Você está na página 1de 153

1

ANAIS DO XII COLÓQUIO DE


CARTOGRAFIA PARA CRIANÇAS E
ESCOLARES

SANTA MARIA, RS, BRASIL

DEZEMBRO DE 2022

2
FICHA CATALOGRÁFICA:

Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares (12. Santa Maria, RS)


Anais [recurso eletrônico] / Organizadores: Carina Petsch, Eduardo Augusto Werneck
Ribeiro, Maurício Rizzatti, Natália Lampert Batista. Blumenau (SC): Editora Casa de Hiran,
2022.
153 p.

Modo de acesso: ebook


ISBN: 978-65-00-51733-0

1. Ensino. 2.Geografia. 3. Cartografia Escolar. I. Universidade Federal de Santa Maria. II.


PETSCH, Carina. III. RIBERO, Eduardo. IV. RIZZATTI, Mauricio. V. BATISTA, Natália. VI.
Título.

3
INFORMAÇÕES PARA O PREENCHIMENTO NO CURRÍCULO
LATTES

1) Clicar em Produções - Produção bibliográfica - Trabalho publicado em anais de


evento;
2) Incluir novo item (ícone verde);
3) Informações para preenchimento:
ISBN: 978-65-00-51733-0
DOI: não tem
Natureza: Resumo
Homepage do trabalho: https://sites.google.com/view/xiiccce/
Classificação do evento: Nacional
Detalhamento da publicação
Volume 12
Página inicial: (ver a página do seu trabalho)
Página final: (ver a página do seu trabalho)
Nome da Editora: Casa de Hiram
Cidade da Editora: Araquari
Título dos anais: Anais do XII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares

ATENÇÃO! Cada autor(a) é responsável pelas opiniões, pela originalidade, pela ortografia, pela gramática e
pelas traduções dos textos submetidos ao XII CCCE. As opiniões expressas não necessariamente
caracterizam o posicionamento da Comissão Organizadora.

Arte do evento: Karolina Cardozo Dias

4
COORDENAÇÃO GERAL:

Prof. Dr. Anderson Augusto Volpato Sccoti – UFSM


Profª. Drª. Carina Petsch – UFSM
Prof. Dr. Cesar De David – UFSM
Prof. Dr. Diego Carlos Zanella – UFN
Prof. Dr. Eduardo Augusto Werneck Ribeiro – IFC
Profª. Drª. Elsbeth Léia Spode Becker – UFN
Prof. Dr. Maurício Rizzatti – UFSM
Profª. Drª. Natália Lampert Batista – UFSM
Prof. Dr. Valmir Viera – UFSM

5
COMISSÃO DE APOIO:

Acad. Alberta Von Mühlen Bertele – UFSM


Mestranda Aluisiane Kraisch – PROFGEO/IFC
Acad. Amanda Rech Brands – UFSM
Acad. Bruno Brauner Sioqueta – UFSM
Acad. Carla Pizzuti Savian – UFSM
Mestranda Denise Berwanger – UFSM
Acad. Eric Moisés Belifuss - UFSM
Doutoranda Elis Angela Botton - UFSM
Acad. Franciele Delevati Ben – UFSM
Acad. Francisco Augusto Altermann – UFSM
Acad. Gustavo Soares Arrial – UFSM
Doutorando Iago Turba Costa - UFSM
Mestranda Jhennifer Tais Vieira Habowski – UFSM
Acad. Jheiny Carolina Amarante de Souza – UFSM
Mestrando João Leonir Mantovani – PROFGEO/IFC
Mestrando Lucian Armindo da Silva Brinco – UFSM
Mestrando Luiz Antonio Beuting – PROFGEO/IFC
Acad. Naomi Andre Cambara Barbosa – UFSM
Mestranda Maysa Aparecida Goronski – PROFGEO/IFC
Acad. Maria Vitória Zancanaro – UFSM
Doutorando Pedro Leonardo Cezar Spode – UFSM
Mestrando Odair José Groh – PROFGEO/IFC
Prof. Dr. Roberto Cassol – UFSM
Doutoranda Tascieli Feltrin – UFSM
Acad. Thomas Gabriel Binder – UFSM

6
COMISSÃO CIENTÍFICA:
Profª. Drª. Ana Sandoval Dominguez - UDELAR (Uruguai)
Profª Drª Anna Cristine Ferreira Kist - UFSM
Prof. Dr. Anderson Augusto Volpato Sccoti – UFSM
Doutoranda Aline Silva Bona - IFRS
Profª. Msª. Ail Conceição Meireles Ortiz - UFN
Prof. Dr. Benhur Pinos da Costa - UFSM
Profª. Drª. Carina Petsch – UFSM
Profª. Drª. Carmen Rejane Flores - UFSM
Profª. Drª. Carla Juscélia de Oliveira Souza - UFSJ
Prof. Dr. Cássyo Lima Santos - IFAP
Prof. Dr. Cesar De David – UFSM
Prof. Dr. Cleder Fontana - UFSM
Profª. Msª. Daniela Camila Froehlich - UFSM
Prof. Dr. Denis Richter - UFG
Prof. Dr. Diego Carlos Zanella – UFN
Prof. Dr. Diego García Monteagudo - UV (Espanha)
Prof. Dr. Diego Tarly Ferreira Nascimento - UFG
Prof. Dr. Eduardo Schiavone Cardoso - UFSM
Prof. Dr. Eduardo Augusto Werneck Ribeiro – IFC
Profª. Drª. Eliane Maria Foleto - UFSM
Doutoranda Elis Angela Botton - UFSM
Profª. Drª. Elsbeth Léia Spode Becker – UFN
Prof. Dr. Francisco Kennedy Silva Dos Santos - UFPE
Profª. Drª. Gabriela Dambrós - UFPEL
Profª. Drª. Graziela Franceschet Farias - UFSM
Doutorando Iago Turba Costa - UFSM
Prof. Dr. Levon Boligian - IFC
Prof. Dr. Leonardo Dos Santos Pinto - UFPA
Pofª. Msª. Lia Margot Dornelles Viero - UFN
Profª. Drª. Liz Cristiane Dias - UFPEL
Profª Drª Loçandra Borges de Moraes - UEG
Prof. Dr. Luís Eduardo de Souza Robaina - UFSM

7
Profª. Drª. Malena Mazzitelli Mastricchio - UBA (Argentina)
Prof. Dr. Marcelo Cervo Chelotti - UFSM
Prof. Dr. Mauro Kumpfer Werlang - UFSM
Profª. Drª. Marta Bertin – UFOP
Prof. Dr. Maurício Rizzatti – UFSM
Profª. Drª. Miriam Aparecida Bueno - UFG
Profª. Drª. Natália Lampert Batista – UFSM
Doutorando Pedro Leonardo Cezar Spode – UFSM
Doutorando Ricardo Santos de Almeida - UFAL/UFSM
Prof. Dr. Roberto Cassol – UFSM
Prof. Dr. Rodrigo Batista Lobato - IFF/RJ
Prof. Dr. Romario Trentin - UFSM
Profª. Drª Rosangela Lurdes Spironello - UFPEL
Profª. Drª. Roselane Zordan Costella - UFRGS
Profª. Drª. Rosemy da Silva Nascimento - UFSC
Profª. Drª. Sandra Ana Bolfe - UFSM
Doutoranda Tascieli Feltrin – UFSM
Profª. Drª Taiane Flores do Nascimento - UFAM
Profª. Drª. Thiara Vichiato Breda - UNIFESSPA
Profª. Drª. Vanessa Manfio - PMNP/UFRGS
Profª. Drª. Valéria de Oliveira Roque de Ascenção - UFMG
Prof. Dr. Valmir Viera – UFSM

FORMATAÇÃO E REVISÃO DOS ANAIS:


Profª. Drª. Carina Petsch – UFSM
Prof. Dr. Eduardo Augusto Werneck Ribeiro – IFC
Acad. Franciele Delevati Ben – UFSM
Prof. Dr. Maurício Rizzatti – UFSM
Profª. Drª. Natália Lampert Batista – UFSM
Doutorando Pedro Leonardo Cezar Spode – UFSM

8
REALIZAÇÃO
Departamento de Geociências – UFSM
Programa de Pós-graduação em Geografia – UFSM
Cursos de Geografia Licenciatura e Geografia Bacharelado – UFSM
Curso de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico – UFSM
Mestrado Profissional em ensino de Geografia em Rede Nacional – PROFGEO
(Polos Brusque/SC e Santa Maria/RS)
Mestrado em Ensino de Humanidades e Linguagens – UFN

PROGRAMAÇÃO

https://sites.google.com/view/xiiccce/

9
APRESENTAÇÃO

A Cartografia Escolar, como área do conhecimento e de pesquisa, está consolidada


como uma importante dimensão do ensino de Geografia, tendo o Colóquio de Cartografia
para Crianças e Escolares (CCCE) como um espaço de debates, articulação e fomento à
temática. Há 24 anos, em sua primeira edição, o Colóquio cumpria o papel de pensar e
dar subsídio a Cartografia Escolar como uma fonte de sistematização da área. Hoje, os
desafios são outros. Precisamos pensar e compreender as múltiplas dinâmicas e as novas
demandas surgidas das transformações pedagógicas e promovidas pelas novas
tecnologias de informação e comunicação na área, sem perder de vista os fundamentos
teóricos e metodológicos suleadores da Cartografia Escolar brasileira.
Com base nas diversas pesquisas da área, percebemos a importância da Cartografia
Escolar como área de conhecimento e de pesquisa para o ensino de Geografia. Por outro
lado, esses debates e arguições se tornam centrais e cada vez mais amplos e dinâmicos
em tempos marcados pela liquidez contemporânea. Assim, ao nos candidatarmos como
sede da décima segunda edição do Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares,
em 2020, assumimos o compromisso de continuar promovendo os debates já traçados
outrora, como também enfatizar as “novas” Cartografias e suas potencialidades no ensino
de Geografia. Por isso, trazemos como tema do evento, para o ano de 2022, a temática
“As (Geo)Tecnologias e as (múltiplas) Cartografias Escolares na contemporaneidade”,
buscando resgatar as discussões clássicas da área, mas também abrir portas para as
novas e pulsantes abordagens que emergem da linguagem cartográfica.

Desejamos a todos(as) uma ótima leitura!

10
SUMÁRIO

A CARTOGRAFIA DAS ESTAÇÕES DO ANO: OS SOFTWARES GOOGLE EARTH


PRO E STELLARIUM NO ENSINO DE GEOGRAFIA ................................................... 15
A CARTOGRAFIA ESCOLAR COMO SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO DO
PENSAMENTO ESPACIAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA18
A CARTOGRAFIA E A LITERATURA NA TERRA DOS MENINOS PELADOS ......... 21
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA SOB A PERSPECTIVA
INCLUSIVA: O CASO DA ESCOLA JOÃO LEANDRO CORREIA, PONTA DA SERRA,
CRATO-CE ......................................................................................................................... 23
A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
EM GEOGRAFIA NAS ESCOLAS DA REDE BÁSICA DE ENSINO DE PELOTAS - RS
............................................................................................................................................. 26
A CARTOGRAFIA QUE SE PRODUZ EM AULA: ATIVIDADES PRÁTICAS
DESENVOLVIDAS COM ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL PROFª. CÂNDIDA ZASSO, NOVA PALMA-RS............................... 28
A CONTRIBUIÇÃO DO ATLAS ESCOLAR DO DISTRITO FEDERAL NA
DESCOBERTA DE OUTRAS BRASÍLIAS ...................................................................... 30
A ELABORAÇÃO DOS CANTOS DE VIVÊNCIA: PROPOSTA DE ATIVIDADE
INTERDISCIPLINAR PARA ENSINAR OS CONCEITOS DE CARTOGRAFIA
ESCOLAR ANOS INICIAIS .............................................................................................. 32
A ELABORAÇÃO DE MAPAS MENTAIS DOS ALUNOS DO 9º ANO DA ESCOLA
JOSÉ DO PATROCÍNIO DO DISTRITO DE FAZENDINHA - AP................................. 34
A LEITURA/PRODUÇÃO CARTOGRÁFICO-GEOGRÁFICA PARA O ENSINO-
APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA ................................................................................. 36
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: A RETOMADA
DO PROCESSO PÓS ENSINO REMOTO EMERGENCIAL ......................................... 38
A UTILIZAÇÃO DE IMAGEM ANÁGLIFO PARA CARACTERIZAÇÃO DE BACIA
HIDROGRÁFICA DO LOCAL DE VIVÊNCIA: ABORDAGEM COM ALUNOS DO 6º
ANO DAS ESCOLAS ALBERTO PRETTI E PAQUETÁ, BRUSQUE, SANTA
CATARINA ......................................................................................................................... 40

11
AS POSSIBILIDADES DAS METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA
............................................................................................................................................. 43
ÁRVORE GENEALÓGICA GEOGRÁFICA: A CARTOGRAFIA DOS FLUXOS
MIGRATÓRIOS .................................................................................................................. 46
CARTOGRAFIA DE SÍNTESE NA ELABORAÇÃO DE MAPAS: CONSIDERAÇÕES
SOBRE A DISCIPLINA ESPECIAL DE CARTOGRAFIA TEMÁTICA E AMBIENTAL 48
CARTOGRAFIA ESCOLAR, NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DOCENTE:
ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA ....................................................................................................... 51
CARTOGRAFIA NARRATIVA COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NUMA
PERSPECTIVA PÓS REPRESENTACIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA............... 54
CARTOGRAFIA ESCOLAR E A UTILIZAÇÃO DO QGIS NA PRODUÇÃO DE MAPAS
TÁTEIS: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO INSTITUTO DOS CEGOS DO
CEARÁ ................................................................................................................................ 56
CARTOGRAFIA E FANTASIA: DESENVOLVENDO A CIDADANIA E OS
RACIOCÍNIOS GEOGRÁFICOS A PARTIR DAS AUTORIAS INFANTIS ................... 58
CARTOGRAFIA SOCIAL EM SALA DE AULA: PRAIA E TERRITÓRIO EM ANGRA
DOS REIS/RJ ..................................................................................................................... 61
CONTRIBUIÇÕES DO DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM NO
ENSINO DE CARTOGRAFIA ........................................................................................... 63
DIFERENTES LINGUAGENS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR: DO ENSINO
MNEMÔNICO AOS SABERES GEOGRÁFICOS .......................................................... 65
DECOLONIZANDO A CARTOGRAFIA ESCOLAR: UMA REPRESENTAÇÃO
INSURGENTE .................................................................................................................... 68
EM BUSCA DA GEOGRAFIA QUE EU QUERO ENSINAR: CARTOGRAFIA ESCOLAR
E PRODUÇÃO DIDÁTICA EM GEOGRAFIA.................................................................. 70
ESCOTISMO E CARTOGRAFIA: AS RELAÇÕES E USOS DA CARTOGRAFIA EM
ATIVIDADES DO MOVIMENTO ESCOTEIRO ............................................................... 73
ENSINO DA CARTOGRAFIA: PRODUÇÃO DE MAPA A PARTIR DO ESPAÇO
VIVIDO COM IMAGEM DE SATÉLITE............................................................................ 75
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: O MAPA-LIBRAS COMO
INSTRUMENTO DE UMA PRÁTICA BILINGUE ............................................................ 78

12
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL II:
CONTRIBUIÇÕES DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA EM
SERVIÇO ............................................................................................................................ 80
ÍNDICE DE PRIVAÇÃO SOCIAL COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO PARA O
ESTUDO DA POBREZA URBANA EM SANTA MARIA, RS ........................................ 82
INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA
POSSIBILIDADE A PARTIR DA PRÁTICA DE ORIENTAÇÃO .................................... 85
LUGAR, PAISAGEM E CARTOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS: EXPERIÊNCIAS A
PARTIR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ............................................................. 88
MAPEAMENTO PARTICIPATIVO COM EMOJIS: UMA ESTRATÉGIA DE ENSINO DE
ÁREAS SUJEITAS A ALAGAMENTOS E INUNDAÇÕES............................................ 91
MAPEAMENTOS COLABORATIVOS E GEOGRAFIA(S) DO COTIDIANO:
AVALIAÇÕES E PERSPECTIVAS DAS PRÁTICAS ESCOLARES ............................. 94
MAPA COLETIVO DIGITAL: UMA EXPERIÊNCIA NO PROJETO AJA-MS .............. 97
MAPAS VIVENCIAIS E SUAS AUTORIAS CARTOGRÁFICAS NA INFÂNCIA .......100
MAPAS MENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
...........................................................................................................................................102
MAPAS TÁTEIS COMO MATERIAL DIDÁTICO PARA O ESTÁGIO
SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA ..........................................................................105
MAPAS TÁTEIS COMO MEDIADORES NA INTERPRETAÇÃO ESPACIAL ...........108
MEMES DE CARTOGRAFIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PARA O
ENSINO DE GEOGRAFIA ..............................................................................................110
MÚLTIPLAS LINGUAGENS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: ABORDAGENS
FRENTE AO ENSINO REMOTO....................................................................................113
O ESTADO DA ARTE DA CARTOGRAFIA ESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE TESES
E DISSERTAÇÕES NO PERÍODO DE 2011 – 2020 ...................................................116
O MAPEAMENTO COLABORATIVO COMO RECURSO PARA A CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTO GEOGRÁFICO PODEROSO NA ESCOLA..................................119
O MAPA DE ORIENTAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO FORMAL E
PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL...............................................................................122
O USO DO SITE BIOME VIEWER PARA O ESTUDO DOS BIOMAS BRASILEIROS
...........................................................................................................................................124

13
PROFESSOR A TERRA É PLANA? – OFICINA DE CONSTRUÇÃO DO GLOBO
TERRESTRE POLIEDRO COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA NO ENSINO DE
CARTOGRAFIA ...............................................................................................................127
POR UMA CARTOGRAFIA DAS RESISTÊNCIA COTIDIANAS DA COMUNIDADE
LGBTQIA+ NA CIDADE DE PELOTAS/RS ..................................................................130
O USO DO DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM (DUA) NA
APRENDIZAGEM CARTOGRÁFICA E NOÇÕES ESPACIAIS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA A PARTIR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) .........133
O PIOR DE GOIÂNIA: MAPEAMENTO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E SOCIAL ...136
RELATOS E EXPERIÊNCIAS: OFICINA REMOTA DE INTRODUÇÃO AO SOFTWARE
QGIS NA XII SEMANA ACADÊMICA DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA MARIA ..........................................................................................................139
RECURSOS DIDÁTICOS NA ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL: POSSIBILIDADES DE CRIAR E RECRIAR ....................................142
SOBRE O CÉU E A TERRA: A APRENDIZAGEM CARTOGRÁFICA A PARTIR DOS
MAPAS TERRESTRE E CELESTE ................................................................................145
SOCIOESPACIALIDADE E CARTOGRAFIA ESCOLAR ............................................148
TRILHANDO O ENSINO DE GEOGRAFIA COM MAPAS..........................................151

14
A CARTOGRAFIA DAS ESTAÇÕES DO ANO: OS SOFTWARES GOOGLE EARTH PRO
E STELLARIUM NO ENSINO DE GEOGRAFIA

THE CARTOGRAPHY OF THE SEASONS OF THE YEAR: GOOGLE EARTH PRO AND
STELLARIUM SOFTWARE IN GEOGRAPHY TEACHING

Maurício Rizzatti1
Natália Lampert Batista2
Vitor Colleto dos Santos3
RESUMO:

A utilização de (geo)tecnologias é uma possibilidade de tornar as aulas de Geografia mais interativas,


com a inserção de ilustrações digitais e simuladores, permitindo a dinamicidade nas explicações,
aliando teoria e prática. Estas podem ser manuseadas em laboratórios de informática ou em recursos
multimídias, como TV, lousa digital e projetores, durante a explicação do docente, principalmente,
para conseguir ilustrar o comportamento de alguma temática abstrata, como as estações do ano e
o movimento aparente do Sol. As (geo)tecnologias se apresentam como recursos fundamentais para
facilitar o processo de ensino-aprendizagem, pois os estudantes conseguem perceber o movimento
de rotação e translação da Terra, por exemplo, e quais as consequências destes para a humanidade.
Além disso, os recursos digitais podem atuar como motivadores, pois despertam a curiosidade dos
discentes, assim como têm potencial de aproximar as Tecnologias de Informação e Comunicação
utilizadas por eles em atividades do cotidiano. Assim, esse trabalho tem por objetivo apresentar a
potencialidade do uso dos softwares Google Earth Pro4 e Stellarium5 como recursos didáticos para
elucidar as temáticas referentes ao movimento de rotação e translação, consequentemente, ao
movimento aparente do Sol e as estações do ano. Para demonstrar a dinamicidade da luminosidade
solar no Google Earth, que permite a ilustração da iluminação do globo terrestre nos diferentes
meses do ano, deve-se ativar a função “Mostrar a luz do sol na paisagem. Usar o regulador de tempo
para definir a hora do dia”. Desta forma, o professor consegue ilustrar os motivos de ser verão no
hemisfério Sul, por exemplo, o fenômeno da noite polar no hemisfério oposto (Norte) e qual a

1
Universidade Federal de Santa Maria. Professor Voluntário do curso de Tecnologia em Geoprocessamento.
geo.mauricio.rizzatti@gmail.com.
2
Universidade Federal de Santa Maria. Professora do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-
graduação em Geografia. natalia.batista@ufsm.br.
3
Universidade Federal de Santa Maria. Acadêmico de Geografia Licenciatura e Bolsista PROLICEN.
vitorcolleto@gmail.com.
4
Software gratuito desenvolvido pela empresa Google que apresenta um modelo tridimensional do globo
terrestre, resultado de uma mosaicagem de imagens de satélites e aéreas.
5
Software livre de astronomia que permite a simulação e visualização do céu em molde planetário.

15
importância dos trópicos de Câncer e Capricórnio e dos círculos polares Antártico e Ártico nos
solstícios e equinócios. O software permite definir com precisão qual a data e o horário o usuário
deseja, assim como acompanhar o terminador (zona de crepúsculo – linha móvel que separa o dia
e a noite). Aliado a isso, no Stellarium, o usuário pode ser posicionado em diferentes latitudes, como
no Equador, nos mencionados trópicos e círculos polares, assim como na cidade que desejar.
Durante o passar do ano, cuja velocidade é definida pelo usuário, ele consegue perceber que o Sol
se desloca para o hemisfério que é verão, aparecendo mais para o Norte, quando observado a linha
do horizonte ao amanhecer, e que a duração do dia irá diminuindo até a entrada do Inverno. Além
disso, é possível se posicionar exatamente sobre o Equador nas datas dos equinócios, percebendo
o alinhamento do nascer e pôr do sol no leste e no oeste, respectivamente. As ferramentas
apresentadas possuem uma potencialidade significativa nas temáticas abordadas, com
dinamicidade e interatividade, permitindo uma abordagem teórico-prática.

Palavra-chave: (geo)tecnologias; rotação e translação; noite polar.

ABSTRACT:

The use of (geo)technologies is a possibility to make Geography classes more interactive, with the
insertion of digital illustrations and simulators, allowing dynamic explanations, combining theory and
practice. These can be handled in computer labs or in multimedia resources, such as TV, digital
whiteboard and projectors, during the teacher's explanation, especially to illustrate the behavior of
some abstract theme, such as the seasons and the apparent movement of the Sun. The
(geo)technologies are presented as fundamental resources to facilitate the teaching-learning
process, as students are able to perceive the rotation and translation movement of the Earth, for
example, and what are the consequences of these for humanity. In addition, digital resources can
act as motivators, as they arouse the curiosity of students, as well as have the potential to bring
together the Information and Communication Technologies used by them in everyday activities.
Thus, this work aims to present the potential of using Google Earth Pro and Stellarium software as
didactic resources to elucidate the themes related to rotation and translation movement,
consequently, to the apparent movement of the Sun and the seasons. To demonstrate the dynamics
of solar luminosity in Google Earth, which allows the illustration of the illumination of the terrestrial
globe in different months of the year, the function “Show sunlight in the landscape must be activated.
Use the time regulator to set the time of day”. In this way, the teacher is able to illustrate the reasons
for being summer in the Southern Hemisphere, for example, the phenomenon of the polar night in
the opposite hemisphere (Northern) and the importance of the tropics of Cancer and Capricorn and
the Antarctic and Arctic polar circles in the solstices and equinoxes. The software allows you to
precisely define the date and time the user wants, as well as monitor the terminator (twilight zone –

16
moving line that separates day and night). Allied to this, in Stellarium, the user can be positioned in
different latitudes, as in the Equator, in the mentioned tropics and polar circles, as well as in the
desired city. During the course of the year, whose speed is defined by the user, he is able to perceive
that the Sun moves to the hemisphere that is summer, appearing more towards the North, when
observed the horizon line at dawn, and that the duration of the day will decrease until the onset of
winter. In addition, it is possible to position yourself exactly on the equator on the dates of the
equinoxes, noticing the alignment of sunrise and sunset in the east and west, respectively. The tools
presented have a significant potential in the themes addressed, with dynamism and interactivity,
allowing a theoretical-practical approach.

Keywords: (geo)technologies; rotation and translation; polar night.

17
A CARTOGRAFIA ESCOLAR COMO SUPORTE AO DESENVOLVIMENTO DO
PENSAMENTO ESPACIAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
SCHOOL CARTOGRAPHY AS A TOOL FOR THE DEVELOPMENT OF SPATIAL THINKING IN
GEOGRAPHY TEACHER EDUCATION

Ronaldo Goulart Duarte6


RESUMO:

O presente trabalho está fundamentado em alguns pilares relacionados à cartografia escolar. O


primeiro deles refere-se à perspectiva bastante antiga, advogada há décadas por pioneiras da área,
como Lívia de Oliveira e Maria Elena Simielli, da necessidade de ir além do ensino do mapa e
alcançar o objetivo pedagógico de ensinar pelo mapa, ou seja, de contarmos com o mapa como
recurso heurístico nas aulas de Geografia na escola básica. Essa concepção metodológica da
cartografia envolve o entendimento de que há diferentes níveis cognitivos de utilização dos recursos
cartográficos e que é extremamente importante que o professor de Geografia tenha a necessária
formação para reconhecer, selecionar e operar com essas diferentes possibilidades pedagógicas,
de acordo com os perfis de seus alunos e seus objetivos disciplinares. Em composição com esse
primeiro pilar estão dois outros. Um deles, cuja discussão possui raízes antigas, emergiu nos últimos
anos como ponto importante de reflexão na comunidade geográfica. Trata-se do desenvolvimento
do raciocínio geográfico, celebrizado na BNCC do ensino fundamental. Em nossa concepção da
cartografia escolar, partilhada por muitos outros colegas, a cartografia constitui ferramenta
privilegiada desse objetivo cada vez mais defendido para a Educação Geográfica. O terceiro pilar,
de caráter relativamente recente, refere-se ao pensamento espacial como conteúdo procedimental
do raciocínio geográfico e que opera essencialmente através desse tipo particular de representação
do espaço, que são os mapas. A nosso juízo, e no de outros colegas da área, é imperativo
introduzir/incrementar esse tríplice enquadramento da cartografia escolar na formação inicial
docente de Geografia, dada a potência pedagógica dessa perspectiva. Desse modo, temos
incorporado em nossas disciplinas de graduação para os futuros professores a preocupação com a
qualificação para o uso instrumental da cartografia para o desenvolvimento do pensamento espacial
como conteúdo procedimental do raciocínio geográfico. Neste trabalho queremos apresentar os
resultados da análise de uma atividade de final de curso, na qual os graduandos foram solicitados a
elaborar atividades para alunos da escola básica, seguindo os três pilares anteriormente apontados.
No caso do pensamento espacial, optamos por propor aos estudantes os balizamentos teóricos das
oito modalidades do pensamento espacial elaboradas por Phil Gersmehl e a lista de conceitos
espaciais das autoras Sarah Bednarz e Injeong Jo. Para além da análise qualitativa do rico material
resultante dessa atividade de conclusão da disciplina elaboramos uma matriz de análise do que foi

6
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor Adjunto. duarte.rg@gmail.com.

18
concebido pelos graduandos, de modo a buscar aferir, nomear e analisar a quantidade de
modalidades do pensamento espacial e de conceitos espaciais mobilizados em cada atividade e os
conteúdos geográficos envolvidos. O material resultante demonstra a pertinência de fomentar esses
três pilares da cartografia escolar na formação inicial docente em Geografia.

Palavra-chave: Pensamento Espacial; Raciocínio Geográfico; Cartografia Escolar; Formação de


Professores.

ABSTRACT:

The present work is based on some pillars related to school cartography. The first one refers to the
very old perspective, advocated for decades by pioneers in the area, such as Lívia de Oliveira and
Maria Elena Simielli, of the need to go beyond teaching the map and achieve the pedagogical
objective of teaching through the map, that is, of counting on the map as a heuristic resource in
Geography classes in elementary schools. This methodological conception of cartography involves
the understanding that there are different cognitive levels regarding the use of cartographic
resources and that it is extremely important that the Geography teacher has the necessary training
to recognize, select and operate with these different pedagogical possibilities, according to the
profiles of their students and their disciplinary goals. Connected to this first pillar are two others. One
of them, whose discussion has ancient roots, has emerged in recent years as an important point of
reflection in the geographic community. It is about the development of geographical reasoning,
highlighted in the BNCC for elementary school. In our conception of school cartography, shared by
many other colleagues, cartography is a privileged tool to achieve this increasingly defended
objective for Geography Education. The third pillar, a relatively recent concern, refers to spatial
thinking as the procedural content of geographic reasoning and which essentially operates through
that particular type of spatial representation, which are maps. In our opinion, shared by many other
colleagues in the area, it is imperative to introduce/increase this triple framework of school
cartography in the initial training of Geography teachers, given the pedagogical power of this
perspective. Keeping that goal in mind, we have incorporated into our undergraduate courses for
future teachers the concern with qualification for the instrumental use of cartography for the
development of spatial thinking as a procedural content of geographic reasoning. In this work we
want to present the results of an end-of-course activity, in which the undergraduates were asked to
develop activities for elementary school students, following the three pillars mentioned above. In the
field of spatial thinking, we have chosen to propose to students to follow the theoretical guidelines of
the eight modalities of spatial thinking developed by Phil Gersmehl and the list of spatial concepts by
the authors Sarah Bednarz and Injeong Jo. In addition to the qualitative analysis of the rich material
resulting from activity, we have prepared a matrix of what was conceived by the undergraduates, in
order to seek to gauge, name and analyze the number of modalities of spatial thinking and spatial
concepts mobilized in each activity and the geographic content involved. The resulting material

19
demonstrates the relevance of promoting these three pillars of school cartography in Geography
initial teacher training.

Keywords: Spatial Thinking; Geographical Reasoning; School Cartography; Teacher Training.

20
A CARTOGRAFIA E A LITERATURA NA TERRA DOS MENINOS PELADOS

THE CARTOGRAPHIC AND LITERATURE IN TERRA DOS MENINOS PELADOS

Juliana Maria Parini7


Paula Cristiane Strina Juliasz8

RESUMO:
O ensino da Geografia, por meio da Cartografia e da Literatura, representa um importante instrumento
de interpretação e compreensão do espaço geográfico e dos referenciais para localização e para
orientação sobre ele. O presente trabalho apresenta e discute uma prática educativa que envolve
texto literário de Graciliano Ramos e prática de mapeamento nas aulas de Geografia. A atividade de
ensino propõe o desenvolvimento de croquis enquanto representação espacial aliado ao estudo
literário no sexto ano dos anos finais do Ensino Fundamental. Para o desenvolvimento dos croquis
parte-se da observação e o levantamento de elementos essenciais de orientação e localização
presentes no capítulo final do livro "A Terra dos meninos pelados" de Graciliano Ramos. O selecionado
trecho do livro "A Terra dos meninos pelados" apresenta a despedida de Raimundo (personagem
principal do texto) de Tatipirun para seu retorno a sua casa. O personagem descreve elementos e
pontos de referências essenciais por todo este trajeto, mobilizando os alunos a elencarem tais
aspectos e pensarem a tradução gráfica em forma de croqui. Estes elementos nos permitem
aprofundar elementos que pertencem à alfabetização cartográfica, mas também trabalha com a
função psíquica superior da imaginação e estimula o pensamento espacial. Por meio da construção
coletiva da interpretação do texto e a partir das abordagens teórico-práticas da Cartografia escolar,
este trabalho busca confirmar a importância da Cartografia como instrumento de interpretação e
compreensão do espaço geográfico, assim como destacar a interdisciplinaridade entre essas áreas e
fortalecer a potência da Literatura como ferramenta promissora de repertório cultural e de
aprendizagem.
Palavra-chave: Ensino de Geografia; Cartografia; Literatura.

7
Universidade de São Paulo (USP). Mestranda do Departamento de Geografia no Programa de Pós-Graduação
em Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP).
juliana.parini@usp.br.
8
Universidade de São Paulo (USP). Professora Doutora do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-
Graduação em Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH - USP).
paulacsj@usp.br.

21
ABSTRACT:
The teaching of Geography, through Cartography and Literature, represents an important instrument
for interpreting and understanding the geographic space and the references for location and guidance
on it. The present work presents and discusses an educational practice that involves a literary text by
Graciliano Ramos and mapping practice in Geography classes. The teaching activity proposes the
development of sketches as a spatial representation allied to the literary study in the sixth year of the
final years of Elementary School. For the development of sketches, we start from the observation and
survey of essential elements of orientation and location present in the final chapter of the book "A
Terra dos Meninos Pelados" by Graciliano Ramos. The selected excerpt from the book "A Terra dos
Meninos Pelados" presents the farewell of Raimundo (the main character of the text) to Tatipirun for
his return to his home. The character describes essential elements and points of reference throughout
this journey, mobilizing students to list such aspects and think about graphic translation in the form of
a sketch. These elements allow us to delve deeper into elements that belong to cartographic literacy,
but also work with the higher psychic function of imagination and stimulate spatial thinking. Through
the collective construction of the interpretation of the text and from the theoretical-practical
approaches of school Cartography, this work seeks to confirm the importance of Cartography as an
instrument of interpretation and understanding of the geographic space, as well as highlighting the
interdisciplinarity between these areas and strengthening the potency of Literature as a promising tool
for cultural repertoire and learning.
Keywords: Geography Teaching, Cartographic, Literature.

22
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA SOB A PERSPECTIVA
INCLUSIVA: O CASO DA ESCOLA JOÃO LEANDRO CORREIA, PONTA DA SERRA,
CRATO-CE
THE TRAINING OF GEOGRAPHY TEACHERS FROM THE INCLUSIVE PERSPECTIVE: THE CASE
OF THE JOÃO LEANDRO CORREIA SCHOOL, PONTA DA SERRA, CRATO-CE

Milena da Silva Santos9


Francisco Felipe da Silva Rosendo10
Jaqueline Pinheiro11
Cassio Expedito Galdino Pereira12

RESUMO:
A inclusão é um tema que vem ganhando notoriedade nos últimos anos. É falado sobre inclusão no
mercado de trabalho, nos espaços públicos, na cidade, nos transportes públicos, nas escolas. Estando
assegurado pela Lei, a pessoa com deficiência tem direito a equidade para o seu desenvolvimento e
interação na sociedade, entretanto há um hiato entre os escritos da lei e a sua eficácia. Uma das
estratégias para minimizar este distanciamento é a inclusão realizada no ambiente escolar, para isto,
temos uma série de mudanças de paradigmas que são embasadas na formação de professores de
Geografia, especialmente na inclusão de pessoas com deficiência visual. Nesse sentido, o presente
trabalho tem como objetivo analisar o papel das oficinas pedagógicas de Cartografia Tátil para os
professores dos anos finais do ensino fundamental da Escola João Leandro Correia para a construção
de um arcabouço de metodologias e recursos para o ensino inclusivo. Essa pesquisa justifica-se pela
falta de recursos didáticos e o déficit na formação desses docentes para lidar com a inclusão. Logo,
a Cartografia Tátil incorpora métodos e técnicas que contribuem com a inclusão social e escolar de
indivíduos com deficiência visual, fazendo uso de tecnologias assistivas e de acessibilidade. Nessa
perspectiva, no decorrer das nossas reflexões propomos a oferta de oficinas de cartografia tátil para
os professores da Escola João Leandro Correia localizada no distrito de Ponta da Serra, município de
Crato, ao sul do estado do Ceará, no qual foi identificado a matrícula de dois estudantes de baixa

9
Universidade Regional do Cariri- URCA. Estudante. milena.santos@urca.br
10
Universidade Regional do Cariri- URCA. Estudante. francisco.felipe@urca.br
11
Universidade Federal da Paraíba- UFPB. Doutoranda em Geografia. piinheirojaqueline@gmail.com
12
Universidade Regional do Cariri- URCA. Professor temporário do curso de turismo.
cassio.expedito@urca.br

23
visão. Como trajeto metodológico, trilhamos o seguinte percurso: a) levantamento bibliográfico dos
principais autores que debatem e contribuem para a reflexão das temáticas que alicerçam a nossa
investigação: formação de professores; educação inclusiva; ensino de geografia inclusivo; cartografia
tátil; b) realização de entrevista com professores de geografia; c) planejamento e adaptação de
materiais didáticos; d) realização da oficina com os professores dos anos finais do ensino fundamental
da Escola João Leandro Correia. Consideramos válida a nossa pesquisa uma vez que avança e/ ou
contribui com a proposta de ensino inclusivo. Assim, ressaltamos a importância da utilização dos
mapas táteis pelos estudantes com deficiência visual (mas não somente a estes estudantes, alunos
normovisuais também podem ser atendidos com o recurso didático) como instrumento didático e/ou
estratégia de inclusão escolar nas aulas de Geografia. A oferta da oficina para os professores como
proposta de formação continuada pode ser um ponto de partida para o compartilhamento de
conhecimentos sobre a temática, proporcionando condições para a reflexão sobre a atuação docente
no processo de inclusão destes alunos, além do ensino-aprendizagem, as possibilidades de se
trabalhar com a inclusão em uma sala de aula regular. Dito isso, esperamos através do presente
trabalho contribuir através das oficinas de Cartografia tátil contribuir no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos com baixa visão.
Palavras-chave: Oficina Pedagógica; Estudantes com Deficiência Visual; Cartografia Tátil.

