode ser visualizada,
imaginando-se que é possível a um observador humano
enxergar durante um dia nublado, isto é, quando a irradiância
solar direta seja nula.
Define-se como irradiância solar global (Rg ou Qg) o total
de energia proveniente do Sol, quer de maneira direta ou
difusa, que atinge uma determinada superfície.
Matematicamente, seria a densidade de fluxo de radiação
solar incidente sobre tal superfície, incluindo-se as
componentes direta e difusa, isto é:
Rg = Rd + Rc
Balanço de Radiação em Superfícies
Vegetadas

radiação solar no topo da


atmosfera
radiação solar
irradiância na superfície
difusa radiação emitida
refletida pela pela superfície
superfície
“r” é denominado de albedo ou coeficiente de reflexão da superfície. O valor do
albedo varia com as características ópticas da superfície; água (r = 5%) e florestas
(r = 10 a 15%) tem um albedo baixo, enquanto que as culturas têm albedo mais
elevado (r 20%). Neve e areia tem os maiores albedos (entre 40 e 90%)
Balanço de radiação solar

Balanço de radiação solar é o procedimento através do qual é avaliado o


saldo entre a quantidade de energia radiante que incide em um dado
sistema e a quantidade de energia radiante que dele emerge, com
vistas à obtenção da quantidade de energia disponível para outros
processos. Exemplo: evaporação da água na superfície do solo.
Esta noção pode ser aplicada tanto para o planeta como um todo quanto
para um ponto da sua superfície ou de sua atmosfera. A avaliação deste
saldo pode se referir à radiação apenas de onda curta, apenas de onda
longa, ou ainda ao conjunto de ambas. Cada substância emite radiação
em um determinado comprimento de onda. A temperatura de um
objeto determina as características de sua radiação. Um objeto com alta
temperatura em sua superfície emitirá alta energia radiativa em ondas
curtas, enquanto um objeto mais frio emitirá energia menos intensa
em forma de ondas longas.
Os fenômenos climáticos produzidos na troposfera resultam dos
processos de transferência, transformação e armazenamento de
energia e matéria que ocorrem no ambiente formado pela interface
superfície-atmosfera e que corresponde ao SSA – Sistema Superfície
Atmosfera.

Praticamente, todos os fenômenos que ocorrem no SSA têm início com


a entrada da radiação solar no topo da atmosfera, que corresponde à
aproximadamente 2 cal/cm2/min, constituindo-se, portanto, no total de
energia disponível a atravessar suas camadas. Os componentes da
atmosfera interagem com ela e o que chega à superfície é uma
parcela do que entrou no Sistema.
A radiação que atinge um determinado ponto da superfície
terrestre pode vir direta do disco solar, ou indiretamente, pela
ação do espalhamento e da reflexão de nuvens, poeiras, vapor d’
água etc., existentes na atmosfera. A primeira constitui a radiação
direta (Rd) e a segunda chama-se radiação difusa (Rc ). A radiação
solar global (Rs ou Rg) é a soma dessas duas contribuições.
Quando o céu está sem nuvens, a proporção de radiação difusa que atinge a
superfície é muito pequena. Quando o céu está totalmente encoberto, toda a
radiação que chega à superfície é difusa.

O espalhamento, proporcionado pela atmosfera terrestre, é maior quanto


menor for o comprimento de onda de radiação. Na faixa do visível do espectro, a
radiação violeta é que sofre maior espalhamento, seguindo-se do azul. O céu
apresenta coloração azulada (em vez de violeta) porque a transmissividade da
atmosfera para o azul é maior do que para o violeta, além do fato de o olho humano
ser mais sensível à cor azul.
A Figura 3.11 ilustra um
balanço de energia médio
do Sistema Terra-Atmosfera
em que os valores
apontados representam
padrões médios, baseados
em informações colhidas,
tanto na superfície da Terra
quanto por satélites. É
importante ter em mente
que os valores medidos
para cada componente
podem ser muito diferentes
do representado no
esquema, mas o percentual
relativo de cada um deles é
importante considerarmos.
Avaliando os conceitos apresentados até este ponto, você será capaz de fazer um
balanço de radiação. Pensemos no nosso lindo Rio de Janeiro em duas situações
dispostas nas figuras a seguir:

