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05 de Abril de 2023
Quarta-feira
Informações atualizadas em: 05/04/2023, às 09:11
BR - BBC BRASIL
MG - ESTADO DE MINAS
PE - JORNAL DO COMMERCIO
O GLOBO ONLINE
O ESTADO DE S. PAULO ONLINE
CORREIO BRAZILIENSE
O GLOBO
O ESTADO DE S. PAULO
PR - GAZETA DO POVO
VALOR ECONÔMICO ONLINE
VALOR ECONÔMICO
MG - HOJE EM DIA ONLINE
SENADO NA MÍDIA
https://www12.senado.leg.br/senado-na-midia
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Diretoria-geral
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Secretaria de Comunicação Social
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Assessoria de Imprensa
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**INICIO**
SUMÁRIO **SUMARIO**
BR - BBC BRASIL
BRASIL
As críticas que levaram governo Lula a suspender cronograma do Novo Ensino Médio . . . . . . . . . . . 1
Inferno no circo: o dia em que o Brasil assistiu ao pior incêndio de sua história . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Bolsonaro e joias sauditas: o que ex-presidente precisa responder sobre o caso? . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
INTERNACIONAL
Por que entrada da Finlândia na Otan enfurece tanto a Rússia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Quem é o promotor que indiciou Trump criminalmente em Nova York . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Ídolo conservador e 'arquiteto' da economia de Thatcher: quem foi Nigel Lawson, que morreu aos 17
MG - ESTADO DE MINAS
MANCHETES
PRIMEIRA PÁGINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
COLUNAS
ALEXANDRE GARCIA - Arcabouço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
BAPTISTA CHAGAS DE ALMEIDA - Em dia com a política. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
LUIZ CARLOS AZEDO - O dilema de Anderson Torres e a sorte de Bolsonaro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
POLÍTICA
Reforma administrativa também passa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Senado e Câmara fecham acordo para analisar 4 MPs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Joias devolvidas antes de depor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Impasse no Legislativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Novo ensino médio parado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Aprovado reajuste salarial para Zema e secretários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
“Lei vai permanecer”, diz ministra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
PE - JORNAL DO COMMERCIO
MANCHETES
JAIR BOLSONARO ENTREGA JOIAS E VAI DEPOR HOJE NA POLÍCIA FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
COLUNAS
IGOR MACIEL - Cena Política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
CLÁUDIO HUMBERTO - Distrito Federal repara erro do STF e impõe cadastro para protesto. . . . . . . 35
POLÍTICA
NA VÉSPERA DE DEPOR À PF, BOLSONARO ENTREGA JOIAS AVALIADAS EM R$ 500 MIL . . . . . . . . . 37
Lula se blinda de negociação no varejo para evitar desgastes com Centrão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
O GLOBO ONLINE
COLUNAS
LAURO JARDIM - Pacheco rejeita parecer contrário de ex-ministro do STF e abre caminho para 42
ECONOMIA
Tebet diz que texto do novo arcabouço fiscal será enviado ao Congresso na próxima terça . . . . . . . 42
POLÍTICA
Pacheco marca sessão do Congresso para dia 18, após viagem da China . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
O ESTADO DE S. PAULO ONLINE
POLÍTICA
Acordo prevê que Câmara assuma relatoria das primeiras quatro MPs de Lula nas comissões. . . . . 45
BR - BBC BRASIL
05/04/2023
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BRASIL
Inferno no circo: o dia em que o Brasil assistiu ao pior
incêndio de sua história
André Bernardo
Role,Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil
4 abril 2023
Quando pediu à mãe para ir à matinê de domingo do Gran Circo Norte-Americano, que
4
BR - BBC BRASIL
05/04/2023
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BRASIL
Bolsonaro e joias sauditas: o que ex-presidente precisa
responder sobre o caso?
Leandro Prazeres
Role,Da BBC News Brasil em Brasília
Há 3 horas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta-
feira (5/4) no inquérito que apura a entrada de joias que foram dadas de presente pelo
governo da Arábia Saudita à família Bolsonaro.
Parte das joias foi apreendida pela Receita Federal, em São Paulo.
Foram identificados três estojos com joias dadas pelo regime saudita a Bolsonaro enquanto
ele esteve no poder, de 2019 a 2022.
O primeiro foi dado em 2019, quando Bolsonaro viajou ao país árabe e está avaliado em R$
500 mil. Ele continha joias como um relógio da marca Rolex cravejado de brilhantes, uma
caneta e uma espécie de rosário islâmico.
O segundo e o terceiro, avaliados em mais de R$16 milhões, foram dados à família Bolsonaro
em 2021, durante uma viagem do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque ao
Oriente Médio.
Um desses estojos foi apreendido pela Receita Federal durante uma inspeção às malas de
um dos assessores de Albuquerque. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O ex-presidente e seus advogados negam qualquer irregularidade no caso.
Reportagens publicadas pelo veículo também mostraram que, no final do ano passado, a
poucos dias do final do mandato de Bolsonaro, emissários da Presidência da República
tentaram obter a liberação das joias junto à Receita Federal.
Após as revelações feitas pelo jornal, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a
PF abrisse uma investigação sobre o caso.
Em entrevista sobre o assunto, o ministro da Justiça, Flávio Dino, mencionou três possíveis
crimes a serem investigados: descaminho, peculato e lavagem de dinheiro. As suspeitas são
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1. Bolsonaro tinha ou não conhecimento de que joias haviam sido retidas pela Receita
Federal?
Especialistas apontam que esta é uma das questões mais importantes a serem respondidas
por Bolsonaro. A resposta seria relevante porque, segundo eles, ajudaria a explicar a
movimentação de servidores da Presidência para tentar reaver o material apreendido.
Dos três estojos de joias dados pela Arábia Saudita à família Bolsonaro, apenas um,
contendo presentes para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, foi retido pela Receita
Federal. Entre os itens, está um colar de diamantes.
Logo após o caso ser revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro deu uma
entrevista afirmando que não sabia que as joias haviam sido confiscadas pela Receita.
Na última quarta-feira (29/03), prestes a voltar ao Brasil, Bolsonaro voltou a afirmar que não
tinha conhecimento das joias até o caso ser divulgado pela imprensa e negou
irregularidades.
"Um ministro nosso foi na região da Arábia Saudita e ganhou dois presentes. Um pra mim e
pra primeira-dama. O (que era) pra mim, tomei conhecimento no final do ano passado que
tinha chegado. O da primeira-dama ficou na Alfândega. Ela e eu tomamos conhecimento
pela imprensa", disse Bolsonaro.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Gustavo
Badaró, além de saber se Bolsonaro tinha conhecimento de que as joias haviam sido retidas,
é preciso que a polícia indague sobre se ele sabia da existência dos presentes antes mesmo
de eles terem sido retidos.
"Isso é importante porque abre caminho para que as autoridades saibam se o presidente
deu alguma orientação sobre como esses presentes deveriam entrar no Brasil", disse o
professor.
A reportagem da BBC News Brasil enviou questionamentos à defesa de Bolsonaro, mas até a
publicação desta reportagem nenhuma resposta foi enviada.
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1. Que destino Bolsonaro daria aos itens apreendidos caso fossem liberados?
O destino que o governo Bolsonaro daria às joias também precisará ser melhor esclarecido,
segundo os advogados ouvidos pela BBC News Brasil.
Eles explicam que, em tese, haveria dois destinos possíveis para as joias dadas pelo regime
saudita caso elas fossem liberadas. Um deles seria a incorporação delas ao acervo da
Presidência da República. A outra seria a incorporação ao patrimônio pessoal do presidente.
Uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) em março deste ano, determinou que
Bolsonaro devolvesse as joias sauditas e armas que foram dadas pelo governo dos Emirados
Árabes Unidos ao então presidente.
Segundo o presidente do tribunal, Bruno Dantas, presentes recebidos por agentes públicos
só podem ser incorporados ao patrimônio privado se foram de uso personalíssimo (como
perfumes, roupas, etc) e se forem de baixo valor.
A dúvida sobre a destinação das joias caso fossem liberadas foi suscitada inicialmente após
a divulgação das gravações da conversa entre o emissário de Mauro Cid à Receita Federal
em Guarulhos reveladas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.
"Isso aqui faz parte da passagem. Não pode ter nada do antigo para o próximo", disse o
emissário ao fiscal da Receita.
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1. A joias dadas pela Arábia Saudita foram contrapartida por medidas tomadas durante o
governo Bolsonaro?
A Polícia Federal e a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e
Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado investigam se as joias dadas pelo governo da
Arábia Saudita foram algum tipo de contrapartida por medidas tomadas durante a gestão
de Jair Bolsonaro.
As suspeitas foram inicialmente levantadas pelo presidente da comissão, senador Omar
Aziz (PSD-AM), que fazia oposição a Bolsonaro.
Seus questionamentos, no entanto, têm como origem a venda da refinaria Landulpho Alves,
na Bahia.
A instalação foi vendida por US$ 1,65 bilhão ao fundo de investimentos Mubadala Capital. O
fundo, no entanto, está ligado ao governo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que
também deu presentes a Bolsonaro.
"Depois surge essa relação da Arábia Saudita com presentes valiosos dados ao Brasil, cerca
de R$ 16 milhões, e que, segundo a imprensa, o Tribunal de Contas da União e o Ministério
Público, foram encaminhados para familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro. De alguma
forma é preciso analisar essa transação que parece ser nebulosa", disse, no dia 14 de março,
o vice-presidente da comissão, o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Gustavo Badaró afirma que essa pergunta é importante, mas pontuou que seria necessário
que a PF já tivesse, de antemão, alguma pista sobre uma eventual irregularidade no envio
dos presentes.
"Para que os presentes fossem configurados como uma vantagem indevida, seria necessário
identificar qual foi o ato de ofício praticado pelo governo Bolsonaro que teria beneficiado o
regime saudita", afirmou o professor.
Em entrevista à rádio Joven Pan concedida após sua chegada ao Brasil, Bolsonaro negou
irregularidades e disse que o valor das joias seriam fruto da "relação de amizade" que ele
tem com o mundo árabe.
"São joias caras? Sim, caríssimas, até pela relação de amizade que eu tive com o mundo
árabe", disse Bolsonaro. "Eles têm dinheiro, pô. É o prazer deles dar presente. Tem uma vida,
eles são muito bem sucedidos."
A BBC News Brasil enviou questionamentos sobre o assunto à defesa de Bolsonaro, mas não
houve resposta.
Leia em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cld19dq264po
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BR - BBC BRASIL
05/04/2023
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INTERNACIONAL
Quem é o promotor que indiciou Trump criminalmente
em Nova York
Sam Cabral
Role,BBC News, Washington
4 abril 2023
Alvin Bragg fez história em 2021 como o primeiro homem negro eleito promotor distrital do
Condado de Nova York. Os holofotes para ele estão prestes a crescerem muito mais e
ficarem ainda mais potentes.
Ao deixar o escritório dele na noite de 3 de abril, Bragg, de 49 anos, não disse nada, com a
consciência de quem garantiu para si mesmo um lugar nos livros de história como o
primeiro promotor — em nível federal, estadual ou local — a apresentar acusações
criminais contra um ex-presidente americano.
O escritório dele está investigando um suposto acordo de suborno entre Donald Trump e
uma estrela de filmes pornográficos.
A origem do caso é um pagamento de 130 mil dólares (R$ 660 mil) feito por seu então
advogado pessoal Michael Cohen à atriz Stormy Daniels no auge da eleição presidencial de
2016, supostamente em troca do silêncio dela sobre um caso que teria tido com Trump.
O ex-presidente republicano nega veementemente qualquer irregularidade. Ele usou as
redes sociais para dizer que não espera ter um julgamento justo em Nova York.
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BR - BBC BRASIL
05/04/2023
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INTERNACIONAL
Ídolo conservador e 'arquiteto' da economia de
Thatcher: quem foi Nigel Lawson, que morreu aos 91
anos
4 abril 2023
No Brasil e em várias partes do mundo, talvez ele seja menos conhecido do que a sua filha, a
chef de cozinha e apresentadora de televisão Nigella Lawson.
Mas no Reino Unido, Nigel Lawson — que morreu nesta terça-feira (4/4) aos 91 anos — é um
dos políticos mais famosos da segunda metade do século 20.
Ídolo dos conservadores britânicos, Lawson ocupou vários cargos no governo de Margaret
Thatcher (que durou de 1979 a 1990) e ficou conhecido por ser um dos mais importantes
Chancellors of the Exchequer (cargo equivalente ao de ministro da Fazenda) do Reino Unido
do pós-guerra.
Sob Thatcher, Lawson assumiu o comando da economia britânica em 1983. Ele cortou a
alíquota de imposto de renda, aumentou a participação de pessoas e empresas no mercado
de ações e pagou a dívida do governo.
Ele também foi arquiteto do programa que privatizou algumas das maiores estatais do
Reino Unido nos anos 1980.
Lawson modernizou o mercado financeiro de Londres, supervisionando o chamado "Big
Bang" do setor financeiro do Reino Unido — reformas que combinaram desregulamentação
e modernização tecnológica.
O Big Bang ajudou a estabelecer Londres como um importante centro financeiro global.
Como consequência, a economia britânica passou por um momento de crescimento — algo
que ficou conhecido na época como o Lawson Boom. Essa prosperidade ajudou Thatcher a
ganhar um terceiro mandato como premiê britânica.
Mas impostos mais baixos e empréstimos mais baratos alimentaram um boom
insustentável na economia. Como reação, as taxas de juros subiram de forma acentuada e o
Reino Unido entrou em recessão, que fez crescer o desemprego e a desigualdade econômica
para milhões de britânicos.
Em 1989, ele renunciou ao seu cargo no governo, depois de se desentender com Thatcher
sobre a posição do Reino Unido diante da Europa.
Nos últimos anos, fora do governo mas ainda atuante na Câmara dos Lordes, ele se
destacou por suas visões sobre meio ambiente e o Brexit: ele defendia que o aquecimento
global não é causado pela ação humana e também fez campanha para o Reino Unido deixar
a União Europeia.
'Chama destemida do conservadorismo'
Nesta terça-feira, Lawson recebeu homenagens de diversos políticos conservadores atuais.
O primeiro-ministro, Rishi Sunak, postou uma foto sua, da época em que era ministro da
Economia, com a legenda: "Uma das primeiras coisas que fiz como ministro foi pendurar
uma foto de Nigel Lawson acima da minha mesa".
O ex-primeiro-ministro Boris Johnson disse que Lawson era "uma chama destemida e
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MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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COLUNAS
BAPTISTA CHAGAS DE ALMEIDA - Em dia com a política.
Dois presidentes no dia e em cenários bem opostos
A defesa do ex–presidente da República Federativa do Brasil (RFB ) Jair
Messias Bolsonaro (PL) devolveu, ontem. o terceiro kit de joias recebido da Arábia Saudita,
incluindo o relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes.
O acervo é avaliado em R$ 500 mil e foi entregue a uma agência da Caixa Econômica
Federal (CEF), em Brasília.
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MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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COLUNAS
LUIZ CARLOS AZEDO - O dilema de Anderson Torres e a
sorte de Bolsonaro
O dilema clássico dos prisioneiros é o seguinte: dois suspeitos, A e B, são presos pela
polícia, que tem provas insuficientes para uma condenação, mas usa um estratagema
trivial, de separar os prisioneiros e oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos
prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em
silêncio, o que confessou sai livre, enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de
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Leia mais: https://digital.em.com.br/estadodeminas/05/04/2023/p4
MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
Reforma administrativa também passa
O Projeto de Lei 358/2023, da reforma administrativa do governo de Minas, também foi
aprovado em primeiro turno com 44 votos favoráveis, 16 contrários e 5 brancos. A
proposta, de autoria do Executivo, deve voltar à Comissão de Administração Pública antes
de ir para o segundo turno. O projeto faz mudanças na estrutura do governo, incluindo a
criação da Secretaria de Estado de Casa Civil e da Secretaria de Estado de Comunicação
Social, que ficaria responsável pela Rede Minas e pela Rádio Inconfidência. Deputados da
oposição criticaram o projeto e encaminharam seus votos pedindo independência dos
conselhos estaduais de Saúde e Educação, além de afirmar que a proposta favorece a
privatização de serviços públicos.
O projeto da reforma recebeu 71 propostas de emendas ao texto original, das quais oito
foram incorporadas ao texto do substitutivo aprovado em primeiro turno. Foram votadas
em destaque as propostas de supressão dos artigos 37 e 38 do PL pelas parlamentares da
oposição Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (Psol), mas ambas foram derrotadas.
Segundo as deputadas, o artigo 37 acarreta riscos para o meio ambiente ao transferir o
licenciamento ambiental para a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), além do
artigo 38, que aborda a estrutura da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (Semad) e promoveria mudança nas regras de fiscalização de
barragens de mineração.
O líder do governo na Assembleia, Gustavo Valadares (PSDB), afirmou que pretende votar
projetos relativos ao Executivo estadual em segundo turno até o fim da próxima semana.
"Cada deputado tem todo o direito de apresentar requerimentos propondo audiências
públicas para qualquer assunto .O que eu quero como líder de governo é tentar aprovar
esses projetos em segundo turno até a próxima semana. Não será fácil, são muitas
emendas, ainda há muita coisa para ser acertada, então não sei se vou conseguir", disse
Valadares em entrevista.
O tempo de tramitação dos projetos relativos ao governo na Assembleis Legislativa é alvo
de críticas da oposição. Deputados apontam que não há tempo necessário para que os
assuntos sejam debatidos pela população e até mesmo entre os parlamentares. “O
governo tem maioria na Assembleia. Dos três blocos, dois o apoiam e 56 parlamentares
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05/04/2023
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POLÍTICA
Senado e Câmara fecham acordo para analisar 4 MPs
Na semana que vem, começa instalação de comissões mistas que debaterão a
reestruturação ministerial, os programas Bolsa-Família e Minha casa, minha vida e as
mudanças no Carf
MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
Joias devolvidas antes de depor
Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro entregou ontem o terceiro presente recebido da
Arábia Saudita. Hoje ele presta depoimento à PF sobre peças apreendidas em Guarulhos
BRUNO NOGUEIRA E THIAGO BONNA
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou o terceiro conjunto de joias sauditas
ao Tribunal de Contas da União (TCU), na tarde de ontem. A informação foi compartilhada
pelo ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) e assessor do ex-
presidente, Fabio Wajngarten. A devolução foi feita um dia antes de Bolsonaro depor à
Polícia Federal, hoje, sobre a entrada ilegal das joias vindas da Arábia Saudita. O grupo de
advogados que representa o ex-presidente já havia enviado um óficio ao TCU informando
sobre a devolução, mas ainda pediram que a corte informe se existem outros itens há
serem depositados. “A entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de
devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-
mandatário do país, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto”, disse
Wajngarten.
Entre os itens de luxo devolvidos estariam um relógio Rolex, de ouro branco, cravejado de
dia mantes, com valor estimado de R$ 364 mil; uma caneta da marca Chopard, prateada e
incrustada com pedras preciosas; um par de abotoaduras em ouro branco, com brilhante
cravejado no centro e outros diamantes ao redor. O ex-presidente também recebeu um
anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de "baguette" ao
redor.
Outro item dado ao ex-presidente é um 'masbaha', um tipo de rosário árabe, feito de ouro
branco e com pingentes cravejados em brilhantes. Fora o relógio, os demais itens somam,
no mínimo, R$ 200 mil a peças similares.
Bolsonaro recebeu três conjuntos de joias do governo da Arabia Saudita. Em outubro de
2021, a comitiva do ex-presidente tentou trazer ilegalmente presentes dados por sauditas.
Na ocasião, os bens não foram declarados pelo grupo liderado pelo ex-ministro Bento
Albuquerque e a caixa de presentes, estimada em R$ 1 milhão, passou pela alfândega. Já o
segundo pacote de joias foi retido pela Receita Federal. No dia 26 de outubro daquele ano,
durante fiscalização de passageiros que desembarcavam em Guarulhos (SP), vindos da
Arábia Saudita, agentes da alfândega encontraram na bagagem de Marcos André dos
Santos Soeiro, assessor de Bento Albuquerque. Os itens de luxo seriam presente para a
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MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
Impasse no Legislativo.
O acordo para instalação das comissões ocorre em meio à disputa entre o Presidente do
Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara
dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre a retomada dos trabalhos das comissões mistas
que analisam as medidas provisórias antes da votação em plenário. Em março de 2020, no
auge da pandemia de COVID-19, um ato conjunto da Câmara e do Senado flexibilizou as
regras de tramitação das medidas provisórias, que passaram a ser votadas diretamente
pelos plenários das duas Casas e deixaram de passar pelas comissões, integradas por 13
deputados e 13 senadores.
Em março, Pacheco realizou uma reunião de líderes no Senado e decidiu que as comissões
mistas serão retomadas para analisar as MPs enviadas pelo governo. Segundo o
presidente, a regra está prevista na Constituição. Por outro lado, Arthur Lira defende uma
mudança na composição dos colegiados. Para ele, as comissões de análise de MPs devem
ter a participação de mais deputados em relação aos senadores, como ocorre em outras.
Contudo, a proposta não foi aceita pelos líderes no Senado.
O assunto foi judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de
segurança protocolado pelo senador Alessandro Vieira (PSDBSE) contra o presidente da
Câmara. Segundo o parlamentar, a manutenção do modelo de votação direta pelo plenário
dá poderes extraordinários a Lira, que, segundo Vieira, pode definir os relatores das MPs e
o envio da matéria ao Senado às vésperas do prazo de caducidade.
Já a preocupação do governo é aprovar as medidas no prazo para elas não perderem a
validade. “Esses instrumentos [emendas e projetos de urgência] vão garantir podermos
manter a votação, colocar para funcionar as comissões mistas, pelo número de
parlamentares que envolvem, e ao mesmo tempo, manter o calendário prioritário para o
governo”, disse, citando, por exemplo, o novo marco fiscal. O ministro Alexandre Padilha
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MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
Novo ensino médio parado
MEC suspende cronograma de implementação do currículo em todo o país. Ministro afirma
que medida ocorre porque não houve debate aprofundado sobre as mudanças nas escolas
MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
Aprovado reajuste salarial para Zema e secretários
Assembleia autoriza, em primeiro turno, alta de 298% nos vencimentos do governador, que
passam de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil agora e para R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025
BERNARDO ESTILLAC E ÍGOR PASSARINI
MG - ESTADO DE MINAS
05/04/2023
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POLÍTICA
“Lei vai permanecer”, diz ministra
Brasília – A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou, ontem, que a Lei de
Cotas é a maior política reparatória do Brasil e vai “permanecer de qualquer maneira”,
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05/04/2023
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COLUNAS
IGOR MACIEL - Cena Política
A educação de um país inteiro regida pela pressão de quem se alimenta de
precariedades
Poucas organizações são mais conservadoras, no pior dos sentidos, do que os sindicatos.
