Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Organizador
1ª Edição
ANAP
Tupã/SP
2020
2
EDITORA ANAP
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003.
Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo. CEP 17.605-310.
Contato: (14) 99808-5947
www.editoraanap.org.br
www.amigosdanatureza.org.br
editora@amigosdanatureza.org.br
Ficha Catalográfica
ISBN 978-65-86753-05-9
CDD: 333.72
CDU: 333.72-47
CONSELHO DE EDITORIAL
ORGANIZADOR DA OBRA
SUMÁRIO
PREFÁCIO .......................................................................................... 11
Samuel Carvalho de Benedicto
PARTE I
ATRIBUTOS ECOLÓGICOS E BIOTA COMO FERRAMENTAS
AMBIENTAIS
Capítulo 1 ......................................................................................... 19
Capítulo 2 ......................................................................................... 45
BIOMONITORAMENTO DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO E
COMPOSTOS NITROGENADOS UTILIZANDO PLANTAS DE Lolium
multiflorum CV. LEMA
Ricardo Keiichi Nakazato; Marisa Domingos
Capítulo 3 ......................................................................................... 65
ESCALAS DE INFRAESTRUTURA VERDE
Cíntia Miua Maruyama
Capítulo 4 ....................................................................................... 79
BIOMONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR: DO CONCEITO À
PRÁTICA
Patricia Bulbovas; Marisa Domingos
8
PARTE II
TECNOLOGIAS, GESTÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS COMO
FERRAMENTAS AMBIENTAIS
PREFÁCIO
PARTE I
Capítulo 1
al., 2018). Como verificado por Patra el al. (2018), as mudanças no padrão de
uso e ocupação do solo responsáveis pelo decréscimo da cobertura vegetal
demonstram ter relação direta com a crescente tendência de aumento das
temperaturas médias e com o declínio de precipitação, tanto temporal quanto
espacialmente. Assim, conforme verificado pelos autores ora citados, o
gradiente espacial da zona de altas temperaturas e do declínio das chuvas
segue o padrão da urbanização crescente, de forma que a mesma pôde ser
considerada fator preponderante para o aumento da temperatura e da
diminuição das chuvas na área de estudo.
Outras consequências da urbanização sem o adequado planejamento
são: aumento da evapotranspiração; aumento da concentração de gases do
efeito estufa e da poluição atmosférica; distúrbios nos ecossistemas naturais e
perda de biodiversidade (PATRA et al., 2018; WU et al., 2018).
Sendo assim, diante das questões ambientais resultantes dos danos
sofridos pelos ecossistemas naturais devido ao fenômeno da urbanização,
atualmente uma das questões-chave para promover um desenvolvimento
urbano sustentável é a necessidade de coordenar a relação entre a urbanização
e meio ambiente (WU et al., 2018), ou seja, buscar um planejamento
integrando entre essas questões.
Nessa condição, deve-se considerar que o planejamento das cidades
visa a ordenar a utilização dos espaços não ocupados, de forma organizar as
dinâmicas dessa ocupação, sendo necessário também considerar os locais já
ocupados e com dinâmicas estabelecidas, a fim de propor uma gestão
adequada. Desta forma, o planejamento e a gestão são os conceitos-chave para
a dinâmica das cidades (FRAGA; GAVRILOFF, 2014). Para desenvolver um
planejamento urbano sustentável, que garanta o desenvolvimento das cidades
como um ambiente urbano saudável aliado à conservação dos recursos
naturais, segundo alguns autores (PATRA et al., 2018; WU et al., 2018; WU;
TAN, 2012), alguns princípios básicos devem ser seguidos:
a) promover um planejamento espacial integrado que considere as
condições ambientais locais e a disponibilidade de recursos
hídricos, a fim de gerenciar o crescimento populacional e o uso do
solo de forma racional, a curto e longo prazo;
22
dos mesmos. Isto é de fato muito importante, pois até mesmo a influência
humana pode estar condicionada ou limitada, por exemplo, pela condição de
localização de determinado fragmento que facilite ou dificulte o acesso a ele.
Porém, além disso, verifica-se ainda que diferentes tipos de vizinhança causam
manifestações de efeitos de borda de forma e em extensões distintas nos
fragmentos florestais (BLUMENFELD et al., 2016). A Figura 3 apresenta a vista
geral e da borda de um fragmento florestal periurbano localizado no município
de Campinas/SP.
Métricas de proximidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CABRAL, P.; SANTOS, J. A.; AUGUSTO, G. Monitoring urban sprawl and the national ecological
reserve in Sintra-Cascais, Portugal: multiple OLS linear regression model evaluation. Journal
of Urban Planning and Development, v. 137, p. 346-353, 2011.
CROUZEILLES, R. et al. The effects of the number, size and isolation of patches along a gradient of
native vegetation cover: how can we increment habitat availability? Landscape Ecology, v.
29, p. 479-489, 2014.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 41
FERNANDES, M. et al. Ecologia da paisagem de uma bacia hidrográfica dos tabuleiros costeiros do
Brasil. Floresta e Ambiente, Viçosa, v. 24, e00025015, 2017.
______; FERNANDES, R. D. M. Análise espacial da fragmentação florestal da bacia do rio Ubá - RJ.
Ciência Florestal, Santa Maria, v. 27, n. 4, p. 1.429-1.439, 2017.
FREITAS, E. P. Análise integrada do mapa de uso e ocupação das terras da microbacia do Rio
Jundiaí-Mirim para fins de gestão ambiental. 2012. 132 f. Dissertação (Mestrado em
Agricultura Tropical e Subtropical), Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, SP, 2012.
______ et al. Uso de fotografias hemisféricas para avaliação da qualidade ambiental na Mata de
Santa Genebra, Campinas-SP, Brasil. Ciência Florestal, v. 28, n. 1, p. 175-190, 2018b.
GAVIRIA, A. C.; MONTEALEGRE, R. O. Análisis del paisaje y su relación com La regeneración del
roble (Quercus humboldtii BONPL.) em el municipio de Popayán, Departamento del Cauca.
Revista Colombia Forestal, v. 13, n. 2, p. 189-200, 2010.
HERSPERGER, A. M. et al. Urban land-use change: the role of strategic spatial planning. Global
Environmental Change, v. 51, p. 32-42, 2018.
JESUS, E. N. et al. Estrutura dos fragmentos florestais da Bacia Hidrográfica do Rio Poxim-SE,
como subsídio à restauração ecológica. Revista Árvore, Viçosa, v. 39, n. 3, p. 467-474, 2015.
LAWLEY, V. et al. Site-based and remote sensing methods for monitoring indicators of vegetation
condition: An Australian review. Ecological Indicators, v. 60, p. 1273-1283, 2016.
MORO, R. S.; MILAN, E. Natural forest fragmentation evaluation in the Campos Gerais region
southern Brazil. Environment and Ecology Research, v. 4, n. 2, p. 74-78, 2016.
