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Praça
Chujiro Otake

Praça
Portugal
 Desenho Urbano 2022
Uma experiência didática-pedagógica
na disciplina Urbanismo III - UNESP Bauru

Prof. Dr. Adalberto da Silva Retto Junior

ORGANIZADOR

COLABORADORES
Profa. DRA. Ludmilla Tidei de Lima
Profa. MS. Tatiana R. Carvalho
Prof. MS. João Felipe A. Lança
Prof. MS. Hugo Serra
Prof. MS. Eraldo Rocha

1ª Edição

ANAP
Tupã - SP
2023
EDITORA

ANAP – Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista

Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro
de 2003.
Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo.
CEP: 17605-310
Contato: (14) 3441-4945
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CONSELHO DE PARCEIRISTAS

Profª Drª Alba Regina Azevedo Arana – UNOESTE

Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva
Prof. Dr. Alexandre França Te o – UFPR
Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa – UFVJM
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Cidades
Profª Drª Eliana Corrêa Aguirre de Ma os – UNICAMP
Profª Drª Eloisa Carvalho de Araujo – UFFProfª Drª Eneida de
Almeida – USJT
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Profª Drª Marta Cris na de Jesus Albuquerque Nogueira – UFMT
Profª Drª Martha Priscila Bezerra Pereira – UFCG
Profª Drª Martha Priscila Bezerra Pereira – UFCG
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Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira – FURG
Prof. Dr. Vitor Corrêa de Ma os Barre o – FCAE/UNESP
Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior – UFCG
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 07

2 PROJETO URBANO 10

3 SOBRE A MODERNIZAÇÃO DA PRAÇA PORTUGAL 14

3.1 O contexto político e cultural da transformação da praça portugal:
matérias de jornal e mídias sociais
SOCIAL BAURU; PREFEITURA DE BAURU; G1 BAURU E MARÍLIA; CDL BAURU; MEDIUM;
94FM; HORA H NOTÍCIA; JCNET; JORNAL DOIS; LEIA NOTÍCIAS; 96FM; SAMPI CAMPINAS.

4 CENÁRIOS COMO HIPÓTESES DE TRANSFORMAÇÃO: 100

AS PRAÇAS ROTATÓRIAS E O URBANISMO
MODERNO NA CIDADE DE BAURU
4.1 Da redescoberta da urbanidade às paisagens de marginalização
4.2 Hipóteses Projetuais
1 INTRODUÇÃO
7
Embora os assentamentos urbanos tenham
sido parte integrante da vida humana por
milênios, hoje, as cidades estão no centro da
sobrevivência neste planeta. Mais da metade
da população mundial agora vive em cidades
e os centros urbanos apresentam alguns dos
maiores desafios sociais e ambientais do
nosso tempo (UN HABITAT 2008).

Nesse sentido, a disciplina DESENHO

URBANO – 2022 objetiva colocar o contexto
urbano da cidade de Bauru - SP e suas
Praças Rotatórias que abriram os caminhos
para o alastramento da cidade como alvo de
reflexão e projeto, como forma de redefinir a
relação entre o Centro e periferia a partir de
uma nova concepção de urbanidade.

O programa da disciplina aspira à imersão

urbana, passando aos alunos bases para que
possam ler a cidade e adquirir uma
compreensão dos sistemas e ritmos urbanos
que tornam as cidades produtivas para um
grande número de pessoas.

Embora os alunos possam aprender e estudar

as cidades a partir de viagens de estudos pelo
Brasil e no exterior, os ambientes urbanos no
qual estão inseridos colocam-se, na
disciplina, como capazes de fornecer o
cenário para uma nova reflexão sobre a
cidade e suas periferias.
8
Estudar a partir do local/cidade, em que o
curso está inserido, coloca-se como uma
experiência transformadora para os
estudantes, pois desmonta a visão de que
cidades pequenas e médias, ou ainda
“cidades do interior”, não possuem
consistência histórica, não podem servir
como exemplo e/ou não podem ser
projetadas.
Estudar a cidade sob esse ponto de vista tem
o poder de causar uma transformação
pessoal e social, pois os alunos passam a
perceber como a vida cotidiana, incluindo a
deles, é afetada pelas forças, sistemas e
circunstâncias das cidades.
Para isso, os alunos devem desaprender suas
expectativas para o próprio processo de
aprendizagem. Aprender a desaprender
significa deixar de lado noções preconcebidas
e questionar os próprios pressupostos sobre
como aprender, para ouvir, ver e vivenciar a
cidade nos termos de outras pessoas. Os
termos para essa aprendizagem, portanto,
dependem dos locais e das circunstâncias em
que os estudantes encontram esses
interlocutores, bem como da vontade dos
alunos de descobrirem o potencial de
aprendizagem em todas as situações.
Dr. Adalberto da Silva Retto Júnior

Nosso objetivo, portanto, é que os futuros

arquitetos entendam como as cidades
funcionam e, assim, descobrir modos de, com
sua vida pessoal e profissional, influenciar o
futuro das cidades.

Quando a CIDADE SE TORNA SALA DE

AULA, os alunos devem mudar suas
expectativas sobre o que constitui um
especialista e uma expertise. O programa da
disciplina Desenho Urbano visa, dessa forma,
transferir a fonte de conhecimento para os
atores e instituições da cidade onde as fontes
de aprendizagem são abundantes e
contraditórias.
9
2. O PROJETO URBANO
10
O jogo de palavras na língua francesa do
termo "desenho" entre "dessin" e "dessein", o
primeiro entendido no sentido de
"representação", "figuração", o segundo no de
"finalidade" ou "programa" , permite
compreender o duplo sentido da expressão
"projeto urbano". Pode, de fato, designar uma
visão estratégica da cidade como um todo e,
ao mesmo tempo, a ação concreta de
transformação de partes urbanas delimitadas.
A oscilação contínua do "projeto urbano" de
um significado para outro sublinha a relação
indissolúvel entre esses dois aspectos do
discurso urbanístico. O estudo comparativo
de inúmeras experiências urbanas, em
particular as de Helsinque, Zurique, Bilbao,
Sesto San Giovanni e Reggio Emilia,
demonstra que o "projeto urbano" em seu
duplo sentido não é apenas uma chave de
interpretação muito útil, mas é perfilado como
um modelo geral de representação e
construção da cidade contemporânea.
A aula visa iniciar uma discussão sobre o
projeto urbano e sobre a ideia do projeto de
modificação, sensível às questões que
atravessam a condição contemporânea, com
referência específica às culturas, práticas,
ensino e pesquisa multidimensional de
projeto como aptidão para prefigurar visões
de futuro, como olhar exploratório e
como sistema de ações tecnicamente
relevantes, hoje assume múltiplos
personagens e formas que vão além das
ferramentas e dispositivos nos quais - por
décadas - a cultura do projeto urbano se
concentrou e comparou, especialmente no
contexto italiano.
Além do plano diretor geral, agora declinado
de forma diferente nos marcos legislativos
regionais, a cidade é desenhada em
diferentes escalas e com ações, estratégias e
projetos plurais, centrados em múltiplas
geografias do planejamento urbano: das
áreas internas aos territórios periurbanos, da
cidade histórica aos antigos e novos
subúrbios, da regeneração generalizada ao
masterplan para grandes áreas de
transformação que ainda aguardam, em
formas que pedem repensar radicalmente a
eficácia das planejamento urbano e do nosso
fazer.
Um diálogo que pode ser desenvolvido com
outros profissionais a partir de reuniões,
palestras, exposições e debates, para traçar
um estado da arte sobre a consideração do
papel do urbanista e do projeto como
ferramenta de pesquisa e conhecimento, bem
como prospectiva; um papel que - há que
reconhecer - aparece cada vez mais marginal
11
no ordenamento dos recursos para o
desenvolvimento dos territórios urbanos e
metropolitanos, numa cultura de regeneração
da cidade e dos seus valores; marginalidade
tornada ainda mais evidente e controversa na
atual crise pandêmica e na consequente
programação de recursos emergenciais.
Em última análise, no que diz respeito à
incerteza de seu estatuto disciplinar, ao fraco
foco de suas práticas e às reflexões
descontínuas no campo do ensino e da
pesquisa, o projeto urbano contemporâneo
experimenta a inconstância de sua – também
necessária – dimensão política.
Mudanças climáticas, crise pandêmica,
crescimento ilimitado e sistemas verdes,
cultura digital, questões ambientais,
ecológicas e energéticas, dimensões
urbanização, empobrecimento de recursos
não reproduzíveis, economias circulares,
crescimento das desigualdades e lacunas
socioespaciais, entre territórios e grupos
sociais, etc.
As questões que mudam a cidade exigem
uma ideia de projeto capaz de regenerar as
práticas de planejamento urbano como
capacidade adaptativa para dialogar com os
contextos, identificar suas especificidades,
provocar imaginários, prefigurar cenários,
elaborar estratégias de mudança possível
para projetar o futuro.
As novas culturas de projeto renovam em
geral uma rica tradição italiana (de um
Quaroni a Astengo, de De Carlo a Piccinato) e
transformam os valores de referência do
projeto urbano, redefinindo abordagens,
reconsiderando técnicas em uma dimensão
processual, sensível a diferentes contextos
institucionais, na presença de atores múltiplos
e diferenciados, em quadros críticos de
recursos.
O projeto urbanístico contemporâneo é
multiescalar: a dimensão do “projeto urbano”,
um dispositivo conceitual e argumentativo útil
no final do século XX para recuperar uma
atitude do urbanismo tratar a dimensão física
da cidade, não é mais relevante hoje, perde
seu sentido em relação a uma cultura
disciplinar de inter setorial idade já
consolidada, embora também haja ocasiões
para testar novas formas de masterplan, mais
adaptáveis e antifrágeis em relação às
incertezas de contextos e processos. O
projeto é chamado a focalizar, especificar,
integrar e viabilizar as transformações que
têm impacto no espaço físico, no espaço
habitável, no território, na paisagem, na sua
morfologia, em diferentes escalas, com
impactos em diferentes dimensões.
12
A cidade habitável e o seu espaço mais a forma de marketing, numa lógica
devem/podem ser desenhados nos planos sobretudo mercantil. Nesse contexto, como
paisagísticos e territoriais, como nos projetos devolver força “política” e pública ao projeto
de menor escala, de equipamentos e normas, urbano? Que práticas inovam o desenho
de espaços públicos e acessórios, em bairros urbano contemporâneo? Com que relações
e zonas em crise, nas políticas regenerativas com as práticas em uso nas cidades
de cuidados e manutenção do território, em europeias e com a cultura internacional de
situações circunscritas, nos pequenos planejamento urbano?
municípios, nas áreas internas, nos bairros de
De que formas de colaboração com as
decadência e marginalização, nos territórios
administrações locais e com que ferramenta
fragmentados da área periurbana e nas
intermédias se pode pôr à prova esta ideia de
grandes áreas de transformação urbana.
projeto?
Uma dimensão tática e colaborativa capaz de
construir formas de coprodução de Dr. Adalberto da Silva Retto Júnior
entendimento entre diferentes sujeitos, dentro
das comunidades locais, abre espaço para
formas consistentes de inovação, para além
daquela dimensão "estratégica" e de longo
prazo ligada aos grandes projetos, à
construção de soluções estruturais para os
problemas das cidades e territórios, para as
visões globais, que há anos cruza nossa
cultura disciplinar com resultados
intermitentes na prática e na gestão concreta
da transformação das cidades italianas.

A capacidade transformadora do projeto

choca-se hoje com a prevalência de lógicas
em que a prefiguração do espaço e a sua
ligação com a sociedade, a sua
responsabilidade “pública” assume cada vez
13
3. SOBRE A MODERNIZAÇÃO
DA PRAÇA PORTUGAL
14
A “modernização da Praça Portugal” no vetor
sul da cidade de Bauru esconde
ambiguidades entre projeto de mobilidade e
projeto urbano, e principalmente, do jogo de
interesses entre poder público e
empreendimentos privados de grande porte.
La “modernización de la Praça Portugal” en el
vector sur de la ciudad de Bauru esconde
ambigüedades entre el proyecto de movilidad
y el proyecto urbano, y principalmente, el
juego de intereses entre las administraciones
públicas y las grandes empresas privadas.
The “modernization of Praça Portugal” in the
southern vector of the city of Bauru hides
ambiguities between the mobility project and
the urban project, and mainly, the game of
interests between public authorities and large
private enterprises.
Uma figura nodal aparece no debate da
cidade de Bauru rompendo a inércia do
período pandêmico: a denominada
“modernização da Praça Portugal”. Uma
praça-rotatória, nuance terminológica que
esconde uma ambiguidade entre movimento
e forma, relações entre projeto de mobilidade
e projeto urbano e jogo de interesses entre
poder público e empreendimentos privados
de grande porte.
Para melhor compreender os contornos
desse estatuto ambíguo, vale reconstruir a
genealogia dessa figura, tanto na história da
cidade europeia como na estruturação da
expansão da cidade do Oeste Paulista, em
quadrícula regular.
Na cidade europeia, o surgimento e a
experimentação das rotatórias (rond-point em
francês) nos remete aos parques de caça da
burguesia e aos jardins clássicos no século
XVIII. Mais tarde, aos Grandes Trabalhos do
Barão Haussmann, na construção da Cidade
Luz, Paris do século XIX. Aquele foi um
momento decisivo quando os inventores da
nova ciência chamada "urbanismo" (Ildefonso
Cerdá, Camillo Sitte e Joseph Stübben)
buscavam soluções para os conflitos entre
veículos em encruzilhadas urbanas. Mas é a
Eugène Hénard, em 1906, que devemos a
invenção da "rotatória", elemento que os
arquitetos e engenheiros de tráfego do século
XX continuaram a usar na construção da
cidade moderna.
Quando analisamos as cidades em
quadrícula, ou seja, a maioria das cidades do
centro oeste do Estado, formadas pelo
binômio café-ferrovia, temos a passagem de
uma trama ortogonal a um dispositivo
centrípeto e centrífugo que, no caso de Bauru,
forma um anel externo sinalizando a
expansão da cidade em várias direções.
15
formação e construção da cidade: Praça
Portugal, Praça do Líbano, Praça Itália, Praça
Chiujiro Otake (Japão), Praça Alemanha. Se a
eficácia das rotatórias está comprovada em
termos de tráfego, sua sistematização,
resultante de uma visão excessivamente
instrumental, entra pouco a pouco em
colapso, no momento em que uma nova
concepção de cidade e de espaço público
está em voga. Nessa nova concepção,
estruturas semelhantes são reinventadas até
mesmo como pontos de drenagem urbana e,
por que não dizer, como mecanismos de
articulação e construção de urbanidade da
matriz viária contemporânea.
Seguindo esta linha de raciocínio, uma
cuidadosa abordagem de planejamento
poderia construir uma narrativa importante
articulando mobilidade, planejamento urbano
e história da cidade e, a partir de um
"paradigma sistêmico”, repensar a estrutura
excêntrica ao centro histórico como nós de
urbanidade, mobilidade e acessibilidade,
funcionando como peças do vocabulário atual
do projeto da cidade contemporânea. Pensar
uma praça-rotatória com tais características,
dentro de um plano de mobilidade mais
amplo, não só daria visibilidade a uma
articulação constitutiva funcional e física, mas
também faria repensar a noção de
pertencimento e equilíbrio da cidade, que iria
além do privilégio de obras apenas no vetor
sul de Bauru. Do ponto de vista funcional,
abrangeria as funções urbanas e suas
interrelações, enquanto do ponto de vista
físico seria a congregação de todos os
espaços – da tridimensionalidade, da matéria
da realidade urbana, dos canais materiais de
ligação e da denominada “cidade física”. O
aspecto simbólico e político seria traduzido na
construção de uma narrativa para a cidade
pensada de forma equânime e inclusiva.
Portanto, a denominada “modernização da
praça” poderia ser pensada com ações
projetuais que demonstrassem eficiências e
acionassem novas relações entre
infraestrutura e espaço público, dando corpo à
necessidade de reagir à demanda de
acessibilidade mediante estruturas capazes
de incidir de fato no desenho urbano.
Dentro dessa perspectiva, em vez de propor
meras faixas de pedestres (marcadas em
vermelho na proposição publicada) e
derrubadas de uma centena de árvores, a
ação projetual poderia responder, de forma
responsável, às linhas de orientação e opções
estratégicas apresentadas em instrumentos
legais que alertam para a necessidade de
reflexão mais ampla e integrada de todos os
sistemas identificados e baseados no
16
Desenho Universal. Nesse contexto, se visto
apenas como ideia da eliminação de barreiras
arquitetônicas, o conceito de acessibilidade
parece simplista e limitado, pois seu único
propósito é cumprir uma obrigação legal que
só conseguirá beneficiar e satisfazer às
exigências de duas “categorias” de usuário:
do automóvel e do habitante do grande
equipamento beneficiado.
A investigação no âmbito do projeto urbano,
portanto, poderia valorizar os fenômenos de
descontinuidade de superfícies, recuperando
não só a visão da praça para a escala
humana, mas também a necessidade de
redesenho de calçadas e, assim, ligar
questões relativas à qualidade morfológica e
espacial da estrutura urbana. Estaríamos,
assim, respondendo a um dos maiores
desafios da cidade contemporânea que, para
arquitetos e urbanistas, consiste em colocar a
acessibilidade como instrumento de projeto
para elevar a qualidade dos espaços, e
conceituando o projeto urbano como motor
fundamental e imprescindível de cada cidade
e atividade.
Pensar o projeto da cidade contemporânea
significa relacionar-se com elementos
urbanos e promover sistemas qualitativos de
conexões, como elementos estruturantes da
própria forma da cidade, pois a qualidade do
urbano não reside somente na dotação de
serviços e equipamentos de grande impacto,
mas na qualidade da experiência do cidadão,
que se apropria da cidade quando e se esta
lhe for acessível.
As intervenções a favor da mobilidade urbana,
portanto, não contemplam somente a
exigência de atingir o lugar de destinação,
mas devem propor uma releitura do espaço
valorizando a fruição e a percepção, a fim de
recompor as diversas partes urbanas em uma
sequência narrativa unitária para garantir, a
cada uma e ao todo, efetivo reconhecimento.
Ocorre integrar as perspectivas na grande e
na pequena escala, nesse momento em que a
acessibilidade deriva da interação entre os
dois elementos principais, componentes da
estrutura urbana: espaço-funcional (as
atividades urbanas) e espaço-temporal (as
redes de transporte), através dos quais pode
haver integração osmótica, como forma de
regeneração da excessiva fragmentação da
cidade contemporânea.
E assim, cada elemento, cada material, cada
superfície, cada volume, cada feixe de luz é
funcional para a proposta e compõe o
discurso de uma visão, uma especificidade,
uma linguagem e uma vontade comunicativa.
Essas escolhas são fundamentais para
17
_______________________________________________
delinear o experimento perceptivo que dá vida
Adalberto
tanto às da Silva Retto Júnior
narrativas é professor na Universidade
experienciais pessoais
Estadual Paulista – Unesp, é doutor (FAU USP e
quanto às percepções
Departamento de História dacoletivas,
Arquitetura e
e àUrbanismo
capacida-do
Istituto
de dos homens dever e compreender ae
Universitario di Architettura di Venezia – IAUV, 2003)
pós-doutor (IAUV, 2007). Atual coordenador do curso
realidade que
internacional os cerca. lato sensu “Planejamento
de especialização
urbano e políticas públicas: urbanismo, paisagem, território”,
foi professor-pesquisador visitante no Master Erasmus
Mundus da Universitè Panthéon Sorbonne Paris I (2011-
2013).

_______________________________________________
Adalberto da Silva Retto Júnior é professor na Universidade
Estadual Paulista – Unesp, é doutor (FAU USP e
Departamento de História da Arquitetura e Urbanismo do
Istituto Universitario di Architettura di Venezia – IAUV, 2003) e
pós-doutor (IAUV, 2007). Atual coordenador do curso
internacional de especialização lato sensu “Planejamento
urbano e políticas públicas: urbanismo, paisagem, território”,
foi professor-pesquisador visitante no Master Erasmus
Mundus da Universitè Panthéon Sorbonne Paris I (2011-
2013).

18
3.1 O contexto político e cultural da
transformação da praça portugal:
matérias de jornal e mídias sociais
SOCIAL BAURU; PREFEITURA DE BAURU; G1 BAURU E MARÍLIA;
CDL BAURU; MEDIUM; 94FM; HORA H NOTÍCIA; JCNET; JORNAL DOIS;
LEIA NOTÍCIAS; 96FM; SAMPI CAMPINAS.
19
HISTORICIDADE PORTUGUESA
14/12/2015 | SOCIAL BAURU
De Renato Cardoso
História dos portugueses em Bauru
Não há registro, em qualquer descrito por
nossos historiadores e memorialistas, alusão
à chegada de portugueses a Bauru, antes do
Coronel Manoel Alves Seabra.
Para sabermos o que trouxe o jovem
português Manoel Alves Seabra a Bauru, em
1889, precisamos recorrer um pouco à
história dos imigrantes daquele País: “Há 140
anos, o Sul de Portugal era dominado por
latifúndios e grandes propriedades rurais. No
Norte, por sua vez, predominavam pequenas
propriedades agrícolas e, portanto, quem não
adquiria um pedaço de terra estava fadado à
pobreza, o que fez com que sucessivas
gerações de portugueses imigrassem para o
Brasil, provocando assim o equilíbrio entre a
escassez de recursos, o crescimento
constante da população e a falta de terras, e
então, como forma de não sobrecarregar a
economia baseada na pequena propriedade
rural, as famílias incentivavam a migração
periódica de seus filhos para o Brasil.
Esses portugueses encaminhados para o
Brasil tinham um perfil típico, geralmente
eram do sexo masculino, bastante jovens e
muitos deles quase crianças, enviados para o
Brasil pelas mãos de algum parente ou
padrinho.
Além de ajudar a economia local, a vinda
desses jovens para o Brasil também lhes era
benéfica para fazê-los escapar de “uma
existência limitada por padrões de vida numa
sociedade empobrecida, mesquinha e
conservadora”, nas palavras da historiadora
Ana Silvia Scott.
Porém, cruzar o Atlântico em direção à
América não era nada fácil: a viagem, na
terceira classe do navio a vapor podia durar
até 40 dias, em uma condição de pobreza,
com muitas pessoas e pouca comida, além
dos surtos de piolho e doenças, como o
sarampo e a cólera. Quando alguém morria, o
corpo era colocado dentro de um saco de lona
juntamente com algumas pedras de carvão
mineral para fazer peso, costurava-se o saco
que, após uma rápida cerimônia religiosa, era
lançado ao mar, para evitar assim o contágio
20
dos demais passageiros.
1908 - Rua Araújo Leite, vendo-se a posteação da Empresa
Telefônica e um lampião de iluminação pública. Foto tirada da
quadra 12 para baixo.
Embora, diante de tantas dificuldades, muitas
pessoas ainda cantavam e sonhavam em um
clima de esperança que os ajudava muito a
enfrentar a viagem. Somente quando
chegavam aos portos brasileiros as famílias
descobriam para qual região do País seriam
levadas”, conforme descreve Mauricio Alves
Seabra – bisneto de Manoel Alves Seabra.
Foi neste cenário que o então jovem de 21
anos, Manoel Alves Seabra, chegou ao Porto
de Santos, em 1889, seguindo de trem para
São Paulo e, posteriormente, em carro de boi
ou no lombo de um burro para a região onde
surgiria Bauru.
Ele foi sem dúvida mais um em meio aos
milhares de imigrantes que vieram ao Brasil,
mas, devido ao seu caráter indômito, sagaz e
empreendedor, conseguiu, em poucos anos,
sair da condição de trabalhador braçal para
constituir vários empreendimentos e tornar-
se um homem bem-sucedido nos primórdios
de Bauru, sendo proprietário de indústria de
macarrão, hotel, fazendas “onde cultivava
café”, e empreendimento imobiliário, onde
construiu e vendeu casas em terras
adquiridas, que hoje formam uma
conceituada vila de nossa cidade, que
recebeu o nome de Vila Seabra.
Foi vereador em 3 oportunidades, presidente
da Beneficência Portuguesa e em outras
gestões ocupou a vice-presidência, dentre
outras atividades sociais.
Até onde se tem informação, o primeiro
português a chegar a Bauru foi sim Manoel
Alves Seabra.
A partir de 1905, com o início das obras da
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB),
intensificou-se a presença dos lusos na
cidade.
A comemoração dos Seabra
Em maio de 1998, seus descendentes deram
início a uma série de encontros, reunindo
21
“Seabras” residentes em várias partes do
País, daí o refrão: “Tem Seabra no norte, tem
Seabra no sul e tudo começou lá em Bauru.”
Outros portugueses chegam para começar
nova vida em Bauru.
Fica difícil estabelecer quem são os outros
portugueses migrados a Bauru, de 1.889 até
1.908, quando é sabido que aqui chegaram os
irmãos Martha (Joaquim, Manoel, Felizbino e
José), todos nomes de ruas na cidade.
Os portugueses têm suas marcas de
imigração manifestadas pelas mais variadas
formas em Bauru – nas praças, nas ruas, nas
igrejas, nos esportes e principalmente nas
pessoas.
Jardim Estoril, Praça Portugal, Santuário
Nossa Senhora de Fátima, Associação Luso
Brasileira, Hospital Beneficência Portuguesa
são alguns traços dessa união Bauru-
Portugal.
O maior número de portugueses chegou a
Bauru no começo do século XX, para se
dedicar à lavoura e, sobretudo, ao comércio,
mas grande parte para atuar mesmo na
construção da Estrada de Ferro Noroeste do
Brasil, que sofria processo de continuidade.
Muitos vieram a falecer e deixaram esposas e
filhos aqui e tendo que, por conta própria, dar
continuidade à vida e permanência na cidade.
Alguns se destacaram na atividade comercial,
a exemplo de Antonio Garcia.
Importantes estabelecimentos surgiram na
rua Batista de Carvalho e nas imediações da
Estação da NOB, como a Dias Martins e a
Casa Luzitana (originalmente, o nome da loja
era gravado com “z” – foto acima de quando
ainda em atividade).
O português Antônio Garcia, proprietário da
Casa Luzitana, foi o responsável pela
fundação do Luzitana Futebol Clube
(montagem de fotos acima), que mais tarde
mudaria o nome para Bauru Atlético Clube
(B.A.C.) e se tornaria o principal rival do
Noroeste. Foi nessa agremiação com DNA
“luzitano” que Edson Arantes do Nascimento
– ou simplesmente Pelé, o “Atleta do Século”
22
– pôde mostrar ao mundo, pela primeira vez,
seus lances geniais.
Os portugueses também deram importante
contribuição à culinária da Bauru a partir da
primeira metade do século XX, com as
padarias União do Brasil, na Vila Falcão, e
Central.
Beneficência Portuguesa: mais de cem
anos servindo à saúde dos bauruenses
A mais tradicional marca da presença dos
portugueses em Bauru, sem dúvida é a
Beneficência Portuguesa (foto) que, mesmo
depois de ampliada, manteve a parte frontal
conforme projeto original, nos remetendo à
arquitetura de Portugal. É sim o maior legado
dos lusos à cidade, fundado por um grupo
liderado pelo imigrante Antônio Baptista, no
ano de 1914.
Portugal presente em Bauru por belas
obras arquitetônicas
A mais tradicional, sem dúvida é a
Beneficência Portuguesa que, mesmo depois
de ampliada, manteve a parte frontal, visando
manter a arquitetura original que nos remete a
Portugal.
Mas Bauru tem uma praça em homenagem e
talvez a de maior movimento, pois passa por
ela quem vem das zonas sul, oeste e central e
tem lá um obelisco que nos remete à terra de
Pedro Alvares Cabral.
No sentido oeste, a partir da praça, temos
uma das principais avenidas de Bauru, que
leva o nome do então Comendador José da
Silva Martha, figura marcante na história de
Bauru e muito por seu espírito empreendedor,
responsável que foi pela expansão na região
a partir do Jardim Estoril.
23
O “Comendador” fez questão de mandar
construir as residências de seus filhos na
avenida, até hoje local de moradia de
herdeiros.
O Santuário Nossa Senhora de Fátima
Localizado na Avenida Comendador José da
Silva Martha, quadra 2, foi projetada em estilo
moderno pelo arquiteto Fernando Pinho
(1921-2000), responsável também pelos
projetos do Edifício Brasil Portugal
(construção tombada pelo CODEPAC) e pelo
loteamento do Jardim Estoril. Há que se
destacar vários aspectos quanto ao
“santuário”, sendo uns deles o projeto
arquitetônico e o projeto estrutural, pois é todo
baseado no chamado “balanço”, ou seja por
compensação de peso, daí não se observar
colunas em todo ambiente interno (requer
comentários técnicos a respeito).
O Santuário Nossa Senhora de Fátima teve,
em 12 de maio de 1963, em homenagem à
“Mãe do Céu”, sua pedra fundamental
lançada em solenidade pública, dando início à
construção, sendo inaugurada em 13 de maio
de 1973.
A construção foi idealizada pelo Sr. José da
Silva Martha e família, para homenagear os
bauruenses e Nossa Senhora de Fátima, a
Virgem Mãe de Portugal, realizando a doação
do terreno de 4.000 m2, no Jardim Estoril e
custeando a construção do prédio.
O Jardim Estoril
Bauru, quando era presidente Juscelino
Kubitschek, se consolidava como um dos
principais pólos comerciais do interior paulista
e do Brasil e foi quando se idealizou
“construir” uma “Nova Bauru”, com
perspectivas de uma metrópole moderna. Daí
a ousadia do “Comendador”, mais seu filho
(de mesmo nome) e genros Fernando e
Albino, em lançar o Jardim Estoril, um marco
no crescimento da cidade, a partir do Estoril 1
e hoje já na quinta edição, seguindo a
tendência rumo à zona sul (este último um
condomínio fechado).
24

A Associação Luso Brasileira nasceu em
1962, da iniciativa de um grupo de
portugueses que desejava integrar as
comunidades do Brasil e Portugal. Em pouco
tempo os associados já dispunham de um
amplo espaço (no Jardim Estoril e em área
doada por José da Silva Martha), onde se
realizavam eventos que se perpetuam até os
dias de hoje , como é o caso da famosa Festa
Portuguesa que, no último ano, foi visitada por
mais de 3,5 mil pessoas (hoje com sede em
outro local, na Rodovia Marechal Rondon, Km
336).
Em mais de três décadas de existência, a
Luso foi crescendo e incorporando hábitos
modernos à sua estrutura física, tal como as
novas instalações das sedes Cidade (hoje
não mais e sim em mãos de empresários) e de
Campo, esta ampliando as opções de
esportes, social e lazer.
Dessa forma, a Luso consolidou sua tradição
esportiva e a participação de cerca de 2 mil
associados em 11 modalidades, além de
inúmeras participações nos campeonatos e
torneios federados, onde, com muito orgulho,
constantemente colocam os bauruenses
entre os melhores. O basquete masculino, a
natação e o G.R.D. são bons exemplos, mas
tem mais.
A história da LUSO, nascida em 08 de julho de
1962, é de integração das comunidades do
Brasil e de Portugal. Por iniciativa do então
Comendador José da Silva Martha, aliado a
um grupo de bauruenses luso-brasileiros, foi
lançada a semente para a formação de uma
associação com fins culturais, recreativos e
filantrópicos.
Foi quando, em noite memorável, era
realizada a festa “Noite Portuguesa” e a
semente da Luso plantada, que floresceu,
ficou adulta, frutificou e hoje é ponto de
encontro de portugueses, descendentes e
“oriundi” de outras nações, marcando o
aspecto de confraternização entre os que
formam a miscigenação do povo bauruense.
___________________________________
RENATO CARDOSO (Bauru). Social Bauru. História dos
portugueses em Bauru. 2015. Disponível em:
https://www.socialbauru.com.br/2015/12/14/historia-dos-
portugueses-em-bauru/. Acesso em: 14 dez. 2015.
25
07/05/2015 | Agricultura e Abastecimento
De Prefeitura de Bauru
Feira da Praça Portugal será inaugurada
nesta sexta-feira com exposição de
artesanato
A Prefeitura Municipal de Bauru, através da
Secretaria Municipal de Agricultura e
Abastecimento (SAGRA), inaugura nesta
sexta-feira (08), às 16h, na Praça Portugal,
mais uma unidade do Projeto “Feira na
Praça”.
De acordo com o Diretor de Abastecimento
Rafael Santana de Lima, há previsão de
montagem de 14 barracas de produtos de
agricultura e 6 barracas na praça de
alimentação, e ainda, 12 barracas de
artesãos, segundo Rita Botta, membro do
Conselho Gestor da Feira Ubá. Haverá
também brinquedos infantis.

