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2
SOBRE O EVENTO
*O conteúdo dos trabalhos apresentados neste documento é total responsabilidade dos autores.
3
COMISSÃO ORGANIZADORA
Comitê Editorial
Prof. M.Sc. Ariane Aparecida Felix Pires – UFSCar
M.Sc. João Otávio Poletto Tomeleri - UFSCar
Comitê de Inscrição
Prof. M.Sc. Elias Ricardo Durango Padilla – UNESP
Profa. Dra. Gabriela Tami Nakashima – UFSCar
4
Prof. M.Sc. Robmilson Simões Gundim – UFSCar / SENAI
Prof. Dr. Thiago Aguiar Cacuro – UFSCar
Prof. Dr. Walter Ruggeri Waldman - UFSCar
5
Prof. Dr. Cláudio de Conti - UNESP Rosana
Prof. Dr. Cláudio Domienikan – Universidade Cruzeiro do Sul
Profa. M.Sc. Cristhiane Eliza dos Santos - Universidade Cruzeiro do Sul
Profa. Dra. Cristiane Inácio de Campos – UNESP Itapeva
M.Sc. Daniela Bainy da Silva – UFSCar
M.Sc. Diego Aleixo da Silva – UFSCar
Dr. Diego Faria Cola – UNESP Sorocaba
Prof. Edson Nunes da Silva - Universidade Cruzeiro do Sul
Prof. M.Sc. Elias Ricardo Durango Padilla - UNESP
Prof. Dr. Fábio Domingues de Jesus – UFLA
Prof. Dr. Fábio Minoru Yamaji
Prof. M.Sc. Felipe Augusto Santiago Hansted – UNESP
Dr. Felipe José de Moraes Pedrazzi
Prof. M.Sc. Felipe Leite Paes – IFSP Sorocaba
Prof. M.Sc. Felipe Sanches Stark – Faculdade Anhanguera de Sorocaba / UNESP
Profa. Dra. Franciane Andrade de Pádua - UFSCar
Profa. M.Sc. Gabriela Bertoni Belini – UFSCar
Dra. Gabriela dos Reis – UNICAMP
M.Sc. Gabriela Fiori da Silva - UFSCar
Profa. Dra. Gabriela Tami Nakashima – UFSCar
Profa. Dra. Graziella Colato Antonio - UFABC
M.Sc. Gustavo Laranjeira de Melo Santos – UNESP Sorocaba
Profa. Dra. Iolanda Cristina Silveira Duarte – UFSCar
M.Sc. Isis Cristina de Souza Adhmann Pires - UFSCar
Prof. M.Sc. Jeferson Alberto de Lima – UNIR / UFSCar
M.Sc. Jéssica de Souza Rodrigues – UFSCar
M.Sc. João Otávio Poletto Tomeleri - UFSCar
M.Sc. Jocy Ana Paixão de Sousa - UNESP Sorocaba
M.Sc. Joelen Osmari da Silva – UFSCar
Prof. Dr. José Cláudio Caraschi – UNESP Itapeva
Dr. José Ignacio Zarate Montero – UNESP Sorocaba
Profa. Dra. Juliana Tófano de Campos Leite Toneli - UFABC
Dra. Karen de Souza do Prador – UFSCar
M.Sc. Karina Palmizani do Carmo – UFOP
Prof. Dr. Leandro Cardoso de Moraes - UNESP Sorocaba
Prof. M.Sc. Lucas Clarindo Pereira – IFSP / UFSCar
Dr. Luciano Donizeti Varanda – Instituto SENAI de Inovação em Biomassa/MS
Dr. Luis Ricardo Oliveira Santos – UFSCar
M.Sc. Luísa Carvalho Pereira Araújo - UFSCar
Prof. Dr. Marcelo Patrício de Santana – IFSP Sorocaba
M.Sc. Marcos de Jesus Fonseca de Apresentação - UFSCar
M.Sc. Maria dos Remédios Araújo Vieira Neta – UFSCar
M.Sc. Meire Noriko Hosokawa - UFSCar
M.Sc. Miqueias Lima Duarte - UNESP Sorocaba
M.Sc. Moisés Edevaldo Pereira – UFSCar
6
Dra. Natália Reigota César - UFSCar
Engª. Natália Rodrigues de Carvalho - UFSCar
M.Sc. Patrícia dos Santos Araújo – UFSCar
M.Sc. Rafael dos Santos Lima - UNESP Sorocaba
M.Sc. Renan Angrizani de Oliveira - UNESP Sorocaba
Prof. M.Sc. Robert Dias Ximenes – IFSP / UFSCar
Dra. Roberta Ranielle Matos de Freitas – UFOP
Prof. M.Sc. Robmilson Simões Gundim – UFSCar / SENAI
M.Sc. Romulo Maziero – UFMG
Profa. Dra. Sayonara Andrade Eliziario – UEPB
Prof. M.Sc. Seluivy Gonçalves Silva – Faculdade Anhanguera
Prof. Dr. Sergio Shimura – IFSP Sorocaba
M.Sc. Thaís Fabiane Gomes Martins - UNESP Sorocaba
Prof. Dr. Thiago Aguiar Cacuro – UFSCar
Dr. Tiago Palladino Delforno – UFSCar
M.Sc. Vitor Hugo de Lima - UFSCar
Dr. Yemall Alexander Maigual Enriquez – Universidad de Nariño
7
PROGRAMAÇÃO
8
MINICURSOS
MINICURSO PALESTRANTES - INSTITUIÇÃO
Dimensionamento do sistema fotovoltaico Prof. Dr. Teófilo Miguel de Souza
para geração de energia elétrica Universidade Estadual Paulista
Ms. Henrique Rafael da Silva Romão
Empreendedorismo em energias renováveis
SEBRAE
Ms. Vanessa Sontag
Ilustração científica
Illus Scientia
Formação de pesquisadores e escrita Prof. Dr. Valtencir Zucolotto
científica de alto nível IFSC-USP
SPEAKERS
TÍTULO PALESTRANTE - INSTITUIÇÃO
Resíduos sólidos urbanos como fonte de
Dra. Karen de Souza Prado
energia renovável no Brasil: panorama atual
Universidade Federal de São Carlos
e perspectivas futuras
The potential environmental repercussions
of hydroelectricity: A contribution based on Ms. David Alejandro Lazo Vasquez
life cycle assessment of Ecuadorian Universidade de São Paulo
hydropower plants
Ms. Fábio Gregory de Andrade
To-syn-fuel: termo-catalytic reforming of Moreira
wastes for biofuels and hydrogen production Universidade Estadual Paulista/
Fraunhofer Institut
A importância da geração de energia a partir Esp. Carlos Silvestre
de resíduos para as mudanças climáticas Grupo Salmeron
Alternativas tecnológicas para o aumento da Eng. Alex de Pretto Mansano
eficiência energética das turbinas eólicas Universidade de São Paulo
Aplicação de Lógica Fuzzy na redução do Anderson Rodrigo Klassen Duck
consumo de energia na digestão de bauxita Companhia Brasileira de Alumínio
Eletrificação e tecnologia híbrida no setor Esp. Thiago Sugahara
automotivo Toyota
Dr. Maurício Onoda
Utilizando IA/Machine Learning na área de
Instituto SENAI de Inovação em Sistemas
energias renováveis
Virtuais de Produção
9
TRABALHOS PREMIADOS
10
Terceiro Lugar (Pôster)
11
SUMÁRIO
RESUMOS ................................................................................................................ 21
BIOCOMBUSTÍVEIS .............................................................................................. 22
ASPECTOS TECNOLÓGICOS DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DO
SEBO BOVINO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................... 23
AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE SÓLIDOS ATRAVÉS DA CODIGESTÃO
ANAERÓBIA DE BIOPOLÍMERO DE AMIDO DE MILHO EM ÁGUA RESIDUAL
DE SUINOCULTURA ............................................................................................ 24
BIODIESEL A PARTIR DE SEBO BOVINO: UM MAPA TECNOLÓGICO DE
PATENTES............................................................................................................. 25
BLENDAS DE RESÍDUOS MADEIREIROS DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS
PARA PRODUÇÃO DE BRIQUETES ................................................................... 26
BRIQUETES DE RESÍDUOS MADEIREIROS DE Dipteryx odorata (CUMARU) E
Handroanthus sp. (IPÊ) ........................................................................................... 27
CAVITAÇÃO HIDRODINÂMICA COM TUBO DE VENTURI PARA PRÉ-
TRATAMENTO DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR .................................... 28
CUMULATIVE ENERGY DEMAND OF SOLID BIOFUELS: A REVIEW FOR
THE LATIN AMERICAN REGION ....................................................................... 29
INFLUÊNCIA DO NÍQUEL NA PRODUÇÃO DE BUTANOL POR Clostridium
beijerinckii UTILIZANDO O HIDROLISADO DA CASCA DO COCO VERDE... 30
MODELO ECONÔMICO COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE DECISÕES
PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE MICROALGAS (*) .......... 31
REMOÇÃO DE SULFETO DE HIDROGÊNIO PARA A PURIFICAÇÃO DO
BIOGÁS EM UNIDADE EXPERIMENTAL MULTIPROPÓSITO........................ 32
RESÍDUO DO DESDOBRO DA MADEIRA DE ANGELIM PEDRA PARA
PRODUÇÃO DE BRIQUETES (*) .......................................................................... 33
BIOMASSA ............................................................................................................... 34
ANÁLISE DA BIOMASSA DE RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS ................... 35
APLICAÇÃO DE PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO COMO PRÉ-
TRATAMENTO DA VINHAÇA PARA POSTERIOR BIODIGESTÃO EM
REATOR UASB ..................................................................................................... 36
ATRIBUTOS QUÍMICOS E MINERAIS DE RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS
DE ORIGEM URBANA PARA APROVEITAMENTO ENERGÉTICO................. 37
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ENERGÉTICO DA TORTA DE MAMONA PARA
A PRODUÇÃO DE BRIQUETES ........................................................................... 38
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ENERGÉTICO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS (*) ......................................................................................... 39
12
BIOMASSA FLORESTAL COMO COMPONENTE DE UMA ECONOMIA DE
BAIXO CARBONO NA CULTURA DO TABACO (*) ........................................... 40
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DAS CINZAS DE CALDEIRA DE BIOMASSA
VEGETAL .............................................................................................................. 41
CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DO CAROÇO DE PEQUI PARA USO COMO
ENERGIA TÉRMICA............................................................................................. 42
CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LENHA DO EXTRATIVISMO
VEGETAL EM PERNAMBUCO ............................................................................ 43
ENERGY CHARACTERIZATION OF CORN AGROINDUSTRY WASTE IN A
MULTI-ZONE GASIFICATION PROTOTYPE (*) ................................................. 44
HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DE CARBOIDRATOS REMANENTES NA
BIOMASSA DA MICROALGA Chlorella Vulgaris (*) ........................................... 45
INSIGHTS SOBRE O USO DA BIOMASSA PARA A COCÇÃO DE ALIMENTOS
E OS EFEITOS SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .................................... 46
INVESTIGANDO OS RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS DE ORIGEM URBANA
PARA GERAÇÃO DE ENERGIA .......................................................................... 47
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE ESTERCO DE
DIFERENTES ANIMAIS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO .................................. 48
POTENCIAL ENERGÉTICO DA BIOMASSA RESIDUAL DO PROCESSO DE
EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE MELALEUCA (Melaleuca alternifolia Cheel) (*) ...... 49
PROJETO E AVALIAÇÃO TECNOECONÔMICA DE UMA CENTRAL TÉRMICA
BASEADA EM GASEIFICAÇÃO DE 1MWE DE COMBUSTÍVEL DERIVADO DE
RESÍDUOS (RDF) UTILIZANDO DADOS EXPERIMENTAIS OBTIDOS DE UMA
CENTRAL À ESCALA PILOTO ............................................................................ 50
RENDIMENTO EM CARVÃO VEGETAL DA CASCA DA SEMENTE DE
Araucaria Angustifolia (BERT.)O.KTZE ................................................................ 51
TEMPERATURA DE PIRÓLISE E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE
BIOCHAR DE CASCA DE Eucalyptus sp. ............................................................. 52
TORREFAÇÃO DO RESÍDUO DA MANDIOCA PARA FINS ENERGÉTICOS (*)
................................................................................................................................ 53
USO SUSTENTÁVEL DA MADEIRA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA E DE
TERMOELETRICIDADE....................................................................................... 54
VIABILIDADE ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA COLHEITA
FLORESTAL DE EUCALIPTO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ... 55
EÓLICA .................................................................................................................... 56
A DESCREDIBILIZAÇÃO DAS PEQUENAS TURBINAS EÓLICAS DE EIXO
VERTICAL ............................................................................................................. 57
A IMPORTÂNCIA DA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE POR MEIO DE
PARQUES EÓLICOS NA MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA DE 2013 A 2020. 58
13
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DAS TURBINAS EÓLICAS .......................................................... 59
CONSTRUÇÃO DE MINI TÚNEL DE VENTO PARA TESTES DE TURBINAS 60
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE TORÇÃO DA PÁ DE UMA TURBINA EÓLICA
DE EIXO HORIZONTAL NA GERAÇÃO DE ENERGIA ..................................... 61
PLANEJAMENTO ECONÔMICO DE USINAS EÓLICAS A PARTIR DE UM
MODELO DE OTIMIZAÇÃO MULTIOBJETIVO ................................................ 62
FONTES ALTERNATIVAS .................................................................................... 63
ANÁLISE DA COMPLEMENTARIDADE DAS GERAÇÕES INTERMITENTES
NO PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO ELETRO-ENERGÉTICA DA REGIÃO
NORDESTE BRASILEIRA .................................................................................... 64
APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DOS RESÍDUOS PARA PRODUÇÃO DE
BIOGÁS ................................................................................................................. 65
DESENVOLVIMENTO DE BIODIGESTOR DE BAIXO CUSTO PARA
PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS ............................................................... 66
ENERGIA DO HIDROGÊNIO NOS MERCADOS DO BRASIL E DA ALEMANHA:
POLÍTICAS DE INCENTIVOS, TECNOLOGIAS E OPORTUNIDADES DE
PARCERIAS ........................................................................................................... 67
EVALUATION OF THE ENERGY PERFORMANCE OF A HYBRID
ABSORPTION REFRIGERATION SYSTEM USING ENERGY PHOTOVOLTAIC
SOLAR AND SYNTHESIS GAS OF A GASIFIER MULTIZONE ........................ 68
MODELAGEM E ANÁLISE EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING TIPO
BETA ...................................................................................................................... 69
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS COMO FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL
NO BRASIL: PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS (*) ............... 70
RÓTULOS DE PRODUÇÃO DO HIDROGÊNIO (H2), CERTIFICAÇÃO DE
ORIGEM DE ENERGIA RENOVÁVEL E NOVOS ATRIBUTOS
SOCIOAMBIENTAIS............................................................................................. 71
TECHNOLOGY OPTIONS FOR REDUCING CO2 EMISSIONS IN NATURAL GAS
COMBINED CYCLES............................................................................................ 72
VINHAÇA DE CANA-DE-AÇÚCAR: ANÁLISE DO SEU USO COMO
COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO (*) .................................................................... 73
GERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONTROLE ....................................................... 74
O AUMENTO DE CONSUMIDORES GERADORES E COMERCIALIZADORAS
DE ENERGIA NO MERCADO LIVRE BRASILEIRO DE ELETRICIDADE DE
2013 A 2020 ............................................................................................................ 75
UMA REVISÃO DE CONVERSORES CC-CC EM SISTEMAS COM FONTES
ALTERNATIVAS DE ENERGIA........................................................................... 76
HÍDRICA .................................................................................................................. 77
14
THE POTENTIAL ENVIRONMENTAL REPERCUSSIONS OF
HYDROELECTRICITY: A CONTRIBUTION BASED ON LIFE CYCLE
ASSESSMENT OF ECUADORIAN HYDROPOWER PLANTS (*) ....................... 78
NUCLEAR ................................................................................................................ 79
O IMPACTO DAS CIDADES NO USO DA ENERGIA NUCLEAR - UMA
ABORDAGEM ATRAVÉS DO PROJETO DE ARQUITETURA .......................... 80
POLÍTICA E SEGURANÇA ENERGÉTICA ......................................................... 81
A INFLUÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PROGRESSO DA
GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA E DIVERSIFICAÇÃO DA MATRIZ
ENERGÉTICA BRASILEIRA (*) ............................................................................ 82
ANÁLISE DAS AÇÕES DE GESTÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DO SETOR INDUSTRIAL DA SUB-REGIÃO NORTE DA REGIÃO
METROPOLITANA DE SÃO PAULO – RMSP .................................................... 83
ANÁLISE DAS INICIATIVAS DE GESTÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DO SETOR PÚBLICO DA REGIÃO DE FRANCO DA ROCHA-SP
................................................................................................................................ 84
AS QUESTÕES COMPLEXAS DA ENERGIA EM UMA PERSPECTIVA DE
COMPARAÇÃO MUNDIAL.................................................................................. 85
MOTORES MAIS EFICIENTES E SUSTENTÁVEIS: ESTUDO DE CASO EM
UMA INDÚSTRIA DE CIMENTO VISANDO A SUA GESTÃO ENERGÉTICA(*)
................................................................................................................................ 86
RESÍDUOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................. 87
AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE BIOPLÁSTICO COMERCIAL POLI (Β-
HIDROXIBUTIRATO) (PHB) ATRAVÉS DE BIODIGESTÃO ANAERÓBIA EM
DIFERENTES RAZÕES INÓCULO/SUBSTRATO (*) ........................................... 88
CONFORTO TÉRMICO EM CASAS DE MADEIRA: O USO DE EMBALAGEM
CARTONADA MULTICAMADA (*) ..................................................................... 89
GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA EM CIMENTEIRAS: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO NO BRASIL COM BASE NA AVALIAÇÃO DO CICLO DE
VIDA DO PROCESSO DE COGERAÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
................................................................................................................................ 90
SOLAR ...................................................................................................................... 91
CONCENTRAÇÃO SOLAR: A DESSALINIZAÇÃO NO AGRONEGÓCIO DO
SEMIÁRIDO BRASILEIRO ................................................................................... 92
CRESCIMENTO DE UNIDADES CONSUMIDORAS COM GERAÇÃO
FOTOVOLTAICA CONECTADA Á REDE ELÉTRICA NA REGIÃO NORTE DE
MATO GROSSO .................................................................................................... 93
ESTUDO COMPARATIVO DE TÉCNICAS DE RASTREAMENTO DO PONTO
DE MÁXIMA POTÊNCIA EM ARRANJOS FOTOVOLTAICOS (*) ..................... 94
15
ESTUDO TEÓRICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS SOLARES
FOTOVOLTAICOS ................................................................................................ 95
FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS ................................................................................................ 96
MICROGERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA: ANÁLISE DE DESEMPENHO
DE MINIUSINA FOTOVOLTAICA....................................................................... 97
TÉCNICAS DE MODULAÇÃO PARA REDUÇÃO DA TENSÃO DE MODO
COMUM EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE ............ 98
(*)
USO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA PREVISÃO DE GHI ........... 99
TRABALHOS COMPLETOS ................................................................................ 100
BIOCOMBUSTÍVEIS ............................................................................................ 101
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE METODOLOGIAS MULTICRITÉRIOS PARA
A TOMADA DE DECISÕES DURANTE A SELEÇÃO DOS TIPOS DE BIOMASSA
MAIS VIÁVEIS PARA PROJETOS DE BIOENERGIA: ESTUDO DE CASO
ESTADO DE MINAS GERAIS ............................................................................ 102
CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS DO TECIDO LESIONADO POR CANCRO
NO TRONCO DE MOGNO AFRICANO ............................................................. 113
CODIGESTÃO ANAERÓBIA DE ÁGUA RESIDUAL DE SUINOCULTURA SOB
EFEITO DE ADIÇÕES DIFERENCIADAS DE BIOPOLÍMERO DE AMIDO DE
MANDIOCA......................................................................................................... 120
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE OURICURI
(Syagrus coronata) PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL .................................... 130
CONSTRUÇÃO DE UMA USINA DE BAIXO CUSTO PARA FABRICAÇÃO DE
BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA ........................... 138
OS EFEITOS DA TEMPERATURA NA PRODUÇÃO DE BIOGÁS EM
BIODIGESTORES................................................................................................ 147
TO-SYN-FUEL: THERMO-CATALYTIC REFORMING OF WASTES FOR
BIOFUELS AND HYDROGEN PRODUCTION .................................................. 157
UTILIZAÇÃO DA RENOVACALC PARA AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE
CARBONO DO ETANOL COMBUSTÍVEL ........................................................ 165
BIOMASSA ............................................................................................................. 175
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DO CULTIVO DA MICROALGA
Scenedesmus sp EM EFLUENTE DE ETE ............................................................ 176
CAPIM JARAGUÁ COMO LIGANTE EM BRIQUETES DE FINOS DE CARVÃO
.............................................................................................................................. 185
CARACTERIZAÇÃO DE BIOMASSAS PARA O PROCESSO DE PIRÓLISE
RÁPIDA ............................................................................................................... 193
16
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE DUAS
MICROALGAS MARINHAS CULTIVADAS EM DIFERENTES
LUMINOSIDADES .............................................................................................. 203
CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO DE
ITAQUAQUECETUBA - SP E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TEÓRICO PARA O
APROVEITAMENTO ENERGÉTICO EM UMA UNIDADE DE GASEIFICAÇÃO
.............................................................................................................................. 211
CAVACOS DE PODA URBANA SUBMETIDO AO PROCESSO DE
TORREFAÇÃO .................................................................................................... 221
COMPARAÇÃO DAS METODOLOGIAS ASTM E ISO PARA A
CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE AÇÚCAR AVALIANDO DOIS
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM: QUARTEAMENTO E ALEATÓRIO ............ 231
DENDROENERGIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................. 241
ESTUDO DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DE ÓLEO DE MACAÚBA ......... 246
ESTUDO DE COMPORTAMENTO TÉRMICO EM ATMOSFERA INERTE DE
DUAS MICROALGAS MARINHAS PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA .......... 253
MISTURA DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS E FLORESTAIS NA
FORMAÇÃO DE BRIQUETES ............................................................................ 260
PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE BIOMASSA DE RÚMEN DE BOVINOS
PROVENIENTES DE ABATEDOUROS ............................................................. 269
PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE BIOMASSA RUMINAL DE
DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS DE OVINOS ........................................... 274
EÓLICA .................................................................................................................. 282
A IMPORTANCIA DO PERFIL DE VELOCIDADES NA SELEÇÃO DE
AEROGERADORES ............................................................................................ 283
ENERGIA EÓLICA NO NORDESTE BRASILEIRO E SUA INTERAÇÃO COM
OUTRAS FONTES ............................................................................................... 293
ESTUDOS SOBRE A PRODUÇÃO ANUAL DE ENERGIA DE UM
AEROGERADOR NACIONAL DE PEQUENO PORTE...................................... 303
METODOLOGIA PARA A ANÁLISE DE VIBRAÇÕES DE CAIXA DE
ENGRENAGENS DE TURBINAS EÓLICAS PARA ESTUDO DE PREVENÇÃO
DE FALHAS ......................................................................................................... 313
FONTES ALTERNATIVAS .................................................................................. 323
A ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL COM A CRISE DA PANDEMIA DA
COVID-19 ............................................................................................................ 324
ESTUDO DA VIABILIDADE DE CONVERSÃO DE ENERGIA MECÂNICA
CORPORAL EM ENERGIA ELÉTRICA: NANOGERADORES ......................... 333
ESTUDO DE VIABILIDADE DE RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA: LODO DA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE) SABESP .................... 340
17
METODOLOGIA PARA PREVISÃO DE DADOS CLIMÁTICOS E ESTIMATIVA
DE PRODUÇÃO HÍBRIDA.................................................................................. 347
GERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E CONTROLE ..................................................... 357
A IMPORTÂNCIA DO DESIGN DA MALHA DE ATERRAMENTO NO
AMBIENTE DE ALTA FREQUÊNCIA ............................................................... 358
AVALIAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DA INSERÇÃO DA GERAÇÃO SOLAR
FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA DENTRO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO
.............................................................................................................................. 365
AVALIAÇÃO DO ESFORÇO HIDRÁULICO EM COMPORTAS BASCULANTE
POR MEIO DE CFD ............................................................................................. 375
MÉTODO HCS-OCC PARA RASTREAMENTO DO PONTO DE MÁXIMA
POTÊNCIA EM SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA ......................................... 385
MODELO DE PROGRAMAÇÃO ESTOCÁSTICA PARA A ALOCAÇÃO ÓTIMA
DE BATERIAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO COM GERAÇÃO
FOTOVOLTAICA ................................................................................................ 396
PROGRAMAÇÃO CÔNICA APLICADA AO CARREGAMENTO COORDENADO
DE VEÍCULOS ELÉTRICOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO ......................... 406
QUESTÕES JURÍDICAS DAS POLÍTICAS DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO
.............................................................................................................................. 416
HÍDRICA ................................................................................................................ 426
ESTIMATIVA PRELIMINAR DO POTENCIAL ENERGÉTICO DE UMA
CENTRAL HIDRELÉTRICA A FIO D’ÁGUA .................................................... 427
OTIMIZAÇÃO ESTRUTURAL DE EQUIPAMENTO HIDROMECÂNICO
MOTIVADA PELA INTERAÇÃO COM OS EFEITOS NATURAIS ................... 436
PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA (PCH) DE CHIBARRO: POTENCIAL
TURÍSTICO, CULTURAL E ENERGÉTICO ....................................................... 449
POLÍTICAS E SEGURANÇA ENERGÉTICAS .................................................. 459
A COP-25 E OS RECURSOS FLORESTAIS BRASILEIRO: UMA ANÁLISE COM
BASE NAS POLÍTICAS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NACIONAL E DO
ESTADO DE SÃO PAULO .................................................................................. 460
A NOVA AGENDA DA POLÍTICA NACIONAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS DO
SETOR FLORESTAL ........................................................................................... 471
A PARTICIPAÇÃO DA ENERGIA EÓLICA NA GESTÃO PÚBLICA PARA
SUSTENTABILIDADE NO BRASIL ................................................................... 478
RESÍDUOS E IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................... 487
APROVEITAMENTO DE RESÍDUO DE MEDIUM DENSITY FIBERBOARD
(MDF) COMO BRIQUETES ................................................................................ 488
18
EFEITOS AMBIENTAIS CUMULATIVOS DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO
DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS DE PEQUENO PORTE NA BACIA
DO ALTO PARAGUAI ........................................................................................ 497
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DESCARTE DE LÂMPADAS - INSTRUINDO
MUNÍCIPES DE ASSIS CHATEAUBRIAND–PR ............................................... 506
SMART GRID ........................................................................................................ 515
USO DE REDES NEURAIS DE HISTERESE L² P EM SOLUÇÕES DSM
(DEMAND SIDE MANAGEMENT) EM SMART GRIDS PARA FONTES
RENOVÁVEIS INTERMITENTES ...................................................................... 516
SOLAR .................................................................................................................... 525
ANÁLISE DE DADOS DE UMA USINA SOLAR DE GRANDE PORTE COM
TRACKER DE UM EIXO .................................................................................... 526
ANÁLISE DO PERFIL DE TENSÃO DE UM SISTEMA DE GERAÇÃO
FOTOVOLTAICO COM A REDE DE DISTRIBUIÇÃO ..................................... 535
APLICAÇÃO DA ENERGIA RENOVÁVEL PARA IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA
DE FOGÃO SOLAR ............................................................................................. 543
AQUISIÇÃO DE DADOS DE TEMPERATURA BASEADA EM PLACA DE
DESENVOLVIMENTO E PLATAFORMA IoT ................................................... 551
AVALIAÇÃO CRÍTICA DO PROCEDIMENTO DE AGREGAÇÃO DE
CORRENTES EMPREGADO EM ESTUDOS DE ACESSO DE FAZENDAS
FOTOVOLTAICAS NO BRASIL ......................................................................... 558
AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA PARA APLICAÇÃO DE
CÉLULAS MULTIJUNÇÃO ................................................................................ 568
CHARACTERIZATION OF THERMOPHYSICAL PROPERTIES OF
COMMERCIAL PARAFFINS FOR USES IN APPLICATIONS OF THERMAL
SOLAR ENERGY................................................................................................. 579
CONTROLADOR DE CARGAS DESBALANCEADAS EM SISTEMA DE
GERAÇÃO FOTOVOLTAICA CONECTADO À REDE TRIFÁSICA DE
DISTRIBUIÇÃO ................................................................................................... 589
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA
ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM UM PRÉDIO DA UFSCar-
SOROCABA ......................................................................................................... 599
ELECTROMAGNETIC SOLAR RADIATION CONVERSION USING
RECTIFYING ANTENNAS RECTENNA: A CRITERION FOR TYPOLOGY
OPTIMIZATION OF BOW-TIE, DIPOLE, SPIRAL, LOG-PERIODIC AND
MEANDER ........................................................................................................... 609
ESTUDO DA PERFORMANCE DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO
CONECTADO À REDE ELÉTRICA .................................................................... 616
ESTUDO DE MÉTODOS DE RASTREAMENTO DE PONTO DE MÁXIMA
POTÊNCIA EM MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ............................................... 626
19
ESTUDO DE TANQUE DE ARMAZENAMENTO TÉRMICO SOLAR ............. 636
FEASIBILITY STUDY OF IMPLEMENTING A PHOTOVOLTAIC SYSTEM ON
GRID .................................................................................................................... 645
SIMULAÇÃO NUMÉRICA COMPUTACIONAL DA EFICIÊNCIA TÉRMICA DE
COLETORES SOLARES PLANOS COM BASE NA INCLINAÇÃO ÓTIMA .... 655
SIMULAÇÃO NUMÉRICA E COMPARATIVA DA EFICIÊNCIA DOS
COLETORES SOLARES PLANO E COM TUBO EVACUADO ......................... 665
TÉCNICAS MPPT: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS PRINCIPAIS
MÉTODOS E SUA INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA DO SISTEMA
FOTOVOLTAICO ................................................................................................ 674
20
RESUMOS
21
BIOCOMBUSTÍVEIS
22
ASPECTOS TECNOLÓGICOS DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR
DO SEBO BOVINO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE SÓLIDOS ATRAVÉS DA CODIGESTÃO
ANAERÓBIA DE BIOPOLÍMERO DE AMIDO DE MILHO EM ÁGUA
RESIDUAL DE SUINOCULTURA
Anderson Rodrigo Heydt 1, Thompson Ricardo Weiser Meier2, Paulo André Cremonez3,
Joel Gustavo Teleken1
1
Universidade Federal do Paraná, 2Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
3
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
E-mail: andersonrheydt@gmail.com
24
BIODIESEL A PARTIR DE SEBO BOVINO: UM MAPA TECNOLÓGICO DE
PATENTES
25
BLENDAS DE RESÍDUOS MADEIREIROS DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS
PARA PRODUÇÃO DE BRIQUETES
Marco Antônio Marcelino Bahia1, Lohainny Teles Viana Santos1, Julia Chaveiro
Santos1, Filipe Gonçalves Sousa1, Luriene Hoffmann Greghi Kalinke1, Carlos Roberto
Sette Júnior1
1
Universidade Federal de Goiás
E-mail: raquel.menestrino@gmail.com
26
BRIQUETES DE RESÍDUOS MADEIREIROS DE Dipteryx odorata (CUMARU)
E Handroanthus sp. (IPÊ)
27
CAVITAÇÃO HIDRODINÂMICA COM TUBO DE VENTURI PARA PRÉ-
TRATAMENTO DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Thiago Averaldo Bimestre1, Celso Eduardo Tuna1, Eliana Vieira Canettieri2, Gabriela
de Cássia César Bonifácio 3
1
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG)/UNESP, 2FEG/UNESP, 3Escola de
Engenharia de Lorena (EEL)/USP
E-mail: thiagobimestre@hotmail.com
Agradecimentos: FEG/UNESP.
28
CUMULATIVE ENERGY DEMAND OF SOLID BIOFUELS: A REVIEW FOR
THE LATIN AMERICAN REGION
Thiago Teixeira Matheus1, Remo Augusto Padovezi Filleti2, Ricardo Musule Lagunes3,
Diogo Aparecido Lopes Silva1
1
Research Group on Sustainability Engineering, Department of Production Engineering
of Sorocaba, Center for Science & Technology Management, Federal University of São
Carlos, UFSCar, Sorocaba, SP, Brazil, 2Universidade Metodista de Piracicaba, Campus
Santa Bárbara d'Oeste - UNIMEP , 3Escuela Nacional de Estudios Superiores Unidad
Morelia. Universidad Nacional Autónoma de México
E-mail: thiagotmatheus@gmail.com
Biomass is one of the main sources of energy worldwide and appears as one of the main
driving forces for the Bioeconomy development. Also, the world market for solid biofuels
from renewable sources has increased in the last few years, with special attention to the
production of pellets and briquettes in Latin America. This study presents a method for a
comparison of different energy systems concerning the overall energy yield during the
life cycle of pellets and briquettes produced in Latin America. For this purpose, the
Cumulative Energy Demand (CED) based on primary energy was introduced and
determined for the following scenarios: biomass briquettes vs. biomass pellets produced
in a cradle-to-gate life cycle approach in Brazil, Chile, and Colombia. Eight scenarios
were found in the Web of Science database: two case studies for briquettes productions
in Brazil, and six case studies about pellets productions in Brazil, Chile, and Colombia.
The CED method was used based on the openLCA software tool application combined
with the inventory flows for the eight scenarios. The results for total energy demand for
each 1 MJ of pellets/briquettes ranged from -4.01E+01 to 2.38E+03 MJ-eq. Also,
approximately 90% of the CED impacts were due to the biomass sources used for the
production processes, followed by fossil fuels demanded in the production chain (diesel
and electricity consumptions). The best scenario was found for the Brazilian briquettes
production, with a CED = -4.01E+01 MJ-eq., an outcome from the adopted life cycle
system modeling approach, where the urban forest residues used as raw material was
assumed to be as free of negative environmental burdens. On the other hand, the worst-
case scenario was for the pellets production from palm fruit brunches in Colombia, as the
evaluated system was not dedicated to pellets production and many other products (i.e.,
palm oil) and coproducts (e.g., kernel) leave the system as well, requiring more resources
and generating more waste and emissions in the manufacturing processes. As a
preliminary conclusion, it was found environmental benefits in terms of CED for the
Brazilian briquettes production from forest residues compared with the remaining case
study scenarios.
Palavras-chave: Life Cycle Assessment, Bioeconomy, Pellets and Briquettes.
29
INFLUÊNCIA DO NÍQUEL NA PRODUÇÃO DE BUTANOL POR Clostridium
beijerinckii UTILIZANDO O HIDROLISADO DA CASCA DO COCO VERDE
Everaldo Silvino dos Santos1, Beatriz Meneghetti Araújo 1, Otávio L Silva1, Beatriz
Azevedo1, Petrúcia Karine Santos Brito Bezerra1, Stephanie Caroline Bivar Matias1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: petruciakarine@hotmail.com
30
MODELO ECONÔMICO COMO FERRAMENTA DE TOMADA DE
DECISÕES PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE
MICROALGAS (*)
Bruno Alves de Oliveira1, Claudia Aparecida de Mattos2, Flávia Talarico Saia1, Jose
Juan Barrera Alba1
1
Universidade Federal de São Paulo, Instituto do Mar - IMAR, Santos, Brasil., 2Centro
Universitário FEI, Depto. de Engenharia Mecânica, São Bernardo do Campo, Brasil.
E-mail: brunifesp@gmail.com
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
31
REMOÇÃO DE SULFETO DE HIDROGÊNIO PARA A PURIFICAÇÃO DO
BIOGÁS EM UNIDADE EXPERIMENTAL MULTIPROPÓSITO
Vinícius Carminati1, Daniel Sena Marins2, Ana Carolina de Camargo 2, Eliane Soares da
Silva2, Helton José Alves2
1
Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (LABMATER), Universidade Federal
do Paraná (UFPR – Setor Palotina), Palotina-PR, Brasil., 2Laboratório de Materiais e
Energias Renováveis (LABMATER), Universidade Federal do Paraná (UFPR – Setor
Palotina), Palotina-PR, Brasil
E-mail: viniciuscarminati@gmail.com
32
RESÍDUO DO DESDOBRO DA MADEIRA DE ANGELIM PEDRA PARA
PRODUÇÃO DE BRIQUETES (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
33
BIOMASSA
34
ANÁLISE DA BIOMASSA DE RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS
Maria Fernanda Felippe Silva1, Claudinei Henrique Ferreira Rodrigues2, João Vítor
Felippe Silva2, Carlos Manuel Romero Luna1, Cristiane Inácio de Campos1, José
Claudio Caraschi1
1
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus de Itapeva,
2
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Engenharia de
Guaratinguetá – FEG/Campus de Guaratinguetá
E-mail: mff.silva@unesp.br
Com a alta demanda por energia e procura por novos métodos que não utilizem
combustíveis fósseis, uma das alternativas para a produção de energia é a biomassa
vegetal. Para avaliar a potencialidade de um biocombustível é necessário o conhecimento
preliminar do seu poder calorífico e do teor de umidade. Um outro fator importante, é o
teor de cinzas da biomassa que afeta a manipulação e o custos de processamento da
conversão global de energia da biomassa. O presente trabalho teve como objetivo a
análise do poder calorífico superior e do teor de cinzas de diferentes biomassas oriundas
de resíduos lignocelulósicos. As biomassas analisadas foram os resíduos agroindustriais
(semente de algodão com línter, bagaço de cana-de-açúcar e bagaço de sorgo sacarino) e
os resíduos florestais do processamento da madeira (casca, cavaco e serragem de
madeiras) e resíduos industrial (cinzas de caldeira de biomassa). O poder calorífico
superior (PCS) e o teor de cinzas (TCz) foram determinados segundo as normas ASTM
E 711-87 (2004) e ASTM D 1102-84 (2013), respectivamente. Os resultados mostraram
que os resíduos agroindustriais apresentaram valores de PCS semelhantes aos resíduos
florestais, mas com variação no TCz. Os valores do PCS das amostras variaram de 18716
a 22242 kJ kg-1, sendo que os resíduos que tiveram maior destaque foram a casca de Pinus
sp. (22242 kJ kg-1) e a semente de algodão com línter (22188 kJ kg-1). Já as cinzas de
caldeira de biomassa apresentaram baixo PCS (3249 a 8816 kJ kg -1) e alto TCz (62,7 a
77,4%), em comparação com os outros resíduos lignocelulósicos que variaram de 0,13 a
4,6% o TCz, porém podem ser aproveitados por apresentarem potencial energético.
Concluiu-se que os resíduos lignocelulósicos são uma boa fonte de matéria-prima que
podem ser considerados como biocombustíveis renováveis para a geração de energia.
Palavras-chave: biomassa vegetal, poder calorífico superior, resíduos lignocelulósicos.
35
APLICAÇÃO DE PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO COMO PRÉ-
TRATAMENTO DA VINHAÇA PARA POSTERIOR BIODIGESTÃO EM
REATOR UASB
A busca por fontes renováveis e alternativas aos derivados do petróleo tem crescido
consideravelmente no Brasil e no mundo, com isso, a produção da cana-de-açúcar para a
geração de etanol é de grande importância. Com o crescimento dessa produção, é visível
o grande volume de resíduos gerados provenientes desse processo, o resíduo a ser
estudado nesse trabalho é a vinhaça, para cada 1 litro de etanol gerado, obtém-se
aproximadamente 12 litros de vinhaça, material de alto poder poluente e corrosivo, com
grande quantidade de matéria orgânica, tal efluente pode ser utilizado como fertilizante e
na geração de biogás, quando previamente tratado e regulamentado. O objetivo do
presente trabalho foi realizar a biodigestão da vinhaça, a fim de obter biogás, devido à
grande quantidade de gás metano emitida. A biodigestão foi realizada com a vinhaça in
natura e pré-tratada. O pré-tratamento consistiu no uso do processo oxidativo avançado
(POA), TiO2 fotoirradiado por luz solar, responsável por acelerar a degradação da matéria
orgânica, aumentando a redução de DQO, demanda química de oxigênio e aumentando a
produção de metano.Para a montagem do reator fotoquímico foram utilizados um
recipiente de vidro para armazenar o efluente, cano PVC para a estrutura do reator,
tubulações de látex, uma bomba de aquário e uma placa de vidro impregnada com dióxido
de titânio (TiO2), para a impregnação do dióxido de titânio foi utilizado o método de
suspensão, a placa permaneceu em suspensão na solução de água ionizada e TiO 2 e foi
seca e calcinada na estufa e na mufla, respectivamente. O efluente permaneceu em
recirculação por duas horas no reator exposto a luz solar. Ao realizar o processo de
biodigestão na presença e na ausência do pré-tratamento, observou-se que a vinhaça in
natura teve 39,83% de DQO removida, e pré-tratada a remoção foi de 77,73%, in
natura a produção de metano teórico foi de 9,84 m3, com a vinhaça pré-tratada a produção
foi de 19,87 m3. A partir dos resultados obtidos conclui-se que o pré-tratamento da
vinhaça é eficiente, aumentando a quantidade de biogás emitida.
Palavras-chave: biodigestão, poa, dqo.
36
ATRIBUTOS QUÍMICOS E MINERAIS DE RESÍDUOS
LIGNOCELULÓSICOS DE ORIGEM URBANA PARA APROVEITAMENTO
ENERGÉTICO
Gabriela Fontes Mayrinck Cupertino 1, Natália Dias de Souza1, Ananias Francisco Dias
Júnior2, Alfredo José dos Santos Junior1, Alison Moreira da Silva2, Aécio Dantas de
Sousa Júnior1, Jéssica Grama Mesquita1, Luis Filipe Cabral Cezario2
1
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2Universidade Federal do Espírito Santo
E-mail: gabriela.mayrinck01@gmail.com
37
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ENERGÉTICO DA TORTA DE MAMONA
PARA A PRODUÇÃO DE BRIQUETES
38
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ENERGÉTICO DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS (*)
Maria Fernanda Felippe Silva1, Nicole Santos da Silva2, João Vítor Felippe Silva3, José
Cláudio Caraschi1, Carlos Manuel Romero Luna1, Cristiane Inácio de Campos1,
Ronaldo da Silva Viana4
1
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus Experimental de
Itapeva, 2ETEC Dr. Demétrio Azevedo Junior, 3Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” - Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 4Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Ciências Agrárias e
Tecnológicas – FCAT – Campus de Dracena
E-mail: mff.silva@unesp.br
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
39
BIOMASSA FLORESTAL COMO COMPONENTE DE UMA ECONOMIA DE
BAIXO CARBONO NA CULTURA DO TABACO (*)
A preocupação ambiental é fato e vem sendo amplamente discutida ao longo dos últimos
anos, visto que o desenvolvimento de uma economia está diretamente ligado a
necessidade de manter as atividades ambientalmente sustentáveis. Assim, na luta para
manter o equilíbrio ambiental, a economia de energia é uma medida importante para
qualquer setor, entre eles o do tabaco, visto que se trata de uma atividade chave para a
economia de pequenas propriedades rurais, tornando-se praticamente a única fonte de
renda dentro da agricultura familiar nos três estados do Sul do Brasil. Nesse contexto, o
objetivo desse trabalho foi analisar a eficiência energética e o consumo de biomassa
florestal do tipo lenha, utilizada como fonte de combustível para a secagem das folhas de
tabaco considerando duas unidades de cura tecnologicamente distintas. Isto posto, foi
possível perceber que a Unidade de cura de Ar forçado, considerada a mais tecnológica,
apresentou os melhores resultados, possuindo a maior eficiência no consumo com 3,14
kg de lenha para 1 kg de tabaco seco, valor este menor do que obtido na Unidade de cura
Convencional, de 4 kg/kg. Também apresentou maior capacidade de secagem (32,38
kg/h), e menor consumo de energia (7.272,59 kJ.kg), tornando-se dessa forma uma
alternativa de baixo carbono para a continuidade da atividade, no sentido de alcançar o
objetivo de redução das emissões de GEE e o aumento da utilização de recursos naturais
renováveis de forma mais eficiente.
Palavras-chave: eficiência energética, economia de baixo carbono, biomassa florestal,
fumicultura.
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
40
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DAS CINZAS DE CALDEIRA DE BIOMASSA
VEGETAL
41
CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DO CAROÇO DE PEQUI PARA USO COMO
ENERGIA TÉRMICA
Bruna Ruri Kobayachi1, Renivaldo José dos Santos1, Carlos Toshiyuki Hiranobe1, Pedro
Henrique Mariano Santos1
1
UNESP - Câmpus Experimental de Rosana
E-mail: brunakobayachi@gmail.com
42
CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LENHA DO EXTRATIVISMO
VEGETAL EM PERNAMBUCO
Juliana Fernandes Ferreira Pádua1, Edvaldo Pereira Santos Júnior1, Anna Manuella
Melo Nunes1, Pedro Augusto Fonseca Lima1, Luiz Moreira Coelho Junior1
1
Universidade Federal da Paraíba
E-mail: julffpadua@gmail.com
43
ENERGY CHARACTERIZATION OF CORN AGROINDUSTRY WASTE IN A
MULTI-ZONE GASIFICATION PROTOTYPE (*)
This research work is framed in the areas of alternative energy, thermodynamics and heat
transfer. Its purpose is to develop a multizone gasifier and characterize the synthesis gas
produced by it, using waste from the corn agroindustry as feed biomass, separating the
combustion and gasification zones. It’s divided into five parts; The first part consists in
the determination of thermo-physical properties of the corn cob. In the second part, the
preliminary design of the multi-zone gasifier is developed. Starting from this preliminary
design, the third part is opened, which consists of performing five simulations in the
Fluent software, varying parameters such as mass air flow, to evaluate the temperature
profile obtained in each simulation, comparing with the temperature required for the
process of gasification in biomass occurs, and in this way numerically validate the
operation of this design. The fourth part consists of the multi-zone gasifier construction
process. Finally, the fifth part consists of four tests obtained from the variation in the
amount of mass present in the gasification zone, which are carried out to verify the correct
functioning of the equipment, as well as the thermo-energy evaluation of the synthesis
gas that occurs in each test. The highest calorific value obtained was 5184.33 kJ/kg for
test #2, which compared to a gas obtained in a Downdraft gasifier for the same biomass,
has an increase of 69.17%. Likewise, a higher mole fraction of methane in the synthesis
gas stands out compared to that produced by other gasifiers.
Palavras-chave: alternative energies, thermo-physical properties, temperature profile,
synthesis gas.
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
44
HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DE CARBOIDRATOS REMANENTES NA
BIOMASSA DA MICROALGA Chlorella Vulgaris (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
45
INSIGHTS SOBRE O USO DA BIOMASSA PARA A COCÇÃO DE
ALIMENTOS E OS EFEITOS SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Álison Moreira da Silva1, Fabíola Martins Delatorre1, Luis Filipe Cabral Cezario1,
Emilly Soares Gomes da Silva1, Jaqueline Rocha de Madeiros1, Mônica Taires
Rodrigues da Silva1, Tales Junior dos Santos1, Ananias Francisco Dias Júnior1
1
Universidade Federal do Espírito Santo
E-mail: fabiolamdelatorre@hotmail.com
Por anos a madeira foi a principal fonte de energia para o homem, e atualmente houve
maior apreço a esta matriz energética. Cerca de um terço da população mundial, ou cerca
de 2,4 bilhões de pessoas, utiliza madeira para fornecer serviços básicos de energia, como
cozinhar, ferver água e aquecer. Entretanto, a emissão de gases pela queima desta
biomassa pode contribuir para que as mudanças climáticas sejam intensificadas. Neste
contexto, o objetivo deste documento é levantar os principais gases emitidos pela queima
da biomassa madeira para cocção de alimentos que possuem potencial para contribuir
com a intensificação das mudanças climáticas, bem como elencar possíveis formas de
mitigar tal comportamento. O estudo foi desenvolvido fundamentado em dados coletados
na literatura especializada da área relacionada. Os dados obtidos foram em seguida
organizados e analisados visando o detalhamento, aplicação e melhor entendimento para
os leitores. A combustão incompleta da madeira no fogão de cozinha tradicional libera
monóxido de carbono (CO), óxido nitroso (N2O), metano (CH4), hidrocarbonetos
aromáticos policíclicos (HAP), partículas compostas de carbono elementar ou carbono
negro e outros compostos orgânicos. Uma das causas da emissão dessas partículas
ultrafinas, que possuem mais potencial de aquecimento global do que o CO2, são as
construções de fogões de cozinha mal planejados, cujos processos de combustão no
interior não sejam ideais, favorecendo a combustão incompleta e ineficiente.
Especialmente preocupantes são as emissões da combustão de madeira de nanopartículas.
Além de afetar a química atmosférica e induzirem as mudanças climáticas, as
nanopartículas podem eventualmente se depositar em solos e corpos de água, causando
contaminação secundária e outros efeitos ambientais. O uso de fogões aprimorados é uma
alternativa que potencialmente reduz emissões de CO2 em 0,45 - 2,45 toneladas ano-1 para
cada domicílio, em comparação com os fogões tradicionais, e em 30% a emissão de vários
outros poluentes igualmente poluidores. Portanto, o uso de fogões limpos e eficientes,
invés de fogões tradicionais, tem o potencial de mitigar os impactos das mudanças
climáticas de curto prazo e, por isso, tornam-se recursos na busca de sustentabilidade e
diminuição na emissão de gases do efeito estufa.
Palavras-chave: efeito estufa, madeira, fogão tradicional.
46
INVESTIGANDO OS RESÍDUOS LIGNOCELULÓSICOS DE ORIGEM
URBANA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA
Gabriela Fontes Mayrinck Cupertino 1, Natália Dias de Souza1, Ananias Francisco Dias
Júnior2, Alfredo José dos Santos Junior1, Alison Moreira da Silva2, Aécio Dantas Sousa
Júnior1, Jéssica Grama Mesquita1, Luis Filipe Cabral Cezario2
1
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2Universidade Federal do Espírito Santo
E-mail: gabriela.mayrinck01@gmail.com
Observa-se que nas últimas cinco décadas houve um grande crescimento populacional no
mundo seguido de um forte processo de urbanização. Quanto aos impactos causados pelas
metrópoles, a geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é considerado um dos mais
sérios. O uso desses resíduos na produção de energia tem sido apontado como uma
alternativa para agregar valor e, ao mesmo tempo, diminuir os impactos causados, uma
vez que a utilização dos mesmos possui grandes vantagens, principalmente pelo caráter
renovável. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi de caracterizar os resíduos
lignocelulósicos provenientes do município do Rio de Janeiro visando direcioná-lo para
geração de energia térmica. O material utilizado para o desenvolvimento da pesquisa
consistia em biomassa proveniente de resíduo de arborização urbana, madeira vinda de
Resíduo de Construção Civil (RCC) e restos de embalagens (pallets e caixotes de madeira
de feira), coletados na estação de transferência da Companhia Municipal de Limpeza
Urbana, localizada no bairro do Caju, município do Rio de Janeiro, RJ. O material ficou
48 horas exposto em um local com temperatura ambiente para regularizar a umidade. Em
seguida, uma parte foi processada no moinho de martelo e moinho de facas e outra
permaneceu no seu estado in natura. Para caracterização energética determinou-se o teor
de umidade, o poder calorífico superior, inferior e útil, a densidade a granel e densidade
energética. A umidade encontrada foi de 12%. Quanto ao poder calorifico, o resultado
encontrado foi de 4581 kcal/kg para o superior, 4264 kcal/kg para o inferior e 4258
kcal/kg para o útil. Em relação a densidade a granel e densidade energética, obteve-se
91,91 kg/m³ e 391352,78 kcal/m³, respectivamente. O material em questão possui
potencial para geração de energia, contudo, é recomendada a realização de análises de
emissões gasosas de compostos tóxicos ao ambiente e a saúde ocupacional.
Palavras-chave: sustentabilidade energética, mudanças climáticas, aproveitamento de
resíduos.
47
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE ESTERCO DE
DIFERENTES ANIMAIS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO
Elves Vieira Carneiro 1, Iasmim Leite dos Santos1, Ismael dos Santos Cabral1, Dara
Maria Silva de Souza1, Isabela Araújo Melo 1, Edna Mendes Fortes1
1
Universidade Federal do Maranhão - Centro de Ciências Agrárias e Ambientais.
E-mail: ismaelcabral0206@gmail.com
48
POTENCIAL ENERGÉTICO DA BIOMASSA RESIDUAL DO PROCESSO DE
EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE MELALEUCA (Melaleuca alternifolia Cheel) (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
49
PROJETO E AVALIAÇÃO TECNOECONÔMICA DE UMA CENTRAL
TÉRMICA BASEADA EM GASEIFICAÇÃO DE 1MWE DE COMBUSTÍVEL
DERIVADO DE RESÍDUOS (RDF) UTILIZANDO DADOS EXPERIMENTAIS
OBTIDOS DE UMA CENTRAL À ESCALA PILOTO
Michael Corredor Marsiglia1, Electo Eduardo Silva Lora1, Rubenildo Veira Andrade1,
Diego Yepes Maya1, Mateus Henrique Rocha1
1
UNIFEI
E-mail: silva.electo52@gmail.com
O Brasil produz anualmente 78,4 milhões de toneladas de resíduos, a maioria dos quais
tem como destinação os aterros sanitários e lixões. Outra alternativa, viável para
conglomerados urbanos com população superior a 1 milhão de habitantes é a incineração,
essa possibilidade está não praticada no Brasil. Para cidades de mediano porte a
gaseificação dos resíduos, uma vez removidos os recicláveis e orgânicos, fração
denominada RDF, é uma alternativa de grande potencial com o uso do gás obtido em
motores de combustão interna. O objetivo deste trabalho é a proposta e
dimensionamento/especificação preliminar de uma usina de geração de energia elétrica a
partir de combustíveis derivados de resíduos (RDF) com capacidade de 1 MWe,
utilizando como ponto de partida os dados obtidos de uma usina piloto de produção de
RDF com capacidade nominal de 500 kg/h e os resultados dos testes experimentais de
gaseificação de briquetes RDF que foram realizados no Grupo de Excelência em Energia
Térmica e Geração Distribuída - laboratórios NEST da Universidade Federal de Itajubá
utilizando o ar como agente de gaseificação. Um modelo Computational Fluid Dynamics
(CFD) foi utilizado como ferramenta para o projeto do reator de gaseificação utilizado na
planta 1MWe, analisando o processo em função da Razão de Equivalência (ER) na faixa
de 0,25 a 0,45, sua relação com a composição do gás de síntese (CO, CH4 e H2) e seu
poder calorífico inferior (LHV). Três cenários econômicos possíveis foram analisados
para determinar a sensibilidade da viabilidade econômica do projeto da usina: variação
do preço de comercialização da eletricidade (0,18 a 0,31 $R/kWh), taxas para disposição
de RSU de acordo com o tamanho do município e taxa de juros na faixa de 5% a 10%.
Concluiu-se que este projeto é viável para pequenos municípios (menos de 100 000
habitantes) porque eles têm o maior VPL (R $ 19.248.536) com um TIR de 23,67%. Isto
pelo fato que suas taxas de disposição são mais altas em comparação com outros casos
estudados.
Palavras-chave: Gaseificação, biomassa, resíduos, energia, briquetes.
50
RENDIMENTO EM CARVÃO VEGETAL DA CASCA DA SEMENTE DE
Araucaria Angustifolia (BERT.)O.KTZE
Danielle Affonso Sampaio 1, Alfredo José dos Santos Junior1, Gabriela Fontes Mayrinck
Cupertino1, Ana Carolina Lindolfo de Oliveira1, Ananias Francisco Dias Júnior2,
Roberto Carlos Costa Lelis1
1
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2Universidade Federal do Espírito Santo
E-mail: danitheu@gmail.com
51
TEMPERATURA DE PIRÓLISE E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUÇÃO DE
BIOCHAR DE CASCA DE Eucalyptus sp.
Alan Vitor Galmacci da Silva1, Ariane Aparecida Felix Pires1, Fabio Minoru Yamaji1
1
Universidade Federal de São Carlos, Depto. de Ciências Ambientais, Sorocaba, Brasil
E-mail: allan.galmacci@gmail.com
52
TORREFAÇÃO DO RESÍDUO DA MANDIOCA PARA FINS ENERGÉTICOS(*)
Marcos Paulo Patta Granado 1, Gabriel Toledo Machado 2, Elias Ricardo Durango
Padilla3, Fábio Minouru Yamaji2, Andrea Cressoni de Conti4
1
UNESP - Universidade Estadual Paulista, 2UFSCAR - Universidade Federal de São
Carlos, Depto. de Ciências Ambientais, Sorocaba, Brasil, 3UNESP - Universidade
Estadual Paulista , 4UNESP - Universidade Estadual Paulista
E-mail: andrea.cressoni@unesp.br
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
53
USO SUSTENTÁVEL DA MADEIRA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA E DE
TERMOELETRICIDADE
Álison Moreira da Silva1, Fabíola Martins Delatorre1, Luis Filipe Cabral Cezario 1,
Gabriela Fontes Mayrinck Cupertino 1, Maria Paula Reggiane Silveira1, Gabriel Zuqui
Passamani1, Thayná Rebonato Oliveira1, Ananias Frascisco Dias Júnior1
1
Universidade Federal do Espírito Santo
E-mail: fabiolamdelatorre@hotmail.com
54
VIABILIDADE ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA
COLHEITA FLORESTAL DE EUCALIPTO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA
Mariana Dianese Alves de Moraes1, Marcelo Dias Paes Ferreira1, Alyne Chaveiro
Santos1, Carlos Roberto Sette Junior1
1
Universidade Federal de Goiás - UFG
E-mail: maridianese@gmail.com
A demanda por energia elétrica no Brasil e no mundo tem crescido juntamente com a
necessidade da utilização de fontes renováveis no setor energético, visando o equilíbrio
econômico e ambiental. A diversificação da matriz energética tem sido priorizada pelo
governo brasileiro através do incentivo ao consumo de biocombustíveis, a geração de
bioenergia e a agregação de valor a biomassa brasileira, buscando a diminuição da
emissão de gases de efeito estufa. Entre as fontes renováveis de energia, a biomassa
florestal é considerada uma das mais promissoras para o país, não apenas no seu uso mais
convencional como lenha e carvão vegetal, mas também através da utilização dos resíduos
gerados nas diversas fases operacionais das indústrias do setor florestal. Resíduos são
gerados desde a colheita florestal até o produto final e grande parte é descartada, causando
o desperdício de um material com alto potencial energético e econômico. Apesar de
existirem vários estudos relacionados ao potencial energético da utilização de resíduos
florestais, poucos são direcionados a análise da viabilidade econômica. Sendo assim, o
presente trabalho teve como objetivo realizar a análise da viabilidade econômica da
utilização de resíduos da colheita florestal de plantios florestais de Eucalyptus sp. para
geração de energia elétrica em usina termelétrica. A análise de viabilidade econômica foi
realizada através da relação entre custos e receitas por meio do fluxo de caixa,
considerando um horizonte de 20 anos e determinou o valor presente líquido de
R$55.126.376,01, a taxa interna de retorno de 26%, o payback simples de 3,88 e a razão
benefício custo de 2,12. Concluiu-se que a utilização de resíduos da colheita florestal para
geração de energia elétrica é viável economicamente, devido especialmente ao baixo
custo de aquisição da biomassa, sendo uma opção de combustível renovável e de baixa
emissão de carbono para o abastecimento de usinas termelétricas brasileiras.
Palavras-chave: economia de baixo carbono, subprodutos florestais, retorno financeiro.
55
EÓLICA
56
A DESCREDIBILIZAÇÃO DAS PEQUENAS TURBINAS EÓLICAS DE EIXO
VERTICAL
57
A IMPORTÂNCIA DA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE POR MEIO DE
PARQUES EÓLICOS NA MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA DE 2013 A 2020
Desde a década de 1970, o desenvolvimento sustentável tem se tornado cada vez mais
presente na agenda internacional. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar,
discutir e trazer respostas para a seguinte questão, qual a importância da geração de
energia elétrica por meio de usinas eólicas na matriz elétrica brasileira, entre 2013 e 2020?
Para responder a esta pergunta, analisamos a geração de energia renovável a partir de
parques eólicos e o consumo de eletricidade no Brasil durante o período de janeiro de
2013 a dezembro de 2020. Os objetivos específicos desta pesquisa são: analisar os dados
públicos; identificar a geração eólica total; identificar a capacidade total de geração
eólica; identificar a participação percentual da capacidade de geração e geração de energia
eólica na matriz elétrica brasileira. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi necessária
uma pesquisa bibliográfica, coleta de dados secundários, tabulação dos dados de geração
e capacidade elétrica por meio de uma análise comparativa entre a energia eólica e a
matriz elétrica brasileira. Com isso, foi possível observar a importância do Brasil para o
desenvolvimento sustentável global e o quanto esse país pode crescer com isso, tendo em
vista sua capacidade e potencial de geração de energia eólica, visto que esse percentual
tem crescido nos últimos anos de forma bastante significativa. Dados numéricos
levantados indicam que, em janeiro de 2013 a fonte de geração eólica registrou um total
de 605,186 MW médios, em junho de 2020 o registro foi de 6.768,092 MW médios,
correspondendo a um crescimento de 1.118%. A geração de energia eólica partiu de uma
representatividade de 1% sobre a matriz elétrica brasileira em janeiro de 2013, para uma
representatividade de 11,50% em junho de 2020.
Palavras-chave: Energia Eólica, Mercado Brasileiro, Matriz Elétrica, Capacidade de
Geração.
Agradecimentos: Agradeço à Deus pela vida, aos meus pais e à Dona Walda, minha
maior incentivadora. Às instituições UTP, UP, UNINTER e Electra Energy.
58
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DAS TURBINAS EÓLICAS
De acordo com o Global Wind Energy Capacity (GWEC), a capacidade energética global
atingiu 432 GW em 2015, devido ao aumento da demanda por turbinas eólicas ao longo
dos anos. Entretanto, é um sistema que apresenta falhas, principalmente vindo da
transmissão, cuja confiabilidade fica comprometida e abaixo do esperado. Por isso, o foco
desse trabalho é apresentar uma revisão de estudo a respeito de alternativas tecnológicas
que possam melhorar a atual transmissão turbina eólica ou até mesmo substituí-la,
visando aumentar a eficiência energética e a confiabilidade da turbina. São apresentadas
três alternativas: Turbofan PW1000, rolamentos magnéticos e a transmissão CVT, usada
em veículos automotivos. Os resultados desse estudo se mostraram surpreendentes: o
Turbofan PW1000 possui custo de quinze vezes mais caro em relação a uma turbina
eólica de 3MW, porém possui eficiência energética de mais de 90%. Os rolamentos
magnéticos apresentaram ter vantagens como permitir altas velocidades, controle de
desalinhamento dos eixos e a facilidade de não utilizar lubrificação, evitando presença de
atrito de tensões de contato. Por fim, o CVT permite acoplamento direto entre rotor e
gerador, possui inúmeras relações de transmissão, além de ser fácil de controlar: isso
garante que o sistema seja flexível e consiga atender às inúmeras variações da velocidade
do vento; todavia, o CVT é limitado no controle de torque e possui altos atritos durante a
transmissão. Conclui-se que o trabalho conseguiu apresentar possibilidades de melhorar
a eficiência das turbinas eólicas, sendo que os rolamentos magnéticos são os mais
favoráveis por terem baixo custo e alta performance na dinâmica do sistema.
Palavras-chave: turbina eólica, eficiência, tecnologia.
59
CONSTRUÇÃO DE MINI TÚNEL DE VENTO PARA TESTES DE TURBINAS
60
INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE TORÇÃO DA PÁ DE UMA TURBINA
EÓLICA DE EIXO HORIZONTAL NA GERAÇÃO DE ENERGIA
61
PLANEJAMENTO ECONÔMICO DE USINAS EÓLICAS A PARTIR DE UM
MODELO DE OTIMIZAÇÃO MULTIOBJETIVO
Giancarlo Aquila1, Pedro Paulo Balestrassi1, Luiz Célio Souza Rocha2, Paulo Rotella
Junior3
1 2
Universidade Federal de Itajubá, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (Campus
Almenara), 3Universidade Federal da Paraíba
E-mail: giancarlo.aquila@yahoo.com
Um dos desafios dos reguladores é orientar a tomada de decisão dos agentes, buscando a
maximização do bem-estar do setor elétrico. Entretanto, esse desafio implica em atingir
os objetivos de diversos stakeholders, como o investidor e o consumidor final de energia.
Neste estudo, tem-se como objetivo propor uma metodologia para auxiliar a configuração
de parques eólicos, compatível com a meta de maximizar do bem-estar do setor elétrico.
Para tanto, são considerados como objetivos de otimização a densidade de energia e o
Valor Presente Líquido, a partir dos inputs caracterizados pelos níveis de potência e preço
de venda de energia. As funções objetivo do problema são modeladas com auxílio da
técnica de planejamento de experimentos denominada Metodologia de Superfície de
Resposta, sendo que em seguida utiliza-se o método de programação multiobjetivo
do Normal Boundary Intersection para realizar a otimização. A metodologia é aplicada
em dois cenários, com parque eólico localizado na cidade de Macau-RN e com a
possibilidade de a linha de aerogeradores que compõe o parque eólico serem da marca A
ou marca B. Por fim, aplica-se a Análise Envoltória de Dados para verificar qual a melhor
dentre a soluções ótimas identificadas para os dois cenários. Os resultados mostram que
a metodologia é capaz de apoiar processos de licitação e programas de certificação de
parques eólicos, atendendo os objetivos de reguladores, investidores e consumidores de
energia elétrica.
Palavras-chave: planejamento energético, usinas eólicas, programação multiobjetivo.
62
FONTES
ALTERNATIVAS
63
ANÁLISE DA COMPLEMENTARIDADE DAS GERAÇÕES INTERMITENTES
NO PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO ELETRO-ENERGÉTICA DA REGIÃO
NORDESTE BRASILEIRA
Violeta Fonseca Lino1, Lorenzo Campos Coiado 1, Alberto Luiz Francato 1, Alexandre
Mattos Peron1
1
UNICAMP
E-mail: violetalino@hotmail.com
64
APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DOS RESÍDUOS PARA PRODUÇÃO DE
BIOGÁS
Leonardo Pereira Lins1, Janine Padilha Botton1, Jessica Yuki de Lima Mito 1, Andréia
Cristina Furtado1
1
Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA
E-mail: linsleo@gmail.com
A busca por um planeta onde os indivíduos possam viver sem as preocupações sobre a
escassez dos recursos naturais é o que todos almejam. Contudo, diante do aumento
significativo da população, a demanda por alimentos e energia também são crescentes,
sendo necessárias grandes áreas para produção de alimentos e isso requer energia. Nas
etapas de produção de cada alimento ou na indústria, a geração de resíduos é inevitável.
Uma forma de usar resíduos para a geração de energia é tratando-os em biodigestores
para a produção de biogás. O biogás, é oriundo de um processo anaeróbico para o
aproveitamento energético em que a produção de energia para o consumo próprio pode
ocorrer in loco, reduzindo assim o consumo energético na produção do bem material. O
aproveitamento energético dos resíduos contribui para um mundo com uma energia mais
acessível, confiável e sustentável, além de cumprir alguns objetivos da Agenda 2030 para
o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas – ONU, sobretudo
aos objetivos: 6 (seis) que trata de assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todos; 7 (sete) que trata de assegurar o acesso confiável,
sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos; 12 (doze) que trata de
assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis e o 13 (treze) que é de tomar
medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
Palavras-chave: digestão anaeróbica, metano, substrato, resíduos industriais.
65
DESENVOLVIMENTO DE BIODIGESTOR DE BAIXO CUSTO PARA
PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS
Grazielli Beno1, Kátia Cristiane Kobus Novaes1, Victor Henrique Tavares Luna2
1
Instituto Federal do Paraná - Campus Assis Chateaubriand, 2Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – Campus Toledo
E-mail: grazielli.bueno@ifpr.edu.br
Nos últimos anos, o discurso em prol da sustentabilidade tem se tornado cada vez mais
evidente, principalmente devido ao aumento da população e de indústrias que utilizam de
maneira indiscriminada os recursos naturais. O Biogás é uma fonte de energia renovável
com alto potencial de combustão que pode ser usado para gerar energia térmica e elétrica
de forma barata, descentralizada e limpa.Os biodigestores podem ser de pequeno porte,
para pequenas propriedades rurais ou até mesmo para residências, ou grande porte, para
setores pecuários de alta produção. Isso permite que praticamente todo produtor tenha
acesso a essa tecnologia e usufrua de suas vantagens ambientais e econômicas. O
desenvolvimento de um biodigestor de pequeno porte e de baixo custo, possibilitando que
pequenos produtores rurais utilizem excretas e materiais orgânicos que seriam
descartados no ambiente para produzir o biogás, que poderá substituir o gás de cozinha.
Com isso, o protótipo foi montado com bombonas de 75 litros isoladas do meio externo
com entradas para o material orgânico, saídas para rejeitos e para o gás que irá ser
produzido e armazenado. Após testes com dejetos de bovinos, observou-se a
possibilidade de substituir o gás utilizado no fogão da cozinha na residência rural apenas
pelo biogás. Por conseguinte, minimizará os impactos ambientais, permitindo a redução
das despesas fixas do orçamento doméstico.
Palavras-chave: biodigestor, biogás, pequeno produtor.
66
ENERGIA DO HIDROGÊNIO NOS MERCADOS DO BRASIL E DA
ALEMANHA: POLÍTICAS DE INCENTIVOS, TECNOLOGIAS E
OPORTUNIDADES DE PARCERIAS
Este estudo busca identificar o potencial da inserção da energia do hidrogênio (H2) nos
mercados do Brasil e da Alemanha, em todas as suas possibilidades de comercialização e
integração nos sistemas existentes, visando o desenvolvimento dos mercados internos e
de exportação. Foi realizada uma análise comparativa das matrizes energéticas e diretrizes
regulatórias dos dois países, sob aspectos conjunturais recentes, como o lançamento de
planos de recuperação econômica, frente ao impacto da pandemia, e o investimento em
tecnologias ambientalmente mais adequadas, em paralelo à transição do novo modelo do
setor elétrico brasileiro, em discussão liderada pelo Ministério de Minas e Energia
(MME). As questões mercadológicas, regulatórias e de inovação influenciam o
estabelecimento global da economia do H2. Diversos laboratórios de pesquisa, como:
Sociedade Fraunhofer, Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Centro de Pesquisas de
Energia Elétrica (CEPEL) podem trabalhar em parcerias com instituições de fomento à
pesquisa, como: AHK , GIZ, DWIH e Aliança Brasil-Alemanha de Hidrogênio Verde,
para estudar a viabilidade dos modelos de negócios internacionais com o H2. Foi realizada
uma revisão das diretrizes regulatórias e uma análise das necessidades energéticas
nacionais. Os resultados do estudo apontam desafios e oportunidades de negócios,
incluindo a proposição de ações de curto, médio e longo prazos, de forma a aproveitar a
alta demanda energética da Alemanha, através da exportação e a formação de clusters do
H2 junto às regiões portuárias, mas também considerando o desenvolvimento interno do
Brasil no fornecimento deste insumo, em vários nichos de consumo e utilidade, tais como:
abastecimento de frota veicular, armazenamento sazonal junto às usinas de geração,
descarbonização de setores industriais e produção de fertilizantes. Tais oportunidades
demonstram ser viáveis e benéficas para ambos os países. Neste âmbito estão grandes
oportunidades de intercâmbio técnico, acadêmico, regulatório e comercial entre Brasil e
Alemanha. Como metodologia, é realizada uma revisão de documentos oficiais, como
planos, rotas e estratégias recentes, da União Europeia e da Alemanha, e de planejamentos
de longo prazo, no Brasil, para organizar as informações relevantes e necessárias à um
plano de ação eficaz para esta parceria, com possibilidades de execução futura com outros
países, de forma geral.
Palavras-chave: Transição Energética, Hidrogênio, Acordos de Cooperação.
67
EVALUATION OF THE ENERGY PERFORMANCE OF A HYBRID
ABSORPTION REFRIGERATION SYSTEM USING ENERGY
PHOTOVOLTAIC SOLAR AND SYNTHESIS GAS OF A GASIFIER
MULTIZONE
Jorge Mario Mendoza Fandiño 1, Taylor de Jesús de La Vega Gonzalez2, Arnold Rafael
Martínez Guarín1, Jesús David Rhenals Julio 2, Juan Felipe Mestra Morgan1
1
UNIVERSIDAD DE CÓRDOBA, 2UNIVERSIDAD DE CÓRODBA
Email: tdelavegagonzalez@correo.unicordoba.edu.co
68
MODELAGEM E ANÁLISE EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING
TIPO BETA
O motor Stirling é uma máquina térmica de combustão externa, portanto podendo operar
com ampla variedade de fontes de calor. Esta característica atribui um caráter renovável
a este dispositivo, pois permite a utilização de fontes renováveis de energia como a
biomassa, a solar ou a geotérmica. Seu princípio de funcionamento se baseia no trabalho
de expansão e compressão de um gás submetido a variações de temperatura. As principais
configurações, segundo a geometria desses motores, são chamadas de Alfa, Beta e Gama.
Este trabalho estudou a modelagem isotérmica, conhecida por teoria de Schmidt e a
modelagem adiabática de Finkelstein para o ciclo de potência dos motores Stirling tipo
Beta. Um protótipo foi construído no intuito de obter resultados experimentais e compará-
los aos teóricos. Entretanto, a dificuldade na construtiva do mecanismo de acionamento
do pistão deslocador inviabilizou a operação do protótipo. Dois problemas foram
identificados: perdas por atrito e estanqueidade. Após o diagnóstico da inviabilidade da
operação pelos problemas acima citados uma análise experimental foi feita para
determinar a potência consumida para o acionamento do protótipo. Os dados da análise
experimental utilizando um motor elétrico de indução para acionar o protótipo a rotação
de 180 rpm demonstraram que seriam necessários 75 W. Comparando a demanda de
potência para acionamento com os dados obtidos pelo modelo adiabático a mesma
rotação, verificou-se a impossibilidade de operação para as condições de tentativa de
operação. De forma adicional os modelos permitiram avaliar as variações da temperatura
do gás nos espaços de expansão e compressão, as massas de ar contidas em cada espaço
em função do ângulo de giro, variação da potência útil com aumento da pressão de
trabalho bem como a influência da variação do volume morto.