ABSTRACT:
Inclusion is a topic that has gained notoriety in recent years. It is talked about inclusion in the job
market, in public spaces, in the city, in public transport, in schools. Being guaranteed by the Law, the
person with disability has the right to equity for their development and interaction in society, however
there is a gap between the writings of the law and its effectiveness. One of the strategies to minimize
this distance is the inclusion carried out in the school environment, for this, we have a series of
paradigm shifts that are based on the training of Geography teachers, especially in the inclusion of
people with visual impairments. In this sense, the present work aims to analyze the role of Tactile
Cartography pedagogical workshops for teachers in the final years of elementary school at João
Leandro Correia School for the construction of a framework of methodologies and resources for
inclusive teaching. This research is justified by the lack of teaching resources and the deficit in the
training of these teachers to deal with inclusion. Therefore, Tactile Cartography incorporates methods
and techniques that contribute to the social and school inclusion of individuals with visual impairments,
using assistive and accessibility technologies. In this perspective, in the course of our reflections, we
propose the offer of tactile cartography workshops for the teachers of the João Leandro Correia
School located in the district of Ponta da Serra, municipality of Crato, in the south of the state of Ceará,

24
in which the enrollment of two low vision students. As a methodological path, we followed the following
path: a) bibliographic survey of the main authors who debate and contribute to the reflection of the
themes that underpin our investigation: teacher training; inclusive education; inclusive geography
teaching; tactile cartography; b) conducting an interview with geography teachers; c) planning and
adaptation of teaching materials; d) holding a workshop with teachers from the final years of
elementary school at Escola João Leandro Correia. We consider our research valid as it advances
and/or contributes to the inclusive education proposal. Thus, we emphasize the importance of using
tactile maps by students with visual impairments (but not only these students, visually impaired
students can also be assisted with the didactic resource) as a didactic instrument and/or school
inclusion strategy in Geography classes. Offering the workshop to teachers as a proposal for
continuing education can be a starting point for sharing knowledge on the subject, providing conditions
for reflection on the teaching role in the process of including these students, in addition to teaching
and learning, the possibilities of working with inclusion in a regular classroom. That said, we hope
through the present work to contribute through the Tactile Cartography workshops to contribute to
the teaching-learning process of students with low vision.
Keywords: Pedagogical Workshop; Visually Impaired Students; Tactile Cartography.

25
A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM
GEOGRAFIA NAS ESCOLAS DA REDE BÁSICA DE ENSINO DE PELOTAS - RS
THE CARTOGRAPHIC LANGUAGE IN THE PROCESS OF TEACHING AND LEARNING IN
GEOGRAPHY IN THE BASIC SCHOOLS OF TEACHING PELOTAS - RS

Rosana Botelho Gonçalves Ostermann13


Rosangela Lurdes Spironello14

RESUMO:

Este trabalho é resultado da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação


em Geografia da Universidade Federal de Pelotas – UFPel no ano de 2021, em que traz no seu
escopo, a discussão sobre a importância da linguagem cartográfica no processo de ensino e
aprendizagem em Geografia. Quanto ao objetivo central da proposta, buscou analisar como os
professores de Geografia da rede básica de ensino no município de Pelotas-RS, integram os
conhecimentos da Cartografia escolar em sua prática docente. Metodologicamente, a pesquisa
procede por meio de uma abordagem qualitativa, sendo estruturada a partir de uma revisão
bibliográfica, seguida da elaboração e aplicação de questionário e análise dos dados. A coleta de
dados se deu pelo método de pesquisa Survey interseccional, com a aplicação de questionário
semiestruturado, com 34 questões, elaborado num formulário no formato online, enviado via link
pelas redes sociais, bem como para os contatos dos professores de Geografia, cadastrados junto à
Secretaria Municipal de Educação e Desporto - SMED e 5ª Coordenadoria Regional de Educação -
CRE e escolas particulares do município, destacando que a coleta da amostra se deu por adesão
voluntária. No total, obtivemos o retorno de 33 questionários de professores de Geografia, que atuam
nos anos finais do ensino fundamental, professores da rede estadual, municipal e particular, sendo
a maioria destes profissionais vinculados às escolas. Diante das respostas dos docentes podemos
constatar que não há uma efetiva apropriação da linguagem cartográfica no grupo pesquisado. Por
outro lado, o estudo ampliou a compreensão do problema de pesquisa, mostrando que o
conhecimento da Cartografia escolar ainda é singelo na prática dos professores. Logo, considera-
se que é de fundamental importância oportunizar meios de aprendizagem, já que os sujeitos da
pesquisa se mostraram predispostos para tal. Por fim, os resultados nos mostraram que o grupo
pesquisado traz três pontos cruciais que afetam decisivamente a apropriação da linguagem
cartográfica: a necessidade de uma formação mais sólida na graduação; a necessidade de materiais

13
MSc. Professora da Rede Básica de Ensino de Pelotas. Instituição. rosanaostermann67@gmail.com.
14
Professora Dra. do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Pelotas.
spironello@gmail.com.

26
didático-pedagógicos nas escolas para o desenvolvimento das atividades; e o incentivo à formação
continuada de professores.

Palavra-chave: Cartografia escolar; Ensino de Geografia; Formação continuada.

ABSTRACT:

This work is the result of the master's dissertation defended at the Graduate Program in Geography
of the Federal University of Pelotas - UFPel in the year 2021, in which it brings in its scope, the
discussion about the importance of cartographic language in the teaching and learning process in
Geography. As for the central objective of the proposal, it sought to analyze how Geography
teachers from the basic education in the city of Pelotas-RS, integrate the knowledge of school
Cartography in their teaching practice. Methodologically, the research proceeds through a
qualitative approach, being structured from a bibliographic review, followed by the elaboration and
application of a questionnaire and data analysis. Data collection was carried out using the
Intersectional Survey research method, with the application of a semi-structured questionnaire, with
34 questions, prepared in an online form, sent via a link through social networks, as well as to the
contacts of Geography teachers, registered with the to the Municipal Department of Education and
Sports - SMED and the 5th Regional Coordination of Education - CRE and to private schools in the
municipality, noting that the sample was collected through voluntary participation. In total, we
obtained the return of 33 questionnaires from Geography teachers, who work in the final years of
elementary school, teachers from the state, municipal and private systems, most of these
professionals linked to schools. In view of the teachers' answers, we can see that there is no
effective appropriation of the cartographic language in the researched group. On the other hand,
the study expanded the understanding of the research problem, showing that the knowledge of
school Cartography is still simple in the teachers' practice. Therefore, it is considered that it is of
fundamental importance to create opportunities for learning, since the research subjects were
predisposed to this. Finally, the results showed us that the researched group brings three crucial
points that decisively affect the appropriation of cartographic language: the need for a more solid
formation at graduation; the need for didactic-pedagogical materials in schools for the development
of activities; and encouraging continued teacher training.

Keywords: School cartography; Teaching Geography; Continuing training.

27
A CARTOGRAFIA QUE SE PRODUZ EM AULA: ATIVIDADES PRÁTICAS
DESENVOLVIDAS COM ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO
FUNDAMENTAL PROFª. CÂNDIDA ZASSO, NOVA PALMA-RS

THE CARTOGRAPHY THAT IS PRODUCED IN CLASSROOM: PRACTICAL ACTIVITIES


DEVELOPED WITH STUDENTS OF THE MUNICIPAL SCHOOL OF FUNDAMENTAL
EDUCATION PROF.ª CÂNDIDA ZASSO, NOVA PALMA-RS

Vanessa Manfio15

RESUMO:

A cartografia é um conteúdo da Geografia de extrema importância no aprendizado da localização,


orientação e da análise de fenômenos naturais e humanos. É um domínio intelectual presente em
diversos momentos do cotidiano, por exemplo, na visualização de uma rota, na localização de um
ponto turístico no mapa ou GPS, na observação de um fenômeno espacial, entre outros. Mas, por
vezes, em sala de aula, a aprendizagem cartográfica torna-se monótona. Para trabalhar a cartografia
com os alunos do ensino fundamental, permitindo a socialização do conteúdo, é necessária a
aproximação dos alunos com os mapas e os recursos cartográficos, uma aproximação lúdica e
construtiva. Para tal, este artigo discorrerá sobre algumas práticas pedagógicas utilizadas em sala
de aula, a fim de possibilitar uma troca de experiências. Nas práticas pedagógicas aqui mencionadas
foram utilizadas várias metodologias para trabalhar a cartografia em sala de aula, com os alunos do
sexto e sétimo ano do ensino fundamental. Entre as atividades desenvolvidas em sala de aula
destacam-se: a construção de mapas mentais, maquetes, e outras representações espaciais, bem
como aula teórica para assimilação dos conteúdos. Desse modo, este artigo objetiva-se compartilhar
experiências e práticas didáticas que foram utilizadas com os alunos do Ensino Fundamental da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Cândida Zasso, localizada em Nova Palma, RS,
entre os anos de 2021 e 2022. O método norteador das práticas didáticas foi o construtivismo, onde
o aluno parte da construção e envolvimento com a atividade para cumprir a tarefa escolar e alcançar
o aprendizado. As práticas revelaram que o ensino pode ser mais empolgante quando a gente
desafia o aluno e fazendo-o construir maquetes, mapas e outras representações do espaço,
analisando elementos cartográficos e geográficos para tal dinâmica. Assim, o conhecimento nasce
do fazer, do experienciar e do criar. O aprender torna-se um voo livre.

15
Instituição. Escola Municipal de Ensino Fundamental Profª Cândida Zasso; UFSM. Vínculo: Professora de
Geografia; Pós-Doutoranda em Geografia. E-mail. vamanfio@hotmail.com.

28
Palavra-chave: Cartografia escolar; Ensino de Geografia; Práticas didáticas;

ABSTRACT:

Cartography is a Geography content of extreme importance in learning the location, orientation and
analysis of natural and human phenomena. It is an intellectual domain present in different moments
of everyday life, for example, when viewing a route, locating a tourist spot on a map or GPS,
observing a spatial phenomenon, among others. But sometimes, in the classroom, cartographic
learning becomes monotonous. To work cartography with elementary school students, allowing the
socialization of content, it is necessary to bring students closer to maps and cartographic resources,
a playful and constructive approach. To this end, this article will discuss some pedagogical practices
used in the classroom, in order to enable an exchange of experiences. In the pedagogical practices
mentioned here, several methodologies were used to work with cartography in the classroom, with
students in the sixth and seventh years of elementary school. Among the activities developed in the
classroom, the following stand out: the construction of mental maps, models, and other spatial
representations, as well as a theoretical class to assimilate the contents. Thus, this article aims to
share experiences and didactic practices that were used with elementary school students at
Municipal School of Fundamental Education Teacher Cândida Zasso, located in Nova Palma, RS,
between 2021 and 2022. The guiding method One of the didactic practices was constructivism,
where the student starts from the construction and involvement with the activity to fulfill the school
task and achieve learning. The practices revealed that teaching can be more exciting when we
challenge the student and do the same to build models, maps and other representations of space,
analyzing cartographic and geographic elements for such dynamics. Thus, knowledge is born of
doing, experiencing and creating. Learning becomes a free flight.

Keywords: School cartography; Teaching Geography; Didactic practices.

29
A CONTRIBUIÇÃO DO ATLAS ESCOLAR DO DISTRITO FEDERAL NA DESCOBERTA
DE OUTRAS BRASÍLIAS
THE CONTRIBUTION OF THE FEDERAL DISTRICT SCHOOL ATLAS IN THE DISCOVERY OF
OTHER BRASÍLIAS

Vânia Lúcia Costa Alves Souza16

RESUMO:

Na escola, a narrativa da história de Brasília é abordada na perspectiva da construção da capital do


Brasil em seu aspecto urbanístico e geopolítico. Esta narrativa exclui o processo histórico da grande
migração de pessoas que buscavam empregos e melhores condições de vida neste período e que
foram realocadas em cidades dormitórios que hoje constituem as 33 Regiões Administrativas. Esta
abordagem parcial do processo de formação do Distrito Federal ignora a trajetória de vida das
famílias de nossos estudantes, a sua cultura, costume e identidade própria e com histórico de
ocupação específico no território do Distrito Federal. Desta forma, é significativo para os alunos
estudarem como ocorreu o processo de chegada de sua família no Distrito Federal, observarem as
transformações do seu local de moradia, valorizarem e reconhecerem seus laços de pertencimento
ao lugar. Este resumo tem o objetivo de relatar o desenvolvimento da eletiva História local: Brasília
e Outras Brasílias realizada no primeiro semestre do primeiro ano do Novo Ensino Médio no Centro
de Ensino Médio 310 em Santa Maria, Distrito Federal. A eletiva História local: Brasília e Outras
Brasílias têm como objeto de conhecimento utilizar a metodologia cientifica com o objetivo de
aprofundar o conhecimento local, conhecer as origens das diferentes Regiões Administrativas e as
suas diversas culturas, história, geografia de modo a investigar as relações entre o passado e o
presente do local de convivência. Nesta perspectiva, os alunos são orientados a desenvolverem o
raciocínio geográfico na compreensão da formação do Distrito Federal a partir de análise de
documentos históricos e mapas temáticos. As aulas semanais foram organizadas em seis dossiês
onde o aluno investigador analisa criticamente os documentos históricos do Arquivo Público do
Distrito Federal como mapas históricos, recortes de jornais e revistas da época. Paralelamente, o
aluno utiliza os mapas temáticos do Atlas Escolar do Distrito Federal para a análise da ocupação do
território do Distrito Federal, suas transformações e produção de espaços desiguais. Ao final, o aluno
elabora o seu próprio dossiê com a realização de uma entrevista com os pioneiros de sua cidade e
estruturação de sua trajetória de vida no Distrito Federal. Concluímos que Atlas Escolar Geográfico,
Histórico e Cultural do Distrito Federal se mostrou relevante e fundamental para a investigação e a
construção territorial do espaço de moradia e identidade sociocultural do aluno e sua família. Os

16
Secretaria de Educação do Distrito Federal, SEDF, DF, costa.vania0@gmail.com

30
mapas do Atlas auxiliam o debate e análise da dinâmica espacial do Distrito Federal e pode ser
trabalhado de forma interdisciplinar na compreensão da formação histórica e cultural das Regiões
Administrativas.

Palavras chaves: Regiões Administrativas, Atlas Escolar DF, território, raciocínio geográfico.

ABSTRACT

The narrative of Brasilia's history is related from the perspective of the construction of the capital of
Brazil in its urban and geopolitical aspects during classes. This narrative excludes the historical
process of the considerable migration of people looking for jobs and better living conditions in this
period. The government reallocated these people to Dormitory Cities that now constitute the 33
Administrative Regions. This partial approach to the formation of the Federal District ignores the life
trajectory of our students' families, their culture, customs, their own identity, and a specific history of
occupation in the territory of the Federal District. In this way, it is significant for students to study how
the process of their family's arrival in the Federal District took place, observe the changes in their
neighborhood, and value and recognize their ties of belonging to the territory. This article aims to
report the development of the Elective Local History: Brasília and Other Brasílias held in the first
semester of the first year of the New High School at Centro de Ensino Médio 310 in Santa Maria,
Distrito Federal. The Elective Local History: Brasília and Other Brasílias have as object of knowledge
to use the scientific methodology to deepen the local recognition, knowing the origins of the different
Administrative Regions and their diverse cultures, history, and geography to investigate the
relationships between the past and present of the place of coexistence. In this perspective, students
develop geographic reasoning in understanding the formation of the Federal District from the
analysis of historical documents and thematic maps. Students critically worked into six dossiers to
research the historical documents of the Public Archives of the Federal District as historical maps,
newspaper, and magazine clippings of the time. At the same time, the student uses the thematic
maps of the School Atlas of the Federal District to analyze the occupation of the territory of the
Federal District, its transformations, and the production of unequal spaces. As a final paper, the
student prepares his dossier that must have an interview with the pioneers of his city and his life
trajectory in the Federal District. We conclude that the School Atlas of the Federal District is relevant
and fundamental for the investigation and territorial construction of the housing space and
sociocultural identity of the student and his family. The thematics maps of the School Atlas of the
Federal District help the debate and analysis of the spatial dynamics of the Federal District and can
be worked in an interdisciplinary way to understand the historical and cultural formation of the
Administrative Regions.

Keywords: Administrative Regions, School Atlas, territory, geographic reasoning

31
A ELABORAÇÃO DOS CANTOS DE VIVÊNCIA: PROPOSTA DE ATIVIDADE
INTERDISCIPLINAR PARA ENSINAR OS CONCEITOS DE CARTOGRAFIA ESCOLAR
ANOS INICIAIS

HE DEVELOPMENT OF EXPERIENCE CORNERS: A PROPOSAL FOR AN INTERDISCIPLINARY


ACTIVITY TO TEACH THE CONCEPTS OF SCHOOL CARTOGRAPHY IN THE EARLY YEARS

Irlana Paiva Gomes17


Ana Paula Pinho Pacheco-Gramata 18

RESUMO:

O presente trabalho destaca a elaboração dos cantos de vivência com temáticas envolvendo os
conceitos de cartografia escolar como proposta de atividade interdisciplinar que alunos e professores
podem desenvolver no âmbito escolar nas séries iniciais do ensino fundamental. Propõe a
participação destes em elaborar um ambiente divertido, interativo e dinâmico propício à
aprendizagem. O objetivo dessa proposta é promover um ensino dos conceitos de cartografia escolar
mais significativo, criativo, lúdico, prazeroso, didático e construtivista para os discentes, levando em
consideração, que essa habilidade com a linguagem cartográfica é uma construção que perpassa por
toda a educação básica. Sintetizando essa ideia, ressalta-se que a participação na organização dos
cantos é uma metodologia que facilita também desenvolver o protagonismo dos discentes nas
atividades propostas, dando-lhe autonomia em todos os processos e ampliação da interação com
diferentes linguagens na medida em que interage com diferentes materiais. O percurso metodológico
desta pesquisa emergiu primeiro de uma pesquisa bibliográfica baseado nas contribuições de Anti
(2007), Nogueira (2019), Castellar (2014), Forte (2009), Almeida (2010), Silva et al (2017) e Pacheco
(2013) que dedicaram seu tempo a pesquisas envolvendo cartografia escolar, alfabetização e
linguagem cartográfica. Somam-se também as contribuições de Castrogiovanni (2003 e 2007) sobre
despertar a ludicidade no processo de ensino e aprendizagem, estudos de Zabalza (1998), Horn
(2017) e Martins (1997) sobre a importância de desenvolver uma aprendizagem mais significativa por
meio da elaboração de espaços/cantos de vivências no âmbito da escola. Em seguida, partindo da
criatividade foi pensado, a exemplo dessa prática, a elaboração de quatro cantos de vivência com
temáticas envolvendo os conceitos de cartografia escolar, como: lateralidade, ponto de referência,
escala e simbologia cartográfica e dimensões tridimensionais, que podem ser desenvolvidos no
espaço que a escola oferece, a saber, a sala de aula, o pátio, corredores, área externa, parque, enfim
é de liberdade do professor ter esse olhar mais firme na escolha do espaço para elaboração dos

17
Universidade Estadual Vale do Acaraú. Estudante do Curso de Graduação em Licenciatura em Geografia.
paivairlana@gmail.com.
18
Universidade Estadual Vale do Acaraú. Professora Doutora do Curso de Graduação em Licenciatura em
Geografia. anapppacheco@gmail.com.

32
cantos de vivência, pois a forma de organização e ambientação desse espaço, a dinâmica, os materiais
e as relações sociais são componentes necessários que irão definir o cenário das aprendizagens.

Palavra-chave: Cartografia Escolar; Canto de Vivência; Ensino interdisciplinar.

ABSTRACT:

This paper highlights the development of experience corners with themes involving the concepts of
school cartography as a proposed interdisciplinary activity that students and teachers can develop
within the school environment in the early grades of elementary school. It proposes their participation
in creating a fun, interactive, and dynamic environment conducive to learning. The objective of this
proposal is to promote a more meaningful, creative, playful, pleasurable, didactic, and constructivist
teaching of cartographic concepts to the students, taking into consideration that this ability to use
cartographic language is a construction that goes through all basic education.Synthesizing this idea,
it is emphasized that the participation in the organization of the songs is a methodology that also
facilitates the development of the students' protagonism in the proposed activities, giving them
autonomy in all the processes and expanding the interaction with different languages as they interact
with different materials.The methodological path of this research emerged first from a bibliographical
research based on the contributions of Anti (2007) , Nogueira (2019) , Castellar (2014), Forte (2009),
Almeida (2010) , Silva et al (2017) e Pacheco (2013) who have dedicated their time to research
involving school cartography, literacy, and cartographic language. Added to this are also the
contributions of Castrogiovanni (2003 e 2007) on awakening playfulness in the teaching and learning
process, studies of Zabalza (1998), Horn (2017) e Martins (1997) about the importance of developing
a more meaningful learning through the development of experience spaces/corners within the
school. Then, based on creativity, it was thought, as an example of this practice, the development of
four experience corners with themes involving the concepts of school cartography, such as: laterality,
reference point, cartographic scale and symbology, and three-dimensional dimensions, which can
be developed in the space that the school offers, namely, the classroom, playground, corridors,
outside area, and park, in short, it is up to the teacher to have a firmer look at the choice of space for
the development of the experience corners, because the way this space is organized and set up, the
dynamics, the materials, and the social relations are necessary components that will define the
learning scenario.

Keywords: School Cartography; Experiencing Chant; Interdisciplinary Teaching.

33
A ELABORAÇÃO DE MAPAS MENTAIS DOS ALUNOS DO 9º ANO DA ESCOLA JOSÉ DO
PATROCÍNIO DO DISTRITO DE FAZENDINHA - AP

THE PREPARATION OF MIND MAPS FOR STUDENTS IN THE 9TH YEAR OF SCHOOL JOSÉ DO
SPONSORSHIP OF THE DISTRICT OF FAZENDINHA - AP

Iani da Silva Magalhães 19


Nicollas da Silva Cabral 20
Fabiano Luís Belém 21

RESUMO:

Este estudo traz como principal foco trabalhar a cartografia escolar com os alunos do 9° ano da
Escola José do Patrocínio no distrito de Fazendinha em Macapá, AP. Esta investigação é relevante
por ser um dos primeiros trabalhos desenvolvidos na temática de cartografia escolar nas escolas
da periferia de Macapá. Dentro dos objetivos desta pesquisa avaliou o conhecimento concreto e
abstrato dos discentes, a partir das compreensões que eles têm do espaço geográfico. Para isto
utilizou como ferramenta o mapa do distrito da Fazendinha onde está o colégio objeto deste estudo.
A metodologia empregada nesta investigação foi um estudo de caso, de acordo com revisões
bibliográficas e trabalhos de campo para verificar a dinâmica dos alunos em sala de aula. Como
procedimentos metodológicos realizou num primeiro momento atividades com os discentes em
sala de aula, expondo e exemplificando conceitos básicos da cartografia como escala, projeção,
coordenadas. A partir deste trabalho e do mapa da região da escola os alunos geraram os mapas
mentais das áreas do entorno da escola. Posteriormente, houve a busca e identificação de feições
geográficas presentes no bairro da escola, tendo mapas bases como parâmetro que foram
divididos em 6 regiões que são Norte, Noroeste, Nordeste, Sul, Sudoeste e Sudeste. Nos mapas
mentais os estudantes localizaram os principais elementos geográficos contidos na região, como
o Rio Amazonas e as saídas para os municípios de Santana e Macapá. Após isto, os mapas mentais
foram analisados e sistematizados. Os resultados obtidos apresentam uma deficiência no ensino-
aprendizagem de cartografia escolar, que mostra uma dificuldade do processo de construção do
conhecimento abstrato por parte dos alunos. Foram quantificados os erros e acertos dos
estudantes em cada região do bairro. Houve uma grande quantidade de desacertos o que mostra
uma enorme deficiência em grande parte dos alunos quando se trata da cartografia básica, errando
até mesmo feições geográficas que fazem parte do cotidiano do discente, como por exemplo, as

19 Universidade Federal do Amapá – Macapá-AP. Graduanda em Geografia. ianimglhs@gmail.com


20 Universidade Federal do Amapá – Macapá-AP. Graduando em Geografia.
nicollascabral13@gmail.com
21 Universidade Federal do Amapá – Macapá-AP. Profº Dr. em Geografia. flb.geo@gmail.com

34
áreas de florestas e unidades de conservação. Este trabalho mostra que existe uma necessidade
de haver um reforço no ensino da cartografia para os alunos do nono ano da escola estadual Jose
do Patrocínio.

Palavra-chave: Cartografia escolar; mapas mentais.

ABSTRACT:

This study has as main focus to work the school cartography with the students of the 9th year of the
José do Patrocínio School in the district of Fazendinha in Macapá, AP. This investigation is relevant
because it is one of the first works developed on the theme of school cartography in schools on the
outskirts of Macapá. Within the objectives of this research, it evaluated the concrete and abstract
knowledge of the students, based on their understanding of the geographic space. For this, he used
the map of the district of Fazendinha where the school object of this study is as a tool. The
methodology used in this investigation was a case study, according to literature reviews and fieldwork
to verify the dynamics of students in the classroom. As methodological procedures, he initially carried
out activities with the students in the classroom, exposing and exemplifying basic concepts of
cartography such as scale, projection, coordinates. From this work and the map of the school's
region, the students generated mental maps of the areas surrounding the school. Subsequently,
there was a search and identification of geographic features present in the school's neighborhood,
having base maps as a parameter that were divided into 6 regions that are North, Northwest,
Northeast, South, Southwest and Southeast. In the mental maps, the students located the main
geographic elements contained in the region, such as the Amazon River and the exits to the
municipalities of Santana and Macapá. After that, the mental maps were analyzed and systematized.
The results obtained show a deficiency in the teaching-learning of school cartography, which shows
a difficulty in the process of building abstract knowledge on the part of the students. The errors and
successes of the students in each region of the neighborhood were quantified. There were a lot of
mistakes, which shows a huge deficiency in most students when it comes to basic cartography, even
missing geographic features that are part of the student's daily life, such as forest areas and
conservation units. This work shows that there is a need to reinforce the teaching of cartography for
the ninth grade students of the state school Jose do Patrocínio

KEYWORDS: School cartography; mental maps.

35
A LEITURA/PRODUÇÃO CARTOGRÁFICO-GEOGRÁFICA PARA O ENSINO-
APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA
LA LECTURA/PRODUCCIÓN CARTOGRÁFICO-GEOGRÁFICA PARA LA ENSEÑANZA-
APRENDIZAJE DE LA GEOGRAFÍA

Gabriel Martins Cavallini 22


Denis Richter 23

RESUMO:

O presente trabalho é fruto de leituras e investigações que venho desenvolvendo no percurso de


minha formação acadêmica, embasado em dados levantados durante projeto de iniciação científica
na graduação e em estudos e reflexão teórica para a construção da dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Goiás, vinculado ao Instituto
de Estudos Socioambientais (PPGeo – IESA/UFG). Ele versará sobre o uso dado aos mapas para o
Ensino de Geografia, especialmente para aqueles dispostos nos livros didáticos de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas, bem como os tipos de cartografia presentes nesses materiais. Além
disso, tem como objetivo salientar a importância de uma leitura/produção cartográfico-geográfica
que permita aos professores e alunos a melhor análise das situações geográficas e a construção do
pensamento geográfico. São objetivos deste trabalho, apresentar dados quantitativos referentes aos
mapas dispostos em obras didáticas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas para o Ensino Médio
aprovadas no PNLD ( Programa Nacional do Livro e do Material Didático) no ano de 2021, assim
como a análise qualitativa desse material. Evidenciar a necessidade de uma leitura dos mapas que
ocorra para além da simples localização dos fenômenos, possibilitando assim que os alunos
desenvolvam raciocínios espaciais e geográficos. A discussão acerca do processo de
leitura/produção cartográfico-geográfica estará embasada nas perspectivas de Simielli (1999) que
propõem os três níveis de atividade cartográfica (localização e análise, correlação e síntese), em
Duarte (2016) que sinaliza para a necessidade da complexificação da análise cartográfica ao longo
dos anos escolares e, por fim, em Cavalcanti (2019) que estrutura um caminho para a construção,
por parte dos alunos, de uma forma de pensar tipicamente geográfica. Sendo assim, este trabalho
busca contribuir para o campo da Cartografia Escolar no sentido de avançar na discussão a respeito

22
Universidade Federal de Goiás. Aluno do Programa de Pós-Graduação em Geografia.
cavallinigeografia@gmail.com.
23
Universidade Federal de Goiás. Professor nos cursos de Graduação e Pós-Graduação.
drichter78@ufg.br.

36
do uso dos mapas nas aulas de Geografia e como potencializar o uso desse instrumento a partir do
processo de leitura/produção cartográfico-geográfica no estudo dos conteúdos geográficos.

Palavra-chave: Cartografia Escolar; Livro Didático; Ensino de Geografia.

RESUMEN:

El presente trabajo es el resultado de lecturas e investigaciones que he venido desarrollando en el


transcurso de mi formación académica, a partir de datos recopilados durante el proyecto de
iniciación científica de pregrado y de estudios y reflexión teórica para la construcción de la tesis
presentada al Programa de Posgrado. en Geografía por la Universidad Federal de Goiás, vinculada
al Instituto de Estudios Socioambientales (PPGeo – IESA/UFG). Se tratará del uso que se da a los
mapas para la Enseñanza de la Geografía, especialmente de los previstos en los libros de texto de
Ciencias Humanas y Sociales Aplicadas, así como de los tipos de cartografía presentes en estos
materiales. Además, pretende enfatizar la importancia de una lectura/producción cartográfico-
geográfica que permita a docentes y estudiantes analizar mejor las situaciones geográficas y la
construcción del pensamiento geográfico. Los objetivos de este trabajo son presentar datos
cuantitativos respecto a los mapas dispuestos en obras didácticas de Ciencias Humanas y Sociales
Aplicadas para la Enseñanza Media aprobadas en el PNLD (Programa Nacional del Libro y Material
Didáctico) en el año 2021, así como el análisis cualitativo de este material Destacar la necesidad de
una lectura de mapas que vaya más allá de la simple localización de los fenómenos, capacitando así
a los alumnos para desarrollar razonamientos espaciales y geográficos. La discusión sobre el
proceso de lectura/producción cartográfico-geográfica se basará en las perspectivas de Simielli
(1999) que propone los tres niveles de actividad cartográfica (ubicación y análisis, correlación y
síntesis), en Duarte (2016) que señala la necesidad de complejización del análisis cartográfico a lo
largo de los años escolares y, finalmente, en Cavalcanti (2019) que estructura un camino para que
los estudiantes construyan un pensamiento típicamente geográfico. Por lo tanto, este trabajo busca
contribuir al campo de la Cartografía Escolar para avanzar en la discusión sobre el uso de los mapas
en las clases de Geografía y cómo potenciar el uso de este instrumento desde el proceso de
lectura/producción cartográfico-geográfica en el estudio de la geografía.

Palabras-clave: Cartografía Escolar; Libro de texto; Ensenanza de la Geografía.

37
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: A RETOMADA DO
PROCESSO PÓS ENSINO REMOTO EMERGENCIAL
CARTOGRAPHIC LITERACY IN ELEMENTARY SCHOOL: THE RETURN OF THE PROCESS AFTER
EMERGENCY REMOTE EDUCATION

Sulivan Pereira Dantas24


Davi Gerard de Sousa Mesquita25
Jefté Sousa da Silva26
Rodrigo da Silva Caetano27
RESUMO:

A alfabetização cartográfica tem como proposta metodológica fundamental a formação do sujeito,


de produtor de mapas e gráficos a leitor eficiente dessas representações, avançando do
conhecimento espontâneo ao conhecimento sistematizado e leitura de mundo. Com uma
alfabetização cartográfica eficaz, os alunos tornam-se capazes de fazer uma análise crítica do espaço
geográfico através de suas representações, compreendendo o mundo de forma mais significativa e
reconhecendo-se como sujeitos atuantes no espaço geográfico. A iniciação da alfabetização
cartográfica se dá desde Educação Infantil (Infantil três) e durante o Ensino Fundamental, onde o
espaço concreto do aluno é trabalhado e, ao longo dos anos iniciais, se dá uma evolução dos níveis
de aprendizagem. Espera-se que a partir do 6º ano o aluno já esteja apto a ler um mapa de forma
crítica e consciente, sendo indispensável que haja uma alfabetização cartográfica nos anos
anteriores. Diante desta problemática, após um longo período de ensino remoto emergencial no
contexto da pandemia de COVID-19, constatou-se que os alunos do 6º e 7º ano Ensino Fundamental
careciam de uma intervenção nos estudos de cartografia, já que a alfabetização cartográfica
necessária nos anos anteriores foi prejudicada. Tal constatação levantou a necessidade de oferecer
a esses alunos um ensino presencial que se baseie nas metodologias ativas, mais criativas e
supervisionadas. Para tanto, foram implementadas nas aulas de geografia do 6º e 7º ano do Ensino
Fundamental metodologias ativas com o uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
- TDICs e Geotecnologias no processo de alfabetização cartográfica, utilizando o modelo de rotação
por estações e outras ferramentas facilitadoras no processo de ensino e aprendizagem de geografia.
Concluímos que, além da importância de inserir a temática no cotidiano das aulas de geografia, se
dá a importância de abordar a alfabetização cartográfica na formação inicial e continuada dos
docentes, fortalecendo assim, a práxis.

24
Prefeitura Municipal de Fortaleza. Efetivo. sulivandantas@yahoo.com.br.
25
Universidade Estadual do Ceará. Estudante de Geografia. davi.gerard@aluno.uece.br.
26
Universidade Estadual do Ceará. Estudante de Geografia. jef.sousa@aluno.uece.br.
27
Universidade Estadual do Ceará. Estudante de Geografia. rodrigo.caetano@aluno.uece.br.

38
Palavra-chave: Ensino de Geografia; Cartografia Escolar; Metodologia Ativa.

ABSTRACT:

Cartographic literacy has as its fundamental methodological proposal the formation of the subject,
from a producer of maps and graphs to an efficient reader of these representations, advancing from
spontaneous knowledge to systematized knowledge and reading the world. With an effective
cartographic literacy, students become able to make a critical analysis of the geographic space
through its representations, understanding the world in a more meaningful way and recognizing
themselves as active subjects in the geographic space. The initiation of cartographic literacy takes
place since Early Childhood Education (Infantile three) and during Elementary School, where the
student's concrete space is worked and, over the initial years, there is an evolution of the learning
levels. It is expected that from the 6th year onwards, the student will be able to read a map in a critical
and conscious way, being indispensable that there is a cartographic literacy in the previous years.
Faced with this problem, after a long period of emergency remote teaching in the context of the
COVID-19 pandemic, it was found that students in the 6th and 7th year of Elementary School lacked
an intervention in cartography studies, since the cartographic literacy needed in the previous years
was affected. This finding raised the need to offer these students face-to-face teaching that is based
on active, more creative and supervised methodologies. In order to do so, active methodologies were
implemented in the geography classes of the 6th and 7th year of Elementary School with the use of
Digital Information and Communication Technologies - TDICs and Geotechnologies in the
cartographic literacy process, using the rotation model by stations and other facilitating tools. In the
teaching and learning process of geography. We conclude that, in addition to the importance of
inserting the theme in the daily life of geography classes, it is important to address cartographic
literacy in the initial and continuing training of teachers, thus strengthening praxis.

Keywords: Teaching Geography; School Cartography; Active Methodology.

39
A UTILIZAÇÃO DE IMAGEM ANÁGLIFO PARA CARACTERIZAÇÃO DE BACIA HIDROGRÁFICA
DO LOCAL DE VIVÊNCIA: ABORDAGEM COM ALUNOS DO 6º ANO DAS ESCOLAS ALBERTO
PRETTI E PAQUETÁ, BRUSQUE, SANTA CATARINA
THE USE OF ANAGLYPHED IMAGE TO CHARACTERIZE THE WATER BASIN OF THE PLACE OF
EXPERIENCE: APPROACH WITH 6TH GRADE STUDENTS OF ALBERTO PRETTI AND PAQUETÁ
SCHOOLS, BRUSQUE, SANTA CATARINA

Luiz Antonio Beuting28


João Leonir Mantovani29
Natália Lampert Batista30

RESUMO:

Nem sempre é simples tornar o ensino de Geografia significativo para os alunos do 6º ano do Ensino
Fundamental. Há assuntos bastante abstratos e que prescindem de metodologias capazes de
fomentar a visualização pedagógica do tema. Por isso, a presente proposta visa otimizar o processo
de ensino-aprendizagem de maneira significativa, através do uso de metodologias ativas na
abordagem das bacias hidrográficas, seus componentes e a relação com a ocupação humana. A
Geografia, enquanto componente curricular da Educação Básica, deve oportunizar aos estudantes
metodologias que incorporem o uso de geotecnologias para analisar e compreender fenômenos do
espaço geográfico, visando ir além dos modelos tradicionais de ensino que valorizam apenas a
memorização. Para realizar a proposta, foram elaboradas imagens anáglifos a partir daquelas
disponibilizadas pelo programa Google Earth Pro, com base na metodologia de Rizzatti e Batista
(2021), aplicada nas Escolas Alberto Pretti e Paquetá. Com a utilização do aplicativo StereoPhoto
Maker, composições de imagens foram geradas para, com uso de óculos 3D, observar o terreno da
área estudada. O emprego de imagem anáglifo em uma sequência de atividades interativas, pode
contribuir no desenvolvimento de habilidades que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
propõe para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, nesse caso, a habilidade trabalhada foi a
EF06GE04: “Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano
e rural, reconhecendo os principais componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas
e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal” (BRASIL, 2018, p.
385). Com a realização da prática proposta, os alunos puderam analisar a bacia hidrográfica do seu

28
Instituto Federal Catarinense (IFC). Mestrando em Geografia. luizbeuting123@gmail.com
29
Instituto Federal Catarinense (IFC). Mestrando em Geografia. joaomantovani@yahoo.com.br
30
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Docente do Departamento de Geociências, do PPGGEO e do
PROFGEO. natalia.batista@ufsm.br. Orientadora.

40
local de vivência, ou seja, onde estes residem, estudam e desenvolvem suas atividades cotidianas.
Neste sentido, foram orientados a observarem a imagem anáglifo que proporciona uma visão em 3D
do espaço, destacando a percepção do modelado do relevo. Como produto da análise foi proposto
a elaboração de um croqui, no qual o rio local se apresentava como referência. A partir desse ponto
sua produção foi complementada com os componentes da bacia hidrográfica, as áreas preservadas,
as áreas urbanizadas e as áreas identificadas como sendo de risco. Com a conclusão dos
encaminhamentos se pode observar que os alunos conseguiram relacionar com mais facilidade os
conhecimentos teóricos, ligados às bacias hidrográficas, ao ciclo da água, à cobertura vegetal e à
ocupação humana, com o seu local de vivência e suas experiências pessoais.

Palavras-chave: Geografia; Bacia Hidrográfica; Imagem Anáglifo.