Embora eles se conectem ao poder através de partidos de esquerda, ditos revolucionários,
os sindicatos tendem a trabalhar para que nada mude, nem para melhor e nem para pior.
A estrutura de poder do sindicalismo, para ser mantida, depende de pouca ou nenhuma
mudança externa. Não importa se a mudança é boa. Para os sindicatos, mudar é ruim. É
para gerar empregos, salvar aposentadorias, reestruturar o metrô, melhorar a educação?
Não interessa.
Sindicatos, com raras exceções, se alimentam da precariedade. Melhorar atrapalha.
Nesse caso da suspensão do Novo Ensino Médio, este é o maior problema. A pressão desses
grupos sobre o ministério da Educação é imensa. E como o sindicalismo é a base eleitoral
de muitos petistas, eles acabam tendo influência neste governo.
É um absurdo, porque as escolas já estavam se adaptando, a rede pública já estava com o
processo bem adiantado e, no plano geral, o contribuinte já gastou R$ 2 bilhões nessa
adaptação. O governo federal assinou os cheques, mas o dinheiro veio, como sempre, do
bolso do contribuinte. O meu e o seu dinheiro, com suor de trabalho e fome, com o imposto
pago em boletos ou embutido nas compras do mercado.
Mais de R$ 2 bilhões podem acabar sendo jogados no lixo, por questões ideológicas, porque
foi outro presidente quem teve a ideia, ou porque a mudança vai afetar o equilíbrio de
poder dos sindicatos ligados à Educação.
São, basicamente, as mesmas pessoas que reclamavam de outra mudança na Educação, no
início deste século. Se você tiver um pouco mais de idade, vai lembrar da luta dos sindicatos
da Educação em Pernambuco contra a Escola de Tempo Integral em 2004. A hoje senadora
Teresa Leitão (PT) era uma crítica do modelo, quando ele foi concebido em Pernambuco, no
governo de Jarbas Vasconcelos (MDB).
Na época, a proposta foi ampliar o tempo que os alunos passavam na escola, com uma
proposta de aprendizado expandido. E aí, se reclamava de tudo: “querem privatizar a
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UM DILEMA
A pesquisa do instituto Paraná divulgada esta semana, com a aprovação dos governos Lula
(PT) , Raquel Lyra (PSDB) e João Campos (PSB) , no Recife, trouxe um dilema para a
governadora.
É que os três aparecem com percentuais de aprovação muito bons, na faixa dos 60%. O
índice de aprovação de Campos chega a 66%. Raquel vem em seguida com 63%. E Lula tem
62% na capital pernambucana.
O dilema é lançar um candidato ou candidata à prefeitura do Recife em 2024, contra o atual
prefeito que demonstra muita força neste momento, liderando todas as pesquisas. Uma
disputa direta, com Raquel apoiando um adversário contra João, vai dividir essa aprovação.
E uma derrota pode acabar custando caro para a reeleição dela própria, em 2026.
A neutralidade seria a melhor opção eleitoral. Mas, isso é possível estando no principal
cargo político do estado?
(...)
PE - JORNAL DO COMMERCIO
05/04/2023
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COLUNAS
CLÁUDIO HUMBERTO - Distrito Federal repara erro do
STF e impõe cadastro para protesto.
O governo do Distrito Federal ajustou com o Supremo Tribunal Federal (STF) a correção de
um grave erro da corte, que aboliu a exigência constitucional de cadastro prévio para a
realização de manifestações em Brasília. A decisão lacradora do STF, de 2020, foi adotada a
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Palavra de especialista
Ex-ministro, ex-secretário do Amazonas e São Paulo e secretário da Educação do Pará,
Rossieli Soares advertiu para a perda de empregos.
Desgaste inevitável
Na reunião com Lula antes da suspensão do calendário da reforma do ensino médio, Camilo
Santana foi cobrado pelo desgaste em parte da base (alunos e professores). Em Educação,
burrice não tem perdão.
Roda-presa em ação
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) revelou mensagem que recebeu do presidente do
Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já indica adiamento da sessão do dia 11 que
analisaria a CPMI de 8 de janeiro.
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Reajuste
Simone Tebet (Planejamento) recebeu nesta terça (4) o presidente da Câmara Legislativa do
DF, Wellington Luiz, e o deputado federal Rafael Prudente. Na pauta, reajuste salarial para
policiais e bombeiros do DF.
Caso triplex
Há 5 anos, o então juiz da Lava Jato Sergio Moro determinava a prisão de Lula, condenado
em duas instâncias no caso do triplex e enrolado na operação da PF. A prisão se cumpriu
dois dias depois, em 7 de abril.
Fumaça requentada
Curioso detalhe sobre a acusação contra Donald Trump, em Nova York: o órgão federal que
investiga fraudes eleitorais já analisou o caso e não viu problema no suposto suborno a
uma ex-atriz pornô.
Pegou mal
A CDP, “mais poderosa ONG sobre a qual você nunca ouviu falar”, segundo a revista Harvard
Business Review, dá notas a empresas que considera “amigáveis ao meio-ambiente”. E
incluiu a JBS. Essas ONGs...
Pensando bem...
...desmontando avanços e reformas só porque são legados de adversários, Lula mostra a
única inauguração em cem dias: o Gabinete do Atraso.
(...)
PE - JORNAL DO COMMERCIO
05/04/2023
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POLÍTICA
NA VÉSPERA DE DEPOR À PF, BOLSONARO ENTREGA
JOIAS AVALIADAS EM R$ 500 MIL
O estojo é avaliado em mais de R$ 500 mil e estava em posse do ex-presidente em vez
de ter sido destinados ao acervo da União
Estadão Conteúdo
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PE - JORNAL DO COMMERCIO
05/04/2023
2/3 voltar ao topo
POLÍTICA
Lula se blinda de negociação no varejo para evitar
desgastes com Centrão.
Numa tentativa de se blindar de desgastes, ele terceirizou para ministros a
articulação política com o baixo clero do Congresso
Estadão Conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou seu gabinete a negociações no varejo com
parlamentares do Centrão. Numa tentativa de se blindar de desgastes, ele terceirizou para
ministros a articulação política com o baixo clero do Congresso e limita-se agora a
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Leia em : https://oglobo.globo.com/blogs/lauro-jardim/post/2023/04/pacheco-rejeita-
parecer-contrario-de-ex-ministro-do-stf-e-abre-caminho-para-cpi-das-ongs.ghtml
O GLOBO ONLINE
05/04/2023
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ECONOMIA
Tebet diz que texto do novo arcabouço fiscal será
enviado ao Congresso na próxima terça .
Segundo a ministra do Planejamento, o projeto conterá apenas "a moldura e os
parâmetros" da âncora fiscal
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Leia em : https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/04/tebet-diz-que-texto-no-
novo-arcabouco-fiscal-sera-enviado-ao-congresso-na-proxima-terca-feira.ghtml
O GLOBO ONLINE
05/04/2023
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POLÍTICA
Pacheco marca sessão do Congresso para dia 18, após
viagem da China .
Segundo o presidente do Senado, a reunião será reservada para apreciar vetos e PLNs
Por Camila Turtelli — Brasília
04/04/2023 19h29
Leia em : https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2023/04/pacheco-marca-sessao-do-
congresso-para-dia-18-apos-viagem-da-china.ghtml
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
SAMANTA SALLUM
Brasília entre as 20 cidades que mais abriram franquias.
PÁGINA 16
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
PRIMEIRA PÁGINA
MANCHETES
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
ANA MARIA CAMPOS
Senador Izalci de olho em dobradinha com Ibaneis.
PÁGINA 14
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
DENISE ROTHENBURG
Para atrapalhar o jogo de Renan, Lira será leal a Lula.
PÁGINA 4
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
REFORMA TRIBUTÁRIA É TEMA DE DEBATE NO CORREIO
DIA 12
EM BUSCA DE UMA REFORMA ESTRUTURAL
PÁGINA 8
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
SOB PRESSÃO, TORRES PODE TENTAR DELAÇÃO
Fontes da Polícia Federal indicam ao Correio que o ex-ministro Anderson Torres avalia um
acordo de delação premiada. Preso após os atos antidemocráticos, ele é investigado em
outros inquéritos e corre risco até de perder o cargo de delegado. Defesa nega.
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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MANCHETES
MAIS ESPAÇO
Ao Podcast do Correio, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, destacou a importância
da presença feminina em altos cargos do poder.
PÁGINA 14
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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ARTIGOS
ADRIANA SALUCESTE - Como distinguir o real em
mundo de inteligência artificial?
Especialista em segurança da informação e diretora de tecnologia e operações da
Tecnobank
Antes que se pudesse desmentir, a foto do papa Francisco usando um look branco digno de
Paris Fashion Week e dos rappers mais famosos do mundo já tinha circulado pelas redes
sociais e arrebatado milhões de comentários, likes e dislikes. Longe de estar desfilando
trajes da última moda por aí, o papa estava, na verdade, lidando com algumas questões de
saúde que, dias mais tarde, o levariam a ser até mesmo internado. Mas, quando soubemos
disso, já era tarde. Muita gente tinha compartilhado a imagem, criada com a ajuda de
inteligência artificial (IA), como se fosse real.
Casos como esse ainda devem se multiplicar nas plataformas digitais ao longo dos
próximos dias, meses e anos. Se, para muitas pessoas, ver o ex-presidente americano
Donald Trump preso é um sonho, para o Bellingcat, coletivo de jornalismo independente, é
uma realidade, ainda que virtual. Usando a inteligência artificial Midjourney, o coletivo
criou uma imagem do magnata, usando terno e gravata, atrás das grades, sentado sobre
uma cama de ferro ascética coberta apenas por um colchão que parece tudo, menos
confortável. Mas, vale lembrar, o papa é, assim como Trump foi, um chefe de Estado. E os
impactos da foto de um ex-presidente preso podem ir muito além das piadas nas redes
sociais.
Mas, se lidar com essas ferramentas será tarefa cada vez mais comum, o que fazer para
garantir que saibamos distinguir o que é real do que é resultado das IAs? Arrisco alguns
palpites para contribuir com o debate já tão acalorado a respeito do tema. E começo pela
área em que me sinto mais confortável: a da segurança da informação. Diante da já gigante
propagação de fake news de toda ordem — política, ideológica, moral e até cômica
—precisamos nos resguardar. Criar sistemas de segurança que nos permitam separar o joio
do trigo, discernir verdades de mentiras. Isso se tornará mais difícil à medida que as
ferramentas de IA se tornarem mais precisas e especializadas, o que está acontecendo
neste exato momento, enquanto escrevo estas linhas. E, se hoje as informações e imagens
geradas por elas já se assemelham tanto à realidade, o potencial destrutivo dessa evolução
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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ARTIGOS
JOSEPH COURI - Reindustrialização: necessária para a
retomada do crescimento
Presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi)
Por que a palavra reindustrialização está na pauta dos temas discutidos para a retomada do
crescimento econômico do Brasil? Pelo simples fato de que as estatísticas industriais
mostram que, desde 1990, o país vem sofrendo um processo de desindustrialização, ou seja,
um processo de reversão da industrialização. Esse fenômeno relaciona-se à diminuição ou
eliminação de atividades industriais, com a economia voltando a se apoiar em atividades
agropecuárias ou no setor de serviços.
Estudos mostram que não houve apenas uma redução nas condições de produção, mas
uma estagnação da capacidade produtiva dada a falta de inovação, por falta de investimento
em capital físico, como também pela falta de investimentos em pesquisa e
desenvolvimento, e ciência e tecnologia, mesmo no período de taxas básicas de juros
baixas. Tudo isso somado, acabou enfraquecendo o setor produtivo da economia. E,
certamente, esse cenário se construiu por conta de uma insegurança político-institucional
e jurídico que tem prevalecido nos últimos anos.
Pelo Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, apurado pelo IBGE, observa-se que o Produto
Interno Bruto (PIB), no período de 2011 a 2021, cresceu 3,97%, enquanto o setor Indústria
apresentou queda de 10,84%, com destaque à indústria de transformação, que retrocedeu
13,34%, influenciado pela fabricação de máquinas e aparelhos elétricos, fabricação de
produtos de metal, fabricação de produtos de borracha e material plástico, indústria
moveleira e farmacêutica. A Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos no setor
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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BRASIL
CAMILO ADIA REFORMA, MAS NEGA REVOGAÇÃO
ENSINO MÉDIO » Nova base será rediscutida pelos próximos 60 dias e não impactará o
Enem deste ano. Mas adiamento pode afetar o de 2024
O ministro da Educação, Camilo Santana anunciou, ontem, a suspensão por 60 dias da
Portaria 521, de 2021, que detalha o cronograma para o novo Ensino Médio. A decisão foi
tomada para que o MEC possa discutir, em uma subcomissão do Senado e com diversos
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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BRASIL
Vítima terá prioridade ao buscar emprego
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER »
Vítimas de violência doméstica e familiar terão prioridade de atendimento pelo Sistema
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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CIDADES
UM BASTA NA VIOLÊNCIA POLÍTICA.
PODCAST » Em entrevista, a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, defende que as
mulheres precisam ser estimuladas a ocupar mais espaços de poder. A servidora também
comenta prejuízos causados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro
José Augusto Limão*
Diretora-geral do Senado Federal desde 2015, Ilana Trombka foi a entrevistada de ontem do
Podcast do Correio. Em conversa com as jornalistas Adriana Bernardes e Ana Maria
Campos, a servidora pública de carreira fez comentários sobre a violência que muitas
mulheres sofrem na política e destacou a importância das figuras femininas em altos
cargos de poder. “A violência política é a mãe de todas as violências”, declarou.
Você enxerga a violência contra a mulher como “violências”. Dentre elas, destaca a
violência política. Por que?
Eu sempre digo que a violência política é a mãe de todas as violências. Eu falo isso, porque
a violência política não é apenas a violência na política partidária, é a que impede que a
mulher galgue cargos de poder, os postos de decisão na área pública e na área privada. E
não chegando nesses postos, ela não tem a força que os membros do Congresso Nacional
têm para poder efetivar políticas que sejam feitas e implementadas com os olhos também
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
ALEXANDRE GARCIA - Arcabouço
O arcabouço só vai para o Congresso depois da Páscoa e o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, admite que é preciso ainda fazer uma revisão no texto. Isso indica que o anúncio
apressado na quinta-feira passada teve duas razões: não deixar a volta do ex-presidente
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
LUIZ CARLOS AZEDO - NAS ENTRELINHAS
luizazedo.df@dabr.com.br
(...)
O dilema de Anderson Torres e a sorte de Bolsonaro
O dilema clássico dos prisioneiros é o seguinte: dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia,
que tem provas insuficientes para uma condenação, mas usa um estratagema trivial, de
separar os prisioneiros e oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros,
confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que
confessou sai livre, enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos
ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a seis meses de cadeia cada um. Se
ambos traírem o comparsa, cada um leva cinco anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua
decisão sem saber qual será a do outro, e nenhum tem certeza da decisão do outro.
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
AMAURI SEGALLA - Mercado S/A
amaurisegalla@diariosassociados.com.br
O que o governo pretende fazer para arrecadar mais
Para que funcione, o marco fiscal concebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
precisa aumentar a arrecadação. Nesse sentido, o governo espera turbinar as receitas com
mudanças em três áreas. A principal delas é a redução de benefícios tributários, o que
poderia gerar recursos extras de até R$ 90 bilhões. De fato, há margem para mudanças.
Atualmente, as vantagens fiscais representam um quarto das receitas administradas pela
Receita Federal, um desequilíbrio sob qualquer ponto de vista. Não deixa de ser curioso,
registre-se, o fato de que muitos dos benefícios foram concedidos justamente em governos
anteriores do PT. Outra investida importante é a taxação das apostas esportivas — nesse
caso, o ministro espera arrecadar entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões. A terceira vertente diz
respeito à tributação de comércio eletrônico com sede no exterior, o que traria R$ 8 bilhões
para os cofres públicos. São propostas factíveis, mas não será fácil implementá-las.
Mulheres respondem por apenas 13% dos bilionários do mundo
O novo ranking da Forbes que elenca as pessoas mais ricas do mundo traduz a
desigualdade entre homens e mulheres no campo financeiro. Elas respondem por 13% dos
bilionários — são atualmente 337 representantes do sexo feminino e eram 327 em 2022.
Dona da empresa de cosméticos L’Oréal, a francesa Françoise Meyers detém US$ 80,5
bilhões, o que a coloca como a mulher mais rica. Seis brasileiras aparecem na relação, com
destaque para Vicky Safra, herdeira do Banco Safra e com fortuna de US$ 16,7 bilhões.
Times de futebol temem regulamentação de apostas esportivas
A regulamentação das apostas esportivas — ou seja, a cobrança de impostos — deixou os
clubes brasileiros de futebol de sobreaviso. Um manifesto assinado por oito deles reivindica
um encontro com representantes do governo para debater o assunto. Os times temem que
as novas regras tributárias comprometam a atuação dessas empresas no Brasil, o que
poderia levá-las a cancelar patrocínios. Apesar da pressão que vem dos gramados, é muito
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
DENISE ROTHENBURG - BRASÍLIA-DF.
deniserothenburg.df@dabr.com.br
Lira dará respaldo a Haddad
É no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, terá um dos principais pilares para aprovar o novo arcabouço fiscal.
Primeiramente, o deputado decidiu manter a postura institucional em alta. Não irá se
afastar do governo.
Lira sabe que, para ter sucesso, hoje, em Alagoas, o caminho passa por Lula. Aliados do
presidente da Câmara consideram que um afastamento entre Lira e Lula é tudo o que o
senador Renan Calheiros (MDB) deseja para, sozinho, posar de colaborador do governo
federal.
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
VISTO, LIDO E OUVIDO - Novo Ensino Médio em
suspense
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Na falta de especialistas realmente comprometidos com a grave questão da educação no
país, melhor mesmo seria encurtar o caminho e os debates improdutíveis e pueris sobre o
Novo Ensino Médio e passar a colher, mundo afora, experiências exitosas e, simplesmente,
implementá-las por aqui. O que não se pode, é deixar ao alvitre aleatório de governos que
vêm e vão a decisão de mudar e de “reformular reformas” nessa importante etapa do
ensino, tornando o que é instável e precário em algo que jamais se realiza. O pior é atrelar a
reforma do ensino médio a diretrizes de cunho político ideológico, forçando o ensino
público e privado a se tornarem escolas de doutrinações partidárias, preparando os alunos,
não para andarem sobre as próprias pernas, mas a seguirem marchando ao som e ao
comando das orquestras desafinadas das legendas partidárias.
A política, no ensino, deve ser apenas aquela ligada à políticas educacionais, como é feita no
resto do mundo civilizado, e não aquela orientada segundo a visão obtusa de partidos
políticos. Há que se diferenciar, portanto, política educacional e educação política, como
pretende agora o governo de plantão. Não bastasse a destruição que tem sido feita nas
universidades públicas, com o banimento da pluralidade e de outras discussões, que não
aquela que incensa as esquerdas, temos agora, o anúncio do governo suspendendo a
definição de prazos para que alterações sejam implementadas no ensino médio em todo o
país.
Por meio de portaria, o Ministério da Educação (MEC) atendeu a pressões vindas de
entidades estudantis e de associações educacionais, todas de orientação esquerdista e,
simplesmente, de uma canetada irá atrasar e, quiçá, alterar as reformas do Novo Ensino
Médio, que vinham sendo desenvolvidas nas escolas de todo o país desde o ano passado.
Carece a educação, assim como toda a infraestrutura básica de nosso país, de políticas, no
sentido de ação, de longo prazo de permanência e maturação. O que temos são reformas
feitas em cima de reformas a cada governo que chega, não importando se essas alterações
continuadas terão, ou não, resultados no que é realmente necessário: a elevação na
qualidade do ensino.
Mesmo que o MEC garanta que não haverá mudanças do modelo, a simples decisão em
suspender, por 90 dias os cronogramas de implantação da reforma previstas no Novo
Ensino Médio, provoca reações e alimenta as incertezas de que o novo modelo de ensino
poderá não ter vida longa neste governo ou mesmo ser abolido, apenas para atender o que
deseja as hostes ligadas à disseminação da ideologização do Estado. É disso que se trata, e
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
SAMANTA SALLUM - CAPITAL S/A
samantasallum.df@cbnet.com.br
Sala de Conteúdo com vinho produzido para Brasília
Um novo espaço tem enriquecido as conversas nos happy hours da cidade. A Sala de
Conteúdo é um ambiente idealizado pela especialista em relações institucionais e
governamentais Rosilda Prates para reunir pequenos grupos para momentos de
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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COLUNAS
ANA MARIA CAMPOS - EIXO CAPITAL
anacampos.df@dabr.com.br
Uma aliada no governo Lula
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, pode se tornar um importante canal de
comunicação de políticos do MDB com o governo Lula para atendimento de demandas.
Presidente regional do MDB, o deputado federal Rafael Prudente esteve com a ministra
ontem para pedir ajuda para a pauta das forças de segurança do DF. Como ministra
emedebista, ela se comprometeu a ajudar. Também participaram da reunião o presidente da
Câmara Legislativa, Wellington Luiz (MDB), e os distritais Hermeto (MDB) e Roosevelt Vilella
(PL).
Vai e vem da segurança
Enquanto a Câmara Legislativa aprovou o reajuste de 18% para o funcionalismo público do
DF e de 25% para os comissionados, os policiais civis, policiais militares e bombeiros
militares aguardam o aval do governo federal e do Congresso para a recomposição salarial
aguardada desde o governo de Agnelo Queiroz (PT) . Na gestão do petista, houve uma
negativa da então presidente Dilma Rousseff, preocupada em atiçar os policiais federais,
caso os civis do DF fossem beneficiados. No governo de Temer, o aumento esbarrou na
dificuldade financeira local, durante o mandato de Rodrigo Rollemberg. Quando Ibaneis se
elegeu, concedeu uma parte do aumento, mas o governo Bolsonaro segurou a paridade com
os salários da PF. Agora, as forças de segurança aguardam uma posição do presidente Lula,
já que o GDF enviou a mensagem com aumento de 18% para as forças de segurança do DF.