PATRA, S. et al. Impacts of urbanization on land use /cover changes and its probable implications
on local climate and groundwater level. Journal of Urban Management, v. 7, p. 70-84, 2018.
PIPPI, L. G. A.; TRINDADA, L. C. O papel da vegetação arbórea e das florestas nas áreas urbanas.
Paisagem e Ambiente: Ensaios, São Paulo, n. 31, p. 81-96, 2013.
PIROVANI, D. B. et al. Análise espacial de fragmentos florestais na bacia do rio Itapemirim, ES.
Revista Árvore, Viçosa, v. 38, n. 2, p. 271-281, 2014.
______; LONGO, R. M.; BRESSANE, A. et al. Classificação de fragmentos florestais urbanos com
base em métricas da paisagem. Ci. Fl., Santa Maria, v. 29, n. 3, p. 1254-1269, 2019.
WU, P.; TAN, M. Challenges for sustainable urbanization: a case study of water shortage and
water environment changes in Shandong, China. Procedia Environmental Sciences, v. 13, p.
919-927, 2012.
WU, Y. et al. The spatial characteristics of coupling relationship between urbanization and eco-
environment in the Pan Yangtze River Delta. Energy Procedia, v. 152, p. 1.121-1.126, 2018.
44
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 45
Capítulo 2
mdomingos@ibot.sp.gov.br
46
referidos como NOx. Além disso, estes gases são importantes para a formação
do smog fotoquímico (BAIRD, 2008; DESONIE, 2007; SPORTISSE, 2010).
Um aumento na suscetibilidade de infecções respiratórias, irritações
nas vias respiratórias, bronco constrição e dispneia, especialmente em
pacientes asmáticos, foram associadas à poluição por NOx (KAGAWA, 1985;
KAMPA; CASTANAS, 2008; SAMET; KREWSKI, 2007). Efeitos mutagênicos foram
observados em bactérias, mamíferos e insetos (VICTORIN, 1994). Assim, é
esperado que plantas, por serem indivíduos estáticos, também sejam afetados
pela exposição por NO2 e outros poluentes atmosféricos.
O NO2 pode entrar na folha através dos estômatos, ser rapidamente
convertido em nitrito e nitrato e, por fim, serem assimilados em aminoácidos
e proteínas por meio de uma série de enzimas do metabolismo do nitrogênio,
como a enzima nitrito redutase (OKANO et al., 1985). Exposições entre 0,5 a 4
μl/L de NO2 por um período de 15 dias contribuíram para uma redução nos
conteúdos de clorofila e malondialdeído e um aumento na atividade da enzima
superóxido dismutase em mudas de Cinnamomun camphora (CHEN et al.,
2010); o NO2 afetou o crescimento e o nível de clorofila de plantas de
Arabidopsis thaliana, também elevou os níveis de radicais livres e,
consequentemente, induziu um aumento no conteúdo de proteínas e nas
atividades de enzimas do sistema antioxidante (LIU et al., 2015). Entretanto,
plantas podem suprimir a deficiência de nitrogênio através da absorção de NO2
da atmosfera em baixas doses. O NO2 estimulou o crescimento e a taxa
fotossintética de plantas de girassol; aumentou a quantidade de folhas, a área
foliar, a biomassa, o conteúdo de nitrogênio e clorofila em plantas de
Lycopersicon esculentum (OKANO et al., 1985; PANDEY; AGRAWAL, 1994).
As diferentes respostas induzidas a partir da exposição de plantas aos
poluentes atmosféricos podem ser utilizadas como indicadoras de
perturbações ambientais. Assim, temos os bioindicadores vegetais como
organismos ou um conjunto de organismos que reagem aos impactos
ambientais de modo reprodutível ou quantificável (ARNDT; SCHWEIZER, 1991).
Espécies tolerantes à poluição, que não apresentam sintomas visíveis e que
acumulam elementos químicos em seus diferentes órgãos são chamadas de
bioacumuladoras. Essas espécies possuem mecanismos fisiológicos,
bioquímicos e/ou morfológicos, que lhe conferem alta capacidade de
sobreviver em ambientes contaminados. Os elementos acumulados nas
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 47
Plantio e cultivo
Figura 1. A. Exemplo de vaso com corda para garantir irrigação. B. Vasos com L. multiflorum pré-
exposição. C. Casa de vegetação com ar filtrado e temperatura controlada
50
Exposição
Figura 2. Esquema para montagem de suporte para exposição de plantas de Lolium multiflorum,
utilizadas em programas de biomonitoramento (imagem das plantas é meramente ilustrativa,
retirada do site pngwing.com)
Fonte: pngwing.com
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 51
Amostragem e manuseio
P A DT DM La Lo
CM5 453 2,54 3,90 23°51'50.51"S 46°27'9.45"O
CM4 395 2,86 4,12 23°51'27.45"S 46°27'3.67"O
CM3 255 2,44 3,60 23°51'27.54"S 46°26'40.25"O
CM2 187 2,00 3,10 23°51'34.59"S 46°26'22.91"O
CM1 109 1,74 2,95 23°51'45.40"S 46°26'25.91"O
CEP 10 1,27 2,09 23°53'10.60"S 46°26'15.01"O
CET 6 1,42 0 23°52'46.10"S 46°25'5.88"O
P – Ponto; A – Altitude (m); DT – Distância da termelétrica (km); DM – Distância da estação de
monitoramento (km); La – Latitude; Lo – Longitude.
explicativas (ρ>0.50) nos locais CM5, CM4, CM3 e CM1. A precipitação não
apresentou correlação significativa com as concentrações de N foliar (Tabela
4).
Dada a forte correlação entre NO2 e N foliar no ponto CM5, foi calculada
a regressão linear entre ambos com a finalidade de se obter uma equação
preditora. A regressão entre o NO2 e N foliar foi significativa (p<0.001) e
positiva (r2 0.75), indicando o NO2 como uma das principais fontes de N para a
planta no local (Figura 7).
A absorção do NO2 é realizada pelos estômatos, visto que está
relacionada à abertura estomática e as trocas gasosas (OKANO, 1985). O NO 2
se dissolve no apoplasto e forma NO2- e NO3-. O NO3- é rapidamente reduzido
a NO2- nas células pela enzima nitrato redutase. O nitrito é transportado para
o cloroplasto, reduzido a amônio pela enzima nitrito redutase, e pode ser
utilizado no ciclo GS/GO-GAT (Ciclo glutamina/glutamato sintase) para a
incorporação dos aminoácidos (CRAWFORD, 1995).
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 59
Figura 7. À esquerda, gráfico de dispersão com as variáveis NO2 e nitrogênio foliar de plantas
expostas no CM5. (NO2 = 3,781 + (1,029 * N%) p <0.01 r2 = 0.75). À direita, frequência acumulada
x resíduos resultantes da regressão linear.
RECOMENDAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARNDT, U.; SCHWEIZER, A. The use of bioindicators for environmental monitoring in tropical and
subtropical countries. In: ELLENBERG, H. (Org.). Biological monitoring: signals from the
environment. [S. l.]: Vieweg, 1991. p. 199-260. E-book.
BAIRD, C.; CANN, M. Environmental chemistry. 4. ed. Nova Iorque: W.H. Freeman and Company,
2008. E-book.
BULBOVAS, P.; CAMARGO, C. Z. S.; DOMINGOS, M. Ryegrass cv. Lema and guava cv. Paluma
biomonitoring suitability for estimating nutritional contamination risks under seasonal
climate in Southeastern Brazil. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 118, p. 149-157,
2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ecoenv.2015.04.024.
CHEN, Z. M. et al. Effects of 60-day NO2 fumigation on growth, oxidative stress and antioxidative
response in Cinnamomum camphora seedlings. Journal of Zhejiang University: Science B, v.
11, n. 3, p. 190-199, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1631/jzus.B0910350.
CRAWFORD, N. M. Nitrate: nutrient and signal for plant growth. The Plant cell, v. 7, n. 7, p. 859-
868, 1995. Disponível em: https://doi.org/10.1105/tpc.7.7.859.
DESONIE, D. Our fragile planet. Nova Iorque: Chelsea House, 2007. E-book.
62
EPSTEIN, E. Nutrição mineral das plantas: princípios e perspectivas. Rio de Janeiro: Edusp/LTC,
1975.
EURIBIONET. Eurobionet, european network for the assessment of air quality by the use of
bioindicator plants, final report. Stuttgart: University of Hohenheim, 2004.
FALLA, J. et al. Biological air quality monitoring: A review. Environmental Monitoring and
Assessment, v. 64, n. 3, p. 627-644, 2000. Disponível em:
https://doi.org/10.1023/A:1006385924945.
GRANTZ, D. A.; GARNER, J. H. B.; JOHNSON, D. W. Ecological effects of particulate matter.
Environment International, v. 29, n. 2-3, p. 213-239, 2003. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/S0160-4120(02)00181-2.
KAGAWA, J. Evaluation of biological significance of nitrogen oxides exposure. The Tokai journal
of experimental and clinical medicine, v. 10, n. 4, p. 348-353, 1985. Disponível em:
http://europepmc.org/abstract/MED/3836516.
KAMPA, M.; CASTANAS, E. Human health effects of air pollution. Environmental Pollution, v. 151,
n. 2, p. 362-367, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envpol.2007.06.012.
KLUMPP, A. et al. Airborne trace element pollution in 11 European cities assessed by exposure of
standardised ryegrass cultures. Atmospheric Environment, v. 43, n. 2, p. 329-339, 2009.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2008.09.040. Acesso em: 6 out. 2012.
LIU, X. et al. Effects of nitrogen dioxide and its acid mist on reactive oxygen species production
and antioxidant enzyme activity in Arabidopsis plants. Journal of Environmental Sciences
(China), v. 34, n. Guangke Li, p. 93-99, 2015. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.jes.2015.03.011.
MARKERT, B. Definitions and principles for bioindication and biomonitoring of trace. Journal of
trace elements in medicine and biology, v. 21, n. S1, p. 77-82, 2007. Disponível em: .
https://doi.org/http://10.1016/j.jtemb.2007.09.015.
NAKAZATO, R. K. Caracterização de riscos à Floresta Atlântica associados à contaminação
atmosférica por elementos tóxicos, no entorno de uma refinaria de petróleo, em Cubatão /
São Paulo, com plantas acumuladoras. São Paulo: Instituto de Botânica, 2014.
NAKAZATO, R. K. et al. Efficiency of biomonitoring methods applying tropical bioindicator plants
for assessing the phytoxicity of the air pollutants in SE, Brazil. Environmental Science and
Pollution Research, v. 25, n. 20, p. 19.323-19.337, 2018. Disponível em:
https://doi.org/10.1007/s11356-018-2294-6.
NAKAZATO, R. K.; RINALDI, M. C. S.; DOMINGOS, M. Will technological modernization for power
generation at an oil refinery diminish the risks from air pollution to the Atlantic Rainforest in
Cubatão, SE Brazil? Environmental pollution (Barking, Essex : 1987), v. 196, p. 489-496,
2015. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envpol.2014.05.011. Acesso em: 24 fev.
2015.
OKANO, K. et al. Growth responses of plants to various concentrations of nitrogen dioxide.
Environmental Pollution. Series A, Ecological and Biological, v. 38, n. 4, p. 361-373, 1985.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/0143-1471(85)90107-2.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 63
PANDEY, J.; AGRAWAL, M. Growth responses of tomato plants to low concentrations of sulphur
dioxide and nitrogen dioxide. Scientia Horticulturae, v. 58, n. 1-2, p. 67-76, 1994. Disponível
em: https://doi.org/10.1016/0304-4238(94)90128-7.
POMPÉIA, S. L. Sucessão secundária da Mata Atlântica em áreas afetadas pela poluição
atmosférica Cubatão, SP. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1997.
RINALDI, M. C. S. et al. Leaves of Lolium multiflorum “Lema” and tropical tree species as
biomonitors of polycyclic aromatic hydrocarbons. Ecotoxicology and environmental safety,
v. 79, p. 139-147, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ecoenv.2011.12.013.
Acesso em: 10 abr. 2014.
RODRIGUEZ, J. H. et al. Biomonitoring of airborne fluoride and polycyclic aromatic hydrocarbons
in industrial areas of Córdoba, Argentina, using standardized grass cultures of Lolium
multiflorum. Atmospheric Pollution Research, v. 6, n. 3, p. 444-453, 2015. Disponível em:
https://doi.org/10.5094/APR.2015.049.
SAMET, J.; KREWSKI, D. Health effects associated with exposure to ambient air pollution. Journal
of Toxicology and Environmental Health, n. 70, p. 227-242, 2007. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/15287390600884644.
SANDRIN, C. Z. et al. Sub-tropical urban environment affecting content and composition of non-
structural carbohydrates of Lolium multiflorum ssp. italicum cv. Lema. Environmental
Pollution, v. 156, n. 3, p. 915-921, 2008. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.envpol.2008.05.014.
SANDRIN, C. Z. et al. Short-term changes of fructans in ryegrass (Lolium multiflorum ’Lema’) in
response to urban air pollutants and meteorological conditions. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v. 96, p. 80-85, 2013. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.ecoenv.2013.06.018.
SINGH, E.; TIWARI, S.; AGRAWAL, M. Variability in antioxidant and metabolite levels, growth and
yield of two soybean varieties: An assessment of anticipated yield losses under projected
elevation of ozone. Agriculture, Ecosystems and Environment. 2010. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.agee.2009.09.004.
