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CAMPUS LONDRINA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
LONDRINA
2022
RAFAEL OLIVEIRA RAMIRES
LONDRINA
2022
___________________________________________________________________________
Marcelo Eduardo Freres Stipp
Doutor em Geografia
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)
___________________________________________________________________________
Maurício Moreira dos Santos
Doutor em Geociências e Meio Ambiente
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)
___________________________________________________________________________
Rafael Montanhini Soares de Oliveira
Doutor em Engenharia Química
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)
LONDRINA
2022
AGRADECIMENTOS
The present work presents an environmental analysis of the Capivara Stream watershed,
located in the city of Londrina/PR, through the zoning of the Valley Bottom, as well as the
survey of land use and occupation, presentation of methods of Environmental Impact
Assessment through the construction of the leopold's matrix, creation of maps and
presentation of proposals for its better recovery. The area in question presented
degradation points along the route, indicating vegetation deficit and irregular land
occupation in certain locations. Human intervention is necessary since its preservation is
important for the life of the local fauna and flora, as well as their urban landscape
importance, since these areas must be preserved. The proposal for the recovery of these
areas is in line with known Forestry techniques and supported by renowned authors. This
work was intending to propose mitigation measures such as: green bridges for the safe
crossing of wild animals and proposals for techniques for reforesting deforested areas.
The studies carried out through literary reviews supported the present work. In this way,
a better understanding was shown regarding the valley bottom areas, the best ways to
intervene and guarantee a significant improvement for the region and its faunal
composition.
1. INTRODUÇÃO
Tais impactos, são vistos de forma mais elevada e aguda em áreas de fundo de
vale, uma vez que estes locais possuem características ambientais importantes,
influenciando diretamente nos recursos hídricos que atravessam a cidade e seu entorno.
Nos dias atuais, a cidade de Londrina possui 1.652.569 km² de área de unidade
territorial (IBGE, 2020), seu bioma predominante é de mata atlântica (IBGE 2019).
Segundo alguns dados do (IBGE, 2020), a cidade conta com 83.1% de urbanização de
vias públicas, 96.3% de arborização de vias públicas, sendo considerada um alto valor e
seu esgotamento sanitário adequado fica na casa dos 85.2%.
De acordo com a Lei federal 12.651/2012, as margens de rios, dentro do território
nacional, são consideradas como Áreas de Preservação Permanente (APP’s):
2. OBJETIVOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nucci (2008, p.120) afirma que para uma área ser identificada como área verde
deve haver a “predominância de áreas plantadas e que deve cumprir três funções
(estética, ecológica e lazer)” e apresentar uma cobertura vegetal e solo permeável (sem
laje) que devem ocupar, pelo menos, 70% da área.
Millano (1993) define áreas verdes urbanas como áreas livres na cidade, com
características predominantemente naturais, independente do porte de vegetação.
Nogueira e Wantuelfer (2002) afirmam que áreas verdes podem ser de propriedade
pública ou privada e que devem apresentar algum tipo de vegetação (não somente
árvores) com dimensão vertical significativa e que sejam utilizadas com objetivos sociais,
ecológicos, científicos ou culturais.
A manutenção e a criação de área naturais no ambiente urbano são válidas, já
que os componentes do sistema natural podem ser melhorados de acordo com as
necessidades da população no que tange á qualidade do ambiente. Além disso, dentro
da ideia sistêmica da cidade, outro grande desafio é a diminuição dos resíduos – sólidos,
líquidos e gasosos – gerados pelas atividades humanas; vários são os impactos
ambientais negativos decorrentes dessa problemática, principalmente nas cidades de
grande porte (NUCCI, 2008; CAVALHEIRO, 1991).
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4. MATERIAIS E MÉTODOS
[...] igual à diferença entre as condições ambientais que virão a ocorrer com a
implantação de um projeto proposto e as condições ambientais que existiriam
sem essa ação.
Para utilizar a Matriz de Leopold, a análise deve ser dividida em duas etapas. De
acordo com Ribeiro (1999), a primeira é a identificação das causas e os efeitos
ambientais. Nesse estudo de caso essas causas, destacadas nas colunas, são: as
avenidas marginais, ruas asfaltadas, loteamentos, assentamentos informais, áreas
verdes, eventos itinerantes, retenção de água, mata ciliar natural, mata ciliar modificada
e o reflorestamento. Os efeitos são apresentados nas linhas da matriz. Na segunda etapa
é realizada a análise dos impactos causados no fundo de vale. Após a análise das
possíveis interações, são dispostos os valores para cada ação. Na matriz original são
atribuídos valores de 0 a 10 com o sinal de positivo (+) caso o impacto seja considerado
benéfico, e da mesma maneira, para os impactos considerados negativos, o símbolo
negativo (-) com valores de 0 a 10.
