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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Programa de Pós­Graduação em Engenharia Ambiental
Câmpus Apucarana e Londrina

PRISCILA GABRIELA DA SILVA DUARTE

MÉTODOS DE MACHINE LEARNING APLICADOS À


CLASSIFICAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA
MICROBACIA DO LAGO IGAPÓ NA CIDADE DE LONDRINA/PR

LONDRINA
2022
PRISCILA GABRIELA DA SILVA DUARTE

MÉTODOS DE MACHINE LEARNING APLICADOS À


CLASSIFICAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA
MICROBACIA DO LAGO IGAPÓ NA CIDADE DE LONDRINA/PR

Machine learning methods applied to the classification of soil use and


occupation in the microbain of Igapó Lake in the city of Londrina/PR.

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção


do grau de mestre em Engenharia Ambiental, ao Programa
de Pós­graduação em Engenharia Ambiental, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de
concentração: Processos Atmosféricos.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Alberto Martins.


Coorientador(a): Prof(a). Dr(a). Ligia Flávia Antunes
Batista.

LONDRINA
2022

Esta licença permite compartilhamento do trabalho, mesmo para fins


comerciais, sem a possibilidade de alterá­lo, desde que sejam atribuídos
créditos ao(s) autor(es). Conteúdos elaborados por terceiros, citados e
4.0 Internacional referenciados nesta obra não são cobertos pela licença.
Dedico a Deus, a meus pais Márcia e Adilson,
meus irmãos Douglas e Maria Tereza ao meu primo
Eder e minha tia Patricia e todos familiares que me
ajudaram nessa conquista.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom a vida e todo seu amor por nós. Agradeço em
especial minha mãe Marcia Helena da Silva, uma mulher incrível que nunca me deixou desistir
e sempre me incentivou a estudar e procurar o melhor caminho, agradeço também meu pai
Adilson Rafael Duarte, meus irmãos Douglas Silva Duarte e Maria Tereza Silva Duarte, em
memória a minha avó Tereza Rafael Duarte em memória, e todos que participaram e
contribuíram na minha jornada para a realização a conquista do meu título de Mestre(a) em
Engenharia Ambiental. Agradeço por todos os conselhos e apoio no decorrer dessa jornada.
Agradeço a Deus por ter me proporcionado a oportunidade de cursar a pós­graduação em uma
excelente universidade Federal como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus
Londrina. Agradeço a Prof. Drº Jorge Alberto Martins pela orientação durante esses dois anos
e pela oportunidade de fazer parte do grupo de pesquisa, neste período e por ele abraçar a ideia
para eu concretizar a minha dissertação de mestrado. Agradeço a Prof. Drª Ligia Flavia Antunes
Batista, pela sua coorientação e imensa colaboração para eu desenvolver a dissertação inclusive
alcançar meus resultados, seus ensinamentos me deram norte para conduzir a pesquisa de forma
produtiva, agradeço ambos professores por todo ensinamento o qual me proporcionaram.
Agradeço aos meus colegas por toda ajuda que me ofereceram durante o período de mestrado,
em especial a minha amiga de pesquisa Pamela Venturin. Agradeço a oportunidade de participar
do protejo Rain Solutins e Fundação Araucária por ter investido em minha pesquisa. O segredo
da vida não está na chegada na linha final e ganhar o lugar mais alto do pódio, e sim, tudo aquilo
que levamos para si, mediante a tudo que absorvemos das pessoas e, o que emitimos para elas
da nossa essência durante esse percurso.
DUARTE, Priscila Gabriela Silva. Métodos de Machine Learning Aplicados à Classificação
do Uso e Ocupação do Solo Na Microbacia Do Lago Igapó Na Cidade De Londrina/Pr.
2022. 77 p. Dissertação (Mestrado) ­ Curso de Programa de Pós­Graduação em Engenharia
Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Londrina, 2022.

RESUMO

O crescimento das áreas urbanas é um fenômeno mundial e seus problemas têm gerado imensos
desafios para a sociedade. Um desses desafios está relacionado à drenagem das águas de chuva
em ambiente urbano. Com a urbanização, a cobertura original do solo é substituída por
elementos que impedem ou dificultam a infiltração das águas da chuva. As soluções baseadas
na natureza têm se mostrado uma alternativa viável para o enfrentamento dos problemas
associados à drenagem urbana. Entretanto, o sucesso das intervenções é altamente dependente
de uma compreensão dos elementos que predominam na superfície urbana. Nesse sentido, o
principal objetivo deste trabalho foi a aplicação de algoritmos de machine learning em imagens
de satélite de alta resolução para classificação do uso e ocupação do solo na área de drenagem
do sistema de lagos Igapó, um conjunto de lagos urbanos da cidade de Londrina­PR. Imagens
da constelação de satélites Pléiades, com elevado nível de detalhamento espacial, foram usadas
para a classificação. Foram estabelecidas 12 classes temáticas específicas para classificação do
uso do solo. A classificação supervisionada foi aplicada e os seguintes algoritmos de
aprendizado de máquina foram avaliados: Decision Tree (DT), Randon Forest (RT), Suport
Vector Machine (SVM), K­Nearest Neighbors (KNN) e Normal Bayes. DT foi o classificador
que apresentou o melhor desemprenho, tanto para a classificação global quanto para as classes
individuais. Os valores para os índices Kappa, Precisão, Recall e F1­Score ficaram entre 90 %
e 100 % para o classificador DT. As áreas verdes, representadas por Árvores/arbustos e Grama,
juntamente com telhados, representam as classes majoritárias, com 24% e 23% da cobertura do
solo da área de estudo, respectivamente. Asfalto e calçada, com 19% da área, e solo exposto,
com 14%, também foram classes com participações expressivas. A fração remanescente é
constituída por água, inclusive superfície de piscina, e áreas sombreadas. Com o refinamento
das classes, a resolução espacial e a qualidade do mapeamento realizado, os resultados
apresentados neste trabalho podem ser uma ferramenta de grande utilidade para a elaboração
de projetos de intervenção que promovam o uso de soluções baseadas na natureza para a solução
dos problemas relacionados à drenagem urbana.

Palavras­chave: Soluções baseada na Natureza; Aprendizagem de Máquina, Árvore de


Decisão; Planejamento Urbano; Sensoriamento Remoto.
DUARTE, Priscila Gabriela Silva. Machine learning methods applied to the classification
of soil use and occupation in the microbain of Igapó Lake in the city of Londrina/PR.
2022. 77 p. Dissertação (Mestrado) ­ Curso de Programa de Pós­Graduação em Engenharia
Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Londrina, 2022.

ABSTRACT

The growth of urban areas is a worldwide phenomenon and its problems have generated
immense challenges for society. One of these challenges is related to the drainage of rainwater
in an urban environment. With urbanization, the original land cover is replaced by elements
that prevent or hinder the infiltration of rainwater. Nature­based solutions have proved to be a
viable alternative for dealing with problems associated with urban drainage. However, the
success of interventions is highly dependent on an understanding of the elements that
predominate on the urban surface. In this sense, the main objective of this work was the
application of machine learning algorithms in high resolution satellite images to classify land
use and occupation in the drainage area of the Igapó lake system, a set of urban lakes in the city
of Londrina­PR. Images of the Pléiades satellite constellation, with a high level of spatial
resolution, were used for the classification. Twelve specific thematic classes were established
for classifying land cover. Supervised classification was applied, and the following Machine
Learning algorithms were evaluated: Decision Tree (DT), Randon Forest (RT), Support Vector
Machine (SVM), K­Nearest Neighbors (KNN) and Normal Bayes. DT was the classifier that
presented the best performance, both for the global classification and for the individual classes.
The values for the Kappa, Precision, Recall, and F1­Score indices were between 90% and 100%
for the DT classifier. The green areas, represented by Trees/bushes and Grass, together with
roofs, represent the majority classes, with 24% and 23% of the land cover of the study area,
respectively. Asphalt and pavement, with 19% of the area, and exposed soil, with 14%, were
also classes with expressive participation. The remaining fraction consists of water, including
pool surface, and shaded areas. With the refinement of the classes, the spatial resolution, and
the quality of the developed mapping, the results presented in this work can be a very useful
tool for the elaboration of intervention projects that promote the use of nature­based solutions
to solve urban drainage problems.

Keywords: Nature­based solutions; Machine Learning, Decision tree; Urban planning;


Remote sensing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 ­ Interação Radiação Eletromagnética. ................................................................. 18


Figura 2 ­ Representação do SVM. ....................................................................................... 24
Figura 3 ­ Estrutura Clássica de uma árvore de Decisão ................................................... 26
Figura 4 ­ Mapa de localização do município de Londrina – PR. ...................................... 32
Figura 5 ­ Mapa de Solos de Solos da Microbacia do Ribeirão Cambé­PR. ..................... 33
Figura 6 ­ Mapa de Localização Bacia Ribeirão Cambé. ................................................... 35
Figura 7 ­ Mapa de Localização Lago Igapó na sub­bacia do Rio Cambé no município de
Londrina­PR. .......................................................................................................................... 36
Figura 8 ­ Fluxograma de delimitação de bacia através de ponto exultório. .................... 38
Figura 9 ­ Fluxograma das etapas do processamento digital de imagem (Pléiades). ....... 39
Figura 10 ­ Imagem de alta resolução com área delimitada da área de estudo em
Londrina­PR, no ano de 2020. ............................................................................................... 40
Figura 11 ­ Amostras de Treinamento (treino e validação) para as Classes estabelecidas.
.................................................................................................................................................. 45
Figura 12 ­ Uso do Stretview para confirmação da classificação. ...................................... 49
Figura 13 ­ Segmentação de imagem no TerraView. .......................................................... 50
Figura 14 ­ Amostra de cada classificador. .......................................................................... 51
Figura 15 ­ Métricas de acurácia. ......................................................................................... 52
Figura 16­ Acurácia Global. .................................................................................................. 56
Figura 17 ­ Mapa de classificação de uso e ocupação do solo modelo Decision Tree. ...... 57
Figura 18 ­ Porcentagem das Subclasses de Uso e Ocupação do Solo ............................... 13
Figura 19 ­ Áreas com potencial de infiltração. ................................................................... 14
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Especificações técnicas da imagem de satélite da área de interesse .................. 38


Tabela 2: Valores de teste para segmentação de imagem no TerraView. ......................... 41
Tabela 3: Campos Computados pelo Algoritmo ZonalStatistic (OTB). ............................ 42
Tabela 4: Grau de exatidão da classificação de acordo com o valor do Índice Kappa. ... 47
LISTA DE QUADROS
`
Quadro 1: Classes de elementos para determinação de uso e ocupação do solo .............. 42
Quadro 2: Matriz de Confusão Classificação DT ................................................................ 46
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AGUASPARANÁ Instituto das Águas do Paraná


AM Aprendizado de Máquina
AR Análises de Regressão
ARO Avaliação de Risco Operacional
B Blue
Bits Binary digits
CBERS China­Brazil Earth Resources Satellite
Cfa Clima Temperado Húmido com verão quente
CE Condutividade Elétrica
cm Centímetro
CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor
DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DQO Demanda Química de Oxigênio
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
et al. Outros autores
FA Floresta Aleatória
G Green
g Gramas
GLONASS Global Navigational Satellite System
GNSS Global Navigation Satellite System
GPS Global Positioning System
IA Inteligência Artificial
IAP Instituto Ambiental do Paraná
IAPAR Instituto Agronômico do Paraná
IAT Instituto de Água e Terra
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IP67 A prova de poeira totalmente vedado
IP68 Protegido contra imersão contínua em água
ITCG Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná
kg Quilograma
km Quilômetro
km/h Quilômetro por hora
km² Quilômetro quadrado
LANDSAT Land Remote Sensing Satellite
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
2 OBJETIVO .................................................................................................... 16
2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 16

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 16

3. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 17


3.1 Sensoriamento Remoto........................................................................................... 17

3.2 Geoprocessamento .................................................................................................. 19

3.3 Classificação de imagens digitais .......................................................................... 20

3.3.1 Classificação baseada a pixel ................................................................................ 21

3.3.2 Classificação baseada em objetos .......................................................................... 22

3.4 Aprendizagem de Máquina (Machine Learning) ................................................. 22

3.4.1 Modelos de aprendizagem de Machine Learning.................................................. 23

3.4.2 Máquinas de Vetores de Suporte (Support Vector Machine – SVM) ................... 24

3.4.3 Árvores de decisão (Decision Tree – DT) ............................................................. 25

3.4.4 Florestas aleatórias (Random Forest – RF) ........................................................... 26

3.4.5 K­Vizinhos mais próximos (K­Nearest Neighbors ­ KNN) .................................. 26

3.4.6 Naive Bayes – NB .................................................................................................. 27

3.5 Uso e Cobertura do Solo ........................................................................................ 27

3.5.1 Caracterização do Tema ........................................................................................ 27

3.5.2 Mapeamento da cobertura do solo ......................................................................... 29

3.6 Soluções Baseadas na Natureza (SbN) .................................................................. 30

4 METODOLOGIA .......................................................................................... 32
4.1 Caracterização da área de estudo ......................................................................... 32

