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Cultivo, é o segundo volume de um conjunto de três, que foram escritos como parte
das atividades do Projeto Microalgas, desenvolvido com o objetivo de estudar as
2 MICROALGAS DE ÁGUAS CONTINENTAIS
VOLUME 2
PRODUÇÃO DE
trabalhos científicos, revisões de literatura e publicações que tratam do tema
microalgas. Além disso, é apresentado um roteiro para a realização de buscas
nas principais bases de dados mundiais. Na sequência, é discutido o biodiesel
produzido a partir das microalgas, as técnicas de cultivo destes microrganismos
BIOMASSA E
para essa finalidade e as exigências climáticas para o cultivo massal em diferentes
regiões do Estado do Paraná. Também é considerado o aproveitamento de resíduos
agroindustriais paro o cultivo de microalgas, como forma de destinação desses
resíduos. Fotobiorreatores abertos e fechados para o cultivo massal são abordados
COPRODUTOS
e os principais fatores bióticos e abióticos que podem influir na eficiência do
cultivo são descritos. Também é apresentado um estudo de caso com dados reais
ISBN 858818449-4
9 788588 184497
Diva Souza Andrade
Arnaldo Colozzi Filho
Editores
FLORINDO DALBERTO
Diretor-Presidente
PRODUÇÃO DE
BIOMASSA E
COPRODUTOS
Diva Souza Andrade
Arnaldo Colozzi Filho
Editores
Editor ExEcutivo
Álisson Néri
rEvisão
diagramação
imprEssão
Midiograf
distribuição
Área de Difusão de Tecnologia - ADT
adt@iapar.br | (43) 3376-2373
tiragEm: 1.000 exemplares
Trabalho realizado em parceria com a Fundação de Apoio
à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO).
Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução parcial, desde
que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.
CDU 582.26
Alexandra Scherer
Engenheira Agrônoma, doutora em Agronomia
Professora, Universidade Norte do Paraná
Londrina, Paraná, Brasil
ascherer2000@gmail.com
Antônio Costa
Engenheiro Agrônomo, doutor em Agronomia
Pesquisador, Instituto Agronômico do Paraná
Londrina, Paraná, Brasil
antcosta@iapar.br
Krisle da Silva
Engenheira Agrônoma, doutora em Microbiologia Agrícola
Pesquisadora, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Boa Vista, Roraima, Brasil
krisle.silva@embrapa.br
É
nosso dever preservar o meio ambiente para as
futuras gerações, um compromisso que afeta
praticamente todas as áreas da atividade hu-
mana e, em particular, leva à busca de alternativas
renováveis de energia para a promoção do desenvol-
vimento econômico e social.
Com essa preocupação, Instituto Agronômico do
Paraná (IAPAR), Companhia Paranaense de Energia
Elétrica (COPEL) e Fundação de Apoio à Pesquisa e
ao Desenvolvimento do Agronegócio (FAPEAGRO)
iniciaram o PROJETO MICROALGAS, em 2009, com
o objetivo de investigar o potencial desses microrga-
nismos como alternativa energética.
