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Organizadores
Evandro Fiorin
Sandra Medina Benini
Geise Brizotti Pasquotto
INTELIGÊNCIAS
ARQUITETÔNICAS
E URBANAS
1ª Edição
ANAP
Tupã/SP
2023
2
EDITORA ANAP
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003.
www.editoraanap.org.br
editora@amigosdanatureza.org.br
Ficha Catalográfica
CDD: 720
CDU: 720/49
CONSELHO EDITORIAL
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................... 09
INTELIGÊNCIAS ARQUITETÔNICAS E URBANAS PARA UM
MUNDO HÍBRIDO
Evandro Fiorin
Capítulo 1 ......................................................................................... 11
SMART CITIES: DA UTOPIA ÀS PEQUENAS OPORTUNIDADES
Rovenir Bertola Duarte
Capítulo 2 ......................................................................................... 29
FENOMENOLOGIA DO ESPAÇO HABITADO: (NOVOS)
PENSAMENTOS ACERCA DO PROJETO E DA PESQUISA EM
ARQUITETURA E URBANISMO
Rodrigo Gonçalves dos Santos
Capítulo 3 ......................................................................................... 45
A HABITAÇÃO COLETIVA NO PROCESSO DE
REQUALIFICAÇÃO DA CIDADE CONTEMPORÂNEA. ESTUDO
DE CASOS NA ANDALUZIA (ESPANHA) E EM SÃO LUÍS DO
MARANHÃO (BRASIL)
Silvana Rodrigues de Oliveira
María Fernanda Carrascal Pérez
Capítulo 4 ....................................................................................... 73
ARQUITETURA LUSO-BRASILEIRA E PAISAGEM NA REGIÃO
DO COMPLEXO LAGUNAR (SC): PATRIMÔNIO CULTURAL EM
RISCO
Fabiano Teixeira dos Santos
Soraya Nór
Capítulo 5 ........................................................................................ 91
MOBILIDADE URBANA E ACESSIBILIDADE: DIREITO AO
LAZER E À INFORMAÇÃO PÚBLICA
Eduardo Cardoso
8
Apresentação
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
Cada vez que nos deparamos com algum novo termo adicionado a
conceitos aparentemente estabelecidos, nos perguntamos sobre o que este
acrescenta ou como nos reencontramos com o antigo conceito. Assim, é
compreensível que o termo smart city nos impulsione a pensar sobre, afinal,
qual o papel do “smart” adicionado ao velho conceito de cidade. Cugurullo
(2018), em sua busca pela origem do imaginário ao redor do termo smart city,
resgata a imagem utópica do romance de New Atlantis de 1626 de Francis
Bacon. Para o autor, “a primeira imagem de uma cidade totalmente
desenvolvida em sintonia com o desenvolvimento tecnológico” (CUGURULLO,
2018, p.4). Em direção semelhante, outros autores veem na utopia iluminista
da New Atlantis uma cidade governada cientificamente (CALVILLO et al., 2015)
ou uma cidade onde a ciência é soberana (GROSSI; PIANEZZI, 2017).
Em síntese, tal imaginário remete à utopia de um lugar governado
tecnocraticamente, onde uma espécie de solução maquínica produziria um
mundo ideal, baseado na ciência e conhecimento, descartando as inoperâncias
humanas. Como diz Cugurullo (2018), aqui se revela um fio ideológico comum
que chega até à smart city: uma fé inabalável na tecnologia e inovação. Desta
forma, é possível reconhecer uma fragrância utópica da smart city que remete
à grande oportunidade de resolver velhos problemas, como sustentabilidade,
segurança, transporte, desigualdade social e de gênero entre outras.
Assim, não por acaso, a palavra “utopia” figuraria, na segunda década
deste século, em diversos títulos de livros e artigos no tema (ANTHOPOULOS,
2016; GROSSI; PIANEZZI, 2017; MARVIN; LUQUE-AYALA; MCFARLANE, 2016;
observa Kitchin (2014), esta leitura tecnocrática parece pressupor que todos os
aspectos de uma cidade são passíveis de serem medidos, monitorados e
tratados como problemas a serem resolvidos pela tecnologia. Uma abordagem
apoiada na ideia de que os dados podem instruir completamente a ação
(FERRERI; SANYAL, 2018). Assim, pouco a pouco, esta abordagem vai
defendendo a concentração de esforços na obtenção e análise de dados, algo
que os governos por si só não possuem condições de arcar. Essa lacuna,
segundo McNeill (2016), vai sendo preenchida por empresas globais de
tecnologia, que, em sua leitura, estão na vanguarda da naturalização de
“versões únicas da verdade”. Este preenchimento passa pela transformação
dos serviços públicos em negócios e a dependência do suporte das big techs.
Para alguns autores, essas transformações estão alterando a gestão da
cidade e aproximando-a de uma abordagem neoliberalista (MOROZOV; BRIA,
2019; GROSSI; PIANEZZI, 2017; HOLLANDS, 2015). Morozov e Bria (2019)
detectam uma lógica neste processo, uma espécie de regime de bem-estar
social privatizado. O processo iniciaria com a inclusão das tecnologias
avançadas em situações novas, onde tais tecnologias não eram comuns,
possibilitando custos minimizados. Com essa economia significativa para os
consumidores, não haveria empecilho de os custos serem totalmente
repassados para os usuários. Ao mesmo tempo, uma racionalização em prol da
maximização de recursos. Contudo, ainda segundo os autores, uma vez
privatizada, essa racionalização desapareceria, algo como o chamado “efeito
Wal-Mart” (FISHMAN, 2006) se concretiza, os preços abaixam carregando uma
precarização e queda dos salários, ainda que oportunidades de trabalho
flexíveis e de curto prazo apareçam como moedas de compensação.
