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Organizadoras
Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro
Sandra Medina Benini
1ª Edição
ANAP
Tupã/SP
2022
2
EDITORA ANAP
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003.
www.editoraanap.org.br
editora@amigosdanatureza.org.br
Ficha Catalográfica
CDD: 504
CDU: 504.03/49
CONSELHO EDITORIAL
ORGANIZADORAS DA OBRA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 09
Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro
Capítulo 1 ......................................................................................... 13
GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL
Luiz Sergio Vanzela
Capítulo 2 ......................................................................................... 37
GESTÃO E PLANEJAMENTO DAS ÁGUAS URBANAS:
UMA VISÃO SISTÊMICA
Izes Regina de Oliveira
Capítulo 3 ......................................................................................... 63
O CONCEITO DE PATRIMÔNIO HÍDRICO APLICADO A
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Salvador Carpi Junior
Capítulo 4 ....................................................................................... 85
VIDAS SECAS E RIOS SEM DISCURSO: UMA ABORDAGEM
SOCIOAMBIENTAL
João Adalberto Campato Jr.
Capítulo 5 ........................................................................................ 99
PATRIMÔNIO, TURISMO E CULTURA: O PAPEL DOS
CENTROS HISTÓRICOS NAS CIDADES
Alzilene Ferreira Da Silva
APRESENTAÇÃO
Boa leitura!
1
Graduação em Ciências Biológicas (2007) e Mestrado em Engenharia Civil na área de Recursos
Hídricos e Tecnologias Ambientais (2010) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho - UNESP, Especialização em Gerenciamento Ambiental (2012) pela Escola Superior de
Agricultura "Luiz de Queiroz" - USP, Doutorado em Biologia Aquática (2015) pelo Centro de
Aquicultura da UNESP e Pós-doutorado (2017) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho - UNESP. É Professora Assistente Doutora no Departamento de Ciência Florestal,
Solos e Ambiente da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP) - Câmpus de Botucatu,
Pesquisadora e Professora Permanente do Mestrado Profissional em Ciências Ambientais da
Universidade Brasil.
12
Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 13
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
2
Doutor em Agronomia, Professor titular da Universidade Brasil/Campus de Fernandópolis – SP.
E-mail: luiz.vanzela@universidadebrasil.edu.br
14
AMBIENTE MUNICIPAL
Figura 2 – Consumo dos recursos naturais nas zonas urbanas e rurais e respectivos impactos
ambientais
Planejamento
Figura 4 – Áreas totais, preservadas e degradadas de vegetação nativa, localizadas nas áreas de
preservação permanente (APPs), em reserva legal e seu total no município de Fernandópolis em
1985 (a), em 2008 (b) e 2017 (c)
Ainda com relação aos resíduos sólidos, foram levantados nove pontos
de descarte irregular (Figura 7) nos 42 km de perímetro urbano do município,
a partir dos quais foi monitorada a quantidade média descartada de 20
toneladas por mês e propostas ações no PMGIRS.
Execução
Manutenção
Resultados
anos, que se inicia em meados de julho. Uma das ações foram as emissões de
cerca de 800 notificações para a limpeza de lotes pouco ocupados, que são os
limítrofes com as áreas de pastagens, cana-de-açúcar e de reserva e de onde
se iniciam os incêndios que se propagam para a zona rural. Como resultado,
embora ainda tenham afetado uma área de pouco mais de 1.350 ha em 2021
(Figura 11), registrou-se uma redução global de 32,5% das áreas incendiadas,
evidenciando-se que o resultado da ação de prevenção foi efetiva.
A avaliação dos resultados, nesse caso, dependeu apenas da capacidade
técnica da equipe de gestão ambiental das áreas incendiadas (conhecimentos
em sensoriamento remoto e geoprocessamento), em que foi possível
identificar a efetividade da ação. Mas a forma de avaliação dos resultados
dependerá do tipo de ação realizada, sendo essa forma definida pela equipe
técnica de gestão ambiental.
Outra importante forma de avaliação dos resultados são as
independentes, realizadas por órgãos públicos ou entidades/instituições
independentes. Essas avaliações podem englobar a gestão ambiental
municipal de uma forma geral ou somente um tema específico (Quadro 4).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428,
de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14
de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
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Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 35
TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004.
Capítulo 2
4 Arquiteta pela UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo RS e mestre e
doutora pela UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma SC. E-mail:
izesdeoliveira@hotmail.com
38
Fonte: NASA6
6 https://flexbooks.ck12.org/
Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 47
A floresta forma nuvens de água e fabrica sua própria chuva através das
próprias árvores (Figura 3). A produção desta umidade faz contrariar uma
tendência bem evidente. Na mesma latitude terrestre, encontram-se o deserto
do Atacama – no norte do Chile, o deserto Calaare – na Namíbia, e o deserto
australiano de Outback. O chamado “quadrilátero da sorte” (Figura 3), também
localizado nesta mesma latitude, é a exceção. A área abrange de Cuiabá a
Buenos Aires, de São Paulo aos Andes. É afortunado, porque a Amazônia é
“usina” de SES, um super-irrigador natural desse quadrilátero, que equilibra a
biosfera e ajuda a conter a mudança climática (NOBRE, 2015, p. 12).