-
Florindo Dalberto
Diretor-Presidente do IAPAR
A
ocorrência de microalgas em diversos ambien-
tes, principalmente em ambientes aquáticos
marinhos e continentais confere a esse grupo
de microrganismos uma imensa versatilidade metabó-
lica. Sua participação em diversos processos de impor-
tância ecológica é bastante conhecida, sendo destacado
PARTE 1
CAPÍTULO 1
ESTRATÉGIAS DE BUSCA
DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
COM ENFOQUE EM MICROALGAS PARA BIOENERGIA .......... 35
Introdução ................................................................. 37
Referências ................................................................ 58
Referências ................................................................ 85
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR
DE MICROALGAS ........................................................... 353
Introdução ................................................................. 355
9.1 Caracterização das Estirpes da Coleção
IPR de Microalgas ................................................... 356
9.1.1 Análise BOX-PCR para caracterizar
estirpes de microalgas .................................................. 356
9.1.2 Diversidade genética de estirpes
de microalgas.................................................................. 364
9.2 Agrupamento de Estirpes de Microalgas
pela Técnica PCR-RFLP ............................................. 367
9.3 Análise de Genes Específicos .................................... 371
9.4 Sequenciamento dos Genes 16S e 18S
RNA das Microalgas ................................................ 373
9.4 Ocorrência de Gêneros de Microalgas
em Águas Continentais do Paraná ............................. 376
9.5 Sequenciamento de Microalgas ................................ 377
9.6 Sequenciamento do Genoma
de Microalgas ............................................................. 379
Considerações Finais .................................................... 386
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 12
INOCULAÇÃO DE CIANOBACTÉRIAS EM
LEGUMINOSAS E GRAMÍNEAS ......................................... 445
Introdução ................................................................. 447
12.1 Potencial da Inoculação de Cianobactérias ................ 449
ESTRATÉGIAS DE BUSCA
DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
COM ENFOQUE EM MICROALGAS
PARA BIOENERGIA
Helder Rodrigues da Silva
Freddy Zambrano Gavilanes
Maria Elisabeth da Costa Vasconcellos
Diva Souza Andrade
Introdução
Neste capítulo, o objetivo é apresentar o caminho para
-
denciar as áreas de pesquisas em ascensão, a produtividade de
instituições e países, revistas, autores, artigos e instituições em
está a
-
mentais e de interesse geral. Essa plataforma possui perto de
700.000 referências cobrindo as área de ciência, tecnologia,
ciências biomédicas, econômica, social e humanas. Esse banco
de dados é compilado pelas bibliotecas nacionais de vários paí-
ses europeus.
A base de dados SciELO -
Na Science Direct -
ódicas da
Áreas de Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrá-
rias, Ciências Exatas e da Terra, Engenharias, Ciências Sociais
Aplicadas, Ciências Humanas e Letras e Artes. O período dispo-
nível online varia a partir de 1993, não é gratuito e precisa-se
de ter subscrição, para poder acessar a plataforma.
A base de dados Scopus fornece a conexão entre o meio
ambiente e uma variedade de disciplinas, tais como agricul-
tura, educação, direito, saúde e tecnologia. Alguns dos tópicos
cobertos referem-se à mudança climática no mundo, poluição,
agricultura sustentável, energia renovável e reciclagem. A
maioria teve início em 1990, com alguns conteúdos a partir de
1948 que foram incluídos.
Scopus é a maior base de dados de referências e resumos
de literatura e de fontes de alta qualidade na internet. Apesar
do caráter multidisciplinar de sua coleção, seu acervo compre-
ende mais de 4.300 periódicos nas áreas de ciências da vida e
mais de 6.800 títulos em ciências da saúde. Entre suas opções
-
ção deste, assim como a busca simples por palavras chave e
Scopus -
Scopus, além de
ter muita informação recompilada, tem o seguimento das refe-
Scopus nos
-
nir um limite para a pesquisa clicando em limit to (limitar a)
ou exclude (excluir) para resultados selecionados nas seguintes
categorias: Source title (Título da fonte), Author name (Nome do
autor), Year (Ano), Document type (Tipo de documento) ou Sub-
ject area (Área de interesse). No caso da busca deste trabalho
.
-
mentos publicados (Figura 1.2a).
As cinco áreas que mais contribuíram com as publicações
foram Agricultura e Ciências Biológicas com 4.177 seguidas de
Ciências e Ambiente com 3.049, Bioquímica Genética e Gené-
tica Molecular com 2.274, Engenharia Química com 1.920 e
1.
2. (França): 90 publicações;
3. (China): 88 publicações;
4.
(França): 81 publicações;
(Austrália):
78 publicações.
1800
1600
1400
Número de documentos
1200
1000
800
600
400
200
0
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Anos
Colômbia 70
Chile 95
Brasil 285
Austrália 565
França 681
Espanha 717
China 1016
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Número de documentos
142
1 os de ocumentos
202 18
17
22
77
97
Art o
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Art o m reso
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Not
A ri ultura e Ci n ias Biol i as
Ci n ia e Ambiente
Bio u mi a en ti a e en ti a ole ular
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munolo ia e i robiolo ia
8 4
u mi a
41
1 erra e Ci n ias lanetárias
En enharia
Ener ia
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10 0
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0 20 40 60 80 100
Número de u c es er d s
drobiolo ia 6
ournal o h olo 1 8
A ua ulture 20
70
60
40
Número de documentos
20
10
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1 80 1 8 1 0 1 2000 200 2010 201 2020
Anos
16
17
66
0 10 20 0 0 50 60 70
Número de documentos
1 1 1
1 1
11
2
1 1
Arti o e is o
Con er n ia paper Arti o impreso
Cap tulo de li ro i ro
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e ueno in u rito esumo reportado
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2
Ci n ia e Ambiente
En enharia u mi a
Bio u mi a en ti a e en ti a ole ular
41 Ener ia
A ri ultura e Ci n ias Biol i as
4 munolo ia e i robiolo ia
En enharia
u mi a
edi ina
6 F si a e Astronomia
1. (EUA): 7 publicações;
2.