ABSTRACT:

It is not always simple to make the teaching of Geography meaningful for students in the 6th year of
Elementary School. There are quite abstract subjects that do not need methodologies capable of
promoting the pedagogical visualization of the theme. Therefore, the present proposal aims to
optimize the teaching-learning process in a significant way, through the use of active methodologies
in the approach of hydrographic basins, their components and the relationship with human
occupation. Geography, as a curricular component of Basic Education, should provide students with
methodologies that incorporate the use of geotechnologies to analyze and understand phenomena
of the geographic space, aiming to go beyond traditional teaching models that value only
memorization. To carry out the proposal, anaglyph images were prepared from those made available
by the Google Earth Pro program, based on the methodology of Rizzatti and Batista (2021), applied
in the Alberto Pretti and Paquetá Schools. With the use of the StereoPhoto Maker application, image
compositions were generated to, with the use of 3D glasses, observe the terrain of the studied area.
The use of anaglyph image in a sequence of interactive activities, can contribute to the development
of skills that the National Common Curricular Base (BNCC) proposes for students of the 6th year of
Elementary School, in this case, the skill worked was the EF06GE04, "Descriver the water cycle,
comparing surface runoff in urban and rural environments, recognizing the main components of the
morphology of basins and hydrographic networks and their location in the modeling of the land
surface and vegetation cover.”(BRASIL, 2018, p. 385) . With the accomplishment of the proposed
practice, the students were able to analyze the watershed of their place of experience, that is, where
they reside, study and develop their daily activities, in this sense, they were guided to observe the
anaglyph image that provides a 3D view of space, highlighting the perception of the relief modeled.
As a product of the analysis, a sketch was proposed, in which the local river was presented as a
reference. From that point on, its production was complemented with the components of the

41
hydrographic basin, the preserved areas, the urbanized areas and the areas identified as being at
risk. With the completion of the referrals, it can be seen that the students were able to more easily
relate theoretical knowledge, linked to hydrographic basins, the water cycle, vegetation cover and
human occupation, with their place of living and their personal experiences.

Keywords: Geography; Hydrographic Basin; Anaglyph Image.

REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Ensino Fundamental.


Brasília: MEC, 2018.

RIZZATTI, M.; BATISTA, N. L. Cartas topográficas, maquetes digitais e imagens anáglifo:


Contribuições ao estudo do relevo com softwares livres. Metodologias e Aprendizado, [S. l.], v. 4,
p. 41–44, 2021.

42
AS POSSIBILIDADES DAS METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA
LAS POSIBILIDADES DE LAS METODOLOGÍAS ACTIVAS EN LA ENSEÑANZA DE LA
GEOGRAFÍA

Alison Diego Leajanski31

RESUMO:

O mundo contemporâneo está em constante transformação, cada vez mais, as tecnologias estão
presentes na vida das pessoas. Neste contexto, também é preciso pensar em práticas educacionais
contemporâneas e contextualizadas para a realidade dos estudantes. O ensino de Geografia possui
papel relevante na formação de estudantes para agir sobre a sua realidade. Dentre os diferentes
conteúdos trabalhados nas aulas de Geografia, alguns mostram-se desafiadores, por exemplo,
aqueles relacionados a cartografia. A alfabetização cartográfica apresenta-se como um desafio no
ensino de Geografia, muitas vezes, práticas de ensino tradicionais dificultam que os estudantes
alcancem a aprendizagem almejada. A partir disso, pode-se pensar em práticas que sejam centradas
no aluno, colocando-o no centro do processo de aprendizagem. Essas práticas são conhecidas
como metodologias ativas. As metodologias ativas são estratégias e práticas de ensino nas quais os
estudantes apresentam-se como protagonistas no processo de construção do conhecimento. O uso
de dessas metodologias pode contribuir para que os discentes se tornem mais participativos e
interessados pelas aulas, contribuindo também para a sua aprendizagem. Portanto, o presente
trabalho tem por objetivo analisar as possibilidades da utilização de metodologias ativas no ensino
de Geografia, especificamente nos conteúdos relacionados a cartografia. A metodologia desta
pesquisa baseou-se na aplicação de diferentes atividades voltadas para desenvolver a alfabetização
cartográfica dos estudantes. As atividades foram desenvolvidas no primeiro bimestre do ano de 2022
em uma turma de 6º ano do ensino fundamental. As atividades aplicadas foram: Construção de uma
rosa dos ventos em 3D; representação do globo terrestre em esfera de isopor; elaboração de um
mapa de coordenadas de geográficas em lata de alumínio; utilização do jogo Batalha Naval;
elaboração de mapas e utilização da ferramenta Google Earth. As ações tiveram o objetivo de facilitar
a aprendizagem dos estudantes em relação aos conteúdos cartográficos, por meio de metodologias
e ferramentas que proporcionassem aulas interativas, colaboração, investigação, construção e
gamificação (uso de jogos). Os resultados mostraram-se concordantes com o objetivo proposto, pois
os estudantes demonstraram maior interesse pelas aulas de Geografia no período e também
desenvolveram a capacidade de trabalhar em equipe. Posteriormente, demonstraram em avaliações
que atingiram a aprendizagem em relação aos conteúdos estudados. Portanto, a utilização das
metodologias ativas possui importantes possibilidades de aplicação para o ensino de Geografia.

31
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutorando em Geografia. alisondiego3@gmail.com.

43
Atualmente, não é mais possível pensar em um ensino de Geografia em que os alunos apenas
recebem as informações e decoram o conteúdo para aplicar em uma prova. O mundo atual exige
dinamismo e interação, tanto na sala de aula, quanto fora dela. As metodologias ativas apresentam-
se relevantes na busca de práticas inovadoras e que contribuam para melhoria da qualidade do
ensino e da aprendizagem dos estudantes. A pesquisa apontou que tais práticas apresentam
resultados positivos no ensino de Geografia, especificamente nos conteúdos relacionados a
cartografia. A alfabetização cartográfica é importante, pois possibilita aos estudantes localizar-se e
analisar o mundo em que vivem a partir das diferentes escalas e relações que ocorrem no espaço
geográfico.

Palavra-chave: Ensino de Geografia; Metodologias ativas; Alfabetização cartográfica.

RESUMEN

El mundo contemporáneo está en constante transformación, las tecnologías están cada vez más
presentes en la vida de las personas. En este contexto, también es necesario pensar en prácticas
educativas contemporáneas contextualizadas a la realidad de los estudiantes. La enseñanza de la
Geografía tiene un papel importante en la formación de los estudiantes para actuar sobre su realidad.
Entre los diferentes contenidos trabajados en las clases de Geografía, algunos son desafiantes, por
ejemplo, los relacionados con la cartografía. La alfabetización cartográfica se presenta como un
desafío en la enseñanza de la Geografía, muchas veces, las prácticas tradicionales de enseñanza
dificultan que los estudiantes alcancen los aprendizajes deseados. A partir de esto, se pueden
pensar prácticas centradas en el estudiante, colocándolo en el centro del proceso de aprendizaje.
Estas prácticas se conocen como metodologías activas. Las metodologías activas son estrategias y
prácticas de enseñanza en las que los estudiantes se presentan como protagonistas en el proceso
de construcción del conocimiento. El uso de estas metodologías puede ayudar a los estudiantes a
ser más participativos e interesados en las clases, contribuyendo también a su aprendizaje. Por
tanto, el presente trabajo pretende analizar las posibilidades de utilizar metodologías activas en la
enseñanza de la Geografía, concretamente en los contenidos relacionados con la cartografía. La
metodología de esta investigación se basó en la aplicación de diferentes actividades dirigidas a
desarrollar la alfabetización cartográfica de los estudiantes. Las actividades se desarrollaron en los
primeros dos meses del año 2022 en una clase de 6to grado de primaria. Las actividades aplicadas
fueron: Construcción de una rosa de los vientos 3D; representación del globo terrestre en esfera de
poliestireno; elaboración de un mapa de coordenadas geográficas en lata de aluminio; uso del juego
Batalla Naval; elaboración de mapas y uso de la herramienta Google Earth. Las acciones apuntaron
a facilitar el aprendizaje de los estudiantes en relación con el contenido cartográfico, a través de

44
metodologías y herramientas que brindan clases interactivas, colaboración, investigación,
construcción y gamificación (uso de juegos). Los resultados estuvieron de acuerdo con el objetivo
propuesto, ya que los estudiantes mostraron mayor interés en las clases de Geografía en el período
y también desarrollaron la capacidad de trabajar en equipo. Posteriormente, demostraron en las
evaluaciones que lograron aprendizajes en relación a los contenidos estudiados. Por tanto, el uso
de metodologías activas tiene importantes posibilidades de aplicación para la enseñanza de la
Geografía. Actualmente, ya no es posible pensar en una enseñanza de Geografía en la que los
estudiantes solo reciban información y memoricen el contenido para aplicar en un examen. El mundo
actual exige dinamismo e interacción, tanto en el aula como fuera de ella. Las metodologías activas
son relevantes en la búsqueda de prácticas innovadoras que contribuyan a mejorar la calidad de la
enseñanza y el aprendizaje de los estudiantes. La investigación apuntó que tales prácticas presentan
resultados positivos en la enseñanza de la Geografía, específicamente en los contenidos
relacionados con la cartografía. La alfabetización cartográfica es importante, ya que permite a los
estudiantes ubicarse y analizar el mundo en el que viven desde las diferentes escalas y relaciones
que se dan en el espacio geográfico.

Palabra clave: Enseñanza de la Geografía; metodologías activas; Alfabetización cartográfica.

45
ÁRVORE GENEALÓGICA GEOGRÁFICA: A CARTOGRAFIA DOS FLUXOS
MIGRATÓRIOS
GEOGRAPHIC FAMILY TREE: THE CARTOGRAPHY OF MIGRATORY FLOWS

Thiago Henrique de Castro Silva32


André dos Santos Cirqueira33

RESUMO:

Utilizar diferentes recursos e distintas linguagens no ensino de geografia é fundamental para que os
estudantes alcancem uma aprendizagem significativa. Este artigo pretende utilizar o mapa como
recurso, para trabalhar a dinâmica dos fluxos migratórios, ressignificando seu uso ao adaptá-lo para
a construção coletiva de uma ‘árvore genealógica geográfica’ no aplicativo my maps. Busca-se
desenvolver uma relação mais afetuosa com o mapa, atribuindo significado ao colocar informações
sobre o histórico de migrações das famílias dos estudantes. A construção será feita de maneira
coletiva, durante o período de três aulas, contando com a participação de cada um dos educandos,
gerando um mapa único para cada turma em que a atividade pode ser aplicada. A atividade auxilia
no desenvolvimento do pensamento espacial dos alunos, relacionando o histórico de deslocamento
das famílias dos estudantes com os fluxos migratórios na dinâmica global. Espera-se que os alunos
investiguem o histórico familiar de migração, atentem para os motivos que levam as pessoas a se
deslocar, identifiquem as principais áreas de atração e repulsão de migrantes, que saibam
diferenciar os diferentes tipos de migração e reflitam sobre os possíveis problemas sociais que os
fluxos migratórios podem gerar. Trabalhar com a elaboração de uma cartografia afetiva,
aproveitando dados da realidade dos estudantes, pode eliminar a passividade muitas vezes
encontrada nas salas de aula. É uma metodologia ativa que possibilita colocar os estudantes como
protagonistas do processo de ensino aprendizagem, deixando o professor como mediador do
processo. Esta dinâmica é entendida por Filizola (2009, p.91) como uma decodificação que
possibilita ao estudante a apropriação de fato dos conceitos cartográficos. Este processo inverte a
prática didática tradicional, sua proposta induz o aluno a realizar uma análise cartográfica geral,
buscando uma relação do conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula, com as suas
vivências cotidianas e familiares. A proposta parte do local para assim ocorrer a ressignificação de
conceitos relacionados aos fluxos migratórios globais, gerando assim uma aprendizagem
significativa dos alunos. Os mapas podem ser expostos pela escola, compartilhados com colegas de
outras turmas e reutilizados para a explicação de outros conteúdos ao longo do ano, trazendo novos

32
Instituto Federal Catarinense - Brusque. Estudante do PROFGEO. thiagohenc@gmail.com.
33
Instituto Federal Catarinense - Brusque. Estudante do PROFGEO. andrescgeo@gmail.com.

46
significados para o mesmo. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Palavra-chave: Fluxos Migratórios; Ensino de Geografia; Cartografia.

ABSTRACT:

Using different resources and languages in geography teaching is essential for students to achieve
meaningful learning. This article intends to use the map as a resource to work on the dynamics of
migratory flows, re-signifying its use by adapting it to the collective construction of a 'geographical
family tree' in the my maps application. We seek to develop a more affectionate relationship with the
map, attributing meaning by using information about the migration history of the students' families.
The elaboration will be done collectively, during the period of three classes, with the participation of
the students, generating a unique map for each class where the activity can be implemented. The
activity helps the development of students' spatial thinking, relating the history of displacement of
students' families with migratory flows in the global dynamics. They should investigate family history
of migration, pay attention to the reasons that lead people to move, identify the main areas of
attraction and repulsion of migrants, know how to distinguish the different types of migration, and
consider the possible social problems that migratory flows can generate. Working with the
elaboration of affective cartography, using data from the students' reality, can eliminate the passivity
often found in classrooms. It is an active methodology that makes it possible to place students as
protagonists in the teaching-learning process, leaving the teacher as a mediator of the process. This
dynamic is understood by Filizola (2009, p.91) as decoding that enables the student to actually
appropriate cartographic concepts. This process reverses the traditional didactic practice, the
proposal induces the student to carry out a general cartographic analysis, seeking to establish a
relationship between the content that is being worked in the classroom, with their daily and family
experiences. In the proposal we start from the place so that the re-signification of concepts related
to global migratory flows occurs, generating significant learning for the students. The maps can be
displayed by the school, shared with colleagues from other classes and reused to explain other
content throughout the year, giving it new meanings. This study was financed in part by the
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code
001.

Keywords: Migratory Flows; Geography Teaching; Cartography.

47
CARTOGRAFIA DE SÍNTESE NA ELABORAÇÃO DE MAPAS: CONSIDERAÇÕES
SOBRE A DISCIPLINA ESPECIAL DE CARTOGRAFIA TEMÁTICA E AMBIENTAL
CARTOGRAFÍA DE SÍNTESIS EN LA ELABORACIÓN DE MAPAS: CONSIDERACIONES SOBRE
LA DISCIPLINA ESPECIAL DE LA CARTOGRAFÍA TEMÁTICA Y AMBIENTAL

Nathália Prado Rosolém 34


Adriana Castreghini de Freitas Pereira 35

RESUMO:

Na Geografia, o raciocínio de síntese sempre foi explorado, utilizando a Cartografia como


instrumento para representar os elementos aos níveis analíticos e de correlação, a fim de ressaltar
os agrupamentos definidos por diferentes variáveis. A Cartografia de Síntese é utilizada por esta
ciência desde o início de sua sistematização, em trabalhos científicos elaborados no final do século
XIX e início do século XX, perpassando pelas monografias da escola de Vidal de La Blache e a
Geografia Regional; em 1940, utilizada por Max Sorre em sua Geografia Humana; em 1970, no
Movimento de Renovação, na Geografia Pragmática, pelo qual os mapas ganharam status de modelo
analítico e/ou sintético, sendo os principais instrumentos para o Planejamento e Diagnóstico do
território; por Libault (1971), em seu roteiro metodológico: “os quatro níveis da pesquisa geográfica”,
essencial para o desenvolvimento da cartografia de síntese e da modelização cartográfica; e em
1970, com o surgimento da Cartografia Ambiental, sendo o mapa síntese o mais indicado para
representar a dinâmica necessária para esta Cartografia. Atualmente, a Cartografia de Síntese conta
com grandes aliados com o desenvolvimento da cartografia digital, como os Sistemas de
Informações Geográficas (SIGs), que apresentam um conjunto de funções voltadas à integração dos
dados, a partir de dados analíticos elaborados em layers. No entanto, muitos concebem a Cartografia
de Síntese como sendo a superposição ou a justaposição de mapas analíticos, mas na representação
do mapa síntese não se vê os elementos e sim a fusão de todos eles. Deste modo, os mapas de
síntese devem-se a fusão de elementos e variáveis agrupadas em unidades taxonômicas e
agrupamentos espaciais, gerados a partir de critérios do próprio pesquisador ou orientados por
metodologia específica, decorrentes dos resultados obtidos na pesquisa. Sendo assim, visando
preencher a lacuna existente de oferta de disciplinas regulares que tratam estes conteúdos
cartográficos no programa de pós-graduação stricto sensu em Geografia da Universidade Estadual

34 UEL. Docente do Departamento de Geociências e discente de Pós-doutorado do programa de Pós-


Graduação de Geografia da UEL. nathaliarosolem@hotmail.com
35 UEL. Docente do Departamento de Geociências e do programa de Pós-Graduação de Geografia da

UEL. adrianacfp@uel.br

48
de Londrina-PR, propôs-se, a partir da oferta da disciplina especial de “Cartografia Temática e
Ambiental”, trabalhar a cartografia de síntese por meio das aulas expositivas, dedicadas às
discussões teóricas e metodológicas cartográficas, e da atividade avaliativa, na qual resultou em
mapas analíticos e de síntese elaborados pelos discentes no ambiente SIG (Sistema de Informações
Geográficas), utilizando para escolha dos dados um tema específico do Censo Escolar de 2010 e
2018, tendo como escala geográfica os municípios da Região Metropolitana de Londrina (RML).

Palavras-chave: Cartografia de Síntese; Docência em Pós-Graduação em Geografia; Mapas de


síntese.

RESUMEN:

En Geografía siempre se ha explorado el razonamiento de síntesis, utilizando la Cartografía como


instrumento para representar los elementos a nivel analítico y de correlación, con el fin de resaltar
las agrupaciones definidas por diferentes variables. La Cartografía de Síntesis ha sido utilizada por
esta ciencia desde el inicio de su sistematización, en trabajos científicos desarrollados a finales del
siglo XIX y principios del XX, pasando por las monografías de la escuela Vidal de La Blache y la
Geografía Regional; en 1940, utilizado por Max Sorre en su Geografía humana; en 1970, en el
Movimiento de Renovación, en Geografía Pragmática, a través del cual los mapas adquirieron el
estatus de modelo analítico y/o sintético, siendo los principales instrumentos para la Planificación y
Diagnóstico del territorio; de Libault (1971), en su guía metodológica: “los cuatro niveles de la
investigación geográfica”, fundamental para el desarrollo de la cartografía de síntesis y el modelado
cartográfico; y en 1970, con el surgimiento de la Cartografía Ambiental, siendo el mapa de síntesis
el más adecuado para representar la dinámica necesaria para esta Cartografía. Actualmente, la
Cartografía de Síntesis cuenta con grandes aliados en el desarrollo de la cartografía digital, como
los Sistemas de Información Geográfica (SIG), que cuentan con un conjunto de funciones orientadas
a la integración de datos, a partir de datos analíticos elaborados en capas. Sin embargo, muchos
conciben la Cartografía de Síntesis como la superposición o yuxtaposición de mapas analíticos, pero
en la representación del mapa de síntesis no se ven los elementos, sino la fusión de todos ellos. Así,
los mapas de síntesis se deben a la fusión de elementos y variables agrupados en unidades
taxonómicas y agrupamientos espaciales, generados a partir del propio criterio del investigador o
guiados por una metodología específica, resultantes de los resultados obtenidos en la investigación.
Por lo tanto, para llenar el vacío existente en la oferta de disciplinas regulares que tratan estos
contenidos cartográficos en el programa de posgrado en Geografía stricto sensu de la Universidad
Estatal de Londrina-PR, se propuso, a partir de la oferta de la disciplina especial de "Cartografía
Temática y Ambiental", trabajar la cartografía de síntesis a través de clases expositivas, dedicadas a
discusiones teóricas y metodológicas cartográficas, y actividad de evaluación, que resultó en mapas

49
analíticos y de síntesis elaborados por estudiantes en el programa de SIG, utilizando un tema
específico de los dados del Censo Escolar de 2010 y 2018, teniendo como escala geográfica los
municipios de la Región Metropolitana de Londrina (RML).

Palabras-clave: Cartografía de Síntesis; Docencia de Postgrado en Geografía; Mapas de síntesis.

50
CARTOGRAFIA ESCOLAR, NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DOCENTE:
ESTRATÉGIAS DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
CARTOGRAFÍA ESCOLAR, NUEVAS TECNOLOGÍAS Y FORMACIÓN DOCENTE: ESTRATEGIAS
DE FORMACIÓN CONTINUA PARA DOCENTES DE EDUCACIÓN BÁSICA

Natália Lampert Batista36


Maurício Rizzatti37
RESUMO:

A prática docente é permeada por múltiplos desafios. Entre eles está a constante (auto)formação
para o trabalho com as “novas” ferramentas tecnológicas e geotecnologias, associada as demandas
cotidianas de atuar nas diferentes escolas com suas características próprias e singulares. Para
propormos atividades que envolvam práticas pedagógicas capazes de integrar as interfaces da
Cartografia Escolar e das (novas) tecnologias é imprescindível que os(as) professores(as) tenham
formação adequada (tanto inicial como continuada), mas também é fundamental a disponibilidade
de infraestrutura básica para a aplicação dessas ferramentas. Assim, esse trabalho objetiva
problematizar a necessidade de formações continuadas de professores(as) para o trabalho com
Cartografia Escolar e (novas) tecnologias, aliando-as a reflexão sobre as condições de trabalho
docente nas escolas. Metodologicamente, o trabalho consiste em um relato de experiência pautado
em uma disciplina, em formato de Educação à Distância (EAD), ministrada para docentes da
Educação Básica e mestrados(as) em um Mestrado Profissional de Ensino de Geografia. Em primeiro
momento, apresentou-se a proposta de cronograma, cujas atividades passam por vídeos
instrucionais e aula síncronas (optativas) para resolução de possíveis problemas oriundos das
atividades práticas. As práticas foram desenvolvidas mediante o envio das atividades via Plataforma
Moodle e com a utilização dos softwares Biome Viewer, Earth Viewer, Google Earth, Canvis, My
maps, Philcarto e QGIS. Após a realização das atividades, refletiu-se sobre as dificuldades relatadas
pelos docentes ao longo dos encontros de “Tira-dúvidas”, bem como sobre as problematizações
propostas por eles(as) nos debates assíncronos em fóruns de discussão. Observou-se que os(as)
professores(as) evidenciam a importância de aprender a utilizar as (novas) tecnologias e ferramentas
geotecnológicas no espaço escolar, por meio de práticas de formação continuada. Muitos(as)
deles(as) destacaram a importância de sempre estar aprendendo e buscando aprender novas
ferramentas. Porém, atrelado a isso nascem pertinentes problematizações que passam pela
infraestrutura adequada para a execução efetiva das práticas, bem como a necessidade de

36
Universidade Federal de Santa Maria. Docente do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-
graduação em Geografia. natalia.batista@ufsm.br.
37
Universidade Federal de Santa Maria. Doutor em Geografia. mauriciorizzatti@ufsm.br.

51
constante atualização de saberes pelos(as) docentes. Conclui-se que a disciplina colaborou com as
discussões a respeito da relação Cartografia Escolar, (novas) tecnologias e geotecnologias para o
ensino de Geografia, bem como para potencializar os debates e tensionamentos sobre essas
temáticas e as diferentes realidades escolares.

Palavra-chave: NTIC; Geotecnologias; Infraestrutura Escolar.

RESUMEN:

La práctica docente está permeada por múltiples desafíos. Entre ellos está la (auto)formación
constante para trabajar con las “nuevas” herramientas, tecnologías y geotecnologías, asociadas a
las exigencias diarias de trabajar en diferentes escuelas con características propias y únicas. Para
proponer actividades que involucren prácticas pedagógicas capaces de integrar las interfaces de la
Cartografía Escolar y las (nuevas) tecnologías, es fundamental que los docentes tengan una
formación adecuada (tanto inicial como continua), pero también es fundamental la disponibilidad de
infraestructura base para la aplicación de estas herramientas. Así, este trabajo tiene como objetivo
problematizar la necesidad de formación contínua de los docentes para trabajar con Cartografía
Escolar y (nuevas) tecnologías, combinándolas con la reflexión sobre las condiciones de trabajo
docente en las escuelas. Metodológicamente, el trabajo consiste en un relato de experiencia basado
en una disciplina, en el formato de Educación a Distancia (EAD), impartido a profesores de
Educación Básica y estudiantes en una Maestría Profesional en Enseñanza de la Geografía. En un
primer momento se presentó la propuesta de horario, cuyas actividades incluyen videos instructivos
y clases sincrónicas (opcionales) para resolver posibles problemas derivados de las actividades
prácticas. Las prácticas se desarrollaron enviando las actividades a través de la Plataforma Moodle
y utilizando el software Biome Viewer, Earth Viewer, Google Earth, Canvis, My maps, Philcarto y
QGIS. Luego de realizadas las actividades, se reflexionó sobre las dificultades relatadas por los
profesores durante los encuentros de “Resolución de Dudas”, así como sobre las
problematizaciones propuestas por ellos en los debates asincrónicos en los foros de discusión. Se
observó que los docentes muestran la importancia de aprender a utilizar las (nuevas) tecnologías y
herramientas geotecnológicas en el espacio escolar, a través de prácticas de educación
permanente. Muchos de ellos destacaron la importancia de estar siempre aprendiendo y buscando
aprender nuevas herramientas. Sin embargo, ligado a esto, surgen problematizaciones relevantes
que pasan por la infraestructura adecuada para la ejecución efectiva de las prácticas, así como la
necesidad de actualización constante de conocimientos por parte de los docentes. Se concluye que
la asignatura colaboró con las discusiones sobre la relación entre Cartografía Escolar, (nuevas)
tecnologías y geotecnologías para la enseñanza de la Geografía, así como para potenciar los debates
y tensiones sobre estos temas y las diferentes realidades escolares.

52
Palabras-clave: NTIC; geotecnologías; Infraestructura Escolar.

53
CARTOGRAFIA NARRATIVA COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NUMA PERSPECTIVA
PÓS REPRESENTACIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

NARRATIVE CARTOGRAPHY USING DIGITAL TECHNOLOGIES IN A POST-REPRESENTATIONAL


PERSPECTIVE: AN EXPERIENCE REPORT

Marielle Jacinta Pereira Costa38

RESUMO:

No campo da cartografia escolar, as diferentes formas de produção de mapas e de mapeamentos,


pensando os mapas como práticas e os mapeamentos como processos tem sido discutidos no
campo da cartografia pós representacional. Desta forma, são estabelecidas reflexões sobre práticas
da cartografia narrativa e sobre mapeamentos sob essa perspectiva. O presente trabalho tem como
ponto de partida a cartografia pós representacional conforme os trabalhos de Girardi (2014),
Caquard; Cartwright (2014), Canto (2017), Seemann (2014), Alavez (2019) e Rodilha (2019). Diante
dessas abordagens e da proposta de mapear uma narrativa se propõe a realizar o relato de
experiência sobre o processo de construção do mapeamento intitulado “A volta do ET: Varginha em
vertigem”. O mapeamento parte de um trabalho inicial durante as aulas de geografia realizadas por
meio do ensino remoto e híbrido no contexto da pandemia da covid-19, em que houve a busca de
imagens e mapas que retratassem as desigualdades e/ou segregação socioespaciais entre dois
bairros da cidade de Varginha-MG que fossem vizinhos ou próximos. Parte de uma análise de como
os serviços estão dispostos, diferenças entre os traçados das ruas e avenidas, a especialização dos
bairros, a infraestrutura ou mesmo o preço do solo e diferenças entre as residências nos bairros
escolhidos por meio de uma produção audiovisual resultando em um vídeo com imagens coletadas
por meio de diferentes tecnologias digitais, que sejam: câmera digital, google maps, ferramentas do
google street view e filmagens com câmeras acopladas em drone capturadas por alunos da 2º série
do Ensino Médio de uma escola da cidade. As tecnologias supracitadas foram linguagens utilizadas
para promover um mapeamento profundo segundo Ribeiro (2019). Ainda, trabalhando-se o
multiletramento digital, a produção do vídeo também utilizou ferramentas de edição e manipulação
de imagens: aplicativo de edição de vídeo no celular, programas de computador para conversão das
imagens, pesquisa de campo e gravação da narração da estória. Com a construção desse
mapeamento estudantes e professora puderam praticar a ligação entre dados, imagens, análise de
dados por meio da narração de uma história, a criação de um personagem que envolvesse a história
desse lugar, para que o mapa pudesse contar uma estória utilizando diferentes tecnologias digitais.

Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP.Doutoranda em Geografia.


38

m224607@dac.unicamp.br; mariellejpcosta@gmail.com

54
Palavra-chave: Cartografia narrativa; tecnologias digitais; mapeamento.

ABSTRACT

In the field of school cartography, the different ways of producing maps and mappings, considering
maps as practices and mappings as processes, have been discussed in the field of post-
representational cartography. In this way, reflections on practices of narrative cartography and on
mappings from this perspective are established. The present work has as its starting point the post-
representational cartography according to the works of Girardi (2014), Caquard; Cartwright (2014),
Canto (2017), Seemann (2014), Alavez (2019) and Rodilha (2019). In view of these approaches and
the proposal to map a narrative, it is proposed to carry out an experience report on the process of
construction of the mapping entitled “A volta do ET: Varginha em vertigo”. The mapping starts from
an initial work during geography classes carried out through remote and hybrid teaching in the
context of the covid-19 pandemic, in which there was a search for images and maps that portray the
socio-spatial inequalities and/or segregation between two neighborhoods. From the city of Varginha-
MG that were neighbors or close. It starts from an analysis of how the services are arranged,
differences between the layout of streets and avenues, the specialization of the neighborhoods, the
infrastructure or even the price of the land and differences between the residences in the chosen
neighborhoods through an audiovisual production resulting in a video with images collected through
different digital technologies, which are: digital camera, google maps, google street view tools and
footage with cameras attached to a drone captured by students of the 2nd grade of high school at a
school in the city. The aforementioned technologies were languages used to promote a deep
mapping according to Ribeiro (2019). Still, working with digital multiliteracy, the video production
also used image editing and manipulation tools: video editing application on the cell phone, computer
programs for image conversion, field research and recording of the narration of the story. With the
construction of this mapping, students and teacher were able to practice the connection between
data, images, data analysis through the narration of a story, the creation of a character that involved
the history of this place, so that the map could tell a story using different digital technologies.

Keywords: Narrative cartography; digital technologies; mapping.

55
CARTOGRAFIA ESCOLAR E A UTILIZAÇÃO DO QGIS NA PRODUÇÃO DE MAPAS
TÁTEIS: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO INSTITUTO DOS CEGOS DO CEARÁ
SCHOOL CARTOGRAPHY AND THE USE OF QGIS IN THE PRODUCTION OF TACTILE
MAPS: AN EXPERIENCE WITH STUDENTS OF THE INSTITUTO DOS CEGOS DO
CEARÁ
Alexandrino da Costa Oliveira 39
Edjango Lima Freitas 40
RESUMO:
O presente artigo objetiva apresentar discussões sobre a vivência de alunos com deficiência visual
e/ou de baixa visão com materiais educacionais produzidos por professores de Geografia e
Mestrandos do programa de pós-graduação em Geografia – GEOPROF – CERES da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, que ocorreu dentro da disciplina de Material didático e
ensino de Geografia. Optamos em produzir dois mapas táteis, com formas e texturas diferentes da
Região Nordeste: o primeiro, destacando os nove estados e o segundo dando destaque ao estado
do Ceará, a metodologia se deu a partir de uma base cartográfica que serviu de molde, elaborada
no software QGIS Las Palmas 2.18, com a utilização do shapelife que foi feito download no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, e depois foi impresso no papel A3 e de forma
manual foi colado os materiais que serviram para o reconhecimento tátil. O trabalho foi proposto no
Instituto dos Cegos do Ceará com dois estudantes que tinham cegueira, objetivando perceber de
que maneira esse material didático cartográfico teria utilidade para o público-alvo e de que forma
poderia facilitar o trabalho dos docentes em sala de aula. Como resultados, validamos a utilização
dos dois mapas táteis da região Nordeste com os discentes, no primeiro mapa confeccionado com
barbante foi levando em consideração o reconhecimento do contorno região onde estava destacado
o estado do Ceará, no segundo foi feita com materiais diversificados (EVA, cartonados, contas etc)
que foram utilizados na confecção dos mapa, permitindo o reconhecimento dos limites territoriais
de cada estado, fizemos a escolha por materiais que não machucassem o tato dos alunos. Diante
disso, percebemos a importância e urgência em elaborar esses materiais didáticos inclusivos para
alunos com deficiência visual, com baixa visão e que possam fazer parte das aulas dos professores
nos mais variados espaços escolares.
Palavra-chave: Mapas táteis; Cartografia escolar; Inclusão.
ABSTRACT:
This article aims to present discussions about the experience of students with visual impairment
and/or low vision with educational materials produced by Geography teachers and Master's students
of the graduate program in Geography - GEOPROF - CERES at the Federal University of Rio Grande

39
Secretária Municipal de Maracanaú. Professor de Educação básica. xandoce@hotmail.com
40
Secretária Municipal de Maracanaú. Professor de Educação básica. edjangofreitas@yahoo.com.br

56
do Norte – UFRN (in Portuguese), which took place within the discipline of Didactic material and
teaching of Geography. We chose to produce two tactile maps, with different shapes and textures
of the Northeast Region of Brazil: the first, highlighting the nine states and the second highlighting
the state of Ceará. QGIS Las Palmas 2.18 software, using shapelife that was downloaded from the
website of the Brazilian Institute of Geography and Statistics – IBGE (in Portuguese), and then printed
on A3 paper and manually pasted the materials that served for tactile recognition. The work was
proposed at the Instituto dos Cegos do Ceará with two students who were blind, aiming to understand
how this cartographic didactic material would be useful for the target audience and how it could
facilitate the work of teachers in the classroom. As a result, we validated the use of the two tactile
maps of the Northeast region with the students, in the first map made with string it was taking into
account the recognition of the contour region where the state of Ceará was highlighted, in the second
it was made with diversified materials (EVA, cardboards, beads etc) that were used in the making of
the maps, allowing the recognition of the territorial limits of each state, we chose materials that did
not hurt the students' touch. In view of this, we realize the importance and urgency of developing
these inclusive teaching materials for students with visual impairments, with low vision and who can
be part of the teachers' classes in the most varied school spaces.
Keywords: Tactile maps; School cartography; Inclusion.

57
CARTOGRAFIA E FANTASIA: DESENVOLVENDO A CIDADANIA E OS RACIOCÍNIOS
GEOGRÁFICOS A PARTIR DAS AUTORIAS INFANTIS
CARTOGRAPHY AND FANTASY: DEVELOPING CITIZENSHIP AND GEOGRAPHIC THINKING
FROM CHILDREN'S AUTHORSHIP

Felipe Rangel Tavares41


João Victor Ferreira Teixeira Costa42
Richard Almir de Melo Faria43

RESUMO:

As contribuições da Cartografia Escolar para o desenvolvimento do raciocínio geográfico e para a


interpretação da espacialidade dos fenômenos são exploradas neste artigo, a partir de uma
experiência com estudantes do ensino fundamental de uma escola pública municipal do Rio de
Janeiro. Como ensinar geografia a partir da realidade dos alunos? Como levantar suas
representações do espaço? Como conhecer suas formas específicas de ler e ser/estar no mundo?
Partimos dos referenciais da Teoria Histórico-cultural, da construção de mapas vivenciais e dos
multiletramentos em cartografia, encaminhando a proposta na contramão da produção e do ensino
de uma cartografia tecnicista, pretensamente objetiva, fundamentada em cálculos e convenções
comprometidos com a ideia de precisão. Neste sentido, valoriza-se o espaço vivido, a subjetividade,
a criatividade e autoria dos discentes, tal como, a fantasia e a ludicidade. A experiência consistiu na
elaboração coletiva, colaborativa e itinerante de um mapa denominado “Continente fantástico"
(fazendo referência à proposta de uma cartografia do fantástico), que “percorreu” as turmas de
sexto, sétimo e oitavo ano de uma escola municipal localizada nas adjacências da favela da Maré,
na cidade do Rio de Janeiro. Os estudantes foram estimulados a criar “territórios da fantasia” e, em
seguida, redigir pequenos contos acerca deles. Desta atividade, territórios como as “ilhas
flutuantes”, “floresta negra” e “vila encantada” foram criados e deram origem a narrativas densas
de espacialidade – uma vez que essa dimensão se torna o ponto de partida para a o livre fluxo da
imaginação. A partir da análise do mapa e das narrativas criadas pelos estudantes, observamos as
possibilidades de trabalhar a dimensão da espacialidade através dessa cartografia não convencional
e de fomentar o protagonismo dos estudantes a partir do estímulo à imaginação. Buscou-se ir além
da perspectiva objetiva do mapa, explorando a ficção e o imaginário das crianças. Neste sentido, o
mapa torna-se não apenas uma representação, mas, uma [re]apresentação espacial da imaginação,
do lúdico – impregnada de referências do que se entende por real/concreto: dentre os territórios

41
UERJ-FEBF. Professor Adjunto. tavares.geo@gmail.com.
42
Colégio Santa Marta. Professor do Ensino Básico. joaocostageoo@gmail.com.
43
SME Belford Roxo. Professor do Ensino Básico. rfariageo@hotmail.com.
.

58
fantásticos, encontramos o “baile da Nova Holanda” e a “cidade do crime” – referências do cotidiano
dos estudantes. Tal iniciativa pretendeu, também, combinar a ficção com a realidade a fim de
desenvolver os raciocínios geográficos, superando a utilização de mapas somente como “espelhos
da realidade”: promovendo as autorias infantis a partir da singularidade e subjetividade das crianças,
de suas maneiras específicas de ser/estar no mundo com suas linguagens, demandas,
representações e conceitos. Deste modo, verificamos a produção de uma cartografia fantástica e de
narrativas densas de espacialidade que comunicavam informações de um espaço geográfico real-
ficcional não-estático, em construção, não-concluído. Portanto, a construção de cartografias
fantásticas no âmbito de mapas vivenciais amplia as possibilidades de um ensino de Geografia
comprometido com o desenvolvimento de uma cidadania crítica e ativa, que lança mão da
imaginação para criar não apenas contos de ficção, mas, outros espaços – espaços para outras
relações sociais – onde a autonomia e a participação podem florescer para a democracia.

Palavra-chave: Cartografia fantástica; Autorias infantis; Raciocínios geográficos.

ABSTRACT:

The contributions of School Cartography to the development of geographic thinking and to the
interpretation of the spatiality of phenomena are explored in this article, based on an experience with
elementary school students from a municipal public school in Rio de Janeiro. How to teach
geography based on the reality of the students? How to understand their representations of space?
How to know their specific ways of reading and being in the world? We start from the referential of
the Cultural-Historical Theory, the construction of experiential maps and the multi-literacies in
cartography, directing the proposal against the production and teaching of a technical cartography,
supposedly objective, based on calculations and conventions committed to the idea of precision. In
this sense, we value the lived space, the subjectivity, the creativity and authorship of the students, as
well as fantasy and playfulness. The experience consisted of the collective, collaborative and itinerant
elaboration of a map named "Fantastic Continent" (making reference to the proposal of a cartography
of the fantastic), which "traveled" through the sixth, seventh and eighth grade classes of a municipal
school located in the adjacencies of the Maré slum, in the city of Rio de Janeiro. The students were
encouraged to create "territories of fantasy" and then write short stories about them. From this
activity, territories like "floating islands", "black forest" and "enchanted village" were created and gave
origin to narratives dense with spatiality - since this dimension becomes the starting point for the free
flow of imagination. From the analysis of the map and the narratives created by the students, we
observed the possibilities of working the dimension of spatiality through this non-conventional
cartography and of fomenting the students' protagonism from the stimulus of imagination. We tried
to go beyond the objective perspective of the map, exploring the fiction and the imagination of the
children. In this sense, the map becomes not only a representation, but a spatial [re]presentation of
the imagination, of the ludic - impregnated with references of what is understood as real/concrete:

59
among the fantastic territories, we found the "New Holland dance" and the "city of crime" - references
of the students' everyday life. This initiative also intended to combine fiction with reality in order to
develop geographic reasoning, overcoming the use of maps only as "mirrors of reality": promoting
children's authorship from the children's singularity and subjectivity, from their specific ways of being
in the world with their languages, demands, representations and concepts. In this way, we verified
the production of a fantastic cartography and dense narratives of spatiality that communicated
information of a non-static, under construction, unfinished real-fictional geographic space. Therefore,
the construction of fantastic cartographies within the scope of experiential maps expands the
possibilities of a Geography teaching committed to the development of a critical and active
citizenship, which makes use of imagination to create not only fiction tales, but other spaces - spaces
for other social relations - where autonomy and participation can flourish for democracy.

