Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
APESAR DE TUDO
TEMOS
INVESTIMENTOS
Toyota anuncia R$ 1,7 bilhão,
GWM encaminha R$ 4 bilhões e
BMW finaliza R$ 500 milhões
18 26
EVENTO AUTODATA AGRONEGÓCIO
VEÍCULOS COMERCIAIS AGRISHOW BATE RECORDE
34 40
AFTERMARKET CADEIA DE PRODUÇÃO
82 RESFRI AR
A MAIOR AUTOMEC TRIBUTAÇÃO
Empresa apresentou
Maior feira de autopeças da América Fabricantes de veículos e de crescimento de
Latina ocupou todos os espaços autopeças economizam com o Recof, mais de 250% nas
do São Paulo Expo e engatilhou regime que suspende impostos da exportações
negócios de R$ 30 bilhões. cadeia até a venda final do produto.
6
46 54
INOVAÇÃO INVESTIMENTO
A DESCOBERTA DAS STARTUPS TOYOTA COLOCA R$ 1,7 BI LENTES
Os bastidores do setor
Indústria automotiva investe em Novo aporte foi viabilizado com automotivo.
meios mais rápidos e baratos para créditos tributários de São Paulo para E as cutucadas
nos vespeiros que
desenvolver produtos e serviços, a produção de um modelo híbrido ninguém cutuca.
pela via de parcerias com startups. flex compacto em Sorocaba.
10
58 62
NACIONALIZAÇÃO PLANO
BMW PRODUZ NOVO X1 GWM VAI PRODUZIR FROM THE TOP
Sérgio Carvalho, CEO
Empresa finalizou investimento de A Great Wall Motor marcou para 1º da Randoncorp e da
R$ 500 milhões para fazer novo SUV de maio de 2024 o início da produção Frasle Mobility, fala
sobre o expressivo
na fábrica de Araquari, que volta a em Iracemápolis, dando sequência ao crescimento do grupo.
montar quatro modelos. investimento de R$ 4 bilhões até 2025.
84
68
HISTÓRIA
MWM FAZ 70 ANOS
GENTE & NEGÓCIOS
Agora como parte da Tupy a Notícias da indústria
fabricante de motores comemora automotiva e
aniversário no Brasil com perspectiva movimentações de
executivos pela cobertura
de ampliação dos negócios. da Agência AutoData.
Divulgação/GWM
90
74 76
LANÇAMENTO FORNECEDORES
C3 AIRCROSS A CAMINHO PRÊMIOS DA CNH E GM
FIM DE PAPO
Fabricante de máquinas Case e
Marca mostra o segundo modelo a Frases e números
New Holland acena com
ser fabricado em Porto Real sobre a mais relevantes e
US$ 1,7 bilhão em compras em 2023. irrelevantes do mês,
plataforma CMP, um SUV compacto
General Motors incluiu três empresas escolhidos a dedo pela
que terá opção de sete assentos. nossa redação.
brasileiras em premiação global.
O que J
á há alguns anos o mercado brasileiro de veículos tornou-se pe-
queno demais para tantos fabricantes instalados aqui, mais de vinte,
justifica
que operam mais de quarenta fábricas de automóveis, utilitários
leves, caminhões, ônibus, motores e componentes. Isto sem contar os
importadores. É muita coisa para o Brasil que mal está consumindo 2
investir no
milhões de veículos em cada um dos últimos três anos, volume que não
se espera ser diferente neste 2023, deixando ociosa mais da metade da
capacidade de produção que, dizem, é de 4,5 milhões de unidades/
Brasil
ano. As exportações, que mal chegam a 400 mil/ano, também não são
suficientes para aliviar a ociosidade.
Com estes números o País representa algo como 2% do mercado
global, porcentual que torna ainda mais relevante a irrelevância do País
para os principais atores globais desta indústria. Ainda assim, há interes-
Por Pedro Kutney, editor sados em continuar produzindo com investimentos vultosos por aqui,
como comprovam três histórias que podem ser lidas nesta AutoData.
A Toyota encerrou recentemente um ciclo de R$ 1 bilhão e, em abril,
anunciou que vai colocar mais R$ 1,7 bilhão para fazer em Sorocaba, SP,
mais um carro híbrido flex, desta vez um compacto. A BMW finalizou
aportes de R$ 500 milhões em Araquari, SC, para montar lá a mais re-
cente geração do X1, em linha que opera com grande ociosidade mas
já recebeu R$ 1,8 bilhão desde a abertura da fábrica, em 2014. E a nova
entrante Great Wall Motor, que em 2021 comprou fábrica abandonada
pela Mercedes-Benz em Iracemápolis, SP, acertou com o governo
paulista algumas arestas sobre impostos para seguir com seu plano de
investir R$ 4 bilhões, até 2025 – dos R$ 10 bilhões prometidos em dez
anos –, e iniciar a produção nacional de veículos híbridos flex em 1º de
maio de 2024, com baixa expectativa inicial de fazer 20 mil veículos/ano.
Se as condições de volumes não são nada boas, só há duas justifica-
tivas possíveis para o Brasil seguir recebendo investimentos da indústria:
o lucro por carro vendido deve ser bem atraente – o que é sempre ne-
gado por onze a cada dez fabricantes – ou então a fé no futuro melhor
é tanta que embaça o presente pior.
Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi,
filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Brarros, Caio Bednarski, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu
Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR e divulgação Capa Fotos divulgação Comercial e publicidade tel.
PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro
Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos
Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas
permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP
A CONFERIR
E no meio da estagnação das vendas de veículos ao mercado interno,
mostrada por Fenabrave e Anfavea no fim do primeiro quadrimestre do
ano, graças à ação de taxa Selic fora de propósito e de CDCs impossíveis,
que abatem vontades da classe média pra baixo, o Banco Mundial e o FMI
anunciam que, em 2024, a economia brasileira voltará à oitava posição,
no mundo, como se fora em 2008. Mais parece patranha de poltrões pois
não há nenhum indicador econômico digno deste nome que indique nesta
direção que corresponde à projeção de Banco Mundial e FMI, conhecidos
e reconhecidos por visão conservadora. Mas como seria este jogo de
ocupação das posições? Trata-se de cotejar as posições das dez maiores
economias do mundo em 1992, 2008 e 2024, espaços de dezesseis anos. Em
1992, pela ordem de importância, eram Estados Unidos, Japão, Alemanha,
França, Itália, Reino Unido, Espanha, Canadá, Rússia e China. Eram Rússia,
dois países das Américas, dois da Ásia e cinco europeus.
A CONFERIR 2
Em 2008 o quadro de participação por áreas geográficas não mudou. Mas
já foi outro o da composição dos países: Estados Unidos, Japão, China,
Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Brasil, Rússia e Espanha, pela ordem.
A CONFERIR 3
Mas a projeção para 2024, a sete meses deste maio, destrona o passado:
pela ordem China, Estados Unidos, Índia, Japão, Indonésia, Rússia, Alemanha,
Brasil, Reino Unido e França. São Rússia, quatro países asiáticos, três países
europeus e dois das Américas. Uma mudança e tanto também quando se
contextualiza a guerra promovida pela OTAN na Ucrânia e suas potenciais
Por Vicente Alessi, filho consequências. Mais: pelas projeções do Banco Mundial e do FMI os
Sugestões, críticas, comentários, quatro países fundadores do Brics ocupam espaço no seu rol das maiores
ofensas e assemelhados economias mundiais em 2024.
para esta coluna podem ser
dirigidos para o e-mail A CONFERIR 4
vi@autodata.com.br Dá o que pensar, né, não?
INOVAÇÃO NA AGRISHOW
Não, não, não. A grande inovação que recheou a edição deste ano da
Agrishow, realizada na Grande Ribeirão Preto nesta primeira semana do
mês, nada teve a ver com a exploração agrícola nem com as melhores e
mais eficientes maneiras de realizá-la. Nada de tratores, colheitadeiras,
semeadoras, pulverizadores. O grande hit da temporada foram os baldinhos
de carne de porco desenvolvidos pela Casa Veronezi, da vizinha Dumont: na
impossibilidade de utilizar gelo, ou algum meio líquido refrigerado, lançou
mão da mais do que centenária receita de bisavós e de avós de misturar
a carne na velha banha de porco. E venderam os baldinhos, de 2,1 kg, às
baldadas. Há alguns anos a Veronezi tinha este desafio a resolver, uma
solução que foi colocada em prática, em pequena proporção, ainda no ano
passado. E este ano a família Veronezi fez seu gol de placa.
Multiplicador
de empresas
C
om longa carreira de 45 anos 2017, a velha conhecida Empresas Com tamanho resultado Car-
no setor automotivo – os 32 Randon ofereceu um atrativo re- valho ganhou ainda mais con-
primeiros deles na Rockwell patriamento ao Brasil, mas com fiança dos controladores e, em
Automotive que depois tor- funções multinacionais. 2022, foi nomeado CEO de todo o
nou-se Meritor – Sérgio Carvalho é A primeira posição foi CEO da grupo, o primeiro não-membro da
um executivo empreendedor que Frasle, empresa do grupo na épo- família Randon a ocupar o cargo
não fala em aposentadoria: é um ca focada só em fabricar pastilhas na corporação, que nos últimos
multiplicador de empresas com e lonas de freios. Com carta branca anos aumentou quatro vezes
faro apurado para sinergias, novos dos controladores Carvalho logo seu faturamento e, para melhor
negócios, aquisições e expansão. imprimiu seu estilo: em seis anos expressar este momento, no fim
Carvalho trabalhou por nove comprou oito empresas, cinco no de abril passou a se chamar Ran-
anos na sede da Meritor nos Es- Exterior, triplicou o faturamento e doncorp. E a missão de Carvalho
tados Unidos e depois ficou por diversificou tanto os produtos que nesse contexto segue sendo a
lá, onde fundou sua própria em- até foi preciso mudar o nome, este mesma: continuar a fazer a com-
presa e dirigiu outras, até que, em ano, para Frasle Mobility. panhia crescer.
Desde 2017, quando chegou à Empre- Estou muito honrado em ocupar a po-
sas Randon, hoje Randoncorp, o senhor sição de CEO por muitas razões e a pri-
ocupa posições que antes eram de Da- meira delas é porque trata-se da primei-
niel Randon, um membro da família fun- ra vez que um não-membro da família
dadora e controladora da companhia. Randon assume este posto, em 74 anos.
