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Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 1
Organizadores
Marcos Norberto Boin
Patrícia Cristina Statella Martins
Maria Helena Pereira Mirante
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS
ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS
Volume II
1a Edição
TUPÃ - SP
ANAP
2017
2 - Volume II
Editora
ISBN 978-85-68242-58-2
I. Título.
CDD: 900
CDU: 911/47
Sumário
Apresentação 06
Capítulo 1 10
GEOPROCESSAMENTO APLICADO AO ESTABELECIMENTO DE UNIDADES DE
PLANEJAMENTO COMO SUBSÍDIO À GESTÃO AMBIENTAL
Rogério Hartung Toppa; Marcos Roberto Martines; Maria Alice Garcia
Capítulo 2 31
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA MUDANÇA DA PAISAGEM E SUAS INFLUÊNCIAS
NA EVOLUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO EM BONITO, MATO
GROSSO DO SUL
Waldir Leonel; Mercedes Abid Mercante
Capítulo 3 46
DETERMINACIÓN DE LA RELACIÓN USO/POTENCIAL PARA LAS TIERRAS DEL
MUNICIPIO GUISA, EN CUBA, CON EL APOYO DE LAS GEOTECNOLOGIAS
Adonis M. Ramón Puebla; Eduardo Salinas Chávez; Leusnier Martínez Quintana;
Célida Suarez García
Capítulo 4 73
APLICAÇÃO DA ABORDAGEM DE ANÁLISE MULTICRITERIAL NA ELABORAÇÃO
DE MAPA GEOECOLÓGICO PARA O RECONHECIMENTO DE ÁREAS COM
FRAGILIDADE E POTENCIALIDADE AMBIENTAL
Lucas Prado Osco; Ana Paula Marques Ramos
Capítulo 5 93
COMPATIBILIZAÇÃO DE DADOS CARTOGRÁFICOS NA ELABORAÇÃO DE CARTAS
DE UNIDADES DA PAISAGEM PARA O TURISMO DE NATUREZA
Bruno de Souza Lima; Charlei Aparecido da Silva; Marcos Norberto Boin
6 - Volume II
Apresentação
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
MÉTODO DE ANÁLISE
Figura 2. Regiões hidrográficas associadas ao município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo. Destaque para a sub-
bacia do Tietê-Sorocaba, Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos, UGRHI 10
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 15
Para este estudo, as informações foram obtidas por meio do Plano Cartográfico do
Estado de São Paulo, organizadas pelo Instituto Geográfico e Cartográfico de São Paulo (IGC),
em escala de 1:10.000. As cartas topográficas foram trabalhadas em meio digital (ambiente
SIG) e para a elaboração do plano de altimetria, as informações foram vetorizadas em tela,
em escala de 1:5.000, possibilitando uma maior precisão na obtenção do plano de
informação (Figura 3). Para a apresentação do estudo de caso, foram vetorizados os dados
de altimetria com o uso de 19 folhas do IGC, que compõem os limites do município de
Araçoiaba da Serra (SP), conforme descrito no Quadro 1. Além dos dados de altimetria,
também foi vetorizado o plano de informação referente à hidrografia, para a realização dos
ajustes do processo de delimitação das sub-bacias e para a caracterização destes dados.
Quadro 1. Folhas do Instituto Geográfico e Cartográfico do estado de São Paulo referentes à área de cobertura do
município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
Figura 4. Diagrama conceitual dos procedimentos adotados na sistematização dos dados para a delimitação de sub-bacias
do município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 17
Figura 5. Modelo digital de representação de sombras e níveis de radiância solar sobre o terreno (Hillshade) do município
1
de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
1
Observa-se um realce do relevo que possibilita a identificação de feições estruturais, feições planas, áreas de morro e
padrões de dissecação. No modelo gerado, foi possível observar o domínio estrutural geológico, determinando os
processos de geração das feições estruturais por meio dos processos erosivos. O modelo permitiu inferir pelo menos três
grandes domínios estruturais: (1) um ao norte, com estrutura geológica resistente, marcado pelos canais curtos e
ramificados ao longo das linhas de fraqueza - esta zona está em contato com a FLONA Ipanema (ver Figura 1); (2) à
nordeste, uma zona aplainada, ligada a estruturas sedimentares com canais hidrológicos retilinizados; e (3) na porção sul,
com estruturas mistas, entre maiores e menores resistências, onde se destacam os canais dentríticos e algumas anomalias
que se configuram a partir da heterogeneidade estrutural.
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 19
Figura 6. Etapas de processamento para delimitação das sub-bacias (ESRI, 2011). Amostras de
Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
Com base na delimitação das sub-bacias, foi realizada uma análise espacial de forma
a identificar os aspectos hidrográficos do município de Araçoiaba da Serra. Para isso, foram
extraídos dados do plano de informação da hidrografia para cada unidade de planejamento
estabelecida no território municipal. Foram calculados os dados da área de cada sub-bacia, a
descrição dos principais corpos d’água, a extensão e os tipos dos canais (perenes e
intermitentes), número e área de lagos e represas, e o número de cabeceiras para cada
unidade de planejamento.
22 - Volume II
RESULTADOS
Tabela 1. Dados sobre as sub-bacias do município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo. Área em hectares (ha), rios
(R.), ribeirões (Rib.) e córregos (C.), comprimento dos segmentos que compõem os canais hidrográficos, número (Nº) e
área em hectares (ha) de lagos e represas, e número (Nº) de cabeceiras por sub-bacias
Rios (R.), Hidrografia Área de lagos
Sub- Área Nº de lagos e Nº de
ribeirões (Rib.) (canal em e represas
Bacia (ha) represas cabeceiras
e córregos (C.) metro) (ha)
Sub-
1360 Sem dado 25.825,41 34 22,79 32
Bacia 1
C. do Poço Fundo
C. Nho-Tó
Sub-
4016 C. Vacariu 73.917,60 91 62,53 141
Bacia 2 R. Ipanema
R. Verde
C. do Barreiro
C. do Colégio
C. Ipanema
Sub- C. Jundiaquara
4436 91.209,36 94 28,66 146
Bacia 3 Rib. do Ipanema
Rib. do Lageado
Rib. Ipanema
R. Ipanema
C. Cafundó
Sub- C. do Barulho
2208 72372,84 41 6,79 159
Bacia 4 C. dos Farias
C. Guaxinduba
C. do Barulho
Sub-
1621 C. Jundiacanga 57.219,10 18 3,12 114
Bacia 5 R. Sarapuí
C. Aguadinho
Sub-
2199 C. do Cercado 63.738,48 36 5,05 117
Bacia 6 R. Sarapuí
C. da Olaria
C. da Passagem ou
Sub-
3361 Restinga 111.797,36 142 15,51 239
Bacia 7 Rib. Jundiacanga
R. Sarapuí
Sub- Rib. Capanema
1433 52.941,78 87 11,87 113
Bacia 8 Rib. Iperó-Mirim
C. Iperó-Mirim
Sub-
4933,23 Rib. Iperó 147.395,69 224 43,30 234
Bacia 9 Rib. Iperó-Mirim
município (Figura 9B). Apesar desta sub-bacia apresentar o maior número desse tipo de
corpo d'água, a Sub-Bacia 2 é a que mais contribui em relação à área ocupada por
represas/lagos, com mais de 30% do total da área de ocupação territorial para o conjunto de
sub-bacias, correspondendo a 62,53ha (Figura 9C).