Em clima de austeridade, com reduções drásticas dos fundos
disponíveis para serviços locais, as associações com as big techs e a privatização
desses serviços parecem ser um caminho salvador para muitos governos
municipais. Essas associações, contudo, também acarretam relações de
dependência, seja devida à propriedade tecnológica da big tech, que pode não
permitir intercambiar dados ou evoluir o sistema, seja pelo fato de estas
empresas se recusarem a abrir seus dados ou seguir as regras governamentais,
através de uma “desregulamentação regulada” (AALBERS, 2016). Essa
governança tecnocrática, guiada pelas big techs de dados, pode, segundo
Kitchin (2014), representar o perigo de um bloqueio tecnológico, no qual os
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Capítulo 2
Se nossos olhos fossem feitos de tal modo que nenhuma parte de nosso
corpo se expusesse ao nosso olhar, ou se um dispositivo maligno,
deixando-nos livres para passar as mãos sobre as coisas, nos impedisse
de tocar nosso corpo […], esse corpo que não se refletiria, não se
sentiria, esse corpo quase adamantino, que não seria inteiramente
carne, tampouco seria o corpo de um homem, e não haveria
humanidade. Mas a humanidade não é produzida como um efeito por
nossas articulações, pela implantação de nossos olhos. (MERLEAU-
PONTY, 2004, p. 17).
I shall name them the transcendental and the sacrificial. The first would
be the invisible condition of the possibility of drawing, drawing itself, the
drawing of drawing. It would never be thematic. It could not be posited
or taken as the representable object of a drawing. The second, then, the
sacrificial event, that which comes to or meets the eyes, the narrative,
spectacle, or representation of the blind, would, in becoming the theme
of the first, reflect, so to speak, this impossibility. It would represent this
unrepresentable. (DERRIDA, 1993, p. 41).
32
fazer contato ou apreender. Sobre seus próprios dois pés, um cego explora a
sensação de estar fora de uma área que ele deve reconhecer ainda sem
cognição, e o que ele apreende, o que ele tem sobre as apreensões, na
verdade, é o abismo, a queda dele já ter ultrapassado.
Derrida (1993) diz-nos que ser um cego é, antes de tudo, um mostrar as
mãos, é um chamar a atenção para o que se desenha com a ajuda do com o que
se desenha. O próprio corpo como instrumento, a mão da obra, das
manipulações, das manobras e boas maneiras, a mão como o jogo ou um
trabalho de desenho, a mão como a cirurgia. Lembremos que, no caso do cego,
a audição vai mais longe do que a mão, e a mão vai mais longe do que o olho.
A mão tem ouvidos para evitar a queda, ou seja, o acidente, e assim a mão
comemora a possibilidade do acidente, a mantém em memória. A mão é, aqui,
a própria memória do acidente. Mas para quem vê, a antecipação visual
substitui a mão para ir ainda mais longe. Ver e não ver parecem, assim, ser duas
faces da mesma moeda: ora uma está para cima, ora outra. É um cara-ou-
coroa, um jogo no qual ao lançarmos a moeda não sabemos muito bem o que
poderá cair.
Quando Derrida sugere a mão como um resumo do tato, penso que a
situação de ser tocado por pessoas com cegueira revela a potência do tato
como um narrador de visualidades. É por meio do tato que se pode ver além
daquilo que supomos ver. As mãos, as quais podem ser consideradas um
prolongamento do espaço interno tocando o espaço externo na busca daquilo
que pode ser narrado, assumem, assim, uma grandiosidade perante a maneira
de se habitar um mundo. Arrisco situar o tato como criador de uma narrativa
ou até mesmo de uma obra de arte. O tato proporciona uma aisthesis
completa, trazendo o sensível em todas as esferas dos sentidos humanos.
Repensando o ditado que diz que “os olhos são as janelas da alma”, coloco que
as mãos são as portas do coração: nossos sentimentos iniciam-se pelas pontas
dos dedos, crescem na palma das mãos e destas obtém as chaves das portas
do coração, habitando-o ao abri-las.
Revejo e interrogo se o drama da cegueira consiste mesmo na
incapacidade de estabelecer as devidas diferenças visíveis entre os seres. O
tato (a mão?) não é apenas mais útil para encontrar um objeto azul sobre um
tapete que tenha a mesma coloração. Visível e móvel, meu corpo está entre as
coisas, é uma delas, está preso no tecido do mundo, e sua coesão é a de uma
34
coisa. “Mas, dado que vê e se move, ele mantém as coisas em círculo a seu
redor, elas são um anexo ou um prolongamento dele mesmo, estão incrustadas
em sua carne, fazem parte de sua definição plena, e o mundo é feito do estofo
mesmo do corpo” (MERLEAU-PONTY, 2004, p. 17).