Primeiro assumiu o lugar dele como Eu já dirigia [desde 2017] as empresas
Clique aqui para assistir CEO da Frasle. Há um ano passou a ser de autopeças do grupo e os resultados
à versão em videocast o CEO do grupo todo, também no lugar obtidos aumentaram a confiança dos
desta entrevista que era de Daniel. Ele continua presi- controladores em seguir com o plano
dente e o senhor é o executivo chefe. de melhoria de governança e separar as
Como tem sido essa trajetória e por que funções. Assim Daniel [Randon, presiden-
foram separadas as posições de presi- te] cuida mais da área institucional e eu
dente e CEO? [CEO] fico focado nas operações. Este é
AutoData | Maio
Fotos: 2023
Divulgação Randoncorp/Alex Battistel
12 FROM THE TOP » SÉRGIO CARVALHO, RANDONCORP
no processo de adoção tecnologias dis- que tenham sinergias com o que nós
ruptivas, é a adoção em massa quando fazemos. Exemplo disto foi na Fenatran,
o produto for mais barato. onde lançamos nosso sistema de tele-
metria. Este projeto foi executado dentro
Quais são, hoje, as principais apostas e de casa com o apoio de uma startup, a
investimentos em eletrificação? Delta, com a qual desenvolvemos uma
A Randon montadora oferecerá versões solução exclusiva e protegida: apenas nós
de semirreboques com tração elétrica. temos. Outra forma de relacionamento
A Suspensys concentrará a produção são contratos específicos de cooperação,
de componentes do sistema, incluindo como aconteceu no projeto da carreta
baterias, softer de controle e motores elétrica com o eixo e-Sys.
elétricos, que poderão ser utilizados por
diversos caminhões ou ônibus híbridos. Existem planos para entrar em novas
áreas de atuação?
No aporte de R$ 60 milhões anunciado Criamos mais recentemente a quinta
na Suspensys para produzir baterias em divisão do grupo, focada em tecnologias
Caxias do Sul, RS, a Randon desenvolveu avançadas [reúne o campo de provas do
tecnologia própria para produzir baterias Centro Tecnológico Randon, a Auttom
ou está trazendo de fora? Automação e Robótica e a Nione]. Esta
Desenvolvemos dentro de casa, com nova vertical alimenta as outras quatro
engenheiros brasileiros, todo o sistema do grupo [Randon Montadora, Autope-
de tração elétrica com eixo, bateria, PMS ças, Frasle Mobility e Serviços Financei-
[programa de gerenciamento] e parte ros] e também tem produtos que comer-
estrutural. Trabalhamos com startups, cializará para outras empresas. O mais
universidades e empresas parceiras. As recente investimento nesta nova área foi
células [de lítio], assim como ocorre com a Nione, uma empresa de nanotecno-
95% de todos os fabricantes de veículos logia. Já inventamos e patenteamos um
eletrificados no mundo, estamos trazen- processo de manufatura em larga escala
do da China, mas o projeto da bateria, com nanopartículas de nióbio, um metal
bem como seu processo de testes e extremamente caro [para uso em ligas]
validação, foi feito por nós. que melhora propriedades mecânicas.
Com a nanometria conseguimos obter
Como o investimento em startups está os mesmos benefícios mas de maneira
inserido nos planos da Randoncorp? viável, mais econômica. Quando se mis-
Hoje temos 33 projetos de tecnologia tura nanopartículas de nióbio em uma
avançada em andamento, nos quais pintura, por exemplo, aumenta de quatro
trabalhamos com doze universidades, a cinco vezes a resistência à corrosão.
sete no Brasil e cinco no Exterior, e com Lançamos na Automec alguns produtos
dezessete startups brasileiras que nos que já usam esta tinta. Se misturar com
auxiliam com suas especialidades. Algu- ferro fundido consegue fazer peças que
mas vezes fazemos investimento direto, competem com o alumínio [em peso e
adquirindo porcentual menor de startups resistência] a um custo menor. No caso
a R$ 70 milhões, e este valor hoje sal- confirmam nosso mantra: não fazemos
tou para R$ 130 milhões. No caso da nenhum negócio sem enxergar as si-
Fremax, há quatro anos, compramos nergias que elas trazem.
geração de caixa de R$ 26 milhões e já
estamos com mais de R$ 80 milhões. O mercado brasileiro de veículos pesados
Isto acontece porque quando fazemos passa por severa retração com a transição
a transação também traçamos um plano da motorização para Euro 6. Como este
para determinar em quais áreas as divi- momento afeta a Randoncorp?
sões do grupo podem colaborar umas Uma das fortalezas do nosso modelo de
com as outras para aumentar receitas, negócio é a diversificação. Algo como
racionalizar compras, eliminar duplas 20% das nossas receitas vêm de fora do
funções. Isto é histórico na companhia: País, outros 20% vêm da reposição e 60%
fabricamos semirreboques e as áreas de estão associados ao mercado doméstico
autopeças alimentam a divisão Monta- de implementos e fornecimento a fabri-
dora, mas também vendem para cami- cantes de veículos. Mas desta porção de
nhões, ônibus e até nossos concorrentes. 60% cerca de 40% estão relacionados
Nossa área de serviços financeiros nos com vendas ao agronegócio, que vem
auxilia a vender nossos semirreboques desempenhando muito bem. Então, em
e também a comercializar autopeças torno de 20% a 25% do nosso faturamento
no mercado de reposição, da mesma estão mais sujeitos a chuvas e trovoadas.
forma temos o consórcio [que vende Por atuarmos em muito segmentos te-
carretas Randon e produtos de parceiros mos resiliência de faturamento. Não quer
como caminhões DAF, ônibus Volare e dizer que a gente não sofra: publicamos
máquinas John Deere]. Este anos cria- nossas projeções para 2023 com expec-
mos a Addiante em sociedade com a tativa de receitas que vão de R$ 10,5 bi-
Gerdau para locação de veículos pesa- lhões, o que seria ligeiramente inferior a
dos e equipamentos. São exemplos que 2022, a R$ 12 bilhões, que seria superior.
Esperamos um bom ano apesar da tur-
bulência no mercado de caminhões.
“Em torno de 20% a 25% das receitas Como o senhor avalia o desempenho do
mercado de veículos comerciais no se-
estão mais sujeitas a chuvas e gundo semestre?
Problemas para
além do Euro 6
Transição da legislação de emissões para veículos pesados ocorreu em
momento ruim, com escassez de crédito e turbulência econômica e política
Por Soraia Pedrozo Abreu e Caio Bednarski
N
ão é só a mudança para o Euro -Benz do Brasil, apontou que outros fa-
6”, sublinhou Luiz Carlos Moraes, tores estão potencializando os efeitos
vice-presidente da Anfavea, logo negativos, já esperados, da mudança na
no início de sua apresentação, na legislação brasileira de emissões para
abertura do Fórum Veículos Comerciais veículos pesados, o Proconve P8, em
2023, realizado pela AutoData Editora em vigor desde janeiro.
17 e 18 de abril. O executivo, presidente Não bastasse o aumento dos preços
da associação dos fabricantes na ges- de caminhões e ônibus com motorização
tão passada 2019-2022 e também diretor Euro 6, de 20% e 30% mais caros do que
de relações internacionais da Mercedes- os modelos Euro 5, Moraes observa que o
problema maior é o cenário em que esta vultoso ciclo de investimentos dos fabri-
mudança se dá. Já no último trimestre cantes, que aportaram R$ 2,4 bilhões para
do ano passado a economia começou a desenvolver os veículos Euro 6.
dar sinais de desaquecimento, ao recu-
ar 0,2%, e 2023 começou desorganizado OCIOSIDADE
pelos ataques golpistas de 8 de janeiro No primeiro trimestre saltaram aos olhos
em Brasília, DF. os dados da Anfavea indicando que quase
A situação, portanto, desautoriza in- a totalidade dos 28,6 mil emplacamentos
vestimentos elevados em veículos novos, de caminhões, 93,6% ou 26,7 mil, foram de
menos ainda em momento de crédito modelos Euro 5. As montadoras tinham até
caro e escasso, limitado pela taxa Selic 31 de março para vender seus estoques
de 13,75% ao ano desde agosto de 2022 – com a motorização antiga, de veículos pro-
apesar do recuo da inflação pela metade, duzidos até 31 de dezembro. Portanto, em
de 8,73% para 4,65% como indica o IPCA três meses, apenas 6,4% das vendas, ou 1,8
acumulado nos doze meses encerrados mil unidades, tinham a nova motorização,
em março. Este conjunto da obra faz fa- o que resultou em fábricas praticamente
bricantes de caminhões e ônibus pisarem paradas de janeiro a março.
fundo no freio neste início de 2023, como Roberto Cortes, presidente da Volkswa-
endossam as paradas de fábricas, com gen Caminhões e Ônibus, chamou atenção
suspensão de turnos e de contratos de para um grande problema derivado do ce-
trabalho. nário ruim, que não deverá se resolver nos
Para Moraes enquanto não houver dis- próximos meses: a capacidade ociosa da
sipação do mau momento econômico e indústria. Ele aponta que as montadoras de
definição de políticas para a indústria bra- pesados têm condições de produzir 400 mil
sileira os investimentos ficam represados: unidades/ano em três turnos ou 250 mil/
“Sem uma mudança no cenário de curto ano em dois, sendo que no ano passado o
e médio prazos teremos dificuldades e setor encerrou com 194 mil unidades pro-
projetos podem ficar engavetados. Esta duzidas, o que se traduz em ociosidade de
é a preocupação do setor. A expectativa 52% em três períodos ou de 23% em dois.
para 2023 é que o investimento terá baixo Este ano, caso se confirme a projeção
crescimento”. O executivo lembrou ainda da Anfavea de queda de 20,4% nas vendas
que o freio foi puxado justamente após um de veículos pesados, com 154 mil unidades
produzidas, a ociosidade das fábricas será Até o momento a Anfavea ainda não
ainda maior, de 38% considerando apenas realizou nenhuma revisão nas expectativas
dois turnos. Cortes lamenta: “Isto assus- para 2023, o que deve acontecer após os
ta porque todas as empresas investiram resultados do primeiro semestre. Para uni-
muito para ter essa capacidade produtiva dades acima de 3,5 toneladas a perspectiva
instalada. Só que o volume para pagar tudo é de queda de 12%, para 112 mil unidades.
