Você está na página 1de 16

Aziz Nacib Ab'Sáber, doutor em ciências, A z iz N d d b A b 'S á b e r

ex-diretor do Instituto de Geografia da USP,


ex-presidente do Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico Artístico e Arqueológico
do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT.
Especialista em geomorfologia do Brasil,
geografia tropical, planejamento regional e
gerenciamento do meio ambiente.

O domínio dos cerrados:


introdução ao conhecimento

Todo pesquisador que na juventude cometeu ciais e econômicas. Tais mudanças se ligaram, so­
a audácia de estudar uma região de seu país — de bretudo, a implantações da novas infra-estruturas
grande ou pequeno espaço, de longa ou curta his­ viárias e energéticase a descoberta de impensadas
tória — aspira retornar m uitos anos depois, a fim de vocações dos solos regionais para atividades agrá­
reexaminar os fatos observados e revisar a nova con- rias rentáveis. Pensamos, explicitamente, no caso do
juntura, criada por forças da dinâm ica social e pela centro-sul e sudoeste de Goiás e no exem plo da por­
atuação de fatores até certo ponto imponderáveis. ção ocidental dos planaltos do Paraná, Santa Cata­
Para um geógrafo, voltar a uma região do grande in­ rina e Rio Grande do Sul.
terior brasileiro, é um ato de revisão das paisagens
e espaços, a nível do físico, ecológico e social. Mas No caso de Goiás e M ato Grosso — tom ados
tam bém a oportunidade de se questionar a si pró­ em seu conjunto — as m odificações dependeram
prio, em term os de mudança de ótica de observação de transformações fundam entais na produtividade
e do m odo de perceber os sistemas de relações en­ das terras de cerrados, ao par com uma extensiva
tre g ru p o s h u m a n o s e m e io s g e o g rá fic o s em modernização dos meios de transporte e circulação.
mudança. Acim a de tudo, porém, o desenvolvim ento regional
deveu-se a uma harmoniosa transformação acopla­
Temos a impressão que retornar a regiões pes­
da do m eio urbano e dos meios rurais, a serviço da
quisadas no passado, em países de velhas e quase
produção de alimentos. No conjunto desses proces­
imutáveis estruturas agrárias, pode ser uma tarefa até
sos, certam ente foi m uito im portante o conjunto de
certo ponto decepcionante. Pensamos, sobretudo,
m odificações na rede urbana do Brasil Central, for­
em alguns casos da rígida estrutura social e econô­
çadas pela implantação de Brasília. A revitalização
mica da campanha francesa e de sua rede de velhas
da rede urbana atingiu todos os quadrantes regio­
aldeias, resistentes a quase toda m odernização e
nais do dom ínio dos cerrados: o Triângulo Mineiro,
transformações. No caso do Brasil, porém, em áreas
através de Uberlândia e Uberaba e suas sub-redes
onde o arcaísmo cedeu lugar a uma modernização
urbanas; o sul de M ato Grosso, através de Campo
incompleta, a tarefa de retornar para reanalizar é, qua­
se sempre, um projeto fadado a ser gratificante. Grande e Dourados; o sudoeste de Goiás, através de
Rio Verde, Jataí e Bom Jesus; o centro de Goiás, por
Em nosso país, no decorrer de três décadas, m eio de Anápolis, Goiânia e Brasília; e a rede urba­
algumas regiões mudaram em quase tudo, incorpo­ na em reestruturação de M ato Grosso do Norte, atra­
rando padrões m odernos que, m uitas vezes, abafa­ vés de relações leste-oeste e sul-norte, na direção de
ram por substituição, velhas e arcaicas estruturas so­ Rondônia e a Amazônia. 0 próprio extrem o norte de
Goiás, dotados de solos menos férteis do que a m e­ m ente aos padrões de cerrados e cerradões dos
tade sul, transmudou-se por meio de uma pequena interflúvios.
rede de centros urbanos de apoio, ao ensejo da cons­
trução e consolidação da rodovia Belém-Brasília, que Nas áreas onde ocorriam cerradões — hoje
é mais propriamente uma ligação Anápolis-Belém m uito degradados por diferentes tipos de ações an-
do Pará. trópicas — existiam verdadeiras florestas baixas e de
troncos relativamente finos, por processos naturais
Não nos envolveremos com considerações so­ de adensamento de velhos stocks florísticos de cer­
bre regiões que evoluíram pouco apesar do adven­ rados quaternários e terciários. Os campestres ilha-
to de infra-estrutura viárias relativamente modernas dos no meio de grandes extensões de cerrados e cer­
e a despeito mesmo de injeções de capitais finan­ radões, não passam de enclaves de campos tropi­
ceiros, que não tiveram força para uma redistribui- cais e, portanto, de savanas brasileiras (noroeste de
ção justa a serviço do hom em e da sociedade regio­ M ato Grosso, sudoeste de Goiás, faixas de campos
nal, vista com o um todo. lim pos de áreas dissecadas em cabeceiras de sub-
bacias hidrográficas, serranias quartzíticas, situadas
Preocupados em fixar idéias sobre o nível de ao norte de Brasília) e de pradarias mistas subtropi­
evolução recente do Brasil Central dentro de nossas cais de planalto (campo de vacaria, em M ato Gros­
possibilidades de geom orfologistas — queremos so do Sul).
contribuir para uma revisão da gênese das paisagens
e dos espaços geoecológicos, de uma região que es­ O dom ínio dos cerrados, em sua região nu­
tá no meio do processo m otor de modernização e clear, ocupa predominantemente maciços planaltos
de desenvolvim ento do país. Acreditamos que uma de estrutura complexa, dotados de superfícies aplai­
revisão das bases físicas, que sustentaram a revita­ nadas de cimeira, e um conjunto significativo de pla­
lização econômico-social da região, possa ser útil ao naltos sedimentares com partim entados, situados
conhecim ento científico e, quiçá, para o esforço de em níveis que variam entre 300 e 1.700 metros de
preservação dos fluxos vivos da natureza regional. altitude. As formas de terrenos são, grosso modo, si­
milares tanto nas áreas de terrenos cristalinos aplai­
O dom ínio dos chapadõesYecobertos por cer­ nados quanto nas áreas sedimentares sobreelevadas
rados e penetrados por florestas galerias — de d i­ e transformadas em planaltos típicos. No detalhe, en­
versas com posições - constitui-se em um espaço trementes, as feições m orfológicas são m uito mais
físico ecológico e biótico, de primeira ordem de gran­ diversificadas, fato bem testemunhado pelo caráter
deza, possuindo de 1,7 a 1,9 milhões de quilômetros compósito dos padrões de drenagem das sub-bacias
quadrados de extensão. O polígono dos cerrados hidrográficas, ainda que, em conjunto, chapadões se­
centrais brasileiros, m uito embora tenha uma posi­ dimentares e chapadões de estrutura complexa e de
ção zonal em relação ao grande conjunto das sava­ velhos terrenos, tenham o mesmo com portam ento
nas e cerrados da África Austral e da América Tropi­ na estruturação de paisagens físicas e ecológicas no
cal, a nível dos espaços fisiográficos e ecológicos dom ínio dos cerrados. No caso particular do dom í­
brasileiros, é apenas mais um dos grandes polígo­ nio dos cerrados, não existe a necessidade de se
nos irregulares que form am o mosaico paisagístico pressupor a existência de um subdomínio de formas
do pais. No Brasil, sem qualquer dúvida, o caráter peculiares às áreas sedimentares, por oposição à
longitudinal e o grau de interiorização das matas maior tipicidade dos terrenos cristalinos, como acon­
atlânticas quebrou a possibilidade de uma distribui­ tece em todos os outros dom ínios m orfoclim áticos
ção leste-oeste marcada para o dom ínio dos cerra­ brasileiros.
dos, representante sul-americano da grande zona
das savanas. Por outro lado, a com posição florística A nível da escala paisagística observável dire­
dos tipos de vegetaçaõ da área nuclear dos cerrados tamente pelo homem, o dom ínio dos cerrados apre­
— constituído por padrões regionais de cerrados e senta os cerrados e cerradões predom inantem ente
cerradões — é m ujto diversa das verdadeiras sava­ nos interflúvios e vertentes suaves dos diferentes ti­
nas, existentes em território africano. pos de planaltos regionais. Faixas de campos limpos
ou campestres sublinham as áreas de cristas quart­
Na África predomina um arranjo transicional zíticas e xistos malpedogenetizados dos bordos de
gradual para os diversos tipos de savanas, desde a chapadões onde nascem bacias de captação de pe­
borda das grandes matas da Guiné até as lindes das quenas torrentes dotadas de forte capacidade de dis­
estepes subdesérticas e desérticas, pré-saharianas secação (centro-sul de Goiás). Por sua vez, as flores­
e pré-kalaarianas. No Brasil, cerrados e cerradões se tas galerias permanecem amarradas rigidamente ao
repetem por toda a parte no interior e margens da fundo aluvial dos vales de porte m édio a grande. Os
área nuclear dos dom ínios m orfoclim áticos regio­ sulcos das cabeceiras dendritificadas das sub-bacias
nais. As variações florísticas dizem respeito m uito hidrográficas possuem apenas uma vegetação ciliar,
mais aos tipos de florestas galerias do que propria­ disposta linearmente, em sistema de frágil implan-
tação. As florestas galerias verdadeiras, às vezes ocu­ marcante da tropicalidade regional, com estações
pam apenas os diques marginais do centro das pla­ m uito chuvosas alternadas com estações secas —
nícies de inundação, em forma de corredor contínuo incluindo um total de precipitações anuais de três
de matas; outras vezes, quando o fundo aluvial é a quatro vezes aquele ocorrente no domínio das caa­
mais hom ogêneo e alongado, ocupam toda a calha tingas — implica em uma preservação extensiva dos
aluvial, sob a forma de serpenteantes corredores padrões de perenidade dos cursos d'água regionais.
florestais. M esm o nos canais de escoamento laterais aos cha-
padões e de m uita pequena extensão, permanece
Não raro, em alguns setores, estendem-se con- uma espécie de linha de m olham ento d'água sub-
tinuadamente pelo setor aluvial central das planícies, superficial, durante toda a estação seca de meio do
deixando lugar para corredores herbáceos nos dois ano. O lençol d'água sofre variações ao longo do ano,
bordos da galeria florestal, arranjo fitogeográfico re­ desde 1-1,5 metros até 3-4 metros no subsolo super­
conhecido pelo nome popular de veredas. Tal situa­ ficial dos cerrados, continuando, porém, tangente à
ção, m uito com um nos setores de cerrados que en­ superfície da topografia, alimentando as raízes da ve­
volvem o dom ínio das caatingas, corresponde a ca­ getação lenhosa dos cerrados.
sos em que predominam sedim entos arenosos nos
bordos das planícies de inundação. Poresta razão as A aparência xerom órfica de m uitas espécies
veredas se com portam com o corredores de form a­ do cerrado é falsa; segundo Ferri (1963) tratar-se-ia
ções herbáceas rasas, no fundo lateral das planícies de um pseudoxerom orfism o, fato que endossaria a
de inundação onde existem résteas subatuais de hipótese de um escleromorfismo oligotrófico (Arens,
areias m alpedogenetizadas (regossolos planos). As 1963). As plantas lenhosas dos campos cerrados se­
veredas, a nosso ver, estão para os lados das matas riam, portanto, uma flora de evolução integrada com
galerias no dom ínio dos cerrados, tal com o os cha­ as condições dos climas e solos dos trópicos úm i­
m ados ariscos estão para as estreitas galerias de di­ dos, sujeitos a forte sazonaridade.
ques marginais de rios interm itentes sazonários, no A natureza física e ecológica dos cerrados não
interior do dom ínio das caatingas. apresenta maiores deficiências hídricas no solo sub-
Do m esm o modo, as campinas de várzeas na superficial, apresentando, entrementes, fortes defi­
Amazônia, são veredas encharcadas de areias bran­ ciências de um idade do ar na prolongada estiagem
cas situadas à margem de florestas galerias de d i­ do m eio do ano. Para Arens (1963), "a flora dos cam ­
ques marginais, no centro de antigas faixas de areias pos cerrados é exposta ao máximo de iluminação pe­
geradas em condições clim áticas rústicas, consti­ lo clima, que se caracteriza por um núm ero elevado
tuindo outra m odalidade de ecossistemas diversifi­ de dias de céu descoberto e pela natureza da vege­
cados, de complexa origem paleoclimática e fluvial. tação rala que produz sombra mínima". Situação que
Apenas a título de informação, queremos lembrar consideram os verdadeira sobretudo para o período
que a região protótipo para o estudo dessas faixas de inverno seco, mas que é modificada em m uito du­
de areias brancas, situadas em várzeas do reverso de rante o verão chuvoso. Nesse sentido, há que estu­
diques marginais florestados, similares aos casos de dar, com mais cuidado o com portam ento da flora
veredas e ariscos, é o Vale do Moju, a leste de Tucu- dos cerrados e dos cerradões, nos dois m om entos
ruí (Ab'Saber, 1982), em plena Amazônia Oriental. To­ estacionais tão contrastados.
dos esses padrões anômalos de setores de planícies Climaticamente, o domínio dos cerrados — em
de inundação deveria ficar totalm ente à m argem de sua área nuclear — com porta de cinco a seis meses
cogitação dos projetos ditos Pró-Várzea, para evitar secos, opondo-se a seis ou sete meses relativamen­
gastos e expectativas inúteis, em função das pecu­ te chuvosos. As temperaturas médias anuais variam
liaridades desses ecossistemas, que não têm voca­ de am plitude, de um m ínim o de 20-22,°até um má­
ção agrícola identificável. Recado válido para tecno- xim o de 24-26,°levando-se em conta o espaço total
cratas e especuladores, de todos os naipes. dos cerrados desde o sul de M ato Grosso até ao
O dom ínio dos cerrados possui drenagens pe­ Maranhão-Piàuí. Nenhum mês possui temperatura
renes para os cursos d'água principais e secundários, m édia inferior a18°(Nimer, 1977). Entretanto, a um i­
envolvendo, porém, o desaparecimento temporário dade do ar atinge níveis m uito baixos no inverno se­
dos cam inhos d'água de m enor ordem de grande­ co (38-40%), e níveis m uito elevados no verão chu­
za, por ocasião do período seco do meio do ano. Des­ voso (95-97%). Tal fato acentua a sazonaridade, que
ta forma, coexiste uma perenidade geral para a dre­ tem sido vista, sobretudo, em term os de alternân­
nagem dos cerrados, com um efeito descontínuo de cia de estações chuvosas com estações secas. En­
interm itência sazonal para os cam inhos d'água das tretanto, no inverno seco, a taxa de umidade do ar
no dom ínio dos cerrados é tão baixa ou mais do que
vertentes e interflúvios, ao par com uma atenuação
aquela do dom ínio das caatingas, na mesma época.
dos fluxos d'água nos canais de escoamento das pe­
quenas sub-bacias de posição interfluvial. O ritm o A com binação de fatos físicos, ecológicos e
bióticos, que caracteriza o dom ínio dos cerrados, é, quanto que uma faixa de cerrados, grosso modo, dis­
na aparência, de relativa homogeneidade, extensí­ posta em curva de nível, separam as matas secas dos
vel a grandes espaços. A repetitividade das paisa­ vales em relação aos pobres campestres de cimeira
gens vegetais ligadas ao tema dos cerrados - cer­ e altas vertentes. Em m uitos setores sedimentares,
rados, cerradões, campestres de diversos tipos — ou em áreas cristalinas rebaixadas, dotadas de so­
contribui m uito para esse caráter m onótono desse los relativamente rasos, existem grandes extensões
grande conjunto paisagístico. Mesmo, entretanto, de cerrados, transformados em pastos sujos, com ve­
sob o ponto de vista exclusivamente morfológico, o getação rala e esparsa (cerradinhos). Os verdadeiros
domínio dos cerrados apresenta sutis diferenciações cerradões quase sempre ocorriam em setores de
de padrões de paisagens, em função de fatores lito- chapadões com vertentes convexizadas e melhores
lógicos e estruturais. padrões de solos.