4.
A nstitut ational de a
0 1 2 4 6 8
Número de u c es
SCOPUS 2014.
1.8b).
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1970 1980 1990 2000 2010 2020
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En enharia u mi a
Ci n ia e Ambiente
Bio u mi a en ti a e en ti a ole ular
Ener ia
A ri ultura e Ci n ias Biol i as
En enharia
munolo ia e i robiolo ia
u mi a
Figura 1.8. Número de documentos encontrados com a busca, utili-
Microalgae and Biofuel*. Pesquisa rea-
Abstracts
Uni o ueensland 20
Uni nd de antander 21
orea Ad nst o e h 21
sin hua Uni 21
a enin en Uni and es C 21
onash Uni 2
at en Ener ab 2
at Chen un Uni 2
Uni innesota C 2
Chinese A 2
0 10 1 20 2 0
Número de u c es
Biote hnolo Ad an es 24
Al al esear h 0
Applied Ener 2
Bioresour e e hnolo 2
0 0 100 1 0 200 2 0 00 0
No de er od cos e ed tor s
Considerações Finais
Desde o ano 1963 até 2014 usando a base de dados SCO-
PUS com o termo Microalgas foram encontrados 10.037 docu-
mentos publicados. No ano de 2013 teve maior número de
Referências
KHAN, K.; R. KUNZ; J. KLEIJNEN; G. ANTES. Five steps to conducting a
systematic review. J R Soc Med., v. 96, n. 3, p. 118-121. 2003.
MARTIN, M.; A. J. E. FONSECA. A systematic literature review of biofuel
synergies. L. U. Linköping University Environmental Technology and
Introdução
As microalgas representam um grupo bastante diverso de
-
-
síntese e também oxidar fontes de carbono, e espécies fotohe-
-
-ROCHA, 2004).
Desde o início dos estudos sobre a produção de microalgas,
tem predominado o cultivo baseado no metabolismo fotoauto-
-
ção e, em geral, as espécies de microalgas com esta forma de
metabolismo apresentam altas produtividades. As principais
1.
-
ria da ciência, o que possibilita reconhecer seu histórico, evo-
lução, bem como, apontar para desenvolvimentos futuros. Para
ser publicado na forma de artigo, a regra geral é que o estudo
de 1898.
microalgae heterotrophic
escolhidos. Destaca-se que só foram considerados os artigos em
que estes termos apareciam juntos no título, palavras-chaves
ou no resumo. Após o levantamento, os resultados das pesqui-
sas nas duas bases foram integrados e trabalhados em conjunto.
, versão 7.0, foi
feita a integração entre as pesquisas nos dois bancos de artigos.
do texto.
-
u nt d de de
u c es
60
20
0
1978 1991 1996 2001 2006 2011
no
Figura 2.1.
de microalgas entre 1978 e junho de 2012.
rt os
80
70
60
50
0
0
20
10
0
ses
microalgae heterotrophic
u nt d de de
u c es
1
12
10
0
1991 199 1997 2000 200 2006 2009 2012
nos
2 2
Figura 2.3. Evolução das publicações dos EUA e China entre 1991 e
Figura 2.4. Mapa das correlações entre os 20 países que mais pu-
microalgae heterotrophic
Quanto mais forte o tracejado, maior a correlação en-
tre os países.
rt os
18
16
12
10
nos
Figura 2.7. Mapa das correlações entre os 20 autores que mais pu-
acordo como os temas mais comuns dos artigos que elas publi-
100
90
80
70
60
50
0
0
20
10
0
1990 199
1995 1999
2000 200
2005 2009
2010 2012
corr nc
100
90
80
70
60
50
0
0
20
10
0
utores
corr nc
100
90
80
70
60
50
0
0
20
10
0
utores
5 5 1
1
26
11
11
16
por C. vulgaris
Proteínas
Lipídios
Carboidratos
Umidade
Outros
Fonte: Miao e Wu (2006).