Câmara homenageia jornalistas
A Câmara Legislativa comemorou ontem o Dia do Jornalista em sessão solene de iniciativa
do deputado distrital Joaquim Roriz Neto. “A população merece a verdade, e esta, muitas
vezes, incomoda”, afirmou o distrital. A diretora de redação do Correio Braziliense, Ana
Dubeux (na foto à esquerda, ao lado dos deputados Rogério Morro da Cruz e Joaquim Roriz
Neto, e do diretor de Comunicação da CLDF, Cleyton Santos), uma das homenageadas,
ressaltou a relevância de a Casa reconhecer a importância do jornalismo e lembrou que o
jornal fez parte da história da emancipação política local e da própria construção da Câmara
Legislativa. Da equipe do Correio, também foram homenageados os jornalistas Marcelo
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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ECONOMIA
Recorde de empresas inadimplentes
ENDIVIDAMENTO »
Em fevereiro, 6,5 milhões de empresas brasileiras estavam negativadas, segundo o
Indicador de Inadimplência das Empresas, medido pela Serasa Experian. Este é o recorde
da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 2016. O volume representa R$ 112,9
bilhões em dívidas atrasadas, o total de empresas negativadas no período supera os
números de fevereiro de 2022, quando haviam 6,0 milhões de empresas inadimplentes.
De acordo com o levantamento, cada empresa possui sete dívidas vencidas por CNPJ. O
setor de serviços lidera o ranking, com 53,8% do total das empresas negativadas, seguido
pelo comércio (37,3%) e indústria (7,7%). Completam a lista os setores primário (0,8%) e
outros (0,4%), que abrange o setor financeiro e o terceiro setor.
Após se arriscar na tentativa de expandir seu negócio, a confeiteira Eduarda Pessoa, 27
anos, entrou para as estatísticas das empresas inadimplentes. “No final do ano passado eu
quis dar um passo maior e abrir um segundo ponto de vendas em um shopping. Eu sei que
é preciso esperar o investimento de pagar nos primeiros meses até que comece a dar lucro,
mas em meio ao início da loja nova eu tive uma série de problemas pessoais, acabei não
conseguindo manter os gastos e me endividei”, contou a confeiteira, que precisou fechar a
sua filial e está na luta para quitar os débitos que ficaram.
O economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, pontuou que o endividamento das
empresas possui correlação com a inadimplência dos consumidores, que também voltou a
crescer. Apenas em fevereiro 433 mil pessoas entraram para o registro de negativados no
país, chegando a um total de 70,5 milhões de inadimplentes.
“Mesmo que existam oscilações positivas e alguns empreendedores consigam quitar suas
dívidas, como aconteceu em janeiro, a melhoria contínua da inadimplência dos
empreendimentos depende muito do cenário de negativação entre os consumidores”,
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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ECONOMIA
Disputa na relatoria
Os deputados Júlio Lopes (RJ), Fernando Monteiro (PE), André Fufuca (MA) e Cláudio Cajado
(BA) são os nomes da disputa interna do PP pela relatoria do arcabouço fiscal. A decisão
sobre a relatoria está estritamente vinculada à chegada da proposição, afirmam os três ao
Correio.
No Senado, a discussão sobre o posto ainda não é realidade, pondera o segundo vice-
presidente da Casa, Rodrigo Cunha (União Brasil-AL). As razões para os nomes dos três
deputados são diversas. Júlio Lopes é tido como de conhecimento técnico; Fernando
Monteiro acumula tecnicidade e prestígio dentro do partido; Cláudio Cajado possui
interlocução forte com Ciro Nogueira (PP-PI), cacique do PP; André Fufuca é próximo a
Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, mas pode ver a chance ir por
água abaixo pelo fato de já ter posição de destaque: a liderança da bancada. Todos são
próximos de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Vice-líder do PP na Casa, Júlio Lopes afirma que capitaliza sua candidatura entre os pares,
mas argumenta que o martelo será batido por Lira. Cláudio Cajado não negou que está na
disputa, porém pontuou que só se manifestaria oficialmente sobre a candidatura após a
escolha de sua sigla, por receio de fragilizar as negociações, que tendem a favorecê-lo. O
debate interno sobre a relatoria começou em meados de março, mesmo período em que as
presidências das comissões permanentes foram oficializadas. As discussões objetivas sobre
a nova regra fiscal, porém, não tiveram início em ambas as Casas.
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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EDITORIAL
O dinheiro que falta para o ajuste fiscal
VISÃO DO CORREIO
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Bolsonaro depõe após devolver joias
INVESTIGAÇÃO » Ex-presidente prestará esclarecimentos à Polícia Federal, hoje, sobre o
caso dos itens de diamantes. Por ordem do TCU, defesa entrega terceiro kit de peças
LUANA PATRIOLINO
RENATO SOUZA
O ex-presidente Jair Bolsonaro é aguardado, hoje, na sede da Polícia Federal, em Brasília,
para prestar esclarecimentos sobre o escândalo das joias sauditas trazidas ilegalmente ao
Brasil. A oitiva está marcada para as 14h. No mesmo local, também nesta quarta-feira,
devem ocorrer outros nove depoimentos. A intenção dos investigadores é avaliar eventuais
contradições entre os envolvidos no caso.
O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do então presidente, e o assessor
Marcelo Câmara, responsável pela segurança do ex-chefe do Planalto, também vão ser
ouvidos pela PF. O escândalo das joias foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo
a reportagem, o governo Bolsonaro tentou trazer as peças em diamantes ao país sem pagar
imposto.
No Brasil, para retirar qualquer item retido na alfândega, deve-se pagar imposto quando o
valor supera US$ 1 mil.
O conjunto em diamantes apreendido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em
São Paulo, em 2021, foi presente do governo da Arábia Saudita. Contém um colar, um par de
brincos, relógio e anel estimados em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões).
Os itens estavam na mochila de um militar que atuava como assessor do então ministro de
Minas e Energia, Bento Albuquerque. Depois disso, a equipe de Bolsonaro fez uma série de
investidas para tentar resgatar o material.
Também foi revelada a existência de um segundo conjunto de joias, que inclui relógio,
caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário — todos da marca suíça de luxo Chopard. Os
itens, avaliados em R$ 400 mil, estavam na bagagem de um dos integrantes da comitiva,
mas não foram interceptados no aeroporto.
Na semana passada, veio à tona que Bolsonaro recebeu um terceiro presente, em 2019. Esse
conjunto de joias é estimado em R$ 500 mil. No estojo, havia um relógio da marca Rolex, de
ouro branco e cravejado de diamantes; um par de abotoaduras; um anel com diamantes e
uma caneta.
Assim que Bolsonaro foi intimado pela PF, a defesa disse que a oitiva “será uma
oportunidade para ele prestar todas as informações necessárias”. “É um ato processual
corriqueiro, ocasião em que ele esclarecerá que agiu sempre de acordo com a legislação que
regula a oferta de presentes de governos estrangeiros”, frisou.
Quando o escândalo explodiu, Bolsonaro, inicialmente, negou possuir as joias. Em 3 de
março, após um evento nos Estados Unidos, o ex-presidente disse que não pediu nem
recebeu nenhum presente em joias do governo saudita. “Agora estou sendo crucificado no
Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais, de forma maldosa, dizendo que
eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso”, afirmou, na ocasião.
A expectativa é de que, no depoimento à PF, Bolsonaro repita discursos recentes de que as
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Acordo fechado para votar MPs.
CONGRESSO » Padilha afirma que governo conseguiu contornar a disputa de poder entre
Lira e Pacheco, que ameaçava o trâmite das medidas provisórias - até sete comissões para
analisá-las serão instaladas, segundo o ministro
INGRID SOARES
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, ontem, ter feito um
acordo com a Câmara e o Senado para que sejam instaladas até sete comissões mistas para
a votação de quatro medidas provisórias (MP) , na próxima semana — entre elas a da
estrutura do ministério do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a que muda as
regras do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf); a do Minha Casa Minha
Vida; e a do Bolsa Família.
“Vamos trabalhar para a aprovação do conteúdo de todas elas, trabalhar para instalar mais
urgentemente para aquelas (MPs) que expiram em junho”, explicou.
A instauração das comissões mistas é motivo de uma briga por poder entre os presidentes
do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que vem travando
votações das MPs no Congresso. Lira queria manter o rito adotado na pandemia, segundo o
qual as MPs eram apreciadas primeiro pela Câmara, para, então, serem enviadas ao Senado.
Pacheco, porém, reinstaurou as comissões mistas, conforme prevê o Regimento do
Congresso e a Constituição.
Padilha afirmou haver acordo para a apreciação, pelo Congresso, das 12 MPs enviadas por
Lula, entre elas a do Mais Médicos e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) antes que
elas percam a validade. Mas destacou que nem todas necessitam de comissão mista própria
e podem virar emendas ou projetos de lei (PL).
“O governo considera as 12 MPs editadas até agora como prioritárias e vai trabalhar para
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Novo advogado
Conforme noticiou a jornalista do Correio Ana Maria Campos, da coluna Eixo Capital, Eumar
Novacki, ex-chefe da Casa Civil do governo Ibaneis Rocha, assumiu a defesa de Torres. Ele
atua com dois sócios: Ricardo Peres e Raphael Menezes. Até então, o ex-ministro da Justiça
era representado pelo advogado Rodrigo Roca. Em nota, Novacki afirma que estuda o
processo e prepara uma “defesa estritamente técnica”.
CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Dantas vê possível crime de peculato
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou que existe a
possibilidade de as investigações em curso sobre o caso das joias sauditas apontarem para a
prática de peculato por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dantas disse que os itens serem considerados “personalíssimos”, como defendem aliados do
ex-chefe do Executivo, não bastaria para que eles pudessem ser incorporados ao acervo
privado. Para isso, explicou, também precisariam ser de baixo valor.
“O binômio que determina o direcionamento do presente (...) é este: o presente tem de ser
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Lula recebe novos generais em mais um ato de
distensão
FORÇAS ARMADAS
Brasília e Lisboa — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, ontem, da cerimônia
de apresentação dos oficiais-generais recém-promovidos, no Palácio do Planalto. O evento
ocorreu em um momento em que o chefe do Poder Executivo e os comandos das Forças
Armadas ensaiam uma reaproximação, após a tensão nos dias seguintes aos atos
terroristas de 8 de janeiro — quando os militares foram apontados de serem coniventes
com a tentativa de golpe de Estado pelos bolsonaristas, além de vários deles terem
participado da invasão às sedes dos Três Poderes
No último dia 21, Lula afirmou que as Forças Armadas assumiram o compromisso de
despolitizar a corporação e manifestou que poderia enviar ao Congresso uma proposta de
emenda à Constituição (PEC) para determinar que a passagem à reserva de militares que
pretendam concorrer a cargo eletivo ou ocupar cargos civis em governos. “Quero fazer com
que eles participem das coisas que fazemos. A gente só vai conseguir que esse país seja
democrático quando a gente conviver igualmente. Vou tratá-los com o respeito que
merecem, e quero que tratem a democracia como merece”, cobrou.
Nesse processo de distensionamento, Lula almoçou, no último dia 15, com o comandante da
Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. No dia
23, o presidente visitou o Complexo Naval de Itaguaí (RJ), para acompanhar os avanços do
Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) . Lula também sinalizou que
pretende investir na modernização do equipamento das três Forças.
Ontem, foram promovidos 56 oficiais para postos de oficiais-generais: general de brigada,
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Apesar da pressão, Funasa será extinta
KELLY HEKALLY
Especial para o Correio
A medida provisória (MP) que extingue a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deve ser
vinculada à da criação da estrutura ministerial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A junção se dará não apenas por se tratarem de questões correlatas, mas, sobretudo, por
causa do prazo apertado para debatê-las na Câmara e no Senado — ambas caducam em 1º e
2 de maio.
A decisão de extinguir a Funasa foi tomada em dezembro, ainda durante a transição do
governo, quando o grupo que formatava o novo desenho da Esplanada dos Ministérios
recomendou que as atividades da autarquia passassem a ser divididas entre os ministérios
da Saúde e das Cidades. O fim da fundação foi um dos primeiros atos assinados pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cargos
A MP 1.156/2023, porém, passou a ser vista, nas últimas semanas, como uma possibilidade de
atender a acordos políticos e alocar aliados do Palácio do Planalto. Bastava deixar que a
medida provisória caducasse para que a Funasa — que já não dispõe mais de quadro de
servidores, pois todos foram realocados, e mesmo de estrutura física para funcionar —
continuasse existindo.
O governo, aliás, sofreu pressões para mantê-la, mesmo que fosse no papel. Tanto que uma
nota técnica da Câmara, emitida em janeiro, afirma que a MP da Funasa “não acarreta
repercussão direta ou indireta em aumento ou redução de receita ou despesa da União”. A
autarquia se notabilizou como um cabide de emprego para apadrinhados políticos dos
governos e sempre foi vista como moeda de troca no Congresso devido à capilaridade que
tem.
As atividades da Funasa, que é vinculada ao Ministério da Saúde, são voltadas para o
saneamento e a prevenção e controle de doenças das populações indígenas. A sede fica em
Brasília, mas cada estado tem uma superintendência e estruturas próprias. Quando a MP
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
TORRES MIRA DELAÇÃO PREMIADA
INVESTIGAÇÃO » Segundo fontes da PF, ex-ministro da Justiça demonstrou interesse em
firmar acordo. A defesa nega. Preso desde 14 de janeiro, por suspeita de envolvimento nos
ataques golpistas, o ex-integrante do governo Bolsonaro está em situação cada vez mais
complicada
Renato Souza
Luana Patriolino
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson
Torres demonstrou interesse em firmar um acordo de delação premiada, afirmam fontes da
Polícia Federal consultadas pelo Correio. Ele está preso desde 14 de janeiro, suspeito de
envolvimento nos atentados às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.
A delação seria uma forma de colaborar com o Poder Judiciário e evitar uma pena mais
severa, que pode, inclusive, fazer com que ele perca o cargo público de delegado.
Nos últimos dias, a situação de Torres ficou mais complicada. A Polícia Federal identificou
um documento, produzido pela equipe do então ministro, com mapa detalhado dos locais
onde o petista Luiz Inácio Lula da Silva venceu o primeiro turno das eleições de 2022.
A corporação também identificou uma visita de Torres à superintendência da PF na Bahia
às vésperas do segundo turno do pleito, ocorrido em 30 de outubro. A suspeita é de que ele
tentou persuadir a PF no estado para atuar junto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e
impedir a chegada de eleitores de Lula às zonas de votação.
Conforme as apurações, Torres solicitou o aumento das operações de fiscalização do
transporte coletivo de eleitores. A PF teria ignorado o pedido, mas a PRF, não. Dos mais de
500 pontos de blitz pelo país, em 30 de outubro, metade ocorreu em estados nordestinos,
onde Lula teve mais votos.
Denúncias de eleitores, publicadas nas redes sociais, na ocasião, apontaram dezenas de
ações da PRF que causaram bloqueios e lentidão no trânsito.
Fontes na PF afirmam que Torres teme ser condenado e passar anos preso, o que faz com
que ele cogite apontar outras pessoas que teriam responsabilidade na articulação das
operações da PRF. A corporação também mira eventual envolvimento do ex-presidente Jair
Bolsonaro, que buscava a reeleição.
Procurada pela reportagem, a defesa de Torres, que assumiu recentemente o caso, negou
que o cliente esteja negociando qualquer acordo de delação.
Sigilo
Ainda em janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
estava convencido de que o ex-titular do Ministério da Justiça poderia contar o que sabe a
respeito dos ataques golpistas de 8 de janeiro. As investigações correm sob sigilo.
Na época dos ataques, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas
estava nos Estados Unidos para onde havia viajado dias antes.
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Liberada a visita de parlamentares a presos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, ontem, a
deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) a visitarem os presos
pelos atos terroristas de 8 de janeiro.
Os parlamentares poderão ter acesso ao Complexo Penitenciário da Papuda e também à
Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.
Moraes destacou a preocupação com a segurança de todos os envolvidos na visita. Izalci
Lucas e Bia Kicis não poderão levar acompanhantes. “Não obstante, embora seja possível o
deferimento de requerimentos formulados pelos parlamentares, é plenamente justificada a
aplicação de restrições específicas, como já destacado pela Vara de Execuções Penais do
Distrito Federal, consideradas as questões relativas à gestão penitenciária e de segurança,
para a preservação da integridade física das autoridades visitantes, dos agentes
penitenciários e dos próprios custodiados”, escreveu o magistrado.
Em março, o ministro do STF já havia concedido aos deputados Evair de Melo (PP-ES) e
Sanderson (PL-RS) a autorização para visitar os golpistas. Eles também tiveram que seguir
as mesmas normas impostas a Izalci Lucas e Bia Kicis.
Na decisão de ontem, Moraes transcreveu preocupações relatadas pelo Juízo da Vara de
Execuções Penais do DF em relação a diversos pedidos formulados por parlamentares para
ingresso no Complexo Penitenciário da Papuda. De acordo com a Vara, a demanda repentina
de dezenas de parlamentares tem impactado o funcionamento das penitenciárias, já
sobrecarregadas após o aumento expressivo da população carcerária após as prisões em 9
de janeiro.
Ao todo, 1.406 pessoas foram presas por participarem dos atos golpistas que resultaram na
destruição dos prédios dos Três Poderes. Após centenas de audiências de custódias e
medidas cautelares, ainda permanecem em regime fechado 294 pessoas.
Os presos por atos golpistas podem receber visitas de acordo com as regras do sistema
prisional local. Mas, em situações que exigem autorização judicial (como visitas para
pesquisas acadêmicas, estudantis ou de imprensa), a decisão cabe a Moraes, que é relator
dos inquéritos sobre atos antidemocráticos no Supremo. (LP, com Agência Estado)
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CORREIO BRAZILIENSE
05/04/2023
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POLÍTICA
Ministério reativa a lista suja
TRABALHO ESCRAVO » Somente este ano, mais de mil pessoas foram resgatadas de
empregadores que as submetiam a condições aviltantes
Com 1.010 pessoas resgatadas somente este ano de condições de trabalho análogas à
escravidão, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) retoma, hoje, a publicação da lista
suja da exploração de mão de obra. A nova edição relaciona um total de 109 empregadores
pessoas físicas e 23 empresas que foram flagradas em operações de combate ao trabalho
escravo.
A retomada da lista foi confirmada, ontem, ao Correio, pelo ministro do Trabalho e
Emprego, Luiz Marinho. Ele salientou que os resgates realizados nos primeiros 90 dias do
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que 2023 pode registrar um terrível
recorde. “Em 90 dias, 1.010 trabalhadores foram libertados e, nessa velocidade, (este ano) vai
ser o recorde provavelmente”, observou.
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O GLOBO
05/04/2023
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MANCHETES
TRUMP É ACUSADO DE FRAUDAR REGISTROS POR
BENEFÍCIO ELEITORAL
Ex—presidente é suspeito de ocultar pagamentos para esconder histórias que o
prejudicariam em 2016. 'E um falso caso', rebate
O ex-presidente Donald Trump virou réu for- malmente na Justiça americana sob acusação
de ter fraudado registros contábeis de suas empresas afim de encobrir pagamentos para a
compra do silêncio de uma atriz pornô com quem teria tido um caso extraconjugal. Ele é
alvo de 34 acusações, uma para cada movimentação financeira irregular. A
promotoria sustenta que o caso da atriz foi apenas um de um sistema de pagamentos para
ocultar histórias que o prejudicassem nas eleições de 2016, quando chegou à Casa Branca.
Trump foi levado pela polícia de NY até a audiência de ontem, quando se declarou inocente.
Em discurso após ser liberado, afirmou que as acusações têm motivação eleitoral. PAGINAS
18 e 19
O GLOBO
05/04/2023
PRIMEIRA PÁGINA voltar ao topo
MANCHETES
OFENSIVA DO MST EM ABRIL CRIA IMPASSE NO GOVERNO
Planalto se vê espremido entre aliado histórico, que promete retomar invasões, e o
agronegócio, do qual busca aproximação. PÁGINA 4
O GLOBO
05/04/2023
PRIMEIRA PÁGINA voltar ao topo
MANCHETES
MEC SUSPENDE CALENDÁRIO DO NOVO ENSINO MÉDIO
Interrupção do cronograma de reforma, como adiantou O GLOBO, foi confirmada ontem
pelo ministro da Educação, Camilo San- tana, e não altera a rotina dos alunos em sala de
aula, mas suspende o processo de mudanças previstas também para o Enem de 2024. A
medida vai durar 60 dias. PAGINA 11
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O GLOBO
05/04/2023
02 voltar ao topo
ARTIGOS
VERA MAGALHAES - Trump vira pesadelo para
Bolsonaro
Jair Bolsonaro levou três meses no dilema volta-não volta ao Brasil depois de sua saída
pelos fundos para a Flórida. Voltou num momento que, para ele, não poderia ter sido pior.
Sua chegada ao país coincidiu não apenas com o escândalo das joias sauditas — tanto as
que levou ilegalmente quando deixou a Presidência quanto as que moveu mundos e
fundos para também levar —, como também com o agravamento dos indícios de que a
estrutura de seu governo foi usada para influenciar o segundo turno das
eleições de 2023.
Para deixar o revés ainda mais completo, seu amigo Donald Trump acabou por se tornar o
primeiro ex-presidente norte-americano a ser réu por acusações criminais, justamente
neste momento em que o cerco contra sua réplica tropical vai se fechando em várias
frentes de investigação. Para alguém que ascendeu rapidamente do baixo clero à
Presidência quase unicamente graças à narrativa de redes sociais, essa
conjugação de fatores não poderia ser mais tóxica.
Bolsonaro parecia nutrir a expectativa de que seu destino no Brasil seria liderar a
oposição. Valdemar Costa Neto, o dono do PL, vislumbrou no casal Bolsonaro “estrelas” que
usaria num road show em busca de filiados e para engordar ainda mais o caixa do partido.
Conviria olhar para cima no mapa e ver o que um líder de extrema direita que perde a
eleição tentando minar a confiança da população no processo eleitoral e nas instituições
enfrenta quando seu plano dá errado depois de causar muito estrago. Porque demora,
tudo ainda não está desenhado, mas é certo que o famoso establishment não deixará
impunes, nem lá nem aqui, tentativas de conspiração para solapar a democracia.
O caso em que Trump virou réu nem tem a ver com suas ações para tentar reverter
a derrota na Georgia ou aquelas que contribuíram para o ataque ao Capitólio, mas é uma
mostra de que seu plano para chegar ao poder incluía o uso de seu império econômico
para tirar da frente possíveis acusações que atrapalhassem a caminhada. Nem que fosse
preciso subornar pessoas e fraudar negócios para isso.
