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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS LONDRINA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

RAFAEL OLIVEIRA RAMIRES

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM FUNDO DE VALE: ESTUDO DE


CASO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CAPIVARA, LONDRINA -
PR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA
2022
RAFAEL OLIVEIRA RAMIRES

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM FUNDO DE VALE: ESTUDO DE


CASO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CAPIVARA, LONDRINA -
PR

ENVIRONMENTAL IMPACT ASSESSMENT IN VALLEY BOTTOM: CASE STUDY


OF THE WATERSHED OF THE CAPIVARA STREAM, LONDRINA - PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Superior de Engenharia Ambiental da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Londrina, como requisito parcial para obtenção do título
de bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eduardo Freres Stipp

LONDRINA
2022

Esta licença permite remixe, adaptação e criação a partir do


trabalho, para fins não comerciais, desde que sejam atribuídos créditos
ao(s) autor(es). Conteúdos elaborados por terceiros, citados e
4.0 Internacional referenciados nesta obra não são cobertos pela licença.
RAFAEL OLIVEIRA RAMIRES

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM FUNDO DE VALE: ESTUDO


DE CASO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CAPIVARA,
LONDRINA - PR

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Ambiental da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Data de aprovação: 10 de junho de 2022

___________________________________________________________________________
Marcelo Eduardo Freres Stipp
Doutor em Geografia
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)

___________________________________________________________________________
Maurício Moreira dos Santos
Doutor em Geociências e Meio Ambiente
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)

___________________________________________________________________________
Rafael Montanhini Soares de Oliveira
Doutor em Engenharia Química
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Londrina (UTFPR-LD)

LONDRINA
2022
AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, quero agradecer especialmente as pessoas que me são muito


especiais e que estiveram ao meu lado durante toda minha trajetória acadêmica.
Aos meus pais, Paula Casimira de Oliveira Ramires e Ricardo Ramires, que
foram o meu suporte e meu alicerce durante todo o meu crescimento pessoal e
acadêmico; A minha namorada Milena Santos Teixeira, que esteve ao meu lado em todos
os momentos, dos mais difíceis, bem como as conquistas de bons resultados, sempre
me incentivando e tornando minha vida mais leve e feliz; Agradeço também aos meus
irmãos Rodrigo Oliveira Ramires e Renan Oliveira Ramires que são meus fiéis escudeiros
e parceiros para todas as horas.
Agradecer ao meu Orientador Prof. Dr. Marcelo Eduardo Freres Stipp, que me
ajudou durante todo o desenvolvimento deste trabalho, me apoiando, mostrando os
melhores caminhos a seguir, partilhando de seus conhecimentos e pelo tempo dedicado
a este trabalho e a mim.
Aos meus amigos de republica, que de todas as formas se mostram presentes
ao longo de toda a Universidade, aos meus amigos de infância que sempre estiveram
comigo, me incentivando e me apoiando nas minhas decisões.
As minhas avós, tias e primas que sempre foram muito importantes na minha
vida.
RESUMO

OLIVEIRA. Rafael Ramires. Avaliação de impactos ambientais em fundo de vale:


estudo de caso da microbacia hidrográfica do córrego capivara, Londrina – Pr.
2022. 69 f. Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental e
sanitária) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, 2022.

O presente trabalho apresenta a análise ambiental da microbacia hidrográfica do Córrego


Capivara, localizado na cidade de Londrina/PR, por meio do zoneamento do Fundo de
Vale, bem como o levantamento de uso e ocupação do solo, apresentação de métodos
de Avaliação de Impactos Ambientais através da construção da Matriz de Leopold,
criação de mapas e apresentação de propostas para a sua melhor recuperação. A área
em questão apresentou-se com pontos de degradação ao longo do seu percurso,
indicando déficit de vegetação e ocupação irregular do solo em determinadas localidades.
A intervenção humana se mostra necessária uma vez que sua preservação é importante
para a vida da fauna e flora do local, como também sua importância paisagística urbana,
já que essas áreas devem ser preservadas. A proposta para a recuperação dessas áreas
vem de encontro com técnicas Florestais conhecidas e embasadas por renomados
autores. Este trabalho, pretendeu-se a propositar medidas de mitigação como: pontes
verdes para a travessia segura de animais silvestres e propostas de técnicas de
reflorestamento de áreas desmatadas. Os estudos realizados através de revisões
literárias embasaram o presente trabalho. Desta maneira, se mostrou um melhor
entendimento quanto as áreas de fundo de vale, as melhores formas de intervir e garantir
uma melhora significativa para a região e sua composição faunística.

Palavras-chave: Fundo de Vale. Córrego Capivara. Recuperação Ambiental.


ABSTRACT

OLIVEIRA. Rafael Ramires. Assessment of environmental impacts in the valley floor:


a case study of the Capivara stream watershed, Londrina – PR. 2022. 69 f.
Completion of course work (Graduation in Environmental and Sanitary Engineering) –
Federal University of Technology – Paraná, Londrina, 2022.

The present work presents an environmental analysis of the Capivara Stream watershed,
located in the city of Londrina/PR, through the zoning of the Valley Bottom, as well as the
survey of land use and occupation, presentation of methods of Environmental Impact
Assessment through the construction of the leopold's matrix, creation of maps and
presentation of proposals for its better recovery. The area in question presented
degradation points along the route, indicating vegetation deficit and irregular land
occupation in certain locations. Human intervention is necessary since its preservation is
important for the life of the local fauna and flora, as well as their urban landscape
importance, since these areas must be preserved. The proposal for the recovery of these
areas is in line with known Forestry techniques and supported by renowned authors. This
work was intending to propose mitigation measures such as: green bridges for the safe
crossing of wild animals and proposals for techniques for reforesting deforested areas.
The studies carried out through literary reviews supported the present work. In this way,
a better understanding was shown regarding the valley bottom areas, the best ways to
intervene and guarantee a significant improvement for the region and its faunal
composition.

Keywords: Valley Bottom. Capivara stream. Environmental Recovery.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Matriz de Leopold ......................................................................................... 22


Figura 2: Localização do Córrego Capivara............................................................... 24
Figura 3: Escolha dos pontos de amostragem .......................................................... 25
Figura 4: Pontos de amostragem Escolhidos............................................................ 26
Figura 5: Uso Praticado do Córrego Capivara ........................................................... 27
Figura 6: Bacia hidrográfica do Córrego Capivara .................................................... 28
Figura 7: Imagem ano de 2014 .................................................................................... 29
Figura 8: Imagem ano de 2020 .................................................................................... 30
Figura 9: Erosão ocasionada pelo escoamento de águas superficiais. .................. 31
Figura 10: imagem de satélite de 03/2004 .................................................................. 32
Figura 11: imagem de satélite de 06/2015 .................................................................. 33
Figura 12: imagem de satélite de 02/2022 .................................................................. 34
Figura 13: Ponto 1 ........................................................................................................ 40
Figura 14: Ponto 1 – foto tirada no ponto x ............................................................... 40
Figura 15: Ponto 1 – foto tirada no ponto y ............................................................... 41
Figura 16: Ponto 6 ........................................................................................................ 42
Figura 17: Ponto 6 ........................................................................................................ 43
Figura 18: Ponto B ....................................................................................................... 44
Figura 19: ponto B – foto tirada no ponto x ............................................................... 45
Figura 20: Ponto D ....................................................................................................... 46
Figura 21: Ponto D – foto tirada no ponto x ............................................................... 47
Figura 22: Ponto E1 ...................................................................................................... 48
Figura 23: Ponto E1 - X ................................................................................................ 49
Figura 24: Ponto E1 – fotos tiradas no ponto Y – jusante ........................................ 50
Figura 25: Ponto E1 – fotos tiradas no ponto Y – saída da jusante ......................... 51
Figura 26: Ponto F1 ...................................................................................................... 52
Figura 27: Ponto F1 – fotos tiradas no ponto x ......................................................... 53
Figura 28: Ponto F1 – fotos tiradas no ponto Y ......................................................... 55
Figura 29: Travessia da Rua Adhemar Pereira de Barros ........................................ 59
Figura 30: Travessia da Avenida Ayrton Senna da Silva .......................................... 60
Figura 31: Travessia da Avenida Garibaldi Deliberador ........................................... 60
Figura 32: Viaduto Verde - Highway A20, Holanda .................................................... 62
Figura 33: Viaduto Verde - Highway 464, Alemanha ................................................. 63
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Magnitude dos Impactos ............................................................................. 35