Cultivation,
photobioreactor Chen, Chun-Yen; Yeh,
design and harvesting Kuei-Ling; Aisyah,
2011
of microalgae for Rifka; Lee, Duu-Jong;
biodiesel production: A Chang, Jo-Shu.
critical review
Huang, GuanHua;
Biodiesel production
Chen, Feng; Wei, Dong;
by microalgal 2010
biotechnology
Gu.
The technology of
2008 Eriksen, Niels Thomas
microalgal culturing
Tabela 2.3.
de microalgas.
Estuda a mudança na
composição da biomassa em
função do meio de cultivo
The dynamics of heterotrophic
cultivo. Propõe um modelo para
Siegles, 2011)18.
da microalga Auxenochlorella
protothecoides.
Improvement of medium
composition for heterotrophic com a glicose como fonte de
cultivation of green microalgae, carbono. A concentração celular
Tetraselmis suecica, using -1
) foi de 2 a 3
response surface methodology
19
. T. suecica.
Heterotrophic cultures of Revisão geral sobre microalgas
microalgae: Metabolism and
potential products (Octavio interesse que podem ser obtidos
4
. nesta forma de cultivo.
Cultiva em condições
Heterotrophic production of
O foco é a produção de ômega-3
long-chain omega-3-fatty-
com microrganismos, com
destaque para as microalgas
like microorganisms (W. R.
BARCLAY, 1994)24.
Considerações Finais
A mineração textual é uma importante metodologia para
-
nado tema. Neste estudo, esta metodologia permitiu observar a
Referências
AZMA, M.; MOHAMED, M. S.; MOHAMED, R.; RAHIM, R. A.; ARIFF, A.
B. Improvement of medium composition for heterotrophic cultivation of
green microalgae, Tetraselmis suecica, using response surface methodology.
Biochemical Engineering Journal
Physics Procedia
BARCLAY, W. R.; MEAGER, K. M.; ABRIL, J. R. Heterotrophic production
carbon and nitrogen sources for biomass and lipid production by Chlorella
saccharophila under heterotrophic conditions and development of Nile red
VANTAGENS E DESAFIOS
DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL
DE MICROALGAS
Introdução
Pesquisas recentes têm focado no desenvolvimento de tec-
nologias para a produção de biodiesel, um combustível biode-
2006).
Atualmente, no Brasil, a principal matéria-prima para a
produção de biodiesel é o óleo de soja, conforme mostrado
na Figura 3.1, com dados extraídos da página 19 do Boletim
Mensal dos Combustíveis Renováveis, mês de fevereiro/2014
(BRASIL, 2014a).
A partir de um ponto de vista socioeconômico e ambiental,
novos estudos para produção de biodiesel têm incluído tecno-
-
2 9
20 5
Figura 3.1.
de biodiesel no Brasil em 2013 (acumulado até novem-
bro).
mais CO2
h) Após a extração lipídica para produção de biodiesel,
Controle da
Fácil Difícil
contaminação
Batelada ou Batelada ou
Regime operacional
semicontínuo semicontínuo
Depende da Depende da
Espaço requerido
produtividade produtividade
Densidade
populacional (células Alta Baixa
microalgais)
Tanques <
Custo operacional
Fotobiorreatores
Alta Baixa
Produtividade Baixa
produtivo
Depende da
refrigeração- mas é
Depende da
Perda de água maior
refrigeração
Acentuada por
evaporação
Evaporação em
Baixo Alto
crescimento médio
Controle de
Alto Baixo
transferência gasosa
Tanques <
Inibição por O2 Possível
Fotobiorreatores
Um tóp
Figura 3.2, mas que vale a pena ser mencionado é a foto-con-
versão máxima da biomassa. Este fator promove a compreen-
são sobre o desenvolvimento da microalga e dos fatores termo-
fechado ao aberto.