Na saga judicial que enfrentará, Bolsonaro também terá de prestar contas por casos
anteriores ao mandato, que podem complicá-lo. Mas tanto ele quanto seu ídolo têm pela
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O GLOBO
05/04/2023
03 voltar ao topo
ARTIGOS
MARIA THEREZA PEDROSO - Negacionistas contra os
transgênicos
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) concluiu no mês passado a
avaliação técnico-científica do pedido para liberar o cultivo de um trigo que, transgênico,
é tolerante à seca e ao herbicida glufosinato. Como de praxe, seguiu os protocolos
científicos internacionalmente consagrados, realizando rigorosa análise de risco. Concluiu
que esse trigo transgênico é tão seguro ao meio ambiente, à saúde humana e à
saúde animal quanto o convencional não transgênico.
É relevante e revelador ressaltar que o transgênico já foi aprovado para consumo em países
como Austrália, Nova Zelândia, Indonésia, África do Sul, Colômbia, Nigéria e Estados
Unidos. Foi liberado para cultivo e consumo na Argentina, principal nação exportadora do
alimento para o Brasil. Outros países ainda estão avaliando sua segurança.
Os cientistas brasileiros e os cidadãos sensíveis aos argumentos da ciência e a seus
procedimentos comemoraram a decisão. Afinal, com as mudanças climáticas cada vez mais
ameaçadoras, contar com um trigo com tal característica é garantir mais um passo na
nossa segurança alimentar no futuro.
Embora sem surpresa, logo depois da aprovação do trigo transgênico no Brasil, circularam
reportagens jornalísticas informando que alguns grupos negacionistas exigem que
o governo federal cancele sua liberação. Sem nunca apresentar uma réstia
sequer de comprovação empírica, afirmam que a variedade de trigo aprovada é perigosa
para a saúde, afeta a biodiversidade e até mesmo que a economia será prejudicada.
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O GLOBO
05/04/2023
11 voltar ao topo
BRASIL
POR 60 DIAS
Ministro confirma suspensão do calendário de reforma do ensino médio e do novo
Enem em 2024
O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou ontem que o MEC publicará uma
portaria para suspender o calendário da reforma do ensino médio, a maior transformação
desta etapa escolar desde a década de 1970. Na prática isso interrompe um processo de
mudanças previstas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, mas não
altera a rotina dos alunos que estão em sala de aula. A informação foi antecipada na
segunda-feira pelo GLOBO.
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AULA DE BRIGADEIRO
Aluno de uma escola piloto da rede estadual do Rio Grande do Sul, Kaick Pereira da Silva, de
18 anos, completou o terceiro ano, em 2022, com o novo modelo, antes de ele ser
implementado para todos os estudantes do estado.
Em ano de Enem, Kaick teve aulas como de gestão comercial, em que precisava fazer
brigadeiros para vender, e de comunicação e marketing, que incluía a criação de rótulos de
produtos. O aprendizado, em tese, está de acordo com um dos objetivos do novo ensino
médio, que é preparar os estudantes para o mercado de trabalho, não só para o ensino
superior. Mas Kaick avalia que o tempo utilizado nestas disciplinas seria mais bem
aproveitado se houvesse mais aulas de redação, Matemática, Química e Física. Para o
estudante, isso o prejudicou na competição por uma vaga no ensino superior, que acabou
não conseguindo.
—Fiz dois anos do ensino médio de forma remota (por causa da pandemia) — lembra o
jovem de Caxias do Sul (RS), que quer fazer Educação Física ou Geografia — Quando cheguei
ao 3º ano, o ensino passou a ser presencial. Mas estávamos totalmente atrasados nos
conteúdos. A maneira como as matérias novas foram aplicadas atrapalhou ainda mais a
aprendizagem. Não tínhamos a mínima noção do que era boa parte dos conteúdos de
Matemática, Português, Geografia e História. Estou fazendo um cursinho pré-vestibular e
aprendendo agora a fazer cálculos de matemática, resolver questões de química e física e a
montar uma redação.
O GLOBO
05/04/2023
03 voltar ao topo
COLUNAS
ELIO GASPARI - Os Cem Dias de 2023 e os de 2019
Na próxima semana, Lula chegará aos cem dias de governo. Como fazem quase todos
os governos, a data será comemorada com promessas e propaganda. Contudo a melhor
comemoração desses cem dias está na comparação do mesmo período com os de seu
antecessor.
Nos primeiros cem dias de Bolsonaro, foram demitidos dois ministros.
Primeiro, caiu o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Esse advogado carioca
ligara-se ao capitão quando todos os bolsonaristas cabiam numa Kombi. Em
fevereiro de 2019, foi atropelado por intrigas do círculo familiar do presidente e saiu
arrependido:
— Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil.
Bebianno morreu meses depois, aos 56 anos, entristecido.
O segundo ministro a cair, perto da marca dos cem dias, foi Ricardo Vélez, da Educação.
Personagem pitoresco, teria sido recomendado pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do
bolsonarismo. Pouco depois de assumir, Vélez disse que “o brasileiro viajando é um
canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião”. Antes mesmo dos
cem dias, Olavo de Carvalho informava:
— E eu sou o guru dessa porcaria. Eu não sou o guru de merda nenhuma.
Competindo com as excentricidades de Vélez, o primeiro chanceler de Bolsonaro, o
diplomata Ernesto Araújo, assumiu falando grego e tupi durante o discurso de posse.
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(...)
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O GLOBO
05/04/2023
14 voltar ao topo
COLUNAS
ZEINA LATIF - Uma novela sem fim
Estamos novamente às voltas com a discussão sobre desenho de regra fiscal. Algum
ajuste na regra atual seria inevitável, mas o governo, por uma escolha política, pode estar
complicando a situação ao propor o novo arcabouço fiscal, por conta das condições
necessárias para seu funcionamento pleno, além de efeitos secundários indesejados.
De quebra, com o histórico do país de desrespeito frequente à legislação na área fiscal, a
nova regra já nasce com um déficit de credibilidade.
O governo anterior deixou uma herança difícil. Primeiramente, a proposta
orçamentária deste ano não era exequível, pois algumas despesas criadas não foram
incluídas no orçamento – um problema ainda não sanado – e houve compressão de gastos
essenciais.
Ainda que o teto de gastos explique a contenção irrealista de despesas, ele não foi o
culpado por esse quadro, mas sim a dificuldade do país de fazer reformas para frear o
crescimento de despesas obrigatórias.
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COMPLEMENTARES
Segundo Silveira, os dois escritórios são complementares. A Messem é especializada na
gestão de investimentos de clientes de alta renda e varejo. Já a Faros é mais voltada para o
segmento de private e gestão de patrimônio, disse o executivo. As duas empresas são fortes
em gestão de fortunas familiares e pretendem se consolidar neste mercado juntas.
A cobertura geográfica favoreceu o negócio. A Messem, criada em Caxias do Sul (RS) há 16
anos, atua em várias cidades do país. A Faros, que é sediada no Rio, atua em Belo Horizonte,
duas regiões em que a Messem ainda não operava. A nova empresa vai chegar a 25 cidades
em dez estados, além do Distrito Federal, e também tem atuação internacional.
Bruno Ballista, sócio e da XP Investimentos, disse que A XP, como sócia na corretora,
seguirá investindo “no desenvolvimento do ecossistema para permitir que essa união
continue transformando a experiência dos clientes”.
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O brasileiro incorporou à rotina os versos de um antigo hit na voz de Ivete Sangalo: “Quer
andar de carro velho, amor? Que venha, pois eu sei que amar a pé, amor, é lenha”. No
primeiro trimestre, as vendas de veículos usados no país somaram 3,3 milhões de unidades,
segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos
Automotores (Fenauto) . Isso equivale a sete vezes o volume de automóveis novos no
mesmo período, que ficou em 471 mil, de acordo com o Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam), sistema que cobre o emplacamento em todo o Brasil.
Historicamente, as vendas de carros usados são maiores do que a dos zero quilômetro, mas
o cenário de aperto de crédito, juros altos, fim dos carros populares mais em conta e alta do
preço dos novos ampliou a diferença nos últimos anos.
—No Brasil, para cada carro zero quilômetro eram vendidos três usados. Mas, na última
década, essa diferença foi crescendo. Em março, tivemos uma média diária de venda de
usados de 57 mil unidades por dia, frente a 52 mil em fevereiro. É um ritmo muito forte, que
deve totalizar 15 milhões de unidades este ano, mesmo patamar recorde de 2021 —conta
Enilson Sales, presidente da Fenauto.
ENVELHECIMENTO DA FROTA
Só para comparação, em março, a média de vendas diárias de zero quilômetro foi de 8,6 mil.
Sales observa que, a partir de 2015, os veículos populares, chamados de entrada, começaram
a ficar mais escassos no cardápio das montadoras, que passaram a dar prioridade a veículos
com maior tecnologia embarcada e mais caros, o que garante melhores margens de lucro.
Esse cenário se agravou com a crise de componentes provocada pela pandemia, a partir de
2020, com a quebra da cadeia de fornecimento.
Havia fila de espera de até seis meses para carros novos, e modelos usados chegaram a
custar até mais caro que os zero quilômetro por causa da disponibilidade de compra. Hoje,
essa inversão desapareceu. Um modelo Nivus Confortline 2023, zero quilômetro, sai por R$
127,3 mil no site da montadora Volkswagen, enquanto a versão 2021 é vendida por R$ 108,9
mil, no site do Mercado Livre.
O presidente da Fenauto lembra que o aumento do desemprego e a perda de renda, entre
2020 e 2022, em razão da crise, puseram ainda mais pressão de demanda nos usados.
A busca pelos seminovos, nos últimos anos, acelerou o “envelhecimento da frota” brasileira.
O estudo mais recente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos
Automotores (Sindipeças) mostra que, em 2021, a idade média dos veículos em circulação no
Brasil era de 10 anos e 3 meses, mesmo patamar de 1995. Desde aquele ano, foram 18 anos de
rejuvenescimento da frota, chegando a uma idade de 8,6 anos em 2013. Essa trajetória foi
interrompida com o início da crise econômica de 2014 e se manteve até 2021.
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O GLOBO
05/04/2023
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ECONOMIA
Haddad: não há ''plano B” para receita de R$ 90 bi .
Ministro quer levantar recursos ao considerar incentivos fiscais via ICMS como
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que o governo não precisa de um
“plano B” para a medida que prevê receita adicional de R$ 85 bilhões a R$ 90 bilhões. A
proposta, que está sendo estruturada, busca proibir que empresas com incentivos fiscais
concedidos por estados, via ICMS, possam abater esse crédito da base de cálculo de
impostos federais (IRPJ e CSLL) . O crédito só poderá ser abatido se for destinado a
investimentos, e não a custeio.
—Nenhum país que eu conheço subvenciona custeio. Vamos separar custeio de
investimento e dar transparência —disse.
—Não vamos fazer ‘jabuti’ (assunto sem relação com o tema original de um projeto de lei
incluído na proposta), vamos fazer as coisas transparentes. Lei bem feita não tem plano B,
Lei do Real não teve plano B —afirmou, em rápida entrevista a jornalistas no Ministério da
Fazenda.
DEPOIS DA PÁSCOA
A receita de até R$ 90 bilhões compensaria grande parte do que o governo precisa para
viabilizar o arcabouço fiscal no longo prazo. A nova âncora para as contas públicas prevê
déficit primário (antes do pagamento dos juros da dívida pública) zerado no próximo ano e
superávits a partir de 2025. Pelo atual parâmetro, a proposta precisaria de incremento de
receita entre R$ 110 bilhões a R$ 150 bilhões, segundo o ministro da Fazenda.
No curto e médio prazo, o Ministério da Fazenda está estruturando uma série de medidas
para aumentar a receita do governo —a principal é a proposta para diferenciar custeio de
investimento da base de cálculo de impostos federais.
No longo prazo, o governo conta com a reforma tributária e espera aumentar a arrecadação
ao corrigir “distorções” no atual sistema de tributação.
O ministro, em São Paulo, afirmou que é preciso cortar o que chamou de distorções do
sistema tributário brasileiro. Segundo ele, sem aprovar o novo arcabouço fiscal para
substituir o atual teto de gastos (âncora atual que limita o crescimento das despesas
públicas à inflação) , o governo federal precisaria cortar R$ 30 bilhões em despesas
obrigatórias (pensões, salários dos servidores) , inclusive programas sociais “caros à
sociedade”.
—São muitas distorções do sistema tributário. Ontem eu conversava com o Roberto Campos
Neto (presidente do Banco Central) aqui e ele dizia que as distorções que ele identificou com
sua equipe somam R$ 300 bilhões. (...) Estamos falando de fazer correção que pode ser feita
por projeto de lei ordinária, e está provado que tem trazido efeitos muito ruins para a
economia brasileira. Só uma medida representa 50% do Bolsa Família para meia dúzia de
pessoas que estão se valendo de uma interpretação de alguns juízes, nem está consolidado
esse entendimento — ressaltou Haddad, ao falar por videoconferência a investidores e
analistas em evento promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo.
Em Brasília, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, após participar da audiência do
grupo de trabalho da reforma tributária no Congresso, afirmou que o governo vai esperar a
Páscoa para encaminhar o projeto do arcabouço ao Legislativo. Segundo a ministra, o texto
ficará pronto hoje, mas somente chegará ao Legislativo na próxima semana, na terça-feira,
para evitar falsas narrativas equivocadas.
93
“BALA DE PRATA”
Já a reforma tributária, segundo ela, é a “bala de prata” para reduzir o custo das empresas,
gerar empregos e fazer o país voltar a crescer.
—A reforma tributária é a única bala de prata. Eu diria que o arcabouço fiscal é a bala de
bronze, o dever de casa dentro do Executivo para dar credibilidade necessária e permitir
que os juros comecem a cair
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ontem que o início da
tramitação no Legislativo deve ocorrer “após a semana santa”. O nome para a relatoria deve
ser definido nesse período.
—O que temos conversado com o presidente da Câmara [Arthur Lira], e ele tem sinalizado
junto aos líderes, é que seja alguém que tenha uma boa capacidade de diálogo. Exatamente
porque o novo marco fiscal não tem um carimbo de governo ou de oposição. Acredito que
possa ter um relator que expresse isso — pontua Padilha.
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O GLOBO
05/04/2023
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ECONOMIA
ENTREVISTA - BERNAD APPY
Governo avalia sistema de “cashback, no setor de ensino, para devolver o imposto
pago por aluno até determinado valor. Proposta tem fins distributivos, com impacto
maior para baixa renda
95
O GLOBO
05/04/2023
15 voltar ao topo
ECONOMIA
Tributação de fundos exclusivos deve ficar para a
reforma do IR
Fazenda desiste de incluir o chamado 'come-cotas' em pacote desta semana
MANOEL VENTURA
96
OUTRAS FRENTES
Para isso, o governo vai apresentar inicialmente três medidas para aumentar a arrecadação.
A mais significativa envolve mudança na forma como são registrados os benefícios fiscais
concedidos pelos estados, via ICMS, para as empresas. A discussão é sobre como eles devem
ser computados no cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
O governo quer deixar claro que esses incentivos seriam considerados como uma reserva
de lucro e, consequentemente, seriam tributados pelo governo federal. O crédito só poderá
ser abatido se for destinado a investimentos, e não a custeio. A medida pode render de R$
85 bilhões a R$ 90 bilhões, de acordo com Haddad.
Outra ação que será apresentada se trata da fechar o cerco à atuação de plataformas
digitais, como Shopee e AliExpress, entre outras, que vendem produtos importados no
Brasil. Auditores da Receita Federal suspeitam que mercadorias entrem no país por meio do
comércio eletrônico sem pagar impostos porque os vendedores estariam fornecendo
informações falsas para sonegar tributos. A previsão é arrecadar de R$ 7 bilhões a R$ 8
bilhões com a medida.
O governo vai ainda tributar apostas on-line, com expectativa de arrecadação anual de R$
12 bilhões a R$ 15 bilhões. Essas empresas passarão a ser taxadas, o que não acontece
atualmente. Além disso, haverá cobrança de uma outorga inicial, apenas este ano e para
quando uma nova empresa se instalar no Brasil, para autorizar o início das operações.
O aumento de arrecadação neste ano tem potencial de reduzir o déficit, previsto hoje em R$
107 bilhões. A meta do governo é chegar a um déficit de 0,5% do PIB em 2023 (ou algo como
R$ 50 bilhões).
97
O TikTok, aplicativo de vídeos curtos que pertence à chinesa ByteDance, foi multado ontem
pelo Information Commissioner’s Office (ICO), órgão regulador de dados do Reino Unido, em
cerca de R$ 80 milhões (US$ 15,9 milhões) por violar a lei de proteção de dados, incluindo o
uso de informações pessoais de crianças menores de 13 anos sem o consentimento dos pais.
O órgão regulador informou que as violações de dados ocorreram entre maio de 2018 e
julho de 2020, e o aplicativo de vídeo não tomou medidas suficientes para verificar quem
estava usando a plataforma e remover os menores de idade que faziam uso da plataforma.
O ICO calcula que o TikTok permitiu que até 1,4 milhão de crianças britânicas menores
usassem sua plataforma até 2020, embora defina 13 anos como a idade mínima para uma
pessoa criar uma conta no app.
À agência Reuters, um porta-voz do TikTok disse que a empresa discorda da decisão do
regulador e vai considerar os próximos passos a serem tomados. Mas comemorou o fato de
haver redução da multa de R$ 174,5 milhões definida no ano passado.
O porta-voz acrescentou que a empresa investiu pesadamente para ajudar a manter
menores de 13 anos fora da plataforma:
“Nossa equipe de segurança de 40 mil pessoas trabalha o tempo todo para ajudar a manter
a plataforma segura para nossa comunidade.”
A Austrália anunciou, também ontem, que vai banir o aplicativo TikTok dos dispositivos do
governo por questões de segurança, juntando-se a outros países que adotaram a medida.
O procurador-geral australiano, Mark Dreyfus, disse, ao anunciar a ordem, que agia sob
orientação de agências de inteligência e segurança. A proibição entrará em vigor o mais
rapidamente possível.
Dreyfus acrescentou que exceções podem ser permitidas caso a caso, com certas medidas
de segurança em vigor.
O GLOBO
05/04/2023
02 voltar ao topo
EDITORIAL
Popularidade de Lula reflete início de governo errático
.
Perto de completar cem dias, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é
considerado por 29% dos brasileiros ruim ou péssimo. É um percentual comparável ao
apresentado por Jair Bolsonaro no início de 2019. Desde a redemocratização, Lula e
Bolsonaro são os presidentes com a pior avaliação na largada de um mandato inicial,
mostram os dados do Datafolha. Metade dos entrevistados diz que o governo fez menos
do que poderia desde a posse.
Após repetidas tentativas de criar um bode expiatório com ataques à política de juros
98
O GLOBO
05/04/2023
02 voltar ao topo
EDITORIAL
Voos que lotam Santos Dumont deveriam migrar para o
Galeão
Fica a cada dia mais evidente que o Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, tem
operado acima da capacidade, prejudicando passageiros, companhias aéreas e o transporte
aeroportuário da segunda maior cidade do Brasil. Projetado para receber no máximo 9,9
milhões de passageiros na atual configuração, o terminal registrou 10,2 milhões em 2022,
número que deverá subir com a retomada depois do baque da pandemia.
Como mostrou reportagem do GLOBO, a saturação se reflete em filas,
falta de pontualidade e cancelamentos. Na ponte aérea Rio-São Paulo, atrasos nos dois
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O GLOBO
05/04/2023
19 voltar ao topo
MUNDO
ENTREVISTA - Erick Langer
TRUMP PACIFICA SUA CANDIDATURA, MAS PERDE NO LONGO PRAZO
Erick Langer / PROFESSOR E HISTORIADOR
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O GLOBO
05/04/2023
18 voltar ao topo
MUNDO
RÉU EM 34 ACUSAÇÕES
Primeiro ex-presidente dos EUA acusado de crimes, Trump nega e se diz alvo de
“perseguição”
Em um dia histórico nos Estados Unidos, o 45º presidente do país, o republicano Donald
Trump, que governou entre 2017 e 2021, tornou-se ontem o primeiro antigo ocupante da
Casa Branca a comparecer a uma corte para ser formalmente acusado de um crime no
Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York. Ele se declarou inocente das 34 acusações
de que teria falsificado documentos empresariais dentro de um esquema para esconder
informações que poderiam prejudicá-lo na disputa que o levou à vitória nas eleições de 2016
—escândalo que, dois ciclos eleitorais depois, o fortalece para a largada da corrida para ser o
candidato do seu partido no pleito do ano que vem.
A denúncia é centrada no suposto pagamento de suborno para que a atriz pornô Stormy
Daniels não divulgasse detalhes de um caso extraconjugal que teriam tido em 2006 —
Trump nega tanto o caso como o suborno. O imbróglio dá ao ex-presidente uma
oportunidade de replicar suas habituais táticas: com os holofotes sobre si, volta a pautar o
ciclo de notícias e mobilizar seus apoiadores com sua retórica belicosa.
À noite, já de volta a Mara-Lago, na Flórida, Trump disse que armaram um “falso caso”
102
ESQUEMA DELITUOSO
Os quase cinco anos de investigações da Promotoria de Manhattan determinaram que
Trump “orquestrou um esquema” em conjunto com aliados para “influenciar a eleição
presidencial de 2016 ao identificar e comprar informações negativas sobre si para suprimir
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REPUBLICANOS UNIDOS
Para um partido que começava a se fragmentar frente à não tão distante disputa pela
nomeação presidencial, as acusações serviram de elo de união. A defesa a Trump foi
praticamente unânime, inclusive por DeSantis e outras figuras que romperam (ao menos
temporariamente) com o ex-presidente depois do 6 de janeiro.
“A utilização política que Bragg faz do processo será responsabilizada pelo Congresso”,
tuitou Kevin McCarthy, o presidente da Câmara.
Da Casa Branca, contudo, a opção foi pelo silêncio. A porta-voz Karine Jean-Pierre disse que
as notícias vindas de Nova York “não foram a prioridade” de Biden ontem, mantendo o que
tem sido uma política de não comentar os problemas do antecessor na Justiça.
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GUGA CHACRA
internacio@oglobo.com.br
Quase todos os políticos veriam o fim da suas carreiras caso fossem acusados de crimes
ligados ao pagamento de uma atriz pornô e à falsificação de documentos para encobrir o
caso que ocorreu durante uma eleição presidencial. Esse não é caso de Donald Trump, que
virou uma espécie de teflon entre seus seguidores. Ninguém deixará de gostar do ex-
presidente depois de vê-lo ontem sendo fichado na Corte Distrital de Manhattan, onde se
tornou oficialmente réu.
