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CÂMARA MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL

263ª Sessão Ordinária da XIV Legislatura,


em 7 de fevereiro de 2007

[...]
Passaremos ao
GRANDE EXPEDIENTE
A primeira parte do Grande Expediente está destinada à vereadora Geni Peteffi.
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Abro mão e agradeço, senhor presidente.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): A segunda parte está destinada ao vereador Marcos
Daneluz.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Senhor presidente, senhores vereadores, senhora
vereadora. Mais uma vez vou tratar neste espaço das obras do governo do Estado, principalmente da obra
da escola de Fazenda Souza, assunto que foi debatido nesta Casa por várias vezes. No final do ano
legislativo passado, comentávamos os problemas que teríamos a respeito daqueles alunos do ensino
médio que neste momento, mais uma vez, não têm, lá no interior, a possibilidade de matrícula numa
escola perto das suas residências, das suas comunidades e inclusive, com certeza, uma escola que pudesse
ter as condições peculiares e comunitárias tão importantes para um bom desfecho da educação. Falo isso
com tristeza. Nem seria preciso lembrar as enormes dificuldades que aquelas comunidades,
principalmente de Santa Lúcia, Vila Oliva e Fazenda Souza, tiveram ao longo dos anos, os problemas que
encontraram, infelizmente, quando aprovaram a obra no Orçamento Participativo do governo Olívio
Dutra, e essa obra, mesmo aprovada, não foi realizada. A nova aprovação no orçamento do governo
Germano Rigotto, na Consulta Popular do governo Germano Rigotto. A mesma novela, as mesmas
viagens, as mesmas pessoas, as mesmas promessas, culminando, no final do ano passado, com a ordem de
início da escola de Fazenda Souza. As mesmas ladainhas, a história da troca de área, da troca de local.
Enfim, a obra está lá parada, com as sapatas de concreto no chão, com o capim tomando conta, num
cenário extremamente lamentável, um cenário difícil. E neste momento não cabe e não adianta a gente
ficar criticando os governos passados − que merecem a crítica, diga-se de passagem. Mas, infelizmente,
neste momento temos que partir… E por isso faço esta intervenção. Hoje de tarde abrimos os trabalhos na
Comissão de Educação da Casa. Eu parabenizo o vereador Edson, que vai chefiar essa comissão na
companhia dos outros vereadores. Tenho certeza de que, além da comissão, esta Casa poderá ser
extremamente importante para buscar alternativas para aqueles jovens que necessitam dessa escola. Falo
isso também inspirado naquilo que aconteceu nesta Casa ontem, vereadora Geni, quando o vereador
Frizzo trouxe boas notícias lá da nossa governadora. Ela não disse muita coisa, na minha opinião, mas
deu uma esperança na Rota do Sol. E lá, elogiava o vereador Frizzo… E aí eu elogio a atividade dele, da
comissão que foi para lá, do próprio prefeito em exercício, Alceu Barbosa Velho. E, naquilo que falava o
prefeito em exercício, pedindo a obra em nome de toda Caxias do Sul e da região, eu fiquei pensando:
alguém – e aí somos nós, mas também pode ser o poder público municipal, porque é ele que rege a
iniciativa administrativa da nossa cidade... Nós precisamos, de uma vez por todas, levar para a atual
governadora a situação dessas localidades. Se bem que, por força de justiça, não precisaríamos fazer isso,
porque a secretária dela é profunda conhecedora do meio rural de Caxias do Sul. Ficou dois anos em
atividade no governo municipal e, infelizmente, acho que não sabe onde é aquela escola e onde iniciou
aquela obra, porque ela não tinha o bom costume de ir ao interior do município como a maioria do
Executivo e a maioria dos vereadores fazem, principalmente nos finais de semana. Ela, prejudicada,
porque não gostava de ir para o interior, talvez não conheça aquela necessidade e não conheça aquela
obra. A governadora eleita disse que vai buscar uma alternativa para a Rota do Sol na semana que vem.
Pois eu tenho certeza de que nós na Comissão de Educação, além de pedir audiência, vamos pedir para a
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secretária, ex-secretária do município... Já que, quando estava perto, ela não veio ver essa realidade, de
repente agora ela possa vir. E mais: já passou mais de um mês de governo e não tem nem representação,
não tem nem secretário estadual aqui em Caxias do Sul. Para quem vamos reivindicar? De quem vamos
cobrar? Que análise estão fazendo? Pensamos esta semana em reunir, de novo, as associações de
moradores, as diretoras de escolas, as comunidades, as paróquias, os padres, enfim, todo mundo que vai
reivindicar. Mas vai reivindicar para quem, vereador Frizzo? Não tem representante ainda aqui. Portanto,
neste momento, a situação por que estamos passando é de não ter a quem reivindicar. Mas podem todos
ter certeza: vamos continuar buscando aquilo que é de direito e que foi conquistado pela vontade popular.
Vamos mostrar que, mesmo sem a obra, sem o prédio, sem a estrutura física, existem, sim, alternativas:
nas escolas municipais, em turnos contrários; em locais que podem ser locados. Já que a escola de fato foi
criada no papel e existe com nome, com legislação, por que não se cria, então, uma alternativa de locar
um espaço novo neste momento, para começar, nem que seja de forma precária quanto às condições de
infra-estrutura, para dar atendimento a essas crianças, a esses jovens, melhor dizendo, que infelizmente
hoje não têm outra alternativa no meio rural?
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Daneluz, é triste, mas acho que esse episódio da escola de Fazenda Souza pode servir de lição para todas
as comunidades. Porque, por um interesse político de algumas pessoas que fizeram a transferência dessa
escola... E a comunidade foi iludida, infelizmente. Temos que dizer a verdade. Houve concordância em
trocar de lugar, senão a escola já estaria pronta há muito tempo. Quando formos a alguma reunião, temos
que contar sempre essa história. Esses dias passei por lá e me lembrei. Eu vou levar como exemplo.
Quando alguém já tem um local definido, trocar o local não vai ajudar, pelo contrário, a transferência vai
atrapalhar. Que isso sirva de lição para nós, que somos agentes e seguidamente somos chamados, e para
as comunidades. Eu falava, no ano passado, com a ex-coordenadora. Ela me disse que não conseguiram,
em Fazenda Souza, um local para alugar. Não havia ninguém que quisesse alugar para que fossem
colocadas as crianças, já que a escola estava criada. Houve também esse problema. Eu até comentava,
antes de começar a sessão, que nós não temos ainda coordenadora; uma que era coordenadora
administrativa está respondendo. É difícil. Agora, que sirva de lição para todas as comunidades e para nós
também. Quando formos questionados, vamos nos lembrar sempre de Fazenda Souza. Obrigada,
vereador.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador Daneluz,
existem duas coisas que eu acho que podem contribuir para encaminhar para uma solução. A primeira. O
único cargo a princípio colocado como da região, preenchido no governo Yeda, foi o da Mariza, que era
secretária do município de Caxias, embora ela efetivamente seja natural de Porto Alegre. Mas o PSDB
local − especialmente o vereador Spiandorello já manifestou aqui − entende que foi um cargo em que
Caxias teria que ser contemplada, uma secretaria, um cargo de certo porte, de certa importância. Portanto
acho que haveria a possibilidade de algum contato com a secretária para ver em que situação ela está
vendo essa questão da construção da escola. Eu também quero me somar, vereador Daneluz, e tenho
certeza de que as críticas que fizemos aqui na Casa à secretária ela nunca levou para o terreno pessoal,
porque é uma pessoa muito tarimbada, já foi vereadora em Porto Alegre, tem anos de estrada aí e entende
como as coisas acontecem. A nossa crítica aqui era especialmente com relação à ação dela na secretaria
do município, então espero que ela não tenha ficado magoada e, por conta disso, talvez não atender os
pleitos da cidade. A segunda questão, e quero fazer coro com a vereadora Geni. De fato, quando se trata
de recursos do governo do Estado, tem que agarrar logo. Se ficar discutindo o lugar, não vai pegar nunca,
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vai para outro lugar. A carência é muito grande em nível do governo do Estado e, quando vem alguma
coisa, tu tens que agarrar com as duas mãos. De fato acho que a comunidade perdeu muito lá. Foi falta de
visão política do ponto de vista de entender que aquele era o momento, aquele era o local, e pronto. Faço
coro com a vereadora nessa posição. Obrigado, vereador.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): (Esgotado o tempo regimental) Senhor presidente, solicito
uma Declaração de Líder. (Assentimento da presidência)
VEREADOR VINICIUS RIBEIRO (PDT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Hoje à tarde,
na Comissão de Educação, tivemos oportunidade de discutir amplamente esse assunto, que V. Exa.
externou aos membros da comissão. Por sinal, elegemos o vereador Edson da Rosa presidente da
comissão. Entendemos que este é um momento muito sensível, do ponto de vista administrativo, da
educação, porque é o momento em que as famílias procuram as escolas, procuram a Central de Vagas. Há
um trabalho muito grande, um esforço muito grande na parte administrativa em relocar professores, em
relocar estudantes, enfim. E é neste momento que a gente fica sabendo de fato qual é a necessidade que a
comunidade tem desse serviço fornecido pelo Estado. O que a gente vê? Primeiro um equívoco
administrativo, na medida em que a secretária da Educação ou a governadora sugerem que todas as
coordenadorias do Estado na área da educação tenham à frente a sua antiga diretora administrativa. No
caso de Caxias do Sul, a companheira do PDT professora Mara Quintanilha, que, no nosso entendimento,
está fazendo aquilo que pode neste momento, mas está extremamente amarrada, na medida em que a
própria secretária da Educação diz: “Olha, resolve o que der”. E nós não podemos avançar em função de
que não existe o anteparo administrativo da secretária estadual da Educação. Outro assunto que eu coloco,
vereador Daneluz, é em relação ao ensino médio na Escola João Triches, que teve a participação efetiva
de vários colegas vereadores desta Casa e é tão preocupante quanto aquilo que V. Exa. coloca, porque
teve a aprovação do Conselho Estadual, a infra-estrutura já está lá pronta para receber os alunos, no
entanto essa matéria não avançou tanto na coordenadoria como na Secretaria Estadual da Educação.
Obrigado pelo aparte, vereador.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador, eu
sou e estou solidário ao senhor, assim como o povo e as lideranças do Rizzo também. Todo o movimento
que fizemos na região do Rizzo, todo o trabalho, todo o gasto que tivemos − porque gastamos para fazer
esse movimento e esse trabalho − foi em vão. Eu já disse aqui: uma escola que conquistamos na Consulta
Popular para o Desvio Rizzo − a verba, não a escola, porque a escola é uma coisa muito grande − é
possível que o gato tenha comido. É uma vergonha a gente ter que se manifestar como nós estamos nos
manifestando e, em alguns momentos, se indignar. E às vezes, na indignação, a gente perde até a razão,
por conta de um direito que é nosso, de todo cidadão: o direito à escola, o acesso à escola, à educação.
Qualquer governo, por mais medíocre que fosse, deveria ter a visão de dar a devida importância para a
construção de uma nova escola, o que infelizmente não aconteceu. E temos que dizer: foi no governo
Germano Rigotto. Não podemos agora, de forma nenhuma, vereador Marcos Daneluz, jogar isso no colo
da atual secretária por conta da passagem dela aqui em Caxias do Sul. Ela está começando um trabalho.
E, vejam bem, também não estamos jogando isso no colo da atual governadora. Não. Essa era uma obra −
essas, porque não é uma escola só, são três escolas em Caxias do Sul que deveriam ter sido construídas e
concluídas no governo que passou e não foram... Foram usados todos os meios para não favorecer o
início. Por exemplo, no caso do Rizzo, nem o início da obra foi feito. Nós tínhamos terreno. Pegaram
aquele terreno, destinaram para outro local. Depois deram aquela desculpa e tal. Enfim, já conhecemos a