Já ouvi pessoas dizerem que no processo de aprendizagem o sentido
visual desempenha papel central, por ser o mais útil para a prática da imitação,
a qual é uma das maneiras mais enfatizadas na aquisição do nosso acervo
cognitivo. Preocupo-me com isto. Não acredito que falta ao cego uma
possibilidade de educar-se (visualmente) pelo exemplo do outro. De repente,
pensar que uma educação visual só se dá pelo sentido da visão pode ser uma
forma de cegueira sacrificial sugerida por Derrida (1993). Merleau-Ponty
(2004) alerta claramente que qualidade, luz, cor, profundidade, estão a uma
certa distância diante de nós porque despertam um eco em nosso corpo,
porque este as acolhe. “Toda a questão é compreender que nossos olhos já são
muito mais que receptores para as luzes, as cores e as linhas: computadores
do mundo que têm o dom do visível, como se diz que o homem inspirado tem
o dom das línguas.” (MERLEAU-PONTY, 2004, p. 19).
Acordo de manhã. Abro meus olhos. Vejo um mundo que estou a minha
vida inteira aprendendo a ver. Este mundo estou construindo paulatinamente
desde meu nascimento. Por meio de experiências, classificações e memórias,
construo o mundo em que vivo. Por que com um cego isto seria diferente?
Você poderia me dizer: “ah, porque ele não enxerga, essa construção é bem
diferente da minha”. Correto. Mas o que seria este enxergar? Fico pensando se
o cego não tem uma maneira sua de enxergar. Quando converso com um cego
eu me abro às suas experiências não visuais e me pego vendo que o cego vê
em seu ser não visual. Parece um paradoxo? Não sei… creio que não.
Oliver Sacks comenta que temos uma construção primal do mundo, e
esta pode ser visual ou não. Não é um esforço para as pessoas com a visão
normal construir formas, contornos, objetos e cenas a partir de sensações
puramente visuais. Elas fazem essas construções visuais, um mundo visual,
desde o nascimento e para tanto desenvolvem um vasto e desembaraçado
aparelho cognitivo. Mas Sacks (2006) enfatiza que os processos perceptivos-
cognitivos, enquanto fisiológicos, também são pessoais. Não é somente um
mundo que a pessoa percebe e constrói, mas o seu próprio mundo, o qual está
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 35
É por meio deste contato com um outro que meu trabalho se inicia.
Assim, inicio pelo início por mais que ele pareça ser o fim. Eis um texto. Um
texto que se centra na angústia do olhar, da percepção. Traz consigo – num
incidente, talvez – o (in)visível. Não se trata de um texto que fala de pessoas
com cegueira. Se há um lugar de onde se ouve este texto, este lugar é o “entre”.
Logo, o texto está “entre” as pessoas com cegueira e pessoas sem cegueira.
Opto em utilizar com mais frequência o termo “pessoa com cegueira”. Tal
termo revela uma condição não visual de alguém o qual é um potencial
interlocutor, um outro que evidencia uma alteridade propriamente dita,
extrapolando a denominação de um indivíduo privado da vista. Os termos
“cego” e “não cego” aparecem em alguns momentos do texto, mas ressalto
que não os assumo focando um organismo deficiente, mas assumo “cego” e
“não cego” como sinônimo de “pessoas com cegueira”.
Alerto, assim, que a ênfase de meu trabalho é a experiência do ver e do
não ver, procurando desconstruir os aspectos pejorativos vinculados à
experiência com a cegueira. E o que emerge disto? Uma obra aberta. Opto por
já de início situar este texto como uma obra aberta. Aberta para possibilidades
de interpretações. Aberta para finalizar ciclos na mente de quem o lê. Aberta
para convites de reflexões. É uma escritura que procura vir com seriedade e
rigor científico envoltos na plasticidade das palavras, no rearranjo de frases, no
entrelaçamento de letras. Talvez, um desenrolar de ideias que pairavam soltas
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 37
e que decidiram tomar forma num texto. Será que elas encontrariam um lugar
para serem lidas? Pode ser o início de uma tentativa…
Decidi encarar a ciência sobre outro prisma, e encontrei um respaldo
em Maurice Merleau-Ponty. Assim como o autor, não quero polemizar e impor
uma maneira de pensar um objeto de pesquisa. Gostaria de tentar coexistir
com a ciência que, por vezes, se apresenta com uma supremacia objetiva a
todos nós. Não quero assumir, nas palavras de Merleau-Ponty (2004), um
pensamento de sobrevoo como um pensamento do objeto em geral. Tenho a
pretensão de que meu texto
científicos anteriores. Meu texto, assim, procura vir com um modo ontológico
de redução, no qual a fenomenologia é tida como uma ciência e um rigoroso e
explícito empreendimento de autoconsciência. A fenomenologia parece-me,
de fato, uma ciência mais concreta do que quaisquer das investigações parciais.
Sokolowski (2004) comenta que a ciência da fenomenologia complementa e
completa outras ciências particulares, enquanto retém a elas e à sua validade,
de modo que, bastante paradoxalmente, a fenomenologia é a mais concreta
das ciências. Logo, a fenomenologia mostra como a ciência mesma é um tipo
de manifestação, e, consequentemente, mostra a ingenuidade do objetivismo,
ingenuidade por afirmar que o ser é indiferente à manifestação.