Para tornar a análise mais dinâmica, a escala dos valores será adaptada pela
escala de cores, vermelho, amarelo e laranja (alto impacto, médio impacto e baixo
impacto) são atribuídos aos impactos negativos, e as escalas de diferentes tons verdes
são atribuídas a impactos positivos: verde claro, verde médio e verde escuro para
identificar impactos altos, médios e baixos, respectivamente. Para efeitos insignificantes
ou inexistentes, utilizaremos cinza claro. Cabe ressaltar que as notas dadas a análise
são de perspectiva do autor.
0,75 km. Dentro destes três quadrantes foi feito uma divisão igual de 6 quadrantes em
cada região, formando no total 18 quadrantes divididos igualmente entre si, desta forma,
foi colocado uma sigla para cada quadrante (Exemplo: A,B,C,.., 1,2,3.., A1,B1,C1,...),
como podemos ver na figura 3.
Figura 3: Escolha dos pontos de amostragem
Os dados dos pontos foram escolhidos através de imagens do Google Earth Pro,
como podemos ver na figura 4.
Figura 4: Pontos de amostragem Escolhidos
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi delimitado um perímetro por todo o percurso do vale para que se pudesse
demonstrar os tipos de ocupação do solo, como mostrado na figura 5. A região apresenta
áreas com solo degradado, como terrenos desocupados ou áreas desmatadas, presença
de unidades unifamiliar, áreas verdes densas, restaurante, comércio, hotel e presença
de hospital.
Figura 5: Uso Praticado do Córrego Capivara
existem ruas sem a correta capitação de água, seja por falta de galerias pluviais,
entupimento de bueiros ou pela total impermeabilização de ruas, gerando desta forma,
uma alta velocidade no escoamento superficial das águas. Através de imagens de campo
e imagens retiradas de satélite é possível ver o resultado de erosões (figura 9) e
alagamentos (figura 7 e 8) ocasionado por este fator em um determinado ponto do Fundo
de vale.
Figura 7: Imagem ano de 2014
Imagem (figura 8) retirada no mesmo local da figura 7, porém com diferença de 4 anos.
Pode-se ver que o local continua com o mesmo problema de alagamento e sua área
alagada não consegue se restaurar, para tal, faz necessário a mudança no sentido de
escoamento superficial das águas do entorno ou criação de propostas para a diminuição
da alta velocidade como criação de barreiras de contenção ou bolsões de água. imagem
de satélite do ano de 2020 (figura 8), retirada do site (SIGLON – Ortofoto Infraero).
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Através das imagens levantadas por satélite, pode-se ver que no ano de 2004
(figura 10) (início da documentação fotográfica da área) todo o percurso do fundo de vale
estava com degradação de nível alto, ou seja, era necessário propor medidas para
recuperação de Áreas de Preservação Permanente. As APP’s legalmente foram criadas
no Brasil pela Lei nº. 4.771 que instituiu o novo Código Florestal, promulgada pelo
Presidente H. Castello Branco, em 16 de setembro de 1965. Conforme citado, os cursos
d’água com largura menor que 10 metros devem ser margeados com faixa de proteção
em ambos os lados com tamanho igual ou maior a 30 metros e as nascentes ou olhos
d’água devem ser circundadas em 50 metros de raio.
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Com o passar dos anos (figura 11), foi possível ver que as áreas desmatadas
começaram a se auto regenerar, do qual consta de um processo natural unindo um
conjunto de fatores em que as plantas se estabelecem numa área degradada sem que
elas tenham sido introduzidas pela ação humana, segundo a definição do Instituto
Florestal, de São Paulo. São sementes que foram polinizadas de forma natural, existem
alguns tipos de polinização natural, são elas: Anemofilia: através do vento; Ornitofilia:
polinização feita por aves; Hepertofilia: polinização feita por anfíbios e répteis e
quiropterofilia: polinização feita por mamíferos, principalmente morcegos.
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As análises dos dados levantados através da ida a campo foram obtidas pela
aplicação da matriz Leopold, organizado em forma de tabela para determinar os impactos
ambientais, que são denominados como Impacto Positivo ou Impacto Negativo (Tabela
1), todos os valores apresentados foram feitos com base em análise de campo.