Palavras-chave: fontes alternativas, energia renovável, teoria de Schmidt, modelo
adiabático de Finkelstein, máquina térmica.
69
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS COMO FONTE DE ENERGIA RENOVÁVEL
NO BRASIL: PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS (*)
70
RÓTULOS DE PRODUÇÃO DO HIDROGÊNIO (H2), CERTIFICAÇÃO DE
ORIGEM DE ENERGIA RENOVÁVEL E NOVOS ATRIBUTOS
SOCIOAMBIENTAIS
Gustavo Sigal Macedo 1, Jorge Alberto Alcala Vela1, Bruno Carneiro Leão 1
1
Eletrobras
E-mail: gsigal6@gmail.com
71
TECHNOLOGY OPTIONS FOR REDUCING CO2 EMISSIONS IN NATURAL
GAS COMBINED CYCLES
This work aims to compare three strategies for reducing CO 2 emissions from natural gas
combined cycles (NGCC): a) NGCC with post-combustion carbon capture (PCC) plant;
b) NGCC operating with blue hydrogen (bH2) produced via SMR plus carbon capture,
utilization and storage (CCUS) project; c) NGCC operating with a blend of green
hydrogen (gH2) and natural gas. These mitigation strategies were analysed from the point
of view of energy producers under the context of Mexico's clean energy market.
Sensitivity analysis has been carried out varying fuel and clean energy certificate (CEC)
prices. Results show that to meet the carbon emission factor mandatory by the law, fuels
with high H2 content are required. In general, the incorporation of a PCC plant offers
better economic performance than the other carbon mitigation alternatives studied.
Although gH2, at current fuel prices, utilisation in NGCC is more expensive than
installing a PCC facility, it can be competitive in a scenario of high prices of imported
natural gas ($9/MMBTU) and very low renewable electricity prices ($20/MWh).
Palavras-chave: green hydrogren, blue hydrogen, carbon capture, hydrogen powered gas
turbines.
Agradecimentos: Pablo René Díaz-Herrera would like to thank the Mexican National
Council for Science and Technology (CONACyT) for the scholarship provided.
72
VINHAÇA DE CANA-DE-AÇÚCAR: ANÁLISE DO SEU USO COMO
COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
73
GERAÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E
CONTROLE
74
O AUMENTO DE CONSUMIDORES GERADORES E
COMERCIALIZADORAS DE ENERGIA NO MERCADO LIVRE BRASILEIRO
DE ELETRICIDADE DE 2013 A 2020
75
UMA REVISÃO DE CONVERSORES CC-CC EM SISTEMAS COM FONTES
ALTERNATIVAS DE ENERGIA
Mauricio Taconelli1
1
Universidade Federal de São Carlos
E-mail: mauriciotaconelli@gmail.com
76
HÍDRICA
77
THE POTENTIAL ENVIRONMENTAL REPERCUSSIONS OF
HYDROELECTRICITY: A CONTRIBUTION BASED ON LIFE CYCLE
ASSESSMENT OF ECUADORIAN HYDROPOWER PLANTS (*)
The share of world energy consumption for electricity generation by source is primarily
based on coal and natural gas. Within the last few years, state and local governments have
implemented policies and programs to promote the growth of renewable energy shares.
In Ecuador, as in other countries with high hydropower potential, the contribution of
hydroelectricity is rapidly increasing without regarding long-term potential
environmental impacts of power plants. This cradle-to-grave Life-cycle Assessment
(LCA) studied the hotspots and potential environmental impacts of hydroelectricity
generation of Ecuador, throughout the analysis of two representative plants of Ecuador:
Agoyan (run-of-river type) and Paute-Molino (storage type), with 156 MW and 1075 MW
of effective capacity. The Life-cycle Inventory (LCI) identified the different stages of
hydroelectricity generation and gathered a database on resource inputs and waste outputs
related to each stage during 50 years of operation, with 1 kWh as a functional unit. The
construction stage is the leading contributor to the global impact as a result of high energy
and raw material consumption, mostly, in the dam construction, hotspot of both systems.
The Life-cycle Impact Assessment (LCIA) quantified the potential environmental impact
conforming with the CML 2000 midpoint impact categories, including Abiotic Depletion
potential (ADP_e), Global Warming potential (GWP), and Acidification Potential (AP).
Hydroelectricity generation in small plants can produce more impacts than large-scale
plants conforming to most of the CML categories; which suggests that, in countries with
similar hydropower potential, constructing fewer large-scale plants can reduce the global
environmental impact. The methodology proposed in this paper serves as a means for
predicting potential environmental impacts of renewable energy systems.
Palavras-chave: Environmental impacts, hydroelectricity, Life Cycle Assessment,
renewable energy.
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
78
NUCLEAR
79
O IMPACTO DAS CIDADES NO USO DA ENERGIA NUCLEAR - UMA
ABORDAGEM ATRAVÉS DO PROJETO DE ARQUITETURA
80
POLÍTICA E
SEGURANÇA
ENERGÉTICA
81
A INFLUÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PROGRESSO DA
GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA E DIVERSIFICAÇÃO DA MATRIZ
ENERGÉTICA BRASILEIRA (*)
No atual cenário brasileiro é possível ver com clareza a importância de políticas públicas
para a promoção das energias renováveis. As políticas existentes ainda não são eficazes
para que a geração de energia limpa, incluindo a energia solar fotovoltaica, atinja o seu
potencial. De forma geral, o estímulo da produção de energia solar fotovoltaica possui
grandes vantagens pois existe um extenso território com elevados índices da irradiação e
alto potencial de geração de energia elétrica. Além disso, a diversificação da matriz
elétrica é essencial para uma boa gestão desse setor, garantindo a oferta de energia para
atender a demanda, segurança e eficiência energética. Como inspiração pode-se citar a
China e Alemanha, países que tiveram grandes avanços na matriz energética nos últimos
anos devido a suas políticas públicas de incentivo a geração de energia renovável.
Ademais, a energia solar fotovoltaica é a que mais gera empregos por megawatt, sendo
essencial para o desenvolvimento econômico do país. Através de uma pesquisa
bibliográfica, o presente trabalho buscou avaliar as políticas públicas existentes no Brasil,
bem como na China e Alemanha, a fim de entender os seus impactos no desenvolvimento
da energia solar fotovoltaica. Dessa forma, percebeu-se a necessidade de um melhor
planejamento governamental para que o potencial de geração solar brasileiro seja
alcançado.
Palavras-chave: políticas públicas, energia renovável, energia solar fotovoltaica.
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
82
ANÁLISE DAS AÇÕES DE GESTÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DO SETOR INDUSTRIAL DA SUB-REGIÃO NORTE DA
REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO – RMSP
83
ANÁLISE DAS INICIATIVAS DE GESTÃO DE ENERGIA E EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DO SETOR PÚBLICO DA REGIÃO DE FRANCO DA ROCHA-
SP
Esse estudo teve como objetivo avaliar as medidas de Gestão de Energia e Eficiência
Energética (GEEE) desenvolvidas pela esfera pública da região de Franco da Rocha
(constituída por outros quatro municípios - Caieiras, Cajamar, Francisco Morato e
Mairiporã), seja nas atividades inerentes aos serviços prestados à população bem como
no estabelecimento de parcerias com o setor privado. Para isso, foi feito um levantamento
de dados junto a Secretaria de Energia do Estado de São Paulo, considerando o consumo
energético desses municípios no período dos últimos cinco anos. Além disso, a pesquisa
bibliográfica (outra técnica empregada) ajudou a estabelecer um perfil energético da
região e a avaliar se há ações já executadas ou não para tornar a utilização de energéticos
mais racional, seja por respeito à adoção pelo Estado brasileiro por práticas de GEEE,
seja por preocupações orçamentárias e/ou de responsabilidade fiscal. Esse trabalho
constatou ações desde a simples adequação de equipamentos de iluminação a serem
instalados em edificações públicas em construção ou em obras, bem como a parceria entre
ente público e concessionária de energia elétrica para a realização de um diagnóstico
energético com proposição de ações iniciais para reduzir o gasto com energia elétrica sem
que se reduzisse o nível de atividade em escolas e outros prédios voltados ao serviço
público. Como cada sub-região da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) conta
com um conselho para cooperação e desenvolvimento, objetiva-se futuramente, que esse
estudo ajude os gestores públicos integrantes desse conselho a tornar a busca por uso mais
eficiente dos energéticos comum aos cinco municípios.
Palavras-chave: consumo; eficiência energética; diagnóstico.
84
AS QUESTÕES COMPLEXAS DA ENERGIA EM UMA PERSPECTIVA DE
COMPARAÇÃO MUNDIAL
O século XXI revela uma clara integração das sociedades globais. Assim, conduz para a
importância categórica das questões energéticas e, torna essencial neste assunto o
envolvimento da política ambiental, política externa e política de concorrência. Foi
objetivo deste trabalho investigar as multifaces da temática energética: a ambiental, a
social e econômica. Foram conduzidos estudos numa perspectiva de algumas
comparações mundiais da questão. Na economia, a concorrência e mercados de demanda
de energia, são pauta internacional de atenção. Ao fator ambiente associam-se dados da
produção de energia, eficiência energética e o desenvolvimento de novas fontes
renováveis e não poluidoras. Na Europa a política de energia ganhou importância desde
o Tratado de Lisboa, em 2007. Foi encontrado que a estrutura da energia elétrica é
altamente diferente entre os países europeus, sendo utilizadas variadas fontes. O Reino
Unido e a Suécia, foram os primeiros a reformar o setor elétrico com liberalização e
desregulação. O Eurostat 2017, indica que a eletricidade a partir de energia nuclear é 77%
na França, mas inexistente na Áustria e Portugal; na Suíça e na Noruega, as hidrelétricas
são maioritárias. A Inglaterra terá em 2019, mais energia elétrica de fontes renováveis
(solar, eólica e hídrica) do que derivada de petróleo. Nas Américas, os países também têm
padrões e graus de desenvolvimento energético bastante distintos. A participação em
2017 do petróleo na demanda de energia dos países da América Latina diminuiu de 42%
para 35%; houve incremento da participação do gás natural, de 26% para 32%; a
hidroenergia passou de 9% para 15%; os biocombustíveis, de 1% para 3%. A América
Latina e o Caribe respondem por cerca de 13% da produção mundial de petróleo, e 9%
da produção de gás-natural. No Deserto do Atacama, Chile, há as melhores condições
para a geração fotovoltaica. Em 2017, a participação de energias renováveis no Brasil
manteve-se entre as mais elevadas do planeta. Foram observadas situações comuns pelo
mundo, reconhecendo que políticas públicas eficientes de energia e ambiente não são
ameaça à economia dos países; contribuem no aumento da competitividade econômica,
no desenvolvimento dos recursos internos, gera empregos e especialmente, prepara o
futuro.
Palavras-chave: sustentabilidade energética; políticas de energia; eficiência energética.
85
MOTORES MAIS EFICIENTES E SUSTENTÁVEIS: ESTUDO DE CASO EM
UMA INDÚSTRIA DE CIMENTO VISANDO A SUA GESTÃO ENERGÉTICA(*)
Maria Thereza de Moraes Gomes Rosa1, Lara Caroline Ramos1, Felipe Silveira
Stopiglia1, Míriam Tvrzská de Gouvêa2, Daniela Helena Pelegrine Guimarães3
1
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Centro de Ciência e Tecnologia, 2Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Escola de Engenharia, 3Universidade de São Paulo, Escola de
Engenharia de Lorena
E-mail: gomes.mtms@gmail.com
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
86
RESÍDUOS E
IMPACTOS
AMBIENTAIS
87
AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE BIOPLÁSTICO COMERCIAL POLI (Β-
HIDROXIBUTIRATO) (PHB) ATRAVÉS DE BIODIGESTÃO ANAERÓBIA EM
DIFERENTES RAZÕES INÓCULO/SUBSTRATO (*)
A crescente preocupação com o meio ambiente nas últimas décadas vem mobilizando
vários pesquisadores pelo mundo a buscar soluções para os problemas causados pela ação
humana. Um ponto bastante impactante é a elevada quantidade de embalagens plásticas
provenientes do petróleo que são descartados de forma irregular. A utilização de
polímeros biodegradáveis provenientes de fontes renováveis vem ganhando destaque pela
possibilidade de substituir grande parcela dos polímeros de fontes fósseis. Desta forma,
o presente trabalho visou conduzir o processo de degradação do polímero PHB através de
biodigestão anaeróbia em reatores com operação em batelada. Tal processo foi realizado
em reatores com volume total de 500 ml e volume útil de 400 ml. Foram utilizadas
diferentes razões inóculo/substrato (0,00034; 0,00056; 0,00068; 0,0009 e 0,001 em base
de sólidos voláteis) com objetivo de avaliar o comportamento de degradação do
biopolímero com aumento de sólidos no reator. As variáveis de interesse foram o
potencial hidrogeniônico (pH), sólidos totais (ST), sólidos totais voláteis (STV), acidez
volátil (AV), alcalinidade total (AT). Com os resultados obtidos pode-se chegar à
conclusão que as melhores razões para a biodegradação do PHB foram as 0,00056 e
0,00068 que atingiram remoção de ST e STV acima de 40 e 50 %.
Palavras-chave: biodigestão, biopolímero, embalagens, PHB.
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
88
CONFORTO TÉRMICO EM CASAS DE MADEIRA: O USO DE EMBALAGEM
CARTONADA MULTICAMADA (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
89
GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA EM CIMENTEIRAS: UM ESTUDO
EXPLORATÓRIO NO BRASIL COM BASE NA AVALIAÇÃO DO CICLO DE
VIDA DO PROCESSO DE COGERAÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
90
SOLAR
91
CONCENTRAÇÃO SOLAR: A DESSALINIZAÇÃO NO AGRONEGÓCIO DO
SEMIÁRIDO BRASILEIRO
Ana Carolina de Santana Moura1, Rivaldo Matheus Nunes Pereira1, Joelinton Tadeu da
Silva Filho1, Alana Kelly Xavier Santos2, Leonardo Faustino Lacerda de Souza2,
Ramon de Lima Vila Nova3
1
Universidade Federal de Alagoas, 2Universidade Federal de Campina Grande,
3
Universidade Federal de Pernambuco
E-mail: anacarolinasantana.eng@gmail.com
Este trabalho apresenta um projeto de dessalinização por uso de Calhas Parabólicas (PTC)
e aproveitamento dos sais advindos do processo de destilação voltados para o
agronegócio. Essa proposta é focada em solucionar partes das adversidades do Semiárido
Alagoano, que sofre com a escassez de recursos hídricos, trazendo problemas
econômicos. O sertão nordestino tem como característica principal dos poços artesianos,
a água salobra, ou seja, imprópria para o consumo, pois possui sabor desagradável e causa
doenças. Esse equipamento purifica a água salina transformando-a em potável através de
energia térmica gerada pelo PTC. A calha parabólica concentra os raios solares em um
tubo absorvedor, que por processo de transferência de calor, o fluido que está no interior
do tubo sofre aquecimento por condução e convecção térmica. Após esse procedimento
o fluido circula para o trocador de calor que está na parte interna da bacia do
dessalinizador, onde o resíduo e a água irão se separar por destilação. A água pode circular
por efeito termossifão ou por circulação forçada, aquecendo a água da bacia do
dessalinizador, que se condensa, escorrendo para um reservatório. Os resíduos no fundo
da bacia do dessalinizador podem ser muitos úteis se aproveitados para fins de
agropecuária. Estudos teóricos já mostram que a eficiência do mesmo pode ser superior
a dessalinizadores convencionais, por ser de fácil manutenção e baixo impacto ambiental,
o que torna esse tipo de sistema vantajoso em termos de produtividade. Para o caso do
fluxo ser de circulação forçada, pode-se instalar energia fotovoltaica para obter
eletricidade para alimentar a bomba. Em termos de praticidade, pesquisas bibliográficas
comprovam que sistemas automatizados são mais eficientes que sistemas de operação
manual, pois o rastreador ajusta a Calha à posição do sol durante o dia, ou até mesmo em
condições ambientais adversas, esse conjunto irá aumentar a eficácia de todo o processo.
Todo esse componente traz várias linhas de sustentabilidade, mas as principais são a
ambiental e a social, onde serão desenvolvidas tecnologias para o aproveitamento total
do sistema: a dessalinização, a produção animal, a nutrição animal, o cultivo de plantas e
o retorno econômico.
Palavras-chave: energia solar, transferência de calor, Nordeste.
92
CRESCIMENTO DE UNIDADES CONSUMIDORAS COM GERAÇÃO
FOTOVOLTAICA CONECTADA Á REDE ELÉTRICA NA REGIÃO NORTE
DE MATO GROSSO
93
ESTUDO COMPARATIVO DE TÉCNICAS DE RASTREAMENTO DO PONTO
DE MÁXIMA POTÊNCIA EM ARRANJOS FOTOVOLTAICOS (*)
Davi Carvalho Moreira1, Alexandre de Souza Brasil1, Marcus Vinicius Alves Nunes1
1
Universidade Federal do Pará
E-mail: davicarvalhomoreira@hotmail.com.br
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
94
ESTUDO TEÓRICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS SOLARES
FOTOVOLTAICOS
95
FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA PARA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS
96
MICROGERAÇÃO DE ENERGIA DISTRIBUÍDA: ANÁLISE DE
DESEMPENHO DE MINIUSINA FOTOVOLTAICA
Nos últimos anos a tecnologia para geração de energia elétrica através de painéis
fotovoltaicos (FV) tem se mostrado mais eficiente e barata. Desde o início do século XXI
observamos um aumento nos preços dos combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, novos
conhecimentos na ciência dos materiais e outros avanços tecnológicos são aplicados na
produção dos painéis e das células fotovoltaicas, causando assim uma queda no preço.
No Brasil com edição da Resolução ANEEL 482/2012 atualizada pela 687/2015, passou
a permitir que o consumidor gere a sua própria energia, ainda que parcialmente e em
períodos de geração e consumo diferentes a partir de micro e minissistemas de energia
renovável. Isso aqueceu o mercado de venda, instalação e manutenção destes
equipamentos. Atraindo mais empresas para este mercado em ascensão. Para o
dimensionamento e o orçamento de sistemas fotovoltaicos são considerados a posição
geográfica, a insolação, o histórico de consumo, assim como uma taxa de desconto anual
para o cálculo do payback. No presente trabalho, os dados inicialmente estimados para
atribuir a viabilidade econômica foram confrontados com os valores fornecidos pelo
sistema de gerenciamento de uma mini usina fotovoltaica de 77,5 kWp instalada em uma
IES na região metropolitana de Sorocaba. Os dados utilizados são relativos ao estudo
preliminar com um ano de monitoramento. A proposta do fornecedor “A” estimou uma
produção média mensal de 8.252 kWh/mês e uma produção anual de 99.024 kWh/ano, já
o fornecedor “B” estimou uma produção média mensal de 8.876 kWh/mês e uma
produção anual de 106.512 kWh/ano. A geração FV foi monitorada na saída dos
inversores. Sendo que a média anual dos valores mensais monitorados ficou bem próxima
dos valores inicialmente estimados nas propostas comerciais. Como resultado, a geração
de energia a partir de FV mostra-se benéfica ao meio ambiente e uma alternativa
econômica viável.
Palavras-chave: fotovoltaica, eficiência energética, energia, energias renováveis.
97
TÉCNICAS DE MODULAÇÃO PARA REDUÇÃO DA TENSÃO DE MODO
COMUM EM SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE
José Ramon Nunes Ferreira1, Alberto Soto Lock1, Ewerton Brasil da Silva Queiroz1,
Francisco Carlos Leite Brasil1
1
Universidade Federal da Paraíba
E-mail: joseramonnunes@gmail.com
Agradecimentos: Ao Professor Dr. Alberto Soto Lock pelo grande apoio, dedicação e
orientação na pesquisa em desenvolvimento.
98
USO DE REDES NEURAIS ARTIFICIAIS PARA PREVISÃO DE GHI (*)
(*)
Trabalho selecionado para a Edição Especial II ConER na Revista Virtual de Química.
99
TRABALHOS
COMPLETOS
100
BIOCOMBUSTÍVEIS
101
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE METODOLOGIAS MULTICRITÉRIOS
PARA A TOMADA DE DECISÕES DURANTE A SELEÇÃO DOS TIPOS DE
BIOMASSA MAIS VIÁVEIS PARA PROJETOS DE BIOENERGIA: ESTUDO
DE CASO ESTADO DE MINAS GERAIS
Fernando Bruno Dovichi Filho 1, Electo Eduardo Silva Lora1, José Carlos Escobar
Palacio1, Quelbis Román Quintero Bertel2
1
UNIFEI, 2Universidad Autónoma de Colombia
E-mail: silva.electo52@gmail.com
102
MULTICRITERIA AHP METHODOLOGY FOR DECISION MAKING
DURING SELECTION OF THE MOST
VIABLE TYPES OF BIOMASS FOR BIOENERGY PROJECTS: CASE STUDY
STATE OF MINAS GERAIS
Abstract: In view of the immediate need to reduce the emission of greenhouse gases,
sources of clean energy, such as bioenergy, have been considered. Therefore,
multicriteria decision-making methods (MCDM) are becoming popular in solving energy
system optimization problems. This research aims to define the most viable types of
biomass for electricity generation, using a multicriteria decision making approach
(MCDM). A table of criteria has been developed to be considered during the evaluation.
As a result, a scale of the types of biomass available was obtained, taking into account
their viability. To determine the weight of the criteria, an integration with the analytical
hierarchy process (AHP) was performed. In conjunction with a GIS-MCDA approach,
different micro-regions were assessed considering their respective biomass resources.
The results showed that of the 66 microregions investigated, the corn crop was the one
with the highest priority in the microregions (46), followed by the sugarcane culture (16)
and the coffee culture (4). The cultivation of soy did not appear as a priority in any micro-
region. The conclusions of this study provide useful information to decision makers,
during the selection of the most viable biomasses among those available, and allow to
subsidize the definition of the generation technologies and the regions with the greatest
technical and economic potential for the generation of electricity from biomass , serving
as a reference for energy policy and for the purposes of sustainability of the electricity
generation matrix in Minas Gerais. The multicriteria method proved to be functional and
applicable to the decision-making process for selecting biomasses for electricity
generation projects.
Keywords: Biomass, Multicriteria Decision Making (MCDM), GIS Geographic
Information System, Analytical Hierarchy Process (AHP) and Bioenergy.
1. INTRODUÇÃO
O cenário mundial apresenta uma tendência progressiva nas emissões de gases de
efeito estufa (GEE) entre 1990 a 2017 representando um aumento de 65% nas emissões
de dióxido de carbono (CO2) no mesmo período (OLIVIER, 2019). Verifica-se, neste
cenário, que o setor de energia elétrica é responsável pela maior proporção das emissões
de CO2 no mundo (IEA, 2011).
Contudo, mesmo que se tenha uma diversidade da concepção e argumentações
que permeiam à sustentabilidade energética, a base energética global ainda é bastante
dependente dos combustíveis fósseis (SEEG, 2018).
Neste contexto, percebe-se a adesão ao redor do mundo, de modo geral, por fontes
de energia renováveis, devido às preocupações correlacionadas à confiança e segurança
do abastecimento global de energia. Gera-se, portanto, uma relevância mundial na
investigação por novas tecnologias para a utilização de biomassa residual como fonte de
energia renovável (EPE, 2018). Assim sendo, como fonte de energia neutra em CO 2 e
renovável, a biomassa atrai a comunidade de pesquisa há décadas (AMIN et al, 2016).
103
Os operadores do sistema elétrico procuram manter o equilíbrio e a confiabilidade
do sistema pelo constante gerenciamento da demanda com a geração de energia de
diferentes fontes, sendo necessário considerar fontes de energia alternativas, não
intermitentes, econômicas e limpas, tais como a bioenergia (ADAMS, 2017).
A biomassa é considerada uma fonte de energia ininterrupta, portanto muito
importante para a geração de eletricidade (ALAKANGAS, 2015; ASHTER, 2018). O
Brasil dispõe de uma grande variedade de biomassas (TOLMASQUIM, 2016), no
entanto, no Estado de Minas Gerais, no escopo desta pesquisa, pode-se considerar
especificamente a biomassa residual de origem florestal e da agricultura, sendo elas: cana
de açúcar, arroz (em casca), café (em grão), milho (em grão), soja (em grão), eucalipto,
pinus, carvão vegetal, lenha, madeira em tora.
Portanto, o objetivo desta pesquisa é analisar a diversidade de resíduos de
biomassas disponíveis no estado de Minas Gerais utilizando o método de análise de
hierarquia analítica (AHP).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste trabalho, foram feitas pesquisas em artigos científicos nacionais e
internacionais com a investigação e levantamento e verificação de dados reproduzidos
para o setor energético. O plano estratégico para a presente pesquisa foi concebido pelas
seguintes fases: 1) Estimação da produção de biomassa residual das principais culturas
de Minas Gerais mediante pesquisa da literatura técnica e científica, 2) Análise das
biomassas residuais disponíveis em Minas Gerais para bioenergia mediante a aplicação
do método multicritério Hierarquia Analítica (AHP) de análise decisória, devido à grande
disponibilidade de matéria-prima para produzir energia a partir de biomassa e à
disponibilidade de dados geográficos para alimentar o estudo.
1
A produção de milho em Minas Gerai ocupa a quinta posição no ranking nacional com expressiva área
plantada da cultura com destaque para o município de Uberaba com 51.000 de hectares plantadas
correspondendo a cerca de 4% do estado[11]
104
na Região Sudeste, sendo responsável por 4,43% do cultivo de soja no Brasil, o que
corresponde a 1.472.224 ha de área plantada (ATLAS, 2017).
Para o eucalipto, no ano de 2015, o total de áreas plantadas foi de 5,6 milhões de
hectares.
Logo, nos últimos cinco anos, o crescimento da área de eucalipto no Brasil foi de
2,8% a.a (IBÁ, 2016).
Para a cana-de-açúcar, verifica-se alta disponibilidade em nível nacional, porém,
mesmo que esta cultura gera alto consumo de energia, ela concebe três resíduos sólidos
diferentes produzidos a partir de seu processamento: palha (durante a agricultura), bagaço
e torta de filtro (no processamento de etanol). Atualmente, a principal fonte de
agroeletricidade no Brasil é o bagaço de cana (capacidade operacional de 9,4 GW)
(CONAB, 2020).
105
Onde:
RPj: potencial de resíduos agrícolas (GWh/ano);
Ai: área agrícola da cultura i (ha/ano);
Pi: produtividade da safra i (tonelada/ha);
RPRj,i: resíduo da razão j/produto i;
ESRj: taxa de remoção ambientalmente sustentável de resíduos j (%);
ARj: taxa de disponibilidade do resíduo j (%);
LHVj: Poder Calorífico Inferior do resíduo j (MJ/kg);
: eficiência energética da conversão da biomassa autônoma Rankine usina (18% LHV).
106
Tabela 1 –Resultados do modelo AHP para seleção de culturas em cada microrregião
PIB
Potência
RPj Demanda Per
Código Microrregião Cultura Instada Resultado Seleção
GWh/ano (GW) Capita
(GW)
(R$)
cana-de-
31001 Unaí açúcar 46,41 1000 236 24,56 73,41% NÃO
31001 Unaí café 0,85 1000 236 24,56 61,15% NÃO
31001 Unaí soja 121,76 1000 236 24,56 93,68% NÃO
31001 Unaí milho 145,23 1000 236 24,56 100,00% SIM
cana-de-
31002 Paracatu açúcar 100,50 211200 0 25,60 79,06% NÃO
31002 Paracatu café 1,42 211200 0 25,60 46,30% NÃO
... ... ... ... ... ... ... ... ...
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
Quanto à definição dos pesos para cada critério, utilizou-se a escala fundamental
elaborado por Saaty (SAATY, 1980), conforme Tabela 2.
107
de alternativas em relação a um conjunto de critérios 2) Correlação binária, quando dois
componentes são comparados fundamentados em uma propriedade, logo, faz-se uma
comparação binária, na qual um componente é preferível ou indiferente ao outro 3) Escala
Fundamental: a cada componente gera-se um valor de prioridade sobre outro componente
em uma escala numérica. Após a coleta e transformação dos dados, conforme as fases do
método AHP, os produtos geram às matrizes com as comparações por números pares e
entre os critérios de avaliação, assim como sua consistência. Deste modo, foi concebida
a matriz de pesos A1, conforme Figura 1.
Após a definição dos pesos, foi realizada a verificação de sua consistência, através
do cálculo do Consistency Index (CI) que apresentou o valor 0,0145 e do Consistency
Ratio (CR) que apresentou o valor 0,0162. Segundo Saaty, o cálculo do CR é realizado
através da razão entre o CI e um Random Index (RI), sendo os pesos adequados quando
o CR apresentar valor inferior a 0,1. O valor de RI é definido a partir do Tabela 3, de
acordo com a quantidade de critérios utilizados no método AHP. Conforme os critérios
de eficiência do AHP, um Índice de Consistência (IC) (1) e uma Relação de Consistência
(RC) (2) são incorporados à análise (SAATY, 1980).
𝜆𝑚𝑎𝑥 −1 𝐶𝐼
𝐶𝐼 = e 𝐶𝑅 = (1) e (2)
𝑛−1 𝑅𝐼
RI 0,52 0,89 1,11 1,25 1,35 1,4 1,45 1,49 1,51 1,54 1,56 1,57 1,58
Fonte:(SAATY, 1980)
Verificado que os pesos foram os pesos foram definidos corretamente para sua
aplicação, utilizando a matriz de pesos A1, o Método AHP calcula resultados parciais do
conjunto A dentro de cada critério vi(Aj), j = 1, ..., n, denominado valor de impacto da
alternativa j em relação à alternativa i, em que esses resultados representam valores
numéricos das atribuições dadas pelo decisor a cada comparação de alternativas (COSTA,
2008).Dessa forma, determina-se uma ordenação global das alternativas por intermédio
de uma função global de valor.
108
A síntese do modelo AHP foi realizada no software QGIS. Foram utilizados os
arquivos do tipo shapefile contendo as 66 microrregiões do estado de MG. Para cada
microrregião foi associada a tabela 4 contendo os dados relativos às quatro alternativas
de cultura (Milho, Soja, Café e Cana de Açúcar).
Desta forma, utilizando a calculadora do QGIS, foi realizado o cálculo das
prioridades gerais para cada microrregião. Desta forma, o software estabeleceu, para cada
microrregião as prioridades de cada alternativa de cultura, com valores que variam de 0
a 1.
Como resultado, foi selecionada para cada microrregião, a cultura que apresentou
maior prioridade, resultando na Tabela 4 e na Figura 1, apresentados a seguir na seção de
resultados e discussão.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
109
Figura 2: Cultura selecionada para cada microrregião
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ADAMS, Paul et al. Biomass Conversion Technologies. Report to NNFCC. [S.l.]: Elsevier
Inc., 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/B978-0-08-101036-5.00008-2>.
ALAKANGAS, Eija. Biomass and agricultural residues for energy generation. [S.l.]: Elsevier
Ltd, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/B978-1-78242-378- 2.00003-1>.
Acessado em 8 jun. 2020
110
AMIN, A; GADALLAH, A; EL MORSI, N; EL-IBIARI, G. EL-DIWANI, H. Experimental
and empirical study of the effect of mixing diesel and biodiesel with castor oil on kinematic
viscosity, density and calorific value. Egito J Pet , 25 ( 2016 ) , pp. 509 – 514
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica - Participação das fontes na matriz de energia
elétrica do Brasil 2016-. Disponível em http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf.
Acessado em 8 jun. 2020.
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dos Reis (Org.) Editora Rosa Gráfica Belo Horizonte. 2017
CAMPOLINA AG, DE SOÁREZ PC, DO AMARAL FV, ABE JM. Análise de decisão
multicritério para alocação de recursos e avaliação de tecnologias em saúde: Tão longe e tão
perto? Cad Saude Publica 2017;33:1–15. https://doi.org/10.1590/0102311X00045517.
COSTA, J.F.S. et al. Utilização do método de análise hierárquica (AHP) para a escolha da
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Janeiro. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP, 2008
EPE - Empresa de Pesquisa Energética - Balanço Energético Nacional 2018. Disponível em:
<http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-adosabertos/publicacoes/balancoenergeticonacional-
2018>. Acesso em: 8 jun. 2020.
IBÁ- Indústria Brasileira de Árvores. 2016. IBÁ Members Companies. Disponível em:
IBGE. Tabela 1612 - Quantidade produzida da lavoura temporária e Tabela 1613 - Quantidade
produzida da lavoura permanente. 2018, Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas>. Acesso em: 12 de Mar. 2020.
111
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edition- Paris: OECD/IEA, 2011a. 164p Disponível em:
https://www.iea.org/publications/free_new_Desc.asp?PUBS_Acesso em: 8 jun. 2020.
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decision making (MCDM) towards sustainable renewable energy development. Renew Sustain
Energy Rev 2017;69:596–609. https://doi.org/10.1016/j.rser.2016.11.191.
OLIVIER, J.G.J; PETERS, J.A.H.W. Trends In Global Co2 And Total Greenhouse Gas
Emissions. PBL. Netherlands Environmental Assessment Agency. 2019
SAATY, T.L. The Analytic Hierarchy Process. New York: McGraw – Hill, 1980.
SEEG - Emissões dos Setores de Energia- Processos Industriais e Uso de Produtos. 2018.
Documento de Análise Período 1970-2016. Observatório do Clima - IEMA, Instituto de
Energia e Meio Ambiente. 2018
112
CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS DO TECIDO LESIONADO POR
CANCRO NO TRONCO DE MOGNO AFRICANO
113
ENERGY CHARACTERISTICS OF CANCER INJURED TISSUE IN AFRICAN
MAHOGANY STEM
ABSTRACT: The constant demand that the society for quality wood associated with the
concern with the exploitation of native forests promotes the emergence of alternative
species such as African Mahogany (Khaya spp.). The arrival of the dams starting a
production cycle and the cultivation of this species, resulting in an increase in the
occurrence of pests and diseases, such as cancer, associated with the presence of the
fungus Lasiodiplodia theobramae, which manifests itself in the form of prominent lesions
on the bark. Most of the lesions are longitudinal cracks that exude resin, destroying
surfaces of the trunk, causing swelling and cracking of the shells. As part of the action
and management of cancer, they are calculated methods such as scraping the injured
tissue in the trunk, generating a large amount of material (“bark + resin + fungus”) and
can be used for energy purposes. In this sense, the work aims to study the energetic
characteristics of the injured tissue during a scraping of Cancer from African Mahogany
trees. Tissue samples were collected from the trunk of plantation trees located in Goias,
Brasil, and in the crushed and ground sequence. The results indicated a bulk density of
300 kg m-3, ash content, fixed carbon and volatile matters of 2.6; 6.6 and 90.8%,
respectively, with higher heating value of 7.323 kcal kg -1. The preliminary results showed
the potential of injured tissue taken from the trunk of African mahogany trees as part of
combating cancer, for energy purposes.
Keywords: Forest waste, bioenergy, Khaya spp.
1. INTRODUÇÃO
A constante demanda da sociedade por madeira de qualidade associado a
preocupação com a exploração de florestas nativas promovem o surgimento de espécies
alternativas como o Mogno Africano (Khaya spp.).
O Mogno Africano é a principal substituta da madeira do mogno-brasileiro
(Swietenia macrophylla), madeira nobre com fins madeireiros usados principalmente na
construção moveleira. (REIS, 2019). O aumento de produção e o cultivo da espécie, traz
junto ocorrências de pragas e doenças, como o cancro, associado ao fungo Lasiodiplodia
theobramae Pat. Griffon & Maubl, que se aloja apenas na parte da casca, não atingindo o
cerne, podendo vir a atingir níveis de infestação em até 80 % da árvore de Mogno
Africano (REIS, 2019).
Segundo Reis (2019), o cancro se manifesta na forma de lesões salientes na casca,
alterando a fisiologia da planta e consequentemente seu desenvolvimento. As lesões em
sua maioria são fendas longitudinais que exsudam resina, destruindo as camadas
superficiais do tronco, ocasionando intumescimento e trincamento das cascas, com uma
composição de casca, fungo e resina.
Como parte do combate e do manejo do cancro, são previstos métodos de
raspagem, que podem vir a evitar o deslocamento da medula e os defeitos de secagem de
tábuas de Khaya spp. Desta forma, o produtor florestal, que busca rendimento para sua
cultura, investe na raspagem no tecido lesionado do tronco, visando controlar o Cancro,
gerando uma grande quantidade de material caracterizado por resíduo e que podem
possuir características energéticas interessantes.
114
A utilização de resíduos como fonte de bioenergia apresenta vantagens como
baixo custo e alta capacidade de reaproveitamento (SANTOS, 2017). Nesse sentido, o
trabalho objetivou o estudo das características energéticas do tecido lesionado retirado
durante a raspagem do cancro das árvores de Mogno Africano.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O teor de umidade foi obtido através da relação entre a sua massa úmida e a massa
seca (após 48 horas em estufa a 103°C). O teor de umidade é calculado através da equação
1 e expresso em porcentagem.
(𝑀𝑢−𝑀𝑠)
𝑈% = ∗ 100 (1)
𝑀𝑢
Onde:
U%: representa o teor de umidade;
Mu: Massa úmida em g;
Ms: Massa seca em g.
𝑀𝑖−𝑀𝑓
𝑀𝑉 = 𝑀𝑎
× 100 (2)
115
Onde:
MV: Teor de materiais voláteis da biomassa (%);
Mi: Massa inicial do cadinho + amostra (g);
Mf: Massa final do cadinho + amostra (g);
Ma: massa da amostra (g).
O teor de carbono fixo é uma medida indireta, dependente dos teores de materiais
voláteis e teor de cinzas para sua determinação, obtido através da Equação 4.
Onde:
CF = Teor de carbono fixo (%);
CZ = Teor de cinzas (%);
MV = Teor de materiais voláteis (%).
A densidade a granel foi obtida de duas formas, com o material “in natura” (da
forma como é obtido na raspagem) e a biomassa separada na malha de 60 mesh. Para a
obtenção desta variável, foi utilizada a metodologia estabelecida na norma NBR 6922
(ABNT, 1981): relação da massa do material analisado e o volume conhecido de um
recipiente (Equação 5).
𝑀𝑎
𝐷𝐺 = (5)
𝑉𝑟
Onde:
DG = Densidade à granel (kg m-3);
Ma = Massa da amostra (kg);
Vr = Volume do recipiente (m³).
116
2.2.4 Poder calorífico superior (PCS)
O PCI na base úmida foi obtido através da Equação 6. Esta variável é considerada
importante por apresentar o poder calorífico do material líquido ou útil, considerando o
teor de umidade da biomassa.
100 − TU
PCIu = [PCIs ( )] − 6 ∗ TU (6)
100
Onde:
PCIu: Poder calorífico inferior na base úmida expresso em kcal.kg -¹;
PCIs: Poder calorífico inferior na base seca expresso em kcal.kg -¹;
TU: teor de umidade expresso em porcentagem.
𝐷𝑒 = 𝑃𝐶𝐼 × 𝐷𝐺 (7)
Onde:
De: Densidade energética expressa em Gcal.m-3 ;
PCI: Poder calorífico inferior expresso em kcal.kg -¹;
DG: Densidade a granel expressa em kg.m-³.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
117
A biomassa apresentou densidade a granel ‘’in natura’’ de 300 kg/m³ e com 460
kg/m³ de material peneirado em 60 mesh (Tabela 1). Os resultados aqui encontrados estão
maiores quando comparados aos resultados observados por OLIVEIRA et al. (2017) que
ao analisar briquetes oriundos do aproveitamento de resíduos de Pinus sp. encontrou
densidade a granel de 149,8 kg/m³.
4. CONCLUSÃO
Os resultados indicam o potencial da utilização do tecido lesionado retirado do
tronco das árvores de Mogno Africano como parte do combate ao Cancro, para fins
energéticos.
118
REFERÊNCIAS
Oliveira, L. H.; Pedro V. G. B.; Pedro A. F. L.; Fábio M. Y.; Carlos R. S. J. Aproveitamento de
resíduos madeireiros de Pinus sp. com diferentes granulometrias para produção de briquetes.
Revista Scap, v. 40, n.3, 2017.
Sette Jr., C. R.; Hansted, A. L. S.; Novaes, E..; Lima, P. A. F.; Rodrigues, D. C.; Santos, D. R.
S.; Yamaji, F. M. Energy enhancement of the eucalyptus bark by briquette production.
Industrial Crops & Products, v. 122, pp. 209–213, 2018.
119
CODIGESTÃO ANAERÓBIA DE ÁGUA RESIDUAL DE SUINOCULTURA
SOB EFEITO DE ADIÇÕES DIFERENCIADAS DE BIOPOLÍMERO DE
AMIDO DE MANDIOCA
Anderson Rodrigo Heydt 1, Thompson Ricardo Weiser Meier2, Paulo André Cremonez3,
Joel Gustavo Teleken1
1
Universidade Federal do Paraná, 2Universidade Estadual do Oeste do Paraná ,
3
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
E-mail: andersonrheydt@gmail.com
120
ANAEROBIC CODIGESTION OF SWINE WASTEWATER UNDER THE
EFFECT OF DIFFERENTIATED ADDITIONS OF CASSAVA STARCH
BIOPOLYMER
1. INTRODUÇÃO
O uso intensificado dos combustíveis fósseis ao longo dos anos tem contribuído
para o aumento da emissão de gases, impactando negativamente o meio ambiente, em
função disso, as fontes alternativas de geração de energia ganharam grande destaque.
Dentre estas, uma possível alternativa para mitigar os impactos ambientais, é a utilização
da biomassa, por ser uma fonte de energia renovável e primária (BORGES et al., 2017).
A biomassa pode ser encontrada em estado sólido ou líquido, podendo ser utilizada
para a produção de biogás, desde que seja biodegradável. (NANDI et al., 2017). Um
exemplo de biomassa são os polímeros biodegradáveis, produzidos a partir de diversas
fontes renováveis de carbono, como a cultura do milho, mandioca e batata. (MIRANDA
et al., 2017).
Segundo dados apresentados pela European Bioplastics (2014 e 2016) no ano de
2013 a capacidade de produção global de bioplásticos foi de 1,62 milhões e aumentou
para 4,16 milhões em 2016. Dessa forma, nota-se um aumento de mais de 150% na
produção em apenas 3 anos.
Em função do aumento da produção de biopolímeros tem-se a necessidade de
realizar o seu descarte de forma adequada após o uso. Esses produtos biodegradáveis não
podem ser descartados juntamente com os plásticos comuns pois contribuem para a
contaminação de plásticos recicláveis e dificulta a reciclagem, sendo sua utilização em
usinas de compostagem uma alternativa viável para sua destinação final. (ABIPLAST,
2018).
121
A biodigestão anaeróbia é vista como alternativa para o aproveitamento e gestão
da biomassa que visa o processo da degradação da matéria orgânica transformando em
subprodutos como o biogás e biofertilizante. (RUFINO, PAES & ALVES, 2018). O
biogás gerado no processo é composto por elevados teores de metano (50 - 70%), dióxido
de carbono (30 - 50%) e outros gases em menores quantidades como sulfeto de hidrogênio
(H2S), nitrogênio (N2), vapor de água (H2O), entre outros. (ANGELIDAKI et al., 2018).
O presente estudo teve por objetivo avaliar a produção de biogás por meio da
codigestão anaeróbia de biopolímero produzido de amido de mandioca em água residual
da suinocultura em reatores de operação em batelada em temperatura na fase mesofílica.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Substrato
122
2.3 Planejamento Experimental
2.4 Reatores
123
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
124
Biopolímero de amido de mandioca
9000
Absorbância
6000
3000
125
Tabela 3 – Dados médios do afluente e efluente de pH e relação (AV/AT).
Afluente Efluente
Tratamentos pH Relação (AV/AT) pH Relação (AV/AT)
Branco 6,92 (±0,55) 1,32(±0,70) 7,31 (±0,28) 0,40 (±0,12)
Ma1 7,00 (±0,62) 0,58 (±0,15) 7,52 (±0,05) 0,16 (±0,02)
Ma3 7,02 (±0,65) 0,53 (±0,21) 7,54 (±0,02) 0,15 (±0,03)
Ma5 7,00 (±0,65) 0,53 (±0,19) 7,53 (±0,03) 0,23 (±0,18)
Ma7 7,04 (±0,63) 0,56 (±0,08) 7,49 (±0,03) 0,19 (±0,06)
Fonte: Autores (2020).
6000
5500 Branco
5000 Ma1
Ma3
4500 Ma5
Ma7
4000
Biogás (mL)
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
Tempo (dias)
Figura 3 - Produção acumulada de biogás com adição de biopolímero de amido de
mandioca.
126
O tratamento que obteve a menor produção acumulada de biogás foi o Ma1 com
um total de 2660,21 mL e média diária de 106,41 mL.
No biogás gerado, a maior composição de metano em sua composição foi obtida
no tratamento Ma7, apresentando 94,33% de metano e 5,66% de dióxido de carbono. O
tratamento Branco, foi o tratamento que apresentou menor composição de metano em sua
composição, com valor igual a 92,66% e 7,34% de dióxido de carbono.
Cho et al. (2011), ao degradar um biopolímero composto pela mistura de
Policaprolactona (PCL) e amido em condições anaeróbicas, obteve composição de
metano igual a 83% em 139 dias.
Tabela 4 – Remoção de sólidos totais (STT), sólidos totais fixos (STF) e sólidos totais
voláteis (STV).
Tratamentos STT (%) STF (%) STV (%)
Branco 67,70 60,09 71,93
Ma1 42,54 19,72 54,94
Ma3 45,30 15,26 58,18
Ma5 48,60 20,02 61,68
Ma7 48,82 21,21 62,04
Fonte: Autores (2020).
4. CONCLUSÃO
127
REFERÊNCIAS
ANGELIDAKI, I., TREU, L., TSAPEKOS, P., LUO, G., CAMPANARO, S., WENZEL, H., &
KOUGIAS, P. G. Biogas upgrading and utilization: Current status and
perspectives. Biotechnology Advances, v. 36, n. 2, p. 452-466, 2018.
BORGES, A. C. P., SILVA, M. S., ALVES, C. T., & TORRES, E. A. Energias Renováveis:
uma contextualização da biomassa como fonte de energia. Renewable energy: a
contextualization of the biomass as power supply. REDE - Revista Eletrônica do PRODEMA,
v. 10, n. 2, 2017.
CHO, H. S., MOON, H. S., KIM, M., NAM, K., & KIM, J. Y. Biodegradability and
biodegradation rate of poly (caprolactone)-starch blend and poly (butylene succinate)
biodegradable polymer under aerobic and anaerobic environment. Waste management, v. 31,
n. 3, p. 475-480, 2011.
CREMONEZ, P. A., SAMPAIO, S. C., TELEKEN, J. G., MEIER, T. W., DIETER, J., &
TELEKEN, J. Influence of inoculum to substrate ratio on the anaerobic digestion of a cassava
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LEITE, V. D.; LOPES, W. S.; SOUSA, J. T.; PRASAD, S. Tratamento anaeróbio de resíduos
orgânicos com baixa concentração de sólidos. Revista Brasileira de Engenharia Sanitária
Ambiental. V. 9, n. 4, p. 280-284. 2004.
MAO, C., FENG, Y., WANG, X., & REN, G. Review on research achievements of biogas from
anaerobic digestion. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 45, p. 540-555, 2015.
NANDI, R., SAHA, C. K., HUDA, M. S., & ALAM, M. M. Effect of mixing on biogas
production from cow dung. Eco-friendly Agril J, v. 10, n. 2, p. 7-13, 2017.
RUFINO, S.R. L.; PAES, J. L. & ALVES, T.B.S. Efeito da adição de inóculo no processo de
biodigestão anaeróbica de dejetos de bovino. In VII Congresso Brasileiro de Energia Solar-
CBENS 2018.
SOUZA, O., FEDERIZZI, M., COELHO, B., WAGNER, T. M., & WISBECK, E. Biodegradação
de resíduos lignocelulósicos gerados na bananicultura e sua valorização para a produção de
biogás. Revista Brasileira de Engenharia Agricola e Ambiental-Agriambi, v. 14, n. 4, 2010.
129
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE
OURICURI (Syagrus coronata) PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL
Thailys Campos Magalhães1, Ana Carolina de Santana Moura1, Miryam Torres dos
Santos Cunha1, Luana Laís da Silva Freire1, Tertuliano Ferreira Moreno 1, Jéssica
Malaquias da Silva1
1
Universidade Federal de Alagoas - UFAL
E-mail: tertuliano.f.m@gmail.com
130
COMPARISON BETWEEN METHODS OF EXTRACTION OF OURICURI
(Syagrus coronata) OIL FOR BIODIESEL PRODUCTION
Abstract: Ouricuri (Syagrus coronata) is an abundant fruit in the Northeast of Brazil, has
a resistant, evergreen tree and its almond has a high oil content. In this way, it presents
itself as an excellent raw material for the production of biodiesel, a renewable alternative
to fossil fuels. This work aimed to extract vegetable oil from ouricuri, evaluating the
amount of oil extracted, as well as comparing the efficiency of the extraction methods
used. The following methodology was adopted: The fruits were placed in a boiler for
cooking and dried in an oven, the pulp of the ouricuri was manually separated from the
peel, being divided into two samples, the first was destined to hydraulic pressing in batch
and in the second, it was carried out the solvent extraction process, using the Soxhlet
extractor. When the extraction process started in the hydraulic press, by exerting constant
force on the oilseed, it was possible to verify that the oil extraction occurred immediately
and the amount of oil being extracted increased over time. In solvent extraction, a higher
percentage of oil extracted from the same oilseed was observed. Therefore, using the
hydraulic press method, it was possible to observe a rapid oil extraction, after exerting
force on the sample and already in the solvent extraction method, it was noticed greater
efficiency in extracting oil from the sample, it is done in a controlled manner where it is
necessary to choose the appropriate solvent so that it has an affinity with the raw material.
Keywords: Oil content, Renewable, Biofuel, Extraction.
1. INTRODUÇÃO
131
de óleo em sua composição, podendo variar por safra, espécie e região (CREPALDI et
al., 2001).
Na Figura 1 é possível observar as partes estruturais do ouricuri, que são,
epiderme, mesocarpo, endocarpo e albúmen. A superfície externa é conhecida como
epiderme; o mesocarpo é conhecido como a polpa do fruto, possui aspecto de palha e
coloração acastanhada, a casca é conhecida como o endocarpo, que tem como função
proteger o albúmen e possui aspecto duro e o albúmen é chamada como a carne do fruto
e tem a coloração branca (SANTOS, 2015).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
132
Inicialmente ocorreu a preparação matéria-prima a qual seria extraída o óleo
vegetal (Ouricuri). Para a retirada da polpa, o ouricuri foi colocado para cozimento na
autoclave a 120°C, em seguida a amostra foi levada para o despolpador para retirar a parte
que envolve a amêndoa. Após esse processo o material foi colocado em estufa para
secagem em temperatura média de 65°C durante vinte e quatro horas, para facilitar a
separação da casca. A fragmentação do endocarpo ocorreu com a ajuda do equipamento
quebra-coco, sendo responsável pela trituração do ouricuri. O albúmen foi retirado
manualmente com a ajuda de uma espátula (Figura 2), após esse processo o albúmen
retirado foi pesado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
134
Figura 5 – Óleo de ouricuri sendo extraído na prensa hidráulica.
135
Pode-se ver com detalhes na Tabela 1 a quantidade de óleo extraída por segundo.
Não foram contabilizados 4,4g como óleo extraído nem como polpa isso se deve
as perdas que ocorreram no processo, visto que não foi transferido o óleo que ficou na
máquina para o Becker onde estava sendo usado, assim como outras interferências no
processo.
Na extração com solvente, foram pesados os envelopes com as amostras, antes e
após a extração, para a realização do cálculo do quantitativo de óleo extraído, como
mostra a Tabela 2.
Envelope 1
5,3479 3,7355 1,6124 30,15%
(polpa seca)
Envelope 2
4,0220 3,7681 0,9643 6,31%
(torta)
Para a amostra seca (envelope 1) o teor de óleo resultante foi de 30,15%, revelando
que esse método não obteve o teor de óleo que o ouricuri possui, em média 49,2%. A
baixa eficiência do processo revela que são necessárias alterações nas variáveis de
processo, o que inclui maior tempo de residência no extrator, ou seja, maior intervalo de
tempo, variação do solvente, análise de umidade e granulometria, já que granulometrias
altas irão interferir negativamente no processo, quanto menor a granulometria maior o
rendimento, pois a interação é maior.
A amostra do envelope 2 (torta prensada), obteve 6,31% de óleo extraído,
mostrando que a prensagem mecânica não é capaz de retirar a quantidade máxima de óleo
do albúmen do ouricuri. Os processos combinados, solvente e mecânico, obtiveram
42,91% de extração de óleo, revelando ser o método mais eficiente na extração do óleo.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
PARAÍSO, P. R.. Modelagem e Análise do Processo de Obtenção do Óleo de Soja. 2001. 220f.
Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Faculdade de Engenharia Química (FEQ),
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas – SP, 2001.
137
CONSTRUÇÃO DE UMA USINA DE BAIXO CUSTO PARA FABRICAÇÃO DE
BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEO RESIDUAL DE FRITURA
Alex Aguiar da Silva1, Paulo Alberto Bezerra da Silva1, Fabrício Batista dos Santos1,
Gabriel dos Santos Cansanção 1
1
Instituto Federal de Alagoas
E-mail: alex.aguiar@ifal.edu.br
138
1. INTRODUÇÃO
139
2. MATERIAIS E MÉTODOS
140
Figura 1 – Projeto em AutoCAD da Usina para produção de biodiesel a partir de óleo
residual
141
após a acidez do óleo cair para valores abaixo de 3%, procede-se com aquecimento de
65ºC.
Com o óleo corrigido e em temperatura ideal para promover a transesterificação,
abrem-se as válvulas V6 e V2 e, logo após, liga-se a bomba centrífuga (item 6) até que o
óleo seja totalmente transportado do Reator 1 para o Reator 2. Neste novo reator, o óleo
permanece aquecido à 65ºC e a válvula V5 conectada ao tanque de metóxido (Metanol +
NaOH) abre-se, despejando essa mistura no Reator 2. Nesse momento fecha-se a válvula
V2, abre-se a válvula V3 e liga-se a bomba centrífuga para promover a mistura do
metóxido com o óleo pré-tratado através de uma recirculação, onde a mistura sai pela
parte inferior do Reator 2, passa pela bomba e retorna pela parte superior do mesmo. Esse
procedimento deve durar 45 minutos e após isso a mistura deve descansar por 4 horas
(ATAPOUR; KARIMINIA; MOSLEHABADI, 2014; DOMINGOS, 2010; LORA;
VENTURINI, 2012).
Deve-se obter ao final da reação: glicerol na parte inferior do Reator 2 e biodiesel
na parte superior. Deve-se drenar esses dois produtos através da válvula V4. Para se obter
uma maior eficiência na operacionalização do biodiesel e um melhor aproveitamento da
mão de obra do operador, quando o óleo for transportado do Reator 1 para o Reator 2,
deve-se abrir a União Soldável US3 e desengatar o acoplamento que liga o motor elétrico
à pá giratória (item 13) para retirar o Reator 1 e lavá-lo a fim de estar apropriado para
receber a próxima batelada de óleo. Já o Reator 2 é desmontado abrindo-se a união
soldável US1 e desencaixando a tubulação superior. Para o caso de necessitar efetuar
alguma manutenção na bomba centrífuga, basta desencaixar a Luva de Deslizamento
(item 14) e a União Soldável US2.
O tanque de metóxido não precisa estar necessariamente encaixado na parte
superior do Reator 2. O mesmo pode ficar guardado e, quando necessário, basta adicionar
na parte superior deste reator manualmente, mas com máscaras de proteção tendo em
vista que esse metóxido tem uma elevada toxicidade (GARCIA, 2006).
Silva (2019) avaliou economicamente uma usina para produção de biodiesel a
partir de óleo residual no município de Maceió, cujo valor comercial desta usina foi de
R$ 25.000,00. Para esta avaliação, utilizou-se dos seguintes parâmetros: Payback
Descontado, Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Índice de Rentabilidade
os quais retornaram os seguintes valores: 4,21 anos, R$ 17.333,33, 10,75% e 1,16
respectivamente. Sob tais condições concluiu a total aceitabilidade do projeto. Além do
mais, o autor considerou o seguinte cenário: óleo residual obtido sempre por meio de
compra nos estabelecimentos comerciais e utilização de pré-tratamento ácido, onde
necessita de mais metanol na reação. Utilizando-se da mesma memória de cálculo de
Silva (2019) e considerando os mesmos gastos mensais (manutenção, transporte,
impostos e folha de pagamento de pessoal), a usina de baixo custo apresentada neste
trabalho confere um tempo de retorno de investimento de 5 meses em uma visão
pessimista, podendo chegar a até 2 meses em um cenário mais otimista.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
142
Figura 2 - Usina para fabricação de biodiesel de baixo custo
Devido a alguns testes, pequenos ajustes foram feitos, porém, nada fugiu do
essencial contido no projeto em AutoCAD (Figura 1). O motor elétrico que fica logo
abaixo do Reator 1 foi preso por um suporte metálico à estrutura que sustenta esse reator,
pois para vencer a inércia o mesmo necessitaria estar preso em algo, inclusive para evitar
vibrações desnecessárias. O tanque de metóxido assim como a válvula V5 não aparecem
na Figura 2, pois, como foi mencionado, o mesmo não necessita fazer parte do conjunto.
Isso evita que a usina fique mais cara, dispensando estruturas desnecessárias, de forma
que sua aparição no projeto em AutoCAD serve para ilustrar sua funcionalidade e
promover um melhor entendimento do processo operacional.
O Acoplamento (item 13) foi confeccionado no próprio laboratório de Mecânica
do Instituto Federal de Alagoas, campus Coruripe, de forma a cumprir sua funcionalidade
e garantir uma ejeção simplificada do Reator 1 para lavagem quando todo o volume de
óleo de fritura for pré-tratado e transferido para o Reator 2. A Figura 3 ilustra o
acoplamento, assim como a válvula V6 e a União Soldável US3.
143
Figura 3 - Acoplamento da Usina de Biodiesel que interliga o motor elétrico à pá
giratória do Reator 1
144
Todo o conjunto foi testado com água e pôde-se constatar a total estanqueidade
do sistema assim como o pleno funcionamento dos mecanismos de transporte, como
tubulações, válvulas, bombas e juntas. Além do mais, pôde-se constatar também que uma
rotação das pás giratórias de 60 RPM é suficiente para garantir uma boa agitação do
sistema. Em reatores tradicionais, a rotação de pás giratórias variam entre 300 e 600 RPM
(LORA; VENTURINI, 2012). Testes futuros utilizando óleo residual serão feitos a fim
de levantar dados relativos à confiabilidade e mantenabilidade desse protótipo, conforme
norma técnica NBR 5462:1994.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2019 Ano Base 2018., 2019.
145
biodiesel production from waste frying oil through two-step catalyzed process. Fuel Processing
Technology, v. 92, n. 1, p. 112–118, 2011.
LORA, E. E. S.; VENTURINI, O. J. Biocombustíveis. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora In, 2012.
UNEP. 10 things to know about the Emissions Gap 2019. Disponível em:
<https://www.unenvironment.org/news-and-stories/story/10-things-know-about-emissions-gap-
2019>. Acesso em: 22 jan. 2020.
WANG, Y.; PENGZHAN LIU, S. O.; ZHANG, Z. Preparation of biodiesel from waste cooking
oil via two-step catalyzed process. Energy Conversion and Management, v. 48, n. 1, p. 184–188,
2007.
146
OS EFEITOS DA TEMPERATURA NA PRODUÇÃO DE BIOGÁS EM
BIODIGESTORES
147
THE EFFECTS OF TEMPERATURE ON BIOGAS PRODUCTION IN
BIODIGESTORS
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Onde:
𝜇𝑚 = Taxa máxima de crescimento dos microrganismos;
T = Temperatura, em ºC.
149
A tentativa de Hashimoto (1981) de encontrar uma equação geral é válida, porém
o uso de resultados de experimentos utilizando matérias primas e condições de ensaio
diferentes, produz um resultado excessivamente genérico. Portanto, utilizando-se da
mesma metodologia, uma nova equação foi calculada apenas com os resultados do
experimento de O’Rourke (1968), cujas temperaturas se aproximam das condições
climáticas reais dos locais selecionados neste estudo. A equação obtida para o cálculo da
Taxa Máxima de Crescimento dos Microrganismos é:
Os resultados produzidos por esta equação para temperaturas menores que 15°C
mostram uma taxa de crescimento negativa e consequentemente um tempo de retenção
tendendo ao infinito, que explicam uma parada na produção do biogás.
A figura 1 apresenta a interface gráfica do software de simulação, desenvolvido
no Octave para o propósito de realizar os cálculos das taxas de produção de metano, em
função das variações nas taxas de crescimento dos microrganismos que seguem as
mudanças de temperatura ao longo do ano. O software retorna os resultados em forma de
gráfico da produção volumétrica de gás.
150
Para Uberlândia – MG, com uma média anual em torno de 25ºC:
o 𝐾 = 0,34
o 𝑆𝑇0 = 18,4 𝑔/𝐿
o 𝐵0′ = 0,375 𝐿𝐶𝐻4 /𝑔𝑆𝑉
Para Sobral – CE, com uma média anual em torno de 30ºC:
o 𝐾 = 0,26
o 𝑆𝑇0 = 18,4 𝑔/𝐿
o 𝐵0′ = 0,35 𝐿𝐶𝐻4 /𝑔𝑆𝑉
Onde:
𝐾 = é a constante cinética, definida por Hashimoto e Chen (1978);
𝑆𝑇0 = é a concentração total de Sólidos Voláteis influente, em grama por litro;
𝐵0′ = é o volume de metano na CNTP, por grama de Sólidos Voláteis adicionados, com
tempo de retenção infinito.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
151
Figura 2 – Captura de tela da simulação da produção de biogás para Santa Maria – RS.
152
Figura 3 – Captura de tela da simulação da produção de biogás para Uberlândia - MG
153
Figura 4 – Captura de tela da simulação da produção de biogás para Sobral –
CE.
154
Em relação à temperatura, observando-se as simulações, a produção de metano
sofre variações em localidades cujos invernos são mais rigorosos, mas não há prejuízo
considerável para o restante do ano que possa ser motivo de contraindicação de uso desse
tipo de sistema.
Biodigestores que operam com temperaturas mais próximas da zona termofílica
apresentam melhor desempenho e maior capacidade de processamento de carga do que
outros tipos de sistema que operam com temperaturas mais baixas.
4. CONCLUSÃO
As simulações mostraram que quanto menores as oscilações de temperatura em
uma localidade, melhor será a sua resposta de produção de metano. Regiões mais quentes,
e que apresentam invernos com temperaturas amenas, tem potencial de produzir grande
quantidade de gás durante todo o ano e poderão receber uma carga maior de matéria
orgânica, sem perder sua capacidade produtiva devido ao excesso de insumo, enquanto
regiões cujos invernos apresentam temperaturas mais rigorosas perdem sua capacidade
produtiva nos dias mais frios.
Observou-se que para temperaturas abaixo da zona mesofílica, a produção de gás
sofria oscilações à medida que os valores de K cresciam, enquanto os experimentos
realizados dentro dessa faixa de temperatura, os valores de K se mantiveram baixos,
conforme já constatado por Hashimoto e Chen (1978).
Além do fator temperatura, outros parâmetros, como o tipo de matéria orgânica e
o tipo de solo ao redor do biodigestor, seu formato e profundidade podem influenciar o
processo de biodigestão anaeróbica (Bingemer & Crutzen, 1987)
REFERÊNCIAS
BINGEMER, H. J., CRUTZEN, P.J. The Production of Methane from Solid Wastes. Journal of
Geophysical Research, vol. 92, no. D2, p. 2181-2187, 1987.
DEGANUTTI, R.; PALHACI, M.C. J. P.; ROSSI, M.; et. al.; Biodigestores rurais: modelo
indiano, chinês e Batelada. Bauru-SP, 2008.
GUNNERSON, C.G., STUCKEY, D. Anaerobic digestion : principles and practices for biogas
systems. Washington, D.C., U.S.A.: World Bank, 1986.
155
MIRANDA, A. P., AMARAL, L. A., JUNIOR, J. L., Influência da Temperatura na Biodigestão
Anaeróbica de Dejetos de Bovinos e Suínos. X Encontro Latino Americano de Iniciação
Científica e VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do
Parabíba. 2006.
WEREKO-BROBBY, C. Y., HAGEN, E.B. Biomass conversion and technology. New York:
Editora John Wiley & Sons. 2000.
156
TO-SYN-FUEL: THERMO-CATALYTIC REFORMING OF WASTES FOR
BIOFUELS AND HYDROGEN PRODUCTION
1. INTRODUCTION
A different approach has been applied to reduce the dependence on the fossil-fuel
resources, while pyrolysis has a great potential for bio-fuels production as 2nd generation
biofuels. The challenge for 2nd generation biofuels is to achieve the products directly
157
suitable for using in internal combustion engines, or jet turbines or in bio-refineries
industry (Neumann et al. 2016).
The pyrolysis technology has been studied in detailed, but mainly focused on fast
pyrolysis as it generates high yields of liquid bio-oil (Elmously et al. 2019b; Bridgwater
2012). Compared to other thermal biomass conversion technologies, pyrolysis provides a
better and efficient conversion rate of biomass into a wide range of products (bio-oil, gas,
and bio-char) (Hornung et al. 2011; Elmously et al. 2019b).
The pyrolysis products can be used for several applications, but it is not fully
usable in an engine application. The main obstacles are that the produced liquid (bio-oil)
is not thermally stable, therefore are not adaptable to the petrol-based industry, and in
addition, they show relatively high oxygen and water contents. Furthermore, has high
acidity, which causes corrosion in engine systems is hampering (Elmously et al. 2019b;
Alvarez et al. 2016; Bridgwater 2012; Ahmad et al. 2018).In addition, the disadvantages
of the pyrolysis gases is that there not suitable for use directly in engine as biofuel
(Elmously et al. 2019b). Thus, the pyrolysis bio-oil cannot meet the final demands of the
petroleum applications and the chemical industry, because the fast pyrolysis simply
liquefies a part of the feedstock and does not upgrade the molecule structure significantly
and chemically reactive components are still present in these liquids leading to its thermal
instability (Neumann et al. 2016).
Therefore, Fraunhofer Institute for Environmental, Safety, and Energy
Technology (Fraunhofer UMSICHT) has developed the novel Thermo-catalytic
reforming (TCR®) system. It is an integration of intermediate pyrolysis with a catalytic
reforming step, enabling the utilization of a wide range of biomass residues. The operating
conditions of this kind of technology are very different to those of fast or slow pyrolysis.
TCR leads to the production of bio-oil with a yield of around 10wt.%, with a high energy
content of around 36 MJ/kg, also generating tar free syngas in 40-60%wt yield with a
remarkable high H2 concentration. The objective of the present study is the investigation
of the conversion of sewage sludge into thermal stable crude bio-oil and hydrogen-rich
TCR® gas through the TCR® process, and to study the potential of the TCR® technology
as a valuable utilization pathway for the Horizon 2020 To-Syn-Fuel project.
158
TCR® exists in different scales. One TCR®2 unit is a lab scale plant as a batch
system with a maximum mass flow up to 2 kg/h as shown in Figure 2. It contains a
horizontal intermediate pyrolysis reactor combined with a downstream catalytic
reforming unit. The pyrolysis is carried out at a moderate heating rate of 200–300°C/min
at temperatures of 400°C. The catalytic reforming unit operates at temperature of 700°C.
While the post-reformer is the stage where the produced char acts as a catalyst at high
temperatures to improve the oil and the gas to its unique properties. While the catalytic
reforming step enhances the secondary cracking reactions, the water gas shift reaction,
leads to an increase of H2 in the syngas. (Elmously et al. 2019b; Elmously et al. 2019a;
Jäger et al. 2016).
159
Figure 2 – Schematic principle of the TCR® process (Jäger et al. 2016).
The investigation of the conversion of sewage sludge into thermal stable crude
bio-oil and hydrogen-rich TCR® gas through the TCR® process are studied in terms of
the quality of the products and the mass and energy balance. Several tests are carried out
using sewage sludge with intermediate pyrolysis at temperature of 400 °C and catalytic
reforming temperature of range between 500°C and 700 °C in the post-reformer stage.
160
100%
90%
80%
yield percentage [wt.%]
70%
60% Water
50% Bio-oil
40% Gas
Char
30%
20%
10%
0%
TCR 500°C TCR 700°C
Figure 3 – Mass balance of the TCR® products distribution at 500°C and 700°C.
Table 1 – Properties of TCR® bio-oil from sewage sludge at 500°C and 700°C.
Unit 500°C 700°C
C [wt.%] 75.57 76.67
H [wt.%] 10.48 8.62
N [wt.%] 6.75 7.84
O (diff.) [wt.%] 6.09 5.77
S [wt.%] 1.11 1.11
HHV [MJ/kg] 36.24 35.92
H2O [wt.%] 3.25 2.65
TAN [mg KOH/g] 11.51 8.06
161
3.3 TCR® Synthesis gas
The gas composition from sewage sludge through TCR® unit is presented in
Figure 4. As revealed from the results, increasing the reforming temperature from 500°C
to 700°C increases the hydrogen content in the gas fraction, which makes the TCR ®
syngas potentially convenient for hydrogen separation through Pressure Swing
Adsorption or membrane technologies (TO-SYN-FUEL 2017).
Due to the contact of the gases with the hot TCR® char in the post-reformer, the
reaction between carbon dioxide and the carbon in the hot char is stimulated, which leads
to a formation of carbon monoxide. Moreover, the high temperature enhances the water-
gas shifting reaction, while CO and water vapour can be further transformed into CO2 and
H2. In addition, the high heating value (HHV) slightly increased due to the high
temperature in reforming process, from 19.03 MJ/m3 to 19.86 MJ/m3.
100
90
80
gas composition [vol.%]
70 CxHy
60 CH4
50
CO2
40
30 CO
20 H2
10
0
TCR 500°C TCR 700°C
Figure 4 – Properties of TCR® gas from sewage sludge at 500°C and 700°C.
162
Table 4 – Characteristics of the TCR® Char from sewage sludge at 500°C and 700°C
4. CONCLUSION
The investigation of the conversion of sewage sludge through the TCR ® process
was studied in terms of quality of the products and the mass balance. The tests were
carried out at two different reforming temperatures (500 °C and 700 °C) in the post-
reformer stage. The results showed that there are significant additional values in the
products, which show the TCR® technology offers a valuable utilization pathway for the
To-Syn-Fuel project.
The post-reformer temperature of 700°C showed the optimum conditions for
producing high yield of hydrogen-rich gases (40vol.%) and high quality of bio-oil, in
which the bio-oil achieved HHV of 35.9 MJ/kg, it also shows lower corrosive properties
and low oxygen and water contents of 5.77wt.% and 2.6wt.% respecstively. Likewise,
the produced char has low H/C ratio, which can be utilized in various utilization such as
gasification, active carbon or in phosphorous recovery process.
In summary, the To-Syn-Fuel project will demonstrate and validate the technical
and commercial feasibility of the integration of the TCR ® system with HDO and PSA
technologies. By this approach, it will provide renewable liquid bio-fuels from waste
ready to replace fossil fuels in compliance with EU standards for gasoline and diesel
(EN228 and EN590). Furthermore, it will open the door for the application of the TCR ®
oils in fossil fuel refineries.
ACKNOWLEDGEMENTS
To-Syn-Fuel project has received funding from the European Union's Horizon
2020 research and innovation programme under grant agreement No 745749. To-Syn-
Fuel project website: http://www.tosynfuel.eu
The Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD) and the Egyptian cultural
affairs and missions sector for financial support through PhD scholarship grant (German-
Egyptian Long-Term Scholarship-GERLS- programme 2016-57222240).
163
LOGO SPACE
REFERENCES
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K. (2018): Integrated thermo-catalytic reforming of residual sugarcane bagasse in a laboratory
scale reactor. In Fuel Processing Technology 171, pp. 277–286. DOI:
10.1016/j.fuproc.2017.11.020.
Alvarez, J.; Lopez, G.; Amutio, M.; Artetxe, M.; Barbarias, I.; Arregi, A. et al. (2016):
Characterization of the bio-oil obtained by fast pyrolysis of sewage sludge in a conical spouted
bed reactor. In Fuel Processing Technology 149, pp. 169–175. DOI:
10.1016/j.fuproc.2016.04.015.
Elmously, Mohamed; Jäger, Nils; Apfelbacher, Andreas; Daschner, Robert; Hornung, Andreas
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Elmously, Mohamed; Jäger, Nils; Neidel, Johannes; Apfelbacher, Andreas; Daschner, Robert;
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Pilot Scale. In Ind. Eng. Chem. Res. 58 (35), pp. 15853–15862. DOI: 10.1021/acs.iecr.9b00765.
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to-energy concept — biothermal valorisation of biomass BtVB process. In Journal of Scientific
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Jäger, N.; Conti, R.; Neumann, J.; Apfelbacher, A.; Daschner, R.; Binder, S.; Hornung, A.
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Energy, Environmental and Resource Challenges.