Tabela 2: Matriz de Leopold – Análise do impacto ambiental no Córrego Capivara
....................................................................................................................................... 36
Tabela 3: Quantificação dos impactos ....................................................................... 38
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 14
2.1. OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 14
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 14
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15
3.1. ÁREAS VERDES URBANAS .............................................................................. 15
3.2. FUNDOS DE VALE .............................................................................................. 16
3.3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................ 17
3.4. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE ÁREAS VERDES ............................................... 18
4. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 20
4.1. LOCALIZAÇÃO DO CÓRREGO CAPIVARA ...................................................... 23
4.2. ANÁLISE AMBIENTAL DA ÁREA DO FUNDO DE VALE .................................. 24
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 27
5.1. USO PRATICADO DO SOLO .............................................................................. 27
5.2. REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA BACIA HIDROGRÁFICA.................................... 28
5.3. EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO ...................................... 31
5.4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS COLETADOS – MATRIZ DE
LEOPOLD ...................................................................................................................... 35
6. ANALISE DOS PONTOS OBSERVADOS .............................................................. 39
7. MASTOFAUNA URBANA NA ÁREA EM ESTUDO. .............................................. 57
7.1. PROPOSTAS DE MELHORIAS PARA TRAVESSIA DE ANIMAIS - VIADUTOS
VERDES......................................................................................................................... 58
8. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 64
9. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 66
11

1. INTRODUÇÃO

Atualmente em 2022, o Brasil encontra-se dentro das estatísticas de aumento


populacional mundial, apresentando um número total de 213.6 milhões de habitantes
(IBGE, 2021), o que representa um aumento de 11.98% da população brasileira nos
últimos 11 anos (IBGE, 2021). Na cidade de Londrina-PR o número populacional
encontra-se no entorno de 575.377 habitantes (IBGE, 2020), possuindo uma densidade
demográfica de 306,52 hab/km² (IBGE, 2020), Londrina teve nos últimos 10 anos (2010-
2020) um crescimento de 68.676 habitantes (IBGE, 2020).
Londrina-PR, que ganhou seu nome devido a uma homenagem prestada por
João Domingues Sampaio, que foi um dos primeiros diretores da Companhia de terras
Norte do Paraná, foi fundada em 1929 e emancipada em 3 de dezembro de 1934, devido
a um decreto estadual que foi assinado pelo interventor Manoel Ribas. Com base em
jornais e artigos antigos que falavam sobre a região, a previsão inicial da cidade, era de
que seria feita para 30.000 habitantes e que teria de auxiliar as cidades da região ao
redor. A parte comercial da cidade se desenvolveu devido a instalações de empresas do
estado de São Paulo em Londrina, era chamada de Terra da Promissão, considerada
uma cidade de produção agrícola, era uma cidade de oportunidades. Devido a ferrovia
que passava na cidade, se tornou um local de mediação da região com o resto do país.
Apesar de ser considerada uma cidade jovem em âmbito nacional, Londrina
apresentou um rápido crescimento habitacional devido a produção cafeeira no norte do
paraná no período da década de 50, onde ocorreu um salto da população de 20.000 hab.
para 75.000 hab. Sendo predominantemente rural, mas na década de 60 ocorreu um
crescimento urbano na cidade e um rápido crescimento periférico e como esperado,
cidades que possuem um rápido crescimento urbano, muitas vezes acabam não sendo
planejadas e crescem de forma desordenada e consequentemente o sistema de
tubulação e tratamento de esgoto que vai sendo implementado na cidade, não é o ideal,
surgindo assim diversos tipos de impactos ambientais, que são subdividos em físicos,
biológicos e sociais. Muitas vezes, isso se dá pelo fato de o Brasil ser um país emergente
e pelo fato destas obras serem caras.
12

Tais impactos, são vistos de forma mais elevada e aguda em áreas de fundo de
vale, uma vez que estes locais possuem características ambientais importantes,
influenciando diretamente nos recursos hídricos que atravessam a cidade e seu entorno.
Nos dias atuais, a cidade de Londrina possui 1.652.569 km² de área de unidade
territorial (IBGE, 2020), seu bioma predominante é de mata atlântica (IBGE 2019).
Segundo alguns dados do (IBGE, 2020), a cidade conta com 83.1% de urbanização de
vias públicas, 96.3% de arborização de vias públicas, sendo considerada um alto valor e
seu esgotamento sanitário adequado fica na casa dos 85.2%.
De acordo com a Lei federal 12.651/2012, as margens de rios, dentro do território
nacional, são consideradas como Áreas de Preservação Permanente (APP’s):

Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou


urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos)
a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior
a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima
de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20
(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

sendo assim, proibida a retirada de matas ciliares ou qualquer degradação do


meio dentro de uma determinada distância.
Com o crescimento da cidade de Londrina ocorreram mudanças no meio
ambiente em que ali se encontrava, devido ao desmatamento do meio para construção
de ruas e casas, e como resultado, permaneceram algumas reservas e pequenos
fragmentos de mata ciliar ao longo das margens dos corpos hídricos, caracterizados
como fundo de vale, formando um mosaico urbano e de remanescentes florestais,
interligados por faixas de mata ciliar. A manutenção do meio ambiente com as áreas
urbanas é de extrema importância, uma vez que esta relação ajuda na diminuição de
13

altas temperaturas, criação de sombras na cidade, ajuda na retenção de água e


consequentemente evita erosões ou alagamentos, devido a diminuição da taxa de
escoamento superficial, sendo também uma forma de mitigação da poluição do ar.
Devido ao crescimento das ocupações irregulares, as faixas remanescentes de
mata ciliares diminuíram, com isso, a necessidade de ser elaborados planos de ação e
criação de estratégias para a conservação da biodiversidade que vem se perdendo ao
longo dos anos.
Para realizar a recuperação destas áreas, devem ser apresentadas algumas
soluções, citado por (GIORDANO, 2004) uma delas é a utilização de modelos de
corredores ecológicos, que buscam interligar os elementos de paisagem urbanas, como
parques, reservas ecológicas e remanescentes florestais, as áreas rurais de Londrina,
favorecendo o desenvolvimento da fauna e flora e consequentemente a dispersão de
sementes, através de reflorestamento da mata nativa da região, recuperando o
ecossistema da região e favorecendo o equilíbrio novamente desta área.
Assim, segundo as problematizações apresentadas, a avaliação dos impactos
ambientais do fundo de vale da microbacia hidrográfica do córrego Capivara em
Londrina-PR é de extrema importância para o diagnóstico das condições de equilíbrio,
sustentabilidade e integração dessa área de estudo.
14

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Este trabalho propôs avaliar as condições ambientais em que se encontra todo o


entorno da microbacia hidrográfica do córrego Capivara em Londrina-PR e sugerir
melhorias à área que estejam de acordo com as leis vigentes.