A produção da biomassa microalgal é resultado direto da
foto-conversão, ou seja, respeitando a primeira lei da termodi-
d
);
microalgas ();
iii) Conteúdo energético das microalgas por unidade de
biomassa (Ee)
(Equação 1)
Onde:
Pa = taxa de produção de biomassa por área por tempo
(kg/m2.d);
d
=
(MJ/m2.d);
PAR = porcentagem de radiação absorvida pelos
-
c
=
e
= conteúdo energético por unidade de biomassa
(MJ/kg).
(Equação 2)
Onde:
Ps = média da potência incidida sobre a superfície da
região (MW/m2);
t = tempo de incidência (t = 1 dia = 24 h);
fc = fator de conversão de unidades (fc = 1Wh =
0,0036 MJ).
(Equação 3)
Onde:
L = porcentagem de lipídios presentes na biomassa
PCIL
P = porcentagem de proteínas presentes na biomassa
PCIP
C = porcentagem de carboidratos presentes na
PCIC
Segu
carboidratos são respectivamente: 37 MJ/kg, 23 MJ/kg e 16
MJ/kg. Baseado nestes valores é possível concluir que quanto
maior a produção lipídica ou menor produção de carboidratos,
menor será a taxa de produção de biomassa. Uma maneira sim-
ples de compreender esta relação é que o aumento de lipídios
ocorre quando o crescimento é suprimido, pois o carbono utili-
-
nosa em biomassa (Ec
Mo, Fe, Co, Cu, Zn, Se e B), além da adição ao meio de cultura
Tabela 3.3.
de microalgas.
1.000-10.000
(lux)
16:8 (mínimo)
Fotoperíodo (claro: -
escuro, horas) -
24:0 (máximo)
pH 7-9 8,2-8,7
*depende do volume e da densidade Fonte: Cotteau (1996).
rodut d de dc u tur s
70000
58700
no
60000
50000
0000
dc
0000
rodut d de
20000
10000 5 66
97 6 6 172
0
-
-
mular a produção de lipídeos nas células (DENG et al., 2011).
Todavia, foi demonstrado que as mesmas condições de stress
-
ticamente o crescimento.
-
Tabela 3.4. Produtividade e teor lipídico de diferentes espécies de microalgas sob diferentes condições de
Produtividade de Produtividade
Espécies de Condições de Conteúdo lipídico
biomassa (g L-1 lipídica (mg L-1 Referência
microalgas cultivo
d-1) d-1)
Chaetoceros
0,07 33,6 21,8
muelleri (2009)
Chlorella
0,23 19,3 44,7
sorokiniana (2009)
Illman, Scragg e
Chlorella vulgaris 0,03-0,04 18,0-40,0
Shales (2000)
Liang, Sarkany e
Chlorella vulgaris 23,0-36,0
Cui (2009)
30/07/2014 09:47:04
5 Livro Microalgas V2.indb 109
Liang, Sarkany e
Chlorella vulgaris 21,0-34,0
Cui (2009)
Monodus
0,19 16,1 30,4
subterraneus (2009)
Takagi, Karseno e
Nannochloris sp. 29,9-40,3
Yoshida (2006)
Nannochloropsis
0,17 60,9
sp. (2009)
Neochloris
0,31-0,63 7,0-40,3 38,0-133,0 Li et al. (2008)
oleoabundans
Produção de Biomassa e Coprodutos
109
30/07/2014 09:47:04
110
Phaedactylum
0,24 18,7 44,8
tricornutum (2009)
Porphyridium
0,37 34,8
cruentum (2009)
Scenedesmus Gouveia e
0,09 17,7
Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
Scenedesmus
0,19 18,4
quadriculata (2009)
Skeletonema
0,08 21,1 17,4
costatum (2009)
30/07/2014 09:47:04
5 Livro Microalgas V2.indb 111
Skeletonema sp. 0,09 31,8 27,3
(2009)
Tetraselmis
0,28 12,9 36,4
suecica (2009)
Fonte: Adaptado de Chen et al. (2011).
Produção de Biomassa e Coprodutos
111
30/07/2014 09:47:04
112 Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
de 16 carbonos
presentes em cadeia de 14 carbonos.