Sobre a frequência de cabeceiras, destacam-se as sub-bacias 7 e 9, com um total de
239 (18,45%) e 234 (18,06%), respectivamente. Estas sub-bacias, em conjunto com a Sub-
Bacia 3, possuem aproximadamente 50% do total de cabeceiras mapeadas no município
(Figura 9D).
Essas observações ficaram bem evidentes nos mapeamentos, através dos quais se
observam represamentos e lagos de grande destaque na paisagem, principalmente nas sub-
bacias 2 e 9, sendo que na primeira foram observadas as maiores áreas de represamento
encontradas no município, e na segunda o maior número de lagos e represas,
provavelmente influenciados pelo tamanho e tipos de atividades humanas da sub-bacia.
Chama a atenção a alta quantidade de represamentos próximos às cabeceiras.
Para o estabelecimento de estratégias conservacionistas e para subsidiar o plano
diretor do município de Araçoiaba da Serra, a análise espacial é de extrema importância, e as
sub-bacias destacadas merecem uma atenção futura, porém, sem desconsiderar as demais
sub-bacias delimitadas. Vale salientar que foram mapeados 767 lagos/represas no município
de Araçoiaba da Serra, totalizando uma cobertura de 199,62 ha, além de um número total
de 1.295 pontos de cabeceiras.
26 - Volume II
Figura 9. (A) Área das sub-bacias e percentual de ocupação das sub-bacias em relação à área do território municipal; (B)
Frequência de ocorrência de represas/lagos por sub-bacia e valor percentual por sub-bacia, em relação à área total do
território municipal; (C) Área de represas/lagos e valor percentual por sub-bacia, em relação à área total de represas/lagos
no município; (D) Frequência de ocorrência de cabeceiras por sub-bacias e valor percentual por sub-bacia, em relação ao
número total de cabeceiras no município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
Tabela 2. Tipos de canal hidrográfico, por sub-bacia, do município de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
Extensão do canal
Sub-Bacia Tipo de Canal Total de Ocorrência
(m)
Intermitente 27 9.775,13
Sub-Bacia 1
Perene 27 16.050,29
Intermitente 67 18.053,84
Sub-Bacia 2
Perene 130 55.863,76
Intermitente 143 46.503,15
Sub-Bacia 3
Perene 54 44.706,21
Intermitente 157 43.265,21
Sub-Bacia 4
Perene 30 29.107,63
Intermitente 114 26.622,38
Sub-Bacia 5
Perene 26 30.596,72
Intermitente 115 31.268,72
Sub-Bacia 6
Perene 19 32.469,76
Intermitente 237 66.461,92
Sub-Bacia 7
Perene 51 45.335,44
Intermitente 115 31.770,88
Sub-Bacia 8
Perene 26 21.170,90
Intermitente 295 88.638,19
Sub-Bacia 9
Perene 112 58.757,50
Fonte: IGC, 1978 (adaptada).
28 - Volume II
Figura 10. Classificação temática da hidrografia em canais perenes e intermitentes, distribuídos nas sub-bacias do município
de Araçoiaba da Serra, estado de São Paulo
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M.I.S. de. A bacia hidrográfica como unidade fundamental de análise da paisagem: a bacia
do Pacuí e a sua relação com a bacia do São Francisco. Revista Cerrados, v.13, n.1, p.95-110, 2015.
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as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória nº 2.166- 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 28 maio, Seção 1, p. 1, 2012.
ESRI. Arc Hydro Tools - Tutorial Version 2.0. New York, 2011.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 160p.
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LONGLEY, P. A.; GOODCHILD, M. F.; MAGUIRE, D. J.; RHIND, D. W. Sistemas e ciência da informação
geográfica. Porto Alegre: Bookman, 2013.
PORTO, M. F. A.; PORTO, R. L. L. Gestão de bacias hidrográficas. Estudos Avançados, 22 (63) p.43-60,
2008.
SANTANA, D. P. Manejo integrado de bacias hidrográficas. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo,
2003.
SANTOS, R. F. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 31
Capítulo 2
Waldir Leonel
Professor Doutor, UEMS, Brasil
waldir.leonel@gmail.com
Waldir Leonel
Professor Doutor, UEMS, Brasil
waldir.leonel@gmail.com
INTRODUÇÃO
olhos d’água e rios transparentes. Estes elementos, aliados à infraestrutura turística para o
município, trouxeram o destaque à região para que se tornasse objeto nacional e
internacional, por meio das belezas cênicas, de um potencial ecoturístico.
Em termos geotécnicos, a cidade é caracterizada pela presença litológica do
calcário, com relevo definido basicamente em duas unidades: Planalto da Bodoquena e a
Depressão de Miranda.
A Serra da Bodoquena é parte do planalto que circunda o Pantanal, planície
ocupada por fazendas que desenvolvem atividades turísticas, geralmente, com área superior
a 2000 hectares e, na maioria das vezes, administradas pelos próprios proprietários. As áreas
em Bonito variam de três a 700 hectares, com implantação de pluriatividades, tendo o
turismo como uma das principais atividades ao final da década de 1980. Entende-se que com
o auxílio do uso de geotecnologias, poderá contribuir para os estudos turísticos na região do
Pantanal.
Segundo Behr (2001), a gruta do Lago Azul, em Bonito, foi o primeiro atrativo a ser
formatado e adequado para receber visitantes. Em 1986, foi criado o Conselho Municipal de
Meio Ambiente – CONDEMA. Em 1987 e 1988, a Prefeitura desapropriou a área, onde
atualmente está localizado o Balneário Municipal. Em 1989, foi instalada a primeira agência
de turismo, a Hapacany.
A atividade turística ganhou maior impulso a partir do biênio 1992/1993, como
destacam Vargas (2001) e Boggiani (2001). Boggiani (2001, p. 156) afirma que a Expedição
Franco-brasileira, Bonito 92 e o primeiro curso de formação de guias são “fatos que podem
ser considerados como marcos do início do processo que tirou a região do amadorismo e a
colocou no caminho da profissionalização da atividade turística”.
Nesse contexto, o município se destaca pela necessidade de estudos e análises
sobre os fortes contrastes em sua configuração espacial, uma vez que esteve sustentado por
uma lógica na qual o turismo ecológico é o fator primordial para a manutenção da qualidade
ambiental na região.
OBJETIVO
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1. Satélite, data da imagem, órbita, ponto e bandas utilizadas em cada imagem no mapeamento
Trabalho de campo
2
Para qualquer tipo de classificação, seja visual ou assistida por computador, com qualquer algoritmo que se possa utilizar,
sempre irão aparecer dúvidas com respeito à classificação obtida. Para sanar este problema, o procedimento usual é visitar
o local, para a verdade terrestre. FLORENZANO, T.G. Iniciação em sensoriamento Remoto. Oficina de Textos, 2007, p. 37.