Neste primeiro momento, o impacto político para Trump foi até agora positivo nas futuras
primárias republicanas, que começam em janeiro de 2024. As primeiras pesquisas indicam,
inclusive, que o ex-presidente subiu alguns pontos e a sua campanha diz ter arrecadado
milhões de dólares em doações. Sua base teria ficado mais energizada e seus possíveis
adversários nas primárias republicanas saíram em sua defesa e evitaram críticas.
O cenário, no entanto, é fluido e não dá para prever se persistirá no longo prazo. Primeiro,
precisamos ver qual narrativa prevalecerá nos próximos dias. Será que o argumento de
perseguição política usado por Trump e pela maior parte dos republicanos, levando em
conta que o promotor de fato integra o Partido Democrata, será o dominante? Será que a
imagem de Trump começará a ser afetada?
O ciclo de notícias também muda rapidamente. Há uma guerra na Ucrânia, tensão com a
China e crises políticas em Israel e na França. Trump não ocupa mais o cargo de presidente
e deixará, no médio prazo, de ser o centro das atenções como foi nos últimos dias. Essa
melhora nas pesquisas nas primárias republicanas talvez não seja sustentável. Outros
candidatos, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, devem lançar oficialmente as suas
candidaturas. Ainda que evitem ataques a Trump, tendem a atrair os holofotes da cobertura
da mídia.
As primárias começam mesmo apenas no ano que vem, mas no segundo semestre devem
ser realizados os primeiros debates. DeSantis, o ex-vice Mike Pence e a exgovernadora da
Carolina do Sul Nikki Haley baterão de frente com Trump. Haverá no palanque candidatos
da ala anti-Trump do Partido Republicano que devem ser duros nas críticas ao ex-
presidente. Talvez haja mais munição com possíveis acusações formais em investigações
mais graves contra Trump, como a da eleição na Geórgia, na invasão ao Capitólio e na
questão dos documentos confidenciais achados em sua propriedade em Palm Beach.
Ainda que consiga superar as primárias, Trump levará toda essa bagagem de processos
para as eleições gerais. Sem problemas na Justiça, foi derrotado no voto popular tanto em
2016 quanto em 2020. Precisará vencer no Colégio Eleitoral, mas esse é decidido por poucos
eleitores independentes nos chamados estados-pêndulo, como são conhecidos os estados
sem predomínio democrata ou republicano.
105
O GLOBO
05/04/2023
08 voltar ao topo
POLÍTICA
De arma a massagem, os presentes fora do catálogo
Bolsonaro ficou com 94 itens, incluindo espingarda e cadeira de shiatsu, que não
tiveram preço nem valor histórico avaliados por equipe técnica a pedido do próprio
ex-presidente, que hoje presta depoimento à Polícia Federal sobre joias sauditas
Alvo de suspeitas por se apropriar de kits de joias que entraram no país de forma ilegal, o
ex-presidente Jair Bolsonaro ficou com outros 94 presentes recebidos ao longo do mandato
antes mesmo de os itens serem avaliados pela equipe do patrimônio histórico do Palácio do
Planalto. Segundo documentos obtidos pelo GLOBO, quando decidia ficar com as peças, o
ex-presidente usava o expediente de pedir à sua equipe que elas não fossem catalogadas, o
que possibilitava apenas um registro genérico. Na lista, estão objetos como canetas de luxo,
pedras raras, um assento massageador e até uma espingarda semiautomática. Hoje, o ex-
presidente prestará depoimento à Polícia Federal sobre as joias recebidas do governo da
Arábia Saudita.
Por ordem do Tribunal de Conta da União, Bolsonaro entregou ontem em uma agência da
Caixa o estojo de joias avaliado em R$ 500 mil que estava com ele. A informação foi
publicada por Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro, que
tem assessorado o ex-presidente. Desde que o caso das joias sauditas foi revelado pelo
jornal Estado de S. Paulo, Bolsonaro nega qualquer ilegalidade e afirma ter recebido
presentes milionários por conta da relação de amizade que construiu com os árabes
No inventário com mais de nove mil presentes dados a Bolsonaro, obtido pela reportagem,
consta a relação dos itens que, por ordem do então presidente, não passaram pelo
procedimento padrão de análise. Nestes casos, ao relatar o recebimento dos itens, os
funcionários do Palácio do Planalto escreviam apenas que “não foi possível detalhar a
descrição da peça, uma vez que a mesma foi entregue diretamente ao presidente, a pedido
do mesmo, sem passar por este GADH”. O GADH é o Gabinete Adjunto de Documentação
Histórica, que cuida da avaliação e documentação de tudo o que presidente da República
recebe de presente. Questionada sobre a prática, a defesa do ex-presidente não respondeu.
Em ocasiões anteriores, negou qualquer irregularidade nas peças incorporadas ao acervo
pessoal de Bolsonaro.
CANETAS DE R$ 6 MIL
Dentre os itens com essa descrição conta uma espingarda da marca Typhoon Defense,
semiautomática, de calibre 12. Segundo sites especializados, o preço da arma gira em torno
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O GLOBO
05/04/2023
05 voltar ao topo
POLÍTICA
Emergência climática desafia Humanidade
Gerar empregos de qualidade, democratizar as oportunidades, valorizar a liderança
feminina, entender o efeito climático sobre toda a Humanidade. Os desafios estão
interligados, e as decisões tomadas agora serão determinantes para um futuro mais justo.
Não há tempo a perder, concordaram os participantes do segundo painel do debate sobre
ESG no setor de serviços.
— Você vê mudanças, mas com passos ainda lentos. Em relação ao gênero, tem diversas
questões específicas, da mulher preta e parda, LGBT, mulher acima dos 50 anos, de outras
etnias. Dentro da dificuldade, tem outras dificuldades maiores que precisam ser abordadas.
As mulheres na liderança trazem um olhar muito maior para os problemas da sociedade.
Discussões como essas que a gente está tendo aqui é que fazem a diferença — afirmou a
advogada Maria Rita Drummond, diretora jurídica da Cosan S.A.
Presidente da Central Única das Favelas (Cufa) , Preto Zezé ressaltou o potencial das
comunidades, ainda invisível para grande parte da sociedade, das empresas e do poder
público:
107
O GLOBO
05/04/2023
08 voltar ao topo
POLÍTICA
Metade do país quer Bolsonaro inelegível
> Para 51% dos eleitores, Jair Bolsonaro (PL) deve ser condenado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) por sua campanha contra as urnas eletrônicas e ficar inelegível por oito
anos, aponta o Datafolha. Já 45% acreditam que o expresidente deve ser liberado para
disputar os próximos pleitos. Um outro recorte da pesquisa aponta que 58% veem alguma
responsabilidade do antigo ocupante do Palácio do Planalto pelos atos de 8 de janeiro.
> Ao todo, 16 ações tramitam no TSE contra Bolsonaro. Segundo o levantamento, a defesa da
punição é maior entre mulheres e os mais pobres, enquanto homens pró e contra a
condenação empatam, e os mais ricos defendem liberar Bolsonaro.
> O Datafolha entrevistou, 2.028 pessoas nos dias 29 e 30 de março. A margem de erro é de
dois pontos percentuais. Os dados foram divulgados pela Folha de S.Paulo.
O GLOBO
05/04/2023
08 voltar ao topo
POLÍTICA
Aumento de 300 % a Zema avança na Assembleia
Deputados aprovam, em lº turno, reajuste ao governador, que recebe R$ 10,5 mil;
texto prevê incremento escalonado, chegando a R$ 41,8 mil
“QUADROS COMPETENTES”
O projeto de lei foi apresentado pela Mesa da Assembleia a pedido de Zema. Os salários do
governador, do vice-governador e dos secretários estão congelados desde 2007 e, segundo o
chefe do Executivo, o reajuste é necessário “para atrair e manter os mais competentes nos
quadros técnicos”.
Com o aumento, Zema ficará atrás apenas do governador do Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD),
que lidera o ranking dos chefes de Executivo que têm o salário mais alto. Lá, menor estado
do Brasil, um aumento aprovado no fim do ano passado, prevê que Mitidieri passe a receber
R$ 41,6 mil em 1º de abril; subindo para R$ 44 mil em 1º de fevereiro de 2024; e R$ 46,3 mil
em fevereiro de 2025.
O GLOBO
05/04/2023
10 voltar ao topo
POLÍTICA
“Não adianta o cargo que ocupo, o quanto recebo. As
pessoas sempre verão minha raça primeiro”
Eleita com 90 mil votos para a Alesp, Thainara Faria conta que os episódios de
racismo são frequentes desde a posse e diz que lutará para que este tipo de violência
não seja a tônica da legislatura
THAINARA FARIA*
politica@oglobo.com.br
“Eu sofro racismo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) desde o primeiro dia em
que adentrei esta Casa. Por isso, na sexta-feira, quando percebi que havia esquecido o meu
bóton de identificação de deputada, pedi para a minha secretária parlamentar ir até o
cerimonial solicitar um outro. Eu queria evitar um constrangimento porque sei que, sendo
uma mulher preta e circulando de trança neste espaço, sofreria racismo. Primeiro, me
negaram o bóton, sob a justificativa de que não haveria acessório para todas as novas
parlamentares. Mas depois de muita insistência, acabaram cedendo.
Segui para o plenário e, por três horas, participei de uma solenidade da deputada Leci
Brandão (PCdoB). Sentei em frente a uma placa com o escrito ‘deputada estadual Thainara
Faria (PT)’. Discursei, me posicionei e fui citada por várias outras pessoas. E no momento em
que desci para assinar o livro de presença dos deputados, a dois metros dali, fui barrada.
‘Não. Essa lista é só para os deputados’, me disse a servidora.
A sensação foi de desânimo, tristeza e muita, muita exaustão. Eu mostrei o bóton, que
estava visível e pregado na minha roupa, e assinei a lista, sem falar nada. Quando fui dar
entrevista à TV Alesp, logo em seguida, acabei ouvindo a servidora reclamando da situação
109
BARRADA NA POSSE
Aqui na Alesp, isso só se multiplicou. Não dá para dizer que sexta-feira foi uma exceção. Da
posse para cá, os episódios de racismo têm sido muito violentos. A gente pede que haja
renovação na política, mas quando a sociedade elege novos quadros, o Parlamento não está
pronto para lidar. Querem a todo momento nos tirar desse espaço. Quando estou sem
bóton, nem bom dia me falam. Não me cumprimentam. Eu pareço invisível aqui na
Assembleia.
Cotidianamente, estou na porta do meu gabinete e alguém me pede para ‘entregar à
deputada’ um ofício de emenda parlamentar ou ‘pedir para a deputada’ assinar o
documento de criação de uma frente parlamentar. Ninguém nem cogita que eu seja a
deputada. E isso acontece toda hora. Toda hora.
No dia da posse, foram dez casos de racismo. Eu contei. A começar quando cheguei de carro
dirigindo, com o meu assessor sentado no banco do passageiro. Eu abaixava o vidro para
cumprimentar os funcionários e ouvia um ‘oi, deputado’, sempre se referindo a ele. Porque
a figura de um homem, branco, de terno, é muito mais reconhecível como deputado do que
eu.
Neste mesmo dia, fui impedida de entrar no plenário para tomar posse. Uma policial e uma
servidora me pediram para sair do caminho, pois ‘a passagem é para os deputados’. Quando
eu disse que era uma das parlamentares eleitas, elas justificaram que eu estava sem bóton.
Mas só era possível retirar o tal bóton depois de passar por aquele local.
Vejo que é muito necessário haver um letramento antirracista dentro do Parlamento, para
que servidores e funcionários escutem de pessoas pretas o que é ou não racismo. Racismo
não é só chamar de macaca.
A minha trança não é uma questão estética. Ela reforça a presença da minha
ancestralidade. Eu renunciei à minha infância quando passei a trabalhar aos 7 anos lavando
pratos. Renunciei à minha adolescência e, de alguma forma, renunciei à minha juventude.
Quando adentro espaços como este daqui é para representar os segmentos que votaram em
110
O GLOBO
05/04/2023
06 voltar ao topo
POLÍTICA
Após cobrança de Lula, governo muda comunicação
A pedido do presidente, Secom quer usar a marca dos cem dias de gestão, na próxima
semana, para divulgar ações do Executivo. Ministros estão sendo orientados a fazer
publicações nas mídias digitais e compartilhar postagens do Planalto
JENIFFER GULARTE
jeniffer.gularte@bsb.oglobo.com.br
A uma semana de o governo completar cem dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
usou a reunião ministerial de segunda-feira para cobrar a divulgação de ações. Antes de
falar ao grupo de 18 integrantes do primeiro escalão, Lula já vinha expressando, em
conversas com auxiliares no Palácio do Planalto, preocupação com a falta de publicidade
junto à população do trabalho feito pelas 37 pastas nos primeiros meses de gestão.
A pedido de Lula, a Secretaria Comunicação Social da Presidência (Secom) quer usar a marca
dos cem dias para tentar ajustar a comunicação na Esplanada e reforçar a imagem de que o
governo entrega. Em uma reunião hoje com os assessores de comunicação de todos os
ministérios, as equipes serão cobradas a terem um plano de comunicação para as ações
futuras das pastas.
Também será alinhada a narrativa do governo para a data, que terá uma campanha
publicitária com o mote “O Brasil Voltou”. As peças vão apresentar, segundo a visão do
governo, “tudo que foi devolvido ao Brasil” nos primeiros três meses de gestão. A ideia é
destacar programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família. Além de um
vídeo institucional do governo, cada ministério terá peças específicas para as suas redes
sociais. Os vídeos, ainda em fase de produção, começarão a ser veiculadas no sábado.
Paralelo a isso, a Secom passará a incentivar que os ministros tenham uma comunicação
mais intensa, regionalizada e direcionada a questões específicas das suas pastas. À frente
da Secom, o ministro Paulo Pimenta quer que os colegas de Esplanada organizem uma série
de entrevistas a rádios locais durante viagens aos estados.
— São muitos ministérios novos, que não tinham estrutura de comunicação montada. Foi
um período de comunicação inicial, estruturação de equipes. À Secom cabe estimular,
alinhar e orientar (as assessorias dos ministérios). A partir dos cem dias, queremos que as
coisas estejam azeitadas —justificou ao GLOBO.
Para marcar a data, todos os ministros serão orientados a fazer publicações nas mídias
digitais. O objetivo do governo é evitar situações que, internamente, foram avaliadas como
equívocos de comunicação. Uma delas ocorreu em 9 de janeiro, quando o perfil do
presidente publicou uma gravação que mostrava Lula caminhando com os governadores do
Palácio do Planalto até a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), ambos recém destruídos
pelos atos terroristas do dia anterior. Foi o vídeo de maior repercussão do governo. A
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O GLOBO
05/04/2023
05 voltar ao topo
POLÍTICA
Setor de serviços prioriza pauta ESG
Seminário discute como agenda ESG envolve o setor produtivo, a sociedade e o poder
público na preservação do planeta e na redução das desigualdades
O GLOBO
05/04/2023
10 voltar ao topo
POLÍTICA
Outros casos de racismo em casas legislativas
BARRADA NA ALERJ
Em 2019, a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL) foi impedida por um segurança de
entrar na sala da presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O funcionário pôs
a mão em sua frente e questionou: “Quem é você?”, mesmo com a parlamentar usando
broche de identificação. Ela definiu o episódio como mais um exemplo de “racismo
institucional”.
ESCOLTA NO PLENÁRIO
No Paraná, no fim do passado, o deputado estadual Renato Freitas (PT) foi acompanhado por
seguranças enquanto assistia a uma audiência na Assembleia Legislativa do estado. De
acordo com o parlamentar, ele foi “tratado como bandido” ao ser ameaçado por dois agentes
que estavam à paisana e haviam sussurrado “fica de olho nesse aí” enquanto ele
acompanhava uma votação.
No Paraná, no fim do passado, o deputado estadual Renato Freitas (PT) foi acompanhado por
seguranças enquanto assistia a uma audiência na Assembleia Legislativa do estado. De
acordo com o parlamentar, ele foi “tratado como bandido” ao ser ameaçado por dois agentes
que estavam à paisana e haviam sussurrado “fica de olho nesse aí” enquanto ele
acompanhava uma votação.
— Ficar de olho? Dentro de um lugar onde fui eleito pelo povo? — desabafou à época.
Quando foi vereador, Freitas teve seu mandato cassado e restabelecido por duas vezes por
ter liderado entrada em igreja em ato contra o racismo. À época, chamou de “racismo e
perseguição política”.
‘INIMIGA Nº 1”
A deputada estadual Andreia de Jesus, de Minas, relatou ano passado o racismo que
enfrenta enquanto presidente Comissão de Direitos Humanos da Assembleia. A bancada da
bala tratava a petista como “inimiga número 1” e num dos ataques chegou a receber
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O GLOBO
05/04/2023
05 voltar ao topo
POLÍTICA
Inclusão e diversidade são ações estratégicas
Investidores priorizam empresas que praticam o combate à pobreza, ao racismo e ao
assédio
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ALICE CRAVO
alice.cravo@bsb.oglobo.com.br
DESAFINADOS
Como o GLOBO mostrou, o governo estudava manter somente os textos que regulamentam
a reestruturação dos ministérios, que institui o novo Bolsa Família e o que recria o Minha
Casa, Minha Vida no formato de medidas provisórias. Para o restante, havia a expectativa de
que fossem transformadas em projeto de lei com urgência constitucional.
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Leia em : https://infoglobo.pressreader.com
O GLOBO
05/04/2023
08 voltar ao topo
POLÍTICA
Dino vê ‘múltiplos indícios’ de ação de Torres contra
Lula
Ministro diz que operações da PRF podem configurar tentativa de fraudar eleição
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que “há múltiplos indícios” de
que o ex-chefe da pasta Anderson Torres agiu para dificultar a locomoção de eleitores no
segundo turno da eleição presidencial, no ano passado. A Polícia Federal apura se a atuação
foi direcionada para estados em que o presidente Lula teve ampla vantagem sobre o ex-
presidente Jair Bolsonaro na primeira etapa do pleito, como a Bahia.
Um inquérito policial aponta que a área de inteligência do Ministério da Justiça fez um
levantamento entre o primeiro e o segundo turno de 2022 que detalhou os locais onde Lula
foi mais votado. Com essas informações em mãos, Torres teria ajudado a elaborar o
planejamento operacional das ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atuou em
estradas no Nordeste, como mostrou o colunista Lauro Jardim.
— Esses indícios estão surgindo desde janeiro. Não me cabe evidentemente extrair
conclusões. Isso cabe ao delegado, ao Ministério Público e, posteriormente, ao Poder
Judiciário. O que posso afirmar é que há múltiplos indícios ou de elaboração de relatórios,
viagens, comandos e determinações administrativas —afirmou Dino, em entrevista para o
canal do Youtube do professor Marco Antonio Villa, acrescentando que os indícios, quando
são “vários e concordantes, constituem prova”.
O ministro da Justiça afirmou ainda que, caso seja comprovada, a suspeita representaria
uma atuação “governamental para tentar fraudar uma eleição”.
Conforme revelou a colunista Bela Megale, o inquérito que mira a atuação de Torres na
operação da PRF apura também se Bolsonaro teve participação na medida.
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TROCA NA DEFESA
A avaliação dos policiais é que, para o inquérito avançar sobre a possível participação de
Bolsonaro, é preciso de algum grau de colaboração do ex-ministro da Justiça, o que ainda
não aconteceu.
Torres está preso desde janeiro e, na semana passada, mudou de advogado porque buscava
alguém mais distante do universo bolsonarista do que o defensor que o representava. A
mudança passou a ser interpretada como o primeiro sinal da uma nova postura de Torres.
O GLOBO
05/04/2023
09 voltar ao topo
POLÍTICA
PGR recua mais uma vez e pede rejeição de denúncia
contra Lira
Procuradoria agora quer arquivar caso em que deputado é alvo por corrupção após
assessor ser flagrado com dinheiro vivo
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ontem que o Supremo Tribunal Federal (STF)
rejeite uma denúncia por corrupção apresentada por ela mesma contra o presidente da
Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). É a segunda vez em que o órgão recua após
formalizar uma acusação contra o parlamentar.
Na peça, a PGR afirmava que o assessor parlamentar Jaymerson Amorim, servidor público
da Câmara dos Deputados, foi pego com R$ 106 mil em espécie quando tentava embarcar no
Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília utilizando passagens
custeadas pelo deputado federal. Ao ser detido, ele afirmou que a quantia pertencia a Lira. O
episódio ocorreu em 2012.
Segundo a acusação, os valores apreendidos deveriam ser entregues ao parlamentar, na
época líder do PP, em troca de apoio político para manter Francisco Colombo no cargo de
presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A denúncia também afirmava que o deputado, com a finalidade de ocultar a quantia ilícita,
determinou que Amorim camuflasse as notas na roupa e o orientou a dissimular a
natureza, a origem e a propriedade dos valores, caso fosse surpreendido.
Em julgamento em 2019, a Primeira Turma do STF chegou a acolher em parte a acusação da
PGR e decidiu transformar o deputado em réu por corrupção passiva. Agora, em parecer
apresentado após novo recurso da defesa de Lira, o órgão afirma que não há elementos que
justifiquem a acusação contra o parlamentar.
Para a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a denúncia foi embasada
apenas em delação premiada e não há no processo provas que reforcem a acusação.
“Em síntese, o colaborador Alberto Youssef não apresentou elementos de prova autônomos,
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O GLOBO
05/04/2023
04 voltar ao topo
POLÍTICA
CAMPO MINADO
Ofensiva do MST pressiona Lula, que tenta atrair agro sem desagradar à base
JAN NIKLAS
jan.niklas@infoglobo.com.br
A ofensiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que promete uma
“retomada massiva das ocupações”, aumenta a pressão sobre o governo Lula. O Palácio do
Planalto, de um lado, não quer desagradar sua base; de outro, tenta conquistar o
agronegócio, setor alinhado ao bolsonarismo e refratário às invasões.
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COBRANÇA A LULA
Membro da coordenação nacional do MST, João Paulo Rodrigues diz que as ações de abril
devem marcar uma nova etapa da atuação do movimento no novo governo Lula. Ele diz que
após assumir o mandato, o petista ainda não fez nenhuma reunião com o movimento e que
o MST espera ser recebido no Palácio do Planalto ainda neste mês.