No entanto, Merleau-Ponty (1994) nos alerta que ainda não sabemos
nada sobre o mundo e o espaço objetivos! Vejo que para aguçarmos nossa
sapiência (adormecida) sobre o mundo e o espaço objetivos precisamos
descrever o fenômeno do mundo. Merleau-Ponty (1994) solicita-nos descrever
o nascimento do mundo para nós num campo onde cada percepção torna a
nos colocar, onde ainda estamos sós, onde os outros só aparecerão mais tarde,
onde o saber e, particularmente, a ciência ainda não reduziram e nivelaram a
perspectiva individual. É por meio desta perspectiva individual que devemos
ter acesso ao mundo, portanto, em primeiro lugar, é preciso descrevê-la.
Munido deste proceder (científico) investigo sobre a percepção daquilo
que supomos ver. Descrevo um olhar deslocando-se num espaço-tempo,
gerando momentos transversais no campo de meu trabalho. Descrevo o que
estamos vendo, o que poderíamos ver, o que não vemos. Desloco percepções.
Transpasso histórias procurando gerar uma narrativa visual sem imagens, ou
melhor, com muitas imagens que (ainda) não são vistas, mas que estão
procurando um território para coexistirem “entre” elas próprias e “entre” mim.
É por esta razão que meu texto exige uma escritura. Uma escritura que
é uma espécie de laboratório.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 39
Pode ser uma escritura que excita. É uma excitação nos moldes de
Merleau-Ponty (1994), a qual é apreendida e reorganizada por funções
40
transversais que a fazem assemelhar-se à percepção que ela vai suscitar. E fica
claro, mais uma vez, o porquê da escolha pela descrição fenomenológica como
fio condutor de minha escritura. “Essa forma que se desenha no sistema
nervoso, esse desdobramento de uma estrutura, não posso representá-los
como uma série de processos em terceira pessoa, transmissão de movimento
ou determinação de uma variável por outra.” (MERLEAU-PONTY, 1994, p. 114).
Entendo, ainda, que este texto espacializado por esta escritura pode ser
traduzido por uma filosofia reflexionante. Destarte, parto do princípio de que,
se uma percepção deve poder ser minha, é preciso que, de agora em diante,
seja uma de minhas representações. É o que Merleau-Ponty (2007) indica ao
comentar que devemos ser como pensamento, efetuando a ligação dos
aspectos sob os quais o objeto se apresenta com sua síntese num objeto.
Por que rompo com uma (pseudo)linearidade que é confortável aos olhos
preguiçosos de um leitor desavisado? É a incontinência de uma escritura… é
um texto-corpo que implora por tais experiências de leitura. É a possibilidade
de uma repetição, de uma morte, de uma origem que não reedita o texto,
apenas o faz coexistir a cada manusear, a cada leitura.
A morte está na aurora porque tudo começou pela repetição. Logo que
o centro ou a origem começaram por se repetir, por se redobrar, o duplo
não se acrescentava apenas ao simples. Dividia-o e fornecia-o. Havia
imediatamente uma dupla origem mais a sua repetição. Três é o
primeiro número da repetição. O último também, pois o abismo da
representação permanece sempre dominado pelo seu ritmo, ao infinito.
Sem dúvida, o infinito não é uno nem nulo, nem inumerável. É de
essência ternária. (DERRIDA, 2009, p. 434).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 3
arquiteta pela Escola Técnica Superior de Arquitetura Universidade de Sevilha (ETSA_US) (2007).
Professora do Departamento de História, Teoria e Composição Arquitetônicas da ETSA_US, desde
2011. E-mail: mcarrascal@us.es
5 Artista italiano Giovanni Battista Piranesi (1720-1778) e artista holandês Maurits Cornelis Escher
(1898-1972).
46
6Fita de Möbius, descoberta em 1858 pelo matemático alemão August Ferdinand Möbius (1790-
1868), uma variedade bidimensional que influenciou as “figuras impossíveis” dos desenhos de
Escher.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 47
7Silvana Rodrigues de Oliveira colaborou pela primeira vez nesse escritório em outubro de 1988,
nas modificações do projeto da Reabilitação da Casa Hernán Cortés e na redação do projeto da
Casa Amiano. Depois, continuou participando em diferentes projetos em etapas intermitentes, até
2022.
50
Figura 3 – Fachada principal Casa Hernán Cortés. Fachada lateral, dando ao “adarve” lateral
desde o terreno adjacente que foi incorporado ao projeto.
Figura 4 – Pátio principal da casa Hernán Cortés reabilitado; detalhe da galeria; interior da
moradia; escadaria principal, “presença de Escher e de Scarpa”. Foto de Pepe Morón
Figura 5 – Fachada principal Casa Hernán Cortés. Fachada lateral, dando ao “adarve” lateral
desde o terreno adjacente que foi incorporado ao projeto. Foto de Pepe Morón
O novo edifício está alinhado num dos lados da ruela interior, que foi
ampliada para formar um pátio no qual se encontra uma de suas entradas e
que, ao mesmo tempo, atravessa o edifício e se comunica diretamente com a
rua Flandes; construtivamente foi projetado com paredes paralelas de
alvenaria estrutural. Neste corpo, as partes principais da moradia (estares e
quartos) se dirigem para o pátio ou para a rua, deixando as escadas e as áreas
molhadas voltadas para os pátios interiores na área central (Figura 5).