O projeto é uma parceria com o Sindicato

Rural de Bauru, SENAR (Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural), secretarias de Cultura,
Meio Ambiente e Obras e Conselho Gestor da
Feira Ubá, com apoio do Jornal da Cidade,
que adotou a Praça. Estarão reunidos de
forma inédita os feirantes da Feira do Produtor
Rural e os artesãos da Feira Ubá.

Para o Secretário de Agricultura e

Abastecimento, Chico Maia, esta é uma
iniciativa muito importante pois se trata de
agricultores familiares e artesãos que unidos
desenvolverão esta forma de comercialização
para escoamento de seus produtos. “É a
junção de segmentos muitos importantes da ___________________________________
BRASIL. Agricultura e Abastecimento. Prefeitura Municipal
cidade de Bauru, em parceria para de Bauru. Feira da Praça Portugal será inaugurada nesta
valorização do produto local”, afirmou. sexta-feira com exposição de artesanato. 2015. Disponível
em: https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=19568.
Acesso em: 19 mar. 2023.
26
16/07/2015| SOCIAL BAURU
De Amanda Araújo
Especialista em trânsito dá solução para
Praça Portugal e outros pontos críticos de
Bauru
O Social Bauru conversou com Archimedes
Raia Junior, ex-presidente da Emdurb,
professor, pesquisador e PHD em Engenharia
do Transporte. A nosso pedido, o professor da
UFSCAR (Universidade Federal de São
Carlos) deu algumas propostas para melhorar
o trânsito de Bauru, na região da Praça
Portugal, além de apontar a melhor solução,
na sua opinião, para a bifurcação existente no
final da Avenida Getúlio Vargas e de
esclarecer como deverá ser o futuro do
trânsito no Brasil.
“As pessoas vão entender que o transporte
coletivo é uma alternativa. Mas não é este
transporte coletivo. Então, quando a gente
fala deste conceito da substituição, as
pessoas associam de que irão usar este
ônibus. Mas não é este. A substituição para o
transporte coletivo tem que ser de qualidade”,
afirma.
Confira:
Qual o maior erro ali na Praça Portugal? Ou
não tem nenhum erro?
Archimedes: Eu acho que não existe um
erro. O problema foi causado pela evolução.
O número de carros foi aumentando, assim
como a população, e os problemas vão
surgindo… Na época em que uma solução foi
proposta, ela funcionava. Hoje, já não
funciona mais. Então, ali na Praça Portugal,
mais precisamente na Rua Gustavo Maciel,
existe um entrelaçamento de quem vem pela
Rua Rubens Pagani e quer pegar a Getúlio
Vargas ou a Gustavo Maciel. A solução para
estes problemas de trânsito não são, muitas
vezes, tão simples… Como é o caso ali…
porque o cruzamento é relativamente
complexo. E se torna ainda mais complexo
com a Gustavo Maciel, na parte de cima da
Rua Rubens Pagani. É um entrelaçamento
bem complexo. Além disso, existe uma
conversão à esquerda, livre, na Rubens
Pagani com a Gustavo Maciel. E eu vejo que
esta conversão não funciona bem hoje.
Mesmo assim, não dá para dizer que existe
uma única solução. Existem várias possíveis
e que precisam ser estudadas de uma
maneira mais ampla. No caso deste
cruzamento, por exemplo, os impactos não
ocorrem só ali, mas têm interferência em uma
região maior. Uma proposta imediata seria
fechar o acesso da Gustavo Maciel naquele
ponto, assim como a conversão à esquerda
na Rubens Pagani. Claro que, como todas as
27
p r o p o s ta s , e s ta ta m b é m p r e c i s a s e r
aprofundada. Mas, se você fecha o acesso à
Rua Gustavo Maciel e faz o retorno na loja
Roth – para quem chega ali, naquele ponto –
também é preciso inverter o semáforo que
existe na Getúlio Vargas, mais adiante.
Então não é impossível resolver?
Archimedes: Não é. Mas quando a gente
procura soluções para o trânsito, elas não são
pontuais. Claro que você faz algo pontual, na
medida do possível, mas você tem que
atender o coletivo.
Ali não formaria um trânsito maior?
Archimedes: Não, mas teria que alterar a
sinalização do semáforo. Na Gustavo, na
confluência da Getúlio com a Rubens Pagani,
teria que colocar um semáforo. Então, o
acesso da Rubens Pagani na Getúlio, seja
para um lado ou para o outro, seria feita com
semáforo, de uma forma que você tivesse só a
Getúlio passando pela quadra do posto ou
possibilitando conversão só à esquerda.
Elimina-se o entrelaçamento, porque a
Getúlio teria toda a faixa livre, assim como a
conversão da Rubens Pagani, à esquerda,
também teria. E isso não afetaria muito o
comércio do local.
E a Praça Portugal não pode ser mexida,
né?
Archimedes: Não pode, pois se trata de uma
área verde, que precisa ser preservada. Hoje,
nós temos a praça… O trânsito fica
impossível ali nos horários de pico porque
tem estacionamento dos dois lados e o carro
só pode passar por uma única faixa. Olha, a
Engenharia de Tráfego não tem muito
segredo…
Ela trabalha com capacidade e segurança.
Então, se você quer uma rua com muito
estacionamento, tem baixa fluidez. Mas se
você quer fluidez, reduz o estacionamento.
Normalmente, começa-se reduzindo de um
dos lados até retirar tudo.
Como é a Duque de Caxias hoje, né?
Archimedes: A retirada foi na época em que
eu era diretor da Emdurb e foi uma heresia
falar em tirar a opção do estacionamento.
Uma coisa absurda na época!
Existe algum lugar aqui, em Bauru, que
tenha tido uma mudança muito boa que
possa servir como exemplo?
Archimedes: Uma coisa simples foi a
colocação dos semáforos na Rua
Comendador José da Silva Martha. Muitas
pessoas até acharam ruim, mas, do ponto de
vista técnico, foi fundamental. Este é o
exemplo típico de que a colocação do
28
semáforo não é por conta só do alto índice do que esses países chegaram nisso?
movimento em uma via. Existem alguns Restringindo o automóvel e dando transporte
critérios para isso. Mas são coisas que coletivo. É claro que não vai ser de um dia
precisam ser feitas. A partir do momento em para o outro, mas esta mudança é necessária.
que todo mundo opta pelo carro, começam os
E o senhor acha que é possível esta
problemas.
mudança no Brasil?
Mas também, tem o ponto de que o
Archimedes: Sim, ela vai ter que acontecer.
transporte coletivo não é bom, né?
Em São Paulo, por exemplo, já vemos
Archimedes: Sim. Inclusive, vou dar uma algumas mudanças. As ciclovias ainda são
palestra, em agosto, sobre isso, aqui na conturbadas porque as pessoas não estão
cidade. Será um debate exatamente sobre acostumadas. Mas se você for à Holanda ou
isso. E as pessoas vão entender que o Dinamarca, isso é normal. Porém, aqui não.
transporte coletivo é uma alternativa. Mas não
Se você encontra alguém de bicicleta, pensa
é esse transporte coletivo. Então, quando a
que é maluco. Mas veja a diferença: as
gente fala deste conceito da substituição, as
nossas ciclovias daqui de Bauru ligam o que a
pessoas associam de que irão usar esse
quê? Se a pessoa mora no Jardim Ouro Verde
ônibus. Mas não é esse. A substituição para o
e vem até a Praça Portugal, ela é jogada no
transporte coletivo tem que ser de qualidade.
trânsito. Mas vai chegar uma hora em que
Na Europa, por exemplo, o trem é até melhor
aqui vai ficar tão congestionado, que andar
que o avião. Então, se for nesses países da
em São Paulo vai ser mais fácil. Então a
Europa, verá que áreas centrais não permitem
mudança é necessária.
mais automóveis particulares. Você pode ir
com o seu carro até um ponto e deixa-lo em
um estacionamento grande, preparado para
isso. E aí segue a pé ou de transporte coletivo.
E lá, usar metrô, ônibus ou trem é normal. Em
Lisboa, por exemplo, que não é um local tão
evoluído, mas é muito fácil de andar, você
circula por todos os pontos de transporte
coletivo e acha uma maravilha! Então, como é
29

E não existe o certo e o errado, né?
Archimedes: O certo é a complementação
dos modos. O automóvel não vai ser
eliminado, mas vai chegar um ponto que não
vai usá-lo para vir trabalhar, porque fica com o
carro parado o tempo todo, não é? Então, não
vale a pena.
Aproveitando… o que o senhor achou da
bifurcação que foi feita no final da Getúlio
Vargas?
Archimedes: Olha, a ideia até que era boa!
Mas o grande problema ali, hoje, é uma
rotatória de baixa capacidade e a conversão
naquela área não era um grande problema. O
problema foi a forma como fizeram. Aliás, o
problema vem antes, porque esta rotatória
não atende mais esse movimento.
A capacidade da rotatória é dada, em grande
parte, pelo seu diâmetro, e hoje ele é muito
pequeno, não comporta todo o movimento ali.
O ideal é ter uma faixa separada e segregada
com ‘tartaruga’, por exemplo, de forma que a
pessoa não precise passar na rotatória.
Seriam três faixas. Não sei porquê não
pensaram nisso. Não foi uma má ideia, mas
foi mal executada. Claro que nada é fácil, mas
é possível. E eu dou soluções do ponto de
vista técnico; todas as alternativas precisam
passar por um estudo mais profundo. Às
vezes, podem ter soluções até melhores.
Como eu disse anteriormente: trânsito parece
que é só uma mudança pontual, mas tem uma
interferência muito grande. Você pode
resolver um problema em um local e criar um
problema em outro.
Foto aérea: Marivaldo Fly (99795-4168)
___________________________________
AMANDA ARAUJO (Bauru). Social Bauru. Especialista em
trânsito dá solução para Praça Portugal e outros pontos
críticos de Bauru. 2015. Disponível em:
https://www.socialbauru.com.br/2015/07/16/especialista-
em-transito-da-solucao-para-praca-portugal-e-outros-
pontos-criticos-de-bauru/. Acesso em: 19 mar. 2023.
31
24/07/2015| G1
De G1 Bauru e Marília

Projeto "Feira na Praça" é realizado nesta

sexta-feira em Bauru

Feira será nesta sexta-feira (24), na Praça

Portugal. 32 barracas estarão na feira para
comércio de alimentos e artesanatos.

O Projeto “Feira na Praça”, que reúne os

feirantes da Feira do Produtor Rural e os
artesãos da Feira Ubá, será realizado nesta Público pode conferir os artesanatos nesta sexta-feira
sexta-feira (24), na Praça Portugal, em Bauru (Foto: Divulgação / Priscila Medeiros)

(SP).

Contando com 14 barracas de produtos de

agricultura, seis barracas na praça de
alimentação e ainda 12 barracas de artesãos,
a Feira abrange agricultores familiares e
artesãos que unidos desenvolverão esta
forma de comercialização para escoamento
de seus produtos.

A Feira do produtor na Praça Portugal

funciona todas as sextas-feiras, das 16h às
20h.
___________________________________
G1 BAURU E MARÍLIA (Brasil). G1. Projeto "Feira na Praça"
é realizado nesta sexta-feira em Bauru: feira será nesta
sexta-feira (24), na praça portugal. 32 barracas estarão na
feira para comércio de alimentos e artesanatos.. Feira será
nesta sexta-feira (24), na Praça Portugal. 32 barracas
estarão na feira para comércio de alimentos e artesanatos..
2015. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/bauru-
marilia/noticia/2015/07/projeto-feira-na-praca-e-realizado-
nesta-sexta-feira-em-bauru.html. Acesso em: 19 mar. 2023.
32
12/2018| CDL BAURU dezembro, das 19h às 22h30.

Natal Tamanho Família leva magia e luzes à A visita à Casinha terá o custo de R$ 5,00, que
Praça Portugal neste domingo serão revertidos integralmente para 32
entidades assistenciais da cidade. A Oficina
Com a chegada do Papai Noel, abertura da
do Noel funcionará às sextas, sábados e
tradicional Casinha e várias atrações, o ponto
domingos; e o Passeio de Trenó, todos os
irá virar palco da alegria natalina por todo o
dias, também por R$ 5,00 cada. O valor
mês Assim como foi no ano passado, Noel vai
arrecadado com essas duas atividades será
fazer alegria do público Samantha Ciuffa/JC
destinado ao Fundo Municipal dos Direitos da
Imagens.
Criança e do Adolescente.
As luzes, as cores, os sons e a solidariedade
O Natal Tamanho Família surgiu para
do Natal adentram mais um vez na Praça
resgatar e oferecer uma comemoração
Portugal, neste domingo (9), com o início do
temática natalina, baseada nas tradições da
Natal Tamanho Família do JC. Neste ano, a
data e com um apelo de identidade visual,
ação aposta no tema “Ser melhor, melhora o
musical e de magia.
ser”.
E o Natal é para todos. Ninguém é impedido
A esperada recepção do morador da Casinha,
de visitar a Casinha, por falta de recursos,
o Papai Noel, está marcada para as 20h, após
principalmente, as crianças. Natal Tamanho
o personagem andar em carreata pela cidade
Família, por si só, já diz que se trata de um
a partir da sede da 96FM. A campanha é uma
grande Natal, com acolhimento, comenta o
iniciativa do Grupo Cidade, realizada pela
diretor do Grupo Cidade de Comunicação, o
Projeto Cidade e parceiros.
publicitário e jornalista Renato Zaiden.
No local, ainda haverá a apresentação da
MAIS LUZES
Banda Sinfônica Municipal e outras atrações,
como a Oficina do Noel e o Passeio de Trenó, O evento está crescendo e, neste ano, o
além da distribuição de guloseimas para as projeto também cedeu luzes para a
crianças. Lembrando que o Natal Tamanho decoração do Calçadão da Batista de
Família segue até o dia 23 de dezembro e Carvalho (leia mais abaixo), da Praça Vitória
retoma as atividades do dia 26 a 30 de Régia e da Praça das Cerejeiras.
33
“Através dos nossos parceiros, conseguimos
viabilizar a identidade visual do Calçadão e
cedemos para a Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL) um quilômetro de luzes de
LED. Fizemos também uma cessão de parte
da iluminação em outras duas praças.
Com isso, a cidade passou a ter, só neste
Natal, mais três pontos de iluminação.
Esperamos que isso incentive outras
empresas a incrementar essa pauta nos
próximos anos”, diz.
EMPRESAS E CIDADANIA
O projeto do Natal Tamanho Família nasceu,
fez história e recolocou o final de ano em
Bauru com a relevância que o comércio, a
p r e s t a ç ã o d e s e r v i ç o s e m l a z e r, a
gastronomia e o entretenimento merecem de
uma cidade batizada de a Capital do Centro
do Estado, não só por sua localização, mas
por seu perfil cosmopolita e acolhedor. Um
local com grande interação com todas as
cidades da legião, valorizando as vocações
de cada uma delas, lembra o idealizador da
iniciativa.
Zaiden ressalta que, pela abordagem
mercadológica, promocional, turística,
educativa e de responsabilidade social,
viabilizou a participação de empresas que
têm, nos seus propósitos de marca, criar
diferenciais também do ponto de vista de
proximidade com as comunidades onde têm
atuação de mercado. Isso ocorre através de
ações de cidadania e incentivo a boas
experiências do público com suas marcas,
como fazem, nesta edição do evento, a
Ecovita Construtora e Incorporadora, a
Unimed-Bauru e a Pacaembu Construtora.
SUSTENTÁVEL E LÚDICA
A energia utilizada na Casinha do Papai Noel
também é uma novidade na edição deste ano.
Será uma Casinha sustentável. Ela será
mantida com energia solar fotovoltaica pela
S t o c k S o l a r, u m a d a s p a r c e i r a s
copatrocinadoras. Ao lado dela, a fabricante
alemã de doces e confeitos
internacionalmente conhecida, a Haribo, hoje
integrada a comunidade, também fará
ativações com a distribuição de seu produtos
ANA BEATRIZ GARCIA MARCELE TONELLI
para o público presente e com a presença de
seu famoso personagem, o simpático Urso
da marca, que também participará de
atividades lúdicas nas áreas de recreação da
praça.
“Esse evento, assim como os demais, é
resultado de uma união de esforços e, por
isso, recomendamos que cada vez mais as
34
tpessoas prestem atenção nas instituições,
empresas e voluntários que sempre se
esforçam para fazer algo de bom para a
cidade. Pois, assim, motivamos outros
também a fazerem o mesmo”, finaliza Renato
Zaiden,o criador do Natal Tamanho Família.

SERVIÇO

A Casinha do Papai Noel será, como em todo

ano, na Praça Portugal, do dia 9 a 23 e 26 a
30 de dezembro, das 19h às 22h30. O
patrocínio é da Ecovita Incorporadora e
Construtora, Unimed Bauru e Pacaembu
Construtora. Os patrocínios/parceiros de
ativação são: Haribo, StockSolar e Senai. Os
parceiros sociais são: Prefeitura Municipal,
Secretaria Municipal de Cultura, Sebes,
CMDCA E Polícia Militar.

A organização/parceria de mídia/operação é
composta por: Bauru Painéis, JCNET, Bauru
Pocket, 96FM, Lume Light, TV Preve, Record
Paulista, Tektron, Poloar, Riolax, Alpha
Secure, LED Bauru, Jorge e Regina Quatrina,
Rastro Music, KLL Lagos, Clube de Carros
Antigos do Centro-Oeste Paulista e Projeto
Cidade.

___________________________________
BAURU. CDL BAURU. . Natal Tamanho Família leva magia e
luzes à Praça Portugal neste domingo. 2018. Disponível em:
https://cdlbauru.com.br/natal-tamanho-familia-leva-magia-e-
luzes-a-praca-portugal-neste-domingo/. Acesso em: 19 mar.
2023.
35
06/12/2019| SOCIAL BAURU
De Vivian Messias
Casinha do Papai Noel será inaugurada
neste domingo (08) em Bauru
A época mais aguardada do ano chegou, o
Natal! E para comemorar do jeito certo, os
bauruenses poderão visitar, a partir deste
domingo (08), a casinha do Papai Noel na
Praça Portugal. O evento começa às 19h e
ainda conta com diversas atividades.
Dessa forma, os bauruenses poderão
participar de passeios de trenó, oficina de
brinquedos, tirar fotos com Papai Noel gigante
e conferir apresentações musicais. O
funcionamento do espaço acontece sempre
das 19h30 às 22h30, até o dia 23 de
dezembro.
O evento faz parte do Natal Tamanho Família,
uma campanha promocional de final de ano
que tem início com a inauguração da Casinha
do Papai Noel. A campanha é realizada há
duas décadas e conta com atividades
temáticas para o público de Bauru e região.
Bauru iluminada
Além da Praça Portugal, a campanha Natal
Tamanho Família também decora o calçadão
da cidade. Às sextas-feiras durante a noite e
aos sábados durante a tarde serão
realizadas, na Praça Rui Barbosa, as
atividades do “Bagunçando o Coreto com o
Papai Noel”, com parceria da Secretaria
Municipal de Cultura e da empresa Paraíso
dos Doces.
A campanha leva o tema “Uma cidade inteira
de presentes para você” e ainda tem um
caráter assistencial. Assim, toda a
arrecadação dos passeios de trenó e oficina
de brinquedos serão doados à essas
entidades participantes.
Então, esse é mais um motivo para você ir
curtir o Natal com a família e ainda ajudar o
próximo!
Serviço
36
Serviço
Casinha do Papai Noel
Data: 08 de dezembro, a partir das 19h
Local: Praça Portugal

___________________________________
VIVIAN MESSIAS (Bauru). Social Bauru. Casinha do Papai
Noel será inaugurada neste domingo (08) em Bauru. 2019.
Disponível em:
https://www.socialbauru.com.br/2019/12/06/casinha-papai-
noel-bauru/. Acesso em: 19 mar. 2023.
37
09/01/2020| MEDIUM
De Nelson Itaberá
Vai nascer uma nova Praça Portugal com
as 7 torres no terreno da Luso
Grupo Zopone apresenta em audiência
pública o projeto de construção de moradias
na Zona Sul, com intervenções ousadas no
entorno da região.
Z Incorporações assume “reconstruir” e dar
nova forma de ocupação à Praça Portugal no
projeto de instalação de 7 torres na antiga
área da Luso
Os novos negócios em Bauru agora chegam
até você, como informação. Demos, com
exclusividade, a compra da área onde
funcionou a Associação Luso Brasileira, em
plena Zona Sul de Bauru?
https://medium.com/@nelsonitabera/zoppon
e-aprova-empreendimento-de-porte-na-
%C3%A1rea-onde-era-luso-na-zona-sul-
2376be7fe681).
Você também viu que adiantamos que o
projeto é para construir 7 torres — para uso
residencial e comercial — na área. Agora,
vamos aos detalhes — e com novidades
urbanísticas, de lazer e de convivência em
uma área importantíssima para a cidade.
O Grupo Zopone, através da Z Incorporações,
apresentou oficialmente o projeto conceitual
(master plan), em audiência pública. Nele, os
empreendedores confirmaram que a área de
17.055 metros quadrados, localizada entre a
Avenida Getúlio Vargas e a rua Gustavo
Maciel, vai receber 7 torres. (Veja detalhes do
projeto abaixo).
Na negociação com a Prefeitura de Bauru
para a aprovação do empreendimento, a Z
Incorporações assumiu contrapartidas em
sistema viário, paisagismo, sinalização,
arborização e uma novidade que vai chamar a
atenção.
Aposte, e vai mudar o jeito do bauruense olhar
— e utilizar — aquela região. O projeto inclui a
remodelação completa dos três amplos
espaços públicos que compõem a Praça
Portugal.
38
O projeto tem a ousadia de levar em conta os
reflexos, de fato, sobre o entorno. O Grupo
Zopone vai assumir investimentos em
impacto de vizinhança e remodelação da
região que passam de R$ 7 milhões.

A Praça Portugal é a vedete da

transformação urbanística, de mobilidade
e ocupação inserida no projeto. Vai mudar
tudo, da “cara” ao jeito da população
utilizar o espaço verde e de lazer.

A construtora assumiu a reconstrução do AS 7 TORRES

paisagismo, pavimento, substituição de
bancos, calçamento, paisagismo, instituição
de bebedouro, playground, espaço fitness,
adequação para acessibilidade e iluminação
pública e adequação da quadra esportiva.
A proposta apresentada é de preservar a
arborização existente na praça, atualizando
os equipamentos distribuídos no local.
O projeto inclui a criação de um espaço para
receber food truck na praça, associando lazer,
prática de atividade física, encontros e
alimentação.
E a construção das torres? O projeto
apresentado no Metropolitan Square nesta
quinta-feira (09/01/2020) confirma as 7 torres
que divulgamos no final de 2019, com
exclusividade.
O projeto está dividido em quatro etapas, com
15 anos de duração para ser concluído. Mas
todas as obras viárias, de sinalização e
ambiental (de mitigação) serão entregues
logo no início da implantação.
As três primeiras etapas têm 2 torres cada e a
última uma para uso misto (apartamentos e
salas comerciais).

A área construída do projeto será de 102.085

metros quadrados, conforme o engenheiro da
Z Incorporações, Marcelo Rett Melendes. O
39
projeto vai abrigar, ao final, 1.749 novos
moradores na região.

Serão 89 apartamentos em conceito padrão A

para 1 dormitório, 515 com 2 dormitórios, 96
salas comerciais e 20 lojas. Serão 1.159
vagas de garagem, com uso do subsolo,
sendo 987 residenciais e 172 comerciais.

Os apartamentos miram o público de alto

padrão, com estrutura de lazer e convivência
completa no empreendimento. A projeção é
de área construída de 80 metros para unidade
com dois dormitórios, a valores atualmente
um pouco acima de R$ 300 mil cada uma.

Os acessos terão a abertura de uma quadra

adicional (uma rua) no “meio” da gleba. A nova
quadra da Rua Professor Wilson Monteiro
Bonato vai permitir o acesso (entrada e saída)
ao empreendimento tanto pela rua Alfredo
Fontão quanto pela Rua Gustavo Maciel.

O empresário Claudenor Jr. Zopone avalia o

projeto “como ousado e que inclui obras e
obrigações que vão mudar as opções de
interação dos moradores com o local e o
entorno. Estamos antecipando investimentos
O QUE MUDA NAS RUAS?
para um projeto que tem um ciclo de 15 anos”.
O projeto inclui:

- alargar a Rua Luso Brasileira em mais 2

metros

40
- alargar a calçada da Rua Elzeário Barbosa

- recapear as quadras 26 e 27 da Rua Gustavo

Maciel

- revitalizar os 3 conjuntos de área da Praça

Portugal

- fornecer equipamentos para o sistema viário

e sinalização

- instalar nova adutora de 950 metros de rede

para interligação

- pagar contrapartidas para investimentos

pela Prefeitura em serviços de educação,
saúde e reservação de água na região.

INFORMAÇÕES COMPLETAS DO MASTER

PLAN

Você é engenheiro, arquiteto, investidor,

comerciante, morador e quer saber detalhes
do projeto conceitual?

Entre neste link para ter acesso a todas as

informações: https://zincorporacoes.com.br/

No terreno de 17 mil metros quadrados

funcionou a Luso Brasileira, clube de tradição

__________________________________________
ITABERÁ, Nelson. Vai nascer uma nova Praça Portugal com
as 7 torres no terreno da Luso: grupo zopone apresenta em
audiência pública o projeto de construção de moradias na
zona sul, com intervenções ousadas no entorno da região.
Grupo Zopone apresenta em audiência pública o projeto de
construção de moradias na Zona Sul, com intervenções
ousadas no entorno da região. 2020. Disponível em:
https://medium.com/@nelsonitabera/vai-nascer-uma-nova-
pra%C3%A7a-portugal-com-as-7-torres-no-terreno-da-luso-
a93fbdd71746. Acesso em: 19 mar. 2023.
41
14/04/2020| 94 FM
De Jornalismo 94

MOTORISTA INVADE AGÊNCIA BANCÁRIA

EM FRENTE À PRAÇA PORTUGAL

Uma mulher perdeu o controle dos pedais de

seu veículo e acabou invadindo a agência
Santander que fica em frente à Praça
Portugal, por volta das 13h desta terça-feira
(14). De acordo com a Polícia Militar, a
motorista foi estacionar e confundiu os pedais
do seu veículo automático. Ela pisou no
acelerador e acabou quebrando a vidraça do
banco. Não houve feridos e a agência
permanece fechada até ser feito o reparo do
local.

