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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MARIA HELENA APOLINÁRIO SOARES

DIRETRIZES PARA INTERVENÇÕES URBANAS PARA O SISTEMA DE


ESPAÇOS LIVRES DO ENTORNO DO CANAL DO BALDO – NATAL/RN

NATAL, RN
2022
MARIA HELENA APOLINÁRIO SOARES

DIRETRIZES PARA INTERVENÇÕES URBANAS PARA O SISTEMA DE


ESPAÇOS LIVRES DO ENTORNO DO CANAL DO BALDO – NATAL/RN

Trabalho Final de Graduação apresentado ao


Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
no semestre 2022.2, como requisito para
obtenção do título de bacharel em Arquitetura
e Urbanismo.

Orientadora: Prof.ª Dra. Verônica Maria


Fernandes de Lima.

NATAL, RN
2022

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Soares, Maria Helena Apolinario.


Diretrizes para intervenções urbanas para o sistema de
espaços livres do entorno do Canal do Baldo - Natal/RN / Maria
Helena Apolinario Soares. - 2022.
134f.: il.

Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande


do Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Arquitetura.
Natal, RN, 2022.
Orientadora: Profª Drª Verônica Maria Fernandes de Lima.

1. Diretrizes de intervenção urbana - Monografia. 2. Canal do


Baldo - Monografia. 3. Frentes d'água - Monografia. 4. Sistema
de espaços livres - Monografia. I. Lima, Verônica Maria
Fernandes de. II. Título.

RN/UF/BSE15 CDU 711.4

Elaborado por Ericka Luana Gomes da Costa Cortez - CRB-15/344


MARIA HELENA APOLINÁRIO SOARES

DIRETRIZES PARA INTERVENÇÕES URBANAS PARA O SISTEMA DE


ESPAÇOS LIVRES DO ENTORNO DO CANAL DO BALDO – NATAL/RN

Trabalho Final de Graduação apresentado ao


Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
no semestre 2022.2, como requisito para
obtenção do título de bacharel em Arquitetura
e Urbanismo.

Aprovada em 12 de dezembro de 2022

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Prof.ª Dra. Verônica Maria Fernandes de Lima
Orientadora

____________________________________________________
Prof.ª Dra. Anna Rachel Baracho Eduardo Julianelli
Membro interno

____________________________________________________
Prof.ª Ma. Miss Lene Pereira da Silva
Membro externo
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à minha família, em especial aos meus pais, por todo
apoio e ensinamentos que sempre me deram, especialmente durante todo o período
do curso. O suporte, amor e esforços de vocês foram fundamentais nessa caminhada,
para que eu conseguisse ingressar e concluir este curso.

À minha orientadora, Profa. Dra. Verônica Lima, por todas as orientações que
contribuíram grandiosamente para o desenvolvimento do trabalho, pelo aprendizado
ao longo do processo e pela compreensão e confiança que depositou neste trabalho
e em mim.

A todos os professores do curso, e à Universidade, por terem proporcionado


um ensino enriquecedor e experiências em várias áreas do conhecimento que
contribuíram para a minha formação.
RESUMO

Os cursos d’água tiveram uma forte atuação no processo de expansão das cidades.
Após um período de intenso crescimento e modernização, os rios urbanos foram
degradados como consequência desse processo e passaram a ser indesejados pela
população por serem vistos como responsáveis pela ocorrência de inundações e pela
condição insalubre da cidade. Em Natal/RN, o Riacho do Baldo passou por processo
similar e optaram por sua canalização com a intenção de solucionar os problemas
com as enchentes e melhorar a saúde da população, o que impacta o fluxo natural
hídrico e o ambiente urbano até hoje. Desse modo, tendo em vista os estudos e as
discussões atuais em prol da recuperação e valorização dos corpos d’água, este
trabalho objetiva elaborar diretrizes para futuras propostas de intervenção para o
sistema de espaços livres públicos do entorno do canal do Baldo, respeitando as
formas preexistentes de uso e apropriação do espaço urbano por seus usuários, de
forma a contribuir para a vitalidade urbana. Para tanto, foi desenvolvida a análise
morfológica urbana do entorno do canal do Baldo, foram levantados os espaços livres
públicos e estudados seus atributos e suas características para definir diretrizes e
ações que ordenarão esses espaços como um sistema, de forma a valorizar a
presença do Baldo no ambiente urbano e a fortalecer o vínculo da população com este
espaço.

Palavras-chave: Canal do Baldo; Frentes d'água; Sistema de espaços livres;


Diretrizes de intervenção urbana.
ABSTRACT

Watercourses had a strong role in the process of city expansion. After a period of
intense growth and modernization, urban rivers were degraded as a result of this
process and became unwanted by the population as they were seen as responsible
for the occurrence of floods and the unhealthy condition of the city. In Natal/RN, the
Baldo’s stream went through a similar process and they opted for its channeling with
the intention of solving problems with floods and improving the health of the population,
which impacts the natural flow of water and the urban environment until today. Thus,
in view of the current studies and discussions in favor of the recovery and
enhancement of water bodies, this work aims to elaborate guidelines for future
intervention proposals for the system of public open spaces around the Baldo’s canal,
respecting the preexisting forms of use and appropriation of urban space by its users,
in order to contribute to urban vitality. To this end, an urban morphological analysis
was carried out around the Baldo’s canal, public open spaces were surveyed and their
attributes and characteristics were studied to define guidelines and actions that will
order these spaces as a system, in order to enhance the presence of Baldo in the
urban environment and to strengthen the link between the population and this space.

Palavras-chave: Baldo’s canal; Waterfronts; Open spaces system; Urban intervention


guidelines.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Impactos da urbanização para os recursos hídricos.................................34


Figura 2 – Back Bay Fens em 1892...........................................................................43
Figura 3 – Back Bay Fens em 2010...........................................................................43
Figura 4 – Planta do projeto Novo Arrabalde.............................................................45
Figura 5 – Relação entre os terrenos úmidos e secos na área de implantação do
projeto Novo Arrabalde...............................................................................................46
Figura 6 – O uso de soluções sustentáveis em Woodlands.......................................47
Figura 7 – Sistema de drenagem aberto em Woodlands.............................................47
Figura 8 – Transformações do Rio Los Angeles ao longo dos anos............................50
Figura 9 – Imagem da proposta de valorização das várzeas e recuperação do acesso
ao rio...........................................................................................................................52
Figura 10 – Proposta de um parque para ampliar as áreas públicas nas margens do
rio................................................................................................................................52
Figura 11 – Ilustração da proposta de inserção de ciclovias e pistas de
caminhadas................................................................................................................53
Figura 12 – Trecho do córrego Pirarungáua tamponado.............................................54
Figura 13 – Obra de retirada do calçamento e abertura do córrego Pirarungáua........54
Figura 14 – Córrego Pirarungáua após intervenção....................................................55
Figura 15 – Vista aérea do Parque Futuro...................................................................56
Figura 16 – Localização dos equipamentos no parque...............................................57
Figura 17 – Ponte sobre o lago do Parque Futuro.......................................................58
Figura 18 – Desenho da ponte permite interação com a água.....................................58
Figura 19 – Fonte de água interativa...........................................................................59
Figura 20 – A cidade do Natal em 1904 e o Rio Potengi..............................................61
Figura 21 – Natal em 1844 com destaque para o Rio de Beber...................................62
Figura 22 – Vista para o Baldo....................................................................................63
Figura 23 – Lavandeiras com roupas para lavar no Riacho do Baldo..........................63
Figura 24 – Parque Ney Aranha Marinho após as obras.............................................65
Figura 25 – Mobiliário existente no Parque Ney Aranha Marinho................................65
Figura 26 – Trecho menos frequentado do Parque Ney Aranha Marinho....................66
Figura 27 – Praça Ecológica do Pôr do Sol..................................................................67
Figura 28 – Cidade da Criança com equipamentos diversificados..............................67
Figura 29 – Vista aérea do trecho do Canal interceptado pela R. Des. Régulo
Tinoco.........................................................................................................................68
Figura 30 – Intersecção do Canal do Baldo pela Rua Des. Régulo Tinoco..................69
Figura 31 – Trecho do Canal do Baldo sob o viaduto fechado por muro e cerca..........70
Figura 32 – Canal do Baldo dentro do terreno da COSERN........................................71
Figura 33 – Muro da COSERN....................................................................................71
Figura 34 – Praça Rio Grande do Norte sem manutenção e mobiliário.......................72
Figura 35 – Estrutura do Canal precária e não acessível.............................................73
Figura 36 – Estacionamento nas margens do Canal...................................................73
Figura 37 – Presença de construções nas margens do Canal.....................................74
Figura 38 – Encontro do Canal com o Rio Potengi......................................................74
Figura 39 – Localização da área de estudo na Zona Leste de Natal............................75
Figura 40 – Incidência de áreas especiais na área de estudo......................................78
Figura 41 – Acesso ao Passo da Pátria pela Rua Cap. Silveira Barreto......................79
Figura 42 – Jardim de chuva.....................................................................................117
Figura 43 – Biovaletas..............................................................................................118
Figura 44 – Espaço pet.............................................................................................119
Figura 45 – Faixa elevada.........................................................................................120
Figura 46 – O desenho das margens permite a proximidade das pessoas com o curso
d’água.......................................................................................................................121
Figura 47 – Praça alagável........................................................................................122
Figura 48 – Equipamentos atrativos que incorporam a água.....................................122
Figura 49 – Piso suspenso para pedestres...............................................................123
Figura 50 – Margens do Córrego Pirarungáua recuperadas com vegetação.............125
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das referências...........................................................................60


Quadro 2 – Ficha dos atributos do espaço livre 01......................................................88
Quadro 3 – Ficha dos atributos do espaço livre 02......................................................88
Quadro 4 – Ficha dos atributos do espaço livre 03......................................................89
Quadro 5 – Ficha dos atributos do espaço livre 04......................................................89
Quadro 6 – Ficha dos atributos do espaço livre 05......................................................90
Quadro 7 – Ficha dos atributos do espaço livre 06......................................................90
Quadro 8 – Ficha dos atributos do espaço livre 07......................................................91
Quadro 9 – Ficha dos atributos do espaço livre 08......................................................91
Quadro 10 – Ficha dos atributos do espaço livre 09....................................................92
Quadro 11 – Ficha dos atributos do espaço livre 10....................................................92
Quadro 12 – Ficha dos atributos do espaço livre 11....................................................93
Quadro 13 – Ficha dos atributos do espaço livre 12....................................................93
Quadro 14 – Ficha dos atributos do espaço livre 13....................................................94
Quadro 15 – Ficha dos atributos do espaço livre 14....................................................94
Quadro 16 – Ficha dos atributos do espaço livre 15....................................................95
Quadro 17 – Ficha dos atributos do espaço livre 16....................................................95
Quadro 18 – Ficha dos atributos do espaço livre 17....................................................96
Quadro 19 – Ficha dos atributos do espaço livre 18....................................................96
Quadro 20 – Ficha dos atributos do espaço livre 19....................................................97
Quadro 21 – Ficha dos atributos do espaço livre 20....................................................97
Quadro 22 – Ficha dos atributos do espaço livre 21....................................................98
Quadro 23 – Ficha dos atributos do espaço livre 22....................................................98
Quadro 24 – Ficha dos atributos do espaço livre 23....................................................99
Quadro 25 – Ficha dos atributos do espaço livre 24....................................................99
Quadro 26 – Ficha dos atributos do espaço livre 25..................................................100
Quadro 27 – Ficha dos atributos do espaço livre 26..................................................100
Quadro 28 – Ficha dos atributos do espaço livre 27..................................................101
Quadro 29 – Ficha dos atributos do espaço livre 28..................................................101
Quadro 30 – Ficha dos atributos do espaço livre 29..................................................102
Quadro 31 – Ficha dos atributos do espaço livre 30..................................................102
Quadro 32 – Ficha dos atributos do espaço livre 31..................................................103
Quadro 33 – Ficha dos atributos do espaço livre 32..................................................103
Quadro 34 – Ficha dos atributos do espaço livre 33..................................................104
Quadro 35 – Ficha dos atributos do espaço livre 34..................................................104
Quadro 36 – Ficha dos atributos do espaço livre 35..................................................105
Quadro 37 – Ficha dos atributos do espaço livre 36..................................................105
Quadro 38 – Ficha dos atributos do espaço livre 37..................................................106
Quadro 39 – Ficha dos atributos do espaço livre 38..................................................106
Quadro 40 – Ficha dos atributos do espaço livre 39..................................................107
Quadro 41 – Ficha dos atributos do espaço livre 40..................................................107
Quadro 42 – Ficha dos atributos do espaço livre 41..................................................108
Quadro 43 – Ficha dos atributos do espaço livre 42..................................................108
Quadro 44 – Ficha dos atributos do espaço livre 43..................................................109
Quadro 45 – Ficha dos atributos do espaço livre 44..................................................109
LISTA DE MAPAS

Mapa 1 – Hierarquia viária..........................................................................................80


Mapa 2 – Uso do solo..................................................................................................82
Mapa 3 – Gabarito das edificações.............................................................................83
Mapa 4 – Topografia...................................................................................................84
Mapa 5 – Espaços livres identificados.........................................................................86
Mapa 6 – Classificação dos espaços livres identificados..........................................112
Mapa 7 – Classificação dos espaços livres selecionados.........................................113
Mapa 8 – Mapa de ações para os espaços livres selecionados.................................126
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

1 OS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS ...................................................................... 16

1.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS ............. 16

1.2 A VITALIDADE URBANA NOS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS ..................... 25

2 AS FRENTES D'ÁGUA E AS CIDADES ............................................................... 28

2.1 PRIMEIRO MOMENTO: DEGRADAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA ................. 28

2.2 SEGUNDO MOMENTO: VALORIZAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA ................ 39

2.3 ALGUMAS INTERVENÇÕES RECENTES ...................................................... 49

2.3.1 Rio Los Angeles - Los Angeles, Califórnia, EUA .................................. 49

2.3.2 Córrego Pirarungáua – São Paulo/SP, Brasil ........................................ 53

2.3.3 Parque Futuro – Belém/PA, Brasil .......................................................... 55

2.3.4 Considerações ......................................................................................... 59

3 CONHECENDO A ÁREA DE ESTUDO ................................................................. 61

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ............................................................... 61

3.2 O CANAL DO BALDO NOS DIAS DE HOJE ................................................... 64

3.3 ANÁLISE DA ÁREA ......................................................................................... 75

3.3.1 Delimitação e prescrições urbanísticas ................................................. 75

3.3.2 Aspectos morfológicos ........................................................................... 78

3.3.3 Análise e classificação do sistema de espaços livres ......................... 85

4 DIRETRIZES E AÇÕES PARA O CANAL DO BALDO E SEU ENTORNO ........ 114

4.1 PROBLEMAS E POTENCIALIDADES ........................................................... 114

4.2 DIRETRIZES .................................................................................................. 115

4.3 AÇÕES .......................................................................................................... 116

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 129

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 130
INTRODUÇÃO

Em comum no surgimento da maioria das cidades está sua proximidade com


algum curso de água. A relação entre eles foi fundamental, principalmente, para o
início da formação da cidade, pois o rio contribuiu em diversos aspectos, como na
delimitação e estruturação do tecido urbano, no abastecimento de água para consumo
e como matéria-prima de produtos, no transporte de mercadorias e pessoas, e na
realização de atividades essenciais para o desenvolvimento econômico e social.

Com o crescimento acelerado e a modernização das cidades, os rios sofreram


com as consequências desse processo e passaram a estar cada vez mais poluídos.
Também surgiram casos de enchentes e inundações por causa da diminuição da
permeabilidade do solo. Em decorrência desses eventos, os rios, antes valorizados,
passaram a ser rejeitados pela população por estarem poluídos e insalubres.

Ainda no século XIX, com a adoção de políticas apoiadas nas ideias higienistas,
muitos rios foram canalizados, drenados etc., com a justificativa que era necessário
impedir a proliferação de agentes causadores de enfermidades provenientes de
fatores ambientais. Esses projetos descaracterizavam os leitos e as margens dos rios,
colocando em desarmonia a relação entre as cidades e suas frentes d’água.

Na cidade do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, ocorreu situação


semelhante. Desde o início de sua formação e por muitos anos, o Riacho do Baldo foi
uma importante fonte de água para consumo e para suprir outras necessidades da
população. Foi à margem do Baldo que cravaram a cruz da bica de beber água, que
simbolizava o limite sul da cidade. O caminho que levava ao Baldo era um importante
logradouro, demostrando sua relevância na dinâmica da cidade.

Entretanto, a partir da segunda metade do século XIX, com o aumento da


população, e de casos de doenças, o Riacho do Baldo foi alvo de políticas sanitaristas
que buscavam higienizar a cidade, tendo como alvo locais considerados proliferadores
de doenças. Atualmente, encontra-se canalizado e, em reportagens de jornais locais1,
seu nome costuma estar relacionado a ocorrência de alagamentos. Além disso, a

1
Notícia disponível em: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2022/07/08/chuva-volta-a-
alagar-ruas-de-natal-e-agrava-situacao-de-areas-afetadas-da-capital-e-outras-cidades-do-rn.ghtml.
Acesso em: 27 out. 2022.

12
maior parte do canal apresenta aspectos de abandono, como falta de mobiliário e
manutenção da vegetação, pavimentação e estrutura do canal.

Todavia, nos últimos anos, o tratamento dado aos corpos d’água urbanos vem
mudando na tentativa de recuperar a relação harmoniosa entre estes e as cidades.
Diversas cidades realizaram intervenções de forma a reincorporar os corpos d’água à
paisagem e à dinâmica urbana, como a revitalização do rio Cheonggyecheon, em
Seul, na Coreia do Sul, e o Projeto Beira Rio, no município de Piracicaba, São Paulo,
Brasil.

Também existem iniciativas que incentivam a relação da população com os


rios, como é o caso do projeto “Entre rios e ruas”, da artista visual Isabela Prado, que
se trata de uma intervenção permanente de sinalização dos córregos canalizados e
escondidos na paisagem da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, na intenção
de chamar a atenção da população para a existência deles e, assim, despertar uma
relação de reconhecimento e valorização dos corpos d’água pelos moradores.

Portanto, de forma a contribuir com os estudos existentes em torno do


movimento atual de valorização dos corpos d’água, é de grande relevância propor
diretrizes para intervenções no Canal do Baldo e entorno com o propósito de embasar
futuras propostas de requalificação daquele espaço de modo a fortalecer sua relação
com os habitantes, favorecendo a vitalidade urbana e considerando sua importância
para o desenvolvimento da cidade e seu potencial ambiental.

O Canal do Baldo abrange os bairros de Alecrim, Cidade Alta, Barro Vermelho


e Tirol, localizados na Região Administrativa Leste de Natal/RN. É margeado por
importantes avenidas, como Av. Prudente de Morais, Av. Rio Branco e Av. Gov.
Juvenal Lamartine. Em seu entorno, ao longo da sua extensão, são encontrados
hospitais, a Estação de Tratamento de Esgoto da Companhia de Águas e Esgotos do
Rio Grande do Norte (CAERN), a sede da Companhia Energética do Rio Grande do
Norte (COSERN), edifícios residenciais, escolas, praças e parques como a Cidade da
Criança e o Parque Ney Aranha Marinho.

O objetivo principal do trabalho é elaborar diretrizes para propostas de


intervenção, que considerem os espaços livres públicos do entorno do canal do Baldo
enquanto um sistema e que respeitem as formas de uso e apropriação preexistentes,

13
de forma a contribuir para a vitalidade urbana. Sob essa ótica, foram definidos os
seguintes objetivos específicos: compreender as frentes d'água e os demais espaços
livres públicos enquanto integrantes de um sistema e como podem contribuir para a
vitalidade urbana; Entender como os usuários utilizam as áreas livres públicas no
entorno do canal do Baldo no seu cotidiano a fim de respeitar os costumes e atividades
desenvolvidas no local; Entender como espaços públicos livres do entorno do canal
do Baldo se relacionam entre si, olhando os mesmos como um sistema; Elaborar
diretrizes para futuras propostas de intervenção que contribuam para a vitalidade
urbana da área.

O Riacho do Baldo tem um relevante papel na história da cidade do Natal. Por


outro lado, em recentes caminhadas realizadas no local, foram evidenciados aspectos
de abandono ou subvalorização, o que não condiz com seu grande valor histórico e
ambiental e seu potencial paisagístico. Essa questão despertou um grande interesse
na área de estudo, considerando também o fato de residir próximo ao canal do Baldo
e sentir uma carência por mais espaços públicos verdes e de lazer.

Portanto, o cenário atual motiva o estudo da área para que sejam pensadas
diretrizes que embasem propostas com o objetivo de melhorar o espaço para usufruto
da população a fim de torná-lo mais agradável e atrativo para o desenvolvimento de
atividades de lazer, esportivas, sociais, entre outras necessidades, incentivando seu
uso pela população.

Para contemplar os objetivos definidos, o trabalho foi dividido em 4 capítulos:

O primeiro capítulo, “Os espaços livres públicos”, objetiva entender o que são
espaços livres públicos, como se caracterizam e sua importância para as cidades,
assim como, a assimilação dos espaços livres públicos como um sistema e seus
efeitos para as cidades. Também aborda o conceito de vitalidade urbana.

O segundo capítulo, “As frentes d'água e as cidades”, caracteriza esses


espaços, apresentando o processo de transformações que passaram dentro do
espaço urbano, abordando as novas perspectivas de atuação nas frentes d’água que
objetivam sua reintegração ao espaço urbano. No fim, é apresentado o estudo de
referências de intervenções em frentes d’água para conhecimento de suas propostas
e soluções empregadas.

14
O terceiro capítulo, “Conhecendo a área de estudo”, inicia abordando as
principais transformações urbanas que ocorreram no Canal do Baldo e seu entorno,
após, consulta as prescrições urbanísticas incidentes, analisa morfologicamente a
área com base em Panerai (2006), assim como analisa os espaços livres identificados,
resultando em sua classificação e seleção dos espaços para compor um sistema de
acordo com a metodologia de Tardin (2008).

Por fim, o quarto capítulo, “Diretrizes e ações para o canal do baldo e seu
entorno”, identifica os problemas e as potencialidades da área e depois indica as
diretrizes e as ações para ordenar os espaços livres públicos como um sistema.

15
1 OS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

1.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

As pessoas são essenciais para a existência e o funcionamento das cidades.


Além disso, faz parte da vida em sociedade, o convívio entre os indivíduos e isso
acontece, principalmente, nos espaços públicos, onde a esfera de vida pública se
manifesta. Portanto, considerando essa relação mútua entre as pessoas e as cidades,
é necessário a participação popular nas questões que envolvem os espaços urbanos,
para que atendam às suas necessidades e sejam inclusivos, de forma a contribuir
para a reunião social. Afinal, a cidade precisa “ter o olhar voltado para as pessoas e
ao coletivo, ser capaz de suprir suas necessidades atrelados a ter uma boa
infraestrutura, fornecer bem-estar aos seus usuários e expressar a importância da
integração das pessoas com o meio social” (FERREIRA, HASEGAWA, SUZUKI, 2020,
n.p.).

A manifestação da esfera de vida pública envolve a produção cultural, a


construção da cidadania, do interesse público, do bem público constituído
socialmente diante do conflito de interesses individuais ou de grupos e, na
cidade, teria a realização nos espaços públicos – ruas, calçadas, praças,
parques e outros [...] (CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009, p.3).

O entendimento do que caracteriza e define um espaço público passa por


constantes discussões à medida que o estudo se aprofunda e a depender da área de
conhecimento com se relaciona. Desse modo, ao refletir sobre as características
encontradas nos espaços públicos, Gomes (2018) afirma que “o aspecto mais
importante de um domínio público são os princípios que estruturam as interações
entre as pessoas” (GOMES, 2018, p. 116), considerando que esses espaços reúnem
indivíduos com qualidades, interesses, valores e opiniões diferentes. Por esse motivo,
devem existir regulamentações que normatizam e discriminam usos, acessos,
funções, comportamentos etc. nesses espaços.

Lopes (1999:20, apud Lima, 2008) reforça o caráter de sociabilização dos


espaços públicos ao defini-los como “lugares de vida e de sociabilização, e que, uma
vez abertos a todos, representam áreas de liberdade e de democracia” (LOPES,
1999:20, apud LIMA, 2008, p. 139). Todavia, nem sempre os espaços públicos que
conhecemos são “abertos a todos”. Custódio, Macedo, et al. (2009) reforçam essa
16
questão ao se referir à instalação de equipamentos urbanos que são “potencialmente
utilizados pela população urbana em geral – esse é o discurso legitimador da
implantação –, contudo é fração de verdade. São espaços usufruídos seletivamente
porque concebidos para usuários-padrão” (CUSTÓDIO, MACEDO, et al, 2009, p. 7).
Ou seja, indivíduos com interesses em comum, portanto, não para indivíduos que
compõem um público.