Keywords: Fantastic cartography; Children's authorship; Geographical thinking.

60
CARTOGRAFIA SOCIAL EM SALA DE AULA: PRAIA E TERRITÓRIO EM ANGRA DOS REIS/RJ

SOCIAL CARTOGRAPHY IN THE CLASSROOM: THE PRIVATIZATION OF BEACHES IN ANGRA


DOS REIS/RJ

Carolina Franco Paixão44


Mara Edilara Batista de Oliveira 45

RESUMO:

Esse trabalho possui como objetivo contribuir para a Cartografia Escolar e para o campo de
conhecimento em construção da Cartografia Social por meio de um relato de experiência de
mapeamento coletivo, participativo e colaborativo que ocorreu com jovens do 9º ano do Ensino
Fundamental em um espaço escolar. Essa experiência cartográfica ocorreu partindo de um grupo
de alunos de graduação em licenciatura de Geografia e professores do Instituto de Educação de
Angra dos Reis (IEAR), campus de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), sendo uma
oportunidade proporcionada pelo apoio financeiro da Capes por meio da Bolsa Institucional de
Iniciação à Docência (PIBID). Para atingir o objetivo mencionado anteriormente, o artigo busca em
um primeiro momento, apresentar o contexto socioespacial de Angra dos Reis: a privatização das
praias e a usurpação de territórios costeiros. Posteriormente, são apresentados brevemente os
principais temas analíticos que constroem o campo de conhecimento da Cartografia Social,
formulados por geógrafos pesquisadores que defendem que a Cartografia é um instrumento de
poder inventado pela classe dominante (o Estado, militares etc.) para extorquir territórios, controlar
mundos e restringir acessos. Nesse caminho, Girardi (2000) apresenta a sua relação com a
educação cartográfica acreditando que o ensino da Cartografia é indissociável do ensino da
Geografia. Em seguida, contextualizaremos a Cartografia Social com a ajuda de Acselhad e Viégas
(2013), apresentando as principais experiências que ocorreram na Abya Ayla, no Brasil, e as
experiências vivenciadas na região da Costa Verde com o Grupo de Pesquisa Cartonomia. Por fim,
descrevemos as etapas ou metodologias utilizadas em sala de aula através das premissas da
Cartografia Social para o processo do mapeamento coletivo, a respeito da ocupação das praias da
região, produzido através dos conhecimentos territoriais dos alunos de uma escola localizada em
um bairro periférico de Angra dos Reis/RJ. Acredita-se que o campo de conhecimento da Cartografia
Social é importante para o ensino da Geografia, pois trabalha com o reconhecimento e a auto-
identificação dos sujeitos em seus territórios, contribuindo para o desenvolvimento da sua
consciência política e territorial.

44 UERJ. Mestranda. carolinafp@id.uff.br.


45 UFCG. Professora de Magistério Superior. edilaramara@gmail.com.

61
Palavra-chave: Conflitos territorias; Territorialidades; Ensino cartográfico.

ABSTRACT:

This article aims to contribute to School Cartography and to the field of knowledge under
construction of Social Cartography, reporting a exoerience of collective, participatory and
collaborative mapping that occurred with young people from the 9th year of Elementary School in a
school space. This cartographic experience took place within a group of undergraduate students and
Professors from the Instituto de Educação de Angra dos Reis (IEAR), an extension campus of
Universidade Federal Fluminense (UFF), an opportunity provided by the financial support of Capes
through the Institutional Scholarship for Teaching Initiation (PIBID). To achieve such an objective,
this article seeks, at first, to present the socio-spatial context of Angra dos Reis: the privatization of
beaches and the usurpation of coastal territories. Subsequently, the main analytical themes that build
the field of knowledge of Social Cartography are briefly presented, formulated by research
geographers who defend that Cartography is an instrument of power invented by the ruling class
(the State, military, etc.) to extort territories, control worlds and restrict access. In this way, Girardi
(2000) presents his relationship with cartographic education, believing that the teaching of
Cartography is inseparable from the teaching of Geography. Then, we will contextualize Social
Cartography with the help of Acselhad and Viégas (2013), presenting the main experiences that took
place at Abya Ayla, in Brazil, and the experiences lived in the Costa Verde region with the Cartonomia
Research Group. Finally, we describe the steps or methodologies used in the classroom through the
premises of Social Cartography for the process of collective mapping, regarding the occupation of
the region's beaches, produced through the territorial knowledge of students from a school located
in a peripheral neighborhood. from Angra dos Reis/RJ. It is believed that the field of knowledge of
Social Cartography is important for the teaching of Geography, as it works with the recognition and
self-identification of subjects in their territories, contributing to the development of their political and
territorial awareness.

Keywords: Territorial conflicts; Territorialities; Cartographic teaching.

62
CONTRIBUIÇÕES DO DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM NO ENSINO
DE CARTOGRAFIA
CONTRIBUTIONS FROM UNIVERSAL DESIGN FOR LEARNING IN CARTOGRAPHY TEACHING

Ícaro Belém Horta46

RESUMO:

Ao refletir acerca do processo de ensino-aprendizagem com estudantes da educação básica,


encontra-se a possibilidade de atuar com os mais variados gostos, formas de aprender e também
de expressar o conteúdo. Visando a compreensão de uma organização metodológica e pedagógica,
um grupo de pesquisadores estadunidenses – o Center for Applied Special Technology (CAST) –
propuseram o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), na qual consiste numa proposta de
organização da prática pedagógica que visa possibilitar múltiplos meios de engajamento, ação e
expressão e representação do conteúdo para os mais diversos estudantes envolvidos neste
processo. E é através desta perspectiva de propiciar várias formas de aprendizagem que
pesquisadores da área da educação, em especial da Educação Especial, utilizam o DUA como
possibilidade de atuação com os discentes durante o processo educacional. O presente artigo visa
pensar contribuições do Desenho Universal para a Aprendizagem no ensino de Geografia, com o
recorte para a temática da Cartografia. É pensado na organização desde o planejamento, passando
pela execução e na avaliação deste processo. O trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica em
que se ampara na concepção do Desenho Universal para a Aprendizagem (Universal Design for
Learning) e na concepção de Cartografia Escolar. Juntamente a este ponto, relaciona-se com teorias
do ensino de geografia, tais como situação geográfica, a espacialidade do fenômeno e nas
concepções pedagógicas da Taxonomia de Bloom. Tal texto buscará apresentar não uma receita
geral para o ensino de cartografia, mas sim uma reflexão da prática docente e de alguns possíveis
caminhos que possam ser traçados para um processo de ensino-aprendizagem que corrobora com
a inclusão de todos os estudantes e suas variadas formas de aprender, engajar e expressar o
conhecimento. Ademais, o Desenho se mostra de forma positiva não só para os estudantes, mas
também para os docentes que ali atuam e para a comunidade escolar.

Palavra-chave: Desenho Universal para a Aprendizagem; Ensino; Cartografia; Metodologia.

46
Graduado em Geografia (licenciatura) pela UFMG. Professor da educação básica na Secretaria de
Estado da Educação de Minas Gerais (SEEMG). E-mail: oracibh@gmail.com.

63
ABSTRACT:

When reflecting on the teaching-learning process with basic education students, there is the
possibility of working with the most varied tastes, ways of learning and also of expressing the content.
Aiming at understanding a methodological and pedagogical organization, a group of American
researchers – the Center for Applied Special Technology (CAST) – proposed the Universal Design
for Learning (UDL), which consists of a proposal for the organization of pedagogical practice that
aims to enable multiple means of engagement, action and expression and representation of content
for the most diverse students involved in this process. It is through this perspective of providing
various forms of learning that researchers in the field of education, especially in Special Education,
use the UDL as a possibility of working with students during the educational process. This article
aims to think about contributions of Universal Design for Learning in Geography teaching, with a
focus on the topic of Cartography. It is thought of in the organization from the planning, through the
execution and also in the evaluation of this process. The work consists of a bibliographical research
based on the concept of Universal Design for Learning and also on the concept of School
Cartography. Along with this point, it is related to theories of geography teaching, such as geographic
situation, the spatiality of the phenomenon and also in the pedagogical conceptions of Bloom's
Taxonomy. This text will seek to present not a general recipe for the teaching of cartography, but a
reflection of the teaching practice and also of some possible paths that can be traced for a teaching-
learning process that corroborates the inclusion of all students and their various ways of learning,
engaging and expressing knowledge. In addition, the UDL shows itself in a positive way not only for
the students, but also for the teachers who work there and for the school community.

Keywords: Universal Design for Learning; Teaching; Cartography; Methodology.

64
DIFERENTES LINGUAGENS NA CARTOGRAFIA ESCOLAR: DO ENSINO
MNEMÔNICO AOS SABERES GEOGRÁFICOS
DIFFERENT LANGUAGES IN SCHOOL CARTOGRAPHY: FROM MNEMONIC TEACHING TO
GEOGRAPHICAL KNOWLEDGE

Rafael Martins Duarte 47


Laís Garcia Moreira 48
Liz Cristiane Dias 49

RESUMO:

O proposto lançado neste trabalho inicia-se pelo pensar nas atuais práticas dos professores de
Geografia, materializado através de suas estratégias de ensino e aprendizagem, adotadas por entre
as diferentes e também diversas linguagens que a Cartografia Escolar proporciona aos docentes em
atuação. Pensar nas atuais práticas dos professores se faz necessário, pois permite entender a
autonomia dos docentes e as apropriações de suas ações colocadas na esteira do campo da
educação brasileira, e isso só será realizado por meio da reflexão da práxis. É importante ressaltar
que as discussões não perpassam por culpabilizar os professores de Geografia pelo ensino de
memorização, visto que os docentes das ciências humanas são exigidos constantemente pelos
diferentes e inúmeros deveres que a profissão carrega no cerne de sua prática, que é bastante
complexa; pois a estes é empregada uma tarefa única e exclusiva que as matérias que integram este
bloco executam, que é a de reforçar e demonstrar a importância que seus conteúdos carregam para
a vida dos estudantes. Que por vezes questionam a relevância do que se aprende; isso não é
exclusivo aos alunos e não somente ao conteúdo. Este problema perpassa por um pensamento
coletivo ligado ao senso comum de que disciplinas relacionadas as ciências exatas carregam maior
relevância, este obstáculo afeta de forma direta o ensino básico, este é só mais um dos imensuráveis
problemas que a prática da Geografia enfrenta. Adiante, será realizado uma pesquisa com
professores investigando quais linguagens são utilizadas em suas aulas de Cartografia, este recorte
faz parte da pesquisa de mestrado realizado com professores da educação básica de Pelotas, a qual
se investiga quais são as linguagens utilizadas nas aulas de Cartografia, com isso acredita-se dar um
passo no entendimento do panorama das atuais práticas e posteriormente classificar as linguagens
utilizadas, bem como avaliar se ainda contribuem para a manutenção da aprendizagem mnemônica
e de que forma isso se efetiva. O debate colocado permite aprofundamentos necessários no campo
das linguagens da Cartografia, assim como assente traçar linhas que direcionem para o

47
Universidade Federal de Pelotas. Aluno. rafaelmduarte96@gmail.com.
48
Universidade Federal de Pelotas. Aluna. laisg.moreira@outlook.com.
49
Universidade Federal de Pelotas. Professora. lizcdias@gmail.com.

65
aperfeiçoamento das práticas escolares, que desenvolvam habilidades importantes na Geografia
como: noções espaciais e conceituais. Para além das questões levantadas, haverá um
aprofundamento nas práticas de Cartografia Escolar que se apropriam das linguagens das histórias
em quadrinhos, isso será apresentado em forma de sugestões e propostas metodológicas que
envolvem habilidades importantes para a Geografia. Espera-se contribuir colaborar com à
aproximação dos conceitos e conteúdo da Cartografia, com ideias que possam ser utilizadas em
sala de aula.

Palavra-chave: práxis; mnemônico; histórias em quadrinhos.

ABSTRACT:

The proposal launched in this work begins by thinking about the current practices of Geography
teachers, materialized through their teaching and learning strategies, adopted among the different
and also diverse languages that School Cartography provides to teachers in action. Thinking about
the current practices of teachers is necessary, as it allows us to understand the autonomy of teachers
and the appropriations of their actions placed in the wake of the field of Brazilian education, and this
will only be done through reflection on praxis. It is important to emphasize that the discussions do
not involve blaming Geography teachers for the teaching of memorization, since human sciences
teachers are constantly demanded by the different and numerous duties that the profession carries
at the heart of its practice, which is quite complex; because they are given a unique and exclusive
task that the subjects that make up this block perform, which is to reinforce and demonstrate the
importance that their contents carry for the lives of students. Who sometimes question the relevance
of what is learned; this is not exclusive to students and not only to the content. This problem
permeates a collective thought linked to the common sense that disciplines related to the exact
sciences carry greater relevance, this obstacle directly affects basic education, this is just one of the
immeasurable problems that the practice of Geography faces. Further on, a survey will be carried
out with teachers investigating which languages are used in their Cartography classes, this clipping
is part of the master's research carried out with teachers of basic education in Pelotas, which
investigates which languages are used in Cartography classes, with this it is believed to take a step
in understanding the panorama of current practices and later classify the languages used, as well as
assess whether they still contribute to the maintenance of mnemonic learning and how this is
effective. The debate put in place allows for the necessary deepening in the field of Cartography
languages, as well as establishing lines that lead to the improvement of school practices, which
develop important skills in Geography such as: spatial and conceptual notions. In addition to the
issues raised, there will be a deepening of School Cartography practices that appropriate the
languages of comics, this will be presented in the form of suggestions and methodological proposals
that involve important skills for Geography. It is expected to contribute to the approximation of the
concepts and content of Cartography, with ideas that can be used in the classroom.

66
Keywords: praxis; mnemonic; comics books.

67
DECOLONIZANDO A CARTOGRAFIA ESCOLAR: UMA REPRESENTAÇÃO
INSURGENTE
DECOLONIZING SCHOOL CARTOGRAPHY: AN INSURGENT REPRESENTATION

Diomario da Silva Junior50


Vinicius de Luna Chagas Costa51

RESUMO:

A formação do aluno que leia, intérprete e produza mapas é uma das tarefas básicas da geografia.
Múltiplas podem ser as práticas para essa formação, no entanto vale refletir que aquelas que
promoverem iniciativa e posicionamento crítico ao ler o espaço geográfico, podem, realmente,
contribuir para uma formação cartográfica que ultrapasse os muros da escola. Este texto traz ao
diálogo experiências em sala de aula com três turmas de Ensino Médio na abordagem da cartografia
como possibilidade de ressignificar nosso fazer pedagógico. Entendemos que a forma de apresentar
os fatos geográficos em sua espacialidade necessita dos mapas, elemento fundante no dialogar com
a geografia em ambiente escolar. No tocante a prática pedagógica destacamos o mapa como um
instrumento fortalecedor da consciência política, porém pouco discutido nas representações
espaciais cartográficas hegemônicas – daí a emergência decolonial de se pensar em “novas
cartografias sociais”, como nos diz Renato Emerson dos Santos (2011). Em nossa leitura o campo
cartográfico escolar se apresenta como uma arena em disputa, e abordagens não dialógicas-
reflexivas tendem a resumir as representações cartográficas a modelos matemáticos, tornando esse
processo enfadonho e pouco contribuinte para a transformação social. Na necessidade de dinamizar
e democratizar o uso e os objetos cartográficos, buscamos o caminho epistemológico da cartografia
social, onde temas como violência urbana, regiões de risco ambiental, campos de disputa social e
quantitativo populacional são formas de saber-poder centrados no espaço. Lançando mão da teoria
do “giro decolonial” proposta por intelectuais como Walter Mignolo (2000), Edgardo Lander (1997)
e Anibal Quijano (1997), exploramos iniciativas que sejam georreferenciadas por uma intervenção
mais plural. A discussão ganha relevo ao considerar as novas tecnologias de representação espacial,
incluindo a anamorfose geográfica, com o objetivo de contribuir para a construção de um raciocínio
cartográfico que supere os elementos técnicos e instrumentos que compõem o mapa, enunciando
seu uso social.

Palavra-chave: Cartografia Social; Ensino; Perspectiva decolonial.

50
Colégio Liceu Franco Brasileiro. Professor de Geografia. E-mail: domakli@hotmail.com.
51
Colégio Liceu Franco Brasileiro. Professor de Geografia. E-mail: viniciusgeografo@gmail.com.

68
ABSTRACT:

The development of the student who can read, interpret and make maps is one of the most basic
tasks of Geography. There are various types of practices for this development, nevertheless, it’s
worth considering that those which promote initiative and critical thinking in reading the geographical
space can indeed contribute to a cartographic development that goes beyond the school walls. This
text brings classroom experiences of three high school classes through the cartography approach
as a possibility of resignifying our pedagogical way. It’s understood that the way of presenting
geography facts in its spatiality needs maps, a crucial element in dialoguing with geography in the
school environment. When it comes to pedagogical practice, the map is a strengthening tool of
political consciousness, though little discussed in hegemonical cartographic spatial representations
– then comes the decolonial emergency of thinking of “new social cartographies”, as Renato
Emerson dos Santos (2011) mentions. From our perspective, the school cartographic field shows
itself as a disputed arena, and non-dialogic-reflexive approaches are likely to boil cartographic
representations down to mathematic models, making this process tiring and little worthwhile to social
transformation. In the need of making the use and the cartographic object dynamic and democratic,
it’s sought the epistemological way of social cartography, where topics such as urban violence,
environmental risk areas, social dispute fields, and populational quantitative are ways of know-power
centered in space. Making use of the theory of “decolonial turn” proposed by intellectuals like Walter
Mignolo (2000), Edgardo Lander (1997), and Anibal Quijano (1997), initiatives that are georeferenced
by a more plural intervention are explored. The discussion gains prominence when considering the
new technologies of spatial representation, including the geographical anamorphosis, aiming at
contributing to the contribution of cartographic thinking which overcomes the technical elements and
tools which compose the map, enunciating its social use.

Keywords: social cartography; teaching; decolonial perspective.

69
EM BUSCA DA GEOGRAFIA QUE EU QUERO ENSINAR: CARTOGRAFIA ESCOLAR E
PRODUÇÃO DIDÁTICA EM GEOGRAFIA
IN SEARCH OF THE GEOGRAPHY I WANT TO TEACH: SCHOOL CARTOGRAPHY AND
DIDACTIC PRODUCTION IN GEOGRAPHY

Bruno Brauner Sioqueta52


Carla Pizzuti Savian53
Carmen Luyara Canabarro Leal54
Natália Lampert Batista55

RESUMO:

Atualmente, o uso de múltiplas linguagens no ensino se faz essencial para o aprimoramento do


processo de ensino-aprendizagem de alunos e de professores. A Geografia, por se tratar de um
campo de pesquisa amplo e que contempla diversas áreas do conhecimento, precisa compreender
que cada pessoa entende e vivencia o espaço de forma diferente ao de outra. A Cartografia Escolar,
por esse viés, pode ser tornar uma relevante referência. Sendo assim, o presente trabalho possui
como objetivo conhecer a realidade das escolas de Santa Maria e região, desenvolver materiais
didáticos e propostas metodológicas visando a qualificação do ensino de Geografia na Educação
Básica. Obviamente, a aprendizagem não está condicionada somente a isto, porém, os recursos e
as metodologias utilizadas em aula podem ser um diferencial na promoção da aprendizagem dos
estudantes. Tanto na formação inicial como na formação continuada, pensar quais as ferramentas e
como utilizá-las em sala de aula, promove autonomia docente e fomenta novas formas de atuar,
como também ressaltam Breda e Carneiro (2015) e Copatti (2020). Metodologicamente o projeto
será pautado na construção de debates teórico-práticos sobre ensino de Geografia e formação
docente. Primeiramente, foi pensado o desenvolvimento de maquete tridimensionais do Brasil, de
forma a trabalhar os conteúdos de clima, vegetação, relevo e biomas, dentro de cada região
brasileira com a turma de 7º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Zenir Aita, de Santa
Maria, Rio Grande do Sul, já que essa turma aprendeu os conteúdos acima citados durante o período
de aulas remotas devido a pandemia da COVID-19. Assim, eles iriam reforçar os conteúdos
aplicando-os de forma prática por meio de técnicas cartográficas. As maquetes, neste contexto,

52
Universidade Federal de Santa Maria. Graduando do curso de Geografia Licenciatura.
bruno.sioqueta@acad.ufsm.br.
53
Universidade Federal de Santa Maria. Graduanda do curso de Geografia Bacharelado.
carlapizzutisavian@hotmail.com.
54
Escola Municipal de Ensino Fundamental Zenir Aita. Docente. carmenluyara@gmail.com.
55
Universidade Federal de Santa Maria. Docente do Departamento de Geociências e do PPGGEO.
natalia.batista@ufsm.br. Orientadora.

70
potencializarão a aprendizagem e o entendimento dos estudantes sobre os diferentes conteúdos
abordados nas aulas de geografia, pois empreenderão múltiplas linguagens no debate e reflexão
sobre o tema trabalhado. Espera-se que com a realização deste trabalho, possamos avaliar a
eficiência dos recursos que foram propostos e das metodologias desenvolvidas e aplicadas junto às
turmas, de forma a compreender a importância do uso de diferentes linguagens no ensino de
Geografia no processo de ensino-aprendizagem dos educandos e educadores. Também esperamos
que esta proposta gere interação entre as práticas inovadoras e a realidade dos estudantes da
contemporaneidade.

Palavra-chave: Ensino de Geografia; Material Didático; Formação Docente.

ABSTRACT:

Currently, the use of multiple languages in teaching is essential for the improvement of the teaching-
learning process of students and teachers. Geography, because it is a broad field of research that
includes several areas of knowledge, needs to understand that each person understands and
experiences space differently from another. School Cartography, from this point of view, can become
a relevant reference. Therefore, the present work has as objective to know the reality of the schools
of Santa Maria and region, to develop didactic materials and methodological proposals aiming at the
qualification of the teaching of Geography in Basic Education. Obviously, learning is not only
conditioned to this, however, the resources and methodologies used in class can be a differential in
promoting student learning. In both initial and continuing education, thinking about the tools and how
to use them in the classroom promotes teaching autonomy and fosters new ways of acting, as Breda
and Carneiro (2015) and Copatti (2020) also emphasize. Methodologically, the project will be guided
by the construction of theoretical-practical debates on Geography teaching and teacher training.
First, the development of three-dimensional models of Brazil was thought of, in order to work the
contents of climate, vegetation, relief and biomes, within each Brazilian region with the 7th grade
class of the Escola Municipal de Ensino Fundamental Zenir Aita, in Santa Maria, Rio Grande do Sul,
as this class learned the contents mentioned above during the period of remote classes due to the
pandemic. Thus, they would reinforce the contents by applying them in a practical way through
cartographic techniques. The models, in this context, will enhance students' learning and
understanding of the different contents covered in geography classes, as they will undertake multiple
languages in the debate and reflection on the topic worked. It is hoped that with the accomplishment
of this work, we can evaluate the efficiency of the resources that were proposed and of the
methodologies developed and applied with the classes, in order to understand the importance of the
use of different languages in the teaching of Geography in the teaching-learning process of learners

71
and educators. We also hope that this proposal generates interaction between innovative practices
and the reality of contemporary students.

Keywords: Teaching Geography; Courseware; Teacher Training.

REFERÊNCIAS:

BREDA, T. V.; CARNEIRO, C. D. R. Proposta de formação docente na confecção de jogos


geográficos: uma experiência com professores de Campinas, Brasil. Didácticas Específicas, v. 13,
p. 45-60, 2015.

COPATTI, C. Geografia(s), Professor(es) e construção do pensamento pedagógico. Curitiba:


CRV, 2020.

AGRADECIMENTO:

Trabalho apoiado pelo FIEX/UFSM.

72
ESCOTISMO E CARTOGRAFIA: AS RELAÇÕES E USOS DA CARTOGRAFIA EM
ATIVIDADES DO MOVIMENTO ESCOTEIRO
SCOUTING AND CARTOGRAPHY: THE RELATIONSHIPS AND USES OF CARTOGRAPHY IN
SCOUT MOVEMENT ACTIVITIES

Gabriel Veloso Rocha Lemos56


Matheus Kleinicke Rossales57
Liz Cristiane Dias58

RESUMO:

O escotismo ou movimento escoteiro, segundo Lemos (2021, p. 8), se caracteriza como uma
“organização independente de ensino não formal, apolítica, não governamental e sem fins lucrativos,
que abrange internacionalmente 54 milhões de membros e está presente em mais de 233 países,
contando com diversas organizações nacionais nos lugares onde se faz presente, incluindo o Brasil”
(apud União dos Escoteiros do Brasil, 2021). Por se caracterizar como um movimento de ensino não
formal, entende-se que o mesmo possui atividades pedagógicas estruturadas e desenvolvidas fora
do contexto escolar com ênfase na participação coletiva (LARANJEIRA, TEIXEIRA, 2008, p.24).
Nesse sentido, o presente trabalho busca a verificação das relações entre as atividades escoteiras
e a ciência cartográfica, dividindo-se em quatro seções, sendo a primeira um breve resumo do que
é o movimento escoteiro, seu surgimento e sua caracterização enquanto ensino não formal. Na
sequência, busca-se a verificação da ocorrência do uso da ciência cartográfica nas atividades
propostas e desenvolvidas pelo movimento escoteiro através de uma revisão de literatura, buscando
publicações que interseccionassem o escotismo e a cartografia. Em seguida, são elencadas três
publicações e uma dissertação, que em parte ou no todo, abordam as relações entre escotismo e
cartografia em atividades desenvolvidas ou em documentos e manuais escoteiros que apresentem
elementos da ciência cartográfica. Também são apresentadas as categorias de pesquisas utilizadas
e desenvolvidas pelos seus respectivos autores e a forma de contato que ocorreu entre os mesmos
e as atividades escoteiras no decorrer das suas pesquisas. No último momento, será realizado um
fechamento elencando, a partir dos textos encontrados, como a cartografia está presente nas
atividades escoteiras em diferentes momentos e da sua proposta pedagógica, também
apresentando como a mesma é trabalhada pelos escotistas e suas finalidades. Por fim, há uma

56
Universidade Federal de Pelotas. Pós-graduando e autor (PPGEO – UFPEL).
gabrielvelosolemos@hotmail.com.
57
Universidade Federal de Pelotas. Pós-graduando e coautor (PPGEO – UFPEL).
matheus.rossales@gmail.com.
58
Universidade Federal de Pelotas. Professora e orientadora. lizcdias@gmail.com.

73
reflexão sobre os desdobramentos na construção dos conhecimentos geográficos e cartográficos
para os indivíduos participantes das atividades.

Palavra-chave: Escotismo; Cartografia; Ensino.

ABSTRACT:

Scouting or Scouting Movement, according to Lemos (2021, p. 8), is characterized as an


“independent, non-political, non-governmental and non-profit organization of non-formal education,
which internationally encompasses 54 million members and is present in more than 233 countries,
with several organizations in the national places where it is present, including Brazil” (apud União do
Escoteiros do Brasil, 2021). For being characterized as a non-formal education movement, it is
understood that it has structured and developed pedagogical activities outside the school context
with emphasis on collective participation (LARANJEIRA, TEIXEIRA, 2008, p.24). In this sense, the
present work seeks to verify the relations between the scouting activities and cartographic science,
divided into four sections, the first one is given through a brief summary of what the Scout Movement
is, its emergence and its characterization as non-formal education. Following, it seeks to verify the
occurrence of the use of cartographic science in the activities proposed and developed by the Scout
movement through a literature review, looking for publications that intersect scouting and
cartography. Next, three publications and a dissertation are listed, which in part or in whole, address
the relations between scouting and cartography in activities developed or in Scout documents and
manuals that present elements of cartographic science. The categories of research used and
developed by their respective authors, and the form of contact that occurred between them and the
scout activities in the course of their research are also presented. At the last moment, a conclusion
will be made listing, from the texts found, how cartography is present in the scout activities at different
times and their pedagogical proposal, also presenting how it is worked by scouts and its purposes.
Finally, there is a reflection on the developments in the construction of geographical and cartographic
knowledge for the individuals participating in the activities.

Keywords: Scouting; Cartography; Teaching.

74
ENSINO DA CARTOGRAFIA: PRODUÇÃO DE MAPA A PARTIR DO ESPAÇO VIVIDO COM
IMAGEM DE SATÉLITE
ENSEÑANZA DE LA CARTOGRAFÍA: PRODUCCIÓN DE MAPAS A PARTIR DEL ESPACIO
VIVIENTE CON IMAGEN DE SATÉLITE

Maysa Aparecida Goronski59


Túlio Cícero Saldanha Parrot60
Natália Lampert Batista61

RESUMO:

A Cartografia é essencial no ensino da Geografia, chegando, muitas vezes, a ser entendida como o
símbolo desta disciplina. Está ciência, arte e técnica representa os múltiplos espaços ocupados pela
sociedade em suas mais diversas formas. Sendo assim, olhar para o ensino de Geografia a partir da
Cartografia Escolar, como uma múltipla linguagem, é fundamental para a percepção e entendimento
desse espaço. Essa percepção deve ser iniciada com os estudantes já nas Séries Iniciais, como, por
exemplo, com a construção de noções de representação sobre o lugar, experiências de lateralidade,
visando a descentralização do estudante, para que ele tenha a noção do todo, entre outras inúmeras
proposições. A partir do Ensino Fundamental II, a Cartografia Escolar trabalha conceitos mais
aprofundados e com maior intensidade, sendo eles: pontos cardeais, coordenadas geográficas,
legendas (cores, símbolos), escalas, visão vertical, que são essenciais para leitura e para
compreensão de mapas. Assim, esta pesquisa visa que o estudante compreenda os espaços vividos
e como eles são representados, evidenciando que toda a representação do mundo é permeada por
intencionalidades, que refletem direta ou indiretamente as relações de poder e hierarquia, mas que
também podem se relacionar aos seus lugares de afeto topofílicos ou topofóbicos, nos conceitos de
TUAN (1980). Portanto, a atividade proposta foi a produção de mapas com imagens impressas do
Google Earth Pro, dando ênfase para localização da escola e do bairro, objetivando trabalhar além
da Cartografia, o lugar vivido dos estudantes. Os mapas produzidos, foram pensados para além da
simples representação cartesiana do mundo, mas trouxeram também, as narrativas do espaço
produzidas pelo estudante, isto é, relatos do que conhecem, do que gostam e do que não gostam
na sua cidade. Essa atividade foi desenvolvida no 6º ano do Ensino Fundamental, de uma Escola de
Santa Catarina, Brasil. Anteriormente a etapa da produção do mapa, foram trabalhados com os
estudantes todos os elementos cartográficos que deveriam ser contidos na representação e que

59
Instituto Federal Catarinense - campus Brusque/SC. Mestranda. maysagoronski@gmail.com.
60
Instituto Federal Catarinense - campus Brusque/SC. Mestrando. tulio.parrot@hotmail.com.
61 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Docente do Departamento de Geociências, do PPGGEO e

do PROFGEO. natalia.batista@ufsm.br. Orientadora.

75
permitiriam dar mais detalhamento ao seu pensamento e reflexão sobre o espaço de vivência. Antes
de iniciar o mapa, os estudantes analisaram a imagem de satélite do bairro, localizaram lugares e
procuraram suas casas. A partir desta etapa de análise, iniciaram as produções dos mapas,
utilizando o papel vegetal e gerando a delimitando das ruas, das áreas construídas, da vegetação,
de áreas de pastagem, da escola e das casas dos estudantes. Depois, adicionou-se legenda, escala,
orientação e título. Após a finalização da atividade, os mapas foram expostos e socializados no
espaço escolar. É importante ressaltar que produzir um mapa proporciona para os estudantes maior
interação e melhor percepção sobre seu espaço de vivência; percepções essas que são diversas,
pois cada estudante tem sua experiência pessoal que será refletida na representação. Para além
disso, proporciona, especialmente aos docentes, o entendimento de que a Cartografia não é apenas
um arcabouço teórico para “ler e desenhar mapas”, mas sim, que é preciso entender sua
importância no dia a dia como um potencial linguagem para representar os espaços vividos e
construídos pelas diversas sociedades.

Palavra-chave: Geografia; Cartografia Escolar; Ensino.

RESUMEN:

La cartografía es fundamental en la enseñanza de la Geografía, llegando muchas veces a ser


entendida como el símbolo de esta disciplina. Esta ciencia, arte y técnica representa los múltiples
espacios que ocupa la sociedad en sus más diversas formas. Por lo tanto, mirar la enseñanza de la
Geografía a partir de la Cartografía Escolar, como un lenguaje múltiple, es fundamental para la
percepción y comprensión del espacio. Esta percepción debe partir de los estudiantes ya en los
grados iniciales, como, por ejemplo, con la construcción de nociones de representación sobre el
lugar, experiencias de lateralidad, visando la descentralización del estudiante, para que tenga la
noción de totalidad, entre otras, numerosas proposiciones. A partir de la Primaria II, la Cartografía
Escolar trabaja con conceptos más profundos y con mayor intensidad, a saber: puntos cardinales,
coordenadas geográficas, leyendas (colores y símbolos), escalas, visión vertical, que son
fundamentales para la lectura y comprensión de mapas. Así, esta investigación tiene como objetivo
que el estudiante comprenda los espacios vividos y cómo se representan, mostrando que toda la
representación del mundo está permeada por intenciones, que directa o indirectamente reflejan las
relaciones de poder y jerarquía, pero que también pueden relacionarse con sus lugares de afecto
topófilos o topofóbicos, en los conceptos de TUAN (1980). Por lo tanto, la actividad propuesta fue la
producción de mapas con imágenes impresas de Google Earth Pro, enfatizando la ubicación de la
escuela y el barrio, con el objetivo de trabajar más allá de la Cartografía, el lugar donde viven los
estudiantes. Los mapas producidos fueron diseñados más allá de la simple representación
cartesiana del mundo, pero también trajeron las narrativas del espacio producidas por el alumno, o

76
sea, relatos de lo que sabe, lo que le gusta y lo que no le gusta de su ciudad. Esta actividad se
desarrolló en el 6º año de la Enseñanza Fundamental, en una escuela de Santa Catarina, Brasil.
Previo a la etapa de elaboración del mapa, se trabajaron con los estudiantes todos los elementos
cartográficos que debían contener la representación y que les permitieran dar mayor detalle a su
pensamiento y reflexión sobre el espacio habitable. Antes de iniciar el mapa, los alumnos analizaron
la imagen satelital del barrio, ubicaron lugares y buscaron sus viviendas. A partir de esta etapa de
análisis, se inició la elaboración de mapas, utilizando papel de calco y generando la delimitación de
calles, áreas edificadas, vegetación, pastizales, la escuela y las viviendas de los estudiantes.
Posteriormente se añadieron leyenda, escala, orientación y título. Luego de culminada la actividad,
los mapas fueron expuestos y socializados en el espacio escolar. Es importante resaltar que la
elaboración de un mapa brinda a los estudiantes una mayor interacción y una mejor percepción de
su espacio vital, percepciones que son diversas, ya que cada estudiante tiene su experiencia
personal que se reflejará en la representación. Además, proporciona, especialmente a los docentes,
la comprensión de que la Cartografía no es solo un marco teórico para "leer y dibujar mapas", sino
que es necesario comprender su importancia en la vida cotidiana como un lenguaje potencial para
representar los espacios vividos y construidas por diferentes sociedades.

Palabras-clave: Geografía; Cartografía Escolar; Enseñando.

AGRADECIMENTO:

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de


Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

REFERÊNCIAS:

TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo:
Difel, 1980.

77
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: O MAPA-LIBRAS COMO
INSTRUMENTO DE UMA PRÁTICA BILINGUE
GEOGRAPHY TEACHER TRAINING: THE LIBRAS-MAP AS A TOOL FOR BILINGUAL
PRACTICE

Josiane Silva de Oliveira 62


Marielly de Sousa Miranda 63
Rodrigo Lima Santos 64
Leíldo Dias Silva 65

RESUMO:

O presenta trabalho versa a respeito do Mapa-Libras proposto por Santos Neto (2019) como
instrumento para pensar a formação docente a partir de uma prática bilíngue, em que se valorize no
processo de ensino e aprendizagem, aspectos sociais, linguísticos e culturais dos surdos ao se
trabalhar com os conteúdos da Geografia Escolar. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é
apresentar os elementos que perpassam a construção do mapa-Libras, bem como, a importância
da sua utilização nas salas de aulas regulares em que haja a presença dos alunos surdos. Além deste
aspecto, é importante mencionar a necessidade e importância de o professor ampliar seu
conhecimento sobre a língua e as metodologias que possibilitam estes sujeitos desenvolverem-se.
Entende-se que os resultados deste trabalho se debruçam na procura por desenvolver metodologias
que possam auxiliar os professores de Geografia nas atividades diárias nas escolas. Pois,
independente da disciplina, os professores, em especial o de Geografia, precisam desenvolver um
trabalho pedagógico que atenda a todos os estudantes, dentre os quais, destacamos o público
surdo. Sendo assim, os professores passam a necessitar do conhecimento acerca do tema inclusão,
tornando evidente a importância da formação, tanto inicial, quanto continuada, pois, a organização
curricular dos cursos de formação muitas vezes não incorpora disciplinas referentes aos aspectos
teóricos e práticos que permitam afirmar a escola como um espaço de diversidade, dificultando
assim, o trabalho do professor. Ciente destas carências formativas, temos por intuito da continuidade

62
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Goiás –
UFG. josieaveiro5@gmail.com.
63
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Goiás –
UFG. mariellymiranda@outlook.com.
64
Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás – UFG e professor na Universidade Estadual
de Goiás - UEG. Rlimasantos3@gmail.com.
65
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Goiás –
UFG.leildo.silva@naea.ufpa.br.