2.2. Objetivos específicos

Como instrumentos adicionais ao objetivo geral do presente trabalho, torna-se


necessária a determinação de objetivos específicos que servem como diretivas de
conteúdo a fim de se alcançar com maior precisão o objetivo geral citado.
• Identificar os principais causadores de degradação ambiental ao longo do
córrego;
• Fazer levantamento de uso e ocupação do solo;
• Construção de métodos de AIA para estudo de fundos de vale – Matriz de
Leopold;
• Oferecer propostas e diretrizes de melhoria para melhor adequação de
fundos de vale em locais urbanos;
15

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Áreas verdes urbanas

As áreas verdes interferem diretamente na qualidade de vida dos seres humanos


por meio das suas funções sociais, ecológicas, estéticas e educativas. “As funções das
paisagens estão relacionadas ao fluxo de animais, plantas, energia, nutrientes e água
entre seus elementos.” (FORMAN; GODRON, 1986).
Morero et al. (2007, p.20) entendem que:

[...] as áreas verdes englobam locais onde predominam a vegetação


arbórea, praças, jardins e parques, e sua distribuição deve servir a toda
população, sem privilegiar qualquer classe social e atingir as
necessidades reais e os anseios para o lazer, devendo ainda estar de
acordo com sua estrutura e formação (como idade, educação, nível
socioeconômico).

Nucci (2008, p.120) afirma que para uma área ser identificada como área verde
deve haver a “predominância de áreas plantadas e que deve cumprir três funções
(estética, ecológica e lazer)” e apresentar uma cobertura vegetal e solo permeável (sem
laje) que devem ocupar, pelo menos, 70% da área.
Millano (1993) define áreas verdes urbanas como áreas livres na cidade, com
características predominantemente naturais, independente do porte de vegetação.
Nogueira e Wantuelfer (2002) afirmam que áreas verdes podem ser de propriedade
pública ou privada e que devem apresentar algum tipo de vegetação (não somente
árvores) com dimensão vertical significativa e que sejam utilizadas com objetivos sociais,
ecológicos, científicos ou culturais.
A manutenção e a criação de área naturais no ambiente urbano são válidas, já
que os componentes do sistema natural podem ser melhorados de acordo com as
necessidades da população no que tange á qualidade do ambiente. Além disso, dentro
da ideia sistêmica da cidade, outro grande desafio é a diminuição dos resíduos – sólidos,
líquidos e gasosos – gerados pelas atividades humanas; vários são os impactos
ambientais negativos decorrentes dessa problemática, principalmente nas cidades de
grande porte (NUCCI, 2008; CAVALHEIRO, 1991).
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Surgem então alguns conceitos importantes que evidenciam a relação entre


qualidade ambiental e qualidade de vida, a exemplo de espaço livre de construção, área
verde, parque urbano e índice de área verde; todos eles compõem uma base conceitual
que representa significativamente “[...] uma dificuldade tanto no meio cientifico quanto no
planejamento e gestão desses espaços, certificando-se que há uma necessidade de se
alcançar uma linguagem única em todos os campos” (TOLEDO; SANTOS, 2008, p. 75)

3.2. Fundos de vale

Por conta da fluidez na dinâmica, as áreas de fundo de vale vêm sofrendo


degradação através do desmatamento de matas ciliares, invasão dos leitos dos rios,
despejo de resíduos, entre outras ações nocivas (HERZOG, 2008, p. 11), causando
alterações significativas nos ambientes naturais dos corpos d’água em meio urbano,
cujos “impactos podem ser severos, na medida em que resíduos gerados pelas
atividades acabam sendo direcionados para as águas” (HELLMUND; SMITH, 2006).
Em 2001, a Lei Federal 10.257, denominada Estatuto da Cidade, estabeleceu
como diretrizes gerais da política urbana, entre outras, a proteção, preservação e
recuperação do meio ambiente e a garantia do direito às cidades sustentáveis. No entanto
é ainda baixa a capacidade do poder público intervir “porque os instrumentos do estatuto
da cidade adotados nos planos diretores não foram regulamentados ou porque são
insuficientes” (TRAVASSOS, 2014, p.123).
A partir da década de 1990, segundo Macedo (2012, p.98-99), passou a ser
introduzida nos planos diretores a ideia de se criar parques lineares ao longo dos rios
urbanos, visando conservar as águas e a vegetação ribeirinha, consolidando, assim, a
figura da Área de Preservação Permanente -APP urbana, que favoreceu o surgimento de
milhões de metros quadrados de áreas públicas contíguas aos rios e córregos urbanos
destinados a proteção destes corpos d’água e de sua vegetação.
Estas áreas de fundo de vale, anteriormente degradadas por usos industriais e
domésticos, são recuperadas com a criação das Áreas de Preservação Permanente-
APPs e consequente reconstituição das matas ciliares e dos cursos d’água, agregando
assim valores “que potencializam o uso das áreas de fundo de vale para a exploração da
paisagem natural e para o lazer contemplativo em área urbana” (SCALISE, 2002),
17

3.3. Legislação ambiental

Nos dias de hoje no brasil, o principal instrumento legal disponível para o


disciplinamento do uso e ocupação do solo em áreas de fundo de vale é o código Florestal
(Lei Federal nº 4.771, 15/09/65, alterada pelas leis nº 7.803/89 e 7.875/89). Determina
proteção a determinadas áreas de cunho ambiental, denominadas de Áreas de
Preservação Permanente (APP).
Na legislação brasileira existem, de acordo com o Código Florestal, dois tipos de
APP’s: as instituídas pelo art. 2º e as instituídas por ato de administração pública (art. 3º).
Dispõe o Código Florestal:

Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as


florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa marginal
cuja largura mínima será:
1- de 5 (cinco) metros para os rios de menos de 10 (dez) metros de largura:
2- igual à metade da largura dos cursos que meçam de 10 (dez) a 200
(duzentos) metros de distância entre as margens;
3- de 100 (cem) metros para todos os cursos cuja largura seja superior a 200
(duzentos) metros.
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, mesmo nos chamados "olhos d'água", seja qual for a sua
situação topográfica;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente
a 100% na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
g) nas bordas dos taboleiros ou chapadas;
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, nos campos naturais
ou artificiais, as florestas nativas e as vegetações campestres.
Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim
declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação
natural destinadas:
a) a atenuar a erosão das terras;
b) a fixar as dunas;
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;
g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;
h) a assegurar condições de bem-estar público.
§ 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será
admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for
necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade
pública ou interesse social.
§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de
preservação permanente (letra g ) pelo só efeito desta Lei.
18

A Constituição Federal, no artigo 225 considerado no § 4º, especifica A Mata


Atlântica como patrimônio nacional e a utilização de seus recursos é em condições que
garantam sua proteção.
Em 1965, o Código Florestal, a partir da Lei Federal nº 4.771, teve a segunda
revisão em 2012 pela Lei no 12.651, que criou as áreas de preservação permanente
(APPs). Estas áreas consistem de espaços destinados a preservação situados nas
margens de rios, lagos e lagoas, ao redor de nascentes, em topos de morro, encostas
íngremes e manguezais. Criou também a reserva legal (RL) como uma porção de cada
imóvel rural que deve manter a vegetação nativa, passível de uso sustentável. Na Mata
Atlântica, esse espaço é de 20% da área total do imóvel (LEI Nº 4.771, 1965).

