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N1 1206
Disciplina de História A
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------1
Os condicionalismos que provocaram a falência da Primeira República----------2
A queda da Primeira República--------------------------------------------------------10
A instauração de um regime autoritário: a ditadura militar ------------------------13
Conclusão---------------------------------------------------------------------------------17
Bibliografia-------------------------------------------------------------------------------18
Introdução
O presente trabalho é sobre os condicionalismos que provocaram a falência da Primeira
República em Portugal, mais concretamente as dificuldades económicas, o
descontentamento social e instauração de um regime autoritário.
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Os condicionalismos que provocaram a falência da Primeira República
As dificuldades económicas
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Tabela 2, Índices dos preços Lisboa, Porto e Continente
Continente Lisboa Porto
1915 julho 111,5 111,5 111,5
1916 “ 137,1 137,1 137,5
1917 “ 162,3 172,1 214,8
1918 “ 292,7 234,2 377,6
1919 “ 316,7 313,6 399,4
1920 “ 551,6 475,2 830
1920 dezembro 902,1 878,7 1 187,3
1921 julho 816,7 728,1 1 044,2
1921 dezembro 937,89 822,4 1 222,2
1922 junho 1 009,9 928,1 1 242,8
1923 julho 1 719,5 1 613,1 2 418,7
1924 julho 2 652 1 907,9 3 064,1
1924 dezembro 2 336,1 2 143,1 2 934,6
1925 julho 2 286,4 2 114,7 2 874,6
1925 dezembro 2 148,1 2 146,6 2 881,1
1926 julho 2148 - -
1927 julho 2 430 - -
1928 julho 2 294 - -
O descontentamento social
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Relvas (27/1 a 30/3/1919) e de Domingos Pereira como verdadeiro representante das
classes trabalhadoras, tomando importantes medidas favoráveis ao operariado. Porém,
as consequências económicas da Guerra impediram a solução dos graves problemas que
afligiam os assalariados. Desta forma, o operariado, devidamente organizado sob a
orientação da U.O.N, intensificaram os movimentos grevistas provocando conflitos
sangrentos entre forças armadas e trabalhadores e afastando o operariado dos partidos
do governo.
A partir de abril de 1919 as greves intensificaram se. Durante este mês, os empregados
municipais de Lisboa entram em greve pela primeira vez, criando uma situação
favorável ao desenvolvimento de outras lutas reivindicativas. Na cidade do Porto entram
em greve os empregados municipais, os metalúrgicos e os corticeiros. Os trabalhadores
do comércio e indústria aproveitam a onda grevista para apresentar ao patronato
importantes reivindicações laborais. O patronato reclama do governo medidas
energéticas tendentes a entravar o movimento reivindicativo da classe operária. Exige
que o decreto a aplicação da lei, das oito horas de trabalho não seja publicado sem o seu
acordo prévio. Porém, o vigor do movimento operário impediu a solução do problema a
contento do patronato. Entretanto, o incêndio ocorrido no dia 1 de maio no depósito de
encomendas postais, no Terreiro do Paço, tem consequências alarmantes em virtude da
greve dos bombeiros municipais. Muitos setores da imprensa e da opinião pública
responsabilizam os grevistas pelo incêndio e as suas consequências. O Governo
aproveita a situação para ordenar a prisão de vários grevistas.
O movimento operário não perde, contudo, o seu vigor. Nos finais de maio, os operários
da C.U.F Do Barreiro entram em greve para protestar contra o despedimento dos
operários que tinham tentado lançar as bases de uma associação de classe na empresa. O
patronato reage despedindo os ativistas e encerrando as fábricas.
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Em julho de 1919, as greves atingiram com igual intensidade os caminhos de ferro,
afetando principalmente as linhas do Oeste e Norte. Mais uma vez, o Governo recorreu
à força policial e ao encerramento do sindicato dos ferroviários.
Apesar das enérgicas medidas Governamentais, a agitação nos meios laborais não
desaparece ponto ordem pública sofre alterações frequentes com assaltos a
estabelecimentos comerciais durante o verão de 1920. Em setembro do mesmo ano, os
ferroviários dos Caminhos de Ferro do Estado declaram-se novamente em greve nas
linhas Sul, Sueste, Douro e Minho. A greve prolonga-se durante o mês de novembro,
mas enfraquece gradualmente com a admissão de novos operários e com a mobilização
geral de pessoal de todos os meios de transporte.
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As discordâncias ideológicas no seio da C.G.T.P;
Os fracos resultados das greves faces ao aumento do custo de vida;
Contraofensiva, quer do governo, quer do patronato.
Apenas o operariado de Lisboa continua a denunciar certo vigor, mas o seu isolamento
relativamente ao de outras cidades do país é bem visível. Em finais de 1920, o
movimento sindical limita-se praticamente à região de Lisboa e Setúbal. A partir de
então, os operários agem cada vez com maior frequência fora do quadro sindical. Os
movimentos grevistas perdem a força anterior e diminuem de intensidade. Assim,
durante o ano de 1921 apenas há a salientar a greve dos jornalistas, revisores,
compositores e distribuidores dos jornais de Lisboa.
A alteração do preço do pão, aprovada pelo Parlamento em 1922, desencadeia uma nova
greve geral e diversos recontros com a policia. A C.G.T.P desencadeia, ainda, greves
nas minas de Aljustrel que rapidamente arrastam, por solidariedade, os trabalhadores de
Beja, Évora; os têxteis da Covilhã, os pescadores de Sesimbra e os mineiros de S. Pedro
de Cova.
Nos anos imediatos a agitação laboral continuou com greves em diversos setores da
indústria, transportes, minas, pesca e têxteis.