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novela. É triste nós, cidadãos, nós, vereadores, termos que estar com este discurso aqui reclamando uma
coisa que é um direito de todos. Era isso, vereador.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Vereador Guiovane, de fato temos que cobrar de todos os
governos que não fizeram a obra. Agora, quem ganha dizendo que vai continuar as obras tem o
compromisso de continuar. E quem ganha, ganha com proposta e projeto. Pelo menos era assim na
campanha. Na minha opinião, o que eu tinha que cobrar do governo Rigotto, do governo Olívio já cobrei.
Agora vou cobrar, sim, da nossa governadora eleita. Ela é a governadora, ela que responde, portanto. Nós
conversamos com a Comissão de Educação, hoje, numa reunião importante − inaugural, mas muito
importante. Se necessário for, vamos a Porto Alegre falar com a secretária, vamos falar com a
governadora. Vamos convidar, com certeza, se necessário for, a comunidade para ir junto. Pretendo fazer
nos próximos dias um pedido de informações para ver qual é a realidade no papel e de fato daquilo que
está se pensando a respeito também. Eu gostaria muito que a Casa estivesse em conjunto nessa luta. Aliás,
essa luta não é minha, é de todos nós já há bastante tempo. Enfim, queremos deixar claro, muito claro
para a sociedade do interior e de Caxias que vamos continuar lutando por um direito lutado com muita
dedicação nos últimos anos, que são essas escolas.
VEREADOR EDSON DA ROSA (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Primeiro
quero agradecer ao senhor, ao vereador Renato, ao vereador Deoclecio e ao vereador Vinicius a
deferência de me reconduzirem à presidência da Comissão de Educação. Uma decisão que tiramos nessa
reunião é que vamos tentar marcar uma audiência, sim, com a secretária Mariza. E eu sou da linha do
vereador Elói Frizzo, acho que ela nunca levou nada para o lado pessoal e vai nos ajudar, tenho certeza
disso. Existe também, por exemplo, a verba que está destinada à Escola Kalil Sehbe. Nós vamos brigar. A
da Escola João Triches. E tantas outras. A escola da zona norte de ensino médio, que tem que ser
concluída este ano. Foi uma das promessas. Quero parabenizá-lo pelo seu pronunciamento, vereador, e
novamente agradecer a recondução na Comissão de Educação. Obrigado.
VEREADOR DEOCLECIO DA SILVA (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Serei
muito breve. Apenas quero reforçar mais uma vez que essa pauta da educação, amplamente debatida nesta
Casa no ano passado e no ano anterior, é uma pauta que é da Casa. Independentemente do partido que
governa, independentemente do partido que venha a governar, o nosso interesse, enquanto vereadores
desta Casa, é que as obras saiam. Assim como saiu o ensino médio no Bairro Cruzeiro e no Rio Branco, é
preciso que o ensino médio venha para o João Triches, e assim por diante. Portanto é pauta desta Casa,
sem dúvida, o fortalecimento e o término dessas obras. V. Exa. sempre foi um lutador pela obra de
Fazenda Souza, o vereador Renato sempre foi um lutador pela escola da zona norte, e assim por diante.
Nós todos temos que nos mobilizar, enquanto vereadores desta Casa, e é pauta desta Casa esse assunto.
Muito obrigado.
VEREADOR FRANCISCO SPIANDORELLO (PSDB): Permite um aparte? (Assentimento do
orador) Vereador Daneluz, eu fui contemplado com os discursos anteriores, mas quero dizer que, quando
a secretária assumiu, eu lhe disse e disse nesta Casa que pessoalmente estava compromissado... Porque eu
tinha falado com a futura secretária da Educação neste sentido: que eu observava a necessidade que ela
terá de decidir alguns assuntos, especialmente num momento como este. Raciocine comigo, a educação é
fundamental. Os recursos são pequenos, mas quem tem ainda recursos disponíveis é a educação. Agora, a
prioridade é que é diferente, essa é a questão. As prioridades são diferentes. Eu quero me colocar à
disposição. Entendo, também, que esta Casa tem que ficar responsável. O vereador Edson da Rosa, que é
o presidente, e a comissão têm que assumir esse compromisso, essa luta que vem de há muito tempo,
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especialmente com V. Exa. Não pode abrir mão, tem que fazer essa audiência com a secretária. Se
necessário, faço o contato, nós marcamos data, encaminhamos, porque o que está havendo é apreensão,
dado o tempo. E tenho certeza, quero lhe afiançar isto: ela não vai faltar com Caxias. Certamente, em
todas as épocas, esta Casa conduziu sempre ações difíceis, combativas e combatidas, mas que foram
vitoriosas nesse setor. E nós vamos ter êxito, certamente, nesse seu encaminhamento, nessa sua
reivindicação. Que a Casa assuma efetivamente; tem que fazer esse contato o mais rápido possível com a
secretária da Educação, e eu estou aí à disposição também. Obrigado.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Muito obrigado pela manifestação, vereador Spiandorello.
Muito obrigado pelo aparte de todos os pares. Tenho certeza de que todos nós estaremos desencadeando
um forte processo no sentido de buscar efetivamente respostas muito rápidas a respeito do que se vai fazer
com a educação no interior do município e, como bem falaram os colegas vereadores, também para as
outras escolas pendentes na nossa cidade. Obrigado, senhor presidente. Desculpe ultrapassar o meu
tempo.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): A terceira parte do Grande Expediente está destinada ao
vereador Getulio Demori.
VEREADOR GETULIO DEMORI (PP): Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. O
assunto de hoje é o eliminador de ar.