4.1.1 Área de estudo ....................................................................................................... 32

4.1.2 Clima ..................................................................................................................... 33

4.1.3 Solos ...................................................................................................................... 33


4.1.4 Vegetação .............................................................................................................. 34

4.1.5 Hidrografia ............................................................................................................ 34

4.1.6 Lago Igapó ............................................................................................................. 36

4.2 Material ................................................................................................................... 37

4.3 Delimitação da sub bacia do Ribeirão Cambé ..................................................... 37

4.4 Aquisição de imagem de alta resolução ................................................................ 38

4.5 Classificação da imagem ........................................................................................ 41

4.5.1 Segmentação de da imagem .................................................................................. 41

4.5.2 Extração de atributos ............................................................................................. 41

4.5.3 Definição das Classes de uso e ocupação do solo e seleção de amostras de treinamento e
validação ......................................................................................................................... 42

4.5.4 Treinamento e validação ........................................................................................ 45

4.5.5 Classificação .......................................................................................................... 46

4.5.6 Avaliação dos modelos .......................................................................................... 46

4.6 Confirmação da exatidão do classificador Streetview .......................................... 48

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 50


5.1 Desempenho dos modelos ....................................................................................... 51

5.2 Mapeamento da cobertura do solo para a BH ..................................................... 54

5.3 Potenciais Aplicações do Estudo ........................................................................... 14

6 CONCLUSÃO ................................................................................................ 16
REFERÊNCIAS................................................................................................ 17
APÊNDICES..................................................................................................... 27
13

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento acelerado da urbanização, muitas vezes sem planejamento ou com


planejamento inadequado, acarreta degradação dos recursos naturais, como vegetação, cursos
d’água e solos. Isso ocorre devido à busca de espaço para a construção de obras de engenharia,
sendo inseridas, em muitos casos, em locais impróprios decorrentes da falta de planejamento.
Essa inadequação ocasiona e pode acarretar severos problemas futuros, como aqueles
presenciados atualmente, como alagamento, enchentes, assoreamento de lagos e rios, ilhas de
calor, entre outros.
A área de estudo encontra­se localizada em um perímetro urbano no município de
Londrina­PR, a qual passou por intensa antropização nas últimas décadas, acarretando
problemas de planejamento urbano devido à expansão desordenada. A área de interesse sendo
a microbacia do Ribeirão Cambé conta com um complexo de 4 lagos dentro de sua área de
drenagem, conhecido como Lago Igapó I, II, III e IV, sendo eles os alvos principais para o
presente estudo.
Larroca et al. (2017), em seu estudo onde avalia os impactos ambientais decorrentes das
ações humanas, identificaram que os principais efeitos com relação ao meio geofísico no
entorno do Lago Igapó foram atribuídos principalmente em relação à impermeabilização do
solo, decorrentes das vias e da construção civil. Um dos principais impactos negativos tem sido
o carregamento de resíduos para o curso d’água, principalmente pelo bairro Gleba Palhano, que
está em um processo de consolidação. Outro fato preocupante é o transporte de resíduos, que
acarreta o assoreamento do lago.
Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma grande aliada do planejamento urbano, pois
auxilia em tomadas de decisões e colabora com a otimização de tempo. Ferramentas como, por
exemplo, imagem de satélite de alta resolução, técnicas de Machine Learning, entre outros,
fazem parte dessa contribuição tecnológica. Com isso, o presente trabalho utilizou de tais
ferramentas para a análise de uso e ocupação do solo na Sub bacia do Ribeirão Cambé, por
classificação supervisionada orientada por objeto, utilizando algoritmos de ML para a
classificação.
Nandaia (2020), relata que os avanços científicos registados no domínio da classificação
de imagens baseada em objeto, desde o início do século, confirmaram esta técnica como uma
das mais promissoras no que diz respeito à extração de informação de uso e ocupação do solo.
Como a antropização é um processo praticamente irreversível, uma forma de entender
as condições atuais de certo local, e colaborar para minimizar os processos de degradação dos
14

elementos naturais, é analisar as condições de uso e ocupação do solo. O entendimento dessas


condições permite identificar áreas com grande degradação e com problemas associados, os
quais são objetos de estudo recorrentes do planejamento urbano.
O uso e ocupação do solo tem influência direta sobre diversos processos ambientais,
dentre os quais citam­se os efeitos deletérios sobre a qualidade e a disponibilidade dos recursos
hídricos de uma bacia hidrográfica. Assim, o mapeamento do uso e cobertura do solo surge
como uma ferramenta de análise ambiental com o intuito de visualizar as perdas de
biodiversidade, vegetação, recursos hídricos, alterações climáticas e incidência de doenças,
além do impacto social causado pela urbanização (SCHNEIDER et al., 2016).
Para alcançar o mapeamento e avaliação do uso e ocupação do solo, o uso de ferramentas
computacionais como Machine Learning e geotecnologias, conjuntamente aplicados na
manipulação de dados de sensoriamento remoto, gera produtos adequados para um bom
planejamento de ações de manejo que contribuem para a solução de problemas e promovem
melhorias na qualidade de vida e dos recursos naturais.
Para Souza (2017), as tecnologias e metodologias de processamento de imagens de
sensoriamento remoto apresentam um potencial indispensável nas análises ambientais, pois
fornecem informações sobre a cobertura da terra e sua dinâmica, e seus produtos conseguem
monitorar as mudanças na paisagem, em dimensões temporais e espaciais. Com isso, ressalta­
se que mapeamentos de uso e ocupação do solo são de grande valor para o planejamento urbano,
visando a mitigação dos problemas gerados pelo crescimento urbano, muitas vezes sem
planejamento adequado.
Métodos de Machine Learning podem ajudar a processar uma ampla variedade de
conjuntos de dados de sensoriamento remoto. Através desses métodos é possível processar
diferentes tipos de dados de sensoriamento remoto. Suas aplicações têm demonstrado alta
capacidade ao combinar dados de sensoriamento remoto e métodos de aprendizagem de
máquina para mapear diferentes recursos naturais (SHIRMARD, et. al, 2022).
Com o crescimento e desenvolvimento do município de Londrina, foram surgindo
problemas de drenagem de águas pluviais, transporte de sedimento para dentro do lago Igapó,
acarretando seu assoreamento. Para minimizar esses impactos, a aplicação de soluções baseadas
na natureza SbN é um método eficaz para implementar elementos naturais para a mitigação de
problemas ambientais no meio urbano. Entretanto, um bom mapeamento das condições de uso
e ocupação do solo é o primeiro passo para identificar quais intervenções SbN são as mais
adequadas para uma região de interesse.
15

Soluções baseadas na Natureza (SbN), ou em inglês Nature­based Solutions, é uma


expressão que surge como um conceito polifônico e detentor das demais estratégias
consolidadas no âmbito de serviços ecossistêmicos e de capital natural. Ou seja, a ideia em
torno das SbN funciona como um conceito guarda­chuva que busca expressar todas as soluções
que, de alguma forma, se inspiraram, copiam ou tomam como base processos naturais para
gerar algum benefício para o ambiente e para a sociedade humana. (FRAGA e SAYAGO,
2020).
O presente estudo avaliou as condições de uso e ocupação do solo da parte alta da
microbacia do Ribeirão Cambé, mais especificamente a área de drenagem do sistema de lagos
Igapó, da área urbana do município de Londrina­PR. Com os resultados, espera­se contribuir
para um aproveitamento mais eficiente das SbN, para que se tornem parte do planejamento
urbano futuro da área de estudo.
16

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

O objetivo do presente estudo é avaliar o uso e ocupação do solo na microbacia do


Ribeirão Cambé, onde se localiza a área de drenagem do Lago Igapó, na área urbana do
município de Londrina – PR, a partir de imagens de satélite com elevado nível de detalhamento
espacial, utilizando técnicas de Machine Learning através de classificação supervisionada
orientada por objeto.

2.2 Objetivos específicos

• Identificar e adquirir uma base de dados de imagem de satélite de altíssima resolução


para a área de drenagem do lago Igapó;
• Definir classes de uso e ocupação do solo adequadas à área do lago e às necessidades
do planejamento urbano na aplicação de SbN;
• Aplicar técnicas de Machine Learning para classificação e quantificar o uso e ocupação
do solo por meio de classificação supervisionada das imagens de satélite adquiridas;
• Contribuir, através de um mapeamento do uso e ocupação do solo, com a identificação
de áreas com potencial de infiltração de águas pluviais, para um melhor planejamento
urbano utilizando SbN.
17

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Sensoriamento Remoto

O desenvolvimento inicial do sensoriamento remoto é cientificamente ligado ao


desenvolvimento da fotografia e à pesquisa espacial. As fotografias aéreas foram o primeiro
produto de sensoriamento remoto a ser utilizado. O termo sensoriamento remoto (SR) apareceu
pela primeira vez na literatura científica em 1960, e desde então esse termo tem abrigado
tecnologia e conhecimentos extremamente complexos derivados de diferentes campos que vão
desde a física até a cartografia (NOVO e PONZONI, 2001).
Segundo Santos (2013), o sensoriamento remoto é uma tecnologia que utiliza sensores
para extrair informações sobre objetos ou fenômenos, a partir da radiação eletromagnética
(REM), sem que ocorra contato direto entre eles, ou seja, sem que o homem seja parte essencial
do processo de aquisição dos dados.
O sensoriamento remoto consiste na utilização conjunta de sensores, equipamentos para
o processamento e transmissão de dados da plataforma (aérea ou espacial), com o objetivo de
estudar o ambiente terrestre através de registro e análises das interações entre a radiação
eletromagnética e substâncias componentes do planeta em suas variadas manifestações
(NOVO, 1989).
Para Lillesand e Kiefer (1994), o sensoriamento remoto é a ciência que permite obter
informação sobre um objeto (alvo), área ou fenômeno através da análise de dados adquiridos
por um dispositivo (sensor) que não está em contato direto com o objeto, área ou fenômeno sob
investigação. O sensoriamento remoto realiza observações do planeta através de sensores acima
do solo. Esses sensores podem ser câmeras, que detectam não somente a luz visível, mas
também a radiação de outros comprimentos de onda, como o infravermelho, por exemplo
(SOUZA, 2010).
Sensores que obtém imagens que não sejam pela detecção da radiação eletromagnética
(REM) também devem ser classificados como relacionados ao sensoriamento remoto. A
confusão mais comum é feita com os sensores geofísicos aerotransportados, tais como os
magnetômetros, que geram uma imagem a partir de medições do campo magnético da superfície
terrestre. Portanto, neste caso não há qualquer relação com a energia eletromagnética
(MENESES e ALMEIDA, 2012).
A partir da definição de sensoriamento remoto, fica evidente que é necessário conhecer
o que é a REM para que se possa entender o processo de aquisição e de análise das imagens
18

(MENESES e ALMEIDA, 2012). A REM começa com o entendimento da dualidade do


comportamento da sua natureza: onda e energia. A REM se propaga pelo espaço vazio por meio
de um campo eletromagnético variável (Figura 1). A energia produzida pelo Sol, por exemplo,
chega à Terra por esse processo de transmissão. A luz solar é a forma mais conhecida de
radiação
Figura 1 ­ Interação Radiação Eletromagnética.

Fonte: Quartaroli, et. al (2014).

A REM é o elemento de ligação entre todos os demais. Para o caso de aplicação das
técnicas de sensoriamento remoto no estudo dos recursos naturais, tanto o Sol quanto a Terra
podem ser a fonte de REM. Embora a terra não emita luz visível, ela é fonte para os sensores
passivos de micro­ondas e termais (NOVO e PONZONI, 2001).
O sensor é o instrumento capaz de coletar e registrar a REM refletida ou emitida pelo
objeto, que também é denominado alvo, e que representa o elemento do qual se pretende extrair
informação (MENESES e ALMEIDA, 2012). Ele também é capaz de responder a faixas
específicas do espectro eletromagnético, registrá­la e gerar um produto numa forma adequada
para a interpretação do usuário (STEFFEN et al., 1981). Os sensores remotos podem ser
classificados em função da fonte de energia. Quando os sensores não possuem fonte própria de
radiação são denominados de sensores passivos (e.g., sensores que medem a radiação solar
refletida pela superfície da Terra ou as ondas de infravermelho emitidas por ela). Por outro lado,
quando os sensores possuem sua própria fonte de REM são denominados sensores ativos.
Radares, por exemplo, são dispositivos que medem a radiação que eles próprios emitem, mas
que é refletida pelo alvo (INPE, 2006).
19

Os sensores podem ainda ser classificados em função do tipo de produto. Sensores não­
imageadores são aqueles que não geram imagem da superfície sensoriada (e.g., radiômetros e
espectro­radiômetros). Sensores não­imageadores são essenciais para aquisição de informações
precisas sobre o comportamento espectral dos objetos. Por outro lado, sensores imageadores
produzem uma imagem, fornecendo informações sobre a variação espacial da resposta espectral
da superfície observada (INPE, 2006).