A
B
Com base nas duas imagens, responda:

a) Em qual delas predomina a irradiação solar direta? E em qual predomina a irradiação


difusa? Justifique sua resposta.
b) Em qual das duas imagens temos um predomínio de incidência de radiação de onda
longa? E de curta? Justifique sua resposta.
c) Se no dia, ilustrado na figura (b), a atmosfera recebe em seu topo uma quantidade de
energia da ordem de 500 W/m2, qual seria a quantidade (W/m2) refletida pelas NUVENS
contidas na imagem?

Quanto chegaria à superfície da Terra (Rg)? E se o dia em questão fosse aquele da


imagem (a), quanto de energia chegaria à superfície da Terra (W/m2)?

Dica: observe as figuras inseridas, com especial atenção aos percentuais de cada
superfície apresentada.
Exemplo:
Determine a Irradiância difusa (Qatm)
O albedo da superfície (r %).
Determine o Balanço de Ondas Curtas
Em um solo com 40°C, uma emitância (Ea) 200 W/m2,𝝈= 5,67*10-8 W/m2 ; emissividade
(ℇ)= 1, DETERMINE BOL.
DETERMINE o saldo de radiação

Is = Ic + Id
r = rIs / Is
BOC = Is – rIs
E = ℇ .𝝈. T4 Is
Ic 600 W m2
BOL = Ea - Es 850 W/m2
rIs Id
Rn = BOC + BOL
195 W/m2
Fatores que influenciam na
produtividade
Níveis de produção e seus respectivos fatores determinantes/limitantes

a) A irradiação solar direta predomina na figura (a), pois não temos nuvens e com isso
praticamente recebemos o maior percentual de ondas curtas, vindas diretamente do Sol,
com maior temperatura associada a elas, uma vez que quanto maior a temperatura,
menor o comprimento de onda associado.
b) A difusa predomina na imagem (b) em que a cobertura de nuvens impede a incidência
direta de raios solares. Com isso, o comprimento de onda longa fica associado a esses
dias, pois, nesses casos, as nuvens filtram a onda curta direta do Sol e diminuem a
temperatura associada à onda, transformando-as dessa forma em radiação de onda
longa e difusa.

c) De acordo com o exposto na Figura 3.8, vemos no modelo conceitual que as nuvens
refletem 20% do total de energia que chega do Sol. Então teríamos refletido pelas
NUVENS o seguinte valor: 500 (W/m2) x 20%, ou 500 x (1/5), totalizando 100 (W/m2)
refletido pelas NUVENS. Na superfície da Terra, chegariam 51% do total de energia
incidente no topo, ou seja, 500 (W/m2) x 51%, totalizando 255 (W/m2). Em um dia de
céu claro, como ilustrado na figura, a reflexão de radiação por parte das nuvens não
GRAU DIA (Gd)
O crescimento e desenvolvimento de cultivos, assim como o
desenvolvimento de pragas estão relacionados com a temperatura do meio
ambiente, sendo esta relação baseada no conceito de graus-dia. O
monitoramento dos graus-dia é uma ferramenta muito utilizada para o
planejamento agrícola, tais como: identificação de datas de
plantio/semeadura, de colheita e escolha de variedades. Também
possibilita o acompanhamento em tempo real do desenvolvimento das
culturas (tempo térmico), representando de forma mais confiável que o
tempo cronológico, o tempo necessário que cada cultura exige para atingir
determinada fase fenológica em qualquer localidade.
Logo:
Gd = Tm - Tb
Tm (temp. média)
Tb (temp. basal)
Ex.:
Considerando que determinado produtor, semeou o trigo no dia 01 de maio. Determine a
data de colheita considerando que a temperatura média anual da região é de 18°c,
temperatura basal de 4,4°C, constante térmica (CT) 1900°C.