Medidas sociais
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nove durante a vigência da Primeira
República. Criaram-se ainda as primeiras
maternidades (Coimbra, 1910; Angra do
Heroísmo, 1926).
fracassou completamente,
O descanso obrigatório;
A obrigatoriedade das oito horas de trabalho diárias;
O seguro de trabalho.
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Qual a sensibilidade dos vários setores sociais face à situação vivida
nos pós-guerra?
- A burguesia:
- A Igreja:
-O operariado:
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A queda da Primeira República
“Em 1926, a situação politica, económica e social portuguesa atingira alto grau de
deterioração, que dava ensejo, por um lado, às mais sérias apreensões entre quantos,
atentos aos progressos do fascismo (por exemplo, em Itália e na vizinha Espanha),
temiam também ver instalada, na faixa ocidental da Península Ibérica, uma ditadura de
extrema-direita; por outro lado, constituía campo propício para a imediata intervenção
(que se apregoava saneadora) do corpo militar profissional na administração pública,
amoldando-a ou, a breve trecho, permitindo que se amoldasse à reação.
Nas vésperas do golpe militar de 1926 o país era espectador desiludido impotente da
incompetência parlamentar, da virulenta campanha de destruição daquilo que os
jornais oposicionistas chamavam <<a ditadura>> partidária de António Maria da
Silva; do obstrucionismo das organizações operarias a qualquer forma de colaboração
com a situação política, que estigmatizavam como a <<burla democrática>>. Ao caos
associavam-se <<a vida cara, a crise de trabalho, o défice de produção e o
desequilíbrio orçamental>>”
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Como mencionado no texto de Jacinto Batista, as
verdadeiras causas da queda da 1ª República estão
intimamente ligadas às transformações da
conjuntura económica do após-guerra. Perante a
degradação das condições de vida, os movimentos
grevistas intensificam-se, como mencionado
anteriormente, abauando e desgastando as
estruturas político-sociais da República.
Simultaneamente surgem diversos jornais
sindicalistas como a “A Batalha”, “Avante” (figura
7), “Bandeira Vermelha”, “Despertar” que
desenvolvem intensa luta defesa do proletariado.
A Cruzada Nuno Álvares, sem nunca atingir a força e a importância política do CDAC,
conseguiu, nos finais da 1ª República, congregar importantes figuras da politica
nacional (Pequito Rebelo, Hipólito Raposo, Trindade Coelho, Alfredo da Silva, Gomes
da Costa).
Figura 9, Action Française. Manifestação por publica, durante o mês de maio de 1926, vários
editoriais de Trindade Coelho, defendendo a
ocasião da celebração de Joana d'Arc em Paris..
constituição de um “governo nacional”.
Outros incitam o exército à revolta, enquanto intensificam as suas campanhas de
promoção de alguns militares capazes de chefiar o movimento revolucionário.
Igualmente, a imprensa da esquerda republicana critica fortemente o governo e anuncia
o seu fim próximo e incita à revolta.
O isolamento do governo é evidente e ninguém esconde o desejo de o derrubar.
Comungam de um mesmo objetivo integralistas, monárquicos, fascistas, católicos,
sindicalistas e republicanos da esquerda. Todas as forças da oposição se unem,
preparando e participando ativamente no derrube do Governo do Partido Democrático.
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A instauração de um regime autoritário: a ditadura militar
Olhe para mim; acha que o homem que nunca ninguém viu curvar-se diante das balas
inimigas, na África ou na França, ou em mais de trinta anos de vida militar, e através de
mais de trinta batalhas – acha que esse homem é capaz de conspirar? De se insinuar
retilineamente, de se ocultar apavoradamente, para caçar o adversário desprevenido? –
Amigo: eu não conspiro, revolto-me! Revolto-me com todo o Exército português em nome
da Pátria, ideal que servi sempre, por quem arrisquei cem vezes a vida, por quem tenho
passado alegremente as fomes e as sedes dos arcais africanos e os frios enregelados da
Flandres. Revolto-me!”
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conspiradores. Todas as tentativas isoladas haviam falhado até ao
momento para o final. O grupo de Sines de Cordes havia falhado
em 18 de abril de 1925, apesar dos cuidados tidos na preparação
do golpe. O mesmo se verificara com as tentativas do grupo de
Cabeçadas Os radicais, em 19 de julho e de fevereiro,
respetivamente.
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Após várias tentativas fracassadas, Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa chegam a
acordo sobre a constituição do novo governo, que integrou todas as forças políticas que
participavam no 28 de maio, à exceção dos monárquicos. Cabeçadas assume a
Presidência e o ministério do Interior, Gomes da Costa ocupa as pastas da guerra e das
colónias, Carmona é colocada à frente dos Negócios Estrangeiros e Ezequiel de Campos
na agricultura. A Indústria, as Finanças e a Justiça são confiadas a figuras próximas dos
católicos, entre os quais sobressai Salazar.
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Conclusão
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Bibliografia
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/revolta-do-28-de-maio-de-1926/, consult.
27/nov/2023;
https://www.presidencia.pt/presidente-da-republica/a-presidencia/antigos-
presidentes/manuel-gomes-da-costa/, consult. 27/nov/2023;
FORTES, Alexandra; GOMES, Fátima; FORTES, José. Novas Linhas de
História 12. 1ª edição. Unidade Industrial da Maia: Areal Editores, 2023;
COUTO, Célia; ROSAS, Maria Antónia. O Tempo da História: 1ª parte. 1ª
edição. Unidade Industrial da Maia: Porto Editora, 2013;
Da Primeira República à Queda do Estado Novo; Edições SEBENTA.
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