Como conclusão, é destacável o conceito adotado na reabilitação,
baseado praticamente em restaurar a construção antiga e acrescentar
elementos ligeiros para dotá-lo de espaços para o uso de moradia. Em um dado
momento, estas novas estruturas e paredes internas, fáceis de montar e
desmontar, são factíveis de remoção, podendo o antigo edifício ser recuperado
e reutilizado para outro fim.
8
Durante as escavações arqueológicas foram encontrados restos medievais de uma antiga
tinturaria, e na cota 5 apareceram vestígios de Roma, talvez tenha sido um edifício administrativo
ou parte da muralha da etapa romana de Sevilha.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 55
Figura 6 – Planimetria com as três propriedades. Nova proposta inserida na trama urbana
ventilação alheias, que tinham que ser conservadas de acordo com o código de
construção de Sevilha (Figura 7).
Figura 7 – Perímetro dos lotes com as preexistências já demolidas. Abaixo, planos com a proposta
reconhecendo as três propriedades; perspectiva com a nova construção no miolo da quadra
fibra de vidro). Estes produzem uma vibração nas fachadas nos casos de
invasões dos pátios por edificações anexas para marcar a diferença de
altura de algum corpo, ou em fachadas enfrentadas com tratamento
tipológico diferente. Nestes casos o sistema de escurecimento se realiza
por venezianas metálicas com o mesmo perfil dos paramentos. O dia e
a noite fazem que a fachada se feche e abra com múltiplos olhos, como
na vigília e no sonho”. Memorial do projeto. (OLIVEIRA, 1990).
mais alto, está o elevador, que é exigido por lei e que pode ser usado por todos
os habitantes do empreendimento.
Figura 14 – Fachada do imóvel Humberto Campos 170. Estado antes e depois da reabilitação
que era pouco flexível e não permitia a abertura de pátios interiores que
afetassem os telhados.
De acordo com a experiência da equipe espanhola, tal como vimos,
nesse tipo de projetos realizados na Andaluzia, foram sugeridas algumas
modificações defendendo a necessária abertura de pequenos pátios para
conseguir melhorar a iluminação natural e gerar ventilações cruzadas,
imprescindíveis para a habitação coletiva. Mudanças que conduziu a um
questionamento das normas e a municipalidade (Coordenação de Patrimônio
Cultural – Fundação Municipal de Patrimônio Histórico)10, aceitou as sugestões
que melhoravam as condições de salubridade e ambientais, mais adequadas
aos exigentes requerimentos do uso habitacional proposto (Figuras 15 e 16).
10A través da assinatura do protocolo entre o Ministério das Cidades e a Junta de Andaluzia,
passando pela Oficina Técnica de Cooperação AECID, Embaixada de Espanha no Brasil.
11Junta de Andalucía. Consejería de Fomento y vivienda, 2012. “Rehabilitación de viviendas en el
Centro Histórico. San Luis (Marañon, Brasil)”. Tríptico, Depósito Legal: SE 3325-2012.
66
Figura 18 – Casa Amiano. Plantas estado anterior às obras (superiores) e reabilitadas (inferiores)
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 4
1 INTRODUÇÃO
12
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal de Santa Catarina. E-mail: fabianoteixeiradossantos@gmail.com
13 Doutora em Arquitetura e Urbanismo e professora do Programa de Pós-Graduação em
algarvia nas obras populares (LEMOS, 1979, p. 56). Nas praias, campos e
vilarejos povoados por descendentes de açorianos, a simplicidade e a
funcionalidade, de fato, prevaleceram (Fotografia 3).
Fotografia 4 – Casa do século XIX com engenho contíguo para produção de farinha de mandioca,
açúcar e cachaça, na localidade de Morro do Mirim, Imbituba
Fotografia 5 – Casa da década de 1920, localizada em Pouso Alto, zona rural de Gravatal
Fotografia 6 – Numa das laterais da casa mostrada na Fotografia 5, a eira utilizada para secagem
dos grãos produzidos na propriedade
Fotografia 7 – Sarilho com canoa içada na lagoa de Imaruí, município de Pescaria Brava
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 5
Eduardo Cardoso14
1 INTRODUÇÃO
2 TURISMO ACESSÍVEL
1988 (BRASIL, 1988) e na Lei 10.098/2000 (BRASIL, 2000), conhecida como Lei
da Acessibilidade, estabelecendo que os espaços ofereçam acessibilidades
para as pessoas com deficiência, eliminando obstáculos e barreiras que
permeiam os espaços e dificultam o acesso.
O Decreto 5.296/2004 (BRASIL, 2004) reafirma a acessibilidade nos
espaços e garante condições para utilização total ou assistida com sistemas e
meios de comunicação e de informação.
No ano de 2007, lançou-se, no Brasil, o Plano Nacional de Turismo (PNT),
voltado ao período de 2007 a 2010 (BRASIL, 2007), em que o MTUR acionou
mecanismos de desenvolvimento econômico, tornando o Brasil um grande
indutor de inclusão social.
Dentre as ações, verificou-se o apoio ao turismo acessível por meio de
projetos que visam à acessibilidade urbana, adaptações de atividades
turísticas, impressão de materiais de apoio, ampliando o acesso a todos.
