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Historia da eccologia

A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão
Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e
inorgânico". A expressão meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico
circundante. Envolve relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de
diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu
ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como
"o estudo das inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da
natureza", e como "a biologia dos ecossistemas". A ecologia não tem um início muito bem
delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente
em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos
organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas
nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais. O aumento do interesse pela
dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que
Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a
capacidade da
Terra de fornecer alimento.

Haeckel propôs out ras defi nições, mormente em 1868, quando ao ligar a t radição da
Biogeografia à Economia da Natureza, concebe a “oekologie ou distribuição geográfi ca dos
indivíduos ” como“a ciência do conjunto das relações dos indivíduos com o mundo ambiente
exterior, com as condições orgânicas e inorgânicas da existência; o que se chamou a economia
da natureza, as relações mútuas de todos os indivíduos vivos num único e mesmo lugar, a sua
adaptação ao meio que os envolve, a sua t ransformação pela luta para viver […] ” (Acot ,1988:
44) . Pode dizer-se que em Haeckel a Ecologia const itui-se até certo ponto no quadro cient ífi co
e ideológico da Economia da Natureza, dos equilíbrios naturais e da adaptação dos seres vivos às
suas condições de existência (Acot , 1988).

Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases
matemáticas para o estudo das populações, o que levou a experiências sobre a interação de
predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo
da influência
do comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da
territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram
lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards
estudava o papel do comportamento social no controle das populações.

No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos
Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os
botânicos europeus se preocuparam em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das
comunidades vegetais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas
comunidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente
até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais
como um todo biótico.

Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém,
passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de
organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica.
Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através
dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizálos, os ecossistemas
precisam conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e
entre produtores, consumidores e decomponentes, de outro.

Movimento ecológico.

A intervenção do homem no meio ambiente ao longo da história, principalmente após a


revolução industrial, foi sempre no sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro
com consequências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o desequilíbrio da
fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de animais foram extintas ou se encontram
em risco de extinção em decorrência das atividades do homem. Já no século XIX se podia
detectar a existência de graves problemas ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e
insalubridade nas fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que
mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas Malthus,
Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P. Marsh.
Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas possibilidades do industrialismo e
a ausência de preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a economia
industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu funcionamento,
evidenciadas no século XX.

Ecologia suas relações com outras ciências

Desde a Antiguidade, buscamos o conhecimento de nossos limites, do mundo em que vivemos e


da natureza da qual dependemos. Até que, em 1869, o cientista Ernst Haeckel definiu pela
primeira vez a ciência a que se dedicava: a Ecologia, como já dito anteriormente. De lá para cá,
muitas outras definições foram dadas a ela. De todas, a mais abrangente e prática é: Ecologia é a
ciência que estuda as interacções dos seres vivos entre si e com o meio ambiente.
A Ecologia é fundamentalmente integração: integração dos seres vivos entre si e com o
ambiente; integração dos conhecimentos de várias disciplinas envolvidas no seu estudo. Ela é o
resultado da confluência da Biologia com a Física, a Química, a Matemática e a Geografia. Daí
existirem várias áreas científicas afins à Ecologia, tais como:

Engenharia Ambiental: estuda o impacto, no meio ambiente, das obras de engenharia e como
minimizá-lo.

Bioenergética: estuda os mecanismos biológicos geradores e transformadores de energia, bem


Como o fluxo da energia no ecossistema.

Biogeoquímica: estuda principalmente os ciclos dos nutrientes na natureza.


Demografia: estuda as populações no seu aspecto quantitativo (matemático) e suas variações
Numéricas.
Biogeografia: estuda os aspectos geográficos da distribuição e dispersão dos organismos.
No âmbito mais restrito da Biologia, a Ecologia representa o encontro de quatro áreas:
Fisiologia,

Genética, Evolução e Etologia (que procura compreender os comportamentos dos animais e as


leis que os
regem).