isso não está vindo”. Jefferson Ferrarez, diretor de vendas
e marketing de caminhões da Mercedes-
PERSPECTIVA DE FORTE QUEDA -Benz, ponderou que, diante do atual ce-
Diretor executivo de caminhões da Volvo nário, o mercado deverá ficar de 15% a 20%
Alcides Cavalcanti trouxe a informação de abaixo de 2022. A depender do comporta-
que as vendas dos novos veículos tinham mento da economia no decorrer de 2023,
começado a reagir na primeira quinzena e caso a diminuição seja de 15%, são espe-
de abril: “Até o momento, de janeiro a abril, radas 95,2 mil unidades comercializadas. E,
apenas 12% dos caminhões emplacados se o tombo for de 20%, serão emplacados
são Euro 6. E, considerando o volume ven- 89,6 mil caminhões.
dido este mês, 39% são Euro 6”. “Embora a tecnologia Euro 6 entregue
Fechados os números de abril, divul- mais valor agregado, com menor consumo,
gados pela Anfavea no início de maio, a redução de emissões e TCO [custo total de
contabilização foi de que, nos primeiros propriedade] mais baixo, houve uma soma
quatro meses do ano, apenas 4,3 mil ca- de fatores negativos: juros altos, restrição ao
minhões vendidos são Euro 6 produzidos crédito, insegurança em questões políticas
em 2023, o que representa menos de 12% à espera de posicionamento do governo.
do total de emplacamentos no período. A junção disso tudo é desafiadora, mas
Cavalcanti projeta para 2023 mercado acredito que esse momento seja transitório.”
de 75 mil caminhões acima de 16 tonela-
das – em 2022 foram emplacados 98 mil NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO
veículos deste porte e, se confirmada a Os participantes do fórum ressaltaram,
expectativa, haverá redução de 23,4% no em uníssono, a urgência de estímulos a
segmento de semipesados e pesados. linhas de financiamento do BNDES Fina-
me específicas para veículos que emitem diferenciadas, para produtos que poluem
menos. Presidente da Iveco, Márcio Que- menos, caso do Euro 6, e dos movidos a
richelli afirma que o banco de fomento gás ou eletricidade, trariam luz ao setor
precisa se reestruturar internamente para “assim como para o desenvolvimento
voltar a ser protagonista no financiamento do biometano e de sua rede de abas-
de veículos pesados. tecimento, e de malha de recarga para
O BNDES já representou porcentu- caminhões elétricos”.
al superior a 80% dos financiamentos de Nucci também mencionou que a re-
caminhões, mas, nos últimos anos, com novação de frota, o programa Renovar, é
o atrelamento de suas linhas a juros de tema que precisa sair do papel para puxar
mercado, perdeu espaço por falta de atra- o setor. A opinião é compartilhada por Ri-
tividade e, atualmente, não funciona como cardo Alouche, vice-presidente de vendas,
deveria, avalia Querichelli. marketing e serviços da VWCO. Além do
“Este cenário torna o crédito cada vez Renovar ele avalia que a estruturação da
mais restrito e esta tendência precisa mu- política econômica do governo dará con-
dar, porque vivemos isto desde o fim do sistência ao mercado de caminhões.
ano. Caso contrário teremos que apertar
ainda mais os cintos. Precisamos criar polí- ÔNIBUS TÊM CENÁRIO MELHOR
tica mais positiva com relação aos financia- Quanto aos ônibus Alouche destacou a
mentos e espero que esta situação comece nova concorrência do Caminho da Escola,
a ser redefinida nas próximas semanas, que está sendo alinhada pelo governo
pois é muito importante que o governo federal com volumes representativos e,
tome medidas para a indústria automotiva ainda no primeiro semestre, novo edital
em geral.” será divulgado.
Cortes, da VWCO, sugeriu a adoção A situação da venda de chassis é dife-
de um Finame Verde para incentivar os rente daquilo que ocorre com caminhões,
novos veículos produzidos no Brasil com pois o segmento tem apresentado cres-
motorização Euro 6 e também os elétricos cimento na comparação com o fraco de-
e movidos a gás. sempenho de 2022. Como foi, de longe,
Alex Nucci, diretor de vendas de so- o segmento que mais sofreu durante a
luções de transporte da Scania no Brasil, pandemia, devido às restrições impostas
também endossa que linhas de crédito ao transporte coletivo, existe muita de-
ESG POR
gerações fundadoras da Formtap plantou semen-
tes que, décadas depois, rendem consequências
inovadoras. A empresa continua sendo referência
na produção de revestimentos e isoladores termo-
VOCAÇÃO
acústicos de alta qualidade, mas vai além: é a única
que não gera resíduos de produção destinados em
aterros sanitários.
Quem explica é a gerente de Novos Negócios,
Recursos Humanos e Meio Ambiente, Simone Ban-
deira. “Desenvolvemos uma tecnologia própria e
inovadora, que reaproveita integralmente os resíduos
Muito antes de se tornar uma
de revestimento de tetos, um dos nossos principais tendência, a Formtap já desenvolvia
produtos, sendo utilizado em novas peças automoti- ações inovadoras de ESG, fruto
vas de melhor desempenho quando comparadas às de um trabalho visionário de seu
similares – como peso, resistência e competitividade fundador, que não se conformava
comercial. Por ano, a Formtap reaproveita 3.000
toneladas anuais desses resíduos e evita que sejam
em desperdiçar recursos naturais e
devolvidos à natureza”, explica, orgulhosa. matérias-primas. Agora a companhia
A executiva explica que os resíduos de carpe- começa a colher os frutos
tes sempre foram reciclados e transformados em
24
PRODUZIDO POR
25
26 EVENTO » AGRONEGÓCIO
Agrishow mostra
tecnologia, lançamentos
e gira R$ 13 bilhões
A
Agrishow, maior feira do agronegó- da Ranger pela primeira vez ao público,
cio brasileiro, tornou-se ainda maior confirmando o lançamento da picape mé-
em sua edição 2023, realizada de dia produzida na Argentina para o segundo
1 a 5 de maio, em Ribeirão Preto, semestre de 2023, que terá versões equi-
SP. Logo em seu primeiro dia o evento padas com motor diesel V6. A empresa
registrou filas quilométricas de veículos também confirmou a chegada da Transit
que se formaram na estrada de acesso. chassi-cabine até o fim do ano.
De funcionários a executivos de empresas A Ram, da Stellantis, também montou
expositoras muitos tiveram de caminhar estande na Agrishow e divulgou seu prin-
alguns quilômetros pelo acostamento para cipal lançamento para este ano, a nova pi-
chegar sem se atrasar. cape nacional a ser produzida em Goiana,
Foram registrados 195 mil visitantes PE, na mesma linha dos SUVs Jeep e Fiat
em cinco dias e, segundo balanço dos Toro. De acordo com o vice-presidente
organizadores, a feira fez girar R$ 13,3 bi- responsável pela marca na América do Sul,
lhões em negócios envolvendo intenção Breno Kamei, mais informações da picape
de compras de máquinas agrícolas, equi- serão divulgadas em breve. A Ram 1500
pamentos, implementos e caminhões. O Limited, nova versão do modelo, também
valor superou em 18% o recorde de R$
11,3 bilhões informado na edição de 2022.
A Agrishow, que teve sua abertura
oficial cancelada por rusgas políticas – a
presença convidada do ex-presidente da
República no primeiro dia do evento fez os
organizadores desconvidarem o ministro
da Agricultura para a cerimônia –, terá um
novo presidente para as edições de 2024
e 2025, dando sequência ao rodízio na
presidência que é realizado desde 2007.
Trata-se de João Carlos Marchesan, tam-
bém primeiro vice-presidente do conselho
de administração da Abimaq, empresário
ligado à indústria de maquinário agrícola,
que substitui Fracisco Matturro, que é vice-
-presidente da Abag, Associação Brasileira
do Agronegócio.
Marchesan projeta que a Agrishow
seguirá em rota de crescimento: “A feira
cresce fortemente a cada ano e apresenta
máquinas, tecnologias e soluções para
todos os tamanhos de propriedade rural e
para os variados tipos de cultura, atenden-
do às principais demandas para o produtor
rural crescer”.
NOVAS PICAPES
Com numerosa presença de fabrican-
Divulgação/XXXXXXXXXXXX
CAMINHÕES AUTÔNOMOS
Do lado dos veículos pesados a estrela
da Mercedes-Benz na Agrishow foi o pro-
tótipo do caminhão Arocs autônomo 10x4,
desenvolvido em parceria com a Grunner,
responsável pelo desenvolvimento do sis-
tema de automação. O veículo ainda está
em fase de testes mas já tem fila de espera
para encomendas, de acordo com Rober-
to Leoncini, vice-presidente de vendas
e marketing. Outro caminhão autônomo
também estava no estande da montadora,
o Axor 3131, este já apresentado com o circuito fechado, em colheitas, de maneira
sistema Grunner em 2018 e vendido por autônoma, sempre com a supervisão do
preços em torno de R$ 3 milhões. motorista mas sem a interferência deste
O Axor 3131 autônomo, que foi a grande no volante, na aceleração ou nas frena-
novidade da Mercedes-Benz na Agrishow gens em rotas programadas, inclusive
de 2022, já registrou seiscentas unidades com curvas.
vendidas e a expectativa de Leoncini é Outro caminhão autônomo que tam-
somar 1 mil até o fim do ano. Este número bém foi mostrado na feira foi o Volkswa-
poderá ser ainda maior, chegando a 1,2 gen Constellation 31.280 4x4, desenvolvi-
mil, dependendo do ritmo do mercado. do em parceria com a BMB, apresentado
O veículo, assim como o protótipo Axor como protótipo na Fenatran 2022, em
10x4, tem nível 2 de automação, opera em novembro, e já é vendido por preço médio
www.mwm.com.br
@mwmmotores
/mwmmotoresegeradores
/mwmmotoresegeradores
3100FT, ainda como pré-lançamento, que em caminhões que já está sendo produ-
oferece melhor precisão e maior capaci- zido no Brasil. O QSF foi desenvolvido para
dade operacional de hectares plantados aplicações em máquinas agrícolas e de
por dia. construção e atende aos níveis de emis-
sões Tier/Mar-1, pronto para as próximas
MOTORES fases da regulação para o segmento.