ELIMINADOR DE AR
Encaminhamos, no ano passado, projeto de lei que autoriza o SAMAE, por solicitação do
consumidor, a instalar aparelho eliminador de ar, antes do hidrômetro.
A matéria tem pareceres pela inconstitucionalidade, tanto de parte da Assessoria Jurídica
quanto da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação.
Sobre esses pareceres falaremos oportunamente.
Entendemos importante a possibilidade de colocar em prática a instalação desses
equipamentos. Existem leis prevendo a instalação dos aparelhos eliminadores de ar em vários
municípios.
No Estado de Minas Gerais, recentemente, houve um acordo entre a COPASA –
Companhia de Saneamento de Minas Gerais – e o PROCON quanto à instalação do aparelho. A
entidade que cuida da defesa dos direitos do consumidor acertou as condições em que a instalação
deva ser solicitada e providenciada.
A partir de junho de 2007 a COPASA terá o prazo de 30 dias para a instalação do
aparelho, a partir do registro do pedido de parte do consumidor. Hoje, a partir de dezembro de
2006, tem o prazo de 60 dias.
Vários processos foram movidos junto aos tribunais mineiros buscando evitar a instalação
do aparelho, inclusive sob a alegação de que ele poderia contaminar a água. A Justiça disse que a
empresa fornecedora de água deveria provar que a água seria contaminada. Invocou o magistrado
relator da matéria que o uso do aparelho atende ao que dispõe o Código de Defesa do
Consumidor. Em outra ação há a afirmação judicial de que a concessionária do serviço público de
fornecimento de água tem o dever de disponibilizar aos usuários o aparelho denominado
eliminador de ar.
Houve a tentativa de parte da empresa de cortar o fornecimento de água a quem instalasse
o aparelho. A decisão judicial também foi contrária, tendo o juiz relator afirmado que “ademais,
este (o consumidor) tem o direito de pagar somente pela água que consumiu, e não pelo ar
presente na tubulação”.
No parecer pela inconstitucionalidade do nosso projeto está sendo argumentado que não
cabe ao SAMAE adquirir o equipamento para vendê-lo ao consumidor.
Não é isso que propõe o projeto de lei. Ele esclarece que as despesas decorrentes da
aquisição do equipamento e sua instalação correm por conta do consumidor. Ao SAMAE caberia
apenas a prestação do serviço de instalação, cobrando para tanto.

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No entanto, para que não fiquem dúvidas, oportunamente encaminharemos um


substitutivo autorizando que o aparelho possa ser instalado sem a interferência do SAMAE.
Tomamos conhecimento de que existem aparelhos eliminadores de ar que podem ser
instalados antes do hidrômetro e outros que podem ser instalados após o hidrômetro.
Por isso vamos insistir com a tramitação do projeto de lei, alimentados agora também
pelas manifestações de integrantes do Poder Judiciário reconhecendo que a providência está
plenamente inserida como defesa do consumidor.
(Leitura fornecida pelo orador)

Sabemos que em nível nacional existem vários aparelhos eliminadores de ar e que estão sendo colocados
em vários municípios do nosso país, inclusive em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina. Como
direito do consumidor, temos que trabalhar para viabilizar a instalação. A gente sabe que o grande
problema é quando há falta d’água. No momento, por exemplo, em Caxias, não existe maior problema,
porque o fornecimento está normal, mas em época de falta d’água a gente tem constatado que os
hidrômetros marcam, e as contas, às vezes, são mais elevadas. Era isso, senhor presidente, senhoras e
senhores vereadores.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Encerrado o Grande Expediente.
[...]

Passaremos às
EXPLICAÇÕES PESSOAIS
Com a palavra o vereador Renato Oliveira.
VEREADOR RENATO OLIVEIRA (PCdoB): Senhor presidente, senhoras vereadoras, senhores
vereadores. Conversando na Comissão de Educação hoje à tarde, o vereador Edson reeleito presidente da
comissão – quero parabenizá-lo pela nova gestão –, eu estava colocando para ele novamente sobre a
questão da Central de Vagas. Hoje havia em torno de 60, 70 pessoas na fila na Central de Vagas – claro
que era pouco comparando com as outras vezes – e muitos bancos, cadeiras vazias lá em cima. Nós
procuramos conversar com algumas pessoas, principalmente com a coordenadora do Estado, que estava
presente, e com o guarda municipal que cuidava da fila. Se houvesse um estagiário lá dando as
informações corretas, muitas pessoas estariam voltando dali mesmo, nem precisavam ter ficado na fila.
Acho que existem formas, existem coisas que podem ser conversadas. Vi senhoras grávidas e pessoas de
idade na fila há tempo. São coisas que não é preciso esperar para... Não sei quem é a coordenadora do
município. Ela não estava no momento, estava numa reunião na SMED, e não pude conversar com ela.
Depois, a senhora que estava lá representando o Estado, sensível, fez com que as pessoas subissem para
ocupar as cadeiras. A minha assessora esteve lá em torno das 13 horas; eu estive em torno das 13h30 até
as 15 horas. Não vejo necessidade de as pessoas ficarem em pé na fila tendo cadeiras, bancos vagos lá em
cima. Essa é uma preocupação nossa novamente. Sei que o vereador Edson vai lá amanhã, de novo,
intervir por nós. Se tiver mais um estagiário… Hoje muito pouca gente atendia no balcão. Ainda estamos
em época de férias, mas os estagiários estão aí para atender. Eu senti que estavam faltando pessoas.
Normalmente não ocorre isso. O guarda dizendo o que era para as pessoas fazerem, voltar ou não,
auxiliando também. Mas eu vejo que, se a coisa for feita como deve ser feita, muitas pessoas não
precisam ficar uma hora, uma hora e meia na fila, como estava ocorrendo hoje à tarde. Amanhã sei que o
vereador Edson vai providenciar, vai conversar com o pessoal da SMED e do Estado. O Estado está com
deficiência de pessoas em Caxias, o vereador Marcos abordou aqui. Mas na Central de Vagas tem a
pessoa responsável. Creio que vai ser facilitado para aquelas pessoas. Tenho a expectativa de que amanhã
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a fila não esteja maior que a de hoje, como em outros anos já vinha acontecendo. Era isso, senhor
presidente, senhoras e senhores vereadores.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Com a palavra o vereador Elói Frizzo.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. Agora há
pouco, recebi uma ligação dos companheiros que estiveram na audiência com o secretário Daniel
Andrade. O vereador Vinicius também recebeu um relato do Agenor Basso, da Assurcon. Saíram de lá
extremamente decepcionados. Ficaram uma hora, basicamente, conversando com o secretário e, durante
50 minutos, o secretário é que falou, não deixou o pessoal falar. Eles fizeram uma visita à Assembléia, e
manifestações muito positivas, inclusive do deputado Alberto Oliveira, contrário à prorrogação também.
Então eu vejo que esse movimento contra a prorrogação está ganhando corpo no Estado. O único
argumento que o secretário utiliza na defesa da prorrogação é que ele defende a modernidade. Ele não
defende a modernidade, defende os interesses das empreiteiras, é diferente. O secretário tem a sua origem,
enquanto engenheiro, na Norberto Odebrecht, empreiteira que explora pedágio no Brasil inteiro. Então
tem que ficar claro que esse papo de modernidade é assaltar o bolso do usuário. E ali também está uma
certa dicotomia que eu ainda não consegui compreender. Talvez chegue um momento em que a
governadora consiga fazer com que se diga: “Quá comando mi”, porque ontem a governadora disse o
seguinte: “Qualquer possibilidade de alteração nas questões dos contratos passa obrigatoriamente por uma
ampla negociação envolvendo todos os setores”. Então são questões em que o governo ainda não se
achou. Tenho confiança em que, quem sabe, vá se achar. E a outra questão, mais grave ainda, vereador
Spiandorello, V. Sa. que conhece muito bem o ex-ministro Cloraldino Severo, e outros vereadores da
Casa, o vereador Demori... Hoje ficaram públicas as ameaças à vida do ex-ministro, insistentes, porque
ele tem jogado um papel fundamental nessa luta, do ponto de vista do embasamento técnico, até pelo
conhecimento que tem, inclusive um estudo trabalhando como consultor de vários sindicatos vinculados à
área do transporte, uma pessoa que tem um conhecimento muito grande. Tivemos oportunidade de ver no
fórum realizado aqui o conhecimento que ele adquiriu hoje em nível mundial inclusive, se transformando
numa pessoa que fala sobre essa questão dos pedágios na França, nos Estados Unidos, no Brasil, no
Uruguai, no Chile. E hoje ficou pública de fato a questão das ameaças anônimas que estão sendo feitas de
forma permanente ao Cloraldino Severo. A Assurcon e acho que esta Casa também tem que passar a se
mobilizar do ponto de vista de repudiar esse tipo de manifestação.
VEREADOR FRANCISCO SPIANDORELLO (PSDB): Permite um aparte? (Assentimento do
orador) Vereador Elói Frizzo, eu já vivi tanto e descobri algumas coisas interessantes. Por exemplo, essa
questão do pedágio. Entra governo, sai governo, e as decisões, em última instância, são sempre as
mesmas. Qual é a pior ditadura que existe? A ditadura burocrática. A ditadura burocrática manda. Os
porta-vozes falam uma coisa e acontece outra. E mudam. E acho que nessa questão toda do pedágio existe
instalada − mas põe há dezenas de anos − uma estrutura burocrática que é uma verdadeira ditadura de
decisão. Cada secretário entra com um propósito. A orientação do governo é uma e, de repente, muda. As
desculpas são as mesmas: modernidade, alteração, mudança. O que se quer não é a decisão de
modernidade. Não, cada um defende o seu ponto de vista. Eu estou impressionado é que não se consiga
expor a idéia. Tinha que ser o inverso: 50 minutos fala a Assurcon, 10 minutos o secretário. É essa
questão que me deixa preocupado. Sou solidário ao ministro Cloraldino Severo, que eu conheço bem e
muitos aqui conhecem. É um homem digno, honesto, competente, é expoente hoje, é referência do Brasil
no mundo na área dele. E certamente esta Casa, como todo o Poder Legislativo, o próprio Estado, V.