38 - Volume II
Resultados e discussão
Figura 2. A Foto 1 corresponde ao Loteamento Tarumã e a Foto 2 ao Loteamento Solar dos Lagos
Foto 1 Foto 2
Figura 3. Chaves de interpretação: 1) Solo exposto, e ao fundo plantação de Eucaliptus (Eucalyptus sp.); 2) Área de lavouras
temporárias – milho (Zea mays), e ao fundo empreendimento turístico; 3) Corpo hídrico – Córrego Anhumas; 4 e 5)
Empreendimento turístico; 6) Corpo hídrico – Rio Formoso; 7) Contraste de tonalidade entre tipos de pasto, à beira da
estrada observa-se um misto de capim braquiária (Brachiaria decumbens) e capim rabo de burro (Andropogon
condensatus); 8) Corpo hídrico – Rio Miranda (Divisa de municípios)
1)
2)
Tabela 2. Evolução do uso e ocupação do solo no município de Bonito/MS, nos anos de 1984, 1994, 2004 e 2014
2
Figura 5. Comparação da área em km , e das classes temáticas de uso e ocupação do solo, entre 1984 e 2014
Muitas vezes o processo de planejamento do turismo nas cidades tende a ser algo
mais simples, ou mesmo inexistente. De acordo com Hardy et al.(2002), é comum que as
destinações turísticas sejam criadas por empreendedores, empresas privadas ou mesmo
pelo governo nacional, e que todo o planejamento seja elaborado pelos mesmos.
Ressaltando, assim, que o ponto crítico dessas formas de planejamento é que todos os
afetados pelo plano devem ser efetivamente trazidos para o processo, e não incorporados
de forma meramente simbólica, pois dessa forma poderão gerar impactos negativos
futuramente.
Portanto, o processo de uso e ocupação do solo no município de Bonito deve
ocorrer de forma planejada, ou seja, seguindo diretrizes urbanísticas e de planejamento
ambiental e turístico, garantindo o máximo de proximidade à dinâmica natural dos sistemas,
pois consequentemente evitarão problemas relacionados à redução de vegetação e recursos
hídricos, elementos essenciais no uso de recursos para a sustentabilidade dos atrativos
comercializados em Bonito.
CONCLUSÃO
que a presente pesquisa verificou que a pecuária e a agricultura – atividades que levam à
deterioração dos recursos naturais, como vegetação, recursos hídricos e surgimento de solos
expostos – têm se destacado, em detrimento das atividades turísticas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Montréal: Groupe Développement, 2000. 21 p.
BEHR, M. F. V. Serra da Bodoquena: história, cultura, natureza. Campo Grande: Free, 2001. 143p.
BOGGIANI, P. C. Ciência, meio ambiente e turismo em Bonito: a combinação que deu certo? In:
BANDUCCI, A.; MORETTI, E. C. (Eds.). Qual paraíso: turismo e ambiente em Bonito e no Pantanal.
Campo Grande: Chronos, 2001. p. 151-165.
BOGGIANI, P. C.; COIMBRA, A. M.; GESICKI, A. L.; SIAL, A. N.; FERREIRA, V. P.; RIBEIRO, F. B.; FLEXOR,
J. M. Tufas Calcárias da Serra da Bodoquena. In: SCHOBBENHAUS, C.; CAMPOS, D. A.; QUEIROZ, E. T.;
WINGE, M.; BERBERT-BORN, M. (Edit.) Sítios geológicos e paleontológicos do Brasil. 1999. Disponível
em: <http://sigep.cprm.gov.br/sitio034/sitio034.htm>. Acesso em: 05 set. 2015.
FLORENZANO, T.G. Iniciação em sensoriamento remoto. São Paulo: Oficina de Textos, 2007, p. 37.
FLORENZANO, T. G. Imagens de Satélite para estudos ambientais. 3 ed. São Paulo: Oficina de Texto,
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HARDY, A.L.; BEETON, R.J.S. & PEARSON, L. Sustanible tourism: na overwiew of the concept and its
position in relation to conceptualization of tourism. Jornal of Sustainable Tourism, Clevedon, v. 10,
n. 6, p. 475-496, 2002.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manuais técnicos em geociências. 2ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2006. n. 7. 91p.
PNRH. Plano Nacional de recursos hídricos: prioridades 2015-2015. Brasília: CNRH/CTPNRH, 2006.
120p.
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VARGAS, I. A. A gênese do turismo em Bonito. In: BANDUCCI JÚNIOR, Á.; MORETTI, E. C. (orgs.). Qual
paraíso? Turismo e ambiente em Bonito e no Pantanal. São Paulo: Chronos/UFMS, p. 127-149. 2001.
46 - Volume II
Capítulo 3
INTRODUCCIÓN
Los Sistemas de Información Geográfica (SIG) son cada vez más utilizados en los
procesos de planificación económica, territorial y ambiental. En el proceso de la
determinación de los potenciales agropecuarios y silvícolas de un territorio, y su relación
con el uso actual, los SIG constituyen un instrumento indispensable. Hoy en día, es imposible
imaginar un plan de gestión y ordenación del territorio, a cualquier escala, sin la utilización
de esta herramienta, que brinda la posibilidad de direccionar el proceso de ocupación
territorial, respetando las potencialidades y las restricciones de los recursos naturales.
En este contexto, los SIG ofrecen la posibilidad de que una misma base de datos
numéricos y cartográficos pueda ser articulada y manipulada de forma eficiente y fácil, en
función de determinar las potencialidades de los recursos naturales y evaluar los conflictos
que se producen en los escenarios actuales de ocupación del territorio. A tenor con esto, los
SIG posibilitan modelar diferentes escenarios y evaluar los resultados de las políticas que se
48 - Volume II
METODOLOGÍA
Área de estudio
Los tipos de suelos, tomados del mapa de suelos 1: 25 000, del municipio fueron
agrupados en 2 categorías (para facilitar el análisis dentro de los SIG): suelos óptimos, que
agrupa los suelos aluviales, pardos, fersialíticos, rendzinas; y los poco óptimos, que agrupa
los ferralíticos rojo-amarillentos, ferralíticos rojo lixiviados y los suelos esqueléticos.,
Siempre partiendo de su aptitud natural y sus limitaciones (acidez, poca profundidad,
lavado y pedregosidad, entre otras) para los distintos tipos de usos agropecuarios.
Evaluación uso/potencial
Para obtener la evaluación del uso del territorio, se toma como referencia el trabajo
realizado por Ramón, Salinas, Acevedo (2011), que compara las aptitudes de uso (usos
potenciales) y los usos actuales a partir del análisis de la concurrencia espacial de
actividades agropecuarias y forestales incompatibles, evaluando el nivel de conflictos en
función de la propuesta de clasificación que se detalla en el Cuadro 1.
RESULTADOS
Figura 4. Agrupamiento de los suelos según su aptitud para la producción agropecuaria y silvícola
Figura 5. Faja forestal hidroreguladora de los principales ríos y arroyos del municipio
Luego se les restan a las zonas agropecuarias y de producción silvícola, las áreas
protegidas del municipio. En este estudio fueron identificadas en el territorio tres áreas
protegidas, las cuales se encuentran aprobadas a nivel nacional y forman parte del Sistema
Nacional de Áreas Protegidas (SNAP): la Reserva Florística Manejada (RFM) “Monte
Cupaynicú”, la Reserva Ecológica (RE) “El Gigante”, y el Parque Nacional “La Bayamesa”
(Figura 6). Todas con categoría de manejo estricto, lo que limita el uso agropecuario y
silvícola.