Somente em 2008, aprovou-se a Lei do Turismo 11.771/2008 (BRASIL, 2008),
que dispõe sobre a política nacional de turismo e define as atribuições do
Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor
turístico.
Nesse sentido, os referenciais legais apontam que “a igualdade social
pressupõe garantir a acessibilidade a todos, independentemente das
diferenças” (BRASIL, 2009, p. 9).
O MTUR apresenta em documento, elaborado em 2009, bases para o
desenvolvimento do turismo acessível, destacando a importância dos
seguintes elementos: preparação do destino para a acessibilidade,
planejamento participativo, busca de parcerias e financiamentos,
estabelecimento de estratégias de comunicação e adoção de um plano de ação
(BRASIL, 2009).
Em 2015, a Lei 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão (LBI), tornou
obrigatório a estabelecimentos de lazer e de turismo oferecer acessibilidade a
seus frequentadores.
Descrição da Imagem: Folder com o mapa turístico quadrado da Rota Cidade Baixa, em Porto
Alegre no Rio Grande do Sul, Brasil. Sobre fundo branco, as quadras são desenhadas em cinza,
parques em verde e as rotas em três cores, conforme sua duração: verde, amarelo e azul, da maior
para a menor. Doze pontos turísticos são marcados por setas de localização e ilustrações
simplificadas de suas formas. À direita, de cima para baixo, as legendas dos pontos turísticos,
legendas de informações de serviço, como sanitário, acessibilidade, entre outros, e, por fim, dois
QR codes com informações extras em áudio e em comunicação alternativa.
Fonte: Cardoso, Castelini, Bersch et al. (2020, p. 114).
98
Descrição da Imagem: Duas fotografias coloridas lado a lado. À esquerda, a implantação da placa
em metal adesivada com as informações em comunicação alternativa em uma praça da cidade. A
placa tem fundo branco e pictogramas coloridos dispostos em quadrados em dez colunas e cinco
linhas, que se dividem por cor, no fundo de cada quadrado, conforme classificação de uso, isto é,
em amarelo, verde, rosa, laranja, azul e branco. No topo, à esquerda, o logo POA Turismo Acessível
e, à direita, o texto: prancha de comunicação aumentativa e alternativa. À direita, imagem em
detalhe da foto anterior. Uma pessoa aponta para um dos símbolos em pictogramas.
Fonte: Cardoso, Castelini, Bersch et al. (2020, p. 115).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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formação e produção. Porto Alegre, RS, Brasil, 2017.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 105
Capítulo 6
1 INTRODUÇÃO
15
Professora doutora, FCT-UNESP, campus Presidente Prudente. E-mail: cristina.baron@unesp.br
16 Discente Arquitetura e Urbanismo, FCT-UNESP, campus Presidente Prudente. E-mail:
sarah.garrido@unesp.br
106
Foi nesse momento, entre os meados e o fim da década de 80, que amadureceu
a concepção progressista de reforma urbana. Essa concepção pode ser
caracterizada como um conjunto articulado de políticas públicas, de caráter
redistributivista e universalista, voltado para atendimento do seguinte objetivo
primário: reduzir os níveis de injustiça social no meio urbano e promover uma
maior democratização do planejamento e da gestão das cidades (objetivos
auxiliares ou complementares, como a coibição da especulação imobiliária,
foram e são, também, muito enfatizados). (LOPES, 2001, p. 158).
Figura 2 – Região Administrativa de Presidente Prudente com setorização dos municípios por
número de habitantes considerando a projeção de 2020
habitantes nas projeções para 2020, em 2010 tinham apenas 18.726 e 18.494
habitantes respectivamente, o que pode explicar a ausência do plano. Foi
levantado também que em Junqueirópolis, embora não tenha Plano Diretor,
em outubro de 2020 foi instituída a comissão de acompanhamento do Plano
Diretor na cidade (Quadro 2).
Fonte: IBGE Cidades (2020), sites oficiais (2020), elaborado pelas autoras (2020).
3.2 Transparência
Quadro 3 – Relação dos municípios que possuem seus Planos Diretores disponíveis em seus
respectivos sites
Quadro 4 – Quadro de municípios que possuem maior ou menor facilidade de acesso ao seu
Plano Diretor
Quadro 5 – Relação dos municípios, diagnósticos, anexos e outros planos disponíveis em seus
respectivos sites
abrir uma a uma para descobrir seus conteúdos. No caso de Regente Feijó, o
município não possui Plano Diretor, e no último levantamento relacionado a
esses planos, as informações acerca da legislação estavam fora do ar no site.
4 ESTUDO DE CASO
Figura 3 – Mapa dos conjuntos habitacionais em Presidente Prudente até a década de 2010
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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130
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http://www.presidenteprudente.sp.gov.br/site/leis_decretos_detalhe.xhtml?t=3&a=2018&n=23
0&c=. Acesso em: 28 jan. 2021.