Como resultado da prática de planejamento e processo decisório, quanto à


morfologia e ao funcionamento dos espaços públicos, sem a participação efetiva dos
cidadãos, são produzidos espaços distantes do interesse da população. O que gera a
falta de identificação e vínculo das pessoas com esses espaços. Além disso, são
pensados para serem cuidados somente pelo poder público, que não incentiva o
compartilhamento da responsabilidade com a população. Desse modo, surgem
consequências para a qualidade do ambiente urbano como “exclusão social, grandes
contrastes urbanos, má administração dos seus serviços, má manutenção, pouca
criatividade nos projetos, má qualidade de materiais, projetos fora de contexto, entre
muitos outros problemas” (ANTUNES, SOBRAL, 2016, p. 16).

As cidades brasileiras estão entre as mais segregadas do mundo; seus


espaços públicos possuem uma configuração dispersa e fragmentada,
contribuindo para um quadro de ineficiência morfológica da urbe devido à
baixa acessibilidade espacial (MEDEIROS, 2013, apud CASTRO, FREITAS,
SILVEIRA, 2016, p. 127).

Além da normatização que disciplinam os espaços públicos, segundo Gomes


(2018), outro elemento essencial desses espaços é a heterogeneidade, onde as
características individuais e a diversidade de valores e interesses se manifestam e,
por isso, podem ocorrem conflitos. Para o autor, a heterogeneidade de um espaço
está proporcionalmente relacionada com “seu grau de publicidade, ou seja, sua
capacidade de operar a convivência entre indivíduos diferentes que dividem um
espaço de vida” (GOMES, 2018, p. 118). Além disso, ao garantir a manifestação da
individualidade, o poder de comunicação se constitui como mais uma característica
fundamental dos espaços públicos.

O espaço público é um elemento comunicacional primário, não apenas na


maneira como é organizado, mas também pelo modo como é ativado nas
ações que aí tem lugar. São espaços de amplo diálogo social e

17
evidentemente não o estamos restringindo à expressão oral, atos, gestos,
formas de apresentação e até mesmo a simples presença é portadora de
sentido e de comunicação. Por isso, espaços públicos convidam à
observação e a vivência da alteridade. Por último, como espaços de
comunicação, de visibilidade, além de permitirem a observação são
portadores de reflexividade: observamos e somos observados. A
simultaneidade das ações transforma atos, comportamentos e formas de
apresentação em informação, em interpelação e em diálogo (GOMES, 2018,
p. 118).

Lima (2008) ressalta a importância dos espaços públicos, que desde a Grécia
antiga, quando eram relacionados à religião e à democracia, são palco da
expressividade das relações humanas que passam por transformações provocadas
por mudanças sociais ao longo dos anos, tendo autores como Hannah Arendt (2001),
Jurgen Habermas (1984) e Richard Sennett (1976) contribuído para o entendimento
do conceito e de suas transformações.

As recentes transformações por quais passaram a sociedade resultaram no


enfraquecimento da esfera pública e, consequentemente, dos espaços públicos.
“Apesar da importância da esfera de vida pública, Arendt (1991), ao analisar as
transformações pelas quais passava o mundo após a Segunda Guerra Mundial,
identificou e alertou para a acentuada decadência de tal esfera” (CUSTÓDIO,
MACEDO, et al., 2009, p. 3). Richard Sennett também identificou a “morte” do espaço
público na segunda metade do século XX, quando era tido como derivação do
movimento, resultado da popularização do uso do automóvel e considerado local de
circulação e/ou isolamento social (SENNETT, 1998, apud LIMA, 2008).

Habermas (1984, apud Lima, 2008) constatou a ampliação e valorização do


mundo privado em detrimento da esfera pública nos últimos anos, resultado de um
“alto nível de especialização e fragmentação da nossa sociedade” (LIMA, 2008, p.
138). Entretanto, apesar da crítica e crescente decadência da esfera pública, não se
pode falar em extinção, pois tal esfera assim como os espaços públicos, considerados
como “os mais possibilitadores da manifestação da vida pública, são imanentes a toda
e qualquer cidade da/na História” (CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009, p. 4).

Para entender os espaços livres públicos e suas características, além de


compreender os espaços, enquanto públicos, também é preciso compreender e definir
o que são espaços livres.

18
Segundo Magnoli (1982), os espaços livres são os não edificados: quintais,
jardins, ruas, avenidas, praças, parques, rios, matas, mangues, praias
urbanas, ou simples vazios urbanos. Sua localização, acessibilidade e
distribuição formam um complexo sistema de conexões com múltiplos papéis
urbanos: atividades do ócio, circulação urbana, conforto, conservação e
requalificação ambiental, drenagem urbana, imaginário e memória urbana,
lazer e recreação, dentre outros. Podem ser públicos ou privados
(CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009, p. 5).

Esses espaços não edificados apresentam múltiplas funções relevantes para o


funcionamento das cidades, como para circulação, para percepção da paisagem, para
recreação, para estruturação da morfologia urbana, para proteção de recursos
naturais e culturais, assim como, para integração social, através de atividades e
eventos. A diversidade de funções que apresentam e a facilidade com que atraem
pessoas, fazem dos espaços livres, lugares de destaque na paisagem urbana (LIMA,
MEDEIROS, 2016).

No contexto atual de crise ambiental, os espaços livres, considerando a alta


representatividade de áreas verdes, apresentam grande importância para a melhoria
da qualidade de vida urbana ao auxiliar na recuperação de áreas degradadas, na
renovação de áreas subutilizadas, na conservação e restauração dos recursos
naturais e na prestação de serviços ambientais e de saúde pública (LIMA, OLIVEIRA,
SILVA, 2014).

Segundo Lamas (2004, apud LIMA, MEDEIROS, 2016), os espaços livres


podem ser classificados como locais de circulação ou de permanência e socialização.
Os espaços de circulação são voltados para a promoção de mobilidade para pessoas
ou veículos, como ruas, passeios, becos e vielas. Enquanto, a função dos espaços de
permanência e socialização é definida por ações e comportamentos que necessitam
de um período de estadia no espaço, como: brincar, descansar, conversar etc. Como
exemplos, podem ser citados os parques, as praças, os jardins etc.

Os espaços de equilíbrio ambiental é outra categoria que foi incorporada a esta


classificação por Carneiro e Mesquita (2000 apud LIMA, MEDEIROS, 2016). São
caracterizados por apresentar área vegetada predominante e contribuem para a
melhoria da qualidade ambiental e visual das cidades, assim como das condições
higiênicas e de saúde pública. Os espaços inseridos nesta categoria, geralmente, são
grandes porções territoriais como as reservas ecológicas e as unidades de

19
conservação, porém, as praças e os bosques também estão incluídos (CARNEIRO,
MESQUITA, 2000, apud LIMA, MEDEIROS, 2016).

Apesar das diversas funções desempenhadas pelos espaços livres, que são
relevantes para o funcionamento e para a qualidade de vida nas cidades, o que se
percebe, na maioria dos casos, são áreas subutilizadas ou que não possuem uma
função exata dentro do espaço urbano, o que decorre em abandono tanto pela
população, quanto pelo poder público. Dito isso, também é importante considerar,
dentro deste contexto, que a crescente violência urbana “acelerou o processo de
internalização das atividades comunitárias” (LIMA, 2008, p. 141).

Tardin (2008) observou que, “ao analisar a realidade urbana das grandes
cidades na atualidade como cidades estendidas, transformadas e fragmentadas, se
comprova que o espaço livre sofreu um longo processo de desintegração para
adequar-se à ocupação urbana” (TARDIN, 2008, p. 53). Dito isto, à exceção dos que
já possuem funções determinadas, os espaços livres são tidos como “sobra”,
assumindo uma posição passiva dentro do planejamento urbano e sendo reservados
para posterior ocupação ou para a proteção ambiental. Esta postura “conduziu à
insularidade destes espaços, devido a suas escassas relações com os assentamentos
e com as infra-estruturas, e a sua apresentação como um fato isolado, com lógicas
intrínsecas e desvinculadas entre si, que destacam seu caráter residual” (p. 54).

Assim, a ordenação do território de forma segmentada resultou na dissipação


urbana das metrópoles na atualidade. Frente a isso, é proposto que os espaços livres
devem ser percebidos como um sistema e, sua ordenação, como uma estratégia de
projeto e possível elemento estruturador do território (TARDIN, 2008). “O conceito de
um sistema de espaços livres contínuo no meio urbano se destaca, caracterizando-se
pela necessidade de integrar as questões funcionais, ecológicas e estéticas nas
cidades brasileiras atuais” (LIMA, OLIVEIRA, SILVA, 2014, n.p.). Sendo assim, é
muito importante adotar essa visão do conjunto ao tratar dos espaços livres,
considerando que “toda cidade possui um sistema (relações dinâmicas entre os
elementos) de espaços livres. Um sistema que existe, seja conectado fisicamente ou
não, seja planejado ou não” (CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009, p. 5).

Os espaços livres têm grandes probabilidades de transformação no processo


de construção da paisagem. Conformam o componente mais flexível da
20
estrutura do território, seja funcional ou espacialmente. São também os
lugares mais frágeis e um dos mais promissores tendo em conta a
possibilidade de reestruturação do território, já que podem assumir algumas
importantes funções, por exemplo, como lugar dos ecossistemas, da
percepção da paisagem e como possível lugar para o futuro da ocupação
urbana (TARDIN, 2008, p. 44).

O sistema proposto por Tardin (2008) é constituído por um conjunto de


elementos e relações diversas, “que recebem e emitem influências desde seu interior
para seu exterior, e vice-versa” (TARDIN, 2008, p. 46). Cada elemento ou relação não
exerce predomínio sobre outro, haja vista que se trata de um sistema, assim sendo,
“o conjunto de espaços livres é mais que a soma das partes, e compõe um todo mais
significativo do que uma simples justaposição (SANTOS, 2002, apud TARDIN, 2008,
p. 46). Contudo, as dinâmicas desse sistema variam conforme a escala dos fatos e
sua repercussão no todo.

Neste sentido, considera-se importante identificar esses elementos e suas


relações, estabelecidas internamente e com o entorno, para a ordenação do sistema.
Para Forman (1995, apud TARDIN, 2008), o sistema de espaços livres seria como um
“mosaico de ecossistemas” (p. 46), formado por espaços contínuos e descontínuos, e
seria definido por fragmentos, corredores, matrizes e fronteiras (patches, corridors,
matrix e boundary zone, respectivamente), conforme as seguintes descrições:

• Patches. São entendidos como fragmentos, peças do mosaico que


possuem características homogêneas e que podem adquirir distintos
formatos, alongados ou largos, com limites retos ou curvos.
• Corridors. São definidos como elementos lineares que diferem de seu
entorno e atravessam um lugar. Podem ser de três tipos básicos:
– Trough corridors. São faixas com vegetação baixa comparada com a
vegetação das matrizes do entorno.
– Wooded strips. São corredores com vegetação mais alta que as
matrizes adjacentes.
– Stream and river corridors. São faixas com vegetação, que pode ser
mais alta ou mais baixa que a das matrizes do entorno, e que contém um
canal de fluxo de água.
• Matrix. Representa os ecossistemas que ocupam áreas extensas,
englobam fragmentos e corredores, é muito conectada e controla as
dinâmicas da paisagem regional. Possui três atributos básicos:
– A área. Corresponde à cobertura vegetal predominante de um lugar.
– A conectividade. Corresponde ao grau no qual uma área está
conectada às demais.

21
– Controle sobre as dinâmicas. Corresponde à presença de elementos
que são a fonte dos recursos necessários para a conformação do meio.
Cada elemento do sistema possui uma margem, que é a fronteira que
o separa dos elementos adjacentes. Duas margens combinadas geram um
boundary zone ou zona de fronteira, que pode ser entre espaços livres ou
entre espaços livres e estrato construído (TARDIN, 2008, p. 46).

Segundo Tardin (2008), os elementos, sendo contínuos ou descontínuos,


exercem grande influência no desenvolvimento dos fluxos no sistema, podendo
favorecer ou prejudicar. A continuidade é essencial para a existência dos fluxos que,
por sua vez, “são a vida do sistema” (TARDIN, 2008, p. 47). De outra forma, seriam
apenas elementos justapostos. Sob outro ponto de vista, independentemente de
serem contínuos ou não, os espaços livres exercem relações espaciais mútuas com
seu subsolo, suas fronteiras e seu entorno.

Além disso, este sistema, por ser dinâmico, varia com o passar do tempo. “Os
espaços livres podem passar de não ocupados a ocupados, de espaços com água a
espaços secos, de espaços explorados a espaços abandonados, etc.” (TARDIN,
2008, p. 48). Por esse motivo, é possível identificar, na atualidade, as marcas
adquiridas das modificações e ações que foram incorporadas ao longo dos anos,
sendo analisadas e apropriadas como “estratégia de intervenção no território”
(TARDIN, 2008, p. 48).

A importância de analisar os espaços livres territoriais tem como justificativa o


fato de que são áreas sem reconhecimento de valor estrutural pelo planejamento, sem
considerar aquelas já protegidas e de valor inquestionável, todavia, também são
espaços em constante ameaça pela ocupação urbana. Além disso, se crê que devam
continuar não ocupados para que possam constituir um sistema, sendo elementos
estratégicos do projeto territorial (TARDIN, 2008).

Portanto, é fundamental analisar a inserção dos espaços livres públicos na


cidade contemporânea em razão das múltiplas funções que exercem. Para Bortolo
(2015, apud CASTRO, FREITAS, SILVEIRA, 2016), os espaços públicos foram
incorporando novas funções com o passar do tempo. Antes, eram voltados para o uso
religioso, de integração social, de circulação e de visibilidade das pessoas, agora,
também desempenham funções ligadas ao lazer, às atividades comerciais, entre
outras.

22
Ao tratar dos elementos biofísicos, importantes para a manutenção e a
sustentabilidade do território, o sistema de espaços livres apresenta como
contribuição “tanto a possibilidade de preservar os processos naturais, como a
oportunidade de promover a interseção entre ecologia e meio urbano no projeto
territorial” (TARDIN, 2008, p. 50), haja vista que a ecologia constitui um componente
essencial no processo de proposição e elaboração de intervenções urbanísticas
(TARDIN, 2008).

O processo de urbanização ocorrido no século XX teve como características a


concentração populacional nas cidades de grande e médio porte, ocasionando
concentração econômica, cultural, de infraestrutura, de informação e de poder de
articulação, além de problemas e conflitos advindos do capital, que refletem na
qualidade da acessibilidade e em segregação (OLIVEIRA JÚNIOR, 2008, apud
CASTRO, FREITAS, SILVEIRA, 2016). Assim, como forma de ordenar o crescimento
acelerado das cidades, “algumas urbes se empenharam em traçar planos gerais, que
tinham no sistema de espaços livres um importante aliado para sua ordenação”
(TARDIN, 2008, p. 39).

Nos anos setenta, como reação às consequências trazidas pela explosão das
cidades, como a queda na qualidade de vida urbana, a degradação dos espaços livres
e o crescimento acelerado e desordenado, muitos trabalhos foram concebidos para a
melhoria da qualidade de vida coletiva nos espaços livres públicos urbanos e para a
valorização da paisagem (TARDIN, 2008). Ainda nos anos setenta, foram
incorporadas ideias de teor ambiental e ecológico em iniciativas que se preocupavam
com a “integração entre as distintas instâncias da paisagem” (p. 41). Seguindo esta
perspectiva, a busca pelo desenvolvimento urbano sustentável passou a constar em
muitos planos urbanísticos, “e a proposta do sistema de espaços livres, presente em
diversos deles, representa um mecanismo de ordenação que tenta integrar a
ocupação urbana e o respeito aos recursos do território” (p. 41).

Para caracterização do sistema de espaços livres públicos de uma cidade, é


essencial levar em consideração questões como a identificação dos elementos
predominantes (praças, parques, ruas e outros), localização, distribuição,
acessibilidade física e simbólica, complementaridade, interdependência, hierarquia,
conectividade e articulação entre eles, assim como aspectos formais e funcionais

23
(CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009). Ademais, Tardin (2008) ressalta a importância
de “preservar os rasgos físicos significativos dos espaços não ocupados” (TARDIN,
2008, p. 53) para assegurar e beneficiar a qualidade visual e a identidade do território,
servindo também para a ordenação do sistema de espaços livres.

Como diretriz de transformação do Sistema de Espaços Livres de uma cidade


ou bairro, é necessário considerar as diferentes dinâmicas de apropriação do
espaço público. Os critérios de distribuição e articulação entre os espaços
depende, da sua localização na cidade, das densidades construídas e
populacionais do suporte físico (SILVA, 2014: 20, apud FERREIRA,
HASEGAWA, SUZUKI, 2020).

O arranjo dos espaços livres públicos dentro da estrutura urbana “pode facilitar
ou dificultar o potencial de deslocamento das pessoas na cidade”, influenciando na
eficiência desses espaços (HILLIER, HANSON, 1984, apud CASTRO, FREITAS,
SILVEIRA, 2016, p. 127). Outro fator que contribui para a compreensão do espaço
livre público é a união da facilidade de acesso com ações efetivas de orientação
espacial, que apontam aspectos relevantes para o usuário como “sinalizações
diversas, comunicação, apropriação do espaço e integração ou exclusão espacial”
(MATIAS, COSTA, 2016, p. 91).

Em suma, trabalhar com os espaços livres enquanto um sistema significa


integrá-los entre si e com seu entorno, além de estabelecer diretrizes para a
ordenação do sistema e para ocupação urbana. Desta forma, o sistema de espaços
livres passaria a desempenhar um papel central no processo de planejamento e
projeto do território, “segundo os recursos que possuem estes espaços e as intenções
que norteiam o desenvolvimento do território de forma geral, representando princípios
e ações alternativas para o planejamento” (TARDIN, 2008, p. 54). Através do
aproveitamento das potencialidades que esses espaços oferecem para uma melhor
qualidade de vida urbana, é possível “habitar, viver e projetar, de acordo com as
necessidades de cada trecho do território e de suas comunidades” (p. 55).

Deste modo, os espaços livres públicos desempenham múltiplas funções no


espaço urbano e, quando vistos como integrantes de um sistema, se tornam uma
ferramenta ainda mais transformadora e enriquecedora para atuação no território.
Nesta perspectiva, com a implementação da visão do sistema na tomada de decisões

24
que envolvem o planejamento e o projeto das cidades, os espaços livres públicos
passam a ser mais valorizados e, consequentemente, apropriados pela população.

1.2 A VITALIDADE URBANA NOS ESPAÇOS LIVRES PÚBLICOS

Os espaços livres públicos exercem múltiplas funções na cidade, influenciando


em questões como acessibilidade, conforto e funcionalidade, assim como na interação
entres as pessoas, importante para a vida em sociedade. Por isso, são favoráveis para
a vitalidade urbana (SANTANA, ELALI, 2016). “A idéia de vitalidade urbana procura
sintetizar o conjunto de qualidades de um assentamento no qual as pessoas apreciem
estar, geralmente, concentrador de múltiplas atividades e relações econômica”
(KOURY, 2015, n.p.).

Entretanto, com o encolhimento da vida coletiva no espaço público, a partir da


segunda metade do século XX, muitos equipamentos urbanos entraram em desuso.
Como efeito, as atividades que antes eram realizadas nesses locais passaram para
espaços privados que ofereciam “mais conforto e segurança, como condomínios
fechados, clubes exclusivos, shopping centers e parques temáticos” (SANTANA,
ELALI, 2016, p. 58). Então, constata-se que, com o favorecimento da transferência de
atividades sociais, coletivas e recreativas para espaços privados, o esvaziamento dos
espaços públicos é agravado (SANTANA, ELALI, 2016).

Além da busca por segurança, outro motivo para o não uso dos espaços
públicos está na baixa qualidade dos projetos, que não consideram as mudanças
sociais. Devem ser incorporados aspectos que favoreçam as interações do coletivo,
como a priorização de ocupação dos espaços pelos pedestres, ao invés dos veículos
(GEHL, GEMZØE, 2002, apud SANTANA, ELALI, 2016).

De acordo com Gehl (2006, apud SANTANA, ELALI, 2016), o fato de um


espaço público ser utilizado em diversos horários e por públicos diferentes, favorece
a vitalidade urbana. Se o contrário acontecer, esse espaço pode ser depredado e
utilizado de forma indevida. Por isso, é importante que a intervenção urbana valorize
e respeite as características do contexto em que se insere, atentando para aspectos
funcionais, ambientais e estéticos.

25
Outra questão abordada pelos estudos voltados para o funcionamento dos
espaços públicos, é a percepção dos usuários, que pode ser influenciada pelos
sentidos (visão, audição, tato, olfato, cinestesia) e pela memória (individual e coletiva)
relacionada ao espaço, assim como, influencia as relações que esses usuários têm
nele e com ele (SANTANA, ELALI, 2016).

Jane Jacobs (1961/2001, apud SANTANA, ELALI, 2016), na década de 1960,


“defendeu a valorização dos espaços públicos tradicionais (em especial da rua) como
lugares lúdicos e de trocas de sociabilidade, reforçando a importância do livre acesso
a eles e o papel dos edifícios do entorno no favorecimento da presença dos indivíduos”
(JACOBS, 1961/2001, apud SANTANA, ELALI, 2016, p. 62). Já Kevin Lynch acredita
que a vitalidade de um ambiente é associada “à sua capacidade de suportar a saúde
(inclusive mental) e o bom funcionamento biológico dos indivíduos, assim como a
sobrevivência da espécie” (KOURY, 2015, n.p.).

Saboya (2016) chama a atenção para a densidade, que considera fundamental


para a vitalidade dos espaços públicos, e “diz respeito principalmente à proporção
entre espaços edificados e espaços livres, no sentido de que é necessária uma certa
quantidade de pessoas para animar as ruas, praças, parques etc.” (Saboya, 2016,
n.p.). Quanto maior a densidade, maior a quantidade de pessoas circulando e
utilizando os espaços públicos em atividades como brincar, andar, conversar, passear,
praticar exercícios, patinar e correr. “A própria presença de pessoas é um atrativo para
mais pessoas em momentos de ócio, que adoram ‘ver o movimento’” (SABOYA, 2016,
n.p.).

É preciso atentar, porém, para a escala dos espaços livres e a relação que
estabelecem com o espaço edificado. Se a dimensão do espaço for maior do que a
capacidade de ser plenamente apropriado, pode transmitir a sensação de estar vazio,
deserto, o que pode acarretar atos de vandalismo e, assim, afastar as pessoas dos
espaços livres públicos, prejudicando a vitalidade. “Com isso, temos nessas áreas o
efeito oposto do desejado para a geração e manutenção de vitalidade urbana:
espaços vazios, desvitalizados, perigosos, degradados, abandonados” (SABOYA,
2016, n.p.).

[…] pessoas e atividades podem ser reunidas através da localização de


edificações e usos do solo de forma que o sistema de espaços públicos seja
26
tão compacto quanto possível e de maneira que as distâncias para o tráfego
de pedestres e as experiências sensoriais sejam tão curtas quando possível
(GEHL, 2011, p. 85, apud SABOYA, 2016).

Outro fator que Saboya (2017a) considera importante para a vitalidade urbana
é a acessibilidade, definida como “maior ou menor facilidade com que locais e pessoas
são acessados pela população” (SABOYA, 2017a, n.p.). Por isso, o autor propõe a
implantação de sistemas de transportes eficientes, amplos e seguros que promovam
o acesso à cidade e às experiências enriquecedoras que os espaços urbanos
oferecem. Também conclui que a vitalidade de um espaço é influenciada pelos
seguintes fatores: a distância que ele está de outros espaços e a sua posição dentro
do conjunto, no sentido de quanto mais “central” ele for, mais será utilizado como
caminho no percurso entre os espaços.

Jacobs (2001, apud SABOYA, 2017b), através do conceito de “olhos da rua”,


alerta que o uso de fachadas permeáveis visualmente e conectadas com o espaço
público colabora para a apropriação desses espaços ao promover uma sensação de
segurança para quem está nas ruas.