___________________________________
JORNALISMO 94 (Bauru). 94 Fm. MOTORISTA INVADE
AGÊNCIA BANCÁRIA EM FRENTE À PRAÇA PORTUGAL.
2020. Disponível em: https://94fm.com.br/motorista-invade-
agencia-bancaria-em-frente-a-praca-portugal/. Acesso em:
19 mar. 2023.

42
19/05/2020| ESPORTES E LAZER
De Prefeitura de Bauru

Quadra poliesportiva da Praça Portugal

passa por revitalização

A Secretaria de Esportes e Lazer iniciou nesta

terça-feira, 19, a manutenção da quadra
poliesportiva da Praça Portugal, aproveitando
que a mesma está fechada para uso.

A equipe da Semel retirou as traves e tabelas

do espaço para serem reformadas. A quadra
também receberá pintura.

A Semel também iniciou, nesta semana, a

manutenção do Ginásio de Esportes Raduan
Trabulsi Filho, na Vila Santa Luzia.

Os estádios distritais Luiz Edmundo Coube,

no Jardim Araruna, Nelson Reginato do
Canto, no Jardim Redentor e Waldemar de
Brito, na Vila Paulista também receberam
manutenção do gramado e no vestiário além
de pintura.

___________________________________
BAURU. Esportes e Lazer. Prefeitura Municipal de Bauru.
Quadra poliesportiva da Praça Portugal passa por
revitalização. 2020. Disponível em:
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=36898.
Acesso em: 19 mar. 2023.
43
19/08/2021| 94 FM
De Jornalismo 94
PREFEITURA E ZOPONE DISCUTEM
PROJETO VIÁRIO NA PRAÇA PORTUGAL
A prefeita Suéllen Rosim, o secretário de
Planejamento, Nilson Ghirardello, e o diretor
da empresa Zopone Engenharia, Diogo
Zopone, estiveram na Praça Portugal na
manhã desta quinta-feira (19) para discutir o
projeto de modernização do sistema viário do
entorno da praça, com o acesso direto entre
as avenidas Getúlio Vagas e Comendador
José da Silva Martha, e a instalação de novos
semáforos.
A confluência do novo acesso com a rua
Gustavo Maciel será controlado por
semáforos, assim como a confluência deste
acesso com a rua Rio Branco. O projeto foi
desenvolvido seguindo todos os trâmites
dentro das secretarias envolvidas.
A intervenção deve começar nas próximas
semanas, e as alterações viárias no período
de obras serão informadas aos moradores,
assim como as alterações viárias definitivas
depois da conclusão das obras. Após estas
alterações no sistema viário, a prefeitura vai
analisar novos investimentos na praça, por
meio de outras contrapartidas de
empreendimentos nesta região do município.

O projeto já está pronto, e faz parte da

antecipação de contrapartida da Zopone
Engenharia na construção de uma
empreendimento localizado a duas quadras
da Praça Portugal. De acordo com o projeto,
as duas pistas da avenida Getúlio Vargas
serão diretamente conectadas com a avenida
Comendador Martha. Com isso, quem vem da
avenida Getúlio Vargas para o sentido Centro
terá a opção de entrar na rua Gustavo Maciel
ou seguir para a avenida Comendador
Martha. Já quem vem no sentido oposto,
também terá como entrar diretamente na
avenida Getúlio Vargas. Foto: Jonas Rodrigues/Prefeitura de Bauru/Divulgação

44
_______________________________________________
JORNALISMO 94 (Bauru). 94Fm. PREFEITURA E ZOPONE
DISCUTEM PROJETO VIÁRIO NA PRAÇA PORTUGAL.
2021. Disponível em: https://94fm.com.br/prefeitura-e-
zopone-discutem-projeto-viario-na-praca-portugal/. Acesso
em: 21 mar. 2023.

45
09/09/2021| HORA H NOTÍCIA
De Redação
PREFEITURA DERRUBA ÁRVORES DA
PRAÇA PORTUGAL E GERA POLÊMICA
NAS REDES SOCIAIS
As dezenas de espécies derrubadas são Patrimônio Histórico
de Bauru e estão protegidas por Lei, através do Decreto
Municipal 6760 de 15 de novembro de 1993. (Foto: Redes
Sociais)
Nesta semana a Prefeitura de Bauru começou
a derrubar árvores, além de coqueiros, jerivás
e outras espécies da Praça Portugal para dar
espaço a uma pista de rolamento para carros.
As dezenas de espécies derrubadas são
Patrimônio Histórico de Bauru e estão
protegidas por Lei, através do Decreto
Municipal 6760 de 15 de novembro de 1993.
O ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta postou nas
redes sociais um manifesto contrário aos
cortes e destacou a atitude da prefeitura de
Bauru como “na contramão da história”. Nas
redes sociais, as manifestações também
chamaram a atenção, especialmente de
ambientalistas que questionaram a
autorização do CONDEMA, que trata de
analisar os cortes de árvores.
As árvores que estão sendo cortadas na
praça Portugal foram plantadas em 1993 e o
local abriga aproximadamente 300 árvores.
“Ganhamos inclusive um prêmio do Guiness
como a primeira cidade do planeta a plantar o
maior número de árvores ao mesmo tempo.
Na sequência, através de Decreto Municipal
6760 de 15 de novembro de 1993, tombamos
as árvores como Patrimônio Histórico da
cidade, imaginando que estariam protegidas
para as gerações futuras. Ledo engano!”,
desabafa o ex-prefeito de Bauru, Gazzetta.
46

Veja o que Gazzetta destacou sobre a ação:
“Acabei de passar pela Praça Portugal e as
árvores estão sendo cortadas. Que tristeza
vez quase 30 anos de história sendo
dizimados pelas motosserras, para
transformar o local em uma pista de rolamento
para carros.
Estamos mesmo na contramão da história!!!
No passado tentaram cortar também o Óleo
de Copaíba da Avenida Getúlio Vargas, para
dar lugar a pista de rolamento para carros.
Uma escola inteira se mobilizou e as crianças
conseguiram proteger a árvore, que até hoje
embeleza esta avenida da cidade.
Infelizmente essas árvores abatidas da Praça
Portugal não tiveram a mesma sorte. A
natureza e a história dando lugar ao concreto
e o asfalto”.
EMDURB informa sobre interdições na
Praça Portugal
Devido ao início das obras do novo sistema
viário da Praça Portugal, previsto para ter
início na próxima semana, a EMDURB
informa que a partir das 9h, do dia 13/09
(segunda-feira), algumas vias ficarão
interditadas, conforme a seguir:
O acesso da rua Rubens Pagani para a rua
Gustavo Maciel ficará fechado, bem como
meia pista do quarteirão 25 da rua Gustavo
Maciel. Os motoristas que estiverem na rua
Rubens Pagani deverão seguir pela avenida
Getúlio Vargas, fazendo o retorno na rua
Jorge Nasralla e acessando a rua Gustavo
Maciel.
O acesso do quarteirão 25 da rua Gustavo
Maciel para a rua Vivaldo Guimarães, sentido
avenida Comendador José da Silva Martha,
ficará interditado. Os motoristas que
desejarem acessar a avenida Comendador
José da Silva Martha, deverão seguir pela rua
Gustavo Maciel, rua Júlio Maringoni, rua Rio
Branco, acessando a avenida Comendador
José da Silva Martha.
O semáforo implantado no quarteirão 01 da
avenida Getúlio Vargas, entrará em operação
também no dia 13/09, tendo em vista que o
equipamento trabalhará em conjunto com o
semáforo do quarteirão 26 da rua Gustavo
Maciel. O semáforo controlará o fluxo de
47
veículos do cruzamento da avenida Getúlio
Vargas, rua Gustavo Maciel e rua Rubens
Pagani.

______________________________________________
REDAÇÃO (Bauru). Hora H Noticia. PREFEITURA
DERRUBA ÁRVORES DA PRAÇA PORTUGAL E GERA
POLÊMICA NAS REDES SOCIAIS. 2021. Disponível em:
https://horahnoticia.com.br/prefeitura-derruba-arvores-da-
praca-portugal-e-gera-polemina-nas-redes-sociais/. Acesso
em: 21 mar. 2023.
48
09/09/2021| G1
G1 Bauru Marília
Mais de 40 árvores são cortadas em praça
de Bauru para readequação viária na zona
sul da cidade
Imagens das árvores circularam nas redes sociais e
causaram revolta de moradores. Prefeitura informou
que o corte já havia sido aprovado pelo Conselho
Municipal.
sociais e causaram revolta de moradores. prefeitura informou
que o corte já havia sido aprovado pelo conselho municipal..
Imagens das árvores circularam nas redes sociais e
causaram revolta de moradores. Prefeitura informou que o
corte já havia sido aprovado pelo Conselho Municipal.. 2021.
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/bauru-
marilia/noticia/2021/09/09/mais-de-40-arvores-sao-
cortadas-em-praca-de-bauru-para-readequacao-viaria-na-
zona-sul-da-cidade.ghtml. Acesso em: 21 mar. 2023.

Moradores de Bauru que passaram pela

Praça Portugal na quarta-feira (8), se
depararam com várias árvores em pedaços,
já no chão. Mais de 40 foram cortadas e
retiradas pela prefeitura, até com a raiz, as
imagens do local começaram a circular nas
redes sociais e moradores criticaram a atitude
da prefeitura.

Em nota, a administração municipal informou

que os cortes já tinham sido aprovados pelo
Conselho Municipal e fazem parte de um
projeto de readequação do trânsito naquela
região. A prefeitura também informou que no
local não existe nenhuma árvore tombada
pelo município, e que vai fazer uma
compensação ambiental com o plantio de
outras 500 mudas, na própria Praça Portugal
e em outros espaços públicos de Bauru,
porém não informou quando isso seria feito.
___________________________________
G1 BAURU E MARÍLIA (Brasil). G1. Mais de 40 árvores são
cortadas em praça de Bauru para readequação viária na zona
sul da cidade: imagens das árvores circularam nas redes
49
09/09/2021| JCNET
Vitor Oshiro e Luciana La Fortezza
Corte de 44 árvores na Praça Portugal
causa indignação em ambientalistas
Prefeitura diz que 550 serão plantadas como compensação;
em 1993, plantio no local fez parte de ação que entrou no
Guiness
Por conta das obras viárias que envolvem a
Praça Portugal (leia mais abaixo), 44 árvores
foram suprimidas do local, o que provocou
bastante polêmica nesta quarta-feira (8).
Apesar de várias críticas de ambientalistas, a
Prefeitura de Bauru afirma que a medida teve
todos os trâmites legais aprovados e promete
que haverá compensação ambiental com o
plantio de 550 novas unidades.
O corte repercutiu muito e gerou queixas,
como as do zootecnista Luiz Pires. Ele usou
suas redes sociais para demonstrar sua
indignação com a medida. "Podem tentar
achar argumentos. Podem dizer que
seguiram a legislação. Podem dizer o que
quiserem, mas, em mim, essa visão só causa
uma dor profunda", descreveu, em trechos da
postagem.
Também por meio das redes sociais, Thais
Viotto, que é presidente do Conselho
Municipal de Proteção e Defesa dos Animais
GUINESS
O ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta lembrou
ainda que o plantio de mais de 300 árvores na
Praça Portugal, em junho de 1993, fez parte
de uma ação ambiental que garantiu o
certificado do Guiness para Bauru.
Na ocasião, ele era secretário municipal do
Meio Ambiente na gestão de Tidei de Lima e
foram plantadas 10 mil mudas na cidade em
um único dia, recorde mundial até então.
"Acabei de passar pela Praça Portugal e as
árvores estão sendo cortadas. Que tristeza
ver quase 30 anos de história sendo
dizimados pelas motosserras, para
transformar o local em uma pista de rolamento
para carros", criticou.
Gazzetta fez questão de ressalvar que a
"empresa que está executando a obra não
tem culpa alguma de absolutamente nada
neste processo. Ela está fazendo
investimentos importantes na região e apenas
está cumprindo a contrapartida obrigatória
que a prefeitura definiu como necessária".
'TRÂMITES LEGAIS’
A Prefeitura de Bauru, por sua vez, afirma que
a medida não foi arbitrária e que seguiu todos
os trâmites legais. Ela passou, inclusive, pelo
Conselho do Município, explica por meio de
50
compensação ambiental com plantio de 550
árvores distribuídas entre a praça
remodelada e áreas verdes da região.

_______________________________________________
VITOR OSHIRO (Bauru). Corte de 44 árvores na Praça
Portugal causa indignação em ambientalistas: prefeitura diz
que 550 serão plantadas como compensação; em 1993,
plantio no local fez parte de ação que entrou no guiness.
Prefeitura diz que 550 serão plantadas como compensação;
em 1993, plantio no local fez parte de ação que entrou no
G u i n e s s . 2 0 2 1 . D i s p o n í v e l e m :
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2092811/geral/2021/09/c
orte-de-44-arvores-na-pca--portugal-causa-indignacao-em-
ambientalistas. Acesso em: 21 mar. 2023.
51
10/09/2021| 94FM
Gabriel Pelosi

DERRUBADA DE MAIS DE 40 ÁRVORES

D A P R A Ç A P O R T U G A L M O T I VA
REPRESENTAÇÃO AO MP

A derrubada de mais de 40 árvores na Praça

Portugal sob a justificativa de reforma viária e
desenvolvimento da cidade, motivou o envio
de uma representação ao Ministério Público
Estadual. A autora do documento, a vereadora
Estela Almagro aponta para possível crime
ambiental e improbidade administrativa. A
representação foi enviada ao promotor Luiz
Eduardo Sciuli de Castro e ao procurador
geral do Estado, Mario Sarrubbo. A prefeitura
justifica que os trâmites legais foram
cumpridos e promete o plantio de 550 novas
mudas como compensação pela supressão
das árvores da Praça Portugal. Na
representação, a autora pede a
responsabilização criminal da prefeita Suéllen
Rosim e do secretário municipal de Meio
Ambiente, Dorival Coral.

___________________________________
GABRIEL PELOSI (Bauru). 94Fm. DERRUBADA DE MAIS
DE 40 ÁRVORES DA PRAÇA PORTUGAL MOTIVA
REPRESENTAÇÃO AO MP. 2021. Disponível em:
https://94fm.com.br/derrubada-de-mais-de-40-arvores-da-
praca-portugal-motiva-representacao-ao-mp/. Acesso em:
21 mar. 2023.
52
15/09/2021| JCNET
Tania Morbi
Ação popular pede a paralisação imediata
de obras na Praça Portugal
Advogado questiona isonomia e transparência na decisão da
prefeitura, além dos impactos gerados pelo corte de 51
árvores
Uma ação popular, que tramita desde esta
terça-feira (14) na 1.ª Vara da Fazenda
Pública de Bauru, pede a paralisação
imediata das intervenções que vêm sendo
realizadas na Praça Portugal desde a última
quarta-feira (8). O corte de 51 árvores do local
(foram suprimidas 44 inicialmente e, depois,
mais sete) para início das obras de
construção do novo sistema viário na região
tem gerado polêmica na cidade. A ação
contém pedido de tutela de urgência e está
sob análise da juíza Ana Lúcia Graça Lima
Aiello.
Autor da ação, o advogado Edilson Rodrigo
Nogueira Marciano afirma que não é ligado a
causas ambientais e que sua iniciativa foi
pautada por questões legais, como o princípio
da isonomia - um dos que regem a
administração pública -, além dos impactos
ambientais e sociais que podem ter ocorrido
em razão da intervenção na praça
cinquentenária. Tanto que o autor avalia
árvore, e como agiu em relação às árvores da
Praça Portugal. Sou favorável ao
desenvolvimento da cidade, mas este
desenvolvimento não pode vir em prejuízo
aos espaços públicos que já existem",
avaliou.
O pedido da tutela de urgência, segundo ele, é
para evitar um prejuízo ainda maior à
sociedade com a conclusão das obras.
TRANSPARÊNCIA
Outro questionamento feito é quanto à
transparência da decisão, pela não
divulgação por parte da prefeitura do Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de
Impacto Ambiental (Rima), de acordo com o
advogado.
Por isso, o anúncio feito pela prefeitura e pela
prefeita Suéllen Rosim (Patriota), em suas
redes sociais, do plantio de 550 mudas como
compensação é insuficiente, na avaliação de
Edilson Marciano. "Se observar a nota da
prefeitura, ela fala de forma genérica, não tem
conhecimento de como vai ser feita a
compensação, porque, se tivesse a
informação precisa, iria falar. Ela não informou
porque não existe. A ação popular existe
justamente para isso, para apurar se há algum
tipo de irregularidade, porque o prejuízo é
irreversível. A gente precisa de mais
53
transparência nas decisões", afirmou. Bauru", finaliza.

Edilson avalia que, para além da questão

ambiental, a interferência na praça, segundo
ele, sem transparência e sem diálogo direto
com a população, foi a razão para o grande
choque dos munícipes, mesmo a prefeitura
alegando que informou aos conselhos
municipais. Em sua opinião, a prefeitura
deveria ter discutido de forma mais ampla
sobre a decisão.

O autor da ação ressaltou que a iniciativa não

tem objetivo de se contrapor ao
desenvolvimento da cidade, tão pouco
empreendimentos feitos na região, porém,
questionar a forma como a obra vem sendo
tocada pela gestão pública.

TRÂMITES LEGAIS

Em nota, a prefeitura afirma que seguiu todos

os trâmites legais para as intervenções na
Praça Portugal, que são de contrapartida de
um empreendimento naquela região. "As
alterações foram discutidas com o Conselho
do Município e aprovadas na Secretaria de
Planejamento (Seplan) e Secretaria do Meio
Ambiente (Semma). As mudanças na praça
foram divulgadas ao público no mês passado,
por meio de informações repassadas à
imprensa e no site oficial da Prefeitura de
___________________________________
TÂNIA MORBI (Bauru). Jcnet. Ação popular pede a
paralisação imediata de obras na Praça Portugal: advogado
questiona isonomia e transparência na decisão da prefeitura,
além dos impactos gerados pelo corte de 51 árvores.
Advogado questiona isonomia e transparência na decisão da
prefeitura, além dos impactos gerados pelo corte de 51
á r v o r e s . 2 0 2 1 . D i s p o n í v e l e m :
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2092226/politica/2021/09
/acao-popular-pede-a-paralisacao-imediata-de-obras-na-
praca-portugal. Acesso em: 22 mar. 2023.
54
17/09/2021 | Meio Ambiente, Planejamento,
Gabinete
Prefeitura de Bauru
Entenda as mudanças previstas na Praça
Portugal
Os secretários municipais de Planejamento,
Nilson Ghirardello, do Meio Ambiente, Dorival
Coral e o engenheiro de trânsito da Emdurb,
Aníbal Ramalho, realizaram na manhã desta
sexta-feira, 17, entrevista coletiva para
explicar o projeto de revitalização da Praça
Portugal.
O secretário de Planejamento apresentou o
projeto original da Praça, os pareceres de
fevereiro de 2020 do Conselho do Município
de Bauru, optando pela intervenção no
sistema viário e o projeto original com todas as
intervenções que estão acontecendo,
enquanto que o engenheiro de trânsito
explicou sobre as melhorias no trânsito de
veículos e pedestres.
O secretário do Meio Ambiente falou sobre o
corte de árvores, as compensações
ambientais na própria praça e em outras áreas
na região e reforçou que todo o projeto seguiu
todos os trâmites necessários e legais para
aprovação. As áreas que receberão as novas
mudas já estão sendo preparadas para o
plantio de começa ainda este ano.
As intervenções ocorrem em um trecho
pequeno da praça.
A coletiva também contou com a presença
dos vereadores Markinho Souza, Beto
Móveis e Marcelo Afonso.
PROJETO ORIGINAL
O primeiro projeto da Praça Portugal aparece
no contexto da criação da Vila Samaritano,
em meados do século XX. O desenho da
Praça se constitui em uma maneira de ligar
uma via já implantada naquele momento,
chamada de avenida Aviação (atual Getúlio
Vargas) com a antiga avenida da Adutora
(atual Comendador José da Silva Martha), ou
seja, desde o início a Praça tinha como
característica principal, ligar dois setores já
implantados na cidade.
O atual projeto tenta recuperar a ideia original
da Praça contudo, dentro das novas normas
viárias. A ligação entre as viais inicialmente
era bastante rígida, carecendo de um curso
suave, ligando as duas avenidas (foto em
anexo). “O projeto antigo ainda previa a
divisão da Praça em quatro blocos, coisa que
tentamos evitar no projeto atual”, ressalta o
secretário de Planejamento, Nilson
Ghirardello.
55
PAISAGISMO
O paisagismo original era o clássico, com
vegetação apenas emoldurando os canteiros,
não permitindo o acesso aos canteiros e sem
árvores. Esse projeto nunca chegou a ser
executado e a Praça recebeu vegetação mais
livres com o passar do tempo. A rigor, nunca
houve um projeto de paisagismo como um
todo, sendo que a vegetação foi sendo
plantada com o passar do tempo sem um
projeto para o conjunto todo.
MONUMENTO DA COLÔNIA
PORTUGUESA
A Seplan possui outras propostas para a
reformulação viária da Praça, mas todas eram
mais drásticas, sendo que uma parte delas
previa a demolição do monumento dedicado a
colônia portuguesa, considerado o símbolo de
toda uma região, onde a colônia portuguesa
teve um papel importante em seu
desenvolvimento. Historicamente, o
monumento é o elemento de maior relevância
de todo o conjunto, situa-se, no eixo da rua Rio
Branco e pode ser visto a alguma distância.
“Esse símbolo seria retirado da praça em uma
proposta apresentada pela gestão passada”,
informa Ghirardello.
PROJETO ATUAL
A proposta atual mantém o monumento em
seu local e elimina o quarteirão 13 da rua
Vivaldo Guimarães, que faz frente a Praça,
sendo que esse quarteirão irá se transformar
em outra área verde que se agregará ao
espaço verde. A ligação entre as duas
avenidas, além de melhorar o tráfego urbano,
facilitará a travessia de pedestres, devido a
implantação de faixas e semáforos.
A rua Rubens Pagani, onde se situam os
bancos, terá sua mão invertida e passará a ter
uma quantidade menor de trânsito, pois a
ligação das avenidas será feita por outra via.
Isso acarretará uma maior facilidade de
cruzamento dessa via em direção ao
comércio da Av. Getúlio Vargas, sendo que no
futuro será possível o alargamento das
calçadas.
No geral, pode-se dizer que o novo projeto da
Praça, além de atender uma questão de
ordem viária, considera o pedestre o foco
principal. Pois o pedestre poderá cruzar as
ruas Rio Branco e Rubens Pagani de forma
mais tranquila e segura.
A rua José Fernandes, hoje pouco utilizada,
passará a ser uma acesso bastante relevante
ao centro da cidade, pois será implantado
s e m á f o r o n o c r u z a m e n t o c o m a Av.
Comendado José da Silva Martha. A melhoria
56
do sistema viário ao redor da Praça está
ligada diretamente ao empreendimento que
está sendo construído na antiga área da
Associação Luso-Brasileira, que será um
expressivo polo gerador de tráfego e todas
essas medidas são de caráter mitigatório, ao
próprio empreendimento, e que inclusive foi
aprovado pelo Grupo de Análise de
Empreendimentos (GAE) e Conselho do
Município, órgãos esses envolvidos na
aprovação de empreendimentos na cidade.
Não houve necessidade da aprovação do
Comdema, uma vez que no local não há
árvores tombadas.

“Entre as opções apresentadas como

contrapartida da empresa construtora, uma
delas focava em equipamentos para a praça e
outra focava a melhoria do sistema viário, que
hoje já se encontra com problemas de
circulação viária, com trânsito engarrafado. A
proposta atual tende a melhorar todo o fluxo
viário na região, além de fazer o espaço algo
mais bonito e agradável”, ressalta o secretário
da Seplan.

______________________________________________
BAURU. Meio Ambiente Planejamento Gabinete. Prefeitura
Municipal de Bauru. Entenda as mudanças previstas na
Praça Portugal. 2021. Disponível em:
https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=39207.
A c e s s o e m : 2 1 m a r . 2 0 2 3 .
57
17/09/2021| 96FM
96FM
Para implantação do novo sistema viário,
Praça Portugal terá interdições
Devido ao início das obras do novo sistema
viário da Praça Portugal, previsto para
começar na próxima semana, a Emdurb
divulgou que a partir das 9h, de segunda-feira
(13/09), algumas vias da região da praça
ficarão interditadas, conforme a imagem
abaixo:
O acesso da rua Rubens Pagani para a rua
Gustavo Maciel ficará fechado, bem como
meia pista do quarteirão 25 da rua Gustavo
Maciel. Os motoristas que estiverem na rua
Rubens Pagani deverão seguir pela avenida
Getúlio Vargas, fazendo o retorno na rua
Laércio Bastos Pereira, acessando a rua
Gustavo Maciel.
José da Silva Martha, deverão seguir pela rua
Gustavo Maciel, rua Júlio Maringoni, rua Rio
Branco, acessando a avenida Comendador
José da Silva Martha.
NOVO SEMÁFORO
O semáforo implantado no quarteirão 01 da
avenida Getúlio Vargas, entrará em operação
também no dia 13, tendo em vista que o
equipamento trabalhará em conjunto com o
semáforo do quarteirão 26 da rua Gustavo
Maciel. O semáforo controlará o fluxo de
veículos do cruzamento da avenida Getúlio
Vargas, rua Gustavo Maciel e rua Rubens
Pagani.
__________________________________________
96FM (Bauru). Para implantação do novo sistema viário,
Praça Portugal terá interdições. 2021. Disponível em:
https://96fmbauru.com.br/para-implantacao-do-novo-
sistema-viario -praca-portugal-tera-interdicoes. Acesso em:
21 mar. 2023.
58
17/09/2021| JCNET declarou aos manifestantes que não é
Vitor Oshiro e Samantha Ciuffa permitido mexer nos equipamentos e que não
se responsabilizaria pela segurança deles na
Praça Portugal tem protesto e coletivo praça.
acampa no local
'LEVANTE PELAS RAÍZES’
Entidades fizeram manifestação contra o corte de 51
árvores para remodelação viária Ao fim do ato, o Coletivo Ação Libertária
decidiu ocupar o espaço com um
O corte de 51 árvores na Praça Portugal, em
acampamento denominado "Levante pelas
Bauru, para a remodelação do sistema viário
Raízes". "O objetivo é conseguir chamar uma
da região segue envolto a polêmica e críticas.
audiência pública para a prefeitura começar a
No final da tarde desta quinta-feira (16),
trazer a sociedade a discutir esses projetos de
entidades foram até o local e fizeram uma
interesse social. Não discutir tudo de uma
manifestação, inclusive com o plantio de
forma centralizada, dentro da prefeitura, e
mudas. Um grupo acampou na área e
decidir pela sociedade em si", destaca
promete ficar até conseguir uma audiência
Versati.
pública para debater a questão ambiental da
cidade. Segundo ele, haverá manifestações artísticas
e o grupo pretende fazer revezamentos,
O protesto contou com membros do Coletivo
ficando acampado até conseguir uma
Ação Libertária, Apeoesp, Sinserm e Bauru
audiência pública. "A questão ambiental é a
pelo Clima, além da vereadora Estela Almagro
pauta do século. Ou a gente rediscute ou não
(PT). "Plantamos duas árvores onde está
vai haver futuro. Existem projetos nas
sendo feito o desmatamento e chamamos um
universidades para lidar com questões que
debate pra discutir a criação de um coletivo de
são hostis aos temas da natureza, mas a
atuação ambiental mais orgânica na cidade",
prefeitura não dá atenção a esses projetos
conta Matheus Versati, 26 anos, um dos
que têm interesse em conservar questões
coordenadores do Ação Libertária.
ambientais. Queremos chamar toda a
A Polícia Militar (PM) esteve presente, assim sociedade para debater isso", conclui.
como um representante da empresa que faz a
Ta m b é m f o r a m c o l o c a d a s c r u z e s
segurança da obra na Praça Portugal. Ele
simbolizando cada uma das árvores
59
derrubadas.

POLÊMICA

As obras na Praça Portugal começaram na

semana passada. Para a remodelação do
sistema viário, que vem sendo realizada como
contrapartida de um empreendimento
daquela região, foram suprimidas 51 árvores.
Na ocasião, a prefeitura disse que, como
compensação ambiental, fará o plantio de 550
mudas e também destacou que seguiu todos
os trâmites legais.

"As alterações foram discutidas com o

Conselho do Município e aprovadas na
Secretaria de Planejamento (Seplan) e
Secretaria do Meio Ambiente (Semma). As
mudanças na praça foram divulgadas ao
público no mês passado, por meio de
informações repassadas à imprensa e no site
oficial da Prefeitura de Bauru", finaliza o
Executivo municipal, em nota enviada ao JC
nesta semana.