Potencial agrícola
548.3ha de terrenos son aptas para el cultivo del café y el cacao en pendientes
entre 25-30% y suelos óptimos, ocupados por herbazales y/o matorrales y
campos con cultivos ya establecidos;
1592.8ha de terrenos tienen potencial para el cultivo de frutales, café y cacao,
con pendientes entre 30-50% y suelos óptimos, ocupados actualmente por
herbazales y/o matorrales y campos de cultivos ya establecidos. En este caso, se
requiere la aplicación de fuertes medidas de conservación de los suelos en las
plantaciones que se establezcan.
o Existen en el territorio áreas que deben mantenerse. Dentro de estas,
tenemos:
614.9ha de plantaciones establecidas de café y cacao en pendientes entre 0-30%
y suelos óptimos;
968.9ha de plantaciones establecidas de café y cacao en pendientes entre 30-
50% y suelos óptimos, en terrenos que requieren fuertes medidas de
conservación de suelos.
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 65
Potencial silvícola
Las potencialidades silvícolas para las áreas que conservan la cobertura boscosa
con distintos niveles de degradación, por su ubicación y niveles de pendiente, son:
9560.6ha de bosques aptos para la silvicultura mecanizada con especies de la
formación boscosa, para la producción, en aquellas áreas con pendiente inferior
al 25%;
12758.2ha de bosques aptos para la silvicultura no mecanizada con especies de
la formación boscosa, para la producción, en aquellas áreas con pendientes entre
25-50%;
16238.5ha de bosques aptos para la silvicultura no mecanizada con especies de
la formación boscosa, para la protección, en aquellas áreas con pendientes
superiores al 50%, así como las incluidas dentro de áreas protegidas y las
correspondientes a las fajas forestales de las zonas de protección a embalses y
cauces fluviales.
Para la realización del análisis de esa relación, se tomó como punto de partida
el mapa de uso del suelo del municipio, confeccionado por la empresa GEOCUBA
Investigación y Consultoría 2013. Este mapa se ha elaborado a partir de la combinación de
dos fuentes principales: imágenes satelitales SPOT-5, del año 2009, y una generalización de
los datos contenidos en el Catastro Nacional, de los años 2008 y 2013 (Figura 9).
Esta información se superpuso con el mapa de potenciales del municipio,
obteniéndose que: de la superficie total del municipio, en el 62.4% existe
correspondencia entre los potenciales determinados y el uso actual; en el 26.6% de la
superficie resulta incompatible el potencial con su uso actual; el 3.5% de la superficie se
encuentra subutilizado; y el resto del territorio se corresponde en pequeños porcientos con
área de explotación minera, recursos hídricos y asentamientos poblacionales (Figura 10).
68 - Volume II
Figura 10. Mapa de relación uso/potencial de las tierras del municipio Guisa
pesar de que tiene potencial para la siembra de granos, cultivos varios, viandas y hortalizas
(el potencial más limitado en el municipio), esta área se utiliza actualmente para pastos y
forrajes, habiendo otras zonas del territorio con potenciales para el desarrollo ganadero y la
siembra de pastos y forrajes.
En el caso donde la relación uso/potencial es incompatible con su estado actual,
correspondiente a 15 657.5ha de la superficie del municipio, eso se debe a la presencia de
usos agropecuarios en pendientes superiores a las establecidas para esos usos, o por
tratarse de las fajas hidroreguladoras de los ríos y embalses. En estos casos, se recomienda
medidas tendientes a evaluar el uso actual que se le está dando a las áreas,
fundamentalmente en el Consejo Popular Victorino, para su corrección y/o mitigación.
Por otro lado, 2 078.1ha del territorio se encuentran subutilizadas. En este caso la
relación uso/potencial está por debajo del uso que puede admitir, concentrándose
fundamentalmente en la zona norte del Consejo Popular de Macanacú y en la zona este del
Consejo Popular de Corralillo, territorios donde se encuentran los mayores potenciales
agropecuarios y ganaderos del municipio y en la actualidad están cubiertos de herbazales y
matorrales espinosos.
CONCLUSIONES
REFERENCIAS BIBLIOGRAFÍCAS
Arceo, S.; Salinas, E. Evaluación del Potencial natural de los paisajes para la actividad agropecuaria
en el ejemplo del municipio de Yagüajay (Provincia de Sancti Spíritus, Cuba) Geographicalia.
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las montañas. La Habana: Instituto de Investigaciones Agropecuarias “Jorge Dimitrov”, 2006.
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Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 73
Capítulo 4
INTRODUÇÃO
exemplos comuns dessa relação com os recursos naturais. No entanto, é preciso levar em
consideração que o meio natural também possui fragilidades intrínsecas, e processos como
os de intempere, erosão, atividades sísmicas, dentre outros, atuam constantemente e
afetam os constituintes da natureza. Diante disso, o meio ambiente apresenta reações
diferentes ante os impactos, devido à própria capacidade de resiliência (MATEO-
RODRIGUES; SILVA; CAVALCANTI, 2013).
A ciência Geoecológica, ao derivar das correntes anglo-saxãs geomorfológicas
(ABREU, 1983), surge como um suporte ao entendimento da capacidade do meio em tolerar
os impactos provenientes da atividade antrópica (MATEO-RODRIGUES; SILVA; CAVALCANTI,
2013). A Geoecologia consiste-se na interpretação das complexas relações ambientais por
meio de uma observação holística, objetivando diagnosticar os problemas decorrentes das
atividades humanas sobre o meio físico e, a partir desse diagnóstico, oferecer suporte ao
planejamento ambiental (AGA, 2005; SILVA, 2012).
Dentre as mais variadas formas de planejamento, está o uso de geotecnologias
voltadas para o auxílio do monitoramento do ambiente, as quais têm beneficiado e
otimizado o processo de tomada de decisão por parte dos órgãos e entidades responsáveis
(CÂMARA; MONTEIRO; MEDEIROS, 2004). A EMBRAPA (2014) define geotecnologias como
um conjunto de técnicas e métodos científicos aplicados à análise, à exploração, ao estudo e
à conservação dos recursos naturais, considerando diferentes escalas e a informação
espacial. As geotecnologias também são usadas para estudar a paisagem (topografia,
hidrografia, geologia e geomorfologia) e variáveis ambientais, bem como analisar e auxiliar
na prevenção de desastres naturais, além de gerenciar e de monitorar a atividade humana.
Diante disso, o emprego das geotecnologias na análise ambiental promove avanços nos
campos de diagnóstico de áreas, como no caso da fragilidade do meio natural (AMARAL;
ROSS, 2009). A produção de mapas com temática ambiental envolve a integração de dados
que representam as diferentes características físicas e geográficas da área, porém, esse
processo de integração de dados, de diferentes formatos e/ou fontes, requer,
primeiramente, uma fase de compatibilização, também denominado de padronização de
dados.