3.2 Geoprocessamento

O geoprocessamento, segundo Câmara et al. (2001), consiste no conhecimento que


utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica. Isso
envolve técnicas e métodos que vão desde a coleta, passando pelo tratamento e armazenamento,
até o processamento dos dados, com a finalidade de produzir novos conhecimentos sobre o
assunto abordado. Esta tecnologia influência de maneira crescente as áreas de cartografia,
análise de recursos naturais, transporte, comunicação, energia e planejamento urbano e
regional. Um importante aspecto do geoprocessamento é que as informações georreferenciadas
têm como característica principal o atributo de localização, ou seja, estão ligadas a uma posição
específica do globo terrestre por meio de suas coordenadas (ZAIDAN 2017).
O geoprocessamento representa um conjunto de tecnologias capazes de coletar e tratar
informações georreferenciadas. Com o desenvolvimento constante de novas aplicações, as
tecnologias associadas ao geoprocessamento fazem cada vez mais parte do nosso dia a dia.
Exemplos dessas tecnologias são o Sensoriamento Remoto (SR), o Sistema de Informação
Geográfica (SIG) e o Sistema de Posicionamento Global (GPS) (Gomes, 2020).
O SIG é um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para
armazenar, recuperar, transformar, visualizar e manipular dados referenciados espacialmente
num ambiente de respostas a problemas. Trata­se de um banco de dados indexados
espacialmente, sobre o qual opera um conjunto de procedimentos para responder a consultas
sobre entidades espaciais (ARONOFF, 1989; BURROUGH, 1986; COWEN, 1988; SMITH et
al., 1987).
Os primeiros SIGs surgiram na década de 60, no Canadá, como parte de um programa
governamental para criar um inventário de recursos naturais. Seu manuseio era muito
complexo, pois não existiam monitores gráficos de alta resolução. Os computadores necessários
eram excessivamente caros, assim como a mão de obra. A década de 80 representa o momento
20

quando a tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia um período de acelerado


crescimento que dura até os dias de hoje (CÂMARA et al., 1996).
O uso e ocupação do solo e problemas ambientais associados são campos muito
beneficiados pelas tecnologias SIG. Por exemplo, Machado et al. (2017) relataram que, quando
não controlado e não legalizado, o crescimento populacional, juntamente com o aumento
desenfreado do número de construções civis, tende a impermeabilizar o solo do local, reduzindo
ou extinguindo a capacidade de infiltração do solo. Consequentemente, além de alterar o ciclo
da água, esse processo causa aumento do escoamento superficial e toda sorte de problemas
associados, com particular destaque para o assoreamento e a poluição dos corpos hídricos.
Neste contexto, os autores sugerem que programas de geoprocessamento SIG (Sistema de
informações Geograficas) são ferramentas que, por meio da utilização de imagens de satélite e
outros dados vetoriais georreferenciados, adquiridos por múltiplas fontes, visam gerar
informações que deem suporte para gerir essas situações.
Outra aplicação do geoprocessamento é na avaliação de áreas vulneráveis a inundações,
pois os mapas de inundação gerados são ferramentas que possibilitam delimitar superfícies
expostas a períodos de cheias, e demonstram ser excelentes alternativas na prevenção, controle
e gestão das áreas de risco, bem como no planejamento urbano (SILVA e FERREIRA, 2020).
Em estudos epidemiológicos, o uso de ferramentas de geoprocessamento é essencial
para o entendimento da dinâmica com que ocorrem os fenômenos epidemiológicos, bem como
determinação de áreas de riscos e vulnerabilidade. (SILVA e ZAIA, 2019).
Para Wu et al. (2013), o geoprocessamento não se limita apenas ao planejamento
urbano, mas também é de grande valia para os serviços meteorológicos. Segundo os autores,
com o uso crescente de serviços de observação e previsão do tempo, há uma necessidade
urgente de um sistema eficaz para gerar serviços e produtos de alta qualidade.

3.3 Classificação de imagens digitais

O mapeamento baseado em imagens de satélite fornece uma ferramenta essencial para


avaliar os padrões de uso e cobertura da terra atuais e históricos (REN et al., 2019). Além disso,
essa ferramenta tornou­se um suporte útil para a investigação de possíveis mudanças no uso da
terra em um futuro próximo (REN et al., 2019).
A classificação de uma imagem de satélite consiste na identificação de determinados
elementos nelas presentes através da associação de cada pixel ou regiões a uma determinada
classe pré­estabelecida (FITZ, 2008). O rápido desenvolvimento de algoritmo de aprendizado
21

de máquina, permite que a avaliação e classificação sejam quantificadas com mais precisão
(RAHMANA et al. 2020).
Segundo Moreira (2003), existem dois métodos mais comuns para a classificação:
supervisionados e não supervisionados. A classificação supervisionada envolve o uso de dados
de treinamento, onde os pixels da imagem são definidos a partir de descrições numéricas a fim
de definir a quantidade e as classes temáticas que serão utilizadas na classificação. Na
classificação não supervisionada o processo ocorre sem que o usuário necessite de amostras
para treinar o classificador. Neste caso, trata­se de um processo essencialmente realizado pelo
computador, em que o usuário apenas especifica o número de classes espectrais desejado e elas
são criadas a partir de faixas dos valores de pixel. Assim, os pixels são agrupados de acordo
com a similaridade espectral, a limitação neste caso reside no fato de que o usuário terá que
interpretar que tipo de cobertura do solo corresponde uma dada classe criada (CRÓSTA, 2002).
Huang et al. (2017) relatam que um método de conjunto multinível, baseados em pixel
e objetos, pode explorar os pontos fortes dos classificadores individuais. Do ponto de vista da
interpretação de imagens, o método apresentado, integrando regras e recursos múltiplos
baseados em pixels e objetos, é eficaz para a classificação de imagens de alta resolução.

3.3.1 Classificação baseada a pixel

O processamento com resolução de pixel é capaz de indicar as trajetórias de mudanças


na superfície e revelar os padrões de desenvolvimento urbano. Os métodos supervisionados
baseados na definição das classes e na coleta dos pixels de treinamento representativos de cada
classe realizam cálculos a partir dessas amostras para serem referência nas demais
classificações. Alguns métodos estimam a densidade de probabilidade do comportamento dos
dados das classes atribuídas (BRANDT. TSO MATHER, P. 2009; ANDREOLA 2009).
A classificação de imagens de sensoriamento remoto por pixel desempenha um papel
importante em várias aplicações, como o reconhecimento de culturas, estudos fenológicos e
monitoramento de mudanças na cobertura do solo (DIAS, 2020).
22

3.3.2 Classificação baseada em objetos

Para Costa et al. (2017), a classificação de imagem baseada em objetos permite a


aplicação de indicadores para o auxílio da classificação de imagens, sendo importante avaliar o
desempenho e as formas de aplicações.
A análise baseada em objetos propicia a geração de atributos geométricos e contextuais.
Nos objetos mapeados, realiza­se a extração de atributos, isto permite ponderar particularidades
geométricas dos alvos até então não considerados nos classificadores tradicionais, tais como a
cor, a textura, o formato, a proximidade de segmentos, entre outras particularidades e
refinamentos (RUIZ et al. 2017, NETA, 2009).

3.4 Aprendizagem de Máquina (Machine Learning)

A Aprendizagem de Máquina (Machine Learning) é uma área da Inteligência Artificial,


é o campo da ciência que fornece ao computador a habilidade de aprender uma determinada
tarefa (HOMEM, 2020).
Machine Learning é um dos principais pilares dessa nova era do conhecimento, pois
permite a extração de informação utilizando dados de forma eficiente e eficaz, alavancando a
computação de alto desempenho (FREITAS e SANTANA, 2019).
Fantinel (2020) relata que os computadores em um determinado período eram apenas
capazes de processar e efetuar o que lhes eram instruídos a fazer. Porém novas técnicas e
ferramentas computacionais foram surgindo devido à crescente tecnologia, possibilitando os
computadores a aprender a se auto programar, característica essa do campo Machine Learning.
A técnica de Machine Learning consiste na identificação automática através de
algoritmos que aprendem interativamente a partir de conjunto de dados fornecidos, gerando
resultados preditivos ou descritivo com base no que aprendeu (SHWARTZ­SHALEV e BEN­
DAVID, 2014).
Métodos de Machine Learning podem ajudar a processar uma ampla variedade de
conjuntos de dados de sensoriamento remoto e determinar a relação entre elementos, como por
exemplo, entre o contínuo de refletância e os recursos de interesse. Através do Machine
Learning é possível processar diferentes tipos de dados de sensoriamento remoto e investigar
suas aplicações, pois demonstra alta capacidade ao combinar dados de sensoriamento remoto e
métodos de aprendizado de máquina para mapear diferentes recursos naturais, fornecendo
mapas temáticos para a superfície da Terra (SHIRMARD, et. al, 2022).
23

O Machine Learning tem sido considerado confiável na aplicação do sensoriamento


remoto, devido sua eficiência e precisão na classificação de imagens de sensoriamento remoto.
O Machine Learning torna possível gerenciar dados de alta dimensão e mapear recursos de
acordo com as características do alvo (Maxwell et al., 2018).
Por ser um domínio muito amplo, o Machine Learning se ramificou em vários
subcampos que lidam com diferentes tipos de tarefas de aprendizado. Pode­se dividir as tarefas
de aprendizagem de acordo com a natureza dessa interação. A primeira distinção a ser
observada é a diferença entre aprendizado supervisionado e não supervisionado (SHWARTZ­
SHALEV e BEN­DAVID, 2014).
Para Monard e Baranauska (2003), no aprendizado supervisionado é fornecido ao
algoritmo de aprendizado, ou indutor, um conjunto de exemplos de treinamento para os quais
o rótulo da classe associada é conhecido. O aprendizado supervisionado engloba a construção
de um modelo estatístico, no qual prevê ou estima um resultado baseado em uma ou mais
entradas de dados classificados.
O aprendizado supervisionado descreve um cenário no qual a “experiência”, um
exemplo de treinamento, contém informações significativas as quais a experiência aprendida
deve ser aplicada. No aprendizado não supervisionado, no entanto, não há distinção entre dados
de treinamento e de teste. (SHWARTZ­SHALEV e BEN­DAVID, 2014).
O aprendizado não supervisionado tem como objetivo encontrar semelhanças entre os
objetos que formam o contexto de informações sem rótulos. Essas aplicações de aprendizagem
não supervisionada estão divididas em categorias, tais como aprendizagem hierárquica
(intimamente relacionado com o “deep learning” e redes neurais multicamadas), “clustering”
ou agrupamento de dados, modelos de variáveis latentes, redução de dimensionalidade e
detecção de “outliers” ou dados discrepantes (USAMA et al., 2019).

3.4.1 Modelos de aprendizagem de Machine Learning

A eficácia do Machine Learning depende da quantidade e qualidade dos dados


disponíveis e dos modelos de aprendizagem. Esses modelos, que são utilizados para representar
as aplicações, estão cada vez mais sofisticados e hábeis em resolver problemas complexos
graças ao apoio da ciência básica, especialmente a Matemática e a Estatística (FREITAS e
SANTANA, 2019).
O Machine Learning oferece uma vasta gama de opções de algoritmos, com a capacidade
de classificar conjuntos de elementos (TAKAKURA et al., 2018). Os algoritmos de Machine
24

Learning aprendem a induzir uma determinada função ou hipótese, que seja capaz de resolver
um problema baseado em dados que representam instâncias do problema a ser resolvido. Ou
seja, é um método de análise de dados que desenvolve modelos, por meio do uso de algoritmos
que aprendem interativamente a partir de entradas de dados, possibilitando que os
computadores encontrem resultados preditivos com base no que aprendeu (CARVALHO
2011). No aprendizado supervisionado estão presentes técnicas como regressão linear,
regressão logística, redes neurais artificiais (ANN), máquina se suporte vetorial (SVM), árvores
de decisão (DT), k­vizinhos mais próximos (KNN) e Bayes (HONDA et al., 2017).

3.4.2 Máquinas de Vetores de Suporte (Support Vector Machine – SVM)

Baseada na Teoria da aprendizagem estatísticas, a Support Vectors Machine foi


desenvolvida por (VAPNIK, 1995), com o intuito de resolver problemas de classificação de
padrões. Esta técnica, originalmente desenvolvida para classificação binaria, busca a construção
de um hiperplano (Figura 2) como superfície de decisão, de tal forma que a separação entre
exemplos seja máxima (GONÇALVES, 2010).

Figura 2 ­ Representação do SVM.

Fonte: (Kavzoglu e Colkesen, 2009).

O SVM é um dos classificadores clássicos mais populares e classificam os dados


tentando criar hiperplanos que melhor separam os dados em suas classes (JUNIOR, 2020).
O algoritmo SVM possui uma teoria bem estabelecida dentro da matemática e
estatística, apresenta robustez em dados de grandes dimensões como, por exemplo, imagens de
25

satélite, possui ótima capacidade de generalização, ou seja, apresenta eficiência para prever
dados que não pertençam ao conjunto utilizado no treinamento (SMOLA et al. 2000).
Garofalo et al. (2015) relatam que inúmeros trabalhos têm mostrado que técnicas de
classificação não paramétricas, com o emprego de classificadores SVM, têm se destacado na
classificação orientada a objetos.