Neumann, Johannes; Jäger, Nils; Apfelbacher, Andreas; Daschner, Robert; Binder, Samir;
Hornung, Andreas (2016): Upgraded biofuel from residue biomass by Thermo-Catalytic
Reforming and hydrodeoxygenation. In Biomass and Bioenergy 89, pp. 91–97. DOI:
10.1016/j.biombioe.2016.03.002.
TO-SYN-FUEL (2017): Turning sewage sludge into fuels and hydrogen. European Union's
Horizon 2020 (745749). Available online at http://www.tosynfuel.eu/.
164
UTILIZAÇÃO DA RENOVACALC PARA AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE
DE CARBONO DO ETANOL COMBUSTÍVEL
Anna Leticia Montenegro Turtelli Pighinelli1, Nilza Patrícia Ramos1, Marília Ieda da
Silveira Folegatti1
1
Embrapa Meio Ambiente
E-mail: anna.pighinelli@embrapa.br
165
USE OF RENOVACALC TO EVALUATE THE CARBON INTENSITY OF
COMBUSTIBLE ETHANOL
Abstract: The objective of this study was to evaluate the carbon intensity of ethanol,
under RenovaBio regulation. The first scenario considered agronomic aspects of
production, being divided into a standard scenario and an optimized scenario, with a 20%
reduction in the amount of applied urea. In the second scenario, the impact of harvesting
sugarcane straw on the carbon intensity of the biofuel was evaluated, while in the third
scenario, the impact of the utilization of corn in the ethanol plant in the off-season of
sugarcane was evaluated. The study was carried out using RenovaCalc, RenovaBio's
official calculation tool, which comprises a set of Excel spreadsheets and is used to
account for the carbon intensity of biofuels, resulting in the Energy-Environmental
Efficiency Rating (NEEA). The combination of NEEA with the volume of eligible biofuel
marketed will result in Decarbonization Credits (CBIOs), which will result in revenue for
biofuel plants. The carbon intensity calculations are made based on the Life Cycle
Assessment (LCA), considering “Climate Change” as the impact category. The scope
“from well to wheel” was assumed, so that all material and energy consumption
throughout the life cycle of ethanol, together with all emissions to the environment, were
accounted for. Scenario 3 was the one that had the largest emission of CBIOs. At the flex
plant, 678.40 L of hydrous ethanol were needed to emit one CBIO, that is, 2.5% less fuel
when compared to scenario 1 and 1.4% less fuel when compared to scenario 2.
Keywords: RenovaBio, sugarcane, corn.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
167
Tabela 2 – Dados agrícolas para a produção de milho
Cenário 3
Produtividade (t/ha) 7,00
Área total (ha) 29.163,74
Produção total (t) 204.146,17
Sementes (kg/t milho) 3
Teor umidade do milho (%) 15
Ureia (kg N/t cana) 8,86
Fosfato Monoamônico (kg N/t milho) 0,50
Fosfato Monoamônico (kg P₂O₅/t milho) 2,17
Sulfato de amônio (kg N/t milho) 2,23
Cloreto de potássio (kg K₂O/t milho) 8,49
Diesel - B11 5,20
Eletricidade da rede - mix médio 2,00
Fonte: adaptado de ANP (2019).
Para o cenário 3 foram considerados 220 dias de operação da usina com cana-de-
açúcar e 115 dias de operação com milho. Os rendimentos em etanol e açúcar
considerando a cana-de-açúcar como matéria-prima foram os mesmos adotados nos
cenários 1 e 2. Para o etanol de milho, considerou-se um rendimento de 400 L de etanol
por tonelada de milho, divididos em 70% de etanol anidro e 30% hidratado. Os demais
valores utilizados como inputs da RenovaCalc foram adaptados dos relatórios das usinas
que estavam em consulta pública no site da ANP (2019).
168
Tabela 3 – Dados industriais para os cenários
Cenários Cenário 3
1e2
Cana (t) 2.600.000,00 2.600.000,00
Milho (t) - 204.146,17
Palha (t) 182.000,00 182.000,00
T. umidade milho (%) - 15
Dist. transp. milho (km) - 50
Etanol Anidro (L/ano) 109.200.000,00 166.360.928,96
Etanol Hidratado (L/ano) 46.800.000,00 71.297.540,98
Açúcar (kg/ano) 70.200.000,00 70.200.000,00
Energia elétrica comerc. 166.400.000,00 181.661.968,03
(kWh/ano)
DDG (kg/ano) - 21.316.943,58
T. umidade DDG (%) - 10
DDGS (kg/ano) - 59.341.210,11
T. umidade DDGS (%) - 40
Óleo de milho (kg/ano) - 2.415.049,25
Bagaço próprio
Quantidade (base úmida) 676.000.000,00 676.000.000,00
Umidade 50 50
Bagaço de terceiros
Quantidade (base úmida) 2.600.000,00 2.600.000,00
Umidade 50 50
Distância de transporte 50 50
Cavaco de madeira
Quantidade (base úmida) 20.800.000,00 102.907.591,53
Umidade 40 40
Distância de transporte 100 100
Etanol hidratado próprio - 16.331,69
(L/ano)
Biodiesel B11 (L/ano) - 79.617,01
Eletric. rede - mix médio 1.820.000,00 1.960.860,86
(kWh/ano)
Modal de transporte do Rodoviário Rodoviário
combustível
Fonte: adaptado de ANP (2019).
Após a RenovaCalc ter sido rodada para cada um dos cenários, teremos os valores
da Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) para etanol anidro e hidratado.
Tendo o valor da NEEA, o formulário D – Certificado de Produção e Importação Eficiente
de Biocombustíveis foi preenchido gerando o Fator para Emissão de CBIO. O formulário
169
D é um dos documentos exigidos pela ANP para a certificação das usinas e pode ser
encontrado no site da ANP, na seção referente ao RenovaBio (ANP, 2020). Esse fator é
multiplicado pelo volume de biocombustíveis resultando na quantidade de CBIOs que
aquela usina poderá emitir e comercializar no mercado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
170
Figura 2 – Avaliação da redução da quantidade de ureia na intensidade de
carbono.
172
Tabela 4 – Quantidade de CBIOs emitidos para cada cenário
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Hassuani, S.J., Leal, M.R.L.V., Macedo, I.C. 2005. Biomass power generation: Sugarcane
bagasse and trash. Piracicaba, SP: PNUD-CTC.
173
Matsuura, M.I.S.F., Scachetti, M.T., Chagas, M.F., Seabra, J.E.A., Moreira, M.M.R., Bonomi,
A., Bayma, G., Picoli, J.F., Morandi, M.A.B., Ramos, N.P., Cavalett, O., Novaes, R.M.L.
2018a. RenovaCalcMD: Método e ferramenta para a contabilidade da Intensidade de Carbono
de Biocombustíveis no Programa RenovaBio. Disponível em:
<http://www.anp.gov.br/images/Consultas_publicas/2018/n10/CP10-2018_Nota-Tecnica-
Renova-Calc.pdf>.
Matsuura, M.I.S.F., Seabra, J.E.A., Chagas, M.F., Scachetti, M.T., Morandi, M.A.B., Moreira,
M.M.R., Novaes, R.M.L., Ramos, N.P., Cavalett, O., Bonomi, A. 2018b. RenovaCalc: a
calculadora do programa RenovaBio. In: VI Congresso brasileiro sobre gestão do ciclo de vida ,
6., Brasília-DF. Anais...Brasília: Ibict, 6 p.
174
BIOMASSA
175
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DO CULTIVO DA MICROALGA
Scenedesmus sp EM EFLUENTE DE ETE
Fábio Araújo de Oliveira1, Brigida Miola Rocha1, Flávia Araújo Gonçalves1, Danilo
Cavalcante da Silva2
1
Universidade de Fortaleza, 2Universidade Federal do Ceará
E-mail: fabio.re@edu.unifor.br
Abstract: The possible scarcity of water resources and also of fuels means that techniques
are increasingly developed to produce both. Parallel to these two problems are microalgae
that can either recycle treatment plant water or, in the process, produce methane for power
generation, oxygen and biodiesel through microalgal biomass. In this study, the growth
rate of microalgae Scenedesmus sp. which presented a growth rate of 191% in the pond
effluent cultivation that had no nutrients and 339% in the WWTP cultivation which had
a large orthophosphate and nitrate load present in the medium. In the end, it was evaluated
that the cultivation in the WWTP was more beneficial for the cultivation of microalgae,
bringing a greener coloration to the cultivation in the pond and a higher mass microalgal
production.
Keywords: microalgae, biomass, effluent, Scenedesmus sp.
176
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Onde:
2083 = Absorbância da cepa mãe;
1000 ml = Valor em mL do volume total da cepa mãe;
200 = Absorbância requerida para o início do cultivo;
X = Volume em mL retirado da cepa mãe para início do cultivo.
178
Figura 2 - Sistema de cultivo da microalga Scenedesmus sp. com os padrões de luz e
aeração.
A fonte de luz utilizada foi uma lâmpada tubular fluorescente 40w, também
podendo ser usado luz branca, luz fria e luz do dia. Os meios de cultivo ficaram a uma
distância da fonte de luz que garanta o recebimento de 3200 lúmens, sendo confirmado
pela utilização de um medidor de iluminância.
Durante o cultivo as microalgas presentes no meio podem decantar, fazendo assim
com que umas fiquem por cima das outras e inibindo a absorção de nutrientes. Para que
isso seja evitado é recomendado o uso de um sistema de aeração, tendo sido utilizado um
compressor de ar que foi canalizado até cada erlenmeyer através de uma tubulação de
plástico (conhecida como mangueira utilizada em aquário) conectada a pequenas pipetas
conforme observado na Figura 2.
Para acompanhar o crescimento das microalgas, a primeira análise foi de
densidade óptica, no qual por meio de um aparelho de espectrofotometria (Hach DR
2700) é analisado o feixe de luz que atravessa a amostra. Assim, o valor da absorbância
se dá pela turbidez que o cultivo vai apresentar, que tem a tendência de aumentar de
acordo com o aumento da população presente no meio.
O equipamento utilizado foi o espectrofotômetro da marca hach (Figura 3), nele
pode-se realizar análise de apenas 10 mL do cultivo. As análises foram feitas utilizando-
se o comprimento de onda de 680nm.
Ressalta-se que, antes de se extrair a amostra para análise é importante garantir
que o meio esteja homogeneizado, então é recomendado que seja feita uma agitação
manualmente por 20 ou 30 segundos.
O valor de absorbância não indica exatamente a população do meio analisado, mas
ainda assim consegue indicar se o cultivo está em crescimento progressivo, observando-
se pela turbidez presente.
179
Figura 3 - Espectrofotômetro Hach DR 2700
O uso dessa técnica foi apenas para ter uma segunda forma de acompanhar a taxa
de crescimento, vale ressaltar que ela não é a mais assertiva, porém a tendência é que a
partir do momento em que a população de microalgas se desenvolve a contagem cresça
mesmo que em um dia o resultado seja inferior ao anterior.
Decorridos 12 dias, ao final do cultivo, foi realizado o processo de centrifugação,
foi centrifugado 100 ml por tubo, em uma rotação de 300 rpm por meia hora cada, para
separar a microalga do meio. Após as amostras separadas, foram secar em estufa por 5
dias à 40ºC. Com a biomassa seca podemos pesá-la para quantificar a biomassa
produzida.
180
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram feitas análises de nitrito, nitrato e ortofosfato nos efluentes com amostras
de antes do início do cultivo, os resultados estão presentes na Tabela 1.
Não foi detectado nem um traço dos nutrientes testados na amostra da Lagoa, o
mesmo ocorre para Nitrito na amostra da ETE.
O cultivo foi iniciado antes das análises, portanto não foi possível substituir o
efluente da lagoa, então os meios que utilizaram esse efluente passam a ser chamado de
grupo controle. A análise de nutrientes presente no meio serve para que se possa
quantificar a eficiência do uso de meios alternativos. Com a análise de densidade óptica
feita no espectrofotômetro foi possível elaborar os seguintes gráficos.
182
Sabe-se que, a produção de biodiesel só é possível se a microalga produzir lipídios
durante seu cultivo. Para que haja essa produção é necessário que possua nutrientes no
meio. Quando as contagens por microscopia foram feitas, foi possível observar onde
estava sendo produzido ou não lipídios, através da coloração, conforme Figura 5.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Andersen, R, A.; Kawachi, M. (2005). Algal Culture Techniques. Elsevier Academic Press:
San Diego, 2005. 578p.
183
Rotermund, S. R. Q.; Fontoura, J.; Soares, M. G. Cultivo da microalga Scenedesmus sp. em
efluente de Ribeira. Salão UFRGS 2015: SIC - XXVII Salão de Iniciação Científica da
UFRGS.
184
CAPIM JARAGUÁ COMO LIGANTE EM BRIQUETES DE FINOS DE
CARVÃO
Emanoel Zinza Junior1, Andrea Cressoni de Conti2 , Gabriel Toledo Machado 3, Fábio
Minouru Yamaji3, Felipe Gomes Machado Cardoso 4
1
Universidade Estadual Paulista, 2Universidade Estadual Paulista, 3Universidade
Federal de São Carlos, Depto. de Ciências Ambientais, Sorocaba, Brasil, 4Universidade
Estadual Paulista
E-mail: emanoel.zinza@gmail.com
RESUMO: O trabalho tem por objetivo a densificação dos resíduos, a fim de verificar a
formação dos briquetes de finos de carvão utilizando o capim jaraguá (hypharrenia rufa)
como ligante e avaliar suas propriedades físicas e energéticas. Uma mistura de 75% capim
jaraguá e 25% de finos de carvão foi feita obtendo-se um poder calorifico superior de
21023J/g. Com uma prensa hidráulica efetuou-se a briquetagem das amostras há uma
pressão de 15.000 kg/cm3 e tempo de um minuto. Analisou-se a expansão volumétrica, a
análise química imediata e o teste de durabilidade dos briquetes. Através da expansão
volumétrica observou-se uma expansão de 11% para os briquetes de capim e 8% para os
briquetes produzidos a partir da blenda. Por meio da análise química imediata realizada
em triplicata, observou-se que a blenda apresentou 10,3% de teor de cinzas e desvio
padrão de 0,4% e 42,7% de teor de voláteis com desvio padrão de 13,4%, resultando em
47% de carbono fixo. No teste de durabilidade obteve-se uma durabilidade de 13% para
a blenda e para o briquete de capim jaraguá de 93% de durabilidade. Pode-se comprovar
que o capim jaraguá mostrou-se apto para utilização como ligante, pois permitiu uma
estruturação e consequentemente a formação de briquetes utilizando finos de carvão.
Palavras-chave: Bioenergia, densificação, biomassa.
Abstract: The work aims to densify the residues, in order to verify the formation of fine
coal briquettes using jaraguá grass (hypharrenia rufa) as a binder and to evaluate their
physical and energetic properties. A mixture of 75% jaraguá grass and 25% fines of coal
was made obtaining a higher calorific value of 21023J / g. The samples were briquetted
with a hydraulic press at a pressure of 15,000 kg/cm3 and time of one minute. Volumetric
expansion, immediate chemical analysis and durability test of briquettes were analyzed.
Through the volumetric expansion an expansion of 11% was observed for the briquettes
of grass and 8% for the briquettes produced from the blend. Through immediate chemical
analysis carried out in triplicate, it was observed that the blend had 10.3% ash content and
0.4% standard deviation and 42.7% volatile content with 13.4% standard deviation,
resulting in 47% of fixed carbon. In the durability test, a durability of 13% was obtained
for the blend and for the jaraguá grass briquette of 93% durability. It can be proved that
the jaraguá grass proved to be suitable for use as a binder, as it allowed for a structure and
consequently the formation of briquettes using fine coal.
Keywords: Bioenergy, densification, biomass.
185
1. INTRODUÇÃO
186
2. MATERIAIS E MÉTODOS
187
Onde:
MV = teor de matérias voláteis, em %;
m2 = massa inicial do cadinho + amostra, em g;
m3 = massa final do cadinho + amostra, em g;
m = massa da amostra, em g.
𝑚0−𝑚1
𝑇𝑈 = 𝑥 100 (2)
𝑚0
Onde:
TU = teor de umidade, em %;
m0 = massa inicial da amostra, em g;
m1 = massa final da amostra, em g.
Por fim, o teor de carbono fixo foi calculado subtraindo-se da totalidade (100%)
a soma dos teores de voláteis e de cinzas das amostras, dado pela equação (4).
188
material e compará-lo com outros materiais, a fim de determinar se trata de um
combustível propício para a aplicação desejada.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
189
Tabela 1 – Análise química imediata e poder calorifico superior da blenda de 75%
capim jaraguá e 25% finos de carvão.
Resíduos CZ (%) MV (%) CF (%) PCS (MJ/kg)
Neste trabalho
Capim Jaraguá 6,81 ± 0,40 78,44 ± 0,52 14,75 ± 0,53 17,28
Finos de carvão 13,85 ± 1,37 25,60 ± 30,67 60,55 ± 21,66 23,86
Blenda capim 10,30 ± 0,04 42,69 ± 13,37 47,01 ± 13,61 21,02
jaraguá/ finos de
carvão
Nakashima
Capim elefante 3,80 78,98 17,22 17,20
Martins
Finos de carvão 18,33 27,50 54,17 18,29
+ amido
Brand
Carvão vegetal 1,96 32,85 65,17 64,49
Fonte: Autoria própria, (2020).
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Dias, José Manuel Cabral de Sousa. Produção de briquetes e péletes a partir de resíduos
agrícolas, agroindustriais e florestais. Embrapa Agroenergia. 2012. 130 p.
Freitas, Giovany Martins de. BIOMASSA, UMA FONTE DE ENERGIA. 2016. 110 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2016.
191
Nones, Daniela Letícia et al. Biomassa residual agrícola e florestal na produção de compactados
para geração de energia. Revista de Ciências Agroveterinárias, [s.l.], v. 16, n. 2, p.155-164, 20
jun. 2017.
Oliveira, Ricardo. Moulding briquettes with fine charcoal bonded with paraffin: Characterization
of some properties. 2013. Thesis (Master in Material Science) – Center for Science and
Technology for sustainability, Federal University of São Carlos, Sorocaba, 2013.
Silva, Diego A. da et al. Effect of the Particle Size on Compaction of Elephant Grass
Biomass. Revista Virtual de Química, [s.l.], p.323-333, 2018.
Associação brasileira de normas técnicas. Título: NBR 8112: carvão vegetal: análise imediata:
método de ensaio. Ano de publicação: 1986.
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– Part 2: Briquettes CEN/TS 15210-2: 2005.
ASTM D2015-96. Standard test method for gross caloric value of coal and coke by the adiabatic
bomb calorimeter; 1996.
192
CARACTERIZAÇÃO DE BIOMASSAS PARA O PROCESSO DE PIRÓLISE
RÁPIDA
Adriana Garcia1, Ana Paula de Souza Silva1, Marcelo Aparecido Mendonça1, Vittor
Rodrigues Santos Alves1
1
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo - IPT
E-mail: adrianag@ipt.br
193
CHARACTERIZATION OF BIOMASSES FOR THE RAPID PYROLYSIS
PROCESS
Abstract: Environmental issues have been motivating the interest in using agro-industrial
waste for energy use. In this scenario, solid and liquid biofuels are an important source of
renewable energy in the world. The objective of this work was to characterize five types
of different biomasses that will be used in fast pyrolysis tests to evaluate their
physicochemical characteristics in the generation of renewable energy. Chip and bark
from Eucalyptus sp, bagasse and straw from sugar cane (Saccharum officinarum L.) and
food residues from the restaurant of the Institute for Technological Research - IPT were
used. The samples were characterized in natura according to the methods proposed by the
American Society for Testing and Materials - ASTM E1757 and International
Organization for Standardization - ISO 14780. Immediate, elementary and calorific
analyzes were performed. ASTM E1756-8 and ASTM E871 were used to determine
humidity. The ash content was obtained by combustion of biomass, according to the
standards ASTM E1755 and ASTM D1102-84. The volatile compounds were determined
according to the ASTM D1762-84 standard and for the calculation of fixed carbon to
ASTM D3172. To obtain the carbon, hydrogen and nitrogen contents, ASTM D5373
method A was used and the sulfur content was ASTM D4239. The oxygen content was
calculated according to ASTM D3176. The determination of the higher calorific value
followed the ASTM D5865 method, which consisted of the combustion of a sample tablet.
The lower calorific value was calculated by subtracting the amount of energy released
during water condensation.
Keywords: biomass; energetic potential; bio-oil, thermochemical process.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A análise química elementar define o teor dos elementos que formam parte da
composição química das biomassas que vão originar biocombustíveis, tais como,
carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre, oxigênio (CHNSO) e outros componentes de
menor importância. A análise imediata define o teor, normalmente em percentagem, de
massa de carbono fixo, matérias voláteis, cinzas e umidade. Estes parâmetros estão
relacionados diretamente com a utilização do biocombustível e são importantes para o
cálculo do projeto da fornalha e/ou caldeiras. A energia contida nas biomassas é a
quantidade de calor liberada pela combustão de uma unidade de massa (kJ.kg-1). Para
fins energéticos ocorrem variações em função de características intrínsecas como o poder
calorífico, densidade e umidade que afetam o rendimento energético.
197
2.3 Determinação do teor de matérias voláteis, ASTM D1762-84
Para a determinação dos compostos voláteis foi utilizada uma mufla de marca
Forlabo. As amostras foram colocadas em cadinho de porcelana fechado durante 2
minutos a 300°C, em seguida, permaneceu a 500 °C durante 3 min e para finalizar a 950
°C por 6 minutos.
2.6 Determinação do poder calorífico superior (PCS) e inferior (PCI), ASTM D5865
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
199
Tabela 1 - Resultados dos ensaios físico-químicos das biomassas.
Casca
Bagaço de Palha de Resíduos
Cavaco de de
Designação da amostra cana de cana de alimentar
eucalipto eucalipt
açúcar açúcar es
o
3,0 9,0 0,4 4,8 5,1
Carbono -
46,4 43,0 48,5 45,1 55,63
% massa
Hidrogênio
6,13 5,82 6,72 6,16 8,46
- % massa
Nitrogênio -
0,2 0,4 0,1 0,3 8,3
% massa
Enxofre - %
<0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,41
massa
Oxigênio -
44,27 41,78 44,28 43,64 22,23
% massa
Carbono
fixo - % 17,6 14,4 17,0 20,1 16,8
massa
Materiais
voláteis - % 79,4 76,6 82,6 75,1 78,1
Material massa
seco Poder
calorífico
18,88 17,84 19,71 17,65 20,28
superior -
MJ/kg
Poder
calorífico
17,56 16,59 18,26 16,32 18,48
inferior -
MJ/kg
Poder
calorífico
superior 16,73 15,95 17,52 15,21 4,40
BU -
MJ/kg
Poder
calorífico
15,28 14,57 15,97 13,74 2,12
inferior BU
- MJ/kg
Material
Umidade -
como 11,4 10,6 11,1 13,8 3,6 (**)
% massa ( *)
recebido
Fonte: Garcia (2020). (*) São valores de umidade residual. (**) Umidade total (78,3%)
200
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D1102-84. Standard Test
Method for Ash in Wood. West Conshohocken, PA, USA, 2013.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D1762-84. Standard Test
Method for Chemical Analysis of Wood Charcoal. West Conshohocken, PA, USA, 2013.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D3172. Standard Test
Method for Proximate Analysis of Coal and Coke. West Conshohocken, PA, USA, 2013.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D4239. Standard Test
Method for Sulfur in the Analysis Sample of Coal and Coke Using High-Temperature Tube
Furnace Combustion. West Conshohocken, PA, USA, 2011.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D5373. Standard Test
Methods for Instrumental Determination of Carbon, Hydrogen, and Nitrogen in Laboratory
Samples of Coal. West Conshohocken, PA, USA, 2008.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D5865/D5865M. Standard Test
Method for Gross Calorific Value of Coal and Coke. West Conshohocken, PA, USA, 2019.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E871-82. Standard Test
Method for Moisture Analysis of Particulate Wood Fuels. West Conshohocken, PA, USA, 2013.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E1755. Standard Test
Method for Ash in Biomass. West Conshohocken, PA, USA, 2007.
201
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E1756-8. Standard Test
Method for Determination as Carbon Dioxide of Carbonate Carbon in Coal. West
Conshohocken, PA, USA, 2002(07).
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM E1757-1. Standard Practice for
Preparation off Biomass for Compositional Analysis. West Conshohocken, PA, USA, 2007.
FERREIRA, L. R. A.; OTTO, R. B.; SILVA, F. P.; SOUZA, S. N. M.; SOUZA, S. S.; ANDO
JUNIOR, O.H.. Review of the energy potential of the residual biomass for the distributed
generation in Brazil. Renewable and Sustainable Energy Reviews, USA, v. 94, p.440-455, Oct.
2018.
GARCIA, A.; SILVA, J. A.; SANTOS, J. L. D.; BRAGA, C. F.; MENDONÇA, M. A.;
KRAHENBUHL, M. A.. Determination of the physical-chemical properties of solid waste for use in
the pyrolysis process. Revista Brasileira de Energias Renováveis, Brasil, p.548-556, 2018.
202
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DE DUAS
MICROALGAS MARINHAS CULTIVADAS EM DIFERENTES
LUMINOSIDADES
RESUMO: Energias renováveis definidas como aquelas que possuem uma fonte
praticamente inesgotável, tendo como referência o tempo médio de vida de um ser
humano, sendo o uso tecnicamente viável. Dentro desses tipos de energia, a biomassa
refere-se à matéria renovável de maneira biológica, entre as quais se encontram as algas,
representando um grupo de organismos autotróficos abundantes nos corpos d'água.
Possuem conteúdo significativo de ácidos graxos dos quais podem ser obtidos
biocombustíveis como o biodiesel, sendo que seu interesse está aumentando devido ao
seu potencial de produzir grandes quantidades como alternativa aos combustíveis fósseis.
Cepas de Tetraselmis sp. e Thalassiosira sp. foram cultivadas no laboratório de ficologia
do Departamento de Recursos Hidrobiológicos da Universidad de Nariño, Colômbia. O
cultivo foi realizado sob sistema estático, utilizando como fonte de nutrientes a solução
F/2, sob duas intensidades de luz LED (3200 e 5800 Lux). A identificação e quantificação
da quantidade de ácidos graxos em sua estrutura foi analisada por cromatografia gasosa.
Conforme às intensidades luminosas, foram identificados os ácidos graxos para
Tetraselmis sp., palmítico 12,2% e 11,5 %, palmitoléico 8,0% e 7,6 %, oleico 21,1% e
16,9 %, linoleico 18,4% e 16,5 % e linolênico 15,9% e 17,7 %, e para Thalassiosira sp.,
palmítico 20% e 9,1 %, palmitoléico 52,2% e 50,9 %, mirístico 14,4% e 9,1 %,
pentadecanóico 2,8% e 2,3 %. Através dos resultados obtidos neste estudo, podemos
considerar as algas usadas como biomassa de interesse como fonte de energia renovável.
Palavras-chave: Algas, ácidos graxos, biocombustíveis, renovável.
203
CHARACTERIZATION OF THE FATTY ACID PROFILE OF TWO MARINE
MICROALGAE GROWN IN DIFFERENT LUMINOSITIES
1. INTRODUÇÃO
Para a colheita das algas foi suspendida a aeração durante duas horas. Depois
desse intervalo retirou-se o material sedimentado na garrafa e colocado em tubos de vidro
e centrifugadas a 3500 rpm por 10 minutos. O material sedimentado colocou-se em vidro
de relógio para secagem em estufa a 60°C até atingir massa constante. O material seco
armazenou-se em tubos eppendorf para seu transporte ao laboratório de Cromatografia.
Para a preparação e análise das amostras por cromatografia em fase gasosa, foi
necessário extrair os ácidos graxos por extração sólido-líquido utilizando clorofórmio
como solvente, por um período de 6 horas em agitação contínua. Posteriormente, os
extratos orgânicos foram concentrados por pressão reduzida a 40°C e redissolvidos em 2
mL de clorofórmio para iniciar o processo de derivatização. O reagente de derivação
utilizado foi o metanol: ácido clorídrico a 5% v / v. Os ésteres metílicos dos ácidos graxos
derivados foram extraídos com 4,0 mL de n-hexano grau HPLC, depois concentrados sob
pressão reduzida e redissolvidos em 1 mL de hexano, mantendo-os em frascos âmbar a
temperatura de 4°C até o momento da análise. A identificação foi realizada utilizando
uma mistura de padrões de éster metílico analisados sob as mesmas condições
operacionais. Finalmente, a quantificação foi realizada por porcentagem relativa de áreas.
As amostras foram chamadas como TE1 e TH1, para aquelas amostras que foram
submetidas a uma intensidade luminosa de 3200 Lux e TE2 e TH2 para uma intensidade
luminosa de 5800 Lux.
205
Tabela 1 – Intensidade da luz utilizada nos ensaios
Microalga Intensidade da luz Código da
Amostra
Tetraselmis sp 3200 TE1
5800 TE2
Thalassiosira sp 3200 TH1
5800 TH2
Fonte: Autoria própria
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4,E+06
± 0,03 x 10^6
3,E+06
3,E+06
Células / mL
± 0,25 x 10^6
2,E+06 TE1
± 0,33 x 10^6
2,E+06 TE2
1,E+06 TH1
5,E+05 ± 0,19 x 10^6 TH2
0,E+00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Dias de cultivo
207
Figura 6 - Cromatograma Tetraselmis sp. a- 3200lux e b-5800lux
208
tem um grande potencial para lipídios neutros acumulados até 50% da biomassa seca,
com triglicerídeos representando o componente mais abundante, que produz um óleo que
atende aos requisitos químicos da matéria-prima de biodiesel (CHIARAMONTI et al.,
2015). Os biocombustíveis desenvolvidos são combustíveis renováveis que podem
substituir os combustíveis fósseis e reduzir o efeito estufa na atmosfera (CHEN et al.,
2015).
4. CONCLUSÃO
209
da luz é um fator que influencia diretamente a porcentagem de concentração de ácidos
graxos, tornando-se uma opção econômica e fácil de manipular.
REFERÊNCIAS
AZIZI, K.; KESHAVARZ, M.; ABEDINI, H. A review on bio-fuel production from microalgal
biomass by using pyrolysis method. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 82, n.
September 2017, p. 3046–3059, 2018.
DEMIRBAS, M. F. Biofuels from algae for sustainable development. Applied Energy, v. 88, n.
10, p. 3473–3480, 2011.
OHSE, S. et al. Lipid content and fatty acid profiles in ten species of microalgae. Idesia
(Arica), v. 33, n. 1, p. 93–101, fev. 2015.
WEI, L.; HUANG, X.; HUANG, Z. Temperature effects on lipid properties of microalgae
Tetraselmis subcordiformis and Nannochloropsis oculata as biofuel resources. Chinese Journal
of Oceanology and Limnology, v. 33, n. 1, p. 99–106, 2014.
210
CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO
DE ITAQUAQUECETUBA - SP E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TEÓRICO
PARA O APROVEITAMENTO ENERGÉTICO EM UMA UNIDADE DE
GASEIFICAÇÃO
Matheus Ambrósio Gonçales1, Laís Cassaro1, Katherine Benites Bonato Marana1, Kelly
C. R. Drudi2, Graziella Colato Antonio 1, Juliana Tófano de Campos Leite1
1
Universidade Federal do ABC, 2UNIP
E-mail: matheus_goncales@hotmail.com
211
CHARACTERIZATION OF URBAN SOLID WASTE FROM
ITAQUAQUECETUBA - SP AND EVALUATION OF THEORETICAL
POTENTIAL FOR ENERGY USE IN A GASIFICATION UNIT
Abstract: The article addressed the concept of urban solid waste and the problems of
their disposal. The main objective was to compare by means of theoretical and
experimental analysis the characteristics of the waste generated in the municipalities of
Santo André and Itaquaquecetuba, both located in the State of São Paulo, and also
evaluate the theoretical potential for energy use through gasification. Gasification,
process of converting carbon-based solid waste into a gas with energy potential, is
considered a very interesting destination for waste in a sustainable, environmental and
technological way. The characterization of Itaquaquecetuba samples, divided into five
fractions, namely sanitary, plastics, textiles, paper and organic matter, in addition to the
mix, which is the mixture of all others previously mentioned, generally indicated low
deviations from the values already found in the literature, whether for immediate analysis,
elemental analysis, higher and lower heating value and, finally, the amount of air needed
for gasification. The fractions that have lower moisture and ash content and,
consequently, higher carbon content, besides having higher values of higher and lower
heating value, stand out from the others in gasification, such as the fractions of paper,
plastic and textiles.
Keywords: Solid waste conversion, characterization, energy matrix.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
213
A amostra mix, é uma composição elaborada a partir de amostras das frações MO,
PP, PL, S e TE, em porções ponderadas em função da composição gravimétrica média.
Para composição da amostra, foi seguida a metodologia descrita por Cenedese (2019),
conforme a equação (1):
Em que:
%MO = % de matéria orgânica presente na análise gravimétrica do município
%PL = % de plástico presente na análise gravimétrica do município
%TX = % de têxtil presente na análise gravimétrica do município
%PP % de papel presente na análise gravimétrica do município
%S = % de sanitário presente na análise gravimétrica do município
214
Tabela 2: Equações para obtenção do PCS e PCI.
Modelo Equação
Lloyd e PCSs [MJ/kg] = (8546*C+27126*H-2018*O+1419*N+2672*S)*0,00418
Davenport PCIw [MJ/kg] = ((1-w)*[8546*C+27126*H-2018*O+1419*N+2672*S]-[(1-w)*9*H+w]*583,2)*0,00418
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
215
Tabela 3: Composição Imediata das frações combustíveis dos resíduos sólidos dos
municípios de Itaquaquecetuba e Santo André.
ITAQUAQUECETUBA SANTO ANDRÉ (CENEDESE, 2019; GOMEZ,
2016)
Umidade
Material Carbono Material Carbono
(%) Cinzas Umidade Cinzas
Fração Volátil (%) Fixo (%) Volátil (%) Fixo (%)
(Marana, (%) b.s (%) (%) b.s
b.s b.s b.s b.s
2019) 2
47,89 90,74 5,88 3,38 52,56 77,07 6,85 16,08
S
(±9,87) (±1,85) (±0,39) (±1,52) (±13,28) (±3,40) (±2,07) (±2,93)
40,88 86,58 11,45 1,98 23,27 89,33 6,67 4,00
PL
(±7,12) (±6,69) (±0,09) (±0,14) (±9,59) (±4,41) (±3,16) (±2,10)
32,36 94,55 3,26 2,19 31,88 83,47 6,09 10,44
TE
(±13,01) (±3,48) (±0,12) (±0,51) (±12,79) (±5,70) (±5,36) (±4,27)
39,18 82,26 12,65 5,09 32,24 73,9 10,13 15,97
PA
(±9,95) (±3,25) (±0,36) (±3,48) (±9,59) (±3,21) (±2,88) (±1,49)
66,20 68,35 24,00 7,64 68,21 61,14 22,48 16,38
MO
(±7,50) (±3,67) (±4,76) (±2,61) (±4,35) (±8,71) (±11,56) (±5,64)
81,94 10,95 7,12 76,62 13,04
MX 46,26 47,66 10,34
(±0,76) (±1,46) (±2,22) (±1,47) (±1,59)
Fonte: Autoria Própria.
Legenda: b.s: base seca; S = sanitários; PL = plásticos; TE = têxteis; PA = Papel/Papelão/TetraPak; MO =
matéria orgânica; MX = Mix
2
MARANA, K. B. B. Comunicação verbal. Dados do Projeto de Análise da Composição
Gravimétrica dos RSU do município de Itaquaquecetuba. 2019.
216
perante as demais, apresentando melhores resultados e nesse quesito garantindo maior
eficiência para o processo de gaseificação.
Quanto maior o teor de voláteis contido na matéria-prima, maior será a produção
de alcatrão e, consequentemente, mais gases impuros na gaseificação, necessitando assim
de um sistema de limpeza com maior capacidade, dependendo da utilização final do gás
combustível (ASSUMPÇÃO, 1981). A fração de matéria orgânica, em ambos os
municípios, apresenta os menores valores de materiais voláteis, seguido da fração de
papel e papelão.
O conteúdo de cinzas não tem influência direta na composição do gás gerado,
porém além de afetar a eficiência do processo, afeta a operação e o tipo do gaseificador e
intensifica o processo de corrosão de equipamentos. Matéria orgânica, papel e papelão e
plástico são as frações que apresentam elevados teores de cinzas, já sanitários e têxteis,
os menores valores.
Um menor valor de carbono fixo para o resíduo impacta negativamente e
significativamente na produção dos componentes dos gases gerados durante a
gaseificação, tendo como base as reações envolvidas no processo, apresentadas por
Assumpção (1981) e Dias (1986). Os resíduos de Santo André apresentaram valores
superiores de carbono fixo em todas as frações, quando comparados aos de
Itaquaquecetuba, dando destaque para as frações de matéria orgânica com 16,38%,
sanitários com 16,08% e papel com 15,97%.
Quanto a análise elementar, a fração de plástico aparece com a maior porcentagem
de carbono em sua composição, tanto em Itaquaquecetuba com 68,63%, quanto em Santo
André com 76,36%. Esta fração é a que possui em ambos os municípios o menor teor de
oxigênio em sua composição sendo Itaquaquecetuba 7,26% e em Santo André 4,37%. O
teor de hidrogênio para o resultado de Itaquaquecetuba foi igual a zero, o que indica
problemas no analisador elementar, tendo em vista que a fração de plásticos é composta
por hidrocarbonetos. Valores encontrados para Santo André em Cenedese (2019), igual a
12,55% e para São José dos Campos em Balcazar, Dias e Balestieri (2013), igual a 7,2%
corroboram o fato.
Já o nitrogênio (N) não interfere significativamente na composição do poder
calorífico do combustível e também é inerte ao processo de gaseificação, agindo apenas
como solvente (ARAÚJO, 2016). É na fração orgânica que está presente a maior
quantidade desse elemento, como em alimentos, podas de árvores, etc.
Comparando-se os dados fornecidos por Balcazar, Dias e Balestieri (2013), para
a fração de papel de Itaquaquecetuba, o teor de carbono variou apenas 1,1% do resultado
obtido, enquanto que o hidrogênio teve um desvio de 4,5% e o oxigênio atingindo 13,5%.
Para a fração de têxteis, os valores são novamente correspondidos, apresentando uma
variação no carbono de 1,6%, 13,6% no hidrogênio e apenas 12,0 % no valor de oxigênio.
Já para a fração orgânica, a principal diferença está na quantidade de cinzas, enquanto o
estudo apontou 5%, os resíduos de Itaquaquecetuba apresentaram 24,00% de cinzas na
composição da amostra, e os de Santo André apresentaram 22,48%. Para os plásticos, os
teores de carbono, oxigênio e cinzas apresentaram desvios menores que 15%. A grande
diferença ficou centrada no hidrogênio, o qual foi obtido para Itaquaquecetuba o valor de
0% e 12,55% em Santo André.
A fração de plásticos, apresentando teor de hidrogênio igual a 12,00%, com base
em Cenedese (2019) e Balcazar, Dias e Balestieri (2013), apresentou tanto pela equação
217
de Lloyd (37,73 MJ/kg), como de Boyle (37,44 MJ/kg), os maiores valores dentre todas
as frações para o poder calorífico superior na base seca de Itaquaquecetuba, como também
nas amostras de Santo André por meio da bomba calorimétrica (36,65 MJ/kg).
Já a fração de matéria orgânica, influenciada pelo grande teor de umidade e de
cinzas, apresentou os menores valores para o poder calorífico inferior na base úmida tanto
para os resíduos de Itaquaquecetuba quanto para os de Santo André.
A fração de têxteis apresentou para a equação de Lloyd para o poder calorífico
superior na base seca de Itaquaquecetuba 22,99 MJ/kg e para a equação de Boye 8,64
MJ/kg, o maior valor para o poder calorífico inferior na base úmida.
De forma geral a equação de Boye para as amostras de Itaquaquecetuba se mostrou
a mais próxima dos valores obtidos na bomba calorimétrica das amostras de Santo André
para o poder calorífico superior na base seca, obtendo uma diferença média para as cinco
frações de 7,07% enquanto que, para o poder calorífico inferior na base úmida, a equação
de Vander Loo & Kopejan apresentou valores mais condizentes aos encontrados na
literatura.
Em média, as frações dos resíduos gerados em Itaquaquecetuba apresentam PCI
na base úmida igual a 11,43 MJ/kg, enquanto os gerados em Santo André apresentaram
valor igual a 11,59 MJ/kg. Os resultados possuem desvios menores que 1,00%,
representando assim que ambos os municípios possuem potenciais similares de
aproveitamento energético, com base no PCI.
Por fim, analisou-se a quantidade necessária do agente gaseificante na operação
do gaseificador. Tendo em vista que a composição final do gás de síntese se manteve
igual para a análise, as quantidades necessárias de ar tanto para reações estequiométricas,
como para agente gaseificante para o processo variaram estritamente pela diferença na
composição elementar de cada fração.
A fração de plásticos de Itaquaquecetuba e de Santo André apresentam os maiores
valores, justificado pelo alto teor de carbono e de hidrogênio e o baixo teor de umidade
em sua composição.
Já com a fração de matéria orgânica a situação é oposta, alto teor de umidade e
baixos valores para carbono e hidrogênio, necessitando assim de menores quantidades de
ar.
De acordo com Infiesta (2015), uma unidade de gaseificação de RSU no Vale do
Paranapanema, utilizando uma mistura de todas as frações (orgânicas e inorgânicas),
depois de um pré-tratamento de secagem, com umidade de 12%, possui uma relação de
ar na gaseificação igual a 0,34, valor médio próximo ao encontrado nas amostras de
Itaquaquecetuba (0,29) e de Santo André (0,26).
4. CONCLUSÃO
Conclui-se ao final deste trabalho que os resíduos analisados tanto em
Itaquaquecetuba quanto em Santo André apresentaram em suas composições imediatas
semelhanças significativas, destaque principal para o baixo desvio entre os mesmos na
umidade e cinzas.
Em relação ao poder calorífico superior e inferior, as equações levantadas
permitiram o cálculo dos mesmos, garantindo valores para as amostras de
Itaquaquecetuba condizentes com a literatura encontrada, inclusive de acordo com os
218
valores encontrados para o município de Santo André, como em Gomez (2016) e
Cenedese (2019).
A umidade tem bastante influência na operação de processos termoquímicos,
principalmente, no caso da gaseificação. Neste ponto é muito importante o pré-tratamento
dos resíduos, retirando assim o maior teor possível de umidade, maximizando os
resultados e eficiência dos processos, ficando evidenciada a inferioridade nos valores
energéticos da fração de matéria orgânica.
As frações de plástico, papel/papelão e têxteis se destacam perante as outras no
processo de gaseificação, levando em consideração menores teores de umidade e de
cinzas, e maiores teores de carbono, de hidrogênio, além de possuírem maiores valores
de poder calorífico superior e inferior.
A quantidade de ar necessária para gaseificação da fração de matéria orgânica é a
mais reduzida entre todas frações pelo fato de possuir em sua composição uma elevada
quantidade de umidade e de cinzas, além de um reduzido teor de carbono na composição
elementar.
REFERÊNCIAS
DRUDI, K.C.R. Modelo de predição do poder calorifico dos resíduos sólidos urbanos a
partir de sua composição gravimétrica.. Tese (Doutorado em Energia) — Universidade
Federal do ABC, 2017.
EPA – Standard Methods EPA 2540 G, Total, Fixed, and Volatile Solids in Solid and
Semisolid Samples - Approved by SM Committee: 1997.
219
GOMEZ, A. C. G. Caracterização da fração combustível de resíduos sólidos urbanos
úmidos do município de Santo André visando seu aproveitamento energético por
processos termoquímicos. Santo André: Universidade Federal do ABC, 2016.
220
CAVACOS DE PODA URBANA SUBMETIDO AO PROCESSO DE
TORREFAÇÃO
RESUMO: A poda de árvores no meio urbano se torna algo fundamental para o bom
desenvolvimento, e para que não ocorra disputa entre elas e as redes de eletricidade, como
também para um bom aproveitamento da parte aérea. Diante da necessidade de utilização
e valoração destes resíduos este trabalho teve como objetivo determinar as características
físico-químicas e energéticas de cavacos de resíduos de poda urbana antes e após a
pirólise suave, torrefação. As amostras foram coletadas da cidade de Palotina – PR,
situada no oeste paranaense. A torrefação e as análises físico-químicas das amostras
foram realizadas no Laboratório de Química Orgânica, na UFPR - Setor Palotina.
Determinou-se o rendimento gravimétrico, os teores de umidade, materiais voláteis,
carbono fixo e cinzas. Para a análise dos resultados obtidos, utilizou-se um planejamento
fatorial 21, em que foram consideradas variáveis independentes a temperatura (T °C) e o
tempo (t(h)) de torrefação. O material coletado apresentou um elevado teor de umidade,
68,12 %. Após o processo de torrefação verificou-se melhora nas características
energéticas dos cavacos, aumento no teor de carbono fixo para 63,13 % e redução do teor
de materiais voláteis para 32,74 %. Desta forma, sugere-se que a torrefação melhora as
características energéticas dos cavacos e agrega valor ao produto final.
Palavras-chave: resíduo de poda, análise físico-química e torrefação.
Abstract: The pruning of trees in the urban environment becomes fundamental for the
good development, and so that there is no dispute between them and the electricity
networks, as well as for a good use of the aerial part. Faced with the need of using and
valuing these residues, this work aimed to determine the physical-chemical and energetic
characteristics of urban pruning waste before and after the smooth pyrolysis, roasting.
The samples were collected from the city of Palotina - PR, located in western Paraná.
Roasting and physical-chemical analysis of the samples were performed at the Organic
Chemistry Laboratory, UFPR - Setor Palotina. The gravimetric yield, humidity levels,
volatile materials, fixed carbon and ashes were determined. For the analysis of the results
obtained, a factorial planning 21 was used, in which the temperature (T C) and the
roasting time (t(h)) were considered independent variables. The collected material
presented a high moisture content, 68.12%. After the roasting process there was an
improvement in the energetic characteristics of the chips, an increase in the fixed carbon
content to 63.13 % and a reduction in the volatile material content to 32.74 %. Thus, it is
suggested that roasting improves the energy characteristics of chips and adds value to the
final product.
Keywords: Pruning residue, physical-chemical analysis and torrefaction.
221
1. INTRODUÇÃO
Os resíduos de poda são considerados grande parte de resíduo gerado por uma
cidade. Quando as implantações dos sistemas elétricos de distribuições e de arborizações
são planejadas de forma independente, geram transtorno para os órgãos municipais, uma
vez que, as árvores e as redes de distribuição, disputam pelo mesmo espaço físico
(CORTEZ et. al, 2008).
Para o bom desenvolvimento das árvores em espaços urbanos, a poda e a remoção
são métodos essenciais, para que não ocorram problemas com usos das vias públicas e o
espaço aéreo das cidades (NOLASCO; MEIRA; GATTI, 2013). Os resíduos provenientes
da poda e a remoção podem acarretar sérios problemas para o município caso não haja
um plano de gerenciamento dos resíduos, para um descarte adequado ou até a reutilização
do mesmo. Segundo Silva e Ronofio (2016), os resíduos de poda urbana na maioria das
vezes são descartados em aterros, consumindo espaço útil dos mesmos, reduzindo sua
capacidade e ampliando seus custos operacionais, uma vez que o material ocupa grande
volume.
De acordo com Angelis et. al (2007) os resíduos provenientes da arborização de
ruas ainda têm sua utilização e reciclagem pouco implementada. Uma forma de agregar
valor ao resíduo, seria a produção de briquetes, que se torna um produto com maior valor
agregado que a lenha trazendo, assim vantagens para o consumidor. Outra maneira de
agregar valor ao material seria submetê-lo a tratamentos térmicos, de acordo com Pincelli
(2011) “o tratamento térmico é conhecido como um dos mais antigos, fácil e viável
economicamente, com melhoras no que se refere à capacidade de repelência à agua,
estabilidade e resistência biológica da madeira”
Comparando o material in natura com o material torrado, este último apresentou
resultados satisfatórios, com aumento das características do material. Segundo Rodrigues
(2009), este tratamento térmico conduz a padronização das características físico-químicas
e mecânicas do material, assim concentrando a energia disponível em um novo produto,
com perda de massa limitada.
A torrefação é um tratamento térmico da biomassa que produz um combustível
com melhores características energéticas (RODRIGUES, 2009). Vidal e Hora (2011)
relatam que “a torrefação é semelhante a pirólise, que produz o carvão vegetal, de modo
que a madeira torrificada é um produto intermediário entre madeira seca e carvão vegetal”
os mesmos autores descrevem que a torrefação muda as propriedades da biomassa
volatilizando a hemicelulose, e a massa resultando em um material hidrofóbico. Com isso
o presente trabalho buscou caracterizar e realizar o processo de torrefação no resíduo
urbano de poda da cidade de Palotina, situada no oeste paranaense.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
222
A umidade do cavaco foi determinada pela norma TAPPI T-264 om-88. Em
seguida o material in natura foi seco em estufa a 105 °C e moído em moinho tipo Willey
e selecionado em conjunto de peneiras 40/60 mesh para realização da análise imediata
seguindo a normativa ASTM D-3172 até D-3175 (ASTM, 1983) em duplicata, onde
determinou-se os teores de carbono fixo (CF), materiais voláteis (MV) e cinzas (CZ).
A densidade do cavaco foi realizada pela norma ASTM D2395 – 14 (ASTM,
1995). A torrefação do cavaco foi realizada em forno mufla segundo metodologia
adaptada de ARIAS et al. 2007, o delineamento experimental apresentado na Tabela 1.
Para a análise dos resultados obtidos a partir dos cavacos de poda urbana torrados,
utilizou-se um planejamento fatorial 22, em que foram consideradas variáveis
independentes a temperatura, (T(C)) e o tempo (t(h)) de torrefação, cujos níveis são
apresentados na Tabela 2.
𝑚 𝑡𝑜𝑟𝑟𝑎𝑑𝑎
RG (%) = x 100 (1)
𝑚 𝑠𝑒𝑐𝑎
Onde:
RG = Rendimento gravimétrico
mtorrada = massa torrada (g)
mseca = massa seca (g)
223
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
224
O rendimento gravimétrico para a biomassa que é submetida ao processo de
pirólise é decrescente como observou Siebeneichler et al (2002) ao submeter a madeira
de Eucalyptus cloeziana, a pirolise em nove temperaturas entre 300 e 700 °C, do carvão
vegetal foi decrescente, chegando a 25% a 700 °C. Protásio et al. (2012) verificou para
briquetes dos resíduos do processamento dos grãos de café torrificados a 250 °C,
rendimento gravimétrico médio de 67,56 % e para o briquete carbonizado 450 °C
rendimento gravimétrico médio de 39,26 %.
Observa-se que não ouve diferença significativa entre os tratamentos para o teor
de cinzas, poder calorífico superior, poder calorífico inferior. Para o rendimento
gravimétrico observa-se que o tratamento 1 foi mais eficaz, para carbono e voláteis houve
diferença entre os tratamentos mas não se tornando significativo.
Comparando o material in natura com o material torrado apresentou resultados
satisfatórios, com aumento das características do material. Segundo Rodrigues (2009),
este tratamento térmico conduz a padronização das características físico-químicas e
mecânicas do material, assim concentrando a energia disponível em um novo produto,
com perda de massa limitada. A estimativa dos efeitos principais e de interação das
variáveis para o planejamento é apresentada na Tabela 1, onde se observou também os
valores obtidos para o erro padrão, p-valor, os valores dos coeficientes das variáveis do
modelo, o coeficiente de determinação do modelo (R2).
Tabela 4 - Estimativa dos efeitos para o Teor de Carbono Fixo (TCF) para o
planejamento 22 com (α=0,05).
Variável Efeito Erro padrão do efeito P - valor Coeficiente
Média/intercepto 55,80206 0,322634 0,000033 55,80206
T(C) 6,63858 0,853610 0,016135 3,31929
t(h) 4,30635 0,853610 0,037118 2,15318
T(C) x t(h) 2,06515 0,853610 0,136679 1,03257
225
Padrão de Efeitos
CF (%)
T (oC) 7,78
t (h) 5,04
p=0,05
Efeito estimado padronizado
Tabela 5 - Estimativa dos efeitos para o Teor de Materiais Voláteis (TMV) para o
planejamento 22 com (α=0,05).
Variável Efeito Erro padrão do efeito P - valor Coeficiente
Média/intercepto 39,75883 0,432206 91,99036 0,000118
T(C) -6,71527 1,143511 -5,87250 0,027794
t(h) -4,21114 1,143511 -3,68264 0,066469
T(C) x t(h) -1,51625 1,143511 -1,32596 0,316021
226
Figura 3 - Gráfico de Pareto dos efeitos Figura 4 – Superfície de resposta do
estimados (valor absoluto) para do Teor Teor Materiais Voláteis MV (%) em
Materiais Voláteis MV (%). função do tempo t (h) e temperatura T
(°C).
Tabela 6 - Estimativa dos efeitos para o Teor de Cinzas (TCZ) para o planejamento 2 2
com (α=0,05).
Variável Efeito Erro padrão do efeito P - valor Coeficiente
Média/intercepto 4,439113 0,123241 0,000770 4,439113
T(C) 0,076684 0,326066 0,835955 0,038342
t(h) -0,095213 0,326066 0,797786 -0,047607
T(C) x t(h) -0,548895 0,326066 0,234333 -0,274447
227
Figura 5 - Gráfico de Pareto dos efeitos Figura 6 – Superfície de resposta do Teor
estimados (valor absoluto) para do Teor de cinzas CZ (%) em função do tempo t (h)
de Cinzas CZ (%). e temperatura T (°C).
228
Tabela 6 – ANOVA para Teor Carbono Fixo CF (%) e Teor Materiais Voláteis MV (%)
Teor Carbono Fixo CF (%)
Causas da GL SQ MQ F p-valor Fcal/Ftab
variação
Regressão 2 62,61547 31,307735 42,96676731 0,0266265 2,26
Falta de ajuste 2 10,57778 5,28889 7,25847 0,121088
Erro 2 1,4573 0,72865
Total 6 74,65055
Teor Materiais Voláteis MV (%)
Causas da GL SQ MQ F p-valor Fcal/Ftab
variação
Regressão 1 45,09483 45,09483 34,48627 0,027794 1,86
Falta de ajuste 3 26,03307 8,67769 6,63626 0,133757
Erro 2 2,61523 1,30762
Total 6 73,74313
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARIAS, B.; PEVIDA, C.; FERMOSO, J.; PLAZA, M. G.; RUBIERA, F.; PIS, J. J. Influence of
torrefaction on the grindability and reactivity of woody biomass. Fuel Processing
Technology v.89 p.169 – 175. 2007.
229
CORTEZ, C. L.; GRISOLI, R.; GAVIOLI, F.; COELHO, S. T.; CARMELO, S. Alternativa
sustentável para utilização de resíduos de poda provenientes da manutenção das redes de
distribuição de energia elétrica. 2008.
Standard Test Methods for Density and Specific Gravity (Relative Density) of Wood and
Wood-Based Materials. ASTM D2395-14. York, 1995.
230
COMPARAÇÃO DAS METODOLOGIAS ASTM E ISO PARA A
CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE AÇÚCAR AVALIANDO DOIS
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM: QUARTEAMENTO E ALEATÓRIO
Renata Moreira1, Renato Cruz Neves,2, Pâmela Coelho Tambani,3, Danilo Eiji
Hirayama3, Pia Griesheimer,4, Ademar Hakuo Ushima3, Klaus Raffelt4
1
1 Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo - IPT, 2Laboratório
Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol - CTBE, Campinas, Brasil., 3Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo - IPT, 4Instituto Tecnológico de
Karlsruhe - KIT, Karlsruhe, Germany.
E-mail: renatam@ipt.br
231
COMPARISON OF ASTM AND ISO METHODOLOGIES FOR THE
CHARACTERIZATION OF SUGARCANE BAGASSE EVALUATING TWO
SAMPLING METHODS: QUARTERING AND RANDOM
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Amostragem
Foram testados dois tipos de amostragem para estas biomassas, o método aleatório
e o método de quarteamento, ambos seguindo as normas para amostragem ISO
14780:2017 (E) e ISO 18135:2017.
233
Tabela 1. Metodologias utilizadas para a caracterização do bagaço da cana de açúcar.
Características ASTM ISO
Umidade ASTM E1756-08 (2015) ISO 18134-2:2017
Cinzas ASTM E1755-01 (2015) ISO 18122:2015
Matérias
ASTM D1762-84 (2013) ISO 18123:2015
voláteis1
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
234
Tabela 2. Caracterização das amostras de bagaço de cana de açúcar de acordo com as
normas ISO para os métodos de amostragem.
Método de amostragem
Propriedades
Aleatório Quarteamento
Umidade residual (% massa) 2,86 ± 0,02 2,80 ± 0,04
Cinzas (% massa) 8,41 ± 0,44 6,75 ± 0,30
MV (% massa) 79,64 ± 0,12 80,32 ± 0,44
CF (% massa) 11,95 ± 0,34 12,94 ± 0,32
C (% massa) 46,05 ± 0,16 47,40 ± 0,08
H (% massa) 5,87 ± 0,02 6,14 ± 0,01
N (% massa) 0,28 ± 0,01 0,28 ± 0,01
S (% massa) < 0,1 < 0,1
Cl (% massa) 0,01 0,01
O (% massa) 47,79 ± 0,17 46,17 ± 0,09
PCS (MJ.Kg-1) 18,75 ± 0,18 18,51 ± 0,03
Fonte: MOREIRA, R. et al, 2020.
235
Tabela 3. Análise imediata e poder calorífico do bagaço de cana de açúcar pelas normas
ASTM e ISO preparadas em moinho de facas e criogênico.
Processo de Análise imediata - (% massa) PCS
Método
moagem Cinzas MV CF MJ Kg-1
ASTM Facas 7,70 ± 0,23 77,27 ± 0,12 15,04 ± 0,25 17,21 ± 0,07
ASTM Criogênico 6,66 ± 0,02 78,62 ± 0,4230 14,73 ± 0,31 17,59 ± 0,41
ISO Criogênico 6,67 ± 0,38 80,56 ± 0,18 - -
Fonte: MOREIRA, R. et al, 2020.
Tabela 4. Análise elementar do bagaço de cana de açúcar pelas normas ASTM e ISO
em preparadas em moinho de facas e criogênico.
Processo de Análise imediata - % massa
Método
moagem C H N S O
ASTM Facas 44,55 ± 0,90 5,57 ± 0,00 0,23 ± 0,0 < 0,1 49,65 ± 0,89
ASTM Criogênico 45,44 ± 0,32 5,98 ± 0,05 0,22 ± 0,00 < 0,1 48,36 ± 0,27
ISO Criogênico - - - < 0,1 -
Fonte: MOREIRA, R. et al, 2020.
236
observa-se que o teor de cinzas não é alterado em função da norma utilizada na execução,
diferentemente dos voláteis.
Para avaliação das diferenças entre os tratamentos, foi aplicado primeiramente
ANOVA fator único observando diferença significativa para os resultados de cinzas
(Fcalculado = 10,868) e voláteis (Fcalculado = 74,270) de acordo com Fcrítico = 9,552. Estas
diferenças foram comparadas pelo teste de Tukey (Tabela 5).
237
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
TAMBANI, P.C.; MOREIRA, R.; BRAGA, C.B.F.; SANTOS, J.L. dos S.; HIRAYAMA, D.E.;
MENDONÇA, M.A.; USHIMA, A.H. Evaluation of interference of particle size in the
characterization of sugarcane bagasse. Biomass and Bioenery Conference, April, 2018.
ASTM - American Society for Testing and Materials. Committee E48 on Bioenergy and
Industrial Chemicals from Biomass. Disponível em: <
https://www.astm.org/COMMITTEE/E48.htm>. Acesso em: 19 fev. 2020.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D1762-84(2013), Standard Test
Method for Chemical Analysis of Wood Charcoal. ASTM International, West Conshohocken,
PA, 2013.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D3176-15, Standard Practice for
Ultimate Analysis of Coal and Coke. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2015.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D3172-13, Standard Practice for
Proximate Analysis of Coal and Coke. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2013
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D4239-18e1, Standard Test
Method for Sulfur in the Analysis Sample of Coal and Coke Using High-Temperature Tube
Furnace Combustion. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2018.
238
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D5373-16, Standard Test Methods
for Determination of Carbon, Hydrogen and Nitrogen in Analysis Samples of Coal and Carbon
in Analysis Samples of Coal and Coke. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2016.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D5865 / D5865M-19, Standard
Test Method for Gross Calorific Value of Coal and Coke. ASTM International, West
Conshohocken, PA, 2019.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM D6357-19, Standard Test Methods
for Determination of Trace Elements in Coal, Coke, and Combustion Residues from Coal
Utilization Processes by Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry,
Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry, and Graphite Furnace Atomic Absorption
Spectrometry. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2019.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM E1755-01(2015), Standard Test
Method for Ash in Biomass. ASTM International, West Conshohocken, PA, 2015.
ASTM - American Society for Testing and Materials. ASTM E1756-08(2015), Standard Test
Method for Determination of Total Solids in Biomass. ASTM International, West
Conshohocken, PA, 2015.
ISO - International Organization for Standardization. ISO/TC 238. Disponível em: <
https://www.iso.org/committee/554401.html>. Acesso em: 19 fev. 2020.
ISO - International Organization for Standardization. ISO 14780:2017 (E). Solid biofuels – Sample
preparation. Geneva, 2017.
239
ISO - International Organization for Standardization. ISO 18135:2017. Solid biofuels –
Sampling. Geneva, 2017.
240
DENDROENERGIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Abstract: With the increase in population in recent years, there has been a considerable
increase in demand for energy, whether electric or thermal. With this, new ways of
obtaining energy have been studied in order to make them economically and
environmentally viable. The new global proposal is sustainable development, and many
countries are seeking ways to become energy self-sufficient by exploiting available
resources. One such way is the production of energy from the burning of biomass.
Biomass can be obtained in many ways, including wood, pellets, briquettes, chips or
charcoal. However, there is still much to be researched and discovered to improve
production processes, aiming at efficiency. This work has been carried out through a
bibliographical study based on articles dealing with dendroenergy, which covers the
analysis of raw materials, productive processes or energy generation. It was observed that
the results of the articles were that after the processing of the material, in the form of
pellets or charcoal, there is an increase in the efficiency of its use in thermoelectric
generation processes, due to an increase in its calorific power. Therefore, it is something
viable and that can have a financial return according to the energy generation. For this,
every day efforts are required to find the ideal model of production, processing and
generation.
Keywords: Management, energy, wood.
241
1. INTRODUÇÃO
243
Tabela 1 – Normas seguidas durante as análises realizadas por Jacinto et al. (2017)
Propriedade análisada Norma Repetições
Dimensões dos pellets e Densidade da unidade EN 16127 (CEN, 2012) 100g
Densidade a Granel ** 5
Durabilidade e teor de finos EN 15210-1 (CEN, 2010) 4
Teor de Umidade EN 14774 (CEN, 2009) 3
Poder Calorífico Superior DIN 51900 (DIN, 2000) 3
Composição química imediata ASTM 1762 (ASTM, 2007) 3
Fonte: JACINTO et al. (2017)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O beneficiamento da matéria prima seja ela qual for, tem como finalidade agregar
valor ao produto final e aumentar a sua eficiência, neste caso aumentar o poder calorífico
do mesmo. Conforme os artigos analisados, foi constatado que tal beneficiamento é viável
economicamente e é ambientalmente correto, pois a queima controlada gera menos
resíduos e há uma menor poluição tanto do ar, como do solo onde será destinado o resíduo
(NONES et al., 2014).
O estudo de viabilidade econômica realizado pelos autores demonstrou que o
sistema de produção de carvão em fornos-caldeira é melhor que o realizado em fornos
tipo rabo-quente, devido ao menor consumo de madeira e aumento do lucro do
proprietário. Além disso, é mais vantajoso conduzir uma brotação após o corte do que
realizar um novo plantio no mesmo local (OLIVEIRA, 2014).
Observou-se que, ao realizar o processo de produção de carvão vegetal ocorreu
um aumento no poder calorífico e um aumento no teor de voláteis, que são essenciais para
uma boa queima. Já que com o aumento do PCS ocorre um aumento da energia fornecida
pela queima do material. Portanto, se o interesse for gerar mais e gastar menos, esta é
uma opção muito promissora e com uma tecnologia difundida mundialmente (FIGUEIRÓ
et al., 2018).
Seguindo na análise das características do material, percebeu-se que existe pouca
variação de poder calorífico entre diferentes espécies. Conforme a idade, está variação se
torna mais evidente e nem sempre é viável utilizar uma floresta com idade avançada, já
que com poucos anos os resultados são melhores. Portanto deve-se analisar com cuidado
qual é seu objetivo, como por exemplo, a utilização de lenha para queima ou para
transformação em carvão vegetal e posterior consumo (BERSCH et al., 2018).
Apesar de ser algo relativamente novo, a produção de pellets vem demonstrando
um grande potencial para a substituição da lenha e do cavaco devido a sua praticidade de
transporte e maior eficiência. Este material também se mostrou viável com resultados
dentro das normas estabelecidas por lei. Ocorreu um aumento da densidade devido a
mistura e agregação de duas matérias primas, algo que é difícil de ser realizado na queima
direta da lenha (JACINTO et al., 2017).
244
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BERSCH, A. P., BRUN, E. J., PEREIRA, F. A., SILVA, D. A., DE BARBA, Y. R., &
JUNIOR, J. R. D. (2018). Caracterização energética da madeira de três materiais genéticos de
Eucalyptus sp. Florestav. 48, n. 1, p. 87-92, 2018.
JACINTO, R. C., BRAND, M. A., DA CUNHA, A. B., SOUZA, D. L., & DA SILVA, M. V.
(2017). Utilização de resíduos da cadeia produtiva do pinhão para a produção de pellets para
geração de energia. Floresta, v. 47, n. 3, p. 353-363, 2017.
NONES, D. L., BRAND, M. A., DA CUNHA, A. B., DE CARVALHO, A. F., & WEISE, S. M.
K. (2014). Determinação das propriedades energéticas da madeira e do carvão vegetal
produzido a partir de Eucalyptus benthamii. Floresta, v. 45, n. 1, p. 57-64, 2014.
245
ESTUDO DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DE ÓLEO DE MACAÚBA
Abstract: Brazil is a reference when it comes to oil extraction for the production of
biodiesel. The main challenge today is to provide diversification of the matrix in relation
to oilseeds with a great energy potential. Macauba (Acrocomia aculeata) besides being
part of the group of oilseeds with excellent energy potential, has the advantage of its
excellent dispersion in the Brazilian territory due to its ease of adaptation to the soil and
climate. The oil of the oilseeds has its structure in globules, and with that comes the need
for extraction to obtain this oil in liquid form. Extractions can be done by mechanical
press, solvent or mixed. Each extraction mode has its own particularities and distinct
performances. This work was performed in two ways in its pre-extraction process, in
order to achieve optimization in the final performance. It was possible to observe
unexpected behavior with one of the executions and consequently an unsatisfactory result
in the chemical and physical composition of the macaúba. In solvent extraction of both
almond and pulp, the solvents used were methanol and hexane, with times of 3 and 5
hours. The highest oil content was obtained with hexane and time of 5h, which was
54.38% for almonds and 57.56% for pulp.
Keywords: Solid-liquid extraction, Oilseed, Biofuels.
246
1. INTRODUÇÃO
A macaúba é uma palmeira oleaginosa bastante presente no território brasileiro
devido a sua facilidade na adaptação do solo e climas. De acordo com Costa e Marchi
(2008) a macaúba vegeta bem em altitudes entre 500 m a 1000 m, com índices
pluviométricos inferiores a 1500 mm e temperatura na faixa de 15 °C a 35 °C, porém, há
registro de plantio que diverge desses dados, como no sul dos estados de Minas gerais e
São Paulo que sofrem por geadas leves e Leste do estado de Alagoas com índices
pluviométricos superior a 1500 mm.
O fruto da macaúba contém as seguintes partes estruturais: epicarpo, mesocarpo,
endocarpo, endosperma. O epicarpo é a superfície externa, com características visíveis
variáveis e dependentes do seu amadurecimento; o mesocarpo, também conhecida como
a polpa do fruto, tem sua coloração amarelada e com aspecto bem semelhante a uma
manga; endocarpo, conhecido como a casca, tem aspecto duro e faz a proteção do
endosperma; endosperma tem a coloração branca e é conhecida popularmente como a
carne do fruto. O óleo se encontra em forma de glóbulos e para sua obtenção é necessário
a utilização do método de extração (RAMOS et al., 2008; MOURA, 2018; HIANE et al.,
2005).
O funcionamento da extração se dá pela quebra da membrana das células, que
permite a saída dos glóbulos. Existem três métodos para a extração do óleo: extração
mecânica, extração por solvente e extração mista. O primeiro método, o processo
mecânico, é o mais popular, econômico e antigo, porém, apresenta menor rendimento.
Sendo assim, há uma necessidade de outro método de extração para a retirada do óleo que
integra na torta. O segundo método, extração por solvente, apresenta alto rendimento com
pouco óleo residual (CARVALHO, 2011).
O trabalho teve como objetivo a extração de óleo de macaúba através da extração
por solvente, avaliando as variáveis: tipo de solvente (metanol e hexano) e tempo de
extração (3h e 5h) tanto para a polpa como para a amêndoa da macaúba.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
As amostras da oleaginosa Macaúba utilizada nesse experimento tiveram origem
da plantação do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (CECA) do município de
Rio Largo, Alagoas, Figura 1.
Figura 2 – Estufa.
248
2.3 Retirada do endosperma
249
Após decorrido e tempo determinado para a extração por solvente, o cartucho com
a amostra foi colocado na estufa a 50º C por 24 h para retirar o excesso de solvente. O
teor de óleo foi calculado pela equação 1:
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
250
Foi possível observar que a extração por hexano teve um teor de óleo maior
quando comparado a extração por metanol tanto para a amêndoa quanto para a polpa.
Para a amêndoa a extração por hexano alcançou o teor de óleo de 54,38%; para o metanol,
47,02%. Já para a polpa, a extração por hexano obteve rendimento de 57,56% e na
extração com metanol rendimento de 50,15%.
O maior tempo conseguiu retirar um teor maior de óleo da amostra, mostrando
que maiores tempos podem ser estudados para verificar se é possível extrair um maior
teor de óleo de solvente sem agravar significativamente a energia utilizada no processo,
aumentando assim a eficiência da extração por solvente para retirar óleo da macaúba.
Comparando a polpa com a amêndoa foi possível observar que no tempo de 3h a
maior extração foi da extração amêndoa, já para o tempo de 5h maior extração foi da
polpa, tanto para o hexano quanto para o metanol. esse teor de óleo é superior ao teor da
soja por exemplo, que é em torno de 19%, mostrando que a macaúba pode ser considerada
uma matéria prima promissora para a produção de biodiesel.
Nos 2 testes já mencionados, foi possível notar um comportamento diferente da
oleaginosa, Figura 4, aspectos físicos e químicos foram alterados com o teste 1 (uso da
autoclave) e consequentemente os resultados na extração do óleo diferiu com a literatura.
Já no teste 2 (temperatura ambiente) foi obtido resultados satisfatórios. Notou-se também
que a oleaginosa tem como desvantagem o seu armazenamento.
251
Além disso, examinou-se que a macaúba não é propícia no seu preparo para
colocar na autoclave, diferente de outras oleaginosa, então com a autoclave a retirada da
polpa foi dificultada. Além do mais, outros solventes podem ser estudados para a extração
do óleo da macaúba, estes que podem ser de origem renovável, ou seja, menos agravante
para a natureza, assim verificando a sua eficiência.
REFERÊNCIAS
Carvalho, C. O. Comparação entre métodos de extração do óleo de Mauritia flexuosa L.f.
(Arecaceae - buriti) para o uso sustentável na reserva de desenvolvimento tupé: rendimento e
atividade antimicrobiana. 2011. 109f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia e Recursos
Naturais) - Escola Superior de Ciência da Saúde, Universidade do Estado do Amazonas,
Manaus – AM, 2011.
Hiane, P. A.; Ramos Filho, M. M.; Ramos, M. I. L.; Macedo, M. L. R. (2005). Bocaiuva,
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd., pulp and kernel oils: Characterization and fatty acid
composition. Brazilian Journal of Food Technology, 8, 256-259.
Ramos, M. I. L.; Ramos Filho, M. M.; Hiane, P. A.; Braga Neto, J. A.; Siqueira, E. M. A.
Qualidade nutricional da polpa de bocaiuva Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Revista Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 28, p. 90-94, 2008.
252
ESTUDO DE COMPORTAMENTO TÉRMICO EM ATMOSFERA INERTE DE
DUAS MICROALGAS MARINHAS PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA
Yemall Alexander Maigual Enriquez1,4, Camilo Lenin Guerrero Romero 1, Patricio Rene
Tarapuez Chingal2, John Elvis Acosta Portillo 2, Ana Sofía Builes Galindo2, Diana
Carolina Naspirán Jojoa2, Ana Gabriela Fajardo Rosero 2, Leandro Cardoso de Morais3
1
Universidad de Nariño, Departamento de Recursos Hidrobiológicos, Professor; 2
Universidad de Nariño, Departamento de Recursos Hidrobiológicos, Estudante; 3
UNESP, Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba, Departamento de Engenharia
Ambiental, Professor; 4 Universidad Cooperativa de Colombia, Facultad de Ingeniería –
Grupo - ESLINGA
E-mail: alex.feisunesp@gmail.com
253
STUDY OF THERMAL BEHAVIOR IN INERT ATMOSPHERE OF TWO
MARINE MICROALGAE FOR ENERGY PRODUCTION
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
255
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 9 - Curvas TG e DTG para (a) Nannochloropsis sp. e (b) Tetraselmis sp.