3.4. Ocupação irregular de áreas verdes

O estabelecimento de áreas protegidas surgiu a partir de processos intensos de


ocupação e apropriação do solo, além da exploração de seus recursos naturais. Em
diversas épocas, a sociedade humana percebeu a importância da criação de áreas
naturais protegidas, com objetivo de melhoria na qualidade de vida e geração de serviços
ambientais (THOMAS E FOLETO, 2012).
As áreas protegidas não são resguardadas legalmente “por acaso”, pois sua
estrutura, dinâmica e função contribuem para a manutenção da qualidade de vida das
populações com regramentos específicos para garantir proteção e evitar a degradação
(COSTA, 2014)
Na maioria dos países contemporâneos, já existe a prática da tutela ambiental
para espaços naturais especialmente protegidos. O objetivo é garantir a proteção da
biodiversidade e uso sustentável dos recursos. A delimitação de algumas porções do
território e a limitação do uso de seus recursos têm se tornado uma estratégia para a
proteção do meio ambiente. Além disso, como produzem espaços de dinâmicas
específicas e com uma administração diferenciada, a criação dessas áreas é considerada
uma importante medida de ordenamento territorial gerenciada pelo Estado (MEDEIROS,
2006; MEDEIROS e YOUNG, 2011).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza representa um
avanço nas questões ambientais por possibilitar o ordenamento jurídico, nortear as
19

diretrizes e limitações acerca da criação e proteção destas áreas, além de regulamentar


as categorias das unidades de conservação em níveis federal, estadual e municipal
(MITTERMEIER et al., 2005).
O SNUC tem como objetivos (MMA; Secretaria de Biodiversidade e Florestas;
Departamento de Áreas Protegidas, 2007):

a) contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e dos


recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais, proteger as
espécies ameaçadas de extinção;
b) contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas
naturais;
c) promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
d) promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
e) proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
f) proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica,
geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
g) recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
h) proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos
e monitoramento ambiental;
i) valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; j) k) favorecer
condições e promover a educação e a interpretação ambiental e a recreação em
contato com a natureza;
l) proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações acertar
aqui! tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e
promovendo-as social e economicamente.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, pela Secretaria de Biodiversidade e


Florestas, do Departamento de Áreas Protegidas (2007), esse sistema “[...] consolidou
uma nova atitude do Estado na relação com a sociedade no âmbito da conservação da
natureza, criando uma série de mecanismos que asseguram maior participação pública
no processo de criação e gestão de áreas protegidas” (MMA; Secretaria de
Biodiversidade e Florestas; Departamento de Áreas Protegidas, 2007).
20

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho teve como início o levantamento bibliográfico pertinente ao


tema proposto da área sob investigação, envolvendo múltiplas disciplinas, visando o
embasamento teórico do trabalho e a conceituação dos principais termos utilizados, como
das APP’s em locais urbanos e técnicas de recuperação ambiental, com enfoque para as
técnicas em Avaliação dos Impactos Ambientais.
A resolução do CONAMA16 nº 01/1986 é o principal instrumento no Brasil, que
orienta estudos de impacto ambiental. Este documento define impacto ambiental como
sendo:

Qualquer alteração da propriedade físicas, químicas ou biológicas do meio


ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou energia, resultante das
atividades humanas, que, direta ou indiretamente afetam a saúde, a segurança e
o bem estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as
condições estéticas e sanitárias no meio ambiente e a qualidade dos recursos
naturais.

Segundo Gonçalves (1994), embora a definição dada pelo CONAMA seja


bastante abrangente, ela deveria ser complementada pela definição proposta por Dieffy
(1976), que define impacto ambiental como:

[...] igual à diferença entre as condições ambientais que virão a ocorrer com a
implantação de um projeto proposto e as condições ambientais que existiriam
sem essa ação.

Sendo assim, para a análise do objeto de estudo, utiizou-se a analise empírica


desenvolvida por meio da Matriz de Leopold ou método da interação, selecionado com
base na facilidade de observação dos impactos sobre os diversos tipos de componentes
do ambiente, sendo destacado a causa e efeito do impacto no objeto de estudo. É
discutida sobre a natureza no município, onde são apresentadas as leis federais que
enfocam a proteção das APP’s. Impactos causados em áreas de proteção ambiental em
áreas urbanas também são listados. Conclui-se por fim, com a apresentação de uma
tabela mostrando a classificação da causa do impacto e seu efeito no fundo do vale.
Foram executados trabalhos de campo para identificação das áreas onde há uma
maior preservação e também daquela com maior degradabilidade devido a ação
21

antrópica, com o intuito de proceder a caracterização geográfica e ambiental da área de


estudo.
Inicialmente, os levantamentos de dados do local foram executados através de
documentação fotográfica e descrição em que se encontra a presente área de estudo,
assim como por meio de um levantamento via site da prefeitura, e por meio de
documentos disponíveis na internet, em bibliotecas virtuais para consulta de livros de
temas específicos e áreas afins, periódicos, anais de congressos nacionais e
internacionais, teses e dissertações e bancos de dados, para as informações que sejam
favoráveis ao assunto.
Simultaneamente a caracterização da área estudada, foram elaboradas cartas
temáticas, como de uso e ocupação de solo de autoria própria, mapas demonstrando a
área de preservação permanente, mapa da microbacia hidrográfica do córrego capivara
caso seja necessário ao presente estudo,
As bases cartográficas digitais para elaboração dos mapas foram obtidas através
dos órgãos públicos, tais como IBGE, Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Instituto
Geográfico e Cartográfico (IGC), Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de
Londrina (IPPUL), a secretária de Planejamento do Município de Londrina e através do
SIGLON disponibilizado pela prefeitura de Londrina. Fez-se então, a organização de um
Sistema de Informações Geográficas (SIG) desta microbacia hidrográfica, através da
utilização do software ArcGIS e Qgis, que permitiu a elaboração dos documentos
propostos, bem como sua integração e comparação com outros documentos.
Para a análise do objeto de pesquisa foi utilizado o método da matriz Leopold ou
matriz de interação, como mostrado na figura 1, podemos ver um exemplo de
demonstração da matriz (LEOPOLD, 1971), que por ser de fácil visualização nos mostra
o impacto nos diferentes componentes do meio ambiente. A magnitude é colocada no
canto superior esquerdo de cada célula; a significância, no canto inferior direito. Ambos
podem variar de 1 a 10.
22

Figura 1: Matriz de Leopold

Fonte: (Leopold, 1971)

Segundo Ribeiro (1999) as matrizes de interação são amplamente empregadas


desde a década de 1970. Estas ferramentas são um dos mais conhecidos métodos para
Avaliação de Impacto Ambiental, e que possibilita estabelecer as interações entre os
parâmetros ambientais e suas respectivas ações associadas aos processos de
transformação, descrevendo a magnitude e intensidade do impacto no meio ambiente.
Ribeiro (1999), acrescenta que estas funcionam como listagens bidimensionais, sendo
dispostas nos eixos vertical e horizontal as ações para implementar um projeto e os
fatores ambientais que podem ser afetados, respectivamente. A interação destes fatores
é obtida por meio do cruzamento das linhas com as colunas, chamadas de quadrículas,
para as quais é possível atribuir fatores de ponderação.
23

Para utilizar a Matriz de Leopold, a análise deve ser dividida em duas etapas. De
acordo com Ribeiro (1999), a primeira é a identificação das causas e os efeitos
ambientais. Nesse estudo de caso essas causas, destacadas nas colunas, são: as
avenidas marginais, ruas asfaltadas, loteamentos, assentamentos informais, áreas
verdes, eventos itinerantes, retenção de água, mata ciliar natural, mata ciliar modificada
e o reflorestamento. Os efeitos são apresentados nas linhas da matriz. Na segunda etapa
é realizada a análise dos impactos causados no fundo de vale. Após a análise das
possíveis interações, são dispostos os valores para cada ação. Na matriz original são
atribuídos valores de 0 a 10 com o sinal de positivo (+) caso o impacto seja considerado
benéfico, e da mesma maneira, para os impactos considerados negativos, o símbolo
negativo (-) com valores de 0 a 10.
Para tornar a análise mais dinâmica, a escala dos valores será adaptada pela
escala de cores, vermelho, amarelo e laranja (alto impacto, médio impacto e baixo
impacto) são atribuídos aos impactos negativos, e as escalas de diferentes tons verdes
são atribuídas a impactos positivos: verde claro, verde médio e verde escuro para
identificar impactos altos, médios e baixos, respectivamente. Para efeitos insignificantes
ou inexistentes, utilizaremos cinza claro. Cabe ressaltar que as notas dadas a análise
são de perspectiva do autor.