78
e avançar sobre as discussões direcionadas ao âmbito da formação, que perpassa pela sensibilidade
em compreender quem são os sujeitos surdos, bem como, na abordagem de metodologias e
materiais didáticos que possam potencializar a capacidade de pensar geograficamente a realidade
(CAVALCANTI, 2019). Esta realidade requer, portanto, pesquisas e reflexões que contribuam para
uma ação educativa que, mais que cumprir uma determinação da lei em matricular os alunos surdos
em sala de aula, verdadeiramente os inclua e os façam aprender.

Palavra-chave: Mapa-Libras; Ensino de Geografia; Formação Docente.

ABSTRACT:

The present work deals with the Mapa-Libras proposed by Santos Neto (2019) as an instrument to
think about teacher training from a bilingual practice, in which social, linguistic, and cultural aspects
of the deaf are valued in the teaching and learning process when working with the contents of School
Geography. In this way, the objective of this research is to present the elements that permeate the
construction of the map-Libras, as well as, the importance of its use in regular classrooms where
there is the presence of deaf students. Besides this aspect, it is important to mention the need and
importance of the teacher to broaden his or her knowledge about language and the methodologies
that enable these subjects to develop. It is understood that the results of this work are focused on
the search for developing methodologies that can help Geography teachers in their daily activities in
schools. For, regardless of the discipline, teachers, especially Geography teachers, need to develop
a pedagogical work that meets all students, among which, we highlight the deaf public. Thus,
teachers need to know about inclusion, and the importance of both initial and continuing education
becomes evident, since the curricular organization of education courses often does not include
subjects related to theoretical and practical aspects that allow the school to be seen as a space of
diversity, thus hindering the teacher's work. Aware of these formative shortcomings, we intend to
continue and advance on the discussions directed to the scope of training, which goes through the
sensitivity in understanding who the deaf subjects are, as well as, in the approach of methodologies
and teaching materials that can enhance the ability to think geographically the reality (CAVALCANTI,
2019). This reality requires, therefore, research and reflections that contribute to an educational
action that, more than fulfilling the law's determination to enroll deaf students in the classroom, truly
includes them and makes them learn.

Keywords: Map-Libras; Teaching Geography; Teacher Education.

79
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL II: CONTRIBUIÇÕES
DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA EM SERVIÇO
GEOTECNOLOGÍAS APLICADAS EN LA ENSEÑANZA FUNDAMENTAL II:
CONTRIBUCIONES DE LA FORMACIÓN DE PROFESORES DE GEOGRAFÍA EN
SERVICIO

Iomara Barros de Sousa66

RESUMO:

Saber orientar, localizar e compreender a lógica da organização do espaço são habilidades espaciais
que podem ser ampliadas com a cartografia. É preciso, pois, estimular e incentivar os educadores
pensarem sobre a utilização de geotecnologias em suas práticas no ensino de Cartografia; por sua
vez, esses recursos didáticos suprem a carência de materiais cartográficos nas escolas como, por
exemplo, mapa, globo terrestre, desde que, o professor seja o mediador e desenvolva metodologia
para que o aluno explore e interaja com a informação espacial, ou seja, conceba o estudante como
sujeito no processo de representação espacial. Dentro desse contexto, o objetivo desse trabalho é
analisar ações didáticas realizadas com materiais cartográficos produzidos, por meio das
geotecnologias, pelos professores de Geografia da Rede Pública Municipal de São Gonçalo/RJ como
materialidade da participação no curso de extensão “GEOPEES: Geotecnologias como instrumentos
para pensar o espaço geográfico”. Esta formação continuada docente proporcionou aos docentes
mudanças em suas ações didáticas e empoderação para elaborar atividades cartográficas por meio
de imagens de satélites e mapas elaborados em um Sistema de Informações Geográficas (SIG) no
sentido de mobilizar a construção do conhecimento geográfico cujo ponto inicial e final seja o espaço
de vivência dos estudantes. A metodologia dessa investigação baseou-se na PAPe (Pesquisa-ação
pedagógica) com o intuito de estimular os educadores reconhecerem-se como autores e
protagonistas em suas práticas de ensino em sala de aula. Como forma de avaliação do curso, os
professores desenvolveram uma atividade cartográfica com uso do anaglifo por meio de imagens
orbitais e mapa elaborado no QGIS numa de suas turmas do 6º ao 9º ano na escola municipal onde
lecionam em São Gonçalo. Isso evidenciou que os docentes se reconheceram como sujeitos
produtores de seu próprio material didático e, portanto, protagonistas do ato de ensinar Cartografia.
Em suma, verificou-se que as tecnologias utilizadas para a elaboração de mapas são recursos
capazes melhorar as práticas educativas dos professores de Geografia, especialmente, com
recortes espaciais que contemplem o cotidiano dos estudantes.

66
Universidade Federal Fluminense. Professora Adjunto A do curso de Licenciatura em Geografia no
Campus Angra dos Reis. Iomara_sousa@id.uf.br.

80
Palavra-chave: Formação continuada de professores; Geotecnologias; Cartografia Escolar.

RESUMEN:

Saber orientar, ubicar y comprender la lógica de la organización del espacio son habilidades
espaciales que pueden ser ampliadas con la cartografía. Es preciso, pues, estimular e incentivar los
educadores a pensar sobre la utilización de geotecnologías en sus prácticas en la enseñanza de
Cartografía; por su vez, esos recursos didácticos suministran la carencia de materiales cartográficos
en las escuelas como, por ejemplo, mapa, globo terrestre, desde que, el profesor sea el mediador y
desarrolle metodología para que el alumno explore e interactúe con la información espacial, o sea,
conciba el estudiante como sujeto en el proceso de representación espacial. Dentro de ese contexto,
el objetivo de ese trabajo es analizar acciones didácticas realizadas con materiales cartográficos
producidos, por medio de las geotecnologías, por los profesores de Geografía de la Rede Pública
Municipal de São Gonçalo/RJ como materialidad de la participación en el curso de extensión
“GEOPEES: Geotecnologías como instrumentos para pensar el espacio geográfico”. Esta formación
continuada docente proporcionó a los docentes cambios en sus acciones didácticas y
empoderamiento para elaborar actividades cartográficas por medio de imágenes de satélites y
mapas elaborados en un Sistema de Informaciones Geográficas (SIG) en el sentido de movilizar la
construcción del conocimiento geográfico cuyo punto inicial y final sea el espacio de vivencia de los
estudiantes. La metodología de esa investigación se basó en la PAPe (Pesquisa-acción pedagógica)
con el objetivo de estimular los educadores a reconocerse como autores y protagonistas en sus
prácticas de enseñanza en sala de clase. Como forma de evaluación del curso, los profesores
desarrollaron una actividad cartográfica con uso del anáglifo por medio de imágenes orbitales y
mapa elaborado en QGIS en uno de sus grupos del 6º al 9º año en la escuela municipal donde
enseñan en São Gonçalo. Eso evidenció que los docentes se reconocieran como sujetos
productores de su propio material didáctico y, por lo tanto, protagonistas del acto de enseñar
Cartografía. En fin, se verificó que las tecnologías utilizadas para la elaboración de mapas son
recursos capaces de mejorar las prácticas educativas de los profesores de Geografía,
especialmente, con recortes espaciales que contemplen el cotidiano de los estudiantes

Palabra-clave: Formación continuada de profesores; Geotecnologías; Cartografía Escolar.

81
ÍNDICE DE PRIVAÇÃO SOCIAL COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO PARA O
ESTUDO DA POBREZA URBANA EM SANTA MARIA, RS
SOCIAL DEPRIVATION INDEX AS A PEDAGOGICAL TOOL FOR THE STUDY OF URBAN
POVERTY IN SANTA MARIA, RS

Pedro Leonardo Cezar Spode 67


Rivaldo Mauro de Faria 68
RESUMO:

O Índice de Privação Social (IPS) é um instrumento quantitativo, elaborado a partir de dados


secundários, com objetivo de identificação das condições sociais de determinado país, região,
cidade ou bairro. De acordo com Testi e Ivaldi (2009, p. 324), “os índices de privação são
instrumentos simples e baratos para medir as condições socioeconômicas das áreas de residência,
porque são geralmente constituídos por indicadores censitários, facilmente disponíveis, combinados
com diferentes tipos de procedimentos estatísticos”. Para Santa Maria, no estado do Rio Grande do
Sul (RS), elaborou-se um índice de privação para a cidade, com intuito de revelar as desigualdades
socioespaciais presentes na área urbana do município. Nesse sentido, este trabalho tem como
objetivo principal refletir sobre a possibilidade de utilização do IPS de Santa Maria, RS, nas aulas de
Geografia do Ensino Fundamental e Médio, a fim de auxiliar na compreensão, por parte dos alunos,
das condições socioespaciais da área urbana do município. Para isso, será utilizado o IPS elaborado
em dissertação de mestrado (SPODE, 2020), a partir de 5 variáveis retiradas do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), organizadas em Microsoft Excel, padronizadas, ponderadas
e modeladas em Sistema de Informação Geográfica (SIG). As variáveis utilizadas compreendem 3
dimensões da privação social, que são elas: educação, renda e domicílio-saneamento. O IPS,
enquanto um instrumento de avaliação das condições sociais das áreas, permite aos alunos
reconhecerem os bairros que apresentam os mais graves problemas relacionados à pobreza e a
privação dos recursos, contribuindo, desse modo, para uma maior compreensão acerca do território
de Santa Maria, RS. Ademais, a utilização do IPS em sala de aula possibilita ao aluno o conhecimento
a respeito das desigualdades que se manifestam na área urbana de Santa Maria, RS, cujo resultado
geográfico denota porções do território em que existem privações de todas as ordens, dos recursos
mais básicos, como ausência de saneamento, e, por outro lado, áreas delimitadas em que se
concentram grande parte das estruturas e serviços. Este pode ser um recurso para o estudo de
conceitos caros para a ciência geográfica, como o das desigualdades socioespaciais, a seletividade

67 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutorando em Programa de Pós-Graduação em


Geografia (PPGGEO-UFSM). E-mail. pedrospode@gmail.com.
68 Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor dos Cursos de Geografia na Universidade

Federal de Uberlândia (UFU) e professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Geografia


(PPGEO-UFSM). E-mail. rivaldofaria.geo@gmail.com.

82
socioespacial, a pobreza urbana, a segregação, entre tantos outros, fundamentais para o ensino de
Geografia.

Palavras-chave: Desigualdades Socioespaciais; Ensino de Geografia; Geografia Social.

ABSTRACT:

The Social Deprivation Index (IPS) is a quantitative instrument, prepared from secondary data, with
the objective of identifying the social conditions of a given country, region, city or neighborhood.
According to Testi and Ivaldi (2009, p. 324), “deprivation indices are simple and cheap instruments
to measure the socioeconomic conditions of the areas of residence, because they are usually
constituted by census indicators, easily available, combined with different types of statistical
procedures”. For Santa Maria, in the state of Rio Grande do Sul (RS), a deprivation index was
elaborated for the city, in order to reveal the socio-spatial inequalities present in the urban area of
the municipality. In this sense, this work has as main objective to reflect on the possibility of using
the IPS of Santa Maria, RS, in Geography classes in Elementary and High School, in order to help
students understand the socio-spatial conditions of the area. Urban area of the municipality. For this,
the IPS prepared in a master's dissertation (SPODE, 2020) will be used, based on 5 variables taken
from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE, 2010), organized in Microsoft Excel,
standardized, weighted and modeled in a Geographic Information (GIS). The variables used
comprise 3 dimensions of social deprivation, which are: education, income and household-sanitation.
The IPS, as an instrument for evaluating the social conditions of the areas, allows students to
recognize the neighborhoods that present the most serious problems related to poverty and
deprivation of resources, thus contributing to a greater understanding of the territory of Santa Maria,
RS. Furthermore, the use of IPS in the classroom allows the student to know about the inequalities
that are manifested in the urban area of Santa Maria, RS, whose geographic result denotes portions
of the territory in which there are deprivations of all kinds, of the most such as the absence of
sanitation, and, on the other hand, delimited areas where most of the structures and services are
concentrated. This can be a resource for the study of concepts dear to geographic science, such as
socio-spatial inequalities, socio-spatial selectivity, urban poverty, segregation, among many others,
fundamental for the teaching of Geography.

Keywords: Socio-spatial Inequalities; Geography Teaching; Social Geography.

83
AGRADECIMENTO:

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de


Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Referências

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Base de informações do Censo


Demográfico 2010: resultados do universo por setor censitário. 2010.
SPODE, P. L. C. Pobreza e privação social na área urbana de Santa Maria, Rio Grande do Sul:
uma análise a partir dos usos do território. 175 páginas (Dissertação de Mestrado) –Universidade
Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Programa de Pós-Graduação em
Geografia, RS, 2020.
TESTI, A.; IVALDI, E. Material versus social deprivation and health: a case study of na urban
area. The European Journal of Health Economics: HEPAC: Health Economics in Prevention and
Care, 10(3), 323–8. doi:10.1007/s10198-008-0136-z. 2009.

84
INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE GEOGRAFIA E EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA
POSSIBILIDADE A PARTIR DA PRÁTICA DE ORIENTAÇÃO
INTERDISCIPLINARITY BETWEEN GEOGRAPHY AND PHYSICAL EDUCATION: A POSSIBILITY
FROM ORIENTEERING PRACTICE

Thomas Gabriel Binder69


Eduardo Ivan Friedrich70
Fabiano Dal Ongaro71
Mateus Manchini Rodrigues72

RESUMO:

A interdisciplinaridade visa principalmente o combate a fragmentação do conhecimento e


proporciona cooperações entre disciplinas, já que um mesmo tema pode ser estudado a partir de
diversos pontos de vista. Partindo do ponto de vista de que a interdisciplinaridade é fundamental
nas escolas, esse trabalho apresenta a união entre a Geografia e Educação Física através do Esporte
de Orientação, que é uma prática que envolve saberes atinentes a ambas as disciplinas e que
fomentou aos presentes autores experiências só possíveis de se obter através dessa prática
pedagógica interdisciplinar durante a formação inicial. Com base nesse pressuposto, o objetivo da
pesquisa é propor uma metodologia para o ensino e aprendizagem da linguagem cartográfica,
apoiando-se principalmente nos estudos da Geografia, mais em específico da Cartografia e da
corrida de Orientação, sendo assim, esse trabalho constitui-se de uma pesquisa teórica e classifica-
se como uma revisão bibliográfica. Para a Geografia, a orientação se atrela a componentes de suma
importância, podendo ser destacados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), visto como
principal documento normativo da educação brasileira, que regulamenta competências e
habilidades de cada área do conhecimento, intituladas como essenciais ao final da escolaridade de
todos os alunos, garantindo um patamar comum de aprendizagem. Dentre as competências uma
pode ser destacada: “Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas
e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas
que envolvam informações geográficas” (BRASIL, 2017, p. 366). Assim, o jogo exige do praticante

69
Universidade Federal de Santa Maria. Aluno de graduação em Geografia Licenciatura.
E-mail: thomasgbinder@hotmail.com.
70
Universidade Federal de Santa Maria. Aluno de graduação em Educação Física Bacharelado.
E-mail: edu-friedrich@hotmail.com.
71
Universidade Federal de Santa Maria. Aluno de graduação em Geografia Licenciatura.
E-mail: fabiano.on.ufsm@gmail.com.
72
Universidade Federal de Santa Maria. Aluno de graduação em Educação Física Licenciatura.
E-mail: manchinimateus@gmail.com.

85
um senso de localização, compreensão cartográfica, rápido raciocínio lógico, geográfico e de
espacialidade, para assim, tomar decisões no menor tempo possível. A Orientação, na maioria das
vezes, acontece em um espaço geográfico não conhecido pelo jogador, assim, lhe é disposto um
mapa como instrumento essencial, onde de forma detalhada se apresentam os objetivos, outro
material insubstituível é a bússola, que pode ser utilizada de maneira simples através da rosa dos
ventos para se obter um georreferenciamento e a partir dele uma direção, ou uma maneira mais
complexa a partir da determinação de azimute, levando assim mais tempo até poder prosseguir.
Portanto, a corrida de orientação se comprova efetiva como uma atividade pedagógica
interdisciplinar, uma vez que contempla variadas habilidades e competências propostas pela BNCC,
tanto nos componentes curriculares de Geografia, quanto nos de Educação Física, favorecendo um
dinamismo nas aulas e consequentemente contribuindo para atingir o processo de ensino-
aprendizagem.

Palavra-chave: Ensino de geografia; Cartografia; Interdisciplinaridade.

ABSTRACT:

Interdisciplinarity mainly aims to counter the fragmentation of knowledge and provides cooperation
between subject areas, since the same topic can be studied from different points of view. Starting
from the point of view that interdisciplinarity is fundamental in schools, this paper presents the union
between Geography and Physical Education through Orienteering Sport, which is a practice that
involves knowledge related to both subjects and that provided the presented authors with
experiences only possible to obtain through this interdisciplinary pedagogical practice during initial
training. Based on this assumption, the objective of the research is to propose a methodology for the
teaching and learning of cartographic language, based mainly on Geography studies, more
specifically on Cartography and orienteering race, therefore, this paper is a theoretical research and
is classified as a bibliographic review. For Geography, orienteering is linked to extremely important
components, which can be highlighted by the Base Nacional Comum Curricular (BNCC), seen as the
main normative document of Brazilian education, which regulates competences and capacities of
each area of knowledge entitled as essential at the end of schooling for all students, ensuring a
common level of learning. Among the competences, one can be highlighted: “Develop spatial
thinking, making use of cartographic and iconographic languages, of different textual genres and
geotechnologies to solve problems involving geographic information” (BRASIL, 2017, p. 366). Thus,
the game requires the player to have a sense of location, cartographic understanding, quick logical,
geographic and spatial reasoning, in order to make decisions in the shortest possible time.
Orienteering, most of the time, takes place in a geographic space not known by the player, so a map
is provided as an essential instrument, where the objectives are presented in detail, another

86
irreplaceable material is the compass, which can be used in simple way through the compass rose
to obtain a georeferencing and from it a direction, or a more complex way from the determination of
azimuth, thus taking more time to proceed. Therefore, the orienteering race proves to be effective
as an interdisciplinary pedagogical activity, since it involves various abilities and competencies
proposed by the BNCC, both in the curricular components of Geography and in Physical Education,
favoring a dynamism in the classes and consequently contributing to achieve the teaching-learning
process.

Keywords: Teaching geography; Cartography; Interdisciplinarity.

87
LUGAR, PAISAGEM E CARTOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS: EXPERIÊNCIAS A
PARTIR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PLACE, LANDSCAPE AND CARTOGRAPHY IN THE EARLY YEARS: EXPERIENCES FROM


TEACHER TRAINING

Rubiane da Silva Moreira73


Paula Cristiane Strina Juliasz74
RESUMO:

O ensino de Geografia desenvolve-se, desde os anos iniciais, aliado à linguagem cartográfica. Ao


entender o mapa enquanto linguagem, o professor dispõe de uma poderosa ferramenta para
conhecer como as crianças leem e representam o mundo, enquanto os conceitos e categorias
geográficas potencializam e ampliam a cognição espacial, que a criança desenvolve em sua
existência enquanto ser social, pois permitem compreender a realidade para além de uma
espaciologia. Assim, a proposta de formação de professores que integra a pesquisa de mestrado
“Lugar, paisagem e cartografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental: as dimensões críticas na
formação do professor”, tem como objetivo compreender as dimensões teórico-práticas da
categoria paisagem por meio do estudo do lugar e do uso da linguagem cartográfica nas práticas
docentes nos anos iniciais. A partir da concepção de pesquisa colaborativa, o processo formativo
trouxe como concepção de desenvolvimento a Psicologia Histórico-Cultural, e, enquanto abordagem
pedagógica, a Pedagogia Histórico-Crítica. Estes fundamentos justificam-se a partir da concepção
de Vigotski (1997) de que se deve buscar entender como a criança assimila de maneira útil o que a
humanidade fez ao longo da história do trabalho, e também de que, a educação deve contribuir para
a assimilação do legado histórico-cultural acumulado pela humanidade, buscando as formas
adequadas para atingir este objetivo, conforme para Saviani (2013). Ao entender como a educação
contribui para o desenvolvimento da humanidade em cada sujeito, o professor passa a refletir sobre
sua prática e sua mediação. Para o ensino de geografia nos anos iniciais, entende-se que a partir da
percepção do lugar e da rede de significados que cada indivíduo desenvolve a partir de suas
experiências, é possível compreender o sistema simbólico que configura a paisagem (FURLAN,
2019), enquanto a paisagem é a configuração de um lugar em um tempo específico, sendo possível
perceber o lugar a partir da paisagem (CALLAI, 2003). Assim, a criança entende seu lugar e os
outros lugares, em suas peculiaridades e características próprias, a partir da paisagem, enquanto
categoria de análise. Na proposta de intepretação da paisagem que ultrapasse a mera descrição,

73
Universidade de São Paulo, Mestranda em Geografia Humana, rubiane.moreira@usp.br
74
Universidade de São Paulo, Professora Doutora do Departamento de Geografia, da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, paulacsj@usp.br. Orientadora.

88
consideramos a Cartografia como importante linguagem no processo de aprendizagem e análise da
realidade. Almeida (2019) destaca a relevância da linguagem cartográfica, enquanto materialização
do pensamento espacial, destacando a possibilidade de utilização dos mapas mentais como meio
de representação da relação tempo-espaço e do conhecimento sobre um lugar. Partindo desses
pressupostos teóricos, um segundo momento se deu com a realização de oficinas para elaboração
de práticas pedagógicas para o ensino de geografia, que partissem da prática social de cada
professora junto aos seus alunos, e buscando na cartografia junto ao conceito de lugar e a categoria
paisagem, os instrumentos de mediação necessários para tal. Diante da variedade de caminhos
cognitivos e escolhas feitas pelas docentes, afirma-se a importância de uma formação que traga a
cartografia como instrumento de mediação, aliado ao ensino de geografia, mas sobretudo, um
conhecimento que parta da prática social dos sujeitos e sirva como instrumento de leitura de mundo
e de sua prática social.

Palavra-chave: Formação de Professores; Cartografia; Ensino de Geografia.

Abstract

The teaching of Geography develops, since the early years, allied to the cartographic language. By
understanding the map as a language, the teacher has a powerful tool to know how the children read
and represent to the world, while the geographic concepts and categories enhance and enlarge
spatial cognition, which children develop in their existence as a social being, allowing to understand
reality beyond a spaciology. Thus, the proposal for teacher training that integrates the master's
research: “Place, Landscape and Cartography in the Early Years of Elementary School: Critical
Dimensions in Teacher Education”, aims to understand the theoretical-practical dimensions of the
landscape category through the study of place and the use of cartographic language in teaching
practices in the early years. Based on the concept of collaborative research, the training process
brought Historical-Cultural Psychology as a development concept, and, as a pedagogical approach,
Historical-Critical Pedagogy. These foundations are justified from the conception of Vygotsky (1997)
that one must seek to understand how the child assimilates in a useful way what humanity has done
throughout the history of work, and also how education must contribute to the assimilation of the
historical-cultural legacy accumulated by humanity, seeking the appropriate ways to achieve this
goal, according to Saviani (2013). By understanding how education contributes for the development
of humanity in each subject, the teacher starts to reflect on his practice and its mediation. For the
teaching of geography in the early years, it is understood that from the perception of place and the
network of meanings that each individual develops from their experiences, it is possible to
understand the symbolic system that configures the landscape (FURLAN, 2019), while the landscape
is the configuration of a place in a specific time, being possible to perceive the place from the
landscape (CALLAI, 2003). Thus, the child understands his place and other places, in their own
peculiarities and characteristics, based on the landscape, while category of analysis. In the proposed

89
interpretation of the landscape that goes beyond mere description, we consider Cartography as an
important language in the process of learning and analyzing reality. Almeida (2019) highlights the
relevance of cartography language, as a materialization of spatial thinking, highlighting the possibility
of using mental maps as a means of representing the time-space relationship and knowledge about
a place. Based on these theoretical assumptions, a second moment took place with the realization
of workshops for the elaboration of pedagogical practices for the teaching of geography, which
started from the social practice of each teacher with their students, and seeking in cartography
together with the concept of place and the landscape category, the mediation instruments necessary
for this. Faced with the variety of cognitive paths and choices made by teachers, affirms the
importance of an education that brings cartography as a mediation instrument allied to geography
teaching, but about all, a knowledge that starts from the social practice of students and serve as an
instrument for reading the world and for your social practice.

Keywords: Teacher Training; Cartography; Teaching Geography.

90
MAPEAMENTO PARTICIPATIVO COM EMOJIS: UMA ESTRATÉGIA DE ENSINO DE
ÁREAS SUJEITAS A ALAGAMENTOS E INUNDAÇÕES
PARTICIPATORY MAPPING WITH EMOJIS: A STRATEGY FOR TEACHING AREAS SUBJECT TO
FLOODINGS AND INUNDATIONS

Franciele Delevati Ben 75


Eric Moises Beilfuss 76
Carina Petsch 77
Luís Eduardo de Souza Robaina 78

RESUMO:

Os mapas são fundamentais para entender o espaço geográfico, contudo verifica-se que
comumente os produtos cartográficos utilizados em sala de aula são apresentados prontos para
os(as) alunos(as) não permitindo a inserção de dados. À vista disso, surge a Cartografia Social, com
o propósito de democratizar a elaboração dos mapas, permitindo que indivíduos sem conhecimento
específico possam inserir informações espaciais. No âmbito da Cartografia Escolar, destaca-se que
a Cartografia Social oferece amplas possibilidades para a alfabetização e letramento cartográfico e
demanda de mais pesquisas associando estas duas áreas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho
foi realizar um mapeamento participativo de pontos de alagamento e inundação, com alunos (as) do
ensino fundamental. Ao invés de somente localizar, os (as) alunos(as) usaram emojis para
representar as emoções que sentem nos pontos sujeitos a alagamento e inundação. Este trabalho
detém um caráter qualitativo e apresenta os resultados de uma oficina aplicada na turma de 8º ano
de uma escola localizada no bairro KM 3, em Santa Maria (RS). Na primeira parte da oficina foi feito
um diálogo sobre bacias hidrográficas, ciclo hidrológico, alagamento e inundação. Em um segundo
momento, a turma foi dividida em dois grupos, sendo que cada um recebeu um mapa no tamanho
A1 com a base do OpenStreetMap mostrando os arredores da escola. Foi explicado para os (as)
alunos(as) alguns conceitos ligados à visão horizontal e vertical, orientação e escala. Além do mapa

75
Universidade Federal de Santa Maria. Graduanda em Geografia Licenciatura.
francielidelevattiben@gmail.com.
76
Universidade Federal de Santa Maria. Graduando em Geografia Bacharelado.
moiseseric1610@gmail.com.
³ Universidade Federal de Santa Maria. Docente no Departamento de Geociências.
carinapetsch@gmail.com.
77
Universidade Federal de Santa Maria. Docente no Departamento de Geociências.
carinapetsch@gmail.com.
78
Universidade Federal de Santa Maria. Docente no Departamento de Geociências.
lesrobaina@yahoo.com.br.

91
para cada grupo, foi disponibilizado aos alunos (as), uma folha para a construção da legenda. No
que se refere a leitura e interpretação do mapa, a maioria dos (as) alunos(as) encontrou sua moradia,
embora alguns mencionaram que as construções pareciam mais longe do que percebiam ao
caminhar no bairro e tiveram dificuldade com o conceito de lateralidade. Em relação aos conceitos
usados na oficina, os alunos (as) relataram que conheciam somente o de alagamento, pois este
fenômeno faz parte de seu cotidiano, já que nenhum deles indicou que vive em pontos de inundação.
O primeiro grupo mapeou 16 pontos, sendo que seis foram com o emoji de raiva, pois relataram que
em dia de chuva molhavam os sapatos indo para a escola, principalmente nas áreas próximas aos
trilhos de trem. O mesmo grupo usou emojis de espanto para porções alagadas se referindo ao fato
de que “tinha tanta água que dava para nadar”. Ao passo que o segundo grupo mapeou 12 pontos,
sendo que três se referiam à frente da escola que estava alagada em função da precipitação que
ocorria no dia da oficina. Estes emojis representavam raiva, tristeza e fúria, pois os (as) alunos (as)
relataram que molharam os seus calçados. Em síntese, ainda que no início a interação na oficina
tenha sido baixa, no decorrer do mapeamento os (as) alunos (as) foram contando histórias de suas
vivências e juntamente com as proponentes da oficina, conseguiram identificar os pontos de
alagamento e representar as emoções que sentem nesses locais.

Palavra-chave: Cartografia Social; metodologias ativas; Cartografia Escolar.

ABSTRACT:

Maps are essential to understand the geographic space, however it is verified that commonly the
cartographic products used in the classroom are presented ready for the students, not allowing the
insertion of data. In view of this, Social Cartography emerges, with the purpose of democratizing the
elaboration of maps, allowing individuals without specific knowledge to insert spatial information. In
the scope of School Cartography, it is highlighted that Social Cartography offers ample possibilities
for literacy and cartographic literacy and demands more research associating these two areas.
Therefore, the objective of this work was to carry out a participatory mapping of flooding and
inundation points, with elementary school students. Instead of just locating, the students used emojis
to represent the emotions they feel in the points subject to flooding and inundation. This work has a
qualitative character and presents the results of a workshop applied to the 8th grade class of a school
located in the KM 3 neighborhood, in Santa Maria (RS). In the first part of the workshop, a dialogue
was held on watersheds, the hydrological cycle, flooding and inundation. In a second moment, the
class was divided into two groups, each one receiving an A1-sized map with the base of
OpenStreetMap showing the surroundings of the school. Some concepts related to horizontal and
vertical vision, orientation and scale were explained to the students. In addition to the map for each
group, a sheet for the construction of the legend was made available to the students. Regarding the

92
reading and interpretation of the map, most students found their home, although some mentioned
that the buildings seemed further away than they perceived when walking in the neighborhood and
had difficulty with the concept of laterality. Regarding the concepts used in the workshop, the
students reported that they only knew about flooding, as this phenomenon is part of their daily lives,
since none of them indicated that they live in inundation points. The first group mapped 16 points,
six of which were with the anger emoji, as they reported that on rainy days they wet their shoes going
to school, especially in areas close to the train tracks. The same group used astonishment emojis for
waterlogged portions referring to the fact that “there was so much water you could swim in”. While
the second group mapped 12 points, three of which referred to the front of the school, which was
flooded due to the precipitation that occurred on the day of the workshop. These emojis represented
anger, sadness and fury, as the students reported that they wet their shoes. In summary, although at
the beginning the interaction in the workshop was low, during the mapping the students were telling
stories of their experiences and together with the workshop proponents, they managed to identify
the flooding points and represent the emotions they feel in these places.

Keywords: Social Cartography; active methodologies; School Cartography.

93
MAPEAMENTOS COLABORATIVOS E GEOGRAFIA(S) DO COTIDIANO: AVALIAÇÕES E
PERSPECTIVAS DAS PRÁTICAS ESCOLARES

COLLABORATIVE MAPPING AND EVERYDAY GEOGRAPHY(S): ASSESSMENTS AND


PERSPECTIVES OF SCHOOL PRACTICES

Mariano de Oliveira Carvalho 79


Cassio Expedito Galdino Pereira 80
Davis Pereira de Paula 81
Jörn Seemann 82

RESUMO:

Trabalhar a Educação Cartográfica no contexto do ensino básico tem sido deveras desafiador. Em
um mundo permeado pelas Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC's), um dos
grandes obstáculos a efetivação da aprendizagem em Cartografia pode ser encontrado em dar
significado ao conteúdo e, consequentemente, capturar a atenção dos estudantes de modo a
construir saberes e fazeres para sua prática cotidiana. É evidente que a sociedade, mesmo
mergulhada em mapas e mapeamentos, pouco sabe e interage, pois, este saber tem um grau de
‘cientificidade’, tendo pouca utilidade e significância na Geografia cotidiana. No bojo dessa peleja,
velhos conhecidos surgem como novas ferramentas para o desenvolvimento de um ensino com
maior eficácia e significância, como as práticas escolares de mapeamento colaborativo. Cabe
salientar que, evocando a literatura sobre o ensino, temos na pesquisa dentro da educação básica
uma centelha para a instigação da curiosidade dos alunos, o que permite o avanço para o próximo
passo. A inserção do conhecimento cartográfico diversificado (aqui representado pelo mapeamento
colaborativo feito a partir de mapeamentos efêmeros e/ou uso do geoprocessamento) a fim de saciar
a sede de conhecimento dos estudantes e a fome de aprendizagem do docente (e por que não dizer
também, das instâncias superiores de gestão educacional), tem permitido inserir mapas e processos
de mapeamentos para debruçasse sobre os processos sociais e territoriais. Partindo dessa
conjectura, surgem os seguintes questionamentos: qual o papel das práticas escolares dos
mapeamentos colaborativos para a transformação dos saberes cartográficos científicos em saberes
cartográficos práticos e cotidianos? Pode-se proporcionar uma consciência cartográfica a partir das
práticas escolares dos mapeamentos colaborativos? Para ilustrar a proposta aqui ensejada faremos

79 Universidade Estadual do Ceará. Doutorando em Geografia. E-mail: mocarvalho45@gmail.com.


80 Universidade Federal do Pernambuco. Doutorando em Geografia. E-mail:
cassio.expedito@gmail.com.
81 Universidade Estadual do Ceará. Professor Adjunto. E-mail. davis.paula@uece.br.
82 Ball State University. Associate Professor. E-mail: jornseemann@gmail.com.

94
uso de um conjunto de trabalhos realizados no interior cearense, mais precisamente em municípios
da região do Cariri. Para além de ilustrar propõe-se uma discussão e avaliação acerca das práticas
a luz das teorias cartográficas e do ensino de modo a deixar claro que não há de fato uma panaceia
capaz de sanar todas as problemáticas do processo educativo da Cartografia. Todavia, há meios
para construir saberes e fazeres que oportunize a prática de mapear para desvendar as tramas da(s)
geografia(s) do(s) fenômenos que ocorrem no cotidiano, tornando-a mais prazerosa, eficaz e
significativa.

Palavra-chave: Educação Cartográfica; Consciência cartográfica; Saberes cartográficos.

ABSTRACT:

Working Cartographic Education in the context of basic education has been very challenging. In a
world permeated by New Information and Communication Technologies (NICT's), one of the major
obstacles to effective learning in Cartography can be found in giving meaning to the content and,
consequently, capturing the attention of students in order to build knowledge and actions to your
everyday practice. It is evident that society, even immersed in maps and mapping, knows little and
interacts, since this knowledge has a degree of 'scientificity', having little use and significance in
everyday Geography. In the midst of this struggle, old acquaintances emerge as new tools for the
development of teaching with greater effectiveness and significance, such as school practices of
collaborative mapping. It should be noted that, evoking the literature on teaching, we have in research
within basic education a spark to instigate students' curiosity, which allows progress to the next step.
The insertion of diversified cartographic knowledge (here represented by collaborative mapping
made from ephemeral mappings and/or use of geoprocessing) in order to quench the students' thirst
for knowledge and the teacher's hunger for learning (and why not say too, higher levels of educational
management), has allowed the insertion of maps and mapping processes to focus on social and
territorial processes. Based on this conjecture, the following questions arise: what is the role of school
practices of collaborative mapping for the transformation of scientific cartographic knowledge into
practical and everyday cartographic knowledge? Can cartographic awareness be provided from
school practices of collaborative mapping? To illustrate the proposal proposed here, we will make
use of a set of works carried out in the interior of Ceará, more precisely in municipalities in the Cariri
region. In addition to illustrating, it is proposed a discussion and evaluation about the practices in the
light of cartographic theories and teaching in order to make it clear that there is in fact no panacea
capable of solving all the problems of the educational process of Cartography. However, there are
ways to build knowledge and practices that allow the practice of mapping to unravel the plots of the

95
geography(s) of the phenomena that occur in everyday life, making it more pleasurable, effective
and meaningful.

Keywords ou Palabras-clave: Cartographic Education; Cartographic awareness; Cartographic


knowledge.

96
MAPA COLETIVO DIGITAL: UMA EXPERIÊNCIA NO PROJETO AJA-MS
COLLECTIVE DIGITAL MAP: AN EXPERIENCE IN THE AJA-MS PROJECT

Ana Gláucia Seccatto83

RESUMO:

As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) estão cada vez mais presente no
cotidiano da sociedade, e nos ambientes de ensino essa realidade não é diferente, cada vez mais os
processos educativos estão sendo atravessados pelas possibilidades que as tecnologias digitais
oferecem. Considerando este contexto, o presente trabalho apresenta reflexões e análises
elaboradas com base em revisões bibliográficas e de uma experiência pedagógica realizada no ano
letivo de 2019 em uma escola da rede pública localizada no município de Fátima do Sul-MS. A
referida experiência envolveu o uso das TDICs aliadas ao processo de Ensino de Geografia e das
aprendizagens cartográficas dos discentes do Projeto de Avanço do Adolescente e do Jovem na
Aprendizagem em Mato Grosso do Sul (AJA/MS), especificamente 24 estudantes do Bloco Final,
etapa que corresponde ao 8º e 9º anos do Ensino Fundamental. O projeto AJA/MS etapa do Ensino
Fundamental tem por objetivo realizar a correção de fluxo para adolescentes de 13 a 17 anos, que
estão em distorção idade/ano ou não concluíram a etapa do Ensino Fundamental. Isto posto, a
experiência cartográfica foi desenvolvida nas aulas dos componentes curriculares de Geografia e
Informática, e visou envolver e motivar o protagonismo estudantil, articulando as vivências dos
alunos em seu espaço local, por meio da interação com as tecnologias digitais na produção de um
mapa coletivo digital. Em síntese as etapas de desenvolvimento da experiência envolveram: aulas
sobre o avanço das TDICs na sociedade e a cartografia digital neste contexto; discussões sobre os
conceitos referentes a linguagem cartográfica e a sua importância para a compreensão da dinâmica
dos fenômenos geográficos no espaço; apresentação da proposta de trabalho aos estudantes e
orientações quanto os procedimentos a serem realizados; aulas e oficinas sobre o manuseio das
mídias digitais a serem utilizadas nas atividades, com ênfase na apresentação e familiarização dos
educandos com a plataforma MapHub, ferramenta na qual o mapa coletivo digital foi elaborado;
período de levantamento de dados e informações dos lugares a serem representados pelos
estudantes; elaboração e inserção dos dados no mapa e finalização das atividades de construção
do mapa coletivo digital de forma colaborativa por todos os envolvidos na experiência; e por fim,
culminância dos trabalhos com a apresentação e socialização com a equipe do pedagógica e
diálogos sobre as aprendizagens e experiências proporcionadas ao longo das atividades. Através
das reflexões teóricas e da experiência pedagógica realizadas, constatamos que as atividades

83
Universidade Federal da Grande Dourados. Doutoranda. E-mail. anag_seccatto@hotmail.com

97
propiciaram a autonomia e motivaram o senso de pesquisa dos estudantes no processo de ensino,
contribuindo para o desenvolvimento de competências e habilidades na produção dos
conhecimentos escolares e alfabetização cartográfica através do uso das TDICs, propiciando a
aquisição de habilidades de localização e orientação no espaço geográfico, além do aprofundamento
maior no estudo da paisagem do espaço vivido pelos estudantes e da compreensão de que o
espaço geográfico não é estático, e que eles são integrantes e agentes transformadores destes
espaços.