— Predom ínio da decom posição quím ica, — Predominam por grandes espaços no do­
mais ou menos profunda, porém não totalmente ge­ mínio dos cerrados, padrões de drenagem variando
neralizada no espaço, das rochas cristalinas, na fai­ de subparalelo e ligeiramente dendrítico. Trata-se de
xa dos gnaisses e micaxistos. Atenuação da decom ­ área que possui, via de regra, os menores índices de
posição, em profundidade, das rochas quartzíticas densidade de drenagem, fazendo grande contraste
e de xistos argilosos, expostos em grandes exten­ com os padrões ocorrentes nas áreas tropicais úm i­
sões. Alterações contidas de arenitos e siltitos e fra­ das. Padrões compósitos de drenagem podem ocor­
co aprofundamento da decomposição de afloramen­ rer em áreas de predominância de estruturas dobra­
tos basálticos. Do que decorre a existência de "te r­ das aplainadas, em que as faixas litológicas tornam-
ra roxas de cam po”, velha expressão criada por fa­ se m uito desiguais em extensão e em forma de par­
zendeiros paulistas e mato-grossenses. ticipação na compartimentação da topografia. Nes­
ses casos — m uito comuns desde o sudoeste de M i­
— Predominância de latossolos, tanto para
nas Gerais até as proximidades de Brasília — coe­
áreas sedimentares com o para terrenos cristalinos
xistem padrões espaçados, subparalelos e ligeira­
ou cristalofilianos e eventuais exposições de basal­
mente dendríticos, com padrões mais densos per­
tos. As áreas onde as crostas duras de laterita já fo­
tencentes a bacias de captação de drenagens, em
ram eliminadas, ou nunca existiram, têm melhores
setores semi-escarpados, ravinados e dom inados
condições a ofertar para atividades agrícolas, sob a
por campestres de solos m uito pobres.
condição de calagem de calcários ou de uso de adu­
bos fosfatados. Em cima das espessas cangas de la­
terais fósseis — presumivelmente de idade oligocê- Compartimentos de relevo na área
nica, em alguns altos interflúvios de chapadões —
som ente sobrevivem m irrados substandards. nuclear dos cerrados
A imagem, geralmente feita, de que a área dos
— Convexização em geral discreta, porém for­ cerrados seria constituída apenas por enormes cha­
temente diferenciada de nível topográfico para nível padões, situados na posição de divisores entre a dre­
topográfico, e de província geológica para província nagem do Prata e do Amazonas, é somente pró-parte
geológica. No Brasil Central, os altos chapadões des­ verdadeira. Certamente se trata do dom ínio morfo-
tituídos de cangas e dom inados por gnaisses e ro­ clim ático brasileiro onde ocorre a m aior massissivi-
chas m etam órficas heterogêneas, têm a tendência dade, extensividade e hom ogeneidade relativa de
para uma larga e bem-marcada convexização. Quart- formas topográficas planálticas do Brasil intertropi-
zitos e xistos resistentes, apresentam perfis irregu­ cal. Planaltos sedimentares cedem lugar, quase sem
lares de vertentes, com setores semi-escarpados ra- solução de continuidade, para planaltos de estrutu­
vinados. Cerrados e cerradões de m aior biomassa ras mais complexa, nivelados por velhos aplaina-
recobriam os setores de convexização mais bem- mentos de cimeira, formando o grande Planalto Cen­
marcada, enquanto que os setores quartzíticos pos­ tral. Nunca será demais lembrar que o conjunto es­
suíam coberturas herbáceas ralas, pontilhadas por pacial do dom ínio dos cerrados, nos altiplanos cen­
raquíticas espécies dos cerrados. No sul de Mato trais, representa mais ou menos a metade da área to ­
Grosso, pradarias mistas interfluviais documentavam tal do gigantesco conjunto de terras altas, de m edia­
a presença de solos naturalmente mais ricos em nu­ na a ltitude (600-1.100m), designado por Planalto
trientes, envolvidos por faixas de cerrados de meia Brasileiro.
encosta e, mais abaixo, no fundo e vertente baixas
dos vales, por florestas galerias ampliadas. Nos cam­ Comparado com as acidentadas e corrugadas
pos das vertentes a oeste de Barbacena (MG), os terras do sudeste e leste do país, o Planalto Central
cam pestres se lim itam aos altos dos m orros em efetivamente pode ser considerado uma vasta área
áreas de chãos pedregosos m altam ponados, en­ de chapadões, revestidos por cerrados e penetrados
por florestas galerias. Um ''m ardechapadões",com Dos refúgios de cerrados e cerradões, existen­
cerrados, interpe ne trad o por florestas galerias, tes na cimeira dos planaltos centrais, partiram as bio-
opondo-se a um "m a r de m orros" originalmente flo­ massas sob a forma de "m anchas de óleo" coales-
restados. 0 próprio nordeste seco, com suas largas centes, as quais povoaram as depressões interpla­
depressões interplanálticas einterm ontanas — do­ nálticas até então secas, situadas ao norte de Goiás,
minados por caatingas e drenagens intermitentes —, no Maranhão-Piauí, no Pediplano Cuiabano, no Mé­
é m uito mais com partim entado que o elevado e re­ dio Vale Superior do São Francisco, no Paraná, na de­
lativamente contínuo conjunto de terras altas do Bra­ pressão periférica paulista, nas colinas campestres
sil Central. Nesse sentido, uma diferença essencial de Roraima e do Amapá. Mais recentemente, dos
marca esses dois dom ínios m orfoclim áticos e fito- cerrados de cimeiras e dos cerrados interplanálticos
geográficos. Em sua área nuclear os cerrados ocu­ se expandiram cerrados e campestres para as de­
pam os interflúvios de um extensíssimo planalto. No pressões aluviais e pró-partes eólicas dos Llanos do
dom ínio das caatingas, a área nuclear situa-se pre­ Orenoco (Morales, 1979) e regiões similares, posta­
dom inantem ente nas depressões interplanálticas, das na costa ou em com partim entos interiores da
em posição totalm ente oposta à dos cerrados. metade norte da América do Sul. Fica assim com ­
provado o grande arcaísmo da vegetação dos cer­
Esse quadro, válido para observações de con­ rados, intuído por diversos pesquisadores, em dife­
junto, na escala de "universos" paisagísticos regio­ rentes épocas e por diferentes roteiros de interpre­
nais, pode sofrer, entretanto, algumas modificações tação (Smith, 1885; Sampaio, 1934; Ab'S abere Cos­
significativas, quando transm udados para escalas ta Júnior, 1957,1963). Houve uma geração arcaica de
mais próximas do sub-regional. No prim eiro caso, cerrados que deve ter remontado aos primeiros tem ­
conjuntos paisagísticos apreendidos na escala de pos do Terciário e que depois recuou para refúgios
mapas, e no segundo, paisagens regionais vistas na intermediários à m edida que se abriram e se expan­
escala de cartas topográficas. Ou, mais tecnicamen­ diram as depressões interplanálticas. Estas, por sua
te, conjuntos espaciais de primeira ordem de gran­ vez, receberiam uma segunda geração de cerrados
deza (mais de um milhão de quilôm etros de exten­ vindos dos refúgios de cimeira, a qual disputou es­
são), opondo-se a observações feitas na escala de paço com as caatingas e floras secas, por ocasião
relevos de terceira ordem de grandeza (10.000 a das flutuações climáticas do Pleistoceno. E, por fim ,
100.000 quilôm etros de extensão), segundo a clas­ quando os clim as úm idos passaram a predom inar
sificação de Cailleux-Tricart (1955). e as caatingas se circunscreveram praticam ente ao
nordeste semi-árido atual, algumas biomassas de
Para fins de uma compreensão mais detalha­ cerrado se deslocaram para o nordeste da América
da da distribuição dos cerrados pelos com partim en­ do Sul, ocupando espaços dos cam pos de dunas e
tos de relevo, mais significativos, do próprio Planal­ aluviões grosseiros, herdados m áxim o da semi-
to Central, há que aprofundar a escala de tratam en­ aridez quartenária antiga (Pleistoceno Terminal), na
to geom orfológico até ao nível do entendim ento da depressão do Orenoco (Morales, 1979). Esta, a ter­
compartimentação topográfica de depressões inter­ ceira e mais recente vogal de cerrados, reexpandi-
planálticas e depressões denudacionais ditas peri­ da a partir dos refúgios existentes em colinas de de­
féricas. M esm o porque parte da história da expan­ pressões interplanálticas e interm ontanas (Amapá,
são das coberturas vegetais que deram origem ao Grã-Sabana).
continunn atual da área nuclear dos cerrados, fez-se
pela expansão descendente dos tecidos ecológicos
dos cerrados de altiplanos para algumas das depres­ Conjuntos topográficos e
sões interplanálticas existentes no centro ou na pe­
riferia do antigo grande refúgio dos cerrados do Bra­ condicionantes climáticos do
sil Central. Muitas de tais depressões, até há poucos domínio dos cerrados
milênios, foram mais secos do que atualmente, ain­
da que um pouco m enos quentes (13.000 -18.000
anos). E, com o se verá, tais setores interplanálticos, O Planalto Central tem o seu corpo territorial
foram exatamente aqueles que tiveram m aior sen­ básico centrado em três unidades geom orfológico-
sibilidade relativa para as variações clim áticas do estruturais, de grande extensão: o setor norte dos
Quaternário, ao longo de to do o Planalto Brasileiro planaltos sedimentares (efou basálticos) da Bacia do
(Ab'Saber, 1964, 1965). Daí, porque, tais áreas me­ Paraná, desfeitos em um relevo de cuestas concên­
recem tratam ento especial em term os de setores tricas de frente externa, com altitudes variando en­
que só recentemente — nos últim os dez milênios — tre 300 e 1.100 m etros; o altiplano de rochas antigas
serviram de áreas para expansão e coalescência dos e estruturas dobradas do centro de Goiás (altiplano
cerrados (e cerradões), anteriorm ente localizados de Brasília), com velhos aplainamentos hoje coloca­
apenas nas cimeiras dos chapadões centrais. dos na cimeira dos planaltos (série de superfícies)
aplainadas de cimeira, remontantes ao Terciário In­ o total de precipitações anuais é de, pelo menos,
ferior, em termos de idade geomorfológica; e, os pla­ duas a cinco vezes m aior nos altiplanos com cerra­
naltos sedimentares cretácicos da Bacia do Urucuia, dos do que nas depressões interplanálticas ou en­
situados a nordeste de Minas Gerais e oeste da Ba­ costas de "serras secas". E, mesmo que ocorra um
hia, ladeados por duas depressões periféricas, m ui­ ano de verão mais chuvoso nas caatingas, o semes­
to bem pronunciadas (depressão periférica, do Mé­ tre seco continua sendo m uito bem -pronunciado e
dio Vale do São Francisco e depressão periférica do malservido por águas.
Paranã). E, por fim , setores descontínuos de depres­
sões interplanálticas — geneticamente m uito varia­ Ainda que os enclaves de cerrados no dom í­
dos, do ponto de vista geomorfológico — circundam nio das caatingas estejam em regiões climáticas mui­
as terras altas sedimentares ou cristalinas, por todos to quentes e secas, é de se destacar o fato de que
os quadrantes, menos o sul e o sudoeste, na direção os cerrados, em sua área nuclear estão, e, sobretu­
do Paraná, Paraguai e Argentina. do, estiveram, em áreas climáticas um pouco mais
frescas do que aquela que impera no dom ínio das
De certa forma, é essa rede de depressões in­
caatingas. Nesse sentido, os enclaves de cerrados
terplanálticas, situadas a leste, nordeste, norte, no­
primam por estar em condições bastante adversas
roeste e oeste do Planalto Central, que salienta o es­
do ponto de vista climáíico, já que eles ocorrem em
paço geográfico principal do domínio dos cerrados,
setores tão diferentes quanto sejam o Amapá, o nor­
em sua área nuclear. Por outro lado, a maior parte
deste da Bahia (Ribeira do Pombal), os tabuleiros
desses extensos com partim entos deprim idos são
sublitorâneos do nordeste oriental, a região de São
áreas de contato entre stocks de vegetação perten­
José dos Campos, no M édio Vale do Paraíba do Sul,
centes a diferentes províncias florísticas. Na depres­
a depressão periférica paulista, e as manchas de cer­
são periférica paulista, na dependência de solos de
rados residuais de Jaguariaíva-Sengês e Campo
diferentes fertilidades naturais, ocorrem matas e cer­
Mourão, no nordeste e centro-norte do Estado de Pa­
rados, em mosaico complexo. Na depressão do Mé­
raná. No universo geoecológico do Brasil intertropi-
dio Vale do São Francisco, ocorrem florestas e cer­
cal não existe com unidade biológica mais flexível e
rados ao sul e caatingas ao norte.-A oeste, na depres­
dotada de poder de sobrevivência em solos pobres
são do Pantanal, originada por uma com binação
do que os cerrados.
complexa de tectônica quebrável, eversão, aplaina-