Somando-se a isto, os estímulos sensoriais (sonoros, visuais etc.) também


contribuem para a vitalidade urbana, incentivando a apropriação do espaço público,
que passa a estar ao alcance de todos. Sendo assim, é fundamental “promover a
lembrança constante de que o espaço está ali, próximo, com todos os seus atrativos”
(SABOYA, 2017b, n.p.).

Todos esses fatores exercem forte influência nas relações que as pessoas
estabelecem com o espaço público e entre si, assim como, nas experiências por elas
vividas, se positivas ou não. Portanto, implicam na vitalidade deste espaço. Se de
forma oportuna, contribuem para a intensificação do uso do espaço pelas pessoas
voltado para o desenvolvimento de diversas atividades, sejam sociais, coletivas,
recreativas, comerciais ou outras.

27
2 AS FRENTES D'ÁGUA E AS CIDADES

2.1 PRIMEIRO MOMENTO: DEGRADAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA

Ao estudar as histórias de diversas civilizações, é comum se deparar com a


presença de um curso d’água que, diante de sua relevância, é considerado um
elemento favorável ao assentamento dessas civilizações. Isso, em razão das funções
que os cursos d’água apresentam, como na demarcação de território, na circulação
de pessoas e mercadorias, na geração de energia, como espaços de convívio e lazer,
além de produtores de alimentos (GORSKI, 2008).

Para Baptista e Cardoso (2016), a relação entre os rios, a sociedade e suas


cidades, é inconstante, pois se modifica ao longo dos anos devido às características
da dinâmica própria dos cursos d’água e dos interesses e necessidades inerentes à
vida humana e específicos de cada lugar, cultura e época. “Afinal, a história da
civilização está intrinsecamente ligada à água – rios, lagos e mares –, não só pela
necessidade do insumo fundamental, mas por razões culturais e estéticas” (p.127).
Além dessas, os autores citam outras razões, como a importância para comunicações
e para defesa e proteção das cidades.

A lógica norteadora de inúmeras civilizações antigas na seleção do sítio para


estabelecer suas aldeias foi a proximidade da água, quer seja por razões
funcionais, estratégicas, culturais ou patrimoniais. A Mesopotâmia, por
exemplo, como o nome já explicita, foi construída entre os rios Tigre e
Eufrates, e há também as cidades egípcias nas imediações do Nilo, as
cidades da civilização greco-romana, junto à bacia do Mediterrâneo e ao rio
Tibre, as civilizações orientais nas imediações do Himalaia, as cidades
medievais européias – Londres, ao longo do Tâmisa; Paris, ao longo do Sena;
Viena, ao longo do Danúbio; Praga, ao longo do Vlatva (SARAIVA, 1998,
apud GORSKI, 2008, p. 26).

A relação da população com os rios é longínqua e marcada por experiências


positivas e negativas, como os casos de inundações e outros desastres naturais, o
que resulta em emoções e sentimentos diversos e na atribuição de significados à
presença e à vivência com uma frente d’água. Além disso, os rios influenciam as
condições climáticas e ambientais do espaço urbano, portanto, a qualidade das suas
águas corresponde à qualidade das interações da cidade com os rios (SILVA, PINTO,
2007).

28
Somando-se a isso, a água é um “elemento estruturante e ativo da criação e
transformação da paisagem” (COSTA, 2014, p. 20). De acordo com o autor, a água e
seu ciclo influenciam o desenvolvimento e o modo como os humanos ocupam o
território. Dessa forma, a paisagem é suscetível às mudanças decorrentes da ação
humana e da natureza, sendo notável a influência da água.

O Brasil é um país que possui uma extensa rede de rios perenes, uma das
maiores do mundo (REBOUÇAS, 2006, apud GORSKI, 2008). Os rios e córregos
possuem um importante papel no cotidiano das comunidades ribeirinhas que utilizam
sua água na habitação, para atividades de lazer, deslocamento, lavagem de roupas e
para pesca (GORSKI, 2008).

De acordo com os dados do GeoBrasil – Recursos Hídricos, elaborado pela


Agência Nacional de Águas, dentro do território brasileiro, existem diferentes
panoramas no tocante ao uso da água. Enquanto os usos relacionados ao
abastecimento urbano e industrial são predominantes na região hidrográfica do
Atlântico Sudeste, por conta das suas grandes metrópoles, nas regiões do Atlântico
Nordeste Oriental, do Atlântico Leste e do São Francisco, se destaca o uso da água
no meio rural, tendo em consideração que nessas regiões a migração urbana foi pouco
relevante (ASSAD, 2013).

Desde o século XIX, já existia no Brasil a preocupação em assegurar a


qualidade dos rios e nascentes. Em 1817, Dom João VI foi o responsável por editar,
de forma inovadora, uma norma de proteção dos mananciais no Rio de Janeiro, para
preservar a qualidade e o volume de água disponíveis na época. A partir dela, estava
proibida a derrubada de árvores no entorno de algumas nascentes, como as dos rios
Carioca e Paineiras, considerando a iminente falta d’água potável após o esgotamento
da água do aqueduto da Carioca (FRANCO, 2000, apud GORSKI, 2008).

Porém, esses momentos são importantes para estimular a preservação do


recurso, haja vista que a compreensão pela população “da dependência e da finitude
dos recursos naturais, como a água, por exemplo, é um fator relevante de valorização
e envolvimento no sentido da preservação, conservação ou recuperação, no caso,
dos cursos d’água e dos mananciais de abastecimento urbano” (GORSKI, 2008, p.
28).

29
Apesar de estar longe da consciência de boa parte da população, a água é um
recurso limitado, que vem sendo desperdiçado em diversas atividades realizadas pela
sociedade ao longo dos anos, como na agricultura, na indústria, nas residências e até
em decorrência da falta de manutenção da rede de distribuição, que resulta em
vazamento na tubulação. Somando-se a isto, as ações de rebaixamento dos lençóis
freáticos, que objetivam liberar espaço para os subsolos de edifícios, bombeiam e
despejam a água dentro das bocas de lobo integrantes do sistema de drenagem das
vias (GORSKI, 2008).

Mesmo diante do desenfreado desperdício, a preocupação com a escassez da


água vem tomando força só nas últimas cinco décadas. Fracalanza (2002, apud
ALVIM, 2003, apud GORSKI, 2008) entende que é importante considerar a questão
da escassez de água sob dois aspectos diferentes e interligados: primeiramente em
relação a quantidade de água necessária para realização de atividades da sociedade
e quanto à qualidade dessa água. Além disso, o autor reconhece o potencial de
renovabilidade como importante para determinar a escassez ou a abundância da
água.

É comum, para a população que vive nas grandes cidades, a exposição aos
problemas decorrentes da escassez qualitativa e quantitativa da água. Além do
despejo de produtos químicos vindos das atividades do setor agrícola, os rios sofrem
com a contribuição de esgoto sem tratamento e de lixo decorrentes de um sistema
falho de saneamento urbano no Brasil. Esta situação de escassez qualitativa significa
uma ameaça ao ambiente, à saúde pública e à economia (REBOUÇAS, 2006, apud
GORSKI, 2008).

Segundo Rebouças (2006, apud GORSKI, 2008), o problema no Brasil não é


exatamente a escassez de água, mas a “ineficiência na gestão do desenvolvimento
em geral e da água em particular, tanto por parte do Estado, das entidades públicas e
privadas, como da sociedade civil, que carece de ética em relação ao padrão de
consumo” (p. 41). Acerca disto, Tundisi (2003, apud GORSKI, 2008) alerta para a
necessidade de uma política voltada para a gestão integrada dos recursos hídricos,
haja vista que o consumo de água aumenta à medida que a população cresce e,
consequentemente, também aumenta a demanda de uso para a industrialização,
irrigação de alimentos e outras atividades.

30
O aumento da população durante a segunda metade do século XX, tendo em
vista a falta de investimentos em planejamento e infraestrutura por parte da gestão,
trouxe impactos negativos para a qualidade de vida urbana, incidindo sobre a água, o
ar e o solo, que sofreram com a deterioração (GORSKI, 2008). Baptista e Cardoso
(2016) acrescentam às causas, além do aumento populacional, a sua concentração,
principalmente nas grandes cidades, a partir de meados do século XX, em áreas
inundáveis, às margens dos rios, consideradas zonas de risco. Como consequência,
prejudicou gravemente a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos, assim como,
acarretou danos socioeconômicos.

Em resumo, o impacto da ação antrópica de contaminação das bacias


hidrográficas, afetando águas superficiais e também subterrâneas, se dá
tanto por vias diretas - poluição por despejo de efluentes doméstico,
agroindustrial e industrial -, quanto por vias indiretas - remoção de florestas
ripárias, construção mal planejada de usinas hidroelétricas, uso e ocupação
inadequados do solo ao longo dos cursos d’água, ou poluição difusa, gerada
em grande parte pelos deflúvios contaminados provenientes das áreas
urbanas e áreas de agricultura, significativas causas e fontes de degradação
dos rios, lagos e estuários (GORSKI, 2008, p. 49).

Gorski (2008) destaca que a drenagem urbana é um ponto que merece muita
atenção quando se trata de poluição, pois age como um dos principais agentes
difusores, além de ser a responsável pela situação dramática de muitas áreas
urbanizadas durante o período de chuvas. Tucci (2003, apud GORSKI, 2008, p. 50)
descreve como acontece o processo de poluição difusa: “as chuvas captam a poluição
do ar, varrem a superfície das áreas urbanizadas contaminadas por componentes
orgânicos e metais, carreiam resíduos sólidos e lixo urbanos, e transportam o esgoto
despejado indevidamente na tubulação de drenagem”.

Tucci (2003, apud GORSKI, 2008) entende que o registro de inundações,


principalmente na estação das chuvas, comum em diversas cidades brasileiras,
decorre de ações de infraestrutura que concentram a drenagem, não respeitando o
ciclo natural da água. O autor explica que essa abordagem já foi desqualificada nos
países desenvolvidos há muito tempo, por conta das suas consequências danosas, e
passaram a adotar a estratégia de infiltrar a água no lugar de transportar.

No geral, Tucci (2006, apud GORSKI, 2008) critica a postura assumida pelo
planejamento urbano no Brasil frente aos recursos hídricos, por ser uma visão restrita

31
que resulta na realização de ações para infraestrutura da cidade, de modo
desorganizado e descontextualizado. Um exemplo disso, é a prática de canalizar os
cursos d’água que, como não há uma avaliação prévia dos impactos da obra, tem
como efeito o aumento da vazão e consequentes inundações, com mais frequência.
Dowbor (2005, apud GORSKI, 2008, p. 43), concorda que a ausência de planejamento
e de uma visão ampla gera ações de caráter emergencial, como “a canalização de
trecho local de córrego, que, ao socorrer um bairro, penaliza o próximo a jusante”.

Tucci (2006, apud GORSKI, 2008), assim como Canholi (2005, apud GORSKI,
2008), propõem a substituição de medidas tradicionalmente utilizadas no Brasil
(implantação de galerias, canalização, tamponamento e retificação de córregos) por
outras que as consideram alternativas, “tais como o incremento de sistemas de
infiltração, reservatórios de retenção e detenção, restauração de áreas de várzea e
de meandrização dos leitos dos córregos e restauração da mata ciliar” (p. 45).

Para Bonilha (2002, apud GORSKI, 2008), as inundações são o produto do


processo de urbanização e da falta de controle da ocupação do solo, a exemplo da
ocupação das várzeas dos rios, que são responsáveis pela absorção da água.
Diferente disso, são as enchentes que fazem parte do ciclo do sistema hídrico. Sendo
adotada desde a década de 1930, a solução de retificação dos rios foi pensada para
acabar com a ocorrência de inundações, além de epidemias, considerando o contexto
da saúde pública. Entretanto, ao realizar tal feito, as várzeas, que antes drenavam a
água, se tornaram urbanizadas e ocupadas (GORSKI, 2008).

Em apenas cem anos, durante o processo acelerado e descontrolado de


industrialização e expansão urbana, os leitos dos rios foram aterrados e
ocupados pela cidade. Os argumentos sanitaristas e hidráulicos
“fundamentaram” o verdadeiro objetivo que era “lotear e vender” as várzeas.
O imenso logradouro público, espaço ideal para o Parque Linear
Metropolitano foi privatizado e os rios canalizados desprezando-se a
navegação fluvial. A metrópole construída pela especulação imobiliária e a
precariedade da infraestrutura urbana transformaram os rios da cidade em
canais de esgoto, confinados entre avenidas que têm o caráter de rodovias
urbanas. Esse conceito de canalização de rios e construção de avenidas de
fundo de vale, iniciado com a proposta de um plano de avenidas, apresentada
em 1930 por Prestes Maia, se espalhou e está impregnada, ainda hoje, nas
administrações públicas, agora com a justificativa, contraditória, de controle
das enchentes e circulação de automóveis. Ideias de um urbanismo
rodoviário contrário aos ideais de um urbanismo humanista, preocupada com
a qualidade da estrutura ambiental urbana. Para este urbanismo rodoviarista,
pedestres e ciclistas não existem; metrô, parques e áreas verdes,
equipamentos sociais e habitação social não são prioritários (DELIJAICOV,
1998, p. 5, apud GORSKI, 2008, p. 56).
32
Na tentativa de mudar esse cenário, atendendo a necessidade por uma gestão
integrada dos recursos hídricos, Machado (2003, apud GORSKI, 2008) destaca a
criação da Lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997, conhecida como Lei das Águas, que
instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Cabe contemplar, principalmente nas questões que envolvem tomada de


decisões acerca da paisagem urbana, os valores estéticos e ecológicos das paisagens
fluviais, identificados a partir do entendimento dos aspectos de sua relação com a
população (GORSKI, 2008). A metodologia proposta por Saraiva (1999, apud
GORSKI, 2008) busca justamente captar esses valores a partir do levantamento de
índices que demonstram o relacionamento entre os homens e as paisagens fluviais,
com o intuito de compreender essa relação e suas justificativas, sejam emocionais ou
estéticas.

Saraiva (1999, apud GORSKI, 2008) alerta que os aspectos a ser levados em
consideração na avaliação de cursos d’água devem ser escolhidos de acordo com os
fatores inerentes ao caso em questão, como o escopo do projeto, os problemas que
afetam os sistemas fluviais e os elementos que integram a paisagem. A partir de vários
estudos do final da década de 1960 até a década de 1990, que a autora conseguiu
levantar, foi possível elencar as principais motivações reconhecidas na percepção,
avaliação e preferência da população pelas paisagens fluviais:

Características formais ou aspectos estéticos da água e sua relação com a


paisagem – unidade como consistência e harmonia; vivacidade como forte
impressão visual, contraste, textura, composição; variedade da apresentação
da água e dos elementos a ela interligados, como o solo e a vegetação, e
presença de elementos focais ou distintos;
Características ecológicas - diversidade, integridade, composição e
variedade de espécies;
Componentes de apreciação cognitiva – simbolismo, complexidade,
legibilidade e mistério (SARAIVA, 1999, apud GORSKI, 2008, p. 29).

Por conta da sua participação em diversas atividades, como na circulação de


pessoas e produtos, na geração de energia e na prática de lazer, as paisagens fluviais
passaram a ser vistas como paisagens urbanas, que, de acordo com Costa (2006,
apud GORSKI, 2008), devem ser lidas tomando por base sua bacia hidrográfica pois
33
gera uma análise integral e mais ampla do território. Porém, esta leitura está sendo
prejudicada em razão das intervenções antrópicas que modificam as características
do sítio.

No Brasil, em situações de conflito dos cursos d’água com as obras de


infraestrutura em desenvolvimento, como a abertura de uma nova via, é comum,
nesses casos, optar pela construção de galerias para interceptar ou embutir o curso
d’água em dutos. Entretanto, essa abordagem implica na descaracterização das
paisagens urbanas, além de favorecer a ocorrência de inundações (GORSKI, 2008),
como explicado na Figura 1.

Figura 1 – Impactos da urbanização para os recursos hídricos.

Fonte: Adaptado de CHOCAT, 1997, apud BAPTISTA, CARDOSO, 2016.

Assim sendo, observa-se como a paisagem é dinâmica, principalmente sob


interferência humana. Segundo Costa (2006, p. 12, apud GORSKI, 2008, p. 32),
“compreender o rio urbano como paisagem é também dar a ele um valor ambiental e
cultural que avança na ideia de uma peça de saneamento e drenagem. É reconhecer
que rio urbano e cidade são paisagens mutantes com destinos entrelaçados”.

Alvim (2003, apud GORSKI, 2008) cita o TVA – Tenessee Valley Authority, nos
Estados Unidos, em 1933, como exemplo, onde se considerou o rio associado à sua

34
bacia hidrográfica enquanto unidade de planejamento e gestão para resolução de
conflitos envolvendo recursos hídricos.

Ademais, entender como funciona o sistema fluvial, sua dinâmica e seus


componentes é fundamental para as questões referentes ao planejamento e à gestão
desse recurso. Os espaços localizados à margem de um curso d'água são importantes
componentes desse sistema pois “contribuem para a drenagem, armazenando as
águas, além de atuarem para a qualidade das águas, por meio da filtragem e do
processamento metabólico, e abrigarem habitat para fauna e flora” (GORSKI, 2008,
p. 34).

Aliado a isso, a vegetação presente na margem dos cursos d’água, conhecida


como floresta ou mata ciliar, também contribui para a qualidade ambiental ao renovar
o oxigênio, gerar sombreamento e umidade, deixando o ambiente mais acolhedor e
mais ameno, colaborar para o sistema de drenagem, prevenindo inundações, proteger
as margens da erosão e do assoreamento, além de atrair as pessoas para a prática
de lazer e turismo, pela estética agradável que o ambiente transmite (GORSKI, 2008).

Outra característica do sistema fluvial é a sua constante mutação, importante


para manter seu equilíbrio dinâmico, que se mostra frágil ao ser abalado por situações
diversas, como as provocadas pelo homem ou por eventos climáticos ou geológicos
de longo prazo (SARAIVA, 1999, apud GORSKI, 2008).

Todavia, as transformações advindas do processo de urbanização acelerado


desencadearam a deterioração da água, que passou a representar um problema para
a saúde pública, afetando na percepção do sistema fluvial, desvalorizando-o. O papel
de destaque que os rios assumiram por sua importância foi dando espaço e ênfase
aos aspectos desagradáveis como o mau cheiro, o entendimento de que é obstáculo
à circulação e um risco frequente de inundações (GORSKI, 2008).

Em meio a esse cenário, as ideias higienistas, originárias da Europa, em um


contexto de crescimento da população nas cidades, de epidemias de cólera e tifo,
além de avanços científicos nas áreas de microbiologia e epidemiologia, começaram
a se espalhar pelo Brasil a partir da Proclamação da República (SILVEIRA, 1998, apud
BAPTISTA, CARDOSO, 2016).

35
Com o intuito de controlar as enchentes e as doenças que acreditavam ser
transmitidas por meio da água, os higienistas indicavam soluções para rápida
evacuação das águas pluviais e servidas, como a construção de sistemas de
esgotamento sanitário e drenagem pluvial, através de redes de tubulação
subterrâneas, e a canalização de rios e córregos, que resultaram no declínio do papel
da água na paisagem urbana (BAPTISTA, CARDOSO, 2016).

Quando se trata do Brasil, foi a partir da metade do século XX, no geral, que
“se ampliaram os conflitos entre desenvolvimento, sociedade e meio físico, e a
poluição e a dificuldade de acesso às áreas ribeirinhas foram expulsando a prática de
esportes e lazer para longe das várzeas” (GORSKI, 2008, p. 28).

Apesar de ser comum em diversas cidades brasileiras, o caso de São Paulo é


um bom exemplo para entender o processo de deterioração e desvalorização dos
recursos hídricos. Foi na colina localizada entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú
que a população se fixou no século XVI, tendo em vista que, neste local, tinham a
disposição água para abastecimento, para pesca e o leito do Tamanduateí era muito
utilizado para navegação (GORSKI, 2008).

Entretanto, no século XIX, com o surgimento de problemas relacionados com o


saneamento e a ameaça de enchentes, os governantes e os empresários buscaram
resolver o problema através da canalização do rio Tamanduateí e do aterro da sua
várzea. Sendo assim, com o crescimento da cidade, este e outros rios sofreram
intervenções para se adequarem ao projeto pretendido para a cidade (GORSKI,
2008).

A várzea do Tietê começou a ser drenada e urbanizada a partir de 1920. Na


década de 1930, deu-se início às obras de retificação do leito do rio e foi
incorporada a proposta do sistema viário marginal ao rio, prevista no Plano
de Avenidas de Prestes Maia. Na mesma década, a Cia Light & Power
retificou o leito do rio Pinheiros e inverteu seu curso para gerar energia
elétrica na Usina Henry Borden (GORSKI, 2008, p. 46).

Além disso, a implantação das ferrovias, a partir do século XIX, também trouxe
impactos para os cursos d’águas ao alterar a configuração de seus leitos e desmatar
suas margens (LANDIM, 2004, apud GORSKI, 2008). No geral, essa foi a medida
tomada nos casos que havia conflito com os recursos hídricos. Porém, no início do
século XX até a década de 1930, houve propostas diferentes guiadas pelas questões
36
preservacionistas que buscavam a proteção desses recursos naturais, no entanto
esses projetos não seguiram adiante tendo em vista que se tratava de uma política
onerosa por conta dos altos custos das desapropriações e também existia uma grande
demanda por terrenos nas cidades (MARCONDES, 1999, apud GORSKI, 2008).

Em contrapartida, a paisagem da cidade perdeu, e continua perdendo, em


qualidade considerando que, com o processo de canalização, ocorre a supressão das
matas ciliares e a inserção de outros elementos na paisagem, como contenções de
concreto, enrocamento ou taludes revestidos de vegetação (GORSKI, 2008). Além
disso, Riley (1998, apud GORSKI, 2008, p. 52) indica outros impactos decorrentes da
canalização dos cursos d’água:

[...] eliminação dos alagados e da biodiversidade inerente a esses sistemas;


supressão das matas ciliares, expondo a vida aquática a temperaturas
elevadas; eliminação dos meandros, aumentando a velocidade da água e
extinguindo componentes bióticos do sistema; aumento da erosão e
assoreamento, removendo solos ricos para ávida aquática; instabilidade do
canal; prejuízo à qualidade da água e alterações nas condições hidrológicas
do rio, afetando seu leito, a capacidade de drenagem, sua descarga e seu
fluxo (RILEY, 1998 apud GORSKI, 2008, p. 52).

Diante desse cenário, observa-se que o distanciamento da sociedade dos


cursos d’água, que ao longo dos anos foi ganhando força, ultrapassa o caráter físico
e significa também uma ruptura nas relações afetivas da população com os sistemas
fluviais, que passam a ser vistos como obstáculo, contribuindo para a desvalorização
do espaço urbano (GORSKI, 2008).

De forma sucinta, Saraiva (1999, apud COSTA, 2014) explica a história da


relação entre os rios, as cidades e a sociedade, que foi se transformando ao longo do
tempo, por isso divide esse processo em cinco fases:

1. Temor e Sacralização: os acontecimentos naturais são vistos como


sagrados, porém incontroláveis, por isso são encarados com temor e receio
pela sociedade;
2. Harmonia e Ajustamento: a abordagem passa por uma adaptação a fim de
garantir os proveitos advindos dos rios, respeitando suas condições naturais;
3. Controle e Domínio: nesta fase, a busca pelo máximo proveito dos benefícios
levou o homem a intervir nos recursos hídricos com o intuito de controlar
seus ciclos. Todavia, essa abordagem, que cresceu ao longo do século XX
37
por todo o mundo, apresentou posteriormente consequências graves, de
ordem social e ambiental, devido às condições artificiais das intervenções,
sem adaptação e respeito aos aspectos naturais existentes;
4. Degradação e Sujeição: a exploração dos recursos expandiu absurdamente
ao ponto de se tornar insustentável, ultrapassando a capacidade do
ecossistema de se regenerar e retornar ao seu equilíbrio. Em decorrência da
contaminação e da poluição das suas águas, “diversos rios ao redor do
mundo adquirem alto grau de degradação que resulta na expulsão das
atividades urbanas de maior prestígio e na profunda alteração dos sistemas
biológicos a eles associados” (SARAIVA, 1999, apud COSTA, 2014, p. 21).
Assim, após passarem pelo processo de canalização, os cursos d’água são
tidos como indesejáveis, por isso buscam sua eliminação do espaço urbano.
Entretanto, essas intervenções, por impactar e alterar o ciclo natural hídrico,
resultam em vários problemas, como os casos de cheias e inundações;
5. Recuperação e Sustentabilidade: é o momento em que a sociedade tomou
consciência dos graves problemas ambientais acarretados, gerando um
debate para mudar esse cenário, objetivando um desenvolvimento
sustentável, aliando as condições dos processos naturais com as novas
necessidades e tecnologias.