256
A curva TG feita em atmosfera inerte (N2) da Figura 2, indicou que até os 170°C
a perda aproximada de massa é de 12%, verificado pelo pico na DTG, que pode ser
atribuído ao estágio principal de pirólise. Na fase de desidratação da amostra, existem
dois picos: o primeiro (40°C - 65°C) é, provavelmente, causado pela perda de umidade
aderida à superfície; e o segundo (95°C – 170°C), pela água pouco ligada às biomoléculas.
No segundo processo, a estrutura celular da microalga foi destruída progressivamente,
ocorrendo fenômenos onde há alteração das estruturas lipídicas e desdobramento térmico
das proteínas. Também, a perda de massa inicial poderia se relacionar com a existência
de compostos orgânicos, como hidrocarbonetos de baixo peso molecular, baixo ponto de
ebulição (CEYLAN; KAZAN, 2015; MOURA et al., 2007; SANCHEZ-SILVA et al.,
2013).
O perfil de degradação térmica das microalgas NS e TS obtidas no final da análise
(até os 600°C), a quantidade de resíduo de 64% e 42%, respectivamente, entre os 170°C
até os 600°C. As diferentes características de decomposição estão ligadas a
particularidade dos seus componentes químicos na sua estrutura (proteínas, lipídeos e
carboidratos não fibrosos).
Observa-se um segundo estágio, de 180°C a 470°C, caracterizado por uma grande
perda de massa, que envolveu a decomposição de proteínas e carboidratos (SANCHEZ-
SILVA et al., 2013), levando à formação de biocarvão. Nessas faixas de temperatura, são
destacados dois picos na curva DTG. Na curva DTG, para NS e TS, houveram picos entre
292°C e 264°C, respectivamente, onde são apresentadas as máximas taxas de perda de
massa.
Depois, entre os 160°C e os 400°C, houve maior perda de massa, com picos em
262 °C para TS e 292°C para NS, podendo ser pela presença de carboidratos e proteínas.
Entre 400 °C e 600 °C, pôde-se observar outra perda de massa, menor que as anteriores,
com pico em, aproximadamente 440 °C, dado pela presença de lipídeos.
Tanto a TS e NS são microalgas com alta produtividade lipídica, portanto, alto
potencial de produção de óleo. Hoje em dia, sabe-se que se pode produzir uma grande
variedade de produtos a partir da conversão de microalgas, pois os lipídios, após a
extração, podem ser convertidos em biodiesel; e os carboidratos, por fermentação, podem
ser convertidos em bioetanol. (LI et al., 2017; VIJU; GAUTAM; VINU, 2018; ZAINAN;
SRIVATSA; BHATTACHARYA, 2015).
Acima de 500°C, ocorreu outro pico de perda de massa, devido à maior
devolatilização do biocarvão, formado nestas temperaturas, à quebra das ligações do tipo
C - C e C – H, devido também à presença de ácidos graxos contidos na biomassa e à
oxidação do carvão restante formado. O comportamento da biomassa nesse estágio com
temperatura elevada se deve principalmente à decomposição de materiais carbonáceos
retidos no resíduo sólido, composto geralmente por carvão e cinzas (ANDRADE et al.,
2018).
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ADENIYI, O. M.; AZIMOV, U.; BURLUKA, A. Algae biofuel : Current status and future
applications. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 90, n. August 2017, p. 316–335,
2018.
ANDRADE, L. A. et al. Characterization and product formation during the catalytic and non-
catalytic pyrolysis of the green microalgae Chlamydomonas reinhardtii. Renewable Energy, v.
119, n. x, p. 731–740, 2018.
AZIZI, K.; KESHAVARZ, M.; ABEDINI, H. A review on bio-fuel production from microalgal
biomass by using pyrolysis method. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 82, n.
September 2017, p. 3046–3059, 2018.
DEMIRBAS, M. F. Biofuels from algae for sustainable development. Applied Energy, v. 88, n.
10, p. 3473–3480, 2011.
KOSE, A.; ONCEL, S. S. Algae as a promising resource for biofuel industry: facts and
challenges. International Journal of Energy Research, v. 41, n. 7, p. 924–951, 10 jun. 2017.
VALDÉS, F. et al. Thermogravimetry and Py-GC/MS techniques as fast qualitative methods for
comparing the biochemical composition of Nannochloropsis oculata samples obtained under
different culture conditions. Bioresource Technology, v. 131, p. 86–93, 2013.
VIJU, D.; GAUTAM, R.; VINU, R. Application of the distributed activation energy model to
the kinetic study of pyrolysis of Nannochloropsis oculata. Algal Research, v. 35, n. June, p.
168–177, 2018.
259
MISTURA DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS E FLORESTAIS NA
FORMAÇÃO DE BRIQUETES
Verônica Verniano Peres Cequinatto 1, Gabriel Toledo Machado 2, João Otávio Poleto
Tomeleri2, Andrea Cressoni de Conti1, Gabriel Foschiani1
1
Universidade Estadual Paulista, 2Universidade Federal de São Carlos - Sorocaba
E-mail: veronica.cequinatto@unesp.br
RESUMO: O Brasil é um país que apresenta uma produção de biomassa com enorme
potencial de aproveitamento energético. Diante disso se destaca a biomassa de bagaço e
palha proveniente da cana-de-açúcar que é produzida em grande escala através do setor
sucroalcooleiro e a utilização das espécies de eucalipto proveniente de florestas de
reflorestamento. Para uma maior densidade energética e melhorias nas características
físicas e químicas utiliza-se o processo de densificação energética através da briquetagem.
O presente trabalho teve como objetivo produzir briquetes de palha e bagaço de cana-de-
açúcar, maravalhas da madeira de Eucalyptus saligna e uma blenda das três biomassas a
fim de analisar a melhora nas propriedades químicas do material e verificar, também, se
a madeira age como ligante nessa mistura. Para isso foram realizados os testes de análise
de expansão volumétrica, durabilidade, análise química imediata, poder calorífico
superior (PCS) e análise da morfologia e composição química por microscópio eletrônico
de varredura (MEV). Obteve-se a menor expansão volumétrica de 2,49% para os
briquetes de madeira. O teor de voláteis para a palha e o bagaço foram iguais com 81,60%.
O teor de carbono fixo mais alto foi da madeira e também apresentou maior PCS. Foi
possível observar que a adição da madeira na blenda resultou no aumento do poder
calorífico, mas houve pouca mudança na durabilidade. Conclui-se que a madeira possui
as propriedades químicas, como o PCS e o teor de voláteis, melhores que nas outras
composições e também pode ser utiliza como ligante na formação dos briquetes
envolvendo resíduos agroindustriais.
Palavras-chave: Energia, Biomassa, Madeira, Ligantes.
260
MIXING OF AGRO-INDUSTRIAL AND FOREST WASTE IN THE
FORMATION OF BRIQUETTES
Abstract: Brazil is a country that presents biomass production with enormous potential
for energy use. In view of this, the biomass of bagasse and straw from sugar cane that is
produced on a large scale through the sugar and alcohol sector and the use of eucalyptus
species from reforestation forests stands out. For greater energy density and
improvements in physical and chemical characteristics, the process of energy
densification through briquetting is used. The present work aimed to produce briquettes
from straw and sugarcane bagasse, Eucalyptus Saligna wood and a blend of the three
biomasses in order to analyze the improvement in the chemical properties of the material
and also verify if the wood acts as binder in this mixture. For that, the tests of analysis of
volumetric expansion, friability, immediate chemical analysis, superior calorific power,
besides the materials were passed through the scanning electron microscope (SEM). The
smallest volumetric expansion of 2.49% was obtained for wooden briquettes. The volatile
content for straw and bagasse was equal with 81.60%. The highest fixed carbon content
was from wood and also had a higher PCS. It was possible to observe that the addition of
wood in the blend resulted in an improvement in the increase in calorific value, but there
was little change in the durability test. It is concluded that wood has chemical properties,
such as PCS and volatile content, better than in other compositions and can also be used
as a binder in the formation of briquettes involving agro-industrial waste.
Keywords: Energy, Biomass, Wood, Binders.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
262
Tabela 1: Composição dos briquetes.
Composição Porcentagens dos resíduos
C1 100% Bagaço de cana-de-açúcar
C2 100% Palha de cana de-açúcar
C3 100% Maravalha de eucalipto
C4 45% Bagaço de cana-de-açúcar + 45% Palha de cana de-açúcar + 10%
maravalha de eucalipto
Fonte: Autoria própria.
𝑑 2
𝑉𝐵 = 𝜋 ∗ ℎ ( ) (1)
2
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O teor de umidade (TU) deve ser mantido razoavelmente baixa, a fim de evitar
que interfira negativamente nas propriedades energéticas do material. Entretanto em
alguns materiais o TU, entre 10 a 15%, pode contribuir com a facilidade de formação dos
briquetes e melhorar as propriedades físicas, por esse fator deve verificar os valores e
conforme necessário a adequação do material (CHRISOSTOMO, 2011; SILVA, 2017;
263
CASTELLANO, 2015). Todos os materiais utilizados tinham aproximadamente 10% de
umidade.
No teste de durabilidade não foi possível observar uma mudança significativa com
a presença da madeira, tal fato se deve aos resultados de todas as composições
apresentarem valores próximos, porém pode-se notar que em relação a expansão
volumétrica a blenda C4 apresentou uma menor expansão, ao ser comparada com a
expansão do bagaço e da palha de cana-de-açúcar, o que indica que a madeira age como
ligante para esses resíduos. A Tabela 4 apresenta os resultados para a durabilidade e a
expansão volumétrica.
264
Tabela 4: Resultados dos testes nos briquetes.
Composição Durabilidade Expansão Volumétrica (%)
(%)
C1 99,82 9,22
C2 99,75 13,14
C3 99,81 2,49
C4 99,80 4,08
Fonte: Autoria própria.
265
3.2 Microscópio Eletrônico De Varredura
(A) (B)
(C) (D)
Figura 1: Imagens do MEV para as amostras cruas com ampliação de 500x. (A)
Bagaço de cana-de-açúcar (B) Palha de cana-de-açúcar (C) Maravalha de eucalipto (D)
Blenda. Fonte: Autoria própria.
266
Tabela 5: Composição química das amostras.
Composição Elementos
C1 K> Si > Ca >Al > Mg > Fe > P > S
C2 K > Ca > Si > Mg > Al > S > Fe > P
C3 Ca > Si > Fe > C > K > Al > Mg > P > S
C4 Si > Ca > K > Al > Mg > Fe > P > S
Fonte: Autoria própria
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRAND, Martha Andréia. Qualidade da biomassa florestal para o uso na geração de energia
em função da estocagem. 2007, 169 f. Diss. Tese (Pós-Graduação em Ciências Florestais) -
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007.
TRUGILHO, Paulo Fernando et al. Avaliação de clones de Eucalyptus para produção de carvão
vegetal. Cerne, v. 7, n. 2, p. 104-114, 2001.
268
PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE BIOMASSA DE RÚMEN DE
BOVINOS PROVENIENTES DE ABATEDOUROS
Renata Santos Coutinho 1, Klara Cunha de Meneses1, Ismael dos Santos Cabral1, Edna
Mendes Fortes1, Jocélio dos Santos Araújo 1
1
Universidade Federal do Maranhão - Centro de Ciências Agrárias e Ambientais.
E-mail: ismaelcabral0206@gmail.com
269
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado efeito significativo dos tratamentos para variável produção de gás,
onde as maiores médias foram obtidas no tratamento que não houve inoculação de
biomassa ruminal. Esses resultados provavelmente tenham ocorrido em decorrência do
tempo transcorrido da coleta do material ruminal do abatedouro, armazenamento e sua
inoculação no protótipo de biodigestor, transcorrendo, aproximadamente 14 horas, o que
pode ter ocasionando maior exposição da biomassa ao oxigênio, e morte do inóculo
microbiano ruminal, principalmente os microrganismos metanogênicos, responsáveis
pela produção de gás metano. Segundo Lopes et al. (2004), os primeiros dias de incubação
dos microrganismos anaeróbicos de substratos sem inoculo, apresentam uma fase lenta,
fase lag, determinada por um período necessário de adaptação e multiplicação de cargas
microbianas, posteriormente apresentam rápida decomposição e maior crescimento
microbiano.
271
Esses resultados, assemelham-se aos obtidos por Soares et al. (2018), que ao
estudarem níveis de inclusão de substratos compostos por 0; 20 e 40% de inóculo,
observaram à medida que se aumentava a proporção de inoculo, ocorreria decréscimo na
produção de biogás. Segundo os autores supracitados, o comportamento da baixa
produção do biogás apresentada ao tratamento sem inoculo pode estar relacionado ao
maior tempo que esses microrganismos necessitam para se adaptar com o meio.
Entretanto, assim que a adaptação aconteceu, houve o crescimento da produção para o
tratamento sem inoculo, apresentando resultado superior em produção final de biogás
comparado aos demais tratamentos. Alves et al. (2012), observaram que a biodigestão da
torta de mamona com adição de dejetos de animais, diminuiu a produção de biogás,
devido à falta de controle da temperatura, assim como no presente experimento, não
ocorreu monitoramento da temperatura, o que também pode ter afetado a produção de
biogás da pesquisa, ou seja, as prováveis oscilações de temperaturas podem ter
comprometido a atividade das bactérias mesofílicas, ocasionando a redução da produção
do biogás. Para Tiez et al. (2014), ao estudarem a influência da temperatura na produção
de biogás a partir de dejetos da bovinocultura de leite, reportaram que a produção do
biogás foi influenciada pela inconstância da temperatura.
De acordo com os dados obtidos constata-se que não houve efeito significativo da
inoculação da biomassa ruminal na pressão do gás, portanto qualquer um dos níveis
utilizados não alterará a pressão do gás metano, possivelmente tal resultado dá-se pela
obstrução da biomassa utilizada para a produção de gás, onde ocasionou o entupimento
das tubulações por onde passava o gás. O biogás produzido em biodigestores na maioria
das vezes é de baixa pressão em gasômetro e empregado para combustão em serviços
para a geração de calor (SILVA et al., 2005).
Atualmente, na maioria dos biodigestores em operação, o biogás é retirado apenas
com peças adaptadas a partir de equipamentos dimensionados para o uso do Gás
Liquefeito do Petróleo (GLP), podendo ocasionar entupimento dessas peças. Para
Amestoy e Ferreira (1987), essas limitações de equipamentos, trazem a necessidade de
adaptação a equipamentos de uso GLP para a retirada do biogás. Entretanto, deve-se levar
em consideração alguns fatores no dimensionamento como: menor poder calorifico do
biogás, baixa pressão de serviços dos biodigestores e baixa velocidade de combustão,
responsável pelo efeito de sopro da chama, onde se destaca a queima do biogás.
4. CONCLUSÃO
A inoculação de biomassa ruminal não favoreceu incremento na produção de
biogás.
REFERÊNCIAS
Alves, E. E. N.; Souza, C. F.; Inoue, K. R. A. Nota técnica: produção de biogás e biofertilizante
a partir da biodigestão da torta de mamona com adição dejetos de animais. Revista engenharia
na agricultura - reveng, v. 20, n. 6, p. 493-500, 2012.
272
Ferreira, D. F. Sisvar: um sistema de análise estatística computador. Ciência e Agrotecnologia,
v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011.
Soares, C. S. G. C.; Paes, J. L.; Alves, T. B. S. Utilização de lodo de esgoto como inóculo para
partida de biodigestores abastecidos com dejetos bovinos. Anais do VII Congresso Brasileiro de
Energia Solar-CBENS, 2018, v. 1, n. 1, p. 10, 2018.
Orrico Júnior, M. A. P.; Orrico, A. C. A.; Lucas Júnior, J. de. Produção animal e o meio
ambiente: uma comparação entre potencial de emissão de metano dos dejetos e a quantidade de
alimento produzido. Engenharia Agrícola, v. 31, n. 2, p. 399-410, 2011.
Primavesi, Odo et al. Metano entérico de bovinos leiteiros em condições tropicais brasileiras.
Pesquisa agropecuária brasileira, v. 39, n. 3, p. 277-283, 2004.
273
PRODUÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE BIOMASSA RUMINAL DE
DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS DE OVINOS
Francivana Pedrosa Fernandes1, Edna Mendes Fortes2, Ismael dos Santos Cabral2,
Jocélio dos Santos Araújo 2
1
Universidade Federal do Maranhão. Centro de Ciências Agrárias e Ambientais,
2
Universidade Federal do Maranhão - Centro de Ciências Agrárias e Ambientais.
E-mail: ednamendesfortes640@gmail.com
RESUMO: Diversos problemas ambientais são ocasionados pela utilização das fontes de
energias convencionais, além de resíduos sólidos gerados a partir do abate de animais.
Para mitigar esses problemas, alternativas para utilização de sistemas eficientes no
tratamento destes resíduos estão sendo estudados, pois, quando tratados tem grande
potencial de geração de energia. Nesse contexto, objetivou avaliar a produção de biogás
a partir de biomassa ruminal de diferentes grupos genéticos de ovinos. Foram utilizados
12 protótipos de biodigestores experimentais em batelada, abastecidos com biomassa
ruminal de dois grupos genéticos de ovinos (Rabo Largo e Santa Inês) que durante um
período de confinamento foram alimentados com duas dietas caracterizadas como alto e
baixo concentrado, com proporções de 70% e 30%, respectivamente. Após abate dos
animais foram coletados todo conteúdo ruminal de acordo com os grupos genéticos e
níveis de alimentação, sendo este, os materiais que constituíram a biomassa ruminal. Foi
utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e três
repetições. As variáveis analisadas foram: temperatura, pH, produção e pressão do biogás.
A temperatura encontra-se na faixa mesofílica, variando de 20°C a 40°C. o valor médio
do pH foi de 6.76. A produção de biogás obteve média de 5.89 m³ e a pressão uma média
de 0,12bar. Não houve efeito significativo entre os tratamentos para todas as variáveis
analisadas. A inoculação da biomassa ruminal dos diferentes grupos genéticos de ovinos
estudadas, apresentaram condições favoráveis para a produção de biogás, demonstrando
eficiência no processo de digestão anaeróbica.
Palavras-chave: Biodigestor, digestão anaeróbica, resíduos sólidos.
274
BIOGAS PRODUCTION FROM RUMINAL BIOMASS OF DIFFERENT
GENETIC GROUPS OF SHEEP
1. INTRODUÇÃO
Por muito tempo utilizou-se de energias não renováveis (petróleo, gás e carvão
mineral) como única forma de suprir as necessidades energéticas da nação. Esses recursos
que não têm a capacidade de se regenerar naturalmente, portanto, são limitados e ainda
tem uma grande contribuição para a liberação de gases de efeito estufa (GEE’s), onde os
principais gases são o dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2) e metano (CH4)
(MOREIRA JUNIOR et al., 2017).
Além dos problemas ambientais ocasionados pela utilização das fontes de energias
convencionais, há outro fator que necessita de uma atenção especial, os resíduos gerados
a partir do abate de animais, os quais estes, muitas vezes são descartados ao meio
ambiente sem tratamento prévio. Esse descarte inadequado tem contribuído para a
intensificação dos problemas ambientais, devido à grande quantidade de dejetos
ocasionando poluição de mananciais, do ar e do solo.
Para amenizar estes problemas, surge como uma alternativa a utilização de
sistemas eficientes para o tratamento destes resíduos, que quando tratados tem grande
potencial de geração de energia por meio da digestão anaeróbica, que se trata de um
tratamento biológico de materiais orgânicos, cujo produto final gerado é o biogás e
biofertilizante, que pode ainda representar ao produtor, agregação de valor a estes
produtos (EL-MASHAD e ZHANG, 2010).
Na biomassa ruminal, sejam de ovinos, caprinos ou bovinos, contém uma
quantidade significativa de microrganismos capazes de degradar nutrientes que passarão
275
por processos metabólicos no qual resultará na produção de biogás, que por sua vez tem
um grande potencial de geração de energia.
Segundo Orrico Junior et al. (2010a), a alimentação de ruminantes pode
influenciar no potencial de produção do biogás, quando se refere a qualidade nutricional
que contém os alimentos oferecidos aos animais. São esperadas algumas diferenças
referentes aos resíduos coletados de animais que recebem alimentos concentrados
daqueles que são alimentados em pastos.
Diante do exposto, objetivou-se avaliar a produção de biogás a partir de biomassa
ruminal de diferentes grupos genéticos de ovinos.
2. MATERIAL E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
277
De acordo com Suryawanshi et al (2010), esta é a faixa adequada para a produção
de biogás, pois é nela que estão presentes as arqueias geradoras de metano, e o que
provavelmente favoreceu a produção de biogás, pois a temperatura se manteve no
decorrer do experimento com média de 28,9°C. Kumar et al (2013), também reportam da
importância da temperatura no desempenho da digestão anaeróbica por estar diretamente
ligado ao processo metabólico bacteriano. Entretanto, todas as bactérias são resistentes a
mudanças rápidas de temperatura de até duas horas, sendo capazes de reestabelecer a
produção de gás quando a temperatura se normaliza. Em pesquisa realizadas por
Gunnerson e Stuckey (1986), os autores relatam duas regiões ótimas da biodigestão, a
35°C na faixa mesofílica, que varia de 20 a 40°C, e 55°C na faixa termofílica, que varia
de 40 a 60°C.
De acordo com os dados obtidos, os tratamentos experimentais não influenciaram
estatisticamente na variável pH. Observa-se que o valor médio foi de 6.76, próximo da
neutralidade. Sendo assim, esses resultados demonstram que a fermentação anaeróbica
foi favorecida independente da biomassa ruminal utilizada nos tratamentos. Os valores
de pH próximo da neutralidade favorecem o crescimento microbiano, degradação da
matéria orgânica, a produção de biogás favorecendo principalmente os arqueias
produtoras de metano. O metabolismo dos microrganismos é afetado quando o pH é
ácido, bem como estiver na faixa da alcalinidade, pois os extremos diminuem a
metanogênese, inibindo a produção de metano.
Esses resultados são corroborados aos apresentados por Quadros et al (2010) e
Sanchez-Hernandez et al (2013), onde relataram que a faixa entre 6,0 e 8,0 são
consideradas faixas ideais para o desenvolvimento de microrganismos, sendo o valor 7,0
a faixa considerada ideal. Segundo Ferreira (2015) a formação do metano ocorre em um
intervalo de pH relativamente estreito, de aproximadamente 6,5 a 8,5 com uma faixa
ótima entre 7,0 e 8,0. Weiland (2010) relatou que o processo é severamente inibido se o
pH decresce para valores inferiores a 6,0 ou incrementa acima de 8,5. Todavia, quando o
pH diminui, a produção de ácidos orgânicos leva a uma futura redução do pH pelas
bactérias hidrolíticas e pode causar a interrupção do processo de fermentação
(FERREIRA, 2015).
As médias obtidas para as variáveis de pressão atmosférica e produção do biogás
são apresentados na tabela 2.
Tabela 2 – Valores médios de pressão e produção de biogás em função dos tratamentos
experimentais.
Tratamentos Variáveis
Pressão (bar) Produção (m³)
BRL-70 0,09ns 4,23ns
BRL-30 0,02ns 1,88ns
BSI-70 0,15ns 7,14ns
BSI-30 0,22ns 10,32ns
Média 0,12 5,89
CV (%) 154,75 138,87
P>F 0,5990 0,6341
ns= não significativo a 5% de probabilidade. CV = Coeficiente de Variação.
278
A inoculação da biomassa ruminal dos diferentes grupos genéticos de ovinos, não
influenciaram estatisticamente na pressão do biogás. Como no presente estudo foi
utilizado um protótipo de biodigestor, o monitoramento da pressão foi realizado para
melhorar a operacionalização e a eficiência do equipamento, além de analisar se os
diferentes inóculos utilizados influenciaram ou não nessa variável, já que a pressão do
biogás é baixa, além de não ser constante, devido aos baixos conteúdos de energia devido
à diluição com vários gases não-combustíveis (ROSS et al., 1996). Essas características
de pressão do biogás é o que possibilita sua utilidade como fonte de energia sustentável.
Quanto a variável produção de biogás, não houve efeito significativo em
decorrência dos tratamentos experimentais. Consequentemente, a biomassa ruminal dos
distintos grupos genéticos de ovinos não influenciaram na produção de biogás. Há de
ressaltar que os resultados obtidos para as variáveis temperatura e pH, da presente
pesquisa foram consideradas satisfatórias, com valores na faixa ideal dos aportados na
literatura científica, e isso, se refletiram na produção, na qual obteve média de 5.89 m³ de
biogás. Segundo Lucas Junior e Santos (2000) os dejetos de ruminantes, sofrem um pré-
tratamento no trato digestivo dos animais, que são verdadeiras câmaras naturais de
fermentação onde se desenvolvem harmonicamente os microrganismos da biodigestão
anaeróbica, portanto, ao se colocar estes resíduos em um biodigestor, em pouco tempo
haverá produção de biogás.
Otoboni et al (2016), ao analisarem a associação de dejetos e resíduos vegetais
para realizar testes de produção e quantificar o biogás, utilizando biodigestores pilotos
abastecidos com resíduos vegetais com proporção de 10% em relação aos dejetos de
equinos, ovinos e suínos, respectivamente, observaram que o volume de produção de
biogás obtido com dejeto de equino foi 50% maior com relação ao volume obtido com
dejeto de ovinos, porém não obtiveram produção de biogás com o dejeto suíno, nos quais
os valores médios de produção de biogás obtidos com dejeto de equino, ovino e suíno
foram 0,032m³, 0,016m³ e 0,0m³, respectivamente. Os valores obtidos pelos autores
demonstraram que a adição de 10% de resíduos vegetais junto ao dejeto de equino
favoreceu a produção de biogás. É importante ressaltar que os valores obtidos pelos
autores foram inferiores quando comparados com os valores obtidos na presente pesquisa.
Amorim et al. (2011), analisando o efeito da idade e diferentes níveis de
concentrados na alimentação de caprinos, observou que a produção de biogás foi
significativa quando utilizados substratos que continham fezes de cabritos com a dieta
com nível de relação volumo: concentrado 40:60 em comparação às produções nos
substratos com dieta com relação que continham relação volumoso: concentrado 60:40 e
80:20, respectivamente. Observaram ainda que a idade também afetou a produção de
biogás, obtendo maior produção com caprinos mais velhos.
Orrico et al. (2016) ao avaliarem a codigestão dos dejetos de bovinos leiteiros e
óleo de descarte, por meio das produções específicas de biogás, obtiveram melhores
médias nas doses entre 4,4 e 6,5%, com consequente aumento nas produções de biogás e
as reduções de sólidos. Em outra pesquisa realizada por Orrico Júnior et al. (2010b) ao
trabalharem com os dejetos de suínos que foram alimentados à base de sorgo, os autores,
observaram que ocorreram efeitos significativos na produção de biogás e metano.
Há de ressaltar que a produção de biogás, bem como sua composição, depende da
eficiência do processo de digestão anaeróbica, influenciado por diversos fatores como
carga orgânica, relação carbono/nitrogênio, pH, pressão e temperatura durante a
279
fermentação, além de adição de fonte de inóculo ao dejeto, que interfere na população
microbiana e no presente estudo, a inoculação de resíduo ruminal de ovinos favoreceu a
produção de biogás.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AMORIM, A.C.O.; PREVIDELLI, M.A.O.J.; JUNIOR, J.L. Biodigestão anaeróbia dos dejetos
de cabritos Saanen alimentados com dietas com diferentes proporções volumoso e concentrado.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.2, p.448-453. 2011.
ARAUJO, J.S.: CABRAL, I.S.; MENESES, K.C.; COUTINHO, R.S.; COUTINHO, R.S.;
COSTA, N.A.; ARAUJO, J.V.S. and CABRAL, A.S.A. Batch Biodigester Prototype for
Experimental Use. Cross Current International Journal of Agriculture and Veterinary
Sciences, v.1, n.3.67-70, 2019.
EL-MASHAD, H.M.; ZHANG, R. Biogas production from co-digestion of dairy manure and
food waste. Bioresource Technology, New York, v.101, p. 4021- 4028, 2010.
GUNNERSON, C.G.; STUCKEY, D.C. Anaerobic digestion: principles and practices for
biogas systems. World Bank technical paper. International Bank for Reconstruction and
Development, Washington, DC (USA), 1986.
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Chem Engg, 57, 14073-14079. 2013.
MOREIRA JUNIOR, D.P.; SILVA, C.M.; BUENO, C.; CORRÊA, S.M., ARBILLA, G.
Determinação de gases do efeito estufa em cinco capitais de diferentes Biomas brasileiros.
Revista Virtual de Química, v. 9, p. 2032-2051, 2017.
280
ORRICO, A.C., LOPES, W.R., MANARELLI, D.M., ORRICO JUNIOR, M.A., & SUNADA,
N.D.S. Codigestão anaeróbia dos dejetos de bovinos leiteiros e óleo de descarte. Revista
Engenharia Agrícola, 36(3), 537-545. 2016.
ORRICO JUNIOR, M.A.P.; ORRICO, A.C.A.; LUCAS JUNIOR, J.de.; SAMPAIO, A. A.M.;
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de corte: influência do período, do genótipo e da dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41,
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QUADROS, D.G., OLIVER, A.D.P., REGIS, U., VALLADARES, R., SOUZA, P.H.F.de,
FERREIRA, E.D.J. Biodigestão anaeróbia de dejetos de caprinos e ovinos em reator contínuo
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ROSS, C. C., DRAKE, T. J., & WALSH, J. L. (1996). Handbook on biogas utilization. 2nd
Edition. U.S. Department of Energy, Southeastern Regional Biomass Energy Program. July
1996.
281
EÓLICA
282
A IMPORTANCIA DO PERFIL DE VELOCIDADES NA SELEÇÃO DE
AEROGERADORES
Marcelo Guedes Azevedo Viana1, Miguel Hiroo Hirata1, Charles Egberto Guedes
Vonnegut Vieira de Mello 1, João Ignácio da Silva Filho 1, Maria Regina de Oliveira
Pereira de Araújo 1
1
Horizonte Energias Renováveis LTDA
E-mail: marcelo.viana@horizonteenergia.com.br
ABSTRACT: The energy flux through the turbine disk is an important parameter for the
analysis of the site potentialities as well as the productivity of a wind turbine itself.
Besides the turbine diameter and the hub height it is necessary to know the wind profile
in order to calculate the energy flux (or the equivalent velocity). Using the values of the
wind velocities measured with the usual low height met-tower, a methodology is
presented to extrapolate the values of the wind velocity to heights necessaries to estimate
the energy flux. The results are compared with those measured in an available tower of
120m.
Keywords: wind profile, energy flux, equivalent velocity.
1. INTRODUÇÃO
283
através do disco do aerogerador; veja fig.1). Alternativamente, pode-se definir a
velocidade equivalente – Veq – que elevada ao cubo e multiplicada pela área do disco do
aerogerador fornece o fluxo de energia através deste; a Veq depende da altura do eixo –
zh – do diâmetro do aerogerador – D – além do perfil de velocidades do vento.
A prática atual utiliza torres meteorológicas com alturas de até 100m. Este
trabalho de caráter exploratório analisa uma metodologia a ser utilizada para simular os
valores da velocidade até as alturas necessárias para o cálculo da Veq e da Pd; veja fig.1.
Para aferição da metodologia foram utilizados dados medidos em uma torre
meteorológica de 120m.
Utiliza-se a metodologia com o objetivo de selecionar o diâmetro do aerogerador
e/ou a altura da torre. Como não se dispõe ainda de dados suficientes para ter amostras
estatisticamente representativas, as análises apresentadas neste trabalho são feitas com
amostras da média de 10 minutos quando o ideal seria utilizar valores médios mensais,
por exemplo, pois estas apresentam menor variabilidade.
u z z
V( z ) ln (1)
zo L
z 1 x2
ln 2 tan 1
( x )
L 1 x 2 2
2
2 (1.A)
1
z 4
x 1 15
L
Nesta equação V(z) é a velocidade numa altura z; u a velocidade de atrito; L o
comprimento de Monin-Obukhov (L < 0 se a atmosfera é instável). A constante de von
Karman assume o valor: = 0.41
A função (z/L) leva em consideração os efeitos térmicos. Logo (z/L) = 0
quando os efeitos térmicos deixam de atuar e o escoamento na atmosfera apresenta-se em
estado de equilíbrio neutro (|L| ). Em geral esta situação ocorre quando a velocidade
dos ventos atinge valores elevados (domínio da força inercial) e/ou quando o fluxo de
calor sofre uma inversão, geralmente observado ao final do dia. Como mostra a fig. 1 o
perfil de velocidade apresenta-se com um comportamento tipicamente logarítmico.
No período noturno, a superfície da Terra esfria-se rapidamente, resultando numa
inversão do fluxo de calor; as camadas superiores apresentam temperaturas mais elevadas
do que as inferiores. A força de empuxo térmico opera em oposição à força inercial
(inerente aos escoamentos turbulentos) trazendo a atmosfera a um estado de equilíbrio
estável (L > 0). Como mostra a fig. 1 o perfil de velocidades apresenta um comportamento
tipicamente linear com grande variação nas maiores alturas. Nestas condições o perfil de
velocidades é descrito pela eq. 1, mas a função (z/L) assume uma forma simplificada,
eq. (1.B) abaixo.
z z
4.7
L L (1.B)
285
1.2 Perfil de velocidades: usando 3 valores medidos da velocidade
𝑉3−𝑉1
𝑅= (2.A)
𝑉2−𝑉1
Z3 Z3 Z1
ln
R L L
Z1
(2.B)
Z2 Z2 Z1
ln
Z1 L L
Z3
ln
RN
Z1
(3)
Z2
ln
Z1
Com valores da velocidade medidos em três alturas, o valor de R pode ser obtido
- eq.(2A) - e, de maneira análoga, com os correspondentes valores das alturas obtém-se o
valor de RN. Pode-se mostrar (BASU, 2018) que com a atmosfera instável R<RN, com
atmosfera estável R> RN e com atmosfera neutra R ≈ RN.
Se a atmosfera apresenta COMPORTAMENTO INSTÁVEL, a análise da
expressão (2.B) mostra que apenas a grandeza L é desconhecida e pode ser obtida
utilizando um método numérico apropriado. Procedimento análogo é utilizado se a
atmosfera apresenta COMPORTAMENTO ESTÁVEL, lembrando apenas que a
expressão apropriada deve ser utilizada para o cálculo da função (z/L). Se R = RN a
atmosfera é neutra e a lei logarítmica se aplica, não havendo necessidade da determinação
de L.
A determinação da velocidade de atrito – u - é feita utilizando a expressão das
diferenças:
286
u Z2 Z2 Z1
V2 - V1 ln Z1 L L (4.A)
u Z3 Z3 Z1
V3 - V1 ln
Z1 (4.B)
L L
O valor da velocidade de atrito pode ser assumido como sendo o valor médio
obtido com as expressões acima.
Com o conhecimento de L e de u a determinação do comprimento de rugosidade
– zo – pode ser obtido com a utilização da eq.(1), lembrando sempre que se a atmosfera
for neutra tem-se que (z/L) =0 e esta função é expressa pela eq. (1.A) se for instável e
pela eq. (1.B) se estável. Finalmente, cabe observar que a literatura fornece tabelas com
valores aproximados da altura de rugosidade (TROEN e PETERSEN, 1989).
1
2 A
Ec u 3dA (5)
1 3
Ec Veq A (6)
2
Levando-se em consideração que a velocidade (u) num escoamento turbulento
pode ser representada por um valor médio ( u ) , escreve-se numa forma discretizada que:
3 𝐴
𝑉𝐸𝑄 = ∑𝑖 [ (𝑢̅𝑖 )3 ( 𝐴𝑖 )]
(7)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apresentados a seguir devem ser vistos como exploratórios uma vez
que os dados disponíveis referem-se a períodos muito curtos de tempo; apenas 60 dias de
287
uma campanha utilizando torres meteorológicas de 120m no norte de MG. Uma amostra
dos resultados obtidos é apresentada na Tabela 1; nesta tabela tem-se 9 conjuntos típicos
de valores medidos da velocidade e suas respectivas alturas assim como os parâmetros
calculados que definem a eq. 1.
As três primeiras amostras correspondem a situações em que a atmosfera
apresentou comportamento instável, as três próximas são de comportamento estável, as
quais são seguidas de 3 amostras correspondentes a uma atmosfera neutra.
288
Tabela 2 – Comparação dos valores das velocidades medidas e simuladas
AMOSTRA V(100) Vs(100) V(100) V(120) VS(120) V(120)
1(I) 4.969 4.86 0.109 4.977 4.91 0.067
2(I) 7.401 7.405 -0.003 7.543 7.504 0.039
3(I) 6.097 6.216 -0.119 6.149 6.282 -0.133
4(E) 7.263 7.251 0.012 7.865 8.073 -0.208
5(E) 4.434 4.495 -0.061 4.715 4.721 -0.005
6(E) 9.936 9.900 0.036 10.598 10.481 0.117
7(N) 5.255 5.228 0.028 5.264 5.334 -0.07
8(N) 4.766 4.695 0.07 4.772 4.792 -0.019
9(N) 6.075 6.057 0.018 6.202 6.220 -0.019
De posse do perfil de velocidades a Pd pode ser estimada uma vez que esta
corresponde ao fluxo de energia cinética através do disco do aerogerador. Assim sendo
a Pd, ou alternativamente a Veq serão as grandezas utilizadas para se estimar o potencial
de geração de um sítio.
Antes, porém, é conveniente analisar a fig. 2 que mostra como os valores da
velocidade medidos a diferentes alturas se distribui ao longo do dia. Observa-se que para
os dados utilizados no estudo os melhores ventos ocorrem no período noturno e que para
uma análise mais precisa torna-se necessário separar os dados diurnos dos dados
noturnos.
As tabelas 2 e 3 foram elaboradas utilizando os perfis de velocidade das 9 amostras
da Tabela 1. Na tabela 2 são apresentados valores para D=120m e na tabela 3, D = 100m.
Veq é a velocidade equivalente e Pd é a potência disponível.
289
Figura 2 – Comportamento ao longo do dia para diferentes alturas
290
Tabela 3 – Potência e velocidades para aerogeradores de 100m de diâmetro e
diferentes alturas
Amostra D=100m zh=90m D=100m zh=80m
- Veq Pd Veq Pd
1(I) 4,816 438576 4,777 427964
2(I) 7,318 1539140 7,241 1490970
3(I) 6,158 917143 6,107 894490
4(E) 6,986 1338681 6,578 1117592
5(E) 4,389 331971 4,268 305359
6(E) 9,606 3481180 9,278 3136084
7(N) 5,148 535684 5,074 513015
8(N) 4,622 387863 4,555 371219
9(N) 5,946 825596 5,840 782162
4. CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
AMARANTE, Odilon A. et al. Atlas do potencial eólico brasileiro. Brasília: Cresesb, 2001. 44
p
AMARANTE, Odilon A. et al. Atlas eólico do Rio Grande do Norte. Cosern, 2003. 47 p
AMARANTE, Odilon A. et al. Atlas eólico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Cemig, 2010 84p
BASU,S. (2018) A simple recipe for estimating atmospheric stability solely based on surface-
layer wind speed profile, Wind Energy 1-5
Ib Troen and Erik Lundtang Petersen. European wind atlas. Risø National Laboratory, 1989.
657 p.
M Jarraud. Guide to meteorological instruments and methods of observation
(wmo-no. 8). World Meteorological Organization: Geneva, Switzerland, 2008.
292
ENERGIA EÓLICA NO NORDESTE BRASILEIRO E SUA INTERAÇÃO COM
OUTRAS FONTES
RESUMO: Nos últimos anos, a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões
Nordeste e Sul, apresentou um forte crescimento, aumentando a importância dessa
geração para o atendimento do mercado. Segundo a Aneel, cerca de 2/3 da capacidade
instalada de geração de energia elétrica do Brasil é composta por hidrelétricas, tendo a
fontes eólicas alcançado cada vez mais importância nos últimos anos. O aumento
expressivo na geração eólica de 2013 até atualmente, o que certamente evitou que a
geração térmica ultrapassasse os 25% da demanda atendida, mesmo em situações ainda
mais críticas quando se considera a oferta hídrica nos reservatórios do Sistema Interligado
Nacional (SIN). Deste modo este trabalho apresenta uma revisão sobre a geração de
energia elétrica brasileira e sobre a fonte eólicos, com foco principal para a região
Nordeste. Também visa traçar um panorama atual da geração eólica no Nordeste e sua
interação com outras fontes e demandas energéticas do Sistema Interligado Nacional.
Além disso, este trabalho busca mostrar as perspectivas futuras de geração eólica no
Nordeste, apontando o direcionamento das estratégias de expansão da oferta. Sendo assim
a metodologia utilizada é uma avaliação da capacidade instalada e geração de fontes de
energia no Sistema Interligado Nacional Brasileiro e no subsistema nordeste, com base
nos dados fornecidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico Brasileiro (ONS).
Palavras-chave: Eólica, Nordeste, Sistema Interligado Nacional, Energia, Operador
Nacional do Sistema.
293
WIND POWER IN THE NORTHEAST BRAZIL AND ITS INTERACTION
WITH OTHER SOURCES
Abstract: In recent years, the installation of wind farms, mainly in the Northeast and
South regions, has shown strong growth, increasing the importance of this generation for
serving the market. According to Aneel, about 2/3 of the installed capacity of electric
power generation in Brazil is composed by hydroelectric plants, and wind sources have
become increasingly important in recent years. The expressive increase in wind
generation from 2013 until today, which certainly prevented thermal generation from
exceeding 25% of the demand met, even in even more critical situations when considering
the water supply in the reservoirs of the National Interconnected System. In this way, this
work presents a review on the Brazilian electric power generation and on the wind source,
with a focus for the Northeast region. It also aims to draw a current picture of wind
generation in the Northeast and its interaction with other sources and energy demands of
the National Interconnected System. In addition, this work seeks to show the prospects
for wind generation in the Northeast, pointing out the direction of the expansion strategies
of the offer. Therefore, the methodology used is an assessment of the installed capacity
and generation of energy sources in the Brazilian National Interconnected System and in
the northeast subsystem, based on data provided by the National Operator of the Brazilian
Electric System (ONS).
Keywords: Wind, Northeast, National Interconnected System, Energy, National
Operator of the Brazilian.
1. INTRODUÇÃO
80000 100
70000 90
80
60000
70
50000 60
(MW)
(%)
40000 50
30000 40
30
20000
20
10000 10
0 0
01/2000
01/2001
01/2002
01/2003
01/2004
01/2005
01/2006
01/2007
01/2008
01/2009
01/2010
01/2011
01/2012
01/2013
01/2014
01/2015
01/2016
01/2017
01/2018
295
Também os saltos na geração térmica ocorridos em 2008, 2010 e 2013, quando o
nível dos reservatórios tornou a ficar baixo, mas já havia capacidade térmica suficiente
para garantir a segurança do atendimento da demanda por energia elétrica. Além do
aumento expressivo na geração eólica de 2013 até atualmente, o que certamente evitou
que a geração térmica ultrapassasse os 25% da demanda atendida, mesmo em situações
ainda mais críticas quando se considera a oferta hídrica nos reservatórios do Sistema
Interligado Nacional (SIN), evidente, por exemplo, em setembro de 2018.
Deste modo este trabalho apresenta uma revisão sobre a geração de energia
elétrica brasileira e sobre a fonte eólica, com foco principal para a região Nordeste.
Também visa traçar um panorama atual da geração eólica no Nordeste e sua interação
com outras fontes e demandas energéticas do Sistema Interligado Nacional. Além disso,
este trabalho busca mostrar as perspectivas futuras de geração eólica no Nordeste,
apontando o direcionamento das estratégias de expansão da oferta.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
11.000
Demanda de Energia Elétrica no Subsistema NE (MWmed mensal)
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-1.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
11.000
Demanda de Energia Elétrica no Subsistema NE (MWmed mensal)
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-1.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
297
Hidro Solar Térmica Eólica N - NE SE - NE
12.000
11.000
Demanda de Energia Elétrica no Subsistema NE (MWmed mensal)
10.000
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-1.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
Figura 4 – Evolução capacidade instalada do SIN por fontes de energia. Fonte: (ONS,
2018).
90%
80%
70%
Instalada do SIN
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
298
A figura 6 mostra um recorte das informações apresentadas anteriormente para
o SIN no subsistema Nordeste. A capacidade instalada hidráulica se manteve constante
no período analisado, mas houve incrementos significativos, primeiro na participação das
termelétricas e, posteriormente, nas fontes eólicas.
As perspectivas para o futuro são de aumento ainda maior na participação da fonte
eólica e, provavelmente, das usinas fotovoltaicas, fazendo com que a participação térmica
deixe de ser tão relevante.
30.000
do Subsistema NE (em MW)
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
299
12000 25000
10000
20000
Geração de Energia no subsistema NE (MWmed)
15000
6000
10000
4000
5000
2000
0 0
dez-06
dez-07
dez-08
dez-09
dez-10
dez-11
dez-12
dez-13
dez-14
dez-15
dez-16
dez-17
jun-06
jun-07
jun-08
jun-09
jun-10
jun-11
jun-12
jun-13
jun-14
jun-15
jun-16
jun-17
jun-18
mar-06
mar-07
mar-08
mar-09
mar-10
mar-11
mar-12
mar-13
mar-14
mar-15
mar-16
mar-17
mar-18
set-06
set-07
set-08
set-09
set-10
set-11
set-12
set-13
set-14
set-15
set-16
set-17
Ano
4. CONCLUSÃO
300
começou a atender a demanda elétrica com a utilização cada vez maior de termoelétricas,
que aumentam o custo da energia. Com a inserção de mais eólicas no sistema visa não só
baratear a geração de energia elétrica, como também continuar com uma importante
característica da geração de energia elétrica do país que é o uso maciço de renováveis e
baixo impacto ambiental e emissões de gases estufa.
O incremento na geração eólica no subsistema Nordeste pode modificar as curvas
de armazenamento médio de água nos reservatórios do SIN, uma vez que existe a
possibilidade da geração por esta fonte justamente quando ocorre o período seco do ano
hidrológico no subsistema Sudeste.
Desta forma, o subsistema Nordeste tem potencial para se transformar em
exportador de energia nos períodos secos, desde que sejam vislumbrados para os curtos e
médios prazos incrementos substanciais nas linhas de transmissão as quais realizam a
interligação entre os subsistemas Nordeste e Sudeste, principalmente.
A geração eólica, apesar de apresentar forte sazonalidade e aleatoriedade, tem
condições de ser utilizada com todo o seu potencial em sistemas energéticos de grande
porte, como é o caso do Brasil, uma vez que a forte integração entre as fontes e demandas
existentes no SIN tem potencial para superar estas dificuldades e, até mesmo, reduzir a
pressão sobre os reservatórios, os quais devem priorizar o abastecimento público e aos
múltiplos usos do recurso hídrico.
Entretanto, a forte dependência da geração eólica no subsistema Nordeste não
reduz a vulnerabilidade do mesmo nos períodos úmidos dos anos hidrológicos, sobretudo
quando a oferta hídrica neste subsistema é afetada pelos eventos extremos de seca, uma
vez que, na média de longo termo, a geração eólica é menor nos meses úmidos do ano
hidrológico brasileiro.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Disponível em: <https://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/Combustivel.cfm>.
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ONS. Boletem mensal de geração Eólica – julho - 2018. ONS – Operador Nacional do Sistema
Elétrico, 2018.
302
ESTUDOS SOBRE A PRODUÇÃO ANUAL DE ENERGIA DE UM
AEROGERADOR NACIONAL DE PEQUENO PORTE
Périclles da Silva Barbosa1, Luann Marcos Gondim Lopes1, Fagner da Silva Barroso1,
Alex Maurício Araújo 1
1
Universidade Federal de Pernambuco, Depto. de Engenharia Mecânica, Laboratório de
Fluidos, Recife-PE, Brasil
E-mail: periclles.barbosa@hotmail.com
Abstract: The aim of this paper is to present and discuss the results obtained from
simulated studies of the annual lifetime energy production of a nationally manufactured
small wind turbine (SWT) using measured wind data and estimated wind data from last
Brazilian Wind Atlas. Meteorological data collected near the port of SUAPE (Cabo de
Santo Agostinho - PE) were used, as well as simulated data through the Brazilian Wind
Atlas (2013). To estimate annual energy production, a methodology developed by the
UFPE research group based on Windographer software, simplified statistical models and
Weibull distribution was used. The results of this work allow us to conclude that the use
of Atlas data provides pessimistic predictions compared to predictions obtained with data
measured on the spot. Therefore, in order to enable the use of SWTs for the production
of electricity in the country, it is necessary to invest in a more accurate Wind Atlas and
in the technological development of SWTs enhanced for the Brazilian wind potential.
Keywords: Wind energy potential, Brazilian wind atlas, Meteorological data.
303
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
305
disponibilizados pela Kroma Energia (2009), empresa de referência na área de
comercialização de energia.
𝑁𝑚á𝑥
Onde:
306
Na Figura 3 está representado o diagrama do processo de obtenção da produção
anual de energia do APP.
ℎ1
1 − 0,088 ln
𝑘2 = 𝑘1 10 (2)
ℎ2
1 − 0,088 ln 10
307
Onde:
ℎ1 = altura que já se conhece o fator de forma, em m;
𝑘1 = fator de forma conhecido e adimensional;
ℎ2 = altura que se deseja conhecer o fator de forma, em m;
𝑘2 = fator de forma desconhecido e adimensional.
308
utilizados para definir a média anual (1.526 kWh) e mensal (127 kWh) adotada como
referência no estado. Os dados utilizados são referentes ao ano de 2016.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
310
Figura 6 – Excesso de energia acumulada de cada mês para o primeiro ano de
simulação sob o regime de dados meteorológicos.
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
311
ARAÚJO, A. M. et al. Simulación de la producción de energía eléctrica com aerogeneradores
de pequeño tamaño. Informacion Tecnologica, v. 20, n. 3, p. 37– 44, 2009.
BRASIL. EPE. Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2017 - Ano base 2016. v. 58, n. 12, p.
232, 2017.
BRASIL. EPE. Plano Decenal de Expansão de Energia 2029. Brasília: MME/EPE, 2019b.
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FREEMAN, J. et al. Reference Manual for the System Advisor Model’s Wind Power
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GIANNINI, M., DUTRA, R.M., GUEDES, V.G. Estudo prospectivo do mercado de energia
eólica de pequeno porte no Brasil. In: BRAZIL WINDPOWER: CONFERENCE AND
EXHIBITION, 3., 2013, Rio de Janeiro. 10p.
JUSTUS, C. G.; MIKHAIL, A. Height Variation of Wind Speed and Wind Distributions
Statistics. Geophisycal Reasearch Letters, v. 3, n. 5, p. 261 – 264, 1976.
MAEGAARD, P. Catalogue of Small Wind Turbines under 50 kW. Folkecenter Print, 2016.
312
METODOLOGIA PARA A ANÁLISE DE VIBRAÇÕES DE CAIXA DE
ENGRENAGENS DE TURBINAS EÓLICAS PARA ESTUDO DE PREVENÇÃO
DE FALHAS
RESUMO: O uso de turbinas eólicas tem aumentado ao longo dos últimos anos devido
à demanda por energias renováveis, porém sua caixa de engrenagens é responsável por
60 % das falhas, cuja confiabilidade fica comprometida e expectativas baixas. Por isso, o
objetivo desse artigo é apresentar metodologias de modelagem da caixa de engrenagens
da turbina eólica visando analisar vibrações do sistema, detectar e mitigar falhas por
fadiga. Inicialmente, serão apresentados o modelo da transmissão da NREL 750 kW e
suas técnicas de modelagem da caixa de engrenagens, levando em conta as rigidezes de
contato, seguido pela apresentação das falhas mais comuns originadas por fadiga como
quebra dos dentes, pitting e scuffing. Por fim, será comentado um estudo de caso na
literatura da caixa de engrenagens em bancada de teste com dois modelos: um modelo
novo e um modelo com 20 anos de uso. Os resultados mostraram que no modelo usado,
comparado ao modelo novo estudado, há um aumento de relação de energia de banda
lateral de mais de 100% para os pinhões, enquanto houve um aumento de menos de 40%
para as engrenagens solar e anular. Isso prova que se aumentam as chances de a caixa de
engrenagens falhar por fadiga ao longo dos anos, a qual os pinhões são os mais favoráveis
a falhar primeiro por scuffing. Conclui-se que a modelagem da transmissão ainda é
complexa e que o ensaio experimental foi bem-sucedido ao verificar a influência das
rigidezes de contato na dinâmica do sistema.
Palavras-chave: turbina eólica, modelagem, caixa de engrenagens, vibrações, falhas.
313
METHODOLOGY FOR WIND TURBINE GEARBOX VIBRATION ANALYSIS
FOR FAILURES PREVENTION STUDY
ABSTRACT: The use of wind turbines has increased over the last years due to demand
for renewable energies, however its gearbox is responsible for 60% of failures, whose
reliability is compromised and below expectations. Therefore, the objective of this article
is to present methodologies for modeling the wind turbine gearbox in order to analyze
system vibrations, detect and mitigate fatigue failures. Initially, the NREL 750 kW
transmission model and its gearbox modeling techniques will be presented, taking into
account the contact stiffness, followed by the presentation of the most common failures
caused by fatigue such as tooth breakage, pitting and scuffing. Finally, a case study in the
literature of the gearbox on a test bench with two models will be commented: a new model
and a used model with 20 years of service life. The results showed the used model,
compared to the new model studied, had an increase of sideband energy ratio of more
than 100% for pinions, while there was an increase of less than 40% for solar and annular
gears. This proves the chances of the gearbox failing due to fatigue increase over the
years, which pinions being the most favorable to be scuffed first. It concluded the gearbox
modeling is still complex and the experimental test was successful in verifying the
influence of contact stiffness on the dynamics of the system.
Keywords: wind turbine, modelling, gearbox, vibrations, failures.
1. INTRODUÇÃO
314
Figura 1 – Aumento da capacidade energética global ao longo dos anos.
Fonte: GWEC, modificado
A caixa de engrenagens utilizada para esse artigo é o modelo projetado pela NREL
(National Renewable Energy Laboratory), de potência de 750 kW e rotação de gerador
variando de 1200 a 1800 rpm. O sistema é composto basicamente de um sistema de
engrenagens planetárias (SEP), uma engrenagem solar, engrenagem anular travada no
housing, e dois pares de engrenagens pinhão-coroa, um par de baixa rotação e outro de
alta rotação (Figura 3).
316
Figura 4 – Representação da rigidez da malha de contato das engrenagens.
Fonte: GIRSANG, 2014, modificado
Onde:
F: a força tangencial (em N),
kC: rigidez de contato (em N/m),
rb: raio de base (em m) das engrenagens de entrada (r b1) e de saída (rb2)
: deslocamento angular (em rad) das engrenagens de entrada (1) e de saída (2).
317
Figura 5 – Topologia da transmissão NREL 750 kW.
Fonte: AL-HAMADANI, 2017, modificado
Onde kPA, kPS, kC1, kC2 são as rigidezes de contato dos pares, respectivamente,
planetária-anular, planetária-solar, pinhão-coroa da baixa rotação e pinhão-coroa da alta
rotação.
Ao aplicar na equação geral de Euler-Lagrange, as equações de movimento ficam
expressas na forma matricial (equação 2).
318
Figura 6 – Diagrama de falhas das engrenagens com: 1) Quebra do dente, 2) Macro-
Pitting, 3) Scuffing, 4) Desgaste (Wear), 5) Micro-Pitting.
Fonte: JELASKA, 2012, modificado
319
Figura 7 – Locais dos acelerômetros para aquisição de dados.
Fonte: SHENG, 2012
O acelerômetro escolhido foi o AN7 por estar localizado no eixo do gerador. Os
sinais foram obtidos nas malhas de contato do pinhão da baixa rotação, do pinhão da alta
rotação, da engrenagem anular e da engrenagem solar, sujos gráficos dos espectros são
apresentados nas figuras 13a-d.
Figura 8 – Comparação dos resultados modais dos pinhões da alta rotação (PA), da
baixa rotação (PB), das engrenagens solar e anular para as condições saudável e
deteriorado.
Fonte: SHENG, 2012, modificado
320
Com base nos resultados dos espectros, houve um aumento de banda lateral no
AN7_Defeituoso em comparação com o AN7_Novo, demonstrando que as engrenagens
defeituosas ou muito gastas consomem mais energia do sistema. Os altos picos de
amplitude deduzem as frequências em que as engrenagens tendem a falhar por fadiga na
condição máxima de operação (1800 rpm).
Também se verifica que há um aumento nas relações de energia de banda lateral
(definidas como a energia da primeira banda lateral sobre a energia da frequência de
malha da engrenagem) das quatro engrenagens (Tabela 1).
5. CONCLUSÕES
321
como apresentar a influência das rigidezes de contato das engrenagens que propiciam
ainda mais as chances de falhar por fadiga. O scuffing foi mais predominante nos pinhões
devido às altas rotações, enquanto o pitting se manifestou nas engrenagens solar e anular.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
GIRSANG, I.P. et al.; Gearbox and Drivetrain Models to Study Dynamic Effects of
Modern Wind Turbines; NREL, EUA, p. 1-11, Out/2013, disponível em
<https://www.researchgate.net/publication/266392784_Gearbox_and_Drivetrain_Models_to_St
udy_of_Dynamic_Effects_of_Modern_Wind_Turbines>.
st
JELASKA, D.; Gears and Gear Drives, 1 ed., Reino Unido, Wiley, 2012.
OUYAGUE, F.; Gearbox Modeling and Load Simulation of a Baseline 750-kW Wind
Turbine Using State-of-the-Art Simulation Codes, NREL, EUA, p. 1-94, Fev/2009,
disponível em <https://www.nrel.gov/docs/fy09osti/41160.pdf>.
SHENG, S.; Wind Turbine Gearbox Condition monitoring Round Robin Study: Vibration
Analysis, NREL, Jul/2012, EUA, disponível em
<http://www.nrel.gov/docs/fy12osti/54530.pdf>.
322
FONTES
ALTERNATIVAS
323
A ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL COM A CRISE DA PANDEMIA DA
COVID-19
Gabriel Augusto David1, Danilo Casarin do Santos Reis1, Letícia Maria Miquelin2,
Pedro André Zago Nunes de Souza3, André Nunes de Souza4, Edilaine Martins Soler2
1
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Engenharia de
Bauru, 2Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de
Matemática, 3Centro Universitário de Bauru - ITE, Estudante de Direito , 4Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Departamento de Engenharia Elétrica
E-mail: ga.david@unesp.br
RESUMO: As fontes renováveis vêm ganhando cada vez mais destaque no cenário
mundial por serem consideradas uma fonte limpa, apresentando crescimento constante
nos últimos anos, sendo o Brasil um dos países com os maiores índices de produção.
Previsões indicavam a continuidade no aumento da participação dessas energias na matriz
energética mundial, porém, no ano de 2020, com a pandemia da Covid-19, tais previsões
não têm se concretizado, sendo observada uma desaceleração em investimentos
relacionados à expansão das energias renováveis. Este trabalho apresenta uma discussão
acerca das previsões sobre as energias renováveis antes da Covid-19 juntamente com os
impactos da pandemia no setor e suas atuais previsões, de forma a explanar o futuro da
produção de energia brasileira.
Palavras-chave: Fontes Renováveis, Impactos da Covid-19, Políticas Energéticas.
Abstract: Renewable sources are gaining more and more prominence on the world stage
as they are considered a clean source, presenting constant growth in recent years, with
Brazil being one of the countries with the highest production rates. Forecasts indicated
the continued increase in the share of these energies in the world energy matrix, however,
in 2020, with the Covid-19 pandemic, these forecasts changed, with a slowdown in
investments related to the expansion of renewable energies. This paper presents a
discussion about the predictions about renewable energies before Covid-19 together with
the impacts of the pandemic in the sector and its current forecasts, in order to explain the
future of Brazilian energy production.
Keywords: Renewable Energy Sources, Covid-19 Impacts, Energy Policies.
1. INTRODUÇÃO
324
bilhão de cavalos trabalhando conjuntamente (CHU e MAJUMDAR, 2012), o que
implica num risco significativo nas mudanças climáticas.
A partir da década de 1970, com a primeira crise energética mundial, causada pelo
grande aumento de preço do barril de petróleo, e o crescimento da preocupação com o
futuro dos recursos naturais, ocasionaram uma mobilização internacional para discutir e
implementar projetos utilizando matrizes energéticas renováveis e menos poluentes. No
Brasil, avanços significativos nas políticas ambientais ocorreram com a aprovação de leis
na década de 90 e com a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica (PROINFA) em 2002, que tinha como objetivo promover a
diversificação da matriz energética brasileira, buscando alternativas para aumentar a
segurança no abastecimento de energia elétrica, além de valorizar as características e
potencialidades regionais e locais (LOPES e TAQUES, 2018).
Evidências científicas mostram que as tendências atuais de energia são
insustentáveis (GOLDEMBERG e CHU, 2010). A forma com que a energia vem sendo
produzida e consumida tem resultado em grandes impactos ambientais, como
derramamentos de óleo, perda de biodiversidade e poluição urbana, sendo contrária ao
desenvolvimento sustentável.
Dentre os objetivos para o desenvolvimento sustentável do planeta propostos pela
Organização da Nações Unidas (ONU) se encontra o acesso sustentável à energia, onde,
dentre as metas para 2030, considera de grande relevância o aumento da participação de
energias renováveis na matriz energética global (ONU, 2015). Além disso, os custos de
produção de energia a partir de fontes renováveis estão em queda, tornando-a mais
competitiva que as demais (CHU e MAJUMDAR, 2012), o que favorece para que seu
uso seja mais difundido.
Segundo dados do Atlas da Eficiência Energética (AEE), o Brasil possui uma das
maiores matrizes energéticas renováveis do mundo, à frente das médias mundial e de
países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
(EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2020a). Com a utilização da energia
hidrelétrica e a incorporação das energias solar e eólica em sua matriz, o Brasil afirma-se
como uma potência sustentável (NASCIMENTO, 2019). Além disso, uma vez que as
fontes não renováveis são uma das principais responsáveis pela produção de gases do
efeito estufa, a baixa utilização dessas matrizes em comparação a outros países do mundo
justifica a posição do país.
Segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA), 2020 era para ser o
ano recorde de adição de energia renovável na matriz elétrica mundial, onde a primeira
previsão indicava um crescimento de 20% em relação a 2019 (IEA, 2020), mas a
pandemia da Covid-19 atingiu as instalações de manufatura de energia renovável, cadeias
de abastecimento e empresas, retardando a transição para a energia sustentável
(HOSSEINI, 2020). O declínio global na demanda impulsionada pela economia pode
prejudicar a tendência positiva do progresso da produção das energias renováveis.
Estimativas da Wood Mackenzie, empresa de pesquisa e consultoria em energia, sugerem
que, em todo o mundo, as instalações de armazenamento de energia solar devem reduzir
quase 20%, e as instalações eólicas devem ter uma queda na produção de 6% em 2020
em relação às projeções anteriores à pandemia (LAIKE e HUTCHINSON, 2020).
O que acontecerá após a pandemia da Covid-19 é crucial para nosso futuro
energético. Os governos têm a oportunidade de acelerar as transições de energia limpa,
325
tornando o investimento em energias renováveis uma parte fundamental dos pacotes de
estímulo para impulsionar a economia (TURK e KAMIYA, 2020). Além disso, uma
análise da Universidade de Harvard mostrou que os habitantes de cidades com ar mais
poluído têm maior probabilidade de morrer de Covid-19 (KING, 2020), indicando a
importância de investimentos em energia limpa mesmo em tempos de crise.
Deste modo, este trabalho apresenta uma discussão sobre o futuro das energias
renováveis no Brasil, explanando os avanços e as dificuldades enfrentadas, assim como
uma comparação entre as projeções antes e após o surgimento da pandemia da Covid-19.
O artigo está organizado da seguinte forma. A segunda seção apresenta as energias
renováveis, assim como sua importância nos âmbitos econômico, ambiental e social
juntamente com as previsões iniciais para o setor. Na terceira seção são discutidas as
previsões e desafios das energias renováveis no Brasil, apresentando as expectativas
atuais, considerando a pandemia da Covid-19. Finalmente, a quarta seção apresenta as
respectivas conclusões.
326
Atualmente, o Plano Nacional de Energia para 2050 (PNE 2050) considera
questões como “Um sistema elétrico 100% renovável é possível e viável economicamente
até 2050?” e “Quais impactos sobre o setor de uma maior inserção de fontes de geração
renovável variável, em termos de custo, disponibilidade etc.?” para definir estratégias
sobre a matriz energética brasileira a longo prazo (EMPRESA DE PESQUISA
ENERGÉTICA, 2020d). No PNE 2050 observa-se que, no pior cenário, chamado de
estagnação, as energias renováveis permaneceriam num patamar de cerca de 75% da
matriz energética total até o ano de 2050, sendo que, no melhor cenário, estas poderiam
alcançar quase 100% do total da matriz, indicando os crescentes investimentos previstos
para o setor, que vem ganhando cada vez mais importância. Além disso, a análise do
potencial energético no horizonte do PNE 2050 mostra uma perspectiva de abundância
de recursos frente à demanda estimada, contexto distinto do passado caracterizado por
eventos de grande restrição energética. Porém, o uso de tais recursos possui um caráter
desafiador do ponto de vista tecnológico, onde cabe ao governo incentivar.
Entretanto, o PNE 2030, o PDE 2029 e o PNE 2050 têm em comum o fato de que
seus planejamentos para investimentos e projeções de crescimento das energias
renováveis não consideraram cenários extremos, como o causado pela pandemia da
Covid-19.
4. CONCLUSÃO
330
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Carvalho, M. et al. Effects of the COVID‐19 pandemic on the Brazilian electricity consumption
patterns. International Journal of Energy Research, p. e5877, 2020.
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488, n. 7411, p. 294-303, 2012.
Empresa de Pesquisa Energética. Atlas da Eficiência Energética. Ano base 2019. 2020a.
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2020c.
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331
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Disponível em: <https://www.iea.org/articles/the-impact-of-the-covid-19-crisis-on-clean-
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332
ESTUDO DA VIABILIDADE DE CONVERSÃO DE ENERGIA MECÂNICA
CORPORAL EM ENERGIA ELÉTRICA: NANOGERADORES
333
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODO
335
potência (celulares e outros aparelhos portáteis), ficando totalmente independente das
fontes de energia convencionais (petróleo, energia hidroelétrica).
Baseados em dados gerais já testados em dispositivos eletrônicos inteligentes e
sensores de monitoramento de movimento o projeto foi confeccionado na coleta de dados
em ambientes específicos já selecionados, que são escolas e academias, com pessoas de
diferentes idades e comportamentos esportivos.
A aquisição energética é essencial para sobrevivência dos seres vivos no ambiente,
a variação entre o que é adquirido com a alimentação e o que é perdido com o
funcionamento anatômico corporal é denominada gasto energético total. Esse gasto
depende segundo D. Roberto et al. de três variantes: Taxa metabólica basal (TMB) ou de
repouso (TMR), que é o gasto energético mínimo necessário para sobreviver em repouso
e manter os processos vitais.
Representa mais ou menos 60 à 75% do GET. Efeito térmico dos alimentos (ETA)
Valor da digestão, absorção, metabolismo e armazenamento dos nutrientes. Representa
mais ou menos 10% do GET.
Gasto da atividade física (GAF) Energia gasta em exercícios físicos e atividades
físicas voluntárias ou involuntárias e avaliação da atividade e do exercício físico: GET =
TMB(R) + ETA + GAF.
Tais fatores são dependentes do desenvolvimento natural do organismo, que se
adequam as funções desempenhadas por cada sistema e pela diferença de gênero, são elas:
336
Tabela 1: taxa metabólica por volume de O₂ inspirado e CO₂ expirado.
Assim:
1 L O₂ (VO₂ Absoluto) = 5 Kcal
1 Kcal = x 1000÷peso = VO₂ Relativo
VO₂ Rel = 1MET x 3,5
1 MET = tempo atividade (min) x 60
1 MET = 1,25 kcal/kg/min.
337
Para caminhadas cotidianas (Howley e Franks et al. 2008), elaborou-se equações que
permitem calcular a energia gasta pela movimentação convencional sem finalidade esportiva. Seus
cálculos seguem o padrão das demais equações, obter um resultado aproximado do valor energético
perdido por cada passo.
Caminhadas:
1 m . min-1 superfície horizontal = 0,1 mL.kg-1 . min-1
1 MET = 3,5 mL O₂ ou 1Kcal x peso x h
O₂ gasto = 0,1 mL . Kg-1 . min-1 (velocidade horizontal) + 3,5 mL . Kg -1 . min-1
O₂ gasto = 0,1 mL . Kg-1 . min-1 (90 m/min) + 3,5 mL . Kg-1 . min-1 O₂ = 12,5 mL . Kg -1 .
min-1
MET = 12,5 ÷ 3,5 mL . Kg -1 . min-1
MET = 3,6
Energia gasta com a atividade (Kcal) = MET x Peso x Tempo de atividade (min)/60
3,6 x 80kg = 288Kcal
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
Considerando a soma geral das potências produzidas pelos alunos através das
movimentações diárias (caminhadas) dentro da escola, permitiram as seguintes
comparações:
Potência total produzida em um dia:9,405Kw.
Potência total produzida em um mês: 206,91Kw×3h= 630,73Kwh
A estimativa total da energia produzida pela movimentação dos alunos da sala 201
durante o horário de aula que é desperdiçada, viabilizaria a manutenção de uma sala aula
com energia mensal para 4 lâmpadas de 15w e um ventilador 130w, podendo sua
eficiência variar com o número de alunos e as movimentações diárias.
4. CONCLUSÃO
338
projetadas e trabalhadas ao decorrer deste trabalho (eficiência de Carnot, potência e
equações de Howley e Franks et al. 2008), para coleta de um determinado tipo de
atividade física (caminhada convencional sem finalidade esportiva) relacionada à
proposta da triboeletricidade pode ser estendida para os mais diferentes ambientes como,
escolas, academias, empresas entre outros, pois ambientes coletivos possibilitam uma
maior interação e uma maior produção de energia elétrica que pode ser utilizada pelos
próprios estabelecimentos aproveitando uma energia que seria desperdiçada e
contribuindo com a proposta de desenvolvimento sustentável.
REFERÊNCIAS
Z. L. Wang, Sci. Am., 2008, 298, 82.; F. R. Fan, Z. Q. Tian and Z. L. Wang, Nano Energy,
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S. H. Wang, L. Lin and Z. L. Wang, Nano Lett., 2012, 12, 6339. 7 S.M. Niu, S. H. Wang, L.
Lin, Y. Liu, Y. S. Zhou, Y. F. Hu and Z. L. Wang, Energy Environ. Sci., 2013, 6, 3576.
G. Zhu, J. Chen, Y. Liu, P. Bai, Y. S. Zhou, Q. S. Jing, C. F. Pan and Z. L. Wang, Nano Lett.
2013, 13, 2282. G. Zhu, J. Chen, Y. Liu, P. Bai, Y. S. Zhou, Q. S. Jing, C. F. Pan and Z. L.
Wang, Nano Lett., 2013, 13, 2282.; Shin, S. H.; Kim, Y. H.
Lee, M. H.; Jung, J. Y.; Nah, J. Hemispherically Aggregated BaTiO3 Nanoparticle Composite
Thin Film for High-Performance Flexible Piezoelectric Nanogenerator. ACS Nano 2014, 8,
2766−2773.
339
ESTUDO DE VIABILIDADE DE RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA: LODO DA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE) SABESP
340
1. INTRODUÇÃO
342
Figura 01- Fluxograma tratamento térmico de Lodo de ETE RASCHKA (2015).
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi adaptada da Quality Gate
System - QGS (SOUSA et al., 2011). Então, para atingir o objetivo de estudado foram
seguidos cronologicamente os seguintes passos:
Definição da Necessidade/Demanda Inicial;
Pesquisa informacional: coleta de dados;
Caracterização dos resíduos e qualidade energética (PCI);
Análise do potencial em disposição (projeção);
Estudo de Viabilidade por meio de planilha financeira.
Para a elaboração da planilha de avaliação econômica do projeto foi necessário aplicar
ferramentas técnicas de análise financeira de projeto (BERGMAM, 2019) (PEREIRA;
ALMEIDA, 2011) considerando a duração, o tempo de retorno e as características
econômicas do projeto.
3. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
AVALHÃES, C.C. Avaliação da matéria orgânica de solos tratados com lodo de esgoto: uso
de ferramentas qualitativas e espectroscópicas, Tese de Doutorado, Centro de Energia Nuclear
na Agricultura, Universidade de São Paulo. Piracicaba: 2014.
PEREIRA, W.A.; ALMEIDA, L. S.; Método manual para cálculo da Taxa Interna de Retorno
(TIR), 2011, disponível em: https://docplayer.com.br/4808401-Metodo-manual-para-calculo-da-
345
taxa-interna-de-retorno-warley-augusto-pereira-1-lindomar-da-silva-almeida-2.html Acesso em:
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346
METODOLOGIA PARA PREVISÃO DE DADOS CLIMÁTICOS E
ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO HÍBRIDA
347
METHODOLOGY TO PREDICT CLIMATE DATA AND ESTIMATE HYBRID
PRODUCTION
1. INTRODUÇÃO
348
Alemanha que possui entre 2,5 e 3,5 kWh/m2 de média diária e a Espanha, que apresenta
entre 3,28 a 5,3 kWh/m2 de média diária.