m entos neoterciários e recheio aluvial coalescente
Na sua área “ core", os cerrados se instalam há
quaternário, ocorre o com plicado contato entre a ve­
m uito tem po através de espaços contínuos, em ex­
getação dos cerrados com as do Chaco Oriental e
tensos setores de climas quentes, úmidos ou subú-
das palmáceas pré-amazônicas. Apenas para o nor­
midos, ou subquentes, igualmente úmidos ou subú-
te, após as terminações acidentadas do altiplano de
midos, com três a cinco meses secos. A amarração
Brasília, e além dos refúgios de matas do chamado
principal entre o grande refúgio dos cerrados de ci­
"M a to Grosso de Goiás" estende-se uma subárea
meira, do Brasil Central, e as condições climáticas,
dos cerrados, que atinge as proxim idades do Pon­
parece perder para os climas tropicais de planaltos,
tal Araguaia-Tocantins, enquanto outro braço term i­
subquentes e semi-úmidos com estação fortem en­
nal de vegetação típica do Planalto Central adentra-
te chuvosa de verão, e três a quatro meses secos, no
se pelos chapadões do sul e centro do Maranhão, até
inverno, sujeitos a precipitações médias anuais, va­
os reversos dos planaltos em penados (tilted pla-
riando entre 1.300 a 1.800mm, segundo se pode de­
teaus) da Bacia do Maranhão-Piauí. já , além da es­
preender de diversos grupos de dados existentes em
carpa terminal da Serra Grande do Ibiapaba, em ple­
um bom estudo do clima regional do centro-oeste,
no Ceará — em notáveis depressões interplanálticas da autoria de Edmond Nimer (1977).
—, inicia-se o dom ínio semi-árido dos "sertões se­
cos", espaço preferencial da vegetação das caatin­ De um m odo geral, os cerrados que ocupam
gas nordestinas. É nessa faixa, de contato brutaíjçn- depressOes interplanálticas, jn u ito mais quérrtes do
tre espaços fisiográficos e ecológicos, que se pode que as cimeiras dos platôs - ainda que sujeitos à
perceber m elhora posição preferencial dos cerrados mesma sazonaridade — ali se instalaram, recente­
e das caatingas nos diferentes com partim entos do mente, nos últimos milênios, tendo descido dos ma-
relevo regional: os cerrados permanecem no inter- crorrefúgios intermediários de cimeira segundo tu ­
flúvio das chapadas, quer com o massas vegetais do leva a crer. Fato que já se constituiu - se c o m ­
contínuas, quer co m o refúgios (caso do Araripe provado - num bom ponto de partida para a análi­
Oriental); as caatingas amarram-se às depressões in­ se do quadro de condições paleoclimáticas e paleoe-
terplanálticas sertanejas, quentes e semi-áridas, do­ cológicas que precedem a formação da atual área
tadas de drenagens interm itentes e tecidos ecoló­ nuclear dos cerrados do Brasil Central. Tal consta­
gicos próprios. A sazonaridade dos climas tropicais tação, entre outras implicações, documentaria que
continua sob um só e m esm o regime; no entanto, o dom ínio m orfoclim ático dos cerrados e cerradões
tem sua área de máxima tipicidade nos planaltos se­ estrutura superficial da paisagem. Convém lem brar,.
dimentares e cristalinos de altitude média, de Goiás porém, que tais indícios de antigos chãos pedrego­
e Mato Grosso, m uito mais do que propriamente nas sos tem um valor relativo, pois nada dizem direta­
com binações regionais de formas de relevo, solos e m ente sobre quais teriam sido os stocks de floras a
vegetação das depressões interplanálticas que mar­ elas associados em cada setor de ocorrência. No en­
ginam ou se interpenetram pelo Brasil Central, por tanto, indicam sempre vegetação esparsa, de tron ­
nós já aludida. É um tanto ilusório, entretanto, pensar- cos finos, ou de cactáceas, onde os fragm entos lo­
se que os cerrados nasceram e se fixaram sempre cais de barras de rochas resistentes, foram capazes
em altiplanos refrigerados do Planalto Central, já que de se esparramar no chão das antigas paisagens, vin­
tais planaltos ainda no Terciário Inferior possuíam ní­ do a form ar chãos pedregosos, de m aior ou m enor
veis altim étricos relativos, de centenas de metros, espessura. Para esse atapetam ento do chão de pai­
abaixo do seu nível atual. O soerguimento das cimei­ sagem, apenas a gravidade e as enxurradas em len­
ras mantidas por cargas — tipo planalto de Anápolis- çol devem ter colaborado: os fragmentos, de diferen­
Brasília - nos p e rm ite d e d u zirq u e a té o O lig o ce n o tes natureza petrográfica, origens e formas, perco-
existiam extensas planuras detríticas com lateritas laram pbr entre as raízes de uma vegetação raquítica.
em formação em setores hoje m uito soerguidos e
transform ados em verdadeiros planaltos. Levando-se em conta os patrim ônios biológi­
cos, ainda hoje dom inantes no espaço ecológico to ­
O quadro paleogeográfico de 13.000 tal de nòssos planaltos interiores, podem os afiançar
-18.000 anos que apenas os diferentes facies de caatingas, assim
com o alguns tipos de cerrados naturalmente degra­
Os docum entos que possuim os para caracte­ dados, poderiam ter ocupado os antigos chãos pe­
rizaras condições geoecológicas e paleoclimáticas dregosos, hoje soterrados na epiderm e das paisa­
recentes do Planalto Central são fragmentários e des­ gens regionais e reocupados extensivam ente por
contínuos. Pouco sabemos das flutuações clim áti­ cerrados e cerradões. É de se supor, ainda, que pai­
cas, menores ou locais, referentes aos últim os seis sagens de cactáceas com o aquelas que hoje ocor­
ou oito mil anos. E, no entanto, tem os informações rem na zona pré-andina da Argentina, desde o nor­
bem mais seguras referentes às mudanças clim áti­ te de San Juan até San Miguel de Tucuman, podem
cas mais drásticas, correspondentes à época gené­ ter penetrado áreas do entorno do Pantanal Mato-
tica das stone Une intertropicais brasileiras, já cons­ Grossense e depressões interplanálticas do sul do
tatadas e reconhecidas em numerosas áreas do país, Brasil, com portando eventuais chãos pedregosos e
e referíveis ao últim o período de glaciação q ua ter­ tornando possível a ocorrência de minienclaves de
nária (W ürm — W isconsin Superior). Deixando de cactáceas até os dias atuais, vinculados à área dos
lado, a análise das flutuações menores e mais loca­ a n tig o s p ed re ga is, hoje to ta l ou p a rc ia lm e n te
lizadas, ocorridas nos últim os milênios (Holoceno), soterrados.
examinaremos o quadro de mudanças mais radicais,
que tiveram sua atuação entre os 13.000 e 20.000 Tais docum entos sedim entários inclusos nas
anos, aproximadamente. Trata-se de um quadro re­ form ações superficiais da região — ou seja, partici­
ferencial que interessa ao país inteiro e, até certo pon-i pando da estrutura superficial atual da região dos
to de vista, à própria América do Sul, tomada em seu cerrados — têm m uito mais validade, quando asso­
conjunto. ciado a outros indicadores paisagísticos, tais com o
presença de paleoinsetbergs, hoje representados por
No que tange aos níveis de interesse do quin­ relevos residuais das superfícies interplanálticas re­
to simpósio realizado sobre os cerrados, deve-se sa­ gionais. Além do que, quando localizados no mes­
lientar em relação aos fatos referentes ao últim o gran­ mo espaço em que aparecem os docum entos detrí-
de período seco do Pleistoceno — expandiu, de m o­ ticos mais antigos (tam bém indicativos de climas
do complexo, no interior dos planaltos inter e sub­ mais secos dp passado), tais com o cascalheiras de
tropicais brasileiros — o que se conhece tem ape­ terraços fluviais, leques aluviais grosseiros e frag­
nas o sabor de uma primeira aproximação (Ab'Sa- m entos de sedimentação interrom pidos.
ber, 1977). Trata-se de conhecimentos ecléticos, m ui­
to recentem ente reunidos, apenas para atingir um
A análise de tais tipos de docum entos — cen­
esquema de mapa prévio, no interesse de uma visua­
trada na época de predominância das stone lines —
lização antecipada, e a serviço de futuras comple-
revelou-nos um pouco das paisagens que antecede­
tações e melhorias, através da ótica das m uitas dis­
ram de perto as atuais, por ocasião do últim o perío­
ciplinas em jogo.
do seco quaternário (Pleistoceno Superior). O qua­
Basicamente, os docum entos mais concretos dro o btido é m uito prelim inar e digno de m uitos re­
que tornam possível esta primeira aproximação, d i­ paros. No entanto, não nos furtam os de oferecê-los
zem respeito ao encontro de "linhas de pedra", na à consideração, análise e crítica de nossos com pa­
nheiros da área biológica, a serviço da interdiscipli- da região de Brasília, após as grandes matas do "M a ­
naridade. to Grosso de Goiás", outrora mais extenso. Essa área
• o conjunto das paisagens típicas de cerrados, de caatingas, em níveis rebaixados do Planalto Goia­
no Planalto Central, era menor e menos contínuo, por no, formavam uma ligação nordeste-sudoeste das re­
ocasião do últim o período seco; giões secas nordestinas com outras áreas semi-
áridas do centro-norte e nordeste de M ato Grosso;
• todas as depressões interplanálticas que en­
volvem ou interpenetram o conjunto das terras altas • no e n to rn o do g ra n d e P antanal M a to -
atuais do Planalto Central eram faixas de paisagens Grossense, sobretudo no Pediplano Cuiabano, des­
fortem ente diferentes, com portando m uito menos de Rosário Oeste até Santo Antônio do Leverger,
cerrados e mais caatingas, ou vegetações similares; ocorriam setores semi-áridos interplanálticos, prova­
velmente relacionados com a área de vinculação en­
• nas depressões interplanálticas ocorriam cer­
tre a vegetação pré-andina da Argentina ou com fai­
tamente faixas de contato de vegetação, do tipo a
xas de vegetação cactácea das depressões interpla­
que chamaremos de faixas de contato e transição in-
nálticas do extremo sul do país, outrora m uito mais
tradom ínio m orfoclim ático dos cerrados;
frias e secas do que as atuais pradarias mistas ou
• predominavam cerrados degradados inter- bosques subtropicais regionais;
fluviais e caatingas de encostas, em diferentes com ­
b in açõ es no in te rio r das a lu d id a s d epressões • no extrem o sul de Mato Grosso, onde hoje
interplanálticas; existe os campos de vacaria, deveria existir estepes
e campos limpos, mais frios e mais secos do que os
• nos altiplanos refugiavam-se os cerrados e atuais prados "m arginais", ali refugiados. Onde ho­
alguns núcleos de cerradões, sob a forma de "b a n ­ je ocorrem as matas de Dourados deveriam ocorrer
cos de flora", os quais, mais tarde, quando da umi- bosques subtropicais, alternados com campestres,
dificação generalizada sofrida pela região em seu to­ no esquema ainda hoje observável mais para o sul
do, serviram para o repovoamento vegetal do dom í­ do país (na área de vacaria, no nordeste do Rio Gran­
nio dos cerrados, tal com o hoje o entendemos em de do Sul, por exemplo);
sua área nuclear. Foi, somente, a ‘p artir dessa época,
que os cerradões passaram a predom inar sobre os • franjas de cerrados ficaram interpostas en­
fades de cerrados naturalmente degradados, então tre as florestas galerias tropicalizadas e os prados que
predominantes; substituíram estepes ou campos lim pos secos, no
sul de M ato Grosso. Esquema parecido com o que
• possivelmente as caatingas ou vegetações
ocorreu nas serranias das proxim idades de Barba-
similares estenderam-se até o M édio Vale do São
cena e Tiradentes, em Minas Gerais, onde as matas
Francisco mineiro, alcançando a região kárstica si­
tropicais ganharam o fundo dos vales e os cerrados
tuada ao norte de Belo Horizonte, assim com o o in­
ficaram interpostos entre elas e os campos limpos
terior das cristas quartzíticas e ferríticas do quadri­
dos altos das cristas, onde outrora medravam cam ­
látero central do centro-sul de Minas Gerais;
pos rupestres em chão pedregoso;
• fora das depressões interplanálticas, algu­
mas áreas, com o os próprios chapadões areníticos • um antigo refúgio de matas subtropicais si­
do Urucuia, tiveram coberturas vegetais de climas tuado no Vale do Paraná (extremo oeste do Paraná,
que designamos provisoriamente por Refúgio Foz do
mais secos, com portando cerrados degradados ou
Iguaçu) deve ter sido tropicalizado, nos últim os m i­
até m esm o manchas de caatingas;
lênios, afogado que foi pelas florestas de clim as
• em altitude, nas altas encostas de serranias quentes, reexpandidas a partir de refúgios situados
quartzíticas (Espinhaço, Pirineus de Goiás, reverso no norte do Paraná e oeste de São Paulo. Conviria