Após um recuo tático nos últimos anos, o grupo vem tentando retomar a influência que
teve em governos petistas anteriores. No fim de fevereiro, após pressão dos sem-terra, o
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) decidiu indicar o servidor César Aldrighi para
presidir o Instituto Nacional de Desenvolvimento e Reforma Agrária (Incra). O MST cobrava
a troca do comando do instituto para facilitar a demissão de superintendentes regionais
remanescentes do governo Bolsonaro.
Apesar de afirmar que a relação é de parceria, Rodrigues diz que o grupo seguirá fazendo
pressão por pautas relacionadas à reforma agrária, além de outras medidas como
assentamentos para famílias que estão acampadas, crédito emergencial para os sem-terra e
um programa de agroindústria voltado às cooperativas de produção do grupo.
— Estamos prevendo marchas, vigílias, manifestações e ocupações esporádicas em vários
estados. Mas não tem motivo para o agro ficar preocupado, pois vai ser apenas em terras
improdutivas — diz o coordenador do MST.
Em março, porém, o movimento invadiu três fazendas produtivas da Suzano Papel e
Celulose no sul da Bahia. O episódio foi tratado como um “caso isolado” pelo ministro do
Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
O governo só se manifestou sobre a invasão três dias depois, quando Teixeira disse que iria
procurar o MST para resolver o assunto. O silêncio provocou insatisfação de entidades do
setor. Representantes do agronegócio argumentaram que a falta de reação do Executivo
poderia gerar insegurança jurídica para proprietários de terra.
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“INTERESSES DO SETOR”
Líder da bancada ruralista, o deputado Pedro Lupion (PPPR) diz que a frente parlamentar
vem buscando manter diálogo com o governo. Ele ressalta, porém, que a boa relação
depende da reação do Executivo a episódios como invasões de terras.
—Quem precisa de votos é o governo. Tenho conversado muito com o (Geraldo) Alckmin
(vice-presidente) e o ministro Fávaro. Estamos fazendo a nossa parte. Mas quando há
qualquer ataque ao produtor rural, seja num governo aliado ou contrário, temos que fazer
valer os interesses do setor —disse ele .
Em outra frente, deputados de oposição tentam criar uma CPI na Câmara para pressionar o
MST. O colegiado já reuniu o número mínimo de assinaturas, mas ainda não há previsão de
quais colegiados terão prioridade para funcionar neste ano.
Procurado pelo GLOBO, o MDA disse que o governo preza pela “proteção da propriedade
privada e o cumprimento da função social da propriedade”. A pasta afirmou que recebeu
demandas do MST relacionadas ao “Abril Vermelho” e que as respostas estão sendo
“tratadas internamente”.
O GLOBO
05/04/2023
23 voltar ao topo
RIO
CAMINHO LIVRE PARA A TIROLESA
Geo-Río dá Sinal verde para aventura no Pão de Açúcar
TODAS AS AUTORIZAÇÕES
O arquiteto Luiz Eduardo Índio da Costa, que coordena o projeto, disse que todas as
intervenções para implantar a tirolesa já tinham sido autorizadas pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Rio Patrimônio da
Humanidade (IRPH) , além de terem sido apresentadas ao Conselho Consultivo do
Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (Consemana) . No novo
despacho, a Geo-Rio informou não se opor à execução do projeto. Mas apresentou algumas
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AINDA HÁ CRÍTICAS
A implantação da tirolesa e o desenvolvimento do plano diretor, no entanto, ainda
provocam desconfiança entre montanhistas e vizinhos da atração. A presidente da
Associação de Moradores da Urca (Amour), Juliana Freire, se diz preocupada com a poluição
sonora gerada pelos gritos dos usuários do brinquedo, além de uma possível
descaracterização do monumento.
— O Pão de Açúcar é um espaço de contemplação da cidade. Não é para um brinquedo
desses. Inexplicável que os órgãos de preservação como o IRPH e o Iphan tenham liberado
—disse.
CEO da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, Sandro Fernandes informou que foram
feitos testes para estimar o nível de ruído propagado para o entorno:
— Nós colocamos caixas de alto-falantes debaixo do bondinho, reproduzindo gritos de
mulheres. Lá embaixo, o ruído não passou de 40 decibéis. E haverá um novo teste na
semana que vem —explicou.
A Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio (Femerj), por sua vez, prepara
umdossiê que questiona não só o projeto da tirolesa, mas detalhes do plano diretor. A
entidade enviou vídeos da obra ao Ministério Público Federal.
—A tirolesa é apenas o início de um plano que vai acabar com a identidade do Pão de
Açúcar. Vão tratar um monumento que é símbolo do Rio como um parque qualquer. Faltou
uma discussão maior com moradores e os usuários — disse o montanhista e ambientalista
André Ilha, que denuncia ainda a ampliação da área total construída no monumento.
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O GLOBO
05/04/2023
24 voltar ao topo
RIO
Prefeitura vai fazer licitação para conceder todos os
BRTS
Previsão é que empresas recebam R$ 6 bilhões do município em dez anos
CARMÉLIO DIAS
carmelio.dias@oglobo.com.br
A prefeitura do Rio publicou, ontem, o edital de licitação para conceder por dez anos os
serviços de quatro BRTs, conforme antecipou o jornal Valor. O município prevê desembolsar
R$ 6 bilhões para as empresas que assumirem a operação e a manutenção de uma frota de
cerca de 600 ônibus que circularão pelos corredores exclusivos que cortam a cidade. Os
vencedores ficarão responsáveis também pela gestão de garagens, estações e terminais
concedidos.
No modelo adotado, a prefeitura —que fornecerá aos operadores os ônibus, incluindo os 561
novos veículos adquiridos no ano passado, além de cinco garagens públicas localizadas em
Ramos, Curicica, Cascadura, Deodoro e Paciência —ficará com a receita das passagens e
repassará, semanalmente, um valor às concessionárias com base no total de quilômetros
rodados, independentemente do número de passageiros transportados.
Para definir o montante a ser repassado às empresas, a prefeitura informou que adotará
“um mecanismo de monitoramento de indicadores de desempenho, incluindo manutenção
da frota e pontualidade”. A operação será acompanhada por meio da análise de dados de
GPS.
—A gente vai fazer o pagamento por quilômetro, pelo serviço prestado, mas é importante
ressaltar que a gente tem indicadores de desempenho, entre os quais pontualidade, ar-
condicionado ligado, boa manutenção dos ônibus, entre outros. As empresas vencedoras
terão não apenas que fazer as viagens, mas fazer com qualidade —disse Maína Celidonio de
Campos, secretária municipal de Transportes.
O GLOBO
05/04/2023
21 voltar ao topo
SAÚDE
ENTREVISTA - Richard Taylor
“A MAIORIA DOS ASSASSINATOS NÃO ESTÁ ASSOCIADA A TRANSTORNOS MENTAIS''
Richard Taylor / PSIQUIATRA
Se existe alguém que sabe como é a mente de um assassino, essa pessoa é o psiquiatra
forense inglês Richard Taylor, do serviço de saúde da Inglaterra. Ao longo de seus 26 anos
de carreira, ele já atuou em mais de 150 casos de assassinatos, desde mães que tiram a vida
dos filhos, homens que matam as parceiras ou vice-versa, até psicopatas, serial killers e
terroristas.
Seu trabalho não é descobrir quem cometeu um crime terrível, mas sim o porquê. Taylor
acredita que o homicídio, mais que um mero crime, é um grave problema de saúde pública.
E decidiu compartilhar com o mundo o que aprendeu na obra “A mente do assassino”,
publicada recentemente no Brasil pela Globo Livros.
Em entrevista exclusiva ao GLOBO, o médico fala sobre o fascínio da população por crimes
violentos, descreve diferentes perfis de assassinos e analisa quais podem ser reintegrados à
sociedade.
A mente de um assassino é diferente da média?
Pelo contrário. A maior parte dos homicídios é cometida por pessoas em estados mentais
emocionais alterados por raiva, ódio, impulsividade, intoxicação por álcool, ciúmes etc. Ou
seja, muitos assassinatos não estão associados a transtornos mentais oficiais, mas a
situações que podemos entender sem a explicação de um psiquiatra. Mas isso depende do
tipo de homicídio. Por exemplo, os homicídios psicóticos, que são cerca de 3%, em sua
maioria têm como autores pessoas em surtos de esquizofrenia. Nesses casos, o estado
mental do agressor está realmente diferente da normalidade. Já o homicídio por motivo
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
PRIMEIRA PÁGINA voltar ao topo
MANCHETES
BOLSONARO DEVOLVE TERCEIRO KIT DE JOIAS ANTES DE
DEPOR À PF
NA VÉSPERA DE DEPOR À PF, BOLSONARO ENTREGA JOIAS AVALIADAS EM R$ 500 MIL.
PÁGINA A9
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
PRIMEIRA PÁGINA voltar ao topo
MANCHETES
SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO CRITICAM ATRASO NA
REFORMA DO ENSINO MÉDIO
Suspensão de cronograma de mudanças no Enem pode inviabilizá-lo, diz Conselho de
Secretários de Educação. PÁGINA A16
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
B2 voltar ao topo
ARTIGOS
LUIZ FERNANDO LUCAS - O ESG é viável para as
pequenas empresas?
Para além dos modismos e dos novos debates que surgiram em torno das práticas
corporativas por conta das mudanças climáticas, o ESG – sigla em inglês que significa
Ambiental, Social e Governança – é uma filosofia empresarial. E, como todo conjunto de
diretrizes, exige tempo, investimentos e engajamento para ser implementada.
Dessa forma, é compreensível que surjam questionamentos dos pequenos empreendedores
a respeito do trade-off que a adoção dessas práticas pode demandar. Afinal, vale a pena
para uma pequena empresa se importar com questões como produção sustentável e
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A6 voltar ao topo
ARTIGOS
JOÃO B. ARAÚJO E OLIVEIRA - OS DRAMAS DO ENSINO
MÉDIO
O ensino médio vive três grandes dramas: não conseguimos formular e implementar uma
política adequada; a maioria dos alunos chega com formação precária e sem condições de
sucesso; e tudo isso decorre de ideias e políticas equivocadas que se apoiam, infelizmente,
em elevado grau de consenso.
Um pouco de história. Até por volta de 1970 havia um ensino médio acadêmico e outro
profissional. O acadêmico se dividia em opções de humanidades e ciências, geralmente
ofertadas na mesma escola. O profissional se desdobrava em normal, técnico, contabilidade
e agrícola, ministrado em escolas especializadas. Isso foi abolido e o ensino técnico ficou
marginalizado. Na década de 1990, resolução do Conselho Nacional de Educação aumentou
em mil horas a duração do ensino profissional, mudança que, somada ao advento do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), praticamente extinguiu o técnico. Em 2019, apenas 8% de
alunos do ensino médio estavam no técnico.
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
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ARTIGOS
JOSÉ GOLDEMBERG - Um programa de energia
sustentável para SP
Os países industrializados estão encontrando sérias dificuldades para cumprir os
compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa que assumiram no Acordo
de Paris. A guerra na Ucrânia interrompeu o fluxo de gás natural da Rússia e aumentou a
insegurança dos mercados de petróleo e gás natural. O que se vê, em consequência, é o
ressurgimento de um novo “nacionalismo energético” em que cada país trata de se tornar
independente em suprimento energético, mesmo tendo de voltar ao uso de carvão.
Neste panorama há uma busca desenfreada por novas soluções tecnológicas, como o uso de
automóveis elétricos (com eletricidade armazenada em baterias) ou hidrogênio verde,
produzido pela decomposição da água, em lugar de produzi-lo a partir de gás natural, que é
um combustível fóssil. Essas soluções ainda enfrentam sérios problemas tecnológicos e
econômicos.
Em contraste com esse quadro pessimista, a opção que o Brasil fez em 1975, lançando o
programa do etanol de canade-açúcar, ganha uma relevância especial.
É no Estado de São Paulo que se concentraram a produção e o consumo do etanol cuja
produção em grande escala teve início em 1975, após a crise do petróleo de 1973, para
reduzir as importações de derivados de petróleo e salvar a indústria de açúcar, produto do
qual o Brasil era o principal produtor mundial e que atravessava grave crise na época.
Desde então, contudo, questões ambientais adquiriram grande importância e os cientistas
brasileiros identificaram na produção de etanol da canade-açúcar – e seu uso para
substituir a gasolina – grandes vantagens ambientais. A principal delas é a redução da
poluição local produzida pelas emissões resultantes do uso da gasolina, responsável pela
má qualidade do ar nas grandes cidades. Além disso, o etanol da canade-açúcar, um produto
derivado da atividade agrícola, é renovável e emite pouco CO2 (dióxido de carbono) – o
principal responsável pelo aquecimento global –, em contraste com a gasolina, que, como
derivado do petróleo, é um combustível fóssil.
Existem hoje no Estado de São Paulo 172 usinas de álcool e açúcar, que produzem cerca de
10 bilhões de litros de etanol por ano. Desde o início da produção em larga escala, foram
produzidos em São Paulo cerca de 300 bilhões de litros de etanol, e o seu uso evitou o
lançamento de aproximadamente meio bilhão de tonelada de CO2 na atmosfera.
Como consequência, 59% de toda a energia consumida no Estado de São Paulo é renovável.
Essa porcentagem é uma das mais elevadas do mundo. Na Índia, combustíveis fósseis
representam 92% do total; na China, 87%; nos Estados Unidos, 70%; e, no Brasil, 55%. Em São
Paulo, o etanol substitui 50% da gasolina, além da eletricidade gerada com o bagaço da
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A8 voltar ao topo
COLUNAS
VERA ROSA - Pesquisa mostra Lula e PT “sub judice”
Uma pesquisa qualitativa encomendada pela cúpula do PT acendeu o sinal amarelo no
Palácio do Planalto, às vésperas de o governo Lula completar cem dias. A sondagem
constatou que eleitores de classe média, evangélicos e empreendedores se consideram
“esquecidos” pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por sua terceira gestão.
Além disso, mostrou que o PT tem perdido força em cidades do interior e até em capitais,
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REPÓRTER ESPECIAL
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A2 voltar ao topo
COLUNAS
MARIANA CARNEIRO - Coluna do Estadão
PSB busca autoproteção e proximidade com Centrão em negociação com Lira
Membros do PSB de Geraldo Alckmin têm intensificado conversas com Arthur Lira (PP-AL)
para integrar o bloco que o presidente da Câmara sonha em formar com União Brasil e
outros partidos menores para bater, em tamanho, o grupo formado por MDB, PSD,
Republicanos e PSC. O principal objetivo do PSB é proteger ministros da sigla, como Flávio
Dino (Justiça), do desgaste de convocações na Câmara. Mas integrantes da sigla creem que a
aproximação pode ser interessante para ligar o grupo de Lira ao governo, além de se
contrapor a forças da chamada terceira via que almejam suceder ao atual presidente da
Câmara. O PSB tem apenas 14 deputados, mas é importante para dar chance de o novo bloco
131
RODA. O PT tem ficado distante das negociações sobre blocos na Câmara e deve
permanecer sozinho, assim como o PL, que constrói identidade própria como sigla de
oposição. As conversas sobre o grupo do Lira deverão seguir após a Páscoa e incluirão
ainda o Solidariedade.
ORLOF. O julgamento de Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro (PL) é amigo, pode
respingar na imagem do brasileiro perante o eleitorado de centro, avaliam políticos
bolsonaristas. A leitura é a de que esse segmento pode identificar um traço comum dos
dois: ambos deixaram o cargo com pendências não resolvidas na Justiça.
NÚMERO 2. A divisão foi feita levando-se em conta a numeração das MPs. Os textos que já
são consensuais têm número par e, pelo acordo, ficaram com a relatoria da Câmara. São
eles o da reestruturação dos ministérios, o do Bolsa Família, o do Minha Casa Minha Vida e
o do voto de qualidade no Carf. Os de numeração ímpar terão relatoria do Senado.
PASSE. Simone Tebet (Planejamento) despachou para Lula minuta de decreto que cria
grupo interministerial de monitoramento para avaliar a qualidade das políticas públicas.
CLICK. Helder Barbalho, Governador do Pará (MDB). Recebeu em Belém (PA) a visita de ACM
Neto e de Antônio Rueda, secretário-geral e vicepresidente do União Brasil,
respectivamente.
PRONTO, FALEI!
Ricardo Salles
Deputado federal (PL-SP)
“A economia vai mal e não há perspectiva de melhora. Isso vai impactar nas eleições
municipais, e Lula pode não ser um cabo eleitoral tão forte.”
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
B3 voltar ao topo
COLUNAS
FÁBIO ALVES - O coletor de impostos
Após a apresentação do novo arcabouço fiscal, muitos da imprensa e alguns analistas
chegaram a dizer que a proposta foi uma vitória política do ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, mas essa conclusão não fica em pé quando se indaga qual o ajuste ou o sacrifício
que as novas regras impuseram à visão de política econômica do PT ou do presidente Lula,
sempre inclinados a aumentar os gastos públicos.
O sucesso do novo arcabouço, medido pelo cumprimento de metas de resultado primário
até 2026, último ano de mandato de Lula, está totalmente calcado no aumento da
arrecadação de impostos. Aliás, além de essas metas terem sido baseadas em premissas
demasiadamente otimistas para o crescimento do PIB, as projeções apresentadas por
Haddad pressupõem um choque significativo de receita tributária, entre R$ 110 bilhões e R$
150 bilhões.
O ministro terá de gastar muita saliva e sola de sapato para convencer o Congresso e
diferentes tribunais judiciários a ajudá-lo no esforço de aumentar a base de arrecadação,
uma vez que Haddad prometeu não criar novos impostos nem elevar a alíquota dos já
existentes. Justiça tributária, com a eliminação de subsídios ineficientes e outras exceções
dos que não pagam impostos, é muito louvável. Mas não muda a percepção de que o novo
regime fiscal não se sustenta sem uma ampliação da carga tributária. Quão sustentável é
esse conceito no longo prazo?
Quanto aos gastos, o novo arcabouço prevê que o seu crescimento será limitado a 70% do
avanço das receitas acumuladas em 12 meses. Mas Haddad garantiu que, mesmo durante
uma recessão amarga ou numa situação de frustração forte da arrecadação, as despesas do
governo terão um crescimento mínimo de 0,6% acima da inflação.
Os desembolsos para saúde e educação voltam a respeitar os pisos constitucionais e,
portanto, poderão crescer acima das demais despesas. Igualmente fora dos limites estão os
recursos previstos para o fundo da educação básica e o piso salarial da enfermagem. Os
investimentos foram preservados, com seu valor corrigido anualmente pela inflação.
Quando o resultado primário superar a meta fixada, o excesso será canalizado para
investimentos.
Assim, há o risco de o governo criar um novo patamar de despesas que, diante do histórico
fiscal do País, será difícil reverter quando se fizer necessário, em razão de interesses
corporativistas. Com a proposta de arcabouço, Haddad se tornou, na verdade, um facilitador
da visão econômica de Lula e do PT. O problema é, daqui em diante, ele virar um mero
coletor de impostos.
(...)
COLUNISTA DO BROADCAST
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ANDRÉ BORGES
BRASÍLIA
OUTRO LADO. A Braskem afirma que desenvolve ações nos bairros afetados, “com foco na
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Gigante
R$ 70 bi é o valor aproximado que a venda da Braskem pode movimentar, segundo
estimativa de mercado
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
B3 voltar ao topo
ECONOMIA
Parcelamento via Pix entra na pauta de Haddad e BC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem ter conversado com o presidente
do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a possibilidade de parcelamento de
operações de débito no Pix – o sistema de transferências instantâneas de recursos
administrado pelo BC. “Falava ontem (segunda-feira) com Roberto Campos Neto sobre o
parcelamento de débito pelo Pix, que pode ser uma grande inovação do nosso sistema
bancário. Você parcelar usando essa ferramenta, e melhorando as condições de
competitividade do crédito no País”, afirmou o ministro, durante evento promovido pelo
Bradesco BBI.
A proposta faz parte de uma extensa agenda defendida pela equipe econômica para
alavancar as condições de crédito no País. O efeito de possíveis mudanças de meta sobre as
expectativas de inflação foi outro tema debatido no encontro, segundo o
ministro./ GIORDANNA NEVES e EDUARDO LAGUNA/BRASÍLIA
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
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EDITORIAIS
CRÉDITO MAIS DIFÍCIL E MAIS CARO
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
B7 voltar ao topo
EDITORIAIS
Teste de estresse para a Petrobras
Na segunda-feira, o preço do petróleo deu um salto após a Opep+, o cartel de exportadores
liderado pela Arábia Saudita, anunciar uma redução na sua produção de cerca de 1 milhão
de barris por dia. O barril, que na semana passada operava abaixo de US$ 80, chegou a US$
84,93.
A estratégia de sustentação de preços impactará no curto prazo a pressão inflacionária
global, dificultando a redução dos juros. Mas, a médio prazo, o comportamento dos preços é
incerto. O aumento dos estoques nos EUA, o crescimento modesto da China e os riscos de
recessão global podem pressionar os preços para baixo.
Como todos os países, o Brasil enfrentará a pressão de curto prazo e a volatilidade que se
desenha a médio prazo. Mas, aqui, há um adicional de incerteza. O presidente Lula da Silva
falou diversas vezes em “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Até o momento, a baixa
dos preços internacionais deixava a Petrobras numa situação confortável para prosseguir
sua política de paridade ao mercado internacional. A depender das oscilações nas próximas
semanas, essa política sofrerá um teste de estresse – de novo.
Não é preciso recuar ao desastre épico do Plano Cruzado, nos anos 80, para tirar as lições de
políticas de controle artificial de preços. As manobras de Dilma Rousseff para forçar a
Petrobras a subsidiar preços dos combustíveis para controlar a inflação não só falharam
em seu intento, como precipitaram um prejuízo recorde que só foi revertido quando, a
partir da gestão Temer, a empresa realinhou seus preços ao mercado e abriu mão de ativos
que não faziam parte do negócio principal. Exatamente essas medidas se veem ameaçadas
pelos acenos voluntaristas lulopetistas.
O Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, mas não no abastecimento de
combustíveis, porque a capacidade de refino é limitada e o País precisa exportar parte do
petróleo que não consegue refinar e importar o que consegue, além de derivados como o
diesel. Quando os preços são forçados abaixo do mercado, o preço da gasolina na bomba é
aliviado, beneficiando seus maiores consumidores, as classes média e alta. Mas cai a
rentabilidade na exportação, caem os lucros e com eles os dividendos do governo e a
arrecadação, ou seja, receitas que podem ser investidas em políticas públicas, como
educação e saúde. Cai também a margem de investimentos da empresa em projetos
rentáveis, como o pré-sal, e nas inovações para se adaptar à transição energética. A falta de
previsibilidade ainda dificulta a entrada de importadores e investidores privados.