3.4.3 Árvores de decisão (Decision Tree – DT)

O modelo de classificação Decision Tree consiste em um modelo supervisionado


capaz de cumprir com tarefas de regressão e de classificação. É um modelo não­paramétrico
que modela relações complexas entre as entradas e saídas de um problema de classificação ou
regressão, sem a necessidade de assumir hipóteses a priori (GUARNIZZO, 2021;
ALVARENGA 2018).
Uma árvore de decisão é um preditor, que prediz o rótulo associado a uma instância x
seguindo de um nó raiz de uma árvore para uma folha. Para simplificar as árvores de decisão
em cada nó no caminho da raiz para a folha, o filho sucessor é escolhido com base na divisão
do espaço de entrada. Normalmente, a divisão é baseada em uma das características de x ou em
um conjunto predefinido de regras de divisão (SHWARTZ­SHALEV e BEN­DAVID, 2014).
Uma árvore de decisão possui uma estrutura composta por nós que são arranjados
como em uma ramificação. O nó de decisão ou também chamado nó raiz está sempre no topo
da estrutura, e os nós internos contêm um teste de valor sobre um dos atributos mais relevantes.
Já os nós­folha, nas extremidades, referem­se às classes da variável resposta e representam o
resultado da predição obtida pelo modelo (GOEBEL; GRUENWALD, 1999) (WITTEN;
FRANK; HALL, 2011).
O método Decision tree (Figura 3) é uma das estruturas de dados mais comuns e
poderosas em toda a ciência da computação porque o custo computacional para a construção de
uma árvore é mais baixo que outros algoritmos (MARSLAND, 2014).
26

Figura 3 ­ Estrutura Clássica de uma árvore de Decisão

Fonte: Perea, et. al, 2019.

3.4.4 Florestas aleatórias (Random Forest – RF)

O método Random Forest (RF) consiste em uma técnica de classificação introduzida


por Breiman (2001), a qual trabalha com uma grande coleção de árvores de decisão
descorrelacionadas. A partir das amostras de treinamento originais são criados diferentes
conjuntos amostrais aleatórios, os quais permitem a criação de árvores independentes, onde o
resultado da classificação de cada uma das árvores para um determinado objeto é chamado de
voto. (IBAÑEZ, 2016).
O RF apresenta aprendizado supervisionado, ou seja, dado as instâncias de treinamento
e as etiquetas que indicam a classe de cada uma, o algoritmo aprende a classificá­las sem que
haja a intervenção de um usuário no processo. O método vem sendo largamente utilizado nas
mais diversas áreas do aprendizado de máquina e vem apresentando ótimos resultados
(GUEDES E GUIMARÃES, 2020).

3.4.5 K­Vizinhos mais próximos (K­Nearest Neighbors ­ KNN)

O modelo de classificação K Nearest Neighbors (KNN) classifica, para cada instância não
rotulada, seus k vizinhos mais próximos no espaço multidimensional de características
abrangendo um conjunto de instâncias de treinamento. A partir dessa classificação, é atribuído
um valor de classe de acordo com a maioria de uma classe particular dentro dessa vizinhança
(WIELAND e PITTORE, 2014).
Os k vizinhos mais próximos são identificados por uma medida de distância que compara
os vetores de características da instância não rotulada e o conjunto de instâncias de treinamento
27

fornecidas ao classificador. Definida a lista do vizinho mais próximo, a previsão é baseada em


votação (WIELAND e PITTORE, 2014; WU et al. 2007).
O KNN forma uma base generalizada em um conjunto de treinamento, maximizando a
acurácia da classificação. O algoritmo presume que o conjunto de treinamento seja composto
pelas variáveis descritivas e pela sua classificação, de maneira que o KNN utiliza essas
variáveis para classificar um novo item (GAO E GAO, 2010; SU 2011).

3.4.6 Naive Bayes – NB

O modelo Naive Bayes (NB) consiste em uma classificação probabilística simples que
assume a distribuição normal do espaço de características para cada classe. Com base em
instâncias de treinamento selecionadas, o algoritmo NB estima vetores médios e matrizes de
covariância para cada classe e os utiliza para previsões (BRADSKI et al., 2008; FUKUNAGA
1990).
Para Zhang, (2004), o Naive Bayes é um dos mais eficientes e eficazes algoritmos de
aprendizado indutivo para aprendizado de máquina e mineração de dados, pois seu desempenho
competitivo na classificação é surpreendente. O algoritmo apresenta independência condicional
do valor de qualquer outra característica. Trata­se de um conjunto de algoritmos de aprendizado
supervisionado baseado na aplicação do Teorema de Bayes.
O classificador NB supõe que a presença de uma característica particular em uma classe
não está relacionada com a presença de nenhuma outra característica, condição que é chamada
de independência condicional (GUARNIZZO, 2021).

3.5 Uso e Cobertura do Solo

3.5.1 Caracterização do Tema

O uso e cobertura do solo é uma área de estudo que permite avaliar o impacto dos
processos naturais e das atividades humanas sobre as características da superfície do planeta e
como essas atividades modificam o tipo de cobertura existente ao longo do tempo. Como em
geral se refere a estudos comparativos, aspectos como o processo histórico de colonização do
local a ser avaliado, o regime político e os aspectos socioeconômicos, urbanos e ambientais
devem ser levados em consideração. Esse conjunto de elementos articulados nos permite uma
28

melhor compreensão do ordenamento territorial e dos problemas ambientais decorrentes das


alterações antrópicas e naturais (ALVES e CONCEIÇÃO, 2015).
O tema uso e ocupação do solo reúne informações sobre o grau de preservação,
conservação ou artificialização de um determinado lugar do globo terrestre, possibilitando uma
avaliação na tomada de decisão, visando a eliminação ou diminuição do fator causador das
alterações (ALVES e CONCEIÇÃO, 2015).
O monitoramento de mudanças no uso e ocupação do solo em áreas urbanas fornece
informações para suporte à tomada de decisão no planejamento urbano ambiental e,
consequentemente, na gestão dos recursos naturais (RIEGEL et al., 2019).
Ocupações inadequadas em áreas dos leitos de cursos d’água e margens dos lagos e
represas geram problemas ambientais. Maior compactação do solo, diminuição da taxa de
infiltração de água no solo, maior processo de erosão dos leitos, poluição do lençol freático e
águas superficiais, desmatamento e perda de nutrientes do solo estão entre os principais
problemas (DOURADO e PINHEIRO, 2018).
Nesse sentido, o mapeamento do uso e ocupação é essencial para a compreensão dos
padrões de ocupação do espaço, o qual por sua vez, tem como principal agente transformador
a ação antrópica. Sendo assim, é necessária a constante atualização dos dados de uso e
ocupação, o que permite a análise de tendências com o intuito de fornecer informações a
tomadas de decisões (ALVES e CONCEIÇÃO, 2015). Portanto, o mapeamento do uso e
ocupação do solo é fundamental para o planejamento ambiental e auxiliam na eliminação ou
diminuição do fator causador das alterações (SANTOS, 2004; RAMOS et al. 2019).
Por fim, deve ser destacado que o uso e a ocupação do solo resultam de uma mistura de
fatores culturais, econômicos e ambientais, a maioria dos quais não pode ser diretamente
determinada apenas por técnicas de sensoriamento remoto. Todavia, a técnica oferece
informações que auxiliam no processo das análises. Nesse sentido, aspectos físicos da superfície
são traduzidos em classes de cobertura do solo como “vegetação rasteira”, “concreto”, “água”,
entre outros, possibilitando a criação de mapas temáticos sobre determinada área (JENSEN e
COWEN, 1999; BARNSLEY et al., 2001; NOVO, 2017; RIBEIRO, 2014). Portanto, a análise
das condições de uso e ocupação do solo começa pelo mapeamento da cobertura do solo e sua
evolução ao longo do tempo.
29

3.5.2 Mapeamento da cobertura do solo

Embora o mapeamento da cobertura do solo possa ser realizado por avaliação direta da
área de interesse, o processo pode se tornar altamente oneroso, enviesado e inviável no tempo
quando se trata de grandes áreas. Nesse sentido, o sensoriamento remoto tem se revelado uma
alternativa muito eficaz e mundialmente usada para o mapeamento de regiões de interesse pelas
mais diversas áreas do conhecimento (GONG, et al., 2015; HADJIMITSIS, et al. 2010; LIU, et
al. 2018). O geoprocessamento se associa ao sensoriamento remoto e permite a classificação
digital de uma imagem. Pode­se dizer que o mapeamento da cobertura do solo é uma aplicação
importante do geoprocessamento, que oferecendo a possibilidade de separação da superfície em
temas, gera mapas temáticos de elementos relacionados às estruturas territoriais, à geografia e
aos recursos naturais, por exemplo. O conjunto de informações sistematizadas da área analisada
podem facilitar o delineamento de um problema, a tomada de decisões e o planejamento
(BARBARA e RIBEIRO, 2019).
Nesse aspecto, vale ressaltar que, por uma questão de resolução espacial dos sensores,
os primeiros estudos não encontraram uma aplicação direta nas questões urbanas. Atividades
como o monitoramento ambiental e o planejamento urbano estão intrinsecamente relacionados
à natureza heterogênea dos espaços urbanos. Entretanto, com o desenvolvimento dos satélites
de observação da Terra, houve aprimoramento das órbitas e da tecnologia dos sensores
embarcados, o que tornou possível imagens mais precisas e com maior detalhamento dos
objetos presentes na superfície. A série de satélites do programa LANDSAT é um dos exemplos
de maior sucesso desse aprimoramento (ALMAZROUI, et al., 2017; LI, et. al., 2015; YUAN
et al., 2005). Seu acervo histórico e a constante atualização tecnológica dos novos satélites que
vão se incorporando à série garantem uma importância ímpar para a compreensão dos grandes
problemas ambientais do mundo moderno. Com esse tipo de programa, o sensoriamento remoto
ganhou um espaço significativo nos estudos voltados à compreensão do uso e ocupação do solo
em áreas urbanas (CAI, et al., 2019; FANG e YU, 2017).
Dentre os mais variados temas abordados por estudos relacionados ao mapeamento da
cobertura do solo, a urbanização é aquele de interesse no presente estudo. Ainda assim, o campo
de conhecimento é muito amplo e a última década experimentou um avanço considerável nos
sensores e nas técnicas matemáticas de classificação da cobertura do solo em áreas urbanas,
com destaque para imagens de altíssima resolução fornecidas por satélites modernos, como por
exemplo, os das séries WorldView, GeoEye e constelação Plêiades (PANAGIOTAKIS, et
al.,2018; HUANG, et al, 2018). Essas imagens têm sido capazes de revelar eficazmente as
30

verdadeiras informações estruturais da paisagem urbana. A multiplicidade de ângulos utilizada


na captura das imagens tem permitido ainda um detalhamento tridimensional dos elementos da
superfície, revelando cenas urbanas muito mais complexas do que era possível com as técnicas
até recentemente usadas.
É no contexto de elevado refinamento espacial, com resoluções da ordem de um metro
ou menos, que o presente estudo se insere, usando o lago Igapó, e toda sua área de drenagem
heterogeneamente urbanizada, como objeto de investigação. A investigação pretende fazer uso
de todo esse conjunto de ferramentas oferecidas pelo moderno sensoriamento remoto,
geoprocessamento e Machine learning, para oferecer informações da superfície que ajude a
entender de que forma Soluções Baseadas na Natureza (SBN) podem ser eficazmente propostas
para problemas complexos que impactam o lago Igapó, decorrente a urbanização.