de altas cuestas areníticas) predominavam campos fazer um inventário de sua flora para testar esta hi­
rupestres desenvolvidos em chãos pedregosos ou pótese, baseada na dinâmica aparente das cobertu­
solos sub-rochosos, acima do nível do cinturão de ras florestais, da margem sul do dom ínio dos cerra­
cerrados, e á cavaleiro das caatingas das depressões dos. Por outro lado, convém retirar em definitivo o
interplanálticas, mais quentes e menos arejadas em extrem o sul de m ato Grosso da área nuclear dos
face dos escassos ventos úm idos da época; cerrados;
• no vale do Paranã, em plena depressão inter- • a grande transversal de formações abertas no
planáltica situada entre o chapadão de Brasília e os Brasil intertropical que vem desde a área das caatin­
chapadões do Urucuia, deve ter predom inado caa­ gas brasileiras até o Chaco, passando pela área nu­
tinga sobre cerrados n atu ra lm e nte degradados clear dos cerrados, foi m uito mais "corredor" de for­
(substandard ); mações abertas, no Pleistoceno Superior, do que nos
• paisagens e condições ecológicas de caatin­ últim os milênios. Isto porque, o espaço nuclear dos
gas predominaram ao norte dos bordos acidentados cerrados, com portava aquele te m p o m uito mais
áreas de cerrados naturalmente degradados, entre­ cada uso — a fim de que o manejo das terras de cul- •
meados com caatingas nas depressões interplanál- turas não interfiram no equilíbrio frágil da faixa de
ticas (Médio São Francisco mineiro e Paranã, A lto contato entre vertentes e fundos de vales com flo ­
Araguaia) e pequenas estepes secas de altitudes, do restas galerias;
que propriamente densos e contínuos cerradões. Os
• congelam ento total de uso dos solos das fai­
cerradões, ao contrário do que nós próprios pensá­
xas de matas galerias, com vistas à preservação m úl­
vamos pertencem a um patrimônio biológico, arcai­
tipla das faixas aluviais florestadas, assim como, das
co, com portando-se com o adensamentos de bio-
veredas existentes à sua margem.
massas de cerrados, a nível de verdadeiras florestas,
reexpandidas na cimeira de planaltos depois da úl­ Nesse sentido, alertamos aos responsáveis pe­
tima grande fase seca pleistocênica (13.000 -18.000 la preservação dos patrim ônios genéticos do país
anos). Tal fato, reforça a idéia básica de que cerradões (Secretaria Especial do Meio Am biente - SEM A, Ins­
quando degradados por estensivas ações antrópicas titu to Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF,
não se refazem facilmente. E, na prática, jamais se Ministério do Planejamento) que o não-atendimento
recompõem. Os cerrados, por seu turno, são m uito da preservação integral das florestas galerias exis­
mais resistentes em face de ações predatórias, não- tentes no Planalto Central pode acarretar conse­
lesionantes. Que os predadores imedialistas de nos­ qüências graves para o abastecim ento d'água, o ra-
so país, não nos ouçam. vim ento das baixas vertentes e o aprofundam ento
e dessecamento dos lençóis d'água subsuperficiais
De tais constatações, por fim , resultam algu­
na m aior parte do dom ínio dos cerrados. Até mes­
mas diretrizes para o bom uso e a preservação de im ­
mo no interior do sítio urbano de Brasília onde tem
portantes recursos naturais na área nuclear dos cer­
havido o caos na ocupação dos solos das faixas de
rados, ou seja, em regiões, tais como, os chapadões
matas galerias já se observam lesionamentos graves
do centro e sul de M ato Grosso, Triângulo Mineiro,
em conseqüência do progressivo desmatamento da
sudoeste de Goiás e oeste da Bahia, Maranhão e
margem natural das florestas galerias, incluindo-se
Piauí.
ocorrências de ravinamentos selvagens na faixa de
Até a década de 50 as faixas de maior prefe­ contato entre as baixas vertentes com cerrados e as
rência para uso agrícola no Planalto Central eram as veredas de solos lixiviados e em pobrecidos, que
calhas aluviais onde existissem densas matas gale­ margeiam a verdadeira faixa de florestas galerias.
rias. As várzeas alongadas e contínuas, dotadas de
O total de matas de fundo de vales, sob o ar­
aluviões, ricas e designadas regionalmente por pin­
ranjo clássico de matas galerias é inferior a 1% no
daíbas — eram a exceção em face do cam po geral
conjunto do 1,8 m ilhão de quilôm etros quadrados
de vertentes e largos interflúvios ocupados por uma
da área nuclear dos cerrados. E esse total, irrisório
pecuária extensiva. A partir da década de 60 e, so­
de vegetação florestal intracerrados — incluindo pe­
bretudo, ao longo da década de 70, extensas áreas
netrações das florestas do A lto Paraná e do sul da
dos interflúvios passaram a ser utilizados para a sil­
Amazônia, ao longo das cabeceiras de vales do di­
vicultura, a rizicultura, plantio de abacaxi e eventuais
visor Prata-Amazonase chapadões do Piauí — Ma­
lavouras nobres (soja, café e trigo). A agricultura co­
ranhão e oeste da Bahia - deve merecer tantos cui­
mercial, sobretudo a do arroz, atingiu o espaço dos
dados com o aqueles a serem dedicados à preserva­
cerrados, deslocando fronteiras agrícolas e viabili­
ção de bancos genéticos da natureza dos cerrados,
zando a econom ia rural de grandes glebas, até en­
ora pressionados pela irreversível deriva das frontei­
tão mal-aproveitados e improdutivas. Urge, agora,
ras agrícolas e interiorização do desenvolvim ento
porém, defender os patrim ônios biológicos, com
e co n ô m ico e social, nos p lanaltos interio res do
maior cuidado e grau de racionalidade. Com base no
Brasil.
estudo das m odificações quartenárias dos com p o ­
nentes paisagísticos regionais, e, sob a ótica do m o­ No caso dos cerrados p ro p ria m e n te d ito s
delo dos refúgios naturais, de floras e faunas, suge­ pode-se prever um aproveitam ento m áxim o da or­
rimos três diretrizes básicas para conciliar desenvol­ dem de até 30% do espaço total da área nuclear do
vim ento e proteção dos patrim ônios genéticos: domínio, sem grandes prejuízos para a preservação
• a exigir a preservação de percentuais signi­ do patrim ônio genético da província florística e fau-
ficativos de cerrados e cerradões localizados em abó­ nística regional. Essa avaliação prévia equivale a uma
badas de interflúvios, transform ando-os em verda­ somatória de espaços agrários descontínuos, da or­
deiros bancos genéticos da província fitogeográfi- dem de 540 mil quilômetros quadrados, ou seja, uma
área duas vezes maior do que o território paulista em
ca dos cerrados;
seu conjunto e quatro vezes m aior do que o dos seus
• preservação de faixas de cerrados e campes­ espaços agrícolas, efetivamente produtivos. O gran­
tres nas baixas vertentes de chapadões, com deze­ de dilema residirá sempre no desenvolvim ento das
nas até centenas de metros de largura — segundo técnicas de seleção dos subespaços efetivamente
agricultáveis, sem prejuízo da preservação relativa dos corredores aluviais, dotados de florestas gale­
dos patrimônios naturais do "universo dos cerrados rias e buritizais. Fazer um alerta para as dificuldades
e cerradões". de utilização dos solos das "veredas" e proibir o uso
Em relação ao grande dom ínio m orfoclimáti- da estreita faixa de transição entre a base da verten­
co e fitogeográfico dos cerrados — em sua área nu­ te e o início das veredas, onde ocorrem solos forte­
clear — propomos aos órgãos de gerenciamento do mente lixiviados, passíveis de erodibilidade intensa
m eio am biente no Brasil as seguintes diretrizes (regossolos de base de vertentes em cerrados);
mínimas: • não se pode eliminar pequenos capões de
• face à nova conjuntura de ocupação econô­ matas existentes sob a forma de enclave no interior
mica dos cerrados, por atividades agrícolas im por­ do domínio dos cerrados, situados em glebas públi­
tantes — soja, arroz de sequeiro, m ilho —, tornar cas ou particulares. Considera-se pequenos capões
obrigatório a preservação de pequenas e médias "re­ aqueles de 1 a 20 hectares. Minicapões poderão ser
servas" de vegetação original, em fazendas que pos­ cercados — com uma faixa de 20 metros de cerra­
suam áreas superiores a 1.000 hectares, independen­ dos em seu perímetro — para fins de estudos cien­
temente das posturas legais de proteção preexisten­ tíficos e monitoramento, com base em negociações
tes para matas ciliares e eventuais "capões" de ma­ a serem feitas com os proprietários das glebas. Au­
tas. Sugere-se que essas "reservas" de fazendas te­ toridades estaduais e m unicipais ficarão com a tu ­
nham no mínimo 30% do espaço total das fazendas, tela da fiscalização dessas pequenas reservas de flo­
devendo preferentemente ser localizadas nos inter- restas ilhadas na área nuclear dos cerrados. Estudos
flúvios de chapadões; científicos e monitoramento das mesma deverão ser
feitas pelo IBDF, SEMA, INCRA e Empresa Brasilei­
• provisoriam ente, ficam interditados para
ra de Pesquisa Agropecuária - Embrapa;
eventual expansão de espaços agrários, todas as
áreas dotadas de verdadeiros cerradões (cerrados re­ _ • qualquer projeto de colonização dirigido para
gionalmente designados por "cerrados a três pê­ capões de matas — tipo "M a to Grosso de Goiás"
los"), estejam eles localizados em qualquer posição — terá que ser subm etido a rigorosa apreciação por
na topografia: interflúvios, vertentes altas ou verten­ parte de instituições mistas e/ou comissões de es­
tes baixas. Para se liberar trechos de solos de cerra­ pecialistas, podendo ser aprovados em bloco, ficar
dões para fins de ampliação de áreas agrícolas, ou sujeito a m odificações internas de diferentes níveis
outros quaisquer usos, será necessário exame in si- e ordens e/ou serem proibidos globalmente, por to ­
tu por equipes técnicas do IBDF, SEMA e Instituto tal inadequação. De preferência, todo o entorno des­
Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. ses grandes capões de matas deverá ser preserva­
Dado o desaparecimento rápido dos verdadeiros do, em uma faixa de 100 metros de largura média,
"cerradões", todos os remanescentes dessa vege­ do m odo mais contínuo possível, com o amostra do
tação arcaica do Brasil Central, são de interesse pa­ ecossistema florestal original e baliza do espaço ori­
ra estudos científicos, de ordem botânica e fitogeo- ginalmente abrangido;
gráfica, assim como, zoológica;
• fica previsto estudos para delim itação de
• devem ser protegidas todas as cabeceiras de áreas dejopografias ruiniformes típicas para efeitos
drenagem existentes no dom ínio dos cerrados, des­ de criação de parques nacionais, estaduais ou m u­
de o sul de M ato Grosso até ao Maranhão e Piauí. nicipais sob controle de visitação. Após a delimita-
Campos de cultura em preparo, instalações agrárias, çao das áreas mais expressivas de topografias rui-
novos espaços incorporáveis ou em vias de incorpo­ niformes existentes no dom ínio dos cerrados, em
ração ao m undo urbano não podem interferir nas ca­ Goias (Torres do Rio Bonito, Serra da Divisão), Ma­
beceiras extremas de cursos d'água, sejam elas de to Grosso (Planalto dos Alcantilados, altos da Serra
qualquer tipo: cabeceiras em anfiteatros pantanosos do Roncador, Serra Azul, Bodoquema), Maranhão
com buritis ou caranãs, cabeceiras em bacias de cap­ morros testemunhos e chapadas residuais), e Piauí
tação dendritif içadas. Não devem ser oferecidos in­ (Sete Cidades de Piracuruca, chapadas e morros tes­
centivos a proprietários ou prefeituras que não te­ temunhos de Castelo do Piauí e Pedro II), tom ar pro­
nham s e n s ib ilid a d e em relação à p ro te çã o de videncias para a organização interna desses parques
mananciais; e elaboração de regulamentos para visitação e de­
senvolvimento de pesquisas. Em hipótese alguma
• levando em conta o encontro de novas fór­
sera possível implantar nessas áreas especiais — do­
mulas para o uso econôm ico rentável dos solos de
tadas de grande expressão paisagística e feições to-
cerrados nos chapadões do Brasil Central, com rá­
pograficas bizarras — os equipamentos e esquemas
pida expansão da agricultura por largos interflúvios
de visitação que foram endereçadas à área de Vila
e vertentes — através de dezenas de milhares de qui­ Velha, no Paraná. Pelo contrário, o exem plo de Vila
lôm etros quadrados - , tornar obrigatório a defesa
Velha será tomado como sendo o antiexemplo, a fim
de preservar corretam ente os componentes físicos RADO, São Paulo, Ed. Universidade de São Paulo/
e bióticos da natureza regional; Ed. Blücher, 1971. p. 1-14.