Para tornar a análise mais dinâmica, a escala dos valores foi adaptada pela
escala de cores, vermelho, amarelo e laranja (alto impacto, médio impacto e baixo
impacto) são atribuídos aos impactos negativos, e as escalas de diferentes tons verdes
são atribuídas a impactos positivos: verde claro, verde médio e verde escuro para
identificar impactos altos, médios e baixos, respectivamente. Para efeitos insignificantes
ou inexistentes, utilizou-se cinza claro. Cabe ressaltar que as notas dadas a análise são
de perspectiva do autor.
Tabela 1: Magnitude dos Impactos
Impacto Negativo Impacto Positivo
ALTO 1 ALTO 4
MÉDIO 2 MÉDIO 5
BAIXO 3 BAIXO 6
SEM IMPACTO 7
Fonte: Leopold et al., (1971) – modificado pelo autor
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Ruas asfaltadas
Avenidas Marginais
Drenagem de água
Construção mobiliar
reflorestamento
Efeito
Ruídos e
vibrações
Coleta
seletiva
Disposição de
lixeiras
Incentivo de
políticas
ambientais
Antrópico
Circulação de
veículos
Circulação de
pedestres
Circulação de
ciclistas
Qualidade do
ar
Atividades
econômicas
Paisagem
natural
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Alteração da
cobertura do
solo
Alteração da
drenagem
Mudança de
Característica
s físicas
Meio Físico
erosão
Assoreament
o
Escoamento
superficial
Mudança na
Mata ciliar
Modificação
de habitat
Animais
terrestres
Biológico
Flora
Ruídos ou
vibração
fauna
Habitats
terrestres
Fonte: Leopold et al., (1971) – modificado pelos autores
PONTO 1
As fotos a seguir foram feitas no ponto que está com um X na figura 13.
Figura 14: Ponto 1 – foto tirada no ponto x
Como podemos ver na figura tirada no ponto X, é possível ver que a área
delimitada da APP está preservada e que apenas o seu redor se encontra com solo
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Não foi possível adentrar este ponto, uma vez que a área se mostra preservada,
o que impede o seu adentramento. Foi possível observar que não existe zonas degradas
e sua zona de APP está preservada, não sendo necessário uma recuperação da área.
PONTO 6
Na região do Ponto 6 não foi possível fazer a visita ao local para detalhamento
com fotos devido a sua área ao redor ser composta por propriedades particulares. A
observação se mostrou através das imagens disponibilizadas pelo Google Earth Pro e
SIGLON, e através destas, foi possível analisar que a Zona de APP desta delimitação se
encontra degradada, como mostrado na figura 17.
Desta forma, pode-se propor uma mitigação para o problema apresentado. Como
sabemos, existem diversas maneiras de se recuperar zona de APP, entretanto, deve ser
feita a escolha da técnica que melhor se adapte ao local.
Com base em estudos e levantamentos bibliográficos, foi escolhido o uso de
espécies pioneiras como técnica de recuperação de APP pelo fato de demonstrar uma
melhor rapidez e autonomia (nenhuma manutenção) no desenvolvimento de cobertura
vegetal e microclima da região. Na etapa de adensamento consistira na introdução de
indivíduos de espécies do estado inicial da sucessão (espécie de cobertura) nos espaços
que apresenta déficit de regeneração natural, esta técnica pode ser feita por semeadura
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PONTO B
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 18.
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Com a ida a campo foi possível ver que existem ruas sem a correta capitalização
de água, seja por falta de galerias pluviais, entupimento de bueiros ou pela total
impermeabilização de ruas, gerando desta forma, uma alta velocidade no escoamento
superficial das águas. Através da imagem feita no ponto X (figura 18), é possível ver o
resultado de erosão ocasionado por este alto índice de velocidade do escoamento de
águas superficiais em um determinado ponto do Fundo de vale.
Desta forma, propõem-se que seja feito uma melhora na canalização de água
destas ruas para que não ocorra o deslizamento de demais áreas de encosta. Mas, para
obter um melhor resultado, a rede de drenagem pluvial deve ser constituída pelos
materiais adequados. Nos dias de hoje existem diversas opções para esse sistema, como
as tubulações de aço corrugado ou de polietileno corrugado, entre diversos outros
materiais alternativos, assim como deve ser feito área com zonas de contenção para que
esta água chegue com menor velocidade nos pontos de encostas do Fundo de Vale,
impedindo assim, uma erosão das encostas de fundo de vale.
PONTO D
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 20.
Na região do Ponto D, foi possível realizar a visita a apenas um ponto, devido a
presença de um condomínio residencial e a zona de APP da Região estar preservada,
impedindo assim o adentramento ao local.