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Exa., todos vamos ter que fazer um trabalho acentuado para sermos ouvidos. É isso que nós desejamos.
Muito obrigado.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): (Esgotado o tempo regimental.) Solicito uma Declaração de Líder.
(Assentimento da presidência)
VEREADOR VINICIUS RIBEIRO (PDT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Frizzo, três pontos são importantes na ida da Assurcon novamente, hoje, a Porto Alegre. Primeiro, o
evento que eles tiveram hoje de amanhã na Assembléia Legislativa junto com o ex-ministro, que
contabilizou a participação de vários deputados, que não se viu nas outras reuniões, nas outras
manifestações e nos outros trabalhos que foram realizados pela Assurcon. O colega Basso me disse que
oito deputados estavam na reunião hoje pela manhã. Somado ao trabalho que foi feito pelo jornal local
dizendo que quase 30 deputados, dos 55, não estariam se manifestando favoravelmente à prorrogação, dá
um indício fortíssimo de que, se depender da Assembléia, não vai haver prorrogação, com essas
condições. Primeiro ponto. Segundo, se a moeda de troca do Estado nesse ponto é a prorrogação do
contrato, na nossa ótica a moeda de troca para uma possível permanência da concessionária é, no mínimo,
fazer todas as obras que deveriam ter sido feitas desde 1998 e que não foram feitas. Então estão inserindo
na prorrogação dos contratos as obras que já deveriam ter sido feitas. E o terceiro aspecto que eu vejo,
vereador: mais uma vez mostra que esta Casa, a Assurcon e o ex-ministro estão corretos, estão
defendendo os interesses da nossa comunidade. Os que estão do outro lado da mesa estão representando
interesses escusos, sob a nossa ótica. Obrigado.
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Elói, a mim não surpreende. Até acompanhando o seminário que houve nesta Casa e o que foi dito
principalmente pelo ex-ministro e pelo Marcus Gravina, entre outras pessoas, não me surpreende. Nós
não podemos é nos acomodar. Agora parece que ficou para fevereiro. Em Santa Catarina haveria um
encontro. Não sei como ficou. (Manifestação do vereador Elói Frizzo sem usar o microfone) Está
confirmado o III Fórum. Acho que tem que ir, sim. A participação tem que ser maior inclusive da que
houve aqui na nossa Câmara. Eu, com todo o respeito, não acredito em algumas pessoas. Quero deixar
registrado que aquilo que a governadora Yeda disse ontem, que a Rota do Sol termina em setembro, é
para calar um pouco as forças vivas da nossa cidade. Não vai acontecer. Enquanto isso, desmobiliza um
pouco as pessoas. Quando se nota... Agora no final de fevereiro já termina, na Rota do Sol, aquele trânsito
maior “dos turistas”, como ela diz. Vai começar a usar a Rota do Sol quem trabalha mesmo. Aí nós
vamos ver que ela vai ser desativada. Então eu tenho essa preocupação e tenho preocupação com a
prorrogação dos pedágios também, vereador. Obrigada.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Quero crer, vereadora Geni, até pela forma como vi a
manifestação da governadora ontem, que ela está empenhada em entregar essa obra em setembro. Tenho
quase que convicção de que ela falou com honestidade, ontem, lá, do propósito de... Ela referiu inclusive
que havia lido o relatório que havia solicitado à Secretaria de Infra-Estrutura, exatamente ao secretário
Daniel Andrade. Vamos ver para crer. A gente aqui é meio São Tomé, não é, vereadora Geni? Eu também
compartilho daquele pessoal que sempre diz: “Governo novo tu tens que dar um certo tempinho para ver
se acha o prumo”. A gente sempre fala naquela história dos 100 dias e tal. A governadora Yeda entrou em
fogo cerrado assim de cara, já comprando briga para todo lado e tal – a Assembléia, problema de
impostos e assim por diante. Agora ela está anunciando que vai descansar um pouco no carnaval, e aí
quem sabe consiga pelo menos dar certa unidade aos secretários. (Manifestação do vereador Tatto sem
usar o microfone) Vereador, se a governadora não puder passar nem os dias de carnaval em casa... (Risos)
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263ª Sessão Ordinária da XIV Legislatura,
em 7 de fevereiro de 2007

Deixemos assim. Tenho a convicção de que de repente ela consiga unificar o discurso do seu governo e
dar uma direção. Em razão do amplo leque de alianças formulado no segundo turno há uma disputa muito
grande ainda, bem visível, com relação ao segundo escalão. O terceiro escalão nem se viu ainda. Acho
que ela cometeu um erro mortal ao solicitar ao governador Rigotto que não demitisse ninguém. Terminou
o governo, demite todo mundo, aí começa um novo governo e passa-se a contratar ou estabelecer uma
nova relação de governo. O que está ocorrendo agora é que quem já estava lá não quer entregar o cargo. E
o vice atazanando a paciência ainda. Essas questões eu acho que com o tempo ela vai conseguir resolver.
Ela me pareceu muito segura, ontem, na Assembléia, no ato de assinatura daquele convênio. Ontem a
gente não referiu a importância desse convênio. Mas, vereador Spiandorello, acho que esse convênio que
vai propiciar a Estação Pena Branca, para o nosso povo do Bairro Cruzeiro, e a Estação do Belo1, ali no
Rizzo, vereadora Geni, é um ato ao qual nós temos que dar... Claro que a questão da Rota do Sol está
muito acima disso, mas acho que isso é tão importante… E a governadora referiu principalmente que, a
partir dessas obras, o IDH especialmente do Rio Grande do Sul vai poder subir cada vez mais. Quanto
mais esgoto se tratar... Isso de fato melhora as condições de vida da população. Temos que dar
importância a esse ato que foi assinado ontem pelo prefeito em exercício Alceu Barbosa Velho. Então fica
a minha expectativa. Na questão dos pedágios tem muito pano para manga ainda, não é, vereadora Geni?
Mas o fundamental é que a comunidade de Caxias do Sul, a comunidade regional está unida. E isso está
repercutindo na Assembléia, vereador Vinicius. Mesmo o ex-secretário, atual deputado, Alberto Oliveira
hoje já tem uma posição clara nesse aspecto. Isso é um grande avanço para nós. O poder de força das
empreiteiras vai até um determinado ponto. Depois, quem sabe, cale mais forte a voz da população.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) V. Exa. é muito
condescendente com a nossa governadora.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Fiz campanha para ela. V. Sa. fez para o Olívio, está na oposição.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Acho que V. Exa. tem, mais do que tudo, obrigação de ser
condescendente neste momento. Mas os sinais que vêm de lá demonstram que a população rio-grandense
tem que botar as orelhas de molho de verdade. Nesse caso não é barba, não é, vereador Guiovane? São as
orelhas todas. Por que, vereador Frizzo? Primeiro porque prometia um novo jeito de governar. Quinze
dias depois das eleições o novo jeito de governar se demonstrou exatamente o mesmo, com o mesmo
projeto – turbinado – de tarifação em relação à sociedade. O mesmo jeito de governar que pega dinheiro
do governo federal, simplesmente passa pela nossa Caixa ou Caixa de Fomento e diz que é dinheiro do
Estado para o saneamento. A velha tática do chupim. Quer dizer, todas, as mesmas questões
estabelecidas, até o momento, continuam. Eu não tenho motivo nenhum para ser condescendente neste
momento. O que tenho, na verdade, é pessimismo em relação aos próximos quatro anos. Muito obrigado.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Vereador Tatto, acho que V. Sa. esquece os quatro anos de
governo Olívio, em que os agentes financeiros faziam o mesmo papel, pegavam o dinheiro lá no governo
federal e assinavam os convênios. Então nada é diferente. Eu não tenho a expectativa de que o governo da
Yeda será um governo de caráter socialista, transformador, revolucionário. Não sei se V. Sa. tem essa
idéia. Mas na questão da segurança o governo Yeda, hoje, já está dando uma nova demonstração. Não
tem o que contestar. Acho que a população do Rio Grande inteiro aplaude a ação forte, incisiva que ela
vem tomando junto com a Secretaria de Segurança, com a Brigada Militar, com a Polícia Civil na questão
da criminalidade. Então já é uma forma... São trinta dias apenas.