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http://www.presidenteprudente.sp.gov.br/site/leis_decretos_detalhe.xhtml?t=3&a=2018&n=23
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https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/wp-content/uploads/2021/01/A-luta-pela-
reforma-urbana-no-Brasil-Miolo-Completo-Final.pdf. Acesso em: 2 fev. 2022.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 131
Capítulo 7
1 DO APAGAMENTO DE HISTÓRIAS
O que está através das paredes ruindo? Uma pele (in)visível que, se
pudesse, relataria memórias? Este artigo20, desdobramento de uma pesquisa
iniciada em 2017, aborda a relação entre esvaziamento das áreas centrais
históricas e as intervenções de arte na escala da arquitetura e urbanismo como
potencial alerta sobre a condição de abandono e apagamento 21 das histórias
guardadas nestes lugares. O problema, parte da cultura urbana e arquitetônica
de muitas cidades médias brasileiras (que, portanto, se amplia no território
para além da metrópole paulistana), coincide com a proposta de reconstrução
da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, especialmente por
meio dos eixos corpos e memória. Nesse sentido, o texto desenvolve reflexões
sobre possibilidades de percepção e ocupação de áreas históricas abandonadas
e subutilizadas a partir de intervenções artísticas que podem apontar
problemas urbanos com múltiplas camadas de significados.
Tal temática é relevante por estabelecer debates sobre os espaços em
processo de apagamento para além da memória coletiva, mas também pelo
18
Doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. E-mail:
lpzmorais@gmail.com
19 Mestranda em Arquitetura e Urbanismo, Unesp (PPGARQ FAAC). E-mail:
mbfrascareli@gmail.com
20 Publicado em dezembro de 2022 pelo periódico Arquitextos como Preâmbulo da 13ª Bienal
Internacional de Arquitetura de São Paulo. Fez parte também, em formato de vídeo, da exposição
da mesma Bienal entre maio e julho de 2022.
21 Considera aqui, sob a luz das discussões de Soraia Ansara (2012) e Giselle Beiguelman (2019),
apagamento como condição resultante de políticas do esquecimento. Para além de políticas que
impedem o acesso, são políticas que invisibilizam os espaços.
132
22 "The term ‘fix’ has, however, a double meaning. A certain portion of the total capital becomes
literally fixed in some physical form for a relatively long period of time (depending on its economic
and physical lifetime). There is a sense in which social expenditures also become territorialized and
rendered geographically immobile through state commitments. (In what follows, however, I will
exclude social infrastructures from explicit consideration since the matter is complicated and
would take too much text to elucidate). Some fixed capital is geographically mobile (such as
machinery that can easily be unbolted from its moorings and taken elsewhere) but the rest is so
fixed in the land that it cannot be moved without being destroyed. Aircraft are mobile but the
airports to which they fly are not.”
134
23
Para Ben Tufnell, Land Art é a arte como parte do mundo, a arte não como uma adição, mas
vinculada ao mundo.
24 Segundo Miwon Kwon, nos anos 1960, um movimento nomeado site-specific surge como
contraponto ao papel da instituição na arte, de modo que o objeto de arte passa a ser ponderado
em relação ao seu contexto – uma inversão ao moderno no qual a arte tinha fim em si própria.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 137
27 Ver: MURAL – Movimento Urbano Arte Livre. Circuito de arte vertical. Salvador. Disponível em:
https://www.projetomural.art.br/projeto. Acesso em: 27 jun. 2021.
28
Projeto da Trevo Produções, contemplado pelo edital Arte em Toda a Parte – Ano III, da Fundação
Gregório de Matos, da Prefeitura de Salvador.
140
concebidos como espaços livres públicos, sem ocupação e sem uso, áreas
abandonadas, espaços residuais que, por sua improdutividade, têm caráter
negativo no tecido urbano, porém com grandes possibilidades de
transformação (fundos de vale e antigos leitos ferroviários). Já o termo
subutilizado define imóveis e lotes que têm uso e/ou ocupação, ainda que
parciais e temporários, porém, em processo de deterioração, ociosidade,
obsoleto. A partir deste discernimento conceitual, foi desenvolvido um banco
de dados com informações sobre os vazios/imóveis/lotes, originando um
diagnóstico quantitativo de cada categoria na área.
Figura 3 – Montagem: Bauru Park (desocupado) e Instituto Nacional de Serviço Social (tombado
em 2004 pelo CONDEPAC e subutilizado)
29Em 2017, este material foi transformado em folheto e distribuído no calçadão da Rua Batista de
Carvalho, importante rua de comércio, localizada na área do levantamento. Os números do
levantamento também foram divulgados em página de rede social.
144
Figura 5 – Pré-guia com localização dos edifícios históricos com versão impressa no canto inferior
direito
5 CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 8
1 INTRODUÇÃO
consciente dos
Reutilização
3.1.3 Transporte
com a empresa Mejan Ambiental). Para volumes maiores há uma gigante pilha
de entulho que é destinada para a recuperação de estradas rurais. A Figura 7
mostra as caçambas e a pilha onde são colocados os resíduos classe A logo
quando chegam ao ECOTUDO.
Como é entendido por todos, os resíduos de classe B são mais leves que
os volumes de classe A, podendo ser armazenados em recipientes menos
resistentes e robustos.
O primeiro recipiente recomendado são os chamados big bags, que são
sacos de ráfia grandes que armazenam um considerável volume de resíduos de
classe B (Figura 12). A partir do que foi dito no tópico anterior, deve separar os
materiais quanto aos vários tipos de resíduos classe B.