Fornecedores de motores também O cliente demandava um motor nacio-
vieram em peso a Ribeirão Preto. A Cum- nal da Cummins para este segmento e a
mins anunciou investimento de US$ 124 empresa ainda não o tinha localizado, o
mil para a nacionalização do motor QSF que dificultava os negócios porque uma
3.8, versão derivada do ISF 3.8 aplicado máquina com propulsor importado difi-
cilmente consegue ser financiada com as
taxas subsidiadas do Finame.
A MWM também foi à Agrishow com
novidades e redobrou sua aposta no gás
natural e biometano. Já oferece desde o
ano passado o serviço de transformação
de veículos e máquinas com a substituição
do motor diesel por outro a gás. No seu
estande a MWM apresentou um caminhão
já convertido de um cliente.
Para o agronegócio o motor movido
a biometano pode ser uma ótima opção
de economia e de redução de emissões,
à medida que muitas fazendas podem
produzir seu próprio biocombustível por
meio de biodigestores para extrair o gás
de resíduos agrícolas e dejetos orgânicos
gerados na operação. A MWM também
oferece, com empresas parceiras, a insta-
lação do processo completo de geração
do biogás em propriedades agrícolas.
Segundo a MWM o desempenho dos
caminhões e máquinas transformados
para uso do gás segue muito próximo
da motorização diesel, agregando ainda
benefícios como redução do custo por
quilômetro rodado, menor nível de ruído
dos motores e facilidade na manutenção,
com 85% dos componentes similares ao
do motor diesel.
A FPT, divisão fabricante de motores
do Iveco Group e da CNH Industrial, tam-
bém aposta no futuro movido a gás para o
segmento agrícola e apresentou em seu
estande os motores NEF 6 Natual Gas e o
N67 Natural Gas. Os dois também foram
apresentados nos estandes da Iveco e
da New Holland Agriculture equipando o
caminhão S-Way Natural Power e o trator
T6 Methane Power.
Fotos: Divulgação/Automrec
Maior Automec O
s portões do São Paulo Expo ainda
estavam fechados e enormes filas
de carros e pessoas já estavam for-
da história
madas nos arredores do pavilhão
de exposições, que recebeu, de 25 a 29
de abril, a décima-quinta Automec, Feira
Internacional de Autopeças, a maior e mais
soma R$ 30 bi
importante feira do setor da reposição au-
tomotiva na América Latina. Não faltaram
razões para o interesse aumentado pelo
em negócios
evento: pode ter sido o intervalo alongado
de quatro anos sem realização da expo-
sição, ou a ansiedade do reencontro com
parceiros e clientes após as restrições da
pandemia, ou até mesmo o bom momento
que vive o setor de reposição. O fato é que
do lado de fora. Houve dias em que o es- ocupando com pequenos estandes todos
tacionamento para mais de 5 mil veículos os espaços laterais e do fundo do pavilhão
precisou ser fechado por falta de espaço. de exposições.
A organização esperava 80 mil visitantes
e o público foi 12% maior. REPOSIÇÃO EM ALTA
Nos cinco dias de feira passaram pelo Quem investiu em estande na feira não
SP Expo, localizado na Zona Sul de São se arrependeu. Paulo Alvez, diretor geral
Paulo, 90 mil visitantes únicos, 20% acima do negócio automotivo da ContiTech, afir-
da última edição, em 2019, de acordo com mou que a expectativa era mostrar produ-
balanço divulgado pela RX ao fim da Au- tos a clientes e reforçar o relacionamento,
tomec. Os organizadores calculam que, mas, em poucos dias de feira, percebeu
no total, 117 mil pessoas circularam pela que seria possível fechar novos negócios:
feira, com uma taxa de retorno que beirou “Temos clientes de outros países na feira,
os 30%. Foram registrados visitantes de visitando os estandes, em busca de negó-
todas as regiões do Brasil e de mais de cios. E são tomadores de decisão, o que
sessenta países. só reforça a importância da Automec para
“A Automec de 2023 foi a maior da histó- o negócio de reposição na região”.
ria e mostrou a força do Brasil no palco glo-
bal de eventos e no setor do aftermarket
automotivo”, observa Luiz Bellini, diretor de
portfólio da RX. “Esta edição consagrou-
-se como o maior evento de negócios
B2B na América Latina, o maior evento de
negócios do aftermarket automotivo das
Américas e o segundo maior do mundo
no segmento.”
O crescimento de tamanho e relevância
da Automec também atrai interesse cada
vez maior de participantes estrangeiros.
Argentina, Coreia e Turquia organizaram
pavilhões próprios no SP Expo que reu-
niram mais de uma centena de fabrican-
tes de autopeças. Ao menos outras duas
centenas de expositores vieram da China,
FECHA
companhia entre os dias 25 e 29
de abril e mais 500 pessoas
foram treinadas, incluindo
NEGÓCIOS E 50 profissionais surdos
A
INOVA COM BorgWarner fechou R$ 3 milhões em
TREINAMENTO
negócios de turbos e embreagens na
Automec, maior evento do Aftermarket
Automotivo da América Latina. A com-
AUTOMEC
Turbo e Thermal na América Latina.
Cerca de seis mil visitantes passaram pelo
estande da BorgWarner entre os dias 25 e 29 de
abril. Durante a feira, a empresa lançou 39 novos
códigos de produtos no mercado incluindo, por
38
PRODUZIDO POR
Ações inclusivas no
espaço da BorgWarner
na Automec envolveram
treinamento para
mecânicos surdos
e intérpretes na
linguagem de libras,
a fim de proporcionar
melhor aproveitamento
das informações pelos
visitantes
39
40 CADEIA DE PRODUÇÃO » TRIBUTAÇÃO
Recof é
oportunidade
para reduzir
A
complexidade tributária brasileira
peso dos
gera custos desnecessários e dre-
na a competitividade econômica
do País. Disto qualquer empresário
sabe e nunca perde a oportunidade de
impostos
reclamar. Mas o mesmo sistema tão criti-
cado também oferece ferramentas, pouco
ou mal utilizadas, para reduzir o peso dos
impostos nas operações da indústria bra-
sileira. Exemplo concreto nesse sentido, já
em uso por algumas poucas empresas, é
Os caminhos do Recof
Recolhe-se o tributo
Venda no Mercado Interno sem multa ou juros
Exportação Suspensão
torna-se isenção
Travel mania/Shutterstock
EXIGÊNCIAS E BENEFÍCIOS
regime para o maior número possível de A adesão ao Recof não é exatamente
participantes da cadeia de suprimentos. um passeio no parque: há exigências e
Algumas fabricantes já estudam colocar leva tempo para instalar, testar e colocar
o Recof como exigência para se tornar o sistema informatizado para rodar com
um fornecedor. robustez, “mas não é nada fora das obri-
A GM adotou o Recof no fim de 2018, gações que os departamentos de qual-
contou com a consultoria da KPMG, e hoje quer empresa têm de ter”, conta Alexandre
é a maior operadora integrada ao regime Machado, da GM.
no Brasil. Estimativas extraoficiais dão con- O especialista da KPMG Carlos Ottoni
ta que, desde então, economizou cerca aconselha considerar o horizonte de três
de R$ 1 bilhão em custos e impostos. A a nove meses para a adoção e adaptação
intenção agora é estender o uso do regime completa ao Recof, com o acompanha-
para os fornecedores. mento de consultores especializados.
Alexandre Machado, gerente de co- Segundo ele os custos de habilitação
mércio exterior da GM, estima que perto da variam muito, dependem da atividade e
metade dos seus fornecedores tem condi- do tamanho da empresa, mas o retorno
ção de se enquadrar no Recof, ampliando do investimento é rápido: de seis meses
substancialmente os ganhos do uso do a um ano.
regime: “É dinheiro que fica no caixa até Quando foi criado, há cerca de vinte
você vender ou exportar o produto. Imagi- anos, o Recof era um instrumento direcio-
NOVO PEUGEOT
208 ROADTRIP
A ESTRADA ESTÁ
CHAMAND O VO CÊ
Startups
e setor
automotivo
aceleram
um ao outro
Fabricantes de veículos e componentes estreitam conexões com empresas
nascentes para desenvolver tecnologias e inovações, ampliar eficiência e
fomentar soluções rápidas
Por Lúcia Camargo Nunes
A
o propor novas fórmulas de ne- meio da multiplicação de parcerias com
gócios baseadas em plataformas essas pequenas empresas nascentes
tecnológicas com muita agilidade vêm investindo em busca de ideias e
as startups revolucionam o mundo projetos inovadores.
corporativo, transformando processos Em geral a sinergia acontece em áreas
engessados em soluções disruptivas da empresa que precisam de novas solu-
e inovadoras. Na última década este ções ou, ainda, a partir da dor apresentada
conceito também conquistou os con- por algum cliente. Como forma de resol-
servadores participantes do setor auto- ver mais rapidamente essas questões,
motivo, sejam fabricantes de veículos sem o engessamento típico das grandes
ou fornecedores de autopeças, que por corporações, as startups estão sendo
Speedbird: empresa trazidas para dentro das fábricas do setor como dar tratamento a dados de inteli-
criou sistema de para desenvolver soluções em conjunto. gência artificial para aumentar eficiência
entregas urbanas com As parcerias promovem uma espécie de operacional de frotas e cadeia logística,
drones que partem
troca em que, em mão dupla, um acelera incluindo aí a redução de pegada de car-
de vans Sprinter da
Mercedes-Benz os negócios do outro. bono, contabilizada como ação de ESG,
Para se ter ideia do crescimento da ou governança socioambiental.
demanda por estas parcerias a Liga Ven-
tures, maior incubadora do País que torna BUSCA DE TALENTO EXTERNO
viável a operação dessas empresas nas- A Nissan, por exemplo, busca nas star-
centes, anos atrás criou a Liga AutoTech, tups o que chama de inovação aberta,
uma divisão especializada em conectar como conta Marcus Krauspenhar, diretor
startups ao setor automotivo. Merce- de negócios estratégicos: “Temos 3 mil
des-Benz e Eaton são exemplos de in- funcionários na região e existem muitos
dústrias do setor que estabeleceram talentos fora. A forma de trazer esses ta-
parcerias exclusivas com a aceleradora. lentos é fazer trabalhos em conjunto com
No segmento de serviços automotivos empresas de pesquisas e startups”.
a plataforma tem clientes como Sem As iniciativas são relativamente re-
Parar, DPaschoal, Pósitron, Águia Branca centes, com menos de dois anos. Hoje a
e Porto Seguro. empresa, com origem no Japão, trabalha
Segundo a Liga Ventures o que as com startups no que chama de “seis terri-
empresas mais buscam são soluções tórios”: indústria 4.0, smart supply [ou for-
para melhorar a experiência do cliente, necimento inteligente], sustentabilidade,
com aumento da fidelização por meio experiência com o cliente, conectividade
da ofertas personalizadas. Em boa parte e eletrificação.
das parcerias as startups são desafiadas a “Na Nissan já conversamos com mais
criar novos serviços digitais para aluguel e de sessenta startups no Brasil e elas vie-
compartilhamento de veículos, gestão de ram com dois propósitos: cultural e de
Divulgação/MB
Randon Smart:
telemetria desenvolvida
Divulgação/Randon
em parceria com a
Delta, incubada na
Randon Venture.
ser menos flexível, orientada por proces- faculdades, que trafegam com facilidade
sos e organizações grandes, enquan- diante das grandes transformações da
to as startups trazem um novo jeito de indústria.
trabalhar, com uma troca interessante Mas nem tudo é fácil como pode
para eles e para nós. Somos bons em parecer. Há o desafio em encontrar as
processos, melhoria contínua, eficiência. melhores startups, entender e confiar
E eles em agilidade, tolerância a erros, em seu fundador, que busque por par-
velocidade.” cerias e não apenas por um trampolim.