_______________________________________________
VITOR OSHIRO (Bauru). Jcnet. Praça Portugal tem protesto
e coletivo acampa no local: entidades fizeram manifestação
contra o corte de 51 árvores para remodelação viária.
Entidades fizeram manifestação contra o corte de 51 árvores
para remodelação viária. 2021. Disponível em:
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2092052/geral/2021/09/p
raca-portugal-tem-protesto-e-coletivo-acampa-no-local.
Acesso em: 21 mar. 2023.
60
17/09/2021| Jornal Dois
Joyce Rodrigues
Manifestantes acampam na Praça
Portugal em protesto contra o corte de
mais de 50 árvores do local
Praça está ocupada desde quinta-feira, 16 de setembro;
membros da sociedade civil e movimentos sociais organizam
a manifestação
Manifestantes ocupam a Praça Portugal,
localizada no Jardim Estoril, desde a noite
desta quinta-feira (16) em protesto contra o
desmatamento de mais de 50 árvores do
local, suprimidas pela prefeitura no início de
setembro.
De acordo com os organizadores da
ocupação “Levante Pelas Raízes”, os
principais objetivos do movimento são a
realização de uma audiência pública entre a
sociedade civil e os órgãos regulamentadores
de projetos ambientais da cidade, e a defesa
da Lei do Cerrado, norma que protege os
remanescentes do bioma no Estado de São
Paulo e que corre o risco de ser flexibilizada
por um projeto de lei proposto pela Valéria
Bolsonaro (sem partido), deputada estadual,
em março de 2021, considerado um
retrocesso por ambientalistas.
Matheus Versati, membro do Coletivo Ação
Libertária, um dos grupos presentes na
ocupação, considera a questão ambiental
como a “pauta do milênio”, e opina que hoje
“existem mais ferramentas” para conectar a
sociedade com as discussões em torno do
meio-ambiente. “Estamos vivendo a maior
crise climática da história e, se as pessoas
não se engajarem agora nessa luta, não
teremos futuro para discutir essas pautas”,
declara o militante.
Na última terça-feira (14), o advogado Edilson
Marciano entrou com uma ação popular na
Justiça pedindo a paralisação das obras na
praça “até que as devidas explicações sejam
apresentadas” pela prefeita de Bauru Suéllen
Rosim (Patriota). A ação tramita na 1º Vara da
Fazenda Pública da cidade. Na noite de
quinta-feira, o 4º Promotor de Justiça de
Bauru, Luiz Eduardo Sciuli de Castro, deu um
parecer favorável à paralisação das obras.
O processo continua em andamento e
aguarda a decisão final da juíza da 1° Vara da
Fazenda Pública de Bauru, Ana Lúcia Graça
Lima Aiello. Na manhã desta sexta (17), as
obras na praça Portugal estavam paralisadas.
Ainda nesta sexta, a ocupação organiza o
“Sarau da Portugal”, com início às 20h,
reunindo artistas e apoiadores do movimento
para realizar intervenções artísticas e
culturais no local. Os acampados também
61
estão coletando doações de alimentos, itens
reutilizáveis, barracas e cobertores.

___________________________________
JOYCE RODRIGUES (Brasil). Jornal Dois. Manifestantes
acampam na Praça Portugal em protesto contra o corte de
mais de 50 árvores do local: praça está ocupada desde
quinta-feira, 16 de setembro; membros da sociedade civil e
movimentos sociais organizam a manifestação. Praça está
ocupada desde quinta-feira, 16 de setembro; membros da
sociedade civil e movimentos sociais organizam a
manifestação. 2021. Disponível em:
https://jornaldois.com.br/manifestantes-acampam-na-praca-
portugal-em-protesto-contra-o-corte-de-mais-de-50-
arvores-no-local/. Acesso em: 22 mar. 2023.
62
17/09/2021| G1
G1 Bauru Marília

Justiça concede liminar para paralisar

obras na Praça Portugal em Bauru
Segundo juíza, prefeitura deve apresentar mais
informações sobre o impacto ambiental causado pelo
projeto de revitalização.

A Justiça concedeu liminar para que as obras

na Praça Portugal, em Bauru (SP), sejam
paralisadas até uma análise mais completa
que será realizada pela Promotoria de
Habitação e Urbanismo da cidade. Na
decisão, a juíza Ana Lúcia Graça Lima Aiello
cita que a continuidade da obra sem maiores
informações sobre o impacto ambiental pode
acarretar dano irreversível ao município. No
dia 8 de setembro, foram cortadas 44 árvores
na praça em função de adequações para um
novo projeto viário para melhorias do trânsito
na região sul da cidade. A prefeitura alega que
todos os trâmites legais foram cumpridos e
que haverá uma compensação ambiental
com o plantio de outras 500 árvores em
diversos pontos da cidade. Em nota enviada à
TV TEM, a prefeitura informou que “a __________________________________________
G1 BAURU E MARÍLIA (Brasil). G1. Justiça concede liminar
Secretaria de Negócios Jurídicos acompanha para paralisar obras na Praça Portugal em Bauru: segundo
juíza, prefeitura deve apresentar mais informações sobre o
a ação popular que pede a suspensão das impacto ambiental causado pelo projeto de revitalização..
obras na Praça Portugal. Até o momento a Segundo juíza, prefeitura deve apresentar mais informações
sobre o impacto ambiental causado pelo projeto de
prefeitura de Bauru não foi notificada da revitalização.. Disponível em: Justiça concede liminar para
paralisar obras na Praça Portugal em Bauru. Acesso em: 21
decisão.” mar. 2023.
63
19/09/2021| JCNET
Viva a Praça Portugal Original! MPS -
Movimento Popular Socialista - PSB Bauru
Praça Portugal: desserviço à cidadania
A Praça Portugal é um patrimônio urbanístico,
ambiental e histórico da cidade de Bauru. Faz
parte do conjunto de referências da colônia
portuguesa, que para cá imigrou e teve
importante papel no crescimento da cidade.
Situada no Jardim Estoril, bairro homônimo da
antiga Freguesia do Estoril, na região
metropolitana de Lisboa, é o ponto de partida
da Avenida Comendador José da Silva
Martha, homenagem à um dos mais longevos
dirigentes da Associação Beneficente
Portuguesa de Bauru, responsável dentre
outros, pela fundação em 1914, do Hospital
da Beneficência Portuguesa. A poucos
metros, as referências lusitanas continuam
com o Santuário Nossa Senhora de Fátima,
com sua arquitetura modernista integrada às
áreas verdes que sucedem desde a Praça
Portugal. Por tudo isso a Praça Portugal é
mais do que uma área verde, constitui-se para
muitos bauruenses, uma legítima referência
sentimental, e até cristã, com a bela Cruz de
Portugal encimada no obelisco e a decoração
natalina de tantos anos.
Mas, infelizmente, parece que tudo isso não
faz o menor sentido para alguns dirigentes
recentemente eleitos, caso da Prefeita
Suéllen Rosim. Sem nada de relevante até o
momento para entregar à população
bauruense, nossa Prefeita parece ter
sucumbido ao chamado fácil da obra sem
dinheiro. Antes cabe uma ressalva, ninguém é
contra que a iniciativa privada faça
compensações de seus projetos com obras
viárias. Ao contrário, é uma exigência legal,
pois grandes empreendimentos trazem
alterações no trânsito, e em toda vizinhança.
O que se espera de qualquer alcaide é um
comportamento que contemple a cidade e
todos os seus moradores, e não um grupo
específico, caso da construtora e dos futuros
novos moradores das torres no antigo terreno
da Associação Luso Brasileira (outra
referência lusitana). Melhorias viárias como a
ligação entre as Avenidas Getúlio Vargas e
Comendador Martha podem e devem ser
feitas também pela desapropriação de
prédios e quadras, sem afetar a praça,
ouvindo a população.
O Movimento Popular Socialista - MPS - PSB
Bauru, repudia a forma autoritária escolhida
pela prefeita, que abdicou do protagonismo
de dialogar com a cidade enquanto
autoridade eleita, ao liderar um processo mal
64
conduzido e cheio de vícios, e que, portanto, fez surgir diversos grupos espontâneos de
não deve prosperar. coletivos entre professores, estudantes e
artistas, além dos moradores da região.
Da cidade de Lins há um caso muito parecido,
que pode ser um alento para nós bauruenses. O Acampamento Levante Pelas Raízes é
Lá também a título de revitalização da Praça outra resposta da sociedade.
Dom Bosco, o ex-prefeito Edgar de Souza
propôs praticamente a desconfiguração da
praça, o que incluía até a criação de vagas
para carros no lugar de árvores. Houve
grande controversa, e o embargo da obra pela
justiça, a partir de uma ação civil por um
advogado.

Com forte apoio da sociedade e pressão

jurídica, foi possível não apenas reverter a
destruição, mas revitalizar e restaurar uma
das praças mais belas da cidade de Lins. A
Praça foi restaurada e valorizada,
preservando o projeto original de 65 anos,
quando da sua inauguração. A chave de ouro
foi a reativação da fonte luminosa defronte à
Igreja São João Bosco, desativada havia
décadas, numa parceria entre Sabesp e
Prefeitura, que restaurou a piscina e
esculturas, bem como a troca total da parte
elétrica e hidráulica.

Nesse sentido é muito bem-vinda a ação _______________________________________________

popular proposta pelo sr. Edilson Rodrigo
Marciano. Mas a ação da Prefeitura em
conjunto com a construtora foi tão violenta que
MPS - MOVIMENTO POPULAR SOCIALISTA - PSB BAURU
(Bauru). Jcnet. Praça Portugal: desserviço à cidadania. 2021.
D i s p o n í v e l e m :
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2091817/tribuna_do_leito
r/2021/09/praca-portugal--desservico-a-cidadania. Acesso
em: 21 mar. 2023.
65
20/09/2021| LEIA NOTICIAS
De Redator Leia Noticias
Prefeitura de Bauru suspende obras na
Praça Portugal após liminar da Justiça
Administração municipal disse que ainda não
foi notificada da decisão da Justiça, mas
acompanha o processo e decidiu paralisar as
atividades no local enquanto aguarda a
notificação. Tribunal de Justiça concedeu
liminar para paralisar obras na Praça Portugal
em Bauru
A prefeitura de Bauru suspendeu as obras
viárias que estavam sendo feitas na Praça
Portugal, na zona sul da cidade nesta
segunda-feira (20).
Segundo a assessoria de imprensa da
prefeitura, o município ainda não foi notificado
da decisão da Justiça que embargou as obras
na sexta-feira (17), mas está acompanhando
o processo judicial, e por isso teve a
informação de que a juíza Ana Lúcia Graça
Aiello concedeu liminar a uma ação popular
ajuizada na semana passada, que pedia a
suspensão dos trabalhos.
Segundo a juíza, a continuidade das obras
sem a apresentação de informações
detalhadas sobre o impacto ambiental pode
gerar danos irreversíveis ao município.
Enquanto isso, a promotoria de Habitação e
Urbanismo deve fazer uma análise do caso.
A prefeitura cortou mais de 40 árvores na
Praça Portugal para implantar um novo
sistema vário. As obras são a contrapartida de
uma construtora responsável por um
empreendimento que está sendo construído
próximo ao local, e que deve aumentar o fluxo
de veículos na região.
A prefeitura alega que todos os trâmites legais
foram cumpridos e que será feita uma
compensação ambiental com o plantio de 550
mudas de árvores em vários locais da cidade.
Mas nesta manhã, mesmo sem ter sido
notificada ainda sobre a decisão da Justiça, a
prefeitura decidiu paralisar as obras e
informou que vai apresentar todos os
esclarecimentos necessários.
VÍDEOS: assista às reportagens da região
Veja mais notícias da região no G1 Bauru e
Marília.
Fonte: G1
_______________________________________________
DA REDAÇÃO. Luciana Pombo. Prefeitura de Bauru
suspende obras na Praça Portugal após liminar da Justiça.
2021. Disponível em:
https://lucianapombo.com.br/noticia/33318/prefeitura-de-
bauru-suspende-obras-na-praca-portugal-apos-liminar-da-
justica.html. Acesso em: 21 mar. 2023.
66
23/09/2021| 94FM
Gabriel Pelosi

CÂMARA APONTA QUE CONSELHO DO

MUNICÍPIO NÃO APROVOU OBRA NA
PRAÇA PORTUGAL

A reunião da Comissão de Fiscalização e

Controle da Câmara Municipal de Bauru
discutiu nesta quarta-feira o corte das 51
Foto: Gabriel Pelosi/94FM
árvores da Praça Portugal.

De acordo com a Comissão, o corte das não

teve autorização do Conselho da Cidade, do
Conselho Municipal do Meio Ambiente
(Condema) e do Conselho Municipal de
Defesa dos Animais. Não há parecer jurídico
da Secretaria de Negócios Jurídicos da
Prefeitura de Bauru e não houve Audiência
Pública para se ouvir entidades sociais e
população.

No encontro desta quarta, o secretário

municipal de Meio Ambiente Dorival Coral
admitiu ter ignorado o Condema. Lembrando
que o Conselho funciona sobre o regramento
de lei municipal que integra a estrutura da
Política Nacional do Meio Ambiente,
_______________________________________________
estabelecida por lei federal. GABRIEL PELOSI (Bauru). 94 Fm. CÂMARA APONTA QUE
CONSELHO DO MUNICÍPIO NÃO APROVOU OBRA NA
Tal lei obriga o Condema a ser ouvido e PRAÇA PORTUGAL. 2021. Disponível em:
https://94fm.com.br/camara-aponta-que-conselho-do-
consultado em projetos que impactam o meio municipio-nao-aprovou-obra-na-praca-portugal/. Acesso em:
22 mar. 2023.
ambiente.
67
25/09/2021| JCNET
De Coluna Animal
Destruição da Praça Portugal de Bauru
A Coluna Animal dessa semana vai trazer um
assunto de interesse dos animais, do meio
ambiente, do ser humano, e impacta o "bem
comum", que fora o "arboricídio" cometido na
Praça Portugal em Bauru, local histórico, bem
público, para o lazer da população, morada de
muitos pássaros que ali viviam e estavam
fazendo ninhos, pois estamos no fim do
inverno, há poucos dias da entrada da
estação mais alegre e colorida do ano, a
Primavera.
Na manhã do dia 8 de setembro, a população
de Bauru foi surpreendida com o corte de
árvores que tinham muitas décadas de vida,
árvores que foram plantadas em uma ação
que plantou 10 mil delas ao mesmo tempo, o
que resultou para a cidade de Bauru inclusão
no "Guinness Book".
A Praça Portugal é uma das mais conhecidas
de Bauru, localizada no coração da cidade,
um dos símbolos da imigração Portuguesa
para o Brasil. Assim como o Santuário Nossa
Senhora de Fátima, o nome do bairro Estoril,
onde estão localizados a praça e o Santuário,
o clube em que muitos passaram a infância e
adolescência, Luso Brasileiro, Bauru Atlético
Clube, fundado pelo português Antonio
Garcia, da loja Casa Luzitana, inicialmente
chamado de Luzitana Futebol Clube, e a
Beneficência Portuguesa, só para citar alguns
exemplos.
Logo, historicamente, a Praça Portugal é de
fato importante, chegou a ter um teleférico,
que era alegria dos fins de semana.
Nela havia também a sede do Lar Escola
Rafael Maurício e a Fábrica da Coca Cola.
Onde hoje é o Banco Itaú, havia também um
Fran's Cafe que reunia centenas de jovens
aos fins de semana, questões que fazem
parte das sociabilidades de uma cidade.
Especificamente em relação à importância
ambiental, é válido colocar que dia 21 de
setembro, é comemorado o Dia da Árvore,
porém, em Bauru, nada podemos comemorar,
afinal, pelo menos 56 indivíduos arbóreos
foram abatidos pelo Executivo Municipal na
Praça Portugal. Não eram apenas árvores,
como alguns se referem, eram, acima de tudo,
morada de pássaros em período de pré
reprodução. As espécies que foram mais
afetadas com a destruição do local, de um
ecossistema formado, foram as de Maritacas,
Pombinha Voante, Sábia Poca, Sanhaço.
Ademais, no dia 22 de Setembro comemora-
68
se o Dia Mundial da Defesa da Fauna, para
lembrarmos sobre a importância de nossa
fauna e a preservação do meio ambiente, que
impacta diretamente na vida e preservação
da vida dos animais. “O 5° Relatório Nacional
Sobre a Biodiversidade, divulgado
recentemente pelo Ministério do Meio
Ambiente, indica 104. 546 mil espécies de
animais vertebrados e invertebrados estão
sob o território nacional. Essa estatística, não
apenas confirma que o Brasil possui as
maiores biodiversidades do Planeta, e nos
convida a refletir sobre a necessidade de
conter desmatamento, o tráfico de animais e
outros fatores, como arboricídios, igual o que
aconteceu em Bauru, que como apontamos
acima, comprometam a sobrevivência das
espécies. (fonte site G1 do dia 22.09. 2021).
O meio ambiente é o tema "bola da vez",
porque toda vida, seja humana ou animal,
depende do meio ambiente preservado para
sadia qualidade de vida, não somente para as
atuais, mas também para as futuras
gerações. Estamos enfrentando, em nível
mundial, crise hídrica, extinção de espécies
de animais e plantas. Em nossa cidade não é
diferente, já estamos convivendo com rodízio
de abastecimento de água em nossas casas,
clima quente, seco. No último encontro da
ONU, realizado neste mês, a questão do meio
ambiente foi um dos principais assuntos
debatidos por líderes mundiais.
Meio ambiente e progresso, podem sim andar
lado a lado, não são antagônicos, toda ação
que envolve o meio ambiente, uma vez que
destruído, leva décadas para se regenerar,
deve ser levado ao conhecimento de toda a
sociedade, amplamente divulgado e
discutido, ou seja, dar publicidade para que
todos possam discutir e chegar a uma solução
que não impacte o meio ambiente, é
obrigação moral e legal, já que, frisamos,
animais e humanos dependem do meio
ambiente ecologicamente equilibrado para ter
uma vida saudável. Segundo o artigo 225 da
Constituição Federal de 1988 "todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações". Lembrando que o
legislador constitucional quando dispôs que
“todos” têm o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado incluiu os
animais, que são alvo de proteção
Constitucional, Constituição democrata, do
povo e para o povo.
É momento de se repensar a relação que
69
estabelecemos com o meio ambiente e os
animais, pois já estamos sentindo todos os
prejuízos da falta de consideração com o
tema. Basta! O meio ambiente e os animais
devem ser respeitados.

Thaís Viotto

Presidente do Conselho Municipal de

Proteção e Defesa Animal (COMUPDA) e da
Comissão de Proteção e Defesa Animal da
OAB Bauru.
Email: comupda@gmail.com

www.facebook.com/comupda. bauru

_______________________________________________
JCNET (Bauru). Destruição da Praça Portugal de Bauru.
2021. Disponível em:
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2091247/coluna-
animal/2021/09/destruicao-da-praca-portugal-de-bauru.
Acesso em: 21 mar. 2023.
70
27/09/2021| 94FM
De Luiz Beltramin
JUSTIÇA DETERMINA A RETOMADA DAS
OBRAS NA PRAÇA PORTUGAL
Foi revogada nesta segunda-feira (27/09) a
suspensão das obras na praça Portugal. As
intervenções viárias haviam sido paralisadas
diante concessão de medida liminar, pela
juíza Ana Graça Lima Aiello, da primeira Vara
da Fazenda Pública de Bauru, no último dia
17 de setembro. A decisão anterior era
embasada pela supressão de 55 árvores do
local.
também ao final das obras. O município ainda
não se manifestou sobre a decisão e
respectiva retomada das intervenções viárias
na praça Portugal.
Em nota, a prefeitura de Bauru informou que
tomou conhecimento da decisão da Justiça
que revoga a liminar que suspendeu as obras
na Praça Portugal. O Jurídico da prefeitura vai
aguardar a publicação da decisão no Diário
da Justiça Eletrônico (DJE) para que as obras
sejam retomadas conforme o previsto.

Nesta segunda-feira, a mesma magistrada

acolheu os argumentos da prefeitura de que
haverá o replantio de outras 540 árvores,
além de autorizações obtidas pelo município,
entre elas da própria Secretaria Municipal do
Meio Ambiente. A necessidade de medidas
urgentes para melhorias viárias no local
também foi levada em consideração pela
juíza.

No entanto, ressaltou a magistrada na

sentença que determina a revogação da
medida liminar, que, em caso de impactos
estéticos na praça, os mesmos serão
verificados ao final das intervenções, com a
possibilidade de condenação da prefeitura,
___________________________________
LUIZ BELTRAMIN (Bauru). 94Fm. JUSTIÇA DETERMINA A
RETOMADA DAS OBRAS NA PRAÇA PORTUGAL. 2021.
Disponível em: https://94fm.com.br/justica-determina-a-
retomada-das-obras-na-praca-portugal/. Acesso em: 21 mar.
2023.
71
28/09/2021| JCNET
Bruno Freitas
Urbanista destaca que parque poderia ter
sido melhor solução na Praça Portugal
Professor da Unesp reconhece que situação na qual o
trânsito se encontrava não era o ideal, mas mudança
não é satisfatória
O projeto viário que impactou a Praça
Portugal segue sendo debatido em Bauru,
mesmo que isso não tenha sido feito com a
devido antecedência, reclamam especialistas
e cidadãos. O próprio Poder Público
reconhece que deveria ter detalhado mais o
projeto à sociedade antes do início das obras
que suprimiram 51 árvores. O urbanista
Adalberto Retto Junior, professor do
Departamento de Arquitetura e Urbanismo da
Unesp de Bauru, que inclusive reside a
poucos metros do local, reconhece que a
situação na qual a praça se encontrava não
era a ideal, do ponto de vista do trânsito,
porém, a mudança com o atual projeto
implantado não é satisfatório, além de ter
gerado grande mal-estar na cidade.
O professor também é coordenador do curso
de Especialização Internacional
Planejamento Urbano e Políticas Públicas:
urbanismo, paisagem, território. Adalberto
Retto Junior, assim como outro especialista
da área, o professor José Xaides Sampaio,
compartilha da hipótese de que uma das
soluções mais viáveis e menos agressivas ao
meio ambiente local seria o conceito de praça-
parque, que otimizaria o lazer público.
A avenida Comendador José da Silva Martha,
para quem sobe no sentido à avenida Getúlio
Vargas, se depara com uma bifurcação antes
de chegar na área da quadra poliesportiva da
Praça Portugal. A pista da direita (de quem
sobe), a Rubens Pagani, é muito acionada,
mas a da esquerda tem pouco fluxo. A
hipótese seria incorporar essa rua da
esquerda à praça, alargando o espaço de
lazer e implantando mais verde, com árvores,
espaço para caminhada, corrida e área para
passear com animais domésticos", comenta
Adalberto Retto Junior.
Ele recorda que a Praça Portugal é muito
utilizada para esportes e que poderia ser
ainda mais. "Os jovens ficam até três horas da
manhã jogando basquete ou futebol (futsal)",
cita.
HIPÓTESE
Esta hipótese de praça-parque, segundo ele,
apontada como opção mais qualitativa, seria
também a solução mais barata, além de não
polarizar a discussão. Neste modelo
72
analisado pelo urbanista, a área teria seu
conceito potencializado e atenderia mais
demandas, não só as passagens de veículos.
O professor e urbanista acrescenta que a
área de passagem de pedestres que corta a
Praça Portugal, na qual já não existiam
árvores, poderia ter sido utilizada para fazer
ali uma rua para desafogar o trânsito. Ainda
segundo ele, outras possibilidades que
possibilitariam minimizar o estrago feito com
relação à supressão de 51 árvores eram de a
curva que contorna a praça, a partir da quadra
25 da Gustavo Maciel, ser mais próxima ao
poço do DAE, deixando de ser em 90 graus,
passando a ser um pouco mais curvilínea.
Mas não tão grande quanto o modelo atual
que invade significativamente a Praça
Portugal. E evitando ali, de acordo com Retto,
a mini-pracinha proposta pela prefeitura, que
não tem muita utilidade.
"A análise que fazemos da área é em vista a
modificação para melhoria da fluidez do
tráfego, em função da densificação, mas que
não impactasse tanto outras funções do local.
A Praça Portugal, por anos, é um espaço
também para eventos, principalmente de
Natal, mas também de exposições e feiras.
Então o desenho atual apresentado pela
prefeitura privilegia os automóveis. Ele peca
pelo desmatamento para pouca solução",
reitera o urbanista.
Ele frisa que acredita na construção de um
desenho coletivo da cidade pública.
FALTOU CONSULTA
Adalberto Retto Junior atribui ainda ao grande
ruído existente acerca desta questão o fato de
o Poder Público não consultar a sociedade
para avaliar um projeto urbano dessa
envergadura. Tanto consulta pública quanto
técnica. "Esta é uma das sete praças que
possuem importância simbólica, com nomes
homenageando nações imigrantes, e
apontam para direções de crescimento da
cidade", recorda.
ENXURRADA
Outro detalhe que o projeto atual da prefeitura
não demonstrou se preocupar, de acordo com
Adalberto Retto Junior, seria a criação de
jardins de chuva, para contornar os pontos de
enxurradas que colocam em risco pedestres,
ciclistas e motociclistas no trecho de esquina
da árvore seringueira, entre a Getúlio e a
Gustavo Maciel.
73
_______________________________________________
BRUNO FREITAS (Bauru). Jcnet. Urbanista destaca que
parque poderia ter sido melhor solução na Praça Portugal.
2021. Disponível em:
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2091451/geral/2021/09/
urbanista-destaca-que-parque-poderia-ter-sido-melhor-
solucao-na-praca-portugal. Acesso em: 21 mar. 2023.
74
14/10/2021| JORNAL DOIS
Por Michel Amâncio
Edição Bibiana Garrido
Como o desmatamento influencia no clima
bauruense – e por que a Praça Portugal
está no centro desse debate
A ocupação da praça depois do corte de parte
das árvores por determinação da prefeitura
levantou o debate sobre a conservação
ambiental; o Jornal Dois conversou com
especialistas para entender como o
desmatamento impacta no clima e na oferta
de água em Bauru
Praça Portugal depois do corte das árvores pela prefeitura;
retirada de vegetação pode afetar o microclima do entorno
(Foto: Michel Amâncio/Jornal Dois)
A ação da Prefeitura de Bauru de retirada de
54 árvores da Praça Portugal no dia 8 de
setembro chamou a atenção de diferentes
setores da sociedade bauruense:
ambientalistas, urbanistas e especialistas em
clima e meio ambiente criticaram o poder
público pela medida, que tinha como objetivo
l i g a r a s a v e n i d a s G e t ú l i o Va r g a s e
Comendador José da Silva Martha retirando
uma parte da praça.
Em protesto, ativistas ambientais e militantes
ocuparam a Praça Portugal entre os dias 16 e
19 do mesmo mês como forma de levantar o
debate público sobre o desmatamento. No
terceiro dia do acampamento “Levante Pelas
Raízes”, indígenas da aldeia Tereguá
realizaram uma roda de conversa no local,
evento que contou com a presença de
Priscilla Teles de Oliveira, meteorologista do
Instituto de Pesquisas Meteorológicas
(IPMet) e professora da Universidade
Estadual Paulista (Unesp).
Priscilla é especialista em mudança climática
e conversou com o Jornal Dois sobre o
impacto do desmatamento no clima
bauruense. A professora disse ter ido ao
evento na praça por ser contra a ação da
prefeitura, que caracterizou como
“insensível”, e porque considera que “poucos
meteorologistas são chamados para falar
sobre meio ambiente”.
A pesquisadora, que também é ativista do
coletivo Comitê pelo Clima – Bauru, explicou
que há uma “grande diferença” entre um solo
coberto por vegetação e outro desmatado:
75
“Num local com plantas, a temperatura é mais
agradável pelo fato delas refletirem melhor a
energia solar e devido à evapotranspiração”.
Já em ambientes em que predominam o
asfalto e o concreto, “há uma absorção de
quase toda a energia solar”. Priscilla
exemplificou: “Se você passa no centro da
cidade uma da tarde, é impossível andar
descalço no asfalto por causa dessa
absorção”. Quanto mais energia solar for
absorvida pelo solo, maior vai ser a liberação
de calor para a atmosfera, o que eleva a
temperatura do ambiente, explica a
pesquisadora.
Ela ressalta que a alteração na temperatura
local não é a única consequência do
desmatamento em uma região. Uma área
arborizada tem grande capacidade de
absorção de água, “porque as raízes fazem
com que a chuva infiltre no solo”. Essa
infiltração é indispensável para o
abastecimento dos aquíferos, que é de onde
vem a água dos poços explorados pelo
Departamento de Água e Esgoto (DAE).
Vale ressaltar que o município vive uma crise
hídrica pelo menos desde 2013 e que o uso
desenfreado dos poços, sem o devido tempo
para reabastecimento dos aquíferos, pode
tornar a captação de água do subsolo inviável
até 2034, como apontado por reportagem do
J2.
Priscilla lembra que “se a gente tem um solo
nu, só com terra, a água vai escoar, já que são
as raízes que afofam o solo e fazem ele
absorver mais”. E o problema tende a piorar
se a superfície for impermeabilizada: “Se tiver
muito asfalto, isso vai intensificar as
inundações, como as que acontecem sempre
aqui na Nações, que é uma avenida que ainda
tem o agravante de ter sido construída no
local do rio”.
Ao ser questionada sobre as consequências
da retirada das árvores da Praça Portugal, a
pesquisadora afirmou que, do ponto de vista
do clima de Bauru, provavelmente “não vai ter
impacto climático”, já que aquela é uma área
pequena em comparação ao município. Mas
pontuou que deve haver um “maior impacto
no microclima, em relação ao conforto térmico
daquela região”.
“Conforto térmico é um estado total de bem-
estar físico e mental que expressa satisfação
com o ambiente térmico ao seu redor”, de
acordo com o Laboratório de Eficiência
Energética da Universidade Federal de Santa
Catarina.
De acordo com José Xaides, professor do
curso de Arquitetura e Urbanismo na Unesp
76
em Bauru, a Prefeitura Municipal poderia ter
implementado uma alternativa mais “saudável
e sustentável” na zona sul, que favorecesse “o
pedestre, o uso maior de bicicletas e outros
transportes alternativos em detrimento dos
automóveis”.
Um estudo de 2012, das arquitetas Carla
Cristina Amaral e Maria Solange Gurgel de
Castro, demonstra o impacto do “intenso uso
de veículos motorizados nos corredores
urbanos” em Bauru, que “degradam o
ambiente e, consequentemente, a qualidade
de vida dos pedestres”, de acordo com as
autoras.
com o estudo, “Bauru é termicamente menos
confortável do que a cidade de São Paulo”
devido a uma série de fatores naturais locais.
Bauru está localizada numa região
naturalmente quente e seca do estado, por
isso o risco de aumento da temperatura local
– e consequentemente maior desconforto
térmico – pode ser agravado com o
desmatamento de regiões arborizadas.