1 Estações de Tratamento de Efluentes

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VEREADOR FRANCISCO SPIANDORELLO (PSDB): Permite um aparte? (Assentimento do


orador) Não adianta fazer o discurso de oposição, vereador Tatto, o discurso pelo discurso. Esse
atendimento que foi feito, esse encaminhamento, está aí. Foi assinado um convênio rápido, é só em
Caxias e Porto Alegre que foi feito. Entre o discurso e a prática, vamos ficar com a prática. Vamos ver
efetivamente o que vai ocorrer. Agora, é evidente que é preciso dar um rumo. Algumas mudanças têm
que ser feitas. Vamos ver no todo, vamos ver também o que é bom. A segurança melhorou? Porque o
secretário Germano, aqui, foi violentamente criticado. Mudou o secretário, pelo menos. Vamos ver os
resultados que se apresentam agora. E vamos ver as outras áreas e aquilo que interessa à região. O que
nós temos que ver é entre o discurso daqueles que eventualmente estão exercendo secretarias e aquilo que
realmente o governo fala. No caso da Rota do Sol, falou a governadora, é a voz oficial. Nesse caso do
pedágio, eu espero ouvir ainda a voz da governadora, porque aí realmente vale. E a partir daí
efetivamente podemos discutir, e não apenas ouvir críticas. Obrigado.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Obrigado. Era isso, senhor presidente.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Com a palavra o vereador Vinicius Ribeiro.
VEREADOR VINICIUS RIBEIRO (PDT): Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores.
Obviamente esse tema que o vereador Frizzo coloca é um tema importante, é um tema que está na pauta
do dia-a-dia da comunidade de Caxias e regional. Mas eu divido com os nobres pares uma preocupação
com um espaço pelo qual não só a atual administração tem trabalhado, e trabalhado maciçamente,
reconhecendo que é um espaço de convivência, um espaço histórico, cultural, esportivo, de lazer e que é
referência, hoje, em Caxias do Sul. Se nós fizéssemos uma enquete em Caxias do Sul verificando qual é o
espaço que mais identidade tem com o desenvolvimento da nossa cidade ou com o aspecto histórico de
todas as gerações que aqui viveram, eu afirmo que a estação férrea seria, se não o primeiro, um dos
primeiros, porque ali Caxias começou a se desenvolver. Tem uma questão histórica, uma questão cultural.
Todo o entorno de São Pelegrino é referência não só para as pessoas que nasceram em Caxias do Sul.
Também as pessoas que não nasceram aqui, mas que aqui estão morando reconhecem aquele espaço. Eu
comentava anteriormente com alguns vereadores o motivo da minha preocupação, que é a iniciativa do
governo federal de encaminhar ao Congresso Nacional a Medida Provisória nº 353, que encerra o
processo de liquidação da Rede Ferroviária Federal, com a conseqüente extinção da empresa. E posso
estar enganado, senhor presidente − por isso estou dividindo com os nobres pares, para que possamos
debater esse assunto na Casa e dividir a minha preocupação... A medida provisória traz em seu bojo mais
ou menos o seguinte. Liquida a Rede Ferroviária Federal S.A., extingue a empresa. Cria uma nova
diretoria de infra-estrutura ferroviária no DNIT2. Estudos do governo federal colocam que os prejuízos da
Rede Ferroviária são em torno de R$17 bilhões e que ela tem um endividamento de aproximadamente
R$15 bilhões. Propõe a criação do Fundo Contingente da Extinta RFFSA, chamado FC. Evita demissões
em massa, já que a Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. vai incorporar todos os
trabalhadores. Coloca outras questões que também são importantes. Mas a minha preocupação, em
resumo, lendo essa medida provisória, é a seguinte. A Rede Ferroviária vai ter oportunidade de liquidar as
suas dívidas com bens imóveis. Os próprios acionistas, que não receberam, ao longo de vários anos, não
só do atual governo federal, mas desde o processo inicial, aquilo que realmente a Rede Ferroviária
Federal devia a essas pessoas. O segundo aspecto que me preocupa é que serão doados também os bens
imóveis e a linha, a rede, os dormentes, enfim, às empresas e prestadores de serviço que ao longo destes

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DNIT: Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes

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anos não tiveram as suas contas liquidadas pela Rede Ferroviária Federal. Por conseqüência, a terceira
ação seria o leilão de todos esses imóveis que são hoje patrimônio da Rede Ferroviária. Sabemos que em
Caxias do Sul a atual administração tem tratado com um carinho muito especial esse assunto, tem dado
atenção à altura do que a Rede Ferroviária foi para Caxias do Sul. Se essa medida for aprovada no
Congresso, eu não sei como ficarão todos os esforços que Caxias está tendo para recuperar aquele espaço
para os munícipes. Eu divido isso com os nobres pares para que possamos debater essa preocupação que
eu tenho através da Comissão de Educação, através da Comissão de Desenvolvimento Urbano, através da
nossa liderança de governo. Porque, caso não consigamos sensibilizar o governo federal, através dessa
diretoria, no sentido de que esse é um patrimônio cultural de Caxias do Sul e da região, poderá esse
patrimônio ser leiloado ou doado, de acordo com a medida provisória. Então divido com os nobres pares
para que possamos, a partir de agora, também debater esse assunto nesta Casa. Obrigado, senhor
presidente.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Com a palavra o vereador Deoclecio da Silva.
VEREADOR DEOCLECIO DA SILVA (PMDB): Senhor presidente, senhoras vereadoras, senhores
vereadores. Quero retomar um pouco a discussão da questão dos pedágios, tratada aqui pelo vereador Elói
e preocupação manifestada por diversos vereadores da Casa. Primeiro dizendo que há uma diferença
muito grande entre o discurso e a postura do governo anterior, o governo Germano Rigotto, e o discurso e
a postura do governo atual. O governador Rigotto passou quatro anos dizendo que não haveria
prorrogação de contrato, que não haveria fechamento de desvios, que não haveria novas praças de
pedágio; afirmou e reafirmou através de todo o seu governo, através do chefe da Casa Civil, hoje
deputado, Alberto Oliveira. Portanto a posição do governo Rigotto sempre foi essa, desde o primeiro dia
de governo. Eu estranho que a governadora e o seu governo não tenham o mesmo discurso. O Seu Daniel
Andrade é uma das pessoas mais próximas da governadora, portanto não precisamos esperar a
governadora dar a sua posição, porque já sabemos a posição. Essa articulação para a prorrogação dos
contratos de pedágio está sendo feita dentro do governo, dentro do DAER. As empreiteiras e o DAER é
que estão trabalhando para a prorrogação dos contratos de pedágio, contra os interesses da comunidade
caxiense, da comunidade gaúcha. Então a preocupação é justa, sem dúvida temos que nos mobilizar. Mas
sabemos que o compromisso, que o discurso mudou. E não precisamos ficar esperando unificar. Eu nunca
tive nenhuma expectativa com esse governo, não tenho expectativa em relação a essa questão. Mas quem
vai fazer a diferença é a sociedade, quem vai fazer a diferença somos nós, população caxiense, enfim,
toda a sociedade gaúcha, que terá que se mobilizar através da Assembléia, dos representantes, para que
não passe, para que não haja nenhuma possibilidade de prorrogação de contrato de rodovias pedagiadas,
porque a posição do governo é diferente.
VEREADOR PEDRO INCERTI (PDT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Deoclecio, eu fico pensando, imaginando, sobre esse tema dos pedágios, que com freqüência a gente ouve
por parte das empreiteiras que há um desequilíbrio financeiro. E, mesmo havendo esse desequilíbrio
financeiro, eles insistem na renovação e na prorrogação, propriamente, dos contratos. Então é muito
estranho isso. Se há um desequilíbrio, se há uma queixa constante sobre esse ramo de negócio, essa
atividade, por que, então, o desejo, a vontade de prorrogar os contratos? Eu diria que é uma luta muito
grande que vamos ter que enfrentar para que lá em 2013 não sejam renovados esses contratos. Agora,
também me preocupa, vereador Deoclecio... O poder dessas empreiteiras é como o poder dos banqueiros.
É um poder muito grande, envolve recursos fantásticos esse negócio, e ganho fácil, também, de dinheiro.