Câmara, Monteiro e Medeiros (2004) relatam que a combinação de dados espaciais
para descrever e analisar interações em um meio ambiente possibilita a redução nas
ambiguidades das interpretações, que normalmente ocorrem quando da análise individual
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 75
dos dados, e isso favorece o processo de tomada de decisões por especialistas. Os autores
relatam que a integração de dados multifontes e/ou formatos, para a geração de novos
produtos cartográficos, pode ocorrer pelo emprego de diferentes técnicas de análise
geográfica, denominadas de métodos de inferência geográfica. Dentre esses métodos,
destacam-se: inferência por lógica Booleana, na qual o mapa síntese consta de uma
representação temática qualitativa com duas classes somente (ex.: favorável e não
favorável; apta e não apta); e os métodos que geram mapa síntese quantitativo, tais como a
inferência por média ponderada, por lógica Fuzzy, inferência Bayesiana e por Redes Neurais
Artificiais.
Os dados em conjuntos Fuzzy podem ser manipulados por métodos lógicos, com a
intensão de selecionar e combinar estes com outros dados de variados conjuntos. As
operações básicas de subconjuntos Fuzzy consistem em uma generalização das operações
básicas de lógica binária, que podem ser utilizadas para se obter um dado resultante da
sobreposição dos demais dados (CÂMARA; MONTEIRO; MEDEIROS, 2004). Destacam-se,
entre as operações Fuzzy, os operadores: AND, OR, Soma Algébrica, Produto Algébrico,
Gama e Soma Convexa. O uso da lógica Fuzzy foi proposto por Lofti Zadeh, em 1960, como
uma forma de modelar incertezas da linguagem natural (zonas de transição), pois a natureza
não é booleana (0 e 1) (CÂMARA; MONTEIRO; MEDEIROS, 2004). Portanto, esse método
auxilia na tomada de decisões, uma vez que não se restringe apenas ao verdadeiro ou falso,
mas leva em consideração os diferentes níveis de verdadeiro e falso (JUNIOR, 2015).
Na literatura, diversos estudos são encontrados a respeito do emprego da
inferência Fuzzy na integração de dados, com o objetivo de produzir novas informações que
auxiliem o processo de tomada de decisão em estudos ambientais. Como exemplos de
temas de trabalho, tem-se: a fragilidade ambiental em municípios (DONHA; SOUZA;
SUGAMSOTO, 2003); a escolha de áreas para implantação de aterro sanitário (NUNES et al.,
2011); zoneamento de áreas susceptíveis à deslizamentos (JÚNIOR, 2015); a identificação de
zonas vulneráveis à erosão costeira (SILVA et al., 2013); a detecção de áreas com fragilidade
ambiental (GONÇALVES; ARAÚJO; IMAÍ, 2016); dentre outros.
Destaca-se, ainda, que em estudos que envolvem análise multicritério, isto é, a
consideração de diferentes fatores que contribuem para a tomada de decisão, como é o
caso daqueles desenvolvidos no campo da geoecologia, a necessidade dos especialistas é
determinar a contribuição relativa de cada um desses critérios (ou variáveis). Para abordar
76 - Volume II
este problema, Thomas Saaty propôs, em 1978, uma técnica de escolha baseada na lógica da
comparação pareada, denominada Técnica AHP (Processo Analítico Hierárquico - Analytic
Hierarchy Process) (SAATY, 1990). Conforme Câmara, Monteiro e Medeiros (2004), o método
oferece a possibilidade de se estabelecer e organizar um modelo racional para a integração
dos dados, uma vez que possibilita avaliar a importância relativa entre critérios. Segundo os
autores, atribui-se uma evidência para cada mapa de entrada. Esta evidência recebe um
peso diferente em relação à sua importância para com a hipótese. Como resultado, o mapa
ponderado pode ser ajustado com o intuito de refletir melhor o julgamento do especialista,
de acordo com os pesos de importância previamente definidos para cada um dos critérios.
Depois da comparação par-a-par dos mapas de entrada (variáveis) pelo método
AHP, no qual um critério de importância relativa é atribuído ao relacionamento entre estes
mapas, conforme uma escala de importância pré-definida (ex.: 0 a 5, 1 a 9), o mapa síntese é
gerado pela combinação linear ponderada das variáveis e seus respectivos pesos gerados
pela técnica AHP. O mapa síntese é, assim, caracterizado como um mapa quantitativo que
descreve a variação contínua do fenômeno em estudo no espaço. Para tanto, uma vez que
os dados se encontram padronizados com a lógica Fuzzy, ainda é necessário ponderar os
fatores que contribuem com a decisão. O método aplicado no presente trabalho emprega a
normalização das variáveis por meio da lógica Fuzzy, a ponderação entre essas variáveis a
partir do método AHP e, em última instância, a aplicação da álgebra de mapas para realizar
uma combinação linear ponderada das variáveis e de seus respectivos pesos. O resultado
final é um mapa síntese quantitativo, que descreve a variação contínua e numérica do
fenômeno no espaço.
OBJETIVO
MÉTODO DE ANÁLISE
Área de estudo
Pedologia: No mapa pedológico (CPTI, 1999), as classes PVA1, PVA2, PVA4, PVA5 e PVA10
pertencem aos grupos dos solos Podzólicos Vermelho-Amarelos, denominados como
Argissolos Vermelho-Amarelos (EMBRAPA, 1999), enquanto as classes LV29 e LV49
correspondem aos Latossolos Vermelhos. Os valores (Tabela 1) para as classes de solo
variaram pouco devido às semelhanças que ambos os solos possuem em relação à
composição textural. O Argissolo, contudo, possui valores maiores devido à sua
espacialização, que ocorre normalmente sobre um relevo mais acidentado, como também
devido à sua menor profundidade, menor quando comparado ao Latossolo (NUNES, 2002). O
80 - Volume II
Latossolo, por sua vez, concentra-se mais nos topos do relevo, sobre áreas com menor
declividade, favorecido, portanto, pelo processo da pedogênese local.
Geologia: No mapa geológico (CPTI, 1999), as classes KaV, KaIV e KaI pertencem à Formação
Adamantina (ALMEIDA et al., 1981). Nessa Formação, em específico nas Unidades KaV e KaIV,
existe a presença de acúmulos de água devido à diferenciação litoestratigráfica do material
rochoso, que afloram sobre as encostas mais íngremes (OLIVEIRA, OSCO, BOIN, 2015;
NUNES, 2002). A classe Ksa remete à Formação Santo Anastácio, caracterizada pela
irregularidade de sua estrutura (MELO; STEIN; ALMEIDA 1982). Atribuiu-se o maior valor a
essa classe dentre as demais formações, pois a irregularidade ocasiona menor coesão à
rocha, tornando-a mais frágil aos processos erosivos. Por último, a classe Kc correspondente
à Formação Caiuá, e recebeu valor baixo devido a sua composição estrutural, de resistência
intermediária em relação aos processos da intempere.
(1)
Optou-se por esta função por promover uma transição suave entre os valores (KAINZ, 2007).