Os prejuízos do intervencionismo acabam sendo pagos pelo principal acionista da
Petrobras, a União, e, ao fim, por toda a sociedade. Que as leis da oferta e da procura não
podem ser alteradas por decreto é uma lição que o governo petista já deveria ter aprendido.
Oportunidades não faltaram. Se ele quer, como todos querem, aliviar os preços dos
combustíveis, fará melhor em se concentrar em sua própria lição de casa: sanear as contas
públicas para valorizar a moeda e reduzir os custos da importação.
(...)
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
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EDITORIAIS
As agruras do ‘companheiro’ Fernández
O governo brasileiro precisa reagir com cautela ao agravamento da crise econômica da
Argentina, que continua sendo um parceiro comercial importante. O ideal seria demonstrar
solidariedade aos nossos vizinhos, oferecendo, por exemplo, apoio diplomático nas
complexas tratativas com credores internacionais. É possível, porém, que o governo do
presidente Lula da Silva se sinta tentado a recorrer a medidas excepcionais para ajudar o
país governado pelo “companheiro” Alberto Fernández e pela vice Cristina Kirchner, ainda
mais em um ano eleitoral, em que imperam dúvidas sobre quais serão os candidatos e
sobre a possibilidade de ser eleito um postulante mais à esquerda. Mas adotar providências
que fujam das regras ou sejam aprovadas sem estudos detalhados e aprofundados deveria
ser evitado a todo custo.
A criação de uma moeda comum para negociações comerciais entre os dois países, hipótese
que voltou a ser lembrada durante a visita do presidente Lula a Buenos Aires, em janeiro, é
uma dessas medidas que poderiam ser apressadas numa tentativa – equivocada – de
socorrer os argentinos, já que um dos seus principais problemas é o baixo nível das suas
reservas internacionais. Qualquer providência para criar uma moeda comum deveria ser
cercada dos maiores cuidados e de análises sobre o impacto na balança comercial bilateral.
Apesar das suas dificuldades políticas e econômicas, a Argentina continua sendo o terceiro
maior parceiro comercial do país e são muito relevantes para as montadoras as
exportações e importações de veículos e de peças automotivas. No ano passado, o Brasil
teve um superávit de US$ 2 bilhões no comércio bilateral.
Brasília também poderia cair na tentação de buscar, como no passado recente, um
programa de financiamento para exportação de serviços. Segundo o BNDES, que bancou
essas operações de crédito, entre 1998 e 2017 foram desembolsados cerca de US$ 10,5 bilhões
– e 89% desses recursos foram destinados a apenas seis países, entre eles a Argentina, a
segunda maior tomadora, só perdendo para Angola. Adicionalmente, em 2003, foram
reduzidas as taxas de juros desses empréstimos para quatro países da América Latina,
incluindo as operações com os argentinos. Também nesse caso, recomenda-se cautela.
A lista de problemas argentinos é longa. O mais evidente é a aceleração do processo
inflacionário. É certo que o mundo vive uma fase de aumento dos custos de produção e ao
consumidor, mas o processo é muito mais grave na Argentina, onde em fevereiro a alta dos
preços superou 100% pela primeira vez desde o distante ano de 1991. Em 12 meses, o índice
foi de 102,5%; um ano antes, estava em 52,3%. A taxa de desemprego não é alta, ficando em
7%, mas muitos argentinos sobrevivem com salários muito baixos. Tanto que dados oficiais
mostram que 19,7 milhões dos 45 milhões de argentinos são considerados pobres.
O que está sufocando a Argentina é a falta de divisas internacionais. Analistas que
trabalham no setor privado calculam que as reservas líquidas do país, aquelas disponíveis
de imediato, não ultrapassavam US$ 2 bilhões ao fim do primeiro trimestre deste ano. Em
contrapartida, os argentinos mandaram para o exterior centenas de bilhões de dólares ao
longo de anos para fugir das instabilidades econômicas. O próprio governo calcula que
ainda existam US$ 300 bilhões aplicados pelos argentinos nos Estados Unidos.
As próprias autoridades econômicas da Argentina aparentemente só apostam em uma
138
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A13 voltar ao topo
INTERNACIONAL
Empresa de espião russo no Rio teve contrato com
Cultura, Exército e Marinha
Entre 2020 e 2022, órgãos estatais pagaram R$ 26 mil em pelo menos 5 contratos com
Wittich, que se passou por brasileiro
ROBERTA JANSEN
WILSON TOSTA
LUIZ RAATZ
RIO
Gerhard Daniel Campos Wittich, o espião russo que se passou por um brasileiro de origem
austríaca, tinha uma empresa em Curicica, zona de milícia da capital fluminense, que
fechou pelo menos cinco contratos no valor de R$ 26.340, entre 2020 e 2022, em compras
não especificadas com o Ministério (então secretaria) da Cultura, Marinha e Exército.
Wittich é o terceiro espião russo que usou uma identidade brasileira a ser descoberto
dentro e fora do País. Ele conseguiu fugir, abandonando uma namorada no Rio. Um deles foi
preso na Noruega e outro está preso em Brasília e é investigado pela PF.
Desaparecimento
Wittich desapareceu em janeiro em meio a uma viagem à Malásia e já deve ter voltado à
Rússia
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A15 voltar ao topo
METRÓPOLE
ACABA MORATÓRIA DE VAGAS DE MEDICINA; HÁ 225
AÇÕES NA JUSTICA PARA ABRIR CURSO
Na prática, milhares de vagas foram criadas nos 5 anos de veto por meio
de liminares; governo quer agora rever critérios com o apoio de associações médicas
FABIANA CAMBRICOLI
Chega ao fim hoje, após cinco anos de vigência, a portaria do Ministério da Educação (MEC)
que estabelecia a suspensão da abertura de novos cursos de Medicina no País. A norma foi
editada em abril de 2018, durante o governo Michel Temer e com o apoio de entidades
médicas, sob o argumento de que era preciso frear o aumento indiscriminado de escolas
médicas sem qualidade adequada e discutir critérios para autorização de vagas.
Na prática, porém, milhares de vagas foram criadas durante os cinco anos de moratória por
meio de ações judiciais, e o MEC acumula hoje 225 processos pedindo a abertura de novos
cursos de Medicina no Brasil. Isso, segundo entidades médicas e educacionais, representaria
um incremento de cerca de 20 mil vagas nas quase 42 mil já existentes no País, alta de
quase 50%.
Ontem, o ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou que a portaria da moratória não
será prorrogada, mas disse que os critérios que serão adotados a partir de agora para a
abertura de novos cursos ainda serão definidos. “Nós assinamos portaria interministerial
com o Ministério da Saúde e estamos ouvindo as entidades médicas. Vamos lançar editais
ou modelos de autorização de novos cursos e vamos definir os critérios com o Ministério da
Saúde; a ideia é que se possa discutir a necessidade de médicos regionalmente”, afirmou.
CFM. O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, disse ao
Estadão que esteve com Santana e confirmou que deverá formar um grupo de trabalho com
140
MAIS MÉDICOS. A principal questão a ser respondida é se, a partir de agora, com o fim da
suspensão, o governo federal continuará seguindo as regras estabelecidas na Lei do Mais
Médicos, de 2013. Ela estabelece que a abertura de novas vagas de Medicina deve ser
norteada por chamamentos públicos do MEC, que estabelecem as localidades que podem
receber novas escolas médicas. A ideia era descentralizar a oferta de escolas para além dos
grandes centros e, assim, ampliar a formação de profissionais no interior do País com a
expectativa de que a interiorização dos cursos levasse também a uma melhor distribuição
de profissionais em locais de difícil provimento.
O número de vagas de Medicina, de fato, deu um salto desde 2013. De acordo com dados da
Demografia Médica, estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP em parceria com a
Associação Médica Brasileira (AMB), o número passou de 20.570 em 2013 para 41.805 em
2022, aumento de 103%.
A expansão, no entanto, ainda não foi capaz de reduzir de forma expressiva a desigualdade
na distribuição de profissionais no País. O número de novos profissionais foi recorde no
País no ano passado, mas eles ainda estão concentrados nas capitais e cidades com melhor
estrutura. De acordo com dados do CFM, o índice de profissionais é de 6,21 por mil
habitantes nas capitais e 1,72 nos municípios do interior.
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A18 voltar ao topo
METRÓPOLE
Mortes por policiais no Estado de São Paulo aumentam
27% no mês
Alta na letalidade repete tendência de janeiro, início da gestão Tarcísio de Freitas.
Secretaria diz que casos são apurados
ÍTALO LO RE
A letalidade policial cresceu 27,6% no Estado de São Paulo em fevereiro. Foram registradas
37 mortes em decorrência de intervenção de agentes de segurança no último mês, ante 29
no mesmo período do ano passado. Os dados, registrados pelas Corregedorias das Polícias
Militar e Civil, foram publicados no Diário Oficial do Estado.
Houve aumento principalmente no número de mortes decorrentes da ação de policiais em
serviço: os registros desse tipo subiram de 21 para 30 (42,9%) . A letalidade já havia
apresentado alta no mês anterior, o primeiro sob a gestão Tarcísio de Freitas
(Republicanos). O crescimento vai na contramão do que se viu no ano passado, quando o
indicador chegou a ter queda recorde após implementação das câmeras corporais.
A maioria (30) dos 37 óbitos registrados no último mês foram decorrentes da ação de
policiais em serviço. Em 24 casos, houve ação direta de agentes da PM, enquanto em outros
seis eram os policiais civis que estavam a trabalho. Outras sete mortes ocorreram em
decorrência da atuação de policiais militares fora de serviço, segundo a Corregedoria da
Polícia Militar. Não houve registro de óbitos por agentes da Polícia Civil que não estavam
em trabalho.
Para efeitos comparativos, em fevereiro do ano passado ocorreram 21 mortes por policiais
no Estado quando os agentes de segurança estavam em serviço. Em 18 casos, houve
implicação direta de militares. Em outros três, de policiais civis. Os óbitos em decorrência
da ação de agentes da PM fora de serviço apresentaram, naquela ocasião, o mesmo patamar
do que neste ano (7). Ao mesmo tempo, a atuação de policiais civis fora do trabalho resultou
em uma morte.
Sem comparação
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A16 voltar ao topo
METRÓPOLE
SECRETÁRIOS DE EDUCAÇÃO CRITICAM ATRASO NO
NOVO ENSINO MÉDIO
Suspensão de cronograma de mudanças no Enem pode inviabilizá-lo, diz Conselho de
Secretários de Educação.
RENATA CAFARDO
RENATA OKUMURA
TUDO COMO ESTÁ. Ontem, Camilo Santana voltou a afirmar que tudo continua como está
nas redes de ensino. “O que está suspenso é a portaria de implementação do cronograma de
implementação do Novo Ensino Médio especificamente, mais o Enem. Porque o segundo
ano letivo já está em curso. Isso vai se manter em 2023 ”,afirmou.
“Hoje (ontem) estou assinando uma portaria – já na segunda-feira, inclusive, eu tinha
anunciado na imprensa – pela qual nós vamos suspender a Portaria 521”, disse o ministro.
Como o Estadão adiantou, ele se reuniu por mais de duas horas com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre a confusão em torno do ensino médio. Estavam
presentes ainda o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), Heleno Araújo, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
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O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A17 voltar ao topo
METRÓPOLE
Delegacias da Mulher devem funcionar
ininterruptamente
PEDRO MIRANDA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem duas leis para fortalecer o combate
a violência contra as mulheres. A primeira expande horário de funcionamento de
delegacias da mulher para atendimento 24 horas e a outra institui o programa de combate
ao assédio sexual. As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).
Com a nova lei, de número 14.541, as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
(Deam) terão a obrigatoriedade de funcionar ininterruptamente, incluindo fins de semana e
feriados. Além disso, a medida define algumas regras para o atendimento de mulheres.
Esses espaços precisarão ter salas reservadas, de preferência com agentes femininas. Os
policiais devem receber treinamento adequado para oferecer um acolhimento eficaz e
humano às vítimas.
As Deams devem oferecer ainda um número de telefone ou o contato de um meio
eletrônico para as mulheres acionarem a polícia imediatamente em casos de violência. Nos
municípios sem delegacias especializadas, a unidade existente deverá dar prioridade ao
atendimento da mulher vítima de violência por agentes femininas especializadas.
A lei estipula ainda que os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública podem ser
utilizados pelos Estados para a criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à
Mulher, seguindo as normas técnicas estabelecidas pelo Poder Executivo. O texto já entrou
em vigor e não delimita prazos de transição.
ASSÉDIO. Já a aprovação pelo Senado de uma medida provisória sobre a temática, no dia 15
de março, foi o que motivou a criação do Programa Prevenção e Enfrentamento ao Assédio
Sexual e demais Crimes contra a Dignidade Sexual e à Violência Sexual. A medida alcança
todos os órgãos e entidades no âmbito da administração pública. Além disso, a lei visa a
capacitar os agentes públicos para desenvolver e implementar ações para discutir, prevenir,
orientar e solucionar essas problemáticas.
Em tese, também deverão ser implementadas e divulgadas campanhas educativas sobre
assédio sexual para conscientização da sociedade e dos diversos agentes públicos. Isso deve
permitir a identificação rápida de comportamentos ilícitos e a adoção de medidas de
contenção.
Um a cada cinco brasileiros afirma ter visto alguma mulher sendo abusada sexualmente
em 2022, conforme o levantamento International Women’s Day, realizado pelo instituto de
144
Regras rígidas
Nova lei exige ala reservada de atendimento, de preferência com agentes femininas
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A10 voltar ao topo
POLÍTICA
Governador do Acre diz que PF investigou seu filho de
6 anos e pede anulação de inquérito
EDILSON RODRIGUES/AG.SENADO - 30/8/2016
A defesa do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), pediu ao Superior Tribunal de Justiça
a suspensão das investigações da Operação Ptolomeu, que apura supostos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Executivo estadual. Os advogados
argumentam que a Polícia Federal pediu relatórios de inteligência financeira sobre o filho
do governador, de 6 anos – que figura como sócio de uma holding investigada por desvios. •
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A8 voltar ao topo
POLÍTICA
Presidente participa de cerimônia militar
Aproximação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem da cerimônia de apresentação dos
oficiais-generais de Exército, Marinha e Aeronáutica promovidos no dia 31.
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A7 voltar ao topo
POLÍTICA
PT JÁ TENTA MINAR ACORDO COM BOULOS E PSB QUER
ALCKMIN ATUANDO PRÓ-TABATA
Partidos que compõem a base mais fiel de apoio ao governo Lula projetam divisão
na disputa municipal de 2024; presidente e vice podem ficar em palanques diferentes
145
PEDRO VENCESLAU
GUSTAVO QUEIROZ
A base partidária mais leal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de
2022 já se movimenta em torno da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024 e projeta
uma divisão que pode colocar o petista e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), em palanques
diferentes. Mesmo após Lula ter declarado que seu candidato na capital é o deputado
Guilherme Boulos (PSOL), o PT resiste publicamente à ideia de não ter candidato próprio. No
PSB, aliados próximos a Alckmin pedem que ele se empenhe no ano que vem numa
possível candidatura da deputada Tabata Amaral.
Candidato em 2020 à Prefeitura, Boulos chegou ao segundo turno e foi derrotado por Bruno
Covas (PSDB). Naquela disputa, ele recebeu 40% dos votos, mas parte do PT desconfia da
viabilidade eleitoral do deputado que ingressou na política como líder do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Essa ala petista é liderada pela família Tatto, que tem forte influência nos diretórios
municipal e estadual da sigla. O grupo defende a candidatura própria na eleição municipal,
mesmo sem ainda apontar um nome. “O PT nunca deixou de ter candidato em São Paulo e
elegeu três vezes o prefeito da capital. Não podemos deixar de ter um candidato petista”,
declarou ao Estadão o vereador Arselino Tatto.
Segundo ele, Boulos não deveria procurar diretórios e lideranças isoladamente, mas
conversar com o PT de forma institucional. Arselino citou os casos do Rio e do Rio Grande
do Sul como exemplos de Estados onde a estratégia de não lançar candidato próprio custou
caro à legenda.
Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado Jilmar Tatto, irmão de Arselino, foi além e
defendeu a migração de Boulos do PSOL para o PT se quiser ser candidato. “Se foi feito
acordo, nós vamos cumprir. Mas vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir
para o PT, por exemplo. O PT é grande demais para ficar sem candidato na cidade”, afirmou
Jilmar.
DATENA. Esse movimento ganhou força após a revelação pelo Estadão de um vídeo no
qual o apresentador José Luiz Datena – que se filiou ao PDT, partido que aderiu à base de
Lula no governo – sugere a Boulos que o deputado “peite” Lula e forme uma chapa tendo
ele como vice. Para o presidente estadual do PT, Kiko Coleguim, o deputado do PSOL é
atualmente “o nome mais viável” dentro de uma frente de esquerda na capital. “Mas há um
processo de construção pela frente”, admitiu.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse ao Estadão estar confiante de que o
partido vai liderar uma frente de esquerda, e chamou de “lamentável” o vazamento do vídeo
de uma conversa informal entre Datena e Boulos.
A escolha do candidato a vice numa futura chapa encabeçada por Boulos, segundo
Medeiros, será uma prerrogativa “legítima” do PT, mas o PSOL espera contar com o PDT e o
PSB no mesmo palanque.
A união no plano federal, contudo, não deve ser automática na disputa municipal do
próximo ano. O PSB já trabalha para fortalecer o nome da deputada Tabata Amaral como
uma opção mais moderada e de centro-esquerda na eleição paulistana.
Líderes do partido defendem uma atuação efetiva de Alckmin em 2024 e acreditam que
Tabata pode se tornar uma alternativa “lulista” não radical na corrida eleitoral.
Aliados do ex-governador paulista, a maioria deles egressa do PSDB como ele, dizem que
146
“Vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir para o PT, por exemplo. O PT é
grande demais para ficar sem candidato na cidade”
147
“A deputada Tabata Amaral é um excelente quadro do PSB, aprovada pelos paulistas nas
urnas. Ela tem muito a contribuir com o debate e com ideias novas em busca de soluções
para São Paulo”
Geraldo Alckmin
Vice-presidente, em nota
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A10 voltar ao topo
POLÍTICA
Suplente de Nikolas Ferreira perde cargo após TSE
anular votos do PRTB por fraude eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou os votos recebidos pelo PRTB em Belo Horizonte,
após reconhecer que a sigla praticou fraude à cota de gênero na eleição de 2020. A decisão,
divulgada anteontem, atinge o vereador Uner Augusto (PRTB) que, à época, era suplente do
hoje deputado federal Nikolas Ferreira (PL) na Câmara Municipal. Augusto, que deverá
deixar o cargo imediatamente, disse que vai recorrer.
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A10 voltar ao topo
POLÍTICA
MST invade áreas em Pernambuco e prepara novas
ações para o chamado ‘Abril Vermelho’
MST/PE
Ação em Pernambuco; sem-terra invadem engenho em Timbaúba
O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu ontem três engenhos em Timbaúba (PE), que
somados chegam a 800 hectares, com a alegação de que são áreas improdutivas e sem
função social. O MST prepara uma série de ações ao longo deste mês para marcar o
chamado “Abril Vermelho”, que lembra o Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), em 1996, e
concentra atos, segundo o movimento, em defesa da reforma agrária.
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A8 voltar ao topo
POLÍTICA
Lula ‘fecha’ gabinete para evitar desgastes com
Centrão.
Presidente terceiriza para ministros a articulação política com baixo clero e se limita
148
WESLLEY GALZO
BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechou seu gabinete a negociações no varejo com
parlamentares do Centrão. Numa tentativa de evitar desgastes, ele terceirizou para
ministros a articulação política com o baixo clero do Congresso e limita-se a encontros com
os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
além de dirigentes partidários. Nem mesmo líderes de bancadas temáticas têm sido
atendidos no gabinete presidencial.
A sala de Lula, que já esteve aberta a parlamentares nos dois primeiros mandatos do
petista, agora é espaço com acesso restrito. Deputados e senadores que vão ao Planalto
estão sendo direcionados para o gabinete do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro
das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O novo método, no entanto, não tem agradado a congressistas. O “guichê político” de
Padilha, como mostrou o Estadão, “não entrega” o que os políticos esperam. Deputados
relataram “lentidão” do ministro na divisão dos cargos de segundo e terceiro escalões.
O responsável pela articulação política, que deveria receber os parlamentares, nem sempre
está disponível para a tarefa de atender aliados no Planalto. Um deputado do União Brasil
pediu uma audiência com Padilha, mas acabou sendo atendido por um assessor do petista.
Em conversas reservadas, interlocutores do Planalto dizem que o presidente teme ficar
refém do Centrão caso aumente sua exposição à classe política. O governo ainda não conta
com uma base consolidada e não tem verbas para liberar, de forma pulverizada, em troca de
apoios.
No último dia 24, Lula recebeu Lira no Palácio da Alvorada para costurar um acordo com a
presidência do Senado sobre o rito de tramitação de medidas provisórias. As conversas por
telefone de Lula com os chefes do Legislativo, porém, são frequentes.
PASSADO. O núcleo duro de ministros do governo age para evitar que Lula seja associado
também à repercussão de fatos negativos ocorridos no Planalto. No primeiro governo Lula,
por exemplo, entre 2003 e 2010, o governo acabou marcado pelo mensalão, esquema de
compra de apoio parlamentar envolvendo líderes partidários e figuras do baixo clero.
Logo nos primeiros meses de 2003, o presidente entrou em campo pessoalmente para
garantir a aprovação da reforma da Previdência – a primeira grande pauta do governo
petista. Ele promovia almoços no Planalto com os líderes dos partidos aliados e comandava
reuniões reservadas com parlamentares de outros campos.
Agora, nos primeiros três meses do atual governo, Lula tem evitado até mesmo encontros
públicos com aliados tradicionais, como dirigentes do Movimento dos Sem Terra (MST), que
ainda não foram recebidos por ele.
Assim como no início do primeiro mandato do petista, o MST tem promovido invasões no
campo, mas o responsável pela mediação tem sido o ministro do Desenvolvimento Agrário,
Paulo Teixeira.
RELAÇÃO. “A versão Lula 3 está muito diferente das versões de mandatos anteriores e isso
é muito perceptível, talvez pelo próprio desgaste da relação (com o Congresso), ou pela
mudança da conjuntura da Câmara e do Senado”, disse o deputado Danilo Forte (União
Brasil-CE) ao Estadão.