As pesquisadoras calcularam o índice de

conforto térmico na avenida Rodrigues Alves
e concluíram que “as condições de tempo
quente são as mais críticas” para os pedestres
que circulam pela região central da cidade.
Além da alta temperatura, o trabalho destaca
Imagens da Praça Portugal antes e depois do corte das
os baixos índices de umidade relativa do ar, árvores. Com certeza as pessoas que vivem lá no entorno
devem ter percebido uma temperatura mais alta. Ali em volta
que também piorou o conforto térmico das da praça já é bem perceptível essa mudança. Afirmou
pessoas. Priscilla. (Imagem: reprodução/facebook)

Priscilla destacou que, apesar de não

Em outra pesquisa envolvendo o município,
acreditar que o corte das árvores da praça
publicada em 2017, as pesquisadoras Marina
altere todo o clima bauruense, se “a gente vai
Piacenti da Silva e Fernanda Rodrigues Diniz
cortando a vegetação de pouquinho em
e o pesquisador Gustavo Santos Miranda
pouquinho, no final dá uma diferença
compararam os índices de conforto térmico
drástica”. O bioma do Cerrado, que já
das cidades de Bauru e São Paulo. De acordo
77
representou 14% do estado de São Paulo,
hoje ocupa menos de 1% de todo o território,
como consequência do desmatamento
gradual desde o século passado.
Como já publicado pelo J2, desse restante de
vegetação preservada do Cerrado em
território paulista, Bauru, Agudos e
Pederneiras concentram a maior parte. Entre
os fatores de importância do bioma está o fato
de que oito das 12 bacias hidrográficas do
Brasil nascem no Cerrado. Seu solo poroso,
graças às raízes profundas da sua vegetação,
faz com que o local seja a fonte de recarga de
aquíferos que abastecem grande parte do
país.
Ainda sobre a praça
O ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSDB)
defendeu a conservação da vegetação da
Praça Portugal e criticou a ação de
desmatamento por parte da prefeitura. Ao J2,
Gazzetta disse que “talvez tenha sido um erro
a gente não tombar todas aquelas árvores”,
em referência ao período em que esteve à
frente da gestão municipal.
Ele também afirmou nunca ter imaginado “que
algum dia essa obra pudesse acontecer”, e
que não esperava “que alguém em sã
consciência podia fazer algo assim”. O ex-
prefeito disse ter acreditado que “a Praça
Portugal, assim como o Bosque da
Comunidade, ficaria preservada para as
gerações futuras de Bauru”.
Suéllen Rosim (Patriota) reforçou que “Bauru
precisa se desenvolver”, discurso que vem
sendo repetido desde a sua campanha
eleitoral em 2020. A prefeita afirmou que, para
interligar as avenidas Getúlio Vargas e
Comendador José da Silva Martha, “não tem
outro jeito, a não ser suprimir essas árvores”.
Da esquerda para a direita: Diogo Zopone, diretor da
empresa responsável pelo projeto de interligação viária que
atravessa a Praça Portugal; o secretário de Planejamento,
Nilson Ghirardello; e a prefeita Suéllen Rosim. Encontro
aconteceu em agosto deste ano (Imagem:
Reprodução/Prefeitura de Bauru)
______________________________________________
MICHEL AMÂNCIO (Bauru). Jornal Dois. Como o
desmatamento influencia no clima bauruense – e por que a
Praça Portugal está no centro desse debate: a ocupação da
praça depois do corte de parte das árvores por determinação
da prefeitura levantou o debate sobre a conservação
ambiental; o jornal dois conversou com especialistas para
entender como o desmatamento impacta no clima e na oferta
de água em bauru. A ocupação da praça depois do corte de
parte das árvores por determinação da prefeitura levantou o
debate sobre a conservação ambiental; o Jornal Dois
conversou com especialistas para entender como o
desmatamento impacta no clima e na oferta de água em
Bauru. 2021. Disponível em: https://jornaldois.com.br/como-
o-desmatamento-influencia-no-clima-bauruense-praca-
portugal/. Acesso em: 23 mar. 2023.
78
29/10/2021| 96FM

Região da Praça Portugal terá interdições

nos próximos dias

Devido às obras do novo sistema viário da

Praça Portugal, a Emdurb realizará algumas
interdições na região da praça:

30/10 (sábado): Das 7 às 16h, o acesso da

Rua Gustavo Maciel para a Avenida Getúlio
Vargas estará interditado, sendo permitido
somente o retorno;

01 e 03/11 (segunda e quarta-feira): Das 7 às

17h, o acesso da Rua Gustavo Maciel para a
Avenida Getúlio Vargas estará interditado,
sendo permitido somente o retorno;

03/11 (quarta-feira): Das 7 às 17h, interdição

no quarteirão 05 da Rua Rubens Pagani;

04/11 (quinta-feira): Das 7 às 17h, fechamento

de uma faixa de rolamento do quarteirão 01 da
Avenida Getúlio Vargas, sentido centro.

De acordo com a Emdurb, o GOT

acompanhará as interdições, organizando o
trânsito para a realização do serviço.

___________________________________
96FM (Bauru). Região da Praça Portugal terá interdições nos
próximos dias. 2021. Disponível em:
https://96fmbauru.com.br/regiao-da-praca-portugal-tera-
interdicoes-nos-proximos-dias. Acesso em: 23 mar. 2023.
79
01/11/2021| 96FM
Av. Getúlio Vargas e região da Praça
Portugal seguem com interdições
Neste semana, continuam as interdições para
recape na Avenida Getúlio Vargas e também
no entorno da Praça Portugal para as obras
do novo sistema viário.
Na região da Praça Portugal, nos próximos
dias, as interdições são as seguintes:
02 a 05/11: Das 7 às 17h, o acesso da rua
Gustavo Maciel para a avenida Getúlio
Vargas estará interditado, sendo permitido
somente o retorno.
03 a 16/11: A partir das 7h, até finalização da
obra no dia 16/11, interdição no quarteirão 05
da rua Rubens Pagani. Os veículos que
estiverem nas ruas Rio Branco e Rubens
Pagani seguirão pela rua Rio Branco, sentido
zona sul.
04/11: Das 7 às 17h, fechamento de uma faixa
de rolamento do quarteirão 01 da Getúlio
Vargas, sentido centro.
Na Avenida Getúlio Vargas, na quarta-feira
(03/11), a partir das 7h30, serão interditados
os quarteirões 15, 16, 17 e 18, sentido centro
– bairro, para a realização de serviços de
recape. Para quem estiver transitando pela
avenida Getúlio Vargas, sentido centro-bairro,
ao chegar no quarteirão 14, o fluxo de veículos
será desviado para a rua Aviador José de
Barros Silva. Estando na rua Aviador José de
Barros Silva, o motorista terá a opção de
seguir pela rua Moysés Leme da Silva, rua
Clóvis Barreto Melchert, voltando para a
avenida Getúlio Vargas na altura do
quarteirão 19, ou manter-se na rua Moysés
Leme da Silva, sentido zona Sul.
Até que seja concluído o serviço de recape da
Getúlio Vargas, a Emdurb pede compreensão
dos motoristas e que os mesmos obedeçam a
sinalização das vias por onde acontecem os
desvios.
O GOT – Grupo de Operações de Trânsito
acompanhará as duas interdições,
organizando o trânsito para a realização do
serviço.
___________________________________
96FM (Bauru). Região da Praça Portugal terá interdições nos
próximos dias. 2021. Disponível em:
https://96fmbauru.com.br/regiao-da-praca-portugal-tera-
interdicoes-nos-proximos-dias. Acesso em: 23 mar. 2023.
80
05/11/2021| Meio Ambiente
Prefeitura de Bauru

Praça Portugal recebe plantio de

palmeiras

A Secretaria do Meio Ambiente iniciou nesta

quinta-feira, 4, o plantio de palmeiras
imperiais no novo canteiro central da Praça
Portugal. As palmeiras são ornamentais, e
não fazem parte da compensação ambiental,
que será feita em outros pontos da praça e
áreas da região.

Servidores da Divisão de Praças e Áreas

Verdes estão plantadas 13 palmeiras
imperiais, que tem entre 3 e 4 metros de
altura, no novo trecho da via que liga as
avenidas Getúlio Vargas e Comendador José
da Silva Martha, que está sendo construído
por uma empresa como contrapartida de um
empreendimento no entorno.

A Divisão de Construção da Secretaria de

Obras também está trabalhando na Praça
Portugal. A equipe está reconstruindo os
passeios públicos e passarelas, que antes
eram de asfalto e passam a ser de concreto.

81
___________________________________
BAURU. Meio Ambiente. Prefeitura Municipal de Bauru.
Praça Portugal recebe plantio de palmeiras. 2021. Disponível
em: https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=39505.
Acesso em: 23 mar. 2023.
82
05/11/2021| G1
G1 Bauru e Marília
Após 3 meses de obras e polêmicas, Praça
Portugal terá tráfego liberado neste
sábado em Bauru
Obra chegou a ser suspensa por liminar da Justiça que
questionou impacto ambiental e corte de mais de 40
árvores; liberação no entorno será parcial, com alguns
semáforos entrando em operação.
A Prefeitura de Bauru (SP) anunciou no fim da
tarde desta sexta-feira (19) que vai liberar
parcialmente o tráfego de veículos no entorno
da Praça Portugal. A liberação está marcada
para as 8h deste neste sábado (20).
A nova ligação entre as avenidas
Comendador José da Silva Martha e Getúlio
Vargas será liberada para o trânsito, assim
como o acesso da rua Gustavo Maciel. O
semáforo da Rua Rio Branco com a Avenida
Comendador Martha, na rotatória, também vai
entrar em operação.
As intervenções no entorno da Praça
Portugal, realizadas por uma empreiteira
como contrapartida de um empreendimento
da região sul da cidade, foram marcadas
desde o início por muita polêmica.
No dia 17 de agosto, a Justiça concedeu
liminar para que as obras fossem paralisadas
até uma análise mais completa por parte da
Promotoria de Habitação e Urbanismo da
cidade.
Na decisão, a juíza Ana Lúcia Graça Lima
Aiello citou que a continuidade da obra sem
mais informações sobre o impacto ambiental
poderia acarretar dano irreversível ao
município, em função do corte de mais de 40
árvores feito dias antes.
No dia 27 de setembro, a Justiça autorizou a
retomada das obras depois que a prefeitura
alegou que todos os trâmites legais foram
cumpridos e que será feita uma compensação
ambiental com o plantio de 550 mudas de
árvores em vários locais da cidade. A
prefeitura informa que as obras no
paisagismo da praça ainda seguem, assim
como a implantação de iluminação,
acessibilidade e melhorias no sistema viário.
Por isso, a liberação por enquanto é apenas
para o tráfego de veículos no trecho já
finalizado, permitindo melhoria na mobilidade
de motoristas e pedestres. A conclusão das
obras deve ocorrer até dezembro, diz a
prefeitura.
COMO FICA?
L i b e r a ç ã o d a v i a l i g a n d o a Av e n i d a
Comendador José da Silva Martha para a
Avenida Getúlio Vargas.
83
Entra em operação o conjunto de semáforos
da Rua Rio Branco com a Avenida
Comendador José da Silva Martha (rotatória
da praça).
A quadra 5 da rua Rubens Pagani (entre as
ruas Rio Branco e Gustavo Maciel) continuará
interditada, até que sejam finalizadas as
obras na praça.
Outras mudanças vão ocorrer na Rua Rubens
Pagani e na Rua José Fernandes até a
conclusão das obras.
Após dois meses de obras e polêmicas, Praça Portugal terá
tráfego liberado neste sábado em Bauru — Foto: Prefeitura
de Bauru/Divulgação
Após dois meses de obras e polêmicas, Praça Portugal terá
tráfego liberado neste sábado em Bauru — Foto: Prefeitura
de Bauru/Divulgação
___________________________________
G1 BAURU E MARÍLIA (Brasil). G1. Após 3 meses de obras e
polêmicas, Praça Portugal terá tráfego liberado neste sábado
em Bauru: obra chegou a ser suspensa por liminar da justiça
que questionou impacto ambiental e corte de mais de 40
árvores; liberação no entorno será parcial, com alguns
semáforos entrando em operação.. Obra chegou a ser
suspensa por liminar da Justiça que questionou impacto
ambiental e corte de mais de 40 árvores; liberação no entorno
será parcial, com alguns semáforos entrando em operação..
2021. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/bauru-
marilia/noticia/2021/11/19/apos-3-meses-de-obras-e-
polemicas-praca-portugal-tera-trafego-liberado-neste-
sabado-em-bauru.ghtml. Acesso em: 23 mar. 2023.
84
20/11/2021| G1
G1 Bauru e Marília
Liberado o tráfego parcial de veículos no
entorno da Praça Portugal
A Prefeitura de Bauru liberou parcialmente
neste sábado (20) o tráfego de veículos no
entorno da Praça Portugal. A nova ligação
entre as avenidas Comendador José da Silva
Martha e Getúlio Vargas foi liberada para o
trânsito, assim como o acesso da rua Gustavo
Maciel. O semáforo da rua Rio Branco com a
avenida Comendador Martha, na rotatória,
entrou em operação.
O quarteirão 5 da rua Rubens Pagani, entre
as ruas Rio Branco e Gustavo Maciel, segue
interditado, pois ainda recebe intervenções.
Outras melhorias para o tráfego ainda
seguirão nos próximos dias, na rua Rubens
Pagani e entre a rua José Fernandes e a
avenida Comendador Martha. As obras foram
realizadas pela Zopone Engenharia, como
contrapartida de um empreendimento da
região, com o apoio de diversas secretarias da
prefeitura e Emdurb. Os trabalhos
começaram há dois meses.
A prefeita Suéllen Rosim agradeceu o
empenho da empresa e dos servidores da
prefeitura que atuaram na obra, e citou que as
melhorias continuam, e assim que forem
concluídas, a praça vai ser entregue
oficialmente.
A prefeitura lembra que as obras no
paisagismo da praça ainda seguem, assim
como a implantação de iluminação,
acessibilidade e melhorias no sistema viário,
portanto a liberação por enquanto é apenas
para o tráfego de veículos no trecho já
finalizado, permitindo melhoria na mobilidade
de motoristas e pedestres. A conclusão das
obras deve ocorrer até o mês que vem.
Ainda neste sábado, foram plantadas 45
mudas de árvores na Praça Portugal e 75
árvores perto da linha férrea, como parte da
compensação ambiental pelas obras.
Também já tinham sido plantadas 13 mudas
palmeira no novo trecho liberado.
O trânsito foi parcialmente liberado neste
sábado para permitir que os motoristas se
adaptem entre o sábado e domingo (21), e as
85
alterações são permanentes, com
possibilidade de ajustes, se necessário. A
Emdurb, por meio do GOT, acompanhou a
liberação e vai monitorar o tráfego de
veículos, e pede a atenção de todos os
usuários do novo trecho, até porque mais
alterações seguem em andamento nesta
região do município para melhorar o tráfego
de veículos.

COMO FICA O SISTEMA VIÁRIO

A partir deste sábado

-Liberação da via ligando a avenida

Comendador José da Silva Martha para a
avenida Getúlio Vargas

Entra em operação o conjunto semafórico da

rua Rio Branco com a avenida Comendador
José da Silva Martha (rotatória da praça)

Seguem em obras

– O quarteirão 5 da rua Rubens Pagani (entre

as ruas Rio Branco e Gustavo Maciel)
continuará interditado, até que sejam
finalizadas as obras na praça. Outras
mudanças vão ocorrer na rua Rubens Pagani
e na rua José Fernandes até a conclusão das
obras. _______________________________________________
BRUNA. Revista Atenção. Liberado o tráfego parcial de
veículos no entorno da Praça Portugal. 2021. Disponível em:
https://revistaatencao.com.br/liberado-o-trafego-parcial-de-
veiculos-no-entorno-da-praca-portugal/. Acesso em: 23 mar.
2023.
86
20/11/2021| Social Bauru
Facebook Social Bauru

Nova Praça Portugal, praticamente finalizada,

em um registro feito nessa sexta (19) pelo
fotos Jonas Rodrigues da Prefeitura de Bauru
O tráfego de veículos foi liberado
parcialmente neste sábado (20).

A nova ligação entre as avenidas

Comendador José da Silva Martha e Getúlio
Vargas foi liberada para o trânsito, assim
como o acesso da rua Gustavo Maciel. O
semáforo da rua Rio Branco com a avenida
Comendador Martha, na rotatória, entrou em
operação.

O quarteirão 5 da rua Rubens Pagani, entre as

ruas Rio Branco e Gustavo Maciel, segue
interditado, pois ainda recebe intervenções.
Outras melhorias para o tráfego ainda
seguirão nos próximos dias, na rua Rubens
Pagani e entre a rua José Fernandes e a
avenida Comendador Martha.

Fonte: Assessoria de Comunicação Prefeitura

de Bauru

_______________________________________________
SOCIAL BAURU (Bauru). Nova Praça Portugal. Bauru, 20
nov. 2021. Facebook: @socialbauru. Disponível em:
https://www.facebook.com/socialbauru/posts/46991922968
11336/. Acesso em: 23 mar. 2023.
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04/12/2021| Cultura
Prefeitura Municipal de Bauru
Abertura da Casinha do Papai Noel e
apresentação da Orquestra Sinfônica
Municipal acontecem neste domingo
A solenidade de abertura da Casinha do Papai
Noel do Natal Tamanho Família e a
apresentação da Orquestra Sinfônica
Municipal de Bauru acontecem neste
domingo (5), às 19h, na Praça Portugal.
A visitação da Casinha estará aberta de 5 a 23
de dezembro, com horário de funcionamento
das 19h às 22h, diariamente. A visitação conta
com outras atrações como o minitrenó
rebocado por uma trimoto fusca e o passeio
de trenzinho, com novo local de embarque e
desembarque. Também terão apresentações
musicais de bandas e outros artistas ao longo
do período de funcionamento. A Casinha e a
praça permanecem iluminadas até o dia 3 de
janeiro.
ORQUESTRA SINFÔNICA DE BAURU
A apresentação da Orquestra Sinfônica conta
com a regência de Paulo Marcos Gomes
Pereira e irá apresentar o seguinte repertório:
A JoyFul Christmas – Based on Joy to the
World – Arr. Victor Lopez (Orquestra de
cordas); There’s Christmas in the Air –
Featuring I’II Be Home for Christmas, Frosty
The Snowman, Have Yourself A Merry Light
Christmas and Santa Claus Is Coming to
Town; O Holy Night – Adolphe Charles Adam –
Arr. Calvin Custer; Roses de Noel – Emile
Waldteufel – Arr. Jerry Brubaker; Christmas
Eve/Sarajevo – Song of the Bells – Paul
O’neill and Robert Kinkel – Arr. Bob Philips;
Christmas in the Caribbean – Featuring O
Tannenbaum – Arr. Victor Lopes (Orquestra
de Cordas); Classic Christmas Carols –
Featuring God Rest Ye Merry, Gentlemen,
Away in a Manger and Deck the Halls – Arr.
Jack Bullock; We Wish You A Merry Christmas
– Arr. Jerry Brubaker; Holiday Mash-Up –
Featuring Have Yourself A Merry Light
Christmas and Jingle Bells Rock; e Silent
Night – Franz Gruber – Arr. Jeffrey E. Turner.
A Orquestra Sinfônica Municipal de Bauru,
mantida pela Secretaria Municipal de Cultura,
já possui 17 anos de trabalho e se tornou uma
referência musical na cidade. Formada por 70
componentes, os alunos possuem uma bolsa
para estudo musical de segunda a sexta.
Durante dez anos, o Automóvel Clube de
Bauru foi a sede da Orquestra e da Banda. De
abril de 2017 a novembro de 2020, a Estação
Ferroviária abrigou as corporações musicais,
e em dezembro de 2020, ambas se mudaram
para uma sede própria temporária, na Rua
88
Saint Martin, onde estão em atividade. mostrando o quanto união das pessoas pode
realizar.
Regida por Paulo Marcos Gomes Pereira
desde sua criação, a Orquestra sempre
executa peças com excelência e
compromisso perante o público. Atrelando o
erudito com o popular e, em especial, as
composições para Orquestra Sinfônica, seu
repertório consegue atingir públicos variados
e despertar a sensibilidade musical em
crianças, adolescentes e adultos.

Os músicos, com idade a partir de 11 anos,

são divididos em instrumentos de cordas
como violino, viola, violoncelo e contrabaixo,
além da percussão e metais. Ao longo desses
17 anos, a Orquestra Sinfônica Municipal de
Bauru já participou de mais de quinhentas
apresentações públicas.

NATAL TAMANHO FAMÍLIA

O Natal Tamanho Família é uma realização do

Projeto Cidade Promoções e Eventos e conta
com o apoio da Prefeitura Municipal de Bauru.
A Casinha do Papai Noel, na Praça Portugal,
recepciona o público há 19 anos. O tema
deste ano foca na esperança da retomada,
com o slogan: O novo futuro é o melhor
_______________________________________________
presente, inspirado na solidariedade e no CULTURA (Bauru). Prefeitura Municipal de Bauru. Abertura
da Casinha do Papai Noel e apresentação da Orquestra
amor cristão. Dezenas de empresas, Sinfônica Municipal acontecem neste domingo. 2021.
Disponível em:
instituições e mais de uma centena de https://www2.bauru.sp.gov.br/materia.aspx?n=39720.
Acesso em: 23 mar. 2023.
pessoas que se envolvem nesse trabalho,
89
15/02/2022| Bruno Freitas
Prefeitura Municipal de Bauru
Comerciantes reclamam que rota da Praça
Portugal causa prejuízos na Gustavo
Maciel
Impacto é sentido por empresários que estão situados ali há
anos e queda nas vendas foi de até 40% em janeiro
Desde o dia 20 de novembro, o novo desenho
viário da Praça Portugal passou a ser
utilizado pelos bauruenses e ainda divide
opiniões. A mudança no trânsito gerou
elogios, mas também críticas com relação a
alterações de rotas. Quase três meses depois
da reinauguração, lojistas do comércio
presentes na rua Gustavo Maciel, nas
quadras situadas entre a Getúlio Vargas e a
Duque de Caxias, alegam severos prejuízos
em função da diminuição de automóveis que
passam por ali.
Segundo Cassiano Gigo Mateus, dono do
Mateus Pet Center, que está no ramo há 50
anos, observou que as intervenções na Praça
Portugal, promovidas no ano passado pela
gestão Suéllen Rosim, fizeram o movimento
cair consideravelmente. "Tivemos prejuízos
financeiros, eu e meus vizinhos
comerciantes.
Calculei uma queda de 40% a 43% em
janeiro. Ali, entre a Comendador e a praça,
havia duas mãos. Ou você ia direto para a
Getúlio ou para a Gustavo Maciel. Agora o
fluxo é direcionado para a Getúlio. Tem
clientes que usam ali e desistem de vir aqui",
reclama Mateus. Ainda segundo ele, uma
possibilidade de acertar o trânsito é utilizar a
chamada "rua dos bancos", a Rubens Pagani,
invertendo novamente a mão para subida,
utilizando um semáforo e abrindo acesso para
a Gustavo Maciel outra vez.
QUEDA DE 10 ANOS
A empresária Aline Rodrigues Venturini, da
Óptica Especialista, que possui a loja na
quadra 20 da Gustavo Maciel há 21 anos, diz
que o mês de janeiro fechou com o pior
desempenho dos últimos 10 anos. "Houve
queda grande no movimento de veículos e
dependemos muito desta visibilidade. Ainda
bem que temos uma clientela fiel. Mas, de
qualquer forma, o fluxo caiu muito. Mais ainda
90
nos finais de semana. Janeiro sempre foi um CIENTE
mês em que batemos meta, sempre foi o
Em nota, a prefeitura comunica que recebeu
melhor período, principalmente nesta unidade
uma reclamação de comerciantes daquela
da Gustavo Maciel, mas com a diminuição de
região e direcionou para a Emdurb, que está
veículos, ficamos prejudicados aqui",
analisando o pedido. O JC procurou a
comenta.
Emdurb, mas a empresa municipal ainda não
A também comerciante Zuleide Tavares, da comentou o caso.
loja Mania de Puff, reforça que o fluxo de
veículos caiu bastante e que os atuais
caminhos da Comendador para a Gustavo
Maciel deixam a desejar. "Janeiro tivemos um
movimento fraquíssimo. Não era assim.
Precisam sinalizar melhor os acessos de
quem está na Comendador para vir para cá,
na Gustavo. Eu mesma levei alguns dias para
decorar o novo trajeto. Realmente, o fluxo ali
tem priorizado o acesso à Getúlio Vargas",
acrescenta.

CONFUSÃO

Conforme o JC noticiou, motoristas alegaram,

entre o final de novembro e início de
dezembro, uma confusão com a sinalização
de quem sobe pela Comendador em direção à
Gustavo Maciel, além das vias paralelas. Por
outro lado, há uma facilidade maior de quem
sai ou quem busca acessar a avenida Getúlio
Vargas.
__________________________________________
BRUNO FREITAS (Bauru). Jcnet. Comerciantes
reclamam que rota da Praça Portugal causa prejuízos
na Gustavo Maciel: impacto é sentido por empresários
que estão situados ali há anos e queda nas vendas foi
de até 40% em janeiro. Impacto é sentido por
empresários que estão situados ali há anos e queda
nas vendas foi de até 40% em janeiro. 2022. Disponível
em:
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2078517/geral/202
2/02/comerciantes-reclamam-que-rota-da-praca-
portugal-causaprejuizos-na-gustavo-maciel.Acesso
em: 23 mar. 2023.

91
27/02/2022| JCNET

Bauru em cores e formas

As letras de Bauru ganharam arte em cores e

viraram atração, na última sexta-feira (25),
após a instalação de um letreiro com o nome
da cidade. O monumento foi colocado em
uma área verde na rua Gustavo Maciel, em
frente à Praça Portugal, pela ZIncorporações,
empresa do grupo Zopone, responsável pela
revitalização recente em toda aquela região. A
pintura do letreiro é assinada pela artista
bauruense Tarsila Schubert.

_______________________________________________
JCNET (Bauru). Bauru em cores e formas. 2022. Disponível
em:
https://sampi.net.br/bauru/noticias/2077297/geral/2022/02/b
auru-em-cores-e-formas. Acesso em: 23 mar. 2023.
92
27/02/2022| Emerson Luiz
JCNET

E M P R E S A S I N S TA L A D A S N A R U A
GUSTAVO MACIEL APONTAM QUEDA DE
40% NAS VENDAS

Empresários instalados na rua Gustavo

Maciel, nas proximidades da praça Portugal,
estão apelando para que seja feita uma
análise no trânsito naquela região. Entre os
relatos apresentados, empresários apontam
queda de 40% nas vendas, demissão de
funcionários e, até mesmo o fechamento de
empresas.

A vereadora Chiara Ranieri foi a porta-voz do

pedido feito pelos empresários, durante a
sessão da Câmara realizada nesta quinta-
feira. Chiara pretende se reunir com o
Secretário de Planejamento, pois disse que
não acredita em uma solução pela Emdurb.

As alterações no trânsito nas proximidades da

praça Portugal foram implantadas como
contrapartida ao município. À época, muita
polêmica foi criada por conta da retirada de
inúmeras árvores.

_______________________________________________
EMERSON LUIZ (Bauru). 94FM. EMPRESAS INSTALADAS
NA RUA GUSTAVO MACIEL APONTAM QUEDA DE 40%
NAS VENDAS. 2022. Disponível em:
https://94fm.com.br/empresas-instaladas-na-rua-gustavo-
maciel-apontam-queda-de-40-nas-vendas/. Acesso em: 23
mar. 2023.
93
11/03/2022| Emerson Luiz executada.
JCNET

P R O P R I E T Á R I O S D E
ESTABELECIMENTOS NO ENTORNO DA
PRAÇA PORTUGAL SEGUEM
DESCONTENTES COM MUDANÇAS NO
TRÂNSITO

Vereadora Chiara Ranieri esteve reunida com

representantes da Seplan e da Emdurb, para
apresentar as reivindicações feitas por
empresários instalados nas imediações da
praça Portugal.

Conforme a 94 divulgou, o relato é de queda

de 40% nas vendas, demissão de
funcionários e, até mesmo o fechamento de
empresas, após a alteração no trânsito na
região, motivada pela remodelação da praça.
Em entrevista à 94, Chiara Ranieri falou quais
pedidos foram encaminhados para estudo.