4.1. Localização do córrego capivara

O Córrego Capivara fica localizado na cidade de Londrina/PR, encontra-se com


uma interferência direta dos Bairros Vale das Araucária, Claudia e Vale do Reino, como
mostra a figura 2.
24

Figura 2: Localização do Córrego Capivara

Fonte: Autoria Própria (2022)

4.2. Análise ambiental da área do Fundo de Vale

Com o mapa síntese em mãos e com o levantamento das técnicas de Avaliação


de Impactos Ambientais, ocorreu a análise para saber qual técnica melhor servirá ao
propósito de recuperação da área estuda. Assim, foi proposto a aplicação de técnicas de
recuperação e diretrizes para que se tenha recuperação efetiva da área.
Para uma melhor tomada de dados, foi feito um levantamento de quais pontos
seriam monitorados de forma aleatória, para tal, foi feito uma divisão principal em 3
regiões do córrego (Região de Montante, Região de Ponto Médio e Região de Jusante),
cada região foi dividida em 3 áreas iguais de caminho equivalentes a aproximadamente
25

0,75 km. Dentro destes três quadrantes foi feito uma divisão igual de 6 quadrantes em
cada região, formando no total 18 quadrantes divididos igualmente entre si, desta forma,
foi colocado uma sigla para cada quadrante (Exemplo: A,B,C,.., 1,2,3.., A1,B1,C1,...),
como podemos ver na figura 3.
Figura 3: Escolha dos pontos de amostragem

Fonte: Google Earth Pro (2022)

Por fim, foi escolhido aleatoriamente 2 pontos de cada quadrante, através de um


sorteio aleatório de papéis.
Os pontos selecionados, foram:
• Ponto 1 Região Montante (Latitude: 23° 20.321'S Longitude: 51° 10.885'O)
• Ponto 6 Região Montante (Latitude: 23° 20.500'S Longitude: 51° 10.685'O)
• Ponto B Região Média (Latitude: 23° 20.464'S Longitude: 51° 10.535'O)
• Ponto D Região Média (Latitude: 23° 20.485'S Longitude: 51° 10.419'O)
• Ponto E1 Região Jusante (Latitude: 23° 20.403'S Longitude: 51° 10.002'O)
• Ponto F1 Região Jusante (Latitude: 23° 20.401'S Longitude: 51° 9.882'O)
26

Os dados dos pontos foram escolhidos através de imagens do Google Earth Pro,
como podemos ver na figura 4.
Figura 4: Pontos de amostragem Escolhidos

Fonte: Google Earth Pro (2022)


27

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Uso praticado do solo

Foi delimitado um perímetro por todo o percurso do vale para que se pudesse
demonstrar os tipos de ocupação do solo, como mostrado na figura 5. A região apresenta
áreas com solo degradado, como terrenos desocupados ou áreas desmatadas, presença
de unidades unifamiliar, áreas verdes densas, restaurante, comércio, hotel e presença
de hospital.
Figura 5: Uso Praticado do Córrego Capivara

Fonte: Autoria Própria (2022)


28

5.2. Região de influência da bacia hidrográfica

Através de data bases disponibilizados pelo Sistema de Informação Geográfica


de Londrina (SIGLON) foi possível ver a delimitação da Bacia Hidrográfica do córrego
Capivara e através das curvas de níveis da Bacia, verificar quais são as regiões de
maiores influências quanto ao escoamento da água e sua ligação direta quanto aos
pontos de erosão do fundo de vale, mostrados na figura 6.
Figura 6: Bacia hidrográfica do Córrego Capivara

Fonte: Autoria Própria (2022)

Assim como mostrado na figura 6, toda a região delimitada da bacia tem


influência direta no córrego, uma vez que toda a água pluvial escoa em direção a ele,
indo da Cota mais alta para a cota mais baixa. Com a ida a campo foi possível ver que
29

existem ruas sem a correta capitação de água, seja por falta de galerias pluviais,
entupimento de bueiros ou pela total impermeabilização de ruas, gerando desta forma,
uma alta velocidade no escoamento superficial das águas. Através de imagens de campo
e imagens retiradas de satélite é possível ver o resultado de erosões (figura 9) e
alagamentos (figura 7 e 8) ocasionado por este fator em um determinado ponto do Fundo
de vale.
Figura 7: Imagem ano de 2014

Fonte: SIGLON - Imagem Satélite World View 2 (2022)

Através da figura 7, podemos ver que a área do córrego se encontra completamente


alagada e degradada, isto se dá devido à alta velocidade no índice de escoamento
superficial da água ao redor, imagem de satélite do ano de 2016 (figura 7), retirada do
site (SIGLON – Imagem Satélite World View 2).
30

Figura 8: Imagem ano de 2020

Fonte: SIGLON - Ortofoto Infraero (2022)

Imagem (figura 8) retirada no mesmo local da figura 7, porém com diferença de 4 anos.
Pode-se ver que o local continua com o mesmo problema de alagamento e sua área
alagada não consegue se restaurar, para tal, faz necessário a mudança no sentido de
escoamento superficial das águas do entorno ou criação de propostas para a diminuição
da alta velocidade como criação de barreiras de contenção ou bolsões de água. imagem
de satélite do ano de 2020 (figura 8), retirada do site (SIGLON – Ortofoto Infraero).
31

Figura 9: Erosão ocasionada pelo escoamento de águas superficiais.

Fonte: Autoria Própria (2022)

5.3. Evolução da ocupação da área em estudo

Para fazer o levantamento histórico da área, foi feito um levantamento junto ao


Google Earth Pro para que se pudesse entender melhor como se deu a evolução da
degradação do fundo de vale quanto as interferências humanas em relação a ocupação
e uso do solo ao seu redor. Para fazer este levantamento foi feito uma análise de imagens
cronológicas a partir do ano de 2004, devido as imagens anteriores se mostrarem em
baixa qualidade.
32

Figura 10: imagem de satélite de 03/2004

Fonte: Google Earth Pro (2022)

Através das imagens levantadas por satélite, pode-se ver que no ano de 2004
(figura 10) (início da documentação fotográfica da área) todo o percurso do fundo de vale
estava com degradação de nível alto, ou seja, era necessário propor medidas para
recuperação de Áreas de Preservação Permanente. As APP’s legalmente foram criadas
no Brasil pela Lei nº. 4.771 que instituiu o novo Código Florestal, promulgada pelo
Presidente H. Castello Branco, em 16 de setembro de 1965. Conforme citado, os cursos
d’água com largura menor que 10 metros devem ser margeados com faixa de proteção
em ambos os lados com tamanho igual ou maior a 30 metros e as nascentes ou olhos
d’água devem ser circundadas em 50 metros de raio.
33

Figura 11: imagem de satélite de 06/2015

Fonte: Google Earth Pro (2022)

Com o passar dos anos (figura 11), foi possível ver que as áreas desmatadas
começaram a se auto regenerar, do qual consta de um processo natural unindo um
conjunto de fatores em que as plantas se estabelecem numa área degradada sem que
elas tenham sido introduzidas pela ação humana, segundo a definição do Instituto
Florestal, de São Paulo. São sementes que foram polinizadas de forma natural, existem
alguns tipos de polinização natural, são elas: Anemofilia: através do vento; Ornitofilia:
polinização feita por aves; Hepertofilia: polinização feita por anfíbios e répteis e
quiropterofilia: polinização feita por mamíferos, principalmente morcegos.
34

Figura 12: imagem de satélite de 02/2022

Fonte: Google Earth Pro (2022)

Com as imagens do ano de 2022 (figura 12), mostrou-se possível a visualização


de um córrego em quase completa recuperação, uma vez que o mesmo se mostrou com
longos corredores verdes, mata densa e apenas pequenos fragmentos com déficit de
vegetação.
Comparando as imagens do ano de 2004 (figura 10) com a do ano de 2022 (figura
12), é possível ver que o fundo de vale se regenerou, mesmo apresentando locais com
déficit de vegetação (figura 17), desta forma, acredita-se que nos próximos anos será
possível ter uma recuperação quase que por total de sua APP, principalmente se tiver
interferência humana para a aceleração desta recuperação, como através da utilização
de técnicas de recuperação florestal como um exemplo a de Enriquecimento.
A técnica de enriquecimento consta do plantio de espécies nativas em áreas que
já possuam vegetação, mas que não apresentem vegetação diversificada, com isto, faz-
se necessário o plantio de plantas de diferentes espécies e grupos, principalmente dos
estágios finais da sucessão ecológica, permitindo desta forma um melhor
35

desenvolvimento do ecossistema local. Esta técnica permite a inibição de crescimento de


espécies não desejáveis no local.