• impedir o uso dos solos nas frentes de escar­ ----------. O domínio morfoclimático semi-árido das caatingas
brasileiras. São Paulo, IGEOG, Universidade de São
pas estruturais, recobertas por cerrados ou matas Paulo .G e o m o rfolo g ia , (43), 1974.
orográficas, em todo o Brasil Central. Visa-se com
isso obter um tipo em acréscimo de áreas refúgios ----------. Espaços ocupados pela expansão dos climas secos
de cerrados. E, eventualmente, preservar matas es­ na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais
quaternários. São Paulo, Universidade de São Paulo,
tabelecidas na frente de escarpas de cuestas, onde Paleoclimas, (3): 1977.
qualquer desm atam ento seria irreversível;
----------. Os domínios morfoclimáticos na América do Sul;
• dar um tratamento especial à proteção da re­ São Paulo, Universidade de São Paulo, G eo m o rfolo ­
gião kárstica do Brasil Central (Serra da Bodoquema, gia, (52) 1977.
sobretudo) e elaborar um docum ento integrado pa­
ra a defesa da região do Pantanal; ----------. Limitações dos informes paleoecológicos das linhas
de pedras, no Brasil. São José do Rio Preto, Universi­
• transformar em área de proteção ambiental dade Estadual de São Paulo, Inter-Facies, (1), 1979.
um setor representativo da Serra do Espinhaço, em ----------. Os mecanismos da desintegração das paisagens tro­
Minas Gerais, no qual possa ser visto o zoneamen- picais no pleistoceno; efeitos paleoclimáticos do pe­
to altitudinal, desde as matas de encostas baixas e ríodo Würm-Wisconsin no Brasil. São José do Rio
grotões (lado oriental), até os cerrados (lado ociden­ Preto, Universidade do Estado de São Paulo, Inter-Fa-
cies, (4), 1979.
tal) e os agrupam entos de ecossistemas da cimeira
da Serra, onde predominam campos rupestres (pra­ ----------. Domínios morfoclimáticos atuais e quaternários na
darias de altitude); região dos cerrados. São José do Rio Preto, Universi­
dade do Estado de São Paulo, Craton & In tra cra ton ,
• realizar estudos para fazer um parque da Ser­ 14, 1980.
ra dos Pirineus, segundo os melhores e mais racio­
----------. Razões da retomada parcial de semi-aridês holocé-
nais o b je tiv o s in c lu íd o s na idéia de "p a rq u e s nica, por ocasião do otimum climaticum; primeiras
nacionais” . idéias. São José do Rio Preto, Universidade do Esta­
do de São Paulo. Inter-Facies, (8), 1980.
Bibliografia seletiva do domínio
----------. & COSTA, Jr., M. Contribuição ao estudo do Sudo­
dos cerrados este Goiano. São Paulo, Boi. Paul. de Geogr., (4):
3 - 2 6 , 1950, Anais da Associação dos Geógrafos Bra­
AB'SÁBER, Aziz Nacib. O Planalto dos Parecís, na região sileiros, São Paulo, 1953. V. 1, p. 143-217.
de Diamantina (Mato Grosso). São Paulo, Boi. Paul.
de Geogr.. (17 1 :6 3 -7 9 , 1957.
ABSY, Maria Lúcia & VA N DER H A M M E N , T. Some pa-
. Conhecimentos sobre as flutuações climáticas do laecological data from Rondonia, Southern Part of
Quaternário no Brasil. Boi. da Soc. Bras. de Geol., 6 the Amazon Basin. Manaus. A cta Am azônica, 6 (3):
(1): 41 -8, 1957 (Transcrito com um anexo, In : Cam­ 2 9 3 -9 .
pinas, Notfcia Geomorfológica, 1: 2 4 -3 0 , abr., 1958.
----------. A pa lyn o lo gica l stu d y o f holocene sediments in the
--------- . Pavimentos detríticos atuais e subatuais das caatin­ Am azon Basin; tese de doutorado. Amsterdam, Uni­
gas brasileiras. Campinas, N o tfc ia Geom orfológica, versity of Amsterdam, 1979.
(4 1 :4 8 -9 , 1959.
A L M E ID A , Fernando Flávio Marques de. Reconhecimento
■ Revisão dos conhecimentos sobre o horizonte sub- geomórfico nos planaltos divisores das bacias Ama­
superficial de cascalhos inhumados do Brasil Orien­ zônica e do Prata entre os meridianos 519 e 56P Wg.
tal. Curitiba, Boi. da Univ. do Paraná; Geografia F í­ Rio de Janeiro, Rev. Bras. de Geogr. 10 (31:397-440
sica, (2) ju l„ 1962. 1949.