Palavra-chave: Cartografia; Protagonismo; Ensino de Geografia.

ABSTRACT:

Digital Information and Communication Technologies (TDICs) are increasingly present in the daily
life of society, and in teaching environments this reality is no different, educational processes are
increasingly being crossed by the possibilities that digital technologies offer. Considering this
context, the present work presents reflections and analyzes based on bibliographic reviews and a
pedagogical experience carried out in the 2019 school year in a public school located in the
municipality of Fátima do Sul-MS. The referred experience involved the use of TDICs allied to the
Geography Teaching process and the cartographic learning of students of the Project for the
Advancement of Adolescents and Young People in Learning in Mato Grosso do Sul (AJA/MS),
specifically 24 students from the Final Block, stage corresponding to the 8th and 9th grades of
Elementary School. The AJA/MS Elementary School stage project aims to perform flow correction
for adolescents aged 13 to 17, who are in age/year distortion or have not completed the Elementary
School stage. That said, the cartographic experience was developed in the classes of the curricular
components of Geography and Informatics, and aimed to involve and motivate student protagonism,
articulating the experiences of students in their local space, through interaction with digital
technologies in the production of a map digital collective. In summary, the stages of development of
the experience involved: classes on the advancement of TDICs in society and digital cartography in
this context; discussions on concepts related to cartographic language and its importance for
understanding the dynamics of geographic phenomena in space; presentation of the work proposal
to the students and guidelines regarding the procedures to be carried out; classes and workshops
on the handling of digital media to be used in activities, with emphasis on the presentation and
familiarization of students with the MapHub platform, a tool in which the digital collective map was
created; period of data collection and information of the places to be represented by the students;
elaboration and insertion of the data in the map and completion of the activities of construction of
the collective digital map in a collaborative way by all those involved in the experience; and finally,
the culmination of the work with the presentation and socialization with the pedagogical team and

98
dialogues about the learning and experiences provided during the activities. Through theoretical
reflections and pedagogical experience carried out, we found that the activities provided autonomy
and motivated the students' sense of research in the teaching process, contributing to the
development of skills and abilities in the production of school knowledge and cartographic literacy
through the use of TDICs, providing the acquisition of location and orientation skills in the geographic
space, in addition to the greater depth in the study of the landscape of the space lived by the students
and the understanding that the geographic space is not static, and that they are integrants and
transforming agents of these spaces .

Keywords: Cartography; Protagonism; Teaching Geography.

99
MAPAS VIVENCIAIS E SUAS AUTORIAS CARTOGRÁFICAS NA INFÂNCIA
MAPAS EXPERIENCIALES Y LA AUTORÍA CARTOGRÁFICA INFANTIL

Livia Wanderley da Silva84


Rodrigo Batista Lobato85

RESUMO:
Devido ao isolamento social que impediu a observação de crianças em uma escola, optou-se por
realizar essa pesquisa com uma criança próxima a pesquisadora no contexto pandêmico. Assim,
este artigo tem como objetivo acompanhar um uma criança de 9 anos, que está no 4° ano, nas series
iniciais do Ensino Fundamental e verificar a influência da teoria Histórico-cultural de Lev Seminovich
Vigotski em um espaço informal de formação, no qual está criança apresentou autorias cartográficas
e fez uso desta linguagem visual para o desenvolvimento seus mapas. O conceito utilizado para
refletir neste processo de mapeamento se deu a partir dos conceitos de Cultura Cartográfica,
Vivências Espaciais e Mapas Vivenciais. Essas experiências presentes no cotidiano pandêmico desta
criança, se deu com desenhos animados em casa, em específico com o Anime Naruto, assim como,
pelos trajetos que realizados entre os bairros de Vila Valqueire e Ilha de Guaratiba, na cidade do Rio
de Janeiro durante quase todos os finais de semana desta criança. Pode-se perceber que essa
criança já possuía uma cultura cartográfica na produção dos mapas vivencias e utilizou Folhas A4,
lápis e lápis de cor para realizar os mapas apresentados neste trabalho. A utilização da linguagem
cartográfica realizada com essa criança, mostra o mapa como sua prática social e uma forma de
comunicação, através de mapas vivencias que falam do seu cotidiano. Pode-se perceber como que
o desenho animado permitiu autorias para esta criança desenhar o seu mapa. Para realizar os mapas
do caminho de trajeto entre as duas casas foi significativo primeiro ele entender realizar a produção
do mapa da vila da folha do anime Naruto e assim foi possível elucidar como os mapas marotos da
infância auxiliam através da educação informal e desse sociogênese cartográfica das produções
cartográficas infantis, e como entender estas produções infantis como Mapas vivenciais e não
apenas ilustrações. O uso de um mapa para espacializar a Vila do Naruto e os caminhos de sua casa
até um local em que passou os fins de semana durante a pandemia, apresenta alguns fatos
interessantes, tais como o uso da linguagem cartográfica para essa criança se expressar, mesmo
que não tenha aprendido no espaço formal escolar o que é como se fazer um mapa. Outro ponto
interessante, é o mapa como prática social dessa criança como meio de comunicação que teve

84
Universidade Veiga De Almeida. Graduada em Licenciatura em Geografia. Liviaws.ls@gmail.com.
85
Instituto Federal Fluminense, Macaé. Professor Dr. De Geografia do Ensino Médio Técnico.
Rodrigobatistalobato.geo@gmail.com.

100
influência dos desenhos animados, e por fim, destaca-se esse mapa como um mapa vivencial, isto
é, falando de coisas do seu cotidiano.
Palavra-chave: cartografias infantis; educação informal; vivências.
RESUMEN:
Debido al aislamiento social que impedía la observación de los niños en una escuela, se decidió
realizar esta investigación con un niño cercano a la investigadora en el contexto de la pandemia. Así,
este artículo tiene como objetivo acompañar a un niño de 9 años, que cursa el 4º grado, en la serie
inicial de la Enseñanza Básica y verificar la influencia de la teoría de la Historia Cultural de Lev
Seminovich Vygotsky en un espacio de formación informal, en el que este El niño presentó autoría
cartográfica e hizo uso de este lenguaje visual para desarrollar sus mapas. El concepto utilizado para
reflexionar sobre este proceso de mapeo se basó en los conceptos de Cultura Cartográfica,
Experiencias Espaciales y Mapas de Experiencia. Esas experiencias presentes en el cotidiano
pandémico de este niño, ocurrieron con dibujos animados en casa, en particular con Anime Naruto,
así como, por los caminos que realizaban entre los barrios de Vila Valqueire e Ilha de Guaratiba, en
la ciudad de Río de Janeiro para casi todos los fines de semana de este niño. Se puede ver que este
niño ya tenía una cultura cartográfica en la producción de mapas experienciales y utilizó hojas A4,
lápices y lápices de colores para hacer los mapas presentados en este trabajo. El uso del lenguaje
cartográfico realizado con este niño muestra el mapa como su práctica social y una forma de
comunicación, a través de mapas que hablan de su cotidianidad. Se puede ver cómo la caricatura
permitió la autoría de este niño para dibujar su mapa. Para hacer los mapas del camino entre las dos
casas, fue significativo que primero entendiera para llevar a cabo la producción del mapa de la aldea
de la hoja del anime Naruto y así se pudo dilucidar cómo funcionaban los mapas traviesos. de la
ayuda a la infancia a través de la educación informal y esta sociogénesis cartográfica de las
producciones cartográficas infantiles, y cómo entender estas producciones infantiles como mapas
experienciales y no como simples ilustraciones. El uso de un mapa para espacializar la Vila do Naruto
y los caminos desde su casa hasta un lugar donde pasaba los fines de semana durante la pandemia,
presenta algunos datos interesantes, como el uso del lenguaje cartográfico para que este niño se
exprese, incluso quién no han aprendido en el espacio de la escuela formal lo que es hacer un mapa.
Otro punto interesante es el mapa como práctica social de este niño como medio de comunicación
que fue influenciado por los dibujos animados, y finalmente, este mapa se destaca como un mapa
experiencial, es decir, hablando de cosas cotidianas.

Palabras-clave: cartografías infantiles; educación informal; vivencias.

101
MAPAS MENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA
MIND MAPS IN INITIAL TRAINING OF GEOGRAPHY TEACHERS

Tamara de Castro Régis86


Agatha da Rosa dos Santos 87
RESUMO:

O presente artigo é o resultado de reflexões e experiências adquiridas acerca da cartografia escolar


na formação inicial de professores. Sabendo da relevância da cartografia escolar para o componente
curricular de Geografia, em especial a mobilização dos conhecimentos cartográficos na estruturação
do pensamento espacial e no desenvolvimento do raciocínio geográfico, justifica-se a relevância dos
licenciandos/as em Geografia terem uma formação inicial que aborde conceitos e práticas que
contemplem conteúdos da cartografia escolar. Nesse trabalho, trazemos como objetivo
problematizar a utilização de mapas mentais na formação inicial de professores de Geografia com
foco nas potencialidades de emprego desses recursos pelos professores em formação em suas
práticas futuras na escola. Em busca de alcançar esse propósito, realizamos pesquisa bibliográfica
compondo um referencial teórico acerca da cartografia escolar, mapas mentais e formação de
professores. Além disso, apresentamos e discutimos os resultados de uma prática pedagógica que
teve por objetivo a produção de mapas mentais do Planisfério e mapas do município de
Florianópolis/SC pelos graduandos. A prática pedagógica, inspirada na obra “Carto-Crônicas Uma
Viagem pelo Mundo da Cartografia” de Jörn Semann, foi realizada com três turmas da terceira fase
do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), nos
anos de 2020, 2021 e 2022 na disciplina de Práticas Curriculares em Geografia I. A disciplina tem
por objetivo o estudo da Cartografia Escolar e traz como ementa: o estudo de conceitos, temas e
categorias da Cartografia e das Geotecnologias voltadas à Educação Básica. A atividade foi
empregada no início do semestre como introdução às discussões. Como resultados, evidenciou-se
que a elaboração de representações espaciais não é algo que os graduandos estão familiarizados,
a proposta em um primeiro momento causa estranhamento. Houve dificuldade de compreensão por
parte dos participantes, de que a produção de representações e mapas mentais faça parte dos
conteúdos de cartografia na Educação Básica e que seja uma prática viável, dado as experiências
dos licenciandos com o uso sistemático de representações cartográficas disponibilizadas em livros
didáticos e atlas escolares. A prática permitiu a identificação de imagens mentais sobre o planisfério

86
Universidade do Estado de Santa Catarina. Professora colaboradora do departamento de Geografia
DGEO/FAED/UDESC. tamara.regis@hotmail.com.
87
. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE da Universidade do Estado de
Santa Catarina – UDESC.agatharosasantos@gmail.com.

102
e os conhecimentos cartográficos sobre os lugares dos licenciandos. Na discussão sobre as
representações elaboradas, evidenciam-se visões de mundo, elementos da linguagem cartográfica
como as linhas imaginárias, escala, orientação, continentes, países, produção de legendas, pontos
turísticos e algumas ausências, que foram problematizadas e debatidas em aula. A análise dos
mapas mentais, nos permite compreender e discutir as imagens vinculadas ao planisfério que estão
naturalizadas; desmistificar a visão do mapa como representações objetivas da realidade e
compreendê-los como potências criativas que auxiliam na produção de realidades, assim como as
entrelinhas, os elementos que permanecem na lembrança na ausência do mapa.

Palavra-chave: Mapas Mentais; Cartografia Escolar; Formação Inicial de professores.

ABSTRACT

This study is the result of reflections and experiences acquired about school cartography in the initial
training of teachers. Knowing the relevance of school cartography to the curricular component of
Geography, in particular the mobilization of cartographic knowledge in the structuring of spatial
thinking and in the development of geographical reasoning, the relevance of geography graduates
to have an initial training that addresses concepts and practices that include contente of school
cartography is justified. In this study, we aim to problematize the use of mental maps in the initial
training of geography teachers focusing on the potentialities of employment of these resources by
teachers in training in their future practices at school. In order to achieve this purpose, we conducted
a bibliographical research composing a theoretical framework about school cartography, mental
maps and teacher training. Besides, we present and discuss the results of a pedagogical practice
that aimed to produce mental maps of Planisphere and maps of the municipality of Florianópolis/SC
by the undergraduates.The pedagogical practice, inspired by Jörn Semann's “Carto-Crônicas Uma
Viagem pelo Mundo da Cartografia”, was carried out with three classes of the third semester of the
course Degree in Geography from the Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) in the
years 2020, 2021 and 2022 in the subject of Curricular Practices in Geography I. The subject aims
at the study of School Cartography and brings as a menu: the study of concepts, themes and
categories of Cartography and Geotechnologies aimed to Basic Education. The activity was used at
the beginning of the semester as an introduction to the discussions. As a result, it became evident
that the elaboration of spatial representations is not something that undergraduates are familiar with,
the proposal at first causes estrangement. It was difficult for the participants to understand that the
production of representations and mind maps is part of the cartography content in Basic Education
and that it is a viable practice, given the experiences of undergraduates with the systematic use of
cartographic representations available in textbooks and school atlases. The practice allowed the
identification of mental images on the planisphere and cartographic knowledge about the student

103
places. In the discussion about the elaborated representations, worldviews, elements of cartographic
language such as imaginary lines, scale, orientation, continents, countries, production of legends,
tourist places and some absences are evident, which were problematized and debated in class.
Analysis of mental maps, allows us to understand and discuss the images linked to the planisphere
that are naturalized; demystify the view of the map as objective representations of reality and
understand them as creative powers that help in the production of realities, as well as the elements
that remain in memory in the absence of the map.

Keywords: Mental maps; School Cartography; Initial teacher training.

104
MAPAS TÁTEIS COMO MATERIAL DIDÁTICO PARA O ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EM GEOGRAFIA
TACTILE MAPS AS TEACHING MATERIAL FOR THE SUPERVISED INTERNSHIP IN
GEOGRAPHY

José Iago Almeida Carneiro 88


Dirceu Bruno C. I. S. P. N. da Silva 89
Tamara de Castro Régis 90
Ana Paula Nunes Chaves 91

RESUMO

O trabalho propõe apresentar os mapas táteis como material pedagógico para subsidiar as
atividades desenvolvidas no Estágio Supervisionado em Geografia, com uma turma do 3° ano do
Ensino Médio do Colégio de Aplicação, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.O estágio
supervisionado é uma etapa importante para o desenvolvimento profissional do licenciando e, em
especial, do futuro docente, pois como ressalta Corte e Lemke (2015), o estágio permite ao futuro
profissional docente conhecer, analisar e refletir sobre o seu ambiente de trabalho. No curso de
Geografia, da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, as disciplinas de Estágio
Curricular Supervisionado em Geografia I e II proporcionam ao licenciando uma experiência de
aprofundamento e consolidação da formação, desde o processo de observação até a etapa de
intervenção na escola. Nestas disciplinas, o estagiário elabora planos de aula e media o processo
de ensino aprendizagem de conteúdos curriculares utilizando recursos didáticos direcionados a
contemplar os objetivos de aprendizagem. Partindo desse pressuposto, intencionamos discorrer
sobre a elaboração de três mapas táteis que foram utilizados durante as ações do estágio na escola
durante duas aulas do semestre 2022.01. Os materiais utilizados para a construção desses mapas
táteis foram: cartolinas, papel EVA comum e com glitter, barbante, cola, lixa média para parede, tinta
guache e grampeador. A legenda em Braille foi traduzida e impressa pela Fundação Catarinense de
Educação Especial, por intermédio do Núcleo de Apoio Pedagógico e Estudantil – NUAPE da
UDESC. O objetivo das aulas propostas foi apresentar e discutir as três principais regionalizações
do Brasil: as cinco Macrorregiões propostas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –

88
Graduando do curso de Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail:
Iago4lmeida@gmail.com.
89
Graduando do curso de Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail:
bruninramos2009@gmail.com.
90
Professora do departamento de Geografia DGEO/FAED/ da Universidade do Estado de Santa
Catarina. UDESC. E-mail: tamara.regis@hotmail.com.
91
Professora do departamento de Geografia DGEO/FAED/ da Universidade do Estado de Santa
Catarina. UDESC. E-mail: Ana.chaves@udesc.br.

105
IBGE, os Três Complexos Regionais elaborados pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, e Os Quatro
Brasis proposto pelos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira. As atividades com os mapas
táteis utilizados como material didático para alunos sem restrições visuais auxiliaram na
aprendizagem dos conteúdos. Por meio do tato, os estudantes puderam perceber as diferentes
texturas dos materiais que representavam as regiões das diferentes regionalizações do território
brasileiro. Ponderamos que as atividades desenvolvidas com os mapas táteis foram realizadas com
alunos sem restrições visuais e que possuíam suas memórias imagéticas. Assim, os alunos puderam
utilizar o tato como outra forma de leitura e percepção das representações que possuímos para
nosso país. Na atividade realizada com os alunos, o uso das representações gráficas em textura e
relevo mostrou-se uma proposta criativa e eficaz, evidenciando que o uso do tato potencializa a
visualização e a localização dos fenômenos geográficos. Como considerações, destacamos a
sensibilização dos alunos e dos licenciando em Geografia em reconhecer as possibilidades de leitura
e apreensão dos conhecimentos por outros sentidos além da visão, assim como o conhecimento
sobre as representações gráficas táteis e suas possibilidades para se pensar o ensino inclusivo de
geografia.

Palavras-chave: Cartografia escolar; Ensino de Geografia; Recurso didático adaptado

ABSTRACT:

The work proposes to present the tactile maps as pedagogical material to support the activities
developed in the Supervised Internship in Geography, with a class of the 3rd year of High School at
Colégio de Aplicação, at the Federal University of Santa Catarina - UFSC. An important step for the
professional development of the undergraduate student and, in particular, of the future teacher,
because as Corte and Lemke (2015) emphasizes, the internship allows the future teaching
professional to know, analyze and reflect on their work environment. In the Geography course at the
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, the Supervised Curricular Internship in
Geography I and II subjects provide the undergraduate with an experience of deepening and
consolidating training, from the observation process to the intervention stage at school. In these
subjects, the intern prepares lesson plans and mediates the teaching-learning process of curricular
content using teaching resources aimed at meeting the learning objectives. Based on this
assumption, we intend to discuss the elaboration of three tactile maps that were used during the
internship actions at school during two classes of the 2022.01 semester. The materials used for the
construction of these tactile maps were: cardboard, regular and glitter EVA paper, string, glue,
medium sandpaper for the wall, gouache paint and a stapler. The Braille caption was translated and
printed by the Santa Catarina Foundation for Special Education, through the Pedagogical and
Student Support Nucleus – NUAPE of UDESC. The purpose of the proposed classes was to present

106
and discuss the three main regionalizations of Brazil: the five Macro-regions proposed by the
Brazilian Institute of Geography and Statistics – IBGE, the Three Regional Complexes elaborated by
the geographer Pedro Pinchas Geiger, and The Quatro Brasis proposed by the geographers Milton
Santos. And Maria Laura Silveira. The activities with the tactile maps used as teaching material for
students without visual restrictions helped in the learning of the contents. Through touch, the
students were able to perceive the different textures of the materials that represented the regions of
the different regionalizations of the Brazilian territory. We consider that the activities developed with
the tactile maps were carried out with students without visual restrictions and who had their image
memories. Thus, students were able to use touch as another way of reading and perceiving the
representations we have for our country. In the activity carried out with the students, the use of
graphic representations in texture and relief proved to be a creative and effective proposal, showing
that the use of touch enhances the visualization and location of geographic phenomena. As
considerations, we highlight the awareness of students and undergraduates in Geography to
recognize the possibilities of reading and apprehension of knowledge by other senses besides vision,
as well as the knowledge about tactile graphic representations and their possibilities to think about
the inclusive teaching of geography.

Keywords: School cartography; Geography teaching: Adapted didactic resource.

107
MAPAS TÁTEIS COMO MEDIADORES NA INTERPRETAÇÃO ESPACIAL
TACTILE MAPS AS MEDIATORS IN SPATIAL INTERPRETATION

Maiara Tibola92
Mafalda Nesi Francischett93

RESUMO:

Neste texto trazemos aspectos relacionados a importância dos mapas táteis, como recursos
didáticos mediadores para o aprendizado e conhecimento geográfico dos estudantes cegos. São
tópicos da pesquisa em desenvolvimento, um estudo de caso, cujo recorte espacial se dá no
município de Francisco Beltrão-PR, com 15 professores da Educação Básica, entrevistados a
respeito do ensino dos estudantes cegos inclusos e sobre o trabalho com os conceitos
geográficos, tanto no ensino regular como no Atendimento Educacional Especializado, das Salas
de Recursos Multifuncionais - Área da Deficiência Visual (SRM-DV) e no Centro de Apoio
Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP). A linha metodológica
segue pela Teoria Histórico Crítica como base para a elaboração e adaptação de recursos
didáticos táteis, realizada no Laboratório e Grupo de Pesquisa Representações, Espaços, Tempos
e Linguagens em Experiências Educativas (RETLEE), da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (UNIOESTE). As matrizes de mapas táteis são elaboradas baseadas nos dados recolhidos
com a investigação e no indicativo da maior necessidade ou fragilidade para estudar e ensinar
sobre a relação do lugar no mundo do cego. As bases foram construídas e avaliadas por
professores e estudantes cegos. Os mapas foram reproduzidos em acetato na máquina de
termoformagem, da Unioeste. Seguimos na afirmativa de que nenhuma proposta pedagógica por
si só dá conta da realidade. Por isso, acreditamos que a perspectiva teórica de Vigotski indica
que a mediação dos conteúdos considera a realidade para proporcionar o conhecimento e que
sejam analisados os aspectos históricos e sociais do contexto estudado.

Palavras-chave: Cartografia Tátil; Ensino de Geografia; Teoria histórico-cultural.

92
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia, na Linha de Pesquisa: Educação e
Ensino de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Francisco
Beltrão. Professora de Geografia na Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR). E-mail:
maiaratibola@hotmail.com
93
Professora nos Programas de Pós-Graduação em Geografia e em Educação da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Francisco Beltrão. E-mail:
professoramafalda57@gmail.com

108
ABSTRATC:

In this text, we bring aspects related to the importance of tactile maps, as teaching resources that
mediate the geographic learning and knowledge of blind students. The topics of the research in
development are a case study, that takes place in the city of Francisco Beltrão-PR, with 15
teachers of Basic Education, that were interviewed about the teaching of included blind students
and about the work with geographic concepts, both in regular education and in Specialized
Educational Assistance, in the Multifunctional Resource Rooms - Visual Impairment Area (SRM-
DV) and in the Pedagogical Support Center for Assistance to People with Visual Impairments
(CAP). The methodological line follows the Critical Historical Theory as a basis for the elaboration
and adaptation of tactile didactic resources, that were carried out at the Laboratory and at the
Representations, Spaces, Times and Languages in Educational Experiences Research Group
(RETLEE), of the Western Paraná State University (UNIOESTE). The tactile map matrices are
prepared based on the data collected through the research and in the indicative of the greatest
need or fragility to study and teach about the relationship of place in the world of the blind. The
bases were built and evaluated by blind teachers and blind students. The maps were reproduced
on acetate in the Unioeste thermoforming machine. We continue saying that no pedagogical
proposal alone can handle reality. Therefore, we believe that Vygotsky's theoretical perspective
indicates that the mediation of contents considers reality to provide knowledge and that the
historical and social aspects of the studied context are analyzed.

Keywords: Tactile Cartography; Geography Teaching; Cultural-historical theory.

109
MEMES DE CARTOGRAFIA: UMA PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PARA O
ENSINO DE GEOGRAFIA
MEMES DE CARTOGRAFÍA: UNA PROPUESTA DOCENTE-PEDAGÓGICA PARA LA ENSEÑANZA
DE LA GEOGRAFÍA

Vitor Colleto dos Santos94


Maurício Rizzatti95
Carina Petsch 96
Natália Lampert Batista97
RESUMO:

Memes estão obstinadamente em evidência. Essa afirmação pode ser mais bem compreendida
quando consideramos que, no período atual, esse tipo de linguagem é adotado em diferentes
contextos e realidades como forma de representação de diversas situações culturais ou sociais
cotidianas experimentadas pela população, podendo ser entendido como um fenômeno típico da
Internet e que, entre suas principais características, apresenta-se como algo inerente a ele a
presença do humor. Desde o tempo em que Richard Dawkins (2007), em seu livro O Gene Egoísta,
propôs um termo para que, assim como os genes eram os responsáveis por replicarem o conteúdo
geracional na evolução biológica dos seres vivos, pudesse dar conta da seleção e transmissão de
conteúdos inscritos em nossa cultura. Essa segunda unidade de replicação (ou os novos
replicadores) é atribuída aos memes. Assim, os memes são, conforme na visão original de Dawkins
(2007), ideias que se propagam pela sociedade e sustentam determinados ritos ou padrões culturais.
No entanto, com a emergência e gradual popularização da Internet, eles passaram a serem
encarados como fenômenos próprios de redes sociais digitais, passando a não apenas serem
associados a uma ideia ou a um comportamento, mas também como um discurso, um modo próprio
de comunicar e, como tal, passíveis de serem lidos e interpretados. Diante dessa perspectiva em
que asseguramos a função comunicativa dos memes, é que se tem por objetivo estudar o seu
potencial educativo, ou seja, desvelar a contribuição desse recurso multimodal, com uma linguagem
que é típica dos multiletramentos, para o ensino e a aprendizagem, sobretudo de Geografia, fazendo
com que as aulas desta disciplina, em espaços escolares, sejam atrativas e capazes de fazer com

94 Universidade Federal de Santa Maria. Graduando em Geografia e Bolsista PROLICEN/UFSM.


vitorcolleto@gmail.com.
95 Universidade Federal de Santa Maria. Professor voluntário do curso de Tecnologia em Geoprocessamento.
geo.mauricio.rizzatti@gmail.com.
96 Orientadora. Universidade Federal de Santa Maria. Docente do Departamento de Geociências.
carinapetsch@gmail.com.
97 Orientadora. Universidade Federal de Santa Maria. Docente do Departamento de Geociências.
natalia.batista@ufsm.br. Orientadora.

110
que o estudo de determinados conteúdos, por vezes abstratos, gere significados concretos na
realidade espacial vivida pelos sujeitos desse processo em seu cotidiano. É nessa seara que a
proposta “Memes de Cartografia” pretende seguir, uma vez que, sendo a Cartografia um campo de
estudo pelo qual a ciência geográfica se utiliza para melhor elucidar os acontecimentos e/ou
fenômenos que ocorrem no espaço. Como exemplo de memes serão utilizados/criados com
referência a temática de escala, coordenadas geográficas, projeções, fusos horários, entre outros.
Parte-se da necessidade de dar ao aluno, por meio da mediação do docente, a possibilidade de
aproximar-se de conhecimentos cartográficos e até de apreendê-los de maneira mais significativa,
a partir da aplicação de meme, recurso este que os estudantes revelam ter bastante contato em
atividades do cotidiano, bem como de fazerem uso, para fins de comunicação e interação social, da
linguagem que é notadamente bastante incisiva em ambientes de redes sociais digitais. Por fim, ao
se apresentar a intenção de trabalhar com tais textos contemporâneos no/para o ensino de
Geografia e Cartografia, significa dizer que eles, quando fundamentados didaticamente, possibilitam
uma melhor apreensão das formas com que o ser humano constrói o seu espaço e transforma a
natureza, granjeando o interesse dos estudantes para com o que irá ser abordado em sala de aula,
de forma dinâmica, interativa e capaz de aliar saberes teóricos e práticos.

Palavra-chave: Meme. Cartografia. Ensino de Geografia.

RESUMEN:

Los memes están tenazmente en el centro de atención. Esta afirmación puede entenderse mejor
cuando consideramos que, en el período actual, este tipo de lenguaje se adopta en diferentes
contextos y realidades como una forma de representación de diversas situaciones culturales o
sociales cotidianas que vive la población, y puede entenderse como un fenómeno típico de Internet
y que, entre sus principales características, la presencia del humor se presenta como algo inherente
a la misma. Desde la época en que Richard Dawkins (2007), en su libro El gen egoísta, propuso un
término para que, así como los genes se encargaban de replicar el contenido generacional en la
evolución biológica de los seres vivos, pudiera dar cuenta de la selección y transmisión de los
mismos. contenidos inscritos en nuestra cultura. Esta segunda unidad de replicación (o los nuevos
replicadores) se asigna a los memes. Así, los memes son, según la visión original de Dawkins (2007),
ideas que se difunden en la sociedad y sustentan ciertos ritos o patrones culturales. Sin embargo,
con el surgimiento y progresiva popularización de Internet, comenzaron a verse como fenómenos
propios de las redes sociales digitales, asociándose no solo a una idea o un comportamiento, sino
también a un discurso, a una forma de comunicarse y, como tales, capaces de ser leídos e
interpretados. Dada esta perspectiva en la que aseguramos la función comunicativa de los memes,
el objetivo es estudiar su potencial educativo, es decir, desvelar el aporte de este recurso multimodal,

111
con un lenguaje propio de las multialfabetizaciones, para la enseñanza y el aprendizaje,
especialmente de Geografía, haciendo las clases de esta asignatura, en espacios escolares,
atractivas y capaces de hacer que el estudio de determinados contenidos, a veces abstractos,
genere significados concretos en la realidad espacial que experimentan los sujetos de este proceso
en su cotidiano. Es en este ámbito que pretende seguir la propuesta “Memes de la Cartografía”, ya
que la Cartografía es un campo de estudio por el cual se utiliza la ciencia geográfica para dilucidar
mejor los eventos y/o fenómenos que ocurren en el espacio. Como ejemplo se utilizarán/crearán
memes con referencia al tema de escala, coordenadas geográficas, proyecciones, husos horarios,
entre otros. Se parte de la necesidad de brindarle al estudiante, a través de la mediación del docente,
la posibilidad de acercarse al conocimiento cartográfico e incluso aprehenderlo de manera más
significativa, a partir de la aplicación del meme, recurso que los estudiantes revelan al tener mucho
contacto en las actividades cotidianas. Así como hacer uso, a efectos de comunicación e interacción
social, de un lenguaje notablemente incisivo en entornos de redes sociales digitales. Finalmente, al
presentar la intención de trabajar con dichos textos contemporáneos en/para la enseñanza de la
Geografía y la Cartografía, se quiere decir que éstos, fundamentados didácticamente, posibilitan una
mejor comprensión de las formas en que el ser humano construye su espacio y lo transforma. de
naturaleza, logrando el interés de los alumnos por lo que se abordará en el aula, de forma dinámica,
interactiva, capaz de combinar conocimientos teóricos y prácticos.

Palabras-clave: Meme. Cartografía. Enseñanza de la Geografía.

REFERÊNCIA:

DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

AGRADECIMENTO:

Trabalho apoiado pelo PROLICEN-UFSM.

112
MÚLTIPLAS LINGUAGENS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: ABORDAGENS
FRENTE AO ENSINO REMOTO
LENGUAS MÚLTIPLES PARA LA ENSEÑANZA DE LA GEOGRAFÍA: APROXIMACIONES A LA
ENSEÑANZA A DISTANCIA

Rebeca Jeronimo Nunes da Silva 98


Shakira Porciuncula Salasar 99
Rosangela Lurdes Spironello 100

RESUMO:

A pandemia da Covid-19 no Brasil, elevou o sinal de alerta frente às nossas estruturas


organizacionais. No contexto da educação, não foi diferente, seja esta de nível básico ou superior.
Diante disso, buscamos compartilhar resultados e reflexões a partir de análises realizadas nos
relatórios de estágio supervisionado, no contexto das aulas remotas dos acadêmicos do curso de
Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Após a realização do estágio,
esta análise culminou no Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Abordagem das múltiplas
linguagens no ensino de Geografia: uma análise a partir das práticas do estágio supervisionado em
Geografia, no contexto do ensino remoto, no ano de 2021”. E teve por objetivo, trazer luz às
discussões que permeiam o universo da formação inicial de professores e, como o uso das múltiplas
linguagens foi recurso estratégico para abordar temas e conteúdos. Esta discussão pode trazer
reflexões de como melhor abordar essa temática de forma significativa e que possa contribuir ao
longo do processo de formação dos sujeitos. Além disso, a transição repentina do ensino presencial
para o ensino remoto, no ano de 2020 nos encaminhou para uma reflexão mais atenta no que diz
respeito às práticas de ensino, que vêm sendo desenvolvidas dentro desse contexto. Com relação
à abordagem deste trabalho, o mesmo foi produzido sob a perspectiva de uma pesquisa bibliográfica
e documental, adotando como procedimentos metodológicos, análise nas Diretrizes Nacionais
Curriculares (DCN’S); Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Geografia do ano de 2006;
Ementa dos componentes curriculares de caráter metodológico; Análise dos relatórios dos estágios
realizados no ensino médio e, para embasamento teórico foram utilizados autores que dialogam com
a temática do ensino de Geografia, Estágio Supervisionado e Linguagens no Ensino de Geografia.
Como resultados, pode ser observado que a superação das dificuldades encontradas diante ao
contexto do ensino remoto, só foi possível a partir da mobilização das equipes de trabalho para o

98
Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Graduada. rebeca.nunes7@gmail.com.
99
Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Graduanda. shakiraporciunculasalasar@gmail.com.
100
Universidade Federal de Pelotas -UFPel. Professora associada – cursos de Geografia e Programa
de Pós-Graduação em Geografia DEGEO/ICH/UFPel. spironello@gmail.com.

113
compartilhamento das suas experiências com o grande grupo. O uso de algumas plataformas
digitais, ampliaram a possibilidade de explorar diversas linguagens, como foi no caso da elaboração
de mapas conceituais; vídeo aulas, podcast, resumos ou até mesmo para a elaboração de dicionários
de conceitos geográficos utilizados ao longo dos conteúdos desenvolvidos. Para além disso, outro
ponto relevante observado, se refere às inquietações ao longo do processo de formação inicial e a
construção da identidade docente frente a esta modalidade de ensino. A distância do espaço físico
e das vivências que são propostas dentro dos moldes aos quais se idealizava, com trocas frente a
frente com os alunos ou uma simples possibilidade de improviso ao longo de uma explicação, se
mostrou como mais um dos entraves a ser superado. No entanto, esta oportunidade abriu caminhos
e possibilidades para repensar as formas de mediação do conhecimento de diferentes formas e, o
uso das múltiplas linguagens no contexto da Geografia, se mostrou muito positiva.

Palavras-chave: Múltiplas Linguagens; Ensino de Geografia; Estágio supervisionado.

RESUMEN:

La pandemia de Covid-19 en Brasil hizo sonar las alarmas frente a nuestras estructuras
organizativas. En el contexto de la educación, no fue diferente, ya sea básica o superior. Ante ello,
buscamos compartir resultados y reflexiones a partir de análisis realizados sobre informes de
prácticas supervisadas, en el contexto de clases a distancia de académicos de la Licenciatura en
Geografía de la Universidad Federal de Pelotas - UFPel. Luego de culminada la pasantía, este análisis
culminó con el Trabajo de Finalización de Curso titulado “Aproximación a los múltiples lenguajes en
la enseñanza de la Geografía: un análisis desde las prácticas de la pasantía supervisada en
Geografía, en el contexto de la enseñanza a distancia, en el año 2021 ". Y tuvo como objetivo traer
luz a las discusiones que permean el universo de la formación inicial docente y, como el uso de
múltiples idiomas fue un recurso estratégico para abordar temas y contenidos. Esta discusión puede
traer reflexiones sobre la mejor manera de abordar este tema de manera significativa y que puede
contribuir a lo largo del proceso de formación de los sujetos. Además, el paso repentino de la
docencia presencial a la docencia a distancia en 2020 nos llevó a una reflexión más atenta respecto
a las prácticas docentes, que se han desarrollado en este contexto. En cuanto al abordaje de este
trabajo, se produjo desde la perspectiva de una investigación bibliográfica y documental, adoptando
como procedimientos metodológicos, el análisis en las Directrices Curriculares Nacionales (DCN'S);
Proyecto Pedagógico de la Licenciatura en Geografía del año 2006; Menú de componentes
curriculares de carácter metodológico; Se utilizaron análisis de informes de pasantías realizadas en
la enseñanza media y, como base teórica, autores que dialogan con el tema de la enseñanza de la
Geografía, Pasantía Supervisada e Idiomas en la Enseñanza de la Geografía. Como resultado, se
puede observar que la superación de las dificultades encontradas en el contexto de la enseñanza a
distancia solo fue posible a partir de la movilización de equipos de trabajo para compartir sus
experiencias con el gran grupo. El uso de algunas plataformas digitales amplió la posibilidad de

114
explorar diferentes lenguajes, como es el caso de la elaboración de mapas conceptuales; video
lecciones, podcast, resúmenes o incluso para la elaboración de diccionarios de conceptos
geográficos utilizados a lo largo de los contenidos desarrollados. Además, otro punto relevante
observado se refiere a las preocupaciones durante el proceso de formación inicial y la construcción
de la identidad docente frente a esta modalidad docente. La distancia del espacio físico y las
experiencias que se proponen dentro de los moldes a los que se idealizó, con intercambios cara a
cara con los alumnos o una simple posibilidad de improvisación durante una explicación, resultó ser
otro obstáculo a superar. Sin embargo, esta oportunidad abrió caminos y posibilidades para
repensar las formas de mediación del conocimiento de diferentes formas, y el uso de múltiples
lenguajes en el contexto de la Geografía resultó ser muy positivo.

Palabras-clave: Pasantía supervisada; Idiomas; Enseñanza de la Geografía.