5.4. Análise e interpretação de dados coletados – Matriz de Leopold

As análises dos dados levantados através da ida a campo foram obtidas pela
aplicação da matriz Leopold, organizado em forma de tabela para determinar os impactos
ambientais, que são denominados como Impacto Positivo ou Impacto Negativo (Tabela
1), todos os valores apresentados foram feitos com base em análise de campo.
Para tornar a análise mais dinâmica, a escala dos valores foi adaptada pela
escala de cores, vermelho, amarelo e laranja (alto impacto, médio impacto e baixo
impacto) são atribuídos aos impactos negativos, e as escalas de diferentes tons verdes
são atribuídas a impactos positivos: verde claro, verde médio e verde escuro para
identificar impactos altos, médios e baixos, respectivamente. Para efeitos insignificantes
ou inexistentes, utilizou-se cinza claro. Cabe ressaltar que as notas dadas a análise são
de perspectiva do autor.
Tabela 1: Magnitude dos Impactos
Impacto Negativo Impacto Positivo
ALTO 1 ALTO 4
MÉDIO 2 MÉDIO 5
BAIXO 3 BAIXO 6
SEM IMPACTO 7
Fonte: Leopold et al., (1971) – modificado pelo autor
36

Construção da Matriz de Leopold com base na análise de campo.


Tabela 2: Matriz de Leopold – Análise do impacto ambiental no Córrego Capivara
Causa Córrego Capivara

Mata Ciliar degradada

Ruas asfaltadas

Avenidas Marginais
Drenagem de água

Mata Ciliar Natural

Construção mobiliar

reflorestamento
Efeito
Ruídos e
vibrações

Coleta
seletiva

Disposição de
lixeiras

Incentivo de
políticas
ambientais
Antrópico

Circulação de
veículos

Circulação de
pedestres

Circulação de
ciclistas

Qualidade do
ar

Atividades
econômicas

Paisagem
natural
37

Alteração da
cobertura do
solo
Alteração da
drenagem

Mudança de
Característica
s físicas
Meio Físico

erosão

Assoreament
o

Escoamento
superficial

Mudança na
Mata ciliar

Modificação
de habitat

Animais
terrestres
Biológico

Flora

Ruídos ou
vibração

fauna

Habitats
terrestres
Fonte: Leopold et al., (1971) – modificado pelos autores

Quantificação dos impactos da Matriz de Leopold em relação aos meios


antrópicos, físico e biológico.
38

Tabela 3: Quantificação dos impactos


Sem
Positivo Negativo
Meio Impacto
Alto Médio Baixo Alto Médio Baixo Neutro
Antrópico 16 7 3 5 8 8 23
Físico 21 0 0 6 5 9 8
Biológico 12 0 1 12 4 8 3
Fonte: Autoria própria (2022)
39

6. ANALISE DOS PONTOS OBSERVADOS

Com a divisão dos pontos a serem monitorados na etapa de materiais e métodos


do projeto, foi possível ir a campo e fazer uma análise minuciosa nos pontos que foram
sorteados e ter uma visão mais completa do que se passa no córrego capivara, para
assim, mitigar os problemas apontados.

PONTO 1

Ponto 1 (Latitude: 23° 20.321'S Longitude: 51° 10.885'O) é o local onde se


encontra a nascente do córrego.
A nascente do córrego encontra-se em seu estado vegetativo mais conservado,
sendo de difícil acesso a ida ao local, sua nascente possui vegetação nativa e encontra-
se preservada de qualquer interferência externa, sendo assim sua zona de APP se
mostrou protegida. Foi possível realizar fotos do local através do estacionamento de um
empreendimento que se encontra perto do local, uma vez que existem grades ao redor,
dificultando o acesso.
40

Figura 13: Ponto 1

Fonte: Google Earth Pro (2022)

As fotos a seguir foram feitas no ponto que está com um X na figura 13.
Figura 14: Ponto 1 – foto tirada no ponto x

Fonte: Autoria própria (2022)

Como podemos ver na figura tirada no ponto X, é possível ver que a área
delimitada da APP está preservada e que apenas o seu redor se encontra com solo
41

degradado, todavia, devido a não pavimentação deste, não existe um escoamento


superficial que interfira na zona de APP.
As fotos a seguir foram feitas no ponto que está com o indicativo da letra Y na
figura 13.
Figura 15: Ponto 1 – foto tirada no ponto y

Fonte: Autoria própria (2022)

Não foi possível adentrar este ponto, uma vez que a área se mostra preservada,
o que impede o seu adentramento. Foi possível observar que não existe zonas degradas
e sua zona de APP está preservada, não sendo necessário uma recuperação da área.

PONTO 6

O Ponto 6 (Latitude: 23° 20.500'S Longitude: 51° 10.685'O), se encontra no final


da divisão de quadrantes da Região Montante
42

Figura 16: Ponto 6

Fonte: Google Earth Pro (2022)


43

Figura 17: Ponto 6

Fonte: SIGLON (2022)

Na região do Ponto 6 não foi possível fazer a visita ao local para detalhamento
com fotos devido a sua área ao redor ser composta por propriedades particulares. A
observação se mostrou através das imagens disponibilizadas pelo Google Earth Pro e
SIGLON, e através destas, foi possível analisar que a Zona de APP desta delimitação se
encontra degradada, como mostrado na figura 17.
Desta forma, pode-se propor uma mitigação para o problema apresentado. Como
sabemos, existem diversas maneiras de se recuperar zona de APP, entretanto, deve ser
feita a escolha da técnica que melhor se adapte ao local.
Com base em estudos e levantamentos bibliográficos, foi escolhido o uso de
espécies pioneiras como técnica de recuperação de APP pelo fato de demonstrar uma
melhor rapidez e autonomia (nenhuma manutenção) no desenvolvimento de cobertura
vegetal e microclima da região. Na etapa de adensamento consistira na introdução de
indivíduos de espécies do estado inicial da sucessão (espécie de cobertura) nos espaços
que apresenta déficit de regeneração natural, esta técnica pode ser feita por semeadura
44

direta ou plantio de mudas, para melhorar as condições do solo e para aumentar a


biodiversidade da área.
Após utilizada a técnica e com base no resultado futuro, é possível utilizar a
técnica de enriquecimento, que consiste na introdução de espécies, principalmente dos
estágios finais da sucessão ecológica, em áreas com melhores condições do solo já com
presença de vegetação nativa, porém com baixa diversidade de espécies, permitindo
assim uma total recuperação da área degradada.