SOUZA, P. A. F.; FRANCISCO, K. C. A.; CARDOSO, A. A. Desenvolvimento de amostrador passivo
sensível para monitoramento de poluição atmosférica por dióxido de nitrogênio. Quimica
Nova, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170117.
SPORTISSE, B. Fundamentals in air pollution: From processes to modelling. [S. l.]: Springer Books,
2010. E-book. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-90-481-2970-6.
VDI. Biological measuring techiniques for the determination and evaluation of effects of air
polluttants on plants (biodindication). Source-related measurements of ambient air quality
using bioindicators - Vdi 3957/2VDI/DIN Handbuch Reinhaltung der Luft. Dusseldorf: [s. n.],
2003.
VICTORIN, K. Review of the genotoxicity of nitrogen oxides. Mutation Research/Reviews in
Genetic Toxicology, v. 317, n. 1, p. 43-55, 1994. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/0165-1110(94)90011-6.
64
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 65
Capítulo 3
ESCALA TERRITORIAL
8
Esta estrutura faz analogia à leitura da paisagem da Ecologia da Paisagem, pela estrutura de
mosaico composto pela matriz, corredor e mancha. No caso a matriz seria o polo da IV, o corredor
a conexão e a mancha o fragmento. Nota da autora.
9 Unidades de Conservação são áreas protegidas da natureza, que podem ser do tipo intocável
(APP) ou terem exploração sustentada (APA) (BRASIL, 2000). A APA é uma UC um pouco menos
rígida que a APP e permite um certo grau de ocupação humana (idem). Por outro lado, as APPs são
áreas intocáveis, onde não deve haver assentamentos humanos de qualquer natureza (idem).
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 67
A DIMENSÃO SETORIAL
TIPOLOGIAS DE IV
Jardins de chuva
Fonte: Portland (sem data) apud Bonzi (2015). Fonte: Lenka Jaklová (pintrest.com).
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 71
Canteiro pluvial
Floresta urbana
Pavimento permeável
10
Evapotranspiração combina evaporação com a transpiração e neste processo libera-se umidade
no ar. No momento da transformação de líquido para vapor é retirado calor do ambiente. Nota da
autora.
74
Nas áreas tabulares, que são trechos com declividade baixa e favoráveis
à ocupação, predominam os processos de infiltração da água, muito mais que
os escoamentos superficiais. Schutzer (2012) recomenda instalar tipologias de
IV que favoreçam a permeabilidade para que haja eficiência do filtrar, percolar
e infiltrar das águas das chuvas, para garantir o abastecimento da população
“pelas nascentes e lençol freático” (BONZI, 2015; SCHUTZER, 2012).
Nas áreas íngremes, que vão de vertentes a altas colinas, que possuem
alta declividade, predominam os escoamentos superficiais. São regiões onde
potencialmente ocorrem os deslizamentos. O ideal é a manutenção em estado
natural desses trechos ou mantê-los densamente arborizados (BONZI, 2015;
SCHUTZER, 2012).
As nascentes surgem nas porções altas do território. Os anfiteatros não
devem ser ocupados, podendo ter usos de lazer e parques. Nesta área é
necessário manter o dossel arbóreo denso para estimular as dinâmicas da
76
“Biovaletas” SS S S S
“Pavimentos SS S S S
permeáveis”
Floresta urbana S S SS SS
SS: ocorre a máxima eficiência na instalação da tipologia de Infraestrutura Verde, tendo como
objetivo favorecer os “processos naturais” que predominam na “zona ambiental” (BONZI, 2015);
S: instalação da tipologia de Infraestrutura Verde é possível, mas neste caso há menor
eficiência, pois a tipologia trabalha com “processos naturais” não compatíveis com a ocupação
que ocorre na área (BONZI, 2015);
Não: A tipologia não deve ser instalada, pois favorece processos naturais que não devem
ocorrer na referida zona ambiental.
Fonte: Adaptado de Bonzi (2015).
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 77
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AHERN, J. From fail-safe to safe-to-fail: sustainability and resilience in the new urban world.
78
Capítulo 4
Patricia Bulbovas11
Marisa Domingos12
INTRODUÇÃO
O BIOMONITORAMENTO
objetivos criar uma visão geral da variação espacial e temporal das condições
das florestas, em relação aos fatores de estresse naturais e antropogênicos (em
particular a poluição do ar), por meio de monitoramento, e também
compreender as relações de causa-efeito entre a condição dos ecossistemas
florestais e os fatores antropogênicos e de estresse natural, por meio de
monitoramento intensivo em florestas espalhadas entre os países
participantes do programa (SEIDLING et al., 2017). Para realizar esse
monitoramento e alcançar seus objetivos, foram criados vários manuais com
métodos padronizados para observar e coletar diferentes informações dos
ambientes florestais.
Esses manuais falam de princípios básicos de design para se criar redes
de monitoramento de florestas dentro do próprio programa, de modo a
garantir a qualidade dos estudos e a possibilidade de comparação entre os
dados levantados pelos diferentes países participantes (FERRETTI; KÖNIG;
GRANKE, 2016; FERRETTI et al., 2017). Entre os manuais para avaliação de
condições bióticas das florestas, há aqueles que abordam como estimar a
densidade de folhas das copas das árvores (EICHHORN et al., 2016), como
estudar o crescimento e fenologia da vegetação (BEUKER et al., 2016;
DOBBERTIN; NEUMANN, 2016), como avaliar a diversidade biológica de plantas
arbóreas, epífitas e também líquens (CANULLO et al., 2016; STOFER et al.,
2016), como observar a ocorrência de injúrias foliares visíveis causadas por
ozônio (SCHAUB et al., 2016), como amostrar folhas para analisar acúmulo de
elementos (RAUTIO et al., 2016) e como medir a área foliar (FLECK et al., 2016).
Há também manuais para avaliar as condições abióticas. Entre eles
estão os que abordam amostragem e análise de solo e solução do solo (COOLS;
DE VOS, 2016; NIEMINEN et al., 2016), deposição atmosférica de poluentes
(CLARKE et al., 2016), serapilheira (UKONMAANAHO et al., 2016) e
monitoramento da qualidade do ar e das condições meteorológicas (RASPE et
al., 2016; SCHAUB et al., 2016). Para garantir que os dados levantados pelos
diferentes países sejam comparáveis, há também um manual que orienta sobre
como realizar coletas e fazer as análises do material coletado (KÖNIG et al.,
2016).
Em São Paulo, os primeiros estudos no tema foram realizados na década
de 1980, utilizando técnicas de biomonitoramento passivo. Inicialmente, foi
avaliado o impacto causado pela poluição emitida por uma siderúrgica no
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 85
CONCLUSÃO
REFERENCIAL
AGUIAR-SILVA, C. et al. Antioxidant responses of Atlantic Forest native tree species as indicators
of increasing tolerance to oxidative stress when they are exposed to air pollutants and
seasonal tropical climate. Ecological Indicators, v. 63, p. 154-164, 2016.