Os dados de declividade devem ser baixos para corresponderem a um ambiente mais
estabilizado. Na região da bacia, valores de declividade acima de 15% proporcionam a
exposição de freáticos locais e afloramento de Neossolos Litólicos, conforme descritos em
Carvalho (1997) e Oliveira, Osco e Boin (2015). Valores de declividade superiores a 15%,
normalmente, revelam um relevo mais acidentado e acabam por oferecer riscos de erosão.
(2)
Esta função sigmoide consiste-se no inverso da equação anterior (1). Para o estudo de caso,
foi a mais apropriada, uma vez que para distância da drenagem, quanto mais próxima do
canal d’água, maior a fragilidade (portanto, valor mais próximo de 1). Escolheu-se uma
distância mínima de 200 metros em razão da recomendação da Portaria MINTER 124/80,
que determina que quaisquer atividades altamente impactantes devem se encontrar a, no
mínimo, 200 metros de coleções hídricas.
O método de comparação pareada AHP, proposto por Saaty (1990), tem por finalidade
organizar e avaliar diferentes níveis de importância entre critérios distintos, medindo a
consistência dos julgamentos (CÂMARA; MONTEIRO; MEDEIROS, 2004). Deste modo, o
modelo requer uma estruturação hierárquica, e deve comparar os critérios de acordo com a
importância relativa, as preferências e a probabilidade entre dois critérios. Para tanto,
utiliza-se uma escala de valores, conforme apresentada na Tabela 2, a seguir.
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 83
O valor dos pesos obtidos pelo método AHP indica a importância relativa dos
critérios analisados e permite regular a compensação entre eles. Neste estudo, foram
comparados os dados da distância da rede de drenagem, da declividade, dos tipos de solos,
das formas de relevo e da distribuição das rochas aflorantes na bacia hidrográfica (Tabela 3).
Esta comparação resultou em uma Razão de Consistência (CR) igual a 0,097, um valor
considerado aceitável uma vez que menor que 0,01 (CAMARA; MONTEIRO; MEDEIROS,
2004). Os pesos adquiridos com o método AHP foram computados no programa Spring
5.4.3, e a combinação linear dos fatores analisados foi aplicada na calculadora raster
disponível no programa ArcGIS 10.2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
do ponto de vista geológico (GUEDES et al., 2008; PAULA e SILVA, CHANG, CAETANO-CHANG,
2003) ou um planalto formado por lagoas (STEIN, 1999).
As cinco classes dos estados geoecológicos podem ser analisadas quanto às
diferentes formas de uso ou cobertura das áreas da bacia, possibilitando a indicação da
aptidão ou inaptidão em resistir aos impactos das atividades antrópicas. Assim, o mapa de
cobertura (Figura 5) pode ser considerado uma forma de complementar o diagnóstico da
área da bacia hidrográfica em estudo. Na Tabela 4 é apresentada a extensão, em hectares
(ha) e em porcentagem, da área da bacia ocupada por cada classe temática de uso e
cobertura. Na Figura 6, tem-se uma representação gráfica dessa relação.
Estado geoecológico
Classe temática Homeostático M-Homeostático Intermediário M-Fragilizado Fragilizado
ha % ha % ha % ha % ha %
Arbórea 8,6 4,3 36,9 4,3 66,2 10,2 80,8 23,5 15,7 30,4
Herbácea arbustiva 166,9 83,7 715,1 83,2 513,5 79,3 233,0 67,7 30,9 59,7
Solo exposto 22,3 11,2 75,4 8,8 40,3 6,2 16,8 4,9 2,1 4,1
Área Úmida 0,7 0,3 3,4 0,4 4,3 0,7 1,7 0,5 0,3 0,6
Área Construída 1,0 0,5 28,1 3,3 21,4 3,3 8,3 2,4 1,6 3,1
Corpo d'água 0,0 0,0 0,5 0,1 2,1 0,3 3,8 1,1 1,1 2,1
Total 199,4 100,0 859,4 100,0 647,8 100,0 344,4 100,0 51,7 100,0
CONCLUSÃO
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Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 93
Capítulo 5
INTRODUÇÃO
O turismo, enquanto disciplina da área das ciências sociais aplicadas, cada vez mais
é alvo de estudos voltados às diversas temáticas que compreende as atividades turísticas e
seus segmentos de mercado. Dentre tais temáticas, o planejamento apresenta-se como uma
das bases para o desenvolvimento do turismo, estudo que se faz importante para o
ordenamento e gestão dos diversos segmentos que compõem as práticas turísticas.
Dentre os elementos que são analisados no planejamento, a paisagem surge como
o suporte para o desenvolvimento de diversas atividades para o turismo, ou seja, estabelece
elementos base para a atratividade turística, seja pelo seu caráter cênico, seja pela
funcionalidade física dos diferentes elementos que as compõem. Portanto, compreender a
estruturação das paisagens é um importante procedimento para o reconhecimento de
potencialidades para diferentes segmentos turísticos.
Por outro lado, reconhecer tais estruturas requer uma abordagem para além do
âmbito empírico, ou seja, deve-se primar pelo levantamento de dados concretos acerca dos
elementos que formam as paisagens. Os dados cartográficos, assim, podem ser tomados
como base para realização de tal levantamento, de maneira que, por meio da espacialização
de dados secundários disponibilizados por diversas fontes – tais como IBGE, CPRM, IBAMA,
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 95
ICMBio, dentre outros –, seja possível realizar análises sobre o fenômeno em questão, neste
caso, sobre a importância da paisagem para o turismo.
Apesar da consistência do uso da cartografia para a representação e análises de
diversos fenômenos, é importante reiterar a necessidade da compatibilização dos dados
utilizados. Chama-se a atenção para tal fato uma vez que, para que os produtos derivados de
tal construção possuam coerência, é necessário considerar as escalas das diferentes
informações utilizadas na materialização das cartas ou mapas temáticos, conforme indica
Santos (2004). Elaborar materiais cartográficos sem considerar o uso de escalas compatíveis,
bem como a veracidade dos dados utilizados com relação à realidade, pode comprometer os
resultados finais da pesquisa.
O tema escala, amplamente debatido pela ciência geográfica, longe de ter sido
esgotado, ainda apresenta uma série de equívocos e incoerências em sua aplicação empírica.
Definir a escala possibilita a análise de um determinado fenômeno a partir de sua
significância, apresentando-o da maneira que traga maior sentido ao tema abordado
(CASTRO, 2014 p. 88). Ainda de acordo com Castro, op cit, “a escala é o artifício analítico que
confere visibilidade à parcela ou dimensão do real”. Neste mesmo sentido, acrescenta que
se trata de uma escolha subjetiva, que revela uma percepção do espaço total e dos
elementos escolhidos. Dessa forma, os diferentes levantamentos – sejam eles, dos
elementos abióticos, bióticos ou antrópicos – focam em determinados componentes que
lhes atribui um valor, ou elemento, o qual lhe dá sentido segundo a percepção do
pesquisador.
No caso das pesquisas de abordagens sistêmicas, como a análise da paisagem em
uma concepção estrutural, nas quais as inter-relações e interações de seus componentes são
de vital importância, a compatibilização da informação entre os diferentes temas ou áreas
do conhecimento é primordial, principalmente quando o objetivo é especializar
informações.