PONTO B

O Ponto B (Latitude: 23° 20.464'S Longitude: 51° 10.535'O) encontra no início da


divisão de quadrantes da Região Média do Córrego Capivara.
Figura 18: Ponto B

Fonte: Google Earth Pro (2022)

As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 18.
45

Figura 19: ponto B – foto tirada no ponto x

Fonte: Autoria própria (2022)

Com a ida a campo foi possível ver que existem ruas sem a correta capitalização
de água, seja por falta de galerias pluviais, entupimento de bueiros ou pela total
impermeabilização de ruas, gerando desta forma, uma alta velocidade no escoamento
superficial das águas. Através da imagem feita no ponto X (figura 18), é possível ver o
resultado de erosão ocasionado por este alto índice de velocidade do escoamento de
águas superficiais em um determinado ponto do Fundo de vale.
Desta forma, propõem-se que seja feito uma melhora na canalização de água
destas ruas para que não ocorra o deslizamento de demais áreas de encosta. Mas, para
obter um melhor resultado, a rede de drenagem pluvial deve ser constituída pelos
materiais adequados. Nos dias de hoje existem diversas opções para esse sistema, como
as tubulações de aço corrugado ou de polietileno corrugado, entre diversos outros
materiais alternativos, assim como deve ser feito área com zonas de contenção para que
esta água chegue com menor velocidade nos pontos de encostas do Fundo de Vale,
impedindo assim, uma erosão das encostas de fundo de vale.

PONTO D

O Ponto D (Latitude: 23° 20.485'S Longitude: 51° 10.419'O) se encontra no meio


da divisão de quadrantes da Região Média do Córrego Capivara.
46

Figura 20: Ponto D

Fonte: Google Earth Pro (2022)

As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 20.
Na região do Ponto D, foi possível realizar a visita a apenas um ponto, devido a
presença de um condomínio residencial e a zona de APP da Região estar preservada,
impedindo assim o adentramento ao local.
47

Figura 21: Ponto D – foto tirada no ponto x

Fonte: Autoria própria (2022)

Como podemos ver na figura 21, é possível observar que a área se encontra em
estado de preservação, uma vez que é possível enxergar vegetação primaria e
secundária. A área se mostra com árvores que realizam o fechamento de dossel, existe
presença de vegetação rasteira e de sub-bosque, demonstrando assim um alto indicie de
biodiversidade da região.

PONTO E1

O Ponto E1 (Latitude: 23° 20.403'S Longitude: 51° 10.002'O) se encontra no final


da divisão de quadrantes da Região de jusante do Córrego Capivara.
48

Figura 22: Ponto E1

E
11

Fonte: Google Earth (2022)

O ponto E1 de jusante se mostrou o melhor ponto para observação, nele foi


possível adentrar a APP do córrego e fazer analises visuais quanto a sua preservação,
assim como seu ponto de jusante, como podemos ver nas imagens a seguir.
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 22.
49

Figura 23: Ponto E1 - X

Fonte: Autoria Própria (2022)

No ponto X, foi possível ver que a área delimitada da zona de APP está
preservada e em completo fechamento, desta forma não foi possível adentrar ao fundo
de vale.
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um Y na figura 22.
50

Figura 24: Ponto E1 – fotos tiradas no ponto Y – jusante

Fonte: Autoria Própria (2022)

Como podemos ver na figura 24, é possível observar que a área ao redor da
jusante se encontra em estado de interferência humana, uma vez que existe a presença
de resíduos sólidos como (garrafas pets, sacos plásticos, pneus, etc), estes materiais
podem se mostrar perigosos ao desenvolvimento de espécies aquáticas, uma vez que
interferem diretamente no ecossistema. Tais partículas bloqueiam a entrada de raios
solares na lâmina d'água, interferindo na fotossíntese de plantas aquáticas, podendo
também carregar poluentes químicos e biológicos absorvidos em sua superfície,
ocasionando assim uma poluição no ambiente.
Consta a prefeitura realizar a limpeza destes materiais superficiais que se
mostram acumulados na foz do Córrego, impedindo assim que estes se degradem com
o tempo ocasionando problemas ainda maiores.
51

Figura 25: Ponto E1 – fotos tiradas no ponto Y – saída da jusante

Fonte: Autoria Própria (2022)


52

Como podemos ver na figura 25, é possível observar que a área se encontra em
estado de preservação, uma vez que é possível enxergar vegetação preservada. A área
se mostra com arvores que realizam o fechamento de dossel, existe presença de
vegetação rasteira e de sub-bosque, demonstrando assim um alto indicie de
biodiversidade da região, apresentando um bom microclima do fundo de vale.

PONTO F1

O Ponto F1 Região Jusante (Latitude: 23° 20.401'S Longitude: 51° 9.882'O) se


encontra no final da divisão de quadrantes da Região de jusante do Córrego Capivara.
Figura 26: Ponto F1

F
1

Fonte: Google Earth (2022)

As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um X na figura 26.
53

Figura 27: Ponto F1 – fotos tiradas no ponto x

Fonte: Autoria Própria (2022)


54

Como observado na figura 27, é possível observar que a área se encontra em


estado de preservação, uma vez que é possível enxergar vegetação primaria. A área se
mostra com presença de arvores que realizam o fechamento de dossel, existe presença
de vegetação rasteira e de sub-bosque, demonstrando assim um alto indicie de
biodiversidade e preservação da região. Não foi possível realizar o adentramento da zona
de APP devido a vegetação se mostrar preservada.
As fotos a seguir foram tiradas no ponto que está com um Y na figura 26.
55

Figura 28: Ponto F1 – fotos tiradas no ponto Y

Fonte: Autoria Própria (2022)

Na região do Ponto F1 não foi possível realizar uma boa analise no ponto Y
durante a visita a campo, devido a área ao redor ser composta por propriedades
56

particulares. Entretanto, a observação se mostrou através das imagens disponibilizadas


pelo Google Earth Pro, e através destas, foi possível analisar que a Zona de APP da
delimitação se encontra degradada, como mostrado na figura “Ponto F1”.
Desta forma, pode-se propor uma mitigação para o problema apresentado, assim
como no ponto 6. Como sabemos, existem diversas maneiras de se recuperar zona de
APP, entretanto, deve ser feita a escolha da técnica que melhor se adapte ao local.
Foi escolhido o uso de espécies pioneiras como técnica de recuperação de APP
pelo fato de demonstrar uma melhor rapidez e autonomia (nenhuma manutenção) no
desenvolvimento de cobertura vegetal e microclima da região. Na etapa de adensamento
consistira na introdução de indivíduos de espécies do estado inicial da sucessão (espécie
de cobertura) nos espaços que apresenta déficit de regeneração natural, esta técnica
pode ser feita por semeadura direta ou plantio de mudas, para melhorar as condições do
solo e para aumentar a biodiversidade da área.
Após utilizada a técnica e com base no resultado futuro, é possível utilizar a
técnica de enriquecimento, que consiste na introdução de espécies, principalmente dos
estádios finais da sucessão ecológica, em áreas com melhores condições do solo já com
presença de vegetação nativa, porém com baixa diversidade de espécies, permitindo
assim uma total recuperação da área degradada.
57

7. MASTOFAUNA URBANA NA ÁREA EM ESTUDO.

Se tratando de zona urbana e o fundo de vale se mostrando um ambiente


fragmentado, os recursos disponíveis a fauna e a flora se encontram limitados, impedindo
o estabelecimento de um habitat rico e diverso, o que torna a população de animais
restrita a espécies generalistas (animais com maior capacidade de adaptação ao meio
em que se encontra), principalmente os pequenos mamíferos, aves, anfíbios e pequenos
répteis. A região de Londrina, por possuir um clima predominantemente Subtropical
Úmido, se mostra propicio ao desenvolvimento destes animais.
Dentre as famílias representantes da mastofauna que já foram catalogadas na
região pelo Ministério Público do Estado do Paraná, está: Didelphimorphia, Xenarthra,
Primatas, Carnívora, Perissodactyla, Artiodactyla, Rodentia, Lagomorpha e Chiroptera.
Alguns representantes dessas famílias são, respectivamente: gambás e cuícas,
tamanduá-tatu, bugio, cachorro do mato e jaguatirica, anta, cateto, ratão do banhado e
cuíca, tapiti e morcegos.
Dentre as 482 espécies distribuídas em 60 famílias encontradas na região por
Anjos (2002), as com maiores riquezas de espécies são: Accipitridae, Rallidae,
Columbidae, Psittacidae, Strigidae, Trochilidae, Picidae, Furnariidae, Formicariidae,
Cotingidae, Tyrannidae, Tyrannidae, Thraupidae e Fringillidae.
Durante a análise de campo, notou-se que a localização do Córrego Capivara se
encontra em uma APP em bom estado de preservação, com presença de serrapilheira e
ausência de ervas daninhas durante o trajeto, evidenciando que se trata de um fragmento
em estágio intermediário a clímax na sucessão ecológica, se mostrando um ambiente
favorável ao desenvolvimento de animais terrestres. Toda via, com a existência de
travessias de ruas asfaltadas e consequentemente a “quebra” na passagem de
vegetação, mostrou-se preocupante a situação do ir e vir dos animais terrestres ali
existentes, o que pode ocasionar a separação de famílias (alto ruído de carros que por
vez acaba por assustar os animais) e principalmente a morte de animais (atropelamento),
gerando assim uma diminuição no desenvolvimento da fauna do local.
58