Já para energia eólica, de acordo com a ABEEólica (ZAPAROLLI, 2019), tem-se
um potencial estimado para o Brasil de cerca de 500 GW, energia suficiente para suprir
três vezes a demanda atual de energia no país. Esse número leva em consideração apenas
a geração onshore (em terra) realizada por aerogeradores de 2 MW a 3 MW de potência,
com turbinas instaladas em torres de 150 metros de altura.
O aumento e a democratização de banco de dados vêm promovendo um grande
avanço nas análises de previsão de dados. Petre (2009) afirma que o processo de
mineração de dados usa uma variedade de ferramentas de análise para descobrir padrões
e relacionamentos nos dados que podem ser usados para fazer previsões válidas. Shamns
et al (2016) identificam a análise temporal e regressão linear como um modelo simples e
rápido para prever dados. Uma consideração fundamental para a realização dessa análise
é considerar que os padrões de dados no passado serão repetidos no futuro. Tendo em
vista que dados de vento e temperatura podem ser obtidos de maneira confiável em bases
de dados públicas, a aplicação de um modelo adequado resultaria em previsões confiáveis
para um sistema híbrido.
Esse trabalho tem o objetivo de estudar e modelar os dois parâmetros relacionados
aos sistemas, são estes a velocidade de vento e a irradiação sobre uma superfície
horizontal e suas respectivas análises temporais no município de Patos, a fim de prever
os dados climáticos no futuro e a geração prevista por tal sistema.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A metodologia seguida por este trabalho está dividida em três partes referentes a,
respectivamente: aquisição e organização dos dados climáticos, previsão da irradiação e
velocidade média do vento para os 12 meses do ano seguinte aos analisados e, por fim,
estimativa de produção híbrida solar-eólica com um painel fotovoltaico e um aerogerador
de pequeno porte conhecidos. Todos os dados obtidos foram analisados utilizando a
linguagem de programação Python 3.7.
A localidade analisada fica nas redondezas da cidade de Patos-PB, com
coordenadas -7.00559º de latitude e -37.20699º de longitude. A aquisição dos dados foi
realizada através do banco de dados criado pelo projeto Prediction Of Worldwide Energy
Resources (POWER) (STACKHOUSE et al., 2004). As variáveis obtidas foram médias
interanuais da Irradiação, da Velocidade do Vento a 10 metros de altura e da Temperatura
de Bulbo Seco, de 1990 a 2009. Nenhum tratamento dos dados foi realizado, assumindo-
os, assim, como próximos da realidade e sem pontos fora da curva. A Fig. 1 apresenta a
série temporal da Temperatura interanual média.
349
Figura 1 - Temperatura interanual média para -7.00559º de latitude e -37.20699º de longitude,
Patos-PB. Fonte: Autores, 2020.
Técnicas de regressão linear aplicadas sobre a série temporal de uma variável
climática são comumente utilizadas para estimar a disponibilidade de recursos renováveis
considerando variações climáticas (DALMAZ, 2007). A técnica utilizada neste trabalho
foi a dos Mínimos Quadrados para regressão simples, a qual busca o melhor ajuste de
uma reta sobre a série temporal de modo avaliar a tendência da variável, isto é, como
provavelmente ela estará daqui um ou mais anos. Esse ajuste acontece por meio da
minimização da soma dos quadrados das diferenças entre os dados observados e
estimados pela reta, Eq. (1).
𝑦 = 𝛽0 + 𝛽1 𝑥 (1)
Onde 𝑥̅ e 𝑦̅ são as médias dos valores de x e y obtidos. Para nossa análise, eles
representam a média dos anos e da variável em questão, respectivamente.
O modelo foi alimentado com os dados obtidos de 1990 a 2008, para cada uma
das variáveis climáticas avaliadas, e obteve-se o parâmetro 𝛽1 para cada mês do ano. Com
esses parâmetros calcularam-se os valores mês a mês previstos para o ano de 2009, que
foram comparados com os dados reais obtidos para o ano de 2009, de modo a avaliar a
confiabilidade do modelo.
São obtidos valores de p (p-value) que dizem o quanto a previsão do nosso modelo
é ou não significativa. De acordo com Lee (2019), valores de p igual a 0 (p=0) indicam a
hipótese nula, valores maiores que 0 e menores que 0.05 (p < 0.05) indicam um forte
tendência dos valores encontrados serem confiáveis e valores de p maiores que 0.05
devem ser desprezados pois indicam uma baixa confiança no modelo matemático. A
biblioteca utilizada para realização desses cálculos foi do módulo de estatística stats da
biblioteca Scipy, desenvolvida por Jones et al (2001). Posteriormente, realizou-se um
350
método simples para estimar a produção híbrida solar-eólica usando a eficiência de um
painel fotovoltaico, a curva de potência de um aerogerador de pequeno porte e dados das
variáveis climáticas previstas para o ano de 2009. Os parágrafos a seguir descrevem a
metodologia utilizada para estimar as produções solar-eólica.
Para estimar a produção solar, os dados de Irradiação previstos foram integrados
para o ano todo, resultando em uma densidade de energia anual sobre uma superfície
horizontal. Para essa análise, foi utilizado um painel fotovoltaico genérico de 13% de
eficiência média e de 1,5 m² de área útil.
Para estimar a produção eólica, foi realizado um método um pouco mais
rebuscado. Primeiro, os dados de Velocidade de Vento foram utilizados para achar a
função de densidade de probabilidade de Weibull. Essa distribuição de probabilidade é
altamente recomendada para energia eólica, por possuir uma distribuição centrada em
torno do valor médio e permite descrever um comportamento assimétrico em torno desse
valor; além disso, ela possui apenas dois parâmetros de interpretação física imediata e,
uma vez conhecido seus parâmetros, eles podem ser facilmente extrapolados para alturas
distintas das medidas (SILVA, 2003; MACÊDO, 2018). Aplicada ao estudo do vento esta
função indica a probabilidade de haver a velocidade V, Eq. (3). Os parâmetros k e c são
os fatores de forma e escala, respectivamente. Estes fatores representam as características
da velocidade do vento quanto a sua constância e magnitude e foram obtidas utilizando o
método iterativo Maximum Likelihood, sumarizado nas Eq. (4) e Eq. (5) (ROCHA et al.,
2012), e implementado na função exponweib.fit() do módulo de estatística stats da
biblioteca Scipy.
𝑘 𝑉 𝑘−1 𝑘
𝑓 (𝑉; 𝑘, 𝑐 ) = 𝑐 ( 𝑐 ) 𝑒 −(𝑉⁄𝑐) (3)
−1
∑𝑛𝑖=1 𝑉𝑖𝑘 ln(𝑉𝑖 ) ∑𝑛𝑖=1 ln(𝑉𝑖 )
𝑘=[ − ] (4)
∑𝑛𝑖=1 𝑉𝑖𝑘 𝑛
𝑛 1/𝑘 (5)
1
𝑐 = ( ∑ 𝑣𝑖𝑘 )
𝑛
𝑖=1
351
O acoplamento foi feito dividindo os limites de velocidade do aerogerador em
1000 intervalos, onde a velocidade média de cada intervalo representa uma probabilidade
média de acordo com a Eq. (3) e uma potência média de acordo com a curva de potência.
A integração por todas as velocidades indicam, portanto, a potência média para este
aerogerador com estas condições de vento, porém essa potência média não é significativa
para um período diferente de um ano. Essa potência multiplicada pela quantidade de horas
no ano, por sua vez, retorna a estimativa de energia extraída pelo aerogerador ao longo
do ano em Watt-hora.
O aerogerador foi considerado com o rotor a uma altura de 10m, altura de obtenção
dos dados do vento, e a intensidade turbulenta foi considerada como essa que gerou a
curva de potência do aerogerador.
(a) (b)
Figura 2 - (a) sua curva de potência e (b) Aerogerador de pequeno porte Espada 0,8 kW da
Fortis Wind Energy (WINEUR, 2007).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tab. 1 mostra os coeficientes 1 obtidos pela regressão linear das duas variáveis
analisadas para cada mês, durante o período de 1990 a 2008. E a Tab. 2 mostra os valores
obtidos p-value para Irradiação e vento utilizando o módulo de estatística stats da
biblioteca Scipy.
352
Tabela 1 – Coeficientes obtidos pela regressão linear das duas variáveis analisados por
mês
𝛽1
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
I 0,05 -0,01 -0,21 0,03 -0,24 -0,39 -0,10 -0,33 0,05 0,21 0,59 -0,33
V -0,08 -0,19 -0,41 -0,24 -0,22 -0,18 -0,16 -0,05 0,29 0,22 0,10 -0,24
I 0.84 0.95 0.38 0.89 0.31 0.09 0.66 0.16 0.83 0.38 0.007 0.16
V 0.72 0.42 0.08 0.31 0.36 0.45 0.51 0.82 0.21 0.35 0.67 0.31
Tabela 3 – Valores medidos e previstos para vento em m/s nos anos de 2008 e 2009.
V (m/s) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Med
.
2008 4,69 3,86 2,76 3,33 3,99 5,00 5,90 5,88 6,76 7,28 6,41 5,24 4,73
2009 4,60 3,66 2,35 3,09 3,77 4,81 5,74 5,82 7,06 7,51 6,52 5,00 4,99
prev.
2009 4,70 3,72 3,45 2,55 3,22 4,38 4,76 5,47 6,12 5,86 6,44 5,56 4,68
med.
erro -2,12 -1,56 -31,98 21,01 16,98 9,92 20,6 6,46 15,3 28,09 1,17 -10,16
[%]
353
Tabela 4 – Valores medidos e previstos para Irradiação (kWh/m2/dia) nos anos de 2008
e 2009.
I (kWh/m2/dia) JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OU NOV DEZ Média
T
2008 6,08 6,44 5,92 5,59 4,86 4,70 4,61 5,32 6,40 6,60 7,04 6,39 5,82
2009 previsto 6,13 6,42 5,71 5,62 4,61 4,30 4,50 4,99 6,45 6,81 7,63 6,05 5,76
2009 medido 6,38 5,76 6,30 5,46 4,52 4,56 4,87 5,32 6,45 6,71 6,64 6,16 5,76
erro [%] -3,91 11,53 -9,44 2,98 2,08 -5,61 -7,54 -6,26 0,07 1,54 14,97 -1,71
354
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DA ROSA, Antonio Robson Oliveira; GASPARIN, Fabiano Perin. Panorama da energia solar
fotovoltaica no Brasil. Revista Brasileira de Energia Solar, v. 7, n. 2, p. 140-147, 2016.
DALMAZ, Alessandro et al. Estudo do potencial eólico e previsão de ventos para geração de
eletricidade em Santa Catarina. 2007.
JONES, Eric et al. SciPy: Open source scientific tools for Python. 2001.
LEE, Admond. P-values Explained by Data Scientist. Towards Data Science, 13 de jul.
Disponível em: <https://towardsdatascience.com/p-values-explained-by-data-scientist-
f40a746cfc8>. Acesso em: 16 de dez. De 2019.
PETRE, Elia Georgiana. A decision tree for weather prediction. PP, v. 77, p. 82, 2009.
355
ROCHA, Paulo Alexandre Costa et al. Comparison of seven numerical methods for determining
Weibull parameters for wind energy generation in the northeast region of Brazil. Applied
Energy, v. 89, n. 1, p. 395-400, 2012.
SHAMS, Mohamed Bin et al. Time series analysis of Bahrain's first hybrid renewable energy
system. Energy, v. 103, p. 1-15, 2016.
SILVA, Rutelly Marques da. Energia Solar no Brasil: dos incentivos aos desafios. 2015.
Disponível em: <http://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-
estudos/textos-para-discussao/td166> Acesso em: 10 fev. 2020.
STACKHOUSE, P. et al. Solar renewable energy data sets from NASA satellites and research.
In: Proceedings of the solar conference. AMERICAN SOLAR ENERGY SOCIETY;
AMERICAN INSTITUTE OF ARCHITECTS, 2004. p. 279-284.
WINEUR. Catalogue of European Urban Wind Turbine Manufacturers. 2007. Disponível em:
http://urbanwind.net/. Acesso em: 22 de dez. 2019.
YOUSIF, Jabar H. et al. Analysis and forecasting of weather conditions in Oman for renewable
energy applications. Case Studies in Thermal Engineering, v. 13, p. 100355, 2019.
356
GERAÇÃO,
DISTRIBUIÇÃO E
CONTROLE
357
A IMPORTÂNCIA DO DESIGN DA MALHA DE ATERRAMENTO NO
AMBIENTE DE ALTA FREQUÊNCIA
358
THE IMPORTANCE OF GROUNDING GRIDE DESIGN IN HIGH
FREQUENCY ENVIRONMENT.
Abstract: The proposal of this work is to explain the technical benefit of using of cooper
flat tapes in the shape of gride to damp and dissipate the high frequency and intensity
surges trough the earth network. This topology was used in the design of the grounding
system, which is the fundamental part of the energy infrastructure of Extra High Voltage
Laboratory in Pará Federal University. In this place, tests are applied in materials to
evaluate the effect of the high magnitude and impulsive electric discharges. The concepts
involved in this project may be used in any installation where high efficiency in the
damping lightning strikes is desired, and this is the matter about the necessary protection
of high structures wind turbines, the islands of wind energy production, as well as the
energy photovoltaics collectors. The efficiency of this earth protection and dissipation
system are based on three main premises: the appropriate modulation (linked to this
wavelength) for the conductors that generate the grounding loop; The impedance of these,
represented by their inductance; the surge reflections in the gride. The methodology used
to prove this solution was through a simulation of a voltage wave of 1,00 (MV). frequency
100,00 (MHz) in a copper tape, according to the transmission line model. The result
obtained showed a severe attenuation in the amplitude of the surge in the conductor that
modulates the grid, with the appearance of very high currents in this section, as a
controlled short circuit in which the potential difference has been minimized.
Keywords: Grounding, Dumping, Dissipation, Strikes, Discharges.
1. INTRODUÇÃO
359
níveis aceitáveis em termos de compatibilidade eletromagnética que não afetem a
continuidade das atividades.
Pode-se acrescentar sem exageros que uma malha de aterramento se constitui na
“espinha dorsal” de qualquer instalação sujeita a surtos de alta frequência e que requerem
bom nível de qualidade de energia, qualquer que seja a finalidade desta instalação.
As “ilhas de produção de energia eólica são constituídas por agrupamentos de altas
torres para seus aerogeradores”, assim como as extensas superfícies metálicas formadas
pelas estruturas de suportes e painéis fotovoltaicos constituem-se como alvos
preferenciais para receberem descargas elétricas impulsivas de alta magnitude ou
indiretamente se tornam alvos frequentes das induções eletromagnéticas secundárias que
podem afetar os seus controles eletrônicos sensíveis ou mesmo sofrer danos pela má
condução das descargas diretas através das suas estruturas metálicas, comprometendo a
integridade de partes importantes para a manutenção do suprimento de energia.
Nos próximos itens são explicados alguns fundamentos que embasaram nosso
trabalho e que se revelam inovadores em relação às técnicas usualmente empregadas na
proteção destas estruturas geradoras de energia. Mostramos também o resultado gráfico
da simulação elaborada para o estudo do trafego de uma onda de tensão no condutor
proposto para a malha de aterramento, bem como os comentários e conclusões
pertinentes.
2. FUNDAMENTOS E METODOLOGIA
360
e foi elaborado um programa de cálculo especifico para este design de malha de
aterramento.
Para melhor entender o comportamento dos surtos ao trafegar nos condutores é
importante considerar a abordagem e diferença de modelos elétricos.
O modelo de linhas de transmissão difere do modelo ordinário de circuitos
elétricos num aspecto essencial.
Embora as dimensões físicas das redes elétricas sejam menores que o
comprimento de onda da fonte em operação, estas redes são usualmente uma fração
considerável de um comprimento de onda e pode na sua extensão ser de muitos
comprimentos de onda.
Os elementos de circuitos elétricos ordinárias podem ser considerados agrupados
ou discretos e desta forma descritos como parâmetros concentrados. Assume-se neste
caso, que a corrente fluindo nos circuitos com elementos concentrados não varia
espacialmente sobre os elementos e que as ondas estacionarias não existem nesta situação
(KRAUS, CARVER, 1986).
Por outro lado, uma linha de transmissão é um circuito elétrico de parâmetros
distribuídos e deve ser descrita pelo modelo de circuitos distribuídos através do seu
comprimento, denominado modelo de “Linhas de Transmissão”.
Na aplicação do projeto da malha de aterramento em forma de grade, o seu
modelamento eletromagnético pode ser simplificado focando-se na situação específica de
transitórios em linhas de transmissão. Neste caso prático as fontes não são harmônicas no
tempo e tampouco existe regime estável.
Os repentinos impulsos de tensão que são produzidos pelos surtos atmosféricos
levaram a escolha de parâmetros convergir para o modelo de linhas de transmissão com
baixas perdas.
361
Neste caso consideramos um comprimento diferencial Δz para a linha de
transmissão que é descrita pelos quatro seguintes parâmetros (CHENG, 1992):
Z = √(L/C) + ωL.
Z – Impedância do condutor empregado na malha de aterramento (Ω/m).
L – Indutância do condutor empregado na malha de aterramento (H/m).
362
Figura 2 – Apresenta de formas esquemáticas: o circuito com um gerador de impulso
com amplitude Vo e a fita de cobre com a sua diferença de potencial nas extremidades.
Na sequência, com o esperado amortecimento.
REFERÊNCIAS
Hyltén-Cavallius, Nills R. and Giao, Trinh N. (1969) Floor Net Used as Ground Return in High
– Voltage Test Areas, IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, vol. pas – 88, nº 7.
Henry W. Ott, Electromagnetic Compatibility Engineering, - John Wiley & Sons, Inc., Hoboken,
New Jersey, 2009.
Aterramento elétrico impulsivo, em baixa e alta frequência com apresentação de casos, Marcos
Telló (org.), Guilherme A. D. Dias... [et al.]. – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.
364
AVALIAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DA INSERÇÃO DA GERAÇÃO SOLAR
FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA DENTRO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO
365
EVALUATION OF THE CONSEQUENCES OF THE INSERTION OF SOLAR
PHOTOVOLTAIC GENERATION WITHIN DISTRIBUTION NETWORKS
ABSTRACT: One of the main indicators of quality of life and economic growth is
electric consumption, since it is so important for the development of today's societies.
Therefore, the reduction of technical losses is necessary to solve adversities of quality of
supply. In this context, photovoltaic solar energy is used as Distributed Generation to
study the impact of its insertion in existing energy distribution systems. This paper studies
a system extracted from NT 0057/2014 - SRD/ANEEL and simulates it in OpenDSS
software. The results obtained through the simulations were divided into different
scenarios and compared to each other. Subsequently, changes occurred in the voltage
levels at the load points selected were analyzed and compared with the limits established
by ANEEL in Module 8 of the PRODIST. Moreover, a concise analysis of the losses in
the lines and transformers between the chosen segments and of the system was performed.
Based on these analyses, after the insertion of photovoltaic energy there was only
reduction in the technical losses, totaling 2.35% of total active percentual loss and 5.882%
reactive. However, based on changes in generator power, the reduction is lower in certain
segments and in others there is an increase in losses, resulting in 2.572% of total active
percentual loss and 6.5088% reactive. In short, the implantation of this software for
studies of impacts on the network is an alternative for cost reduction, from the reduction
of technical losses and improvements in voltage profiles.
Keywords: OpenDSS, distributed generation, evaluation of electrical parameters.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
367
BT2 BT3
MT12
MT2
MT10 MT11
MT3
MT5 MT7
BT1
368
Tabela 1 – Faixas aplicadas à Tensão Nominal superior a 1 kV e inferior a 69
kV.
Faixa de Variação da Tensão
Tensão de Atendimento (TA) de Leitura (TL) em Relação à
Tensão de Referência (TR)
Pela Tabela 2, é possível verificar os valores de tensão, para sistemas com tensão
nominal igual ou inferior a 1kV, em regime permanente.
Vale ressaltar que a partir da referência (ANEEL, 2018) foram retirados os dados
referentes a:
Parâmetros e os comprimentos de cada tipo de cabo que interliga as barras
com seus respectivos elementos e segmentos de rede;
Parâmetros dos transformadores presentes no sistema, os tipos de conexão,
perdas, impedâncias e potências nominais;
Parâmetros dos dados do controle do Regulador de Tensão;
Parâmetros das cargas presentes no sistema.
E, com isso, através de uma modelagem matemática, os parâmetros dos circuitos
são definidos no OpenDSS.
Com o circuito modelado no software, fez-se necessário o implante de uma
geração solar fotovoltaica. São imprescindíveis as características dos geradores solares
369
para modelagem matemática no OpenDSS. As informações são apresentadas na Tabela
3.
Tabela 3 – Potência Nominal dos Geradores.
Gerador Barras Potência Nominal (kW) Fator de Potência (FP)
PVM2a 2,1 400 0,92
PVM5c 5,3 400 0,92
PVM6 6,3 400 0,92
PVM7c 2,1 40 0,92
PVM8 8 300 0,92
PVM9 9 600 0,92
PVM11a 11,1 20 0,92
PVM15a 15,1 200 0,92
PVM13 13 600 0,92
PVB12 12 5 0,92
PVB17 17,1 10 0,92
PVB18 18,2 10 0,92
Fonte: Autoria própria (2020).
370
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
371
Tabela 6 – Valores de Perdas nas Linhas e Transformadores entre os Cenários 1,
2 e 3.
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Perdas Perdas Perdas
Perdas nos Perdas nos Perdas nos
Segmento nas nas nas
Transformadores Transformadores Transformado
Linhas Linhas Linhas
(kWh) (kWh) res (kWh)
(kWh) (kWh) (kWh)
MT1 514 24 177 19 285 24
MT2 0 2 0 1 0 8
MT5 22 0 7 0 21 0
MT7 0 0 0 0 0 0
MT9 9 11 3 11 3 11
MT10 15 0 5 0 10 0
MT12 36 0 13 0 35 0
BT1 0 0 0 0 0 0
BT2 1 0 0 0 0 0
BT3 2 0 1 0 50 0
Fonte: Autoria própria (2020).
2,11651
1,90325
1,77809
0,931424
0,834111
0,776339
0,0669061
0,0580073
0,0480934
0,0456645
0,0417931
0,054291
372
É possível observar pela Tabela 6, comparando o Cenário 1 com o Cenário 2, que
todos os valores de perdas nas linhas foram reduzidos e o segmento que demonstrou
melhores resultados foi o MT1 que teve uma redução de 337 kWh. Ademais, os
percentuais de perdas nos transformadores tiveram uma redução considerável, sendo que
o maior valor da redução foi também do segmento MT1 de 5 kWh. Notando-se um
aspecto positivo com a inserção da geração distribuída na rede em questão. Uma vez que,
tais perdas técnicas representam custo para o setor elétrico e diminuí-las é de grande
interesse tanto para os consumidores e geradoras.
Já comparando o Cenário 2 com o Cenário 3, pela Tabela 6, houve um predomínio
no aumento das perdas nas linhas, e o segmento que demonstrou piores resultados foi
BT3 que teve um aumento de 49 kWh. Além disso, as perdas nos transformadores
também demonstraram resultados não satisfatórios, sendo que o maior valor acrescido foi
do segmento MT2 de 7 kWh. Tais resultados demonstram que um sistema deve ser bem
dimensionado para que seja posto em funcionamento.
Por fim, a partir da Figura 2, pode-se inferir que para o primeiro Cenário sua perda
total ativa percentual comparada com a total é de 2,741% e reativa de 7,1832%. Após a
inserção da energia fotovoltaica houve apenas redução nas perdas técnicas, totalizando
2,35% de perda total ativa percentual e 5,882% reativa. Porém, a partir das mudanças nas
potências dos geradores, a redução é menor em determinados segmentos e em outros há
aumento nas perdas, resultando em 2,572% de perda total ativa percentual e 6,5088%
reativa.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
374
AVALIAÇÃO DO ESFORÇO HIDRÁULICO EM COMPORTAS
BASCULANTE POR MEIO DE CFD
375
EVALUATION OF HYDRAULIC EFFORT FOR FLAP GATES USING CFD
1. INTRODUÇÃO
A determinação dos esforços hidráulicos em comportas representa um grande
desafio, sendo em muitas vezes necessário ensaios experimentais em laboratório para sua
obtenção, o único método confiável para determinar os valores de esforço hidrodinâmico
é o teste em modelos hidráulicos reduzidos (ERBISTI, 2002). No entanto o uso da
fluidodinâmica computacional (CFD), para este tipo de aplicação, está cada vez mais
comum, devido ao desenvolvimento dos softwares e da capacidade computacional.
Comportas basculantes podem ser utilizadas para controle do nível de
reservatórios e para descarregar material flutuantes (ERBISTI, 2002), podem ainda ser
utilizadas em rios de maré, para impedir a entrada de água salina, e em vertedouros como
comporta de emergência (LEWIN, 2001). O acionamento geralmente é feito por cilindros
hidráulicos, mas podem também ser operadas automaticamente pelo acionamento de
flutuadores (ERBISTI, 2002). O escoamento neste tipo de comporta se dá pela superfície
livre, normalmente este tipo de comporta trabalha com pequenos desníveis, quando
utilizadas como principal elemento de um vertedouro, sua altura geralmente não passa de
5 metros (ERBISTI, 2002).
A distribuição de pressão neste tipo de comporta é função do nível de montante e
de jusante, no entanto há um receio de que o escoamento sobre a comporta influencie na
diferença de pressão entre montante e jusante, uma vez que nesses tipos de comporta há
uma formação de região de baixas pressões sob a superfície de transbordamento
(ERBISTI, 2002). Essa variação de pressão gera um esforço na comporta, o qual será o
objetivo de estudo deste trabalho. Nesse estudo de caso, o fluxo possui sentido invertido
ao tradicional de uma comporta basculante, mais um motivo para o estudo dos esforços
hidrodinâmicos.
376
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo em CFD teve como principal finalidade o estudo dos esforços hidráulicos
em que a comporta está na condição de regime permanente. Para realização deste estudo
foi utilizado o ANSYS CFX 19R1. O modelo numérico foi criado na escala 1:1, ou seja,
com as mesmas dimensões do protótipo, a malha do modelo está representada na Figura
1.
O modelo comtempla duas comportas consecutivas de um canal, sendo o primeiro
alvo do estudo e a comporta subsequente apenas para impor a condição de jusante. A
malha utilizada neste trabalho foi do tipo não estruturada e com 287899 elementos de
geometria tetraédrica. Os dados de entrada utilizados na simulação estão indicados nas
Tabelas 1 e 2.
377
Figura 2- CFD: Condições de Entrada
𝑉𝑚 𝐿𝑚 1/2 (2)
=( )
𝑉𝑝 𝐿𝑝
Onde:
Frm= Número de Froude no modelo;
Lm= Altura característica da geometria do campo de escoamento no modelo em metros;
Vm= Velocidade em m/s no modelo;
g= Gravidade;
Frp= Número de Froude no protótipo;
Lp= Altura característica da geometria do campo de escoamento no protótipo em metros;
Vp= Velocidade em m/s no protótipo.
379
Figura 3-Modelo reduzido-Comporta basculante na escala 1:20 aberta completamente
(29,6º)
380
Figura 5-TP-Localização dos pontos de tomadas de pressão
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tomada
Pressão Pressão Altura de Largura Altura de Área
de Largura Pressão Força
Média Média influência influência
Pressão
na TP na TP
[mm.c.a] [Kpa] [m] [m] [Kpa] [m] [m] [m²] [MN]
415 4,07 0,400 0,160 81,340 8,00 3,200 25,6 2,08
TP2 406 3,98 0,400 0,220 79,576 8,00 4,400 35,2 2,80
TP3 405 3,97 0,400 0,220 79,380 8,00 4,400 35,2 2,79
403 3,700 29,6
TP4
3,95 0,400 0,185 78,988 8,00 2,34
TOTAL 126 10,02
4. CONCLUSÃO
Analisando os resultados, é notório o desnível na linha piezométrica de montante
e jusante, gerado pela perda de carga localizada e pela aceleração do fluxo na passagem
pela comporta. Este desnível é da ordem de 1,2m e está atuando em uma área de
aproximadamente 126m². O resultado do ensaio em modelo reduzido foi de 1,5MN,
próximo do resultado obtido pela simulação numérica que foi de 1,2MN, apresentando
uma diferença de 13,3%. Portanto houve a confirmação dos resultados e a validação do
uso de CFD para este tipo de aplicação.
383
REFERÊNCIAS
ERBISTI, P.C. Comportas Hidráulicas. 2.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2002. 351 p.
LEWIN, J. Hydraulic gates and valves. 2. ed. Londres: Thomas Telford, 2001. 300p.
384
MÉTODO HCS-OCC PARA RASTREAMENTO DO PONTO DE MÁXIMA
POTÊNCIA EM SISTEMAS DE ENERGIA EÓLICA
Ewerton Brasil da Silva Queiroz1, José Ramon Nunes Ferreira1, Francisco Carlos Leite
Brasil1, Alberto Soto Lock1
1
Universidade Federal da Paraiba
E-mail: ewerton.queiroz@ee.ufcg.edu.br
385
HCS-OCC METHOD FOR TRACKING THE MAXIMUM POWER POINT IN
WIND ENERGY SYSTEMS
1. INTRODUÇÃO
386
Figura 1 – Potência Fiscalizada – Empreendimentos em Operação.
Dessa forma, o trabalho propõe a aplicação do método MPPT Hill Climb Search
(HCS) combinado com a técnica de controle One Cycle Control (OCC), HCS-OCC,
aplicado em retificador PFC de sistemas de conversão de energia eólica (WECS); quando
comparada com técnicas como PSF (sinal de potência realimentado) que requer o
conhecimento da curva de máxima potência que é rastreada por controles mecânicos, o
método proposto se torna mais atrativo; sendo também mais atrativo que o método HCS
original, pois durante uma rápida variação do vento, o algoritmo original é lento e pode
detectar errado a direção para encontrar o MPP, principalmente quando o passo da
perturbação é grande (KUMAR & CHATTERJEE, 2016).
Também sendo escolha quando comparado com o método DTC (controle de
torque direto) que é uma excelente técnica, mas geralmente aplicada para motores de
indução de uso geral (BUJA & KAZMIERKOWSKI, 2004). O método proposto HCS-
OCC é melhor escolha para essa aplicação do que o TSR (Relação velocidade de ponta)
que não funciona bem quando a velocidade de vento do lugar varia muito, além da
necessidade de sensor de velocidade angular (KUMAR & CHATTERJEE, 2016). Então,
o algoritmo modificado HCS faz equilíbrio adequado entre rastreamento de velocidade e
eficiência de controle e resolve o problema de direcionalidade errada do HCS durante
mudanças das condições do vento.
387
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A potência mecânica que a turbina eólica extraí do vento é calculada por (QIAO
et al, 2009)
1
𝑃𝑚 = 𝜌𝐴𝑟 𝑉𝑡3 𝐶𝑝 (𝜆, 𝛽) (1)
2
Onde:
𝑃𝑚 = Potência mecânica;
𝜌 = densidade do ar em kg/m³;
𝐴𝑟 = 𝜋𝑅2 é a área varrida pelas pás do rotor em m2;
𝑅 = é o raio do rotor da turbina eólica em m;
𝑉𝑡 = velocidade do vento em m/s;
𝐶𝑝 = coeficiente de potência que é uma função da razão de velocidade de ponta 𝜆 e o
ângulo de inclinação da lâmina 𝛽.
388
Figura 3 – Coeficiente de Potência x Razão entre velocidade tangencial da ponta da pá
e velocidade do vento incidente.
A Figura 3, mostra a curva 𝐶𝑝 − 𝜆 descrita por (2) para a turbina eólica. Nos
termos da figura 2 e na definição de 𝜆, a qualquer velocidade de vento dentro da faixa de
operação, há uma velocidade de rotação do eixo da turbina eólica exclusiva para alcançar
o coeficiente de potência máxima 𝐶𝑃𝑚á𝑥 . Em termos da equação (1), quando 𝐶𝑝 é
controlado no valor máximo, a potência mecânica máxima é extraída da energia eólica.
O Retificador PFC que estará do lado do conversor, converte a tensão CA de saída
variável PMSG para a tensão CC, a fim de eliminar os harmônicos nele presentes devido
a não-linearidade. Cada braço do PFC baseado em chaveamento ativamente controlado,
mostrado na Figura 4, é conectado com a indutância de linha e age como um circuito
boost, a corrente retorna para o PMSG por uma das outras pernas, dependendo da tensão
de fase. Desde que os braços sejam conduzidos por 3 sinais independentes, as correntes
de fase podem ser controladas separadamente, permitindo a extração da potência máxima
do PMSG.
389
Para o PMSG com fluxo constante, o valor eficaz da força eletromotriz de fase E
é uma função linear da velocidade rotacional do gerador (XIA et al, 2013).
1
𝐸= Ω𝑝Φ (3)
√2
Onde:
𝑝 = número de pares de pólos;
Φ = fluxo do gerador;
Ω = velocidade rotacional do gerador.
Além disso, como o retificador PFC é um retificador quase ideal, a tensão de fase
é dada por
𝑉𝑔 = 𝑅𝑖𝑛 𝑖𝑔 (4)
Onde 𝑉𝑔 = tensão de fase e 𝑖𝑔 = corrente de fase.
𝑉2
Vale o destaque para 𝑅𝑖𝑛 (equação 5) que controla o fator de potência, com 𝑔 ⁄𝑅
𝑖𝑛
definindo a potência ativa do retificador.
390
Onde:
𝑉𝑂 = tensão de barramento CC;
𝑉𝑂∗ = tensão de referência do barramento CC;
𝐾𝑝 , 𝐾𝑖 = constantes proporcional e integral (PI).
𝐽 𝑑𝜔𝑡2
𝑃𝑚 − 𝑃0 = 2 + 𝐵𝜔𝑡2 (8)
𝑑𝑡
𝐽 𝑑𝜔𝑡2
𝑃0 = 𝑃𝑚 − 2 − 𝐵𝜔𝑡2 (9)
𝑑𝑡
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
391
Figura 6 – Tensão no gerador (V).
392
Figura 9 – Derivada da velocidade angular (rad/s²).
393
Figura 13 – Resistência interna ( ).
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
KUMAR, D.; CHATTERJEE, K.; A review of conventional and advanced MPPT algorithms
for wind energy systems. Renewable and Sustainable Energy Reviews 55 (2016) 957-970.
394
LOCK, A. et al; A Hybrid Current Control For a Controlled Rectifier. Energy Conversion
Congress and Exposition (ECCE), IEEE, p. 920-926, 2010.
QIAO, W.; QU, L.; HARLEY, R.; Control of IPM Synchronous Generator for Maximum
Wind Power Generation Considering Magnetic Saturation. IEEE Transactions on industry
applications, VOL. 45, NO. 3, May/June 2009.
XIA, Y.; AHMED, K.; WILLIAMS, B.; Wind Turbine Power Coefficient Analysis of a New
Maximum Power Point Tracking Technique. IEEE Transactions on industrial electronics,
VOL. 60, NO. 3, March 2013.
395
MODELO DE PROGRAMAÇÃO ESTOCÁSTICA PARA A ALOCAÇÃO
ÓTIMA DE BATERIAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO COM GERAÇÃO
FOTOVOLTAICA
João Fábio Barboza Merlin1, Michael Douglas Lopes Pereira1, Sarah Miguele de Sá1,
John Fredy Franco Baquero1
1
Universidade Estadual Paulista
E-mail: joaofabio.merlin@gmail.com
396
STOCHASTIC PROGRAMMING MODEL FOR THE OPTIMUM
ALLOCATION OF BATTERIES IN DISTRIBUTION NETWORKS WITH
PHOTOVOLTAIC GENERATION
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
399
Tabela 1 – Parâmetros das baterias
Tipo Capacidade (kWh) Potência (kW)
1 1300 325
2 1500 375
3 2000 500
Fonte: Autor (2020).
(a) (b)
Figura 11 – (a) demanda de energia e (b) comparação do fator de geração dos
diferentes cenários
(a) (b)
Figura 12 - (a) custo da energia e (b) operação da bateria
400
Figura 13 – Comparação da potência gerada pela subestação
401
Entendendo as melhorias técnicas que o uso de baterias causa no sistema, foi feito
a análise considerando as baterias apresentadas na Tabela 1 com custos variando entre
$200/kWh e $400/kWh, os valores de cada bateria encontram-se expressos na Tabela 2.
Considerou-se também uma taxa de juros de 5% ao ano, uma vida útil de 10 anos, um
limite de investimento em baterias de $3.000.000,00 limitadas a seis baterias.
A Tabela 3, apresenta os resultados obtidos com os testes de cada caso, sendo que
a variável binária que determinou qual barra deveria haver alocação e qual o tipo de
bateria. Comparou-se também qual o valor da função objetivo (F.O) em consideração
com o Caso Base.
Tabela 3 – Resultado dos testes para alocação ótima com diferentes custos
Caso Custo $/kWh Tipos de Baterias Barras alocadas F.O. ($)
Base - - - 6155,723414
1 200 3,3,3,3,3,3 0,1,2,18,19,23 -237725,5401
2 225 3,3,3,3,3,3 0,1,2,18,19,23 -198874,1676
3 250 3,3,3,3,3,3 0,1,2,18,19,23 -160022,7951
4 275 1,3,1,3,3,3 0,0,1,1,18,23 -112360,3683
5 300 3,1,3,1,3,1 0,1,1,18,24,29 -75732,77463
6 325 1,1,1,1,1,1 0,1,2,18,19,23 -43797,10445
7 350 1,1,1,1,1,1 0,1,2,18,19,23 -18543,71234
8 375 1,1,1,1,1,1 0,1,2,3,18,29 6733,744608
9 400 - - 28040,30734
Fonte: Autor (2020).
402
A análise econômica é feita considerando o lucro proporcionado pelas baterias em
comparação com o investimento, ambos anualizados. Essa comparação está expressa na
Figura 6 e é possível observar a rentabilidade do sistema, de forma que o lucro apresenta
valores superiores ao investimento.
Com os testes realizados, nota-se o quão benéfico é ao sistema o uso de baterias,
além de atender os limites técnicos e melhorá-los, há também maior economia para a rede.
4. CONCLUSÃO
403
Utilizou-se um sistema base denominado ‘Caso Base’, no qual não há alocação de
baterias. A partir desse sistema, foram feitas comparações de tensão mínima, potência
fornecida pela subestação e perdas, com o sistema no qual há a alocação de seis baterias.
Foi possível concluir o quanto é importante a instalação de recursos auxiliares no
sistema. Em primeira análise, observou-se o quanto as baterias instaladas podem ajudar
no controle da rede, de forma a aumentar a tensão mínima nos períodos de alta demanda
e diminuir na quantidade de potência fornecida da subestação. Esse auxílio resulta em um
lucro sobre o sistema e minimiza o custo da compra de energia da subestação.
Buscou-se qual a alocação ótima para se obter o melhor resultado, tanto
econômico quanto em relação aos limites técnicos. Foram considerados diferentes custos
e tipos de baterias, fazendo com que em cada teste o problema fornecesse a melhor
solução; todavia, para o custo de $400/kWh, e considerando o limite de investimento pré-
determinado, o sistema concluiu que a solução ótima é a não alocação de baterias.
Os resultados dos lucros foram satisfatórios, uma vez que são superiores aos
investimentos, tornando o sistema rentável. Além do mais, os paybacks dos sistemas
variam entre 1,2 anos para o custo de $200/kWh e 2,4 anos para o custo de $375/kWh.
Diante desses fatos, conclui-se que o modelo desenvolvido possibilita a análise da
viabilidade técnica e econômica da utilização de baterias ao SDEE, respeitando os limites
de operação do sistema.
REFERÊNCIAS
AGHAMOHAMMADI, M. R.; ABDOLAHINIA, H. A new approach for optimal sizing of
battery energy storage system for primary frequency control of islanded Microgrid.
International Journal of Electrical Power and Energy Systems, v. 54, p. 325–333, 2014.
DATTA, U.; KALAM, A.; SHI, J. Battery energy storage system for transient frequency
stability enhancement of a large-scale power system. In: 2017 AUSTRALASIAN
UNIVERSITIES POWER ENGINEERING CONFERENCE, AUPEC 2017, 2018, Victoria.
Anais... Victoria: 2018. p. 1–5.
DUBARRY, M. et al. Battery Energy Storage System battery durability and reliability under
electric utility grid operations : Analysis of 3 years of real usage. Journal of Power Sources, v.
338, n. March 2016, p. 65–73, 2017.
FRANCO, J. F.; RIDER, M. J.; ROMERO, R. A Mixed-Integer Linear Programming Model for
the Electric Vehicle Charging Coordination Problem in Unbalanced Electrical Distribution
Systems. IEEE Transactions on Smart Grid, v. 6, n. 5, p. 2200–2210, 2015.
GOLBEMBERG, J. Dossiê Recursos Naturais. In: Estudos avançados. [s.l: s.n.]. v. 12p. 5–15.
404
IBM ILOG CPLEX V12.1 Users’ Manual for CPLEX. Incline Village, NV, USA: CPLEX
Division, ILOG Inc., 2009.
KHUNTIA, S. R.; RUEDA, J. L.; MEIJDEN, M. A. M. M. VAN DER. Forecasting the load of
electrical power systems in mid- and long-term horizons : a review. The Institution of
Engineering and Tchnology, n. c, p. 3971–3977, 2016.
MEHMOOD, K. K. et al. Optimal sizing and allocation of battery energy storage systems with
wind and solar power DGs in a distribution network for voltage regulation considering the
lifespan of batteries. The Institution of Engineering and Technology, v. 11, p. 1305–1315,
2017.
NICK, M. et al. On the optimal placement of distributed storage systems for voltage control in
active distribution networks. In: 2012 3RD IEEE PES INNOVATIVE SMART GRID
TECHNOLOGIES EUROPE (ISGT EUROPE), 2012, Berlim. Anais... Berlim: IEEE, A2012.
p. 1–6.
SENJYU, T. et al. Optimal distribution voltage control and coordination with distributed
generation. IEEE TRANSACTIONS ON POWER DELIVERY, v. 23, n. 2, p. 1236–1242,
2008.
ZHANG, C. et al. Energy storage system : Current studies on batteries and power condition
system. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 82, n. October 2017, p. 3091–3106,
2018.
405
PROGRAMAÇÃO CÔNICA APLICADA AO CARREGAMENTO
COORDENADO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO
Sarah Miguele de Sá1, Michael Douglas Lopes Pereira2, John Fredy Franco Baquero 2
1
Universidade Estadual Paulista, 2Universidade Estadual Paulista \
E-mail: sarah.migueleds@gmail.com
406
CONIC PROGRAMMING APPLIED TO THE COORDINATED CHARGE OF
ELECTRIC VEHICLES IN DISTRIBUTION NETWORKS
Abstract: Community pressure to reduce greenhouse gas emissions combined with the
low efficiency of the combustion engine and improvements in electric energy storage
technologies for electric vehicles, has resulted in the growth in popularity of these
automobiles at developed countries. Thus, in certain periods, a large number of vehicles
are charged simultaneously, bringing significant impacts to the distribution networks.
These problems can be intensified by an uncoordinated loading of EVs. This work
developed a second-order conic programming model for the coordinated charging of EVs
in an electricity distribution network. The proposed formulation aims to minimize the
uncharged energy in each VE, while satisfying the network operation restrictions. The
mathematical optimization model used to solve the distribution system planning for EV
loading was implemented in the AMPL modeling language, tested in a 33-bar system in
the literature and solved using the CPLEX solver. At the first tests, the main impacts that
the network suffers from the loading of EVs without any kind of control were presented,
such as the increase in peak load, overvoltages, and the excessive increase in power
losses. Following, the improvements that the coordinated control, defined by the
mathematical model, provide to the network and to the users of the EVs are shown,
minimizing the energy not supplied and the losses in the process.
Keywords: Conic programming, distribution networks, electric vehicles.
1. INTRODUÇÃO
Veículos elétricos (VEs) foram usados desde o início do século XX, porém,
devido a fatores como a limitação das baterias na época, ficaram em desuso a partir da
década de 1920. No entanto, as indústrias automotivas enfrentam crescente pressão da
comunidade para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar tecnologias mais
limpas e sustentáveis, como os VEs (ELLINGSEN, 2017). Além disso, foram realizadas
melhorias nas tecnologias de armazenamento de energia elétrica dos VEs nos últimos
anos levando, fazendo com que os mesmos estejam crescendo em popularidade nos países
desenvolvidos, de forma que foi estimado que o estoque global de VEs ultrapassou 3
milhões de veículos em 2017 (SPREI, 2018).
Esses VEs devem ser recarregados nas residências ou em eletropostos, sendo que
essa energia deverá ser fornecida pela rede de distribuição de energia elétrica. Durante
alguns períodos do dia costuma acontecer o carregamento simultâneo de um número
grande de VEs, podendo levar a sobrecargas da rede ou a tensões por baixo dos limites
estabelecidos pelos reguladores (LIN, 2010; TANG et al., 2016); esses problemas podem
ser intensificados por um carregamento descoordenado dos VEs.
Para reduzir os impactos negativos dos VEs na operação do sistema de
distribuição devem ser realizados esquemas de carregamento coordenado, nos quais o
operador do sistema irá controlar o carregamento dos VEs. Para obter esse tipo de
esquemas há alguns desafios econômicos que incluem custos de infraestrutura,
manutenção e mudança da operação das redes de distribuição para um gerenciamento
ativo em vez de passivo (LOPEZ; CORDERO-MORENO, 2018)
407
Diversos trabalhos têm estudado como a conexão massiva de VEs afeta a
distribuição e qual seria o tipo de coordenação ideal para o carregamento dos automóveis.
Alguns impactos dos VEs no sistema elétrico de distribuição são analisados por Robert
C. Green et al (2011). Diferentes estratégias de carregamento foram propostas por M.
Hadi Amini et al. e por Trine Krogh Kristoffersen et al. (2017; 2011). O trabalho de
Sabillon-Antunez et al. (2017) apresenta uma nova abordagem para resolver o problema
de coordenação da carga considerando o controle volt/var, operação de serviços
avançados de energia e geração distribuída despachável.
Dessa forma, com o intuito de manter uma operação adequada da rede, se faz
necessário o desenvolvimento de esquemas que permitam carregar os VEs de forma
eficiente (LAKSHMINARAYANA et al., 2016), aproveitando as vantagens da
infraestrutura de comunicação das futuras Redes Inteligentes (WANG et al., 2014). Em
particular, é necessário estudar a aplicação de técnicas de otimização matemática que
possam garantir a solução ótima do problema e possam ser aplicadas com um esforço
computacional relativamente baixo.
Neste trabalho foi desenvolvido um modelo de programação cônica de segunda
ordem que permite definir o carregamento coordenado dos VEs em uma rede de
distribuição de energia elétrica. A formulação proposta tem como objetivo a minimização
da energia não carregada em cada VEs e do tempo de carregamento desses VEs. Além
disso, visa satisfazer as restrições de operação da rede. O modelo foi escrito na linguagem
de modelagem matemática AMPL e resolvido por meio do solver CPLEX, sendo testado
no sistema IEEE de 33 barras (BARAN; WU, 1989).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste trabalho a função objetivo deve minimizar a energia não fornecida a cada
VE conectado na rede, atendendo às restrições de operação (leis de Kirchhoff, limites de
tensão e capacidade de corrente dos circuitos). As equações da formulação Branch Flow
(BARAN; WU, 1989; FARIVAR; LOW, 2013) serão usadas para representar o estado de
operação da rede de distribuição.
Será assumido que as baterias dos VEs devem ser carregadas em um determinado
período de tempo, que é dividido em várias etapas de tempo; A energia requerida por cada
bateria é conhecida no início do período; Os VEs possuem dispositivos de comunicação
que permitem que o sistema de distribuição elétrica possa controlar o estado de
carregamento das baterias; Restrições operacionais, como limites de tensão, limites de
geração de energia e correntes máximas do circuito devem ser satisfeitas.
O modelo proposto leva em consideração a influência do carregamento dos
veículos elétricos na rede e aproveita o fato de que as redes de distribuição são operadas
de forma radial e representa as leis de Kirchhoff, assim, podem ser facilmente
introduzidas restrições associadas à magnitude da tensão e limites de magnitude da
corrente. A solução do modelo define o cronograma de carregamento ideal para os VEs.
O modelo tradicional de injeção de potência baseado em variáveis nodais (tensões,
injeções de correntes e ângulos de fase) é transformado em um equivalente que usa os
fluxos de potência e o módulo a tensão sujeito ao balanço de potências ativas e reativas
408
nas barras. Dessa forma, a coordenação do carregamento dos VEs no sistema de
distribuição de energia elétrica pode ser representada matematicamente usando (1)–(8),
sendo (1) a função objetivo. Na nomenclatura usada 𝑉𝐸 é o conjunto de veículos elétricos
𝑚𝑎𝑥
conectados no sistema, 𝑇 é o conjunto de períodos, 𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒 é a capacidade da bateria do
veículo 𝑣𝑒, 𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒,𝑡 é o estado de carga do veículo 𝑣𝑒 no período 𝑡 e 𝑥𝑣𝑒,𝑡 é a variável
𝑣
contínua associada à potência de carregamentos dos VEs, Se 𝑥𝑛,𝑡 = 1, a bateria está
𝑣
carregando na sua potência máxima dependendo de sua eficiência, se 𝑥𝑛,𝑡 = 0, a bateria
não está carregando.
O primeiro termo representa a subtração entre a carga máxima que bateria dos
VEs pode suportar e o estado da carga alcançado no fim do processo de carregamento; já
o segundo termo da função objetivo (∑𝑡 ∈ 𝑇 ∑𝑣𝑒 ∈ 𝑉𝐸 −𝑥𝑣𝑒,𝑡 2𝑇−𝑡 ) incentiva que o modelo
se esforce para carregar os VEs nos primeiros períodos, ou seja, o mais rápido possível.
𝑚𝑎𝑥
(1)
𝑚𝑖𝑛 ∑ [𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒 − 𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒,𝑇 ]2 + ∑ ∑ −𝑥𝑣𝑒,𝑡 2𝑇−𝑡
𝑣𝑒 ∈ 𝑉𝐸 𝑡 ∈ 𝑇 𝑣𝑒 ∈ 𝑉𝐸
2 𝑔 𝑣𝑒 (2)
∑ 𝑃𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 − ∑ (𝑃𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 +𝑅𝑙,𝑚,𝑛 𝐼𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ) + 𝑃𝑛,𝑡 = 𝑃𝑑𝑛𝑑 𝑃𝑣𝑒 𝑥𝑛,𝑡 ∀ 𝑛 ∈ 𝑁, 𝑡
𝑙,𝑚,𝑛 ∈ 𝐿 𝑙,𝑚,𝑛 ∈ 𝐿
∈ 𝑇, 𝑣𝑒 ∈ 𝑉𝐸
2 𝑔
∑ 𝑄𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 − ∑ (𝑄𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 + 𝑋𝑙,𝑚,𝑛 𝐼𝑙,𝑚,𝑛𝑡 ) + 𝑄𝑛,𝑡 = 𝑄𝑑𝑛𝑑 ∀ 𝑛 ∈ 𝑁, 𝑡 ∈ 𝑇 (3)
𝑙,𝑚,𝑛 ∈ 𝐿 𝑙,𝑚,𝑛 ∈ 𝐿
2 2 2 2
𝑉𝑚,𝑡 − 𝑉𝑛,𝑡 = 2(𝑅𝑙,𝑚𝑛 𝑃𝑙,𝑚,𝑛𝑡 + 𝑋𝑙,𝑚,𝑛 𝑄𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ) + 𝑍𝑙,𝑚,𝑛 𝐼𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ∀ 𝑚, 𝑛 ∈ 𝐿, 𝑡 ∈ 𝑇 (4)
2 2 2 2
𝑉𝑛,𝑡 𝐼𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ≥ 𝑃𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 + 𝑄𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ∀ 𝑙, 𝑚, 𝑛 ∈ 𝐿, 𝑡 ∈ 𝑇 (5)
2 2 2
𝑉𝑚𝑖𝑛 ≤ 𝑉𝑛,𝑡 ≤ 𝑉𝑚𝑎𝑥 ∀ 𝑛 ∈ 𝑁, 𝑡 ∈ 𝑇 (6)
2 2
0 ≤ 𝐼𝑙,𝑚,𝑛,𝑡 ≤ 𝐼𝑚𝑎𝑥 ∀ 𝑙, 𝑚, 𝑛 ∈ 𝐿, 𝑡 ∈ 𝑇 (7)
𝑣𝑒
𝑥𝑛,𝑡 ∈ {0,1} ∀𝑛 ∈ 𝑁, 𝑡 ∈ 𝑇 (8)
409
2.2 Modelo de Operação das Baterias
𝑖𝑛
𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒 𝑚𝑎𝑥
≤ 𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒,𝑡 ≤ 𝑆𝑂𝐶𝑣𝑒 ∀ 𝑡 ∈ 𝑇, 𝑣𝑒 ∈ 𝑉𝐸 (10)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O sistema IEEE de 33 barras (BARAN; WU, 1989) foi usado para realizar os
testes com ∆𝑡 = 1 ℎ, limites máximos e mínimos de tensão de 1,05 p.u e 0,9 p.u, limite
máximo da corrente de 250 A e contendo 120 veículos elétricos com capacidade de
armazenamento de 40 kWh (similar ao VE BMW i3) e carga inicial de 0 kWh as barras
1, 5, 9, 12, 15, 17, 18, 21, 22, 24, 28, 31 e 32, eficiência de 𝜂 = 100% e uma taxa de
autodescarga de 𝛽11 = 0.
O modelo de programação linear foi implementado na linguagem de programação
matemática AMPL e resolvido usando um solucionador comercial para problemas de
otimização CPLEX (versão 12.6, 64 bits usando configurações padrão).
Foi feita a análise dos efeitos na rede sob um período de 6 horas (período de pico)
e como que esses efeitos podem ser minimizados com as restrições do modelo.
Sem o controle adequado, essa ação pode resultar em impactos negativos dentro
do sistema, como os apresentados em seguida. Como é possível notar na Figura 1, o
sistema sofreu problemas de subtensão, i.e., tensão abaixo do mínimo de 0,90 p.u. quando
o carregamento dos veículos não foi controlado.
A conexão de muitos VEs no sistema causa a queda do nível do sinal elétrico, ou
seja, a tensão tem um valor muito abaixo do que o esperado. Como também mostrado na
Figura 2, o controle do sistema segundo o modelo matemático faz com que esse problema
possa ser corrigido.
0,96000
0,94000
Tensão mínima (p.u)
0,92000
0,90000
Sistema com
0,88000
controle
0,86000
Sistema sem
controle
0,84000
1 2 3 4 5 6
Período
300
Corrente máxima do sistema (A)
250
200
150
100
50
0
Nenhum VE conectado 120 VEs conectados sem 120 VESs conectados com
controle controle
Estado do sistema
Figura 3 - Corrente máxima do sistema.
Fonte: Próprio Autor.
Esse excessivo aumento das perdas nos primeiros períodos também leva à
degradação da qualidade da energia e faz com que a subestação de energia elétrica precise
fornecer mais potência para atender à demanda do consumo de todos os VEs conectados.
Tal esforço poderia ser dispensado com devida coordenação dos carregamentos. Assim,
esse aumento da potência ativa pode ser menor na maioria dos períodos, como mostrado
na Figura 5.
Sistema com
400 controle
350
Sistema sem
Perdas (kWh)
300 controle
250
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6
Período
Figura 4 – Perdas de energia no sistema com controle e sem controle.
Fonte: Próprio Autor.
412
6000
4000
3000
2000
Sistema com
controle
1000
Sistema sem
controle
0
1 2 3 4 5 6
Período
Figura 5 - Potência gerada pela subestação no sistema com controle e sem controle.
Fonte: Próprio Autor.
4. CONCLUSÃO
GREEN, R. C.; WANG, L.; ALAM, M. The impact of plug-in hybrid electric vehicles on
distribution networks: A review and outlook. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.
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415
QUESTÕES JURÍDICAS DAS POLÍTICAS DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
BRASILEIRO
Luís Renato Vedovato1, Daniel Francisco Nagao Menezzes2, Nathalia Hidalgo Leite1,
Paulo de Barros Correia1
1
Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, 2Universidade Presbiteriana
Mackenzie
E-mail: nathaliahidalgo@hotmail.com
RESUMO: Vários incentivos foram criados para estimular a geração de energia por meio
de recursos renováveis no Brasil, a partir do Decreto 5.163, de 2004, e da Resolução
Normativa - REN no. 482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que
estabeleceram maneiras para consumidores gerarem eletricidade para seu próprio
consumo usando fontes renováveis e distribuírem essa energia de volta à rede por meio
de um sistema de medição de rede. Este artigo aborda a questão do controle, geração e
distribuição de energia elétrica e fornece novas perspectivas a partir do sistema de
Geração Distribuída (GD). O principal objetivo é analisar os mecanismos de incentivo à
GD no Brasil, do ponto de vista constitucional, estabelecidos para promover o
desenvolvimento econômico na Constituição Federal de 1988. Além disso, este estudo
trata a natureza regulatória do Estado e as mudanças ao seu papel na intervenção
econômica, discutindo conceitos de desenvolvimento econômico sobre como a
regulamentação pode impactar o desenvolvimento e a promoção da GD no Brasil. Ao
analisar os princípios constitucionais que envolvem a estrutura econômica, pode-se
concluir que o sistema estruturado normativo para GD no contexto brasileiro é ditado pela
Constituição Federal, garantindo que os consumidores possam obter benefícios
decorrentes da geração elétrica descentralizada usando fontes renováveis não poluentes.
A principal vantagem, do ponto de vista econômico, é o custo reduzido de energia pago
aos principais distribuidores. Além dos benefícios mencionados, a GD promove o
desenvolvimento econômico nacional e fortalece a indústria, criando empregos nos
setores de engenharia e vendas.
Palavras-chave: Geração distribuída, desenvolvimento econômico, regulamento,
incentivos.
416
LEGAL ISSUES OF ELECTRICITY GENERATION AND DISTRIBUTION
POLICIES AND BRAZILIAN ECONOMIC DEVELOPMENT
ABSTRACT: Several incentives have been put in place to stimulate energy generation
through renewable resources in Brazil, starting with Decree 5.163 from 2004 and
Normative Resolution – REN no. 482 from ANEEL (National Electricity Regulatory
Agency), which established ways for consumers to generate electricity for their own
consumption using renewable sources, and to distribute this energy back to the grid via a
net-metering system. This article addresses the issue of electric energy control,
generation, and distribution, and gives new perspectives from within the Distributed
Generation (GD) system. The main objective is to analyze the incentive mechanisms for
GD in Brazil from a constitutional standpoint, which were set forth to promote economic
development in the Federal Constitution of 1988. Furthermore, this study discusses the
regulatory nature of the State, and changes to its role in economic intervention, discussing
economic development concepts for how regulation might impact the development and
promotion of GD in Brazil. When analyzing the constitutional principles that involve the
economic structure, it can be concluded that the normative structured system for DG in
the Brazilian context is dictated by the Federal Constitution, guaranteeing that consumers
can obtain benefits from decentralized electricity generation using non-polluting
renewable sources. The main advantage, from an economic point of view, is the reduced
cost of energy paid to the main distributors. In addition to the benefits mentioned, GD
promotes national economic development and strengthens the industry, creating jobs in
the engineering and sales sectors.
Keywords: Distributed generation, economic development, regulation, incentives.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo foi realizado do ponto de vista de pesquisa exploratória que buscou
entender como a Constituição Federal brasileira se relaciona com as políticas regulatórias
da GD para promover o crescimento econômico. As Resoluções nº 482/2012 e 687/2015
da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) foram tomadas como ponto de partida
para este estudo. Além disso, a literatura atual sobre o assunto também foi consultada
utilizando-se a base de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior
(CAPES) com as palavras chaves do artigo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
419
Tabela 1. Marcos legais para políticas de GD no Brasil.
Resolução Estabelecer as condições gerais de acesso à micro geração e mini geração aos
Normativa ANEEL 2012 sistemas de distribuição de energia elétrica e ao Sistema de compensação de
nº 482/2012 energia elétrica.
Resolução
Normativa ANEEL 2015 Revisar a resolução ANEEL REN nº 482 e procedimentos de distribuição.
nº 687/2015
Resolução
Normativa ANEEL 2017 Alterar o artigo 1 da REN nº 482/2012.
nº 786/2017
Consulta Pública Obter subsídios para aprimorar as regras aplicáveis à micro e minigeração
2018
ANEEL nº 010/2018 distribuída, estabelecidas pela Resolução Normativa nº 482/2012.
Audiência Pública
2019 Procedimentos de Distribuição no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST).
ANEEL nº 040/2019
Projeto de Lei Altera o art. 26 da Lei 9.427, de 26 de dezembro de 1996, que remove o poder
2019
5.829/2019 de regulamentar os empreendimentos da GD da ANEEL.
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
421
ANEEL. Resolução normativa nº 687, de 24 de novembro de 2015. Altera a resolução
normativa nº 482, de 17 de abril de 2012, e os módulos 1 e 3 dos procedimentos de distribuição
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425
HÍDRICA
426
ESTIMATIVA PRELIMINAR DO POTENCIAL ENERGÉTICO DE UMA
CENTRAL HIDRELÉTRICA A FIO D’ÁGUA
Miryam Torres dos Santos Cunha1, Thailys Campos Magalhães1, Ana Carolina de
Santana Moura1, Luana Laís da Silva Freire1, Tertuliano Ferreira Moreno 1, Jéssica
Malaquias da Silva1
1
Universidade Federal de Alagoas - UFAL
E-mail: tertuliano.f.m@gmail.com
427
PRELIMINARY ESTIMATE OF THE ENERGY POTENTIAL OF A RUN-OF-
THE-RIVER HYDROELECTRIC POWER PLANT
Abstract: The small hydroelectric power plant operate by the flow supplied to the
watercourse, that is, run-of-the-river, with no need to alter the watercourse or large areas
of flooding. The present work was conceived with the objective of presenting the results
obtained by means of a preliminary estimate, of the energetic potential of a run-of-river
hydroelectric power plant. Hydrological data from a 36-year period were extracted from
the website of the National Water Agency of the Rio do Pouso fluviometric station,
located in the state of Santa Catarina. The following methodology was used: the daily
flow data from the fluviometric station were aggregated into classes so that the
permanence curve has 20 well-distributed points. The long-term average flow was
estimated by adopting evaporative losses and leaks in the pipeline leading to the turbine.
Then, the key curve of the fluviometric station was elaborated. The energy that would be
generated over a year was estimated from the installed power and the type of turbine used.
The result obtained from the key curve showed graphically that there are more flow
measurements in the water level range and low flow rates. The value obtained for the
average long-term flow was 83.61m3 and the installed power in this estimate is 4.67 MW.
The results obtained in this preliminary estimate of the energy potential of a small
hydroelectric plant will serve as parameters for the continuation of future work.
Keywords: Hydraulics, energy, permanence curve.
1. INTRODUÇÃO
428
O posto fluviométrico onde foram coletados os dados hidrológicos foi o Rio do
Pouso. Localizado no estado de Santa Catarina, na bacia Atlântico, trecho sudeste no Rio
Tubarão. Esse rio nasce na encosta da Serra Geral, tendo como principais formadores os
rios Rocinha e Bonito. No total vivem nesta bacia cerca de 278.000 habitantes, dos quais
aproximadamente 206.000 residem nas 18 sedes urbanas existentes na sua área de
abrangência.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para se obter a vazão média de longo período real foram consideradas as perdas
por evaporação e vazamentos na tubulação que leva a turbina. Nesse estudo adotou-se um
fator de perdas equivalentes a 5%, isto é, a energia suprida pela usina terá uma garantia
de 95% de atendimento. De acordo com Collischonn & Tassi (2008), a vazão que é
superada em 95% do tempo é chamada de Q95 e é utilizada para definir a Energia
Assegurada de uma usina hidrelétrica.
Antes de definir a curva para carga hidráulica foi necessário determinar o nível
d’água a montante a partir dos dados de nível a jusante (dados extraídos no posto
fluviométrico). A Equação 2 mostra como esse cálculo foi realizado, considerando um
fator de projeto de 105%, pois o nível d’água a montante deve ser maior que a jusante,
conforme estabelecido por Hydraulic Design Criteria (1988) e adotado por Eletrobrás
(2013).
429
Hmontante =105%Hmáxjusante (2)
Onde:
Hmontante = Nível d’água a montante em m;
Hmáxjusante = Nível d’água máximo a jusante em m.
Para se obter os valores de carga hidráulica, foi necessário realizar o tratamento dos dados
de nível. O tratamento foi recíproco ao empregado anteriormente para os dados de vazão,
procurou-se organizar os intervalos de classe de tal forma que a frequência de cada classe
permita uma distribuição uniforme dos 20 pontos. Através da Equação 3, foi possível
obter a carga hidráulica das 20 classes.
CH = Hmontante - Hjusante ( 3)
Onde:
CH = Carga Hidráulica em m;
Hmontante = Nível d’água a montante em m;
Hjusante = Nível d’água a jusante em m.
Para este estudo, foi adotado que a turbina a ser utilizada nesta estimativa seria de
modelo tipo Kaplan de fluxo axial. Uma das características dessa turbina é que ela foi
desenvolvida para utilizar quedas baixas. A partir da escolha, foi possível empregar os
valores especificados para a turbina Kaplan de fluxo axial citados por Mays (2011), que
sustentam o funcionamento eficiente da turbina:
P = Q.H.η .ɣ (4)
Onde:
P = Potência Instalada em W;
Q = Vazão média de longo período em m3.s-1 ;
H = Carga hidráulica de projeto em m;
ɳ = Eficiência da turbina;
ɣ = Peso específico da água em N.m-3.
430
A curva de permanência de potência foi definida a partir dos limites operacionais
da turbina Kaplan de eixo axial citados anteriormente e através das curvas de permanência
de vazão e carga hidráulica.
Empregou-se a fórmula da potência (Equação 4) para encontrar a potência média
de cada classe, considerando o mesmo valor da eficiência e do peso específico.
Integralizando estes valores ao longo da curva de potência útil, permitiu determinar o
valor de potência média anual.
A energia gerada em um ano foi obtida a partir da Equação 5.
E = P.t (7)
Onde:
E = Energia gerada no ano em MW.ano -1;
P = Potência útil em MW;
t = horas em um ano.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1400
1200
1000
Vazão (m3/s)
800
600
400
200
0
431
Curva de Permanência
1000
800
Vazão (m3.s-1)
600
400
200
0
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
(%)
Curva Chave
900
800
700
600
vazão (m3.s-1)
500
400
300
200
100 y = 8,1788x2 + 137,54x - 4,1807
R² = 0,998
0
-1 -100 0 1 2 3 4 5
nível d'água (m)
Cada ponto no gráfico corresponde a uma medição de vazão. Nota-se que há mais
medições de vazão na faixa de cotas e vazões baixas. Isto ocorre porque as vazões altas
não são muito frequentes, no caso, ocorrem apenas durante as cheias.
432
A curva de permanência para carga hidráulica (Figura 4) foi definida a partir dos
dados de percentual de carga hidráulica acumulada e da carga hidráulica obtida conforme
a Equação 3.
6,000
5,000
4,000
3,000
2,000
1,000
0,000
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00%
(%)
Figura 4 – Curva de permanência para a carga hidráulica.
A partir dos limites de operação da turbina Kaplan de eixo axial obteve-se a vazão
mínima de operação correspondente a 27,8m3.s-1. Como a vazão mínima estava entre as
classes 5 e 6 foi necessário fazer uma interpolação para obter a carga hidráulica máxima
equivalente a 7,4 m. A carga hidráulica mínima foi definida a partir de uma das condições
da turbina conforme descrito anteriormente, o valor da vazão mínima obtido foi de 2,44m.
Utilizando a curva chave, observou-se que não teve uma vazão menor do que o menor
nível d’água, logo a vazão máxima de operação foi limitada sendo igual a maior vazão
média de classe, equivalente a 799,212 m3.s-1
Para determinação da potência instalada utilizou-se a carga hidráulica de projeto,
com o auxílio da curva chave (Figura 3), observa-se que a vazão média de longo período
está entre as classes 12 e 13, então por interpolação é possível definir a carga hidráulica
de projeto que foi de 7,05m.
A eficiência da turbina foi considerada como sendo constante e igual a 85%, o
peso específico da água é equivalente a 9810 N.m-3. Considerando esses valores a
potência instalada nessa estimativa é de 4,67 MW. De acordo com a classificação, o rio
Tubarão se enquadra como potencial para inserção de uma Pequena Central Hidrelétrica
(PCH), pois a potência instalada está entre 1 MW e 30 MW.
As vazões das classes de 1 a 4 não atendem os limites operacionais da turbina
Kaplan de eixo axial. A Figura 5, apresenta a área na qual a turbina tem capacidade de
gerar energia.
433
Curva de Potência
18
16
14
12
Potência (MW)
10
8
6
4 Potência
2
Útil
0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Mays, L.W. Water Resources Engineering. 2ª edition, Arizona: John Wiley & Sons, 2011.
435
OTIMIZAÇÃO ESTRUTURAL DE EQUIPAMENTO HIDROMECÂNICO
MOTIVADA PELA INTERAÇÃO COM OS EFEITOS NATURAIS
436
STRUCTURAL OPTIMIZATION OF HYDRO-MECHANICAL EQUIPMENT
MOTIVATED BY INTERACTION WITH NATURAL EFFECTS
Abstract: The design of new hydropower plants allied with the growing interest in green
construction stimulate trends to minimize interference with the environment, and
stimulate the creation of new solutions. An alternative is the development of the Power
plant with low loss and its Spillway drowned. Under these conditions, the gate from the
spillway is subject to a greater amount of debris or sediment, in addition to the hydraulic
effect of "downstream drowning". In view of these phenomena, there is a need to definite
the structure of the gates with large openings in the web beams. This work has the
objective of studying the behavior and design of the gates structure with beams with web
openings of different sizes and shapes. The study comprises know the behavior of the
structure with perforated beam, evaluating the parameters that influence the load carry
capacity, as the location of the opening throughout the span, the height of the opening in
relation to the height of the beam profile. The methodology for this study was based on
analysis with numerical method based on the Finite Element Method (FEM), initially
applying loads in the beam plane itself and later, coupling the additional loads of the
perpendicular effects to the soul plane of the beam. The analyzes produced confirm the
effects described in the literature review, as well as the results of the initial basic models,
where the presence of opening is significant for the behavior of the structure but it is
possible to determine the solution with opening with reinforcements or increasing the
thickness of the beam web.
Keywords: Web opening, perforated beam, Finite element analysis, cellular beam,
Vierendeel mechanism.
1. INTRODUÇÃO
437
Figura 17 - Vertedouro, lago e Barragem de Itaipu (Imagem Caio Coronel, 2013)
438
Figura 3 - Croqui esquemático de Vertedouro (Acervo Bardella)
439
Figura 5 - Comporta Segmento com viga horizontal inferior afogada (Acervo
Bardella)
A presença do nível de jusante tem acoplado efeitos não antes observados, como:
o ressalto afogado introduzindo esforços adicionais, o retorno de detritos na viga
horizontal inferior e até mesmo o “aprisionamento” de peixes.
Diante destes problemas, a solução imediata do ponto de vista estrutural é dotar a
viga inferior com grandes aberturas. Este trabalho tem como objetivo o estudo e a
avaliação dos parâmetros que influenciam diretamente a capacidade de resistência das
vigas de comportas com alma de vigas com aberturas de diferentes tamanhos e formas
(circular / quadrada).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
440
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Zhao Yingjiang et al (2015), vigas com almas perfuradas reforçadas são
largamente aplicadas em estruturas de navios e aplicações offshore (Figura 6).
Figura 6 - Aberturas em uma estrutura naval composta por placas perfuradas (ZHAO et
al, 2015)
441
Figura 8 - Viga Metálica celular (catálogo ArcelorMittal Cellular Beams,2011)
442
Mecanismo por flexão
Diz respeito a formação de rótula plástica em uma viga que está sujeita a flexão,
que na viga perfurada apresenta uma seção transversal com vazio e a porção de alma e
aba restantes, formam uma seção em forma de “T” na mesa superior e “T” invertido a
mesa inferior.
443
Cada furo na alma conduz a uma deflexão adicional (flecha) no meio do vão devido
aos efeitos de cisalhamento e flexão.
Mecanismo Vierendee
Ocorre na viga mista ao redor da abertura da alma devido à transferência dos
esforços de cisalhamento ao longo do furo, promovendo o surgimento de rótulas plásticas
nos cantos das aberturas, deformando a viga em forma de paralelogramo. A formação da
rótula consiste na plastificação da seção, ou seja todas as fibras da seção, desde as mais
distantes da linha neutra até a linha neutra apresentam a mesma tensão limite de
elasticidade (fy).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como Estudo de Caso foi realizada a verificação estrutural, por elementos finitos,
de uma Comportas Segmento do Vertedouro, objetivando a análise da viga horizontal
inferior sem aberturas e com aberturas (circular/ quadrada). Para realizar a análise da
estrutura foi utilizado o software ABAQUS/CAE versão 6.14-1.
Características das Vigas Horizontais: a comporta apresenta duas vigas horizontais, sendo
uma viga horizontal superior e uma viga horizontal inferior. Sua seção transversal é como
um perfil tipo “I” com alma de espessura 25mm e abas 44,5mm. Material: a comporta é
fabricada em aço ASTM A572 - grau 50, com tensão de escoamento fy= 345 MPa e
ruptura σr=450 MPa. Foi utilizada a análise estática considerando não linearidades
geométricas, onde o material foi considerado como elástico. As condições de
carregamento são as seguintes:
444
Carga de pressão hidrostática referente ao nível do topo da comporta aplicada no
paramento de montante para jusante, resultando numa carga de 24,18m;
Carga de pressão hidrostática na Viga Horizontal Inferior referente ao carregamento
de jusante no valor de 3 mca. Na Figura 13 é apresentada a geometria da modelagem
numérica e os resultados de níveis de tensões estão nas Figuras 14, 15 16 e 17.