3.6 Soluções Baseadas na Natureza ( SbN)

O conceito de soluções baseadas na natureza (SbN) surgiu nos anos 2000e foi ganhando
destaque entre organismos internacionais e na União Europeia como uma aposta para a
adaptação às mudanças climáticas, pois as SbN são entendidas como soluções que de alguma
forma se inspiram, copiam ou tomam como base processos naturais para gerar benefícios
sociais, ambientais e econômicos para a sociedade (HERZANG, 2020).
Para Devecchi et. al (2020), as SbN apresentam entre seus objetos os problemas
relacionados com o manejo das águas em áreas urbanas, reconhecendo a natureza e seus
processos, essencialmente o ciclo hidrológico, como elementos fundamentais na construção do
aglomerado urbano. As SbN se propõem a substituir as intervenções humanas poluidoras ou
ambientalmente agressivas por práticas ecológicas inspiradas em ecossistemas saudáveis.
As intervenções feitas nas paisagens urbanas, periurbanas e rurais, com alterações na
cobertura do solo e nos processos naturais, eliminaram ou alteraram ecossistemas que
mantinham as funções ecológicas dessas áreas, o que tem levado, muitas vezes, a consequências
dramáticas (FRAGA e SAYOGA, 2020).
Segundo Rodrigues (2021) é possível citar algumas Soluções Baseadas na Natureza que
podem ser aplicadas nas cidades e fazer parte dos centros urbanos, auxiliando a amenizar e/ou
eliminar as problemáticas ambientais, ao mesmo tempo em que proporcionam diversos outros
benefícios para o ser humano e a biodiversidade do planeta.
Os extremos como inundações e alagamentos ou da falta de água, a poluição
generalizada do ar, das águas e do solo, com impactos diretos sobre a saúde e o bem­estar das
31

pessoas, e as emissões de gases de efeito estufa que aceleram o aquecimento global, têm levado
à busca por alternativas mais harmoniosas com a natureza e seus processos e fluxos. Nesse
contexto as Soluções baseadas na Natureza (SbN) estão se tornando alternativas cada vez mais
aceitas e aplicadas para enfrentar os diversos desafios e manter o funcionamento das cidades
(FRAGA e SAYOGA, 2020).
32

4 METODOLOGIA

4.1 Caracterização da área de estudo

4.1.1 Área de estudo

O presente estudo foi realizado no município de Londrina­PR, em específico na parte


alta da bacia do Ribeirão Cambé em uma área que engloba o Lago Igapó (Figura 4). Londrina
é um município localizado no norte do estado do Paraná, cuja criação e instalação ocorreu no
ano de 1934 (PREFEITURA DE LONDRINA, 2020). Atualmente o município conta com uma
população de 575.377 habitantes segundo a estimativa da população em 2020, sendo a 2ª cidade
mais populosa do estado do Paraná. O município possui área territorial de 1651 km².

Figura 4 ­ Mapa de localização do município de Londrina – PR.

Fonte: Da autora, 2022.


33

4.1.2 Clima

O clima da região é classificado como temperado úmido com verão quente (Cfa
conforme a classificação Köppen e Geiger). A temperatura média é de 20,9 °C e a pluviosidade
média anual de 1429 mm (IAP, 2020). Entretanto, a área se encontra numa zona de transição e
muito próxima de outros padrões climáticos que variam de clima temperado a inverno seco.

4.1.3 Solos

O município de Londrina, situa­se no Terceiro Planalto paranaense, sobre a formação


Serra Geral, os quais são essencialmente constituídas por basalto. O relevo predominante na
área é o suave ondulado. Além disso, o tipo de solo predominante é o Nitossolo Vermelho
eutroférrico (54% da área total do município), seguido por Neossolo Litólico eurófico (26%),
Latossolo Vermelho distroférrico (10%), Latossolo Vermelho eutroférrico (8%) e Nitossolo
Vermelho distroférrico (2%), (TRABAQUINI et al. 2010). Os solos presentes na microbacia
do Ribeirão Cambé são apresentados na figura 5.

Figura 5 ­ Mapa de Solos de Solos da Microbacia do Ribeirão Cambé­PR.

Fonte: Da Autora, (2022).


34

4.1.4 Vegetação

O município tem sua composição de vegetação classificada como Floresta Estacional


Semidecidual, restando apenas algumas áreas parcialmente preservadas em bosques e unidades
de conservação. Com o processo de ocupação, a vegetação original foi substituída, inicialmente
por plantações de café, e posteriormente por áreas urbanas. As áreas verdes representam 13%
do total da área urbana de Londrina­PR (BARROS et al., 2008).

4.1.5 Hidrografia

O município de Londrina faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi a qual está entre
as maiores bacias hidrográficas do Estado do Paraná. Esta localiza­se na porção centro­leste do
Paraná e possui área de aproximadamente 24.530 km², correspondendo a cerca de 13% da
superfície do estado. A Bacia abrange o primeiro, o segundo e o terceiro planalto paranaense,
atribuindo à área inúmeros ambientes, o que permite dividi­la em três regiões: alto, médio e
baixo Tibagi, onde se localiza o município de Londrina (MEDRI et al., 2002).
A rede de drenagem do município de Londrina é composta pelas seguintes sub­bacias:
Jacutinga, Lindóia, Cambé, Limoeiro, Cafezal e Três Bocas. A hidrografia de Londrina sofreu
com a intensa antropização dos mananciais naturais, forçando canalizações de alguns rios
(BARROS et al. 2008 e CARDOSO, 2013).
O presente estudo foi realizado nos limites da Bacia do Ribeirão Cambé (Figura 6), o
qual vem sofrendo alterações decorrentes da ação antrópica, devido ao desenvolvimento
urbano.
CHANG et. al, 2021, relata que a bacia do Ribeirão Cambé, no município de
Londrina/PR é pouco ramificada, tem área de 29,95 km², confirmando a área do presente
estudo. O perímetro é de 27,14 km e o comprimento do canal principal é de 11,25 km, com uma
rede de drenagem total de 24,09 km. A densidade de drenagem é de 0,80 km/km², indicando
que a bacia possui uma boa capacidade de drenagem. Este é um importante fator, pois indica o
grau de desenvolvimento do sistema de drenagem de uma bacia.
A bacia em estudo nasce no município de Cambé­PR, a oeste do município de Londrina­
PR, possui uma área de 77,20 km² (Figura 6) e o comprimento do principal curso d’água, o
Ribeirão Cambé, é de 25 km. A área da Bacia do Ribeirão Cambé, além do curso d’água
principal, conta com tributários como o córrego Capivara, Leme, Água Fresca, Colina Verde,
Rubi, Baroré e córrego da Mata, (ARAUJO, 2004 e IPUL, 2013) (Figura 7).
35

Figura 6 ­ Mapa de Localização Bacia Ribeirão Cambé.

Fonte: Da Autora, 2022.

O Ribeirão Cambé corta a cidade de Londrina­PR no sentido noroeste a sudeste e é um


dos principais cursos d’água que fazem parte do sistema de drenagem do município. Neste,
localiza­se o conjunto de lagos denominados lago Igapó (I, II, III e IV). O Lago (Figura 7) foi
inaugurado em 1957 e a obra foi realizada na gestão do prefeito Antônio Fernandes Sobrinho.
Posteriormente veio a construção da barragem do lago, causando uma grande desvalorização
na região ao seu entorno. A valorização da área se deu apenas na década de 1970, quando o
prefeito Dalton Paranaguá decidiu revitalizar o lago para melhorar a saúde e qualidade de vida
da população. Para isto, o então o prefeito contratou o paisagista paulistano Burle Marx para
desenvolver o projeto de revitalização do Lago Igapó, tornando o local propício para práticas
esportivas e de lazer, resultando nas primeiras ocupações próximas ao lago (JUNIOR (2020)
A.P.A; NETO, P.C.O, 2020 e LORENZO, 2011).
36

4.1.6 Lago Igapó

A construção do Lago Igapó não considerou as matas ciliares que são fundamentais para
aumentar a infiltração de águas pluviais no solo e protegê­lo contra riscos geomorfológicos,
como erosão e o assoreamento subsequente (BORTOLO, 2011; GALHOTE, 2019 e SANTOS
et al. 2017).
Porém, o processo de assoreamento do lago Igapó pode estar relacionado aos processos
erosivos identificados nos seus afluentes, em suas margens ou em solos adjacentes,
principalmente (LORENZO, 2011).
Atualmente, o lago pode ser considerado um exemplo de valorização de espaço
público, visto que consiste em uma área de lazer que se caracteriza por uso intenso e
diversificado em relação aos segmentos sociais e faixas etárias de seus frequentadores.

Figura 7 ­ Mapa de Localização Lago Igapó na sub­bacia do Rio Cambé no município de Londrina­PR.

Fonte: Da autora, 2022.


37

4.2 Material

No desenvolvimento da presente pesquisa utilizou­se uma imagem do satélite Pléiades,


com altíssima resolução espacial (0,5 metros). Para o processamento dos dados utilizou­se o
software QGIS versão 3.14 Madeira, além de complementos como o Taudem para delimitação
da sub­bacia, o Dztsaka para classificação supervisionada por Píxel, Orpheutoobox para
classificação supervisionada por objeto (OBIA), o SCP para realizar a acurácia das
classificações, além do software Terraview, utilizado para realizar a segmentação, processo que
antecedente a classificação.
O Quantum Geographical Information System (QGIS) é um software livre com código­
fonte aberto, multiplataforma de Sistema de Informação Geográfica (SIG) que permite a
visualização, edição e análise de dados georreferenciados (QGIS, 2022).
O QGIS permite ao usuário criar mapas com várias camadas usando diferentes
projeções, os mapas podem ser montados em diferentes formatos e para diferentes usos, pois o
software permite compor mapas a partir de camadas raster e/ou vetoriais. Os dados podem ser
armazenados como pontos, linhas ou polígonos disponibiliza um número de funcionalidades
em constante crescimento através das funções nativas e de complementos (SCHORN &
YAMAMOTO, 2021).

4.3 Delimitação da sub bacia do Ribeirão Cambé

Para realizar a delimitação da microbacia (Figura 8) foi necessário usar um Modelo


Digital de Elevação (MDE). Existem vários modelos atualmente em uso pela comunidade
científica e que estão disponíveis em domínio público. Entre esses modelos, destacam­se o
ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission Radiometer Stereoscopy) e o SRTM (Shuttle
Radar Topography Mission). Embora exista uma variedade de modelos e versões, a escolha de
um deles depende das características do projeto onde será usado. O MDE ALOS­PALSAR foi
escolhido para a delimitação da bacia, devido à alta resolução espacial de (12,5 m) e sua
gratuidade.
38

Figura 8 ­ Fluxograma de delimitação de bacia através de ponto exultório.

Fonte: Da Autora, (2022).

4.4 Aquisição de imagem de alta resolução

Com base na definição da área de interesse foi realizada a aquisição de dados do satélite
Pléiades junto a empresa Tecterra Geotecnologias e Meio Ambiente LTDA. As especificações
da imagem obtida são apresentadas na Tabela 1:

Tabela 1: Especificações técnicas da imagem de satélite Pléiades da área de interesse do presente projeto
Dados Especificações
Satélite Pléiades
Resolução Espacial 2M RGB / 0,5 PAN
Bandas Espectrais RGB e NIR
Data da cena 16/06/2020
Cobertura de nuvens 0%
Formato GeoTIFF
Fonte: Da Autora (2022).
39

O processamento digital de imagens (PDI) compõe uma parte do Sensoriamento Remoto


em que são aplicados determinados processos de ajuste, objetivando a melhoria da qualidade
de dados, como a visualização dos alvos e precisão das imagens e, por conseguinte, das
informações que serão retiradas delas. Isto é necessário, pois as imagens adquiridas pelos
sensores necessitam de correções que os satélites não conseguem realizar (TECTERRA, 2021).
A Figura 9 apresenta as etapas do processamento digital realizado na imagem. Com base nas
técnicas de pré­processamento aplicadas, que incluem técnicas de composição de bandas,
realce, equalização, mosaicagem, correção geométrica e ortorretificação da imagem, obteve­se
a imagem ajustada para posterior aplicação dos métodos de classificação. A imagem foi
adquirida com todo processo de PDI realizado pelo fornecedor (Figura 10). As etapas
envolvendo as técnicas de pré­processamento de imagens podem ser observadas na Figura 9.

Figura 9 ­ Fluxograma das etapas do processamento digital de imagem (Pléiades).

Fonte: Do autor(a), 2022.


40

Figura 10 ­ Imagem de alta resolução com área delimitada da área de estudo em Londrina­PR, no ano de 2020.

Fonte: Do autor(a), 2022, adaptado Pléiades (2020).

O processo Digital de Imagem foi realizado pela empresa fornecedora da imagem


Pléiades, que de acordo (TECTERRA, 2020), a primeira etapa do PDI contou com a
composição das bandas multiespectrais, que contempla a unificação das “4” bandas
monocromáticas (bandas referentes aos comprimentos de onda R ­ vermelho, G – verde, B –
azul e NIR ­ infravermelho próximo, em uma única imagem colorida. O Procedimento de realce
é necessário para um melhor aproveitamento na visualização dos objetos geográficos contidos
em uma imagem. O processo de equalização visa minimizar feições que podem apresentar
tonalidades heterogêneas. A mosaicagem é necessária quando houver várias cenas diferentes
compondo uma única área de trabalho, pois algumas imagens podem possuir angulação
diferente. A junção destas imagens também tem o objetivo de reduzir o efeito de corte ou
emenda entre as imagens. Correções Geométricas são realizadas para adequar o
georreferenciamento nativo das imagens a partir de pontos coletados em campo ou de bases
cartográficas disponíveis. A ortorretificação objetiva corrigir as deformações geométricas
sofridas pelas imagens devido à plataforma do sensor, do ângulo de aquisição, do relevo, da
curvatura e rotação da Terra, sendo possível realizar o procedimento através de bases
planialtiméticas pré­existentes (TECTERRA, 2020).
41

4.5 Classificação da imagem

A classificação supervisionada é um método que exige que o usuário conheça as


características de locais específicos dentro da área a ser classificada e coincidindo com a época
de aquisição da imagem. Esse tipo de observação é conhecido como verdade terrestre "ground
truth" (CRÓSTA, 2002).