7.1. Propostas de melhorias para travessia de animais - Viadutos Verdes

O desenvolvimento da civilização humana com construções civis acarretou uma


enorme degradação de fauna e flora ao redor de todo o mundo, estas fragmentações em
florestas ocasionaram desde diminuição em espécies até o desaparecimento das
mesmas.
Uma das principais consequências da construção de estradas para os animais
silvestres é a fragmentação de seu habitat, criando o que se conhece como "efeito
barreira". Para algumas espécies, os espaços abertos criados por estradas que geram
os ruídos, poluição e tráfego de veículos acabam por inibir ou até mesmo impedir que os
animais se desloquem por ambientes que antes eram uma passagem única e indivisível.
Ao longo de todo o córrego Capivara, existem 3 pontos com travessias de ruas
pavimentadas, estas travessias acabam por ocasionar um grande risco de atropelamento
de animais silvestres, devido ao alto movimento de veículos nestes locais. É possível ver
estas travessias através das fotos a seguir:
59

Figura 29: Travessia da Rua Adhemar Pereira de Barros

Fonte: Autoria Própria (2022)


60

Figura 30: Travessia da Avenida Ayrton Senna da Silva

Fonte: Google Earth Pro (2022)

Figura 31: Travessia da Avenida Garibaldi Deliberador

Fonte: Google Earth Pro (2022)


61

Para uma melhoria nestas áreas de travessias de animais silvestres e na tentativa


de diminuir o índice de atropelamento destes animais, propõem-se a construção de
viadutos verdes. Viadutos verdes, são construções que podem ser feitas tanto de
madeira, concreto ou ferro, estas devem ser largas e que permitam uma fácil locomoção
dos animais silvestres e deve ser composta por toda sua área superficial de vegetação.
A principal função destes viadutos é permitir a ligação do fundo de vale, diminuindo o
contato dos animais silvestres com os meios humanos, como no caso das ruas
pavimentadas, diminuindo assim as chances de um atropelamento e permitindo que
animais que andem em “bando” acabem por não se separar.
Ao redor da Europa já existem estes viadutos, como mostrado nas imagens a
seguir.
62

Figura 32: Viaduto Verde - Highway A20, Holanda

Fonte: Foto de Siebe Swart (2014)


63

Figura 33: Viaduto Verde - Highway 464, Alemanha

Fonte: Foto de Zwarts & Jansma (2014)

Para que estes viadutos possam ser implementados na cidade de Londrina/PR,


recomenda-se a construção com materiais de baixo custo como madeira ou ferro,
permitindo que o projeto tenha uma maior viabilidade econômica ao município.
64

8. CONCLUSÃO

A mudança ambiental da microbacia hidrográfica do Córrego Capivara


apresentada neste trabalho, permite concluir que o principal contribuinte para a
degradação ambiental do Fundo de Vale é o próprio homem. As interferências ambientais
acontecem principalmente devido a participação deste no entorno da bacia, seja com a
construção de residências, retirada de áreas verdes, pavimentação de ruas e falta de
planejamento hídrico, o que acabam por gerar diversos impactos ambientais.
Através dos mapa de Uso e Ocupação do Solo e do mapa de Bacia Hidrográfica,
foi possível fazer uma análise de modo geral, notando-se que as ruas pavimentadas e a
presença de residências ao redor de todo o entorno da microbacia hidrográfica do
Córrego Capivara se mostraram um fator determinante ao meio, uma vez que o alto
escoamento das águas superficiais acabam por gerar erosões nas encostas da
microbacia, assim como a presença de resíduos sólidos (plásticos e outros resíduos) que
são levados pela chuva, devido ao incorreto descarte feito pela população, que acabam
por ocasionar entupimento de bueiros e galerias, aumentando as áreas alagadas e
consequentemente a morte de espécies nativas.
Verificou-se que dentro do Ponto 6, existe a presença de residência particular na
Área de Preservação Permanente, o que acaba influenciando diretamente quanto a
preservação do solo do local. Esta Região do Ponto 6 se mostrou a área mais degradada
de todo o córrego, para tal, deve-se autuar o dono com base nas leis vigentes quanto a
degradação de APP dentro das propriedades.
A consequência da ação antrópica, biológica e física no meio ambiente pode ser
vista através da Matriz de Leopold que foi apresentada neste trabalho, através da matriz,
foi possível enxergar o real nível de impacto ambiental ocasionado por todo o entorno do
Córrego, seja ele positivo ou negativo.
Com base na tabela de quantificação dos impactos, teve-se um levantamento da
realidade apresentada no local. O meio Antrópico apresentou um maior número no
impacto neutro, todavia, pelo fato deste não se levar em consideração, viu-se que o
impacto positivo alto foi o que mostrou maior índice, sendo repetido 23 vezes. No meio
físico, mostrou-se também com maior repetição os altos impactos positivos e no meio
65

Biológico, tanto o alto impacto negativo quanto o alto impacto positivo tiveram um mesmo
número de repetição, sendo 12 este número.
Mostrou-se a necessidade de reflorestamento de áreas da microbacia para que
se tenha uma aceleração na recuperação das áreas degradadas, assim como no ponto
de vista paisagístico e de urbanização, uma vez que as áreas verdes trazem uma
interação entre o homem e o ecossistema, ajudando em sua preservação.
As áreas que são cortadas por ruas asfaltadas, impedem que animais silvestres
possam andar por todo o córrego sem que haja algum risco de atropelamento, desta
forma, mostrou-se necessário propor uma medida para que os mesmos possam
atravessar com segurança, para tal, propôs-se a construção de pontes verdes, estas
pontes permitirão aos animais que andem com segurança por todo o percurso do Fundo
de Vale, diminuindo assim os riscos existentes quanto a travessia destes animais.
Os resultados obtidos e analisados neste trabalho, permitem que se chegue à
conclusão da necessidade de intervenção do poder público, quanto a criação de políticas
de uso e ocupação do solo de fundos de vale, aplicação destas políticas e quanto a
conscientização de descarte de resíduos sólidos para a população que mora em seu
entorno. Esta conscientização permitirá uma diminuição quanto a poluição de resíduos
nos córregos, impedindo que estes degradem o meio. Desta forma, haveria a
preservação correta dirigida aos mananciais de água e represamento, levando a uma
efetiva legislação destina a disciplinar a exploração dos recursos naturais.
Desta forma, no que tange ao melhor entendimento dos fundos de vale, de como
o mesmo se recupera com o decorrer dos anos e o quanto a falta de conscientização da
população acaba por influenciar diretamente sua degradação. Conduzindo-se do
princípio de que áreas verdes são importantes para a qualidade de vida da sociedade e
são o futuro de um planeta mais “puro”, a importância da conscientização da sociedade
para com a preservação dos fundos de vale é o início de um futuro verde.
66

9. REFERÊNCIAS

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Tibagi. [S.l.]: [s.n.], 2002.

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Florestal.

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