Figura 13- Vistas da Geometria do modelo: Isométrica, Planta, Elevação e Vista por
Jusante (Acervo Pessoal)
445
Figura 15-Distribuição de tensões na alma da Viga Horizontal Inferior sem abertura
(Acervo Pessoal)
446
Figura 17-Distribuição de tensões na alma da Viga Horizontal Inferior-abertura L=800
(Acervo Pessoal)
447
para uma abertura quadrada de lado de 140cm cm o deslocamento vertical é
aproximadamente 9 cm.
A partir dos dados apresentados pode-se concluir que quanto menor o diâmetro da
abertura, mais próximos estão os valores de deslocamento para uma viga com abertura
circular versus abertura quadrada. Com o aumento da abertura, a abertura quadrada é
menos resistente e menos estável.
Observa-se que o carregamento da alma da viga horizontal inferior é inversamente
proporcional ao tamanho da abertura, ou seja, para pequenas aberturas o carregamento é
maior por ter uma área exposta à pressão hidráulica maior, enquanto para grandes
aberturas a área restante em contato com a água sendo menor ocasiona um carregamento
menor.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
448
ArcelorMittal Europe. ACB Cellular Beams, 2011. Disponível em:
https://ds.arcelormittal.com/repository/brochures/ACB%20Cellular%20Beams.pdf. Acessado
em: 20/02/2020.
BLODGETT, O. W. Design of Welded Structures. 8ª ed. ed. EUA: The James F. Lincoln Arc
Weld Foundation, 1976. p. p.4.2, 1976.
CHUNG, K. F.; LAWSON, R. M., 2001: Simplified design of composite beams with large web
openings to Eurocode 4. Journal of Constructional Steel Research, Hong Kong p. 135–163,
2001. Disponivel em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0143974X00000110
RESUMO: A busca incessante por uma fonte energética renovável, sustentável e que
respeite o meio ambiente constitui o ideal de qualidade de vida. Assim, surgiram as
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), com potência de 3.000 kW a 30.000 kW. Dentre
elas, foi escolhida como objeto de trabalho a PCH Chibarro, sita no rio Chibarro, no
449
município de Araraquara –SP, construída em 1912. Considerada uma das mais antigas do
Brasil, ela, ainda, é usada como ponto de lazer. O presente trabalho teve como objetivo
geral avaliar a sustentabilidade da PCH Chibarro, e, como objetivo específico, constatar
o seu real potencial turístico, cultural e energético. O trabalho usa como metodologia as
pesquisas de campo e qualitativa, bem como o estudo de caso. Assim, responde-se às
questões sobre: o destino da energia e a potência gerada; o respeito da concessionária de
energia elétrica pela sustentabilidade sob as dimensões social, econômica, ecológica,
espacial e cultural; as vantagens e as desvantagens entre a Usina Hidrelétrica (UHE) de
grande porte e a PCH; os entraves para criação do Museu; a importância para o
desenvolvimento regional da agricultura familiar entre outros. Os resultados obtidos nas
pesquisas consistentes com o não tombamento patrimonial, a ausência de instalação do
Museu de Energia, as novas realidades em face da reforma de 2008, e o precário acesso
à PCH Chibarro, servem para subsidiar a melhoria de suas instalações e facilitar o acesso
à usina. Enfim, foram apresentadas propostas com a finalidade de otimizar recursos da
usina de modo a aumentar a exploração do seu potencial turístico, cultural e energético.
Palavras-chave: Energia Renovável, Fonte Alternativa Sustentável, Musealizar,
Tombamento.
450
of installation of the Energy Museum, new realities face to the 2008 reform with
demolitions and restorations, the precarious access to the Chibarro SHP, etc., served as
parameters of improvement for these structures. Finally, proposals were presented in
order to optimize the plant's resources, consequently increasing the exploitation of its
touristic, cultural and energy potential.
Keywords: Renewable Energy, Alternative Sustainable Source, Musealize, Tipping.
1. INTRODUÇÃO
No começo do século XX, entre 1907 e 1913, o Estado de São Paulo teve as
primeiras instalações de usinas de pequeno porte. Nesse período, entraram em atividade
23 usinas, dentre as quais a Chibarro, porém, quatro foram desativadas nos anos 80. As
barragens eram de altura modesta, de gravidade em alvenaria de pedra, poucas tinham
contrafortes, e alguns vertedouros eram sem controle. A maioria produzia menos de 1000
kW, no entanto algumas tiveram ampliações de potências (MELLO, 2001).
Nesse referido período, alguns empresários araraquarenses iniciaram a construção
da PCH Chibarro com a autorização da Câmara Municipal de Araraquara, mas, em pouco
tempo, paralisaram e abandonaram a obra. Entretanto, a empresa Rodrigues, Ramos &
Cia deu prosseguimento à construção e, em 1909, inaugurou a iluminação elétrica nas
ruas de Araraquara.
A empresa Chimay Empreendimentos e Participações Ltda é a concessionária
autorizada a explorar a PCH Chibarro e outras seis PCHs na região, até o ano de 2027,
conforme o Primeiro Termo Aditivo ao Contrato de Concessão para Geração de Energia
Elétrica n. 002/2011 (CPFL, 2006-2008).
Para tal, a produção e a distribuição de energia elétrica carecem de outorga de
autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a qual, de acordo com a
potência instalada, classifica as usinas em: Centrais Geradoras Hidrelétrica (CGH) até
1MW; Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) de 1,1 MW até 30 MW; e Usinas
Hidrelétricas de Energia (UHE) com mais de 30 MW.
Nessa linha, escolheu-se, como objeto de estudo de caso deste trabalho, a PCH
Chibarro, usina localizada no rio Chibarro, Fazenda Vista do Salto, no município de
Araraquara.
Essa categoria de usinas de pequeno porte é caracterizada como empreendimento
“destinado a autoprodução ou produção independente de energia elétrica, cuja potência
seja superior a 3.000 kW e igual ou inferior a 30.000 kW, com área de reservatório até 13
km2, excluído a calha do leito regular do rio” (Artigo 2. o da Resolução Normativa n. 673,
de 04 de agosto de 2015 da ANEEL).
A reforma de Repotenciação da PCH Chibarro ocorreu entre 2006 e 2008, pela
empresa Ômega Araraquara - Consultoria e Construtora Ltda., que está inativa há três
anos (Ômega Araraquara, 2008). Figuras 1 e 2 - Usina Chibarro
451
Figura 1 – Fachada da Casa de Força. Figura 2 – Barragem.
Fonte: Ômega Araraquara (site oficial). Fonte: autor (fev/2020).
A opção de escolha entre reformar a PCH ou construir uma UHE de grande porte
deu-se em razão de as construções das grandes usinas exigirem grandes projetos, represas
e impactos ambientais, incluindo regime hidrológico, desapropriações, construção de
sistemas de transmissão de energias, quantias vultuosas, além de muito tempo de
construção.
Desse modo, a repotencialização das PCHs tem se mostrado uma opção para
aumentar a geração de energia elétrica com obras a curto prazo, pequeno investimento e
pouco impacto ambiental, sem desapropriações nem instalação de sistemas de
transmissão de energia, e, ainda, com mais facilidades da legislação.
Além disso, as PCHs podem operar, todo o tempo, com custo reduzido, devido a
aspectos como a autonomia, que permite dispensar operadores, pois a vazão da água é
controlada remotamente (BIANCHI; SOUZA, 2003). Assim, a repotencialização
representa a produção de mais energia com baixo custo.
No aspecto cultural, somente a centenária usina de Corumbataí foi tombada como
Patrimônio Cultural. Denominada Central Elétrica de Rio Claro, a usina foi inaugurada
em 1895, no município de Rio Claro e entrou em operação em 1900. Em 1982, foi
tombada como Patrimônio Histórico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) e está inscrita no Livro do
Tombo Histórico sob n. 189, p. 45, de 21/06/1982 (Condephaat, 1982).
A segurança hídrica está, diretamente, relacionada à segurança energética,
influenciando tanto no desabastecimento de água potável à população quanto na falta de
energia elétrica.
Nesse sentido, a poluição do rio pode restringir ou frear a produção de energia por
meio de resíduos sólidos, de sedimentos advindos da erosão e de óleos lubrificantes de
veículos. Também, o desenvolvimento de espécies de plantas aquáticas invasoras,
macrófitas, que promovem alterações bioquímicas, pode corroer os equipamentos
eletromecânicos das usinas e, ainda, obstruir o caminho para tomada de água da geração
de energia (LIMNIOS; ALVES; FURLAN, 2015).
Por outro lado, as usinas que têm suas nascentes e o leito com matas nativas e bem
conservadas são mais resistentes no seu volume de água em relação àquelas que não têm
essa proteção. A PCH Itatinga, no município de Bertioga –SP, por exemplo, tem suas
nascentes e seu percurso dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, o que impede a
poluição. Dessa forma, o volume de água sofre pouca alteração no período das estiagens.
452
Nesse contexto, a PCH Chibarro, sita no rio Chibarro e pertencente à Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) 13, na Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré,
mantém, apenas, 8% de sua vegetação nativa, enquanto a PCH de Itatinga possui 63,7%
de sua vegetação nativa (LIMNIOS; ALVES; FURLAN, 2015).
Valorizando o rio e a paisagem, nas proximidades da PCH Chibarro, há uma
cachoeira com queda livre de 73m, que era frequentada por banhistas, contudo essas
visitas foram reduzindo até se findarem.
As características históricas, arquitetônicas e de geradora de energia contribuem
para que a centenária PCH Chibarro possa musealizar. Assim, esse ambiente é favorecido
pela criação da Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento, estabelecendo
as PCHs como patrimônio arquitetônico e ambiental, Usinas-Parque, ora denominadas
Rede Museu da Energia, composta pelas unidades de Salesópolis, de Brotas, de Santa
Rita do Passa Quatro e de Rio Claro, conforme relata a fundação (CPFL, 1998).
No entanto, os processos de musealizar e de patrimonizar as usinas hidrelétricas
no Brasil não têm legislação específica, pois o setor elétrico integra o patrimônio
industrial. Assim, a questão não se inclui no âmbito cultural, que recebe amparo
normativo (CURY, YAGUI, 2015).
Por fim, no decorrer do trabalho, as pesquisas seguirão seu objetivo de avaliar a
sustentabilidade da PCH sob as dimensões: social, ser socialmente justo; ecológica,
ambientalmente equilibrada; e econômica, economicamente viável; além de constatar seu
real potencial turístico, cultural e energético.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
453
disponibilizada no site da empresa, no entanto a empresa está desativada, o que
impossibilitou o acesso a esse acervo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As pesquisas apuraram que a PCH Chibarro não está tombada como Patrimônio
Cultural nem Industrial, tanto pela União (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – IPHAN), como pelo Estado (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo – Condephaat) e pelo
município de Araraquara (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
Arquitetônico, Paleontológico, Etnográfico, Arquivístico, Bibliográfico, Artístico,
Paisagístico, Cultural e Ambiental – COMPPPHARA).
Durante as visitas feitas à PCH Chibarro e aos museus da cidade de Araraquara,
constatou-se que não há Museu da Energia nem das Águas com equipamentos da
Chibarro. No museu Histórico e Pedagógico “Voluntários da Pátria” (Ex-Palacete São
Bento, 1898), há, apenas, alguns utensílios e ferramentas cedidos pela CPFL, proprietária
da PCH Chibarro. Figuras 3 e 4: Museu Histórico e Pedagógico “Voluntários da Pátria”.
454
seguro fica impossibilitado por não ser uma estrada asfaltada. Figuras 5 e 6: Estrada
Municipal para PCH Chibarro.
455
inexistência de plantas invasoras macrófitas que poderiam comprometer a geração de
energia elétrica. Já a energia utilizada nos instrumentos e nos equipamentos da usina é
elétrica, limpa e renovável, configurando o autoconsumo para fins de funcionamento.
Também foi observado que a PCH mantém uma comporta de quase um metro de
diâmetro de vazão ecológica a fim de assegurar, após a barragem, a conservação dos
ecossistemas aquáticos naturais. Constatou-se, ainda, que o canal da tomada d’água
ligado à câmara de carga, com parede de, aproximadamente, 50cm de altura, conduz a
água até as turbinas.
Verificou-se que a água do rio Chibarro é fria, em torno de 20oC. Na 13ª campanha
da concessionária pesquisada, foram coletados 97 exemplares de peixes, pertencentes a
11 espécies, 7 famílias e 3 ordens. Após a realização de 13 campanhas, na PCH Chibarro,
foram capturados 542 exemplares pertencentes a 18 espécies, 10 famílias e 4 ordens, das
quais 7 espécies foram consideradas reofílicas e 3 migratórias. Não foram capturadas as
espécies ameaçadas de extinção, conforme informações do setor de sustentabilidade da
usina.
Assim, o rio, por ser de baixa temperatura, possui poucos peixes, o que torna
inviável a atividade de pescadores profissionais. Dessa forma, a construção da usina não
trouxe prejuízo à pesca.
A PCH Chibarro não tem Sistema de Transposição de Peixes (STP) do tipo escada
de peixes, modelo tradicional, nem de canal lateral, solução ecológica mais correta
(MARTINS, 2005)., a fim de assegurar que os peixes migratórios possam ser reproduzir
na época da piracema de outubro a março.
Enfim, a construção da barragem alagou muito pouco as margens do rio Chibarro,
tendo, em 2012, alcançado o volume de 6.000m3 no reservatório, conforme informações
do setor de sustentabilidade da usina, de modo que a construção não necessitou desviar
do rio, nem resgatar ou remover animais e pessoas, por ser do modelo de usina pequena
de fio d’água.
4. CONCLUSÃO
A centenária PCH Chibarro tem potencial turístico em razão de ter sido construída
em 1912, há mais de um século, quando arquitetura, costumes e tecnologia de trabalho
eram diferentes de hoje. Entretanto, para atrair os turistas, as políticas sociais aplicadas
pela empresa concessionária Chimay necessitam ser repensadas, tais como promover
ações para efetivar asfaltamento ou encascalhamento da estrada municipal de acesso e
abrir caminho para a cachoeira.
Já para usufruir do potencial cultural, a concessionária elétrica deve requerer o seu
tombamento, trazer os equipamentos centenários, e criar parcerias para criação do Museu
Chibarro ou das Águas.
A reforma de repotencialização de 2008 alcançou o potencial energético máximo
da capacidade produtiva da usina, considerando-se a atual vazão de água do rio Chibarro.
No entanto, esse potencial energético poderia ser aumentado por meio da recuperação da
capacidade hídrica da bacia do rio Chibarro, com reflorestamento das APPs, das matas
nativas, com proteção das nascentes, das minas d’água e dos seus córregos afluentes.
456
Enfim, as PCHs promovem pequenos impactos ao meio ambiente, pois o
represamento pouco alaga suas margens. No entanto, com as construções das UHEs,
ocorre o contrário: há grande destruição ambiental, observando-se que o alagamento da
área para formação da represa é gigante.
REFERÊNCIAS
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Proceedings of 5th Latin-American Congress: Electricity Generation and Transmission
(CLAGTEE). Guaratinguetá - SP: Edited by José Luz Silveira, 2003. v. 1. p. 1-10. Disponível
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anos do Comitê Brasileiro de Barragens. Editor Corrado Piassentin. Rio de Janeiro: CBDB,
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CONSELHO DE DEFESA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARQUEOLÓGICO,
ARTÍSTICO E TURÍSTICO DO ESTADO CONDEPHAAT. Tombamento da Usina de
Corumbataí. 1982. Disponível em: ˂http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/usina-
hidreletrica-de-corumbatai/˃. Acessado em: 13/02/2020.
458
POLÍTICAS E
SEGURANÇA
ENERGÉTICAS
459
A COP-25 E OS RECURSOS FLORESTAIS BRASILEIRO: UMA ANÁLISE
COM BASE NAS POLÍTICAS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NACIONAL E
DO ESTADO DE SÃO PAULO
RESUMO: A partir da Política Nacional sobre Mudança do Clima, bem como a Política
Estadual de Mudanças Climáticas vigente no estado de São Paulo, propôs-se identificar,
sistematizar, correlacionar e integrar mecanismos que possam consolidar uma estratégia
ambiental nacional que envolva mais incisivamente, a partir da ótica dos recursos
florestais, tanto da sociedade quanto o empresariado em geral. O trabalho pautou-se em
pesquisa exploratória e documental e baseou-se no método dedutivo, partindo-se dos
principais aspectos gerais das políticas públicas nacional e estadual até adentrar-se, mais
especificamente, com um foco maior nos recursos florestais, na questão do envolvimento
da sociedade e do empresariado. Verificou-se que algumas propostas apresentadas na
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP-25), no que
tange os recursos florestais têm amplo respaldo em diversos elementos instituídos já
desde os idos de 2009, não somente em termos da Política Nacional sobre Mudança do
Clima (PNMC), no âmbito federal, como também, na Política de Mudanças Climáticas
vigente no estado de São Paulo (PEMC). Foi possível destacar, nesse sentido, que o
Programa de Remanescentes Florestais, e dentro deste, o instrumento do Pagamento por
Serviços Ambientais tal como já na PEMC. Por fim, verificou-se que as propostas
apresentadas na COP-25 acerca do tema dos recursos florestais não são necessariamente
contemporâneas. Ainda, elas não dizem respeito tão somente ao governo ora instituído.
Ao contrário, elas já vêm sendo construídas, por intermédio da PNMC e da PEMC, desde
os idos de 2009, configurando-se, portanto, numa política de Estado.
Palavras-chave: Serviços Ambientais, Acordo de Paris, Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável.
460
COP-25 AND BRAZILIAN FOREST RESOURCES: AN ANALYSIS BASED ON
NATIONAL AND STATE OF SAO PAULO CLIMATE CHANGE POLICIES
Abstract: Based on the National Policy on Climate Change, as well as the State Climate
Change Policy in force in the state of São Paulo, it was proposed to identify, systematize,
correlate and integrate mechanisms that can consolidate a national environmental strategy
that involves more incisively, from the perspective of forest resources, both society and
business in general. The work was based on exploratory and documentary research and
was based on the deductive method, starting from the main general aspects of national
and state public policies until it entered, more specifically, with a greater focus on forest
resources, on the issue of the involvement of society and the business community. It was
found that some proposals presented at the 2019 United Nations Climate Change
Conference (COP-25), with regard to forest resources, have broad support in several
elements already instituted since the ides of 2009, not only in terms of the National Policy
on Climate Change (PNMC), at the federal level, but also in the Climate Change Policy
in force in the state of São Paulo (PEMC). It was possible to highlight, in this sense, that
the Forest Remnants Program, and within it, the instrument of Payment for Environmental
Services as already in the PEMC. Finally, it was found that the proposals presented at
COP-25 on the theme of forest resources are not necessarily contemporary. Still, they do
not concern only the government now instituted. On the contrary, they have been built,
through the PNMC and the PEMC, since the ides of 2009, thus configuring themselves
in a State policy.
Keywords: Environment Services, Paris Agreement, Sustainable Development Goals.
1. INTRODUÇÃO
461
também, brasileira, em iniciativas voltadas para a mitigação e ao financiamento dos
créditos de carbono (MMA, 2019b).
Todavia, a COP 25 encerrou-se, nos dizeres de alguns participantes, sem acordo,
sendo que esse resultado final foi considerado como melhor do que um compromisso
ruim, principalmente em razão de não se ter conseguido um consenso sobre exatamente
a regulação global do mercado de créditos de carbono, conforme pretensões máximas do
governo brasileiro, em especial (ANSA, 2019)
A discussão da COP-25, e dos seus desdobramentos, reporta a presente discussão,
dentre outras facetas, ao aparato normativo que se aplica à gestão dos recursos naturais,
em especial, os florestais, no país como um todo, notadamente com respeito a dois dos
seus principais instrumentos de política ambiental, quais sejam, a Política Nacional de
Mudanças Climáticas (Lei n. 12.187/2009) e a nova lei florestal brasileira (Lei n.
12.651/2012). Isto porque, temas tais como mudanças climáticas, pagamento de serviços
ambientais e recursos florestais, por exemplo, permitem estabelecer alguns dos principais
pontos de interligação do conjunto normativo mencionado.
Considerando tais aspectos, de que forma o atual posicionamento ambiental do
Brasil, ou seja, aquele defendido na COP-25, se encontraria respaldado em seu quadro
político-legal normativo? Em outras palavras, como a Política Nacional de Mudanças
Climáticas, já promulgada, nos idos de 2009, estaria respaldando a recente estratégia
brasileira defendida na COP-25? Quais os mecanismos já existentes que poderiam ser
potencializados no sentido de reforçar a proposta central brasileira? Em outras palavras,
como a Política Nacional de Mudanças Climáticas, já promulgada, nos idos de 2009,
estaria respaldando a recente estratégia brasileira defendida na COP-25? Haveria outros
elementos na nova lei florestal, neste sentido, que também deveriam ser analisados?
Considerando, em adição, o estado de São Paulo, tomando como um caso específico aqui
estudado, como seria o rebatimento dessas questões nas políticas estaduais pertinentes?
Em função disso, o presente trabalho se propõe a analisar a Política Nacional sobre
Mudança do Clima, bem como a Política Estadual de Mudanças Climáticas de São Paulo,
com vistas a identificar, sistematizar, correlacionar e integrar mecanismos dentro de seus
programas que possam vir a consolidar uma estratégia ambiental nacional que envolve
mais incisivamente a participação da sociedade, dentro de mecanismos de mercado e com
a participação do empresariado em geral.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
462
2009. Com respeito ao âmbito do estado de São Paulo, em adição, recorreu-se ao disposto
na Lei n. 13.798, de 09 de novembro de 2009, que instituiu a Política Estadual de
Mudanças Climáticas – PEMC, além do Decreto n. 55.947, de 24 de junho de 2010, o
qual regulamentou a Lei nº 13.798, de 9 de novembro de 2009, que dispõe sobre a Política
Estadual de Mudanças Climáticas. Em derradeiro, procedeu-se à consulta da nova lei
florestal, uma vez que este dispositivo legal faz parte do aparato normativo central aqui
analisado.
Foram avaliados, ao final, os recursos econômicos, orçamentos e programas
relacionados às leis supracitadas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
463
contemplar os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do
desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas
(BRASIL, 2009).
Defende-se, neste trabalho, que este conjunto de diretrizes, notadamente dentro
do escopo da participação mais incisiva da sociedade, e de modo especial, do
empresariado, encontram respaldo técnico e, principalmente, econômico, tanto no que diz
respeito ao aparato normativo federal aqui estudado (Política Nacional sobre Mudança do
Clima e decreto regulamentador), quanto estadual (Política Estadual de Mudanças
Climáticas e decreto regulamentador).
Este respaldo se dá por diversas facetas, dentre as quais previsão de elementos que
são legalmente dotados de recursos e orçamentos (Tabela 1) e planos e programas que
respaldam os principais elementos contemplados no aparato normativo aqui estudado
(Tabela 2).
464
Tabela 1 – Recursos e Orçamentos levantados da Política Nacional sobre Mudança do
Clima (PNMC) e do Decreto que trata sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do
Clima e da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e do Decreto que a
regulamenta.
PNMC / Decreto n. 9.578/2018 PEMC / Decreto n. 55.947/2010
FNMC
IV - projetos de redução de Emissões de Gases I - serviços ecossistêmicos: benefícios que as
de Efeito Estufa - GEE pessoas obtêm dos ecossistemas
V - projetos de redução de emissões de II - serviços ambientais: serviços
carbono pelo desmatamento e pela degradação ecossistêmicos que têm impactos positivos
florestal, com prioridade para áreas naturais além da área onde são gerados
ameaçadas de destruição e relevantes para III - pagamento por serviços ambientais:
estratégias de conservação da biodiversidade transação voluntária por meio da qual uma
VI - desenvolvimento e difusão de tecnologia atividade desenvolvida por um provedor de
para mitigação de emissões de GEE serviços ambientais, que conserve ou recupere
VIII - pesquisa e criação de sistemas e um serviço ambiental previamente definido, é
metodologias de projeto e inventários que remunerada por um pagador de serviços
contribuam para redução das emissões ambientais, mediante a comprovação do
líquidas de gases de efeito estufa e para atendimento das disposições previamente
redução das emissões de desmatamento e contratadas nos termos deste decreto
alteração de uso do solo IV - proprietários rurais conservacionistas:
IX - desenvolvimento de produtos e serviços pessoas físicas ou jurídicas que realizam ações
que contribuam para a dinâmica de em sua propriedade rural que conservem a
conservação ambiental e de estabilização da diversidade biológica, protejam os recursos
concentração de gases de efeito estufa hídricos, protejam a paisagem natural e
X - apoio às cadeias produtivas sustentáveis mitiguem os efeitos das mudanças climáticas
XI - pagamentos por serviços ambientais às por meio de recuperação e conservação
comunidades e aos indivíduos cujas atividades florestal, manejo sustentável de sistemas de
comprovadamente contribuam para a produção agrícola, agroflorestal e
estocagem de carbono, atrelada a outros silvopastoril.
serviços ambientais
XII - sistemas agroflorestais que contribuam
para redução de desmatamento e absorção de
carbono por sumidouros e para geração de
renda; e
XIII - recuperação de áreas degradadas e
restauração florestal, entre as quais terão
prioridade as áreas de reserva legal, as áreas
de preservação permanente e as áreas
prioritárias para a geração e a garantia da
qualidade dos serviços ambientais.
Fonte: Os autores (2020).
465
Tabela 2 – Planos e Programas levantados da Política Nacional sobre Mudança do
Clima (PNMC) e do Decreto que trata sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do
Clima e da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) e do Decreto que a
regulamenta.
PNMC / Decreto n. 9.578/2018 PEMC
Planos de ação para prevenção e controle SEÇÃO I - Plano Estadual de Inovação
do desmatamento nos biomas e planos Tecnológica e Clima
setoriais de mitigação e de adaptação às SEÇÃO II - Programa Estadual de
mudanças climáticas: Construção Civil Sustentável
I - Plano de Ação para Prevenção e SEÇÃO III - Plano Estadual de Energia
Controle do Desmatamento na Amazônia SEÇÃO IV - Plano Estadual de Transporte
Legal - PPCDAm Sustentável
II - Plano de Ação para Prevenção e SEÇÃO V - Plano Estratégico para Ações
Controle do Desmatamento e das Emergenciais e Mapeamento das Áreas de
Queimadas no Cerrado - PPCerrado Risco
III - Plano Decenal de Expansão de SEÇÃO VI - Programa Educação
Energia - PDE Ambiental sobre Mudanças Climáticas
IV - Plano Setorial de Mitigação e de SEÇÃO VII - Programas de Incentivo
Adaptação às Mudanças Climáticas para a Econômico a Prevenção e Adaptação as
Consolidação de uma Economia de Baixa Mudanças Climáticas e de Crédito à
Emissão de Carbono na Agricultura - Economia Verde
Plano ABC; e
V - Plano Setorial de Redução de
Emissões da Siderurgia.
Seção II - Das projeções de emissão de SEÇÃO VIII - Programa de
gases e dos compromissos Remanescentes Florestais
Art. 18. A projeção das emissões Artigo 51 - Fica instituído, nos termos do
nacionais de gases do efeito estufa para o artigo 23 da Lei nº 13.798, de 9 de
ano de 2020, de que trata o parágrafo novembro de 2009, o Programa de
único do art. 12 da Lei nº 12.187, de Remanescentes Florestais, sob a
2009, será de 3.236 milhões tonCO2eq, coordenação da Secretaria do Meio
composta pelas projeções para os Ambiente, com o objetivo de fomentar a
seguintes setores: delimitação, demarcação e recuperação de
I - mudança de uso da terra - 1.404 matas ciliares e outros tipos de fragmentos
milhões de tonCO2eq; florestais, podendo prever, para
II - energia - 868 milhões de tonCO2eq; consecução de suas finalidades, o
III - agropecuária - 730 milhões de pagamento por serviços ambientais aos
tonCO2eq; e proprietários rurais conservacionistas,
IV - processos industriais e tratamento de bem como incentivos econômicos a
resíduos - 234 milhões de tonCO2eq políticas voluntárias de redução de
desmatamento e proteção ambiental.
Artigo 52 - O Programa de Remanescentes
Florestais tem como objetivos específicos:
466
I - contribuir para a mitigação das
mudanças climáticas globais, fomentando
projetos de restauração de vegetação
nativa e de reflorestamento, voltados a
promover a absorção e fixação de carbono
II - contribuir para a conservação da
biodiversidade por meio da proteção de
remanescentes de florestas e outras formas
de vegetação nativa e do apoio à formação
de corredores, especialmente por meio da
recuperação de matas ciliares
IV - identificar áreas prioritárias para a
recuperação florestal visando a orientar a
instituição de reservas legais, a
implantação de projetos florestais para
seqüestro de carbono e a adoção de
sistemas de produção que favoreçam a
conservação da biodiversidade e da água
VII - contribuir para a redução dos
processos de erosão e assoreamento dos
corpos hídricos, visando à melhoria da
qualidade e quantidade de água
Artigo 53 - O Programa de Remanescentes
Florestais será coordenado pela Secretaria
do Meio Ambiente e implementado por
suas unidades, com a participação da
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo - CETESB, da Fundação Florestal,
do Comando de Policiamento Ambiental,
da Polícia Militar, da Secretaria da
Segurança Pública, e da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento.
Fonte: Os autores (2020)*.
3
Em outras palavras, um dos principais eixos, do ponto de vista dos recursos florestais,
ao redor do qual orbitam diversos outros elementos (tais como, o desenvolvimento e
difusão de tecnologia para mitigação de emissões de GEE), sobretudo dentro da ótica de
um maior envolvimento de segmentos da sociedade, e em especial, do empresariado.
467
de serviços ambientais possa vir a ser remunerada, pecuniariamente ou não, por um
pagador desses serviços (SÃO PAULO, 2009).
Dentro do estado de São Paulo, o PSA é tratado em oito resoluções da Secretaria
do Meio Ambiente (SMA-SP), que datam do período entre 2010 e 2018. As Resoluções
da SMA-SP sobre PSA guardam correlação com o Programa de Remanescentes Florestais
(SÃO PAULO, 2010). O Programa de Remanescentes Florestais no que se refere a
regulamentação da Política Estadual de Mudanças Climáticas veio para instituir o
mecanismo do PSA e para possiblitar a elaboração de parâmetros para o sequestro de
carbono (SÃO PAULO, 2010).
No âmbito federal o PSA tem se mostrado uma ferramenta importante, haja vista,
tem sido prevista como forma governamental de beneficiar produtores que conservam o
ambiente, podendo ser realizado via Cadastro Ambiental Rural (CAR) e adesão ao
Programa de Regularização Ambiental (PRA), como já previsto pela Lei 12.651 de 25 de
maio de 2012. Embora, caiba ressalvar que não há ainda regulamentação vigente, e
aguarda apreciação do Senado Federal, o Plano de Lei 312/2015 que trata da Política
Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PNPSA), (BRASÍLIA, 2015).
A COP-25, sobretudo dentro da ótica do posicionamento oficial das autoridades
brasileiras participantes do evento, buscou referenciar alguns aspectos primordiais para
uma estratégia ambiental mundial (lógica do mercado capitalista, inclusão econômica da
população brasileira nas ações de proteção ambiental, fomento do mercado de carbono,
primordialmente).
Tais diretrizes, principalmente se enfocadas dentro do contexto dos 17 objetivos
do desenvolvimento sustentável, reforçam justamente os papéis que devem ser
desempenhados pela sociedade e pelo empresariado de uma forma geral.
Verificou-se, nesse sentido, que as propostas apresentadas na COP-25 acerca do
tema dos recursos florestais, mercado de carbono e estratégias que consigam englobar a
sociedade na preservação ambiental de maneira lucrativa, e não somente no antigo modus
operandi de comando e controle, não são necessariamente contemporâneas.
Por fim, o conjunto de elementos aqui identificados deve ser harmonizado com os
objetivos do desenvolvimento sustentável, porque uma estratégia de pagamento por
serviços ambientais, por exemplo, tanto sob a ótica das políticas federal e estadual de
mudanças climáticas, quanto pela nova lei florestal, é plenamente compatível, via
parcerias e meios de implementação, com objetivos sustentáveis tais como a erradicação
da pobreza e a energia limpa sustentável.
4. CONCLUSÃO
468
REFERÊNCIAS
ANSA. Melhor que acordo ruim”, diz Itália sobre fracasso na COP 25. Revista Isto É
Independente (ANSA). 16 de dezembro de 2019. Disponível em: <https://istoe.com.br/melhor-
que-acordo-ruim-diz-italia-sobre-fracasso-na-cop25/ >. Acesso: 17.12.2019.
BRASIL. Decreto n. 9.578, de 22 de novembro de 2018. Consolida atos normativos editados pelo
Poder Executivo federal que dispõem sobre o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, de que
trata a Lei nº 12.114, de 9 de dezembro de 2009, e a Política Nacional sobre Mudança do Clima,
de que trata a Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. 2018. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9578.htm>. Acesso:
17.12.2019.
BRASIL. Lei n. 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança
do Clima – PNMC e dá outras providências. 2009. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12187.htm >. Acesso:
17.12.2019.
BRASÍLIA. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 312/2015. 2015. Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=946475>.
Acesso em: 21 fev. 2020.
MMA. Na Cop 25, Ministro do Meio Ambiente defende a inclusão da população da Amazônia.
Ministério do Meio Ambiente. 02 de dezembro de 2019a. Disponível em:<
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defende-inclus%C3%A3o-econ%C3%B4mica-da-popula%C3%A7%C3%A3o-da-
amaz%C3%B4nia.html >. Acesso: 17.12.2019.
MMA. Salles cobra implementação do Acordo de Paris na Cop 25. Ministério do Meio Ambiente.
10 de dezembro de 2019b. Disponível em: <https://www.mma.gov.br/component/k2/item/15668-
salles-cobra-implementa%C3%A7%C3%A3o-do-acordo-de-paris-na-cop-25.html >. Acesso:
17.12.2109.
ONUBR. 17 objetivos para transformar o mundo. Nações Unidas Brasil. Disponível em:<
https://nacoesunidas.org/pos2015/ >. Acesso: 17.12.2019a.
ONUBR. COP-25: ONU pede esforços do setor empresarial na luta contra mudanças climáticas.
Nações Unidas Brasil. Disponível em:< https://nacoesunidas.org/cop25-onu-pede-esforcos-do-
setor-empresarial-luta-contra-mudancas-climaticas/ >. Acesso: 17.12.2019b.
469
SÃO PAULO. Lei n. 13.798, de 09 de novembro de 2009. Institui a Política Estadual de Mudanças
Climáticas – PEMC. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 2009. Disponível em:<
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2009/lei-13798-09.11.2009.html >. Acesso:
17.12.2019.
470
A NOVA AGENDA DA POLÍTICA NACIONAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS DO
SETOR FLORESTAL
471
THE NEW AGENDA FOR THE NATIONAL BIOFUEL POLICY IN THE
FOREST SECTOR
1. INTRODUÇÃO
472
aproximado que ambos estão localizados em correntes políticas (“Political Streams4”)
que representam os interesses de grupos ligados ao agronegócio.
Considerando a atual discussão nos cenários nacional e internacional sobre
produção de energia não pautada em recursos fósseis, sequestro de carbono, redução de
desmatamento, conservação e preservação de vegetação nativa na paisagem rural bem
como a geração de novas fontes de renda (à agricultura familiar), do ponto de vista da
eficiência técnica da proposta contida no texto do referido PL é feita uma aproximação
de que ele não representa uma solução para um problema mas sim a colocação de uma
condição de interesses de certos grupos políticos. O próprio Código Florestal (Lei n.
12.651, de 25 de maio de 2012) traz uma série de mecanismos inovadores acerca da
Reserva Legal (RL) e das Áreas de Preservação Permanente (APP) de propriedades
rurais5, bem como a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas (Lei 12.187 de 2009),
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei 9.985, de 18 de julho
de 2000) e, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981)
e suas alterações trazem soluções para as questões de conservação e preservação
ambiental e do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 1981, 2000, 2009, 2012).
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar e discutir as
convergências e divergências legais entre o Projeto de Lei (PL) 2.475 de 23 de abril de
2019, que propõe a instituição da Política Nacional de Biocombustíveis Florestais, e as
regras já existentes acerca do tema.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Inicialmente fez-se necessária uma breve revisão das políticas públicas brasileiras
acerca do tema no que tange as questões da conservação e preservação da vegetação
nativa e do desenvolvimento sustentável. Assim, as principais leis revisadas foram: Lei
nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (Código Florestal); Lei 12.187, de 29 de dezembro de
2009 (Política Nacional sobre Mudanças Climáticas), Lei 9.985 de 18 de julho de 2000
(Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza) e, Lei 6.938, 31 de agosto
de 1981e suas alterações (Política Nacional do Meio Ambiente).
Como segundo etapa, a partir do método “Multiple Streams Framework” (Modelo
dos fluxos múltiplos) e “Policy Window” (Janela da Política Pública) algumas afirmações
foram feitas sobre a análise do PL em questão (KINGDON, 2011).
Após as análises das etapas apresentadas acima são discutidos e apresentados
possíveis pontos positivos e negativos da redação do atual PL à luz de uma futura política
pública federal.
4
Conceito retirado de KINGDON (1995).
5
Tais como: área rural consolidada; ênfase à agricultura familiar; tipologias de áreas de
preservação permanente; pagamento por serviços ambientais (PSA); cadastro ambiental
rural (CAR); programa de recuperação ambiental (PRA) ou adequação ambiental, dentre
outros (BRASIL, 2012).
473
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Trazer à tona uma iniciativa que estimule o plantio de florestas, como exemplo o
plantio de eucalipto, para geração de matéria-prima com fins energéticos de fato é uma
ideia importante. Sendo assim, alguns pontos da redação do texto do PL serão
apresentados e analisados.
Em seu artigo 3º, parágrafo único, o texto do projeto de lei aponta que a Política
Nacional de Biocombustíveis Florestais é elemento essencial na realização do Plano
ABC. Entretanto, de partida há um grande desencontro de intenções entre a Política
proposta no PL e o Plano ABC que é um dos instrumentos desenvolvidos dentro da
Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, Lei 12.187 de 2009, pois este plano tem
vigência entre 2010 e 2020 (BRASIL, 2009, 2012b). O referido PL foi proposto à Câmara
Federal em abril de 2019. Portanto, como algo pode ser imprescindível na realização de
uma política de baixa emissão de carbono no setor agropecuário com apenas um ano para
o término dos recursos públicos planejados para alocação em tal estratégia? Nesse
sentido, o texto do PL sob o ponto de vista da resolução de um problema se revela com
baixa eficiência.
Outro fator que ressalta aos olhos é a quantidade de investimentos alocados no
Programa Florestas, um dos sete programas do Plano ABC que teria relação direta com o
PL. Nas safras entre 2016 e 2017 foram investidos apenas R$ 113 milhões e entre 2017 e
2018 R$ 73 milhões, o que representa respectivamente 7% e 4,47% dos montantes
contratados (BRASIL, 2012b; OBSERVATÓRIO ABC, 2017, 2018).
Deve-se dar atenção ao fato de que desde o lançamento do Plano ABC nas safras
desde 2010 e 2011 até então, uma pequena parte do montante planejado (R$ 157 bilhões
no período entre 2010 a 2020) foi disponibilizada anualmente, somando R$ 27,93 bilhões
o que representa 17,8 % do total (MAPA, 2012; OBSERVATÓRIO ABC, 2017, 2018).
Portanto, se há um problema inerente ao próprio Plano ABC acerca da disponibilização
dos recursos bem como a materialização dos contratos, como aponta os relatórios anuais
desenvolvidos pelo Observatório ABC (2017, 2018 e 2019), como uma outra política
poderia ser um instrumento imprescindível na sua realização? Assim, mais uma vez se
aponta uma inconsistência no texto do PL no sentido de trazer soluções.
O texto do referido PL quando toca o tema licenciamento ambiental apresenta
divergências com as leis 12.651, 6.939 (e suas alterações) e 9.985. Por exemplo, o texto
do PL 2.475 de 2019 pede a não exigência de licenciamento ambiental para silvicultura
em áreas degradadas ou subutilizadas.
Cabe apontar que estimular o aumento da participação de combustíveis de origem
não fóssil na matriz energética brasileira é uma iniciativa convergente com o
posicionamento que o Estado Brasileiro vinha apresentando, até então, nas conferências
mundiais relacionadas às questões de mudanças climáticas. Contudo, considerando a
existência de instituições, instrumentos e políticas públicas já existentes acerca do tema,
novamente vem à tona os questionamentos: Será que a existência do novo Código
Florestal e a Política Nacional de Mudanças Climáticas e todos os desdobramentos
relacionados nas três esferas (municipal, estadual e federal) não seriam suficientes para
nortear investimentos públicos e ou privados no plantio de florestas de eucalipto, por
exemplo?
474
Os porquês, ou seja, as origens das ideias ou motivações que fizeram determinados
grupos trabalharem na convergência de tal proposta em um PL é algo extremamente
laborioso e quase impossível de se desnudar e, talvez, não seja tão relevante assim no
tocante da função desejada por tal PL. Portanto, quando colocada em uma quadratura de
agenda política do governo, uma determinada ideia é proposta para solucionar um
problema ou ela pode ser uma condição.
Sob tal lógica e cotejada junto ao Código Florestal e a Política Nacional de
Mudanças Climáticas se aproxima que o PL 2.475 de 23 de abril de 2019 é proposto muito
menos como solução para uma dada questão do que uma condição. Doravante, afirma-se
que por meio da mudança administrativa do Governo Federal e de composições no
Legislativo brasileiro em decorrência das eleições de 2018 foi aberta uma janela para
proposições de novas (ou antigas) políticas públicas (Policy Window 6).
O deputado federal José Mario Schreiner do partido Democratas pelo estado de
Goiás foi eleito em 2018 para o mandato de 2019 a 2023. Anteriormente teve participação
como representante político em 2008 atuando como Presidente do sistema FAEG/SENAR
em Goiás, e Vice-Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA,
2008. Em 2002 foi Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do
Estado de Goiás. Atua também como técnico agrícola. Na própria página do partido
Democratas (DEM) há uma notícia do dia 16 de dezembro de 2019 apresentando que o
deputado “[...] comemora a aprovação de dois projetos de lei que beneficiam a
agropecuária. ” (DEM, 2019). Nesse sentido, seja por alguns exemplos ligados à sua
formação técnica e profissional ou por projetos de sua autoria ou relatoria, fica
evidenciado que o referido deputado representa os interesses de classes ligadas à
agropecuária brasileira ou ao agronegócio. Assim, faz parte das atividades políticas de
representação de classes dentro de regimes democráticos, os parlamentares representarem
os interesses de determinados grupos políticos, muitas vezes em correntes políticas
distintas que podem convergir ou divergir em função de um dado tema, cujas ideias são
colocadas ou apresentadas em determinados ambientes e arenas (políticas),
consequentemente se materializando em projetos de lei, por exemplo, prestes a serem
apreciados no legislativo.
Não obstante, entre os projetos de autoria do relator do PL em questão há alguns
que não somente cobrem assuntos ligados às questões jurídicas e técnicas da produção
agropecuária, mas também do setor energético e da conservação e preservação ambiental.
Por exemplo, a Medida Provisória nº 867, de 26 de dezembro de 2018, que dispõe sobre
a extensão do prazo para adesão ao Programa de Regularização Ambiental. Contudo,
nota-se sempre presente a raiz da produção agropecuária nos projetos em que o deputado
federal se envolve (CÂMARA FEDERAL, 2019).
Vale destacar que um dos pontos positivos do PL é sua proposta para viabilizar
seu orçamento. Neste caso, uma parte da contribuição de intervenção incidente sobre a
importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados
será utilizada para financiar os projetos com florestas plantadas no âmbito da proposta do
PL. Basicamente é uma fonte de energia não renovável para financiar uma renovável. Do
6
Conceito retirado de Kingdon (1995).
475
ponto de vista ideológico enquadrado na pauta ambiental que o Estado Brasileiro
apresentava nos governos predecessores faz muito sentido, porém o atual governo já
demonstra sinais que em sua agenda política a pauta ambiental é distinta daquelas dos
governos anteriores.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 1981.
_______. Lei 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança do
Clima - PNMC e dá outras providências. 2009.
_______. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Dispões sobre – Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza – SNUC - Ministério do Meio Ambiente. 2000.
_______. Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera
as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de
dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril
de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
2012.
476
Casa Civil da Presidência da República. – Brasília: MAPA/ACS, 2012. 173 p. Disponível em:
http://observatorioabc.com.br/publicacoes/. Acessado em 11 de dezembro de 2019.
KINGDON, J. W. Agendas, Alternatives and Public Policies. New York: Longman, The
University of Michigan, 1995, p 70 – 195.
OBSERVATÓRIO ABC. Análise dos Recursos do Programa ABC Safras 2017/18 e 2018/19.
Disponível em: http://observatorioabc.com.br/2019/11/analise-dos-recursos-do-programa-abc-
safras-201718-e-201819/. Acessado em 16 de dezembro de 2019.
477
A PARTICIPAÇÃO DA ENERGIA EÓLICA NA GESTÃO PÚBLICA PARA
SUSTENTABILIDADE NO BRASIL
RESUMO: O Acordo de Paris foi assinado em 2015 com o intuito de reduzir as emissões
de gases de efeito estufa. Neste acordo, o Brasil se comprometeu a aumentar a
participação das energias renováveis na matriz energética. O objetivo deste estudo é
avaliar como, na gestão do setor elétrico, a energia eólica está contribuindo para o
cumprimento das metas assumidas no acordo. Por meio de uma revisão sistemática da
literatura, foram identificados 10 estudos pertinentes e, juntamente com a análise dos
dados disponíveis no Relatório de Balanço Energético Nacional, foi possível comparar os
dados obtidos no período com as metas estabelecidas e avaliar o sucesso das políticas
para o setor no atingimento dos objetivos mencionados. A meta de alcançar uma
participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética
foi atingida em 2018. No período avaliado, o Brasil expandiu o uso de fontes renováveis
(além da energia hídrica) na matriz total de energia. Os resultados demostram que a
energia eólica é a fonte renovável que mais que mais se beneficiou dos incentivos fiscais
e, assim, contribuiu para a expansão da participação da energia renovável na matriz
energética brasileira, através do aumento da capacidade instalada, e que pode contribuir
para ganhos em eficiência energética.
Palavras-chave: Sustentabilidade; Setor Elétrico; Energia Renovável; Energia Eólica.
Abstract: The Paris Agreement was signed in 2015 with the aim of reducing greenhouse
gas emissions. In this agreement, Brazil is committed to increasing the share of renewable
energies in the energy matrix. The objective of this study is to evaluate how, in the
management of the electricity sector, wind energy is contributing to the fulfillment of the
goals assumed in the agreement. Through a systematic review of the literature, 10 relevant
studies were identified and, together with the analysis of the data available in the National
Energy Balance Report, it was possible to compare the data obtained in the period with
the established goals and evaluate the success of the policies for the sector in reaching the
mentioned objectives. The goal of achieving an estimated 45% share of renewable energy
in the composition of the energy matrix was achieved in 2018. In the period evaluated,
Brazil expanded the use of renewable sources (in addition to hydraulic energy) in the total
energy matrix. The results show that wind energy is the renewable source that most
benefited from tax incentives and, thus, contributed to the expansion of the share of
renewable energy in the Brazilian energy matrix, through the increase of installed
capacity, and that can it contribute to gains in energy efficiency.
Keywords: Sustainability; Electric Sector; Renewable Energy; Wind Energy.
478
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
479
gerada no Brasil e as importações líquidas, a lenha e o carvão vegetal, derivados da cana
de açúcar, energia eólica, solar e outras fontes renováveis.
O cálculo da porcentagem do uso de fontes renováveis (além da energia hídrica) foi feito
conforme o item anterior, excluindo-se a contribuição da energia hídrica nacional e
importada à matriz energética brasileira.
Em relação a expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil,
aumentando a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento
de energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da participação
de eólica, biomassa e solar; foi avaliada a porcentagem da contribuição dessas fontes à
matriz elétrica brasileira.
Quanto a alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico, foram calculadas
as perdas resultantes da diferença entre a oferta interna de energia elétrica (oferta) e o
consumo final (demanda) por ano. O ganho de eficiência energética foi avaliado através
da redução das perdas elétricas no período durante a geração, transmissão e distribuição
da energia elétrica. A meta foi definida como a redução de 10% do valor das perdas
registradas no ano de 2014.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
480
a mudança para um suprimento de energia descarbonizada (Arantegui & Jänger-Waldau,
2018).
Não Renovável
Renovável
481
3.4 Participação de Fontes Renováveis na Matriz Energética Brasileira (sem
considerar a Energia Hidráulica)
Desde 2001, após a crise energética, o Brasil vem adotando políticas de incentivo
a fontes de energias renováveis no país. A seguir são detalhadas algumas delas.
O PROEÓLICA foi criado pela Resolução no 24, de 2001, da Câmara de Gestão
da Crise de Energia Elétrica. O programa tinha como objetivo viabilizar a implantação de
1.050 MW de geração de fonte de energia a partir de fonte eólica integrada ao sistema
elétrico integrado nacional até 2003; promover o aproveitamento da fonte eólica de
energia, como alternativa de desenvolvimento energético, econômico, social e ambiental;
promover a complementaridade sazonal com os fluxos hidrológicos nos reservatórios do
sistema interligado nacional.
O PROINFA foi criado pela Lei Federal 10.428, de 26 de abril de 2002, e
regulamentado pelo Decreto 4541 de 23 de dezembro de 2002 com o objetivo de aumentar
a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos de Produtores
Independentes Autônomos, concebido com base em fontes eólicas, pequenas centrais
hidrelétricas e biomassa, no Sistema Interligado Nacional.
O conjunto histórico de outros programas e incentivos fiscais criados pelo governo
brasileiro para incentivar a geração de energia através de fontes renováveis: no dia
15/12/2015, o Ministério de Minas e Energia lançou o Programa de Desenvolvimento da
Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) com o objetivo de aprofundar as ações
para estimular a geração de energia pelos próprios consumidores (residencial, comercial
e industrial); o Convênio ICMS 101/97 concede isenção do ICMS nas operações com
equipamentos e componentes para o aproveitamento das energias solar e eólica
(aquecedores solares, geradores fotovoltaicos e aerogeradores de energia eólica); em
novembro de 2015, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) incluiu o
financiamento de equipamentos para produção de energia solar e eólica no Programa
Mais Alimentos – ao adquirir os equipamentos por meio do programa, os produtores
familiares financiaram os materiais com condições de crédito diferenciadas do mercado
(Luna et al., 2019). O governo brasileiro vem realizando leilões específicos de energia
483
para tecnologias renováveis (solar e eólica), minimizando a concorrência com outras
fontes de energia (Lima et al., 2020).
15.000 14.708
12.769
10.742
10.000 8.728
5.974
5.000
0
2014 2015 2016 2017 2018
4. CONCLUSÃO
Com base nesse estudo, se pode concluir que as políticas públicas de incentivos
fiscais para a geração de energia eólica no Brasil, após a crise de energia elétrica de 2001,
são as responsáveis pelo aumento de investimentos em geração de energia eólica.
484
Adicionalmente, permitiram a diversificação da matriz energética por meio de uma fonte
renovável, de baixa emissão de carbono e abundante no país. Como resultado, as políticas
contribuíram na solução do problema elétrico nacional, ainda em andamento, e,
adicionalmente, estão permitindo ao país atingir os compromissos assumidos no Acordo
de Paris.
Por outro lado, a geração de energia eólica offshore – até o momento inexistente
– é uma opção que deve ser considerada no Brasil para aumentar a participação de
energias renováveis à matriz energética, diversificar as fontes, reduzir as perdas elétricas
causadas na transmissão – aumentando a eficiência energética – e explorar de forma
sustentável a Zona Econômica Exclusiva do país. Por isso, devem ser oferecidos
incentivos fiscais específicos para esse tipo de geração de energia.
Estudos futuros poderiam avaliar a efetividade das políticas públicas
implementadas em outros países para diversificar a matriz energética e, assim, atingir as
metas assumidas no Acordo de Paris.
REFERÊNCIAS
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públicas de incentivo à eficiência energética. Revista Estudos Avançados. v. 31, n. 89, p. 285-
297, 2017.
Arantegui, R. C.; Jänger-Waldau, A. Photovoltaics and wind status in the European Union after
the Paris Agreement. Renewable & Sustainable Energy Reviews. v. 81, p. 2460-2471, 2018.
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Estudos Avançados. v. 29, n. 84, p. 43-68, 2015.
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2016. Disponível em: <https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement/the-paris-
agreement>. Acessado em: 18/05/20.
486
RESÍDUOS E
IMPACTOS
AMBIENTAIS
487
APROVEITAMENTO DE RESÍDUO DE MEDIUM DENSITY FIBERBOARD
(MDF) COMO BRIQUETES
Bruna Isabele Pinheiro da Silva1, Indiara Nunes Mesquita Ferreira1, Jovan Martins
Rios1, Lázaro Alves Pereira Júnior1, Mariana Pires Franco11, Carlos Roberto Sette
Júnior11
1
Universidade Federal de Goiás, Laboratório de Qualidade da Madeira e Bioenergia,
Goiânia, Brasil
E-mail: brunaisaps@hotmail.com
488
MEDIUM DENSITY FIBERBOARD (MDF) WASTE USE AS BRIQUETTES
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODOS
𝐷𝑔 = 𝑚𝑏/ 𝑉𝑟 (1)
Onde:
Dg= Densidade a granel em kg m-3 ;
mb= Massa da biomassa em kg;
Vr= Volume do recipiente em m3.
490
As análises realizadas para determinação das propriedades dos briquetes foram:
teor de umidade, densidade aparente e friabilidade. O teor de umidade de cada briquete
foi obtido de acordo com a norma ABNT NBR 14929 (ABNT, 2003) (Equação 2) e a
densidade aparente de acordo com a Equação 3.
𝑃𝑈−𝑃𝑆
𝑈% = [ ] ∗ 100 (2)
𝑃𝑈
Onde:
U%= teor de umidade em %
PU= massa inicial em g;
PS= massa final em g.
Onde:
Dap= densidade aparente em kg m-3 ;
Mi= massa inicial em kg;
V= volume em m3 ;
𝑀𝑖−𝑀𝑓
𝐹𝑟 = [ ] ∗ 100 (4)
𝑀𝑖
Onde:
Fr= Friabilidade, em %;
Mi= massa inicial, em g;
Mf= massa final, em g.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
491
Tabela 1 - Caracterização granulométrica dos resíduos de MDF.
Malhas (mesh) Abertura (mm) Massa (%)
20 0,840 5,0
40 0,420 28
60 0,250 39
base ---- 28
--- Total 100
Para produção de briquetes, Sette Jr. et al. (2018) recomendam teores de umidade
médios de 12%, valor acima do encontrado no presente estudo. Contudo, é válido ressaltar
que o teor ideal de umidade depende da matéria-prima e do processo de compactação
utilizado (Quirino et al., 2012). Considerando que os briquetes produzidos apresentaram
formação dentro dos padrões desejáveis, não há necessidade de ajuste de umidade,
diminuindo assim os custos de produção.
A densidade a granel do resíduo foi em média 244 kg m-3, resultado este superior
ao encontrado por Oliveira et al. (2017) ao avaliar a biomassa do processamento da
madeira de Pinus sp. com média de 149,8 kg m‑3. Resultados mais baixos de densidade a
492
granel significam que será necessário um espaço maior para o armazenamento e
transporte. Nesse caso, a densificação desses materiais é uma forma eficaz de resolver
esse problema (NAVALTA et al., 2020).
O teor de materiais voláteis para biomassa residual foi em média 81,97% (Tabela
2), média semelhante as encontradas na literatura. Cunha et al. (2018) e Gouvêa (2012)
obtiveram 82,3% e 82,8% para resíduos de MDF, respectivamente. Para Garcia et al.
(2014), quanto maiores os teores de voláteis melhor a ignição do material, além disso,
Brun et al. (2018) afirmam que quanto maior o teor de materiais voláteis da biomassa
menor o poder calorífico do material.
493
Os briquetes produzidos a partir dos resíduos de MDF apresentaram friabilidade
média de 99,65%, ou seja, uma porcentagem de finos de apenas 0,35%. A friabilidade é
uma característica importante dos materiais densificados, pois está associada à
integridade do produto quando associadas ao manuseio e transporte. Os briquetes de baixa
friabilidade (acima de 90%) são preferíveis para indústria e usos domésticos (BAJWA et
al., 2018).
Moraes et al. (2019) encontraram valores médios de 98,9% para briquetes
produzidos com Pinus caribaea e ao avaliar diferentes condições de armazenamento.
Oliveira et al. (2017) encontraram média de 13,85% para briquetes produzidos com pó de
lixa da madeira de Eucalyptus spp. e bagaço de cana-de-açúcar. Deste modo, os briquetes
produzidos com a biomassa de MDF podem ser classificados como levemente friáveis
com perda de <10% (SMITH et al., 2019), apresentando potencial como material
densificado devido seu baixo teor de finos.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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496
EFEITOS AMBIENTAIS CUMULATIVOS DECORRENTES DA
IMPLANTAÇÃO DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS DE PEQUENO
PORTE NA BACIA DO ALTO PARAGUAI
497
CUMULATIVE ENVIRONMENTAL EFFECTS RESULTING FROM THE
IMPLEMENTATION OF SMALL HYDROELECTRIC PROJECTS IN THE
UPPER PARAGUAY BASIN
1. INTRODUÇÃO
499
Atualmente, a maior parcela de geração de energia na bacia é proveniente de
aproveitamentos hidrelétricos, contando com 07 usinas hidrelétricas (UHE), 25 pequenas
centrais hidrelétricas (PCH) e 21 centrais geradoras hidrelétricas (CGH) em operação,
além de cerca de 125 empreendimentos com potencial para entrar em operação na bacia 7,
incluindo-se 9 PCHs que já receberam autorização para construção e outras 88 PCHs, 27
CGHs e 1 UHE em fase de planejamento .
A Figura 1, a seguir, indica a localização da Bacia do Alto Paraguai e os
aproveitamentos hidrelétricos existentes e planejados.
7
O processo de implantação de um empreendimento hidrelétrico começa pelo estudo do
inventário e verificação de suas características a partir da área/região escolhida. O
proponente deverá apresentar o Requerimento de Intenção à Outorga de Autorização
(DRI-PCH), permitindo a elaboração do projeto básico da PCH para posterior
apresentação à ANEEL, incluindo um Sumário Executivo desse projeto. Após, é realizado
o Despacho de Registro da adequabilidade do Sumário Executivo (DRS-PCH), que
analisa a compatibilidade do sumário executivo com os estudos de inventário e do uso do
potencial hidráulico, permitindo que a ANEEL solicite a Declaração de Reserva de
Disponibilidade Hídrica, e que o proponente requeira o licenciamento ambiental ao órgão
competente (ANEEL, 2015).
500
Nota-se que a grande maioria dos empreendimentos hidrelétricos previstos para a
bacia são de pequeno porte, como PCHs ou CGHs, localizadas em sua grande maioria na
região norte da bacia devido ao maior potencial hidráulico verificado (CALHEIROS;
CASTRILON; BAMPI, 2018). Dentre seus rios formadores, os rios Jauru, Cabaçal,
Seputuba Cuiabá, Casca, São Lourenço, Correntes são os que apresentam maior
concentração de aproveitamentos hidrelétricos existentes e futuros, provenientes de PCHs
em fase de Despacho de Registro da adequabilidade do Sumário Executivo (DRS-PCH)
e CGHs com eixo inventariado. No rio Jauru, considerado por Silva et al. (2011) como
um dos mais importantes afluentes pela margem direita do rio Paraguai, existem PCHs
instaladas em cascata de montante à jusante (PCH Antônio Brennand, PCH Ombreiras,
PCH Jauru, PCH Salto, PCH Indiavaí e PCH Figueirópolis), causando dentre outros
efeitos alterações nas condições físicas e químicas da água (SILVA et al., 2019).
Estes empreendimentos, por sua vez, operam em fio d’água, o que reduz
significativamente a extensão da área alagada para formação dos reservatórios. No
entanto, quando concentradas em série podem gerar impactos cumulativos e sinérgicos
que comprometem o funcionamento adequado da bacia hidrográfica. Assim, caso haja a
implantação de todos os empreendimentos citados, mais 45 afluentes do rio Paraguai
terão suas vazões alteradas, causando impactos no sistema hidrológico e na biota aquática
(CALHEIROS et al, 2009; ALHO; SABINO, 2011; WWF, 2018).
É importante salientar que a BAP possui um sistema hídrico complexo e dinâmico,
principalmente a região que abrange o Pantanal (ALHO; SABINO, 2011). O aumento de
aproveitamentos hidrelétricos na bacia acarreta impactos ambientais que afetam o pulso
de inundação e consequentemente a disponibilidade de nutrientes, qualidade da água,
cadeias alimentares e dinâmica populacional (ALHO, 2005; HAMILTON; MCCLAIN,
2002; MATO GROSSO DO SUL, 2010; SCHULZ et al., 2019).
A planície de inundação trabalha como um bioprocessador, cujo nutrientes
inorgânicos transportados do rio para a planície são aproveitados por diferentes
comunidades durante as fases de seca e cheia para produzir matéria orgânica utilizada
pelos ecossistemas aquáticos e terrestres (JUNK, 2001). Os processos biológicos e
biogeoquímicos em sistemas rio/planície de inundação são influenciados pelos pulsos de
inundação, considerando as trocas laterais entre o rio e suas planícies de inundação, bem
como as trocas entre as fases de cheia e seca (JUNK, 2001).
A interferência no pulso de inundação não afeta somente o ecossistema local, mas
também as comunidades ribeirinhas e suas atividades (ANA, 2018). Os impactos
causados pelos barramentos afetam a biota aquática e a conectividade dos sistemas
ecológicos, influenciando na migração reprodutiva de peixes a médio e longo prazo
(WWF, 2018; CALHEIROS; CASTRILON; BAMP, 2018). No caso da BAP, os recursos
pesqueiros apresentam grande relevância ecológica e social, constituindo um fator crucial
para população local (ALHO, 2008).
Dentre os rios formadores da BAP, já há evidências da alteração do pulso de
inundação por empreendimentos hidrelétricos e grandes reservatórios, como os caso dos
rios Manso, Casca, São Lourenço, Itiquira e Correntes, sendo todos tributários de uma
das principais bacias da BAP/Pantanal, a Bacia Hidrográfica do Rio Cuiabá
(CALHEIROS; CASTRILON; BAMP, 2018).
501
Pelo exposto, nota-se que há grandes desafios para a adequada consideração dos efeitos
cumulativos que se distribuem sobre o território, corroborando o que já foi reportado em
outros contextos por Noble, Westbrook e Sitz (2011). De modo específico, verifica-se
uma grande dificuldade por parte dos estudos de impacto ambiental em apresentar uma
análise integrada dos impactos ambientais (GALLARDO; BOND, 2011).
Noble et al. (2011) destacam os principais desafios em considerar os efeitos
cumulativos em bacias hidrográficas: (i) nível de entendimento sobre a natureza e a
definição de um efeito cumulativo; (ii) escala de análise; (iii) indicadores de
monitoramento para avaliar os impactos cumulativos. Estes aspectos podem ser
observados em vários afluentes do Pantanal, nos quais a prática da avaliação dos efeitos
cumulativos está, na melhor das hipóteses, associada a projetos individuais, sem
necessariamente considerar sua integração com a bacia hidrográfica. No entanto, percebe-
se a importância de um processo específico orientado para a avaliação e gestão de efeitos
cumulativos que possa auxiliar no planejamento da BAP, tendo em vista os mais de 100
novos projetos de aproveitamentos hidrelétricos planejados (SILVA et al., 2019).
3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALHO, C. J. R.; SABINO, J. A conservation agenda for the Pantanal’s biodiversity. Brazilian
Journal of Biology, v. 71, n. 1, p. 327–335, 2011.
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hydropower in the Amazon. Energy Policy, v. 132, p. 265–271, 2019.
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COUTO, T. B.; OLDEN, J. D. Global proliferation of small hydropower plants – science and
policy. Frontiers in Ecology and the Environment, v. 16, n. 2, p. 91–100, 2018.
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catchment area. Wetlands Ecology and Management, v. 12, p. 553–561, 2004.
505
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E DESCARTE DE LÂMPADAS - INSTRUINDO
MUNÍCIPES DE ASSIS CHATEAUBRIAND–PR
Grazielli Bueno1, Pedro Henrique Sóccio Eller2, Amanda Meirelles Pinto33, Kátia
Cristiane Kobus Novaes24
1
Instituto Federal do Paraná - Campus Assis Chateaubriand, 2UTFPR - Campus Pato
Branco, 3UFPR - Setor Palotina, 4Instituto Federal do Paraná
E-mail: grazielli.bueno@ifpr.edu.br
RESUMO: A eficiência energética pode ser dividida em diversas áreas e uma delas é
realizada nos estudos de iluminação que tem sido tratada como um assunto relevante na
sociedade contemporânea, visto que tem consequências diretamente ligadas à questão
financeira e ambiental. Ademais, inclui o descarte de lâmpadas, que tem impacto no meio
ambiente por conta dos materiais contaminantes que compõem alguns modelos dessas.
Assim, objetiva-se com este trabalho conscientizar e educar a comunidade a respeito de
eficiência energética, bem como o descarte apropriado de lâmpadas. E, a partir disso,
promover palestras com base em dados extraídos de entrevistas realizadas por meio de
formulários no Jardim Jussara em Assis Chateaubriand - PR, que propõe melhorar o
comportamento populacional, impactando na sustentabilidade, economia residencial e
desenvolvimento local. Com base nos métodos utilizados no trabalho, percebe-se que a
conscientização é uma ferramenta muito útil, uma vez que a principal causa da
ineficiência energética e descarte inadequado é a falta de informação.
Palavras-chave: Conscientização, Descarte, Eficiência Energética.
Abstract: Energy efficiency can be divided into several areas and one of them is carried
out in lighting studies that have been treated as a relevant issue in contemporary society,
since it has consequences directly linked to the financial and environmental issue. In
addition, it includes the disposal of light bulbs, which have an impact on the environment
due to the contaminating materials that make up some of these models. Thus, the aim of
this work is to raise awareness and educate the community about energy efficiency, as
well as the proper disposal of light bulbs. And, from that, promote lectures based on data
extracted from interviews conducted through forms at Jardim Jussara in Assis
Chateaubriand - PR, which proposes to improve population behavior, impacting on
sustainability, residential economy and local development. Based on the methods used at
work, it is clear that awareness is a very useful tool, since the main cause of energy
inefficiency and inadequate disposal is the lack of information.
Keywords: Awareness, Disposal, Energy Efficiency.
506
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
508
Tabela 1 – Descarte correto para cada modelo de lâmpada
Modelo de lâmpada Onde descartar Onde não descartar
Incandescente Empresas revendedoras Lixo comum
Lixo reciclável
Outros
Fluorescente Empresas revendedoras Lixo comum
Lixo reciclável
Outros
LED Empresas revendedoras Lixo comum
Lixo reciclável Outros
Fonte: Autoria Própria (2018).
Para se obter os gastos com energia elétrica de cada modelo de lâmpada, buscou-
se realizar cálculos, adotando como referência a potência e preço médio das lâmpadas,
verificando a vida-útil e custo benefício. Como isso, pode-se relacionar o porquê de
algumas lâmpadas serem as preferíveis para os compradores mesmo sendo pouco
eficientes. Tais dados constam na Tabela 2.
Onde:
kWh = gasto energético (kWh)
Tarifa = Tarifa B1 - residencial com impostos (R$)
Incandescente
49%
Não Sabem o
Modelo
511
Gráfico 3, tendo em vista que o entendimento desse conceito é essencial para que atingir
a economia de energia elétrica nas casas do bairro, ao fazer a substituição das lâmpadas.
Gráfico 3 - Percentual de munícipes que conhecem sobre a eficiência energética
95% Conhecem
5%
Não Conhecem
96% Conhecem
4%
Não Conhecem
7% Lixo Reciclável
50%
Guardam
21% Trocam ou
Levam na Loja
Outros
4. CONCLUSÃO
Com o objetivo de conscientizar a comunidade do Jardim Jussara da cidade de
Assis Chateaubriand - PR, referente à eficiência energética, foram feitos estudos sobre os
modelos de lâmpadas e seu custo benefício, verificando que ao instalar a lâmpada LED
na residência, haverá diminuição do consumo de energia elétrica, e também economia nas
despesas domésticas. Também, foi analisado o conhecimento dos indivíduos sobre o
descarte responsável dessas. E, a partir disso, ser adotado o descarte apropriado das
lâmpadas.
A partir dos resultados obtidos nas entrevistas com a população, percebeu-se que
há uma considerável falta de informação entre os munícipes a respeito do uso consciente
da energia elétrica, e descarte correto de lâmpadas queimadas. Essa escassez de
conhecimento acaba por causar um consumo de energia elétrica desnecessária no âmbito
residencial, bem como a compra de modelos de lâmpada sobre a qual não entendem o seu
nível de eficiência.
O meio ambiente ainda é afetado com o descarte inadequado das lâmpadas, feito
em locais incorretos. Com isso, podendo contaminar o ambiente através do solo, ar e água,
resultando, posteriormente, na absorção de materiais contaminantes pelos seres vivos.
513
Todavia, as entrevistas mostraram que a população no geral se sente atraída e
curiosa sobre os temas de eficiência energética e descarte adequado de lâmpadas.
Considerando assim, uma vantagem para a introdução da palestra aos munícipes, que
prontamente se declararam interessados na proposta.
Com isso, pode-se assegurar que a utilização dos formulários, como entrevistas –
em ambas as aplicações – foi um método efetivo quanto à obtenção de informações e
percepção do quadro municipal em relação a diversos temas, aqui tratando de eficiência
energética e descarte de lâmpadas. Também se verificou a disponibilidade dos munícipes
quanto a participação da pesquisa e posicionamento de ideias.
Acredita-se que após os moradores participarem das palestras, eles sejam capazes
de aplicar o conhecimento adquirido em suas residências a fim de reduzir seus gastos
energéticos e financeiros.
Esse método possibilitou a conscientização e educação comportamental da
população do bairro. Assim, houve um auxílio aos cidadãos a identificar oportunidades
de melhoria econômica e eficiente em relação à iluminação, impactando, então, na
sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
515
USO DE REDES NEURAIS DE HISTERESE L² P EM SOLUÇÕES DSM
(DEMAND SIDE MANAGEMENT) EM SMART GRIDS PARA FONTES
RENOVÁVEIS INTERMITENTES
516
USE OF L² P HYSTERESIS NEURAL NETWORKS IN DSM SOLUTIONS
DEMAND SIDE MANAGEMENT) IN SMART GRIDS FOR INTERMITTENT
RENEWABLE SOURCES
Abstract: In this paper, we propose a novel type of neural network aimed to strategic
optimization of loads connected to intermittent sources of renewable energy. The
proposed method is based on the control of client's load, using computational models
developed in Python language, in order to provide mechanisms that help the monitoring
and control of intelligent electrical networks. The proposed neural network employs
several histeretic neurons based on the L²P model, allowing the development of an
intelligent load model, which is capable of predicting a day ahead of the electric power
load.
Keywords: Neural Networks, optimization, L²P model, forecast, DSM.
1. INTRODUÇÃO
A inserção de fontes renováveis é uma busca cada vez mais constante no âmbito
educacional da sociedade aliado a inovação e necessidade de fontes energéticas
(CORREA et al, 2018). A busca por fontes alternativas vem de diversos cenários
possíveis, como: o ambiental, no qual é importante diminuir os efeitos causados por
geração baseadas em combustíveis fossei; econômico, que tem como base a necessidade
de ser um sistema viável para a implantação e o técnico que verifica a possibilidade de
implantação dos mecanismos para uma correta funcionabilidade.
Para a realização do aprendizado da rede neural, foram utilizados os algoritmos
Backpropagation e Feedforwad. A rede neural em questão faz o uso de neurônios de
histerese por meio do modelo L²P (Limiting Loop Proximity), realizando a gestão de
energia atribuída no perfil de usuário e faz o horizonte de planejamento, baseado nas
curvas de previsão de radiação solar e velocidade do vento. Para avaliar o modelo,
empregaram-se dados reais obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Os impactos da crescente demanda por energia elétrica mundial aumentou
significativamente a preocupação por fontes de energia renováveis. A popularização de
geradores renováveis e o incentivo para a produção distribuída disponibilizam um
ambiente dinâmico, com maior flexibilidade. As redes inteligentes (Smart Grids)
contribuem no aumento da capacidade da distribuidora em atender seus consumidores em
horários de picos e na redução do custo de energia para o consumidor final, devido ao uso
de ferramentas de gerenciamento da demanda.
O Gerenciamento pelo Lado da Demanda (DSM, do inglês, Demand-Side
Management) possui diferentes ações para o gerenciamento de carga, dentre as quais se
destaca a resposta a demanda, que faz a gestão através da verificação de variáveis de
condições na geração transmissão e distribuição da energia elétrica.
O uso de DSM visa acomodar os perfis de carga e geração distribuída em toda a
matriz energética de forma a promover a qualidade e a eficiência, com base em fatores
econômicos, políticos, ambientais, sociais e técnicos. Quando a estimação da DSM é
inteligente em todos os níveis da cadeia (incentivo em tempo real), ocorre a maximização
da capacidade da infraestrutura com um controle central. Para a concessionária, é um
sistema suficiente para promover ofertas e concentrar lucros em mercados como carros
517
elétricos, mercados spots e no controle da geração distribuída em cada passo do dia,
alterando padrões de acordo com o objetivo de planejamento.