Gd = Tm - Tb

Gd= 18 - 4,4 = 13,6°C


Logo a colheita será no dia 18/09

1dia-------------13,6°C
Ct---------------1900°C
Ct = 139,7 dias
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Ciclo Hidrológico e EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Fonte: MARIN, R.
O ciclo da água é de vital importância na redistribuição de energia na escala
global. Para se evaporar 1 kg de água são necessários 2,45 MJ de energia (calor
latente de evaporação). Essa energia é provida pelo ambiente, o que causa uma
redução na temperatura local.

O vapor d’água resultante sobe na atmosfera até uma altura com condições de
provocar sua condensação (liquefação).

Ao condensar, há liberação daquela energia utilizada na evaporação, resultando


em aquecimento da atmosfera naquele nível.
A condensação da água na atmosfera provoca o aparecimento de
nuvens, que são transportadas pelo sistema circulatório, levando consigo
o calor liberado. Há, portanto, transporte de energia associado com o
processo evaporativo.

Por exemplo, a região amazônica é rica em água e em energia solar. O


ciclo da água nesta região funciona como um exportador de calor e
umidade em direção às regiões de maior latitude (em direção aos pólos).
EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Evapotranspiração, que foi proposto por Thornthwaite (1944) para representar os


processos conjuntos de evaporação e de transpiração que ocorrem naturalmente numa
superfície vegetada. Como enfatizado por Stanhill (1973), existem situações em que é
necessário utilizar o termo específico para expressar o fenômeno que se quer
descrever.
● Evaporação (E) É o processo físico pelo qual um líquido passa para o estado
gasoso. A evaporação de água na atmosfera ocorre de oceanos, lagos, rios, do
solo, e da vegetação úmida (evaporação do orvalho e da chuva interceptada).
● Transpiração é a perda de água na forma de vapor pelas plantas,
predominantemente através das folhas, embora em plantas lenhosas possa
também ocorrer pequena perda pelas lenticelas da casca do tronco.
Evaporação depende:
● Tamanho da área de evaporação – quanto maior a área mais depressa a água
vai evaporar, pois possui uma superfície maior pela qual as moléculas de água
podem escapar;
● Temperatura – quanto maior a temperatura mais depressa as moléculas de
água se movem, assim passam pela camada superficial de água e escapam
para o ar;
● Pressão atmosférica – o ar sobre a superfície líquida atua como barreira à
evaporação. Assim, quanto menor a pressão atmosférica mais depressa a água
evapora;
● Umidade do ar – quanto menor a umidade do ar mais depressa a água
evapora;
● Vento – o vento possibilita a troca de ar úmido que está sobre a superfície por
ar seco, dando continuidade a evaporação.
Potencial total (♆)
Evapotranspiração (ET) É o processo
simultâneo de transferência de água para a
atmosfera por evaporação da água do solo
e por transpiração das plantas.
Dependendo das condições da vegetação, do
tamanho da área vegetada, e do suprimento
de água pelo solo, define-se situações bem
características, tais como, potencial, real, de
oásis, e de cultura.
Fatores Determinantes da Evaporação e da
Evapotranspiração
Fatores Meteorológicos/Climáticos
Saldo de radiação (Rn)
Temperatura do ar (Tar)
Umidade do ar (UR)
Velocidade do vento (U)

Fatores Dependentes do Sistema Evaporante


a) Superfície de água livre
- Pureza da água
- Extensão e Profundidade
- Tipo (formato e material)
- Exposição à radiação solar e ao vento
b) Solo Desnudo
- Textura e Estrutura
- Disponibilidade hídrica