ALVES, E. et al. The efficiency of tobacco Bel-W3 and native species for ozone biomonitoring in
subtropical climate, as revealed by histo-cytochemical techniques. Environmental Pollution,
v. 159, p. 3309-3315, 2011.
ALVES, E. S.; MOURA, B. B.; DOMINGOS, M. Structural analysis of Tillandsia usneoides L. exposed
to air pollutants in São Paulo-Brazil. Water, Air and Soil Pollution, v. 189, p. 61-68, 2008.
ARNDT, U.; SCHWEIZER, B. The use of bioindicators for environmental monitoring in tropical and
subtropical countries. In: ELLENBERG et al. (Eds.). Biological monitoring. Signals from the
environment. Vieweg: Eschborn, 1991. p. 199-298.
______; FLORES, F.; WEINSTEIN, L. Efeitos do flúor sobre as plantas: diagnose de danos na
vegetação do Brasil. Porto Alegre: Editora UFRGS, 1995.
ASSIS, P. I. L. S.; MORAES, R. M.; NAKAZATO, R. K. Will the shift from crude oil to natural gas
burning for power generation at an oil refinery increase ozone concentrations in the region
of Cubatão (SE Brazil)? Ecological Indicators, v. 85, p. 921-931, 2018.
BATALHA, J. R. F. et al. Exploring the clastogenic effects of air pollutants in São Paulo (Brazil) using
Tradescantia micronuclei assay. Mutation Research, v. 426, p. 229-232, 1999.
BEUKER, E. et al. Part VI: Phenological observations. In: UNECE ICP Forests Programme Co-
ordinating Centre (ed.): Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 12 p. + Annex.
BRANDÃO, S. E. et al. Biochemical leaf traits as indicators of tolerance potential in tree species
from the Brazilian Atlantic Forest against oxidative environmental stressors. Science of the
Total Environment, v. 575, p. 406-417, 2017.
BULBOVAS, P. et al. Assessment of the ozone tolerance of two soybean cultivars (Glycine max cv.
Sambaíba and Tracajá) cultivated in Amazonian Areas. Environmental Science and Pollution
Research International, v. 21, p. 10514-10524, 2014.
______; CAMARGO, C. Z. S.; DOMINGOS, M. Ryegrass cv. Lema and guava cv. Paluma
biomonitoring suitability for estimating nutritional contamination risks under seasonal
climate in Southeastern Brazil. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 118, p. 149-157,
2015.
______. Adjusting the biomonitoring model with tobacco Bel-W3 for estimating ozone levels
under the subtropical climate. In: AGRAWAL, S. B.; AGRAWAL, M.; SINGH, A. (Eds.).
Tropospheric Ozone: A Hazard for Vegetation and Human Health. United Kingdom:
Cambridge Scholars Publishing, no prelo.
CANULLO, R. et al. Part VI. 1: Assessment of Ground Vegetation. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (ed.): Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 12 p. + Annex.
CLARKE, N. et al. Part XIV: Sampling and Analysis of Deposition. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 32 p. + Annex.
COOLS, N.; DE VOS, B. Part X: Sampling and Analysis of Soil. In: UNECE ICP Forests Programme
Coordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 29 p + Annex.
DAFRÉ-MARTINELLI, M. et al. Trace element leaf accumulation in native trees from the remaining
Semideciduous Atlantic Forest in Brazil. Atmospheric Pollution Research, v. 11, p. 871-879,
2020.
DÄSSLER, H. G.; BORTITZ, S. Air pollution and its influence on vegetation. Jung, Dordrecht. In:
BUCHANAN B. B.; GRUISSEN, W.; JONES, R. L. (Eds.). Biochemistry and molecular biology of
plants. New York: American Society of Plant Physiologists, 1988. p. 1.158-1.203.
DE TEMMERMAN, L. et al. Biomonitoring of air pollution with plants – considerations for the
future. In: KLUMPP, A.; ANSEL, W.; KLUMPP, G. (Eds.). Urban air pollution, bioindication and
environmental awareness. Göttingen: Cuvillier Verlag, 2004. p. 337-373.
______; LOPES, M. I. M.; DE VUONO, Y. S. Nutrient cycling disturbance in Atlantic Forest sites
affected by air pollution coming from the industrial complex of Cubatão, Southeast Brazil.
Brazilian Journal of Botany, v. 23, n. 3, p. 77-85, 2000.
______. et al. Combined effects of air and soil pollution by fluoride emissions on Tibouchina
pulchra Cogn., at Cubatão, SE Brazil, and their relations with aluminum. Plant and Soil, v.
249, p. 297-308, 2003.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 95
______; KLUMPP, A.; KLUMPP, G. Poluição atmosférica, uma ameaça à Floresta Atlântica da
Reserva Biológica de Paranapiacaba. In: LOPES, M. I. M. S. et al. (Eds.). Patrimônio da reserva
biológica do alto da serra de Paranapiacaba. A antiga Estação Biológica do Alto da Serra.
São Paulo: Instituto de Botânica, 2009. p. 165-183.
EICHHORN, J. et al. Part IV: Visual assessment of crown condition and damaging agents. In:
UNECE ICP Forests Programme Coordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria
for harmonized sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution
on forests. Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 49 p. +
Annex.
ESPOSITO, M. et al. Relationship between leaf antioxidants and ozone injury in Nicotiana
tabacum ‘Bel-W3’ under environmental conditions in São Paulo, SE Brazil. Atmospheric
Environment, v. 43, p. 619-623, 2009.
______; DOMINGOS, M. Establishing the redox potential of Tibouchina pulchra (Cham.) Cogn., a
native tree species from the Atlantic Rain Forest, in the vicinity of an oil refinery in SE Brazil.
Environmental Science and Pollution Research International, v. 21, p. 5.484-5.495, 2014.
______; PEDROSO, A. N. V.; DOMINGOS, M. Assessing redox potential of a native tree from the
Brazilian Atlantic Rainforest: a successful evaluation of oxidative stress associated to a new
power generation source of an oil refinery. Science of the Total Environment, v. 550, p. 861-
870, 2016.
______. et al. Oxidant-antioxidant balance and tolerance against oxidative stress in pioneer and
non-pioneer tree species from the remaining Atlantic Forest. Science of the Total
Environment, v. 625, p. 382-393, 2018.
FERREIRA, M. I. et al. In situ monitoring of mutagenicity of air pollutants in São Paulo city using
Tradescantia-SHM bioassay. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 46, n. 2, p. 253-
258, 2003.
FERREIRA, M. L. et al. Critical analysis of the potential of Ipomoea nil ‘Scarlet O’Hara’ for ozone
biomonitoring in the sub-tropics. Journal of Environmental Monitoring, v. 14, p. 1.959-
1.967, 2012.
96
FERRETTI, M.; KÖNIG, N.; GRANKE, O. Part III: Quality Assurance within the ICP Forests
monitoring programme. In: UNECE ICP Forests Programme Co-ordinating Centre (Ed.).