Durante a reunião, Chiara disse que a

alteração no sentido de direção da Rubens
Pagani não será adotada, uma vez que, após
a conclusão do empreendimento responsável
pela contrapartida, o trânsito será direcionado
à rua Gustavo Maciel.
O site do empreendedor, aponta que 55%
dessa obra, localizada na área onde
funcionou a Associação Luso Brasileira, já foi
___________________________________
EMERSON LUIZ (Bauru). 94Fm. PROPRIETÁRIOS DE
ESTABELECIMENTOS NO ENTORNO DA PRAÇA
PORTUGAL SEGUEM DESCONTENTES COM
MUDANÇAS NO TRÂNSITO. 2022. Disponível em:
https://94fm.com.br/proprietarios-de-estabelecimentos-no-
entorno-da-praca-portugal-seguem-descontentes-com-
mudancas-no-transito/. Acesso em: 23 mar. 2023.
94
11/03/2022| Emerson Luiz
JCNET
Artista que assinou novo letreiro de Bauru,
Tarsila Schubert já expôs trabalhos em 14
países pelo mundo
A bauruense que se destaca no cenário internacional
conversou com a Solutudo e falou sobre o processo criativo
da obra instalada na cidade
A rua Gustavo Maciel ganhou novas cores
recentemente. E o responsável por isso é um
monumento, o letreiro com o nome da cidade
localizado em frente à Praça Portugal. A peça,
que chama a atenção de quem passa por ali, é
assinada pela artista bauruense Tarsila
Schubert e faz referência às origens de
Bauru.
eram as comunidades que aqui viveram e
como elas cuidavam dessa terra.
“Bauru inicia sua história muito antes da
chegada da ferrovia. É uma história pouco
conhecida, mas que merece ser valorizada.
Pouco sabemos do passado e da origem mais
profunda desta região, mas queria deixar
minha homenagem. Tenho esperança de que
a população comece a valorizar mais os
povos indígenas que ainda vivem no país e
respeitem a terra que ainda é deles”, destaca
Tarsila Schubert.

“A arte foi inspirada nos povos indígenas

Guaranis, Kaingangs e Xavantes que viveram
nessa região por quase 400 anos. É uma
homenagem a esses e outros povos
indígenas que habitam diferentes partes do
Brasil. Com isso quero trazer o interesse pela
história mais antiga da região”, conta Tarsila.

O título da obra é “Ybá-Uru”, que significa

“cesto de frutas” e é o nome original de Bauru
na língua tupi-guarani. Letreiro de Bauru, a obra

Para a bauruense, existem poucos conteúdos
online e em livros sobre o tema e seu desejo é
despertar a curiosidade das pessoas para
que elas ao menos possam imaginar como
O novo letreiro de Bauru foi instalado pela Z-
incorporações, empresa do grupo Zopone.
“Eles queriam presentear Bauru com uma
arte pública e estavam procurando uma
95
artista bauruense que representasse a cidade
e sua cena artística. Fiquei muito feliz com o
convite”, narra.
De acordo com Tarsila, o propósito do projeto
é valorizar a paisagem urbana, contribuir para
fortalecer a identidade cultural da cidade e
introduzir um componente para que a arte
esteja presente no cotidiano dos habitantes.
Assim, Tarsila utilizou, no letreiro feito de
metal, a base de tinta acrílica e verniz em,
segundo ela, quatro dias de trabalho intenso!
Para a bauruense, existem artistas
extremamente talentosos e uma cena cultural
forte de música, artes plásticas e fotografia na
cidade. “Vários artistas bauruenses estão em
nível internacional, expondo e fazendo
projetos importantes em outras cidades e fora
do Brasil, mas infelizmente quase ninguém
sabe e conhece. E meu objetivo é que esse
projeto possa colaborar de alguma forma para
despertar a consciência sobre a importância
da arte e incentivar o governo e as empresas
privadas a investirem mais na arte pública”,
analisa Tarsila. Na leitura da especialista, uma
interferência artística num espaço público
pode estimular, na população, o interesse e a
curiosidade sobre as artes plásticas, além de
ser possível também valorizar a região, tornar
os bairros e a vida de seus moradores mais
agradáveis a partir dessas iniciativas. “Acima
de tudo, porém, o reconhecimento dos
artistas locais é muito importante porque isso
ajuda imensamente a construção de uma
sociedade mais cultural e autêntica,
ressaltando a importância da arte na vida de
todos e dos artistas que vivem de seus
trabalhos”, destaca.
Tarsila Schubert, a artista
Tarsila nasceu em Bauru e morou aqui até
2012, quando se mudou para os Emirados
Árabes, onde vive há uma década. “Sempre
volto uma vez por ano para visitar minha
família que está na cidade”, conta. A carreira
da bauruense tem 15 anos e, nos últimos 11
anos, a arte se tornou seu foco e a maior parte
da sua rotina. “Comecei em casa pintando
telas e, logo depois, vieram os murais.
Quando senti que poderia contribuir mais
fazendo arte pública, isso se tornou 80% do
meu trabalho. Fui construindo minha
trajetória a partir das oportunidades que tive
e, acima de tudo, criando minhas próprias
oportunidades”, afirma.E foi assim que Tarsila
se destacou no cenário mundial: já fez
trabalhos de arte pública em mais de 14
países e 21 cidades pelo mundo, além de
colaborações com marcas como Levi’s,
Adidas, Ipanema, Hermes, Bloomingdale’s,
Kartel, Cinelli e empresas locais no Oriente
96
Médio e nos Estados Unidos.“Fui a primeira
mulher a pintar um mural na capital da
Jordânia, Amã. Isso foi importante para mim,
levando em consideração que se trata de um
pais árabe com a grande parte da população
mulçumana. E também fui uma das primeiras
artistas a fazer street art nos Emirados Árabes
Unidos. Em 2017, fundei uma galeria de arte
em Dubai chamada ‘The Cave’, um espaço
que incentiva artistas locais emergentes”,
finaliza.

___________________________________
ÉRIKA ALFARO. Artista que assinou novo letreiro de Bauru,
Tarsila Schubert já expôs trabalhos em 14 países pelo
mundo: a bauruense que se destaca no cenário internacional
conversou com a solutudo e falou sobre o processo criativo
da obra instalada na cidade. A bauruense que se destaca no
cenário internacional conversou com a Solutudo e falou sobre
o processo criativo da obra instalada na cidade. 2022.
D i s p o n í v e l e m :
https://conteudo.solutudo.com.br/bauru/artista-novo-letreiro-
bauru-tarsila-schubert-trabalhos-14-paises/. Acesso em: 23
mar. 2023.
97
16/12/2022| Da Redação
SAMPI Campinas

Motociclista é socorrido em estado grave

após acidente na Zona Sul de Bauru
Colisão de moto em poste foi registrada na altura da Praça

Portugal

Vítima foi socorrida pela equipe do Samu, que realizou

massagens cardíacas

Um motociclista foi socorrido em estado

grave, por volta das 7h30 desta sexta-feira
(16), após sofrer acidente no cruzamento da
avenida Getúlio Vargas com a rua Gustavo
Maciel, na altura da Praça Portugal, em
Bauru. Ao ser acionado, o Centro de
Operações da Polícia Militar (Copom) foi
informado sobre a colisão de uma moto em
um poste. O Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) esteve no local e conduziu a
vítima, que precisou ser entubada depois de
_______________________________________________
receber massagens cardíacas ainda na via Sampi Campinas. Motociclista é socorrido em estado grave
após acidente na Zona Sul de Bauru: colisão de moto em
pública, ao Pronto-Socorro Central (PSC). poste foi registrada na altura da praça portugal. Colisão de
moto em poste foi registrada na altura da Praça Portugal.
Caso ainda será registrado na Polícia Civil, 2 0 2 2 . D i s p o n í v e l e m :
que investigará as circunstâncias da batida. https://sampi.net.br/campinas/noticias/2674839/geral/2022/
12/motociclista-e-socorrido-em-estado-grave-apos-
acidente-na-zona-sul-de-bauru. Acesso em: 23 mar. 2023.
_______________________________________________
98
19/08/2022| Luiz Beltramin sustentação da sinalização semafórica. O
94FM trânsito ficou parcialmente interditado por
BATIDA DE CARRO EM POSTE DEIXA cerca de uma hora para remoção do veículo
DOIS FERIDOS NA PRAÇA PORTUGAL do local.

Um acidente na manhã desta sexta-feira

(19/08) deixou o trânsito lento nas
proximidades da Praça Portugal. Segundo
informações da Polícia Militar, a condutora de
um HB20 perdeu o controle do veículo e se
chocou com o suporte de um semáforo.
Motorista e outra pessoa ocupante do veículo
foram socorridos e encaminhados ao Pronto
Socorro Central.

Conforme relatos de testemunhas, o

automóvel vinha da avenida Comendador
José da Silva Marta, no sentido Recinto-
Praça Portugal. Ao chegar na confluência do
final da avenida com o início da Getúlio
Vargas, a condutora, ainda por motivos a
serem esclarecidos, perdeu o controle da
direção e o carro bateu de frente com o poste
_______________________________________________
LUIZ BELTRAMIN (Bauru). 94Fm. Batida de carro em poste
deixa dois feridos na praça portugal. 2022. Disponível em:
https://94fm.com.br/batida-de-carro-em-poste-deixa-dois-
feridos-na-praca-portugal/. Acesso em: 23 mar. 2023.
99
4 CENÁRIOS COMO HIPÓTESES DE TRANSFORMAÇÃO:
AS PRAÇAS ROTATÓRIAS E O URBANISMO
MODERNO NA CIDADE DE BAURU
100
101
 Acervo Online | Mundo
por Adalberto da Silva Retto Jr
16 de agosto de 2022

O uso do mobiliário urbano como ferramenta

de controle do espaço público torna-se uma
estratégia de exclusão material que, aliada a
políticas de coibição de grupos sociais
indesejados, corre o risco de transformar as
cidades em lugares cada vez menos
acessíveis para a maioria dos pobres.
Nossas cidades, escreveu Michel Agier[1],
trazem a marca de uma enorme contradição:
foram fundadas para reunir, unir e aproximar
as pessoas, mas muros, barreiras e sistemas
de proteção e vigilância cada vez mais
sofisticados estão definitivamente
transformando a cidade de um “caldeirão de
encontros” para “uma ordem urbana de
solidão e negação do mundo comum”.
Quando isso acontece, as cidades parecem
vazias, irreconhecíveis e de um espaço
comum e compartilhado transformam-se em
um ambiente hostil e inseguro onde “os
outros” são percebidos como “fonte e
arquétipo de todo medo”[2] e por isso é
necessário mantê-los a uma distância segura
ou, melhor ainda, se preciso for, expulsá-los
dos lugares de nossa existência cotidiana.
Adela Cortina definiu essa atitude como uma
verdadeira patologia social que leva o nome
102
de aporofobia, um profundo desprezo que
nasce do medo de, um dia, poder
experimentar o horror da exclusão, como os
pobres e marginalizados que vivem e
atravessam as nossas cidades,
principalmente as metrópoles, vivenciam
diariamente.
Essa estratégia de remoção, recusa e
expulsão é implementada em um espantoso
projeto de espaço urbano que leva o nome de
“arquitetura hostil”, numa ação
diametralmente oposta ao desenho do
espaço público, surgido a partir da década de
1960, que enriqueceu o debate da disciplina
de Desenho Urbano na redescoberta de uma
urbanidade.
A consequencia é não somente uma atitude
de fechamento, defesa e recusa da novidade,
mas também de intensificação das
diferenças[3], atitude concretizada na
construção de muros, cercas e barreiras de
segurança de todo tipo e gênero que, com seu
contínuo desenvolvimento tecnológico,
representam uma verdadeira negação da
cidade.
Em outras palavras, essa reação particular
toma forma em nossas cidades daquilo que
Bauman[4] define como mixofobia urbana: o
medo real de se misturar com os outros, ou
seja, com aquela pluralidade de “tipos
humanos” e de “estilos de vida” que, apesar
de todas as precauções, encontram-se na
vida normal da cidade.
Desenho Urbano
Em 1961, experimentos de duas importantes
estudiosas norte-americanas, Elizabeth
Wood e Jane Jacobs (1916–2006), serviram
de base para estabelecer uma estreita
relação entre o Desenho Urbano e a melhoria
da qualidade de vida das pessoas,
enfatizando a ideia de que o design poderia
revelar-se como importante ferramenta para
promover “o desenvolvimento de uma
estrutura social”. A Teoria do Design Social
de Wood, 1961, explora como a criação de
um contexto urbano que atendesse às
necessidades dos habitantes e garantisse a
sustentação de uma rede social poderia
representar a condição fundamental para
prevenir o surgimento de comportamentos
desviantes. Jacobs, conhecida
internacionalmente pelo livro The Death and
Life of Great American Cities (1961), cujas
teorias criticavam e questionavam o modelo
de desenvolvimento modernista e
racionalista, explora as características
morfológicas e formais da cidade – densidade
populacional, ruas, calçadas, quarteirões –
que destaca por serem considerados pré-
103
requisitos fundamentais para a construção de
lugares seguros, bem como a separação clara
entre espaços públicos e privados com o
objetivo de consolidar e estimular um sentido
de territorialidade capaz de gerar atenção e
afeto pelos lugares.
O impacto cultural dos estudos e das teorias
de Wood e Jacobs representou a base para o
desenvolvimento de perspectivas futuras de
pesquisas em várias universidades, em
especial, o grupo de trabalho interdisciplinar
com psicólogos, sociólogos e urbanistas,
criado na Universidade de Colúmbia.
Coordenado pelo arquiteto Oscar Newman, o
objetivo do grupo era transformar a leitura da
cidade proposta por Jacobs em indicações
práticas para o projeto de espaços urbanos.
No volume Defensible Space: Crime
Prevention Through Urban Design (1972),
Newman apresentou sua teoria do “espaço
defensável”, um espaço considerado como
resultado de três diferentes componentes: a
territorialidade, ou seja, a capacidade dos
moradores de perceberem o espaço do
entorno como um espaço pessoal para
defender; a vigilância natural, ou seja, a
capacidade do ambiente físico de
proporcionar, aos moradores, oportunidades
de controle e monitoramento de áreas de
interesse comum; a imagem, ou seja, a
aparência de um espaço residencial que afeta
tanto a percepção dos habitantes daquele
espaço quanto seu estilo de vida.
As contribuições teóricas e práticas de Wood
e Jacobs – e, em particular, a reinterpretação
de Newman em termos de Desenho Urbano –
inspiraram o nascimento de uma importante
linha de estudos, especialmente nos Estados
Unidos: Crime Prevention Through
Environmental design, sintetizado com as
iniciais CPTED. Introduzida pelo
criminologista Charles Ray Jeffery em 1971, a
teoria baseia-se na identificação de
condições do meio físico e do social capazes
de favorecer a disseminação de
comportamento desviante. Dentro dessa
abordagem, o Design Ambiental coloca-se
como principal ferramenta para responder à
forte demanda de segurança expressa pelos
cidadãos e implementar uma prevenção
eficaz do crime.
Portanto, as primeiras reflexões sobre o
poder de dissuasão do Desenho Urbano têm
suas raízes na primeira metade dos anos
1970. Nos anos seguintes, embalado pela
tradução de Collins & Collins do livro A cidade
segundo seus princípios artísticos, do
austríaco Camillo Sitte, desenvolveu-se um
interesse renovado no potencial do ambiente
urbano, o que levou a mudanças
104
significativas no espaço público dos centros
históricos de cidades contemporâneas, tanto
do ponto de vista estético quanto do ponto de
vista de gestão[5].
Todavia, as estratégias de renovação que
visam transformar a morfologia social e física
dos espaços centrais e promover turismo,
consumo e entretenimento, mudaram
gradativamente e a paisagem urbana
transformou-se em um “espaço de interdição”,
ou seja, um espaço que, por meio de
diferentes estratégias, funciona
seletivamente para excluir a alteridade. Tal
conceito foi cunhado por Steven Flusty[6] para
indicar os espaços destinados a interceptar e
rejeitar ou deixar passar possíveis usuários
para criar áreas “livres de risco” e das quais
são excluídos grupos sociais que adotam
estilos de vida considerados não condizentes
com uma concepção específica do espaço
urbano e de seu uso.
Na análise proposta por Flusty, o espaço de
interdição pode possuir vários atributos: o
“espaço pungente”, assim definido por ser
desconfortável e incômodo; o “espaço
indescritível”, tornado inacessível pela
tortuosidade de suas vias de acesso que
dificultam o acesso a determinado destino; o
“espaço hipersensível”, altamente controlado
por patrulhas de vigilância ou sistemas de
segurança cada vez mais sofisticados que
contribuem para tornar uma determinada
área quase impenetrável.
Banco Candem, em Londres, é um exemplo de
arquitetura hostil. (Crédito Wikimedia)
Arquitetura hostil
Exatamente nesses espaços é que a
chamada arquitetura hostil se estabelece,
também definida como “arquitetura urbana
defensiva” ou “arquitetura excludente”[7].
Esse fenômeno tem sido objeto de análise e
crítica tanto no meio acadêmico quanto no
debate público inclusive no contexto
brasileiro, e inspirou o nascimento de
organizações e projetos artísticos voltados a
denunciar a tendência à privatização e ao
caráter inóspito de muitas áreas urbanas.
São inúmeras as formas pelas quais esse tipo
específico de arquitetura implementa as
estratégias de exclusão e expulsão. Uma
delas consiste em modificar a infraestrutura
existente impossibilitando sua utilização
105
usual, como no caso de bancos com formas
onduladas, braços e até sem encosto, sobre
os quais não é possível parar por muito tempo
ou dormir. O exemplo mais conhecido e
eloquente é o famoso banco Camden, um
banco de concreto projetado e instalado em
Londres, em 2012, para resistir a uma série de
comportamentos vistos como perigosos e
antissociais. O revestimento especial torna-o
impermeável ao grafite e ao vandalismo, e sua
superfície inclinada e afiada foi projetada não
só para desencorajar qualquer skatista de
usá-lo como base para realizar uma manobra,
mas também para tornar impossível a
perspectiva de usá-lo e acomodar-se sobre
ele.
Uma segunda forma de implementar essas
estratégias de exclusão consiste em adicionar
elementos que produzam o efeito de
dissuasão em um espaço ou mobiliário
urbano específico. Um exemplo são os
“espinhos antimoradores de rua”, pontas
metálicas no chão ou na soleira de portas e
janelas que impedem indivíduos de ali ficarem
em pé ou sentarem-se. Aqui também se
enquadram as peças de metal colocadas em
determinado espaço ou mobiliário urbano
para dissuadir indivíduos a ações como pular
bancos ou muretas.
Por fim, há uma terceira modalidade que
fundamenta uma estratégia de remoção, que
consiste em retirar objetos que garantiam
serviços ou desempenhavam funções
específicas nos locais públicos, como a
retirada de bancos de uma praça ou um
centro de compras para evitar que grupos de
pessoas permaneçam muito tempo na área.
O objetivo final dessas “invenções
arquitetônicas/urbanísticas”, muitas vezes
habilmente disfarçado por “formas mais
sedutoras”[8], é manter diferentes categorias
de moradores da cidade, colocando uns
contra os outros, transformando-os em
adversários pelo próprio isolamento espacial.
Assim, essas formas de controle e seus
“aprimoramentos”, responsáveis por torná-
las cada vez mais sutis, penetrantes e quase
invisíveis, desempenham um papel
fundamental na maneira como percebemos,
agimos e interagimos em lugares públicos e
privados. Sua força legitimadora deriva da
“percepção” de uma ameaça que é apenas
potencial e, de modo geral, não sustentada
pelos fatos.
Apesar disso, já estão presentes na maioria
das metrópoles contemporâneas (e cidades
médias), incluindo ainda o uso de cercas para
limitar o acesso a espaços confinados,
sistemas de vídeovigilância e até formas
106
extremas de controle. Estas últimas foram
definidas por Savičić e Savić como “sistemas
repelentes”, ou seja, dispositivos audiovisuais
capazes de causar uma mudança total na
atmosfera de áreas específicas da cidade, ao
produzirem sensações (visuais, auditivas,
olfativas) desagradáveis. Para tanto,
baseiam-se em características sociais ou
psicológicas do grupo para o qual foram
projetados, gerando um sentimento de
repulsa e rejeição em relação ao outro.
Nos últimos anos, o uso do espaço público
parece estar cada vez mais restritivo em
função de regulamentos que proíbem certos
atos e da criminalização dos sem-teto[9] e as
restrições, como já dito, também surgem por
meio de um desenho de mobiliário urbano que
exclui grupos sociais marginalizados e cria
uma categoria de uso “irregular” nos espaços
da cidade gentrificada.
A chamada arquitetura hostil, portanto,
ferramenta mais controversa e cruel para
implementar essas estratégias de
exclusão/expulsão é que gradualmente
coloniza nossa concepção de espaço público,
como bem apontado pela tradutora e arquiteta
Anita Di Marco, em seu blog pessoal. É um
fenômeno complexo que, acima de tudo,
representa um exercício perfeito de
construção social de uma ameaça,
perceptível apenas em potencialidade, e que,
muitas vezes, pode ser identificada em um
membro dessa mesma comunidade que se
quer proteger.
Sem dúvida, trata-se de uma abordagem para
um padrão de Desenho Urbano, cujas
características distintivas são a expressão
sutil de divisão social e a negação, também
sutil, de apoio aos habitantes mais
vulneráveis num ambiente urbano
aparentemente aberto e inclusivo. A
arquitetura hostil faz parte de uma atitude
mais ampla e crescente de hostilidade e
indiferença, cujas raízes estão em um
sentimento de insegurança que parece
derivar de uma crise nas redes tradicionais de
proteção (família, comunidades locais,
bairros), transformados pelo consumismo,
por processos de mobilidade geográfica e
profissional, pela fragmentação das relações
sociais, pelo individualismo e pela falta de
uma visão solidária.
A falta de segurança existencial leva os atores
sociais a transferir ansiedades e medos para
o nível de segurança pessoal, como única
dimensão sobre a qual é possível exercer
alguma forma de controle. É assim que se
trava a “guerra contra a insegurança e […]
contra os perigos e riscos para a segurança
pessoal”[10], através da inclusão na
107
paisagem da cidade de criações que
“normalizam” o estado de emergência em que
vivem diariamente os moradores urbanos. As
cidades configuram-se, portanto, como «os
lugares em que inseguranças concebidas e
incubadas na sociedade manifestam-se de
forma […] particularmente tangível “[11] e, em
sua construção e reconstrução, o “fator
medo”[12] adquiriu uma importância
crescente ao contribuir para produzir
“paisagens de marginalização”[13].
Para usar o termo de Michel Foucault, uma
verdadeira “cidade punitiva” que, contra uma
“população estigmatizada e amplamente
percebida como desviante, desesperada e
perigosa”, de tempos em tempos, “inventa
novas engrenagens, reinicia, imobiliza, cava”
[14] dando forma a uma inédita “arquitetura de
ordem”[15].
Esse é um tipo de arquitetura presente, hoje,
nas cidades de todo o mundo, e que surge da
combinação de dois paradigmas de vigilância:
o do Panóptico, cujas características e
implicações foram bem descritas por Michel
Foucault, e uma forma inédita de controle
social que leva o nome de Ban-óptico, termo
introduzido no debate contemporâneo por
Didier Bigo e, depois, retomado e
desenvolvido por Zygmunt Bauman e David
Lyon na análise dos sistemas de potência e
controle, atuantes na chamada modernidade
líquida.
Segurança
Quando prevalece a ideia de segurança, o
espaço público é privado daquelas
qualidades de interação civil e diversidade
que o caracterizam. O potencial para
encontros indesejados é gerenciado por uma
arquitetura defensiva que busca produzir
interações restritas, individualizadas e
baseadas no consumo. É assim que o uso do
mobiliário urbano como ferramenta de
controle do espaço público torna-se uma
estratégia de exclusão material que, aliada a
políticas de coibição de grupos sociais
indesejados, corre o risco de transformar as
cidades em lugares cada vez menos
acessíveis para a maioria dos pobres e, em
geral, para todos aqueles grupos sociais
considerados inúteis e indesejados. Esses
“espaços de interdição”, “ilusórios”,
“pungentes” ou “hipersensíveis”, tornaram-
se, na paisagem urbana, “os marcos da
desintegração da vida coletiva
compartilhada”[16]. A consequência de tudo
isso é uma vida urbana não mais capaz de
promover encontros, “comparações entre
diferenças” e “conhecimento mútuo […] de
modos de vida”[17] e a afirmação de um
espaço em que as tendências de segurança e
108
controle desencadeiam dinâmicas mais ou
menos visíveis de expulsão e exclusão das
categorias mais frágeis e marginais, abrindo
caminho para uma ideia de cidade cada vez
mais hostil e repulsiva.
Adalberto da Silva Retto Jr é professor da Universidade
Estadual Paulista (Unesp), doutor pela Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e
pelo Departamento de História da Arquitetura e Urbanismo do
Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza (2003) e
professor-pesquisador visitante no Master Erasmus Mundus
TPTI (Techiniques, Patrimoine, Territoire de l’Industrie:
Histoire, Valorisation, Didactique) da Universitè Panthéon
Sorbonne Paris I (2011-2013). Coordenador do Curso de
especialização lato sensu em Planejamento Urbano e
Políticas Públicas: Urbanismo, Paisagem, Território –
PlanUPP.
[1] Agier, M. (2019). Antropologia da cidade: lugares,
situações, movimentos. São Paulo, SP: Editora Terceiro
Nome
[2] Bauman, Z. (1999). Modernidade e ambivalência.
Tradução Marcus Penchel. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed., 1999. 171 pág.
[3] CASTEL, Robert. A Insegurança Social: o que é ser
protegido? Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
[4] Bauman, Z. (2007). Modus vivendi. Inferno e utopia del
mondo liquido. Bari: Laterza.
[5] Choay, Françoise (2002) “Camillo Sitte, Der Städtebau
nach seinen Künstlerischen Grundsätzen, 1889. Uno statuto
antropologico dello spazio urbano”, in: Paola Di Biagi (a cura
di), I classici dell’urbanistica moderna, Donzelli, Roma, pp. 3-
16.
[6] Flusty, S. (1997). Building paranoia. In Ellin, N. (ed.),
Architecture of fear, (Pp. 47-59). New York: Princeton
Architectural Press
[7] De Fine Licht, K.P. (2017). Hostile urban architecture: A
critical discussion of the seemingly offensive art of keeping
people away, Etikk i praksis, v.11, n.2, Pp 27-44
[8] Savičić, G., Savić, S. (2013) (eds). Unpleasant design.
Belgrade: G.L.O.R.I.A
[9] Begamaschi M., Castrignanò M., De Rubertis P. (2014).
The Homeless and Public Space: Urban Policy and Exclusion
in Bologna, Revue Interventions économiques,
journals.openedition.org/interventionseconomiques/2441
[10] Bauman, 1999, p. 82
[11] Bauman, 1999, p. 81
[12] Ellin, N. (1997). Architecture of fear. Princeton: Princeton
Architectural Press
[13] Gold, J. R., Revill, G. (2003). Exploring landscapes of
fear: Marginality, spectacle and surveillance, Capital & Class
v.27, n.2, pp 27-50
[14] Foucault, M. Vigiar e punir: história da violência nas
prisões. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
[15] Di Cesare, 2019
[16]Bauman, 2007, p. 89
[17]Lefebvre, Henri. Le droit à la ville. Paris, Éditions
Anthropos, 1968.
__________________________________________
RETTO JUNIOR, Adalberto da Silva. Da redescoberta da
urbanidade às paisagens de marginalização. 2022.
Disponível em: https://diplomatique.org.br/da-redescoberta-
da-urbanidade-as-paisagens-de-marginalizacao/. Acesso
em: 04 abr. 2023.
109
4.2 Hipóteses Projetuais

110
PRAÇA PORTUGAL
SOBRE O COLABORADOR
MS. João Felipe A. Lança

Arquiteto e Urbanista formado pela

Universidade Estadual Paulista "Júlio de
Mesquita Filho" UNESP (2010), e mestrado
pela mesma instituição em Engenharia de
Produção na Área de Gestão de Operações e
Sistemas (2015). Atualmente atua como
Coordenador Adjunto no Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Faculdade
Eduvale e professor das disciplinas de
Infraestrutura Urbana e Projeto Urbano. É
Professor de Planejamento Urbano e
Regional e Projeto Urbano na Universidade
Paulista, e de Urbanismo e Laboratório na
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Atua ainda em consultorias diversas em
Planejamento Urbano e Territorial, Relatórios
de Impacto de Trânsito, Estudos de Impacto
de Vizinhança, Sistema Cicloviário e outros.