Estágio 1 – Evaporação depende


apenas das condições
meteorológicas
Estágio 2 – Evaporação depende
das condições meteorológicas e
intrínsecas do solo
c)Solo vegetado (evapotranspiração)
- Fatores da Cultura: - Fatores de Manejo e do Solo:
Altura das plantas Espaçamento/densidade de plantio
Área foliar Orientação de plantio
Tipo de cultura Plantio direto
Albedo Capacidade de água disponível (CAD)
Profundidade das raízes Impedimentos físicos/químicos
Uso de quebra-ventos
Evapotranspiração Potencial (ETP) ou de Referência (ETo) Evapotranspiração
potencial é a quantidade de água que seria utilizada por uma extensa superfície
vegetada com grama, com altura entre 8 e 15 cm, em crescimento ativo, cobrindo
totalmente a superfície do solo, e sem restrição hídrica. Conceitualmente, a ETP é
limitada apenas pelo balanço vertical de energia, ou seja, pelas condições do
ambiente local, podendo ser estimada por fórmulas teórico-empíricas desenvolvidas
e testadas para várias condições climáticas. A evapotranspiração nessas condições
é tomada como referência quando se quer conhecer a evapotranspiração de uma
cultura, em condições não-padrão.
Logo, a ETP é um valor indicativo da demanda evapotranspirativa da atmosfera
de um local, num período. Sabe-se que um gramado, nas condições definidas para
ETP, possui índice de área foliar próximo de 3 (m2 folha / m2 de terreno) e coeficiente
de reflexão (albedo) da radiação solar ao redor de 23%.
Evapotranspiração Real (ETR) Define-se evapotranspiração real como sendo a
quantidade de água realmente utilizada por uma extensa superfície vegetada com
grama, em crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo, porém, com ou sem
restrição hídrica. Quando não há restrição hídrica, ETR = ETP; portanto,
ETR ≤ ETP.

Nesse ponto, é importante enfatizar que, por definição, os conceitos de


ETP e ETR se aplicam exclusivamente a uma superfície gramada. Isso
significa que não faz sentido referir-se à evapotranspiração potencial de
uma cultura.
Evapotranspiração de Oásis (ETO) Evapotranspiração de oásis é a quantidade de
água utilizada por uma pequena área vegetada (irrigada) que é circundada por uma
extensa área seca, de onde provém energia por advecção (transporte lateral de calor
por deslocamento da massa de ar), aumentando a quantidade de energia disponível.
Logo, por definição, ETO > ETP.

Fonte: MARIN, R.
Evapotranspiração de Cultura (ETc)

é a evapotranspiração de uma cultura em dada fase de seu


desenvolvimento, sem restrição hídrica, em condições ótimas de
crescimento e com ampla área de bordadura para evitar a advecção de
calor sensível (H) de áreas adjacentes. Assim ETc depende das condições
meteorológicas, expressas por meio da ETP (ou ETo), do tipo de cultura
(maior ou menor resistência à seca) e da área foliar. Como a área foliar da
cultura padrão é constante e a da cultura real varia, o valor de Kc
(coeficiente da cultura) também irá variar.

ETc = Kc * ETP
Fonte: MARIN, R.
Observa-se que os valores de Kc
acompanham basicamente a área
foliar da cultura. No caso das
culturas anuais o Kc inicial varia de
0,3 a 0,5, Kc intermediário de 0,8 a
1,2, e o Kc final de 0,4 a 0,7,
dependendo do tipo de cultura. No
caso de culturas perenes ou árvores,
os valores de Kc também irão variar
de acordo com o IAF e o tipo de
cultura.
Comparação dos
estágios de
desenvolvimento (e do
IAF) de diferentes tipos
de cultura e da cultura
de referência
ETr
é a evapotranspiração nas mesmas condições de contorno de
ETc, porém, com ou sem restrição hídrica. Nesse caso:

ETr ≤ ETc

ETr = ETP * Kc * Ks

ETr: Evapotranspiração Real


ETP: Evapotranspiração Potencial
ETc: Evapotranspiração da cultura
Kc: Coeficiente cultura
Ks: Coeficiente do solo
Coeficiente de Cultivo

soja 0,22 1,5 0,39

Feijão 0,60 1,28 1,04


Fonte: MARIN, R.
Inter-relação Demanda Atmosférica – Suprimento de Água no Solo

Fonte: MARIN, R.
Inter-relação Demanda Atmosférica – Suprimento de Água no Solo
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Medida da Evapotranspiração

Fonte: CENTELHAS & ANGELOTI


FONTE: https://portal.inmet.gov.br/
Estimativa de Evapotranspiração de
Referência (ETo)
Método de Penman-Monteith