Nessa perspectiva, até o final do século XX, no geral, a posição de destaque


que os rios ocupavam no passado, dada as suas múltiplas funções importantes para
o desenvolvimento da sociedade, se perdeu e está sendo aos poucos recuperada
depois que “as discussões internacionais sobre conservação e restauração dos
recursos naturais trouxeram à pauta dos desafios urbanos do século XXI o resgate
dos cursos d’água urbanos” (GORSKI, 2008, p. 56). Com o andamento desse debate,
foram propostos planos de recuperação de rios com a premissa de restabelecer as
funções e a dinâmica naturais dos sistemas fluviais, que tinham sido alteradas, sem
deixar de lado as limitações inerentes do desenvolvimento das cidades (GORSKI,
2008).

A partir do panorama apresentado, observa-se entre as cidades e os rios uma


relação um tanto curiosa pois, ao mesmo tempo que as cidades os utilizam para
crescer e se desenvolver, nesse processo, elas também os contaminam e destroem,
desequilibrando seu ciclo natural. Os rios sofrem com a poluição, alteração nos seus
38
leitos e nas suas margens, e, consequentemente, a paisagem perde em qualidade,
ganhando destaque o mau cheiro e mudança de coloração das águas. Felizmente,
tendo consciência desse cenário, esse assunto foi incorporado às pautas mundiais
para pensar e encontrar soluções para reverter esta situação e reconciliar as cidades
e seus rios.

2.2 SEGUNDO MOMENTO: VALORIZAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA

Apesar dos cursos d’agua terem sido submetidos a um processo de


degradação, nos últimos tempos, vem surgindo novas experiências de recuperação
dessas áreas, decorrentes de décadas voltadas para estudos, normatização e
experimentos em todo mundo. Os problemas no sistema de drenagem urbana se
tornaram tão comuns que passaram a constar soluções na legislação, “como é o caso
de exigência de porcentagem de área drenante nos lotes e de piscininhas nos
condomínios verticais (caixas de detenção de águas pluviais)” (GORSKI, 2008, p. 58).

As frentes d’água, denominação atribuída a qualquer região limítrofe a um


recurso hídrico e que, portanto, estão relacionadas à paisagem e aos sistemas
ambientais, são vistas como áreas com potencial para receber intervenções haja vista
que estão intimamente em contato com os vazios urbanos. Desse modo, essas áreas
se apresentam como oportunas e com capacidade de dinamizar as cidades e de
buscar a reconexão e reequilíbrio entre as águas e as cidades do século XXI (COSTA,
2014).

Tais planos de recuperação dos rios urbanos, no geral, extrapolam seus limites
e apresentam uma abordagem ampla e complexa que abrange melhorias para a área
urbana, para os sistemas ambientais, proporcionando o incentivo das funções sociais
na região dos cursos d’água e seu entorno, além do poder de atração de fluxos
econômicos (BAPTISTA, CARDOSO, 2016). As atuais iniciativas que objetivam a
valorização dos cursos d’água podem ser desenvolvidas “em termos simbólicos
(valores culturais), cênicos, topoceptivos (orientabilidade e identificabilidade),
bioclimáticos, afetivos e sociológicos” (MELLO, 2008, apud BAPTISTA, CARDOSO,
2016, p. 136).

39
Costa (2014) explica que essas iniciativas de intervir em frentes d’água vieram
de um movimento que iniciou nos Estados Unidos da América (EUA), por volta da
década de 1960, com o propósito de criar imagens voltadas ao turismo de massa,
cultural e lazer. Contudo, o autor destaca o caráter complexo da intervenção e a
importância de considerar a participação social durante todo o processo, pensando na
busca pela redução das desigualdades socioterritoriais e na melhoria da qualidade do
ambiente humano, e de contar com parcerias entre o setor público e investidores
privados, além de promover a articulação entre os diversos atores envolvidos e seus
interesses.

Ademais, Silva e Pinto (2007) verificaram que os rios estabelecem relação com
a cidade em pelo menos três níveis de escala: as zonas ribeirinhas, a cidade como
todo e a região que contém o sistema rio-cidade e a própria bacia hidrográfica. Sendo
assim, é relevante que sejam consideradas pelas propostas de intervenção que
envolvam as frentes d’água. Outrossim, os autores indicam sete princípios a serem
seguidos pelas intervenções:

1. As frentes d’água devem favorecer as interações entre rio e cidade,


expandindo as zonas de contato com a água e diversificando as atividades
que estimulam a relação da população com o rio;
2. Estimular o uso dos cinco sentidos pelas pessoas ao permitir o contato direto
com a água, de forma segura, ativando os sentidos e potencializando as
experiências sensoriais;
3. Os rios devem ser tratados com respeito, observando a sua dinâmica;
4. Manter as estradas distantes das frentes d’água, pois configuram-se como
elementos fragmentadores e enfraquecem a relação entre cidade e rio;
5. Os elementos naturais do rio devem ser incorporados ao desenho urbano,
pensando na relação de continuidade entre o rio e a cidade que foi se
construindo ao longo do tempo;
6. A visualização do rio pela cidade deve ser assegurada com a garantia da
permeabilidade visual e de acessos e conectividades urbanas;
7. O espaço público deve ser garantido e diversificado para que as pessoas
possam vivenciar sensações e experiências múltiplas, contribuindo para a
valorização das frentes d’água.

40
Também foram aprovados e apresentados dez princípios ou estratégias para o
desenvolvimento de projetos de qualidade de intervenção em frentes d’água na
conferência mundial "Waterfront Expo", ocorrida em Liverpool, na Inglaterra, em 2008,
de competência das Nações Unidas Urban 21 e com o apoio do "International Centre
Cities on Water", de Veneza (COSTA, 2014):

1. Assegurar a qualidade da água e do ambiente, visando à sustentabilidade


urbana.
2. As frentes d’água são parte do tecido urbano existente, devem apresentar
conectividade, contribuir para a vitalidade da cidade existente e melhoria
da qualidade de vida dos seus habitantes.
3. Deve valorizar a identidade histórica do lugar, seja através da manutenção
de patrimônio edificado, seja através de símbolos.
4. A mistura de programas e usos é uma prioridade. A sensatez nas misturas
a nível social e funcional atrairá maior fluxo para as frentes d’água.
5. O acesso público é um pré-requisito. A frente d’água deverá ser física e
visualmente acessível a todos, funcionando como um espaço de
celebração da água.
6. O planejamento partilhado por entidades públicas e privadas acelera todo
o processo. As parcerias público-privadas são essenciais na medida em
que a garantia da qualidade do projeto, o fornecimento das infraestruturas
e o equilíbrio social ficam a cargo das autoridades públicas, enquanto que
os investidores privados garantem o conhecimento do mercado e a
aceleração do processo.
7. A participação popular é um elemento que garante a sustentabilidade dos
projetos. A opinião popular e pública é uma mais-valia e deverá ser levada
em conta em todas as etapas do processo de revitalização. A criação de
espaços públicos atrativos dos quais todos os cidadãos possam desfrutar
é essencial para que a população adote as novas áreas da cidade e para
evitar eventuais tendências de segregação.
8. As frentes ribeirinhas são projetos de longo prazo. Assim, é essencial
garantir a contínua execução dos objetivos, independentemente da
alteração dos governos e das autoridades responsáveis.
9. A revitalização é um processo em constante desenvolvimento. Os projetos
deverão ser flexíveis e adaptáveis a possíveis mudanças nos vários
intervenientes, ao longo dos tempos.
10. Os projetos em frentes d’água ganham com o contato entre redes
internacionais. A interdisciplinaridade e a troca de conhecimento entre
projetos da mesma natureza proporcionam informação e experiências
fundamentais. Atualmente, há uma série de grupos especializados em
vários locais do mundo, trabalhando neste sentido. Temos a “Città
d‟Aqua”, em Veneza, ou a “Waterfront Communities Project”, em
Edimburgo; o “Waterfront Center”, em Washington, entre outros (COSTA,
2014, p. 32).

Para Silva e Pinto (2007), a melhoria da qualidade da água beneficia e resgata


a imagem dos rios perante a população, o que propicia a reconexão e a reconciliação
da cidade com as frentes d’água. Os autores entendem que o caminho para intervir
nesses espaços, de forma harmoniosa e conciliando os interesses e as necessidades
humanas e do ambiente natural, é adotar uma interpretação holística para entender
41
“o comportamento sistémico de rio e cidade e de optimizar o benefício para a
qualidade de vida urbana destas intervenções” (p.2).

No período marcado pelo higienismo, do final do século XIX e início do século


XX, as cidades passaram por muitas transformações, principalmente nos seus
espaços públicos, no intuito de promover saúde e qualidade de vida para a população.
Nos Estados Unidos, Frederick Law Olmsted (1822-1903) desenvolveu projetos que
contemplavam a intervenção na paisagem, a implantação de áreas para circulação e
recreação, incluindo mecanismos de proteção da qualidade dos recursos hídricos
(GORSKI, 2008). Um exemplo é o Back Bay Fens, que “previa a interceptação do
esgoto, a criação de bacias de detenção de águas pluviais com vegetação adequada
às oscilações da cota de nível e à salinidade e que acabassem com a estagnação
através da ação das marés” (p. 61).

Caracterizada como uma área pantanosa com baixios lamacentos, e forte mau
cheiro, a região de Back Bay, em seus trechos inundáveis, recebia a água advinda
das cheias que carregava esgoto (SPIRN, 1995, apud MORAIS, 2017). Em 1875, foi
criada a comissão de parques de Boston que propuseram a concepção de um sistema
linear de parques com o intuito de dispor à população um espaço de qualidade e
saudável, diferente da vida tumultuada na cidade. Para tanto, atribuíram este trabalho
a Olmsted (MORAIS, 2017).

Em Back Bay, o plano tinha como objetivo principal o controle sanitário e das
enchentes, com um parque central chamado Fens. O Back Bay Fens, concluído em
1879, foi “criado pela dragagem dos baixios de maré em uma bacia e ajardinado com
plantas tolerantes às periódicas mudanças no nível da água” e foi concebido de forma
a “armazenar temporariamente as águas das chuvas, sem provocar com isso a
inundação das áreas adjacentes” (MORAIS, 2017, p. 55).

Uma eclusa controlava o fluxo da maré para dentro e para fora do Fens,
permitindo uma circulação regenerativa da água. Um novo sistema de
canalização subterrânea interceptava o esgoto vindo do córrego Stony e o
desviava diretamente para o rio Charles. Desta forma, os baixios de maré da
Back Bay transformaram-se num atrativo parque (SPIRN, 1995, p. 38, apud
MORAIS, 2017, p. 55).

A Figura 2 retrata o parque alguns anos depois de inaugurado, em 1892, e a


Figura 3 mostra como estava em 2010.
42
Figura 2 – Back Bay Fens em 1892.

Fonte: <http://www.olmsted.org/>, apud MORAIS, 2017.

Figura 3 – Back Bay Fens em 2010.

Fonte: Charles Birnbaum, 2010, The Cultural Landscape Foundation.

No contexto do higienismo no Brasil, o nome do engenheiro Francisco


Saturnino Rodrigues de Brito se destacou. Ele defendia que a tubulação de condução

43
do esgoto deveria ser diferente da de águas fluviais e fechada a fim de não sofrer com
a poluição do ar e do sol, além de ser conduzida para o mar. Também ressaltava o
relevante papel das várzeas no controle das cheias, o que minimizava seus prováveis
impactos à área adjacente (GORSKI, 2008).

Saturnino de Brito preocupava-se com a morfologia dos leitos fluviais,


propondo a preservação das matas ciliares, a proteção das cabeceiras e o
replantio, quando a devastação já tivesse ocorrido, dirigindo críticas à
retificação de canais. Apontava que a intervenção nos leitos, retificando-os,
poderia ocasionar inundações, e propunha barragens nas cabeceiras para
controle da ação das chuvas torrenciais (GORSKI, 2008, p. 63).

Nas obras do engenheiro, ficavam evidentes sua preocupação em entender e


valorizar a condição natural do sítio e sua intenção em unir a dimensão estética à
viabilidade espacial e econômica. Ademais, chamava a atenção para a importância
do planejamento e do controle na expansão das cidades. Para tanto, adotava uma
visão integrada que articulava infraestrutura e desenho urbano (GORSKI, 2008).

Tendo como inspiração os urbanistas franceses, no início de seu trabalho como


sanitarista, Saturnino de Brito desenvolveu a concepção de bairros-jardins com o
projeto do "novo arrabalde" em Vitória, ES (GORSKI, 2008). Tratou-se de um projeto
de expansão, de autoria da Comissão de Melhoramentos da Capital em 1896 e sendo
coordenado por ele, como engenheiro-chefe. Considerado inédito na época, o projeto
correspondia a uma área cinco ou seis vezes maior do que o núcleo urbano existente
e de uso predominantemente residencial. Ademais, contemplou a construção de uma
estrada que ligou à Praia do Suá, a oeste, a partir de Jucutuquara (VITÓRIA, 2019).

Nesse projeto, Brito aliou a extensão urbana com serviços de saneamento,


como uma experiência que passou a ser a marca da sua obra. O traçado urbano do
projeto teve como base o estudo “das perspectivas e da vista para os monumentos
históricos da cidade antiga ou dos relevos, também se aproveitava das características
naturais do local, uma vez que se adaptava às saliências rochosas, ao litoral e às
margens do rio” (BERTONI, 2015, p. 114), como pode ser observado na Figura 4.

44
Figura 4 – Planta do projeto Novo Arrabalde.

Fonte: Francisco R. Saturnino de Brito (1943, v. V, est. II, p. 58), apud BERTONI, 2015.

De grande extensão e sujeita à variação das marés, Brito identificou que seria
essencial a transformação da área com ênfase no saneamento, pensando na higiene
da população. Sendo assim, levantou a necessidade de drenagem do terreno para
dessecar a camada superior do solo. Ademais, a área composta por mangues e áreas
alagáveis praticamente era igual à área dos terrenos secos, sem considerar os morros
(Figura 5). Desse modo, o aterro das áreas úmidas foi fundamental para atingir a área
necessária para implantação do projeto (CASAGRANDE, 2011).

45
Figura 5 – Relação entre os terrenos úmidos e secos na área de implantação do
projeto Novo Arrabalde.

Fonte: Saturnino de Brito, 1896, apud CASAGRANDE, 2011.

Assim como Brito, os arquitetos paisagistas e professores Ian McHarg e John


Lyle também buscavam conhecer o sítio para se apropriarem adequadamente de suas
características e do seu potencial. Ian McHarg “postulava a importância de não
apenas preservar o patrimônio ambiental, mas manejar e intervir adequadamente”
(GORSKI, 2008, p. 66). Com esse propósito, McHarg se propunha a entender os
padrões e as relações existentes entre os elementos naturais a partir de um completo
diagnóstico composto por mapas com dados referentes ao relevo, hidrologia,
vegetação, drenagem natural e outros (GORSKI, 2008).

Um projeto de McHarg que se sobressai até os dias atuais é o da nova cidade


do Texas, Woodlands, em 1971, no qual houve o planejamento da sua expansão
respeitando o fluxo natural do sistema hídrico, através de soluções eficientes que
garantiam a drenagem das águas pluviais, o controle de enchentes e a preservação
da qualidade da água (Figura 6). “O projeto de Woodlands tinha o objetivo de proteger
as águas não visíveis, permitindo a recarga do aqüífero e limitando sistemas de
drenagem convencionais, tubulados e de escoamento rápido” (GORSKI, 2008, p. 68).

46
Figura 6 – O uso de soluções sustentáveis em Woodlands.

Fonte: Landscape Architecture, nº 7, vol. 95, julho de 2005, p. 64, apud GORSKI, 2008.

No projeto, Ian McHarg elaborou as diretrizes de ocupação de acordo com o


comportamento hidrológico da área, de forma a manter não ocupadas as áreas de
elevada permeabilidade, utilizando sistemas de drenagem não canalizados, do tipo
aberto, visto na Figura 7. As áreas com baixa permeabilidade foram reservadas ao
adensamento construtivo. Outro objetivo do projeto era a preservação das áreas
florestais, das quais foram priorizadas as espécies vegetais com potencial ecológico
mais relevante (OLIVEIRA, 2022).

Figura 7 – Sistema de drenagem aberto em Woodlands.

Fonte: Barrett Doherty, 2014, The Cultural Landscape Foundation.


47
John Lyle propõe o uso do termo “regeneração”, quando se trata de projetos de
cunho ambiental, pois considera “uma abordagem mais efetiva, capaz de promover a
renovação das fontes de energia e dos materiais dos ecossistemas degradados”
(THOMPSON e SORVIG, 2000, apud GORSKI, 2008, p. 70). Para Lyle, nas paisagens
naturais, o ecossistema organizado e equilibrado é o resultado da combinação de três
dimensões: a estrutural, referente às relações de interação entre os elementos
bióticos e abióticos, como rochas, solos, plantas e animais; a funcional, que trata dos
fluxos de energia e matéria, tidos como suprimentos para os elementos componentes
da estrutura, e que possuem uma dinâmica própria e frágil; e a relacionada com o
sítio, alusiva a um contexto específico, sua forma e os aspectos característicos da
paisagem (GORSKI, 2008). É com essa perspectiva que Lyle assume seus projetos
que buscam fortalecer a interação entre o homem e a natureza.

Em sua obra Regenerative Design for Sustainable Development, de 1996,


Lyle relatou algumas experiências realizadas nos Estados Unidos que
atuavam na prevenção de inundações sem agredir o meio ambiente.
Apresentou, então, situações em que o escoamento das águas pluviais é
trabalhado através da modelagem do terreno, de modo a obter lagoas de
detenção, ou, nos casos onde não há espaço para lagoas superficiais,
adotando-se lagoas subterrâneas. Ele defendia também, na linha de
prevenção de inundações, a solução de renaturalização dos leitos dos rios,
não como resgate do seu estado original, mas como uma solução hidrológica
em que o fluxo perde velocidade, reduzindo a incidência de assoreamento e
do impacto à jusante e gerando um ambiente receptivo a espécies vegetais e
animais (GORSKI, 2008, p. 72).

Assim, diante do exposto, as intervenções em frentes d’água se apresentam


como um desafio, tendo em vista sua alta complexidade e o conjunto de fatores e de
atores envolvidos com todo o processo. Há um entendimento mundial que é
extremamente necessário buscar o reequilíbrio entre o ambiente natural e o
construído, procurando resolver os problemas ambientais (como drenagem urbana e
poluição) de forma harmônica, em busca da eliminação de efeitos desastrosos e,
assim, proporcionar espaços com qualidade que irão beneficiar a vida urbana,
favorecendo sua vitalidade.

48
2.3 ALGUMAS INTERVENÇÕES RECENTES

Após uma breve abordagem acerca da relação entre cursos d’água, cidade e
sociedade, serão apresentadas algumas intervenções recentes que têm em comum a
presença de um corpo d’água. A escolha dos casos procurou encontrar situações que
tivessem alguma relação com o objetivo deste trabalho e sua especificidade, para
extrair informações de forma a direcionar ideias e soluções para serem incorporadas
na proposta que será desenvolvida adiante. Cada caso estudado tem a sua dimensão,
complexidade e local, suas soluções seguem essa especificidade e indicam como a
água foi incorporada pelo projeto.

O Plano de Revitalização do Rio Los Angeles foi escolhido por ser um projeto
com alta complexidade que abarca uma área extensa ao longo de um rio canalizado,
como o Baldo se encontra atualmente. Nesta situação, interessa saber quais
estratégias e soluções foram utilizadas e qual foi o tratamento dado ao rio e à estrutura
do canal. Como este projeto não foi totalmente executado, buscou-se outro caso já
realizado, envolvendo algum curso d’água canalizado.

Nisso, o caso do Córrego Pirarungáua foi escolhido, se diferenciando do


anterior por ser um projeto menor e menos complexo, mas foi importante para
conhecer as soluções utilizadas dentro de outro contexto e, como foi executado, para
saber como refletiram na relação das pessoas com o espaço. Por último, o Parque
Futuro foi estudado para conhecer as soluções e o programa de um parque urbano,
assim como, a maneira como a água foi incorporada ao projeto.

2.3.1 Rio Los Angeles - Los Angeles, Califórnia, EUA

O rio Los Angeles nasce no vale de São Fernando, percorre a cidade de Los
Angeles no sentido noroeste/sudeste e desemboca em Long Beach Harbor, no
Oceano Pacífico. Com 94,45 km de extensão, sendo os primeiros 51,5 km, localizados
dentro da área urbanizada de Los Angeles, onde o rio atravessa por meio de um canal
de concreto desenvolvido para controle de inundação nos períodos mais chuvosos
(COSTA, 2014).

A partir de 1850, suas margens passaram a ser ocupadas, quando houve o


aumento populacional da cidade de Los Angeles, devido à intensa procura pela
49
mineração de ouro. No período, as águas do rio eram utilizadas para abastecimento
de água e como meio de transporte de mercadorias e pessoas (COSTA, 2014).

Em razão da crescente urbanização e da ocupação da várzea por atividades


industriais e de transportes, o rio passou a sofrer com problemas advindos de poluição
e casos de inundações. Por isso, no século XX, o rio Los Angeles teve a maior parte
do seu leito canalizado, após o Congresso delegar este trabalho à Corporação dos
Engenheiros do Exército dos EUA (Figura 8). “Por quase seis décadas, desde a sua
canalização, o rio foi tratado como um obstáculo” (GORSKI, 2008, p. 121).

Figura 8 – Transformações do Rio Los Angeles ao longo dos anos.

Fonte: LARRMP, 2005, p. 15, apud GORSKI, 2008.

Em 1990, surgiram os primeiros movimentos com o objetivo de revitalizar o rio


Los Angeles. Entretanto, somente em 2005, após a aprovação e a legalização do
Comitê de Revitalização, é que foi consolidado o Plano Diretor de Recuperação do
Rio Los Angeles (“Los Angeles River Revitalization Master Plan” - LARRMP). Este
Plano tinha, como propósito principal, melhorar a saúde pública em razão dos
problemas de saneamento e da falta de espaços abertos. De acordo com o Plano, os
espaços livres são importantes para o combate de doenças, como obesidade e
diabetes, pois servem para recreação e prática de esporte (GORSKI, 2008).

Para o trabalho de elaboração, implantação e monitoramento do Plano de


Revitalização do Rio Los Angeles, houve articulação entre diversos agentes, como
agências governamentais locais, estaduais e federal, organizações não-
governamentais e sociedade civil (moradores, líderes comunitários, ambientalistas,
instituições de ensino etc.), cada qual com sua contribuição (GORSKI, 2008). A
Corporação de Engenheiros do Exército dos EUA, por exemplo, desenvolvia “estudos
50
para restabelecer o funcionamento dos ecossistemas dentro de áreas selecionadas
do canal” (p. 122). Já o Centro de Estudo de Cidades Sustentáveis e o Instituto do
Meio Ambiente de Los Angeles, se empenhavam na “investigação de dados,
posteriormente disponibilizados para consulta dos órgãos governamentais e da
população” (p. 122).

Por conta da grande extensão do Rio Los Angeles, o Plano de Revitalização o


dividiu em nove trechos segundo “suas características, deficiências e potencialidades
específicas, entre elas: variações geométricas do canal; capacidade de inundação;
condições hidrológicas; qualidade da água; valor do habitat; possibilidade de
transporte não-motorizado e potencial para recreação” (GORSKI, 2008, p. 122).

O Plano tem a intenção de recuperar a função ambiental do rio e seu vínculo


com a cidade, de modo que a população compreenda sua importância, “entendendo-
o como a espinha dorsal verde que conecta a natureza às comunidades, e como a
alma da cidade” (GORSKI, 2008, p. 130). Pensando na viabilidade de implementação
do Plano, definiram estratégias, tais como a flexibilidade dos objetivos e das diretrizes
de execução e elaboração de projetos com diferentes prazos e com a participação
das comunidades. Ademais, durante a fase de implementação, através do trabalho de
acompanhamento dos resultados, o Plano pode passar por revisão e readequação
(GORSKI, 2008).