Manual on methods and criteria for harmonized sampling, assessment, monitoring and
analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde, Germany: Thünen Institute of
Forest Ecosystems, 2016. 10 p. + Annex.
______. et al. Part II: Basic design principles for the ICP Forests Monitoring Networks. In: UNECE
ICP Forests Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for
harmonized sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on
forests. Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2017. 21 p + Annex.
______. et al. The use of Tillandsia usneoides L. as bioindicator of air pollution in São Paulo,
Brazil. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, v. 259, n. 1, p. 59-63, 2004.
______. et al. Assessment of atmospheric metallic pollution in the metropolitan region of São
Paulo, Brazil, employing Tillandsia usneoides L. as biomonitor. Environmental Pollution, v.
145, p. 279-292, 2007.
FLECK, S. et al. Part XVII: Leaf Area Measurements. In: UNECE ICP Forests Programme Co-
ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 34 p. + Annex.
FURLAN, C. M.; SALATINO, A.; DOMINGOS, M. Leaf contents of nitrogen and phenolic compounds
and their bearing with the herbivore damage to Tibouchina pulchra Cogn.
(Melastomataceae), under the influence of air pollutants from the industries of Cubatão, São
Paulo. Brazilian Journal of Botany, v. 22, n. 2(supl.), p. 317-323, 1999.
______; SALATINO, A.; DOMINGOS, M. Influence of air pollution on leaf chemistry, herbivore
feeding and gall frequency on Tibouchina pulchra leaves in Cubatão (Brazil). Biochemical
Systematics and Ecology, v. 32, n. 3, p. 253-263, 2004.
______. et al. n-Alkane distribution of leaves of Psidium guajava exposed to industrial air
pollutants. Environmental and Experimental Botany, v. 58, p. 100-105, 2006.
______; DOMINGOS, M.; SALATINO, A. Effects of initial climatic conditions on growth and
accumulation of fluoride and nitrogen in leaves of two tropical tree species exposed to
industrial air pollution. Science of the Total Environment, v. 374, p. 399-407, 2007.
______. et al. Guava flavonoids and the effects of industrial air pollutants. Atmospheric
Pollution Research, p. 30-35, 2010.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 97
______. et al. Suitability of Tillandsia usneoides and Aechmea fasciata for biomonitoring toxic
elements under tropical seasonal climate. Chemosphere, v. 149, p. 14-23, 2016.
GILL, S.S.; TUTEJA, N. Reactive oxygen species and antioxidant machinery in abiotic stress
tolerance in crop plants. Plant Physiology Biochemistry, v. 12, p. 909-930, 2010.
GUIMARÃES, E. T. et al. Detection of the genotoxicity of air pollutants in and around the city of
São Paulo (Brazil) with Tradescantia micronucleus assay (Trad-MCN). Environmental and
Experimental Botany, v. 44, p. 1-8, 2000.
______. et al. Evaluation of the mutagenic potential of urban air pollution in São Paulo, SE
Brazil, using the Tradescantia Stamen-Hair assay. Environmental Toxicology, v. 19, n. 6, p.
578-584, 2004.
HEAGLE, A. S.; MILLER J. E.; SHERRILL D. E. A white clover system to estimate effects of
tropospheric ozone on plants. Journal of Environmental Quality, v. 23, p. 613-621, 1994.
HEATH, R. L. Modification of the biochemical pathways of plants induced by ozone: What are the
varied routes to change? Environmental Pollution, v. 155, p. 453-463, 2008.
KÄFFER, M. et al. Predicting ozone levels from climatic parameters and leaf traits of Bel-W3
tobacco variety. Environmental Pollution, v. 248, p. 471-477, 2019.
KARNOSKY, D. F. et al. Air pollution and global change: a double challenge to forest ecosystems.
In: KARNOSKY, D. F. et al. (Eds.). Air pollution, global changeand forests in the new
millennium. Amsterdam: Elsevier, 2003. p. 1-41.
KLUMPP, A.; KLUMPP, G. DOMINGOS, M. Plants as bioindicators of air pollution at the Serra do
Mar near the industrial complex of Cubatão, Brazil. Environmental Pollution, v. 85, p. 109-
116, 1994.
______. et al. Fluoride impact on native tree species of the Atlantic Forest near Cubatão. Water,
Air and Soil Pollution, v. 87, p. 57-71, 1996.
______; DOMINGOS, M.; KLUMPP, G. Assessment of the vegetation risk by fluoride emissions
from fertiliser industries at Cubatão, Brazil. The Science of Total Environment, v. 192, p. 219-
228, 1996.
______. et al. Susceptibility of various Gladiolus cultivars to fluoride pollution and their
suitability for bioindication. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 32, n. 3, p. 239-247, 1997.
______. et al. Effects of complex air pollution on tree species of the Atlantic Rain Forest near
Cubatão, Brazil. Chemosphere, v. 36, p. 989-994, 1998.
98
______; DOMINGOS, M.; KLUMPP, G. Foliar nutrient contents in tree species of the Atlantic Rain
Forest as influenced by air pollution from the industrial complex of Cubatão, SE-Brazil.
Water, Air and Soil Pollution, v. 133, p. 315-333, 2002.
______. et al. Ozone pollution and ozone biomonitoring in European cities Part II. Ozone-induced
plant injury and its relationship with descriptors of ozone pollution. Atmospheric
Environment, v. 40, p. 7437-7448, 2006.
______. et al. Response of stress indicators and growth parameters of Tibouchina pulchra Cogn.
exposed to air and soil pollution near the industrial complex of Cubatão, Brazil. The Science
of Total Environment, v. 246, p. 79-91, 2000.
KÖNIG, N. et al. Part XVI: Quality Assurance and Control in Laboratories. In: UNECE, ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 46 p. + Annex.
______. et al. Soil chemical and physical status in semideciduous Atlantic Forest fragments
affected by atmospheric deposition in central-eastern São Paulo State, Brazil. IForest
(Viterbo), v. 8, p. 798-808, 2015.
MAYER, R. et al. Atmospheric pollution in a tropical rain forest: Effects of deposition upon
biosphere and hydrosphere II. Fluxes of chemicals and element budgets. Water, Air and Soil
Pollution, v. 121, p. 79-92, 2000.
______. Atmospheric pollution in a tropical rain forest: Effects of deposition upon biosphere and
hydrosphere I. Concentrations of chemicals. Water, Air and Soil Pollution, v. 121, p. 59-78,
2000.
MORAES, R. M. et al. Tropical fruit trees as bioindicators of industrial air pollution in Southeast
Brazil. Environment International, v. 28, p. 367-374, 2002.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 99
MORETTO, R. et al. Fructan variation in plants of Lolium multiflorum ssp. Italicum Lema (Poaceae)
exposed to urban environment under high ozone concentrations. Dynamic Biochemistry,
Process Biotechnology & Molecular Biology, v. 1, p. 23-28, 2009.