115
O ESTADO DA ARTE DA CARTOGRAFIA ESCOLAR: UM ESTUDO SOBRE TESES E
DISSERTAÇÕES NO PERÍODO DE 2011 – 2020
STATE OF THE ART OF SCHOOL CARTOGRAPHY: A STUDY ON THESES AND DISERTATIONS
IN THE PERIOD OF 2011 – 2020

Luiz Felipe Brito Silva 101


Paula Cristiane Strina Juliasz 102

RESUMO:

A Cartografia Escolar no Brasil tem se constituído por meio da relação entre Cartografia, Educação
e Geografia. As teorias da aprendizagem e os métodos de ensino e questões do currículo e da
formação de professores são frequentemente debatidos nesse campo. Buscando contribuir com
esse debate, tem-se o objetivo de produzir um inventário da produção brasileira no nível da pós-
graduação em cartografia escolar no período de 2011-2020 por meio de uma análise documental.
Procura-se conhecer quantas pesquisas sobre cartografia escolar em nível de pós-graduação foram
realizadas e em quais instituições, busca-se identificar as áreas de conhecimentos nos quais estão
inseridas essas pesquisas e reconhecer os aportes teóricos-metodológicos, os temas e segmentos
da Educação Básica são abordados nas investigações. A delimitação do corpus documental será
construída por meio da busca dos descritores “Cartografia Escolar”, “Cartografia”, “Ensino” e
“Educação” no título, no resumo ou nas palavras-chaves no catálogo de teses e dissertações da
Capes no período de 2011-2020. O inventário referente a produção será organizado de acordo com
as categorias: a) representação do espaço; b) metodologia de ensino; c) tecnologias e produção de
materiais didáticos cartográficos; d) formação de professores e currículo. Fundamentada em uma
análise qualitativa das teses e dissertações produzidas no Brasil no período de 2011-2020,
ancoramo-nos na análise documental de teses e dissertações, com o objetivo de apresentar o estado
da arte da produção acadêmica em Cartografia Escolar. Este tipo de pesquisa é definido pelo seu
caráter bibliográfico, por realizar um mapeamento acerca da produção acadêmica de uma certa
área ou conceito, e uma análise qualitativa, por destacar as dimensões teóricas que têm sido
priorizadas. A partir da delimitação do corpus documental, identificou-se 172 pesquisas sobre
cartografia escolar produzidas e publicadas no período, sendo 132 pesquisas de mestrado e 40 de
doutorado. Através da sistematização e análise destas pesquisas, conclui-se que a maior parte estão
concentradas na categoria ou eixo temático de Metodologia de ensino. Levando em consideração,

101
Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo. Estudante do curso de graduação em Geografia. luizbrito@usp.br.
102
Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade
de São Paulo. Professora. paulacsj@usp.br.

116
a sistematização por segmentos da educação básica, mais da metade são direcionadas para o
ensino fundamental, com destaque para os anos finais deste ciclo. A análise da sistematização por
área de conhecimento permitiu identificar que geografia e educação são as áreas que mais se
destacam. Já em relação à área de concentração e linha de pesquisa, observou-se, que há relativa
diversidade delas nas pesquisas sobre cartografia escolar e que as referidas estão associadas aos
programas de pós-graduação das Universidades em que as pesquisas sobre cartografia escolar
foram desenvolvidas. Considerando, a distribuição espacial de tais pesquisas por instituições de
ensino superior evidenciou-se, que três são as Universidades que mais produzem e publicam
pesquisas sobre cartografia escolar no Brasil: USP (Universidade de São Paulo), UNESP
(Universidade Estadual Paulista) e UFG (Universidade Federal de Goiás). Por fim, no que se refere
à sistematização por aportes teórico-metodológicos, apesar desta etapa ainda estar em andamento,
já é possível indicar que grande parte destas pesquisas utilizam como aporte teórico-metodológico,
a Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski.

Palavras-chave: Cartografia Escolar; Estado da arte; Eixos temáticos.

ABSTRACT

School Cartography in Brazil has been constituted through the relationship between Cartography,
Education and Geography. Learning theories and teaching methods and issues of curriculum and
teacher education are frequently discussed in this field. Seeking to contribute to this debate, the
objective is to produce an inventory of Brazilian production at the postgraduate level in school
cartography in the period 2011-2020 through a documentary analysis. It seeks to know how many
researches on school cartography at the postgraduate level were carried out and in which
institutions, it seeks to identify the areas of knowledge in which these researches are inserted and to
recognize the theoretical-methodological contributions, themes and segments of Education Basic
are covered in investigations. The delimitation of the documentary corpus will be built through the
search for the descriptors "School Cartography", "Cartography", "Teaching" and "Education" in the
title, abstract or keywords in the Capes theses and dissertations catalog in the period of 2011-2020.
The production inventory will be organized according to the following categories: a) representation
of space; b) teaching methodology; c) technologies and production of cartographic teaching
materials; d) teacher training and curriculum. Based on a qualitative analysis of theses and
dissertations produced in Brazil in the period 2011-2020, we anchored ourselves in the documentary
analysis of theses and dissertations, with the objective of presenting the state of the art of academic
production in School Cartography. This type of research is defined by its bibliographic character, for
carrying out a mapping of the academic production of a certain area or concept, and a qualitative
analysis, for highlighting the theoretical dimensions that have been prioritized. From the delimitation

117
of the documentary corpus, 172 researches on school cartography produced and published in the
period were identified, being 132 master's researches and 40 doctoral studies. Through the
systematization and analysis of these researches, it is concluded that most of them are concentrated
in the category or thematic axis of Teaching Methodology. Taking into account the systematization
by segments of basic education, more than half are directed to elementary education, with emphasis
on the final years of this cycle. The analysis of the systematization by area of knowledge allowed us
to identify that geography and education are the areas that stand out the most. In relation to the area
of concentration and line of research, it was observed that there is a relative diversity of them in the
research on school cartography and that these are associated with the graduate programs of the
Universities where the research on school cartography was developed. Considering the spatial
distribution of such research by higher education institutions, it was evident that three are the
Universities that produce and publish research on school cartography in Brazil: USP (University of
São Paulo), UNESP (Universidade Estadual Paulista) and UFG (Goias Federal University). Finally,
with regard to the systematization by theoretical-methodological contributions, although this stage is
still in progress, it is already possible to indicate that most of these researches use Vigotsky's
Historical-Cultural Psychology as a theoretical-methodological contribution.

Keywords: School Cartography; State of art; Thematic axes.

118
O MAPEAMENTO COLABORATIVO COMO RECURSO PARA A CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTO GEOGRÁFICO PODEROSO NA ESCOLA
COLLABORATIVE MAPPING AS A RESOURCE FOR BUILDING POWERFUL GEOGRAPHIC
KNOWLEDGE IN SCHOOL

Daniel Luiz Stefenon103


Taylene Marcele Ganz 104

RESUMO:

O presente texto objetiva apresentar e discutir o uso da ferramenta Google My Maps como um
recurso didático-cartográfico digital para a promoção de conhecimentos geográficos poderosos na
escola, a partir de ações de mapeamento colaborativo. As reflexões aqui contidas são realizadas a
partir de parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado em andamento no âmbito do Programa
de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro, Irati,
Paraná. Entende-se aqui por mapeamento colaborativo um conjunto muito amplo de práticas que se
referem à construção de representações espaciais por coletivos de sujeitos que colaboram entre si
para a produção de um ou mais objetos cartográficos (BRAVO e SLUTER, 2018). A partir dessa
abordagem foram desenvolvidas atividades didáticas que lançaram mão do recurso de produção
compartilhada de mapas, contido na ferramenta Google My Maps, as quais foram realizadas por 225
estudantes de Ensino Médio de uma escola pública do interior do Estado do Paraná. As produções
dos grupos de estudantes buscaram articular temas relacionados ao currículo escolar da Geografia
para a referenciada etapa de escolarização, explorando temas ligados a questões relativas ao
município, à Geografia do Estado do Paraná e outros de escala global. Os mapas colaborativos
resultantes das atividades foram analisados a partir dos referenciais oferecidos pela perspectiva do
Conhecimento Poderoso sugerida por Michael Young (2007; 2011), em especial, pela tipologia deste
conhecimento aplicado ao Ensino de Geografia, elaborada por Alaric Maude (2016). Para este autor
existem cinco tipos ou dimensões daquilo que chama de Conhecimento Geográfico Poderoso, que
incluem saberes que permitem aos estudantes (a) novas formas de pensar sobre o mundo, (b)
formas poderosas para analisar, explanar e entender o mundo, (c) algum poder sobre seu próprio
conhecimento, (d) acompanhar e participar de debates significantes sobre questões locais,
nacionais e globais, e por fim, (e) conhecimentos gerais sobre o mundo e suas diversidades. Pode-

103
Universidade Federal do Paraná, Departamento de Teoria e Prática de Ensino. E-mail:
danielstefenon82@gmail.com.
104
Secretaria de Estado de Educação do Paraná, Mestranda em Educação da Universidade Estadual do
Centro-Oeste, UNICENTRO. E-mail: taylene.ganz@escola.pr.gov.br.

119
se perceber que o recurso da produção de mapas colaborativos dentro da ferramenta Google My
Maps foi capaz de, em primeiro lugar, promover intenso envolvimento dos estudantes com a
atividade, em si, aproximando os saberes da Geografia de mecânicas de linguagem atinentes ao
cotidiano de comunicação dos estudantes. Para além dos envolvimentos, os mapas colaborativos,
conforme será demonstrado no artigo completo, contribuíram para a construção de conhecimentos
relacionados aos diferentes tipos de Conhecimento Geográfico Poderoso, permitindo novas
aprendizagens sobre os temas sugeridos, novas formas de se pensar sobre o mundo, maior
consciência sobre as tensões e conflitos envolvidos nas múltiplas escalas geográficas que
perpassam a vida e o cotidiano dos jovens, e por fim, para um avanço das compreensões sobre as
diferenças e contradições que povoam os espaços e os fenômenos que neles ocorrem.

Palavra-chave: Cartografia Colaborativa; Conhecimento Poderoso; Ensino de Geografia.

ABSTRACT:

The present text aims to present and discuss the use of the Google My Maps tool as a digital didactic-
cartographic resource for the promotion of powerful geographic knowledge at school, based on
collaborative mapping actions. The reflections contained herein are based on part of the results of a
master's research in progress within the scope of the Graduate Program in Education at the
Midwestern Paraná State University – Unicentro, City of Irati, State of Paraná, Brazil. Collaborative
mapping is understood here as a very broad set of practices that refer to the construction of spatial
representations by collectives of subjects who collaborate with each other to produce one or more
cartographic objects (BRAVO and SLUTER, 2018). From this approach, didactic activities were
developed that made use of the resource of shared production of maps, contained in the Google My
Maps tool, which were carried out by XX high school students from a public school in the interior of
the State of Paraná. The productions of the groups of students sought to articulate themes related
to the school curriculum of Geography for the referenced stage of schooling, exploring themes
related to issues related to the municipality, to the Geography of the State of Paraná and other
themes on a global scale. The collaborative maps resulting from the activities were analyzed from
the references offered by the Powerful Knowledge perspective suggested by Michael Young (2007;
2011), in particular, by the typology of this knowledge applied to Geography Teaching, prepared by
Alaric Maude (2016). For this author, there are five types or dimensions of Powerful Geographical
Knowledge, which include knowledge that allows students to (a) new ways of thinking about the
world, (b) powerful ways to analyze, explain and understand the world, (c) some power about their
own knowledge, (d) follow and participate in meaningful debates on local, national and global issues,
and finally, (e) general knowledge about the world and its diversities. It can be seen that the resource
of collaborative map production within the Google My Maps tool was able, first of all, to promote

120
intense student involvement with the activity itself, bringing the knowledge of Geography closer to
language mechanics related to everyday life. of student communication. In addition to the
involvements, the collaborative maps, as will be demonstrated in the full article, contributed to the
construction of knowledge related to the different types of Powerful Geographic Knowledge, allowing
new learning about the suggested themes, new ways of thinking about the world, greater awareness
on the tensions and conflicts involved in the multiple geographic scales that permeate the life and
daily life of young people, and finally, for an advance in the understanding of the differences and
contradictions that populate the spaces and the phenomena that occur in them.

Keywords: Collaborative Cartography; Powerful Knowledge; Teaching Geography.

121
O MAPA DE ORIENTAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO FORMAL E PARA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
THE ORIEENTERING MAP AS A TOOL FOR FORMAL EDUCATION AND ENVIRONMENTAL
EDUCATION

José Nilton Silva Vargas105


Rosane Marizeti Brum Vargas106
RESUMO:

O Desporto Orientação é a arte de navegar entre terras desconhecidas, proporcionando atividade


física e contato com a natureza. A Bússola e o Mapa de Orientação são equipamentos importantes
nesse jogo. A navegação pode ser realizada com uso da maioria dos tipos de cartas. Entretanto, a
competição de Orientação requer uma carta específica que possibilite aos competidores
executarem uma pista com rapidez, escolhendo as melhores rotas. As atividades de Orientação são
realizadas junto à natureza, onde for possível disponibilizar uma infraestrutura mínima, e um Mapa
de Orientação adequado para realização da atividade educativa, seguindo as regras do desporto, as
quais são ditadas em nível mundial pela Federação Internacional de Orientação (IOF). O presente
trabalho propõe apresentar o Mapa orientação como ferramenta pedagógica para a educação, em
particular para a cartografia escolar, e também, como um instrumento para a sensibilização e para
a educação ambiental. O presente trabalho propõe apresentar a importância da utilização de um
mapa de Orientação para o ensino da cartografia escolar. A metodologia consistiu em revisão de
literatura de BALTAZAR (1999), BOGA (1997), FERREIRA (2002), PASINI (2004) e PAZ (2003), como
base para uma análise da importância desse instrumento para o ensino da Cartografia Escolar,
constituindo uma ferramenta para o professor e auxiliando o aluno na tomada de decisão e
interpretação do espaço que o rodeia, o que, ao mesmo tempo, desenvolve o corpo e a mente do
educando e o sensibiliza para os cuidados com o meio ambiente. Ainda, a prática desse desporto
retira o educando do espaço escolar, de uma sala de aula, inadequada na maioria das escolas,
possibilitando o contato com a natureza, evitando a rotina e o estresse. Esse é um recurso que
conduz ao aprendizado e desenvolve as múltiplas inteligências e principalmente a inteligência
espacial. Esta pesquisa vem confirmar e demonstrar que o desporto Orientação pode ser adotado
pelo sistema de ensino formal como uma ferramenta pedagógica para a Educação Cartográfica, em
virtude da interdisciplinaridade e de sua capacidade de funcionar como elo entre os conteúdos
curriculares do Sistema de Ensino, respeitando-se a região e o local onde vive cada indivíduo.

105
UFSM, Acadêmico do Curso Superior em Tecnologia em Geoprocessamento. jnvargas@uol.com.br.
106
UFSM. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Geografia. rosanebv.adv@gmail.com.

122
Demonstra-se que o Mapa de Orientação pode ser utilizado como ferramenta pedagógica formal
nas Escolas, principalmente no Ensino Fundamental e Médio, e também, como atividade lúdica, de
contato com a natureza, para o desenvolvimento do indivíduo em busca da plena cidadania em
sintonia com a Natureza.

Palavras-chave: Cartografia Escolar; Mapa de Orientação; Educação Ambiental.

ABSTRACT:

Sport Orienteering is the art of navigating between unknown lands, providing physical activity and
contact with nature. The Compass and the Orienteering Map are important equipment in this game.
Navigation can be performed using most types of charts. However, Orienteering competition requires
a specific letter that allows competitors to run a track quickly, choosing the best routes. Orienteering
activities are carried out close to nature, where it is possible to provide a minimum infrastructure,
and an orienteering map suitable for carrying out the educational activity, following the rules of the
sport, which are dictated worldwide by the International Orienteering Federation (IOF). The present
work proposes to present the Orientation Map as a pedagogical tool for education, in particular for
school cartography, and also as an instrument for raising awareness and for environmental
education. The present work proposes to present the cartography present in the elaboration and use
of an orienteering map. The methodology consisted of a literature review by BALTAZAR (1999),
BOGA (1997), FERREIRA (2002), PASINI (2004) and PAZ (2003), as a basis for an analysis of the
importance of this instrument for the teaching of Environmental Education, constituting a tool for the
teacher and helping the student in decision making and interpretation of the space that surrounds
him, which, at the same time, develops the body and mind of the student and sensitizes him to care
for the environment. Still, the practice of this sport removes the student from the school space, from
a classroom, inadequate in most schools, allowing contact with nature, avoiding routine and stress.
This is a resource that leads to learning and develops multiple intelligences and especially spatial
intelligence. This research confirms and demonstrates that Orienteering sport can be adopted by the
formal education system as a pedagogical tool for Cartographic Education, due to its
interdisciplinarity and its ability to function as a link between the curricular contents of the Education
System, respecting it. if the region and place where each individual lives. It is demonstrated that the
Orienteering Map can be used as a formal pedagogical tool in Schools, mainly in Elementary and
High School, and also as a playful activity, in contact with nature, for the development of the individual
in search of full citizenship.

Keywords: School Cartography; Orienteering Map; Environmental Education.

123
O USO DO SITE BIOME VIEWER PARA O ESTUDO DOS BIOMAS BRASILEIROS

THE USE OF THE BIOME VIEWER WEBSITE FOR THE STUDY OF BRAZILIAN BIOMES

Aluisiane Kraisch107
Odair José Groh108
Pablo Forlan Fuchs109
RESUMO:
No decorrer das aulas de Metodologias do Ensino da Geografia, do Curso de Mestrado em Geografia
– PROFGEO, IFC/Brusque, desenvolvidas pela Professora Natália Lampert Batista e pelo Professor
Maurício Rizzatti, nos dias 29 e 30 de abril de 2022, fomos apresentados a Teoria dos
Multiletramentos e também a diversos recursos didáticos que podem ser empregados nas aulas de
Geografia da Educação Básica. Quanto ao multiletramento, refletimos sobre a importância da
linguagem e quanto ela se transforma de acordo com os diferentes propósitos comunicativos e
ambientes de interação. Diferenciamos também os conceitos de alfabetização, letramento e
multiletramento. Em relação aos recursos didáticos apresentados, o que mais nos chamou a atenção
e nos motivou a escrever este plano de aula foi o software Biome Viewer. O objetivo geral do plano
de aula foi compreender as características dos biomas brasileiros nas aulas de Geografia da
Educação Básica por meio da utilização do site Biome Viewer. Os objetivos específicos foram
localizar os principais biomas brasileiros, caracterizar os principais aspectos do clima e da
vegetação, comparar os aspectos climatobotânicos, analisar a ação antrópica e produzir uma
maquete sobre um dos biomas analisados. Do ponto de vista metodológico, primeiramente
incentivamos os alunos a fazerem uma pesquisa bibliográfica sobre o tema. Em seguida, utilizamos
o software Biome Viewer como recurso didático para que pudéssemos atingir os objetivos acima
citados. Por fim, orientamos os alunos na elaboração de uma maquete que representasse um dos
biomas brasileiros. Abaixo segue o passo a passo da atividade desenvolvida:
• Explicação e contextualização da atividade – Biomas Brasileiros;
• Apresentação do software Biome Viewer aos alunos;
• Criação dos grupos e divisão temática dos biomas;
• Pesquisa bibliográfica;
• Durante a pesquisa o professor orientava os estudantes sobre possíveis dúvidas;
• Por meio do software e dos sites sugeridos pelo professor os alunos puderam:
localizar, caracterizar, comparar e analisar os biomas brasileiros;

107 Discente do Mestrado em Rede Nacional de Ensino de Geografia (PROFGEO), Campus Brusque -
Instituto Federal Catarinense. E-mail: aluisiane@gmail.com
108 Discente do Mestrado em Rede Nacional de Ensino de Geografia (PROFGEO), Campus Brusque -

Instituto Federal Catarinense. E-mail: odairjgroh@gmail.com


109 Discente do Mestrado em Rede Nacional de Ensino de Geografia (PROFGEO), Campus Brusque -

Instituto Federal Catarinense. E-mail: prof.pablogeohis@gmail.com

124
• Por fim, os alunos foram orientados na elaboração de uma maquete que retratasse
um bioma brasileiro e algum problema socioambiental, mais evidente no bioma.
• Apresentação das maquetes e da pesquisa sobre o bioma ao restante da turma.
O plano de aula desenvolvido já foi colocado em prática em duas escolas. Pretendemos apresentar
em dezembro, no XII Colóquio de Cartografia Para Crianças e Escolares, os resultados obtidos.

Palavra-chave: Multiletramentos; Recursos didáticos; Software Biome Viewer; Biomas.

ABSTRACT:
During the Geography Teaching Methodology classes of the Master in Geography Course -
PROFGEO, IFC/Brusque, developed by Professor Natália Lampert Batista and Professor Maurício
Rizzatti, on April 29th and 30th 2022, we were introduced to the Multiliteracies Theory and also to
several didactic resources that can be used in Geography classes of Basic Education. Regarding
multilingualism, we reflected on the importance of language and how it changes according to the
different communicative purposes and interaction environments. We also differentiated the concepts
of literacy, literacy and multilingualism. Regarding the teaching resources presented, what most
caught our attention and motivated us to write this lesson plan was the Biome Viewer software. The
general objective of the lesson plan was to understand the characteristics of the Brazilian biomes in
Geography classes in Basic Education through the use of the Biome Viewer website. The specific
objectives were to locate the main Brazilian biomes, characterize the main aspects of climate and
vegetation, compare climatobotanical aspects, analyze anthropic action and produce a scale model
of one of the biomes analyzed. From the methodological point of view, we first encouraged the
students to do a bibliographic search on the theme. Then, we used the Biome Viewer software as a
didactic resource so that we could reach the aforementioned objectives. Finally, we guided the
students in the elaboration of a model that represented one of the Brazilian biomes. Below is the
step-by-step of the activity developed:
• Explanation and contextualization of the activity - Brazilian Biomes;
• Presentation of the Biome Viewer software to the students;
• Creation of groups and thematic division of the biomes;
• Bibliographic research;
• During the research, the teacher oriented the students about possible doubts;
• Through the software and the websites suggested by the teacher, the students could: locate,
characterize, compare and analyze the Brazilian biomes;
• Finally, the students were guided in the elaboration of a scale model that portrayed a Brazilian
biome and some socio-environmental problem, most evident in the biome.
• Presentation of the models and the research on the biome to the rest of the class.
The lesson plan developed has already been put into practice in two schools. We intend to present
the results in December, at the XII Colóquio de Cartografia Para Crianças e Escolares (XII
Cartography Colloquium for Children and Schoolchildren).

125
Keywords: Multiliteracies; Didactic resources; Biome Viewer Software; Biomes.

126
PROFESSOR A TERRA É PLANA? – OFICINA DE CONSTRUÇÃO DO GLOBO
TERRESTRE POLIEDRO COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA NO ENSINO DE
CARTOGRAFIA

TEACHER IS THE EARTH FLAT? - WORKSHOP FOR BUILDING THE POLYHEDRON GLOBE AS A
METHODOLOGICAL TOOL FOR TEACHING CARTOGRAPHY

Gabriel de Miranda Soares Silva110


RESUMO:

Após um longo período de aulas remotas (não presenciais) necessárias por conta da pandemia de
coronavírus (Covid-19), os estudantes retornam as aulas presenciais com muitas dificuldades no
processo de ensino aprendizagem. No mundo contemporâneo estamos vivendo em uma era das
informações, porém nem todas as informações que são veiculadas na mídia e redes sociais são
verdadeiras, e nem possuem embasamento científico, uma das questões que os professores de
Geografia sempre estão respondendo: a Terra é Plana? A resposta para esta questão foi revelada
pelos filósofos na Grécia antiga, que através de experimentações empíricas já notavam que a Terra
era esférica. O filosofo Erastóstenes (276 a. C. – 194 a. C.), foi um dos pioneiros nestes estudos
quando desenvolveu um método para medir o raio e a circunferência da Terra, chegando em um
valor muito próximo do exato, isso no século III a.c. (UNICAMP, 2022). No mundo contemporâneo
existem diferentes ferramentas tecnológicas que nos auxiliam a provar esta teoria, o surgimento do
Global Positioning System – GPS, os satélites e as missões espaciais, já nos provaram que a Terra
é esfera. Outra dificuldade encontrada em sala de aula é a compreensão dos estudantes na
transposição de um elemento esférico (o nosso planeta), em um elemento plano (mapa), para os
estudantes do Ensino Fundamental é uma assimilação que necessita de uma sensível postura
pedagógica do professor. Os cartógrafos ao construir os mapas notaram que ao transpor um espaço
esférico em um modelo plano acabavam por destorcer algumas destas áreas representadas no
mapa, por isso as projeções cartográficas possuem a função de apresentar “[...] uma solução a esse
problema da transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para um plano da
carta, o que sempre vai acarretar deformações [...] (CARVALHO; ARAÚJO, 2008, p.1). Durante as
aulas de Geografia os estudantes são inseridos no universo dos mapas e iniciam a pensar estes
conceitos, e para que possam visualizar na prática foi proposto uma atividade de construção do
globo terrestre no formato poliedro, com auxílio dos materiais do IBGE educa, disponibilizados pela
equipe de disseminação de conhecimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –
Unidade Estadual de Mato Grosso. Durante a aplicação da oficina foi possível observar como as

110Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso – SEDUC-MT. Professor Temporário.


soares.ufmt@gmail.com.

127
projeções cartográficas auxiliam a representar os espaços do globo com menor deformação, no
caso no globo terrestre no formato poliedro, ele é representado através da projeção cartográfica de
Fuller, que projeta o mapa através de uma superfície de um icosaedro é um poliedro formado por
30 arestas, 12 vértices e 20 faces. Assim os estudantes tiveram a oportunidade de visualizar um
mapa em sua forma plana, e após montar o poliedro, acompanharam a transformação deste mapa
(plano) em um formato poliedro.

Palavra-chave: Projeção Cartográfica; Cartografia; Geografia.

ABSTRACT:

After a long period of remote classes (not face-to-face) necessary due to the coronavirus pandemic
(Covid-19), students return to face-to-face classes with many difficulties in the teaching-learning
process. In the contemporary world we are living in an information age, but not all the information
that is broadcasted in the media and social networks is true, nor is it scientifically based; one of the
questions that Geography teachers are always answering is: Is the Earth Flat? The answer to this
question was revealed by philosophers in ancient Greece, who through empirical experiments
already noticed that the Earth was spherical. The philosopher Erastosthenes (276 BC - 194 BC), was
one of the pioneers in these studies when he developed a method to measure the radius and
circumference of the Earth, arriving at a value very close to the exact one, this in the third century
BC (UNICAMP, 2022). In today's world there are different technological tools that help us prove this
theory, the emergence of the Global Positioning System - GPS, satellites and space missions have
already proved that the Earth is a sphere. Another difficulty encountered in the classroom is the
students' understanding of the transposition of a spherical element (our planet) into a flat element
(map). Cartographers when building maps noticed that when transposing a spherical space into a
flat model they ended up distorting some of these areas represented on the map, so map projections
have the function of presenting "[...] a solution to this problem of transferring an image of the curved
surface of the Earth's sphere to a map plane, which will always cause deformations [...] (CARVALHO;
ARAÚJO,2008, p.1). During the Geography classes the students are introduced in the universe of
maps and start to think these concepts, and so they can visualize in practice was proposed an activity
of construction of the globe in polyhedron format, with the help of the IBGE educa materials, provided
by the knowledge dissemination team of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) -
Mato Grosso State Unit. During the application of the workshop it was possible to observe how map
projections help represent the spaces of the globe with less deformation, in the case of the globe in
polyhedron format, it is represented through the Fuller map projection, which projects the map
through the surface of an icosahedron - a polyhedron formed by 30 edges, 12 vertices and 20 faces.

128
Thus the students had the opportunity to visualize a map in its flat form, and after assembling the
polyhedron, they followed the transformation of this map (flat) into a polyhedron shape.

Keywords: Cartographic Projection; Cartography; Geography.

129
POR UMA CARTOGRAFIA DAS RESISTÊNCIA COTIDIANAS DA COMUNIDADE
LGBTQIA+ NA CIDADE DE PELOTAS/RS

PARA UNA CARTOGRAFÍA DE LA RESISTENCIA LGBTQIA+ EN LA CIUDAD DE PELOTAS/RS

Pedro de Moura Alves111


Gabriela Pecantet Siqueira112
Tiaraju Salini Duarte113

RESUMO:
O presente trabalho discute a construção de uma cartografia social da resistência LGBTQIA+ no
espaço urbano do município de Pelotas. A análise é fruto da aproximação de duas pesquisas
acadêmicas, sendo a primeira um trabalho de conclusão de curso de licenciatura em Geografia
intitulado “As múltiplas territorialidades do medo e violência LGBTQIA+ na cidade de Pelotas:
Corpos em processo de exclusão” e o segunda um projeto desenvolvido junto ao grupo de pesquisa
“Margens: grupos em processo de exclusão e suas formas de habitar Pelotas/RS” que investiga
como os atores pertencentes a comunidade LGBTQIA+ fazem-cidade e exercem seu direito à
cidade. Frente a esta apresentação, o objetivo do presente artigo é identificar e cartografar as
violências vivenciadas e as estratégias de enfrentamento desenvolvidas por quem é LGBTQIA+ na
cidade de Pelotas, possibilitando neste sentido construir recursos didáticos voltados a
conscientização desta situação. Em termos metodológicos, para elencar os pontos que seriam
marcados em nossa cartografia recorremos, além das pesquisas mencionadas anteriormente, a
revisão bibliográfica de trabalhos que abordam questões relacionadas a pessoas LGBTQIA+ no
contexto de Pelotas e que tratassem de lugares ou acontecimentos que envolvessem formas de
resistência na cidade. O caminho que seguimos para construção da cartografia teve grande
influência dos entendimentos, expostos no artigo “Mapas, mapeamentos e a cartografia da
realidade”, do geógrafo Seemann (2003). Além disso, para a realização do artigo foram utilizados
vídeos, colagens digitais, colagens digitais em vídeos, narrativas, imagens, linhas que se cruzam,
traços pontilhados, como forma de representar um cenário urbano que está em constante
movimento, construído e reconstruído pela incessante relação entre periferias e centro (AGIER,
2015). Como base conceitual, partimos de um entendimento de resistência formulado por Michel
Foucault (1988) o qual compreende essa como uma “atividade da força que se subtrai das
estratégias efetuadas pelas relações de forças do campo do poder” (JÚNIOR, p. 2, 2014). Em outras
palavras, a resistência atua como uma força antagônica que se contrapõe aos dispositivos de poder
(FOUCAULT, 1988) tecendo novas possibilidades de fazer-cidade (AGIER, 2015). Como resultados,

111
Universidade Federal de Pelotas.E-mail: mooura@live.com
112
Universidade Federal de Pelotas E-mail:gabrielapecantet@gmail.com
113
Universidade Federal de Pelotas E-mail tiaraju.ufpel@gmail.com

130
podemos visualizar que a cartografia possibilitou identificar locais considerados seguros ou
representativos (MAGNANI, 1993) que puderam inclusive se apresentar como formas táticas
(CERTEAU, 2008) para fazer-cidade e exercer o direito à cidade (AGIER, 2015) - de pessoas
LGBTQIA+. Estes elementos foram explorados por nós como forma de apresentar com diferentes
linguagens e possibilidades, por meio da elaboração dos recursos didáticos, uma cidade de Pelotas
que é feita de resistência, ainda que em suas dinâmicas existem inúmeras situações de violência.
Assim, utilizamos da cartografia como forma de contar, como coloca Jörn Seemann (2003), que a
cidade é feita por pessoas LGBTQIA+ através da articulação criativa de ações de lutas e táticas
cotidianas para contornar estas violências.

Palavra-chave: lgbtqia+, resistência; cartografia social

RESUMEN:

El presente trabajo discute la construcción de una cartografía social de la resistencia LGBTQIA+ en


el espacio urbano de la ciudad de Pelotas. El análisis es el resultado de la aproximación de dos
investigaciones académicas, siendo la primera un trabajo de conclusión de la licenciatura en
Geografía titulado “Las múltiples territorialidades del miedo y la violencia LGBTQIA+ en la ciudad de
Pelotas: Cuerpos en proceso de exclusión” y la segunda un proyecto desarrollado junto al grupo de
investigación “Margens: grupos en proceso de exclusión y sus formas de habitar Pelotas/RS” que
investiga cómo actores pertenecientes a la comunidad LGBTQIA+ hacen ciudad y ejercen su
derecho a la ciudad. Frente a esta presentación, el objetivo de este artículo es identificar y mapear
la violencia vivida y las estrategias de afrontamiento desarrolladas por quienes son LGBTQIA+ en la
ciudad de Pelotas, posibilitando la construcción de recursos didácticos dirigidos a sensibilizar sobre
esta situación. Em termos metodológicos, para elencar os pontos que seriam marcados em nossa
cartografia recorremos, além das pesquisas mencionadas anteriormente, a revisão bibliográfica de
trabalhos que abordam questões relacionadas a pessoas LGBTQIA+ no contexto de Pelotas e que
tratassem de lugares ou acontecimentos que envolvessem formas de resistência en la ciudad. El
camino que seguimos para construir la cartografía estuvo muy influenciado por los entendimientos
expuestos en el artículo “Mapas, mapeos y la cartografía de la realidad”, del geógrafo Seemann
(2003). Además, para la realización del artículo se utilizaron videos, collages digitales, collages
digitales en videos, narraciones, imágenes, líneas que se cruzan, líneas punteadas, como forma de
representar un escenario urbano en constante movimiento, construido y reconstruido. por la
incesante relación entre periferias y centro (AGIER, 2015). Como base conceptual, partimos de una
comprensión de la resistencia formulada por Michel Foucault (1988) que la entiende como una
“actividad de fuerza que se sustrae a las estrategias realizadas por las relaciones de fuerzas en el
campo del poder” (JÚNIOR, pág. 2, 2014). En otras palabras, la resistencia actúa como una fuerza
antagónica que se opone a los dispositivos de poder (FOUCAULT, 1988) tejiendo nuevas
posibilidades de hacer-ciudad (AGIER, 2015). Como resultado, podemos ver que la cartografía
permitió identificar lugares considerados seguros o representativos (MAGNANI, 1993) que incluso

131
podrían presentarse como formas tácticas (CERTEAU, 2008) para hacer ciudad y ejercer el derecho
a la ciudad (AGIER, 2015) - de personas LGBTQIA+. Estos elementos fueron explorados por nosotros
como una forma de presentar con diferentes lenguajes y posibilidades, a través de la elaboración de
recursos didácticos, una ciudad de Pelotas que está hecha de resistencia, aunque en su dinámica
existen numerosas situaciones de violencia. Así, utilizamos la cartografía como una forma de contar,
como dice Jörn Seemann (2003), que la ciudad la hacen las personas LGBTQIA+ a través de la
articulación creativa de luchas y tácticas cotidianas para sortear estas violencias.

Keywords ou Palabras-clave: lgbtqia+, resistencia; cartografía social.

132
O USO DO DESENHO UNIVERSAL PARA A APRENDIZAGEM (DUA) NA
APRENDIZAGEM CARTOGRÁFICA E NOÇÕES ESPACIAIS: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA A PARTIR DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)
EL USO DEL DISEÑO UNIVERSAL PARA EL APRENDIZAJE (UDA) EN EL APRENDIZAJE
CARTOGRÁFICO Y LAS NOCIONES ESPACIALES: UN RELATO DE EXPERIENCIA EN
EDUCACIÓN DE JÓVENES Y ADULTOS (EJA)

Renato de Sousa Ribeiro114

RESUMO:

A ideia de ensino de geografia, na maioria das vezes, compreende somente a educação básica
regular em suas reflexões e propostas pedagógicas (ALMEIDA, 2019), ou seja, estudantes que estão
dentro das etapas consideradas corretas para o processo de aprendizagem e escolarização, tal
como as idades, algo que caracteriza uma homogeneidade das turmas. O objetivo deste trabalho é
demonstrar, enquanto resultados da proposta de intervenção pedagógica, que alguns pressupostos
ao ensino de geografia na educação básica não condizem, em muitos casos, com a realidade da
sala de aula, posto que as turmas são heterogêneas e com aspectos e condições singulares (SÃO
PAULO, 2019), que vão deste os culturais, sociais, corporais até econômicos. Apresentaremos os
resultados dessa intervenção a partir da modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) – que por
motivos variados não conseguiram ou puderam cumprir aquele processo no período
predeterminado de escolarização – tem a Geografia como um dos componentes curriculares, ao
qual as abordagens, técnicas e estratégias de ensino-aprendizagem para esta modalidade ficam
aquém às especificidades que esta apresenta no contexto escolar e na sala de aula. Tal fato, ainda
fica mais evidente quando pensamos no atendimento de pessoas com algum tipo de deficiência na
modalidade de ensino EJA, que, por um motivo ou outro, seja da ordem intelectual, sensorial ou
motora (ZERBATO, 2019), tem seu direito ao aprender negligenciado ou mesmo negado (CARMO,
2009). Desta forma, ao refletirmos sobre a ideia das atividades adaptadas no ensino de geografia e
na cartografia escolar, na maioria das vezes, constata-se que são reducionistas e/ou infantilizam o
conteúdo ofertado às pessoas que frequentam a EJA. Ao que pese a infantilização corrente na EJA,
o mesmo se agrava e intensifica quando conjugamos estudante da EJA com deficiência. Diante da
exposição, buscamos apresentar as reflexões que nos surgiram da experiência pedagógica com
estudantes da EJA com ou sem alguma deficiência quando da aplicação do Desenho Universal para
a Aprendizagem (DUA) (ZERBATO, 2018). O DUA, de forma geral, nos propõe que pensemos a
abordagem e a estratégia de ensino a partir daquelas/es estudantes com deficiência, no sentido

114
Pós-graduando em Geografia pelo PPGH-USP e Professor de Geografia da rede municipal de
educação da cidade de São Paulo. E-mail: renato.ribeiro@usp.br

133
mesmo de uma visão geral e ampla da turma que trabalharemos e não de uma adaptação simples
das atividades propostas para estas pessoas, isto é, não as excluírem do processo de aprendizado
por visões capacitistas a priori. É neste sentido que apresentaremos os resultados da atividade
pedagógica alcançados com estudantes da EJA, com ou sem deficiência, a partir da aprendizagem
cartográfica (ALMEIDA, 2019) e da aplicação do DUA, enquanto metodologias pedagógicas.

Palavra-chave: Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA); aprendizagem cartográfica;


Educação de Jovens e Adultos (EJA).

RESUMEN:

La idea de enseñar geografía, la mayoría de las veces, comprende únicamente la educación básica
regular en sus reflexiones y propuestas pedagógicas (ALMEIDA, 2019), es decir, estudiantes que se
encuentran dentro de las etapas consideradas correctas para el proceso de aprendizaje y
escolarización, tales como como las edades, algo que caracteriza una homogeneidad de las clases.
El objetivo de este trabajo es demostrar, como resultados de la propuesta de intervención
pedagógica, que algunos presupuestos de la enseñanza de la geografía en la educación básica no
se corresponden, en muchos casos, con la realidad del aula, ya que las clases son heterogéneas y
con diferentes aspectos y características condiciones únicas (SÃO PAULO, 2019), que van desde lo
cultural, lo social, lo corporal hasta lo económico. Presentaremos los resultados de esta intervención
basada en la modalidad de Educación de Jóvenes y Adultos (EJA) -que por diversas razones no
pudieron o no pudieron cumplir con ese proceso en el período predeterminado de escolarización-
tiene como uno de los componentes curriculares a la Geografía, a la cual los enfoques, técnicas y
estrategias de enseñanza-aprendizaje de esta modalidad están a la altura de las especificidades que
presenta en el contexto escolar y en el aula. Este hecho es aún más evidente cuando pensamos en
la atención de las personas con algún tipo de discapacidad en la modalidad de enseñanza de la EJA,
quienes por una u otra razón, ya sea intelectual, sensorial o motriz (ZERBATO, 2019), tienen derecho
a aprendizaje descuidado o incluso negado (CARMO, 2009). De esta forma, cuando reflexionamos
sobre la idea de actividades adaptadas en la enseñanza de la geografía y la cartografía escolar, la
mayoría de las veces parece que son reduccionistas y/o infantilizan los contenidos que se ofrecen a
las personas que asisten a la EJA. A pesar de la infantilización actual en EJA, la misma se agudiza y
se intensifica cuando combinamos alumnos de EJA con discapacidad. De cara a la exposición,
buscamos presentar las reflexiones surgidas de la experiencia pedagógica con estudiantes de la
EJA con o sin discapacidad al aplicar el Diseño Universal para el Aprendizaje (DUA) (ZERBATO,
2018). El DUA, en general, propone que pensemos el enfoque y la estrategia de enseñanza desde
aquellos alumnos con discapacidad, en el sentido de una visión general y amplia de la clase con la
que trabajaremos y no una simple adaptación de las actividades propuestas a estas personas, es

134
decir, no excluirlos del proceso de aprendizaje por puntos de vista capaces a priori. Es en este
sentido que presentaremos los resultados de la actividad pedagógica lograda con estudiantes de la
EJA, con o sin discapacidad, a partir del aprendizaje cartográfico (ALMEIDA, 2019) y la aplicación
de la DUA, como metodologías pedagógicas.