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Como podemos ver na figura 21, é possível observar que a área se encontra em
estado de preservação, uma vez que é possível enxergar vegetação primaria e
secundária. A área se mostra com árvores que realizam o fechamento de dossel, existe
presença de vegetação rasteira e de sub-bosque, demonstrando assim um alto indicie de
biodiversidade da região.
PONTO E1
E
11
No ponto X, foi possível ver que a área delimitada da zona de APP está
preservada e em completo fechamento, desta forma não foi possível adentrar ao fundo
de vale.
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um Y na figura 22.
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Como podemos ver na figura 24, é possível observar que a área ao redor da
jusante se encontra em estado de interferência humana, uma vez que existe a presença
de resíduos sólidos como (garrafas pets, sacos plásticos, pneus, etc), estes materiais
podem se mostrar perigosos ao desenvolvimento de espécies aquáticas, uma vez que
interferem diretamente no ecossistema. Tais partículas bloqueiam a entrada de raios
solares na lâmina d'água, interferindo na fotossíntese de plantas aquáticas, podendo
também carregar poluentes químicos e biológicos absorvidos em sua superfície,
ocasionando assim uma poluição no ambiente.
Consta a prefeitura realizar a limpeza destes materiais superficiais que se
mostram acumulados na foz do Córrego, impedindo assim que estes se degradem com
o tempo ocasionando problemas ainda maiores.
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Como podemos ver na figura 25, é possível observar que a área se encontra em
estado de preservação, uma vez que é possível enxergar vegetação preservada. A área
se mostra com arvores que realizam o fechamento de dossel, existe presença de
vegetação rasteira e de sub-bosque, demonstrando assim um alto indicie de
biodiversidade da região, apresentando um bom microclima do fundo de vale.
PONTO F1
F
1
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 26.
53
Na região do Ponto F1 não foi possível realizar uma boa analise no ponto Y
durante a visita a campo, devido a área ao redor ser composta por propriedades
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8. CONCLUSÃO
Biológico, tanto o alto impacto negativo quanto o alto impacto positivo tiveram um mesmo
número de repetição, sendo 12 este número.
Mostrou-se a necessidade de reflorestamento de áreas da microbacia para que
se tenha uma aceleração na recuperação das áreas degradadas, assim como no ponto
de vista paisagístico e de urbanização, uma vez que as áreas verdes trazem uma
interação entre o homem e o ecossistema, ajudando em sua preservação.
As áreas que são cortadas por ruas asfaltadas, impedem que animais silvestres
possam andar por todo o córrego sem que haja algum risco de atropelamento, desta
forma, mostrou-se necessário propor uma medida para que os mesmos possam
atravessar com segurança, para tal, propôs-se a construção de pontes verdes, estas
pontes permitirão aos animais que andem com segurança por todo o percurso do Fundo
de Vale, diminuindo assim os riscos existentes quanto a travessia destes animais.
Os resultados obtidos e analisados neste trabalho, permitem que se chegue à
conclusão da necessidade de intervenção do poder público, quanto a criação de políticas
de uso e ocupação do solo de fundos de vale, aplicação destas políticas e quanto a
conscientização de descarte de resíduos sólidos para a população que mora em seu
entorno. Esta conscientização permitirá uma diminuição quanto a poluição de resíduos
nos córregos, impedindo que estes degradem o meio. Desta forma, haveria a
preservação correta dirigida aos mananciais de água e represamento, levando a uma
efetiva legislação destina a disciplinar a exploração dos recursos naturais.
Desta forma, no que tange ao melhor entendimento dos fundos de vale, de como
o mesmo se recupera com o decorrer dos anos e o quanto a falta de conscientização da
população acaba por influenciar diretamente sua degradação. Conduzindo-se do
princípio de que áreas verdes são importantes para a qualidade de vida da sociedade e
são o futuro de um planeta mais “puro”, a importância da conscientização da sociedade
para com a preservação dos fundos de vale é o início de um futuro verde.
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9. REFERÊNCIAS
ANJOS, L. D. A avifauna da bacia do rio Tibagi. In: MEDRI, M. E., et al. A Bacia do
Tibagi. [S.l.]: [s.n.], 2002.
Forman, R. T., Gordon, M. (1986). “Landscape Ecology”. John Willey, Nova Iorque, 619
p.
Mittermeier, R.A.; Robles-Gil, P.; Hoffmann, M.; Pilgrim, J.; Brooks, T.; Mittermeier, C.G.;
Lamoreux, J. & Fonseca, G.A.B. 2004. Hotspots Revisited. Mexico City:
CEMEX/Agrupación Sierra Madre.