Também foram estabelecidas metas para atingir os objetivos gerais do Plano:


“revitalização do Rio; criação de um sistema linear ‘verde’ (grifo da autora) de conexão
inter bairros e ao rio; criação de atrativos e oportunidades para a comunidade e a
valorização da qualidade de vida da população” (GORSKI, 2008, p. 124). Além disso,
pensando em eleger o Rio Los Angeles a “porta de entrada” da cidade, foram
estabelecidas propostas (Figuras 9 a 11), contemplando diferentes escalas, a pontual
(canal do rio), a de vizinhança (bairros e espaços verdes abertos) e a regional
(GORSKI, 2008), tais como:

• Valorizar as várzeas, com a recuperação da vegetação ripária e remoção


das paredes de concreto, onde for possível;
• Inserir ciclovias e pistas de caminhadas com o devido tratamento
paisagístico;
• Criar corredores de vegetação ripária;
• Melhorar o tratamento das águas do rio Los Angeles e seus tributários;
• Alargar a área de várzea do rio Los Angeles;
51
• Melhorar os espaços públicos, incentivando tipologias diversas;
• Melhorar a conexão intra-urbana e o acesso ao rio;
• Criar oportunidades para gerar novos empregos em galerias, lojas de
serviços, cafés, restaurantes, etc (GORSKI, 2008, p. 125).

Figura 9 – Imagem da proposta de valorização das várzeas e recuperação do


acesso ao rio.

Fonte: http://archpaper.com/news/articles.asp?id=6628, apud COSTA, 2014.

Figura 10 – Proposta de um parque para ampliar as áreas públicas nas margens do


rio.

Fonte: LARRMP, 2005, p. 10, apud GORSKI, 2008.

52
Figura 11 – Ilustração da proposta de inserção de ciclovias e pistas de caminhadas.

Fonte: Mia Lehrer & Associates, Landscape Architecture, apud GORSKI, 2008.

Com sua implantação em etapas, primeiramente, foi plantada a vegetação


arbórea e herbácea (COSTA, 2014). Ainda serão realizadas, considerando um prazo
acima de 15 anos, previsto pelo Plano, a remodelação das paredes de concreto para
permitir o acesso direto da população às águas, a melhoria da qualidade da água e o
restabelecimento das características e funções naturais do rio (LARRMP, 2007, apud
ALENCAR, 2016).

2.3.2 Córrego Pirarungáua – São Paulo/SP, Brasil

Localizado dentro do Jardim Botânico de São Paulo, o córrego Pirarungáua tem


águas de boa qualidade, preservadas desde a nascente até a sua foz, o córrego do
Simão. Mesmo assim, o córrego foi tamponado por muitos anos, como mostra a Figura
12. Contudo, entre 2007 e 2008, houve a necessidade de trocar toda a estrutura
implantada, por conta da realização de uma intervenção em um trecho do córrego,
que resultou no rompimento da manilha de canalização. Ao invés de corrigir a
estrutura, optaram pela retirada da galeria, reincorporando o córrego ao espaço do
Jardim Botânico, de acordo com a Figura 13 (FREITAS, FRANCO, 2019).

53
Figura 12 – Trecho do córrego Pirarungáua tamponado.

Fonte: Ramalhoso, 2016, apud FREITAS, FRANCO, 2019.

Figura 13 – Obra de retirada do calçamento e abertura do córrego Pirarungáua.

Fonte: Acervo do Instituto de Botânica, apud FREITAS, FRANCO, 2019.

O arquiteto José Paulo Ganzelli foi o autor do projeto de requalificação da área.


Sem o antigo calçamento, o arquiteto propôs a instalação de decks de madeira para
os visitantes apreciarem o córrego, a céu aberto, em conjunto com a mata ciliar que
segue suas margens, reconstruídas por meio do plantio de exemplares da Mata
Atlântica (Figura 14). Um dos propósitos do projeto foi a utilização do espaço para

54
educação ambiental, que reforçava a importância e a dependência do corpo d’água
com sua mata ciliar (FREITAS, FRANCO, 2019).

Figura 14 – Córrego Pirarungáua após intervenção.

Fonte: FREITAS, FRANCO, 2019.

A requalificação trouxe ganhos para o Jardim Botânico, pois valorizou a


paisagem devido à sua beleza e riqueza vegetal, além de ter favorecido a aproximação
da população com a água, que antes se encontrava escondida (FREITAS, FRANCO,
2019). Além disso, o espaço enriquece a temática da educação ambiental, trabalhado
pelo Jardim Botânico.

2.3.3 Parque Futuro – Belém/PA, Brasil

O Parque Futuro, visto na Figura 15, está localizado na área central de Belém,
próximo da estação das Docas e do mercado Ver-o-Peso, e faz parte do projeto Porto
Futuro, que vai contemplar, em outra etapa, a revitalização de sete galpões cedidos
pela Companhia Docas do Pará.

55
Figura 15 – Vista aérea do Parque Futuro.

Fonte: João Sarturi/ ArchDaily Brasil, 2022.

O parque transformou um terreno subutilizado em uma área de lazer para


usufruto da população, que dispõe de pistas de corrida e ciclismo, academia ao ar
livre, lago artificial, ponte, fonte interativa, área de alimentação, espaço pet, parque
infantil e área de exposições para artesanato e shows, ao longo do caminho principal
que se constitui no eixo central do parque. Na parte norte do parque, estão situados
os abrigos sanitários e a área administrativa. A Figura 16 mostra a disposição dos
ambientes e dos equipamentos no parque.

56
Figura 16 – Localização dos equipamentos no parque.

Fonte: João Sarturi/ ArchDaily Brasil, 2022.

O lago artificial é contornado por decks de madeira cumaru. Um dos decks


possui dois grandes bancos de madeira com formas irregular, possibilitando diversas
formas de uso. Uma ponte do mesmo material atravessa o lago (Figura 17), seguindo
o caminho principal, mas foi pensado para além de mera passagem. Sem o guarda-
corpo, o que foi possível devido à baixa profundidade do lago nesse ponto, e com um
espaço recuado com bancos (Figura 18), a ponte também funciona como espaço de
estar, convivência, contemplação e como elemento de referência, criando uma
identidade para a área do lago, valorizando o corpo d’água. Além desse, outro
elemento que promove o contato dos visitantes com a água, é a fonte interativa sobre
piso emborrachado, um elemento lúdico e atrativo, muito utilizado pelas crianças,
como pode ser visto pela Figura 19.

57
Figura 17 – Ponte sobre o lago do Parque Futuro.

Fonte: João Sarturi/ ArchDaily Brasil, 2022.

Figura 18 – Desenho da ponte permite interação com a água.

Fonte: João Sarturi/ ArchDaily Brasil, 2022.

58
Figura 19 – Fonte de água interativa.

Fonte: João Sarturi/ ArchDaily Brasil, 2022.

2.3.4 Considerações

Dos exemplos de intervenções apresentados, é possível apreender aspectos e


questões relevantes específicos de projetos em áreas de cursos d’água. Dependendo
da escala e da extensão, a pluralidade de fatores e agentes envolvidos dificulta a
realização da proposta. Como foi o caso do Plano para o Rio Los Angeles, que se
apoiou em estratégias para sua execução: a divisão da área em trechos, a definição
de propostas com diferentes prazos e a participação de muitos atores (agências
governamentais locais, estaduais e federal, instituições de ensino, organizações não-
governamentais e sociedade civil).

A requalificação do Córrego Pirarungáua se trata de uma situação menos


complexa, tendo em vista que interviram em uma pequena área, preservada, por estar
localizada dentro do Jardim Botânico de São Paulo. Não obstante, os resultados foram
grandiosos. A reincorporação do córrego e a restauração da mata ciliar em suas
margens enriqueceram a paisagem, contribuíram para o trabalho de educação
ambiental desenvolvido pelo Jardim e favoreceram a aproximação dos visitantes com
a água.

59
O Parque Futuro apresenta uma estrutura diversificada: praça de alimentação,
espaço pet, parque infantil, academia ao ar livre, restaurante e outros. Esse conjunto
de equipamentos torna o parque dinâmico atraindo um grande público. A água foi
incorporada ao projeto sendo mais um atrativo e se relaciona com o visitante de forma
diferente. Com o lago artificial consiste em uma relação mais estática, principalmente
para contemplação, já a fonte interativa permite uma relação mais dinâmica.

Diante disso, são projetos que buscam atender às demandas da população, ao


mesmo tempo que suprem a necessidade de recuperação da dinâmica natural do
sistema hídrico e da harmonia entre as cidades e os cursos d’água. Para tanto, são
importantes ações que ampliam e beneficiam as margens e os espaços públicos ao
redor, melhoram a qualidade da água e aproximam fisicamente e visualmente a
população desses espaços hídricos.

Por fim, no Quadro 1 estão elencadas as principais estratégias e soluções que


serão consideradas no desenvolvimento da proposta.

Quadro 1 – Resumo das referências

Rio Los Angeles Córrego Pirarungáua Parque Futuro


Tratamento das margens Associação da Mobiliário diversificado
do rio com inserção de intervenção com a que atende públicos
vegetação e passeios temática da educação diferentes.
promovendo o contato ambiental.
das pessoas com a água.
Criação de passeios e Recuperação das Mobiliário que permite o
ciclovias próximas ao rio, margens do córrego com contato das pessoas com
incentivando o fluxo de inserção de vegetação. a água (deck e fonte
pessoas no local. interativa).

60
3 CONHECENDO A ÁREA DE ESTUDO

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

Comum à história de diversas cidades, Natal, capital do estado do Rio Grande


do Norte, tem a sua entrelaçada a um curso d´água. Em 1599, foi fundada às margens
do Rio Potengi (Figura 20), que já foi chamado de Grande e de Potigi, e possui sua
foz em Natal (TEIXEIRA, 2015). A cidade cresceu lentamente, durante seus três
primeiros séculos, ao redor das igrejas. Os novos espaços se consolidavam ao longo
dos caminhos que levavam às fontes de abastecimento d’água, que, desse modo,
tinham um importante papel na estruturação do território (FERREIRA, 2008).

Não há registros documentais explícitos sobre os motivos da escolha do sítio


no qual surgiria a cidade. Contudo, não é difícil conjecturar que a proximidade
com o Rio Grande fosse um deles: o rio poderia fornecer a tão essencial água
para o consumo dos habitantes da cidade, mas também para os animais, bem
como servir para os moinhos e engenhos; poderia ser fonte de alimentos,
principalmente por meio da pesca; poderia servir como meio de penetração
no território, em seu trecho navegável. Essas razões, que não são privilégio
de Natal, estão entre as que justificaram plenamente a escolha do sítio
urbano também dessa cidade nas proximidades de um rio (TEIXEIRA, 2015,
p. 3).

Figura 20 – A cidade do Natal em 1904 e o Rio Potengi.

Fonte: Bruno Bourgard, 1904, apud MIRANDA, 2014.

61
O núcleo urbano inicial de Natal era delimitado por duas cruzes, uma ao Norte
e a outra ao Sul, tradicional em povoações fundadas por portugueses e espanhóis.
Até 1700, existiam apenas duas ruas em Natal, a da Cadeia e a chamada O Caminho
do Rio de Beber Água (as atuais ruas Santo Antônio e Conceição). O tão mencionado
rio “era o antigo Rio Tiuru, Tissuru, da Cruz ou do Baldo”, que se localizava perto do
limite sul da cidade, como é evidenciado na Figura 21 (NESI, 2020, p. 19).

Figura 21 – Natal em 1844 com destaque para o Rio de Beber.

Fonte: MIRANDA, 1999, modificado pela autora, 2022.

Os terrenos situados ao longo deste logradouro que levava ao Baldo eram


bastante procurados, por ser uma das principais fontes de abastecimento de água
(NESI, 2020), o que representa a grande importância do curso d’água para a cidade
e seus residentes. Além disso, a fonte pública do Baldo (Figura 22) era muito utilizada
pela população como balneário, para lavar roupas (Figura 23) e tomar banho (LIMA,
1998, p. 6, apud MORAIS, 2017).

62
Figura 22 – Vista para o Baldo.

Fonte: DANTAS, 2006, apud PINHEIRO, 2018.

Figura 23 – Lavandeiras com roupas para lavar no Riacho do Baldo.

Fonte: MIRANDA, 2014.

63
A partir da segunda metade do século XIX, se tornaram constantes os surtos
epidêmicos na cidade, decorrentes das péssimas condições de higiene, da deficiência
dos serviços de infraestrutura e pela presença de equipamentos, vistos como
insalubres, na área central da cidade, como matadouro, hospital e cemitério. Ademais,
o significativo aumento populacional devido à migração motivada pelas secas agravou
a condição insalubre da cidade (FERREIRA, 2008).

A região onde o Baldo estava localizado era pantanosa e fazia parte do terreno
da “Empreza Tracção, Força e Luz Electricas”. Na vizinhança, existiam o matadouro
e o forno de incineração de lixo, o que, somando ao seu uso coletivo como balneário
e até como bebedouro para os animais, agravava a insalubridade das águas do Baldo,
tornando-o uma ameaça à saúde pública (FERREIRA, 2008).

Diante desse cenário, as autoridades designadas para melhorar a condição


sanitária da cidade, em sua maioria médicos, lançaram propostas, sob a influência
dos preceitos higienistas e da teoria dos miasmas, como “o arrasamento da fonte
pública do Baldo, considerado um ‘foco perene de moléstias miasmáticas’”. Além
disso, era visto como um lugar profano que atentava contra a moralidade e os bons
costumes (WANDERLEY, 1896, p. 2, apud FERREIRA, 2008, p. 58).

Apesar de haver os defensores do espaço, muitos entendiam que o Baldo era


um foco perene de doenças miasmáticas e, por isso, após ser muito reivindicado, em
1905, o Baldo passou por obras de saneamento, onde aumentaram a represa,
reduzindo a área da piscina natural, retiraram árvores, construíram um banheiro de
alvenaria e dispuseram um guarda para vigiar os visitantes. Contudo, essa mudança
no modo como o espaço era utilizado pela população fez com que esta perdesse o
interesse em frequentá-lo, por isso, com o passar do tempo, o espaço foi abandonado
(LIMA, 1998, p. 6, apud MORAIS, 2017).

3.2 O CANAL DO BALDO NOS DIAS DE HOJE

Atualmente, o Riacho do Baldo está canalizado por toda sua extensão e tem
um papel importante para a drenagem da cidade, contemplando vários bairros e
escoando as águas para o Rio Potengi. Ademais, o Plano Diretor de Drenagem e
Manejo de Águas Pluviais de Natal (2009) caracteriza a área como de baixa qualidade

64
ambiental, como consequência das ações antrópicas que prejudicaram o Riacho e a
Lagoa Manoel Felipe (PINHEIRO, 2018).

Em 2021, a Prefeitura do Natal reformou o Parque Ney Aranha Marinho, onde


está localizada uma parte do Canal que atravessa Barro Vermelho, revitalizando toda
a estrutura do parque, trocando a pavimentação e a iluminação do local. Além disso,
incluíram uma pista de caminhada e ciclismo que percorre toda a extensão do parque,
como pode ser vista na Figura 24. Observando o parque, percebe-se que é bem
frequentado pela população, principalmente no trecho próximo à Av. Gov. Juvenal
Lamartine, onde existem uma academia ao ar livre, um parque infantil, um quiosque e
ainda resta um espaço livre pavimentado onde geralmente as crianças brincam e
algumas pessoas disponibilizam serviço de aluguel de brinquedos como cama elástica
(Figura 25).

Figura 24 – Parque Ney Aranha Marinho após as obras.

Fonte: Natal, 2021.

Figura 25 – Mobiliário existente no Parque Ney Aranha Marinho.

Fonte: Google Maps, 2022.


65
O lado do Parque entre a Rua Ilíria Tavares Galvão e a Rua Alberto Maranhão,
onde existem apenas alguns bancos e a pista de caminhada e ciclismo (Figura 26), é
um trecho menos frequentado pois grande parte dos usuários se concentram e se
estabelecem na região referida anteriormente. Sendo que, poucos caminham pelo
parque, haja vista que a maioria das pessoas utilizam o canteiro da Av. Gov. Juvenal
Lamartine em frente ao Parque.

Figura 26 – Trecho menos frequentado do Parque Ney Aranha Marinho.

Fonte: Acervo da autora, 2022.

A Praça Ecológica do Pôr do Sol não foi contemplada pela obra realizada pela
Prefeitura. Trata-se de uma pequena praça, não acessível, sem equipamentos, com
alguns bancos e árvores (Figura 27). Além disso, não há uma conexão com o Parque,
pois a Rua Ilíria Tavares Galvão intersecciona a área. Esses fatores a tornam
esquecida e pouco frequentada.

66
Figura 27 – Praça Ecológica do Pôr do Sol.

Fonte: Google Maps, 2022.

Outro local com boa infraestrutura e muito frequentado pela população é a


Cidade da Criança (Figura 28), um parque administrado pela Fundação José Augusto,
órgão do Governo do Estado do RN, e sua estrutura conta com parque infantil, pista
de cooper, igrejinha, anfiteatro, Escola de Artes Newton Navarro, Biblioteca Infanto-
juvenil Mirian Coeli, Casa de Vovozinha, praça de alimentação com quiosques,
Espaço Eureka de Ciência e Tecnologia, além da Lagoa Manoel Felipe.

Figura 28 – Cidade da Criança com equipamentos diversificados.

Fonte: https://www.instagram.com/cidadedacriancanatal/.
67
Por estar contornado por vias, o Canal assume a função de canteiro central da
Av. Juvenal Lamartine, porém, em determinado ponto é interseccionado pela R. Des.
Régulo Tinoco (Figuras 29 e 30). Além da ruptura física, também há uma diferenciação
no tratamento dado à pavimentação do passeio, sendo que, em 2021, a Prefeitura do
Natal realizou obras de melhorias na iluminação e na pavimentação do passeio
somente no trecho entre a Av. Prudente de Morais e a R. Des. Régulo Tinoco2. Desse
modo, a iluminação do trecho após a R. Des. Régulo Tinoco é insuficiente, o que torna
o espaço menos atrativo para ser utilizado pela população. Tanto que, a partir de
observação in loco da área, é possível constatar que quem caminha na região não
utiliza esse canteiro que se liga ao Viaduto.

Figura 29 – Vista aérea do trecho do Canal interceptado pela R. Des. Régulo Tinoco.

Fonte: Google Maps, 2022, modificado pela autora, 2022.

2Notícia disponível em: https://www.tribunadenoticias.com.br/2021/09/prefeitura-inicia-implantacao-


da.html. Acessada em: 20 nov. 2022.
68
Figura 30 – Intersecção do Canal do Baldo pela Rua Des. Régulo Tinoco.

Fonte: Google Maps, 2022.

No trecho do Canal do Baldo, lindeiro à Av. Deodoro da Fonseca, o espaço sob


o Viaduto é fechado por muro, cerca e portões (Figura 31). O fechamento foi realizado
no primeiro semestre de 2022 pela Prefeitura do Natal, como forma de coibir a
ocupação do espaço pela população em situação de rua que se abrigava no local,
dessa forma, ocorre também o impedimento de fluxo de transeuntes no local e a
visualização do Canal por quem transita no entorno. Existia, nesse espaço, a
Ocupação Maria Lúcia Santos, que foi retirada de lá antes do início das obras. Esta
prática de remoção da população em situação de rua deste local é recorrente de
acordo com notícias de jornais locais e da página oficial da Prefeitura3.

Além disso, a região é suscetível à alagamentos como indica o Mapa 12 do


Anexo III do Plano Diretor de Natal de 2022 (ver Figura 40). Tanto que, em 2020, com
a ocorrência de fortes chuvas, houve o transbordamento do Canal. A força da água

3Notícias disponíveis em:


https://saibamais.jor.br/2022/04/prefeitura-de-natal-constroi-muro-sob-viaduto-do-baldo-para-impedir-
acesso-de-populacao-em-situacao-de-rua/
https://www.natal.rn.gov.br/news/post/16656
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/fama-lias-sa-o-retiradas-de-a-rea-do-viaduto-do-baldo-em-
natal/502711
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/prefeitura-determina-desocupaa-a-o-no-viaduto-do-baldo-
ata-a-pra-xima-quinta-27/488034
Acesso em: 20 nov 2022.

69
foi tanta que derrubou um muro da Companhia de Energia do Rio Grande do Norte
(COSERN), além de ter invadido imóveis na região4. Esse conjunto de fatores, em
certos pontos conflitantes, como a ocupação em uma área sensível, já bastante
impactada por ações antrópicas que, muitas vezes, ignoraram a dinâmica natural do
sistema hídrico, torna uma área frágil.

Figura 31 – Trecho do Canal do Baldo sob o viaduto fechado por muro e cerca.

Fonte: Acervo da autora, 2022.

Mais adiante, do outro lado da via, o Canal segue seu percurso por dentro do
terreno da COSERN, por isso, nesse trecho, não existe o fluxo livre de pessoas (Figura
32). Portanto, esse é outro ponto de ruptura do Canal que, além das vias, se faz por
muros (Figura 33). Já ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto, é possível
acessar e visualizar o Canal por meio da Av. Gov. Juvenal Lamartine, porém, percebe-
se que não há um tratamento dado ao espaço, pois a pavimentação do passeio está
danificada e a vegetação sem manutenção. No cruzamento da Av. Gov. Juvenal
Lamartine e da Av. Gov. Rafael Fernandes existe a Praça Rio Grande do Norte (Figura

4Notíciadisponível em: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2020/01/09/forca-da-agua-


derruba-muro-apos-transbordamento-do-canal-do-baldo-em-natal-veja-video.ghtml. Acesso em: 20
nov 2022.
70
34) mas sem infraestrutura mínima e seu aspecto se assemelha ao do Canal, tanto
que não se percebe a delimitação da praça.

Figura 32 – Canal do Baldo dentro do terreno da COSERN.

Fonte: Acervo da autora, 2022.

Figura 33 – Muro da COSERN.

Fonte: Google Maps, 2022.

71
Figura 34 – Praça Rio Grande do Norte sem manutenção e mobiliário.

Fonte: Google Maps, 2022.

No trecho mais próximo do Rio Potengi, o Canal está dentro dos limites da
comunidade do Passo da Pátria, definida como Área Especial de Interesse Social
(AEIS) pela Lei Complementar Nº 44, de 23 de dezembro de 2002. Nessa área, a
estrutura do Canal é precária, sem manutenção, não acessível e sem passeio o
contornando como em alguns trechos (Figura 35). As margens são ocupadas por
algumas construções e estacionamento (Figuras 36 e 37). O canal se apresenta mais
aberto e natural, pois na maior parte a estrutura de concreto desaparece, o que dá
mais visibilidade à água e à vegetação. Ademais, a seção da água é mais larga nesse
trecho, apesar de apresentar uma coloração mais escura. Outro ponto a destacar é a
região de encontro do Canal com o Rio Potengi, onde desagua (Figura 38).

72
Figura 35 – Estrutura do Canal precária e não acessível.

Fonte: Google Maps, 2022.

Figura 36 – Estacionamento nas margens do Canal.

Fonte: Google Maps, 2022.

73
Figura 37 – Presença de construções nas margens do Canal.

Fonte: Google Maps, 2022.

Figura 38 – Encontro do Canal com o Rio Potengi.

Fonte: Google Maps, 2016.

74
3.3 ANÁLISE DA ÁREA

3.3.1 Delimitação e prescrições urbanísticas

A área de estudo foi delimitada seguindo o desenho do Canal do Baldo, desde


a Lagoa Manoel Felipe até o Rio Potengi, incluindo o Canal adjacente do Parque Ney
Aranha Marinho que segue até a Rua Dr. José Bezerra, englobando as quadras
contíguas situadas em até 500 metros do Canal. A Figura 39 mostra o recorte da área,
no qual inclui o trecho do Canal situado nos limites do Parque Ney Aranha Marinho e
toda extensão do Canal do Baldo (eixo da Lagoa até o Rio Potengi), de modo a não
perder a conexão de seus elementos.

Deste modo, a área definida abrange os bairros de Alecrim, Cidade Alta, Barro
Vermelho e Tirol, localizados na Região Administrativa Leste de Natal/RN, conforme
ilustra a Figura 39. Destaca-se que o Canal do Baldo é um dos limites dos referidos
bairros.

Figura 39 – Localização da área de estudo na Zona Leste de Natal.

Fonte: Google Earth, 2022, modificado pela autora, 2022.


75
De acordo com o Plano Diretor de Natal (Lei Complementar nº 208 de 07 de
março de 2022, publicada em 08 de março de 2022), a área de estudo está situada
em zona adensável e, estando compreendida na Bacia de Esgotamento Sanitário CS,
conforme o Mapa 2 do Anexo III do Plano, o coeficiente de aproveitamento máximo é
de 5,0.