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Então vamos ter uma batalha muito forte, muito grande pela frente para evitar que esse contrato seja
prorrogado. É uma luta de todos nós, de toda a sociedade. Obrigado pelo aparte.
VEREADOR DEOCLECIO DA SILVA (PMDB): Obrigado, vereador. Nós não podemos discutir
prorrogação de contrato com concessionárias que literalmente deram o calote no povo gaúcho, que não
cumpriram seus contratos. Um contrato que não foi cumprido não pode ser prorrogado. Além do que, a
sociedade gaúcha sabe muito bem: não quer prorrogação e não quer mais esse tipo de pedágio no Estado
do Rio Grande do Sul. Era isso. Muito obrigado.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Com a palavra o vereador Guiovane Maria.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): Senhor presidente e nobres pares. O espaço é para
explicações pessoais. Quero anunciar a vocês todos que felizmente estou conseguindo renovar a minha
carteira de habilitação. E, vereador Tatto, o mais importante nisso tudo é que estou me reciclando como
motorista. Eu acho muito importante. Eu poderia ter feito a prova, mas teriam escapado muitas
informações, muitas coisas que mudaram e que não chegariam ao meu conhecimento. A legislação
mudou e continua mudando; ela vem mudando através dos anos. A minha carteira já é daquelas... Eu até
me esqueci da data. (Manifestação paralela) Não, essa é a tirada do braço. Uma das coisas que aprendi
nesse curso de reciclagem – aliás, recomendo a todos que façam, é importante... Eu achei muito
interessante e quero compartilhar com quem nos acompanha e com os nobres vereadores. Eu não
conhecia. Mesmo estando na Câmara, eu não sabia desse detalhe sobre o Zona Azul, o estacionamento
rotativo pago. Eu estava na praça, estacionei meu calhambeque e me esqueci da hora. Passou do horário.
Quando voltei, no carro tinha um envelopezinho com um aviso para mim. Tal foi a minha decepção, a
minha indignação que peguei aquele papelzinho com raiva, amassei e joguei fora. Passou o tempo e nada
aconteceu. Outro dia, na frente do Sindicato dos Metalúrgicos, também me esqueci da hora e, quando
voltei, outro envelopezinho para mim, prêmio. Eu estava mais calmo – já tinha levado uma –, olhei, tentei
entender o que estava escrito. É meio complicado. O endereço para você pagar a multa, que é de R$13
agora, o papel diz que é um, e eles estão estabelecidos noutro. Enfim, é meio atrapalhado, o cara não
consegue entender muito bem o que está escrito. Mas eu estava disposto, procurei um monitor para ver se
conseguia pagar ali para ele. É engraçado, quando a gente quer saldar a dívida ali no local, não aparece
ninguém, mas para colocar aquele auto – não é uma autuação, é um aviso −, eles estão ali para multar a
gente, no popular propriamente dito. Eu fui lá no outro dia e paguei os R$13, tudo bem. Mas qual foi a
minha surpresa hoje? Aquele envelope que colocam no pára-brisa não é multa, tu não tens obrigação de
pagar aquilo, não é preciso. O cidadão caxiense não sabe disso. Aquele papel tu podes simplesmente
amassar e jogar fora. Quem tem o poder de autuar, de multar... Porque ali está dizendo: Se você não
pagar os R$13, será multado; tantos pontos na carteira. Mas o fiscal de trânsito não tinha passado ainda
para me multar. Então aquele papel não tem validade nenhuma. E o cidadão, de boa-fé, pega aquele
papel, corre atrás do monitor que coordena a área, não acha, sai dali, se desloca, vai lá onde o diabo
perdeu as botas, paga R$13. Mal sabe que não precisa pagar, pode jogar fora, não tem... Como aconteceu
comigo da outra vez lá na praça, joguei fora e não veio multa. Agora, se o fiscal de trânsito passar, chegar
no carro antes de você e encontrar aquilo, que é justamente para o fiscal de trânsito saber que é para
aplicar a multa, aí sim é uma multa de verdade, e não adianta ir procurar para pagar os R$13.
(Manifestação paralela) Existe, claro. Você pode recorrer e tal. Mas, enfim, é importante que o cidadão
saiba: aquele envelopezinho não é multa. Jogue fora, que aquilo não vale nada.
VEREADOR PEDRO INCERTI (PDT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Guiovane, coincidentemente, hoje esboçamos uma propostinha sobre esse assunto, porque existem
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algumas distorções, toda a sociedade e os nobres pares sabem, a respeito do Zona Azul. Essa proposta,
talvez, ali adiante, possa ter vício de origem, agora ela tem como finalidade discutir esse assunto e
levantar esse tema porque, logo ali adiante também, em 2008, esse contrato estará vencendo e é o
momento de discuti-lo e tratá-lo de forma correta, eliminando as distorções. Como não conseguimos aqui
a tolerância, vamos tentar reduzir essa multa, que é de 2.000% do valor mínimo. Isso é um absurdo. O
valor mínimo é R$0,65; não é possível você ter uma multa de 2.000% acima do valor mínimo. Outro
absurdo é que o cidadão tem duas horas apenas para regularizar a multa. Se a pessoa é do interior do
município e não tem dinheiro, fica impossibilitada de resolver esse problema, então tem que haver um
tempo maior também. Obrigado pelo aparte.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): Então é mais ou menos isso, vereador. Temos muito o que
discutir em cima disso. Mas volto a repetir: regularizar uma multa que é fajuta, porque na verdade não é
uma multa, isso aí é mais uma exploração no bolso do cidadão. Muitas vezes é colocado de forma injusta,
porque não dão a devida tolerância. Era isso, senhor presidente. Muito obrigado.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Com a palavra o vereador Marcos Daneluz.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Senhor presidente e senhores vereadores. Rapidamente
vou me manifestar a respeito do que o vereador Guiovane falou. Não concordo com algumas coisas que
ele disse, no sentido de que, se existe um problema de legislação… E até nós. Há algumas sessões, no ano
passado, houve algumas sátiras aqui na Câmara dizendo que os fiscais andavam como Pedro e Paulo,
juntinhos, para poder tirar a multa, enfim. Acho que essa não é a questão fundamental. O importante é
que nós defendíamos – eu fui um dos defensores – o estacionamento Zona Azul. Ao longo dos anos fica
claro que ele precisa de alguns ajustes. E nós precisamos defender alguns ajustes ali no vencimento do
contrato. A gente sabe quanto é difícil legislar sobre essa causa, não há como mudar aquilo que foi
contratado. Agora, não há como negarmos que o Zona Azul trouxe um direito, uma justiça na hora da
utilização desses espaços no centro da cidade. O vereador Tatto me ajuda, a democratização desses
espaços. Por exemplo, aqueles que vêm do interior, depois do Zona Azul, tiveram a tranqüilidade de
utilizar esses espaços também. Até a implementação desse projeto, vereador Guiovane, nem esses tinham
espaço. Os primeiros que chegavam ocupavam os espaços pelo dia inteiro. Quanto à questão da multa,
ora, não é verdade que tem que jogar fora. Se porventura algumas multas não foram tiradas, é necessário,
inclusive para que o serviço tenha melhor qualidade, que haja respeito à legislação e que as multas sejam
aplicadas para os infratores, porque, na medida em que se amassa o papel e se joga fora e não se respeita a
legislação, todos nós somos penalizados. O município, que utiliza esses recursos para obras assistenciais
extremamente importantes, também. Então acho que nós precisamos – e não estou aqui criticando o seu
pronunciamento – defender melhores condições do Zona Azul para um projeto novo na nossa cidade e
que, ao longo do tempo, pela maturidade dos gestores públicos e pela nossa maturidade, nós temos como
implementar. Houve tentativas de mudança do projeto, várias iniciativas de vereadores. Portanto temos
que levar para o futuro a melhoria do serviço. Mas a melhoria do serviço. Porque dizer que o Zona Azul
não foi de fato uma grande vitória democrática para o centro da nossa cidade, aí realmente é uma
injustiça.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Marcos, o senhor está colocando palavras na minha boca. Eu jamais falei...
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Não estou, vereador.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): Está colocando, sim. O senhor está sendo oportunista, está
colocando palavras na minha boca querendo dizer que sou contra o Zona Azul. Não falei isso. Falei de
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uma outra situação, que os monitores não têm, perante a legislação, o poder de multar, de aplicar a multa.
Nem essa dos R$13. E isso tem que ser levado ao conhecimento da população, porque a população não
sabe. E na maioria das vezes, quando é colocado aquele papelzinho, não dão sequer uma tolerância que já
foi negociada, já foi aprovada nesta Câmara de Vereadores. Não é dada a tolerância, não é reconhecida a
tolerância, injustamente. Então o senhor não venha colocar palavras na minha boca, querer dizer que eu
sou contra o Zona Azul. Muito pelo contrário, sou totalmente a favor. Agora, algumas coisas têm que ser
esclarecidas. O senhor não venha, num momento de oportunismo, querer se aproveitar da situação.
Vamos falar claro, vereador Marcos. Muito obrigado pelo aparte.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Vereador Guiovane, infelizmente, toda vez que a gente faz
uma discussão democrática, política aqui, o senhor procura – não é a primeira vez –, num tom elevado de
voz, distorcer e chamar de oportunista. Eu sou, e vou aproveitar todas as oportunidades que tiver nesta
Casa para procurar restabelecer a verdade. O senhor usou este espaço com palavras que, infelizmente, de
fato trazem detrimento, prejuízo para o Zona Azul e prejuízo na relação desse programa que foi
implantado pela Administração Popular, com sucesso, para a cidade. Porque quando se diz neste
microfone para rasgar a multa, amassar e botar no lixo... (Manifestação do vereador Guiovane Maria sem
usar o microfone.) Eu estou com a palavra, me respeite. Ocupe o seu espaço, por favor.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Vereador Guiovane, por gentileza. Eu gostaria de
assegurar a palavra ao vereador Marcos Daneluz.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Obrigado, presidente.
VEREADOR GUIOVANE MARIA (PT): (Manifestação sem usar o microfone.)
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Eu solicito que a manifestação seja feita ao microfone e
que o espaço do orador seja respeitado. Vereador Daneluz, V. Exa. tem 30 segundos para concluir.
VEREADOR MARCOS DANELUZ (PSB): Obrigado. Com certeza vou concluir. Eu estou do lado do
cidadão, sim, de preferência dos cidadãos educados desta cidade, e gostaria muito que esse projeto, com a
colaboração de todos, tivesse melhoria no futuro. Quanto ao aspecto do oportunismo, temos que ter a
tranqüilidade daqueles que estão nos ouvindo, temos que levar de fato essas questões dentro da seriedade.
E eu procuro ter essa caminhada, da seriedade. Se o vereador tem estes espaços, eles são garantidos pela
nossa Lei Orgânica e pelo nosso Regimento. Obrigado.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Solicito à Taquigrafia que retire dos Anais o pronome
pessoal tu, na manifestação do vereador Guiovane Maria – eu sei que contra a vontade de V. Exa.,
vereador Guiovane, mas pelo acalorado do debate –, porque o tratamento é excelência, nobre vereador ou
senhor3 . Ou senhora vereadora. Com a palavra o vereador Alfredo Tatto.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Senhor presidente, senhora vereadora, senhores vereadores.
Tenho a impressão de que o vereador Guiovane Maria foi mal compreendido. Ele, na verdade, utilizou
algumas palavras que, sob minha ótica, são fortes. Ele não foi feliz na explanação, mas foi feliz na sua
indignação. A sua explanação, nobre vereador, deixou-o em maus lençóis neste momento. Eu, sem pedir
licença ao nobre vereador, venho fazer não a defesa do seu pronunciamento, porque o pronunciamento de
cada vereador e de cada vereadora nesta Casa tem que ser respeitado, compreendido, e ele o faz
representando os seus eleitores. Mas eu tenho absoluta certeza de que o vereador Guiovane Maria defende
o Zona Azul. Mais do que defende o Zona Azul, quer a sua continuidade e, mais do que tudo, tem
convicção de que esse processo foi aprovado por esta Casa, portanto esta Casa também é responsável pelo