O paradigma da água urbana e seus fluxos é o impacto. As evidências
fazem refletir sobre a relação do cidadão e da cidade com a natureza. Nesta
48
Ecologia Urbana
CONCLUSÃO
visão integral do ser humano no mundo e seu vínculo com a natureza, com o
título “cidade para a vida” (CM, 2014). O desenho urbano inovador, em
Medellin, reflete um planejamento que trata as águas urbanas, com proteção
das margens do rio, que corta a cidade com fluxos de água e vida, através do
Sistema Urbano de Drenagem Sustentável (SUDS).
A metodologia do PUI, baseada na participação popular, une-se ao
conceito de “vitalidade” de Jacobs (2001) com a diversidade estética e
funcional necessária para a qualidade de vida humana da “Cidades para
pessoas”, de Gehl (2013), pois trabalha um urbanismo social pedagógico
direcionado a um design urbano concebido a partir das necessidades do
cidadão e das relações com o outro. Esta transformação define um rumo de
mudança permanente, na metamorfose tão sonhada por Morin (2011) e por
isso faz de Medellin uma “cidade para a vida”.
A visão integral do ser humano no mundo e sua inter-relação com a
natureza (CAPRA, 2006b; SANTOS, 1989), são fundamentais para a construção
de novos cenários humanizados e fazem parte da filosofia do PUI, onde é
inaceitável separar unidade e diversidade humanas. Seria como separar
inteligência da afetividade. Como no pensamento de Capra (2006a) a divisão
entre mente e corpo sentidos no sistema tradicional faz as pessoas
esquecerem de comungar e cooperar e assim, na mesma medida, se
desligarem do meio natural.
Além do avanço metodológico do PUI de Medellin apresenta-se outra
contribuição teórica com base ecossistêmica para a área urbana que é a cidade
biofílica.
Cidade Biofílica
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A natureza sempre foi um bem para a ciência e para a vida. Isto é motivo
suficiente para reconhecer e perceber o funcionamento do planeta que é a
base do desenvolvimento humano e entender que a cidade, como um sistema,
é formada pelo conjunto de seres vivos e não vivos, conforme o conceito de
Odum (2004). Assim, a gestão e o PU precisam considerar todos os seres e o
Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 57
REFERÊNCIAS
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62
Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 63
Capítulo 3
INTRODUÇÃO
7
Doutor em Geociências e Meio Ambiente, Geógrafo, Instituto de Geociências - Universidade
Estadual de Campinas-SP. E-mail: scarpi@gmail.com
64
Estado de São Paulo, e para tanto foi usado o mapa Rede Hidrográfica do
Estado de São Paulo, escala 1: 1.000.000 (Figura 3).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 83
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2022.
Capítulo 4
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
8
Doutor. Professor Titular da Universidade Brasil. E-mail: campatojr@gmail.com
86
Ambiente como algo que nos rodeia, exterior, no qual não entra a vida
humana; (2) natureza como algo que está fora de tudo que se refere ao
humano; (3) oposição extrema entre ambiente natural (paraíso) e
ambiente construído (algo nefasto); 4) prática de campo entendida como
sinônimo de visita a ecossistemas naturais, como se o urbano não fosse
Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 87
VIDAS SECAS
multado e humilhado pelo fiscal da prefeitura, que lhe exigiu pagar impostos
para legalizar a comercialização de seu produto na feira.
Um dos episódios tingidos de profundo caráter dramático de Vidas
Secas é o da morte de Baleia, cachorra extremamente querida pela família. De
certo ângulo, constitui a personagem mais humana da narrativa, em virtude de
sua sensibilidade e de algumas reações e comportamentos apresentados. Por
contraste, a cachorra acaba sinalizando para a zoomorfização das personagens
humanas. Num lance de delicadeza e fidelidade, em pleno estertor depois do
tiro misericordioso recebido de Fabiano, consegue ainda se preocupar com o
destino e o bem-estar dos donos:
Abriu os olhos a custo. Agora havia uma grande escuridão, com certeza
o sol desaparecera.
Os chocalhos das cabras tilintaram para os lados do rio, o fartum do
chiqueiro espalhou-se pela vizinhança.
Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A
obrigação dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro. Franziu as
ventas, procurando distinguir os meninos. Estranhou a ausência deles.
Não se lembrava de Fabiano. Tinha havido um desastre, mas Baleia não
atribuía a esse desastre a impotência em que se achava nem percebia
que estava livre de responsabilidades. Uma angústia apertou-lhe o
pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela hora cheiros de
suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas.
Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde
sinhá Vitória guardava o cachimbo. […]
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E
lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se
espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro
enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Sociedade e ambiente: uma abordagem interdisciplinar - 99
Capítulo 5
INTRODUÇÃO
metrópoles, sendo que sua expansão pelo mundo trouxe sensíveis mudanças
à vida cultural das cidades” (FRÚGOLI, 1995, p. 17, grifo do autor).
As nuances da discussão ganham mais volume em 1951, período em que
a temática da renovação urbana ocupa a cena nos debates teóricos no campo
do urbanismo, sobretudo com a publicação do VIII Congresso Internacional de
Arquitetura Moderna (CIAM), denominada O coração da Cidade, a qual
resumiu “um conjunto de diretrizes para a remodelação dos centros urbanos
em conformidade com os postulados fundadores do Movimento Moderno,
sintetizados na Carta de Atenas” (COMPANS, 2004, p. 26).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Capítulo 6
INTRODUÇÃO
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Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho, FAIND/UFGD. E-mail: rodrigocamacho@ufgd.edu.br
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O TERRITÓRIO CAMPONÊS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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