MOURA, B. B. et al. Ozone affects leaf physiology and causes injury to foliage of native tree
species from the tropical Atlantic Forest of southern Brazil. Science of the Total
Environment, v. 610-611, p. 912-925, 2018.
NAKAZATO, R. K.; RINALDI, M. C. S.; DOMINGOS, M. Will technological modernization for power
generation at an oil refinery diminish the risks from air pollution to the Atlantic Rainforest in
Cubatão, SE Brazil? Environmental Pollution, v. 196, p. 489-496, 2015.
______; RINALDI, M. C. S.; DOMINGOS, M. Tropical trees: Are they good alternatives for
biomonitoring the atmospheric level of potential toxic elements near to the Brazilian Atlantic
Rainforest? Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 134, p. 72-79, 2016.
______. et al. Efficiency of biomonitoring methods applying tropical bioindicator plants for
assessing the phytoxicity of the air pollutants in SE, Brazil. Environmental Science and
Pollution Research International, v. 25, p. 19.323-19.337, 2018.
NIEMINEN, T. M. et al. Part XI: Soil Solution Collection and Analysis. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 20 p. + Annex.
PINA, J. M.; MORAES, R. M. Ozone-induced foliar injury in saplings of Psidium guajava 'Paluma'.
Chemosphere, v. 66, p. 1.310-1.314, 2007.
______; MORAES, R. M. Gas exchange, antioxidants, and foliar injuries in saplings of a tropical
woody species exposed to ozone. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 73, p. 685-
691, 2010.
______. et al. Psidium guajava Paluma responses to environmental conditions and ozone
concentrations in the urban forest of São Paulo, SE-Brazil. Ecological Indicators, v. 77, p. 1-7,
2017.
RASPE, S. et al. Part IX: Meteorological Measurements. In: UNECE ICP Forests Programme Co-
ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 14 p. + Annex.
RAUTIO, P. et al. Part XII: Sampling and Analysis of Needles and Leaves. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
100
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 19 p. + Annex.
RINALDI, M. C. S. et al. Leaves of Lolium multiflorum `Lema and tropical tree species as
biomonitors of polycyclic aromatic hydrocarbons. Ecotoxicology and Environmental Safety,
v. 79, p. 139-147, 2012.
______. et al. Sub-tropical urban environment affecting content and composition of non-
structural carbohydrates of Lolium multiflorum ssp. italicum cv. Lema. Environmental
Pollution, v. 156, p. 915-921, 2008.
______. et al. Short-term changes of fructans in ryegrass (Lolium multiflorum Lema) in response
to urban air pollutants and meteorological conditions. Ecotoxicology and Environmental
Safety, v. 96, p. 80-85, 2013.
______. et al. Ozone biomonitoring with white clover clones: the first experience in Brazil.
CLEAN-Soil Air Water, v. 46, p. 1800377-1, 2018.
SAVOIA, E. et al. Biomonitoring genotoxic risks under the urban weather conditions and polluted
atmosphere in Santo André, SP, Brazil, through Trad-MCN bioassay. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v. 72, p. 255-260, 2009.
SCHAUB, M. et al. Part VIII: Monitoring of Ozone Injury. In: UNECE ICP Forests Programme Co-
ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 14 p. + Annex.
______. et al. Part XV: Monitoring of Air Quality. In: UNECE ICP Forests Programme Co-
ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized sampling,
assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests. Eberswalde,
Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 11 p. + Annex.
SEIDLING, W. et al. Part I: Objectives, Strategy and Implementation of ICP Forests. In: UNECE ICP
Forests Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for
harmonized sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on
forests. Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2017. 12 p. + Annex.
SHARMA, Y. K.; DAVIS, K. R. The effects of ozone on antioxidant responses in plants. Free Radical
Biology, Medicine, v. 23, n. 3, p. 480-488, 1997.
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 101
SHRINER, D. S.; KARNOSKY, D. F. What is the role of demographic factors in air pollution and
forests? In: KARNOSKY, D. F. et al. (Eds.). Air pollution, global changeand forests in the new
millennium. Amsterdam: Elsevier, 2003. p. 43-55.
SILVA, S. F.; MEIRELLES, S. T.; MORAES, R. M. The guava tree as bioindicator during the process of
fuel replacement of an oil refinery. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 91, p. 39-45,
2013.
SOUZA, S. R. et al. Short-term leaf responses of Nicotiana tabacum 'Bel-W3' to ozone under the
environmental conditions of São Paulo, SE - Brazil. Brazilian Archives of Biology and
Technology, v. 52, p. 251-258, 2009.
STOFER, S. et al. Part VII. 2: Assessment of Epiphytic Lichen diversity. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute of Forest Ecosystems, 2016. 13 p. + Annex.
UKONMAANAHO, L. et al. Part XIII: Sampling and Analysis of Litterfall. In: UNECE ICP Forests
Programme Co-ordinating Centre (Ed.). Manual on methods and criteria for harmonized
sampling, assessment, monitoring and analysis of the effects of air pollution on forests.
Eberswalde, Germany: Thünen Institute for Forests Ecosystems, 2016. 14 p. + Annex.
VEREIN DEUTSCHER INGENIEURE (VDI). Biological measuring techniques for the determination
and evaluation of effects of air pollutants on plants (bioindication). Method of
standardised grass exposure. VDI-Guideline 3957/2 (draft). In: VDI/DIN Handbuch
Reinhaltung der Luft. Berlin: Beuth Verlag, 2003a. v. 1a.
______. Biological measuring techniques for the determination and evaluation of effects of air
pollutants on plants (bioindication). Determination and evaluation of the phytotoxic
effects of photooxidants. Method of the standardized tobacco exposure. VDI 3957/6.
VDI/DIN Handbuch Reinhaltung der Luft. Berlin: Beuth Verlag, 2003b. v. 1a.
______. Biological measuring techniques for the determination and evaluation of effects of air
pollution on plants (bioindication). Sampling of leaves and needles for the biomonitoring
of the accumulation pf air pollutants (passive biomonitoring). VDI-Guideline 3957/11. In:
VDI/DIN Handbuch Reinhaltung der Luft. Berlin: Beuth Verlag, 2007. v. 1a.
VICTOR, R. A. B. M. et al. Application of the Biosphere Reserve Concept to Urban Areas. The case
of São Paulo City Green Belt Biosphere Reserve, Brazil - São Paulo Forest Institute: a case
study for UNESCO. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1023, p. 238-281, 2004.
______; ______; ______. Alterações provocadas pela poluição atmosférica na fertilidade do solo
da Reserva Biológica do Instituto de Botânica, São Paulo, Brasil. Brazilian Journal of Botany,
v. 11, p. 95-100, 1988.