É importante ressaltar que são necessários mais estudos
sobre a composição lipídica das espécies de microalgas. A
composição de muitas espécies ainda não é conhecida, sendo
importantes, pesquisas em trabalhos de prospecção e caracte-
Ácidos graxos
B.a
Haptophyceae
Cyanophyceae
Cryptophyceae
Chlorophyceae
Pinguiophyceae
Bacillariophyceae
C.sp N.sp M.s C.s C.v P.i E.h I.g P.p G.c A.sp T.e H.b R.l
C10:0
C11:0
C14:0 32,0 23,6 6,9 2,3 23,1 18,7 22,0 29-34 7,21 2,0 18,0
C14:2 9-13
Saturados
2,2 1,1 1,2
C16:0 9,2 19,9 20,2 40,0 18,0 9,1 14,0 3,7 4,4 11-17 13,3 13,1
C17:0 2,0
30/07/2014 09:47:04
114
C16:1
C16:1
3,6 1,0 36-39
1,0 1,0
Monoinsaturados
3,0 1,7 9,2 9,2 14,3 13,0 1,3 6,6 1-2 3-7 2,0 10,1
Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
C18:1
1-4
C20:1 18,0
30/07/2014 09:47:04
5 Livro Microalgas V2.indb 115
C16:2
6,0 0,6 3,0 6,1
C16:2
2,0 0,9 11,0 12,0 1,0
C16:3 8,0 2,6 17,0 2,1
C18:2
2,0 36,0 43,0 9,3 2,1 1,8 3,9 1-2 2,2
C18:3
0,7 23,0 10,0 1,0 7,0 6-19 11,0 16,0
C18:3
0,9 1,0 0,6 7,0 1,1
C18:4
0,6 4,2 1,2 8,0 10,0 30,0 23,0
Poli-insaturados
10,0
C20:4
4,1 2,9
(KAWACHI et al., 2002); G.c., Glossomastrix chrysoplasta (KAWACHI et al., 2002); A.sp., Aphanocapsa sp. (KENYON, 1972); S.p., Spirulina
platensis (MUHLING et al., 2005); T.e., Trichodesmium erythraeum (PARKER et al., 1967); H.b., Hemiselmis brunescens (CHUECAS; RILEY,
1969); R. l., Rhodomonas lens (BEACH et al., 1970).
115
30/07/2014 09:47:04
116 Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
Tabela 3.6. Biomassa e volume de cultivo requeridos para a produção diária de 1 quilograma de lipídios
Espécies de Condições de
microalgas cultivo máxima de de máxima de de
Centrifugação Centrifugação
recuperação Floculação recuperação Floculação
Botryococus
4,81 4,97 160,26 174,76
braunii
Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
Chaetoceros
2,98 3,07 43,92 46,37
muelleri
Chlorella
2,17 2,37
emersonii
Chlorella
2,32
protothecoides
Chlorella
23,27
sorokiniana
30/07/2014 09:47:04
5 Livro Microalgas V2.indb 119
Chlorella
3,76 101,78 107,44
vulgaris
Chlorella
3,39 3,7 29,48 32,14
vulgaris
Chlorella
3,64 3,76 3,97 21,39 22,1 23,33
vulgaris
Chlorococcum
18,77 19,39 20,47
sp.
Dunaliella
1,61 1,7 16,09 16,99
tetriolecta
Monodus
6,21 6,42 6,77 32,69 33,77
subterraneus
Nannochloropsis
2,8 2,89 16,48 17,02 17,97
sp.
Produção de Biomassa e Coprodutos
119
30/07/2014 09:47:04
120
Neochloris
Phaedactylum
22,28 23,02 24,3
tricornutum
Porphyridium
10,87 11,48 29,39 31,02
cruentum
Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
Scenedesmus
6,16 62,77 68,46
obliquus
Scenedesmus
11,24 11,61 36,84 38,06 40,17
obliquus
Scenedesmus
28,6 31,19
quadriculata
Skeletonema
4,74 4,9 61,2 64,6
costatum
30/07/2014 09:47:04
5 Livro Microalgas V2.indb 121
Skeletonema sp. 3,14 3,43 34,94 36,1 38,1
Spirulina
24,39 26,6 116,14 119,98 126,66
maxima
Tetraselmis
8,01 27,69 28,6 30,19
suecica
Thalassiosira
60,68 62,69 66,17
psedonana
Produção de Biomassa e Coprodutos
121
30/07/2014 09:47:04
122 Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
gravidade;
2. espessamento, cujo objetivo é concentrar a pasta de
agregação ultrassônica.