Dos projetos já tornados viáveis a Ao mesmo tempo é preciso lidar com
Nissan cita a ampliação da rede de car- as pequenas empresas sem uma área
regadores para carros elétricos com a governança, como conta Krauspenhar:
Zletric, a bem-sucedida gestão de re- “Tivemos que desenhar um processo es-
síduos na fábrica de Resende, RJ, com pecífico para fazer os projetos com elas,
a startup Aterra, o desenvolvimento de porque se fosse pelo processo padrão
inteligência para processo produtivo e isso não seria possível”.
fabricação de veículos com a Ubivis, e A abertura da Nissan para as startups
a operação com um carrinho autônomo possibilitou até a troca de experiência
que leva peças de um local para outro com outra gigante da indústria, “pois a
na unidade de produção, em percursos Basf, com sua área de inovação aberta, é
longos, com a Dijkstra. nossa mentora. Conversamos sobre como
Os investimentos nas provas de con- melhorar essa jornada com as startups”.
ceito costumam ser pequenos, inferiores
a US$ 20 mil, mas para ter escala o valor LABORATÓRIO DE SOLUÇÕES
pode aumentar: “É um negócio rodando A Stellantis criou o Venture Studio,
em escala pequena e controlada”. Para o uma espécie de laboratório que cen-
Divulgação/Stellantis
JettaCargo: software de
acomodação de cargas
desenvolvido no Venture
Studio da Stellantis.
Divulgação/Stellantis
que foram feitos com startups. E muitos poderíamos conectar mais um modal de
desses desenvolvimentos já estão em transporte de carga junto com a nossa
operação na empresa, inclusive esca- Sprinter de forma inovadora”.
lando de uma fábrica para outra ou de O projeto foi realizado junto com a
um país para outro. Speedbird, primeira empresa brasileira
Das iniciativas a gerente cita a Jetta- a obter certificação da Anac para de-
Cargo, projeto que a Stellantis implemen- senvolver e operar sistemas aéreos não
tou na Argentina. Trata-se de um software tripulados no transporte de pequenas
que utiliza tecnologia 3D e inteligência cargas: “Eles operam seus drones, que
artificial para fazer simulação de como precisam de um ponto de decolagem
a carga ficará acomodada no caminhão e pouso. Fazem isso em uma Sprinter
e melhorar os pontos: “Assim é possível equipada com um drone port. E dentro
otimizar o número de caminhões que se- da van há o sistema de controle próximo
rão necessários para fazer o transporte”. da operação”.
Divulgação/Liga Autotech
O primeiro teste foi em Campinas, SP, governança de TI para, junto com as áreas
na entrega de comidas: o drone saiu da da empresa, capturar as oportunidades,
loja com o produto e foi até o motociclis- as ideias de novos negócios e aumento
ta, o que encurtou a viagem em cerca de eficiência”.
de 15 minutos. Dentre os aprendizados Marcos Andrade, gerente de marke-
do processo Aline Rapassi cita a rápida ting de produto, é mentor de um progra-
aprovação da parceria, em tempo menor ma exclusivo de aceleração de startups
Divulgação/MB
Divulgação/Randon
e estratégias digitais da Empresas Ran- fundos de investimento para diversificar
don, observa que a relação com startups investimentos e reduzir riscos: “Além disto
traz ganhos na troca de experiências: “A auxiliamos a empresa na estruturação de
startup ganha investimento, mentoria, captação de recursos, intermediando o
acesso a clientes e ao ecossistema da contato com startups, institutos de pes-
grande empresa, mas a grande empresa quisa e outros para pesquisas conjuntas”.
recebe também benefícios. Por isso co- A Marcopolo tem projetos em anda-
locamos nossos executivos para conver- mento com startups que envolvem fon-
sar com os executivos das startups, para tes alternativas de energia, utilização de
oxigenar as ideias com acesso a novos novos materiais reciclados, inteligência
modelos de negócios”. artificial para processamento de imagens,
A Randon vem multiplicando iniciati- além de outros para a indústria 4.0, ba-
vas bem-sucedidas em suas conexões. ckoffice e mobilidade.
Recentemente lançou o Randon Smart,
módulo de telemetria desenvolvido em SOLUÇÕES PRÓPRIAS
Caminhão Atego
parceria com uma startup incubada na Principal concorrente da Randon na
autônomo para manobras
Randon Venture, a Delta. No fim de mar- internas: conexão da produção de carretas no País a Librela-
ço a Randon Ventures e a Fras-Le pro- Mercedes-Benz com to investe no desenvolvimento de no-
moveram o primeiro LogDay dedicado a a startup Lume para
startups especializadas em soluções de atender demanda da Ypê.
logística, as logtechs, para identificar e
propor soluções aos desafios do Centro
de Distribuição da Fras-le.
vas startups, com três focos principais: tador, a carga”, afirma João Vitor Libre-
aumentar a tecnologia embarcada em lato, coordenador de estratégia, gestão
seus produtos, desenvolver plataformas e novos negócios.
digitais de negociação de caminhões Em outra iniciativa a Librelato pro-
e implementos, e oferta de serviços fi- curou, por meio de “caçadores de star-
nanceiros. tups”, um parceiro para desenvolver
Divulgação/Librelato
A empresa iniciou uma parceria com uma plataforma digital de vendas para
a Sigaway, que desenvolve sistemas de o mercado de veículos pesados. Assim
telemetria para captação de dados com nasceu a Movanto, que fornece tecno-
o objetivo de melhorar o desempenho logia via internet para compra, venda e
de frotas, com tecnologia 100% nacional. repasse de caminhões e implementos,
Essa jornada começou com um projeto além da captação, do gerenciamento
em conjunto com o Senai, para o desen- e da negociação de leads de clientes
volvimento de inteligência embarcada no segmento. Hoje a plataforma conta
para implementos rodoviários. Após dois com mais de 30 milhões de produtos e
anos nasceu a Sigaway com a tecnologia continua crescendo.
Fleetsense, que já tem mais de setecen- A Librelato também aproveitou sua
tos produtos conectados e mais de no- experiência com startups para lançar sua
venta clientes ativos. própria financeira, a Librelato Financial,
“Para a Librelato esta parceria é um que oferece linhas de crédito de forma
grande passo rumo à evolução do ne- ágil aos clientes da empresa por meio de
gócio, pois soluções como esta já eram uma parceria com o Banco BBC Digital. É
utilizadas em diversos tipos de veículos um diferencial competitivo a fim de facili-
e agora também é uma realidade para tar o processo burocrático de compra dos
implementos rodoviários, responsáveis produtos e fidelizar clientes com apenas
por acomodar o maior bem do transpor- uma ferramenta.
Fleetsense:
telemetria para
carretas criada
pela Librelato
com a startup
Sigaway.
Divulgação/Librelato
Toyota colocará
R$ 1,7 bilhão em
novo híbrido flex
Divulgação/Toyota
C
Carro será produzido em Sorocaba a partir do fim onforme já havia sido antecipado
pela Agência AutoData em setem-
de 2024. Aporte será financiado com recursos de bro a Toyota confirmou no mês pas-
O presidente da Toyota
no Brasil, Rafael Chang,
ao lado do governador
de São Paulo, Tarcísio
de Freitas: anúncio de
investimento de R$ 1,7
bilhão para produzir novo
carro híbrido flex no
Estado, com recursos de
restituição de ICMS.
Divulgação/BMW
A
o contrário de fabricantes de veícu- estadual e federal. Hoje a operação é
los premuim concorrentes que de- responsável por 40% do recolhimento
cidiram fechar ou reduzir operações de ICMS no município.
industriais no Brasil, o Grupo BMW Em fevereiro a BMW já tinha come-
aumenta sua aposta na nacionalização. çado a vender um lote de 650 unidades
Com o início da montagem, em abril, da do novo X1, importado da Alemanha, mas
nova geração do SUV X1 na fábrica de desde abril suas concessionárias no País
Araquari, SC, a empresa finalizou qua- estão recebendo os veículos produzidos
se todo o investimento, R$ 500 milhões, em Araquari, com cerca de 40% de na-
iniciado no ano passado para atualizar cionalização de componentes, segundo
processos produtivos. a fabricante.