. Contribuição à Geomorfologia da área dos cerrados. A L V IM , Paulo de Tarso & A RAÚJO , W. A. Soil as an ecolo­
SIM PÓ SIO SOBRE O C ER RADO , São Paulo, Ed. gical factor in the development of vegetation in the
Universidade de São Paulo, 1963. Central Plateau of Brazil. In : IN T E R N A T IO N A L
G RASSLAN D CONGRESS, 6 .P R O CEEDING S. Was­
' . As depressões periféricas do Planalto Brasileiro. In : hington, 1953. V. 1, p. 6 1 0 -6 .
A Z E V E D O , Aroldo, Coord. O Brasil, a terra e o ho­
mem. São Paulo, Ed. Nacional, 1964. V. 1, cap. 3, ----------. Teoria sobre a formação dos campos cerrados. Rev.
p. 181-4. Bras. de Geogr. Rio de Janeiro, 16 (4): 4 9 6 -8 , 1954.

. As ilhas de cerrados das bacias de Taubaté.São Pau­ A U B R É V IL L E , André. Les lisiéres forêt-savane des régions
lo e Atibaia. In : I SIM PÓ SIO DE ECO LO G IA IN- tropicales. Paris, Adansonia, N .S ., 6 (2): 1 7 5 -8 7
T E R T R O P IC A L . Bahia, SBPC, 1970. São Paulo, Ca­ 1966.
dernos de Ciências da Terra, (6): 2 0 -4 , 1970.
A Z E V E D O , Aroldo de. et alii. Brasil, a terra e o hom em ; as
. A organização n a tu ra l das paisagens in te r e su b tro ­ bases físicas. São Paulo, Companhia Editora Nacio­
picais brasileiras. In : III SIM PÓSIO SOBRE O CER- nal, 1968. V. 1.
A Z E V E D O , Luiz Guimarães de. Vegetação; região leste. In : N A T IO N A L DE GEO GRAPHIE. Actes du Congrès.
Atlas do Brasil (Geral e Regional). Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, V .G .I/C N B , 1956. p. 2 9 9-301.
IBGE/CNG. 1960.
C H R IS TO F O L E T TI, Antônio. Considerações a propósito
- . Tipos eco-fisionômicos da vegetação da região de da Geografia Física dos Cerrados. Campinas, Pontifí-
Januária-M G . In : II SIMPÓSIO SOBRE O CER RA­
DO. Anais da Acad. Bras. de Ciências. Rio de Janei­ n 3) ) 5 V32 **19(fà^a^ ' <”a' ^ o t^cla G eom orfológica, 6
ro, 1966. V. 38, Supl. p. 3 9 -5 7 .
C L IMAP, Project Members. The surface of the ice-age earth.
BARBOSA, Octávio. Geomorfologia do Território do Rio Science, 1 9 1 :1131 -7, 1976.
Branco. Resumo de Conferência. Campinas, N o tícia
G eom orfológica, (1): 16 -8 , abr., 1958. COLE Monica Mary. A Savana brasileira. Rio de Janeiro,
Bol. Car. de Geogr. 11 (1-2 ): 5 -5 3 , 1958.
BEARD, J. S. Brazilian Campo Cerrado; fire climax or eda-
phic climax? Geogr. Review, (39): 6 6 4 -6 6 , 1949. COSTA, Manoel Teixeira da. Estructura geológica dos cerra­
dos. In : Recuperação do Cerrado, 1964. p. 8 3 -9 2 .
---------- . The savanna vegetation of northern. Tropical Amé­
rica. Durram, Duke University Press, Ecological M o­
nograph, 2 3 (2): 1 4 9-215, 1953. CO UTINHO , Leopoldo M. C ontribuição ao conhecim ento
o papel ecológico das queimadas na floração de es-
BENNEM A, J. The red and yellow soils of the tropical and Pauk> X r d °- Pau'° ' Universidade de São
sub-tropical uplands. Soils Sciences, 95: 250-57
1963.
COUTO, Carlos de Paula.O pleistoceno Sul-americano e as
----------. Características químicas e físicas de latossolos sob migrações humanas pré-históricas. In: Pré-História
vegetação do cerrado. In : Recuperação do Cerrado ■iço w aV ° . Paul° ' '"stituto de Pré-História da
1964. p. 137-44. io c o , , í cial *x , x Reunião Anual da SBPC),
iat>o, p. j - 4 2 .
B IG A R E L L A , João José. Variações climáticas no quater­
nário e suas implicações no revestimento florístico C UNH^ ' F -.L .de S- & G U IM A R Ã ES , M .L . Posição Geoló-
do Paraná. Curitiba, Boi. Paranaense de Geografia f * do h°m em de Lagoa Santa no Grande A b rig o da
(10-15): 211 -31, 1964. E™Peraire- pedro Leopoldo, Estado
F>t,M? ' £ era'l- 530 Paul0' 1978- c °leção do Museu
BRANCO, Jaime J. R. Observações sobre a geologia da área raulista. Série Ensaios, v. 2, p. 2 7 5-305.
de cerrado. In : Recuperação do Cerrado. 1964 p
93-102. D A M U TH & F A IR B R ID G E . Equatorial deep-sea Askosic
bands and ice-age Aridity in Tropical South America.
BR AU N , E. H. G. & RAMOS, R. R. de. Estudo agrogeológi- Oeo/. Soc. o fA m e r., B ull., 8 1 : 189-206, jan., 1970.
co dos campos Puciari; Humaitá, Estado do Amazo­
nas e Território Federal de Rondônia. Re v. Bras. de ENE boui’r J ^ '11'3-™ -r^ Observations on savanna/forest
Geografia, 21 (4): 4 4 3 -9 7 , 1959. toundaries m Tropica! America. SYM PO SIUM ON
B O U lu n A n v n THE S A V A N N A -FO R E S T
BROWN JR., K.S. & AB'SÁBER, Aziz N. Ice-age forest re­ BO UN D A R Y. Caracas, 1964.
fuges and evolution in the neotropics: correlation of
paleoclimalogical, geomorphological and pedological
" r T he cJ mP ° cerrado vegetation of Central Brasil.
data with modern biological endemism. São Paulo, Geogr. Review. 55: 112-15, 1965.
Universidade de São Paulo, Paleoclimas, (5), 1979.
D O N S E U \A R j an Van An ecological and phytogeogra-
C A IL L E U X , André. La ligne des cailloux à la base de sols P . northem Surinan savannas. In : The ve­
jaunes. Berlim, Z e its c h rift f iir G eom orpholooie 1 g etation o f Suriname. Amsterdam, Lanjouw & Vers-
(3): 312, 1957.
he?r 1965 defonds/Paramarib° . S'Lands, Bosbe-
----------. Os depósitos detríticos, a linha de cascalhos enter­
rados e os cupins. Campinas. N o tfc ia G e o m o rfoló ­
r;!i» n ? î t „ 0n savanna vegetation, types in the
gica. 6 (12) p. 4 3 -4 9 , 1966.
n 2'I r ^ Ue' D r - W- Junk N V - Publis- v * 9e-
tatio, A cta Geobotanica, 17 (1 -16): 2 1 7 -3 1 2 , 1969.
----------. & T R IC A R T , J. Zones phytogeographiques et mor-
phoclimatiques du quaternaire, au Brésil. Paris, C.R.
Soc. Biogeogr., 8 8 a 9 3 : 7-13, 1957. EN Michel j The savanna ecosystem; northern Rupunu-