SR é o saldo de radiação (MJm-2 d -1 ),


G é o fluxo de calor no solo (MJm-2 d -1 );
DPV é o déficit de pressão de vapor do ar (kPa);
s é a tangente à curva de pressão de saturação de vapor (kPa oC-1 );
T é a temperatura média diária (°C);
y é a constante psicrométrica com valor de 0,0662 kPa oC-1 ;
u2 é a velocidade do vento (m·s-1 ) medida a 2m da superfície do solo.
ETo é dado em mm·d-1
es pressão de saturação de vapor de água
ea pressão atual de vapor de água
Z é a altitude em metros es pressão de saturação de vapor de água
P é a pressão atmosférica em kPa Tar temperatura do ar

ea = [ (es. UR)/100]
ea pressão atual de vapor de água
UR umidade relativa
Δ à curva de saturação de vapor [kPa °C-1],
T é a temperatura do ar [°C], S= [ (4098 . es ) / ( T + 237,3)2 ]
s = declividade da curva de saturação
Exercício:
Calcule a ETo com o método de Penman-Monteith para os dois dias abaixo
descritos:
Zoneamento e Riscos Agroclimáticos
Primeiras resoluções que regem o zoneamento de riscos climáticos do
Brasil
Resoluções, Cartas-Circulares, Comunicados e Documentos do Banco Central do Brasil

● Resolução n.° 2.259, de 15.03.96 - Dispõe sobre zoneamento agrícola para plantio do
trigo (PR), safra de inverno 1996, redução de alíquota de adicional do PROAGRO e
ajuste nas condições de financiamento de custeio da lavoura;
● Resolução n.° 2.273, de 23.04.96 - Dispõe sobre zoneamento agrícola para plantio de
trigo (MS, PR, RS e SC), safra de inverno 1996, redução de alíquota de adicional do
PROAGRO e ajuste nas condições de financiamento de custeio da lavoura;
● Resolução n.° 2.294, de 28.06.96 - Dispõe sobre zoneamento agrícola, safra de verão
1996/97, redução de alíquota de adicional do PROAGRO e ajustes complementares
para o Programa (arroz, feijão e milho – MT, MS, MG, SP e TO);
● Resolução n.° 2.311, de 29.08.96 - Estende aos estados do Paraná, Rio Grande do
Sul e Santa Catarina disposições da Resolução n.º 2.294,de 28.06.96 (PROAGRO -
Zoneamento Agrícola).
Bases Técnicas do Zoneamento Agrícola
● aplicado em todos os municípios como um padrão para decidir quem
pode obter empréstimos do governo para o indicador de agricultura;
● recomendar as melhores datas de plantio, levando em conta as
diferenças entre as culturas e os tipos de solo;
● para garantir pelo menos 80% de taxa de sucesso.
Definição de calendários de plantio por município para as culturas de
arroz, feijão, milho e soja, para períodos de 10 dias entre 1° de
outubro e 31 de dezembro, visando minimizar os riscos climáticos
relativos a falta de água na época crítica (fase de florescimento e
enchimento de grãos) e excesso de chuva na colheita, para três tipos
de solos classificados pela textura (arenosos, médios e argilosos), e
diferentes cultivares, considerando a abrangência nacional do
programa.
Parâmetros Agrometeorológicos

● Duração das fases fenológicas das culturas


● Definição dos coeficientes de cultura (Kc)
● Identificação e quantificação da fase fenológica mais sensível a estresses
ambientais
● Estimativa de retenção de água nos solos
● Estimativa da dinâmica de crescimento radicular
● Definição de “critérios de corte” por cultura, em função do consumo de
água
● Definição de “critérios de corte” por cultura em função da temperatura.
Definição dos Riscos
● Índices integradores - Evapotranspiração
● Probabilidade de excesso de chuva na colheita
● Temperaturas elevadas
● Temperaturas baixas
https://www.agritempo.gov.br/zoneamento/tabelas/PR/INDEX_G.HTML

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