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A solicitação ficou sem efeito, uma vez que a manifestação não foi ao microfone, portanto não foi registrada nos Anais.

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Zona Azul, na medida em que o Poder Executivo Municipal é que mandou esse projeto para a Casa. O
que o vereador Guiovane disse e há que ficar registrado é que ele não sabia – isso está nos Anais – que o
envelope que os monitores deixam no pára-brisa do nosso carro não é uma multa já. O que é verdade. Daí
a dizer que o cidadão deve jogar fora... Bom, aí é forçar a barra. Nós devemos – esse é o papel de todo
vereador, de toda vereadora, imagino – propugnar pelo cumprimento da lei. Se não fosse por outro motivo
– óbvio que devemos cumprir a lei sempre –, porque é uma lei aprovada por esta Casa. Lembro aos
nobres pares que, sim, nós aprovamos um projeto de lei, ora lei, uma concessão, que diz que a multa pode
ser extraída por segunda via. Então não é necessário, vereador Guiovane, eu lhe explico – pode procurar
na lei, que está bem claro −, que passe o fiscal de trânsito, veja a irregularidade e faça a multa. Basta que
a concessionária encaminhe à Secretaria de Transportes cópia da notificação e, pela segunda via, a
Secretaria de Transportes pode encaminhar a multa. O que não tem feito, nem agora, nem no passado. Eu
tentei, na legislatura passada, com uma emenda ao projeto que aportou na Casa, tirar essa possibilidade de
multa com segunda via. Foi a única emenda derrotada. Os Anais da Casa registram isso. Então, sim, é
possível. Agora, é tão ruim essa questão que a própria Secretaria de Transportes sequer encaminha. Nas
outras questões, bom, aí fica por conta da vossa construção de vida e do vosso mandato. V. Exa. é
responsável pelo que diz e pelo que faz.
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador
Tatto, já passaram por esta Casa muitos projetos querendo mexer no Zona Azul. Dos vereadores que hoje
estão aqui, acho que o vereador Zoraido votou a criação do Zona Azul, não lembro se o vereador Getulio
estava naquela legislatura, eu... (Manifestação de um vereador sem usar o microfone.) O Alaor não era
vereador, nem o vereador Francisco. Foi na primeira legislatura nossa. O vereador Marchioro trabalhou
bastante para isso. E nós tentamos, posteriormente, modificar. Mas todos nós sabemos que é uma
concessão, existe uma licitação e infelizmente... E agora nós já temos experiência. Se a concessão é de
seis, oito, dez anos, não sei se é possível, a cada dois, três anos, fazermos alguma modificação. Não sei se
isso é possível, o departamento jurídico da Casa poderá nos auxiliar. Mas deixar já registrado na lei para
que não ocorra isso. Porque todos os projetos referentes ao Zona Azul que passaram por esta Casa,
infelizmente, se foram aprovados, foram vetados. Então no ano que vem, quando houver nova licitação −
nós temos mais experiência −, acho que temos condições de melhorar bastante. Obrigada.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Vereador-presidente, solicito uma Declaração de Líder, até
porque quero repercutir um pouco as questões do pedágio e da nova forma de governar. (Assentimento da
presidência) Vereadora Geni, V. Exa. tem razão, o Zona Azul foi estabelecido no primeiro governo da
Frente Popular, projeto encaminhado pelo prefeito Pepe Vargas. Eu fui e continuo sendo um grande
defensor do Zona Azul. Lembro – e não vou falar contra nenhum trabalhador, estou constatando
simplesmente o que ocorria –, que os nossos concidadãos que trabalhavam no centro iam trabalhar de
manhã, estacionavam o seu veículo na via pública, durante o almoço sequer iam para casa, almoçavam
pelo centro mesmo, e à noite, quando iam embora, ou no fim de tarde tiravam seu carro. A lei permitia.
Isso era absolutamente natural e todo mundo fazia. Os nossos colonos que vinham do interior e iam para o
banco não achavam onde estacionar. Florescia a indústria do estacionamento pago. Os nossos
concidadãos que moravam nos bairros distantes que tinham a possibilidade de vir de veículo para o
centro, ou estacionavam no estacionamento pago, e regiamente pago, muito caro, ou não estacionavam.
Com o advento do Zona Azul, inclusive o preço dos estacionamentos privados baixou, e muito. Hoje,
basicamente, são no mesmo valor. Mas lembro que, quando o Zona Azul foi estabelecido, o preço do
estacionamento privado era mais do que o triplo. Então o Zona Azul deve continuar, no meu ponto de
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vista. Mais do que deve continuar, deve ser prestigiado. Mas deve ser aprimorado. O Executivo, e nós
compreendemos isso... Quem tem um pouco de intimidade com o rito legislativo, em especial, sabe que
não podemos legislar sobre essa causa. Mas podemos sugerir mudanças. Só podemos legislar e emendar
quando vem um projeto do Poder Executivo. Todas essas questões que temos discutido nestes oito anos –
vão chegar a dez... No ano que vem nós imaginamos que nos escutem, na medida em que nós, vereadores
e vereadoras desta Casa, representamos a sociedade. E nos escutando, imagino, escutarão o povo. Não vai
nenhuma crítica a ninguém, é simplesmente uma constatação. Nós podemos melhorar, e melhorar muito.
Encerro esse caso e utilizo o espaço restante para falar sobre a nova forma de governar. Ontem eu estava
indo de um velório para casa e liguei o rádio, não sei a emissora. A manchete era qualquer coisa próximo
disto: “Governo do Estado libera verba para saneamento”. Eu disse: mas que maravilha; o Estado
quebrado, a governadora dizendo aos quatro ventos que o Estado não tem dinheiro, mas então prestigiou
Caxias. E, além do recurso que vem do Ministério das Cidades, está vindo mais do governo do Estado.
Desta vez vamos ter dinheiro que chega para resolver não em 30 anos, como se prevê, mas em cinco, seis,
oito anos. Chego em casa, nem saio do carro, vou escutar a matéria. “A governadora Yeda, junto com o
vice-prefeito em exercício da prefeitura, assina um convênio que libera recursos do governo do Estado
para obras de saneamento em Caxias, para a despoluição do arroio Belo”, e continua. E lá no rodapé da