4.5.1 Segmentação de da imagem

O primeiro passo para realizar a classificação foi a segmentação utilizando o método


crescimento de regiões, através do software TerraView. Foram realizados alguns testes (Tabela
2) em relação aos parâmetros de segmentação da imagem a partir do algoritmo de crescimento
de região, apontando como melhor resultado o valor 80 de tamanho mínimo dos segmentos e
0,075 para o limiar de similaridade. O critério de similaridade baseia­se em um teste de hipótese
estatístico que testa a média entre as regiões. Posteriormente, divide­se a imagem em um
conjunto de sub­imagens e então realiza­se a união entre elas, segundo um limiar de agregação
definido (INPE, 2006).

Tabela 2: Valores de teste para segmentação de imagem no TerraView.


Tamanho Mínimo do Segmento Limiar de Similaridade
1 1 0.025
2 10 0.015
3 20 0.035
4 40 0.05
5 60 0.075
6 80 0.075
Fonte: Do Autor(a), (2022).

4.5.2 Extração de atributos

Para o processo de extração de atributos criou­se um modelo gráfico dentro do OTB


para calcular em conjunto a estatística das bandas 1,2,3 e 4 da imagem Pléiades, através do
ZonalStatistic. Este processo consiste no cálculo das estatísticas associadas aos segmentos
(Tabela, 3), onde se calcula número de píxels, valor mínimo, valor máximo, valor médio, desvio
42

padrão e variância, para cada segmento e para cada banda. A tabela 3 apresenta a descrição de
cada variável.
O algoritmo calcula as estatísticas a partir dos valores do raster, tendo como referência
a delimitação dos segmentos da camada vetorial obtida na segmentação. Todavia, é
fundamental que os segmentos representem adequadamente os objetos da imagem
(GONÇALVES, 2021).

Tabela 3: Campos Computados pelo Algoritmo ZonalStatistic (OTB).


Atributo Descrição
Número de pixels Número de pixels em cada segmentos
Valor mínimo Valor mínimo do nível de cinza dos pixels dentro do objeto
Valor máximo Valor máximo do nível de cinza dos pixels dentro do objeto
Valor médio Valor médio do nível de cinza dos pixels dentro do objeto
Desvio padrão Valor do desvio padrão do nível de cinza dos pixels dentro do objeto
Variância Valor da variância do nível de cinza dos pixels dentro do objeto
Fonte: OTB Development Team (2022), adaptado.

4.5.3 Definição das Classes de uso e ocupação do solo e seleção de amostras de treinamento e
validação

Um dos objetivos específicos deste trabalho é a produção de um mapa das condições


atuais de uso e ocupação do solo, por meio de imagem de alta resolução espacial. O rápido e
intenso processo de urbanização, comum à maioria dos municípios brasileiros, acarreta uma
elevada degradação dos recursos hídricos e ecológicos. Nesse sentido, a avaliação do uso e
ocupação do solo é uma etapa essencial para o planejamento urbano conservacionista e
sustentável. A implantação de soluções baseadas na natureza é altamente dependente do
conhecimento pormenorizado das condições atuais de ocupação da área em estudo. Essa
avaliação permite um diagnóstico das condições atuais de distribuição no espaço ocupado das
áreas naturais e antropizadas.
Para o presente estudo foram estabelecidas classes temáticas específicas para
classificação. O Quadro 1 mostra as classes das condições de uso e ocupação adotadas.
43

Quadro 1: Classes de elementos para determinação de uso e ocupação do solo


Classes Rotulo Subclasses Descrição Amostra
Subclasse
Floresta 1 Florestas Áreas contínuas e cobertas
nativas ou por vegetação nativa, ainda
plantada que recuperadas, mas com
dossel denso e característico
da cobertura original da área.
1 Árvores de Compreende espécies
calçamento individuais que ocupam áreas
de calçamento adjacentes às
ruas e avenidas.
Gramínea 5 Gramado Inclui áreas ocupadas por
gramados de jardins e obras
de paisagismo em geral e
pastagem.
Edificação 4 Asfalto Todo tipo de superfície
coberta por asfalto, incluindo
ruas, avenidas, ciclovias e
estacionamentos.
8 Calçada Qualquer tipo de calçamento
a base de cerâmica ou
cimento.
12 Telhado Superfícies cobertas por lajes
cinza em concreto e telhas de
cimento ou fibrocimento.

09 Telhado Qualquer tipo de superfície


cerâmica coberta por telhas de barro,
10 clara e (cerâmica clara e escura).
escura

11 Telhado Telhados de zinco ou


metálico qualquer outro tipo de
superfície metálica.

Água 2 Rio Cursos de água em geral, incluindo


córregos e ribeirões.
2 Lago Qualquer tipo de água
represada ou que não
demostre orientação definida
em seu movimento.
3 Piscina Piscinas de qualquer
natureza.

Outros 7 Sombra
Fonte: Da Autora, (2022).
44

As classes propostas representam os elementos essenciais da paisagem urbana,


aprimoradas ao longo do trabalho, principalmente a partir das visitas a campo na área de estudo.
Com as classes definidas, partiu­se para o processo de coleta de amostras de treinamento.
As áreas escolhidas para a coleta dos objetos representativos do tipo de cobertura do solo
são denominadas de amostras de treinamento. Essas áreas servem para conduzir o algoritmo de
classificação na associação dos pixels às correspondentes classes de interesse, sendo um dos
componentes mais decisivos na classificação supervisionada. Para coletar um volume de dados
de treinamento de forma eficiente são necessários serem adotados alguns critérios, importante
não só a quantidade de amostras, mas também a qualidade e a distribuição das amostras
(MOBLEY, 2016; RUDKE, 2018).
A seleção das amostras consiste na indicação manual de um número mínimo de
segmentos representativos para cada classe definida. As amostras foram selecionadas de forma
aleatória, após realizar uma análise visual detalhada da imagem, selecionando segmentos da
imagem, distribuídos de maneira uniforme em todas as classes definidas para a área de estudo.
No total foram coletadas 578 amostras (Figura 11), sendo 50 amostras paras as
subclasses: floresta nativa, plantas e árvores viárias; gramado; asfalto, calçada, telhado cinza,
telhado de cerâmica escura e cerâmica clara, telha metálica dentro da classe edificações; para a
classe água, subclasse (lagos e rios) foram coletadas 28 amostras de treinamento, devido à baixa
presença desses elementos na área de interesse, 50 amostras para piscina e 50 para subclasse
sombra.
45

Figura 11 ­ Amostras de Treinamento (treino e validação) para as Classes estabelecidas.

Fonte: Da Autora, 2022.

4.5.4 Treinamento e validação

O processo de treinamento e validação foi realizado através da aplicação


TrainVectorClassifier, dentro do Orfeotoolbox(OTB)/Qgis. Os dados de entrada necessários
para esta etapa são os vetores contendo os polígonos de treinamento, sendo 70% do total das
578 amostras, e validação, 30% das amostras coletadas na etapa anterior. A figura 12 apresenta
as amostras de treino e validação.
O TrainVectorClassifier treina um classificador com base em geometrias, tendo como
Output um arquivo de texto, cujo formato e conteúdo correspondem ao tipo de modelo de
Machine Learning escolhido (OTB,2021).
Para o presente estudo foram escolhidos cinco algoritmos de Machine Learning, tendo
como saída um modelo de classificação os algoritmos escolhidos foram de classificação
supervisionada, sendo eles: Decision Tree (DT), Randon Forest (RT), Suport Vector Machine
(SVM), K­Nearest Neighbors (KNN) e Normal Bayes, cada modelo gerado nesta etapa se
encontra no Apêndice I a IV.
46

4.5.5 Classificação

A classificação foi realizada através da função VectorClassifier disponível no pacote


OTB a partir da Caixa de Ferramentas de processamento do QGIS. Este algoritmo depende do
modelo gerado para cada algoritmo, obtido na etapa anterior e dos cálculos das estatísticas
obtidas no processo utilizando o Zonal Statistic e o vetor da segmentação.

4.5.6 Avaliação dos modelos

O processo de avaliação foi realizado através o plugin SCP no Qgis. Apenas o parâmetro
de acurácia conhecido como F1score foi calculado de acordo com a metodologia utilizada por
Kugler et. al 2018.
A primeira fase para avaliar os dados consistiu na geração da matriz de confusão, a qual
representa a confusão entre as classes, conforme mostra o Quadro 2. Existem quatro possíveis
saídas da classificação para cada instância:
• Verdadeiro Positivo (TP): corresponde aos dados positivos classificados corretamente
pelo algoritmo.
• Falso Negativo (FN): o número de dados positivos classificados incorretamente.
• Verdadeiro Negativo (TN): quando a instância negativa é classificada como tal.
• Falso Positivo (FP): no caso de dados positivos classificação incorretamente.

Quadro 2: Matriz de confusão classificação DT.


Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 111646 0 0 0 21019 9394 759 0 0 0 0 0 142818
2 6960 490480 0 0 0 5297 0 0 0 0 0 0 502737
3 0 0 1868 0 0 0 0 41 0 0 0 0 1909
4 0 0 0 393416 0 32919 0 0 0 0 0 0 426335
5 0 0 0 28773 657779 63692 0 0 0 0 0 0 750244
6 0 1148 0 4076 12879 504426 0 0 0 0 0 193 522722
7 260 0 0 0 0 0 359438 0 0 0 0 0 359698
8 0 0 0 0 0 0 0 1783 0 86 24 381 2274
9 0 0 0 0 0 0 0 92 1903 245 250 64 2554
10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2228 0 0 2228
11 0 0 0 0 0 0 0 0 1259 312 10043 280 11894
12 0 0 165 0 82 180 0 0 0 0 0 6434 6861
Total 118866 491628 2033 426265 691759 615908 360197 1916 3162 2871 10317 7352 2732274

­ Diagonal Principal: Valores de pixel classificados corretamente


Fonte: Da Autora, 2022.
47

Guarnizzo (2021) relata que a diagonal da matriz de confusão contém as decisões


corretas do classificador, enquanto outros elementos da tabela representam o número de
classificações incorretas. A matriz de confusão é a fonte para o cálculo adicional das métricas
de sucesso dos algoritmos, incluindo a taxa de verdadeiros positivos, a qual também é chamada
de sensibilidade ou recall, e a precisão.
Sensibilidade ou recall:
Essa métrica avalia a capacidade do método de detectar com sucesso resultados classificados
como positivos. Ela pode ser obtida pela Equação (1):
𝑇𝑃
𝑆𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑇𝑃+𝐹𝑁 (1)

Precisão:
A precisão é uma métrica que avalia a quantidade de verdadeiros positivos sobre a soma de
todos os valores positivos e pode ser obtida pela Equação (2):
𝑇𝑃
𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜 = 𝑇𝑃+𝐹𝑃 (2)

F1­score:
F­score ou score F1 é uma média harmônica calculada com base na precisão e na
sensibilidade. Ela pode ser obtida com base na Equação (3):
𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜∗𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑓1 = 2 ∗ 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜+𝑠𝑒𝑛𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (3)

O índice Kappa (tabela 4) é um dos principais métodos utilizados para avaliar a


concordância entre a verdade terrestre e o mapa temático. A grande vantagem do uso da
estatística Kappa é que, no cálculo do coeficiente Kappa, incluem­se todos os elementos da
matriz de confusão (GASPARIN et al., 2013). A matriz de confusão é formada por um arranjo
quadrado de números dispostos em linhas e colunas que expressam o número de unidades de
amostras de uma categoria particular relativa – inferida por um classificador (ou regra de
decisão), comparado com a categoria atual verificada no campo (CONGALTON, 1991).

Tabela 4: Grau de exatidão da classificação de acordo com o valor do Índice Kappa.


Valor do Kappa Força da Concordância
< 0,2 Pobre
0,21 ­ 0,40 Fraca
0,41 ­ 0,60 Moderada
0,61 ­ 0,80 Boa
0,81 ­ 1,00 Muito boa
Fonte: Adaptado de Bishop, Fienberg and Holland (1975)
48

A estatística Kappa varia de 0 a 1,0, sendo que o valor de Kappa igual a 0,0 sugere que
a classificação não é melhor do que uma classificação aleatória dos pixels (Tabela, 4). No
entanto, um valor próximo de 1,0 sugere um processo de classificação altamente eficiente
(MOREIRA, 2001).
As métricas (Recall, Precisão, F1­score e Kappa) utilizadas para a avaliação dos
classificadores foram aplicadas para todas as 12 classes utilizadas na classificação. Para a
avaliação global de cada classificador as métricas foram a matriz de confusão, acurácia global,
Kappa e F1­score. Tais valores foram obtidos através do processamento da acurácia do plugin
SCP, exceto o valor do F1­score.