Importância social da ecologia

O estudo da Ecologia é fundamental:

a) Para a compreensão e equacionamento dos problemas gerais das sociedades humanas,


Dependentes que são da Biosfera; e

b) Para a compreensão dos problemas de saúde humana, dependentes da relação entre o homem e
o meio que o cerca.

O equilíbrio ecológico e o controle homeostático do ecossistema

Além dos fluxos de energia e ciclos de materiais, descritos brevemente na Unidade IV, os
ecossistemas são ricos em redes de informação, que compreendem fluxos de comunicação físicos
e químicos que interligam todas as partes e governam ou regulam o sistema como um todo.
Consequentemente, os ecossistemas podem ser considerados cibernéticos (de kybernetes, piloto
ou governador) na natureza, mas as funções de controle são internas ou difusas, ao contrário das
funções externas e especificadas dos mecanismos cibernéticos elaborados pelo homem. A
redundância – mais de uma espécie ou componente tendo a capacidade de realizar uma dada
função - também aumenta a estabilidade. O grau de estabilidade atingido varia muito,
dependendo do rigor do ambiente externo além
da eficiência dos controles internos. Existem duas formas de estabilidade: a estabilidade de
resistência (a capacidade de se manter "estável" diante do estresse) e a estabilidade de
elasticidade (a capacidade de se recuperar rapidamente). As duas formas podem estar
inversamente relacionadas.

A Ecologia Humana na actualidade

Na década de 70 a Ecologia Humana emerge como uma ponte ent re as Ciências da Natureza e as
Ciências Sociais, levando Odum (2001: 812) a reconhecer: “Agora [ ...] , quase todas as
disciplinas e profi ssões, tanto no campo das ciências como no das humanidades, estão ávidas
por encont rar na área da ecologia humana um campo comum de encont ro”. Também Lessa
(1984: 10-11) se referiu à posição seguida nos anos 70 no contexto da afi rmação da Ecologia
Humana: Na actualidade é retomada a perspect iva global ensaiada no início do século XX e
introduzem-se aperfeiçoamentos de ordem metodológica (Nazareth,1993, 1996; 2004) . O
Homem é defi nit ivamente encarado na sua totalidade compósita, ou seja, enquanto sistema de
órgãos e funções, dotado de inst intos e de inteligência, possuidor de um pat rimónio genét ico e
cultural, inserido num meio formado por elementos biót icos, abiót icos e sociais. Quer dizer, a
totalidade humana é simultaneamente totalidade biológica e totalidade cultural, - totalidade
complexa, no dizer de Morin (1999) .

Singularidade da Ecologia Humana

A Ecologia Humana tem pois objecto de estudo, metodologia e object ivos prospect ivos. O
objecto de estudo é, como se disse, const ituído pelas interacções permanentes e recíprocas
Homem-Ambientes (natural e const ruído) . O objecto de estudo é, como se disse, const ituído
pelas interacções permanentes e recíprocas Homem-Ambientes (natural e const ruído) .

Ainda que a metodologia e as técnicas de observação e análise em Ecologia humana sejam


igualmente as empregues por out ras disciplinas, a sua singularidade e vocação interdisciplinar/
transdisciplinar, emprestam- lhe a part icularidade da ênfase na abordagem holíst ica, que
partilha com a Ecologia Geral, relat ivamente às problemát icas objecto de estudo sob novos e
diferentes paradigmas. Ora, a abordagem holíst ica supõe a ut ilização da metodologia sistémica,
que na expressão de Rosnay (1995:12) é simbolizada no “macroscópio” (macro= grande e
skopein= observar) , esse inst rumento imaginário que, cita-se, “fi lt ra os pormenores, amplia
oque os liga, põe em evidência o que os aproxima”, qual olhar conceptual que nos possibilita
perceber, reconhecer e descrever as formas globais. I sso porque, como resulta do exposto, a
Ecologia Humana lida com o “ infi nitamente” complexo, no que tal signifi ca de variedade,
complementaridade, concorrência, incerteza, ant inomia.

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