As primeiras unidades do novo X1 Para Maru Escobedo, que no início
nacional começaram a sair da linha de deste ano assumiu a presidência do grupo
montagem de Santa Catarina em abril no Brasil, com mais um carro nacional em
passado, com direito a cerimônia ofi- linha o volume de produção em Araquari
cial de início da produção que reuniu deverá crescer: “Há quatro anos lideramos
executivos da empresa, empregados e as vendas de automóveis premium no
representantes dos governos municipal, País e o novo X1, totalmente renovado
PROCESSOS COMPLETOS
Saem da linha de Araquari os BMW
mais vendidos no mercado brasileiro: o
sedã Série 3 em primeiro lugar e o X1 em
segundo representam mais da metade das
vendas do grupo no País. Os dois foram
os primeiros nacionalizados pela fabri-
cante, em 2014, e hoje são os pilares que
há quatro anos consecutivos sustentam
a liderança da marca alemã no nicho de
veículos premium no Brasil – o que vem
justificando os investimentos feitos na ope- Além de processos completos e grau
ração, que somam R$ 1,8 bilhão desde a de nacionalização relativamente alto para
abertura da fábrica. baixos volumes de produção todos os
“Somos o maior produtor de veículos quatro modelos montados em Araquari,
premium da América do Sul”, destaca hoje, estão na mesma geração dos BMW
Otávio Rodacoswiski, diretor geral da fá- europeus. O novo X1 foi lançado há seis
brica de Araquari. A BMW é a única das meses na Europa e, além dele, a fábrica
fabricantes de automóveis premium – de Santa Catarina já produzia as versões
daquelas que instalaram operações in- mais atualizadas do sedã Série 3 e dos
dustriais, no início da década passada, na SUVs X3 e X4.
onda dos benefícios do Inovar-Auto – com “Agora precisamos aumentar as ven-
processos industriais completos, incluin- das e a produção aqui para decidir no-
do soldagem de carrocerias, pintura e vos investimentos”, diz Maru Escobedo. A
montagem final, com pouca automação fábrica tem seiscentos empregados que
e muito trabalho manual, devido ao baixo trabalham em dois turnos incompletos,
volume de produção. produzindo perto de 10 mil unidades/ano,
ou menos de um terço da capacidade de
35 mil/ano.
A linha comum onde são manufatura-
dos o X1 e o Série 3 produz cerca de 36
carros por dia, enquanto são montados
diariamente apenas de três a quatro X3
e X4 – estes dois têm bem menos na-
cionalização, pois chegam da BMW dos
Estados Unidos semidesmontados, com
carrocerias já soldadas e pintadas.
Dois fornecedores foram incorpora-
dos à fábrica com cerca de duzentos
funcionários: a Magna Cosma faz a sol-
dagem de partes estruturais estampa-
das das carrocerias do X1 e do Série 3
e a Benteler faz a montagem interna de
motor, câmbio, eixos e sistema de freios.
A BMW também compra localmente da
Lear os bancos de seus dois modelos
mais vendidos no País.
31/5
vida de muitas crianças
Doe seu Imposto de
Renda para o Hospital
Pequeno Príncipe
Divulgação/GWM
O governador Tarcísio de Freitas e o diretor Ricardo Bastos
lado a lado na fábrica da GWM: negociação de ICMS.
E
xatos um ano e três meses após Mas não foi só isto. Dias antes, na
anunciar investimento de R$ 10 bi- mesma semana em que Alckmin visitou
lhões para produzir no Brasil o grupo a fábrica ainda quase vazia – comprada
chinês Great Wall Motor convidou o da Mercedes-Benz em 2021 – o governa-
vice-presidente da República e ministro dor do Estado de São Paulo, Tarcísio de
da Indústria, Geraldo Alckmin, para in- Freitas, também caminhhou pela planta
formar oficialmente a data de início das e anunciou iniciativas importantes da
operações da fábrica de Iracemápolis, GWM no País para a descarbonização
SP: 1º de maio de 2024. da mobilidade.
O vice-presidente e
ministro Geraldo Alckmin
suspensão do imposto: “Tudo que entrar Durante a passagem do governador ao lado da picape
Poer: primeiro produto
daquela porta para dentro estará isento pelos galpões da GWM o consumidor
nacional da GWM.
de recolher ICMS, e só quando o carro também foi lembrado. A ideia é tentar
sair pronto, pela outra porta, pagaremos reduzir encargos sobre a propriedade
o tributo”. O diferimento do ICMS tam- do automóvel: Tarcísio de Freitas afirmou
bém vale para itens imobilizados, como que “pensamos em redução de IPVA para
máquinas e equipamentos importados. carros com baixa emissão de CO2, como
Agora a GWM trabalha para compre- os híbridos e elétricos”.
ender as oportunidades de enquadrar a
empresa nos benefício do IncentivAuto, PRODUTOS POSSÍVEIS
programa estadual criado na gestão an- Tanto Alckmin quanto Freitas também
terior de incentivo à produção local, por conheceram uma série de veículos das
meio de concessão de descontos pro- diversas grifes da Great Wall com po-
gressivos no ICMS, de até 25%, de acordo tencial de chegar ao Brasil nos próximos
com o valor do investimento. anos, importados ou produzidos em Ira-
No entanto Bastos espera alterar al- cemápolis.
guns pontos deste programa para poder Na rodada com o governador estavam
inserir a GWM em seus benefícios: “Te- expostos, além do SUV Haval H6 impor-
mos alergia a créditos tributários e assim tado e já à venda no mercado brasileiro,
nossas conversas avançam no sentido outros cinco modelos. Havia um Jolion,
de contrapartidas diferentes, como a SUV do porte de um Hyundai Creta e
capacitação da base de fornecedores que está sendo cotado como o segundo
para aderirem a um regime especial. Essa GWM importado ao País – inicialmente
é uma hipótese, dentre outras que es- a especulação é que este carro seria
tamos negociando”. produzido aqui.
Aos 70 anos
MWM tem vida nova
Agora sob controle da Tupy, fabricante de motores torna-se ainda mais brasileira
e diversifica produtos e clientes para garantir seu futuro
Por Pedro Kutney
R
esiliência e poder de adaptação aos após ser adquirida pela Tupy em negócio
mais diversos cenários regem a tra- que foi concluído em novembro de 2022.
jetória de 70 anos no Brasil da MWM. A mudança do controlador sem alte-
A fabricante de motores diesel cuja rações na diretoria fez muitos voltarem a
origem na Motoren-Werke Mannheim AG, sorrir após uma década de dificuldades
da Alemanha, remonta ao início já cen- que obrigaram a uma redução drástica
tenário da indústria automotiva, com o de tamanho e de reorientação completa
passar das décadas tornou-se cada vez dos negócios. Dentre os mais animados
mais nacional, foi ganhando vida própria com o presente e o futuro está alguém
brasileira nos produtos e na gestão, pas- com grande passado na empresa: José
sou por fusões, aquisições, associações e Eduardo Luzzi, CEO da MWM desde 2015
atravessou períodos de festejados cresci- e há 38 anos na companhia na qual iniciou
mentos, crises profundas, reestruturações carreira como estagiário.
dolorosas e recomeços. Agora a MWM Ele justifica seu otimismo: “Estamos
chega aos 70, completados em abril pas- vivemos um dos melhores momentos
sado, começando uma vida nova, pela da MWM com a Tupy. Diversificamos os
primeira vez sob controle brasileiro de fato, negócios e agora somos parte de uma
Principais clientes
Cooperativa Primato, GMV
Recycle, Agropecuária REX,
VWCO, MAN Truck & Bus,
Navistar, A Geradora, Loxan
Degraus, SP Pilots, Real Power
Divulgação/MWM
C3 Aircross é o novo
Citroën nacional
SUV com até sete assentos entra em produção no segundo semestre em Porto Real
Por André Barros
O
segundo modelo do conceito C- marca no mercado brasileiro, por competir
-Cubed da Citroën – carros mais na faixa de melhor desempenho no País:
baratos projetados para mercados “Mas em participação o C3 terá números
emergentes a serem produzidos maiores, por ter menos competidores no
na Índia e no Brasil – entrará nas linhas de segmento B hatch”.
montagem de Porto Real, RJ, no segundo A marca francesa, integrante do Gru-
semestre deste ano. Trata-se do C3 Air- po Stellantis, no fim de abril apresentou
cross, um SUV compacto fabricado sobre o design de seu novo carro emergente
a mesma plataforma CMP que origina o simultaneamente no Brasil e na Índia, os
novo C3, hatch lançado no ano passado. dois países onde o C3 Aircross será pro-
O C3 Aircross brigará na faixa de merca- duzido para atender mercados do He-
do que mais vende no mercado brasileiro misfério Sul – assim como já acontece
atualmente, a dos utilitários esportivos com o irmão menor C3. Laurent Barria,
compactos. O carro será posicionado em diretor de marketing global da Citroën,
preço “nem na entrada e nem no topo, mas esteve no evento de apresentação, em
na área central do segmento”, de acordo São Paulo, e disse que o modelo será
com a vice-presidente da Citroën para a também produzido na Europa, mas com
América do Sul, Vanessa Castanho. mudanças para atender às exigências
A executiva disse esperar que o C3 Air- daquele mercado, assim como também
cross seja o modelo de maior volume da já acontece com o hatch C3.
Divulgação/Stellantis
diferencial, porém, já foi revelado: haverá
duas opções de assentos, para cinco ou
até sete passageiros, com a instalação
de uma terceira fila com dois bancos re-
movíveis – ambos ou um só poderão ser
retirados, dependendo da necessidade
do freguês. Mas quem optar pelos sete
assentos perde espaço no porta-malas
e na segunda fileira que é posicionada
mais à frente para comportar a terceira
removível.
O SUV é mais do que um C3 esticado,
como aconteceu no passado, na geração
anterior de ambos os modelos também já
fabricados em Porto Real. O Aircross tem
4m32 de comprimento, tamanho que o
remete a uma categoria superior.
Internamente, porém, o veículo man-
tém o acabamento mais espartano do
novo C3 e a central multimídia de 10 po-
legadas, com espelhamento sem fio do
smartphone. Segue, assim, o que Vanessa
Castanho diz ser o posicionamento da Ci-
troën, de promover “mobilidade acessível”,
daí a necessidade de usar materiais mais
simples para não elevar os preços.
A produção brasileira começará três
meses após a indiana, em algum momento
do segundo semestre. Não deverá ser
muito no fim do ano pois Castanho adian-
tou que conta com volume de vendas do
C3 Aircross ainda em 2023 para ajudar na
meta de chegar a 2% de participação do
mercado no Brasil – foi de 1,6% no ano
passado. Portanto a expectativa da marca
é vender de 38 mil a 40 mil unidades este
ano, levando em conta a projeção de 1,9
milhão a 2 milhões de veículos vendidos
que os executivos do setor vêm fazendo
nos últimos meses.