4.6 Confirmação da exatidão do classificador Streetview

Uma forma de confirmar a exatidão do processamento de dados aplicados na presente


pesquisa foi através do Google StretView. Através das coordenas dos alvos classificados foi
possível navegar na plataforma para confirmar a precisão e acerto da classificação (Figura 12).
Com a classificação pronta, foi realizada a seleção aleatória de amostras classificadas, através
da ferramenta de vetor seleção aleatória no Qgis. Posteriormente se extraiu as coordenadas e o
shape foi aberto no Google Earth Pro, onde se navegou no StretView confirmando a classe
classificada pelo algoritmo.
49

Figura 12 ­ Uso do Stretview para confirmação da classificação.

Fonte: Google Earth Pro, 2022.


50

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através do processo de segmentação extraiu­se 231.813 objetos dentro dos 30 km² da


área de estudo. A Figura 13 apresenta a prévia do resultado obtido. Em seguida, iniciou­se a
extração dos atributos da imagem já segmentada.

Figura 13 ­ Segmentação de imagem no TerraView.


A

Fonte: Do Autor(a), 2022. A­ Imagem Pléiades (2020); B­ Imagem Segmentada TerraView


51

Com a imagem segmentada e o processo de coleta de amostras realizado, iniciou­se o


processo de classificação. Esse processo permite que se obtenha a classificação, ou seja, o mapa
de uso e ocupação do solo. A Figura 14 apresenta a prévia de cada classificador utilizado.
Porém, para decidir qual o melhor classificador foi preciso realizar a etapa de acurácia. Foram
obtidos resultados para os cinco classificadores utilizados, sendo eles Decision Tree (DT),
Randon Forest (RT), Suport Vector Machine (SVM), K­Nearest Neighbors (KNN) e Naive
Bayes. Cada mapa gerado através dos modelos de classificação consta nos Apêndices I a V.

Figura 14 ­ Amostra de cada classificador.

A B C

D E F

A­Imagem Pléiades ; B­ Decision Tree; C­ Randon Forest; D­ Naive Bayes E­ SVM F­KNN
Fonte: Da Autora, 2022.

Na sequência é apresentada a discussão sobre a etapa de avaliação do desempenho dos


algoritmos Decision Tree, Random Forest (RF), Naive Bayes, Support Vector Machine e K­
Nearest Neighbors. Lembrando que essa avaliação foi realizada por meio das amostras
orientadas por objeto de referência dos padrões de uso e cobertura da terra (identificados a partir
de visitas a campo). Os dados da imagem da constelação de Satélite Pléiades foram processados
no aprendizado de máquina (criação do modelo do algoritmo), por meio do OTB e avaliados
por meio do plugin SCP, ambos no Qgis.

5.1 Desempenho dos modelos

Após a identificação e seleção das amostras de treinamento, o conjunto de dados foi


dividido aleatoriamente com uma proporção de 70:30 para treinamento e validação,
respectivamente. O número de registros no treinamento do algoritmo e o conjunto de dados de
validação somaram 404 e 174 observações, respectivamente. Para os cinco algoritmos aplicados
foram utilizadas as mesmas amostras de treino e validação.
52

Dos classificadores utilizados para a classificação de uso e ocupação do solo, o que


apresentou melhor desempenho foi o modelo de classificação gerado através do algoritmo
Decision Tree. O mesmo apresentou melhor desempenho para a classificação global e para a
maioria das classificações individuais das doze subclasses avaliadas. As métricas avaliadas para
cada subclasse foram: Recall, Precisão, Kappa e F1­Score (Figura 15).

Figura 15 ­ Métricas de acurácia.

Fonte: Da Autora (2022).

Os resultados das métricas utilizadas para avaliar o desempenho dos classificadores


estão apresentados na Figura 16. Num processo de classificação da cobertura do solo, a situação
ideal é aquela em que os modelos fazem a classificação correta de cada classe. Todavia, na
prática, os modelos podem classificar pixels de uma classe de interesse, mas que pertencem a
outra classe (falso positivo), ou classificar o pixel de uma dada classe de interesse como sendo
de outra classe (falso negativo). As métricas são uma forma de avaliar essas ocorrências,
53

cabendo ao usuário avaliar qual tipo de erro na classificação é aquele que pode trazer maior
prejuízo ao produto desejado. Na sequência serão apresentados os resultados de desempenho
de cada modelo, a partir das métricas de avaliação.
Decision tree (DT): Com base no indicador RECALL, o modelo DT obteve desempenho
ótimo para a quase totalidade das 12 classes. Os piores desempenhos foram para as classes
Grama (66,7%), seguida de Solo exposto (80,6%) e Telhado de cerâmica clara (81,3%). Para a
Precisão, os indicadores com pior desempenho foram para telhado de cerâmica clara (74,5%),
seguido de Árvore e Calçada, ambos em torno de 78%. Para F1 score, os dois piores
desempenhos estão associados às classes de cobertura Grama e Telhado de cerâmica clara, com
75,7% e 77,7%, respectivamente. Para o índice Kappa, os piores desempenhos estão associados
às classes Telhado de cerâmica clara (0,74), Árvore (0,75) e Calçada (0,78). Para as demais
classes de cobertura, a classificação pode ser ótima, com base nos valores das métricas.
Random Forest (RF): O modelo apresentou desempenho no indicador recall entre 66%
e 100 % sendo classificados com pontuação máxima telhado cerâmica escura e sombra e a
menor pontuação foi para a classe telhado metálico (41%). No indicador precisão, o menor
valor foi de 69,5 % para a classe telhado cerâmica escura e o maior valor para as classes árvores,
piscina e solo exposto com o valor de 100%. Já para o índice kappa, as classes piscina, solo
exposto e calçada obtiveram classificação máxima obtendo o valor 1,0, classificando como
excelente.
Naive Bayes (NB): O indicador recall para o modelo apresentou melhores resultados
para as classes asfalto e telhado cinza, ambas 99%, e o menor valor foi para a classe água 23%.
A métrica precisão variou entre 100 e 82%, sendo que a classe árvore obteve o valor de precisão
de 82%, e a classe água, de 100%. No índice Kappa, o pior desempenho foi para classe solo
exposto, com o valor de 0,74, seguido da classe arvore (0,81), enquanto que as demais classes
obtiveram desempenho ótimo conforme os valores da métrica.
Support Vector Machine (SVM): Para a métrica recall, os valores variaram entre 100%,
valor atribuído para as classes piscina e telhado de cerâmica escura, e o menor valor de recall,
de 29%, para a classe asfalto. Os valores de precisão variam de 32%, valor adquirido para classe
asfalto, e 100%, para as classes piscina e telhado de cerâmica escura. O valor de Kappa foi de
0,23 para a classe asfalto, sendo uma classificação com desempenho fraco, assim como a classe
solo exposto, com o valor de 0,46. As demais classes podem ser classificadas entre bom e ótimo.
K­Nearest Neighbors (KNN): Este é o modelo que apresentou menor desempenho nas
métricas de acurácia. Os valores de recall foram de 85% para a classe piscina e 0% para a classe
água, com a média de 42% para este modelo. Os valores de precisão foram de 69% para a classe
54

sombra e 0% para a classe água. Os valores de Kappa ficaram entre 0 e 0,6 e, com exceção da
classe sombra, todas as outras classes foram classificadas entre fraca e regular.
As métricas Recall e Precisão podem ser usadas para medir de que forma o modelo
consegue reconhecer as instâncias positivas (recall) ou negativas (Precisão).
A pontuação F1­Score combina os valores de precisão e recall em relação a uma classe.
O F1­Score pode ainda ser interpretado como uma média ponderada da Precisão e Recall, onde
uma pontuação F1 atinge seu melhor valor em 100% e pior em 0. É uma média harmônica entre
o Recall e Precisão, que está muito mais próxima dos menores valores do que uma média
aritmética simples (RODRIGUES, 2019). Conforme mostrado anteriormente, para as
subclasses avaliadas, os melhores valores dessa métrica foram para a classificação realizada
através do algoritmo DT, apresentando menor dispersão e uma média de 90,8%, sendo um valor
ótimo para a métrica.
Em relação ao índice Kappa, os melhores desempenhos foram para os algoritmos NB e
DT, ambos apresentando uma média de 0,9. O índice Kappa é a medida relativa do grau de
concordância entre a classificação digital realizada e a fonte de referência (CAMPBELL e
WYNNE, 2011). Os valores do índice Kappa variam de ­1 a 1, onde 0 indica sem concordância
e 1 concordância perfeita. Os valores do índice Kappa são normalmente utilizados quando se
compara distintos classificadores.
No caso deste trabalho, espera­se oferecer subsídio ao tomador de decisão quando há
interesse em avaliar o potencial de instalação de SbN em uma dada área. Nesse sentido, o
excesso de falso positivo pode ser um agravante, uma vez que pode induzir o gestor a elaborar
projetos e empenhar recursos em áreas que podem não corresponder à expectativa de sucesso
decorrente da implantação de uma SbN. Portanto, a Precisão parece ser a métrica mais indicada
para a tomada de decisão no contexto deste trabalho.

5.2 Mapeamento da cobertura do solo para a BH

O método mais usual para avaliar a acurácia de maneira mais detalhada é através da
matriz de confusão, também conhecida como matriz de erro. A matriz de erro do presente
estudo encontra­se no Apêndice I. A denominação confusão se dá pelo fato de que, além de
indicar a acurácia geral, a matriz também indica a confusão que o classificador pode gerar entre
classes. Os valores apresentados na matriz correspondem à quantidade de pixels que o
classificador reconheceu, ou a porcentagem dos mesmos (SILVA, 2020; CAMPBELL e
WYNNE, 2011).
55

A principal medida utilizada para expressar a acurácia global é a exatidão global,


calculada a partir da matriz de erro. Tal matriz se refere ao somatório dos valores obtidos na
diagonal principal divididos pela quantidade de pixels avaliados, identificando a proporção dos
pixels que tiveram a classificação correta (SILVA, 2020).
A norma brasileira ET­CQDG (DSG, 2016b) adota a acurácia geral, com base na matriz
de confusão, para avaliar a qualidade temática de um mapa de classificação do uso do solo.
Além da avaliação da acurácia de cada subclasse, utilizando quatro métricas de
avaliação (Recall, Precisão, Kappa e F1­score), foi estabelecida uma avaliação global para os
classificadores, avaliando acurácia global, F1­Score e Kappa. Os resultados constam na figura
16.
Dos cinco classificadores avaliados na classificação global, o algoritmo de melhor
desempenho foi o DT (Decision Tree). Considerando a acurácia global (G) e o índice Kappa,
os algoritmos DT e RF tiveram os resultados mais significativos. Entretanto, individualmente
o algoritmo DT apresentou um desempenho considerável como mostra a figura 16. Enquanto a
Random Forest obteve um desempenho semelhante ao DT, o algoritmo K­NN apresentou
desempenho inferior entre os testes.
Em um estudo realizado por Sampaio et. al (2019), referente à classificação do uso do
solo de uma bacia hidrográfica por meio de algoritmos de Machine Larning, as melhores
classificações de uso do solo foram obtidas com os algoritmos Decision Tree e K­NN, quando
aplicados às seis primeiras bandas do Landsat 8.
Chamma et. al (2021), utilizando técnicas de Machine Learning para classificação de
telhados em área urbana, obteve maior desempenho para os algoritmos Random Forest e Redes
neurais, obtendo um valor de 0,94 para o índice Kappa. No caso deste trabalho, os valores
obtidos para a classificação utilizando o algoritmo Decision Tree, foram de 90% de precisão
para as três métricas de avaliação global (Acurácia Global, F1­score e Kappa). Na sequência
vem os algoritmos Random Forest e Bayes, com desempenhos muito próximos. O pior
resultado é observado para o algoritmo KNN. A figura16 representa os resultados do
desempenho dos modelos avaliados.
56

Figura 16­ Acurácia Global.

Fonte: Da Autora, (2022).

Os algoritmos de Machine Learning utilizados na presente pesquisa fazem parte da


categoria de aprendizado supervisionado. Dentre os cinco modelos de classificação aplicados,
o que apresentou maior desempenho entre os métodos de classificação foi a Decision Tree,
seguido do Randon Forest. A partir desses resultados, foram estimadas as áreas para as doze
subclasses consideradas para a avaliação de uso e ocupação do solo. Somadas, essas áreas
equivalem aos 30 km² da parte da Sub Bacia do Ribeirão Cambé em análise.
A figura 17 representa o mapa de classificação de uso e ocupação do solo utilizando o
algoritmo Decision tree que é a técnica que mostrou melhor desempenho no caso deste trabalho.
É também uma das técnicas de sensoriamento remoto mais utilizadas em outros trabalhos de
mapeamento, pois gera modelos preditivos com alta precisão e fácil interpretação dos resultados
(Yang et al., 2014; Vorovencii, 2015; Lamchin et al., 2016).
57

Figura 17 ­ Mapa de classificação de uso e ocupação do solo modelo Decision Tree.

Fonte: Da Autora, (2022).