111

PRAÇA PORTUGAL
APRESENTAÇÃO
CONTEXTO
Uma das maiores áreas verdes de Bauru,
localizada em um dos metros quadrados mais
caros da cidade, a Praça Portugal é hoje um
dos pontos mais emblemáticos da cidade.
Para muitos, é uma simples rotatória que deve
funcionar para ordenar o trânsito, enquanto
para outros é um espaço de vida, passeio,
história e comércio.
Pode-se observar que o desenho desta praça,
localizada em um ponto alto, surge em
decorrência de importantes vias que
interligam a região central e região oeste a
toda região sul, foco do desenvolvimento dos
padrões de ocupação mais altos de Bauru.
Conecta a Rua Rio Branco a Avenida Getúlio
Vargas e a Avenida Comendador José da
Silva Martha, e em decorrência destas
conexões, tem um desenho fragmentado,
recortado, de certo modo confuso.
Segundo a Prefeitura de Bauru o
primeiro projeto da Praça Portugal aparece
no contexto da criação da Vila Samaritano,
em meados do século XX, com um desenho
que pretendia ligar uma via já existente
chamada de avenida Aviação (atual Getúlio
Vargas) com a antiga avenida da Adutora
(atual Comendador José da Silva Martha).
Desde então, a Praça Portugal é uma das
praças mais distintas de Bauru, tanto em seu
desenho único, quanto em seus diversos
usos, que agregam desde exposição de
carros, a atividades esportivas, tornando-se
referência a todo perfil de cidadão.
Recentemente esta praça passou por
reformas em decorrência de grandes
empreendimentos que se instalam em seu
entorno, perdendo mais espaço verde para
ruas. As mudanças geraram grande
movimentação da população contrária as
medidas, que foram levadas a cabo pela
Prefeitura e particulares sem as devidas
consultas populares e processos
participativos. Paralisadas pela justiça por um
tempo, a chamada “modernização da praça”,
derrubou 44 árvores, gerando comoção entre
os moradores locais.
Metodologia:
A fim de entender a condição da Praça frente
112
as mudanças que a mesma passou desde sua
implantação, passando pelas recentes
“modernizações”, foi traçado um plano de
leitura e ação de projeto, prevendo:
Leitura conceitual:
A leitura foi iniciada através de visitas a área,
baseadas na publicação LA DIMENSIÓN
HUMANA EN EL ESPACIO PÚBLICO -
RECOMENDACIONES PARA EL ANÁLISIS Y
EL DISEÑO, que apresenta cinco âmbitos de
leitura:
a. Patrimônio cultural e paisagístico;
b. Mobilidade
c. Equidade e diversidade
d. Escala
e. Fomento econômico e cultural
Para cada âmbito de leitura, os alunos
deveriam observar como as pessoas se
comportavam, como o desenho e programa
da praça se apresentavam frente a estes
âmbitos. Para auxiliar neste processo, foram
traçadas “perguntas chave”, que deveriam ser
observadas, como:
1. As pessoas notam os elementos históricos
presentes na praça, ou reconhecem seu valor
como tal?
2. As pessoas tem facilidade em utilizar
qualquer meio de transporte nesta região?
Qual predomina e porque?
a. Como os pedestres se comportam? Como
os ciclistas se comportam? Como os usuários
de ônibus se comportam?
3. Qual a predominância de perfil de usuário
desta praça, conforme seu local, dia e
horário? Existem poucas mulheres em
determinados horários ou regiões? Existem
poucas crianças ou idosos? Porque isso
ocorre?
4. Existem eventos como shows, ou
programas culturais? As pessoas conseguem
desenvolver alguma atividade econômica
nesta área, como venda de alimentos?
Todo este processo de leitura era realizado
através de observações e anotações, em
texto ou sobre planta, e teve como resultado
uma série de croquis, registros fotográficos, e
principalmente a mudança na forma com a
qual o aluno passa a observar um espaço
público, deixando o papel de usuário comum,
para aquele capaz de observar o
comportamento das pessoas, as atividades
comuns, frente a condição estrutural do local.
113
Também foram realizados levantamentos
documentais e mais formais, com a busca de
mapas topográficos, de época, através das
observações de dados disponíveis na internet
como Google Maps e Strava, e dados da
própria Prefeitura, dentre outros, de modo a
subsidiar as futuras decisões de projeto. Esta
leitura toda foi formalizada através de um
documento na forma de apresentação de
slides.
Levantamento de projetos similares:
Entendendo que neste etapa os alunos já
eram capazes de apontar os principais
problemas da praça, como as pessoas se
comportavam neste espaço, quais eram as
dificuldades que o desenho e programa atual
impunha sobre a condição de uso deste local,
os alunos passaram então a buscar
referências de como questões semelhantes
foram tratadas em projetos correlatos.
Alguns projetos de remodelação de áreas
verdes e grandes conexões viárias foram
buscadas, a fim de montar repertório aos
alunos.
a. Vida e morte das rodovias urbanas;
b. Guia de boas práticas de espaços públicos
de São Paulo;
c. Projeto Porto maravilha;
Discussão:
A discussão foi feita entre os alunos, de modo
que cada um demonstrasse sua visão de
como aquele espaço poderia ser readequado,
a partir de tudo que a leitura demonstrou, e
como outros projetos similares foram
implantados.
Foram elencados temas de abordagem, de
modo a conseguir estruturar um programa
alvo, tendo cada aluno a responsabilidade de
apresentar uma abordagem sobre aquele
tema específico. De modo geral os temas
elencados como de discussão partiram dos
cinco âmbitos de leitura, que passaram a ser
subcategorizados:
a. Patrimônio cultural e paisagístico;
·Como voltar a destacar os elementos
históricos, ou criar novos elementos que
reforcem a importância histórica da praça;
·Como garantir que o patrimônio paisagístico
da praça seja valorizado, ou que sua recente
modernização não afete a condição
paisagística além do que já se foi;
b. Mobilidade
·Como retirar a predominância dos
automóveis, que interrompem toda a área,
114
dificultando o acesso de pedestres e ciclistas;
Como agregar o transporte coletivo a este
espaço;
c. Equidade e diversidade
Como garantir segurança as mulheres,
crianças e idosos no espaço, em qualquer
horário;
Como garantir que o espaço não seja
excludente para os diversos usos possíveis
d. Escala
As pessoas precisam observar toda a praça,
ou serem observadas de qualquer ponto
Como proporcionar atividades ao nível do
pedestre, evitando a concentração em seu
entorno de grandes equipamentos que geram
espaços sem uso, grandes muros, ou áreas
demasiadamente vazias;
e. Fomento econômico e cultural
Como garantir novos usos neste espaço,
aumentar as atividades econômicas tanto em
seu perímetro, quanto em seu interior· Como
aliar este fomento econômico e cultura as
demais questões de patrimônio, a equidade e
diversidade;
Elaboração de Croquis:
Nesta etapa cada aluno, de forma individual,
representou suas aspirações para o espaço
da praça, após a etapa de discussão,
demonstrando a configuração do espaço
resultado de suas observações, da
discussão, e de propostas de programa e
projeto. Cada aluno elaborou um ou mais
croquis, que deveriam responder as questões
discutidas na estapa anterior.
Consolidação da proposta:
Após cada aluno apresentar seus croquis,
expondo cada proposta feita, através de
programa e desenho, há o início de um
processo de reconhecimento de elementos
comuns a todos, que acabam por
naturalmente gerar uma aceitação do grupo
enquanto proposta. Este reconhecimento de
elementos de projeto que são comuns,
sempre mediada pelo tutor, a partir de uma
leitura e discussão conjuntas é capaz de
promover ao grupo uma unidade de
discussão.
A partir dos elementos comuns, o desenho
naturalmente se estrutura, restando então
questões pontuais que entre debates, o
projeto acaba agregando.
Resultados e conclusões:
O método de leitura, frente ao grau de
115
conhecimento dos alunos sobre questões
urbanas, demonstrou-se bastante eficaz.
Mesmo que sem grandes aprofundamentos
teóricos, a simples observação do cotidiano
foi capaz de aguçar o grupo, e passar e
observar elementos até então comuns e
aceitáveis do ponto de vista do usuário do
espaço, a questões a serem debatidas,
pensadas e projetadas.
Com relação ao método de projeto, através de
croquis diversos e debate, o resultado
encontrado foi bastante eficaz, em especial
frente a dificuldade que o aluno em seu início
de curso apresenta para representar e
argumentar sobre suas propostas, e a
capacidade de que suas expectativas sejam
incorporadas ao projeto, entendendo e
compactuando com as expectativas dos
colegas. Este método aproxima o aluno da
visão do colega, que a partir da mesma leitura,
chega a diferentes propostas.
O projeto final foi capaz então de responder a
todo o processo formal, e resultar em uma
proposta capaz de responder as questões
problema levantadas na leitura e permite que
se observe as referências projetuais
estudadas.
A proposta tem como centro a abertura da Rua
Rio Branco para circulação exclusiva de
pedestres, através da criação de uma grande
esplanada cujos pontos extremos são o
obelisco português, que passa a ser ladeado
por uma grande laje que conecta a calçada da
Rio Branco a esplanada, enquanto o sistema
viário é rebaixado, deixando de interromper o
caminho dos pedestres e a vista da
esplanada. No outro externo esta esplanada
conecta-se a um calçadão que substitui a rua
Rubens Pagani, de modo a criar uma fachada
voltada para pequenos comércios, como
trailers de comida e pequenas feiras,
encobertas pela vegetação de grande porte
ali existente.
As áreas verdes recebem novos
equipamentos, como quadras, academias ao
ar livre, espaço para animais, capazes de
agregar diversos perfis de usuários, trazendo
uma diversidade de usos diurnos e noturnos,
mantendo a praça ativa dia e noite.
O trânsito passa a ser secundário, afastado
da rotina da praça, que agora comporta-se
não mais como um fragmentado consequente
da organização do trânsito, mas um elemento
conciso e de unidade, que permite ser
observada como uma grande praça / parque.
As atividades deixam de ocorrer de forma
dispersa, como que se fossem espaços
separados por barreiras, em que o que se faz
em um canto não se permite fazer em outro,
116
ou que uma área não se acessa a noite por
risco, e a outra se permite tranquilamente o
caminhar. A partir desta proposta, ela se
comporta com um elemento só, onde tudo é
possível em qualquer ponto.

117
 PRAÇA PORTUGAL
Requalicação
Equipe Discente: Ana Clara Sidrim, Daiara Alves,
Fernanda Gonçalves, Gabriely Aparecida, João
Victor Laurindo, Júlia Fujishima, Lívia Osawa, Monica
da Silva.

LOCALIZAÇÃO, ENTORNO E VISTAS

Jardim Estoril IV, Zona Sul.

Análise do Entorno : PETZ, Colégio Alfa.Beta,
Comércios, Residências, Serviços, Bosque
da Comunidade, Vitória Régia.

118
O QUE A POPULAÇÃO PENSA PROGRAMA DE NECESSIDADES
SOBRE A PRAÇA?
PERFIL DO USUÁRIO _Quadra
Fixos: trabalhador, moradores, alunos. _Ponto de Ônibus
Variáveis: expositores de carros, turistas. _Playground
_Academia
_Anfiteatro
_Área PET
_Esplanada
_Laje
_Calçadão

CROQUIS

CONTEXTO ATUAL
_Vias e acessos;
_Subdivisão;
_Priorização do automóvel;
_Reforma.

119
CROQUIS

ELEMENTOS COMUNS
_Ciclofaixas
_Conexão do espaço
_Espaços para a prática esportiva
_Calçadão
_Anfiteatro
_Continuidade das quadras

VALORIZAÇÃO DA ESCALA HUMANA

FLUXOS

120
FLUXOS

121
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE

Ciclovia

Calçadão

122
123
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE

Quadra Esportiva
Playground
Food Truck

124
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE

Anteatro
Equipamentos Físicos
Espaço Pet

125
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE

Quadra esportiva
Áreas de permanência
Elemento vertical

126
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE

127
PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO
PRAÇA PORTUGAL, PRAÇA PARQUE
Corte

128
PRAÇA ALEMANHÃ
SOBRE O COLABORADOR
MS. Eraldo Francisco da Rocha

Possui graduação em Arquitetura e

Urbanismo pela Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997) e
mestrado em Desenho Industrial pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (2007). Atualmente é
professor titular da Universidade do Sagrado
Coração e arquiteto - Escritório de
Arquitetura Eraldo Rocha. Tem experiência
na área de Arquitetura e Urbanismo, com
ênfase em Arquitetura e Urbanismo, atuando
principalmente nos seguintes temas:
Conforto Ambiental, deficientes físicos e
barreiras arquitetônicas.

129
 qualificação deles através de suas conexões
PRAÇA ALEMANHA e suas qualificações.
APRESENTAÇÃO
RESULTADOS
CONTEXTO
Foi proposta uma alteração no sistema viário
Localizada na transição entre o centro da
para que o espaço da “praça rotatória” fosse
cidade e o Bairro Bela Vista, essa praça é uma
incorporado a calçada lateral, servindo de
rotatória sem muitos atrativos e sem uma
alargamento do fluxo de pedestres e
característica expressa de praça, tendo única
priorizando a integração pedonal entre Centro
e exclusivamente a função de organização do
da Cidade e o bairro além de servir de ligação
sistema viário. Pela sua localização e análise
entre a parte superior do viaduto onde a Praça
do seu entorno, foi detectado que nela própria
se localiza e os espaços que margeiam a
não havia a necessidade ou mesmo a
Avenida abaixo. Tal ligação foi proposta por
intenção de sua ocupação como praça. Mas
um Elevador Público entre o Viaduto e a
quando olhamos para seu entorno próximo,
Avenida abaixo e pela requalificação dos
foi detectado uma série de espaços que
espaços de “taludes” que ladeavam a antiga
poderiam ser potencializados e ocupados
“Praça Rotatória” e que agora, com um novo
como espaços públicos.
desenho, passaria a ser uma serie de platôs,
PROBLEMÁTICA escadas e rampas de acesso que ao mesmo
tempo que compõem esse sistema de
Devido a sua localização no final de um
conexão pedonal, também cria espaços de
viaduto que transpõe o fundo de vale pelo
permanência e de contemplação da
qual passa o Rio Bauru, nesse trecho sendo
paisagem.
margeado e delimitado pela Avenida Nuno de
Assis, seu entorno tem uma grande diferença CONCLUSÃO
de topografia que possibilita uma rica
Desse modo, a “antiga” Praça Alemanha,
variação de paisagens e de espaços.
ganha um novo status de dimensão e de
METODOLOGIA conexão com os mais diferentes espaços e
paisagens ao seu redor.
A partir desse olhar, o trabalho propôs uma
transformação desses espaços e a
130
PRAÇA ALEMANHA
Bela Vista - Complexo Urbano
Equipe Discente: Ana Julia Ferreira, Ananda Cecília,
Beatriz Fattoreto, Beatriz Moreira, Gabriela Miki, Julia
Teresa, João Pedro, José Gabriel, Kamila Salvate,
Willian Pieroni

A Praça Alemanha encontra-se na Rua Olavo

Bilac, 2-1-2-99, Bairro Jardim Bela Vista.

Ela tem formato circular, com diâmetro

aproximado de 38 metros. Marcada por
caminhos que a atravessam, a praça é bem
arborizada, com uma vegetação inteira
volumétrica, densa e composta
predominantemente por arbóreas de médio
porte.

A praça é um elemento de conexão entre o

Centro e o Bairro Bela Vista, ligando pontos
importantes da cidade, como o fórum, a
Secretaria da Fazenda de São Paulo, o antigo
prédio da previdência social (INSS) e o antigo
Pátio Ferroviário.

A paisagem urbana da região analisada é

muito interessante, com pontos muito
significativos para a história de Bauru, como o
pátio ferroviário, os antigos galpões
industriais e o próprio Rio Bauru. Essa junção
de prédios históricos, paisagens naturais,
relevos e rodovias se tornarão o Complexo
Bela Vista, abrangendo a Praça Alemanha.
131
O conceito desse projeto surgiu a partir da
observação da criação de uma nova Bauru,
sem esconder a velha Bauru. Priorizou-se a
escala do pedestre como forma de interligar
essas ideias e trabalhar fortemente com a
tridimensionalidade, da Av. Nuno de Assis, o
Viaduto Juscelino Kubitschek, até a Praça
Alemanha.

Quanto ao partido que usamos, consiste na

criação de acessos como rampas e escadas
que conectam as vias com os pontos
importantes e históricos que circundam a
área. Outro elemento implantado é o elevador
conectado à passarela, que garante um visual
de toda paisagem. Além disso, também pensamos em usar
alguns materiais que remetem a linha férrea
como forma de relembrar a velha Bauru.

132
133
134
Com a planta, conseguimos ver o projeto em
geral e as mudanças nele realizadas para
gerar conexões entre as áreas que eram
separadas pelo desnível e pelo rio. Através do
corte em 3D, podemos observar os elementos
propostos que geram conexões entre as áreas
e a relação deles com o entorno. Os
elementos são rampas, escadas e o elevador
urbano, que permitiram a aglutinação do
espaço, formando um complexo urbano. Ao
visitar a Praça Alemanha e seu entorno, ficou
notória a topografia acentuada, a dificuldade
de circulação dos pedestres, já que o veículo
está sendo priorizado, além da falta de
qualidade do local e conexão entre os
elementos simbólicos: INSS, Fórum,
Secretaria da Fazenda e Pátio Ferroviário.

Desse modo, o projeto tem como foco dar

prioridade a circulação de pedestres, sem
prejudicar o fluxo de veículos, e conectar os
elementos simbólicos, acrescentando os
galpões da Av. Nuno de Assis, promovendo a
eles atividades de cultura e lazer. Para o
projeto, foi necessário alterar o acesso que
liga a Av. Nuno de Assis para o Viaduto
Juscelino Kubitschek, estendendo a avenida
até as ruas Afonso Pena, rua do Fórum, e
Olímpio Petroni. O Viaduto JK continua com
dois sentidos, porém o sentido vindo do
Centro entra na R. Carlos Gomes.
135
No viaduto, as calçadas serão alargadas e
contará com um elevador e uma escada,
inserida na estrutura do mesmo, para facilitar
o acesso com a Av. Nuno de Assis e os
galpões. Esses, por sua vez, terão a conexão
com uma rampa sinuosa no lado oposto da
avenida, por meio de uma passagem,
permitindo acessar a parte superior do
Complexo Bela Vista.

136
A circulação de pedestre é priorizada a partir
da junção da Praça Alemanha, com a área de
estacionamento e o antigo acesso da Av.
Nuno de Assis com o Viaduto JK, trazendo
para esse espaço a possibilidade de
ocupação para eventos e diversas atividades.
O acesso é feito por meio de uma escada
(inferior), voltada para a Av. Nuno de Assis, e
uma rampa (superior), voltada para R. Olavo
Bilac.

137
138
Em suma, o projeto Complexo Urbano Bela
Vista, busca ressignificar a paisagem, por
meio de estratégias de infraestrutura urbana,
de modo a aglutinar áreas distintas em um
único espaço de pertencimento.

139
 PRAÇA ESPANHA E ITÁLIA
SOBRE A COLABORADORA
DRA. Ludmilla Tidei de Lima

Possui graduação em Arquitetura e SP. É sócia-proprietária do escritório Tidei de

Urbanismo (1998) e especialização em Lima projetos, construções e consultoria,,
Arquitetura e Pós-Modernidade (2001) pela desde 2001, com obras de restauro, teatros,
Universidade Estadual de Londrina - UEL. laboratórios e projetos de edificações em
Realizou o mestrado (2006) e o doutorado geral. Além disso, é servidora pública, em
(2021) em Arquitetura e Urbanismo, área de regime de 30 horas semanais, na Prefeitura
concentração História e Fundamentos da Municipal de Bauru desde 2019.
Arquitetura e Urbanismo, pela Faculdade de
A r q u i t e t u r a e U r b a n i s m o - FA U , d a
U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o - U S P,
pesquisando temas relacionados ao
patrimônio da industrialização. Atualmente é
professora mestre na Faculdade Galileu, em
Botucatu e na Faculdade de Agudos - FAAG,
Agudos - SP. Também atuou e atua no
momento como professora substituta na
Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação - FAAC, da Universidade
Estadual Paulista - UNESP, Campus Bauru -
140

PRAÇA ESPANHA E ITÁLIA
APRESENTAÇÃO
CONTEXTO
As praças Espanha e Itália estão localizadas
na zona central da cidade e apresentam
relevância histórica por se tratarem de
espaços constituídos como elementos do
sistema viário que interliga o Centro e o bairro
Vila Falcão, regiões que deram origem a
cidade. O centro tem sua conformação ligada
a doação de terras para formação do
patrimônio religioso, datada de 1884 e a Vila
Falcão, como o primeiro bairro “além trilhos”,
tendo adquirido características de bairro
ferroviário, a partir da formação das oficinas
mecânicas no pátio ferroviário, próximo ao
bairro.
Analisando o sistema viário dessa região, a
praça Itália estabelece a conexão entre a Av.
Pedro de Toledo, que margeia o pátio
ferroviário, o viaduto Mauá e a rua Célio
Daibem, esta última faz a interligação com a
Av. Duque de Caxias. Já a praça Espanha,
tem como função conectar o viaduto Mauá, a
rua Campo Salles, Av. Alfredo Maia e, mais
recentemente, a ligação com o bairro Bela
Vista, através de viaduto sobre o pátio
ferroviário. Tanto uma, quanto outra, foram
pensadas como praças rotatórias, com
traçados visando organizar o trânsito.
Atualmente, a praça Itália é constituída de
uma grande área circular e uma pequena
parte triangular, onde está localizada a fonte
luminosa, esta última foi um presente dos
italianos e descendestes de italianos em
retribuição ao Decreto nº. 257, de 17 de junho
de 1955 (Revista Brasilitas, Ano 21, nº. 6,
p.28), que nomeou o local como “praça Itália”.
As duas partes da praça são cortadas por
uma via que permite contorna-la e interligar as
vias que desembocam nela. Já a praça
Espanha, é constituída por uma parte de
formato irregular que se aproxima de uma
elipse, na qual existe uma grande fonte
circular, com área de bancos, um triângulo
que faz a ligação com o viaduto Mauá e uma
pequena ilhota rumo da Av. Alfredo Maia,
sentido praça do relógio de sol. Não se sabe
ao certo quando essa foi nomeada, porém
acredita-se que tenha relação direta com os
imigrantes espanhóis que aqui aportaram.
Ambas as praças foram objeto de reformas e
reestruturações em função de mudanças no
sistema viário, de degradação por mau uso e
pelo tempo, em diversas ocasiões.
Atualmente estes espaços abertos
necessitam de ações de manutenção já que
141
suas fontes não mais funcionam e seus
elementos constituintes, como bancos, pisos,
lixeiras e jardins encontram-se deteriorados.
Mas recentemente, a praça Itália passou por
uma pequena reforma, na qual refizeram o
piso de concreto e renovam o gramado
existente. Na praça Espanha, o poder público
removeu alguns arbustos por questões de
segurança, permitindo uma maior visibilidade
do local.
PROBLEMÁTICA:
A problemática proposta visava uma análise
desses espaços, constituídos como
elementos de conexão do sistema viário, de
valor histórico para a cidade, como locais de
uso pela população. Outro ponto da análise
envolveu as vistas possíveis do pátio
ferroviário e de seus edifícios, área da cidade
tombada pelo Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico do Estado de São Paulo –
CONDEPHAAT e a interligação com a vila
Falcão.
METODOLOGIA:
A metodologia adotada teve como intuito o
reconhecimento das praças Itália e Espanha,
como elementos constituintes de uma
paisagem histórico cultural, negligenciada,
em parte, pelo poder público municipal,
porém relevantes enquanto espaços
públicos, inseridos entre dois bairros carentes
de áreas verdes e de lazer. Análise seguiu o
seguinte caminho:
1. Análise preliminar
Iniciou por uma análise do tecido urbano
constituinte dos dois bairros, Centro e Falcão,
sob o ponto de vista da morfologia urbana, e
suas principais vias, buscando compreender
a relação com o pátio ferroviário e analisar os
espaços resultantes do traçado da malha
viária, através de mapas disponíveis no
Google Earth e imagens do Google Street
View.
Os alunos realizaram uma visita ao local de
estudo, juntamente com a tutora, após as
análises prévias da área, para o
reconhecimento dos elementos constituintes
dos dois espaços públicos, a compreensão do
trânsito nas vias lindeiras e a análise das
potencialidades e deficiências da área de
estudo. Dentre estas estão as vistas do pátio
ferroviário e de seu patrimônio natural e
edificado e os problemas de drenagem
enfrentados na área das praças Machado de
Mello, Centro, no pátio ferroviário e na praça
Espanha.
142
2. Análise histórica, de uso e ocupação do solo bacias de contenção, objetivando
urbano e sócio econômicas fundamentar as propostas.

Em um segundo momento, a análise partiu de 4. Propostas

uma compreensão da história desta área, em
As propostas abordaram soluções para a Av.
especial das duas praças e do pátio
Pedro de Toledo, buscando minimizar os
ferroviário, visando encontrar respostas para
conflitos entre trânsito e circulações de
os espaços abertos resultantes de sua
pedestres, através da revitalização de
evolução urbana. Neste ponto, o grupo
canteiros, implantação de faixas de pedestre
estudou também os principais usos das
elevadas, juntamente com a requalificação
quadras que perfazem a área envoltória,
das pracetas na borda da malha urbana do
identificando usos comerciais, de serviço, nas
Centro. Do mesmo modo, do lado oposto da
vias como Av. Pedro de Toledo, Alfredo Maia e
avenida, foi proposto um projeto de “borda” a
rua Campos Salles e usos residenciais, nas
ser implantado no passeio lindeiro ao pátio
ruas mais distantes do eixo de estudo.
ferroviário. Este último visava aumentar a
As questões sócio econômicas envolveram o área de circulação de pedestres através de
levantamento das atividades realizadas no alargamentos do passeio em direção ao pátio
período diurno e noturno, de população, e a implantação de rampa para a utilização do
renda, densidade demográfica e de consumo. local enquanto área verde e de lazer, a partir
Também foram levantadas as linhas de do reuso dos edifícios históricos.
transporte público e seus principais trajetos.
Para a rua Célio Daibem e praça Itália,
3. Referências projetuais propriamente dita, a equipe propôs o
alargamento de algumas calçadas, nas
Para o desenvolvimento da proposta, a
esquinas, já que o principal uso neste ponto é
equipe realizou estudos de referências
o residencial, associado à presença de uma
projetuais buscando estabelecer um
escola de ensino infantil e fundamental junto à
contraponto com as potencialidades e
praça. Outra questão é a proposta de
problemas encontrados. Dentre as
implantação de playground interativo e
referências estavam o High Line Park, em
adaptativo na praça Itália e espaços de
Nova York, EUA e soluções baseadas na
permanência, visando atender a população
natureza – SBN, como jardins de chuva e
143
residente no local. sócio econômicas e da compreensão das
praças como importantes elementos de
Como forma de estabelecer uma conexão
conexão funcional e social. A visita presencial
entre a área das duas praças e o pátio, a
ao local, promoveu uma leitura mais apurada
equipe propôs a implantação do mirante
das características urbanas, ambientais e
Mauá, através do alargamento do passeio
sócio econômicas, ampliando o olhar para o
existente no próprio viaduto, com áreas de
patrimônio natural e histórico presente ao
permanência e uma ciclovia.
redor das praças.
Na praça Espanha, a proposta envolveu novo
2.Conseguiu propor soluções para
projeto para a fonte, com a implantação de
valorização das potencialidades da área,
banco em seu perímetro e piso de acesso ao
privilegiando as vistas a partir do viaduto
chafariz central, revitalização do piso de pedra
Mauá e requalificando os espaços das praças
portuguesa, novas lixeiras, pintura e
como espaços públicos a serviço da
renovação do paisagismo. Como forma de
população. As intervenções pretendidas na
minimizar os problemas de drenagem,
Av. Pedro de Toledo estabeleceram a
principalmente na praça Espanha e Av.
conexão necessária e desejada para
Alfredo Maia, foram propostos jardins de
interligar os elementos históricos presentes
chuva ao longo da rua Campo Salles, até a
na área.
Instituição Toledo de Ensino – ITE e na área
que margeia a Av. Alfredo Maia e o Viaduto Por fim, a apresentação foi bastante clara e
Falcão – Bela Vista. objetiva, os elementos gráficos utilizaram
desenhos a mão livre, incluindo mapas e
RESULTADOS:
esquemas, perspectivas, além de desenhos
Os resultados alcançados atenderam às produzidos em programas de computador
expectativas uma vez que a equipe: que revelaram as ideias para a área
estudada.
1. Conseguiu apreender as potencialidades e
deficiências da área estudada, através do
estudo da morfologia urbana, ampliando a CONCLUSÃO:
região proposta para análise a partir do Acredita-se que, enquanto exercício de
conhecimento da história local, de análises projeto em nível de estudo preliminar, as
144
expectativas foram atendidas. O resultado
envolveu soluções para os problemas
encontrados e propostas que potencializam
as qualidades dos espaços urbanos, todas
factíveis.

Considerando o nível dos alunos, que se

encontravam no 3º ano do curso de
Arquitetura e Urbanismo, entende-se que a
compreensão de áreas urbanas que
apresentam grandes dimensões quando
comparadas com as áreas de lotes, é tarefa
complexa que exige exercícios envolvendo
mudanças de escala para a compreensão do
urbano e dos detalhes em nível da quadra e da
rua.

Por fim, entende-se que a abordagem dessa

disciplina visava a compreensão dos espaços
urbanos como objeto de projeto, em suas
várias camadas, sendo esta uma etapa inicial
e que o detalhamento do projeto urbano deve
ser alcançado nas próximas fases de
aprendizado.

145
 PRAÇA ESPANHA E ITÁLIA
Projeto de Requalicação Urbana
Equipe Discente: Amanda Neves Tasso, Ana Caroline
Menossi, Ana Luiza Mói Crosara, Gabriele Gobbi
Nardini Corrêa, Ian Kestener Stehling, Luana Cuba
Montanhana, Marina Carvalho Pereira, Pedro Leal
Pastrelo, Rafael Camargo Souza, Sophia Benine

146
AVENIDA PEDRO DE TOLEDO Faixa de pedestre incorporada
Patrimônio reapropriado
Canteiros revitalizados

PROJETO DE BORDA Praça Itália

Projeto de qualificação de um limite definido Av

.P
ed
ro
de
pelo tecido urbano através da incorporação To
ledo

do sistema que o envolve anexado com as

intenções projetuais definidas. Av
.P
ed
ro
de
To
ledo

_Permanência de observação
_ Va l o r i z a ç ã o d o fl u x o d e p e d e s t r e s
_Conexão com a malha urbana

147
CÉLIO DAIBEM VIADUTO MAUÁ
Projeto de um mirante.

_Elaboração de um mirante para conectar a

praça Espanha e Itália, além de valorizar a
vista do Rio Bauru, a qual não possui
destaque na paisagem atual.

PRAÇA ITÁLIA
Revitalização da praça.

_Cobertura para pedestres.

_Playground interativo e adaptado.
_Espaço de permanência.
_Via de acesso para Célio Daibem e para o
Mirante do Viaduto Mauá.