-
-
(Equação 4)
Onde:
= velocidade de sedimentação das partículas (m s-2);
-3
);
-3
);
Chlorella
vulgaris em condições normais de cultura é de aproximada-
-
tiva, esta microalga pode formar pequenas colônias estáveis
a partir da agregação com mais sete células, adquirindo cerca
forma multicelular ( m
e a água em condições ambiente como meio líquido, sendo os
valores das variáveis descritos como:
°C (998 kg m-3);
= aceleração da gravidade (9,81 m s-2);
= viscosidade da água a 20°C (1,003.10-3Pa.s =
1,003.10-3 kg m-1s-1).
Chlorella vulgaris
(1070 kg m-3
(2013).
-6
m);
-
6
m).
Onde:
= tempo de sedimentação das partículas (s);
-
tação quando as microalgas encontram-se na forma unicelular
(tu) e na forma multicelular (tm), obtiveram-se:
-
pendente da espécie de microalga testada, a recuperação de
s).
-
culantes (GODOS et al., 2011).
-
a) -
-
-
-
missor para a colheita em grande escala, mas a sua aplicação
parece ser atualmente limitada a microalgas de água doce, pois
-
REDO, 2012; CHEN et al., 2011; GRIMA et al., 2003).
-
ciência na recuperação da biomassa microalgal sem agredir as
células, dispensando o ajuste de pH do meio, isso porque este
-
tado (FeCl3.6H2
Tabela 3.7.
-
Fonte
Cultivo:
Produtividade de
34,7 mg L-1 d-1 Lemos (2012)
biomassa1 (PB):
Teor lipídico em
relação à biomassa Lemos (2012)
seca2
Floculação:
Cloreto férrico
hexahidratado Lemos (2012)
(FeCl3.6H2O)
Concentração ideal do -1
Lemos (2012)
F
):
Lemos (2012)
de biomassa (ER):
Splabor (2013)
(CF):
(Equação 6)
Onde:
= massa removível de biomassa (g);
= produtividade de biomassa (mg L-1 d-1);
= volume do meio de cultivo (L);
= tempo de cultivo até a colheita (d).
(Equação 7)
Onde:
= massa removível de lipídios (g);
(Equação 8)
Onde:
= custo total por unidade de massa removível de lipí-
dios (R$ por kg de lipídios removíveis);
);
-1
obtidos foram:
-
gens:
a) -
cessárias para promover a separação, o que acarreta
alta produção de lodo;
b) O processo é altamente sensível às variações de pH;
-
cia para todos os grupos de microalgas;
d) A biomassa microalgal pode ser contaminada pela pre-
3.3.5 Centrifugação
A centrifugação é uma extensão da sedimentação por gra-
vidade na medida em que a aceleração gravitacional (g) é subs-
2
) (GEANKOPLIS, 1998).
pela Equação 9:
(Equação 9)
Onde:
= velocidade de centrifugação das partículas (m s-1);
s-1);
r=
(m);
-3
);
-3
);
-1
s-1).
design do equipamento,
(Equação 10)
Onde:
= custo total por unidade de massa removível de lipí-
dios (R$/kg de lipídios removíveis);
= custo de 1 KWh;
= energia requerida (KWh m-3);
= volume do meio de cultivo (m3);
= massa removível de lipídios (kg).
Tabela 3.8.
etapa de centrifugação.
Fonte
Cultivo:
Produtividade média
34,7 mg L-1 d-1 Lemos (2012)
de biomassa1 (PB):
Teor lipídico em
relação à biomassa Lemos (2012)
seca2
Centrifugação:
Capacidade da 3
/h Gea (2009)
centrífuga
Energia consumida
1,4 KWh m-3
(E)1:
Lemos (2012)
de biomassa (ER):
Volume (V): 1 m3
1
Valor se todo for utilizado em sua totalidade.
2 (TAMBURIC et al., 2011).
*Volume em estudo foi de uma base de cálculo de 1000 L.
Scenedesmus sp.,
3
/h
3
-
-
ção e centrifugação encontrados no trabalho de Lemos (2012),
a produtividade de biomassa atingida neste trabalho é inferior
Lemos (2012).
3.3.6 Flotação
formação de bolhas de ar
-
rença de potencial aplicada entre os eletrodos permite que
sejam geradas microbolhas de oxigênio e hidrogênio de dimen-
-
-
rente e aumento da área de contato (BJERK, 2012). Sendo
-
centração de óleo extraído. Este procedimento deve ser utili-
-
nação.