13

Com os resultados obtidos foram quantificadas as participações individuais das classes


utilizadas na classificação. Dos 30 km² da área de estudo, 17% (5,15 km²) desse valor foi
classificado como vegetação arbórea e arbustiva. Esta fração de área também inclui
remanescentes de floresta em torno dos cursos d’água. Em segundo lugar ficou o asfalto,
representando 15% (4,6 km²) da área total. As áreas correspondentes à classe telhado cinza
ficou com 14% (4,28 km²). A classe telhado cinza engloba telhados de amianto e áreas
cimentadas da cobertura de edifícios. Solo exposto apresentou 14% da área (4,28 km²),
enquanto as classe água e calçada apresentaram, cada uma, (4%) da área. A classe piscina
representou 6% (1,81 km²), sendo a classe que apresentou maior confusão com as outras classes.
Os alvos dessa classe são muito pequenos e isso, provavelmente, pode ter causado confusão no
classificador. Para as demais classes, gramado ficou com 7% (2,08 km²), telhado claro 2% (0,54
km2), telhado escuro 4% (1,25 km²) e telhado metálico 3% (0,87 km²) (Figura 18). Cabe
ressaltar ainda que uma boa parte apresenta sombreamento, o que deu à classe sombra 11% de
participação.

Figura 18 ­ Porcentagem das Subclasses de Uso e Ocupação do Solo


18%

16% Árvore (5,15 Km²)


Água (1,22 km²)
14%
Piscina (1,81 km²)
12% Asfalto (4,6 km²)
10% Grama (2,08 km²)
Solo Exposto (4.28 km²)
8%
Sombra (3.51 km²)
6% Calçada (1.32 km²)
Telhado C. Clara (0.54 km²)
4%
Telhado C. Escura (1.25 km²)
2% Telhado Metálico (0.87 km²)
Telhado Cinza(4.18 km²)
0%
Fonte: Da Autora, (2022).

Por meio das tecnologias avançadas de geoprocessamento, sensoriamento remoto e da


aprendizagem de máquina aplicada a análise de imagem de satélite de altíssima resolução, foi
possível identificar, separar e quantificar as classes de ocupação do solo presentes na sub­bacia
do Ribeirão Cambé.
A área em estudo apresenta 22% dos seus 30 km² com elementos impermeáveis como
asfalto, calçadas e telhado metálico. Esse percentual expressivo de elementos da superfície que
14

não absorvem água confirma se tratar de uma área muito antropizada e que vem sofrendo com
problemas de alagamento, principalmente em dias de chuva intensa.
Cabe lembrar que a busca por soluções de problemas urbanos decorrentes do mau
planejamento no passado vem se tornando algo recorrente pela gestão pública. Esse interesse
serve tanto para mitigar as dificuldades já existentes, como também para evitar que ocorra
problemas semelhantes futuramente. Nesse sentido, o uso do sensoriamento remoto,
geotecnologias e técnicas de inteligência artificial são grandes aliados para uma boa gestão de
planejamento, pois auxilia na tomada de decisão, otimiza o uso do tempo das visitas a campo
para levantamentos e oferece produtos seguros, precisos e confiáveis.

5.3 Potenciais Aplicações do Estudo

A identificação das classes de ocupação do solo, por técnicas de sensoriamento remoto


e de algoritmos de Machine Learning, auxilia na tomada de decisão em questões de adequação
e planejamento urbano. Com a aplicação dessas técnicas, o presente trabalho identificou as
áreas com diferentes potenciais de infiltração (Figura 19) em parte da microbacia do Ribeirão
Cambé no município de Londrina. A área de estudo contém uma cobertura vegetal de 17% dos
seus 30 km ². Analisando o mapa de classificação obtido, nota­se o grande corredor vegetado
existente e seu enorme potencial para a implantação de SbN. Diferentemente das demais
classes, as áreas vegetadas possuem potencial de aproveitamento imediato, através da instalação
e manejo apropriado de espécies.

Figura 19 ­ Áreas com potencial de infiltração.

Áreas com potencial de infiltração


17%
15%
14% 14%

6% 7%
4% 4% 4%
3%
2%
Água

Piscina

Asfalto
Árvore

Telhado C. Clara

Calçada
Solo Exposto

Telhado C. Escura

Telhado Cinza
Grama

Telhado Metálico

Alta Baixa Sem infiltração


Fonte: Da autora, (2022).
15

Observou­se também que a área edificada, sem capacidade de infiltração ou baixa


capacidade de infiltração, como asfalto e telhados metálicos, ou seja, áreas impermeáveis,
representam fração considerável da área de estudo, totalizando 18% da área. As classes telhados
apresentam baixa capacidade de infiltração e representam 18% da área. A classe calçada
apresenta baixo percentual de infiltração, representando 4% da área e, mesmo sendo feitas de
material impermeável, muitas calçadas têm espaços livres os quais proporcionam infiltração de
água, como por exemplo, a área livre onde é realizado o plantio de árvore. Os telhados
representam 18% da área, sendo os telhados de cinza, muitas vezes na parte superior de
edifícios, com grande potencial para receber interversões paisagísticas como, por exemplo,
telhados verdes. As técnicas de SbN relacionadas à captação da água de chuva, ou que
promovam o retardo em seu movimento em direção aos corpos hídricos, podem minimizar o
impacto dessas áreas nos problemas relacionados à drenagem urbana. Todavia, para a tomada
de decisões no planejamento urbano, torna­se necessário o desenvolvimento de estudos
complementares ao presente trabalho, como, por exemplo, o regime de precipitação na região,
entender a hidrologia local, além de estudos específicos de soluções baseadas na natureza que
sejam resilientes, financeiramente viáveis e sustentáveis.
16

6 CONCLUSÃO

O presente estudo avaliou o uso e ocupação do solo na área de drenagem do Lago


Igapó, no município de Londrina – PR. Esta avaliação foi feita a partir da combinação de
imagens de satélite com elevado nível de detalhamento espacial e técnicas de Machine
Learning. A classificação supervisionada orientada por objeto foi adotada na construção do
mapa das classes de cobertura. Foram avaliados o desempenho dos modelos Decision Tree,
Random Forest (RF), Naive Bayes, Support Vector Machine K­Nearest Neighbors, que
permitiram as seguintes conclusões:
1) O algoritmo Decision tree apresentou o melhor desempenho, com valores de
Kappa, Precisão, Recall e F1­Score, entre 90 % e 100 % de precisão;
2) K­Nearest Neighbors foi o algoritmo com pior desempenho. Neste caso, telhado
em cor escura foi a única classe que apresentou valor acima de 80% na precisão.
As demais classes apresentaram valores abaixo de 70%.
3) As classes identificadas por Árvores/arbustos e Grama representam quase um
quarto da área de estudo, indicando um enorme potencial para implantação
imediata de SbN, uma vez que essas áreas já são por natureza aptas a receber e
infiltrar água da chuva;
4) Telhados, incluindo os metálicos, representam fração equivalente às áreas verdes
(24%). Embora sejam áreas mais complexas, devido sua natureza funcional,
podem oferecer grande potencial para a captação ou retenção da água de chuva,
pelo menos em alguns dos tipos de telhados analisados.
5) A fração de solo exposto (14%) também é expressiva e chama a atenção pelo fato
de serem áreas com potencial para edificação. É justamente dessas áreas, quando
passam pelo processo de edificação, que vem a maioria do sedimento transportado
para dentro do lago Igapó;
6) Asfalto e calçada, com 19% da área, são provavelmente as classes com menor
potencial para implantação de SbN. Ainda assim, existe a possibilidade da adoção
de pavimentos permeáveis nos calçamentos e em áreas de asfalto destinadas ao
estacionamento de veículos em vias de pouco movimento.
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APÊNDICE I – DECISON TREE

Matriz de confusão – Decision Tree


Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 111646 0 0 0 21019 9394 759 0 0 0 0 0 142818
2 6960 490480 0 0 0 5297 0 0 0 0 0 0 502737
3 0 0 1868 0 0 0 0 41 0 0 0 0 1909
4 0 0 0 393416 0 32919 0 0 0 0 0 0 426335
5 0 0 0 28773 657779 63692 0 0 0 0 0 0 750244
6 0 1148 0 4076 12879 504426 0 0 0 0 0 193 522722
7 260 0 0 0 0 0 359438 0 0 0 0 0 359698
8 0 0 0 0 0 0 0 1783 0 86 24 381 2274
9 0 0 0 0 0 0 0 92 1903 245 250 64 2554
10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2228 0 0 2228
11 0 0 0 0 0 0 0 0 1259 312 10043 280 11894
12 0 0 165 0 82 180 0 0 0 0 0 6434 6861
Total 118866 491628 2033 426265 691759 615908 360197 1916 3162 2871 10317 7352 2732274
28

APÊNDICE II – RANDOM FOREST

Matriz de confusão – Randon Forest


ERROR MATRIX (pixel count)
Reference
Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 86345 0 0 0 62 278 0 0 0 0 0 0 86685
2 0 466153 0 0 21019 0 4411 0 0 0 0 0 491583
3 0 0 1830 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1830
4 0 0 0 394200 0 40202 0 0 0 0 0 0 434402
5 27292 25475 0 32065 670596 110177 0 0 0 0 0 0 865605
6 0 0 0 0 0 463994 0 0 0 0 0 0 463994
7 5229 0 0 0 0 0 355786 0 0 0 0 0 361015
8 0 0 38 0 0 0 0 1251 111 0 71 57 1528
9 0 0 0 0 0 0 0 93 2541 0 848 91 3573
10 0 0 0 0 0 1077 0 0 84 2871 96 0 4128
11 0 0 0 0 0 0 0 0 426 0 8444 0 8870
12 0 0 165 0 82 180 0 572 0 0 858 7204 9061
Total 118866 491628 2033 426265 691759 615908 360197 1916 3162 2871 10317 7352 2732274
29

APÊNDICE III – NAIVA BAYES

Matriz de confusão – Naiva Bayes


ERROR MATRIX (pixel count)
Reference
Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 180108 36299 0 0 0 0 0 0 0 0 0 695 217102
2 0 491628 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 491628
3 0 0 2498 0 39 0 0 39 0 0 0 0 2576
4 0 0 0 550451 0 65483 0 0 0 0 0 0 615934
5 909 75922 0 0 903922 0 0 0 0 0 0 0 980753
6 0 116953 444 1984 61049 746239 15525 0 0 61 296 3425 945976
7 6887 0 0 0 0 0 753701 0 0 0 0 0 760588
8 0 0 119 0 71 0 0 2615 46 198 72 0 3121
9 0 0 0 0 0 0 0 0 3577 0 191 0 3768
10 0 0 0 0 0 0 0 158 165 3730 38 0 4091
11 194 0 0 0 0 0 0 67 919 0 12475 0 13655
12 125 0 0 0 0 0 0 137 112 0 365 10514 11253
Total 188223 720802 3061 552435 965081 811722 769226 3016 4819 3989 13437 14634 4050445
30

APÊNDICE IV – SUPORT VECTOR MACHINE (SVM)

Matriz de confusão – SVM


ERROR MATRIX (pixel count)
Reference
Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 10875 1034 0 0 0 0 759 0 0 0 0 0 12668
2 3883 459258 0 0 0 0 73127 0 0 0 0 0 536268
3 0 0 2033 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2033
4 0 0 0 258235 193555 343622 0 0 0 0 0 0 795412
5 27292 0 0 0 487675 63692 0 0 0 0 0 0 578659
6 0 0 0 168030 10529 208594 0 0 0 0 0 0 387153
7 76816 31336 0 0 0 0 286311 0 0 0 0 0 394463
8 0 0 0 0 0 0 0 1668 0 0 24 213 1905
9 0 0 0 0 0 0 0 0 2840 0 2558 170 5568
10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2871 0 0 2871
11 0 0 0 0 0 0 0 0 322 0 7340 0 7662
12 0 0 0 0 0 0 0 248 0 0 395 6969 7612
Total 118866 491628 2033 426265 691759 615908 360197 1916 3162 2871 10317 7352 2732274
31

APÊNDICE V – KNN

Matriz de Confusão
ERROR MATRIX (pixel count)
Reference
Classe 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
1 15397 6481 28 0 101 0 16530 0 0 0 24 106 38667
2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3 6235 2722 1997 0 0 0 2021 45 0 0 0 332 13352
4 0 0 0 250527 19129 208765 10069 0 0 0 6084 0 494574
5 144737 583282 0 134688 559895 217449 615061 0 0 0 0 0 2255112
6 0 115650 0 163845 373196 367482 0 0 0 0 501 0 1020674
7 20703 11519 324 1984 12607 5785 125545 0 0 0 0 1883 180350
8 0 0 0 0 153 278 0 1322 502 812 356 779 4202
9 0 0 0 0 0 842 0 1491 2382 334 1992 3921 10962
10 0 0 0 0 0 0 0 158 257 2678 0 0 3093
11 0 0 444 1391 0 9778 0 0 1116 0 3457 4035 20221
12 1151 1148 268 0 0 1343 0 0 562 165 1023 3578 9238
Total 188223 720802 3061 552435 965081 811722 769226 3016 4819 3989 13437 14634 4050445

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