A energia solar e a energia eólica são exemplos de fontes de energia intermitentes,
que necessitam de metodologias para o controle de cargas e de infraestruturas para
maximizar seu uso em períodos de picos dentro da matriz energética, minimizando a
quantia de energia retirada da matriz principal (BORGES, VILCANQUI e ALMEIDA,
2019).
As flutuações de carga de trabalho resultam em altos investimentos em
armazenamento, alteração de plantas de usinas hidrelétricas, com necessidade de
bombeamento para compensar e desbalanceamento da unidade geradora
(LOGENTHIRAN ET AL, 2012).
2. MÉTODOS UTILIZADOS
518
Carga de Trabalho
Simulada
50 Lavadora de
Consumo (KWh)
roupa
40
Televisão
30
Condicionam
20 ento
10 Chuveiro
0 Lampadas
1 5 8 11 14 17 20 23
Freezer
Horário
Com base nos valores de potência média de cada aparelho na residência foi obtido
o consumo horário (em kWh) com a seguinte formulação:
C=Pxt (1)
Em que:
C - é o consumo
P - é a potência (em kW)
t - é o tempo (número de horas)
O horário de ponta definido no período do dia em que ocorre pico costuma ser
entre às 17h e às 21h, pois é o momento em que as pessoas chegam em casa e usam
eletrodomésticos e também o chuveiro.
1500
1000
500
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
Horas
(a)
(b)
519
Curva de Carga Simulada
600
Consumo (MWh)
400
200
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
Horas
(a)
(b)
2𝑀𝑠 𝐻𝑝 +𝐻−𝛿𝐻𝑐
𝑀 (𝐻 ) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 ( ) (3)
𝜋 ℎ0
Em que:
M - é a magnetização da histerese estática;
𝑀𝑠 - é a magnetização de saturação;
𝐻𝑐 - é o campo coercitivo;
ℎ0 - é uma constante dependente do material;
δ= sgn(H) em que sgn() representa a função sinal com valor +1 para valores positivos do
argumento e -1 para valores negativos do argumento;
𝐻𝑝 = 𝐻𝐿 − 𝐻 que é o campo de proximidade com finalidade de expressar a distância
qualquer de um ponto (H,M) na trajetória k em um laço menor ao laço principal (𝐻𝐿 , 𝑀).
O modelo L²P descrito, possibilita determinar por meio de experimentos uma
dependência funcional de 𝐻𝑝 , que obtém a equação (4).
521
as características de pesos e Bias para um vetor de saída, como pode ser observado na
Figura 5.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
522
Alteração da carga residencial
45
40
35 Chuveiro
Consumo(kw)
30
Geladeira
25
20 Lampada
15 s
10 Televisão
5
0 Condicion
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 amento
Lavadora
Horas de roupa
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Almeida, L. A. L.; Deep, G. S.; Lima, A. M. N.; Khrebtov, I. A.; Malyarov, V. G.; e Neff, H.
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Physics Letters, 85(16), 3605-3607, 2004.
523
Correa, R. B; Asano, P. T. L.; Benedito, R. S.; Chung, H.; Jonathan, S. "Financial impact of
solar distributed generation's growth on distribution companies revenue," 2018 Simposio
Brasileiro de Sistemas Eletricos (SBSE), Niteroi, pp. 1-5, 2018.
Logenthiran, T.; Srinivasan, D.; Shun, T. Z. “Demand Side Management in Smart Grid Using
Heuristic Optimization”, IEEE TRANSACTIONS ON SMART GRID, VOL. 3, NO. 3,
SEPTEMBER 2012.
Gottwalt, S.; Wolfgang, K.; Carsten, B.; John, C e Christof, W. “Demand side management—A
simulation of household behavior under variable prices”, The International Journal of the
Political, Economic, Planning, Environmental and Social Aspects of Energy, Volume 39, Issue
12, December 2011.
524
SOLAR
525
ANÁLISE DE DADOS DE UMA USINA SOLAR DE GRANDE PORTE COM
TRACKER DE UM EIXO
526
DATA ANALYSIS OF A LARGE SOLAR PLANT WITH AXIS TRACKER
ABSTRACT: Improving the efficiency of photovoltaic systems is a constant goal for the
energy area. One of the possible ways to increase the energy generated by a photovoltaic
panel is to use solar tracking, moving it to follow the path of the sun, seeking a smaller
angle of incidence. There are several types of trackers, with one or two axes. Each type
of tracker has advantages and disadvantages and the applications must be properly
evaluated. The first large plants were installed in Brazil in the last eight years and
performance evaluation is the subject of studies. This paper presents an analysis of data
collected in one of these plants, focusing on the performance of the solar tracker. The
tracker installed in this plant is of horizontal axis with N-S orientation and whose
inclination occurs in the L-W direction. Values measured over three months in the winter
period of solar irradiation in the horizontal plane and the tracker plane are compared with
theoretical values. The incident energy gains of the tracking system are assessed, as well
as the losses of energy absorbed by the atmosphere evaluated with and without the tracker.
It was possible to see larger percentage gains in the early morning decreasing to zero at
noon and then increasing until late afternoon, reaching values around 140% at the extreme
points. The average gain was 29% in the months evaluated. On the day with the highest
solar radiation measured in the horizontal plane, 22MJ/m2, it was possible to obtain
28,5MJ/m2 available in the tracker plane. The results indicate significant gains that justify
the application of the tracker to the location of its installation.
Keywords: Solar tracking, horizontal axis, Solar plants.
1. INTRODUÇÃO
528
e a condição atmosférica. Além disso, o tracker altera de forma significativa a distribuição
temporal da radiação incidente, nem sempre melhorando a radiação incidente. Dessa
forma, esse trabalho busca apresentar os efeitos de geração de energia pelos módulos
fotovoltaicos com o uso dos seguidores solares, a fim de se apresentar as vantagens
associadas ao seu uso em usinas de grande porte.
Para esse trabalho foram coletados dados ambientais de sensores de uma usina
solar, ao longo dos meses de maio a julho. Os dados analisados nesse trabalho, nesse
período de três meses, são de temperatura dos módulos, temperatura ambiente e radiação
solar no plano inclinado e no plano horizontal do painel solar fotovoltaico com tracker de
um único eixo horizontal. Vale ressaltar que o tracker possui orientação N-S, porém seu
plano de inclinação ocorre na direção L-W. Além disso, as medições foram realizadas em
intervalos de 5 em 5 minutos, para o alcance de uma maior precisão dos dados a serem
analisados.
A usina em análise, localizada no norte de Minas Gerais, possui uma potência total
instalada da ordem de centenas de MWP , sendo que cada tracker possui, geralmente, 90
Módulos (3 strings). Os painéis solares possuem um distanciamento do solo de 1,2 m.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a obtenção dos resultados, foi realizado o tratamento dos dados recebidos da
usina solar. Posteriormente, obtiveram-se as curvas da Figura 1, sendo realizada uma
média dos valores de radiação solar (W/𝑚2 ) no plano horizontal e no plano inclinado do
529
tracker de um único eixo horizontal, sendo essa média a dos três meses de inverno
analisados (de 30/04/2018 a 30/07/2018).
Observa-se na Figura 1 que a distribuição temporal considera o tempo de relógio
dos valores da média da radiação solar dos dois planos de 06h00min às 18h30min, sendo
que a amostra desses valores se inicia por volta de 06h25, estendendo-se até às 17h45,
aproximadamente.
700,00
600,00
500,00
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
10:40
12:00
16:40
18:00
10:00
11:20
12:40
13:20
14:00
14:40
15:20
16:00
17:20
6:00
6:40
7:20
8:00
8:40
9:20
12:00
10:00
11:20
12:40
13:20
14:00
14:40
15:20
16:00
16:40
17:20
18:00
9:20
6:00
6:40
7:20
8:00
8:40
532
Ao analisar os resultados da curva de radiação solar extraterrestre teórica com a
curva de radiação solar medida, figura 4, percebe-se a similaridade em seu formato, com
os maiores valores de radiação solar (W/𝑚2 ) correspondentes aos valores de hora solar
em torno da hora solar 12 h.
Percebe-se que o valor máximo da radiação solar da curva medida ocorre na hora
solar 12h08 (curva afetada por nuvens), já na curva teórica ocorre exatamente na hora
solar 12h, como é o esperado teoricamente, uma vez que nessa hora o sol está no topo do
seu movimento para o local sob análise. Para a curva medida, a máxima radiação solar
corresponde a 773 W/𝑚2 , já para a curva teórica, a máxima radiação solar é 1084 W/𝑚2 .
Dessa forma, observa-se, conforme esperado, que a máxima radiação solar medida
é menor em relação à máxima radiação solar teórica. Essa variação da máxima radiação
solar é explicada devido à interferência atmosférica na filtragem da radiação solar, no
caso da curva medida, além da existência de nuvens que afetam as medições.
4. CONCLUSÃO
Para a análise dos valores medidos do tracker de um único eixo horizontal com
orientação N-S, foram traçados gráficos comparativos entre radiação horizontal, inclinada
e a geração solar obtida. Nessas análises não foi realizada a correção da hora solar, já que
todos os dados medidos estão na mesma base horária. Vale ressaltar que nesses gráficos,
as curvas possuem os valores medidos tanto no plano horizontal quanto no plano
inclinado do tracker.
Além disso, nas curvas de distribuição temporal da energia diária, em dias do ano,
e da radiação solar, em hora solar, houve uma comparação entre as curvas teóricas e
medidas dos dois planos. Analisando as curvas dos dois planos, foi possível concluir que,
no plano inclinado, a máxima radiação solar média incidente em (W/m²) é superior ao
valor da máxima radiação solar média incidente no plano horizontal, como era de se
esperar com o uso do seguidor solar.
Por fim, analisando as curvas de distribuição temporal teóricas com as curvas
medidas de energia diária (MJ/m²) e radiação solar (W/m²), constatou-se, que apesar de
as curvas medidas acompanharem o formato das curvas teóricas e, consequentemente,
seu comportamento, os valores medidos de energia diária e radiação são menores. Esse
fato é devido à interferência da atmosfera na filtragem da radiação solar.
REFERÊNCIAS
CRESESB. Atlas Solarimétrico do Brasil. CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar
e Eólica Sérgio Brito e CEPEL, 2000.
Duffie, J. A.; Beckman, W. A. Solar Engineering of Thermal Process. 2. ed. New York: John
Wiley and Sons, 2013.
533
MOTA, G. M. Análise de dados de uma usina solar com tracker de um eixo. Dissertação
(Dissertação em Engenharia Elétrica) – Centro de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Minas
Gerais, p.75. 2018.
Silva, R. M. Energia Solar: dos incentivos aos desafios. Texto para discussão nº 166. Brasília.
Senado Federal, 2015.
534
ANÁLISE DO PERFIL DE TENSÃO DE UM SISTEMA DE GERAÇÃO
FOTOVOLTAICO COM A REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Andrey Willian Marques Pinto 1, Fábio Domingues de Jesus1, Belisario Nina Huallpa1,
Paulo Vitor Grillo de Souza1
1
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Automática
E-mail: fabio.jesus@ufla.br
Abstract: The main of this work is to evaluate the impact that a photovoltaic generation
system can have on the voltage profile at the common coupling point (PAC) with the
distribution system. The study was carried out with obtaining real measurement data
following the procedures of PRODIST (2017) together with a simplified analytical model
of the distribution network in a permanent regime. It was verified in the results that the
voltage profile in the PAC depends on the power injected by the generating plant, load
power, mains voltage and the resistance of the distribution system, considering that the
frequency inverters are configured with a power factor of 1 Also, it was verified that
overvoltage occurs at the connection point with the distribution system, mainly at the time
when the photovoltaic system is generating more power with little connected load.
Keywords: Distribution System, Photovoltaic System, Voltage Profile, Power Quality.
1. INTRODUÇÃO
535
Contudo, a aplicação de geração de energia elétrica com placas fotovoltaicas pode
causar vários impactos quando conectado à rede elétrica de distribuição, e
consequentemente pode comprometer a qualidade da energia elétrica (QEE), que é o
conceito de uma alimentação elétrica e aterramentos adequados, de tal modo que outros
equipamentos conectados a rede elétrica funcionem corretamente (IEEE, 2009b). Dentre
os distúrbios que o sistema fotovoltaico pode causar na rede elétrica de baixa tensão está
a sobretensão, pois os sistemas fotovoltaicos se comportam como fontes de correntes e
ao interagir com a rede elétrica adicionam uma parcela de tensão ao PAC que varia de
acordo com a impendância da rede elétrica e do sistema fotovoltaico (Canova, 2009).
Também, segundo (Canova, 2009) a densidade de potência instalada kWh/m2 não
é um parâmetro suficiente para determinar o nível de influência do sistema fotovoltaico,
pois não leva em consideração a capacidade da rede elétrica. Um estudo do perfil de
tensão em residências foi realizado na Arabia Saudita no qual mostrou-se que o nível do
impacto da penetração dos sistemas fotovoltaicos pode ser controlado com mudança de
Tap do transformador (Shawala e Bleijs, 2010). Contudo, esta solução esta mais para
alimentadores radiais, o que não ocorre muito em aplicações no Brasil, a não ser em
sistemas rurais.
A verificação do impacto da geração fotovoltaico em sistemas rurais foi realizado
no trabalho de (Shakar, 2017), onde é realizado a varição da relação de reatância e
resistência do alimentador (X/R), a potência de curto-circuito do sistema de distribuição
e o Tap do transformador que determina a variação de tensão no Ponto de Acoplamento
Comum (PAC), este estudo também pode ser aplicado para avaliação em redes urbanas.
Em relação à regulamentação para geração independente no Brasil, têm-se o
Módulo 8 do Procedimento de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional (PRODIST, 2016b) que define os aspectos a serem considerados em relação a
QEE, mais especificamente em relação ao perfil de tensão em regime permanente, a
norma classifica a tensão de atendimento em três faixas distintas: Adequada, Precária e
Crítica. A norma NBR 16149 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT,2013) que regulamenta a interconexão entre o sistema fotovoltaico e a rede de
distribuição de energia, define que o fator de potência deve ser menor do que o unitário,
e que este pode ser usado para controlar a tensão do PAC indiretamente.
Como citado acima, nota-se que tanto pesquisadores quanto os reguladores de
procedimentos vem avaliando o impacto do nível de tensão na rede elétrica de distribuição
pela geração fotovoltaica, uma vez que, a variação de tensão pode prejudicar a operação
de um ponto comercial ou residencial que tem cada vez mais aparelhos sensíves
realacioados a internet que controla os seus processos e ou atividades diárias, sendo assim,
um problema que afeta a todos os usários.
Deste modo, o presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma investigação
do perfil de tensão em uma rede de distribuição com uma planta real de geração
foltovoltaica que foi projetada apenas para suprir o investimento. A investigação será
realizada com medições em conjunto com um modelo matemático simplificado da rede
de distribuição, de modo a entender a ocorrência desse impacto, visando criar uma forma
de mitigá-lo antes que ocorram problemas para o sistema elétrico e usuários.
536
1.1 MODELO SIMPLIFICADO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
PAC
Fonte I Transformador
R +RjX
Vs Ztr
Pfv , Qfv
Carga
Painel Fotovoltaico PL , QL
𝑆𝑐𝑐
𝑆𝐶𝑅 = (1)
𝑆𝑓𝑣
Reescrevendo (1) têm-se:
2
𝑉𝑃𝐴𝐶
𝑆𝐶𝑅 = (2)
𝑍𝑟𝑒𝑑𝑒 ∙ 𝑆𝑓𝑣
em que
𝑍𝑟𝑒𝑑𝑒 = √𝑅2 + 𝑋 2
Deste modo, reescrevendo (2) têm-se:
2
𝑉𝑃𝐴𝐶
𝑆𝐶𝑅 = (3)
𝑋 2
𝑅 ∙ [√1 + (𝑅) ] ∙ 𝑆𝑓𝑣
537
Verifica-se em (3) que a relação X/R é um parâmetro importante da linha de
distribuição, e esta relação X/R (X – impedância da rede e R – resitência da Rede) do
sistema determina a capacidade da rede ser mais influenciável ou não na tensão medida
no ponto de acoplamento (VPAC) Nos sistemas de distribuição a relação X/R é muito
menor comparado ao sistema de transmissão, e deste modo, o painel fotovoltaico tem
maior influência. (Pantziris, 2014).
No trabalho de Shakar (2017) é demonstrado que a queda de tensão no ponto de
acoplamento em regime permanente com geração fotovoltaico, é dado por:
𝑅 [(𝑃𝑓𝑣 − 𝑃𝐿 ) + (𝑄𝑓𝑣 − 𝑄𝐿 ) (𝑋 )]
∆𝑉 ≅
𝑅 (4)
𝑉𝑃𝐴𝐶
Em que Pfv e Qfv são as potências ativas e reativas geradas pelo painel fotovoltaico,
respectivamente.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
538
Figura 26 – Sistema de proteção, inversores e medidor.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A metodologia adotada neste trabalho é realizada com coleta dos dados durante
uma semana seguindo os procedimentos do PRODIST (2018) Modulo 8 com no mínimo
de 1008 amostras. O principal objetivo foi verificar o perfil de tensão nesta aplicação em
que o fator de potência é igual a 1, ou seja, injentando somente potência ativa na rede,
pois esta situação ocorre na maioria das usinas instaladas no Brasil.
Sendo assim, verifica-se que o sistema fotovoltaico gera apenas potência ativa, e
desprezando o valor de X/R por ser baixo no sistema de distribuição, em (1) a expressão
pode ser simplificada para:
𝑅[(𝑃𝑓𝑣 − 𝑃𝐿 )]
∆𝑉 ≅ (5)
𝑉𝑃𝐴𝐶
Observa-se em (5), que para este caso, a variação de tensão no ponto de conexão
depende apenas da potência da geração fotovoltaica, potência ativa da carga e da
resistência da linha, que no sistema de distribuição não pode ser desprezado. Deve-se
lembrar que a potência da carga PL varia ao longo do dia, e se estiver totalmente desligada,
pode ocorrer sobretensão no sistema, uma vez que, a variação de tensão dependerá apenas
da potência injetada e da resistência da linha de distribuição pela tensão do sistema.
A Figura 4 apresenta o perfil de tensão da instalação em dois dias de medição.
Verifica-se que a tensão atinge valores em torno de 5% acima da tensão nominal e 14%
abaixo desta. A distribuidora local permite variações de tensão de 5% para cima ou para
539
baixo da tensão nominal. Neste trabalho serão focadas as sobretensões, ou seja, o valor
da variação de 5% para cima da nominal em que o painel fotovoltaico esta gerando
potência para o sistema. A grande variação de tensão para valores abaixo do nominal
observada por volta das 20h foi devido a conexão de uma carga de 10 kW em um
momento que a usina não tem geração significante.
Tempo (h)
Tempo (h)
4. CONCLUSÃO
Neste trabalho foi verificado que a geração fotovoltaica pode causar sobretensão
em um sistema de distribuição, e que esta variação depende das características do sistema
de distribuição, da quantidade de carga conectada e da configuração dos inversores que
compõe o sistema fotovoltaico.
Foi verificado que, com os inversores configurados para gerar apenas potência
ativa, ou seja, com fator de potência igual a 1, a variação da tensão depende apenas do
valor da resistência da rede de distribuição, da potência ativa injetada pelo sistema
fotovoltaico, do valor da carga e da tensão da rede. Nas análises também verificou-se que
no momento que a carga é desconectada e/ou o sistema fotovoltaico está gerando o
máximo de energia, a sobretensão ocorre com maior severidade. Em trabalhos futuros,
será analisado o impacto no perfil de tensão da rede para o caso em que os inversores
geram tanto potência ativa e reativa, ou seja, fator de potência diferente de 1.
REFERÊNCIAS
CANOVA, A.; GIACCONE, L.; SPERTINO, F.; TARTAGLIA, M,; “ Electrical Impact of
photovoltaics plant in Distribuited Network”. IEEE Transactions on Industry Applications,
v.45,n,1, p.341-347, January 2009.
541
(IEEE ,2009). IEEE recommended pratice for monitoring electric power quality. IEEE Std 1159
-2009 (Revision of IEEE Std 1159 -1995). p.c1 – 81 . June 2009.
Shakar, T.; Dan, A. K,; Ghosh, S.; Bhattacharya, K. D.; Saha, H.; “Interfancing Solar PV with
Rural Distribuition Grid: Challenges and Possible Solutions”; International Journal of
Sustainable Energy, December 2017.
542
APLICAÇÃO DA ENERGIA RENOVÁVEL PARA IMPLEMENTAÇÃO
PRÁTICA DE FOGÃO SOLAR
Élida Fernanda Xavier Júlio 1, Emerson Torres Aguiar Gomes1, Rafael Gomes de Araújo
Melo1, Victor Kenji Hori1, Sylvio Roberto Pereira Júnior1
1
Universidade Federal Rural de Pernambuco
E-mail: elida.julio@ufrpe.br
Abstract: The purpose, construction and experimental results obtained from the
implementation of a solar cooker are presented. Brazil is one of the countries with the
greatest potential for solar energy. In this brazilian scenario, the Northeast is the region
with the highest levels of solar radiation. The objective of this paper is to present a
sustainable and economical project, aiming at the viability of its application in needy
communities. For the construction of the solar cooker, recyclable materials were used.
Two parabolic mirrors, made by reusing antennas and mirrors, were installed on a wooden
structure to montage the stove. The practical tests of the solar cooker with double
parabolic mirror occurred on a day of partly cloudy sky, in inland city of Brazilian
northeastern. Among the analysis of the results of this work, it was possible to fry egg in
13 minutes, roast chicken in 50 minutes and cook sweet potatoes in 60 minutes. The
temperature of 227.1 °C was reached at the focus of the solar concentrator. The realization
of this project provided the development of a low-cost solar cooker, compared to the costs
buying a gas stove and gas cylinders.
Keywords: solar cooker, parabolic, sustainability.
543
1. INTRODUÇÃO
Uma das aplicações mais práticas e econômicas da energia solar é o uso de fogões
solares para cocção de alimentos (VARELA, 2013). Desse modo, essa aplicação tem sido
viável ao uso doméstico em comunidades carentes. Além disso, o uso desses fogões
favorece a sustentabilidade do meio ambiente.
Os fogões solares proporcionam menor uso de combustível, redução de emissão
de gás carbónico, não uso de lenha, entre outros. Porém, a utilização da lenha e dos
combustíveis fósseis como recursos de energia para o cozimento de alimentos, ainda
predominam nas residências (CORIOLANO et al., 2018). A substituição do fogão a lenha
por fogão solar além de contribuir para a redução da emissão de CO2 na atmosfera (LION
FILHO, 2013), proporciona a diminuição do desmatamento.
A eficácia da cozedura solar ocorre onde a irradiação solar é entre 450 W/m² a
1100 W/m² (ISLAM et al., 2014). O fluxo total de energia solar qt, em W/m², recebido
pela área unitária de uma superfície ao nível do mar, é obtido pela Eq. (1). Para esse
cálculo, são necessários os dados do fluxo da radiação solar difusa qdf, o fluxo da radiação
solar direta qD sobre um plano normal à direção do feixe de radiação solar, e o ângulo de
incidência θ. A seguir, é apresentada a ilustração dessas radiações (Fig. 1) (MOURA,
2007).
544
fogões do tipo caixa. Por isso, além de cozinhar alimentos, são capazes de assá-los e fritá-
los. (SOUZA, 2014). O fogão concentrador foi o tipo desenvolvido neste trabalho.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
545
Figura 3 – Vistas do projeto do fogão solar. Fonte: Autor (2019).
Figura 4 – Fogão concentrador solar com duplo espelho parabólico. Fonte: Autor
(2019).
546
Os espelhos parabólicos constituem os coletores solares do fogão. Para as suas
construções, foram compradas duas antenas parabólicas reaproveitadas, não novas, em
uma loja de eletrônica ao custo unitário de R$25,00, com 60 cm de diâmetro cada.
Espelhos com cortes assimétricos, ao custo de R$15,00, adquiriram-se de restos de cortes
de espelhos em uma vidraçaria. Esses cortes de espelhos foram colados sobre as
superfícies côncavas das antenas parabólicas. Os espelhos parabólicos instalaram-se na
estrutura do fogão, construída com 6 metros de madeira de pinho custando R$22,00.
Além desses materiais, foram utilizados: barras de ferro, parafusos, abraçadeira,
cola de silicone, estopa e tíner. Assim, o custo total para construção do fogão solar foi de
R$130,00.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os testes práticos do fogão solar com duplo espelho parabólico foram realizados
na cidade do Cabo de Santo Agostinho, pertencente ao interior do estado de Pernambuco,
mais especificamente, no campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
O campus da universidade localiza-se a uma latitude de 8° 17' 15'' Sul e longitude
de 35° 2' 7'' Oeste. No Cabo de Santo Agostinho, a radiação solar média mensal é de 5,25
kWh/m2.dia (Tab. 1), a qual é superior às médias de radiação, por exemplo, em Porto
Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, que valem respectivamente 4,43, 4,45 e 4,73
kWh/m2.dia (CRESESB, 2019).
547
h e 14 h, hora local da cidade pernambucana. A carne de sol foi um dos alimentos em
cocção no fogão solar (Fig. 5).
548
Figura 6 – Temperatura alcançada no fundo da panela do fogão solar. Fonte: Autor
(2019).
4. CONCLUSÃO
Neste trabalho, foi possível constatar que a energia solar é um tipo de energia
renovável com grande potencial para cocção. A utilização do fogão solar com duplo
espelho parabólico proporcionou obter cocção de alimentos a temperaturas e tempos com
resultados experimentais aceitáveis. Cocções de alimentos como carne de sol, frango e
ovo foram obtidos com tempos de preparo de respectivamente 60, 50 e 13 minutos. No
período entre 10h e 14h, foi possível alcançar temperaturas acima de 200 ºC no fundo da
panela.
A construção do fogão solar com materiais recicláveis e reaproveitados teve um
custo total de R$130,00, sendo comparativamente mais barato do que comprar um fogão
a gás de uma boca somado a dois botijões de gás. Para adquirir um fogão a gás de boca
única, com acendimento manual, o investimento é de R$54,90, e um botijão de gás,
compra-se por R$70,00. Portanto, a curto prazo, o consumo de dois botijões de gás
(R$140,00) mais a compra do supracitado fogão a gás geram um custo total de R$194,90,
que é maior que o custo de R$130,00 para construção e utilização do fogão solar.
Além disso, o uso do fogão solar proporcionou a sustentabilidade do meio
ambiente. Pois, não utiliza combustíveis fósseis e lenha para seu funcionamento,
reduzindo a emissão de gás carbônico na atmosfera, o desmatamento e a desertificação.
Desse modo, o fogão solar por ser uma aplicação mais econômica e sustentável,
torna-se adequada a sua utilização por comunidades carentes, como as existentes no
interior nordestino brasileiro, no Sertão, em zonas rurais.
549
Como proposta de trabalho futuro, sugere-se utilizar um seguidor solar comercial,
a fim de que o espelho parabólico de um fogão solar tenha posições diferentes, seguindo
a radiação solar ao longo do tempo. Outra sugestão é desenvolver um controlador
inteligente, utilizando técnica de inteligência artificial, para controlar o posicionamento
desse espelho parabólico.
REFERÊNCIAS
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V002T09A011, 2014.
Moura, J. P. Construção e avaliação térmica de um fogão solar tipo caixa. 2007. 194 páginas.
Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007.
Souza, R. F. Viabilidade de uso de um fogão solar para cocção de alimentos com parábola
refletora fabricada em compósito que utiliza fibras de carnaúba e resina ortoftálica. 2014. 77
páginas. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.
Varela, P. H. A. Viabilidade térmica de um forno solar fabricado com sucatas de pneus. 2013.
88 páginas. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
2013.
550
AQUISIÇÃO DE DADOS DE TEMPERATURA BASEADA EM PLACA DE
DESENVOLVIMENTO E PLATAFORMA IoT
Wyara Maria Carlos Souza Pontes1, Kevin de Paula Amorim2, Lígia Maria Carvalho
Sousa Cordeiro2, Ruth Pastôra Saraiva Leão 1, Caíke Damião Nascimento Silva2
1
Universidade Federal do Ceará, 2 Universidade da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira
E-mail: wyara_w2@hotmail.com
551
ACQUISITION OF TEMPERATURE DATA BASED ON DEVELOPMENT
PLATFORM AND IOT PLATFORM
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
554
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
555
O gráfico da Figura 7 representa a variação da temperatura do módulo
fotovoltaico. Na figura observa-se uma temperatura elevada por volta de 14h30 e uma
queda acentuada da temperatura próximo de 15h00. Tal queda ocorre à medida que a
temperatura do ar também diminui e à medida que a umidade relativa do ar aumenta.
4. CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
556
BEKOSKI, K. C. Desenvolvimento de um aplicativo Android para a conscientização do
descarte de lixo eletrônico. 74 páginas. Monografia. Universidade Federal do Paraná. Francisco
Beltrão. 2016.
ZAGO, R. M. Sistema de baixo custo para monitoramento da geração de energia solar com
conexão para Internet das Coisas. 153 páginas. Dissertação de Mestrado. Universidade
Estadual de Campinas. Campinas, 2018.
557
AVALIAÇÃO CRÍTICA DO PROCEDIMENTO DE AGREGAÇÃO DE
CORRENTES EMPREGADO EM ESTUDOS DE ACESSO DE FAZENDAS
FOTOVOLTAICAS NO BRASIL
Camila de Oliveira Dias1, Isabela França Novais1, Victor Lucas Sousa Gomes1, Ivan
Nunes Santos1
1
Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: camiladeoliveiradias@hotmail.com
Abstract: Faced with the need for new renewable energy sources, the use of photovoltaic
generation systems has been regarded as an interesting alternative, especially when
grouped in solar farms. In these terms, the increasing insertion of photovoltaic farms in
the Brazilian electrical system can lead to an increase in harmonic currents in the power
grid, including high voltage systems (higher than 230 kV). This can lead to a violation of
the limits established for voltage distortions on these system buses. Thus, when
conducting a study on the access of a photovoltaic farm to the basic grid, several
requirements must be considered, as well as specific standards must be respected. This
paper contains three case studies upon which it aims to perform a critical evaluation of
the method for aggregation of current commonly used in photovoltaic access studies in
Brazil.
Keywords: Access study, computer simulation, harmonic distortions, summation law.
1. INTRODUÇÃO
558
características não lineares dos conversores de tensão utilizados na geração fotovoltaica,
para compatibilizar tensões e frequências da instalação e da rede, assim como ocorre com
a geração eólica (GREGORY, AZEVEDO, SANTOS, 2020; OLIVEIRA, 2020). E pode
provocar numerosos prejuízos, sejam de ordem técnica, sejam de viés econômico. Dentre
os efeitos, podem-se destacar sobrecargas e sobreaquecimentos em equipamentos,
sobretensões harmônicas, solicitações de isolamento dos dispositivos, aumento do
consumo de energia elétrica, entre outros.
No Brasil, para conexão de novos acessos de fazendas fotovoltaicas, assim como
para parques eólicos, distribuidoras e consumidores livres, é necessária a realização de
um estudo específico de modo a estimar os possíveis harmônicos de tensão a serem
gerados por estas conexões no ponto de acoplamento desta nova instalação com o Sistema
Interligado Nacional (SIN) (OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO,
2019). Para tanto, informações dadas pelos fabricantes de conversores, complementadas
por posteriores medições na saída de alguns conversores com a rede interna da fazenda
solar, são levadas em conta. Porém, as correntes harmônicas resultantes, no PAC (Ponto
de Acoplamento Comum), devido à somatória das fontes harmônicas providas por cada
unidade conversora, de fato, serão estimadas por meio de uma lei de agregação. Esse
procedimento faz-se necessário tendo em vista que as componentes harmônicas
produzidas por uma unidade conversora são combinadas com as provenientes de outras
fontes alocadas na mesma planta. Visto que, em geral, as normas e recomendações versam
sobre os limites de distorções harmônicas individuais e total, no entanto, não abordam
mecanismos para a identificação das fontes harmônicas (SILVA et al, 2019). Desse modo,
para cada ordem harmônica, a corrente harmônica total injetada na rede é consequência
da soma vetorial das componentes de corrente daquela ordem proveniente de cada
unidade conversora (SANTOS, REIS, DINIZ, 2016).
Tais correntes harmônicas, uma vez estimadas, são respectivamente relacionadas
com valores estabelecidos para impedância harmônica do SIN, gerando assim
expectativas de distorções harmônicas de tensão, as quais são, por sua vez, comparadas
com os limites estabelecidos em normas brasileiras para as mesmas. No entanto, a
natureza estocástica da carga e a conexão de várias unidades conversoras na rede interna
da instalação geradora, faz com que uma regra geral para agregação de correntes seja
altamente questionável (MEDEIROS et al, 2010). Tendo em vista que os espectros
harmônicos resultantes de um inversor não dependem exclusivamente do seu
comportamento, mas também da impedância de acoplamento da rede (MOGHADAM,
ACKERMANN, ROGALLA, 2017).
Na literatura, há diversos estudos publicados relacionados à questão da agregação
das correntes harmônicas (LIMA, 2019). Apesar disso, nota-se uma quantidade reduzida
de estudos especificamente no que tange a aplicação destes em geração fotovoltaica.
Assim, o objetivo do trabalho ora apresentado é realizar uma análise comparativa dos
resultados observados em estudos de casos com aqueles advindos de Lei de Agregação,
com a finalidade de proceder à respectiva análise crítica do chamado índice de agregação
de correntes harmônicas empregados numa fazenda fotovoltaica.
559
2. PROCEDIMENTO DE AGREGAÇÃO DE CORRENTES IEC 61000-3-6
𝛼 𝛼
𝐼ℎ𝑠 = √∑ 𝐼ℎ𝑖 (1)
𝑖
Onde:
Ihs = valor eficaz da corrente harmônica agregada de ordem h;
Ihi = magnitude do nível de emissão individual de corrente de ordem h a ser agregado.
α = índice que depende de alguns fatores, a saber: o valor da probabilidade para o qual o
valor real não exceda o calculado e o grau em que as correntes harmônicas individuais
variam aleatoriamente em termos de amplitude e fase.
Para a análise crítica das estimativas das correntes harmônicas sugeridas pelo
procedimento de agregação IEC 61000-3-6, comparou-se os valores obtidos por
simulações computacionais implementadas na ferramenta Simulink do software Matlab,
para um sistema fotovoltaico, com aqueles resultantes da lei de agregação. O estudo
abrangeu desde a 2ª ordem harmônica até a 25ª ordem. As simulações realizadas neste
trabalho foram implementadas a partir do modelo disponibilizado no Simulink, e tem
como características frequência de 60 Hz, tensão nominal de 120 kV e potência de curto
circuito de 500 MVA.
O arranjo implementado neste estudo é composto por 8 centros de transformação
(CTs) que contêm 2 unidades conversoras cada, correspondendo a um total de 16
560
unidades conversoras. A cada unidade conversora atribui-se uma potência nominal
equivalente a 1200 kW na incidência de 1000 W/m2 a 25°C. A topologia do agrupamento
empregado pode ser observada no diagrama unifilar da Figura 1.
A geração é feita no nível de 250 V, sendo, em seguida, elevado para 34,5 kV por
transformadores elevadores. Os centros de transformações são agrupados e, então, sua
tensão é elevada para 120 kV para que seja realizada a conexão com o sistema interligado.
Essa configuração será utilizada para as simulações subsequentes em diferentes casos.
Para o estudo comparativo do procedimento de agregação foram estipulados três
casos distintos. O primeiro deles considera a incidência de 750 W/m2 de energia a todas
as unidades geradoras fotovoltaicas. No segundo caso foi considerada a incidência de
1000 W/m2 de energia (regime nominal de operação) a todas as unidades geradoras
fotovoltaicas. Por fim, no terceiro caso foi considerado um modelo misto que consistiu
em metade das unidades geradoras com incidência de 750 W/m2 e a outra metade com
incidência de 1000 W/m2. Nas três situações, a temperatura foi estabelecida em 50ºC. Na
Tabela 2 tem-se uma síntese de todos os casos estudados.
561
4. RESULTADOS DOS ESTUDOS DE CASO
4.1 Caso 1
Tabela 3 – Valores das correntes fundamentais nas saídas dos CTs e no PAC referidos
ao lado de 34,5 kV – Caso 1
CT Fundamental (A) Ângulo de fase (º) THD (%)
1 28,58 -32,4 2,43
2 28,34 -32,3 2,46
3 28,16 -32,7 2,16
4 28,07 -32,7 2,18
5 27,93 -32,7 2,19
6 28,75 -32,4 2,17
7 28,75 -32,3 2,10
8 28,63 -32,4 2,13
PAC 227,2 -32,5 1,77
Fonte: Autoria própria (2020).
562
Figura 2 – Característica harmônica dos centros de transformação referida ao lado de
34,5 kV – Caso 1.
4.2 Caso 2
Tabela 4 – Valores RMS das correntes fundamentais nas saídas dos CTs e no PAC
referidos ao lado de 34,5 kV – Caso 2
CT Fundamental (A) Ângulo de fase (º) THD (%)
1 37,62 -30,2 1,57
2 37,39 -30,2 1,48
3 37,31 -30,1 1,48
4 37,51 -30,0 1,37
5 37,33 -29,8 1,76
6 37,31 -30,0 1,55
7 37,35 -29,9 1,35
8 37,35 -29,9 1,42
PAC 299,3 -30,0 1,31
Fonte: Autoria própria (2020).
4.3 Caso 3
Tabela 5 – Valores RMS das correntes fundamentais nas saídas dos CTs e no PAC
referidos ao lado de 34,5 kV – Caso 3
CT Fundamental (A) Ângulo de fase (º) THD (%)
1 28,59 -31,3 1,91
2 28,37 -31,4 1,64
3 28,15 -31,4 2,06
4 27,97 -31,1 2,35
5 37,58 -31,2 1,37
6 37,32 -31,3 1,52
7 37,62 -31,1 1,52
8 37,32 -31,2 1,56
PAC 262,9 -31,2 1,46
Fonte: Autoria própria (2020).
564
Figura 4 – Característica harmônica dos centros de transformação referida ao lado de
34,5 kV – Caso 3.
As ordens harmônicas das tensões obtidas no PAC pelo terceiro caso atingiram
valores semelhantes aos obtidos no primeiro e segundo casos. Somente ao comparar os
ângulos, uma divergência maior é observada.
Avaliando os resultados obtidos, verifica-se que para as ordens mais baixas (até a
4ª), os valores estimados pelo procedimento de agregação foram, via de regra, para os 3
casos estudados, superiores àqueles obtidos no somatório real. No caso de maior
565
discrepância observado, tem-se o valor estimado equivalente a 14,5 vezes o valor obtido
em simulação. Isto mostra que os valores obtidos pela lei de agregação foram
conservadores ao estimar maiores valores de correntes.
Por outro lado, considerando as demais ordens, os valores de corrente estimados
pela lei de agregação foram inferiores aos valores obtidos por simulação. Neste tocante,
os resultados encontrados, para todos os casos analisados, evidenciam uma significativa
discrepância entre os valores estimados e os obtidos por simulação. Desse modo, as
estimativas por meio da lei de agregação podem provocar a subestimação dos valores de
correntes harmônicas no PAC podendo, em situações reais, a magnitude das correntes
harmônicas real ser superior àquela estimada em projeto, ultrapassando os limites
previamente normalizados e podendo ocasionar em problemas para a rede e consumidores
conectados a ela.
As fragilidades ora encontradas podem ser em parte atribuídas ao fato de que a
interação harmônica de correntes depende de inúmeras condicionantes, as quais
dificilmente poderiam ser sintetizadas por meio de fatores de agregação genéricos, tal
como preconizado pela Lei de Agregação em destaque. Diante disto, sugere-se, que
quando necessárias, que as medições das correntes e suas correspondentes análises sejam
feitas em pontos do sistema elétrico onde a agregação de correntes já se encontre
efetivada. Outra possibilidade seria a utilização de medições simultâneas de correntes não
agregadas, todavia empregando-se sistema de sincronização dos medidores via sinal de
satélite.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Gregory, R. F.; de Azevedo Jr., C. R.; Santos, I. N. Study of harmonic distortion propagation
from a wind park. IEEE Latin America Transactions. v. 18, no. 6, pp. 1077-1084, 2020,
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566
Lima, M. S. Uma análise crítica das distorções harmônicas de correntes associadas a
aerogeradores DFIG. 2019. 94 p. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de
Uberlândia, Uberlândia, 2019.
Medeiros, F.; Brasil, D. C.; Ribeiro P. F.; Marques, C. A. G.; Duque, C. A. A new approach for
harmonic summation using the methodology of IEC 61400-21. Proceedings of 14th International
Conference on Harmonics and Quality of Power. 2010. 10.1109/ICHQP.2010.5625473.
ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). NT 009/2016 – rev. 03. Instruções para
realização de estudos e medições de QEE relacionados aos acessos à rede básica ou aos
barramentos de fronteira com a rede básica para parques eólicos, solares, consumidores livres e
distribuidoras. 2019.
Santos, I. N.; Reis, A.; Diniz, R. O. Performance evaluation of harmonic current summation law
applying to the wind and photovoltaic generation. IEEE Lat. Am. Trans. vol. 14, no. 5, pp.
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Silva, R. V. P.; Santos, I. N.; dos Santos, A. C.; Gianesini, B. M. Estudo sobre o
compartilhamento de responsabilidade harmônica entre uma planta fotovoltaica e a rede. 2019.
Disponível em: https://www.peteletricaufu.com/static/ceel/artigos/artigo_489.pdf. Acessado em:
29/11/2019.
567
AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA PARA APLICAÇÃO DE
CÉLULAS MULTIJUNÇÃO
568
ULTRAVIOLET RADIATION EVALUATION FOR MULTIJUNCTIONS
CELLS APPLICATION
Abstract: The transformation of the sun's energy into electrical energy is achieved
through photovoltaic cells using different technologies. Among the most promising
technologies are multi-function cells (MJ). This technology depends heavily on the
spectral composition available in the location. Consequently, its application requires a
more careful analysis regarding the composition of the incident solar spectrum. However,
measurements of the solar spectrum require specific equipment that is difficult to get hold
of. However, it is known that the composition of the spectrum varies greatly in the
ultraviolet radiation range. Seeking to analyze the differences in the solar spectrum at
various points on the earth without directly measuring it, the present work analyzes the
availability of ultraviolet radiation using measurements of the Ultraviolet Radiation Index
(IUV) from different locations, easily obtained by weather stations. This work relates the
IUV index to geographic parameters such as latitude and altitude, in order to evaluate the
effect of geographic location on the performance of multi-function photovoltaic cells. The
direct relationship of the photogenerated current in the MJ cells with the different bands
of the solar spectrum in the energy generation process indicates that the photovoltaic
panels with a concentrator that are yet to be installed in low latitude and high level can
be optimized.
Keywords: Multijunction cells, solar spectrum, ultraviolet radiation.
1. INTRODUÇÃO
569
Figura 1 – Curvas de resposta espectral das subcélulas a 25° C.
Adaptado (DOMINGUEZ, 2012)
570
Usando a resposta espectral, Fig. 1, o projeto da célula é otimizado buscando
ajustar para que cada subcélula gere a mesma corrente sob uma distribuição espectral
padrão. Na célula de tripla junção a corrente crítica é encontrada entre as subcâmaras
superior e intermediária, sendo a base um substrato de germânio, que possui um excesso
de corrente inerente. A relação de correspondência para as duas subcélulas é calculada
pela razão entre as densidades de corrente obtidas da camada superior e intermediária.
Esta relação é dada pelo parâmetro CM (do inglês, current-matching). A Fig. 3 apresenta
a variação das correntes geradas nas subcélulas superior e intermediaria.
571
Tabela 1 – Atenuação dos Espectros global e direto produzidos pelas variações
dos valores de massa de ar, profundidade óptica de aerossol a 550 nm e de água
precipitável.
Direta Global
AM 𝐴𝑂𝐷550 PW(cm) AM 𝐴𝑂𝐷550 PW(cm)
UV 91% 70% 0% 84% 14% 0%
UV - Visível 59% 55% 3% 60% 19% 3%
Infravermelho 30% 27% 21% 35% 10% 21%
Fonte: (Eltbaakh, 2012)
Onde:
IUV - Índice de radiação ultravioleta, adimensional;
E (𝜆) - Função espectro de ação eritêmica, adimensional;
I (𝜆) - Função irradiância UV na superfície terrestre em mW.m-1
572
2. MATERIAIS E MÉTODOS
573
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o extremo verão, a média calculada foi de 6,82 em Belo Horizonte e de 2,79
em Davos, ou seja, 2,44 vezes maior. Os máximos obtidos foram de 15,5 e 9,84
respectivamente, ou seja 1,57 vezes. Para o extremo inverno, o IUV máximo
belorizontino foi de 6,5 e de 1,2 em Davos, 5,41 vezes. As médias de inverno são 1,95
em BH e 0,29 em Davos, 6,61 vezes maior. Quando se compara os valores encontrados
com o IUV do espectro padrão, que é 3,1, vê-se que a célula MJ irá se comportar de forma
bastante distinta para cada localidade. Em Davos, ela vai operar no verão com a subcélula
intermediária limitando e no inverno, a subcélula do topo é que vai limitar. Observa-se
que o valor médio do IUV no verão em Davos é próximo ao do espectro padrão. Já no
Brasil, esta célula irá operar sempre com a célula intermediária limitando já que teremos
um excesso de UV durante todo o ano.
Avaliando longos períodos de medição, observa-se que a curva de máximos
diários do IUV varia ciclicamente (o que torna válidas as comparações de períodos
distintos entre as cidades). Duas cidades, com baixa latitude são avaliadas, David City e
Panamá, ambas localizadas no Panamá, fig.6. Observa-se altos valores de IUV, com
pequenas variações anuais. Estas cidades estão muito próximas a linha do equador e o
efeito da declinação solar é suave. Os máximos ocorrem nos equinócios.
574
Figura 6 – Máximos diários do IUV em (David City nos anos de 2002 a 2004)
(Cidade do Panamá nos anos de 2001 a 2005)
Deslocando-se mais para o sul, outras duas cidades são comparadas na fig.7. Os
valores observados para o IUV em Belo Horizonte estão compreendidos entre 5 e 16, já
em Buenos Aires tem-se valores mínimos bem baixo, próximos a 1, e máximos em torno
de 12. Observando os valores médios, tem-se 6,5 para Buenos Aires contra 10 em Belo
Horizonte. Quanto mais se afasta da linha do equador, maior amplitude da variação.
Figura 7 – Máximos diários do IUV em Belo Horizonte nos anos de 2013, 14, 15 e 16
Buenos Aires - 2011, 2012 e 2013.
575
Figura 8 – Máximos diários do índice de radiação ultravioleta em Davos 2009 a 2013
Comodoro Período compreendido entre 2010 e 2014
Duas cidades com mesma latitude, porém em localização opostas N e S, são
comparadas, fig.8. Comodoro Rivadavia na Argentina e Davos, na Suíça. Comodoro
apresenta médias levemente superiores às médias apresentadas por Davos. A única
diferença entre estas cidades é a altitude.
Outras duas cidades com latitudes semelhantes a Davos de diferentes altitudes
foram analisadas, fig.9. Diekirsh em Luxemburgo e Belgrade na Bélgica. Observa-se
valores muito baixos de IUV, comparados a Davos. Observa-se aqui um possível efeito
da altitude neste índice. Este efeito é relatado por Coariti, 2010, que compara frequência
de ocorrência de índices IUV crescentes com o aumento da altitude em três cidades da
Bolívia com mesma latitude (16ºS): Coroico (1500m), La Paz (3800m) e El Alto (4100m).
São verificados frequência de ocorrência de valores de IUV>8 em 39, 40 e 45% dos
valores medidos.
576
A Tab. 2 apresenta um resumo dos dados analisados. As cidades foram dispostas
em ordem decrescente em termos das médias anuais.
4. CONCLUSÃO
577
O ganho de energia dependerá de cada novo projeto. A otimização da MJ se faz
mediante ao levantamento do espectro médio das localidades em que se deseja instalar a
MJ.
REFERÊNCIAS
CIE Comissão Internacional de Iluminação. ISO 1716. Erythema reference action spectrum and
standard erythema dose. Viena, 2019.
Coariti, J.R. , Corrêa, M.P. , Mancilla, M.S.J. , Effen, M.A., Análise dos efeitos da radiação
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Dominguez, C.; Anton, I.; Sala, G.; Askins, S.; Current-matching estimation for multijunction
cells whitin a CPV module by means of component cells. Progress in Photovoltaics, v. 21, n. 7,
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Eltibaakh, Y. A.; Ruslan, M.; Alghoul, M.; Othman, M.; Sopian, K.; Razykov, T. Solar
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Messmer, E. R. (2012); Effect of the surrounding medium on solar cell efficiency. In Arturo
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Junção, Trabalho de Conclusão de Curso, Engenharia Elétrica, CEFET-MG, 2019.
TIMÓ, G.; MELO, A. G.; JOTA, P. R. Sun on Clean - Study of soiling effect and glass surface
modification of concentrating photovoltaic (CPV) modules: Climate influence and comparative
testing. Acordo número ID: 295303. 2015.
578
CHARACTERIZATION OF THERMOPHYSICAL PROPERTIES OF
COMMERCIAL PARAFFINS FOR USES IN APPLICATIONS OF THERMAL
SOLAR ENERGY
Arnold Rafael Martínez Guarín1, Manuel José Osorio Pérez2, Cristina Isabel Cogollo
Torres2, Mauricio Yilmer Carmona García3, Jorge Mario Mendoza Fandiño 2, Adrian
Enrique Avila Gomez2
1
Universidad de Córdoba - Universidad del Norte, 2Universidad de Córdoba,
3
Universidad del Norte
Email: arnoldrafael@correo.unicordoba.edu.co
1. INTRODUCTION
Satisfying the global demand for energy supply has proved to be a great challenge.
At present, the development of sustainable and environmentally friendly sources of
energy is constantly growing. Solar energy is an attractive alternative, however, it have
high intermittency and high maintenance costs, so it is necessary to develop thermal
storage systems (TES) that increase the efficiency of these systems with the lowest
possible cost to reduce the mismatch between supply and demand, attaining a competitive
systems in the energy market. The two most common storage systems are sensible heat
(SHS) and latent heat (LHS); The latent heat storage system is the most attractive because
its high storage density and isothermal characteristics (MAYILVELNATHAN et al.
2019).
579
Nowadays the most used technique for the thermal characterization of these
materials is performed using differential scanning calorimetry (DSC), however, the
results may vary according to the procedure, equipment and quantities used when the tests
are performed (GSCHWANDER et al.).
DSC is one of the most efficient techniques for thermophysical analyzing a PCM.
However, it has some limitations: the instrument is somewhat complex. Only a very small
sample can be used in the test to achieve accurate results (between 1–30 mg), however,
PCMs are generally used in bulk (several g, even several kg) and the properties of the
small samples of PCM may differ from the bulk sample, especially in mixtures with
heterogeneous additives (YANG et al. 2018). These drawbacks have encouraged the
development of other methods to analyze PCM in order to characterize their
thermophysical properties.
Among the alternative methods developed is the T-History proposed by Zhang
and Jiang in 1999. this procedure can measure the latent heat of fusion, the specific heat
capacity and thermal conductivity of several bulk PCM samples simultaneously. The test
is based on monitoring the temperature curves of the PCM sample and a well-known
reference sample (usually distilled water) during its natural cooling process, the lumped
capacity method is used to analyze the process and then the corresponding thermophysical
properties (Zhang et al. 1999) can be obtained. Compared to the conventional DSC
method, the T-history simplifies the test instrument and therefore, the cost can be
considerably reduced.
Similarly, the T-Melting CHF method proposed by Xiao-Hu Yang and Jing Liu
in 2018, can determine the melting point, latent heat of fusion, thermal conductivity and
specific heat capacity both in solid phase as liquid. The method monitors the temperature
response of the PCM sample during its melting process under conditions of constant heat
flux (CHF). Heat flow conditions are achieved by applying constant heating power;
therefore, the measuring device is simpler than traditional ones. Unlike the previous
method, it is not necessary to select a standard reference sample. More importantly, all
the mentioned properties can be obtained simultaneously in a single test (YANG et al.
2018).
In this work the two previous methods were replicated, starting with the
construction of the necessary devices and their respective validation. Then the
methodology was used on phase change materials to identify their thermal conductivity,
enthalpy of fusion, specific heat, temperature of phase change, density in liquid and solid
state to study their usage in solar thermal energy harvesting applications.
The phase change materials selected as reference samples for this study were the
Rubitherm® RT45 and RT55 paraffins, that have RAL certification, which is the standard
for materials used in TES applications. Additionally, two commercially available
paraffins were characterized: the light and medium paraffins produced by Ecopetrol and
another from Taiwan available in the local market. These paraffins were used under same
conditions in which they were received, i.e. they were not subjected to purification
processes.
580
These paraffins were selected because their properties are suitable for many low
temperature thermal energy storage applications.
(b)
(a)
Figure 1 – (a) Proposed experimental scheme. (b) T-History experimental setup
The samples were heated in a thermostatic bath, and the cooling process was
performed in an expanded polystyrene (EPS) chamber, the test tubes were housed in 3
EPS compartments to avoid convective effects around the tubes as show in Figure 1.b.
The experiment was stopped when the samples reached room temperature.
581
For the construction of the measuring device, the model proposed in the T-Melting
CHF method was replicated, which consists of a test module that is based on a 1D fusion
process under conditions of constant heat flux. Complying with the restrictions of the
model, the test module was built in ABS material, which has a thermal conductivity of
0.17 W/m-k and a maximum operating temperature of 100 °C, characteristics enough to
analyze the proposed paraffins. The module was built using 3D printing with a 100% fill,
as shown in Figure 2.
(d)
Figure 2 - Structure of the test module constructed. (a) Front view; (b) Top view of the
base, frame and cover; (c) Base, (d) Heater used in the test module.
The heat source that was used was a 50 mm diameter heater with a thickness of 2
mm, a resistance of 616 Ω and a maximum heating power of 70 W, as shown in Figure
2.d. Assuming that the module is perfectly isolated, the thermophysical properties were
determined taking into account the equations proposed in the method.
582
3. RESULTS AND DISCUSSION
The density in solid state of the evaluated PCM was determined considering that
the samples should be at room temperature of 20 °C, while for the density in liquid state
should be 10 °C above the melting point to make sure the samples were completely liquid.
Two replications were made for each trial and the results obtained are shown in Table 1.
The resulting cooling curves for both the reference and the PCM were loaded into
a script containing the equations of the method to calculate the thermophysical properties.
The temperature range for the data evaluation was defined by calculating the derivative
of the curves, in this way the inflection points that would mark the region of phase change
were established. The experimental data has high noise levels, therefore, to improve
analysis was necessary to use a filter to reduce the signal noise. Table 2 describes the
basic operation conditions of the tests.
The typical behavior of a cooling curve and the evolution of the enthalpy are
shown in Figure 4. In the cooling curve the gray color represents the first derivative of
the temperature data measured in the pcm with the aim of finding the changing points in
the curves, which represent the onset and the endset of the phase change process.
583
Figure 4 – a) Cooling curve from T-history b) Evolution of enthalpy vs. temperature
The enthalpy of fusion was calculated with two repetitions with an approximate
mass of 12 grams and was determined to be 162.05 kJ / kg for RT 45 and 168.30 kJ / kg
for RT 55. These values are very close to the value reported in the manufacturer's
technical data sheet, which indicates that the values obtained for the other paraffin’s will
have a similar behavior.
The results obtained in comparison with the manufacturer's data, show an average
error of 3.79% for the initial point of the phase change region, 18.30% at the end point,
1.14% fusion enthalpy and Cpl. 16.62%, however, the Cps presents an error of 142.93%,
this high error can be explained by the fact that it becomes difficult to accurately assess
the differences in the area when the reference, the environment and the sample have a
very close temperature. The above results demonstrate that the method used cannot be
used to determine the latter property but is applicable for the determination of the other
thermophysical properties. Likewise, the results of the commercial references have a
standard deviation of no more than 8%, so these results have little variation and good
adjustment.
From the results obtained, commercial paraffin’s show great potential. They
exhibit a high energy storage density, around 180 kJ / kg, so it could be considered a
potentials PCM. These values and the high specific heats of around 2.5 kJ / kg ° C are
good enough to justify further investigation. Also, the fact that it is a mass-produced
product by the oil industry, implies that already has an established market and the cost is
relatively low; around 1.90 dollars per kilogram for the bulk product.
584
Table 3 - T-Melting CHF test conditions of the sample 1.
Paraffin (g) qhs (W) q” (W/m2) Ste Ra
RT-45 12.5600 2.0 1000 0.38 208.23
RT-55 14.3940 2.7 1350 0.48 281.11
Col TW 11.9028 3.5 1750 0.75 472.32
Light 14.3161 3.5 1750 0.49 171.90
Median 14.4586 2.7 1350 0.39 189.67
In Table 3 you can see the conditions to which the tests were made, in addition, it
can be seen that all tests were performed with a heat flux below the critical heat flux, also,
the Rayleigh number for each test is below the limit value 𝑅𝑎𝑐 = 2.72𝑥104 , so it is
ensured that the heat transfer in the tests was conducted by conduction, however, it can
be seen that the Stefan numbers in the tests are greater than recommended by the author
𝑆𝑡𝑒 = 0.2, to get relative errors less than 7.9 %. Since the measurements were made
with a Ste greater than 0.2 but less than 0.5, the results obtained could have errors around
16.7 %.
Figure 5 shows the characteristic behavior of the heating curve for the samples
analyzed through the CHF method. In this case, the blue curve represents the behavior of
the RT-45 paraffin with the thermocouple located between the heater and the aluminum
plate, the red one represents the heating curve for the sample with the thermocouple in
the center and the red one together with the yellow they represent the data refinement
filters.
The results obtained from the tests were compared with those reported in the
literature, thus obtaining, at the initial melting point an average error between samples of
13.45 %, at the final melting point an error of 1 %, a 𝐶𝑝𝑠 with a 19.54 % error, a fusion
585
enthalpy with an error of 2.44 %, an error in thermal conductivity of 9.34 % and a 𝐶𝑝𝑙
with an error of 948.8 %. The test results indicate that, the method replicated here has a
good ability to evaluate the main thermophysical properties of bulk PCMs, except for the
𝐶𝑝𝑙 that exhibit a high error.
Using a DSC at a cooling rate of 5 ° C/min, the enthalpy and melting point for the
paraffin samples RT 45 and RT 55 were determined. For the commercial paraffin samples
the heating and cooling curve were performed at a speed of 10° C/min and likewise the
enthalpy and the melting point were determined. For all cases, a single replica was
performed with an average mass of 5 mg. The calculated properties are summarized in
Table 4.
Table 4. Summary of fusion enthalpy results with literature values for comparison.
Phase change (°C)
PCM Hm Heating (kJ/kg) Hm Cooling (kJ/kg)
Heating Cooling
RT 45 -- 42.48 -- 167.24
RT 55 -- 52.52 -- 190.46
Light 55.38 51.26 206.96 202.94
Median 59.61 55.17 204.47 191.97
4. SUMMARY OF RESULTS
Now that each material has been analyzed individually and with various methods,
it is useful to compare the results obtained. These are summarized in Table 5 and Table
6, accompanied by values from the literature for comparison with those calculated in the
different types of trials. The exception is the DSC value of 𝐶𝑝𝑠 , 𝐶𝑝𝑙 and 𝐾, which could
not be calculated without additional tests. The DSC data is slightly higher than those
reported in the literature. The T-History method also reported higher values compared to
those in the literature. The T-Melting CHF method recorded values above and below the
reference values.
Table 5 - Summary of the enthalpy of fusion values obtained by the different methods.
Hm DSC Hm T-History Hm T-Melting Hm Manufacture
PCM
(kJ/kg) (kJ/kg) CHF (kJ/kg) (kJ/kg)
RT 45 167.24 162.05 157.16 160
RT 55 190.46 168.30 175.28 170
COL TW -- 189.68 187.39 -
Light 204.95 185.12 178.52 -
Median 198.22 186.05 194.07 -
586
Table 6 - Summary of the specific heat values obtained by the different methods.
T-Melting
Cps Manufacture Cpl Manufacture T-History
PCM Cps
(kJ/kg°C) (kJ/kg°C) Cpl (kJ/kg°C)
(kJ/kg°C)
RT 45 2 2 2.2264 2.1590
RT 55 2 2 2.4383 2.6226
COLTW -- -- 2.7555 2.8120
Light -- -- 2.9926 4.3031
Median -- -- 2.5384 5.4736
5. CONCLUSIONS
ACKNOWLEDGEMENTS
Authors would like to acknowledge Universidad Del Norte and his PhD
Scholarship Contract Identification Number: UN-OJ-2013-22063, and the Departamento
Administrativo de Ciencia, Tecnología e Innovación COLCIENCIAS Scholarship Call
No 727 of 2015 for the financial support. The authors also wish to especially thank the
Universidad de Cordoba for the support and use of its facilities to carry out many of the
experiments of this research.
587
REFERENCES
Mayayo Javier García. Materiales de Cambio de Fase. Diseño de una instalación para la
caracterización de PCM a altas temperaturas. 2012. Escuela de Ingeniería y Arquitectura,
Universidad Zaragoza, Ingeniería Técnica Industrial - Especialidad Mecánica, 2012.
Gschwander, S., Lazaro, A., Cabeza, L. F., Günther E., Fois M., Chui, J. Development of a Test
Standard for PCM and TCM - Characterization Part 1: Characterization of Phase Change
Materials, (2011).
Yang, X. H.; Liu, J. A novel method for determining the melting point, fusion latent heat,
specific heat capacity and thermal conductivity of phase change materials. International Journal
of Heat and Mass Transfer, 127, 457–468, 2018.
Yinping, Z., Yi, J. A simple method, the T –history method, of determining the heat of fusion,
specific heat and thermal conductivity of phase-change materials. Meas Sci. Technol, 1999.
588
CONTROLADOR DE CARGAS DESBALANCEADAS EM SISTEMA DE
GERAÇÃO FOTOVOLTAICA CONECTADO À REDE TRIFÁSICA DE
DISTRIBUIÇÃO
Francisco Carlos Leite Brasil1, Alberto Soto Lock1, Ewerton Brasil da Silva Queiroz2,
José Ramon Nunes Ferreira2
1
Universidade Federal da Paraíba- UFPB, 2Universidade Federal da Paraíba - UFPB
E-mail: francisco.brasil@abreuelima.ifpe.edu.br
589
UNBALANCED LOADS CONTROLLER IN PHOTOVOLTAIC GENERATION
SYSTEM CONNECTED TO THE THREE-PHASE DISTRIBUTION
NETWORK
ABSTRACT: With the growing demand for photovoltaic systems connected to the grid,
there is an increasing need to implement control techniques capable of minimizing the
impacts of the interconnection between the two systems. The challenge of control systems
is to guarantee the quality of energy even in situations of external disturbances or
internally to the system. Therefore, the inverters must be prepared to operate during
unbalanced voltage. However, conventional control techniques do not take into account
voltage imbalances. This work consists of a control strategy for unbalanced loads, based
on a system consisting of a three-phase PLL, an active power control and the One Cycle
Control technique - OCC. Such strategy has as methodology the control of the
instantaneous active power, from the input resistance and the positive sequence
component of the load current. Three-phase PLL is used to insure frequency stability
against network transients, and modified OCC modulator. The control system was
verified in steady and transient state, simulating the system start, as well as the failure of
a phase. As main results, it was observed: 1) at the start, the voltage and current in the
load presented a smooth transition, and remained constant before; 2) during the transient,
in the phase failure, the active power undergoes a wave variation and the invariable
reactive one; 3) continuity of the load current during the transient; 4) relatively low
current harmonic distortion (TDH).
Keywords: inverter, control, OCC.
1. INTRODUÇÃO
(a) (b)
Figura 1- Sistemas Fotovoltaicos. (a) Isolado. (b) Conectado à Rede.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
591
Figura 2 - Diagramas. (a) Sistema Conectado à Rede (b) Inversor.
O PLL trifásico fornece ao sistema uma base de tempo para gerar uma tensão
trifásica para alimentar a carga local ou para sincronizar essa tensão com a rede, mesmo
em caso de queda de fase (LOCK, 2010). O PLL consiste em um extrator de sequência
positiva (ESP) e um PLL digital. O ESP é importante quando a carga é desequilibrada e
a corrente de sequência negativa está presente para extrair as componentes de sequência
positiva, considerando que a corrente trifásica da carga é a soma das correntes de
sequência positiva e negativa (LOCK, 2010), tem-se:
592
𝐼𝐿+ 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + ∅+ ) + 𝐼𝐿− 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + ∅− )
𝐼𝐿𝑎 2𝜋 2𝜋
+ + − −
[ 𝐼𝐿𝑏 ] = 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛 (𝑤𝑡 + ∅ + 3 ) + 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛 (𝑤𝑡 + ∅ − 3 ) (1)
𝐼𝐿𝑐 + + 2𝜋 − − 2𝜋
[ 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛 (𝑤𝑡 + ∅ + 3 ) − 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + ∅ + 3 ) ]
Onde:
ILa, ILb, ILc = Correntes de fase a, b e c da carga;
IL+, IL-= amplitude da corrente de sequência positiva e negativa;
Φ+,Φ-=ângulo de fase da corrente de sequência positiva e negativa.
+ + − −
𝐼 2 𝐼 𝑐𝑜𝑠∅ + 𝐼𝐿 𝑐𝑜𝑠∅
[ 𝐿𝑎 ] = √3 [ 𝐿+ − ] (3)
𝐼𝐿𝑏 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛∅+ − 𝐼𝐿 𝑠𝑒𝑛∅−
Adotando =/4 – ϕ- e adicionando as componentes de carga d e q, obtém-se o
valor de pico:
√3
𝐼𝐿𝑑 + 𝐼𝐿𝑞 = 2 3 𝐼𝐿+ 𝑠𝑒𝑛(∅+ + ∅− ) (4)
Outra função do ESP é fornecer ao PLL digital um sinal de rastreamento, que
retoma a tensão trifásica da rede, ou apenas duas das fases, quando da perda de uma das
fases. Desta forma, componentes bifásicos da corrente de carga podem ser expressas
como:
𝐼𝐿𝛼 2 −1 1 𝐼𝐿𝑎
1
𝐼
[ 𝐿𝛽 ] = [0 2√3 −2√3] [𝐼𝐿𝑏 ] (5)
3
𝐼𝐿𝛾 1 1 1 𝐼𝐿𝑐
Onde:
ILα; ILβ = são as componentes de correntes ortogonais no plano αβ;
ILγ = componente homopolar;
ILa, ILb, ILc = Correntes de fase a, b e c da carga.
593
e combinando (5) com (6), e considerando ILγ=0, resulta em:
𝐼𝐿𝛼 3 0 0 𝐼𝐿𝑎
1
[ 𝐼𝐿𝛽 ] = 3 [0 √3 2√3] [𝐼𝐿𝑏 ] (7)
𝐼𝐿𝛾 0 0 0 𝐼𝐿𝑐
Se isolar ILβ em (7), obtém-se:
√3
𝐼𝐿𝛽 = (𝐼𝐿𝑏 + 2𝐼𝐿𝑐 ) (8)
3
Desta forma, se houver uma falha na fase “a” não haverá nenhum efeito para o
sistema, pois independe dessa corrente. E se a falha ocorrer na fase “b” as correntes
remanescentes “a” e “c” mantem a sincronização com a rede, conforme combinação de
(6) e (8):
√3
𝐼𝐿𝛽 = (−𝐼𝐿𝑎 + 𝐼𝐿𝑐 ) (9)
3
Assim como, se a corrente da fase “c” estiver ausente, as correntes “a” e “b”
mantêm a sincronização com a rede, combinando (6) e (9), resulta em:
√3
𝐼𝐿𝛽 = − (2𝐼𝐿𝑎 + 𝐼𝐿𝑏 ) (10)
3
𝐼𝐿𝑞1 = 0
{ 𝐼𝐿+ 𝑅𝑖𝑛 (11)
𝐼𝐿𝑑1 =
𝑉0
594
𝑖𝐿𝑎1 = 𝐼𝐿𝑑1 sin 𝑤𝑡
{𝑖𝐿𝑏1 = 𝐼𝐿𝑑1 sin(𝑤𝑡 − 120𝑜 ) (12)
𝑖𝐿𝑐1 = 𝐼𝐿𝑑1 sin(𝑤𝑡 + 120𝑜 )
O controlador de potência ativo é útil em caso de queda de uma fase, para manter
a mesma potência na carga, antes e depois da falha, ou em operação normal, para lidar
com o potência de carga. Do lado CA, Fig. 1 (a), a potência instantânea pode ser definida
como:
𝑃 = 𝑝̅ + 𝑝
{ (14)
𝑄 = 𝑞̅ + 𝑞
Onde:
P;Q = Potência ativa e reativa instantânea;
p; q = componentes potência ativa e reativa CA;
𝑝;
̅ 𝑞̅= componentes potência ativa e reativa DC;
Logo, o controlador de potência do lado DC é representado por:
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
595
T0=50,0ms, e em seguida a ocorrência de uma falta de fase “a” no tempo T 1=140ms até
o tempo T2=250ms.
A Figura 4 mostra as tensões e correntes na carga durante a partida, onde observa-
se uma transição suave, sem sobre-picos. Além disso, pode-se observar a continuidade
da tensão e a corrente da carga antes e depois da partida, seus valores são praticamente
os mesmos.
T0
Figura 4 - Transitório de partida do sistema em T0=50ms. Sup: Tensão de carga
(100V/div). Inf: Corrente de carga (5ª/div).
596
T1 T2
Figura 6 - Transitório de carga. A fase a é retirada em T1=140ms e recolocada
em T2=250ms. Sup.: Potência ativa instantânea p (1kW/div). Seg.: Potência reativa
instantânea q (500Var/div). Terc.: Corrente de carga (5ª/div). Inf.: Tensão de carga
(100V/div). Hor.: 20ms/div.
T0 T1 T2
Figura 7 - Comportamento da frequência angular durante o transitório de carga.
Sup: Frequência angular de referência (*) e frequência angular do VCO (0) -
(0,873rad/div). Inf. Tensões de carga (100V/div). Hor.: 50ms/div.
597
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Lock, A. S.; da Silva, E. R. C., & Elbuluk, M. E. One Cycle-Control method for obtaining
discontinuous PWM strategies to control a three-phase rectifier. In Industry Applications
(INDUSCON), 9th IEEE/IAS International Conference on, pp.1-6, 2010.
Lock, A. S.; Salazar, A. O.; Neto, J. T. C. Design and operation of an OCC-based scheme for a
stand-alone PV system powering DC loads. IET Renewable Power Generation. Vol. 13 Iss. 12,
pp. 2123-2136, 2019.
Santos-Martin, D., Rodriguez-Amenedo, J.L., Arnalte, S.Direct Power control applied to doubly
fed induction generator under unbalanced grid voltage conditions, IEEE Trans. Power Electron.,
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Shang, L., Sun, D., Hu, J. Predictive direct power control of grid connected voltage-sourced
converters under unbalanced grid voltage conditions. Int. Conf. on Electrical Machines and
Systems, IECMS’09, pp. 1–5, 2009.
Villalva, M. G.; Gazoli, J. R. Energia Solar Fotovoltaica. 1.ed. São Paulo: Érica Ltda, 2013.
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Zhi, D., Xu, L.Improved direct power control of grid- connected DC–AC converters. IEEE
Trans. Power Electron, 24, (5), pp. 1280–1292, 2009.
598
DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA
ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM UM PRÉDIO DA UFSCar-
SOROCABA
RESUMO: Das diferentes fontes de energia utilizadas pelo homem, àquelas advindas de
recursos não renováveis são extensivamente exploradas em todo o planeta, exigindo ações
que combatam a potencial escassez futura destes recursos, que se não geridos
adequadamente, deverão se tornar insuficientes para atender a demanda mundial,
podendo acarretar em conflitos e privações principalmente às pessoas de classes sociais
mais baixas. Sendo assim, tecnologias e fontes de energias renováveis aparecem como
alternativas dentro do setor energético, com destaque para a fonte solar. Diante disso, este
projeto consiste no dimensionamento e estudo avaliativo acerca da viabilidade técnica e
econômica da implementação de um sistema fotovoltaico capaz de suprir a demanda
energética de um determinado prédio do campus da UFSCar-Sorocaba. Para dimensionar
o sistema foram adotados dois métodos: utilização de planilhas e simulação feita no
software PVsyst. A análise econômica se deu pelo cálculo de índices como VPL, TIR e
Payback Descontado. Os resultados obtidos propõem um sistema composto por cerca de
128 painéis com aproximadamente 42 kW de potência instalada, ocupando cerca de 248
m² de área. Isto demanda um investimento inicial de aproximadamente 115 mil reais.
Uma vez que o sistema projetado atende à demanda energética do prédio, ocupando uma
área menor do que a disponibilizada para a instalação das placas, com um VPL positivo,
TIR acima da TMA e um payback estimado de 2,9 anos, prazo considerado aceitável para
a recuperação do investimento, a instalação do sistema se mostra técnica e
economicamente viável.
Palavras-chave: Energia Renovável, Painel Solar, Viabilidade.
599
DIMENSIONING A PHOTOVOLTAIC SYSTEM FOR ELETRIC POWER
SUPPLY IN A BUILDING AT UFSCAR-SOROCABA
ABSTRACT: From different energy sources used by human being, the non-renewables
are extensively explored all over the planet, requiring actions to avoid the potential future
scarcity from those resources, which, if not properly managed, might become insufficient
to attend the world demand and may lead to new conflicts and privations, especially for
people from lower social class. Thus, technologies and some renewable energy sources
seems as alternatives on energetic sector, highlighting the solar source. Facing that, this
project consists of dimensioning and evaluating technical and economic viability from
the implementing of the photovoltaic system designed to feed the electricity demand of a
building from UFSCar-Sorocaba campus. To scale the system, two methods were
adopted: use of spreadsheets and simulation using the PVsyst software. The economic
analysis was done by calculating indexes such as NPV, IRR and Discounted Payback.