Até dentro dessa classificação pode haver outra quanto à forma de
destinação final específica de um resíduo, como é o caso de empresas com
logística reversa (conjunto de ações e procedimentos com intuito de coletar e
restituir os resíduos para a empresa responsável para um reaproveitamento
desse material). Desta forma, é recomendado um bag para cada tipo específico
de material.
162
resíduos das baias são armazenados em sacos de ráfia ou até em bags para
serem transportados.
3.2.3 Transporte
3.3.3 Transporte
3.4.3 Transporte
4 VISITAS
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Capítulo 9
1 INTRODUÇÃO
35 Sun, Sand and Sea (Sol, Areia e Mar), também conhecido por ser um modelo de turismo
quantitativo. Poon (1993) explica que o turismo velho (old tourism), tornou-se insustentável por:
a) não conseguir se alinhar com as práticas de conservação dos sistemas naturais, tampouco ter
um uso racional dos recursos naturais, b) manifestou-se dentro de um processo de crescimento
em claro prejuízo dos aspectos qualitativos associados, c) não foi equitativo na distribuição dos
dividendos do desenvolvimento turístico, d) não foi capaz de integrar o território e suas
singularidades na oferta turística, produzindo certa homogeneização e a consequente
descaracterização dos destinos turísticos.
36
Landscape, Leisure and Learning (Paisagem, Lazer e Aprendizado) se debruça sobre um modelo
qualitativo, que começou a tomar força nas últimas décadas do século XX.
37 Sentido do lugar – “As pessoas demonstram o seu sentido de lugar quando aplicam o
38
O desenvolvimento sustentável em geoparques se posiciona como elemento básico no
desenvolvimento do território dos geoparques e na estrutura da gestão. Tendo o patrimônio
geológico como instrumento presente e de necessidade da população local.
178
40Categoria: IIP – Imóvel de interesse público, Decreto 37.077, DG, 1ª Série, nº 228, de 29 de
setembro de 1948.
180
O concelho de Arouca, hoje com 506 anos, fundado em 1513, têm sua
história associada ao Mosteiro41 de Santa Maria de Arouca, a construção
erguida no século X, por seus fundadores Loderigo e Vandilo, teve origem
humilde com uma pequena moradia, que abrigava religiosos e professores,
tendo como seu primeiro padroeiro São Pedro (PATRIMÔNIO CULTURAL,
2019).
A partir do século XVIII42, o Mosteiro de Arouca passou para a posse da
Coroa, e foi aí que sua comunidade religiosa passou a ser composta por figuras
da realeza, como D. Mafalda, filha do segundo rei de Portugal, D. Sancho I.
Por muitos anos o Mosteiro se fez maior que a vila, a construção em
forma de retângulo possui um eixo maior no sentido norte sul, como pode ser
visto na Figura 3. Com dois volumes retangulares que avançam cortando a
43
Lei de Bases do Património português, 1985.
44O Programa REVIVE é conduzido por uma equipa técnica que integra representantes da Direção
Geral do Património Cultural, da Direção Geral do Tesouro e Finanças, da Direção Geral dos
Recursos da Defesa Nacional e do Turismo de Portugal, I.P., contando, ainda, com o envolvimento
dos municípios de localização dos imóveis, que asseguram, através das condições dos concursos, a
salvaguarda do património classificado ou em vias de classificação e a adequação do tipo de
exploração às necessidades de desenvolvimento de cada região.
182
Figura 6 - O Centro de Interpretações Geológicas Casa das Pedras Parideiras, contempla uma
edificação, construída em pedra de mão em dois pavimentos, e graças a um Retrofit permitiu a
instalação de um mini auditório e sala de recepção de turistas; o deck suspenso (à esquerda do
prédio) e as passarelas (ao fundo da imagem) protegem o afloramento de rochas e orientam as
visitas.
47 Nome popular.
48
Jazida paleontológica ou fossilífera é a designação dada em geologia e paleontologia às
localidades em cujas rochas se conserva, de forma natural, uma quantidade significativa de fósseis.
49 Foi formado durante o período Jurássico Superior, há cerca de duzentos milhões de anos, pela
separação da Pangeia. O supercontinente do sul Gondwana, incluía a maior parte das zonas de
terra firme que hoje constituem os continentes do hemisfério sul, incluindo a Antártida, América
do Sul, África, Madagascar, Seychelles, Índia, Oceania, Nova Guiné, Nova Zelândia, e Nova
Caledónia. (CPRM, 2018).
186
50
Elaborado pelo atelier de Arquitetura e Desenho Urbano Pompílio Souto Ltda., situado em
Aveiro, tendo como coordenador e autor o arquiteto e urbanista Pompílio Souto, e como co-
autores os arquitetos: Gil Moreira, Carlos Santos e a estagiária Sandra Couteiro.
Inteligências arquitetônicas e urbanas - 189
Figura 12 - Planta baixa do subsolo da Casa das Pedras Parideiras: 1. Entrada Principal, 2.
Recepção, 3. Exposição, 4. Sanitários, 5. Afloramento das Rochas, 6. Passarelas.
Figura 13 - Planta baixa do pavimento superior da Casa das Pedras Parideiras: 7. Deck e
Cobertura, 8. Bancos, 9. DML, 10 e 11. Informação ao turista e loja de souvenirs e 12. Acessos.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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196