Palabras-clave: Diseño Universal para el Aprendizaje (UDA); aprendizaje cartográfico; Educación


de Jóvenes y Adultos (EJA).

135
O PIOR DE GOIÂNIA: MAPEAMENTO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E SOCIAL
LO PEOR DE GOIÂNIA: MAPEO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO Y SOCIAL

Dayana Louzada Peres115


Gabriel Martins Cavallini116
Andrea Maciel Lima117

RESUMO:

O presente trabalho foi desenvolvido como atividade final da disciplina “Linguagem cartográfica no
ensino e na pesquisa geográfica”, cursada no Programa de Pós-graduação em Geografia - PPGeo
da Universidade Federal de Goiás - UFG. Dentre as atividades desenvolvidas durante o curso das
aulas, realizou-se um trabalho de campo pelo centro da cidade Goiânia - Goiás, com paradas em
pontos específicos, para que pudéssemos tecer análises acerca do papel deles no contexto da
construção da cidade e da percepção dos sujeitos. E, como atividade avaliativa, solicitou-se que
elaborássemos uma representação cartográfica do percurso do trabalho de campo, na qual
discutissemos os aspectos que mais chamaram atenção e que despertavam uma discussão quanto
ao modo como os indivíduos, a partir de suas subjetividades compreendem os espaços da cidade,
e como eles o representam. Foi elaborado o mapa intitulado “O pior de Goiânia”, onde foram
ilustrados 6 pontos, sendo eles: o Monumento das Três Raças; o Prédio do Orgulho; o Prédio
Abandonado; o Beco do Teatro; a Estátua do Bandeirante, e; o Beco da Codorna. Tanto o título da
representação, quanto o modo de espacializar os espaços e os símbolos, foram inspirados no mapa
intitulado “O melhor de Vitória”, que se trata de uma peça de marketing distribuída para turistas, a
fim de orientá-los a conhecer o melhor da cidade. Entretanto, dentre os pontos destacados nesse
mapa estavam, lojas de veículos, redes de fast food, drogarias, ou seja, além dos pontos turísticos
da cidade, os usuários do mapa também eram influenciados a visitar ou a consumir naqueles
estabelecimentos que financiaram a confecção do mesmo. Vale ressaltar o papel da linguagem
cartográfica, como instrumento de representação e, muitas vezes, territorialização do espaço. O
primeiro mapa que se tem registro é o “Mapa Babilônico do Mundo”. O entalhe na argila, encontrado
às margens do Rio Eufrates, no atual Iraque, apresenta a Babilônia como o centro do mundo, uma
clara representação do poder daquela sociedade no referente período histórico e a necessidade do
ser humano em representar o espaço em que está inserido, as relações nele estabelecidas e o seu

115
Universidade Federal de Goiás. Mestranda em Geografia. Email: dayanalouzada@discente.ufg.br
116
Universidade Federal de Goiás. Mestrando em Geografia. E-mail: cavallinigeografia@gmail.com
117
Universidade Federal de Goiás. Doutoranda em Geografia. E-mail: andreamacielimaa@gmail.com

136
papel nesse contexto. Desta forma, os mapas servem como objeto instrumentalizador para a
compreensão das condições sociais, políticas e econômicas materializadas no espaço, e no caso
deste trabalho, as expressões de poder e as contradições simbólicas legíveis no espaço urbano.
Dentre as possibilidades na elaboração cartográfica está a perspectiva social e histórica-geográfica,
norteada não somente pela disposição espacial dos objetos, mas também os significados
contemplados por tais materializações. Portanto, este trabalho buscou analisar a proliferação de
discursos que são elevados ao imaginário urbano por meio dos símbolos dispostos no núcleo
projetado da capital goiana, visto que indivíduos não percebem os mesmos lugares do mesmo modo.
Para que isso seja possível, propõe-se uma sequência didática, que culminará na proposta de
trabalho de campo, a ser desenvolvida na cidade de Goiânia, podendo ser adaptada e implementada
em outras localidades, na qual, como atividade final é proposto aos estudantes desenvolverem suas
próprias representações do espaço visitado.

Palavra-chave: Cartografia Escolar; Cidade; Ensino de Geografia.

RESUMEN:
El presente trabajo fue desarrollado como actividad final de la disciplina “Lenguaje cartográfico en
la enseñanza y la investigación geográfica”, cursada en el Programa de Posgrado en Geografía -
PPGeo de la Universidad Federal de Goiás - UFG. Entre las actividades desarrolladas durante el
transcurso de las clases, se realizó trabajo de campo en el centro de la ciudad de Goiânia - Goiás,
con paradas en puntos específicos, de modo que pudiéramos hacer análisis sobre su papel en el
contexto de la construcción de la ciudad. y la percepción de los sujetos. Y, como actividad evaluativa,
se nos pidió que elaboráramos una representación cartográfica del transcurso del trabajo de campo,
en la que discutimos los aspectos que más llamaron la atención y que suscitaron una discusión sobre
la forma en que los individuos, desde sus subjetividades, entienden los espacios. de la ciudad, y
cómo la representan. Así, fue elaborado el mapa titulado “Lo peor de Goiânia”, donde fueron
ilustrados 6 puntos, a saber: el Monumento de las Tres Razas; el Edificio del Orgullo; el Edificio
Abandonado; el Callejón del Teatro; la Estatua de Bandeirante, y; Callejón de las codornices. Cabe
señalar que tanto el título como la forma de espacializar los espacios y los símbolos se inspiraron en
el mapa titulado “Lo mejor de Vitória”, que es una pieza de marketing distribuida a los turistas con
el fin de guiarlos a descubrir lo mejor de la ciudad. Sin embargo, entre los puntos destacados en
este mapa se encontraban tiendas de autos, cadenas de comida rápida, farmacias, es decir, además
de los atractivos turísticos de la ciudad, los usuarios del mapa también eran influenciados para visitar
o consumir en aquellos establecimientos que financiaban la elaboración del producto. mismo. En
esta perspectiva, vale la pena destacar el papel del lenguaje cartográfico, como instrumento de
representación y, muchas veces, de territorialización del espacio. El primer mapa que se registra es
el “Mapa de Babilonia del Mundo”. La talla en arcilla, hallada a orillas del río Éufrates, en el actual
Irak, presenta a Babilonia como el centro del mundo, clara representación del poder de esa sociedad

137
en el referente histórico y de la necesidad del ser humano. para representar el espacio en el que se
inserta, las relaciones que en él se establecen y su papel en este contexto. De esta forma, los mapas
sirven como herramienta para comprender las condiciones sociales, políticas y económicas
materializadas en el espacio, y en el caso de este trabajo, las expresiones de poder y las
contradicciones simbólicas legibles en el espacio urbano. Entre las posibilidades en la elaboración
cartográfica se encuentra la perspectiva social e histórico-geográfica, guiada no sólo por la
disposición espacial de los objetos, sino también por los significados contemplados por tales
materializaciones. En ese contexto, este trabajo buscó analizar la proliferación de discursos que se
elevan al imaginario urbano a través de los símbolos dispuestos en el núcleo proyectado de la capital
de Goiás, ya que los individuos no perciben los mismos lugares de la misma manera. Para que esto
sea posible, se propone una secuencia didáctica, que culminará con la propuesta de trabajo de
campo, a ser desarrollado en la ciudad de Goiânia, que podrá ser adaptado e implementado en otras
localidades, en el que, como actividad final, se Se propone a los alumnos que elaboren sus propias
representaciones del espacio visitado.

Palabras-clave: Cartografía Escolar; Ciudad; Enseñanza de la geografía.

138
RELATOS E EXPERIÊNCIAS: OFICINA REMOTA DE INTRODUÇÃO AO SOFTWARE
QGIS NA XII SEMANA ACADÊMICA DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA MARIA

INFORMES Y EXPERIENCIAS: TALLER A DISTANCIA DE INTRODUCCIÓN AL SOFTWARE QGIS


EN LA XII SEMANA ACADÉMICA DE GEOGRAFÍA DE LA UNIVERSIDAD FEDERAL DE SANTA
MARIA

Jhennifer Tais Vieira Habowski 118


João Victor Bergamo Siqueira 119
Anderson Augusto Volpato Sccoti 120

RESUMO:
A cartografia é a ciência responsável pelo estudo de mapas e cartas, sendo estes documentos
indispensáveis para a representação de dados geográficos (CARVALHO e ARAÚJO, 2008). Com
isso, a geotecnologia veio como um forte aliado para a representação do espaço geográfico, logo,
existem ferramentas que são fundamentais para essa análise espacial, tal como os SIGs, softwares
e plataformas. Sendo assim, foi proposta uma oficina de introdução ao QGIS que é um software livre
com código-fonte aberto, que permite a visualização, edição e análise de dados georreferenciados,
que tem como objetivo desenvolver uma prática inicial de apresentação do software. A oficina em
questão foi realizada durante a XII Semana Acadêmica de Geografia na Universidade Federal de
Santa Maria, com o incentivo do programa FIEn121 -UFSM. A oficina foi realizada de forma remota
no mês de janeiro de 2022 devido a atual situação de pandemia do COVID-19, onde uma das
principais orientações para a contenção do vírus é a prática do distanciamento social. Pensando
nisso, utilizamos a plataforma do google meet na aplicação desta oficina, sua divulgação foi através
das redes sociais (whatsapp, facebook, instagram). Para realizar a inscrição, foi através de um link
do google forms, onde se solicitava a identificação, endereço eletrônico, instituição, se o participante
tinha alguma experiência com o Qgis e qual era a expectativa dele para o curso. Disponibilizamos
vinte e cinco vagas, a adesão de inscritos teve o total de quarenta e três inscritos, assim dezoito
pessoas ficaram como suplentes, em caso de desistência. Ademais, foi enviado um e-mail para os
selecionados com o banco de dados, onde continha todos os materiais que seriam utilizados na

118
Universidade Federal de Santa Maria - Aluna - jhennifer.vieirah@gmail.com.
119
Universidade Federal de Santa Maria - Aluno - joaovictorbergamosiqueira@gmail.com.
120
Universidade Federal de Santa Maria - Docente - asccoti2@gmail.com.
121
Fundo de Incentivo ao Ensino (FIEn)

139
oficina, além de ser mencionado que era necessário ter o software Qgis instalado, quaisquer outras
dúvidas poderiam ser tiradas no chat durante o percorrer do curso e um dos ministrantes. As
atividades foram divididas em duas etapas: Na primeira foi desenvolvido um mapa de localização da
área urbana do município de Santa Maria no Rio Grande do Sul, já na segunda etapa um mapa de
área da área colhida de soja (hectares) no Brasil. Os participantes da oficina foram de diversas
instituições do Brasil. A oficina atendeu as expectativas, dentro das que foram estabelecidas, alguns
participantes tiveram dificuldade apenas com a inserção de coordenadas, outro com a parte do
layout do mapa, logo após sanadas as dúvidas, foi possível notar o interesse dos participantes e a
importância dessa prática com um software de mapeamento.
Portanto foi possível notar a relevância dessas ferramentas no meio acadêmica e escolar, que se
integram, de forma a tornar possível a realização de dados, o armazenamento, o processamento e
a análise georreferenciada, além da importância de espaços como a semana acadêmica de
geografia nas instituições e programas de extensão e de incentivo ao ensino, dentro da universidade.

Palavra-chave: QGIS; oficina; Educação.

RESUMEN:
La cartografía es la ciencia encargada del estudio de los mapas y cartas, que son documentos
esenciales para la representación de datos geográficos (CARVALHO y ARAÚJO, 2008). Con esto,
la geotecnología surgió como un fuerte aliado para la representación del espacio geográfico, por lo
que existen herramientas que son fundamentales para este análisis espacial, como los SIG, software
y plataformas. Por ello, se planteó un taller de introducción a QuantumGis (QGis), que es un software
libre con código fuente abierto, que permite la visualización, edición y análisis de datos
georreferenciados, cuyo objetivo es desarrollar una práctica inicial de presentación del software. El
taller en mención se realizó durante la XII Semana Académica de Geografía en la Universidad
Federal de Santa María, con el apoyo del programa FIEn -UFSM. El taller se realizó de forma remota
en enero de 2022 debido a la situación actual de pandemia de COVID-19, donde una de las
principales pautas para la contención del virus es la práctica del distanciamiento social. Pensando
en ello, utilizamos la plataforma google meet en la aplicación de este taller, su difusión fue a través
de las redes sociales (whatsapp, facebook, instagram). Para registrarse, fue a través de un enlace
en formularios de google, donde se identificaba, dirección de correo electrónico, institución, si el
participante tenía alguna experiencia con Qgis y cuáles eran sus expectativas para el curso.
Tenemos veinticinco vacantes disponibles, la adhesión de suscriptores tuvo un total de cuarenta y
tres suscriptores, por lo que quedaron dieciocho personas como suplentes, en caso de
desistimiento. Además se envió un correo a los seleccionados con la base de datos, el cual contenía
todos los materiales que se utilizarían en el taller, además de mencionar que era necesario tener
instalado el software Qgis, cualquier otra consulta se podía hacer en el charla durante el transcurso
del curso y uno de los profesores. Las actividades se dividieron en dos etapas: en la primera, se
elaboró un mapa de ubicación del área urbana del municipio de Santa Maria en Rio Grande do Sul,

140
y en la segunda etapa, un mapa de área del área cosechada de soja (hectáreas) en Brasil. Los
participantes del taller procedían de diferentes instituciones de Brasil. El taller cumplió con las
expectativas, dentro de las establecidas, algunos participantes tuvieron dificultad solo con la
inserción de coordenadas, otro con la parte de trazado del mapa, al poco tiempo de ser resueltas
las dudas se pudo notar el interés de los participantes y la importancia de esta práctica con software
de mapeo. Por lo tanto, se pudo notar la relevancia de estas herramientas en el ámbito académico
y escolar, que se integran, con el fin de posibilitar la realización de análisis de datos, almacenamiento,
procesamiento y georreferenciación, además de la importancia de espacios como la semana
académica de geografía en instituciones y programas de extensión e incentivo a la docencia dentro
de la universidad.
Palabra clave: QGIS; taller; Educación.

141
RECURSOS DIDÁTICOS NA ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL: POSSIBILIDADES DE CRIAR E RECRIAR
TEACHING RESOURCES IN CARTOGRAPHIC LITERACY IN ELLEMENTARY EDUCATION:
POSSIBILITIES TO CREATE AND RECREATE

Ione Pereira da Silva Araújo122


Davi Gerard de Sousa Mesquita123
Jefté Sousa da Silva124
Sulivan Pereira Dantas125

RESUMO:

A alfabetização cartográfica tem como proposta metodológica fundamental a formação do sujeito,


de produtor de mapas e gráficos a leitor eficiente dessas representações, avançando do
conhecimento espontâneo ao conhecimento sistematizado. Com uma alfabetização cartográfica
eficaz, os alunos tornam-se capazes de fazer uma análise crítica do espaço geográfico através de
suas representações, compreendendo o mundo de forma mais significativa e reconhecendo-se
como sujeitos atuantes no espaço geográfico. A iniciação da alfabetização cartográfica se dá desde
a Educação Infantil (Infantil três) e durante o Ensino Fundamental, onde o espaço concreto do aluno
é trabalhado e, ao longo dos anos iniciais, se dá uma evolução dos níveis de aprendizagem
(SIMIELLI, 1999). Espera-se que a partir do 6º ano o aluno já esteja apto a ler um mapa de forma
analítica e consciente, sendo indispensável que haja uma alfabetização cartográfica nos anos
anteriores. Diante dessa problemática, após um longo período de ensino remoto emergencial no
contexto da pandemia de COVID-19, constatou-se que os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
careciam de uma intervenção nos estudos de cartografia, já que a alfabetização cartográfica
necessária nos anos anteriores fora prejudicada. Tal constatação levantou a necessidade de
oferecer a esses alunos a práxis, no ensino presencial, baseado nas metodologias ativas, no uso de
tecnologias digitais, na criação de materiais didáticos direcionados e no uso criativo dos recursos
didáticos disponíveis e tradicionalmente utilizados no ensino de geografia, tais como os mapas e o
globo terrestre. Este artigo é um relato de experiência acerca da utilização de recursos didáticos ao

122
Rede Municipal – Prefeitura Municipal de Fortaleza/PMF. Professora. e-mail:
ione.pereira@educacao.fortaleza.ce.gov.br
123
Universidade Estadual do Ceará. Estudante de graduação. e-mail: davi.gerard@aluno.uece.br
124
Universidade Estadual do Ceará. Estudante de graduação. e-mail: jef.sousa@aluno.uece.br
125
Universidade Estadual do Ceará. Professor dos cursos de Geografia. e-mail:
sulivan.dantas@uece.br

142
longo do primeiro semestre de 2022, na disciplina de geografia da Escola Municipal Odilon Gonzaga
Braveza, localizada na cidade de Fortaleza, CE, com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. Os
usos dos recursos didáticos, já disponíveis e criados para um ensino mais direcionado, constituíram
subsídios para uma retomada de estudos cartográficos após o período de ensino remoto e híbrido.
No desfecho do semestre foi realizada uma gincana geográfica na sala de multimídia da escola, onde
equipes foram formadas com o objetivo de reforçar os conteúdos vistos até aquele momento. Foi
aplicada a metodologia ativa de rotação por estações, onde cada estação propunha um desafio com
o uso de materiais didáticos estratégicos e com um tempo determinado para a sua resolução. O
mapa-múndi e o globo terrestre, costumeiramente utilizados em sala de aula, foram modificados e
transformaram-se em ferramentas para jogos de perguntas e respostas. Também foram elaborados
dois mapas, um com o objetivo de identificar as coordenadas geográficas, outro com lacunas a
serem preenchidas com os principais elementos do mapa. Além desses recursos, esferas de isopor,
lanterna e materiais artesanais produzidos pelos alunos serviram de subsídio para a atividade. Para
concluir a gincana, foi desenvolvido um quiz com o objetivo de fixação dos conteúdos propostos. A
gincana geográfica se mostrou uma ferramenta avaliativa importante, pois expôs resultados
qualitativos satisfatórios, além de propiciar um momento lúdico e interativo aos alunos no desfecho
do semestre.

Palavra-chave: Ensino de Geografia; Alfabetização Cartográfica; Recursos Didáticos.

ABSTRACT:

The cartographic literacy has as its fundamentais methodologic proposal the building of subject, from
graphics and maps productor to na efficient reader of these representations, passing through
spontaneous knowledge to sistematized knowledge. With a efficient cartographic literacy, the
students become capable of making a critic analisis of the geographic space through its
representations, comprehending the world in a more significant way and realising themselves as
active characters at the geographic space. The introduction of cartographic literacy starts since the
first years of school education and during the ellementary school, where the student concrete space
is analised, and during these early years, the evolution of learning levels occurs (simielli 1999). From
a sixth grade student (11years old average) is expected an analitic and conscient reading of a map,
being mandatory a cartographic literacy on the early years of education. In face of this problem, after
a long period of emergencial remote teaching due to covid-19 pandemic, was found that sixth grade
students needed na intervention on their cartographic studies, once their cartographic literacy was
overlooked on previous years. Was verified the neecessity of offering to these students praxis, in
face-to-face teaching, based on active methodologies of digital technologies using, on creation of
teaching material especifically created on this purppose and the creative use of available teaching

143
resources traditionally used in geography teaching such as maps and the globe. This article is an
experience report about the use of didactic resources during the first semester of 2022, in the
geography discipline of the Municipal School Odilon Gonzaga Braveza, located in the city of
Fortaleza, CE, with students from the 6th grade of Elementary School. The use of didactic resources,
already available for a more especific teaching and constituting subsidies for a resumption of
cartographic studies after the period of remote and hybrid teaching. At the end of the semester, the
geographic competition was held in the school's multimedia room, where teams were formed with
the objective of reinforcing the contents seen until that moment. The active methodology of rotation
by stations was applied, where each station proposed a challenge with the use of strategic teaching
materials and with a determined time for its resolution. The world map and the globe, usually used
in the classroom, were modified and turned into tools for question and answer games. Two maps
were also prepared, one with the objective of identifying the geographic coordinates, the other with
gaps to be filled with the main elements of the map. In addition to these resources, Styrofoam
spheres, flashlights and craft materials produced by the students served as tools for the activity. To
conclude the competition, the quiz was developed with the objective of fixing the proposed contents.
The geographic game proved to be an important evaluation tool, as it exposed satisfactory qualitative
results, in addition to providing a playful and interactive moment for students at the end of the
semester.

Keywords: Geography teaching; Cartographic literacy; Teaching resources.

144
SOBRE O CÉU E A TERRA: A APRENDIZAGEM CARTOGRÁFICA A PARTIR DOS
MAPAS TERRESTRE E CELESTE
ABOUT HEAVEN AND EARTH: CARTOGRAPHIC LEARNING FROM TERRESTRIAL AND
CELESTIAL MAPS

Tuane Telles Rodrigues126

RESUMO:

Muito embora o estudo dos corpos celestes não seja objeto de estudo da Geografia, a intersecção
entre as esferas celeste e terrestre possibilita outras perspectivas para a alfabetização cartográfica.
Deste modo, o presente artigo busca mostrar como a Cartografia Escolar pode ser ensinada através
da apreciação desses dois modelos esféricos. Uma vez que a Cartografia Escolar venha a ser
aplicada também através de mapas e planisférios celestes como estratégia para a alfabetização
cartográfica no ensino de Geografia, entende-se que seu uso adquire importantes contornos
cosmogeográficos sendo, portanto, discutidos também em Cosmogeografia ̶ estruturada de modo
a auxiliar na construção do raciocínio geográfico orientado pela Base Nacional Comum Curricular
de Geografia (BNCC) dos anos finais. O sentido geográfico da esfera celeste é apresentado a partir
da capacidade de orientação geográfica por meio das constelações, sentido esse pouco explorado
pela Geografia, mas igualmente importante para a compreensão do espaço geográfico que nela está
contida. A atividade aqui apresentada foi realizada em 2022 na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Livia Menna Barreto e é parte de um conjunto de outras atividades desenvolvidas na
mesma escola durante a pesquisa de doutorado. A metodologia utilizada consistiu na realização da
leitura e interpretação de dois mapas distintos, o já conhecido mapa político do Brasil, produzido e
distribuído gratuitamente pelo IBGE, e um mapa celeste em projeção Mercator. Com base nesses
recursos, foi realizada uma comparação entre os conteúdos cartográficos aplicados às duas
representações – muitos planisférios celestes são produzidos em projeção azimutal, por isso foi
buscado um mapa celeste em projeção Mercator. A perspectiva também ganhou espaço nessa
atividade graças aos modelos esféricos da Terra e do Céu, possibilitando a visão vertical e oblíqua.
Após a apresentação desses elementos e suas funções, realizou-se uma comparação entre os
objetos representados, mostrando que as representações geográficas são facilmente diversificáveis,
podendo representar quaisquer dados ou informações sobre uma área de interesse, ao mesmo
tempo, em que os mapas celestes são limitados à localização de corpos ou fenômenos observáveis
no céu. Uma vez discutidos conceitos teóricos relacionados, seguiu-se para a realização da atividade
comparativa por parte dos próprios alunos. Para tanto, eles puderam observar cada uma das
representações a modo a encontrar outros aspectos que diferenciam os mapas. Como resultado

126
Universidade Federal de Santa Maria. Doutoranda. tuanytel@hotmail.com.

145
preliminar de caráter qualitativo, percebeu-se que os alunos - efetivamente participantes -
conseguiram distinguir e destacar aspectos cartográficos importantes como: título, coordenadas e
projeção. Grande parte dos 26 alunos participantes realizou comparações sobre os conteúdos dos
mapas como: “o mapa do Brasil tem o Oceano Atlântico”, ou ainda “o mapa do céu tem só as estrelas
e faixa da eclíptica”, entre outros. Nenhum aluno refletiu sobre a escala dos mapas ou sobre a
orientação, sendo posteriormente apontados e discutidos com a turma.

Palavra-chave: Terrestre; Celeste; Cartografia Escolar.

ABSTRACT:

Even though the study of celestial bodies is not an object of study in Geography, the intersection
between the celestial and terrestrial spheres allows other perspectives for cartographic literacy.
Thus, this article seeks to show how School Cartography can be taught through the appreciation of
these two spherical models. Once School Cartography will also be applied through maps and
celestial planispheres as a strategy for cartographic literacy in the teaching of Geography, it is
understood that its use acquires important cosmogeographic contours and, therefore, also discussed
in Cosmogeography ̶ structured in a to assist in the construction of geographic reasoning guided by
the National Common Curricular Base of Geography (BNCC) of the final years. The geographic sense
of the celestial sphere is presented from the ability of geographic orientation through the
constellations, a sense that is little explored by Geography, but equally important for the
understanding of the geographic space that is contained in it. The activity presented here was carried
out in 2022 at the Escola Municipal de Ensino Fundamental Livia Menna Barreto and is part of a set
of other activities developed at the same school during the doctoral research. The methodology used
consisted of reading and interpreting two different maps, the already known political map of Brazil,
produced and distributed free of charge by the IBGE, and a celestial map in Mercator projection.
Based on these resources, a comparison was made between the cartographic contents applied to
the two representations - many celestial planispheres are produced in azimuthal projection, so a
celestial map in Mercator projection was sought. Perspective also gained space in this activity thanks
to the spherical models of Earth and Sky, enabling vertical and oblique vision. After the presentation
of these elements and their functions, a comparison was made between the represented objects,
showing that the geographic representations are easily diversifiable, being able to represent any data
or information about an area of interest, at the same time, in which the celestial maps are limited to
the location of observable bodies or phenomena in the sky. Once related theoretical concepts were
discussed, the students themselves proceeded to carry out the comparative activity. To do so, they
were able to observe each of the representations to find other aspects that differentiate the maps.
As a preliminary qualitative result, it was noticed that the students - effectively participants - were
able to distinguish and highlight important cartographic aspects such as: title, coordinates and
projection. Most of the 26 participating students made comparisons on the contents of the maps

146
such as: “the map of Brazil has the Atlantic Ocean”, or even “the map of the sky has only the stars
and the ecliptic strip”, among others. No student reflected on the scale of the maps or on the
orientation, being later pointed out and discussed with the class.

Keywords: terrestrial; heavenly; School Cartography.

147
SOCIOESPACIALIDADE E CARTOGRAFIA ESCOLAR
SOCIOESPACIALIDAD Y CARTOGRAFÍA ESCOLAR

Murilo Vogt Rossi127


RESUMO:

Este trabalho, que se insere no âmbito de uma discussão cartográfica teórica e educacional, tem
como propósito central analisar a espacialidade geográfica como um condicionante social no ensino
de mapas. Para isso, utilizamos premissas conceituais de uma ciência geográfica renovada, fruto de
uma sistematização epistemológica do espaço na Geografia. Percebendo que o conceito de espaço
não se apresenta de uma forma unívoca nessa perspectiva de renovação, vasculhamos na
Cartografia Escolar brasileira o desenvolvimento da formação espacial dos alunos, focando
essencialmente nos aspectos teóricos-metodológicos utilizados, principalmente relacionados ao
desenvolvimento espacial geográfico. No que se refere à escolha metodológica, optamos por uma
pesquisa de abordagem predominantemente qualitativa, desenvolvida a partir de uma análise
bibliográfica de teses que, de alguma forma, representam uma transição ou mesmo um
desenvolvimento da abordagem espacial na Cartografia Escolar brasileira, com o estudo integral de
seis teses que, no nosso entender, apresenta discussões de autores fundamentais no entendimento
tanto metodológico e epistemológico do ensino de Cartografia na Geografia. Diante disso,
percebemos uma presença marcante, de parte das teses analisadas, da psicogenética de Jean
Piaget e da teoria da comunicação inseridas no ensino e aprendizado de uma Cartografia
essencialmente euclidiana, principalmente na educação básica. Por outro lado, verificamos uma
crítica a essa tendência lógico-matemática em outras teses estudadas, com uma presença
conceitual marcada por uma psicogenética pós-piagetiana e de novas formas de encarar o ensino
de mapas a partir de sua representação visual e socioespacial, ou seja, calcada numa tendência não
euclidiana, tais como a coremática, as anamorfoses, a modelização gráfica e os mapas mentais. É
importante destacar que o processo de pesquisa evidentemente se relaciona aos períodos de escrita
das teses escolhidas para análise que, de certa forma, foram essenciais para o desenvolvimento da
Cartografia Escolar até então. A ideia não é descartar o que foi estudado no processo histórico e
epistemológico dos autores escolhidos, nem mesmo entrar numa dualidade simplista entre formas
de se trabalhar a cartografia euclidiana versus novas formas de se trabalhar a cartografia nas aulas
de geografia. Portanto almejamos, com este trabalho, uma compreensão que nos leve buscar uma
sistematização do conhecimento cartográfico voltado para professores e pesquisadores, visando
melhorias na qualidade da educação na perspectiva geográfica espacial, desnaturalizando o ensino
da cartografia como uma única opção metodológica – ou mesmo central no ensino e aprendizagem
- propondo um debate que verse sobre novas formas de se ensinar os mapas além do euclidianismo

127
UEMG. Professor Licenciatura em Geografia Nível IV. murilo.rossi@uemg.br.

148
naturalizado na educação básica em geografia (Cartografia convencional, como por exemplo os já
tradicionais mapas rodoviários), encarando o mapa como formador de imagens, com informações
que sejam mais claras e instantâneas para seu usuário (estudante e professor no caso) e uma
cartografia escolar que reflita sobre mapas e imagens como polos consistentes de discurso no
ambiente escolar, não apenas como representações do espaço, mas também elementos estruturais
da própria produção do espaço.

Palavra-chave: Ensino de Cartografia; Cartografia não euclidiana; Formação espacial do aluno.

RESUMEN:

Este trabajo, que forma parte de una discusión cartográfica teórica y educativa, tiene como propósito
central analizar la espacialidad geográfica como condición social en la enseñanza de los mapas.
Para ello, nos valemos de premisas conceptuales de una ciencia geográfica renovada, resultado de
una sistematización epistemológica del espacio en Geografía. Conscientes de que el concepto de
espacio no se presenta de manera inequívoca en esta perspectiva de renovación, buscamos en la
Cartografía Escolar Brasileña el desarrollo de la formación espacial de los estudiantes, centrándose
esencialmente en los aspectos teórico-metodológicos utilizados, principalmente relacionados con el
desarrollo espacial geográfico. En cuanto a la elección metodológica, optamos por una investigación
con enfoque predominantemente cualitativo, desarrollada a partir del análisis bibliográfico de tesis
que, de alguna manera, representa una transición o incluso un desarrollo del enfoque espacial en la
Cartografía Escolar Brasileña. Ante ello, percibimos una marcada presencia, en parte de las tesis
analizadas, de la psicogenética de Jean Piaget y de la teoría de la comunicación insertada en la
enseñanza y en el aprendizaje de una Cartografía esencialmente euclidiana, principalmente en la
educación básica. Por otro lado, verificamos una crítica a esta tendencia lógico-matemática en otras
tesis estudiadas, con una presencia conceptual marcada por una psicogenética pospiagetiana y
nuevas formas de mirar la enseñanza de los mapas desde su representación visual y socioespacial,
es decir, basado en una tendencia no euclidiana. Es importante resaltar que el proceso de
investigación está evidentemente relacionado con los períodos de redacción de las tesis escogidas
para el análisis, que, en cierto modo, fueron fundamentales para el desarrollo de la Cartografía
Escolar hasta entonces. No se trata de descartar lo estudiado en el proceso histórico y
epistemológico de los autores elegidos, ni siquiera de entrar en una dualidad simplista entre formas
de trabajar con la cartografía euclidiana versus nuevas formas de trabajar con la cartografía en las
clases de geografía. Por lo tanto, con este trabajo, apuntamos a una comprensión que nos lleve a
buscar una sistematización del conocimiento cartográfico dirigido a docentes e investigadores, con
el objetivo de mejorar la calidad de la educación en la perspectiva espacial geográfica,
desnaturalizando la enseñanza de la cartografía como única opción metodológica -o incluso central
en la enseñanza y el aprendizaje- proponiendo un debate que aborde nuevas formas de enseñar
mapas en la educación básica en geografía.

149
Keywords ou Palabras-clave: Enseñanza de la Cartografía; Cartografía no euclidiana; Formación
espacial del alumno.

150
TRILHANDO O ENSINO DE GEOGRAFIA COM MAPAS
HACIENDO SENDERO DEL ENSEÑANZA DE GEOGRAFÍA CON MAPAS

Amanda Rech Brands 128


Gabriel Medeiros Figueiredo dos Santos 129
Gustavo Soares Arrial 130
Natália Lampert Batista 131

RESUMO:

O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Geografia e Humanidades (LEPGHU), do Departamento de


Geociências, da UFSM, promove pesquisas com enfoque, entre outros temas, no ensino em
Geografia. Dentro do eixo de ensino, levando em consideração as temáticas as quais cabem ao
Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares, em específico o eixo de metodologias e
abordagens para a cartografia escolar, está em desenvolvimento um trabalho intitulado “Trilhando o
Ensino de Geografia com Mapas”, o qual vem a ser uma proposta de metodologia de ensino que
pode ser empregada por docentes em sala de aula para analisar o espaço geográfico no qual os
estudantes estão inseridos por meio de mapas de trilhas e de saídas de campo mapeadas. De forma
que, em sua proposta o trabalho apresenta uma aplicação referente ao município de Estrela Velha,
pertencente a Região Centro Serra do estado do Rio Grande do Sul, voltado especificamente para
a trilha que leva a Cascata da Linha das Bicas (utilizada como exemplificação para o
desenvolvimento desta atividade). A proposta deste trabalho tem por objetivos a revisão dos
conteúdos previstos para as turmas de Ensino Médio promovendo uma síntese de temas abordados
na Geografia, que podem ser desenvolvidos em conjunto com os discentes antes, durante e após
estas trilhas. São exemplos de conteúdos a serem abordados aqueles que tangem a Cartografia e
os debates voltados para a Educação Ambiental. Deste modo, as noções de localização e
deslocamento durante a trilha, dentro deste ambiente podendo ser atrelado a assuntos como a
temática ambiental, levando em conta a análises destes aspectos no decorrer da trilha. Como citado
anteriormente, no caso de Estrela Velha, usando mapas de trilhas em meio a natureza, de modo que
assuntos de temática ambiental possam ser presenciados e analisados durante as explorações em
campo como: a situação de degradação do ambiente, a presença ou não de interferência humana,
análise de corpo hídrico, entre outros. Tendo em vista que o trabalho ainda está em estágio de

128
Universidade Federal de Santa Maria. Estudante de Graduação. amanda.rech@acad.ufsm.br.
129
Universidade Federal de Santa Maria. Estudante de Graduação. gabriel-
medeiros.figueiredo@acad.ufsm.br.
130
Universidade Federal de Santa Maria. Estudante de Graduação. gustavo.arrial@acad.ufsm.br.
131
Universidade Federal de Santa Maria. Docente. natalia.batista@ufsm.br. Orientadora.

151
desenvolvimento, dentre alguns dos resultados esperados está o uso cartográfico como subsídio ao
desenvolvimento de uma concepção ambiental mais aguçada por parte dos alunos, juntamente com
inserção destes educandos em suas realidades ecossistêmicas por meio de trilhas.

Palavra-chave: Cartografia; Educação Ambiental; Trilha.

RESUMEN:

El Laboratório de Ensino e Pesquisa em Geografia e Humanidades (LEPGHU), del Departamento de


Geociências, de la UFSM, promueve investigaciones enfocadas, entre otros temas, a la enseñanza
de la Geografía. Dentro del eje didáctico, considerando los temas que pertenecen al Colóquio de
Cartografia para Crianças e Escolares, específicamente el eje de metodologías y enfoques de la
Cartografía Escolar, se desarrolla un trabajo titulado “Haciendo sendero del Enseñanza Geográfica”,
el cual es una propuesta de una didáctica metodología que puede ser utilizada por los docentes en
las aulas para analizar el espacio geográfico en el que se insertan los alumnos a través de mapas de
recorridos y salidas de campo mapeadas. Por lo tanto, en su propuesta de trabajo, presenta una
aplicación referente al municipio de Estrela Velha, perteneciente a la Región del Centro-Serra del
estado de Rio Grande do Sul, específicamente enfocada en el camino que conduce a la Cascada de
la Linha das Bicas (utilizado como ejemplo el desarrollo de esta actividad). En relación a este trabajo,
nuestro objetivo es revisar los contenidos previstos para las clases de la escuela secundaria,
promoviendo una síntesis de los temas tratados en Geografía, que pueden ser desarrollados con los
alumnos antes, durante y después de estas clases. Ejemplos de contenidos para abordar los sonidos
que tocan la Cartografía y los debates centrados en la Educación Ambiental. De esta forma, las
nociones de ubicación y desplazamiento durante el recorrido, dentro de este entorno, pueden
encaminarse a cuestiones como las ambientales, teniendo en cuenta el análisis de aquellos aspectos
que no transitan el recorrido. Como se mencionó anteriormente, en el caso de Estrela Velha, utilice
mapas de senderos en medio de la naturaleza, para que los problemas ambientales puedan ser
presenciados y analizados durante las exploraciones de campo, tales como: situación de
degradación ambiental, presencia o ausencia de interferencia humana, análisis del agua, entre otros.
Considerando que el trabajo aún se encuentra en etapa de desarrollo, entre algunos de los
resultados esperados se encuentra el uso de la cartografía como apoyo para el desarrollo de una
percepción ambiental más aguda por parte de los estudiantes, junto con la inserción de estos
estudiantes en su realidad a través de senderos.

Keywords ou Palabras-clave: Cartografía; Educación ambiental; Sendero.

152
153

Você também pode gostar