CAM ARG O , Angelo Paes de. Clima do Cerrado. In : SIM PÓ­


vana Ä r c h P r ^ e c Ä 3!' McGi" UniversitV 'Sa‘
SIO SOBRE O CER RADO . São Paulo, Ed. Univer­
sidade de São Paulo, p. 93-115. 1963. savannaCli!TatiC [,nflue>nces and the development of

CAMP. John R. Os extensos campos cerrados do Brasil. Was­


7- 95 i œ.r?9V|ne2Ue,a- J O U m a l ° f B i0 9 e 0 '

hington, OEA, Am éricas, 15 (8): 11 -4, 1963.


E IT E N ^ outline of the vegetation of South Am e­
CAMPOS, Gonzaga de. Mappa florestal. Rio de Janeiro, M i­ rica. SYM POSIUM IN T E R N . P R IM A T . SOC. 1973.
nistério da Agricultura Indústria e Comércio, 1912.
F E R R daMeâcoroo?i,Uir ra' eS- <r°ntribu^ ' ° ao conhecimento
C H E B A TA R O FF, Jorge. El problema de los campos en las <32! f errad° e da K lin g a . Bol. da Fac.
regiones tropicales. In : X V III CONGRÉS IN T E R ­ 1-170 ?955 * U' ~ USP‘ (195) Botanica, (12):
----------. ed. Coord. SIM PO SIO SOBRE O CERRADO . São in South America; Arizona, Temple. The Am erican
N aturalist, 100 (914): 3 7 7 -8 8 , 1966.
Paulo, Ed. Universidade de São Paulo, 1963.
HO EHNE, Frederico Carlos. F ito fis io n o m ia do Estado de
----------. Ill SIM POSIO SOBRE O CERRADO . São Paulo,
M ato Grosso e ligeiras notas a respeito da com posi­
Ed. Blücher/Ed. Universidade de São Paulo, 1971.
ção e d istribuição da sua flora. São Paulo, Cia. Me­
lhoramentos, 1923.
----------. Sobre a origem , a m anutenção e a transformação
dos cerrados; tipos de savanas do Brasil. Portugal.
HUBER, Otto. Le savane neotropicali. 1st. Italo-Latino
Ren. de Biologia, 9 (1 -4): 1 -13, 1973.
Americano con la col. Dell'ist Bot. dell'Univ. di Ro­
ma, 1974.
---------- . Sobre a origem , a m anutenção e a transformação
dos cerrados; Associação Argentina de Ecologia, Eco­
HOECK, Jurt. Sobre a origem dos campos cerrados no Bra­
logia, 1, (1): 5-10, 1973.
sil e algumas novas observações no seu limite meri­
dional. Rio de Janeiro, Rev. Bras. de Geogr. 19 (01):
FEU R, R. A n e x p lo ra to ry investigation o f the soils and the 6 7 -8 2 , 1957.
a g ricu ltu ra l p o te n tia l o f the so il o f the fu tu re federal
d is tric t in the central plateau o f B razil; tese. Cornell
----------. Die W ild e r Südamerikas. Ökologie, Zusamensetzung
University, 1956.
und Witschafttliche Bedeutung, Stuttgart, Gustav Fis­
cher Verlag, 1966.
F IT T K A U , E .J. et alii. Biogeography and ecology in South
A m erica. The Hague. Dr. W. Junk N .V . Pubis, 1968,
----------. As florestas da A m érica do Sul. Trad, de Die Wälder
V. 1.
Südamerikas, por Hans Reichardt, Brasilia — Ed. da
Univ. de Brasflia/Sao Paulo, Ed. PolfgonoS.A., 1966.
. Biogeography a nd ecology in South Am erica. The
Hague. Dr. W. Junk N .V . Pubis. 1969, V. 2.
----------. & SEIBERT, P. Vegetationskarte von Südamerika.
Mapa de Vegetación de A m érica del Sur. Stuttgart,
FUSON, Robert H. The origin and nature o f american sa­
Gustav Fischer Verlag, 1972.
vannas. Oklahoma, Natu. Council for Geogr. Educ.
Series, 2. 1963.
K U H L M A N N , Edgard. Os tipos de vegetação; grande Re­
gião Centro-Oeste. Rio de Janeiro, IBGE, 1960.
GATES, W. L. Modelling the ice-age climate. Science, 191:
1 1 3 8-4 4 , 1976.
---------- . Vegetação; Centro-Oeste. In : A tla s do Brasil; geral
e regional, Rio de Janeiro, IBG E/CNG , 1960. p. 437-
G O O D LA N D , Robert J. A. A phytoso cio lo g ica l stu d y o f
48.
the n o rth e rn R u p u n in i savanna, B ritish Guiana; tese.
Montreal, McGill University, 1964.
L IM A , Dárdano de A. Contribuição è dinâmica da flora do
Brasil. Recife, Universidade de Recife, A rq u ivo s do
----------. The savanna controversy; back ground information
IC T (Instituto de Ciências da Terra), (2): 15-20, out.
of the Brazilian cerrado vegetation. Savanna Research 1946.
Serie. 15. McGill University, 1970.
L IN D M A N , C. A. M. A vegetação de Mato Grosso. In : A l­
. Plants o f the cerrado vegetation o f South-C entral bum G raphico do Estado de M a tto Grosso. Corum­
B razil; tese. McGill University, Botany Dept. Mon­ bá, Hamburg, 1914. p. 2 9 5 -3 0 6 .
treal, 1970.
LISBOA, Miguel Ribeiro Arrojado. Oeste de São Paulo, sul
---------- . The cerrado ecosystem o f Brazil. Paris, UNESCO, de M ato Grosso. EF. Noroeste do Brasil, Rio de Ja­
1975. neiro, Com. E Schnoor. Tip. Jornal do Comércio,
1909.
. & IR W IN , H. S. Amazonian and cerrado; develop­
ment and environmental conservation. In : E x tin c tio n
is forever. New York. New York Botanical Garden, LO E FG R E N , Alberto. Contribuição para a botânica paulis­
1977, p. 2 1 4 -3 3 . ta; região campestre. Memória das excursões botâni­
cas de 1887, 1888 e 1889. Boi. da Com. Geogr. e
--------- . Amazonian forest and cerrado; development and Geol. do Estado de São Paulo, 1890.
environmental conservation. In : E x tin c tio n is fo re ­
ver. New York, New York Botanical Garden, 1977, M AACK, Reinhard. Geologia e geografia ffsica da bacia hi­
p. 2 1 4 -3 3 . drográfica do Rio de Contas no Estado da Bahia.
Curitiba, Boi. do Inst, de Geol. da Univ. do Paraná,
--------—. & F E R R I, M. G. Ecologia do cerrado. São Paulo, Geografia Ffsica, 5. 1963.
Ed. Itatiaia/EDUSP, 1979.
M A G N A N IN I, Alceo. Origem e distribuição do cerrado da
H A F F E R , Jurgen. Speciation in Amazonian Forest birds; caatinga e do pantanal no Brasil. Rio de Janeiro. B o i
most species probably originated in forest refuges Car. de Geogr. 13, (3/4 ): 8 3 -6 , 1960.
during dry climatic periods. Washington, AAAS, Sci­
ence, (3889): 131-7, 1969. M cC ON NELL, R. B. Planation surfaces in Guyana. London,
The Geographical Journal, 134 (4): 506-20, 1968.
H A R D Y , F. Senile soils. 9th Ann. Carib. Conf. Univ. of
Florida. Gainesville, p. 14-43. MOMSEN JR, Richard P. The forest-frassland boundary
between Jaraguá, Anápolis and Goiânia on the Cen­
--------- . Edaphic savannas. II CA. Turrialba, 1960. tral Plateau of Brazil. X V III CONGRÈS IN T E R N A ­
T IO N A L DE G EO G RAPHIE. Rio de Janeiro. 1965
HESTER, J. J. Late pleistocene environment and early man V. 3, p. 82 -9 .
M ONO D, Theodore. A propos des "campos cerrados". Bull, R U E LLA N , Francis. Alguns aspectos do relevo no Planalto
de I.F .A .N ., 12 (31 :8 4 4 -9 , 1950. Central do Brasil. Anais da Assoe, dos Geógr. Bras.
São Paulo, A.G . B., 1947. V. 2, p. 17-28.
M O N TE IR O , Carlos Augusto de Figueiredo. Notas para o
estudo do clima do Centro-Oeste brasileiro. Rio de SAM PAIO, A. J. de. A flora de Mato Grosso. A rch. Mus.
Janeiro, Rev. Brasileira de Geografia, 13 (1): 3-46, Nac., Rio de Janeiro, (19): 1 -25, 1916.
1951.
. Fitogeografia do Brasil. 3 ed. São Paulo, Compa­
M O RALES, Pedro Roa. El llano central de Venezuela fue nhia Editora Nacional, 1934,
un desierto; res. Reunion Técnica Investigs. BIOLO­
G IA TROPICS AM . INS. Y CONF., 8. Programa
SANTOS, L. B. et alii. Vegetação; Região Centro-Oeste. In :
2CA Tropicos. Maracaibo, 1972.
Geografia do Brasil. Rio de Janeiro, IBGE, 1977.
----------. Genesis y evolución de los medanos en los llanos
centrales de Venezuela. Testemonio de un clima de- S A R M IE N TO , G. The dry plant formation of South Am eri­
sertico. Caracas, A cta Biologica Venezolana. 10 (1): can and their floristic connections. Journal o f B io ­
19-49. geography, 2: 2 3 3 -5 1 , 1975.