notícia: “São recursos do governo federal”. A notícia inteira... O governo municipal tem que falar mesmo,
afinal de contas o projeto é do governo municipal, do governo anterior e deste governo também, em que
está sendo encaminhado. Alguns recursos são a fundo perdido, outros são empréstimos, que deverão ser
pagos. Agora, não entendi qual é a participação do governo estadual nisso. A Caixa de Fomento
simplesmente recebeu o dinheiro do Ministério das Cidades, passou e entregou para o governo municipal.
A participação eu sei qual foi: foi chocar o ovo. A tática do chupim, que eu tenho dito desde o ano
passado, ou seja, se apropriar da ação dos outros. Liguei para a emissora de rádio para ver. Bom, de
repente o repórter está querendo dar uma puxadinha de saco em alguém aí para dar uma valorizadinha.
“Não” – ele disse –, “esse release veio pronto, a gente só leu.” Eu digo: é o novo jeito de governar
mesmo. O vereador Elói falou antes que o governador Olívio fazia igual. Talvez ele pudesse ter feito
igual se os recursos não estivessem contingenciados pelo governo federal naquela época. Os recursos que
vinham eram pequenos e vinham pelo Banrisul e pela Caixa Federal. Mas eu o desafio a mostrar uma
matéria em que o governador Olívio tivesse vindo assinar ou o prefeito Pepe tivesse ido assinar a tal da
liberação de governo com manchetes dessa natureza nos anos em que o governo Pepe e o governo Olívio
conviveram com o governo Fernando Henrique Cardoso. Não ocorreu. Aliás, isso tem ocorrido nas obras
municipais e nas obras estaduais. As pessoas, eu já disse, botam lá no cantinho, no fim do rodapé: Verba
do Ministério das Cidades. Eu não acho que estejam fazendo grande coisa. Estão devolvendo para nós o
que é nosso direito, direito do povo caxiense, direito do povo rio-grandense. Nós pagamos muitos
impostos e temos direito. Mais do que direito, nós da classe política temos o dever de devolver à
população esses recursos. Mas somente temos essa possibilidade porque o nosso município é bem
administrado e pode acessar esses recursos; porque Porto Alegre, que também está recebendo esses
recursos, foi bem administrada, está sendo bem administrada e pode acessar esses recursos. Agora, o novo
jeito de governar me parece que encaminha a velha tática de derrubar os ovos que estavam dentro do
ninho, botar o seu ovo e tentar chocar. Como a gente vê o pardalzinho, coitado, tentando alimentar aquele
chupim preto atrás, correndo todo o dia. É pardal mesmo, a maioria são os pardais que fazem isso.
VEREADORA GENI PETEFFI (PMDB): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Acho que o
governo do Estado, seja ele qual for – neste momento é a governadora Yeda –, faz muito, sim. Quem dá o
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CÂMARA MUNICIPAL DE CAXIAS DO SUL
263ª Sessão Ordinária da XIV Legislatura,
em 7 de fevereiro de 2007

aval para que esses recursos sejam repassados ao município é o governo do Estado. Nós aprovamos aqui,
no ano passado, projetos em que o Banco do Estado do Rio Grande do Sul e a Caixa RS seriam os
repassadores desses recursos advindos do governo federal ao município de Caxias do Sul. Mas eu acho
que faz muito, porque assinar de ponteiro esquerdo num valor desses... A gente sabe que não é qualquer
um que pode assinar. Então o Estado faz, sim, a sua parte. Agora, vereador Tatto, quando V. Exa. fala
isso, eu me lembro sempre de um provérbio que diz que, se nós soubéssemos quanto se poderia fazer sem
dar importância para quem faz, teríamos muito mais do que temos. Obrigada, vereador.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): Muito obrigado, vereadora Geni. Acho que V. Exa. tem razão
mesmo. A gente deve encaminhar dessa forma e procurar, ao invés de adotar uma postura que eu chamo
de oposicionite aguda, como víamos num passado recente, adotar posturas propositivas. Eu tenho dito a
todo momento que se o governador Rigotto, ao invés de utilizar a tática de virar as costas para o governo
Lula pensando num futuro político, tivesse feito ações na direção contrária, teria sido reeleito. Lembro,
vereadora Geni, que nenhum voto, de nenhum deputado do PMDB, em nenhum momento, foi dado ao
governo Lula. Aliás, lembro mais: quando da eleição do Severino, os votos do PMDB nós sabemos
inclusive para quem foram.
VEREADOR ELÓI FRIZZO (PPS): Permite um aparte? (Assentimento do orador) Vereador Tatto, eu
admiro o esforço que V. Sa. faz para justificar uma coisa que é simplesmente protocolar. Os recursos que
estão vindo via Caixa RS, via Banrisul são recursos do BNDES. V. Sa. conhece tão bem quanto eu. Os
recursos que vêm diretamente da Caixa Federal, o agente financeiro é a própria Caixa, os contratos são
assinados diretamente com a Caixa. E o agente financeiro cumpre o papel exatamente da fiscalização da
execução do recurso e tal. O aval e a fiscalização, feita de forma dupla, tanto pelo governo federal quanto
pelo agente, porque o agente dá o aval. Aqui, ninguém − acho que nem a governadora Yeda, muito menos
o governador Rigotto, nem o Olívio −, se assinou ou não assinou algum convênio dessa ordem, quis
menosprezar o papel do recurso do governo federal. O importante nesse aspecto é que o agente financeiro
sempre é um banco público, vereadora Geni, não são bancos privados. É o Banrisul, banco nosso, do
Estado do Rio Grande do Sul, que todos nós defendemos. A Caixa RS − antiga Caixa Estadual, que virou
Caixa RS −, a mesma coisa. Nesse aspecto, vereador Tatto, confesso que não entendi o alcance da sua
crítica à manifestação da governadora. Obrigado.
VEREADOR ALFREDO TATTO (PT): V. Exa. não entendeu porque não pegou o início do que eu
disse. Se tivesse pego o início, teria compreendido. Mas vou repetir. Para mim, para o meu gosto, podem
vir a todo momento e votar todas as obras, e tomara que elas venham todo dia. Eu só não vou aceitar que
ela, ou qualquer outro agente político, vá para a imprensa dizer: “O governo federal nos vira as costas”,
quando não é verdade. É uma inverdade, para não dizer uma mentira. Muito obrigado, senhor presidente.
PRESIDENTE ZORAIDO DA SILVA (PTB): Encerradas as Explicações Pessoais.
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