The results obtained propose a system composed of about 128 panels with approximately
42 kW of installed power, occupying about 248 m² of area. This requires an initial
investment of approximately R$115.000,00. Once the projected system meets the energy
demand of the building, occupying an area smaller than that available for the installation
of the plates, with a positive NPV, IRR above the TMA and an estimated payback of 2.9
years, a period considered acceptable for recovery of investment, the installation of the
system proves to be technically and economically viable.
Keywords: Renewable Energy, Solar Panel, Viability.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Onde:
De = Demanda Energética Média do Edifício (kWh/dia);
Tun = Tempo de Uso Diário Estimado da Sala “n” (h);
Qxn = Quantidade dos Equipamentos “x” Instalados na Sala “n”;
Puxn = Potência Unitária do Equipamento “x” Instalado na Sala “n” (W).
𝑃𝐹𝑐
𝑄𝑚 = (3)
𝑃𝑚
𝑃𝑛 = 𝑄𝑚 × 𝑃𝑚 (4)
𝐴 = 𝐿𝑚 × 𝐶𝑚 × 𝑄𝑚 (6)
Onde:
A = Área Ocupada Pelo Sistema (m²) Cm = Comprimento Módulo Fotovoltaico (m)
Lm = Largura Módulo Fotovoltaico (m) Qm = Quantidade Módulos Fotovoltaicos
602
Devido ao seu ângulo de inclinação, o módulo acaba ocupando um espaço menor
que seu comprimento. Ainda assim, o uso da área total do módulo na Equação 6, visa
compensar outros espaços que deverão ser ocupados pelos suportes dos módulos e outros
fatores não inclusos neste cálculo.
Para a modelagem feita no software PVsyst foram utilizadas informações do local
levantadas anteriormente, bem como o resultado da Equação 4. Por não deter a licença
do software, a simulação foi feita pelo modo demo, utilizando componentes genéricos
que adotam valores padrão para algumas das características que se distinguem conforme
as marcas e modelos existentes.
Após simulação dos resultados, foi desenvolvida no próprio software uma
representação gráfica do sistema disposto no telhado do edifício. Finalmente, os
resultados obtidos pelos dois métodos de dimensionamento adotados foram comparados
a fim de se estabelecer algum nível de coesão e assertividade dos mesmos.
Por fim, a Análise Econômica foi feita utilizando planilhas em Excel. Consultando
catálogos de preços, optou-se por adotar um kit completo em vez de componentes
separados devido à economia de escala observada. Para obter o investimento inicial total,
somaram-se os custos do transporte e instalação destes estimados em 10% do valor total
dos componentes. O horizonte de tempo considerado para a análise feita contempla quatro
anos a partir da data da realização do investimento.
Os índices médios dos próximos quatro anos projetados para a Inflação e Taxa
Selic, que representa a Taxa Mínima de Atratividade do projeto, foram levantados
baseando-se nas estimativas para o período apresentadas pelo Banco Central (2019).
Com os dados preliminares levantados, foi obtido o Fluxo de Caixa Operacional
(FCO) do primeiro ano por meio da Equação 7, que será apresentada adiante. Para os anos
subsequentes, multiplicou-se o FCO do ano anterior por 0,995 em função da perda anual
de 0,5% da eficiência dos painéis, apontada por CRESESB (2014). Não foram
considerados eventuais gastos com a manutenção do sistema.
Utilizando a Equação 8 calculou-se o Valor Presente, utilizado para obtenção do
VPL conforme Equação 9, além de outros dois índices que mensuram a viabilidade
econômica do investimento em questão: TIR e Payback Descontado, que por sua vez,
foram obtidos através da aplicação de funções disponibilizadas nas planilhas.
𝐹𝐶𝑂𝑛
𝑉𝑃𝑛 = [(1+𝑇𝑀𝐴)𝑛] (8)
Onde:
FCO = Fluxo de Caixa Operacional (R$) n = Ano da Projeção (Entre 1 e 4)
CMe = Custo Médio da Energia (R$/kWh) VP = Valor Presente (R$)
IMp = Inflação Média Projetada (%) VPL = Valor Presente Líquido (R$)
TMA = Taxa Média de Atratividade (%) II = Investimento Inicial Realizado (R$)
603
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
604
Tabela 1 – Informações referentes ao local de estudo.
Dados do Local Valor
Latitude 23° 34’ 55’’ Sul
Longitude 47° 31’ 33’’ Oeste
Ângulo ideal de inclinação das placas 28°
Área total do telhado 661,8 m²
Área útil do telhado 582 m²
HSP Média 5,03 h/dia
Demanda energética média 168,6 kWh/dia
Fator de perdas do sistema 80%
Custo médio kWh consumido R$ 0,53/kWh
Fonte: Google Earth e arquivos do campus (2019).
605
Figura 3: Representação gráfica do telhado do prédio com os módulos instalados.
606
Uma vez que os índices de desempenho econômico tiveram todos resultados
favoráveis, com o VPL acima de zero, a TIR acima da TMA e o Payback Descontado
dentro de um prazo inferior aos 4 anos previstos, a aplicação do projeto se mostra viável
também pelo aspecto econômico. Optou-se por utilizar os parâmetros calculados via
planilha, tendo em vista o maior retorno econômico obtido em razão da quantidade
excedente de energia gerada.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Cari, E. P. T.; Lemes, F. Curso de Energia Solar Fotovoltaica USP: módulo I. 80p. Escola de
engenharia de São Carlos – EESC USP. São Carlos. Abril de 2019.
CRESESB. Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio de Janeiro, março de 2014.
530p.
Ferreira, A. et al. Economic overview of the use and production of photovoltaic solar energy in
Brazil. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 81, 181-191, 2018.
607
GEI (Global Electricity Initiative). 2014 Report. Reino Unido. 2014. 54p.
Kruger, S.A., et al. Congresso Brasileiro de Custos, XXV, 2018. Vitória, ES, Brasil. Análise da
viabilidade do retorno econômico-financeiro das atividades leiteira e avícola. 2018. 16p.
608
ELECTROMAGNETIC SOLAR RADIATION CONVERSION USING
RECTIFYING ANTENNAS RECTENNA: A CRITERION FOR TYPOLOGY
OPTIMIZATION OF BOW-TIE, DIPOLE, SPIRAL, LOG-PERIODIC AND
MEANDER
ABSTRACT: This paper presents the establishment of a simple criterion for the
nanoantenna design. The motivation for this research is to propose a design guideline to
planar nanoantennas that could be applied to Rectenna devices. Due to the efficiency
limits of solar cells, other solar energy converting technologies are becoming increasingly
attractive. One of this promising device is the Rectifier-Antenna or Rectenna. It consists
of a nanoantenna, it must operate in the Infra-Red spectra of solar radiation, with an
embedded rectifier and filter. In this work, four types of nanoantennas are simulated:
dipole, bowtie, spiral, log-periodic and Meander. Attempting to circumvent the lack of
criterion for planar nanoantennas for application in Rectenna systems, the criterion here
established is to maintain the total dimensions equal for all types of nanoantennas as
stated by Wheeler. The gain established by Harrington is compared to the simulated ones.
The results dictate that it is a reasonable criterion to obtain, at first order, the best
nanoantenna candidates.
Keywords: Bowtie, dipole, log-periodic, nanoantennas, rectenna, spiral, meander.
1. INTRODUCTION
The main objective of this research work is to establish criterion for comparison
purposes among different topologies of nanoantennas intended to be applied in Rectenna
a solar energy absorbing device.
According to Sabaawi; Tsimenidis; Brayan (2013), an alternative solar energy
converter concept is the Rectenna device, which has achieved very high efficiencies at
microwave frequencies, while at terahertz frequencies, it has been speculated that
efficiencies exceeding the Shockley–Queisser limit are achievable (GARRET; SACHIT,
2013). Rectenna is a receiver for wireless power transmission, is now increasingly
researched as a means of harvesting solar radiation, Figure 1. Tapping into the growing
photovoltaic market, the attraction of the Rectenna concept is the potential for devices
that, in theory, are not limited in efficiency by the Shockley–Queisser limit (33,7%).
609
Figure 30 - Schematic model of a solar Rectenna
According to Abdallah (2015) for this research the first step is to use the Wheeler
(1947) relation is often expressed as:
ka < 1 (1)
k is equal 2π/λ (radians/meter);
λ is the free space wavelength (meters);
a the radius of a sphere enclosing the maximum dimension of the antenna (meters).
a = λ/8.583 (3)
Where the λ is calculated for the central frequency of the above mentioned range.
The classical candidates for Rectenna are: dipole, bowtie, spiral and log-periodic,
Meander (GONZÁLEZ AND BOREMAN, 2005)
For comparison purposes, the antennas are simulated with maximum dimension
equal to λ/8.583. The various Rectenna formats are shown in Figure 3.
610
Figure 31 - The Wheeler’s sphere radius “a”
2. RESULTS
The radiation pattern of the various antennas are shown in Figure 4 to 7, and the
tuning characteristics, f0, BW is depicted in Figure 8.
The antennas were previously optimized in gain for simulations but keeping the
constraint of radius equal “a”.
All the antennas have 10nm metal thickness.
611
Figure 33 - Radiation Pattern for the Dipole nanoantenna
612
Figure 36 - Radiation Pattern of the Spiral nanoantenna. Source: Bancroft (2002)
613
Figure 38 - The simulated return loss response for the nanoantennas.
Practically all the antennas were tuned the around the near infra-red band (0.7 -
1.0um), As can be noted in fig. 4 to 8 all the simulated nanoantennas has no substrate or
ground planes.
ACKNOWLEDGEMENT
REFERENCES
Sabaawi, A. M.; Tsimenidis, C. C.; Brayan, S. Analysis and modeling of infrared solar
rectennas. IEEE Journal of Selected Topics in Quantum Electronics, vol. 19.3, 2013.
Garret, M.; Sachit, G. Rectenna solar cells, New York: Springer, 2013 Sep 16.
614
Wheeler, H. A. Fundamental limitations of small antennas. Proceedings of the IRE 35.12, pp.
1479-1484., 1947.
615
ESTUDO DA PERFORMANCE DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO
CONECTADO À REDE ELÉTRICA
Thales Prini Franchi1, Thiago Prini Franchi1, Joel Rocha Pinto1, Heverton Bacca
Sanches1, Alessandro Bogila1, Denis Borg1
1
Centro Universitário Facens
E-mail: thales.prini@facens.br
616
PERFORMANCE STUDY OF A PHOTOVOLTAIC ON-GRID SYSTEM
ABSTRACT: The present paper claims to present a comparative study of the electric
energy produced by the photovoltaic panels connected to a 12,5 kW photovoltaic inverter
which is installed at the photovoltaic micro plant at Facens University Center Campus.
This study involves a detailed description of the performance analysis of the system and
the mathematical evaluation through the performance index calculus, global performance,
and capacity factor of the installation. The micro plant cited is connected to the local
energy provider and has an installed power of 64 kW distributed on 4 photovoltaic
inverters. To realize this study, it was chosen the 12,5 kW inverter, which consists of a
tracker system, which has a peak power module group of 10.29 kW. The realized study
explores the data of a 3 years range that started on January 1st, 2017, ending on December
31th, 2019. Through the location survey of the installation, the radiation data, and the
electrical energy production data from the photovoltaic inverter it is possible to estimate
the electrical energy production, the productivity index, and the monthly and annual
global performance for each step of the subsystem. This paper verified that the index of
average annual productivity of the tracker system is over 126 kWh/kWp and the average
annual performance is over 90%, therefore exhibiting that the system is working
in accordance with the provisions and providing saving for the institution.
Keywords: Photovoltaic inverter, solar energy, on-grid system, electric network.
1. INTRODUÇÃO
Onde:
YF = Índice de produtividade (kWh/kWp);
Eg = Energia gerada pelo sistema fotovoltaico (kWh);
Pi = Potência instalada do sistema fotovoltaico (kWp).
Onde:
PR = Rendimento global (%);
Eg = Energia gerada pelo sistema fotovoltaico (kWh);
Ee = Energia Estimada (kWh).
𝐸𝑒 = 𝑅. 𝐴. 𝑁. 𝜂𝑚 . 𝜂𝑖 . 𝑛𝑑𝑖𝑎𝑠 (3)
Onde:
Ee = Energia estimada (kWh);
R = Índice de radiação solar (kWh/m².dia);
A = Área dos módulos fotovoltaicos (m²);
N = Número de módulos fotovoltaicos;
𝜂𝑚 = Eficiência dos módulos fotovoltaicos;
𝜂𝑖 = Rendimento do inversor fotovoltaico;
𝑛𝑑𝑖𝑎 = Número de dias referente ao mês em análise.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
.
Figura 1 – Micro usina fotovoltaica do Centro Universitário Facens.
619
Figura 2 – Sistema rastreador fotovoltaico.
621
Tabela 3 – Dados de comparação anual de geração de energia elétrica do
sistema fotovoltaico.
Mês 2017 2018 2019
(kWh) (kWh) (kWh) 2017 (%) 2018 (%) 2019 (%)
Jan 1301,27 1421,06 1666,77 75,27 82,19 96,41
Fev 1524,46 1386,35 1191,81 94,21 85,68 73,66
Mar 1445,69 1400,92 1079,34 93,04 90,16 69,46
Abr 1012,37 1276,56 1088,01 75,53 95,24 81,17
Mai 1039,2 1240,96 976,6 91,82 109,65 86,29
Jun 999,31 902,6 1010,72 98,30 88,79 99,42
Jul 1267,75 1218,58 1173,67 117,20 112,65 108,50
Ago 1195,23 1184,33 1309,47 86,10 85,32 94,33
Set 1646,28 1250,77 1207,86 117,52 89,29 86,22
Out 1333,63 1170,66 1611,23 81,87 71,87 98,92
Nov 1612,11 1469,03 1385,4 94,98 86,55 81,62
Dez 1478,04 1858,7 1370,42 77,37 97,30 71,74
Total 15855,34 15780,52 15071,3 90,62 90,19 86,14
Média 91,83 91,14 87,22
622
Com os dados de geração da energia elétrica do sistema fotovoltaico (Tabela 3) e
da estimativa da geração da energia (Tabela 2) determinou-se, conforme (2) o rendimento
global do sistema rastreador solar, como se pode visualizar pela Tabela 5.
623
Elaborou-se a média aritmética referente aos três anos de funcionamento do
sistema fotovoltaico rastreador solar da porcentagem de geração da energia elétrica, do
índice de produtividade, do rendimento global e do fator de capacidade da instalação
obtendo-se os dados representados pela Tabela 7.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. CONCLUSÃO
624
fotovoltaicos sofrem depreciações em seus rendimentos conforme preconizados pelos
seus fabricantes.
Em suma, a instalação fotovoltaica do rastreador solar do Centro Universitário
Facens está funcionando conforme o esperado.
REFERÊNCIAS
Portal Solar. Cresce procura por energia solar fotovoltaica no Brasil. 2019. Disponível em:
https://www.portalsolar.com.br/blog-solar/energia-solar/cresce-procura-por-energia-solar-
fotovoltaica-no-brasil.html. Acessado em: 24/02/2020.
625
ESTUDO DE MÉTODOS DE RASTREAMENTO DE PONTO DE MÁXIMA
POTÊNCIA EM MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Kleber Carneiro de Oliveira1, Alanna Rosa Lisboa Bezerra de Araujo 2, João Marcelo
Dias Ferreira2
1
Universidade Federal da Paraíba, 2UFPB
Email: kleber.oliveira@cear.ufpb.br
626
STUDY OF MAXIMUM POWER POINT TRACKING METHODS IN
PHOTOVOLTAIC MODULES
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
628
Figura 1 – Fluxograma da Técnica P&O.
𝑑𝑃/𝑑𝑉 = 0 (1)
Sabendo que P =V.I, pode-se substituir essa relação na Eq. 1, desta forma:
629
Figura 2 – Fluxograma da Técnica Condutância Incremental.
Essa relação de linearidade é feita a partir de uma constante k1, uma constante de
proporcionalidade que varia de 0,78 a 0,92 (ESRAM; CHAPMAN, 2007). O maior
obstáculo para a utilização dessa técnica, é a necessidade para provocar o curto-circuito
do sistema, a fim de mensurar ISC, ocasionando perdas. Outra desvantagem apresentada,
630
é a escolha de k1, a precisão do sistema para obter a melhor corrente de operação acaba
sendo ineficiente, pois o sistema está sujeito a diversas condições climáticas (KARAMI
et al, 2017).
Um método similar é o método da Tensão Constante, que faz o rastreamento do
PMP através de uma aproximação linear da tensão, através da relação da tensão de
circuito aberto (Voc) e da tensão do PMP (VMPP). Essa relação de linearidade é feita a
partir de uma constante k2 (constante que varia de 0,73 a 0,80), mostrada na Eq. (4)
(KARAMI et al, 2017).
Pode-se observar que existem alguns métodos MPPT disponíveis aos usuários de
sistemas fotovoltaicos, cada um com suas vantagens e desvantagens. Dessa forma, torna-
se difícil a escolha da técnica que melhor se adapte as necessidades de aplicação do
usuário (KARIMI et al, 2017). Os principais aspectos a serem levados em consideração
para a escolha de uma técnica MPPT são: grau de dificuldade de implementação, número
de sensores utilizados, ocorrência de ponto de máxima local, custos e aplicações
(ESRAM; CHAPMAN, 2007).
Como o rastreamento do ponto de máxima potência é parte essencial de um
sistema fotovoltaico, pois o mesmo garante que a máxima eficiência do sistema seja
alcançada, foram estudados ao longo deste trabalho os métodos on-line de Perturba e
Observa (P&O) e Condutância Incremental (CI) e dentre as métodos off-line, foram
estudadas as técnicas de Gradiente de Temperatura e Tensão Constante. Os métodos
foram implementados e simulados na plataforma MATLAB/Simulink® e foram
aplicadas variações nas condições ambientais de entrada (irradiância e temperatura), a
fim de avaliar a eficiência de cada método, uma curva com potência fixa nas condições
padrões foi simulada, bem como avaliar a resposta dinâmica com uma curva em que é
possível mudança de irradiância de forma instantânea. Neste trabalho apenas a mudança
de irradiância foi considerada uma vez que acontecem mais rapidamente quando
comparado a temperatura.
631
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fim de avaliar qual método apresenta um maior rendimento para uma aplicação
STC, calculou-se a eficiência da técnica MPPT (η), que é definida pela razão entre a
potência de saída do painel fotovoltaico (P) medida e a potência máxima do painel
fotovoltaico Pmax em STC encontrada nos dados de placa, de acordo com a Eq.(5):
𝜂 = 𝑃/𝑃𝑚𝑎𝑥 (5)
632
Figura 3 – Método Tensão Constante com Ts = 5ms e 79% de VOC.
4. CONCLUSÃO
633
Figura 5 – Método Perturba e Observa com Ts = 5ms e uma perturbação de 2V.
634
Embora os métodos citados apresentem bons resultados em regime permanente e
boa resposta dinâmica, o método IC e P&O apresentam bons resultados
independentemente do incremento e da taxa de amostragem escolhida. As técnicas
condutância incremental e P&O diminuem o problema da oscilação ao redor do MPP,
possuem boa resposta dinâmica, mas também têm dependência com seu tempo de
amostragem (Ts) e o tamanho da perturbação (ΔV).
Dessa forma as técnicas P&O e Condutância incremental foram escolhidas como
as melhores. A técnica P&O é a mais comumente utilizada e tem a maior facilidade de
implementação. Isto fez com que o método P&O, utilizado em sistemas fotovoltaicos,
seja escolhido dentre todos os outros métodos MPPT como melhor para as situações
estudadas.
REFERÊNCIAS
Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Atlas de Energia Elétrica do Brasil. 2ª Edição.
2005.
Brito, M. A., Luigi, G., Sampaio, L. P., Canesin, C. A. Avaliação das principais técnicas para
obtenção de MPPT de painéis fotovoltaicos. In: Industry Applications (INDUSCON), 2010 9th
IEEE/IAS International Conference on. IEEE, 2010. p. 1-6
Esram, Trishan; Chapman, Patrick L. Comparison of photovoltaic array maximum power point
tracking techniques. IEEE Transactions on energy conversion, v. 22, n. 2, p. 439-449, 2007.
Gupta, Ankit; Chauhan, Yogesh K.; Pachauri, Rupendra Kumar. A comparative investigation of
maximum power point tracking methods for solar PV system. Solar energy, v. 136, p. 236-253,
2016.
Karami, Nabil; Moubayed, Nazih; Outbib, Rachid. General review and classification of
different MPPT Techniques. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 68, p. 1-18, 2017.
Villalva, Marcelo Gradella; Gazoli, Jonas Rafael; Ruppert Filho, Ernesto. Modeling and circuit-
based simulation of photovoltaic arrays. In: Power Electronics Conference, 2009. COBEP'09.
Brazilian. IEEE, 2009. p. 1244-1254.
635
ESTUDO DE TANQUE DE ARMAZENAMENTO TÉRMICO SOLAR
ABSTRACT: Due to concern about recent environmental and energy problems, as well
as, the search for rational and efficient energy use, solar energy applications become
increasingly attractive. Since this energy source is intermittent, it is necessary, for
constant energy demand applications, the use of thermal storage tanks, that allows the
heated fluid use in lower irradiation periods (cloudy day and night, for example). The
storage termal solar tanks regulate the heating system temperature, providing an adequate
working fluid temperature to both, end use and solar collector. This work carries out the
study of sensitive heat thermal storage tank in transient condition. For this, a computer
simulation environment was generated in the Matlab® software. The created program
allows to analyze the fluid temperature (time and position) sensitivity as function of some
process variables such as: tank height, fluid type, thermal insulation thickness and fluid
velocity.
Keywords: Solar energy, storage tank, temperature.
1. INTRODUÇÃO
636
períodos de maior irradiação, o sistema armazene o calor e o libere durante os períodos
de fraca ou nenhuma irradiação (PELAY et al., 2017). Segundo Stutz et al. (2017), o
sistema de armazenamento de energia térmica é um dos sistemas de armazenamento de
energia mais baratos, podendo ser aplicado na produção de eletricidade, aplicações
industriais e aplicações residenciais.
Geralmente, entre um coletor solar e o tanque de armazenamento térmico é
colocado um trocador de calor. Segundo Li (2016) os mais comuns são: tubos ou bobinas
imersas no interior do tanque, trocador externo do tipo casco e tubo e manta trocadora de
calor ao redor do tanque. Segundo Han et al. (2009) o trocador externo possui melhores
propriedades de transferência térmica, é mais prática e provoca menos mistura no líquido.
Um fenômeno presente nos tanques de armazenamento de calor sensível, quando o
material de armazenamento é líquido, é a estratificação térmica.
De acordo com Li (2016), a estratificação térmica é responsável por separar água
quente, de menor densidade, da água fria, de maior densidade, com uma camada de
mistura intermediária, denominada de termoclina que possui um elevado gradiente de
temperatura, sendo que sua espessura deve ser a menor possível, caso contrário pode
deteriorar a estratificação (NELSON et al., 1999). Segundo Li (2016), quanto mais
estreita a espessura da termoclina obtém-se um maior volume de fluido quente. Segundo
Nelson et al. (1999), a estratificação em um tanque de armazenamento depende,
principalmente, do volume do tanque; do posicionamento e design das entradas e saídas;
e as vazões entrando e saindo do tanque.
De forma geral, segundo Li (2016), um tanque pode apresentar três níveis de
estratificação: altamente estratificado onde espessura da termoclina é mais estreita
havendo uma maior faixa de fluído quente e frio, nível de estratificação moderado onde
a espessura da termoclina é maior que no caso anterior e fluido totalmente misturado onde
não há estratificação. O presente trabalho trata da avaliação térmica no que diz respeito à
predição do comportamento da temperatura transiente que varia com a posição no tanque
e com o tempo transcorrido, bem como, avalia o calor perdido ao ambiente.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
637
Figura 1 – Esquema do sistema de aquecimento solar.
638
O tanque de armazenamento térmico analisado neste trabalho possui um formato
cilíndrico vertical. Para evitar perdas excessivas de calor ao ambiente foi considerada uma
camada de isolante térmico na parte externa da parede metálica do tanque. A análise
considera regime transiente e unidimensional no sentido axial.
O balanço de energia no volume de controle diferencial genérico limitado pelos
nós n e n+1 é indicado na Equação (1), onde foram desprezadas as variações de energia
cinética e potencial entre a entrada e a saída do fluido do elemento. Além disso, foram
consideradas propriedades de transporte do fluido (condutividade térmica, massa
específica, calor específico e viscosidade) constantes avaliados a uma temperatura média
entre a temperatura de entrada e saída do tanque, não foi considerado turbulência do fluido
na entrada nem na saída do tanque, não há condução de calor pelas paredes no sentido
axial. A perda de calor ao ambiente externo considera a convecção do fluido de trabalho,
a condução de calor nas paredes metálicas e no isolamento térmico e a convecção externa.
𝜕𝐸 𝜕𝑄̇ 𝜕(𝑚̇ ℎ)
= 𝑄̇ − (𝑄̇ + 𝜕𝑥 𝑑𝑥) + 𝑚̇ℎ − (𝑚̇ℎ + 𝜕𝑥 𝑑𝑥) −
𝜕𝑡
(𝑇−𝑇∞ )
1 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑2/𝑑1 ) 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑3/𝑑2) 1 𝑑𝑥 (1)
+ + +
ℎ𝑖 𝜋𝑑1 2𝜋𝑘𝑚 𝐿 2𝜋𝑘𝑖 ℎ𝑒 𝜋𝑑3
𝜕𝑇 𝜕𝑇 𝜕2𝑇
+𝑉 =𝛼 − 𝐵(𝑇 − 𝑇∞ ) (2)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝜕𝑥 2
4
𝐵= 2 1 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑2/𝑑1 ) 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑3/𝑑2) 1 (3)
𝜌𝜋𝑑1 𝐶𝑝 [ + + + ]
ℎ𝑖 𝜋𝑑1 2𝜋𝑘𝑚𝐿 2𝜋𝑘𝑖 ℎ𝑒 𝜋𝑑3
𝑽∆𝒕 𝑽∆𝒕
𝑻(𝒏,𝒕+𝟏) = 𝑻𝒏,𝒕 (𝟏 − 𝟐𝑭𝒐 − 𝑩 − ) + 𝑻(𝒏+𝟏,𝒕) (𝑭𝒐 ) + 𝑻(𝒏−𝟏,𝒕) (𝑭𝒐 + ) + 𝑩𝑻∞ (4)
∆𝒙 ∆𝒙
639
Em que, 𝐹𝑜 é o número de Fourier, expresso como:
𝜶∙∆𝒕
𝑭𝒐 = (5)
∆𝒙𝟐
𝜕𝑇 𝜕2 𝑇
= 𝛼 ∙ 𝜕𝑥 2 (6)
𝜕𝑡
𝜕𝑇 𝜕𝑇
+ 𝑉 ∙ 𝜕𝑥 = 0 (8)
𝜕𝑡
𝑉∆𝑡
𝐶𝑜 = (10)
∆𝑥
(𝑇𝑚−𝑇∞ )∆𝑥
𝑄̇ = 1 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑2/𝑑1) 𝑙𝑛𝑙𝑛 (𝑑3 /𝑑2) 1 (11)
+ + +
ℎ𝑖 𝜋𝑑1 2𝜋𝑘𝑚𝐿 2𝜋𝑘𝑖 ℎ𝑒 𝜋𝑑3
640
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
641
A Figura 3 mostra o comportamento das Equações (4) e (9), que correspondem às
equações de condução e convecção juntas e de somente convecção, respectivamente,
usando como critério de estabilidade 𝑪𝒐 = 𝟏, para as duas equações. Pode-se notar que
as equações não apresentaram diferenças visíveis, isso pode ter acontecido devido à
influência desprezível da parte condutiva. A Figura 3 mostra também o resultado de
simulação usando o método de Oppel et al., (1986), em que, por causa da utilização do
buffer tank foi usado intervalos de tempo menor, empregando ciclos de somente condução
e ciclos de convecção, se aproximando mais do intervalo de tempo utilizado no
experimento.
O número de Reynolds do experimento é de 𝑹𝒆 = 𝟓𝟔𝟏 assumindo
comportamento laminar. Alguns autores (GHADDAR et al., 1989) propõem a utilização
do parâmetro de 642ddy (ε) no termo de condução (Equação (2)), que considera a
turbulência no escoamento no interior do tanque.
Para avaliar o comportamento do modelo em situações de somente condução, foi
comparado com o trabalho de He et al. (2019), onde a água do tanque está parada (𝑽 =
𝟎). Nesse trabalho não foram fornecidos alguns dados (𝒉𝒊 , 𝒉𝒆 , 𝒆𝒎 , 𝒌𝒎 , 𝒌𝒊 ), os quais
tiveram que ser assumidos. A Tabela 2 apresenta as variáveis de entrada utilizadas para a
simulação.
642
Figura 4 – Comparação com resultado experimental para fluido estático.
Neste caso, o resultado da simulação obtidos pela Equação (4) e para o método do
Oppel et al. (1986) foram os mesmos, desta maneira a Figura 4 exibe apenas o primeiro
método.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Çengel, Y.A.; Ghajar, A.J. Transferência de calor e massa: Uma abordagem prática. 4 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2012.
Han, Y.M.; Wang, R.Z.; Dai, Y.J. Thermal stratification within the water tank. Renewable and
Sustainable Energy Reviews, v. 13, n. 5, p. 1014-1026, 2009.
He, Z.; Qian, Y.; Xu. C.; Yang, L.; Du, X. Static and dynamic thermocline evolution in the
water thermocline storage tank. Energy Procedia, v. 158, p. 4471-4476, 2019.
643
Kalogirou, S.A. Engenharia de energia solar: Processos e sistemas. 2 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2016.
Li, G. Sensible heat thermal storage energy and exergy performance evaluations. Renewable
and Sustainable Energy Reviews, v. 53, p. 897-923, 2016.
Oppel, F.J.; Ghajar, A.J.; Moretti, P.M. Computer simulation of stratified heat storage. Applied
Energy, v. 23, n. 3, p. 205-224, 1986.
Pelay, U.; Luo, L.; Fan, Y.; Stitou, D.; Rood, M. Thermal energy storage systems for
concentrated solar power plants. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 79, p. 82-100,
2017.
Stutz, B.; Le Pierres, N.; Kuznik, F.; Johannes, K.; del Barrio, E. P.; Bedecarrats, J. P.; Gibout,
S.; Marty, P.; Zalewski, L.; Soto, J.; Mazet, N.; Olives, R.; Bezian, J. J.; Minh, D. P. Storage of
thermal solar energy. Comptes Rendus Physique, v. 18, n. 7-8, p. 401-414, 2017.
644
FEASIBILITY STUDY OF IMPLEMENTING A PHOTOVOLTAIC SYSTEM
ON GRID
ABSTRACT: The ever-growing demand for electricity in modern life, the damage
caused to the environment, the imminent scarcity of the fossil fuels, urged the search for
alternatives with low greenhouse gas emission and, consequently, less environment
impacts, renewability and relatively low cost. The global scenario shows a clear tendency
and a progressive increase in investments to expand the use of renewable energy sources
in the global energy matrix. In Brazil the situation is not different, in spite of having a
large portion of the Brazilian energy matrix constituted by hydroelectric energy, there is
been a noticeable increase in investments in solar and wind energy farms, as well as, mini
and micro photovoltaic installations to provide energy for commercial and residential use.
This study addresses the feasibility of installing a photovoltaic system in a residence
located in the interior of the state of Maranhão. The project is initiated based on a study
of the characteristics of the installation site, such as solar radiation and other
environmental conditions necessary to define the inclination and orientation of the PV
panels. Subsequently, the average monthly domestic electricity consumption is analyzed
and a value of 132 kWh/month is found. Based on these data, the photovoltaic kit that
best suited the situation is selected. Finally, a study is conducted to determine the payback
period, taking into account the values of the initial investment, the amount of energy
generated annually by the photovoltaic system, considering 20% of losses, panel
degradation, tariff rate inflation and the profile of the consumer. A period of
approximately 7 years for the recovery of the initial investment is found, and at the end
of 25 years of useful life of the panels, it is possible to save up to R$ 44.269,90.
Keywords: Environmental impacts; PV system; Payback period; Renewable energy
resources; Solar energy.
1. INTRODUCTION
645
In Brazil, only in 2012, REN nº 482 came into force, where the guidelines for
the connection of micro and mini photovoltaic systems to the electricity grid and the credit
compensation system - net metering - were established (ANEEL, 2012). This fact
encouraged and increased the number of consumers wanting to generate their own energy,
and therefore resulted in decreasing prices, making the acquisition of this technology
more accessible.
This manuscript reports the results of a study to assess the economic feasibility
of installing a micro generation system of solar photovoltaic energy in a residence located
in the city of Passagem Franca, state of Maranhão.
The interest in carrying out the study in this municipality is because it is the first
author's home region and has characteristics, such as: a high potential for generating solar
energy, however few or no studies have been carried out on the feasibility of the
implementation. Another factor to be highlighted is that investment in this sector could
generate alternative income for local families and enhancing the local economy.
The procedure used to assess the proposed installation is based on Pinho and
Galdino (2014), Camargo (2017) and Villalva (2018). The authors indicated that for
determining the dimensions of the photovoltaic system connected to the electrical
network, it is necessary to determine some characteristics such as, inclination and
orientation of photovoltaic panels, availability of solar energy in the region, energy
consumption to be met, the number of photovoltaic modules and energy that the system
is capable of producing and the dimension of the inverter.
The orientation and angle of inclination of the photovoltaic panels are important
to obtain the maximum possible energy production (PASCOAL, 2016).
Panels without solar tracking devices and which are installed in regions below
the Equator should be oriented towards the geographic north in order to maximize the
incidence of solar radiation on its surface, and hence increase electricity generated. The
geographic north is found by subtracting a correction angle from the magnetic angle,
obtained by reading a compass. This correction angle, as shown in figure 1, is related to
the installation location of the system. Thus, for the state of Maranhão, the correction
angle is 21 ° (VILLALVA,2018).
646
Figure 1 - Map with correction angles to find the geographic north. Villalva (2018).
The angle of inclination should be determined based on the latitude of the region
where the photovoltaic (PV) generator will be installed. From GOOGLE MAPS, it is
found that the latitude of Passagem Franca is of 6 °. However, a value of 10 ° is admitted
to compensate for dust accumulation (PINHO and GALDINO, 2014).
8
6,326,546,06
5,67 5,585,13
6 4,784,97 4,9 4,945,065,36
4
2
0
Figure 2 - Monthly average daily solar radiation in the horizontal plane [kWh/m2.dia].
Adapted from CRESESB (2018).
647
2.4 Analysis of average monthly house consumption
The Canadian Solar (2018) Max Power CS6U-330P module was chosen due to
its recognized quality in the market. The variables of interest for use in equation 1 are:
the dimensions of the panel for calculating the area and its respective efficiency, these
values are shown in Figure 3.
The energy produced by the photovoltaic system is determined based on the solar
radiation data from the installation site, and on those provided by the manufacturer of the
selected modules, as in equation (1).
𝐸𝑝 = 𝐴 × 𝐸𝑠 × 𝜂𝑚𝑜𝑑 (1)
where:
Ep = Energy produced by the module daily in Wh;
A = Area of the photovoltaic panel in m²;
Es = Daily sunshine in kWh / m² day;
ηmod = Photovoltaic panel efficiency in %.
Applying the values from the analysis of the previous sections, the result is 1,8
kWh/day or 54 kWh/month.
The actual value produced by the modules will be less than that described by
equation 1, because of possible losses. The main losses in the photovoltaic systems
according to Galdino and Pinho (2014), Miranda (2014) are due to shading, operating
temperature, inverter efficiency, undue inclination or orientation, dirt, voltage drop in the
electrical components, both on the side of the direct current and on the side of the
alternating current, etc.
In the present work, a total value for losses of 20% was adopted. This value was
considered based on what was suggested by Miranda (2014) for photovoltaic systems
installed in Brazil, when these are in a location with good ventilation and without shading
problems. Thus, the energy produced by the photovoltaic set, considering the losses, is
43.2 kWh/month.
The degradation of the panels is another issue that must be analyzed, as over
time the efficiency of photovoltaic panels decreases and hence a reduction in the capacity
of the modules to convert solar energy into electrical energy. To calculate the rate of
degradation of the panels, it is necessary to consult the manual of the selected equipment
and check the useful life of the panel, and how much its efficiency declines over this time.
The panel manual shows that upon reaching its 25 years of useful life, there will be a 20%
decrease in efficiency. Thus, the rate of degradation will be 1.25% per year.
649
where:
Nmod = Number of modules;
Ec = Average energy consumed by the house in Wh;
Ep = Energy produced by the module daily in Wh.
According to Villalva (2018), for sizing the inverter, one should establish:
The maximum voltage of the photovoltaic module set (open circuit voltage -
VOC) must not exceed the maximum voltage at the inverter input. A safety factor
of 10% is established to avoid overloading and consequent damage to the
equipment;
The power supported by the inverter must be equal to or greater than that
generated by the photovoltaic system.
2.10 Budget
The value of the initial investment is calculated with the help of the solar
simulator, available on the website of the company Minha Casa Solar (2019). The inputs
and the obtained value are shown in figure 4.
Figure 4 - Solar Simulator: value of the initial investment based on the location and
monthly consumption of the residence. Minha Casa Solar, 2019.
650
The value shown in figure 4 is composed only of those referring to the solar
generator equipment. The other values, which correspond to the project and installation,
were obtained from an analysis with the company, which for the case presented in the
simulation of figure 4, estimated a base value of R$ 1,800.00. The company in which the
budget was requested is in the state of Minas Gerais. However, it delivers throughout
Brazil and has a network of partner companies, including in the state of Maranhão, which
are responsible for the design, installation and maintenance of the photovoltaic system,
which greatly facilitates logistics and costs.
The time when the financial investment in a project returns to the investor is
called Payback. To calculate the payback of photovoltaic systems, knowledge about
aspects such as: value in R$ of the kWh that is sold to the concessionaire (excluding
taxes), forecast of energy inflation, amount of energy produced by the system [kWh],
depreciation of the panels over the lifetime and the total initial investment, which includes
equipment, labor and project (CAMARGO, 2017). The values used in the present study
are described in table 2.
The value for the projection of the electricity tariff was adopted as 7%
(CAMARGO, 2017). While the initial price of kWh was determined by consulting the
CEMAR website (2019) and for a common residence it corresponds to the value of R$
0.63018. Table 3 shows the values obtained with the application of these variables.
651
Table 3 – Payback
ElectricTariff
Year Generation [kWh/year] Economy[R$] Cash Flow [R$]
[R$/kWh]
1 1,576.8 0.63108 995.09 -6,804.31
2 1,557.09 0.67526 1,051.43 -5,752.88
3 1,537.63 0.72252 1,110.97 -4,641.91
4 1,518.41 0.77310 1,173.88 -3,468.03
5 1,499.43 0.82722 1,240.35 -2,227.68
6 1,480.68 0.88512 1,310.59 -917.09
7 1,462.17 0.94708 1,384.80 467.71
8 1,443.90 1.01338 1,463.21 1,930.92
9 1,425.85 1.08431 1,546.07 3,476.98
10 1,408.03 1.16021 1,633.61 5,110.60
11 1,390.43 1.24143 1,726.12 6,836.71
12 1,373.04 1.32833 1,823.86 8,660.57
13 1,355.88 1.42131 1,927.13 10,587.70
14 1,338.93 1.52080 2,036.26 12,623.96
15 1,322.20 1.62726 2,151.56 14,775.52
16 1,305.67 1.74117 2,273.39 17,048.91
17 1,289.35 1.86305 2,402.12 19,451.03
18 1,273.23 1.99347 2,538.14 21,989.17
19 1,257.32 2.13301 2,681.86 24,671.04
20 1,241.60 2.28232 2,833.73 27,504.76
21 1,226.08 2.44208 2,994.19 30,498.95
22 1,210.75 2.61303 3,163.73 33,662.68
23 1,195.62 2.79594 3,342.88 37,005.56
24 1,180.67 2.99165 3,532.17 40,537.73
25 1,165.92 3.20107 3,732.18 44,26.90
Own author (2019)
The investment required to purchase and install the photovoltaic generator would
be R$ 7,799.40. This value is expected to be recovered in 7 years, and the customer will
make a profit during the other 18 years of the system's useful life. Reaching a profit of
approximately R$ 44,269.90 at the 25th year.
Something important to note about the value of the financial return is that it
should be lower than that shown in table 3, as there will be a need to carry out maintenance
and exchange of components of the photovoltaic system over the useful life period. Even
so, the return will still be satisfactory.
For the calculations performed, changes in tariff flags were not considered, due
to the high variability of their values.
652
4. CONCLUSIONS
REFERENCES
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. REN 482. Estabelece as condições gerais para
o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia
elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências. 2012.
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Geração Distribuída: micro e mini geração
distribuídas. 2015. Disponível em: https://www.aneel.gov.br/informacoes- tecnicas/-
/assetpublisher/CegkWaVJWF5E/content/geracao-distribuida-introduc1/656827?InheritRedir
ect=false&redrect=https%3A%2F%2Fwww.aneel.gov.br%2Finformacoestecncas%3Fppid%3D
101INSTANCECegkWaVJWF5E%26pplifecycle%3D0%26ppstate%3Dnormal%26ppmode%3
Dview%26ppcolid%3Dcolumn-2%26ppcolpos%3D1%26ppcolcount%3D2. Acesso em:
12/12/2019.
653
PASCOAL, M. H. F. Geração distribuída para empreendimento habitacional de interesse
social com conceitos de customização em massa. 2016. 83 p. (Trabalho de Conclusão de Curso
em Engenharia Elétrica), Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016.
PINHO, J. T.; GALDINO, M. A. Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos. Rio
de Janeiro: CEPEL, 2014.
654
SIMULAÇÃO NUMÉRICA COMPUTACIONAL DA EFICIÊNCIA TÉRMICA
DE COLETORES SOLARES PLANOS COM BASE NA INCLINAÇÃO ÓTIMA
Frederico Romagnoli Silveira Lima1, Arthur Silva Pereira1, Luís Felipe Carneiro e
Silva1
1
CEFET-MG
E-mail: arthursilvapereira97@gmail.com
RESUMO: Os sistemas de aquecimento de água por meio da energia solar são utilizados
no Brasil para fins domésticos, devido ao baixo custo de operação e manutenção durante
seu ciclo de vida. Todavia, o investimento inicial em equipamentos e instalações de
aquecimento de água é relativamente alto quando comparado aos sistemas convencionais.
Além disso, os parâmetros de instalação recomendados por fabricantes e pelo INMETRO
podem não ser os que garantem maior desempenho energético do coletor, por serem dados
de valores médios obtidos e baseados muito mais em dados empíricos do que em realistas
científicos. Portanto, este trabalho a partir de um estudo da influência de parâmetros como
inclinação e orientação do coletor, área de placa coletora, estações do ano, características
locais sobre a eficiência térmica de um coletor solar plano para Belo Horizonte, a fim de
se obter os parâmetros que garantem o maior desempenho energético do equipamento;
assim, utilizou-se de uma simulação numérica em longo prazo em regime transiente pelo
software TRNSYS. Por meio dos resultados obtidos foi possível verificar que, entre os
estudos de caso analisados, o sistema de aquecimento com maior custo benefício possuí
um investimento inicial médio-alto (4m² de placa coletora), devido a uma proporção mais
interessante da função energia útil produzida pelo coletor/custo total do sistema, o que
resultou num payback de 3 anos e 2 meses para o consumidor. Contudo, um investimento
menor analisado (placa coletora de 2m²) também apresentou um bom custo benefício,
com um payback de 4 anos e 5 meses.
Palavras-chave: TRNSYS, Desempenho Energético, Energia Solar;
655
STUDY OF STRATEGIES TO OBTAIN EFFICIENCYMAXIMUM THERMAL
OF FLAT SOLAR COLLECTORS IN RESIDENCES OF BELO HORIZONTE
Abstract: Water heating systems using solar energy are used in Brazil for domestic
purposes, due to the low cost of operation and maintenance during their life cycle.
However, the initial investment in water heating equipment and installations is relatively
high when compared to conventional systems. In addition, the installation parameters
recommended by manufacturers and by INMETRO may not be the ones that guarantee
the greatest energy performance of the collector, since they are data of average values
obtained and based much more on empirical data than on scientific realists. Therefore,
this work based on a study of the influence of parameters such as inclination and
orientation of the collector, collector plate area, seasons, local characteristics on the
thermal efficiency of a flat solar collector for Belo Horizonte, in order to obtain the
parameters that guarantee the highest energy performance of the equipment; thus, a long-
term numerical simulation was used in a transient regime by the TRNSYS software.
Through the results obtained it was possible to verify that, among the analyzed case
studies, the heating system with the highest cost benefit has an initial medium-high
investment (4m² of collector plate), due to a more interesting proportion of the useful
energy function produced by the collector / total cost of the system, which resulted in a
payback of 3 years and 2 months for the consumer. However, a smaller investment
analyzed (collecting plate of 2m²) also showed a good cost benefit, with a payback of 4
years and 5 months.
Keywords: TRNSYS, Energy Performance, Solar Energy;
1. INTRODUÇÃO
A energia solar é uma fonte de energia renovável muito interessante, uma vez que
tem um grande potencial de utilização no país e é também uma fonte de energia limpa,
inesgotável e renovável. No entanto, o maior obstáculo ao uso da energia solar é o
investimento inicial em equipamentos e instalações, que é relativamente alto quando
comparado aos sistemas convencionais. Contudo seu custo de operação e manutenção é
muito baixo durante todo seu ciclo de vida e, por esse motivo, os sistemas de aquecimento
de água através da energia solar são amplamente utilizados no Brasil para fins domésticos
em residências familiares.
Esses sistemas de aquecimento de água, no entanto, são geralmente
dimensionados de acordo com as tabelas fornecidas pelos fabricantes, que mostram o
número de placas necessárias com base no tamanho da família e no número de saídas de
água quente. Este dimensionamento é baseado muito mais em dados empíricos do que em
dados realistas científicos. Além disso, os parâmetros recomendados pelo INMETRO e
de fabricantes para a instalação de um coletor solar são apenas valores médios de dados
obtidos e, portanto, são uma estimativa e não o os que garantem maior eficiência térmica;
os mesmos também variam muito devido a questões meteorológicas, condições climáticas
e épocas do ano.
Por essa razão, é proposto um estudo da influência de parâmetros como a
inclinação e orientação do coletor, área de placa coletora, as estações do ano,
características locais (azimute, radiação disponível, temperaturas ambientais) e do
656
sistema (quantidade de água a ser aquecida, temperatura de armazenamento) sobre a
eficiência térmica de um coletor solar plano para a cidade de Belo Horizonte, a fim de
determinar se os parâmetros atuais recomendados à instalação de um coletor solar são os
que proporcionam uma eficiência térmica máxima através da simulação dinâmica usando
o software TRNSYS.
A relevância do estudo está ligada principalmente em comparar esses parâmetros
atuais recomendados pelo INMETRO e de fabricantes com os obtidos através do
software, a fim de evidenciar possíveis divergências destes como também melhorias que
podem ser feitas para o melhor desempenho energético do coletor.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O modelo utilizado é baseado no modelo desenvolvido por Lima (2003) onde foi
realizada a simulação de sistema de aquecimento solar utilizando o TRNSYS. Com base
nesse modelo validado são desenvolvidas análises de de estudos de caso variando-se
parâmetros base como a área da placa coletora, inclinação do coletor e volume do
reservatório térmico, a fim de descobrir disposição dos parâmetros que proporcionam o
maior desempenho energético para instalação de um coletor solar numa residência de
Belo Horizonte. Em seguida serão comparados os resultados obtidos do modelo validado
com os valores recomendados por fabricantes e pelo INMETRO e, como conclusão, uma
análise da relação custo benefício do modelo validado para determinar a economia de
energia total em comparação com modelos recomendados de fabricantes de coletores
O modelo de aquecimento de água por circulação natural, ou termossifão, e está
mostrado na Figura 1. O programa TRNSYS consiste em várias sub-rotinas escritas em
FORTRAN que modelam partes de sistemas térmicos e por isso foi necessário a
identificação das partes que formam o sistema de aquecimento. Uma vez identificados os
componentes do sistema e a descrição matemática de cada componente disponível,
construiu-se um fluxograma de informação para o sistema. Cada componente é
representado por uma caixa que requer um número de parâmetros constantes, dados de
entrada dependentes do tempo de simulação e produz dados de saída dependentes do
tempo de simulação. Um dado de saída de um componente pode ser usado como dado de
entrada para qualquer outro (ou outros) componente(s). Enfim, o diagrama de fluxo de
informação mostra como todo o sistema está interconectado.
657
Figura 1 -Types do Modelo – TRNSYS
658
Tabela 2 - Estudo de Caso N° 2
Área da Placa Coletora [m²] 4
Volume do Reservatório Térmico [L] 200
Inclinações da Placa Coletora Consideradas [°] 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45
Tset [C°] 50
Investimento Inicial Total [R$] 10.000,00
Valor da Tarifa[kWh] 0,8511
Gasto Mensal com Energia Elétrica Médio[kWh] 330
Fonte: Elaboração própria.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caso N° 1 Caso N° 2
Inclinação da Placa Coletora [°]
Energia Útil [kJ] Energia Útil [kJ]
15 6.731.338,20 13.201.322,39
20 (Ótima) 6.733.321,66 13.207.108,36
25 6.732.010,02 13.205.354,81
30 (INMETRO) 6.728.804,75 13.199.662,46
35 6.724.831,57 13.192.483,98
40 6.721.111,51 13.185.480,64
45 6.718.152,51 13.179.970,03
Fonte: Elaboração própria
659
verificar se o intervalo entre as variações das inclinações ótimas durante os meses ano é
relevante me relação à eficiência do coletor, como também comparar o ganho energético
anual otimizado (ângulo de 20°) com o anual total com os meses otimizados
individualmente.
Nas Figuras 5 e 6 são apresentados os resultados para as inclinações ótimas do
coletor e a respectivas energias úteis mensais produzidas pelo sistema de aquecimento
solar para os estudos de caso n°1 e n°2.
660
Analisando os resultados apresentados por meio das figuras 5 e 6, pode-se
perceber a inclinação ótima da placa coletora nos meses de inverno é menor quando
comparados aos meses de verão, assim como a eficiência energética, e, portanto, a análise
contraria a recomendação dada pelo INMETRO (de que deve-se aumentar a inclinação
nesse período). Isso acontece, pois nos períodos de inverno, como a irradiação solar é
menor, o coletor tende a absorver a maior quantidade de energia útil em torno do meio
dia, quando o sol está perpendicular logo acima do coletor; portanto, o coletor estando o
mais próximo ao plano (0°) é mais eficiente energeticamente. No entanto, como no verão
há uma maior disponibilidade solar ao longo do dia, o coletor tende a ter uma inclinação
levemente maior para poder absorver uma parte maior a irradiação solar variante no dia
como um todo. Para o cálculo e análise do retorno estimado de investimento no sistema
de aquecimento solar dos estudos de caso n°1 e n°2 serão levados em consideração os
dados das tabelas 3 e 4 como também os valores de energia útil anual do coletor com
inclinação ótima de 20°. O cálculo do retorno do investimento no sistema de aquecimento
pode ser calculado por meio da Equação 1.
Retorno de Investimento (ano) = Investimento/ Energia Gerada(ano) x Valor da Tarifa
(1)
4. CONCLUSÃO
661
reservatório térmico disponível no mercado brasileiro para sistemas de aquecimento com
energia solar. Com o programa computacional de otimização foi possível avaliar
variações de resultados de acordo com diversificação de especificações técnicas possíveis
para sistemas de aquecimento de água com energia solar por termossifão para fins
residenciais. Foram otimizados considerados dois estudos de caso tais que cada um
possuía um volume de reserva de água quente, inclinação do coletor variável e área da
placa coletora, para uma mesma temperatura de armazenamento no tanque. Estes casos
foram testados e otimizados para uma inclinação ótima de placa coletora e a energia
elétrica economizada, dependendo do valor da tarifa, produziu sensíveis efeitos no tempo
e taxa de retorno para o consumidor final.
Entre os dois estudos de caso otimizados, o que representou maior diminuição no
consumo de energia elétrica e custo benefício foi o estudo de caso n°2, que apesar de
possuir um investimento inicial um pouco maior (142%), a taxa de energia útil anual mais
do que dobrou (196%). É previsto que esse fenômeno não tenha os mesmos resultados
quanto maior o valor da área da placa e capacidade do sistema, visto que para sistemas de
grande porte para aplicações residenciais o investimento inicial é muito maior e não segue
a mesma proporção dos casos aqui analisados. Esta situação nos conduz a dedução que
um sistema ótimo depende dos interesses do investidor em questão e do valor da tarifa de
energia elétrica consumida também, visto que foi feita uma análise simples com o valor
da tarifa constante para um ano inteiro. Os resultados indicam como o tradicional
dimensionamento baseado nas especificações recomendadas pelos fabricantes é
demasiadamente simplista e conduz a custos elevados para o consumidor. Com os
conhecimentos atuais disponíveis para sistemas passivos e diretos de aquecimento da
água com energia solar e a capacidade dos computadores modernos é possível fazer um
dimensionamento menos empírico e mais próximo da realidade, levando em conta as
características locais (azimute, radiação disponível, temperaturas ambientais) e do
sistema (quantidade de água a ser aquecida, temperatura de armazenamento, inclinação
da placa coletora).
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
662
Benefícios do Aquecedor Solar. Disponível em:<https://www.abrasol.org.br/beneficios-do-
aquecedor-solar/> Acesso em: 10 novembro de 2018.
DUFFIE, J. A.; BECKMAN, W. A. Solar Engineering of Thermal Processes. 20 ed. New York:
John Willy & Sons, 1991. 919p.
Estudo Desempenho Aquecedor. Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/15122/3/EstudoDesempenhoAquecedor.pdf>
Acesso em: 10 novembro de 2018.
ILHA, M.S.O. Estudo de parâmetros relacionados com a utilização de água quente em edifícios
residenciais. São Paulo, 1991. 204 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade
de São Paulo.
ILHA, M.S.O.; GONÇALVES, O. M.; KAVASSAKI, Sistemas Prediais de Água Quente. São
Paulo, PCC/EPUSP, 1996. (Texto Técnico da Escola Politécnica da USP. Departamento de
Engenharia de Construção Civil, TT/PCC/09, 64 p.).
664
SIMULAÇÃO NUMÉRICA E COMPARATIVA DA EFICIÊNCIA DOS
COLETORES SOLARES PLANO E COM TUBO EVACUADO
ABSTRACT: The use of solar collectors for traditional domestic water heating provides
an excellent alternative to reduce electrical energy consumption in Brazil’s households.
Several models and brands of flat-plate and evacuated tube solar collectors are available
on the market. In this work, numerical simulations are presented using TRNSYS 16, a
TRansient SYstem Simulation Program, to analyze the thermal efficiency of flat-plate
solar collector compared with the evacuated tube solar collector. The results showed that
the best performance was achieved with increasing the collecting area of the solar water
heater, take into account the useful heat generated in solar thermal collectors, the amount
of auxiliary electricity and efficiency. When comparing the effective collecting area the
performance value may vary up to 6% in a flat-plate collector and 13% in an evacuated
tube collector. Compare the systems using the same effective collecting area value, we
found that evacuated tube collectors have more efficiency than flat collectors, on average,
20%.
Keywords: Solar water heating system, Numerical Simulation, Energy Efficiency.
1. INTRODUÇÃO
A energia solar é uma das mais promissoras, pois pode ser utilizada tanto para
geração de energia elétrica e mecânica, quanto para o aproveitamento da energia térmica
665
(HOFFMAN, 2012). Atualmente, o aproveitamento da energia térmica para aquecimento
da água é bastante difundido. Porém, estudos demonstram que o aquecimento da água é
feito 73,5 % das vezes a partir da energia elétrica e 99,6 % desse valor, através do chuveiro
elétrico (SILVA, 2015). A utilização da energia solar térmica para aquecimento de água
em substituição à energia elétrica seria uma boa alternativa, uma vez que é uma fonte de
energia economicamente mais viável, limpa, renovável e de grande abundância no
território brasileiro.
Os coletores solares térmicos mais utilizados no mundo são os planos e os de tubos
evacuados (MESQUITA, 2013). Assim, o objetivo deste trabalho é comparar o
desempenho energético ao longo de um ano dos sistemas de aquecimento de água
utilizando os coletores solar plano e de tubo evacuado.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O valor do fluxo de radiação solar que chega a terra através de uma superfície
normal aos raios solares, localizada a uma distância média entre o sol e a terra, é 1367
W/m² (DUFFIE e BECKMAN, 2013). Entretanto, a quantidade de energia que chega ao
nível superficial da terra varia com a latitude, as estações do ano, a hora do dia, as
condições do céu e as condições atmosféricas (LIMA, 2003).
Os sistemas de aquecimento de água são compostos de diversos componentes,
porém essencialmente, deverão possuir coletores solares, reservatório térmico, fonte
auxiliar de energia e uma rede de distribuição de água aquecida.
Os coletores solares são dispositivos que captam radiação solar e a transformam
em energia térmica e, com a menor quantidade de perdas, aquecem um fluido de trabalho.
Para esta pesquisa foram considerados os coletores planos fechados e os coletores de tubo
evacuado de transferência direta, para uso doméstico. Os coletores planos fechados são
constituídos por uma placa absorvedora, um isolamento térmico, tubulação, cobertura e
caixa externa.
Existe uma maior variedade de coletores de tubo evacuado, se comparado aos
coletores planos. Com quatro configurações existentes no mercado: os de transferência
direta, chapa com tubo em U, tubo metálico concêntrico e tubo de calor. Os de
transferência direta são os mais empregados no Brasil (ROSA, 2012), por isso, foram
estudados nesta pesquisa. Os coletores de tubo evacuados geralmente são constituídos
pelos tubos concêntricos, cabeçote e estrutura.
A circulação do fluido de trabalho dentro do coletor em um sistema de aquecimento
solar pode ser forçada ou natural, através do efeito termossifão. Nos sistemas de
circulação forçada, uma bomba é instalada para promover a movimentação do fluido de
trabalho vindo do reservatório frio para dentro do coletor e depois em direção ao
reservatório térmico.
O reservatório térmico em um sistema de aquecimento de água para uso
residencial é um acumulador de energia, já que o momento de geração de energia térmica
não é necessariamente o momento de utilização da água aquecida (LIMA, 2003).
Os sistemas de aquecimento solar de água não são projetados para atender a
demanda total de água quente (LIMA, 2003). Devido a isso, utiliza-se uma fonte de energia
auxiliar, que serve para suprir a demanda energética caso fosse necessário.
666
Deve-se definir alguns parâmetros importantes ao realizar o estudo dos coletores
solares, como a área, o calor útil e a eficiência do coletor.
A norma brasileira NBR 15747-2 [ABNT, 2009] define três áreas a serem
consideradas em um coletor solar. A área absorvedora (Aabs), a área de abertura (Aab), e a
área total (At).
O calor útil de um coletor é definido de acordo com DUFFIE e BECKMAN (2013)
como a quantidade de calor transferida para o fluido de trabalho pelo coletor (Equação
1).
𝑄𝑢 = 𝐴𝑎𝑏𝑠 [𝐹𝑅 (𝜏𝛼 )𝐺 − 𝐹𝑅 𝑈𝐿 (𝑇𝑒 ( 1)
− 𝑇𝑎 )]
Onde:
Qu = Calor útil em W;
Aabs = Área absorvedora em m2 ;
FR = Fator de remoção de calor;
𝜏 = Transmissividade da cobertura;
𝛼 = Absortância da placa absorvedora;
UL = Coeficiente global de perdas térmicas em W.m-2.K-1 ;
Te = Temperatura de entrada do fluido de trabalho em K;
Ta = Temperatura ambiente em K.
𝑄𝑢 (2)
𝜂=
𝐺𝐴𝐶
Onde:
𝜂 =Eficiência do coletor;
Qu = Calor útil em W;
Ac = Área em m2 ;
G = Radiação incidente em W.m-2
3. MATERIAIS E MÉTODOS
667
3.1 Descrição do modelo e simulação
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
668
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = ∑(𝑄𝑝𝑢 × 𝑇𝑢 × 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑜) (3)
Onde:
Vconsumo = Consumo diário de água quente em m3 ;
Qpu = Vazão da peça de utilização em m3.s-1 ;
Tu = Tempo médio de uso diário da peça de utilização em s;
𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 (5)
𝑉𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧. × 𝜌 × 𝐶𝑝 × (𝑇𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧. − 𝑇𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 )
=
3600
669
Onde:
𝐸𝑢𝑡𝑖𝑙 = Demanda de energia útil em kWh.dia -1 ;
𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = Perda térmica em kWh.dia -1 ;
𝜌 = Massa específica da água em kg.m-3 ;
𝐶𝑝 = Calor específico da água em kJ.kg-1.K-1.
De acordo com a norma brasileira NBR 15569 [ABNT, 2008], a perda térmica é
calculada como sendo 15% da demanda de energia útil. Na Tabela 3 são apresentados os
valores de energia útil e perdas térmicas para cada família.
1
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = (8)
1 − [1,2 × 10−4 × (𝛽 − 𝛽ó𝑡𝑖𝑚𝑜 )2 + 3,5 × 𝛾 2 ]
Onde:
𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸 = Produção média diária de energia específica do coletor solar em kWh.dia -1.m-
2
;
𝐹𝑟(𝜏𝛼 ) = Coeficiente de ganho do coletor solar;
𝐹𝑟𝑈𝐿 = Coeficiente de perdas do coletor solar;
𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 = Fator de correção para a inclinação e orientação do coletor solar;
𝛽 = Inclinação do coletor solar em relação a horizontal em graus (°);
𝛽ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = Inclinação ótima do coletor para o local de instalação em graus (°);
𝛾 = Ângulo de orientação dos coletores solares em relação ao norte geográfico, em graus
(°);
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 = Área coletora em m2;
𝐼𝐺 = Irradiação global média anual para o local da instalação, em kWh.m-2.dia-1.
670
Tendo como referência a cidade de Belo Horizonte (MG), os seguintes parâmetros
possuem os seguintes valores: Irradiação global diária anual de acordo com o Atlas
Brasileiro de Energia Solar, 𝐼𝐺 ≈ 4 kWh.m-2.dia-1, ângulos 𝛽 = 𝛽ó𝑡𝑖𝑚𝑜 = 29∘ iguais a
latitude de Belo Horizonte acrescido 10º e 𝛾 = 0∘. Assim, é possível calcular os
parâmetros para calcular a área coletora.
Os valores 𝑃𝑀𝐷𝐸𝐸, 𝐹𝑐𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙 e 𝐴𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑜𝑟𝑎 para o coletor plano estão representados
na Tabela 4 para cada sistema utilizado nas famílias 1, 2 e 3.
𝑨𝒄𝒐𝒍𝒆𝒕𝒐𝒓𝒂 𝑬𝒖 𝑬𝒖
Famílias 𝑬𝒖 [kJ] 𝑬𝒖 [kWh]
[m²] [kWh/dia] [kWh/dia]
Família 1 2,5 5.307.644,56 1.474,35 4,04 6,27
Família 2 5 12.785.993,64 3.551,66 9,73 12,54
Família 3 13 36.826.320,73 10.229,53 28,03 31,35
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Após a validação dos sistemas, foram feitas análises dos principais parâmetros
que afetam o desempenho. Nesse caso, a eficiência do coletor e a quantidade de energia
elétrica auxiliar utilizada foram avaliadas. Para o calculo da eficiência, quanto maior o
valor da energia útil, melhor o desempenho, já em relação à energia elétrica, o contrário
é considerado verdadeiro. Os parâmetros cujas influências foram analisadas, conforme
recomendado em NBR 15569 [ABNT, 2008], são: o perfil de utilização de água quente e
a área do coletor, além de diferentes volumes de consumo de água, e este último é
representado pelas famílias.
Neste artigo é apresentada a análise da influência da área coletora sobre o perfil
de utilização da família 3, apresentado no Gráfico 1, considerando que todos os banhos
das pessoas dessa família são tomados consecutivamente, sem espaço de tempo entre um
e outro. Foram considerados os tempos somente entre os turnos da manhã e da noite.
671
Gráfico 1 - Perfil de utilização diária de água quente da família 3.
1000 900 900
Vazão mássica
de água (kg/h)
500
0
00:00 08:00 08:00 08:40 08:40 12:00 18:00 20:00 20:00 00:00 20:40 23:59
Horas do dia
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
5. CONCLUSÃO
672
A área coletora representa um fator bastante importante na análise do calor útil
dos coletores, apresentando uma relação direta: quanto maior a área coletora, maior o
calor útil do coletor. De maneira inversa, o aumento da área coletora proporciona uma
redução na energia elétrica auxiliar necessária ao sistema. O aumento de 1m2 de área
coletora representa uma redução média de 1,85% na eficiência dos coletores planos e de
3,25% para coletores de tubo evacuado.
Todas as simulações foram fundamentais para mostrar, que para as mesmas áreas
coletoras, os sistemas de coletor solar de tubo evacuado possuem desempenho superior
que os de coletor plano, possuindo em todos os casos maior calor útil gerado, maior
eficiência e menor quantidade de energia elétrica auxiliar necessária.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15569 – Sistema de aquecimento solar
de água em circuito direto – Projeto e instalação, Rio de Janeiro, 2008.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15747-1 – Sistemas Solares Térmicos
e Seus Componentes, Rio de Janeiro, 2009.
DUFFIE, John A.; BECKMAN, Willian A. Solar Engineering of Thermal Processes. 4th ed.
Hoboken: John Wiley & Sons, 2013.
SÁLES, Isolda Cíntia Ferreira de. Análise da substituição do chuveiro elétrico por aquecedor
solar: uma contribuição ao setor elétrico na conservação de energia. 2008. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Química) - Universidade Federal de Alagoas, Maceió.
SILVA, Fúlvio Aron Góes. Análise numérica de um coletor solar híbrido de placa plana (PVT)
para a produção de eletricidade e água. 2015. Monografia (Conclusão do curso de Engenharia
Mecânica) - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte.
673
TÉCNICAS MPPT: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS PRINCIPAIS
MÉTODOS E SUA INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA DO SISTEMA
FOTOVOLTAICO
José Ramon Nunes Ferreira1, Ewerton Brasil da Silva Queiroz1, Francisco Carlos Leite
Brasil1, Alberto Soto Lock1, Kleber Carneiro de Oliveira1
1
Universidade Federal da Paraíba
E-mail: joseramonnunes@gmail.com
RESUMO: O presente estudo aborda uma análise comparativa das principais estratégias
MPPT (Maximum Power Point Tracking) utilizadas atualmente em sistemas
fotovoltaicos, tendo como metodologia a revisão da literatura sobre o assunto e a
discussão do objeto. Procurou-se explanar o tema analisando a variação da geração da
máxima potência diária sob o efeito das alterações climáticas, principalmente das
variáveis como a irradiação solar e o sombreamento parcial de áreas livres (causados por
nuvens). Discutiu-se sobre os rastreamentos de máxima potência diretos e indiretos,
dentre eles os métodos Perturbe e Observe (P&O), Incremental (Inc), método da
Temperatura e o da Tensão Constante, são relacionando-os à praticidade de suas
aplicações, facilidade e usabilidade em sistemas de energia limpa. Observou-se que o
método P&O (Perturbe e Observe), apesar de ser uma estratégia simples, serve de base
para evolução de métodos mais sofisticados.
Palavras-chave: Método P&O, Sistemas Fotovoltaicos, Técnicas MPPT.
ABSTRACT: The present study addresses a comparative analysis of the main MPPT
(Maximum Power Point Tracking) strategies currently used in photovoltaic systems, with
the methodology of reviewing the literature on the subject and discussing the object. We
tried to explain the theme by analyzing the variation in the generation of maximum daily
power under the effect of climate change, mainly of variables such as solar irradiation
and partial shading of free areas (caused by clouds). Direct and indirect maximum power
screenings were discussed, including the Disturb and Observe (P&O), Incremental (Inc),
Temperature and Constant Voltage methods, relating them to the practicality of their
applications, ease and usability in clean energy systems. It was observed that the P&O
method (Disturb and Observe), despite being a simple strategy, serves as a basis for the
evolution of more sophisticated methods..
Keywords: P&O Method, Photovoltaic Systems, MPPT Techniques
1. INTRODUÇÃO
674
em benefício da sociedade e da estabilidade da biosfera (COELHO, 2010). É o exemplo
da energia solar, trata-se de uma energia infinita, limpa, renovável e disponível na
superfície terrestre.
As energias renováveis atingem um patamar relevante nos sistemas elétricos e são
cada vez mais necessárias para garantir a sustentabilidade nas matrizes energéticas e
elétricas atuais e futuras. Provavelmente, a Energia Fotovoltaica PV (PhotoVoltaic) é a
mais utilizada para geração de eletricidade dentre todas as fontes de energia renováveis.
Portanto, é um campo que detém uma quantidade considerável de investigação realizada
recentemente pela comunidade científica (JANA; SAHA; DAS BHATTACHARYA,
2017).
A geração de potência de um arranjo PV, na qual é transmitida para o conversor
CC/CA (Corrente Contínua/Corrente Alternada) é variável no decorrer do dia (Figura 1),
pois a irradiação não é contínua devido a fatores naturais, ocasionando geração de valores
de tensão e corrente não controlados. Isso pode ser um problema para o conversor, pois
este pode não estar configurado para receber picos de tensão e corrente dentro de sua
margem de segurança de operação. Além disso, o sistema torna-se ineficiente por não
estar aproveitando seguramente a potência máxima gerada pelo agrupamento matricial de
placas fotovoltaicas.
Este trabalho objetiva discutir sobre os principais métodos de rastreamento de
máxima potência, destacando suas principais características, funcionalidades e sua
importância num sistema de geração solar fotovoltaica.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que propõe comparar os mais relevantes tipos
de rastreamentos da literatura científica, explanando de forma sucinta, as principais
características dos objetos pesquisados.
675
Como existem vários algoritmos MPPT disponíveis na literatura, é necessário
compará-los e, em seguida, selecionar o MPPT mais adequado para uma aplicação
específica. A comparação dos métodos de rastreamento é apresentada na Tabela 1 para
os tipos de rastreamento direto. As técnicas mais utilizadas em produtos comerciais são
as de P&O (Barros Vieira e Mota, 2008; "Carregador de bateria solar de alta eficiência
com MPPT incorporado - SPV1040", 2017) e INC ("High Voltage Isolated Solar MPPT
Developers Kit", n.d.).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
676
Gráfico 1 - Curva de Potência
Onde:
𝑑𝑃 Taxa de variação da Potência
𝑑𝑉 Taxa de variação da Tensão
MPP Maximum Power Point
𝑑𝑃
=0
𝑑𝑉
𝑑(𝐼𝑉) 𝑑𝐼 ∆𝐼
= 𝐼 + 𝑉 𝑑𝑉 ≅ 𝐼 + 𝑉 ∆𝑉 (1)
𝑑𝑉
∆𝐼 𝐼
= − 𝑉 , o valor calculado está no MPP na curva de potência.
∆𝑉
∆𝐼 𝐼
> − 𝑉 , o valor calculado está à esquerda do MPP na curva de potência
∆𝑉
∆𝐼 𝐼
∆𝑉
< − 𝑉 , o valor calculado está à direita do MPP na curva de potência
678
Onde:
𝑡 Tempo de processamento
∆𝑡 Variação do tempo
𝑉(𝑡) Tensão monitorada em função de t
𝐼(𝑡) Corrente monitorada em função de t
∆𝑉 Variação da tensão
∆𝐼 Variação da corrente
𝑉𝑟𝑒𝑓 Tensão referencial
680
Onde:
𝑡 Tempo de processamento
𝑇 Temperatura da célula PV
𝑉𝑝𝑣 (𝑡) Tensão do painel em função do tempo
𝑇(𝑡) Temperatura do painel em função do tempo
𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑇) Tensão do painel em função da temperatura
𝑇𝑟𝑒𝑓 Temperatura referencial
Cabe ressaltar que esta correção se torna interessante pelo fato de a tensão no MPP
variar de acordo com a mudança de temperatura do arranjo PV. Assim, este método
rastreia a tensão e a temperatura do painel PV, por meio do uso de sensor de temperatura
e sensor de tensão. Neste caso, devido à inércia térmica do sistema, o mesmo apresenta
baixa resposta dinâmica. Contudo, mantém alta rastreabilidade com pouca oscilação
entorno do ponto de máxima potência (COELHO, 2010).
Esse tipo de rastreamento é caracterizado pelo processamento dos dados por meio
de informações empíricas deduzidas a partir dos aspectos coletados no arranjo PV.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ÇELIK, O. TEKE, A., “A Hybrid MPPT method for grid connected photovoltaic systemsunder
rapidly changing atmospheric conditions”, 0378-7796/ 2017. Elsevier.
JANA, J.; SAHA, H.; DAS BHATTACHARYA, K. A review of inverter topologies for single-
phase grid-connected photovoltaic systems. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 72,
n. October 2016, p. 1256–1270, 2017. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.rser.2016.10.049.
682
K.H. HUSSEIN, I. MUTA, T. HOSHINO, M. OSAKADA, “Maximum photovoltaic
powertracking: an algorithm for rapidly changing atmospheric conditions”, IEEE Proc. Gener.
Transm. Distrib. 142 (1995) 59–64.
RAMBO, C.E. B., “Estudo e desenvolvimento de um método de mppt para sistemas pv,
baseado na técnica p&o aplicado a um microinversor do tipo flyback.” 2015. Dissertação de
Mestrado. Porto Alegre.
683