---------- . Algunos aspectos de la evolución sedimentologica SE R VA N T, M. & V IL L A R R O E L , R. Le problème paleocli-


y geomorfologica de la llanura aluvial de desborde en matique des Andes boliviennes et de leurs piedmonts
el Bajo Llano. Caracas, Bol. Dela Sociedad Venezola­ amazoniens au Quaternaire; note. Paris, C.R. Acadé­
na de Ciencias Naturales, 3 5 (139): 31 -48, 1980. m ie des Sciences, 2 8 8 : 6 6 5 -8 , fev. 1979.

M Ü LL E R , Paul. Vertebratenfaunen brasilianischer Inseln as SICK, Helmut. Landschaftsformen in Zentralbrasilien.


Indikatore für glaziale und postglaziale Vegetations- Frankfurt. Die Umschau in Wissenchaftund Tecknik,
fluk Tuazianem. Leipzig. Verhand. der Zool. Gesells­ 55. (17 1 :5 2 9-3 2 , 1955.
chaft, Z oo l. A nz., Supl. (331:97-107, 1970.
SIM PSO N- V U IL L E U M IE R , Beryl. Pleistocene change in
M YERS, J. G. Savanna and forest Vegetation of the interior the fauna and flora of South America. Science, 173:
Guyana plateau. Jo urnal o f Ecology, (24): 162-84, 7 7 1 -8 0 ,1 9 7 1 .
1936.
. Pleistocene Changes in the fauna and flora of South
N IM E R , Edmond. Clima; Região Centro-Oeste. In : Geogra­ America. Science, 173: 171-80, 1971.
fia do Brasil. Rio de Janeiro, IBGE, 1977.
SM ITH , Herbert. A região dos campos no Brasil. Rio de Ja­
PA FFEN, Karl Hernz. Das problem der "cerrados" in the neiro, Rev. Mensal (Seção da Soc. de Geogr. de Lis-
Tropen. X V III CONGRÈS IN T E R N A T IO N A L DE boa no Brasil): 4 8 -5 5 , fev. 1885.
G EO G R APH IE. Actes du Congrès, 1. Rio de Janeiro
V G I-C N B . 1956, p. 345-7. ' ^ '° ^ane,ro a Cuyabà; notas de um naturalis­
ta. Rio de Janeiro, 1886.
PINTO , M. M. et alii. As geotemperaturas de Brasilia e sua
correlação com os balanços hídrico e energético. SM ITH L. B Origins of the flora of Southern Brazil. Contr.
A N A IS DA II R E U N IÃ O B R A S ILE IR A DOS CER­ U.S. Nat. Herb. 3 5 : 2 1 5 -4 9 , 1961.
RADOS. Dep. Nac. de Pesq. Exp. Agropec. Min. da
Agric. 1971. p. 180-93.
SOARES Lúcio de Castro. Limites meridionais e orientais
da área de ocorrência da floresta amazônica em terri­
RA W ITSCH ER, F. K. et alii. O problema das savanas brasi­ tório brasileiro. Rio de Janeiro, Rev. Brasileira de
leiras e das savanas em geral. A n u á rio Brasileiro de Geografia, 15. (1): 3 -9 5 , jan./mar. 1953.
Econom ia Florestal. Rio de Janeiro, INP, 3 (3): 32-8
1950. T R IC A R T , Jean. Division morphoclimatique du Brésil atlan­
tique central. Rev. de Géomorph. Dynam . 9 (1-2),
----------. et alii. Profundidade dos solos e vegetação em cam­ jan./fev. 1958.
pos cerrados do Brasil meridional. Anais Acad. Bras.
de Ciências, 15. 2 6 7 -9 4 , 1943. -Existence, au Quaternaire, de périodes sèches en
Amazonie et dans les régions voisines. Rev. Géo­
REIS, A. C. de S. Climatologia dos cerrados. In : III SIMPÓ­ m orph. Dynam. 23, p. 1 45-58, 1974.
SIO SOBRE O CER RADO . São Paulo, Ed. da Uni­
versidade de São Paulo/Ed. Blücher, 1971, p. 15-26. VAN DER H A M M EN, Theodor. A p a lin o lo gical stu d y o f
^ Quaternary o f B ritish Guiana. Leidse Geol. Me-
R IZ Z IN I, Carlos T. A flora do cerrado; análise florfstica das ded., 1963, v .2 9 , p. 125-80.
savanas centrais. In : SIM PÓSIO SOBRE O C ER R A ­
DO. São Paulo, Ed. da Universidade de São Paulo, . Changes in the vegetation and climate in the Ama­
1963. zon Basin and surrouding areas during the Pleistoce­
ne. Geologie en M ijn b ou x, 51, 641 -3, 1972.
----------. Sobre as principais unidades de dispersão do cerra­
do. III SIM PÓSIO DO CER RADO . São Paulo, Ed.
•' T e'Stoce[!e Changes of vegetation and climate
Universidade de São Paulo, 1971. p. 117-32. in the Tropical South America. Jo urnal o f Biogeogra-
p h y, M 1 ) : 3 -2 6 , 1975.
R O DRIG UES, William A. Plantas dos campos do Rio Bran­
co (Território de Roraima). III SIM PÓ SIO SOBRE V A N Z O L IN I, Paulo Em ílio. Z oologia sistemática, geografia
O CER RA DO . São Paulo, Ed. da Universidade de e a or,gem das espécies. São Paulo, Inst, de Geogr.
São Paulo/Ed. Blücher, 1971, p. 180-93. Univ. de Sao Paulo. Teses e monografias, 3, 1970.
----------. Paleoclimates, relief and species multiplication in W A R M IN G , E. & F E R R I, M. G. Lagoa Santa e a vegetação
equatorial forest. In : MEGGERS, B.J. et alii. T ropi­ de cerrados brasileiros. São Paulo, Universidade de
cal forest ecosystems in A fric a and South Am erica; a São Paulo/Belo Horizonte, Ed. Itatiaia, 1973.
comparative review. Smithsonian Press, 1973.
W IJM STRA, T. A. & VA N DER H A M M A N , T. Palynologi-
----------. & Wl LLIA M S, E.E. South America anoles; the géo­ cal data on the history of tropical Savanas in Northern
graphie differentiation and évolution of the anolis South America. Leiden Geolog. Meded., 3 8 p. 71 -83,
chrysolepis especies group (Sauria, Iguanidae). São 1966.
Paulo .A rq u iv o s de Z oologia, 19. 1970.

VEGAS, L. F. & VEGAS, A. Notas geográficas sobre la


Gran Sabana. Caracas Bol. de la Soc. Venez, de Ci­
ências Naturales, 8 (55): 201 -4, 1943. Mapas e Cartas

VELOSO, Henrique Pimenta. Considerações gerais sobre a


vegetação do Estado de Mato Grosso: notas prelimi­ CAMPOS, Gonzaga de. Mappa Florestal. Serviço de Geolo­
nares sobre o cerrado. Rio de Janeiro, Departamento gia e Mineração do Brasil, 1912. Escala: 1:5.000.000.
de Imprensa Nacional, Mem órias do In s titu to Oswal-
do Cruz. 44 (4): 5 7 9 -6 0 3 , 1946. E IT E N , George. Vegetation provinces in Brazil. In : The cer­
rado vegetation of Brazil. Botanical Review, 3 8 : 204,
1972.

--------- . Considerações gerais sobre a vegetação do Estado
de Mato Grosso; notas preliminares sobre o Pantanal
HUECK, K. & SEIBERT, P. Vegetationskarte von Sudame-
e zonas de transição. Rio de Janeiro, Departamento rica. F IT T K A U , E. J. et alii, ed. Biogeography and
de Imprensa Nacional, Mem órias do In s titu to Oswal- Ecology in South A m erica 1: 5 4 -8 1 , 1972.
do Cruz, 4 5 (1): 2 5 3 -7 2 ; 1947.
IBGE-CNG. Tiposde vegetação do Brasil. Escala: 1:5.000.000.
. Considerações gerais sobre a vegetação do Estado Rio de Janeiro, 1962.
de Goiás; notas preliminares sobre a fitosociologia do
Planalto Central brasileiro. Rio de Janeiro, Departa­ IBGE-DG. Brasil; Vegetação. Escala: 1 :5 .0 0 0 .0 00 . Rio de
mento de Imprensa Nacional, Mem órias do In s titu to Janeiro, 1962.
Oswaldo Cruz, 4 6 (1): 8 9 -124, 1948.
IBGE-SUPREN. Brasil, áreas de cerrados. Escala: 1:5.000.000.
---------- . Fitofisionomia e algumas considerações sobre a ve­ Rio de Janeiro DEGEO, Serviço de Atlas, 1976.
getação do Centro-Oeste brasileiro. Com. de Ests.
Geogrs. da Região Centro-Oeste do Brasil. Rio de Ja­ KOCH LE R, A. W. In te rn a tio n a l b ib lio g ra p h y vegetation
neiro, Departamento de Imprensa Nacional, M em ó­ maps; South America. 2 ed. University of Kansas Li­
rias do In s titu to Oswaldo Cruz, 4 6 (4): 813-5 2 ,1 9 48 . braries, 1980. Seção 1.
. Os grandes clfmaces do Brasil; considerações gerais
L IM A , Dárdano de Andrade. Vegetação. In : A tla s do Brasil.
sobre a vegetação do Centro-Oeste. Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, IBG E-CNG , 1966, p. 11.
Departamento de Imprensa Nacional, Memórias do
In s titu to Oswaldo Cruz, 61 (2): 3 5 7-70, 1963.
M A R TI US, Carl Friedrich Philipp. Provinciae florae Brasili-
ensis; mapa esquemático. 1:64.500.000. In : Die Phy­
. Aspectos fito-ecológicos da bacia do alto Rio Para­
siognomie des Pflanzenreiches in Brasilien, München,
guai. São Paulo, IGEOG/USP, Biogeografia, 7, 1972.
1958.
VO G T, J- & V IC E N T E , P. L. Terrains d’altération et de re­
VELOSO, Henrique Pimenta. Tipos de vegetação (Brasil).
couvrement en Zone intertropicale. B ull, du Bureau
In : A tla s florestal do Brasil. MA. Conselho Florestal
de Recherches Géologiques e t M inières, (4): 2 -1 1 1 ,
da Federação do Rio de Janeiro, 1966.
1966.
-

"

■« ' * ''-ilS
■ .

Você também pode gostar