148
PRAÇA ESPANHA
Revitalização da praça.
_Novo projeto para a fonte.
_Revitalização do piso.
_Novas lixeiras.
AV. ALFREDO MAIA
Jardins de Chuva.
_Incorporação de um sistema de drenagem,
utilizando principalmente de recursos
naturais para amenizar um problema de
enchentes que ocorre no local.
_Vegetação arbustiva.
_Nativas.
_Entre a Av. Alfredo Maia e Viaduto Falcão
Bela Vista.
149
CAMPOS SALES
Atual
_Calçada estreita, pouca qualificação, v i a
movimentada, problemas de drenagem.

Intervenção
_Alargamento pontual de calçada, jardins de
chuva.

150
CAMPOS SALES
Alargamento de Calçada

_Em uma rua inclinada e com tanto fluxo

viário, o pedestre acaba sendo totalmente
desprivilegiado, por isso um sistema de
alargamentos pontuais nas calçadas, com
áreas permeáveis e de permanência, foram
ideias incorporadas.

151
PRAÇA PRIMAZ CHUJIRO OTAKE
SOBRE A COLABORADORA
MS. Tatiana Ribeiro de Carvalho

Possui graduação em Arquitetura e

Urbanismo pelo Centro Universitário Moura
Lacerda (2002), especialização em
Iluminação, Ergonomia e Paisagismo de
Interiores ( 2021) pelo Centro Universitário
Sagrado Coração e mestrado em Buit
Environment - London South Bank University
( 2010), validado no Brasil pela Universidade
Federal de Minas Gerais ( UFMG). É
coordenadora do curso de Arquitetura e
Urbanismo do Centro Universitário Sagrado
Coração - UNISAGRADO - e docente na
mesma instituição. É membro do Grupo de
Pesquisa Tecnologias, Estudo Dirigido e
Educação, no UNISAGRADO. Atua
principalmente nos seguintes temas:
equipamento urbano, área histórica e
planejamento urbano e Regional.

152

PRAÇA PRIMAZ CHUJIRO OTAKE
APRESENTAÇÃO
CONTEXTO
A área de intervenção escolhida, em sorteio,
foi a praça Primaz Chujiro Otake mais
conhecida como rotatória da praça do relógio
de sol. A rotatória conecta o centro da cidade
de Bauru à vila Independência. A praça da
rotatória surgiu como necessidade para o
fluxo do tráfego do centro da cidade para
diversas vias locais. além de ser um ponto de
referencia que homenageia a cultura oriental.
A manutenção da praça ficou a cargo da igreja
Tenrikyo, dada a proximidade entre a igreja e a
rotatória. A praça é repleta de simbolismos e
conta com um relógio de sol, uma estrutura
que faz alusão a um portal assim como, no
projeto de paisagismo original, fazer uma
referencia à cultura oriental, remetendo para
tanto ao Yin e Yang.
PROBLEMÁTICA
O local de intervenção, no sentido centro –
bairro, é antecedido por um gargalo até o
pontilhão que conduz os motoristas até a
Praça Primaz Chujiro Otake. Ao longo dos
anos o engarrafamento na região se tornou
comum principalmente nos horários de pico. A
rotatória é considerada por muitos como o
ponto mais crítico no trânsito da cidade e por
essa razão a praça vem sofrendo, ao longo
dos anos, algumas reformas na área e no seu
entorno próximo para a realização de
medidas que minimizem os impactos
negativos da área. Algumas medidas tais
como serviços de drenagem (construção de
bocas de lobo para a captação de águas
pluviais na praça), dentre outras intervenções
tais como a instalação de semáforos e
projetos de maior impacto como a
desapropriação de alguns imóveis - que
fazem parte da rotatória - para ampliar o
espaço para os carros ou a criação de alças
de acesso mais rápido. A área também
apresenta grande tensão para o pedestre
uma vez que o local conta com precariedade
de mobiliários urbanos, faixa de pedestres,
etc. Apesar de todas essas questões que
causam grande problema à área, o local tem
grande importância enquanto rotatória e
enquanto representatividade para a cidade.
1- Análise Preliminar
a) Conhecendo a área e selecionando
repertorio adequado à proposta. O primeiro
atendimento do grupo com a tutora
compreendeu um primeiro olhar sobre a área,
a organização dos passos seguintes a serem
trilhados assim como o compartilhamento de
153
materiais bibliográficos de autores que
conduzissem o grupo à reflexão e fomentasse
a leitura da rotatória por parte dos alunos.
Discutiu-se sobre a importância da área tanto
em relação à cidade de Bauru quanto ao
contexto local.
Metodologia
Conversa on-line com o grupo através do
Google Meet através do qual foi
disponibilizado aos integrantes do grupo
teorias adequadas à escala do projeto a ser
desenvolvido, assim como projetos bem
sucedidos na escala sectorial e escala do
bairro, em realidades semelhantes e
correlatas ao tema e contexto local. Foram
abordados temas tais como mobilidade
urbana, urbanismo tático, leitura da área,
significações constituição da paisagem
urbana, histórico da área tendo como base
bibliografia, material on-line e pesquisas em
artigos, projetos, etc, para criação de
repertório projetual, de representação de
projeto e embasamento da proposta.
Resultado
Realizada as primeiras considerações
sugeriu-se que como próximo passo o grupo
investigasse em jornais, imagens, arquivos,
decretos, legislação, reportagens, materiais
on-line e informações relativos à área, e em
bibliografia pertinente e adequada ao tema e
escala da intervenção, informações acerca da
área destinada ao grupo. Propôs-se ainda
que o grupo se organizasse em subgrupos de
3 alunos para visita à área, e esta deveria
ocorrer em dias e horários distintos para
melhor análise e entendimento do contexto
local.
a) Visita in loco do grupo à area
Metodologia
A visita in loco incluiu observação direta da
dinâmica de utilização da área, levantamento
de material iconográfico, percursos pelo local,
elaboração de croquis, conversas informais
com transeuntes - acerca da área -, visita in
loco à igreja Tenrikyo e adjacências, além de
muita exploração, compartilhamento de
impressões e registros do local.
Resultado
A área como um todo foi analisada sob
diversos pontos de vistas e impressões. O
uso, ocupação, acesso ao local, significado
da área para a cidade, fluxos (sentidos das
vias) e permanências, além de gabarito,
154
análise de cheios e vazios, levantamento de
área verde e limites naturais e construídos
através da qualidade da paisagem
construída, etc. Buscou-se identificar, nesta
visita, as potencialidades e fragilidades do
local sob diversos aspectos: físico-espaciais e
contrapor com as pesquisas realizadas
acerca dos fatores sociais, históricos,
econômicos etc que envolvem a área.
Baseado neste material muitas fotos,
discussões, análises e peças graficas
emergiram.

O grupo, retomando a subdivisão da primeira

visita in loco, optou por apresentar a leitura da
área que melhor representasse o
entendimento do grupo sob o local aos outros
grupos menores. Como resultado obteve-se 2- Levantamento das propostas para a área
imagens abstratas (posteres) de cada um dos
Metodologia: Com os posteres e
grupos menores, assim como poemas/textos,
poemas/textos que resultaram da análise e
sketches e fotos que refletissem não somente
investigação da cada grupo, foi solicitado que
as características físicas da área, mas
uma única imagem identitária fosse utilizada
também as características subjetivas. Dentre
para representar e apresentar a área para os
os pontos que mais marcaram a vista o grupo
outros tutores e demais grupos de alunos da
elencou a desapropriação de alguns lotes
turma. Seguea imagem/digrama que melhor
próximos a rotatória como área de
definiu a área pela interpretação do grupo.
permanência, acentuar a presença da Igreja
tenrikyo convidando os transeuntes a
adentrarem o bairro e marcar o caminho até a Resultado: Finalizada a leitura e
igreja. apresentação da área, um dos tutores
contribuiu com um moodboard, segue:
155

3- Fechamento da proposta
Metodologia: O grupo se reuniu com a tutora,
num segundo momento com o professor
responsável pela disciplina e foram decididas
as diretrizes do projeto.
Resultado: Segue a proposta do grupo:
- Manter a ideia de ponto focal da rotatória;
- Prosseguir com a construção de um piscinão
na rotatória (de forma a minimizar os
inconvenientes da àrea);
- Utilizar as laterais do piscinão com “fita
vermelha” (remetendo a cultura japonesa) e
interligando as pequenas
intervenções/elementos de interesse que
serão criadas com o intuito de atrair pessoas
tais como esculturas, elementos que remetem
à Igreja Tenrikyo e os conduz até a Igreja de
forma a fazer com que os transeuntes se
sintam convidados a adentrar no bairro
próximo e os leve até a Igreja;
- Equipar a área com mobiliários tais como
lombofaixas, bancos, etc, providenciar o
alargamento de calçadas, paginação de piso
adequada;
- Utilização da margem do Rio Bauru, de
forma que este delimite o parque e auxilia na
composição de caminhos a serem
percorridos pelos transeuntes;- Utilização de
lotes subutilizados que fazem face à rotatória,
criando áreas de expansão da intervenção
para a provisão de áreas de convivência
servindo de continuação ao parque.
4 - Apresentação da proposta
Metodologia: Foram elaborados peças
g r á fi c a s p r o d u z i d a s e m
AUTOCAD/SKETCHUP dentre outros
softwares de desenho.
Resultado: A proposta incluiu cenários
futuros como pré-figurações de forma a
proporcionar maior entendimento da
intervenção na área. A apresentação contou
com Imagens bem elaboradas e bem
fundamentadas. Proposta embasada no
conceito proposto no início do projeto e
coerente com a leitura da área. Seria
interessante se o grupo tivesse mostrado um
pouco mais das intervenções pensadas
considerando uma visão mais ampliada do
entorno para uma visão geral da intervenção.
156
5 - Conclusão
O grupo demonstrou compreensão das
fragilidade e potencialidades da área e inovou
na forma de forma apresentar a leitura da área
demonstrando domínio técnico, compatível
ao grau de amadurecimento e conhecimento
do terceiro ano do curso de Arquitetura e
Urbanismo. Um dos pontos fortes do grupo foi
a representação subjetiva, artística e poética
sobre a área e de seus impactos na vida
cotidiana das pessoas. O grupo exemplificou
cenários ideais da proposta, intituladas pré
configurações, para a área. Tais intervenções
poderiam estar melhor detalhadas
tecnicamente em plantas, cortes e
perspectivas para melhor entendimento
proposta. O conjunto de intervenções
escolhidas abordaram tópicos como desenho
urbano, infraestrutura urbana e mobilidade
urbana mostrando total compreensão e
atenção às demandas da área. A proposta
contemplou tanto os aspectos
físicos/funcionais assim como identitários e
subjetivos da praça, como almejado pelo
grupo.

157
 PRAÇA PRIMAZ CHUJIRO OTAKE
Equipe Discente: Paula de Melo Galafazzi, Marcos
Antonio Ernesto Pin, Thomas Patrick de Araújo
Conway, Raíssa de Faria Brianez, Giovanna Cecchi,
Luma Rocha Dourado, Laura Lua Filippon Vilela,
Maria Eduarda Accioly Iwamoto, Isabella Pinheiro
Barbosa, Lorena Perina Antunes

3- Fechamento da proposta
Metodologia: O grupo se reuniu com a
tutora, num segundo momento com o
professor responsável pela disciplina e
foram decididas as diretrizes do projeto.
Resultado: Segue a proposta do
grupo:
- Manter a ideia de ponto focal da
rotatória;
- Prosseguir com a construção de um
piscinão na rotatória (de forma a minimizar
os inconvenientes da àrea);
- Utilizar as laterais do piscinão com
“fita vermelha” (remetendo a cultura
japonesa) e interligando as pequenas
intervenções/elementos de interesse que
serão criadas com o intuito de atrair pessoas
tais como esculturas, elementos que
remetem à Igreja Tenrikyo e os conduz até a
Igreja de forma a fazer com que os
transeuntes se sintam convidados a
adentrar no bairro próximo e os leve até a
Igreja;
- Equipar a área com mobiliários tais
158
Em meio a dezenas de artérias A PRAÇA COMO MEMÓRIA
Todas conectadas
Há um ponto que se solta A praça Chujiro Otake é um projeto do
E pode apenas ser observado, com Arquiteto José Xaides Sampaio, tendo seu
cuidado, de longe, nome em homenagem ao Primaz Chujiro
Onde existe um relógio Otake, o fundador da igreja Tenrikyo no Brasil.
Cujas horas ninguém vê,
Um canteiro LOCALIZAÇÃO
Cuja grama já morreu,
Situada como um ponto de convergência
Bancos solitários,
entre diversos bairros, a rotatória é um ponto
E caminhos que não podem ser
de grande fluxo de veículos e, por estar
percorridos.
localizada próxima ao córrego Águas de
Sobrado, também é um foco de enchentes.
Um ponto cujo qual devia ser motivo de
orgulho,
Carregar uma bagagem histórica.
Mas é visto apenas como um obstáculo
Em função ao fluxo frenético
Que o contorna diariamente.
Um ponto onde muitos passam
Mas ninguém permanece,
Nem sua própria vizinhança o conhece
Diz ser apenas um ponto solto

159
PROBLEMÁTICAS
Há uma notável falta de conexão entre a praça
e a Igreja Tenrikyo. O local que poderia ser
utilizado na realização de eventos permanece
desocupado e inutilizado pela população
local. Além disso, o relógio de sol não possui
quaisquer relação com a tradição Tenrikyo.
INTEGRAÇÃO E FUNÇÃO
Partindo da análise subjetiva, pensou-se num
elemento central que pudesse se expandir,
tendo como funções integrar o espaço local,
bem como atender à necessidade de
escoamento que a área exige.

INTENÇÕES
Como estratégia para a transformação do
entorno em um local que promova o uso do
espaço pela população, foram utilizadas as
ferramentas do Urbanismo Tático, partindo do
desenho pensado a partir da perspectiva do
pedestre, ampliando-se para a escala macro
da cidade sem desconsiderar as raízes
culturais da religião Tenrikyo, bem como
buscando sua exposição.

160
EXPANSÃO DO LAÇO VERMELHO
Uma nova dinâmica para o bairro partindo da
mutabilidade e expansão de uma ideia.

161
PRÉ-FIGURAÇÕES
A estrutura camaleônica permite a criação de
diversas pré-figurações a esse bairro,
estruturando uma nova relação de seus
moradores com o local e a cultura.

A INCORPORAÇÃO DO ENTORNO
ATRAVÉS DO FIO CONECTOR

Observando todos do mundo por todas

as épocas,
não encontro quem tenha entendido o
meu coração. Of. I-I
É natural que assim seja, pois nunca o
expliquei,
não é sem razão que não saibam coisa
alguma. Of I-2.
Desta vez, Eu, Deus, revelando-me
diante de todos,
farei ouvir-me explicando os detalhes
de tudo.

162
163
PRAÇA DO LÍBANO
SOBRE O COLABORADOR
MS. Hugo Serra

Sócio Fundador da Strato Urbanismo.

Diretor de Urbanismo, Arquiteto Urbanista, é

mestre em Urbanismo pela Architectural
Association de Londres. Atua no setor
imobiliário desde 2008 desenvolvendo
projetos de grandes áreas. Atuou por 11 anos
Alphaville Urbanismo S/A no
desenvolvimento de Produto. Anteriormente,
trabalhou com a arquiteta Mara Paludo na
WAA-SP, e no Desenvolvimento de Planos
Diretores em Agudos-SP e Piratininga-SP,
através de convênio entre UNESP-Bauru e
IUAV Universidade de Veneza. Cofundador
do curso livre Confrontos - Ideias e Práticas
Urbanísticas na Escola da Cidade, São Paulo
SP.

164

PRAÇA DO LÍBANO
APRESENTAÇÃO
CONTEXTO
Localizada no cruzamento das duas principais
avenidas de Bauru-SP (Av. Nações Unidas X
Av. Rodrigues Alves), a Praça do Líbano
ocupa uma posição estratégica no contexto
do município, com grande potencial de
atratividade para moradores e visitantes.
Composta por dois triângulos em lados
opostos da Av. Nações Unidas, medindo
aproximadamente 2.500m² cada, a praça é
um importante ponto de conexão para rede de
transporte público municipal abrigando um
total de 6 pontos de ônibus nas testadas da Av.
Nações Unidas.
Sua vegetação é constituída de algumas
árvores de grande porte que formam
importantes áreas de sombra no local, e
espécies menores de caráter ornamental em
bom estado de conservação.
A praça já foi objeto de diversas reformas que
deixaram algumas estruturas inoperantes
como as fontes com chafariz e uma banca de
jornal que está fechada. Atualmente, a praça
está degradada e sem grandes atrativos para
a população.
Desde 2006, a prefeitura de Bauru criou o
Programa “Boa Praça” que visa incentivar as
pessoas físicas e jurídicas a adotarem praças
de lazer, esportivas, viadutos, pontes e áreas
verdes em geral.
PROBLEMÁTICA
Como proposta de trabalho, foi sugerido ao
Grupo que realizassem um Estudo Preliminar
de Paisagismo dentro dos parâmetros do
programa “Boa Praça” para captação de
empresas que possam realizar a reforma e
adoção da Praça do Líbano em Bauru.
METODOLOGIA
A metodologia aplicada reflete a forma de
trabalho utilizada profissionalmente dentro do
Escritório Strato Urbanismo com o intuito de
levar aos alunos uma experiência bem
aproximada da prática. Da mesma forma
como o tema seria abordado dentro do
escritório, aos alunos foi sugerido o seguinte
roteiro:
1. Análise preliminar
a) Levantamento da Legislação:
i) Lei de Uso e Ocupação do Solo: parâmetros
165
urbanísticos em um raio de 500m da praça;
ii) Legislação do programa “Boa Praça”;
b) Levantamento sócio econômico:
i) Levantamento das principais atividades no
local em períodos matutino, vespertino e
noturno, bem como dias de semana X finais
de semana;
ii) Levantamentos de dados demográficos do
entorno imediato e da população flutuante no
local em relação à Bauru (população, renda,
densidade e consumo);
iii) Levantamento das linhas de ônibus que
param na praça e nos demais pontos de
ônibus em um raio de 500m;
iv) Entrevista com frequentadores da praça,
moradores e comerciantes do entorno.
c) Benchmark (estudos de caso):
i) Apresentar casos já realizados em Bauru.
Sugestão: comparar a revitalização quadras
de basquete da Av. Comendador da Silva
Martha (Programa “Boa Praça”) com a
reforma da Praça São Pedro na Vilta Dutra
(Orçamento participativo);
ii) Apresentar bons exemplos de programas
“adote uma praça” fora de Bauru. Sugestão:
Ciclovia Av. Faria Lima e Parque Bruno Covas
em São Paulo-SP;
iii) Apresentar bons exemplos de praças com
a mesma escala fora de Bauru;
1. Desenvolvimento de 3 Cenários:
a) Deverão ser apresentados 3 cenários
distintos de requalificação da praça por meio
de croquis (desenhos a mão) e imagens de
referência.
2. Definição do “melhor cenário”
a) A partir de elementos apresentados nos 3
cenários, o grupo deverá definir o cenário
ideal que será a base do Estudo Preliminar.
b) O projeto deverá ser apresentado em
AutoCAD e/ou SketchUp.
c) Deverão ser listados e representados todos
os mobiliários urbanos (bancos, lixeiras,
pontos de ônibus) e seus respectivos
fornecedores.
3. Produção de imagens e apresentação final
a) Após a definição do “melhor cenário” o
grupo deverá se concentrar na renderização
de perspectivas artísticas, cortes e plantas
humanizadas.
b) Entregáveis (mínimo):
i) 1 (uma) planta humanizada mostrando a
166
praça e seu entorno;
ii) 2 (dois) cortes humanizados da praça e seu
entorno;
iii) 4 (quatro) perspectivas do projeto;
iv) Diagramas para melhor entendimento da
proposta;
v) Apresentação resumo de todo o processo;
“Success fee”: uma tentativa extra de
motivação.
Em vista de tornar o processo o mais próximo
de uma experiência de escritório, foi enviada
aos alunos uma Carta Convite com as
especificações acima descritas, estipulando
prazos por etapa (em anexo a este
documento). Com a carta convite em mãos, o
Grupo deveria enviar uma proposta comercial
concordando com os termos de trabalho e
estipulando um honorário pelos serviços
prestados. Os alunos concordaram em que o
tutor pudesse expor o projeto a potenciais
investidores e, caso houvesse sucesso na
captação de recursos, os alunos seriam
bonificados com o valor constante na
proposta comercial.
Resultados:
Na questão da problemática urbana, o grupo
conseguiu de maneira muito clara levantar as
principais problemáticas urbanas da Praça.
Vale ressaltar que o trabalho apresentado na
entrega intermediária trouxe uma somatória
de questões complementares que
ofereceram uma rica leitura da praça. Foram
apontados dados socioeconômicos, dados de
mobilidade urbana, percepções qualitativas
de frequentadores da praça através de
entrevistas, análises morfológicas e
hidrológicas. Da escala macro, até as dores
micro dos usuários, o grupo partiu de uma boa
base para o trabalho.
Em relação à resolução projetual, o resultado
se deu maneira satisfatória. Na escala macro,
a proposta trouxe sugestões importantes
como a ideia do arquipélago de áreas verdes,
e demonstração da carência de espaços
públicos frente a uma malha urbana
adensada (utilizando a ferramenta da “Planta
de Nolli”). Na escala micro, a pesquisa de
vegetação, brinquedos e mobiliário urbano
(em especial referente aos pontos de ônibus),
apresenta um rico apanhado de opções para
melhoria do espaço urbano.
Faltou, todavia, o elemento de articulação
entre macro e micro, uma vez que o grupo não
apresentou nenhuma proposta de desenho
para a praça (fora uma tímida intervenção no
canteiro central, muito mais próxima de uma
ilustração de revista do que um projeto
167
urbanístico). Sem o desenho da praça, o
projeto se assemelha à um discurso político:
uma lista de promessas e boas imagens que
relatam uma pesquisa, fazem uma promessa,
mas não nos permite avaliar se a proposta é
cabível ou não no local de projeto.
Do ponto de vista da linguagem e exposição
do trabalho, A apresentação é clara e
consistente. Demonstra de forma direta e com
boa qualidade gráfica os pontos
apresentados, utilizando de maneira
inteligente plantas, elevações, perspectivas e
imagens de referência.
CONCLUSÃO
De forma positiva, vale destacar o empenho
do grupo nos quesitos de pesquisa. Foram
levantados dados relevantes e atualizados
quanto a mobilidade urbana no local, dados
socio demográficos e históricos. Da mesma
forma o aprofundamento em estudos de caso
proporcionou uma boa base comum para
discussão de propostas entre os grupos. E
por fim, o empenho de cruzar as análises
urbanísticas com literatura relevante ao tema
que levou à experimentação gráfica como
plantas de Nolli, cheios e vazios, análises de
fachadas ativas, uso de infraestrutura verde e
drenagem urbana.

De maneira geral, o resultado foi satisfatório

como análise e discurso. Porém, fraco do
ponto de vista projetual. Em análise
retrospectiva, é possível afirmar que: (1) a
sobrecarga de disciplinas de projeto com
prazos simultâneos interferiu negativamente
na produtividade os alunos; (2) o nível de
maturidade para prática projetual do grupo fui
superestimado pelo orientador. Ficou
evidente que pelo momento dos alunos no
curso (3º período), ainda há uma defasagem ___________________________________
grande na utilização de técnicas básicas de Literatura consultada: GHEL, Jan Cidade Para Pessoas;
VENTURI, Robert; SCOTT BROWN, Denise; IZENOUR,
projeto como a definição de uma planta base Steven. Aprendendo com Las Vegas: o simbolismo
(esquecido) da forma arquitetônica. São Paulo: Cosac Naify,
da praça (seja situação atual, seja a situação 2003.; ROSSI, Aldo. Arquitetura da Cidade;
proposta). ANEXO I: Ver Carta Convite enviado aos alunos.

168
 PRAÇA DO LÍBANO
Transição entre o geral e a praça
Equipe Discente: Gabriel Reinato Ito, Gustavo
Henrique Peres, Luiz Henrique de Sa, Mirna
Fernandes, Felipe Park, Vanessa Ribeiro Mancilha,
Cristiano de Oliveira, Thays de Andrade

CONTEXTO
Ao longo do passeio da Avenida Rodrigues
Alves, foi fundada, em 1971, a Praça
República do Líbano. Sua ocupação
representa a possibilidade de uma área verde
e de um equipamento urbano que, não
obstante, homenageia a imigração libanesa
da cidade paulistana. No entanto,
atualmente, a praça carece de uma
manutenção e - conforme levantamentos
feitos pelo grupo - a ocupação da mesma
baseia-se somente na utilização dos pontos
de ônibus, sem a utilização do mobiliário
adjacente, uma vez que este encontra-se
deteriorado.

169
 Em uma pesquisa preliminar, verificou-se, por
ANTECEDENTES SINALIZANDO POSSIBILIDADES exemplo, que de 60 linhas de ônibus em
HISTÓRICO DA REGIÃO Bauru, 55 chegam a pelo menos um raio de
500 metros de distância da Praça do Líbano.
A Avenida Rodrigues Alves foi marcante para
Baseado nisso e, somado ao histórico da
a história de Bauru. Antes cartão postal da
região, evidencia-se que o problema não está
cidade, em sua extensão, já ocorreram desde
centrado no fluxo urbano da avenida.
desfiles cívicos até carnavais - como o de
1970 - sendo uma das principais avenidas da
cidade, tem presença marcante pelo uso de
ônibus circulares. Para além da agitação da
Rodrigues Alves, a própria Praça do Líbano já
foi muito utilizada pela clientela do antigo
‘Papa Tutty’, que se apropriava desse espaço
para o consumo e entretenimento.

170
QUADRAS HISTÓRICAS
Ilustração de fluxos na Av. Nações Unidas -
Trecho que incorpora a Praça do Líbano - com
sobreposição das quadras históricas
(desenho por: Gustavo Henrique Peres).

171
SUGESTÕES LEVANTADAS

172
SUGESTÕES LEVANTADAS
RODOVIARISMO

173
LEVANTAMENTOS
DESTRINCHANDO O MENCIONADO

Linha do tempo, Avenida Rodrigues Alves.

174
MAPEAMENTO DAS LINHAS DE ONIBUS CENÁRIOS PARA FLUXO URBANO
PRAÇA DO LÍBANO
_Expansão da Praça: com o fechamento de
uma das vias da Avenida Nações Unidas.

_Manutenção da Praça: trazer mobiliário que

crie um espaço de permanência.

_De Volta ao Córrego: recuperar a memória

bauruense restaurando o córrego pelo
canteiro da avenida.

EXPANSÃO DA PRAÇA
A PRAÇA E O ENTORNO
Com fechamento de uma das vias da Av.
ARQUIPÉLAGO DAS ÁREAS VERDES
Nações Unidas.
Analisando a Praça do Líbano e seu entorno,
Expansão da Praça do Líbano, com um
pode se notar a conexão entre as áreas
canteiro central expandido que ocupa uma via
verdes por meio da Av. Nações Unidas, no
em cada sentido, se conectando como os dois
trecho que interliga o Teatro Municipal, a
lados das vias da Avenida Nações Unidas;
Praça e o Parque Vitória Régia.
Dá-se prioridade ao conforto do pedestre,
agente compositor da paisagem da praça.
Abrangem-se as possibilidades para:
ciclovias, imersão da avenida na praça e
demais elementos.

175
176
CANTEIRO CENTRAL COMO PARTE Ilustração de fluxos - Trecho que incorpora a
INTEGRAL DA PRAÇA Praça do Líbano (desenho por: Gustavo
Henrique Peres).
A ideia é que os carros e demais veículos que
passam pela avenida também percorram a
praça, de forma que o canteiro central
expandido e os dois lados da praça tragam
uma imersão para quem à atravessa.

177
MANUTENÇÃO DA PRAÇA

Acentua-se positivamente o fluxo urbano

preexistente da avenida, não intervindo em
sua estrutura; Adição de mobiliário que
corrobore para a proposta, dando à praça seu
devido uso enquanto área de permanência, e
não apenas ponto de translação.

Ilustração de fluxos - Trecho que incorpora a

Praça do Líbano (desenho por: Gustavo
Henrique Peres).

178
DE VOLTA AO CÓRREGO

Acentua-se positivamente e fluxo urbano

preexistente da avenida, não intervindo em
sua estrutura; Restauração do córrego pelo
passeio do canteiro.

Ilustração de fluxos - Trecho que incorpora a

Praça do Líbano (desenho por: Gabriel
Reinato Ito).

179
COMO A PRAÇA PODE FAZER PARTE DISSO?
Pisos permeáveis e vegetação.

_Permite a drenagem de água.

_Proporciona a recuperação da água poluída

do rio.

180
O PROJETO DA PRAÇA
PAISAGISMO

181
O PROJETO DA PRAÇA
ILUMINAÇÃO

182
O PROJETO DA PRAÇA
PARQUINHO COM BRINQUEDOS
DIVERSIFICADOS

183
O PROJETO DA PRAÇA
PONTOS DE ÔNIBUS
‘’Caxias do Sul cria ponto de ônibus que gera
energia solar’
‘[...] Na cidade de Caxias do Sul, na Serra
Gaúcha, foi feita uma simples reforma em um
dos pontos de ônibus originais, o que causou
uma grande diferença para quem utiliza o
local. Foram colocadas plantas por todo o
te to , re sfri a n d o -o , e p l a ca s so l a re s,
possibilitando assim a autoprodução de
energia. Com essas instalações, a estrutura
fornece pontos de recarga de celular e
iluminação com lâmpadas de LED, usando a
energia armazenada produzida ao longo do
dia.

184
O PROJETO DA PRAÇA
PARKLETS E MOBILIARIO

185