O impasse entre as informações coletadas e a escala utilizada pode ser resolvido
com a escolha de dados em uma mesma escala de representação e/ou com critérios de
levantamento nos quais as informações são condizentes com a escala, ou seja, informações
condizentes com a precisão gráfica3 da referida escala. Como naturalmente os dados
(shapes) são produzidos por distintos profissionais e objetivos diferentes, sempre há a
3
É a menor grandeza medida no terreno, capaz de ser representada em desenho na mencionada escala.
96 - Volume II
“retorno às origens”. Segundo Soldateli (2005), essa busca pelo contato com a natureza em
atividades turísticas é um fenômeno, o qual ganhou impulsão através do movimento
ambientalista iniciado no fim dos anos 1960.
Para Ruschmann (2005) e Luchiari (2007), o turismo contemporâneo é um grande
consumidor da natureza, uma vez que busca no contato com os ambientes naturais a
possibilidade de recuperação do equilíbrio psicofísico, contato o qual propicia a sensação de
liberdade, o contato sensorial, a educação ambiental, ou pela simples busca da natureza
enquanto locus de suas práticas de lazer. Além dessas premissas na busca por ambientes
naturais no turismo, o modismo e o status também podem ser ressaltados enquanto fatores
motivadores desta prática.
Perante tal concepção da apropriação de áreas naturais para atividades turísticas,
Eichenberg e Silva (2013) indicam que a natureza passa a ser cada vez mais utilizada
enquanto produto, sendo consumida por turistas que em geral possuem ligação com áreas
urbanas. Os autores destacam que estes turistas buscam áreas pouco alteradas pela ação
humana, as quais atuam como refúgios dos ambientes encontrados no cotidiano das
cidades.
É importante ressaltar que a natureza tratada aqui diz respeito à condição de
ambientes que remetem ao contato com estruturas formadas por elementos físicos, pouco
antropizados, ou seja, áreas com remanescentes de vegetação nativa, contato com corpos
d’água, pontos com afloramentos rochosos, áreas com relevante concentração de espécies
de fauna e flora, dentre outros aspectos, visto que tem se tornado cada vez mais difícil
encontrar áreas essencialmente naturais, ou seja, com pouquíssima alteração advinda de
ação humana.
A busca por tais áreas suscita a discussão de alguns termos como “turismo na
natureza”, “turismo de natureza”, “turismo de naturaleza”, “nature-based tourism”,
“turismo alternativo”, “ecoturismo”, “turismo verde”, entre outros; os quais são utilizados
para designar as várias atividades desenvolvidas na natureza. A denominação do turismo em
áreas naturais vem sendo abordada por autores como Lima(2017), Urry (2001), Ceballos-
Lascuráin (1996), Azevedo (2003), Galvão (2004), Silva (2006), dentre outros. Entretanto, o
que cabe ressaltar é o fato de que, no turismo de natureza, a paisagem exerce papel
fundamental nas práticas do segmento, seja por seu caráter cênico, seja por suas
98 - Volume II
esses conjuntos com os diversos usos passíveis de serem desenvolvidos nestas unidades,
conforme indicam Vilás (1992a), Dalbem et al. (2005) e Soto-Bayó e Pintó (2008).
A delimitação das unidades de paisagem deve partir, então, do reconhecimento de
cada um dos elementos que as compõem e, posteriormente, por meio da estruturação da
paisagem, deve ser observada de que maneira esses elementos se inter-relacionam na
formação das paisagens. A segmentação de áreas homogêneas permite organizar pontos
dos territórios com características e funções em comum, delimitação realizada por meio de
critérios previamente estabelecidos, podendo indicar índices de fragilidades, potencialidade
ou outros apontamentos acerca das paisagens. Neste processo, a cartografia se apresenta
como produto, representando a espacialização dos dados, realizada por meio de métodos de
estratificação das diferentes feições de paisagens (SANTOS, 2004).
Assim, como discorrem Vilás (1992b), Ross (1994) e Azevedo (2003), o
levantamento de potencialidades ou fragilidades das unidades de paisagem mantém relação
com os diferentes elementos que as compõem, variando em função dos tipos de litologias,
formas de relevo, tipos de solo, rede de drenagem, remanescentes de vegetação nativa,
clima, fauna, uso e ocupação, dentre outros aspectos. Outrossim, é possível indicar que a
delimitação de áreas homogêneas pode ser utilizada no levantamento de potencialidades
turísticas das paisagens de uma determinada localidade.Para Vilás (1992a), é preciso
reconhecer as características físicas necessárias para o desenvolvimento dos diversos
segmentos turísticos possíveis.
Ressaltando a importância das paisagens para o turismo, Castro (2002), Milagres
(2009), Marujo e Santos (2012), e Vieira e Oliveira (2012) lembram que o ideário de cenários
paradisíacos, despertado em grande parte das pessoas, é explorado pela atividade turística,
de modo que, cada vez mais, as diferentes paisagens são utilizadas como matéria prima para
impulsionar os fluxos turísticos, seja por seu aspecto cênico, seja por sua capacidade física e
cultural enquanto suporte para o desenvolvimento de atividades ligadas aos diversos
segmentos. Para Milagres op. cit. (p. 47):
Para Santos (2004), a escala utilizada pode variar em função dos elementos que são
tomados como referência em determinado levantamento. Por exemplo, a autora diz que,
em pesquisas onde o relevo é utilizado como elemento base, as escalas geralmente variam
entre escalas amplas, de 1:1.000.000, até escalas de detalhe, como 1:25.000 ou 1:10.000,
embora as escalas mais comuns variem entre 1:250.000 e 1:50.000. Outro elemento muito
utilizado como base de planejamentos é a vegetação, para o qual as escalas variam entre
1:250.000 e 1:5.000, dependendo do nível desejado da investigação. No Brasil, a ausência de
trabalhos na escala de detalhe torna o processo de pesquisa e/ou proposições de
planejamento, e mesmo de identificação de atratividade turística, um grande desafio.
Diante de tais concepções, Santos (2004) lembra que um mapa é uma importante
ferramenta para avaliar a distribuição de um determinado fenômeno, entretanto, são os
levantamentos de campo que permitem interpretar e analisar sua intensidade e condições
Geotecnologias aplicadas às questões ambientais - 101
em uma determinada área. Além disso, a escala temporal também deve ser considerada,
uma vez que é necessária a observação da compatibilização de dados que possuam
coerência na sua relação temporal, ou seja, o uso de informações disponibilizadas em
períodos diferentes pode comprometer os resultados da investigação em questão. De fato, o
maior desafio na escolha das escalas a serem utilizadas transita sobre o limite em que a
representação pode ser extrapolada sem que haja perda da representação real desejada.
Em consonância com a escala, devem ser observadas as fontes de obtenção de
dados secundários. Na delimitação de unidades de paisagem, a atenção às escalas das
informações utilizadas para o cruzamento de dados é substancial para os resultados que
serão obtidos, uma vez que o uso de dados com escalas discrepantes pode ocasionar a
distorção das unidades encontradas e, consequentemente, divergir da realidade da área de
estudo. O mesmo pode-se dizer em relação aos aspectos do meio físico que são mapeáveis
na escala escolhida, e que devem comparecer nos levantamentos cartográficos (a precisão
gráfica).