“Isso pode ter mudado o comportamento do presidente. Mas ele é animal político e a
149
Leia em: http://digital.estadao.com.br
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A10 voltar ao topo
POLÍTICA
Moraes contraria PGR, mantém prisões e alega abuso
nas redes sociais
Decisões do ministro são alvo de seis habeas corpus da Defensoria Pública, que
contesta detenção de réus primários
BALANÇO
2.151
pessoas que participaram dos ataques de 8 de janeiro e estavam acampadas diante do QG
do Exército foram presas em flagrante
294
pessoas estão presas atualmente. O grupo inclui presos um dia após os atos golpistas e
outros que foram detidos depois, em operações policiais
1.187
é o total de denunciados pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento na invasão
e depredação em Brasília
FONTES: SUPREMO E PGR
151
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ontem à Caixa Econômica Federal o
terceiro kit de joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. O estojo é avaliado em
mais de R$ 500 mil e estava em posse do ex-presidente em vez de ter sido destinado ao
acervo da União. A devolução do conjunto de peças em ouro branco cravejadas de
diamantes foi ordenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e ocorreu na véspera do
depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal no inquérito sobre irregularidades no caso das
joias sauditas.
Como revelou o Estadão, o conjunto de joias, após entrar no País sem ser declarado à
Receita Federal, foi guardado na fazenda do tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet, que é
aliado do ex-presidente. As peças foram recebidas diretamente por Bolsonaro durante uma
visita à Arábia Saudita na condição de presidente do Brasil, em 2019.
O depósito das joias na Caixa foi informado pelo ex-secretário de Comunicação Social
(Secom) e atual assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten, em seu perfil no Twitter. “A
entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro
de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do
exmandatário do País, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto”,
escreveu Wajngarten.
Fazem parte do estojo um relógio de pulso da marca Rolex modelo Oyster Perpetual Day-
Date; uma caneta roller ball da marca Chopard, de 14,5 cm, feita em ouro branco, com tampa
cravejada de diamantes; um par de abotoaduras em ouro branco; um anel também
confeccionado em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro; e um rosário árabe
feito de ouro branco e com detalhes em diamante.
DEPOIMENTO. Bolsonaro depõe hoje à PF no inquérito que apura o caso dos diamantes.
Outro integrante do governo que será ouvido pelas autoridades é o ex-ajudante de ordens
de Bolsonaro, o tenentecoronel Mauro Cid.
O Estadão apurou que o militar vai dizer no depoimento que a ordem para que ele
recuperasse o primeiro conjunto de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões e apreendido pela
Receita em Guarulhos no fim de 2021, partiu do ex-presidente.
Documentos, áudios e mensagens obtidos pela reportagem revelam que Bolsonaro atuou
pessoalmente para tentar liberar este conjunto de joias, com relógio de diamantes, avaliado
em ¤3 milhões (cerca de R$ 16,5 milhões) e trazido ao Brasil de forma ilegal.
Segundo o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, o estojo seria dado para a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Orientação
Ex-secretário e assessor diz que Bolsonaro ‘sempre respeitou a legislação’ e mandou
entregar kit
152
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A8 voltar ao topo
POLÍTICA
Disputa adia votação de MP que cria ministérios.
BRASÍLIA
Leia em : http://digital.estadao.com.br
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A10 voltar ao topo
POLÍTICA
Ministro do STJ envia ao STF recurso de Deltan contra
condenação por PowerPoint sobre Lula
O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, enviou ao Supremo Tribunal
Federal recurso do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) contra decisão que o condenou
a pagar R$ 75 mil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do PowerPoint. A decisão
153
O ESTADO DE S. PAULO
05/04/2023
A9 voltar ao topo
POLÍTICA
Dantas: ex-presidente pode ter cometido peculato
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, afirmou, na
noite de anteontem, que existe a possibilidade de as investigações em curso sobre o caso
das joias sauditas apontarem para a prática de peculato por parte do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL). Ele disse que considerar os itens “personalíssimos”, como defendem aliados
do ex-presidente, não bastaria para que eles pudessem ser incorporados ao acervo privado.
Para isso, afirmou, precisariam ser de baixo valor.
“O binômio que determina o direcionamento (...) é este: o presente tem de ser
personalíssimo e de baixo valor, aí ele pode ir para o acervo pessoal do presidente”, afirmou
Dantas, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
O valor dos três pacotes de joias recebidos por Bolsonaro soma entre R$ 17 milhões e R$ 18
milhões. “Tem um inquérito na Polícia Federal, o Ministério Público está acompanhando
também, e, a depender do que for encontrado nessas investigações, em tese, poderia ser
falado da prática de crime de peculato”, disse.
154
PR - GAZETA DO POVO
05/04/2023
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ARTIGOS
GRAZIELE APARECIDA CORREA RIBEIRO - Não ao
retrocesso: uma defesa do Novo Ensino Médio
Graziele Aparecida Correa Ribeiro
05/04/2023 08:00
O modelo de ensino oferecido nas escolas de nosso país não consegue mais sustentar o
processo de ensino aprendizagem dos estudantes nativos digitais. Eles não se adaptam ao
modelo de ensino tradicional depositário. Desta forma, neste sistema mecanicista
cartesiano, se observa uma educação fragmentada e exposta em caixas totalmente
156
PR - GAZETA DO POVO
05/04/2023
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ARTIGOS
LEONARDO JUBILUT - Os riscos de banalizar o conceito
de trabalho análogo à escravidão
Em meio a tantas boas notícias do festival Lollapalooza, uma chamou a atenção
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158
159
PR - GAZETA DO POVO
05/04/2023
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COLUNAS
POLZONOFF - “Perdi a esperança no Brasil”
Paulo Polzonoff Jr.
04/04/2023 18:06
Acho que foi logo depois das eleições. Me deixando levar pela enxurrada de informações,
sem me preocupar em pegar leptospirose e hepatite na água suja, assisti a um vídeo no
qual alguém, chorando, dizia ter perdido a esperança no Brasil. Era um choro doído (não
confundir com doido) e sincero. Choro de desespero – do latim “de” (sem) + “sperare”
(esperança).
Sei que muita gente se sente assim. Porque elas me dizem e também
porque voltimeia também solto um “perdi a esperança nesse país de píííííííííííííííííííííí”.
Outro dia mesmo, depois de bater com o dedinho no pé da mesa. E depois de ler meu
amigo Claudio Shikida explicando a tragédia do novo arcabouço fiscal do jênio Fernando
Haddad.
Nos últimos cem dias, aliás, não faltaram oportunidades de soltar a frase que já estava
soando como um bordão. Posse de Lula? Perdi a esperança no Brasil. Idosos e crianças
presos? Perdi a esperança no Brasil. Ministro entrando tranquilamente na favela? Perdi a
esperança no Brasil. Plano de assassinato de Moro é armação? Perdi a esperança no
Brasil. Inauguração de letreiro do Ministério da Cultura? Nesse caso perdi só a esperanç.
Porque, quando percebi, tinham me afanado o último “a”.
Mas aí. (E nada de bom pode vir depois de um “mas aí”, mas este parágrafo é a exceção
que confirma a regra. Garanto). Mas aí, durante uma conversa com meu amigo Francisco
Escorsim, na qual resolvemos todos os problemas do país, como convém a dois
homens de meia idade diante de um copo de cerveja, me veio ela, toda linda e
cheia de graça, no doce balanço a caminho do bar: a epifania. Ficou curioso? Então
continue lendo depois do nosso intervalo necessário & urgente.
Intervalo necessário & urgente
Pode pular, se quiser. Mas preciso falar e é agora. Estou há meses para contar que, durante
um período de trevas, escrevi uma crônica intitulada “Desgraçado”. No texto,
cujos detalhes me escapam e do qual não quero nem chegar perto, me descrevia como
um desgraçado. Isto é, alguém a quem Deus negou a Graça. Um absurdo, concordo e
enfatizo! Pois sabia que até hoje esse foi meu único texto considerado digno de antologia?
Para você ter uma ideia da mentalidade do mundinho literário.
Venho por meio desta, contudo, declarar enfaticamente que me arrependo da ingratidão
que expressei naquela crônica - ela, sim, desgraçada. Aquilo era resquício de um homem
caído. De um homem à margem. De um homem que achava que a Graça de Deus se
traduzia em reconhecimento. Em aceitação de pessoas que nem admirar eu admirava.
Peço desculpas e encerro este intervalo necessário & urgente agradecendo por me saber
161
PR - GAZETA DO POVO
05/04/2023
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ECONOMIA
Haddad discute com Campos Neto parcelamento de
dívidas pelo Pix
PorGazeta do Povo 04/04/2023 22:45
PR - GAZETA DO POVO
05/04/2023
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ECONOMIA
Tebet diz que a reforma tributária é “bala de prata” do
governo
PorGazeta do Povo 04/04/2023 19:33
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (4) que
a reforma tributária é a "bala de prata" do governo e o arcabouço fiscal é a
"bala de bronze". A ministra participou de uma audiência no grupo de trabalho que
discute a reforma tributária na Câmara dos Deputados. Ela afirmou que a equipe
econômica aproveitará o recesso de Semana Santa para fazer os ajustes finais no texto,
informou a Agência Brasil.
"A reforma tributária é a única bala de prata. Eu diria que o arcabouço fiscal é a
bala de bronze, o dever de casa dentro do Executivo para dar credibilidade necessária
e permitir que os juros comecem a cair e o Brasil poder voltar a crescer e gerar
emprego, dentro dessa ótica monetária", afirmou.
Tebet disse que o novo arcabouço fiscal deve ser enviado ao Congresso até a próxima terça
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05/04/2023
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EDITORIAL
Otimismo artificial
Por
Gazeta do Povo
04/04/2023 19:16
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05/04/2023
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EDUCAÇÃO
Guerra contra o método fônico de alfabetização está
prejudicando a próxima geração
Por
Daniel B. Coupland
National Review
04/04/2023 17:07
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05/04/2023
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EDUCAÇÃO
MEC suspende implementação do novo ensino médio e
mudanças no Enem
Por
Gazeta do Povo
04/04/2023 21:09
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05/04/2023
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República
Pacheco lê requerimento para criação da CPI das ONGs
na Amazônia .
PorGazeta do Povo 04/04/2023 17:43
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05/04/2023
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República
Lula recebe primeiro grupo de generais promovidos
em novo mandato
PorGazeta do Povo 04/04/2023 17:11
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05/04/2023
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República
Lula e PT se aproximam de Putin em meio a ofensiva
diplomática da Rússia contra o Ocidente
Por
Wesley Oliveira
Brasília
04/04/2023 21:04
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Chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, vem ao Brasil para encontro com Lula
Ainda neste mês de abril está prevista a visita chanceler russo, Sergey Lavrov, ao Brasil. A
agenda já vinha sendo costurada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e foi
confirmada durante a passagem de Amorim pela Rússia da última semana.
Além dos desdobramentos sobre a estratégia de Lula para tentar atuar como
conciliador de um acordo com a Ucrânia, Lavrov vem ao Brasil para tratar do
fornecimento de fertilizantes russos. O Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes que
utiliza, um percentual que, no caso do potássio, supera 96%, segundo dados
do Ministério da Agricultura. Mais de 20% dos fertilizantes que o Brasil importa vêm da
Rússia.
Um acordo costurado no ano passado, ainda pelo então presidente Jair Bolsonaro,
garantiu o fornecimento dos fertilizantes por parte da Rússia mesmo durante a guerra.
Agora, integrantes do governo Lula admitem que o acordo previa uma revisão para este
ano e por isso será renegociado durante a passagem de Lavrov ao Brasil.
O Brasil é apenas um dos destinos de Lavrov, que desde o ano passado vem tentando
cooptar novos aliados para a Rússia entre os países em desenvolvimento. Só neste ano já
esteve na África do Sul, Angola, Eritrea, Mali, Mauritânia e Sudão.
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05/04/2023
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República
Ministro da Defesa “costura” PEC alternativa à da
bancada do PT para limitar militares na política .
Por
Wesley Oliveira
Brasília
04/04/2023 17:00
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Leia em : https://www.gazetadopovo.com.br/republica/ministro-da-defesa-costura-pec-
alternativa-a-da-bancada-do-pt-para-limitar-militares-na-politica/
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05/04/2023
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República
PF investiga suposta interferência de Anderson Torres
no 2º turno das eleições
PorGazeta do Povo 04/04/2023 18:02
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05/04/2023
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República
Papa não é infalível quando fala de Lula e Dilma Bruna
Komarchesqui
Por Bruna Komarchesqui 04/04/2023 17:50
O papa erra?
A infalibilidade não significa que o papa não pode mais errar, tanto que ele também peca
e se confessa a um sacerdote, como os demais fiéis católicos. “Ele não pode enganar-se em
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Consequências
Além de liderar a Igreja Católica, o papa é o chefe de Estado da cidade do Vaticano. Como
tal, suas opiniões sobre temas puramente seculares de outros países (e não sobre
assuntos como defesa da vida, aborto e liberdade religiosa, por exemplo) podem estar
baseadas no que lhe é dito por assessores ou em fontes de informações equivocadas e
enviesadas.
Na opinião de Campos, entre as consequências desse tipo de fala está o risco de erosão
da autoridade moral de Francisco. “Se o papa diz uma coisa dessas sobre pessoas cujos
atos estão fartamente documentados, fechando os olhos para coisas tão evidentes, como
garantir que ele não esteja falando bobagens quando se pronunciar sobre diversos outros
assuntos semelhantes? Como ele vai pretender que os brasileiros – especialmente os não
católicos – lhe deem ouvidos?”, exemplifica.
Para Razzo, como chefe de Estado o papa “está sujeito a se equivocar ideologicamente”, e
“quem o corrigir tem que fazer isso dentro das expressões limitadas pelo bom senso e a
maneira ética do debate democratico”. “As pessoas precisam respeitá-lo, porque ele é o
papa e é merecedor de um respeito. Ele é um chefe de Estado e dá declarações sobre
isso. O que não pode é transformar suas opiniões em um programa de doutrina da Igreja,
isso não acontece. A Igreja é balizada por uma série de rituais e formalizações, e o papa as
respeita”, diz.
Reação dos católicos
Razzo defende que as pessoas que chamam o papa de comunista, uma ideologia
incompatível com a fé católica, também “falam de uma perspectiva ideológica, para fazer
uma correção sobre algo que não diz respeito a elas”. “Discordo de alguns
posicionamentos, mas ele merece o respeito. O papa é católico. Talvez Bergoglio, que
também não tem nada de comunista, possa ter algum tipo de afinidade, um
perfil de uma compreensão mais ligada a uma fé cuja vida dos pobres, a questão social e
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05/04/2023
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República
STF proíbe Defensoria de Minas Gerais de requisitar
instauração de inquérito policial
Por Gazeta do Povo
04/04/2023 18:30
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05/04/2023
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República
Mendes cita 8 de janeiro para defender regulação das
redes, critica Moro e se opõe a mandato no STF
Camila Abrão
04/04/2023 22:48
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (4)
que episódios como os atos de vandalismo de 8 de janeiro devem gerar uma reflexão
sobre a regulamentação das redes sociais. Em entrevista ao programa “Amarelas On Air”, da
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Relação do STF com governo Lula
Gilmar Mendes afirmou que a relação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do
“ponto de vista institucional” é pacifico. No entanto, ele afirmou que a judicialização da
política deve continuar. Já durante o governo Bolsonaro, ele considerou que havia
“situação de anormalidade”.
“Eu não acredito que vá haver essa "desjudicialização" da política, mas de qualquer forma
nós estamos muito atentos e estamos mantendo o diálogo em alto nível com
os ministros de Lula sem nenhum problema, as coisas estão fluindo dentro de um
quadro de normalidade”, disse Mendes.
Regulamentação do cargo de ministro do STF
O decano comentou sobre as propostas para regulamentar a atuação dos ministros do
Supremo. No Senado, por exemplo, é discutida a possibilidade de fixar em oito anos os
mandatos para ministros do STF. No mês passado, o presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que
incluirá na pauta de votação a proposta. Se for aprovada, a mudança não valeria para os
atuais ministros do STF.
"Não acho que seja oportuno discutir essa questão. O Supremo, gostemos ou não, foi um
bastião da resistência nesses momentos difíceis que nós vivemos”, afirmou Gilmar Mendes.
Ele ressaltou que durante o período eleitoral o próprio Congresso fez uma
série de concessões, como PEC fura-teto, o teto do ICMS, entre outros, que
precisaram de alguma intervenção dos magistrados.
“Agora, passam as eleições, e o primeiro projeto que se desenha é de fazer uma reforma
no Supremo Tribunal Federal, não parece adequado”, acrescentou. O ministro disse achar
que o modelo que “muitos políticos desejam” implementar no Supremo é o utilizado no
Tribunal de Contas da União (TCU) . “Mandar alguém [indicado] pelo Senado, alguém
[indicado] pela Câmara [para compor a Corte], que eu reputo um desastre, não acho que isso
se deva replicar no âmbito Supremo Tribunal Federal, por isso tenho sido crítico dessas
questões”, ressaltou.
Críticas a Moro
Durante a entrevista, o ministro também criticou o senador Sergio Moro (União Brasil-
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O v i c e - p r e s i d e n t e G e r a l d o A l c k m i n ( P S B) , q u e a c u m u l a a f u n ç ã o c o m
a de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, afirmou hoje que pediu
ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco ( PSD-MG), para colocar em votação o
projeto de lei do marco legal das garantias, enviado pelo governo anterior.
A proposta muda regras sobre as garantias que podem ser dadas para empréstimos e
permite, por exemplo, que um mesmo imóvel seja dado como lastro para vários
financiamentos. O projeto foi aprovado ano passado pela Câmara dos Deputados, mas não
chegou a ser discutido pelo Senado. A oposição na época, liderada pelo PT, criticou a
proposta. Alckmin, contudo, contou em jantar da Frente Parlamentar pelo Brasil
Competitivo que pediu a Pacheco para colocar o projeto em votação. Segundo ele, durante
a discussão, o novo governo faria suas ponderações e ajustes.
No jantar, o vice-presidente recebeu documento com a agenda legislativa que a frente
considera prioritária, como uma nova lei de recuperação judicial das micro e pequenas
empresas, a nova lei do licenciamento ambiental e a reforma tributária. A frente é
patrocinada pelo Movimento Brasil Competitivo, que tem como presidente o empresário
Jorge Gerdau. Alckmin afirmou que a indústria tem três grandes problemas: câmbio,
imposto e juros. "O câmbio está bom. O imposto a reforma tributária vai melhorar [...]. E
acredito que vai sair", disse. Segundo Alckmin, o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA)
discutido no Congresso pode ter mais de uma alíquota, mas o importante "é que seja
simplificado".
Ele comentou ainda que espera que os juros caiam com o novo arcabouço fiscal e com as
medidas para acabar com o déficit primário do governo federal. O vice-
presidente também elogiou a agenda apresentada pelo grupo e defendeu a união das
pessoas para superar os desafios.
O presidente da frente, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) , afirmou que o
movimento já gerou políticas públicas estaduais e que na legislatura anterior identificou
medidas legislativas para melhorar o ambiente de negócios e a administração pública.
"Chega de décadas de baixo crescimento, em que derrapamos na baixa produtividade",
disse. Ele destacou que a nova agenda inclui 37 projetos com esse objetivo.
https://valor.globo.com/politica/noticia/2023/04/04/alckmin-diz-que-pediu-para-pacheco-
colocar-em-votao-o-marco-legal-das-garantias.ghtml
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Leia em : https://valor.globo.com/politica/noticia/2023/04/04/primeira-sessao-do-
congresso-deve-acontecer-apos-viagem-da-comitiva-de-lula-a-china-diz-pacheco.ghtml
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Leia em : https://valor.globo.com/politica/noticia/2023/04/04/pacheco-le-requerimento-e-
abre-caminho-para-instalacao-da-cpi-das-ongs-na-amazonia.ghtml
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VALOR ECONÔMICO
05/04/2023
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BRASIL
Gilmar Mendes suspende ‘boa-fé’ no comércio de ouro
Ministro também determina que o governo federal adote, em 90 dias, um novo
conjunto de regras para a fiscalização do comércio
Por G1 — De Brasília
VALOR ECONÔMICO
05/04/2023
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BRASIL
Commodities em baixa vão afetar crescimento da AL,
diz Banco Mundial
Para instituição, países como Brasil e Chile já monstram inflação em queda e podem
iniciar redução de juros
VALOR ECONÔMICO
05/04/2023
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BRASIL
Regra fiscal independe de receita maior, sustenta
Ceron
Importante é ter um horizonte de sustentabilidade, afirma secretário do Tesouro
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VALOR ECONÔMICO
05/04/2023
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BRASIL
Curtas
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VALOR ECONÔMICO
05/04/2023
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COLUNAS
LU AIKO OTTA - A “neoindustrialização” de Alckmin
Em suas falas, o discreto ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
Geraldo Alckmin, evita usar a palavra “reindustrialização”. Ponto de entrada das inúmeras
e variadas demandas do setor produtivo, o ministério que ele acumula com a vice-
presidência da República trabalha num programa que pretende revigorar a indústria
brasileira, mas em novas bases. A palavra preferida por lá é “neoindustrialização”.
O trabalho parte da constatação que a indústria perdeu espaço na economia brasileira.
Responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) nos anos 1980, o setor encolheu para
11,3%. Não foram só a produção e os empregos de boa qualidade que caíram. Também a
presença do Brasil no comércio internacional minguou.
É aí que entra o “neo”. Não é possível recuperar presença internacional com aqueles
produtos de 40 anos atrás. De alguma forma, a produção brasileira precisa pegar a onda
da transição digital e energética que ocorre no planeta. Essa é, para usar outra palavra em
voga nessas discussões do governo, uma “missão” para os formuladores de políticas
públicas e para as empresas.
Há também um olhar para o mercado doméstico, que responde por 65% do PIB. No
momento, é um público que tem seu poder aquisitivo enfraquecido pela inflação, pelo alto
endividamento e pelos juros elevados.
Assim, a redução da pobreza, um dos eixos do programa de governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, é um dos instrumentos da “neoindustrialização”. A
política de valorização do salário mínimo, o fortalecimento do Bolsa Família, o
prometido Desenrola e a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa
Física (IRPF) vão na direção de fortalecer o mercado interno.
O debate sobre a nova política industrial brasileira ganhará estrutura nos próximos dias.
O governo pretende recriar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI),
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