Para a área, o Plano permite o gabarito máximo de 140 metros. Sobre esse
ponto, importante ressaltar que o gabarito permitido para esta área, situada em zona
adensável, aumentou de 90 metros, segundo o Plano Diretor de Natal (2007), para
140 metros. Desse modo, intensificou a tendência de verticalização e adensamento
sobre a área.

Quanto à taxa de ocupação máxima, o art. 58 do Plano estabelece:

Art. 58. A taxa de ocupação máxima permitida para todos os terrenos do


Município, ressalvadas as regulamentações especiais, são:
I – subsolo, térreo e segundo pavimento – 80% (oitenta por cento);
II – acima do segundo pavimento, a taxa de ocupação será em função da
área resultante da aplicação dos recuos previstos no Quadro 2 do Anexo II
desta Lei.

As avenidas Rio Branco, Deodoro da Fonseca e Prudente de Morais, que


adentram a área, são identificadas pelo Plano como eixos estruturantes (vias que
possuem infraestrutura de maior capacidade, em especial de mobilidade urbana, e
são alvo de políticas especiais de uso e ocupação do solo).

Ademais, as seguintes áreas especiais abrangem a área de estudo (Figura 40):

1. Áreas Especiais de Requalificação Urbana – AERU (Mapa 25 do Anexo III):


destinadas à requalificação dos bairros Cidade Alta e Ribeira com incentivo
de acréscimo de 20% (vinte por cento) do coeficiente de aproveitamento para
habitações de uso misto e de interesse social, até o máximo de 5,0. Porém,
no trecho da Cidade Alta contido na área de estudo, permite-se o coeficiente
de aproveitamento máximo de 5,0;
2. Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS (Mapa 4 do Anexo III): o Plano
indica a instituição de novas AEIS, porém ainda deverá ser feita por meio de

76
legislação específica e seus limites devem ser atualizados quando forem
regulamentadas. Enquanto isso, encontra-se vigente a AEIS da Comunidade
do Passo da Pátria e adjacências, com seus limites definidos no Anexo I da
Lei Complementar nº 044, de 23 de dezembro de 2002, contudo ainda não
foi regulamentada;
3. Área Especial Costeira e Estuarina – AECE (Mapa 19 do Anexo III): a Orla
Fluvial do Estuário Potengi-Jundiaí;
4. Áreas Especiais com Potencial de Risco Natural - Alagamento e Inundação
Fluvial (Mapa 12 do Anexo III): na área de estudo encontram-se alguns
pontos de alagamento marcados na Figura 40;
5. Áreas Especiais de Operação Urbana – AEOU (Mapa 5 do Anexo III):
referentes à projetos urbanos, coordenados pelo Poder Público, em parceria
com a iniciativa privada e outros agentes, com a finalidade de promover
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização
ambiental, considerando a singularidade das áreas envolvidas. Contempla
os bairros de Alecrim e Cidade Alta. E, segundo o § 2º do Art. 110 do Plano,
também pode incluir as áreas adensáveis adjacentes aos eixos
estruturantes, como as avenidas Rio Branco, Deodoro da Fonseca e
Prudente de Morais;
6. Mancha de Interesse Social – MIS: engloba os bairros de Barro Vermelho,
Alecrim e Cidade Alta. Região com predominância de renda familiar até 3
salários mínimos, passível de atenção especial pelas políticas urbanas e
ambientais, visando a melhorias de ordem social, urbanística e ambiental.

77
Figura 40 – Incidência de áreas especiais na área de estudo.

Fonte: Google Earth, 2022, modificado pela autora, 2022.

3.3.2 Aspectos morfológicos

Dando continuidade à compreensão da área de estudo, agora sobre os


aspectos morfológicos, por meio do Mapa 1, é identificado um traçado irregular
composto por quadras de desenho diverso. Nos trechos entre as vias Av. Rodrigues
Alves e Rua. Desembargador Régulo Tinoco, e entre a Rua Olinto Meira e a Av.
Governador Rafael Fernandes, as quadras são maiores. Enquanto a região do Passo
da Pátria apresenta quadras em formato irregular e de menor dimensão.

78
As diferentes hierarquias de vias foram identificadas, em número aproximado e
de forma bem distribuída, pela área de estudo. A maior extensão do Canal do Baldo
é contornada por vias coletoras, como a Av. Gov. Juvenal Lamartine e a Rua Mermoz,
e estruturais, como a Av. Prudente de Morais e a Rua Olinto Meira. Assim, como são
vias que ligam regiões da cidade, o acesso à área é facilitado, estimulando o fluxo de
pessoas.

Quanto ao trecho do Canal localizado no Passo da Pátria, este é menos


acessível por estar circundado por vias locais. A via coletora mais próxima, a Av. Gov.
Juvenal Lamartine, não possui acesso à comunidade. Além disso, existe a linha férrea
que separa a comunidade da Av. Gov. Rafael Fernandes. Porém, a via local Rua Cap.
Silveira Barreto faz a conexão entre estes, como pode ser observado na Figura 41.

Figura 41 – Acesso ao Passo da Pátria pela Rua Cap. Silveira Barreto.

Fonte: Google Maps, 2022, modificado pela autora, 2022.

79
Mapa 1 - Hierarquia viária

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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 80
Em relação aos usos identificados na área (Mapa 2), ocorre a predominância
do uso residencial no Passo da Pátria, ao norte do Canal, e na região delimitada pelas
Av. Prudente de Morais, Av. Gov. Juvenal Lamartine e Rua Olinto Meira. Já no trecho
entre a Rua Olinto Meira e a Av. Governador Rafael Fernandes, predomina o uso de
serviço, onde estão localizadas a sede da COSERN e a Estação de Tratamento de
Esgoto do Baldo (ETE). Este uso também é relevante na área entre a Av. Prudente
de Morais, a Av. Gov. Juvenal Lamartine e a Rua Ceará Mirim, onde existem muitos
estabelecimentos de saúde, como o Hospital Memorial São Francisco.

Na quadra da Cidade da Criança predomina o uso institucional, representado


pelo quartel da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e por instituições de ensino,
como o Centro de Educação em Tecnologias Clóvis Motta e a Escola Estadual
Sebastião Fernandes. O mesmo ocorre no Passo da Pátria, ao sul do Canal, onde se
concentram instituições de ensino, religiosa e de saúde (Escola Municipal Professora
Mareci Gomes dos Santos, CMEI São Francisco de Assis, CMEI Maria Eulália Gomes
Silva, Unidade básica de saúde Passo da Pátria e Igreja São Francisco). Além disso,
muitos terrenos vazios foram identificados distribuídos pela área toda.

O gabarito das edificações está representado na Mapa 3. Na área predomina o


gabarito baixo de 1 ou 2 pavimentos, e algumas com 3 pavimentos. Diferente do
restante da área, o trecho delimitado pelas Av. Prudente de Morais, Rua Alberto
Maranhão, Rua Des. Régulo Tinoco e Rua Ceará Mirim apresenta uma concentração
de edificações mais altas, tendo grande parte mais de 7 pavimentos que corresponde
ao uso residencial, ou seja, referentes aos condomínios verticais multifamiliares.

Porém, este cenário atual, no qual predomina o gabarito baixo e é relativamente


pouco adensado, é sensível à verticalização e ao adensamento, considerando as
novas prescrições urbanísticas do Plano Diretor de Natal (2022) que aumentou o
gabarito permitido e o coeficiente de aproveitamento máximo da área.

No tocante à topografia, pela Mapa 4, constata-se que o relevo apresenta sua


inclinação no sentido dos corpos d’água. Consequentemente, sua forma favorece o
escoamento da água em direção à Lagoa Manoel Felipe, deste ao Canal do Baldo e,
assim, até desembocar no Rio Potengi.

81
Mapa 2 - Uso do solo

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USO DO SOLO

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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 82
Mapa 3 - Gabarito das edificações

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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 83
Mapa 4 - Topografia

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TOPOGRAFIA

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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 84
3.3.3 Análise e classificação do sistema de espaços livres

Este tópico se concentra nos espaços livres, sua identificação e análise, a fim
de conhecer suas particularidades e, por fim, selecionar uma amostra, para os quais
serão propostas diretrizes e ações. Antes, contudo, é importante retomar a definição
de espaços livres exposta no Capítulo 1 (p. 9):

Segundo Magnoli (1982), os espaços livres são os não edificados: quintais,


jardins, ruas, avenidas, praças, parques, rios, matas, mangues, praias
urbanas, ou simples vazios urbanos. Sua localização, acessibilidade e
distribuição formam um complexo sistema de conexões com múltiplos papéis
urbanos: atividades do ócio, circulação urbana, conforto, conservação e
requalificação ambiental, drenagem urbana, imaginário e memória urbana,
lazer e recreação, dentre outros. Podem ser públicos ou privados
(CUSTÓDIO, MACEDO, et al., 2009, p. 5).

A identificação dos espaços teve como base a observação do local e


informações retiradas do software Google Maps, do Anuário Natal 2021 e do Plano
Diretor de Natal de 2022. Nesta perspectiva, o Mapa 5 apresenta a distribuição desses
espaços no território e seus tipos.

85
Mapa 5 - Espaços livres identificados

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ESPAÇOS LIVRES

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Espaço livre de uso comum da comunidade do Passo da Pátria

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Pista de treino de centro de formação de condutores

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Espaço livre sob o Viaduto do Baldo

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Área de lazer do Condomínio Residencial Pôr do Sol

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AVE
ARA
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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 86
Como exposto no primeiro capítulo, Raquel Tardin (2008) propõe trabalhar com
os espaços livres enquanto um sistema para integrá-los entre si e com seu entorno,
sob aspectos funcionais, ecológicos e estéticos, se transformando em uma poderosa
ferramenta capaz de potencializar a atuação do arquiteto/urbanista no território.

Sendo assim, seguindo a metodologia proposta pela autora, os 44 espaços


livres encontrados foram analisados por meio de suas características, seus atributos
biofísicos, perceptivos, suas condições de acessibilidade e os vínculos de
planejamento existentes, de acordo com as seguintes informações e resultando nas
fichas apresentadas em seguida:

1. Atributos biofísicos
1.1. Cobertura vegetal: sua composição, a fim de saber se está preservada
ou não;
1.2. Hidrologia: se pode sofrer com inundações e deslizamentos (foram
considerados os pontos de alagamentos informados pelo Plano Diretor
de Natal de 2022);
1.3. Declividade: se pode sofrer com desmoronamentos.
2. Atributos perceptivos
2.1. Elementos cênicos: os componentes naturais que fazem parte da
identidade visual dos espaços livres, como as singularidades do relevo,
da vegetação e da hidrografia;
2.2. Áreas de emergência visual: referentes aos elementos que compõem os
espaços livres, especificamente o relevo e a hidrografia, e que podem
ser vistos a partir do percurso pelas vias;
2.3. Fundos cênicos: referentes às visuais mais amplas permitidas a partir
dos espaços livres e todos os elementos mais significativos da paisagem
que conseguem abarcar;
2.4. Marcos históricos: são espaços com interesse histórico-cultural e que,
geralmente, são testemunhas da história do lugar.
3. Acessibilidade: capacidade de acesso a partir das vias. Quanto mais
acessível, maior a probabilidade de que um espaço livre seja ocupado.
4. Vínculos de planejamento existentes: parâmetros de proteção a que estão
submetidos os espaços livres e que indicam maior ou menor probabilidade
de permanecerem não ocupados.
87
Quadro 2 – Ficha dos atributos do espaço livre 01
ESPAÇO LIVRE 01 R. Beira Canal | Tv. Gardênia Canal do Baldo

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: o Canal do Baldo e sua vegetação. Acessibilidade baixa. As vias que A área está localizada em Área Especial de
porte), arbustiva e gramíneas. contornam o canal (R. Beira Canal e Tv. Interesse Social (AEIS), definida em 2002 no
Fundo Cênico: a vegetação e o canal do espaço, o posteamento Gardênia) são locais e calçadas. Plano como AEIS do Passo da Pátria. No
Hidrologia: pouco exposto às inundações e da rua, o Rio Potengi, edificações de 1 a 3 pavimentos e árvores entanto, a área segue não regulamentada,
aos deslizamentos. no entorno e alguns edifícios de alto gabarito ao fundo. mesmo após a criação da Lei Complementar
Nº44, de 23 de dezembro de 2002 (PAIVA,
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). Marco Histórico: o Canal do Baldo. 2018). Além disso, está contida na Orla
Fluvial do Rio Potengi.

Quadro 3 – Ficha dos atributos do espaço livre 02


ESPAÇO LIVRE 02 R. São Félix | R. das Árvores | R. Trampolim da Vitória | R. Nossa Sra. da Paz Praça do Passo da Pátria

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno e médio porte) Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade baixa. As vias de acesso ao A área está localizada em Área Especial de
e gramíneas. terreno (R. São Félix | R. das Árvores | R. Interesse Social (AEIS), definida em 2002 no
Fundo Cênico: as árvores, o mobiliário e a quadra existentes na Trampolim da Vitória | R. Nossa Sra. da Plano como AEIS do Passo da Pátria. No
Hidrologia: pouco exposto às inundações e praça, o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 a 2 Paz) são locais e calçadas. entanto, a área segue não regulamentada,
aos deslizamentos. pavimentos e alguns edifícios de alto gabarito, as árvores e a torre mesmo após a criação da Lei Complementar
de comunicação, no entorno. Nº44, de 23 de dezembro de 2002 (PAIVA,
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). 2018).

88
Quadro 4 – Ficha dos atributos do espaço livre 03
ESPAÇO LIVRE 03 Av. Gov. Rafael Fernandes, s/n, Cidade Alta Estacionamento de veículos da COSERN

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea de médio porte e Fundo Cênico: as árvores do terreno, o posteamento da rua, as Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
gramíneas. edificações vizinhas de 1 a 2 pavimentos e alguns edifícios de terreno, Av. Gov. Rafael Fernandes, é local, com coeficiente de aproveitamento máximo
médio e alto gabarito, as árvores e a torre de comunicação, no asfaltada e com boa capacidade de tráfego. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e entorno. metros.
aos deslizamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 5 – Ficha dos atributos do espaço livre 04


ESPAÇO LIVRE 04 R. Padre Pinto, s/n, Cidade Alta Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade média. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
grande porte) e gramíneas. terreno, Rua Padre Pinto, é coletora, com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores do terreno, o posteamento da rua, as asfaltada e com capacidade de tráfego de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos, o prédio vizinho de 11 média. metros.
aos deslizamentos. pavimentos e os edifícios de alto gabarito, as árvores e a torre de
comunicação, no entorno.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

89
Quadro 6 – Ficha dos atributos do espaço livre 05
ESPAÇO LIVRE 05 Tv. Ocidental de Baixo, 01, Alecrim Espaço livre de uso comum da comunidade do Passo da Pátria

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (médio e grande porte) e Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade baixa. As vias de acesso ao A área está localizada em Área Especial de
gramíneas. terreno são locais. A Tv. Ocidental de Baixo Interesse Social (AEIS), definida em 2002 no
Fundo Cênico: as árvores, os coqueiros e as estruturas existentes é calçada e a R. Ocidental de Baixo não é Plano como AEIS do Passo da Pátria. No
Hidrologia: pouco exposto às inundações e no terreno, o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentada. entanto, a área segue não regulamentada,
aos deslizamentos. pavimentos, a linha férrea, a ETE do Baldo e alguns edifícios de mesmo após a criação da Lei Complementar
alto gabarito, as árvores e a torre de comunicação, no entorno. Nº44, de 23 de dezembro de 2002 (PAIVA,
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). 2018).

Quadro 7 – Ficha dos atributos do espaço livre 06


ESPAÇO LIVRE 06 Av. Gov. Juvenal Lamartine | Av. Gov. Rafael Fernandes Praça Rio Grande do Norte

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbustiva e gramíneas. Fundo Cênico: a vegetação da praça, o canal e o viaduto do Baldo, Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável,
o posteamento da rua, as instalações da ETE do Baldo e da Lamartine é coletora, asfaltada e com com coeficiente de aproveitamento máximo
Hidrologia: pouco exposto às inundações e COSERN com a torre de comunicação, algumas edificações de 1 a grande capacidade de tráfego. E a Av. Gov. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. 3 pavimentos, edifícios de alto gabarito e as árvores no entorno. Rafael Fernandes, é local, asfaltada e com metros.
boa capacidade de tráfego.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

90
Quadro 8 – Ficha dos atributos do espaço livre 07
ESPAÇO LIVRE 07 Av. Gov. Juvenal Lamartine | Av. Gov. Rafael Fernandes Canal do Baldo

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (médio e grande porte), Elementos cênicos: o Canal do Baldo e sua vegetação. Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. Lamartine é coletora, asfaltada e com com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: a vegetação e o canal do espaço, o viaduto do grande capacidade de tráfego. E a Av. Gov. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e Baldo, o posteamento da rua, as instalações da ETE do Baldo e da Rafael Fernandes, é local, asfaltada e com metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos COSERN com a torre de comunicação, algumas edificações de 1 a boa capacidade de tráfego.
alagamentos. 3 pavimentos, edifícios de alto gabarito e as árvores no entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). Marco Histórico: o Canal do Baldo.

Quadro 9 – Ficha dos atributos do espaço livre 08


ESPAÇO LIVRE 08 Av. Gov. Juvenal Lamartine, Cidade Alta Canteiro central da Av. Gov. Juvenal Lamartine

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (médio e grande porte), Elementos cênicos: a vegetação do canteiro. Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. Lamartine é coletora, asfaltada e com com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: a vegetação do canteiro, o viaduto do Baldo, o grande capacidade de tráfego. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e posteamento da rua, as instalações da ETE do Baldo e da metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos COSERN com a torre de comunicação, algumas edificações de 1 a
alagamentos. 3 pavimentos, edifícios de alto gabarito e as árvores no entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

91
Quadro 10 – Ficha dos atributos do espaço livre 09
ESPAÇO LIVRE 09 Av. Rio Branco | R. Cap. Silveira Barreto | R. Mermoz Canteiro entre a Av. Rio Branco e a Rua Mermoz

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: a vegetação do canteiro. Acessibilidade alta. A Av. Rio Branco é A área está localizada em zona adensável,
grande porte) e gramíneas. estrutural, asfaltada e com grande com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores do canteiro, o posteamento da rua, o capacidade de tráfego. A Rua Mermoz é de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e viaduto do Baldo, as edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos e coletora e asfaltada. E a R. Cap. Silveira metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos alguns edifícios de médio e alto gabarito, as árvores e a torre de Barreto é local e asfaltada.
alagamentos. comunicação, no entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 11 – Ficha dos atributos do espaço livre 10


ESPAÇO LIVRE 10 Av. Rio Branco | Av. Deodoro da Fonseca | R. Mermoz Canteiro da Rua Mermoz

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (médio e grande porte) e Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade alta. As vias (Av. Rio Branco A área está localizada em zona adensável,
gramíneas. e Av. Deodoro da Fonseca) são estruturais, com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores do canteiro, o posteamento da rua, o asfaltadas e com grande capacidade de de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e viaduto do Baldo, as edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos e tráfego. E a Rua Mermoz é coletora e metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos alguns edifícios de médio e alto gabarito, as árvores e os coqueiros asfaltada.
alagamentos. no entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

92
Quadro 12 – Ficha dos atributos do espaço livre 11
ESPAÇO LIVRE 11 Av. Rio Branco | Av. Deodoro da Fonseca | R. Mermoz Praça Carlos Gomes

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade alta. As vias (Av. Rio Branco A área está localizada em zona adensável,
grande porte), arbustiva e gramíneas. e Av. Deodoro da Fonseca) são estruturais, com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores da praça, o posteamento da rua, o asfaltadas e com grande capacidade de de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e viaduto do Baldo, as edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos e tráfego. E a Rua Mermoz é coletora e metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos alguns edifícios de médio e alto gabarito, as árvores e a torre de asfaltada.
alagamentos. comunicação, no entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 13 – Ficha dos atributos do espaço livre 12


ESPAÇO LIVRE 12 R. Meira e Sá | R. Cel. José Bernardo | R. Olinto Meira Praça Alm. Marquês de Tamandaré

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea de grande porte, Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade alta. As vias (R. Meira e Sá, A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. R. Cel. José Bernardo e R. Olinto Meira) com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores, os quiosques e o mobiliário da praça, o são estruturais, asfaltadas e com grande de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e posteamento da rua, o viaduto do Baldo, as edificações vizinhas de capacidade de tráfego. metros.
aos deslizamentos. 1 a 3 pavimentos e alguns edifícios de médio e alto gabarito, as
árvores e a torre de comunicação, no entorno.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

93
Quadro 14 – Ficha dos atributos do espaço livre 13
ESPAÇO LIVRE 13 Av. Deodoro da Fonseca | R. Ernani da Silveira Espaço livre sob o Viaduto do Baldo

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Pouca cobertura vegetal Fundo Cênico: o muro e a cerca existentes, o canal e o viaduto do Acessibilidade alta. As vias que contornam A área está localizada em zona adensável,
(gramíneas). Baldo, o posteamento da rua, as edificações de 1 a 3 pavimentos, o espaço são asfaltadas. A Av. Deodoro da com coeficiente de aproveitamento máximo
os edifícios de médio e alto gabarito, e as árvores e coqueiros do Fonseca é estrutural e possui grande de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e entorno. capacidade de tráfego. E a Rua Ernani da metros.
aos deslizamentos. Silveira é local.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 15 – Ficha dos atributos do espaço livre 14


ESPAÇO LIVRE 14 Rua Olinto Meira, s/n, Barro Vermelho Terreno murado com portão e outdoors

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea de pequeno porte, Elementos cênicos: o relevo acidentado do terreno. Acessibilidade alta. A Rua Olinto Meira é A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. estrutural, asfaltada e com grande com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: o posteamento da rua, o viaduto do Baldo, as capacidade de tráfego. E a Rua Afrânio de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos e alguns edifícios de Peixoto é local e calçada. metros.
aos deslizamentos. médio e alto gabarito, as árvores e as torres de comunicação, no
entorno.
Declividade: 11 a 20% (média declividade).

94
Quadro 16 – Ficha dos atributos do espaço livre 15
ESPAÇO LIVRE 15 Av. Deodoro da Fonseca | Av. Gov. Juvenal Lamartine | Rua Mermoz Espaço livre sob o Viaduto do Baldo

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: a vegetação do espaço. Acessibilidade alta. As vias que contornam A área está localizada em zona adensável,
grande porte) e gramíneas. o canteiro são asfaltadas. A Av. Deodoro com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: as árvores, algumas construções, o ecoponto da da Fonseca é estrutural e possui grande de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e urbana e o muro e cerca existentes no espaço, o posteamento da capacidade de tráfego. A Rua Mermoz é metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos rua, as edificações de 1 a 3 pavimentos, os edifícios de médio e coletora com capacidade de tráfego média,
alagamentos. alto gabarito, o canal e o viaduto do Baldo, e as árvores e já a Av. Gov. Juvenal Lamartine, também
coqueiros do entorno. coletora, possui grande capacidade de
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). tráfego.

Quadro 17 – Ficha dos atributos do espaço livre 16


ESPAÇO LIVRE 16 Rua Meira e Sá, s/n, Barro Vermelho Pista de treino de Centro de Formação de Condutores

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: não possui cobertura vegetal. Fundo Cênico: o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 Acessibilidade alta. A Rua Meira e Sá é A área está localizada em zona adensável,
a 2 pavimentos e os edifícios de médio e alto gabarito, as árvores estrutural, asfaltada e sua capacidade de com coeficiente de aproveitamento máximo
Hidrologia: pouco exposto às inundações e e as torres de comunicação, ao fundo. tráfego é média. E a Rua Afrânio Peixoto é de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. local e calçada. metros.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

95
Quadro 18 – Ficha dos atributos do espaço livre 17
ESPAÇO LIVRE 17 Rua Dr. Serquiz Farkatt, s/n, Barro Vermelho Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbustiva e gramíneas. Elementos cênicos: o relevo levemente acidentado do terreno. Acessibilidade baixa. As vias de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
terreno são locais, sendo as ruas Afrânio com coeficiente de aproveitamento máximo
Hidrologia: pouco exposto às inundações e Fundo Cênico: o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 Peixoto e Dr. Serquiz Farkatt calçadas e a de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. a 3 pavimentos, o prédio vizinho de 6 pavimentos, os edifícios de rua Ernani da Silveira asfaltada. metros.
alto gabarito e as árvores e coqueiros do entorno.
Declividade: 11 a 20% (média declividade).