Sobre tal fato, percebe-se que, em muitos estados brasileiros, a disponibilidade de
dados secundários a serem utilizados em pesquisas é limitada, há pouca oferta e a gama de
escalas de trabalho é reduzida, dificultando o desenvolvimento de diversos estudos. Mato
Grosso do Sul é exemplo desta limitação, visto o baixo mapeamento em escalas de semi-
detalhe, principalmente dos diversos componentes físicos que estruturam as paisagens,
empecilho o qual, em muitos casos, implica na necessidade do ajuste de tais informações e
compatibilização de bancos de dados de fontes diversas.
Considerando que as unidades de paisagem resultam do cruzamento de dados dos
diferentes elementos que formam esses conjuntos paisagísticos, a presente investigação
tem como objetivo demonstrar a importância da adequação dos dados secundários para a
delimitação de tais unidades, considerando que, por meio da observação das discrepâncias
que os dados secundários podem apresentar, bem como por meio do apontamento de como
realizar as correções destas falhas, seja possível delimitar de maneira mais confiável as áreas
homogêneas encontradas em uma determinada área de estudo.
O objetivo proposto surge em função da crescente disponibilidade de dados
secundários oferecidos por diferentes órgãos responsáveis: IBGE, CPRM, EMBRAPA, INPE,
dentre outros. Esses dados, em muitas ocasiões, são utilizados de maneira indiscriminada,
não sendo observados os critérios de reprodução das informações, seja em função da
102 - Volume II
incompatibilidade das escalas de trabalho, seja por conta da falta de cuidado na averiguação
da veracidade das informações em relação à realidade. Ressalta-se a importância do cuidado
no manuseio de dados secundários, para que os produtos gerados por meio dessas
informações possam apresentar-se como materiais qualificados em relação à temática a ser
abordada.
No caso da criação de mapas e cartas de unidades de paisagem, tais produtos
devem apresentar o conjunto de unidades homogêneas, as quais, por sua vez, devem
apresentar como resultado a inter-relação dos componentes que formam as paisagens.
Nesse sentido, a compatibilização entre os diferentes temas que compõem o meio físico,
levantados por meio de shapes, revela-se como uma importante etapa na delimitação das
unidades de paisagem, visto que, sem a compatibilização, os elementos não terão
correspondência, resultando em falsas unidades homogêneas, incondizentes com a
realidade.
Nesta pesquisa, a área escolhida como a qual serve de objeto de estudo está
localizada no estado do Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma área na porção centro-oeste
do estado, entre os planaltos e chapadas da Bacia do Paraná, a depressão do Rio Miranda e a
planície do Pantanal. Compreende uma área de, aproximadamente, 8.600 km², envolvendo
parte das feições da Serra de Maracaju e do pantanal de Aquidauana-MS, cujas coordenadas
UTM dos pontos extremos são: 603512 Km – 7622155 Km e 656844Km – 7787848 Km, fuso
21 (Figura 1).
partes altas e de latossolos em seu entorno, principalmente nas chapadas e platôs, onde se
nota a ocorrência de grandes áreas dedicadas à agricultura. A concentração de
remanescentes de vegetação nativa é maior nos pontos mais altos da Serra, em
contrapartida, seu entorno é composto por relevantes áreas de pastagem. Com respeito ao
clima, Zavattini (2009) aponta que esta área é caracterizada por usa instabilidade climática,
apresentando índices pluviométricos que podem chegar até os 2.000 mm anuais.
4
De acordo com Troppmair (2000), o geossistema é um sistema natural, complexo e integrado, o qual permite a circulação
de energia e matéria, e se caracteriza pelo locus de ocorrência de exploração biológica, inclusive aquelas praticadas pelo
homem.
108 - Volume II
Constatado o equívoco dos dados, foi necessária a realização de ajustes dos mesmos, visando
apresentá-los de maneira que condigam com a realidade observada e, consequentemente,
110 - Volume II
Figura 5: Análise dos dados secundários dos tipos de solos e dos remanescentes de vegetação nativa
coerência com a imagem de satélite (Figura 5B) e com a declividade (Figura 4C). Com a
confirmação desses dados, foi possível realizar os ajustes dos temas litológicos e das formas
de relevo, considerando que as porções onde se dispuseram os solos hidromórficos e as
matas de galeria correspondem à continuação das faixas de quaternário e das planícies
fluviais, não existentes nas cartas da CPRM (figuras 2 A, D e 4 A, D).
O ajuste foi realizado através do software ArcView GIS 10.2,que permite a edição de
dados por meio da seleção do layer correspondente. Assim, primeiro foi selecionado o layer
de solos e, posteriormente, foi habilitada a opção Editor. Utilizando esta ferramenta, foi
executado o comando Start Editing e selecionada a opção de edição da camada referente
aos solos. Após tal procedimento, selecionaram-se as feições do layer de solos a serem
duplicadas. As feições selecionadas foram: plintossolos, gleissolos e os neossolos
quatzarênico hidromórfico. Após a cópia das feições de interesse, foi finalizada a edição do
layer de solos.
Em seguida, habilitou-se novamente a função Editor, desta vez executando o
comando Start Editing no layer da litologia. Nesta edição, foram inseridas as feições
recortadas do layer de solos. Após encerrar o procedimento no layer litológico, o processo
foi reproduzido na camada das formas de relevo.
Posteriormente à realização dos ajustes dos dados, as cartas litológicas e de formas
de relevo apresentaram informações que foram confirmadas com os trabalhos de campo e
se mostraram coerentes com a realidade da área de estudo, passando a estar aptas para o
procedimento de cruzamento com os demais dados e, consequentemente, proporcionando
a delimitação das unidades de paisagem da porção pesquisada, delimitação de unidade
homogêneas amparada pela abordagem de Ross (1994), Santos (2004) e Amaral e Ross
(2009). Para encontrar essas unidades homogêneas, antes do cruzamento de dados,
realizou-se a reclassificação dos layers de litologia, relevo (formas de relevo + declividade),
rede de drenagem, declividade e remanescentes de vegetação nativa, estabelecendo pesos
para as diferentes feições de cada uma das camadas temáticas. A escolha das temáticas para
cruzamento se deu em função da relevância dos elementos para as atividades do turismo de
natureza, possibilitando estabelecer os pesos de cada feição em relação à sua importância
para tais práticas.
Por fim, considerando os elementos de maior relevância para o turismo de
natureza, foram integradas tais informações (considerou-se como determinantes e
112 - Volume II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que, por meio desta discussão, as pesquisas que venham a ser
desenvolvidas, independentemente de sua finalidade, despendam maior atenção ao trato
dos dados secundários, para que sejam elaboradas a partir de dados confiáveis e, assim,
apresentem resultados com maior relação com a realidade dos fenômenos estudados.
Acreditamos que o dado e a informação de qualidade, no âmbito da pesquisa, é essencial
para qualidade da análise e para as proposições; foi com esse segundo esta perspectiva que
o texto ora apresentado foi elaborado. Que possamos pensar e dialogar mais sobre as
questões expostas e discutidas aqui neste ensaio.
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