N
o evento em que premiou o de- ne o que é prioridade para a companhia.
sempenho de seus melhores for- Brizon observou que a situação da
necedores no exercício de 2022, cadeia de fornecimento melhorou bas-
a CNH Industrial revelou a eles tante nos últimos meses na comparação
que reservou US$ 1,7 bilhão para suas com os problemas enfrentados em 2022:
compras em 2023. O orçamento é 13,3% “Os fornecedores ainda não estão 100%
superior aos US$ 1,5 bilhão aplicados no recuperados, alguns ajustes serão ne-
ano passado. Segundo Cláudio Brizon, cessários ao longo do ano, mas se com-
diretor de compras para a América do pararmos com o começo da pandemia o
Sul da fabricante de máquinas agrícolas cenário já melhorou muito. A cadeia está
e de construção, parte dos componentes se estabilizando e hoje quase não sofre
usados nas fábricas brasileiras do grupo com algumas questões que prejudicaram
seguem importados de mercados como muito durante a pandemia, como a falta
Estados Unidos e Europa, mas o trabalho de funcionários”.
de localização de peças vem ampliando
o conteúdo local.
“Nosso foco é intensificar a nacionali-
zação de peças. Este trabalho refletirá em
maior volume de negócios com fornece-
dores locais, ampliando o valor investido
por aqui”, disse Brizon.
No ano passado a CNH Industrial traçou
como meta localizar 150 componentes e,
segundo o diretor de compras, o objetivo
foi alcançado. Para 2023 a ideia é seguir
elevando o nível de componentes locais,
Divulgação/CNH Industrial
A GM premia três
General Motors realizou em abril
passado, em San Antonio, no Te-
xas, a trigésima-primeira edição de
fornecedores
evento que reconhece o desem-
penho de seus fornecedores em todo o
mundo. Foram distribuídos troféus a 121
fabricantes de insumos e autopeças de
brasileiros em
dezessete países. Três empresas brasi-
leiras integraram a lista dos melhores de
2022: CSN [Companhia Siderúrgica Nacio-
evento global
nal], Baterias Moura e JSL.
Segundo o vice-presidente de compras
globais e cadeia de suprimentos da GM,
Jeff Morrison, estes fornecedores supera-
ram inúmeros obstáculos e exemplificaram
“o que significa ser resiliente, engenhoso
e determinado, demonstraram seu com-
promisso com a inovação sustentável e
Empresas integram lista dos melhores 121
a condução de soluções avançadas em fabricantes de insumos e autopeças que
fornecem à montadora em dezessete países
colaboração com a equipe da GM”.
Todos os anos uma equipe multifun-
cional global da empresa elege os ven- Por Soraia Abreu Pedrozo
cedores da premiação, ao utilizar critérios
comerciais e culturais, incluindo qualidade,
lançamento, cadeia de suprimentos, custo
total da empresa, inovação e engenharia,
segurança, comunicação e transparência. “Demonstra que temos agilidade para
Os escolhidos, de acordo com a com- atender às necessidades de clientes dos
panhia, excedem os requisitos da GM, aju- mais diversos segmentos”.
dando a montadora a fornecer aos clien- Além do reconhecimento regular a GM
tes tecnologias inovadoras e da mais alta também concedeu, no mesmo evento, o
qualidade na indústria automotiva. Prêmio Overdrive, apresentado pela pri-
Segundo Guilherme Sampaio, CFO meira vez em 2012. Trata-se de uma distin-
da JSL, o reconhecimento comprova a ção reservada a fornecedores que obtêm
confiança na excelência dos serviços da conquistas excepcionais nas prioridades
companhia e capacidade de execução: da organização de compras globais e ca-
deia de suprimentos, o que inclui inovação,
sustentabilidade, segurança, custo total
da empresa, excelência de lançamento
e segurança.
A montadora afirmou que, nos últimos
cinco anos, desembolsou mais de US$
18 bilhões em compras e contribuiu para
muitas iniciativas comunitárias em colabo-
ração com diversos fornecedores: “A GM
se esforça para alcançar metas de inclusão
na cadeia de suprimentos sustentáveis,
e equitativas para ajudar a estabelecer
a viabilidade de longo prazo para a base
Divulgação/GM
RESFRI AR
82 Empresa apresentou
crescimento de mais de
250% nas exportações
A
transformação digital do agro e o reflexo agronegócio para o presente e futuro. “Estamos
do avanço tecnológico no campo foram cada vez mais focados em inovação e tecnologia.
destaques da Agrishow este ano. Con- Temos avançado de forma estruturada para além
siderada a maior do setor na América das máquinas, por isso investimos em soluções
Latina, a feira agrícola realizada em Ribei- tecnológicas e capacitação para que a cadeia es-
rão Preto (SP), nos primeiros dias de maio, trouxe teja preparada para receber a inovação de forma
números grandiosos como 800 estandes e cerca simples e, assim, potencializar os resultados dos
de 200 mil visitantes. As marcas da CNH Industrial nossos clientes”, comentou.
mostraram na prática como a inovação é o foco do Os avanços da Case IH em conectividade, inte-
negócio. Com uma estrutura completa e um ecossis- ligência artificial, autonomia e eletrificação foram
tema de produtos e serviços cada vez mais digitais projetados em um cubo gigante de LED, situado no
e conectados a Case IH, New Holland Agriculture, espaço Digital Square. A marca expôs mais de 25
New Holland Construction, CASE
Construction Equipment, Banco
CNH Industrial e a Raven levaram
muito mais que máquinas e apre-
sentaram diferentes possibilidades
de como as tecnologias podem le-
var mais inteligência para o campo
e atender aos mais diversos perfis
de clientes.
Segundo o presidente da CNH
para a América Latina, Rafael Miot-
to, a Agrishow é a principal vitrine
do agronegócio e uma oportunida-
de para mostrar tudo o que estão
desenvolvendo e as tendências do
80
APRESENTA: CNH Industrial
81
RESFRI AR EXPANDE NEGÓCIOS DE
EXPORTAÇÃO
C
Empresa gaúcha, com sede em om 26 anos de atuação no mercado
Vacaria, registrou crescimento nas nacional, a Resfri Ar, além de liderar
exportações superior a a venda de climatizadores de ar, e
250% nos últimos quatro anos geladeiras para veículos no País, vem
crescendo, também, no mercado de exportação. A
empresa de Vacaria, RS, comercializa seus produtos
atualmente para cerca de 15 países e registrou cres-
cimento de 250% em suas exportações nos últimos
quatro anos (de 2019 a 2022). Entre os principais
mercados internacionais da empresa estão países
como Polônia, Lituânia, Estados Unidos e Argentina.
Os produtos exportados pela Resfri Ar são
climatizadores para caminhões, em sua maioria.
Mas a empresa também desenvolve soluções sob
medida para aplicações diferenciadas. Empresas
dos EUA, por exemplo, encomendaram produtos
82
APRESENTA: RESFRI AR
para equipar carrinhos de golfe. “A utilização des- é o fato da Resfri Ar criar um relacionamento sólido
te produto em carrinhos de golfe foi uma grande com todos os seus parceiros”, avalia Aline.
quebra de paradigmas dentro da empresa, pois Para 2023, a expectativa da Resfri Ar na mo-
existia uma crença de que os climatizadores só dalidade internacional segue positiva. A projeção
seriam eficientes em espaços fechados”, destaca para esse ano em exportações é de um aumento
a coordenadora Comercial de Exportação e OEM, de 15% em relação a 2022. A empresa pretende se
Aline Dondé. fortalecer nos mercados da América do Sul e Cen-
A parceria com o cliente americano iniciou tral, visando principalmente o Chile e a Colômbia.
ainda em 2016 e, desde então, vem crescendo e A marca também busca entrar no mercado africano
abrangendo outros veículos: além dos carrinhos de e na Austrália por meio de estratégias ligadas às
golfe, a Resfri Ar fornece para os Estados Unidos montadoras de caminhões.
climatizadores para stepvans (veículos elétricos Os climatizadores de ar para caminhões, tam-
tipo “UPS”) e para as conversion vans (usadas como bém fabricados para linha agrícola e veículos espe-
motorhomes). “No caso dos carrinhos de golfe, ciais, são o carro-chefe da Resfri Ar, representando
utilizamos uma versão do climatizador S6, agora cerca de 60% do faturamento. Figuram ainda entre
migrando para o S8, que foi e continua sendo to- os principais produtos as geladeiras automotivas e
talmente customizada para atender a esse tipo de portáteis, que acumulam a função de refrigeração
veículo elétrico e ao exigente mercado americano”, e congelamento, conservando alimentos e bebidas
detalha a coordenadora. sempre frescos.
O bom desempenho no mercado internacio- A Resfri Ar possui aproximadamente 1.500
nal é atribuído especialmente à credibilidade que pontos de venda no País e exporta para países
a Resfri Ar construiu ao longo dos seus 26 anos da África, Ásia, América Latina, América do Norte
de história. “Somos uma marca homologada que e Europa. Além disso, o sucesso obtido com os
fornece para todas as montadoras de caminhões. A produtos junto aos clientes e rede de distribuição
qualidade dos nossos produtos é indiscutível e sem- viabilizou o fornecimento para as maiores monta-
pre aliamos inovação e tecnologia, o que garante doras mundiais de caminhões, como Volvo, Scania,
itens muito mais robustos. Outro ponto importante Iveco, Mercedes, Volkswagen, DAF e MAN.
83
84 AGÊNCIA AUTODATA » NEGÓCIOS Por Márcio Stéfani
A Toyota do Brasil fará parte de projeto de pesquisa A BMW fez uma terceira ampliação na área coberta
para produzir e utilizar hidrogênio renovável extraído por painéis solares fotovoltaicos sobre o prédio da
do etanol, que vai alimentar um Mirai, carro elétrico linha de montagem da fábrica de Araquari, SC, com
equipado com células de combustível que geram a instalação de mais 820 placas, totalizando agora 1,9
energia. Além da Toyota, que está importando o veí- mil em área de 9,9 mil m². A nova expansão deverá
culo para os ensaios, a iniciativa envolve parceria de elevar a capacidade de geração de energia para mais
Shell Brasil, Raízen, Hytron, USP, Centro de Pesquisa de 1 mil MWh por ano, o suficiente para produzir 650
para Inovação em Gases de Efeito Estufa e Senai. A veículos exclusivamente com energia solar.
Shell anunciou que investirá R$ 50 milhões no projeto,
que tem o objetivo principal de calcular a pegada de
carbono do ciclo campo à roda deste processo, ou
seja, medir todas as emissões de CO2 desde o cultivo
da cana, produção do etanol, extração do hidrogê-
nio o consumo do gás pela célula de combustível.