102
Ferramentas ambientais aplicadas ao planejamento de cidades sustentáveis - 103
Capítulo 5
INTRODUÇÃO
13
Pesquisadora científica do Instituto Florestal (SIMA). Doutoranda em Tecnologia Nuclear -
(IPEN/USP), responsável pela coordenação da pesquisa. E-mail: elainearodrigues@usp.br
14
Analista de Recursos Ambientais da Fundação Florestal (SIMA). Especialista convidado da
UNESCO, da SCOPE e da Academia de Ciências da China. E-mail: rabmvictor@yahoo.com.br
15
Pesquisador Científico do Instituto Florestal (SIMA). Doutor em Biogeoquímica Ambiental -
Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA/USP. E-mail: efluca@gmail.com
16
Pesquisadora científica do Instituto Florestal (SIMA). Doutora em Geografia Física - Universidade
de São Paulo (USP). E-mail: katia.mazzei@gmail.com
17
Professor pesquisador no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP). Doutor em
Ciências – Universidade de São Paulo. E-mail: mauecologia@yahoo.com.br
18
Pesquisador científico do Instituto Florestal (SIMA). Engenheiro Florestal. Diretor Geral. E-mail:
labucci@gmail.com
19
Bióloga. Pós-graduada em Análises Clínicas. Profissional Técnica de Laboratório da Fundação
Butantan. E-mail: sl_rosangela@yahoo.com.br
104
(DIAZ et al., 2018), e incluem serviços de provisão (como água, madeira, fibras,
frutas), regulação (clima, água, polinização, controle de pragas, de doenças, de
enchentes e deslizamentos, entre outros) e culturais (recreação e atividade
física, contemplação e apreciação estética, experiência espiritual) (MEA, 2003).
Ao integrar o complexo e vasto espaço urbano e periurbano como
importante remanescente de Mata Atlântica, a Serra do Itapeti destaca-se na
RBCV pelos seus serviços ecossistêmicos em benefício da metrópole paulista.
Desde 1950, incidem sobre a Serra disciplinamentos municipais, estaduais e
federais, com destaque para a Lei estadual 4.529, de 18 de janeiro de 1985,
que disciplina seu uso e ocupação com vistas à proteção dos recursos hídricos,
da fauna e da flora para melhoria da qualidade ambiental na metrópole (SÃO
PAULO, 1985).
Ainda que a Serra do Itapeti tenha seu ordenamento territorial
legalmente disciplinado (SÃO PAULO, 1985), até 2013 contava com apenas
8,25% de seu território salvaguardado como área protegida em categoria
integrante do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) (BRASIL,
2000), percentual este ampliado para 16,25% do território em 2016. Diante
desse quadro, considerou-se a hipótese de que, pela falta de figuras específicas
de tutela ambiental para a região desde a edição da Lei 4.529/1985, os
ecossistemas da Serra do Itapeti teriam sistematicamente perdido território ao
longo do tempo. Nesse contexto, foi avaliada a efetividade do ordenamento e
do planejamento territorial incidente na Serra do Itapeti ao longo de um
período de trinta e cinco anos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de estudo
Figura 1. Imagem de satélite da área Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São
Paulo (em cinza, limite terrestre, e em azul, limite marinho) com a RMSP ao centro (em
vermelho) e a Serra do Itapeti (em verde), abrangendo os municípios de Guararema, Mogi das
Cruzes e Suzano
Fonte: Elaboração própria. Com base em: São Paulo (1985); Esri, Maxar, GeoEye, Earthstar
Geographics, CNES/Airbus DS, USDA, USGS, AeroGRID, IGN and the GIS User Commnity.
Metodologias
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2. Cobertura vegetal original no Estado de São Paulo e remanescentes florestais no século
XXI
Tabela 1. Indicadores de território, população e área abrangida pela Serra do Itapeti nos municípios
de Guararema, Mogi das Cruzes e Suzano
Densidade demográfica
Área População Serra do Itapeti
Município (hab/km2)
(km2)
1980 2020 1980 2020 (área/mun) (%/mun)
Guararema 270 55 108 15.060 29.429 198 3%
Mogi Cruzes 712 275 607 196.941 432.905 5.140 96%
Suzano 206 487 1.410 100.342 291.002 10 1%
RMSP 7.946 1.579 2.659 12.549.856 21.138.247 -- --
SP (Estado) 248.220 100 179 24.953.238 44.639.899 -- --
Fonte: Elaboração própria, com base em Fundação SEADE (2020).
2012a; 2012b). Seu alcance para a proteção dos remanescentes estudados foi
direto, visto a importância da região da Serra do Itapeti para a produção
hídrica, com suas águas vertendo para a bacia hidrográfica do Alto Tietê e para
a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, e seu histórico uso como manancial de
abastecimento pelo município de Mogi das Cruzes até os anos de 1950.
Na esteira da Lei de Florestas, a Serra do Itapeti tem suas áreas de
preservação permanente (APPs) delimitadas nas faixas marginais de sua ampla
rede hidrográfica; nos topos de seus morros, montes e serras com altura
mínima de 100 metros e inclinação maior que 25o, em suas encostas com
declividade superior a 45o, nas áreas de entorno de seus reservatórios e
nascentes, nas bordas de seus tabuleiros ou chapadas (BRASIL, 2012a; 2012b).
Em decorrência do interesse prioritário para a preservação de suas
águas, as APPs da Serra do Itapeti se constituem em áreas de preservação
exclusiva, sem a possibilidade de outros usos, tais como atividades
agropecuárias, extração florestal ou uso recreativo (MACHADO, 2013). A
análise da paisagem para a Serra do Itapeti mostra a presença de importantes
formações da Mata Atlântica em estágios primários ou secundários, que
recobrem 61% do território. Ainda em conformidade com a Lei de Florestas, os
proprietários locais devem manter 20% da propriedade com uma área com
cobertura de vegetação nativa, designada como Reserva Legal (RL). Essas áreas
têm como principais funções assegurar o uso econômico sustentável dos
recursos naturais da propriedade, contribuir com a conservação e a
recuperação dos processos ecológicos, promover a conservação da
biodiversidade e prover abrigo e proteção para a fauna e flora nativa (BRASIL,
2012a, art. 3º, inc. III).
A instituição de medidas de apoio e de incentivo à conservação
ambiental, assim como a adoção de boas práticas para a conciliação entre
produtividade agrícola e conservação ambiental, também se configura como
importante dispositivo trazido pela Lei de Florestas, com vistas à redução de
impactos ambientais para promover o desenvolvimento sustentável. Essas
medidas incluem: i) o pagamento ou incentivo a serviços ambientais; ii) a
compensação pelas ações de conservação ambiental; e iii) os incentivos para a
comercialização, a inovação e a aceleração de ações de recuperação, de
conservação e de uso sustentável da vegetação nativa (MACHADO, 2013;
BRASIL; 2012a).
118
Figura 5. Tendências de expansão urbana em áreas da RBCV em 2030 e potenciais conflitos para
a