Quadro 19 – Ficha dos atributos do espaço livre 18


ESPAÇO LIVRE 18 Av. Deodoro da Fonseca | Av. Gov. Juvenal Lamartine | R. Des. Régulo Tinoco Canal do Baldo

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: o Canal do Baldo e sua vegetação. Acessibilidade alta. As vias que contornam A área está localizada em zona
grande porte), arbustiva e gramíneas. o canteiro são asfaltadas. A Av. Deodoro adensável, com coeficiente de
Fundo Cênico: a vegetação, o canal, o guarda-corpo, as peças da Fonseca é estrutural e possui grande aproveitamento máximo de 5,0 e gabarito
Hidrologia: pouco exposto às inundações e publicitárias e o muro e cerca do espaço, o viaduto do Baldo, o capacidade de tráfego. A Av. Gov. Juvenal máximo permitido de 140 metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos posteamento da rua e as edificações de 1 a 3 pavimentos, os edifícios Lamartine é coletora com grande
alagamentos. de médio e alto gabarito, as árvores e os coqueiros do entorno. capacidade de tráfego. E a Rua Des.
Régulo Tinoco é coletora e sua capacidade
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). Marco Histórico: o Canal do Baldo. de tráfego é média.

96
Quadro 20 – Ficha dos atributos do espaço livre 19
ESPAÇO LIVRE 19 R. Ernani da Silveira | Av. Gov. Juvenal Lamartine | R. Des. Régulo Tinoco Canteiro entre a Av. Gov. Juvenal Lamartine e a R. Ernani da Silveira

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea de pequeno porte, Elementos cênicos: a vegetação do canteiro. Acessibilidade média. As vias que A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. contornam o canteiro são asfaltadas. A Av. com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: a vegetação, o posteamento da rua, as edificações Gov. Juvenal Lamartine é coletora com de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e de 1 a 3 pavimentos, os edifícios de médio e alto gabarito, o canal grande capacidade de tráfego. A Rua Des. metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos e o viaduto do Baldo, as árvores e coqueiros do entorno. Régulo Tinoco é coletora e sua capacidade
alagamentos. de tráfego é média. E a Rua Ernani da
Silveira é local.
Declividade: 11 a 20% (média declividade).

Quadro 21 – Ficha dos atributos do espaço livre 20


ESPAÇO LIVRE 20 Av. Gov. Juvenal Lamartine | Rua José de Alencar | Rua Mermoz Canteiro lateral da Av. Gov. Juvenal Lamartine

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (médio e grande porte) e Elementos cênicos: as árvores e os coqueiros do canteiro. Acessibilidade média. As vias que A área está localizada em zona adensável,
gramíneas. contornam o canteiro são asfaltadas e com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: a vegetação do canteiro, o posteamento da rua, as coletoras. A capacidade de tráfego das de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e edificações de 1 a 3 pavimentos, os edifícios de médio e alto Ruas José de Alencar e Mermoz é média, metros.
aos deslizamentos. gabarito, o viaduto do Baldo e as árvores e coqueiros do entorno. já a da Av. Gov. Juvenal Lamartine é alta.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

97
Quadro 22 – Ficha dos atributos do espaço livre 21
ESPAÇO LIVRE 21 Rua José de Alencar | Rua Mermoz Praça Tauapiranga

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: a vegetação da praça. Acessibilidade média. As vias que A área está localizada em zona adensável,
porte), arbustiva e gramíneas. contornam a praça (Rua José de Alencar e com coeficiente de aproveitamento máximo
Fundo Cênico: a vegetação da praça, o posteamento da rua, as Rua Mermoz) são asfaltadas, coletoras e de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e edificações de 1 a 3 pavimentos, os edifícios de médio e alto com capacidade de tráfego média. metros.
aos deslizamentos. gabarito e as árvores e coqueiros do entorno.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 23 – Ficha dos atributos do espaço livre 22


ESPAÇO LIVRE 22 Rua Manoel García de Oliveira, s/n, Barro Vermelho Terreno murado

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: pouca cobertura vegetal Fundo Cênico: o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
(gramíneas). a 2 pavimentos, os edifícios de médio e alto gabarito e as árvores terreno, Rua Manoel García de Oliveira, é com coeficiente de aproveitamento máximo
e coqueiros do entorno. local e calçada. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e metros.
aos deslizamentos. Mas exposto aos
alagamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

98
Quadro 24 – Ficha dos atributos do espaço livre 23
ESPAÇO LIVRE 23 Rua Alonso de Almeida, s/n, Barro Vermelho Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: gramíneas. Fundo Cênico: o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 Acessibilidade baixa. As vias de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
a 2 pavimentos, os edifícios de médio e alto gabarito e as árvores terreno (Rua Alonso de Almeida e Rua com coeficiente de aproveitamento máximo
Hidrologia: pouco exposto às inundações e do entorno. Manoel García de Oliveira) são locais e de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. Mas exposto aos calçadas. metros.
alagamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 25 – Ficha dos atributos do espaço livre 24


ESPAÇO LIVRE 24 R. José Barreira Lima Verde, s/n, Tirol Terreno com muro e cerca de arame farpado

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: pouca cobertura vegetal Fundo Cênico: o terreno com pouca vegetação, o posteamento da Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
(gramíneas). rua, os edifícios de médio e alto gabarito e as árvores ao fundo. terreno, a R. José Barreira Lima Verde, é com coeficiente de aproveitamento máximo de
calçada e local. 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e metros.
aos deslizamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

99
Quadro 26 – Ficha dos atributos do espaço livre 25
ESPAÇO LIVRE 25 R. José Barreira Lima Verde, s/n, Tirol Estacionamento com muro, grade e portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: pouca cobertura vegetal (arbórea Fundo Cênico: o terreno com suas estruturas e pouca vegetação, o Acessibilidade média. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
de pequeno porte e gramíneas). posteamento da rua, os edifícios de alto gabarito e as árvores ao estacionamento, R. José Barreira Lima com coeficiente de aproveitamento máximo de
fundo. Verde, é calçada e local. A outra via que 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e contorna o terreno, a R. Ceará Mirim, é metros.
aos deslizamentos. coletora, asfaltada e com boa capacidade
de tráfego.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 27 – Ficha dos atributos do espaço livre 26


ESPAÇO LIVRE 26 R. Ceará Mirim, s/n, Tirol Estacionamento com muro, grade e portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: pouca cobertura vegetal Fundo Cênico: o terreno com a guarita e pouca vegetação, o Acessibilidade média. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
(gramíneas). posteamento da rua, os edifícios de médio e alto gabarito e a estacionamento, a R. Ceará Mirim, é com coeficiente de aproveitamento máximo de
árvore ao fundo. coletora, asfaltada e com boa capacidade 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e de tráfego. A outra via que contorna o metros.
aos deslizamentos. terreno, a R. José Barreira Lima Verde, é
calçada e local.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

100
Quadro 28 – Ficha dos atributos do espaço livre 27
ESPAÇO LIVRE 27 R. José Barreira Lima Verde, s/n, Tirol Terreno murado

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: pouca cobertura vegetal Fundo Cênico: o terreno com rala vegetação, o posteamento da Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
(gramíneas). rua, os edifícios de médio e alto gabarito e as árvores ao fundo. terreno, a R. José Barreira Lima Verde, é com coeficiente de aproveitamento máximo de
calçada e local. 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e metros.
aos deslizamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 29 – Ficha dos atributos do espaço livre 28


ESPAÇO LIVRE 28 R. José Barreira Lima Verde, s/n, Tirol Terreno murado com portão e cerca elétrica

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: gramíneas. Fundo Cênico: o terreno com pouca vegetação, as edificações Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
vizinhas, os edifícios de médio e alto gabarito, as árvores ao fundo terreno, a R. José Barreira Lima Verde, é com coeficiente de aproveitamento máximo de
Hidrologia: pouco exposto às inundações e e o coqueiro. calçada e local. 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. metros.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

101
Quadro 30 – Ficha dos atributos do espaço livre 29
ESPAÇO LIVRE 29 Rua Afrânio Peixoto, s/n, Barro Vermelho Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade média. As vias de acesso A área está localizada em zona adensável,
porte), arbustiva e gramíneas. são a Rua Desembargador Régulo Tinoco com coeficiente de aproveitamento máximo de
Fundo Cênico: a vegetação do terreno, o posteamento da rua, as (coletora, asfaltada e sua capacidade de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos, os edifícios de médio e tráfego é média) e a Rua Afrânio Peixoto, metros.
aos deslizamentos. alto gabarito e as árvores do entorno. que é local e calçada.

Declividade: 11 a 20% (média declividade).

Quadro 31 – Ficha dos atributos do espaço livre 30


ESPAÇO LIVRE 30 Av. Prudente de Morais | Av. Gov. Juvenal Lamartine | R. Des. Régulo Tinoco Canal do Baldo

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: o Canal do Baldo e sua vegetação. Acessibilidade alta. As vias que contornam A área está localizada em zona adensável,
grande porte), arbustiva e gramíneas. o canteiro são asfaltadas. A Av. Prudente com coeficiente de aproveitamento máximo de
Fundo Cênico: a vegetação, o canal e o guarda-corpo do canteiro, de Morais é estrutural e possui grande 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e o posteamento da rua, algumas edificações de 1 a 3 pavimentos, capacidade de tráfego. A Av. Gov. Juvenal metros.
aos deslizamentos. os edifícios de médio e alto gabarito, as árvores e coqueiros do Lamartine é coletora com grande
entorno e a subestação de energia com a torre de comunicação. capacidade de tráfego. E a Rua Des.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). Régulo Tinoco é coletora e sua capacidade
Marco Histórico: o Canal do Baldo. de tráfego é média.

102
Quadro 32 – Ficha dos atributos do espaço livre 31
ESPAÇO LIVRE 31 Av. Gov. Juvenal Lamartine, s/n, Tirol Terreno delimitado por cercas de arame farpado

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio porte) Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade média. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável,
e gramíneas. terreno, a Av. Gov. Juvenal Lamartine, é com coeficiente de aproveitamento máximo de
Fundo Cênico: o terreno com as árvores de pequeno e médio asfaltada, coletora e com grande 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e porte, o posteamento da rua e os edifícios de médio e alto capacidade de tráfego. metros.
aos deslizamentos. gabarito.

Declividade: 11 a 20% (média declividade).

Quadro 33 – Ficha dos atributos do espaço livre 32


ESPAÇO LIVRE 32 Av. Prudente de Morais, s/n, Tirol Espaço livre sem uso definido

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio porte) Elementos cênicos: a vegetação do terreno. Acessibilidade alta. A Av. Prudente de A área está localizada em zona adensável,
e gramíneas. Morais é estrutural, asfaltada e com grande com coeficiente de aproveitamento máximo de
Fundo Cênico: composto pela vegetação do terreno, pelo capacidade de tráfego. 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e posteamento e sinalização da rua, pela edificação vizinha, pela metros.
aos deslizamentos. subestação de energia e pelos edifícios de alto gabarito, ao fundo.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

103
Quadro 34 – Ficha dos atributos do espaço livre 33
ESPAÇO LIVRE 33 Av. Prudente de Morais, Tirol Canteiro central da Av. Prudente de Morais

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio porte), Elementos cênicos: o relevo levemente acidentado do canteiro e Acessibilidade alta. A Av. Prudente de A área está localizada em zona adensável,
arbustiva e gramíneas. as árvores. Morais é estrutural, asfaltada e com grande com coeficiente de aproveitamento máximo de
capacidade de tráfego. 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
Hidrologia: pouco exposto às inundações e Fundo Cênico: composto pelas árvores do canteiro e das metros.
aos deslizamentos. edificações do entorno, incluindo suas fachadas, pelo posteamento
e sinalização da rua, pela torre de comunicação e pelos edifícios
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). de alto gabarito.

Quadro 35 – Ficha dos atributos do espaço livre 34


ESPAÇO LIVRE 34 Av. Gov. Juvenal Lamartine, s/n, Tirol Espaço livre sem uso definido

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: gramíneas. Fundo Cênico: composto pelo posteamento da rua, a vegetação do Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável, com
terreno vizinho, os edifícios de médio e alto gabarito e a Lamartine, é asfaltada, coletora e com coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
Hidrologia: pouco exposto às inundações e subestação de energia. grande capacidade de tráfego, já a Rua Dr. gabarito máximo permitido de 140 metros.
aos deslizamentos. Nizário Gurgel é local e calçada.

Declividade: 11 a 20% (média declividade).

104
Quadro 36 – Ficha dos atributos do espaço livre 35
ESPAÇO LIVRE 35 R. Ilíria Tavares Galvão, 978, Tirol Área de lazer do Condomínio Residencial Pôr do Sol

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Pouca cobertura vegetal (arbórea Fundo Cênico: as árvores, as grades e as estruturas existentes no Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável, com
de pequeno porte e gramíneas). terreno, o posteamento da rua, os edifícios de médio e alto terreno, Rua Ilíria Tavares Galvão, é local e coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
gabarito e as árvores e palmeiras do entorno. calçada. gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e
aos deslizamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 37 – Ficha dos atributos do espaço livre 36


ESPAÇO LIVRE 36 Av. Gov. Juvenal Lamartine | R. Ilíria Tavares Galvão Praça Ecológica do Pôr do Sol

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: a vegetação do parque. Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável, com
porte), arbustiva e gramíneas. Lamartine, é asfaltada, coletora e com coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
Fundo Cênico: a vegetação da praça, o mobiliário e o quiosque do grande capacidade de tráfego. E a Rua Ilíria gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e parque Ney Aranha, o posteamento da rua, os edifícios de médio e Tavares Galvão é local e calçada.
aos deslizamentos. alto gabarito, as árvores, coqueiros e palmeiras do entorno e a
subestação de energia com a torre de comunicação.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

105
Quadro 38 – Ficha dos atributos do espaço livre 37
ESPAÇO LIVRE 37 Av. Gov. Juvenal Lamartine | R. Ilíria Tavares Galvão | Rua Palmira Carlos Rego Parque Ney Aranha Marinho

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: arbórea (pequeno, médio e Elementos cênicos: o Canal do Baldo e a vegetação do parque. Acessibilidade média. A Av. Gov. Juvenal A área está localizada em zona adensável, com
grande porte), arbustiva e gramíneas. Lamartine, é asfaltada, coletora e com coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
Fundo Cênico: a vegetação, o canal, o mobiliário e o quiosque do grande capacidade de tráfego. E as Ruas gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e parque, o posteamento da rua, os edifícios de médio e alto Ilíria Tavares Galvão e Palmira Carlos Rego
aos deslizamentos. gabarito, as árvores e coqueiros do entorno e a subestação de são locais e calçadas.
energia com a torre de comunicação.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).
Marco Histórico: o Canal do Baldo.

Quadro 39 – Ficha dos atributos do espaço livre 38


ESPAÇO LIVRE 38 R. Desembargador Régulo Tinoco, s/n, Tirol Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno, médio e Fundo Cênico: as árvores do terreno, o posteamento da rua, as Acessibilidade média. A Rua Des. Régulo A área está localizada em zona adensável, com
grande porte) e gramíneas. edificações vizinhas de 1 a 2 pavimentos, os edifícios de alto Tinoco é coletora, asfaltada e sua coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
gabarito, as árvores e os coqueiros ao fundo. capacidade de tráfego é média. gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e
aos deslizamentos.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

106
Quadro 40 – Ficha dos atributos do espaço livre 39
ESPAÇO LIVRE 39 R. Palmira Carlos Rego, s/n, Tirol Espaço livre sem uso definido

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: o relevo levemente acidentado e a vegetação Acessibilidade baixa. A via de acesso ao A área está localizada em zona adensável, com
porte), arbustiva e gramíneas. do terreno. terreno, Rua Palmira Carlos Rego, é local e coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
calçada. gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e Fundo Cênico: as árvores do terreno, o posteamento da rua e os
aos deslizamentos. edifícios de médio e alto gabarito, as árvores e os coqueiros, ao
fundo.
Declividade: 11 a 20% (média declividade).

Quadro 41 – Ficha dos atributos do espaço livre 40


ESPAÇO LIVRE 40 Av. Gov. Juvenal Lamartine, s/n, Tirol Terreno murado com portão

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio Elementos cênicos: o relevo irregular e a vegetação do terreno. Acessibilidade alta. As vias de acesso ao A área está localizada em zona adensável, com
porte), arbustiva e gramíneas. terreno são asfaltadas e com grande coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
Fundo Cênico: o terreno com suas árvores, os coqueiros e as capacidade de tráfego. A Av. Prudente de gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e árvores do entorno, o posteamento da rua, os edifícios de médio e Morais é estrutural e a Av. Gov. Juvenal
aos deslizamentos. alto gabarito e a subestação de energia com a torre de Lamartine é coletora.
comunicação.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

107
Quadro 42 – Ficha dos atributos do espaço livre 41
ESPAÇO LIVRE 41 Av. Rodrigues Alves, Tirol Cidade da Criança

(Google Maps, 2022) (https://www.instagram.com/cidadedacriancanatal)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio porte) e Elementos cênicos: as árvores e a Lagoa Manoel Felipe. Acessibilidade alta. Vias de acesso ao terreno A área está localizada em zona adensável, com
gramíneas. são asfaltadas e com grande capacidade de coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
Fundo Cênico: composto pelas árvores, pela lagoa e pelo mobiliário do tráfego. A Av. Prudente de Morais é estrutural e gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e aos parque, em primeiro plano, e por edifícios de alto gabarito. a Av. Rodrigues Alves é coletora.
deslizamentos.
Marco Histórico: a própria Cidade da Criança (tombada a nível estadual)
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade). com a Lagoa Manoel Felipe.

Quadro 43 – Ficha dos atributos do espaço livre 42


ESPAÇO LIVRE 42 Av. Prudente de Morais, Tirol Canteiro central da Av. Prudente de Morais

(Google Maps, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: Arbórea (pequeno e médio porte), Elementos cênicos: o relevo levemente acidentado do canteiro e as Acessibilidade alta. A Av. Prudente de Morais é A área está localizada em zona adensável, com
arbustiva e gramíneas. árvores. estrutural, asfaltada e com grande capacidade coeficiente de aproveitamento máximo de 5,0 e
de tráfego. gabarito máximo permitido de 140 metros.
Hidrologia: pouco exposto às inundações e aos Fundo Cênico: composto pelas árvores do canteiro e das edificações do
deslizamentos. entorno, incluindo suas fachadas, pelo posteamento e sinalização da rua
e pelos edifícios de alto gabarito.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

108
Quadro 44 – Ficha dos atributos do espaço livre 43
ESPAÇO LIVRE 43 Rua Alberto Maranhão, 569, Tirol Espaço livre sem uso definido

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS ATRIBUTOS
ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO
DO SUPORTE BIOFÍSICO PERCEPTIVOS
Vegetação: não possui cobertura vegetal. Fundo Cênico: o posteamento da rua, as edificações vizinhas de 1 Acessibilidade média. A Rua Alberto A área está localizada em zona adensável,
a 2 pavimentos, os edifícios de alto gabarito e algumas árvores no Maranhão é coletora, asfaltada e sua com coeficiente de aproveitamento máximo
Hidrologia: pouco exposto às inundações e entorno. capacidade de tráfego é média. de 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. metros.

Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

Quadro 45 – Ficha dos atributos do espaço livre 44


ESPAÇO LIVRE 44 Av. Prudente de Morais, 1126, Tirol Estacionamento

(Google Maps, 2022) (Acervo da autora, 2022)

ATRIBUTOS DO SUPORTE BIOFÍSICO ATRIBUTOS PERCEPTIVOS ACESSIBILIDADE VÍNCULOS DE PLANEJAMENTO


Vegetação: não possui cobertura vegetal. Fundo Cênico: as edificações vizinhas de 1 a 3 pavimentos, o Acessibilidade alta. A Av. Prudente de A área está localizada em zona adensável,
posteamento da rua, os edifícios de médio e alto gabarito e as Morais é estrutural, asfaltada e com grande com coeficiente de aproveitamento máximo de
Hidrologia: pouco exposto às inundações e árvores no entorno. capacidade de tráfego. E a Rua Alberto 5,0 e gabarito máximo permitido de 140
aos deslizamentos. Maranhão é coletora, asfaltada e sua metros.
capacidade de tráfego é média.
Declividade: 0 a 10% (baixa declividade).

109
Com essas informações, os espaços puderam ser classificados em espaços
âncora, espaços de referência e demais espaços livres, compreendidos segundo
Tardin (2008) como:

▪ Espaços âncora: são bem avaliados com respeito aos atributos biofísicos e
que possuem uma notável significação visual, embora possam apresentar
distintos graus de acessibilidade. Por suas características e pela extensão
que ocupam, constituem espaços-chave do sistema;
▪ Espaços de referência: são aqueles que obtiveram uma avaliação mediana
com relação aos atributos do suporte biofísico e perceptivos. Isto indica que
são espaços que podem possuir a cobertura vegetal menos preservada, ou
sem vegetação, sendo medianas ou baixas as possibilidades de sofrerem
risco de inundação, deslizamento ou desmoronamento;
▪ Demais espaços livres: são espaços sem atributos biofísicos e perceptivos
relevantes, com alta probabilidade de ocupação, sobretudo se possuem uma
boa acessibilidade.

As informações levantadas e a análise dos espaços livres possibilitaram sua


classificação. Os espaços 3, 16, 17, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 35, 43 e 44 possuem
pouca ou nenhuma cobertura vegetal, não apresentam atributos perceptivos
significativos e, além disso, alguns já possuem uso estabelecido (3, 16, 25, 26, 35 e
44). Portanto, como não apresentam óbices à ocupação urbana, esses espaços foram
classificados como demais espaços livres.

Já os espaços 1, 7, 13, 15, 18, 30, 37 e 41, apresentam boa cobertura vegetal
e notáveis atributos perceptivos, que se destacam em relação ao entorno,
configurando-se em espaços de características ímpares. Em função disso, torna-se
necessário sua proteção frente à ocupação urbana. Dessa forma, foram classificados
como espaços âncora.

Quanto aos espaços restantes, seus atributos perceptivos não são notáveis,
mas apresentam, no geral, boa cobertura vegetal. Ademais, muitos já desempenham
função no espaço urbano (canteiros, praças e parques) e os demais, por sua cobertura
vegetal e sua relação aos demais espaços, também podem desempenham funções
importantes de forma a contribuir para o sistema e para a cidade em si, além de alguns

110
serem suscetíveis a alagamentos, tornando necessária sua proteção, portanto, foram
classificados como espaços referência, mantendo-os livres.

Os espaços encontrados foram divididos em 8 espaços âncora, 23 espaços de


referência e 13 classificados como demais espaços livres, seguindo a distribuição
ilustrada no Mapa 6. Contudo, como este trabalho objetiva a elaboração de diretrizes
para um sistema de espaços livres públicos, foi preciso fazer um recorte dos espaços
levantados, selecionando apenas os públicos, classificados como espaços âncoras e
de referência, por serem mais qualificados para constituir um sistema e se manter
livres da ocupação. Assim, a seleção resultou em 8 espaços âncora e 15 espaços de
referência, indicados no Mapa 7.

A seleção inclui os espaços referentes ao canal do Baldo e a Lagoa Manoel


Felipe (Cidade da Criança, Parque Ney Aranha Marinho, canteiros da Av. Gov.
Juvenal Lamartine, considerando o espaço sob o viaduto, e o trecho no Passo da
Pátria), classificados como espaços âncoras. Também inclui alguns canteiros, praças
(Praças Ecológica do Pôr do Sol, Tauapiranga, Alm. Marquês de Tamandaré, Carlos
Gomes, Rio Grande do Norte e do Passo da Pátria) e dois espaços sem uso definido,
classificados como espaços de referência.

111
Mapa 6 - Classificação dos espaços livres identificados

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Demais espaços livres

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FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 112
Mapa 7 - Classificação dos espaços livres selecionados

I
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CLASSIFICAÇÃO DOS

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Espaços referência

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HÃO

FONTE
CAERN 2005
ANUÁRIO NATAL 2021 113
4 DIRETRIZES E AÇÕES PARA O CANAL DO BALDO E SEU ENTORNO

Com os espaços livres públicos selecionados, neste capítulo, serão elencados


os problemas e as potencialidades identificados, de forma a sintetizar o diagnóstico
da área para, assim, propor diretrizes e ações que ordenarão o sistema de espaços
livres.

4.1 PROBLEMAS E POTENCIALIDADES

Antes de definir as diretrizes para os espaços livres selecionados, é necessário


levantar os problemas e as potencialidades da área com base nas informações
constantes da análise desenvolvida no capítulo anterior.