Será instalado no campus da USP, em São Paulo, um
reformador catalítico para extrair do etanol 4,5 kg/h
Divulgação/BMW
de hidrogênio.
Stellantis soma 1 milhão de Jeep ...e Fiat Toro chega a 400 mil unidades
produzidos em Goiana... produzidas em Pernambuco
A Stellantis atingiu no início de abril a marca de 1 Desde o seu lançamento, em 2016, a Fiat Toro soma
milhão de veículos Jeep fabricados em Goiana, PE, so- 400 mil unidades produzidas em Goiana, PE, onde
mando Renegade, Compass e Commander, ao longo compartilha a mesma plataforma e linha de produção
de oito anos de operação da unidade. A milionésima dos modelos nacionais da Jeep. Em 2023 a picape
unidade foi um Commander, o primeiro da marca somou 12,2 mil vendas, metade deste volume comer-
desenvolvido no Brasil. Os carros feitos na fábrica de cializada em março, quando registrou 5,6 mil empla-
Pernambuco são vendidos no mercado doméstico e camentos. O vice-presidente sênior da Fiat na América
também exportados para países da América Latina, do Sul, Herlander Zola, avalia que “o lançamento a
principalmente Chile, Argentina, Colômbia e Uruguai. Toro foi muito importante no portfólio da Fiat para o
reposicionamento que a marca vem consolidando
no mercado, avançando sobre a percepção de valor”.
Divulgação/Stellantis
Divulgação/Fiat
aquecida pelas vendas de turboflex
Divulgação/VW
poderá expandir seus serviços para outras empresas
e, possivelmente, para pessoas físicas. Segundo a
VWFS a fintech não concorrerá com bancos con-
vencionais, serão complementares. A plataforma
da Vou está disponível em site e aplicativo e os série de ferramentas bancárias, como pagamentos,
interessados conseguem criar sua conta bancária cobranças e uma área para solicitar as antecipações
com poucos cliques. Com ela ganham acesso a uma de recebíveis.
Proprietários de veículos novos, seminovos e usados conectados OnStar, que inclui envio de alerta auto-
da General Motors poderão contratar seguro auto- mático em caso de acidente para apoio e resgate,
motivo lançado pela Chevrolet Serviços Financeiros. wi-fi a bordo e aplicativo para comandar funções do
Quem aderir a uma das duas coberturas disponíveis veículo à distância, dentre outras funcionalidades. Em
junto com o financiamento ganha desconto de 5% na caso de roubo ou furto o sistema emite aviso, rastreia
apólice. Recebe mais um abatimento de até 25% no o deslocamento e bloqueia o motor do veículo, o que
valor do prêmio quem optar por contratar os serviços eleva as chances de retomada do bem.
Divulgação/Stellantis
Divulgação/Zletric
manufatura da Nissan América do Sul,
na fábrica de Resende, RJ. Ele substitui
Divulgação/Nissan
Shigeki Inazu, que retornou à equipe
global no Japão. Hasegawa é engenheiro
mecânico formado pela Universidade STELLANTIS: NATALIE ZLETRIC: PAULO RAIA
Meiji, no Japão, e há mais de três décadas KNIGHT Com o objetivo
trabalha na indústria automotiva. A partir de 10 de diversificar a
No início de abril a Nissan anunciou de julho Natalie carteira de clientes
mudanças no departamento regional de Knight será a nova de recarregadores
marketing. Humberto Gómez, que era vice-presidente para carros
diretor da área no Brasil, foi promovido executiva elétricos, Paulo
ao comando de marketing e vendas responsável por Raia assumiu em
América do Sul. Ele sucede a Ricardo finanças, CFO, do abril a direção
Flammini, que em janeiro foi nomeado Grupo Stellantis, de operações da
presidente da Nissan Argentina – no lugar e ficará baseada Zletric. A missão
de Gonzalo Ibarzábal, que comandava no escritório de é ampliar a oferta
a operação argentina e em dezembro Auburn Hills, dos serviços
assumiu a presidência no Brasil. Na Michigan, Estados de recarga
Nissan desde 2014, Gómez acumula mais Unidos. Ela para aplicativos
de vinte anos de experiência na indústria sucede a Richard de serviços
automotiva. Com a promoção de Gómez Palmer, que de viagens
a diretoria de marketing para o mercado deixará a empresa e locadoras
brasileiro foi assumida por Maurício após vinte anos de veículos,
Greco, que até o fim de 2022, e nos de trabalho na em adição às
últimos 25 anos, estava na Ford. empresa, primeiro montadoras e
no Grupo Fiat, consumidores
depois FCA premium hoje
MARCOPOLO: JOSÉ LUIZ GÓES + PABLO MOTA e desde 2021 atendidos pela
Depois que André Armaganijan assumiu Stellantis. Knight empresa. Raia
o posto de CEO da Marcopolo, no era CFO da ajudou a construir
início de abril, no fim do mês José Luiz Ahold Delhaize, e a executar plano
Moraes Góes foi escalado para assumir varejista global que levou a Volvo
sua antiga posição, tornando-se o novo de alimentos com à liderança no
Divulgação/Marcopolo
diretor de operações internacionais e sede na Holanda, mercado brasileiro
comerciais para o mercado externo e já passou por de automóveis
da fabricante de ônibus. Na mesma empresas como premium
data Pablo Freitas Motta foi nomeado Adidas, Basf e eletrificados em
CFO, à frente da direção financeira da Arla Foods. Knight 2023, em um
empresa. Motta ingressou na Marcopolo sucederá o atual trabalho que
em 2013 e era gerente de controladoria. CFO. começou em 2017.
Ele sucede a José Antônio Valiati, que
permanece como diretor de relações
com investidores. Já Góes entrou
na Marcopolo em 1993, na área de
exportação. Passou por cargos no Brasil,
Argentina, Índia, Malásia e desde 2020
era o gestor geral da empresa no México.
Divulgação/Volkswagen
Divulgação/Great Wall
finanças e TI, tecnologia da informação.
O mexicano Sergio Lazcano foi nomeado
novo CFO da empresa no Brasil. Silvina
Divulgação/Renault
Mesa segue como CFO da Renault
América Latina. Lazcano está há onze
anos no Grupo Renault e ocupou VOLKSWAGEN: GREAT WALL:
diferentes funções em finanças no JOSÉ CARLOS PAVONE GUSTAVO MARANHÃO
México, na Argentina e no Brasil. José Carlos A Great Wall
Para substituir Angelo Figaro – que deixa Pavone, chefe inaugurou
a Renault após 26 anos, incluindo sete de design da escritório relações
na matriz e treze liderando equipes de Volkswagen na governamentais
TI na América Latina – o engenheiro de América do Sul, em Brasília e
computação Caio Nogueira, que está na agora acumula nomeou Gustavo
Renault desde 2018, foi nomeado CIO da a direção da Maranhão para
empresa na região. Com as promoções área também representar a
Nogueira e Lazcano passam a integrar na América do montadora como
comitê executivo da Renault do Brasil, Norte, tornando- gerente da área
liderado por Ricardo Gondo. E o novo CIO se responsável na Capital Federal.
também tem assento no comitê latino- pelo desenho O profissional,
americano, presidido por Luiz Fernando dos veículos que trabalha no
Pedrucci. da empresa setor desde 2008
nas Américas, e passou por
dividindo seu companhias como
PACCAR PARTS: RAFAEL SIMONI + tempo pelos GM e Toyota,
THIAGO PRESTES + ELISÂNGELA PORTELA centros de design reporta-se ao
A Paccar Parts, divisão de peças de nos Estados diretor Ricardo
reposição para veículos pesados do Unidos, México Bastos, com
grupo fabricante dos caminhões DAF, e Brasil. Pavone quem já trabalhou
Kenworth e Peterbilt, anunciou no início trabalha na na fabricante
Divulgação/Paccar Parts
de maio mudanças em seu quadro Volkswagen há 21 japonesa.
de executivos no Brasil. Rafael Simoni anos e já esteve à Maranhão tem
foi promovido a diretor de vendas, frente de projetos intimidade com
Thiago Prestes assumiu a diretoria de globais na sede a cidade, onde
marketing e negócios na América do Sul da empresa, na liderou escritório
e Elisângela Portela tornou-se diretora Alemanha. da Toyota de 2017
de operações. Simoni já atuou em outras a 2021. O executivo
montadoras e seu último cargo foi de também foi
gerente de vendas da DAF no País. integrante titular
Prestes trabalha na DAF há quatro anos da Comissão
e Portela acompanha a fabricante desde de Assuntos
o início das operações em Ponta Grossa, Legislativos da
PR, há mais de dez anos. Anfavea.
“Nós acreditamos que o Brasil vai enfrentar “Cortar laços com a China é algo impensável
uma recessão de dois trimestres, a partir deste para quase toda a indústria alemã. Os principais
segundo trimestre. A política monetária mais atores da economia global, Europa, Estados
dura do Banco Central [com juro básico de Unidos e China, estão tão intimamente
13,75% ao ano] está dando uma mordida no interligados que não faz sentido
crescimento para trazer a inflação para baixo.” o desacoplamento.”
Robert Sockin, economista global do Citi, em conversa com jornalistas Ola Källenius, presidente global da Mercedes-Benz, segundo o jornal
brasileiros em Nova York, Estados Unidos. alemão Bild am Sontag, no início de maio, sobre os temores de que,
assim como ocorreu na Rússia, a escalada de tensões políticas dos
Estados Unidos com a China possa prejudicar os negócios de empresas
alemãs no país asiático, a segunda maior economia do mundo.
R$ 13,3 bi R$ 30 bi 90 mil 13
Valor estimado de negócios Valor total de vendas Número de visitantes únicos Número de paradas de
fechados durante a fechadas das 1,5 mil marcas da Automec. fábricas de veículos nos
Agrishow, no início de maio, de autopeças e acessórios Após quatro anos de primeiros quatro meses
em vendas de máquinas, em exposição na Automec, ausência, a maior feira do ano, que no período
equipamentos e veículos. no fim de abril. do aftermarket automotivo produziram 715 mil
A cifra é 18% maior do Os negócios ficaram da América Latina bateu unidades, 47 mil abaixo do
que a apurada na edição R$ 5 bilhões acima todos os recordes de projetado pela Anfavea no
anterior do evento, das expectativas dos expositores, público início de 2023. Foram nove
em 2022. organizadores do evento. e negócios. paralisações só em abril.