Problemas Potencialidades
A falta de área permeável ao redor do Facilidade de acesso à área e sua
canal, contornado por vias asfaltadas. conexão às outras partes da cidade.
Falta de conexão (permeabilidade Existência de bons equipamentos
visual) entre o canal e a Lagoa Manoel (Parque Ney Aranha Marinho e Cidade
Felipe, impedindo a assimilação da da Criança) com boa infraestrutura e bem
relação entre os corpos d’água. utilizados pela população.
Falta de conexão dos trechos do Os elementos naturais incorporados à
canal, separados por vias, o que paisagem: a água do canal e a vegetação
fragiliza sua identidade e sua dos espaços livres, incluindo o rio
importância como elemento de Potengi que pode ser visto a partir do
destaque na cidade. canal no Passo da Pátria.
Problemas na infraestrutura da maioria Visuais abrangentes a partir dos espaços
dos espaços livres públicos, como livres que favorecem a apreensão e a
iluminação insuficiente em alguns apreciação da paisagem.
pontos, falta de mobiliário e
manutenção da vegetação, da
pavimentação e da estrutura do canal
em alguns trechos.

114
O trecho do canal localizado sob o Existência de muitos espaços livres
viaduto não é acessível à população. distribuídos pela área.
Distanciamento da população com o Diversidade de usos na área contribuindo
corpo d’água (Baldo). para a vitalidade urbana.

4.2 DIRETRIZES

Com base nas informações levantadas e das análises produzidas, foram


definidas diretrizes para a ordenação dos espaços livres públicos como um sistema,
objetivando a manutenção e o desenvolvimento com máximo aproveitamento dos
atributos identificados, além de servir como guia para futuras intervenções no espaço.
A composição do sistema também tem como objetivo relacionar esses espaços com
seu entorno, para associar o canal ao restante da cidade e, assim, estimular a
vitalidade urbana ao prover a cidade de espaços mais qualificados e incentivando a
sua apropriação pela população.

A seguir estão apresentadas as diretrizes.

Diretrizes projetuais:

▪ Promoção de conexão (permeabilidade física e visual) entre os espaços


livres, onde for possível;
▪ Requalificação dos espaços que apresentam aspectos de abandono;
▪ Ampliação da área permeável nos pontos de alagamentos, através da
substituição da pavimentação por materiais mais permeáveis;
▪ Manutenção da visibilidade das características visuais mais relevantes das
paisagens;
▪ Promoção de espaços que possibilitem o contato próximo da população com
as águas do canal.

Diretrizes de gestão urbana:

▪ Proteção e manutenção dos processos e elementos naturais (vegetação e


corpos d’água), incluindo a despoluição das águas;

115
▪ Limitação da ocupação dos espaços livres, de modo a preservar a
permeabilidade do solo necessária à manutenção dos processos naturais;
▪ Regulamentação da AEIS da comunidade do Passo da Pátria para contribuir
para o bom funcionamento do sistema de espaços livres e para assegurar a
permanência da comunidade na área;
▪ Incentivo às atividades comerciais, de forma a estimular a promoção de
oportunidades de emprego;
▪ Promoção de atividades voltadas para a temática de educação ambiental;
▪ Promoção de políticas de assistência social em benefício às pessoas em
situação de vulnerabilidade social.

4.3 AÇÕES

Seguindo as diretrizes estabelecidas, as ações propostas para os espaços


livres estão explanadas a seguir e espacializadas no Mapa 8.

1. Escalonamento da estrutura de contenção de trechos do canal (espaços 7,


18 e 30), com inserção de vegetação para filtrar, drenar e reduzir a
velocidade do fluxo das águas pluviais;
2. Ampliação e melhoria das margens do canal no Passo da Pátria (espaço 1)
criando um espaço de controle para impedir a ocupação, aumentando a
cobertura vegetal, inserindo jardins de chuva no encontro com as vias que
margeiam o canal, para reter as águas pluviais e as liberar lentamente
(Figura 42), além de passeio com piso drenante, seguindo o contorno do
canal, pontes acessíveis interligando as margens e mobiliário (bancos,
lixeiras, postes de iluminação e jardineiras). As construções localizadas nas
margens do canal devem ser realocadas para o entorno próximo;

116
Figura 42 – Jardim de chuva.

Fonte: Prefeitura do Rio, 2021.

3. Melhoria na estrutura da Praça do Passo da Pátria (espaço 2), com a


inserção de árvores de pequeno e médio porte e cobertura vegetal
(arbustos e gramíneas) onde o solo está exposto, manutenção do piso e da
quadra esportiva e inclusão de mobiliário (mesas com bancos, postes de
iluminação, lixeiras, jardineiras, parque infantil e academia ao ar livre);
4. Para os espaços 6 e 7, propõe-se a adequação da vegetação existente e
sua manutenção constante, a troca da pavimentação do passeio, que está
desgastada, por um piso drenante, e a inserção de biovaletas, de acordo
com o esquema da Figura 43, na separação entre o passeio e a pista de
rolamento de veículos, para absorver e infiltrar as águas pluviais. Além
disso, na Praça Rio Grande do Norte, propõe-se a inclusão de mobiliário
como bancos, postes de iluminação, lixeiras e jardineiras;

117
Figura 43 – Biovaletas.

Fonte: Ana Kleba, 2021.

5. Para os canteiros (espaços 8, 9, 10, 19, 33 e 42), propõe-se a inserção de


árvores de portes diferentes e cobertura vegetal (arbustos e gramíneas)
onde o solo está exposto, além da troca da pavimentação dos passeios
existentes, que está desgastada, por um piso drenante. Nos espaços 8, 33
e 42, que são canteiros mais estreitos, propõe-se a inserção de biovaletas
e, para os espaços 9, 10 e 19, a inclusão de jardins de chuva e mobiliário
urbano (bancos, postes de iluminação, lixeiras e floreiras). Especificamente
para o espaço 19, propõe-se também a inserção de parque infantil, espaço
pet (Figura 44) e academia ao ar livre.

118
Figura 44 – Espaço pet.

Fonte: Daniel Nápoli, 2020.

6. Para as praças Almirante Marquês de Tamandaré, Carlos Gomes e


Tauapiranga, propõe-se a inserção de árvores de portes diferentes e
cobertura vegetal (arbustos e gramíneas) onde o solo está exposto, além
da troca da pavimentação dos passeios existentes, que está desgastada,
por um piso drenante. Para criar outros caminhos que atravessam a área
das praças em diferentes direções, é preciso minimizar os desníveis dos
pisos através de rampas. Também se propõe a inclusão de jardins de chuva
e mobiliário urbano (bancos, mesas, postes de iluminação, lixeiras e
floreiras). Para além desses, propõe-se para a praça Alm. Marquês de
Tamandaré a inserção de parque infantil, espaço pet, academia ao ar livre
e faixa elevada, como a da Figura 45, interligando os dois trechos da praça
separados por uma via, e, para a praça Carlos Gomes, parque infantil e
quiosque.

119
Figura 45 – Faixa elevada.

Fonte: Betonart.

7. Conexão dos espaços localizados entre a R. Des. Régulo Tinoco e a Rua


Mermoz, através da substituição da pavimentação por piso drenante e
elevação da via para conectar os espaços, criando uma identidade para
área e melhorando a drenagem;
8. É proposto, para o espaço 20, a inserção de árvores de portes diferentes e
arbustos, mobiliário (bancos, postes de iluminação, lixeiras e jardineiras),
caminhos com piso drenante, jardins de chuva, ponto de apoio para
ciclistas (paraciclos, bebedouro, área de lavagem de bicicleta e oficina para
pequenos reparos), posto de policiamento e uma área livre para realizações
de eventos, atividades recreativas, educativas e possibilitar a utilização do
espaço para alugar brinquedos, como acontece no Parque Ney Aranha
Marinho, sendo parte desta área pavimentada com piso drenante;
9. Abertura do trecho do canal sob o viaduto e suas margens (espaços 13, 15
e 18), retirando o muro existente, tornando o espaço acessível à população
e proporcionando sua proximidade com o curso d’água, expandindo seu
leito, rebaixando e escalonando suas margens, como na Figura 46,
permitindo também a expansão das águas nos casos de alagamento,
funcionando como uma praça alagável (Figura 47). Podem ser inseridos
blocos de pedra ou concreto no leito do canal, como ilustra a Figura 48,
criando caminhos alternativos e atrativos, servindo também como elemento
recreativo. Por ser um espaço que estimula o contato com a água, propõe-
120
se o desenvolvimento de atividades com a temática de educação ambiental
que orientem acerca da conservação e da preservação dos recursos
naturais e outros assuntos relacionados. No local, existe o ecoponto da
Urbana (Companhia de Serviços Urbanos de Natal), logo, a companhia
poderia ser uma parceira nos projetos de educação ambiental. Além disso,
propõe reservar boa parte da área para inserção de jardins de chuva e
inclusão de caminhos com piso drenante. O mobiliário (bancos, lixeiras,
iluminação etc.) deverá suportar os períodos de alagamento. Para
incentivar e diversificar o uso do espaço, estimulando o desenvolvimento
econômico da região através da criação de emprego e incentivo à atividade
comercial, na porção do espaço 15, próximo ao espaço 20, propõe-se uma
praça de alimentação;

Figura 46 – O desenho das margens permite a proximidade das pessoas com o


curso d’água.

Fonte: PINHEIRO, 2018.

121
Figura 47 – Praça alagável.

Fonte: Daniel Médici e Letícia Macedo, 2020.

Figura 48 – Equipamentos atrativos que incorporam a água.

Fonte: Buro Sant en Co/ ArchDaily Brasil, 2016.

122
10. Ampliação do passeio do canteiro central da Av. Gov. Juvenal Lamartine
(espaços 18 e 30), por meio da criação de um piso suspenso para
pedestres para caminhadas, contemplação e outras atividades, como na
Figura 49. O passeio existente será transformado em ciclovia, que se
conecta com a da Av. Gov. Juvenal Lamartine, através da faixa elevada
proposta para interligar o canteiro ao espaço 34, segue o contorno do Canal
até se ligar à ciclofaixa da Av. Deodoro da Fonseca. Esta ciclovia é uma
opção que se distancia do fluxo de veículos da Av. Gov. Juvenal Lamartine
e se aproxima da área verde do canal, em comparação à ciclovia existente.
Ademais, biovaletas são propostas para servir como separação entre o
passeio do canal e a pista de rolamento de veículos, e para absorver e
infiltrar as águas pluviais, reduzindo o contingente de escoamento e
poluentes recebido pelo canal;

Figura 49 – Piso suspenso para pedestres.

Fonte: GORSKI, 2008.

11. Conexão do Parque Ney Aranha Marinho com o trecho do canal, situado
entre a Av. Prudente de Morais e a R. Des. Régulo Tinoco, através de faixa
elevada;

123
12. Troca da pavimentação dos passeios a margem do canal e do parque por
material permeável como o concreto permeável, além da preferência pelo
seu uso nos novos passeios a serem implantados;
13. Para o Parque Ney Aranha Marinho, é importante a manutenção constante
da sua infraestrutura. Ademais, propõe-se a sua conexão com a Praça
Ecológica do Pôr do Sol e com o espaço 39, através do nivelamento e
uniformização da pavimentação, assim como do mobiliário, e da ampliação
dos caminhos existentes no parque para abarcar estes espaços, criando
uma identidade para a área. Quanto ao canal, neste trecho, propõe-se a
retirada da estrutura de concreto e recuperação de suas margens com a
plantação de vegetação, como no caso do Córrego Pirarungáua (Figura
50), além de inserção de pontes retas, algumas mais largas funcionando
como deck, substituindo as pontes arqueadas atuais que dificultam a
travessia. Ademais, no trecho do parque próximo ao espaço 39, propõe-se
a inserção de parque infantil e espaço pet para incentivar a permanência
das pessoas nesse trecho. Para o espaço 39, é proposto a criação de um
parque, aproveitando a vegetação existente, com a inserção de mobiliário
nos espaços entre as árvores, como bancos, mesas, postes de iluminação,
lixeiras, floreiras, parque infantil e uma quadra de futebol. Já para a praça
ecológica, propõe-se a inserção de cobertura vegetal (arbustos e
gramíneas) onde o solo está exposto, além da troca da pavimentação dos
passeios existentes por um piso drenante. Assim como deve ser substituído
o piso do parque, onde for possível. Também se propõe a inclusão de
jardins de chuva, mobiliário (bancos, mesas, postes de iluminação, lixeiras,
floreiras e quiosque) e um ponto de apoio ao ciclista;

124
Figura 50 – Margens do Córrego Pirarungáua recuperadas com vegetação.

Fonte: FREITAS, FRANCO, 2019.

14. Para o espaço 34, propõe-se a inserção de árvores de portes diferentes e


arbustos, jardins de chuva e mobiliário composto por bancos, postes de
iluminação, lixeiras e floreiras.
15. Quanto à Cidade da Criança, propõe-se a manutenção da sua estrutura e
a sua conexão com o canal, através da substituição do muro adjacente à
Av. Prudente de Morais por grades para permitir a permeabilidade visual.

125
Mapa 8 - Mapa de ações para os espaços livres selecionados

I
G
N
MAPA DE AÇÕES

TE
RU

PO
A Inserção de árvores, arbustos e gramíneas,

IO
AV

R
AÍ manutenção do piso da praça e da quadra
esportiva e inclusão de mobiliário (mesas
RU
AS com bancos, postes de iluminação, lixeiras,

R. J
ÃO jardineiras, parque infantil e academia ao ar
FE livre).
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A
1 RAFAELV. GOV.
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IA Escalonamento da estrutura de contenção do canal com inserção N

S
de vegetação. Adequação da vegetação existente, inserção de piso

TV DE

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3

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drenante no passeio e de biovaletas. Inclusão de mobiliário como
4

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bancos, postes de iluminação, lixeiras e jardineiras na Praça Rio

P. P
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Grande do Norte.
ESCALAS NUMÉRICA E GRÁFICA

NT

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AL

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5 Inserção de árvores, arbustos, gramíneas,

O
EL AV
Ampliação das margens do canal e AV
piso drenante nos passeios, jardins de
chuva e mobiliário (bancos, postes de
1:5.000

FA
aumento da sua cobertura vegetal. 7 .

RA
GO iluminação, lixeiras e floreiras).
Inserção de árvores, jardins de chuva, V.
passeio com piso drenante, pontes e JU
VE
mobiliário (bancos, lixeiras, postes de NA Inserção de árvores, arbustos, gramíneas, piso
0 50 100 200 300 m
L
iluminação e jardineiras). drenante em novos passeios e nos existentes,
RU 8 LA
M
AC AR rampas devido aos desníveis dos pisos, jardins
AP VIA TI
N de chuva e mobiliário (bancos, mesas, postes de
. SIL DU E
VE TO iluminação, lixeiras, floreiras, parque infantil e
IRA DO quiosque).
BA BA 9 10
LD
RR O 11
E TO Inserção de árvores e arbustos, mobiliário (bancos,

RU
postes de iluminação, lixeiras e jardineiras), caminhos

VIA

A
13 com piso drenante, jardins de chuva, ponto de apoio

DU
Inserção de árvores, arbustos e biovaletas. para ciclistas, posto de policiamento e área livre para

TO

M
IRA

ER
eventos e realização de atividades.

DO
12

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15

M
BA

OZ
TO

LD
RU

O
LIN
14 Inserção de árvores, arbustos, gramíneas, piso

A
AO
Inserção de árvores, arbustos, gramíneas, piso drenante em novos

ER
drenante em novos passeios e nos existentes,

RU
passeios e nos existentes, rampas devido aos desníveis dos pisos,

NA
18 rampas devido aos desníveis dos pisos, jardins

NI
jardins de chuva e mobiliário (bancos, mesas, postes de iluminação, 17 de chuva e mobiliário (bancos, mesas, postes de

DA
lixeiras, floreiras, parque infantil, espaço pet e academia ao ar livre).

SIL
iluminação, lixeiras e floreiras).

RU
16

VE
A

IRA
19 20 21

AF
Inserção de árvores, arbustos, jardins de

RAN
RUA
chuva e mobiliário composto por bancos,

IO
Retirada do muro existente, expansão do leito do curso d'água, LHO
LEGENDA OE postes de iluminação, lixeiras e floreiras.

E
PE
inserção de praça alagável, jardins de chuva, caminhos com IS C

ERQU
U RU

IX
MEI
piso drenante e mobiliário (bancos, lixeiras, iluminação etc.). R. L AC
22

OT
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IA
RU

BUQU
ÁM

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RA
IRIM Inserção de árvores, arbustos, gramíneas e biovaletas.

GA
24 25 26

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E

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RUA
23 AV JOS Manutenção da sua estrutura e

SA

EL
É BA
.G 27

AN
NDE conexão com o canal, através da

R. A.

RG
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Área de estudo

AM
E SA .J DE L. VE substituição do muro por grades.
28

GU
Praça de alimentação IRA UV RDE

RU
ME EN
TV.

RIO
OCO
AL
Canal do Baldo 29
LA

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M

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AR
TI 30

N
Inserção de árvores, arbustos, gramíneas, piso NE 31 32

DR.
drenante nos passeios, jardins de chuva e mobiliário 33

RÉGU

RUA
(bancos, postes de iluminação, lixeiras, floreiras, 34
RUA
Espaços âncora parque infantil, espaço pet e academia ao ar livre). ILÍR

DES.
CL IA T
EM RU AVA 35
RES 36 37

AIS
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RUA
Espaços referência TI PR VÃO

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NO OF

EM
Escalonamento da estrutura de contenção do canal CA .
MA

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com inserção de vegetação. Inserção de um piso
R

ES
suspenso para pedestres, ciclovia e biovaletas. A

T
DEN

ALV
Troca da pavimentação por piso drenante.
Ciclovia 38 40 LAGOA MANOEL 41

PRU
39

UES
FELIPE
Criação de parque, aproveitando a vegetação

AV.
Faixas elevadas

RIG
existente, com inserção de mobiliário como
bancos, mesas, postes de iluminação, lixeiras,

OD
floreiras, parque infantil e quadra de futebol. 42
Conexão dos espaços a partir

AR
RU
AA
da elevação da via e troca da Inserção de arbustos e gramíneas, piso drenante

NID
LBE
RTO
pavimentação por piso drenante
nos passeios, jardins de chuva, mobiliário MA 4344

AVE
(bancos, mesas, postes de iluminação, lixeiras, RAN
HÃO
floreiras e quiosque) e ponto de apoio ao ciclista.

Manutenção da infraestrutura existente. Conexão com os


FONTE espaços 36 e 39. Inserção de parque infantil e espaço pet.
Troca da pavimentação por piso drenante. Retirada da estrutura
CAERN 2005 do canal e recuperação das margens com vegetação, e inserção
de pontes retas substituindo as pontes arqueadas existentes.
ANUÁRIO NATAL 2021 126
Os espaços livres públicos apresentam diversas funções importantes para o
funcionamento da cidade. São importantes incentivadores e promotores das relações
sociais, enquanto espaços democráticos e de fortalecimento da cidadania. Em meio à
crescente expansão e adensamento urbano, se torna ainda mais necessário sua
preservação para manter em equilíbrio os espaços livres e construídos, os públicos e
privados.

Nessa perspectiva, os corpos d’água representam elementos de grande valor


por seu protagonismo no desenvolvimento das cidades, sendo, assim, uma
testemunha desta história. Além disso, sua preservação e conservação é fundamental
para manter em harmonia a relação das cidades com os cursos d’água, incluindo
questões de ordem ambiental.

As ações indicadas objetivam organizar os espaços livres públicos em um


sistema, de forma a enriquecer e fortalecer os atributos desses espaços. De modo
que qualificam esses espaços, facilitam sua circulação e acesso, o que incentiva a
apropriação pela população, contribuindo para a vitalidade urbana.

Apesar de entender que a renaturalização dos cursos d’água é o ideal, essa


solução teve que ser adaptada às características do local, já urbanizado e com falta
de espaço para recuperar as dimensões originais do leito e das margens do curso
d’água. Assim, as ações incorporam sistemas de infiltração das águas das chuvas e
controle da poluição difusa, como biovaletas (canaletas com vegetação que captam a
água vinda das ruas), jardins da chuva (áreas ajardinadas que retêm as águas pluviais
e as liberam lentamente) e preferência por pisos drenantes em substituição aos atuais.

Para além dos espaços selecionados, para os quais foram elaboradas ações,
é importante salientar que os demais espaços de referências também apresentam
atributos que os qualificam, sendo vantajoso sua incorporação ao sistema proposto.
A cobertura vegetal dos espaços 4, 14, 29, 31, 32, 38 e 40 é bem preservada e podem
ser qualificados como praças, bosques, áreas voltadas para esportes e lazer e outras
áreas verdes. Ademais, os espaços 31 e 38 podem ser agregados aos espaços
lindeiros (34 e 39) para expandir sua área.

Quanto ao espaço 5, é menos vegetado, mas sua área livre possibilita a


realização de atividades, como eventos, comerciais e de lazer, pela comunidade do

127
Passo da Pátria. Portanto, a qualificação do espaço pode potencializar seu uso atual,
fomentando sua utilizando pela população. Assim, a inserção desses espaços no
sistema o enriqueceria ainda mais, proporcionando mais benefícios para a cidade e
seus moradores. Entretanto, como são espaços privados, seria necessária sua
aquisição pelo poder público local.

Importa relembrar que o Plano Diretor de Natal de 2022 considera os bairros


de Cidade Alta e Alecrim, além das áreas adensáveis adjacentes aos eixos
estruturantes, como áreas passíveis de Operação Urbana, abrangendo grande parte
da área de estudo. É uma oportunidade do poder público, em parceria com outros
agentes, de promover melhorias na área, a nível estrutural, social e ambiental. As
diretrizes e as ações propostas por este trabalho podem orientar e auxiliar novas
intervenções na área estudada.

Outra área especial estabelecida pelo Plano Diretor, que incide na área de
estudo, é a Área Especial Costeira e Estuarina – AECE que deverá ser ordenada por
meio de elaboração de um Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima e do Comitê
Gestor da Orla. Tendo em vista a importância de preservar e conservar os processos
e os elementos naturais, como a Lagoa Manoel Felipe e o canal que deságua no Rio
Potengi, sugere-se a inclusão dessas áreas no plano de gestão e no debate do comitê
proposto, ou a criação de um comitê específico para, posteriormente, elaborar o plano
de gestão.

128
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda resta muito a fazer para mudar a visão de que os corpos d’água são
obstáculos ao desenvolvimento urbano e causadores de desastres naturais. Para
alcançar a reconciliação entre as cidades e seus corpos d’água, é preciso entender
que a ocupação urbana deve respeitar a dinâmica dos processos naturais, que estão
presentes desde a formação da cidade.

Ao invés de obstáculos, os corpos d’água são elementos remanescentes, que


guardam a história do lugar, e junto com os demais espaços livres públicos, exercem
funções importantes para o funcionamento e para a qualidade de vida nas cidades,
exercendo funções tais como: circulação, percepção da paisagem, lazer, estruturação
do território, preservação de recursos naturais e culturais, amenização do clima,
socialização e, além disso, são, ou poderão ser, elementos de destaque na paisagem.

A diversidade de funções que apresentam e a confluência de usos enriquecem


o espaço urbano, tornando a cidade mais saudável e agradável para viver e conviver.
Esses aspectos atraem a população para o espaço público, em detrimento do privado,
o que favorece as relações de grupos sociais diversos, contribuindo para a vitalidade
do espaço urbano.

Tendo em vista a tendência de verticalização, crescimento e adensamento nas


cidades, sobretudo em Natal com as novas prescrições urbanísticas referentes ao
Plano Diretor de 2022, torna-se mais relevante resguardar alguns espaços livres da
ocupação urbana, para preservar suas funções e a qualidade de vida nas cidades que
proporcionam. Em virtude disso, é importante sua ordenação como um sistema para
potencializar suas qualidades e mantê-los livres da ocupação, haja vista seu relevante
papel enquanto elementos estratégicos do projeto territorial.

É nesta perspectiva que as diretrizes e as ações foram definidas, objetivando a


valorização dos corpos d’água e demais espaços livres públicos, do universo de
estudo, buscando beneficiar a cidade com espaços de qualidade. Além disso, o
presente trabalho pode contribuir para a discussão sobre a importância das frentes
d’água nas cidades contemporâneas e servir de guia para o desenvolvimento de
futuras intervenções para a região.

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