-3
-
3.3.7 Filtração
CHILTON, 1973).
-
litada pela ação da gravidade ou pela aplicação de pressão,
vácuo ou força centrífuga (AZEREDO, 2012; SHELEF et al.,
1984).
Coelastrum proboscideum
e Spirulina platensis, mas não pode recuperar organismos de
Scenedesmus, Dunaliella, ou
Chlorella (GRIMA et al., 2003; BRENNAN; OWENDE, 2010).
biodiesel.
Grima et al. (2003) apresentaram uma análise compara-
C. probos-
cideum à pressão, tendo observado um
gasto energético de 0,1 e 0,88 kWh m-3
no interior do cilindro.
drum-
-drying em microalgas da espécie Scenedesmus sp. e obtiveram
ótimos resultados do ponto de vista da qualidade de extração
-
, 2
KWh.
Tendo em vista os altos custos com energia, processos com
-
rem a fonte energética do processo.
a) Pela a
alta pressão, moinho de bolas, ultrassom, autoclaves
esta não é uma área que tem sido amplamente avaliada. Outro
fator relevante é que quando ocorre o rompimento celular, os
lipídios são liberados para o meio circundante, o que facilita a
sua separação (CHISTI; MOO-YOUNG, 1986; LEE et al., 2010).
A maioria dos pré-tratamentos de rompimento celular exi-
de secagem.
-
torial (CHISTI; MOO-YOUNG, 1986; HARRISON et al., 2003).
-
rage com os lipídios neutros ligados ao citoplasma, por meio
de forças de van der Waals, formando um complexo de sol-
tradicional na extração.
As primeiras observações experimentais de que o aumento
-
-
tura reacional estiver a uma temperatura acima da crítica e a
pressão próxima da Pc, uma combinação favorável de taxas de
transporte pode ser obtida.
pressão.
Dentre os critérios para a seleção do(s) método(s) de extra-
-
-
massa renovável para uso de motores a combustão interna com
ignição por compressão ou, conforme regulamentação, para
geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial
-
-
deos em ésteres pode ocorrer por diversas rotas químicas: via
-
no -
American Society of testing and materials (ASTM) e
pela União Europeia.
-
cação é uma reação química que inclui três passos reversíveis
em série, em que os triglicerídeos são convertidos em diglice-
Figura 3.7.
-
ção de hidróxido de sódio ou de potássio. Outras desvanta-
-
missoras para produção de biodiesel (SOUZA et al., 2010). A
-
-
nol e o etanol, não apenas por seu baixo custo, mas também
por suas vantagens físico-químicas: cadeias mais curtas e alta
polaridade (ARCEO, 2012). Segundo Dias (2012), o metanol
se sobressai por ser mais reativo, necessitando menor tempe-
ratura e menor tempo reacional. Entretanto, a rota etílica tem
sido bastante estudada, pela menor toxidade do etanol em rela-
ção ao metanol e por ser oriunda de energia renovável, o que
torna o ciclo produtivo do biodiesel ambientalmente menos
agressivo. É importante considerar que o metanol apesar de ser
costumeiramente obtido a partir de petróleo, também pode ser
obtido a partir da biomassa.
-
Considerações Finais
A vantagem principal da produção de biodiesel de microal-
gas é que as microalgas não precisam competir com as oleagino-
sas alimentícias, que hoje são usadas na produção do biodiesel,
como é o caso do óleo de soja no Brasil e o óleo de canola na
Europa. Acredita-se que em futuro próximo a demanda de bio-
-
cia máxima teórica de conversão, se mostra como um indi-
-
rável aos valores alcançados em cultivos fechados (fotobiorrea-
tores). Assim, é recomendável o cultivo em fotobiorreatores em
grandes plantas instaladas em locais que forneçam condições
ambientais mais favoráveis ao desenvolvimento das microalgas
-
Por outro lado, a extração com SCCO2 é rápida, não tóxica, tem
de investimento;
etapa de colheita;
Escolha da metodologia operacional de colheita e da
extração adequadas à microalga cultivada.
Referências
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DIAS, G. H.
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2012. (Dissertação (Mestrado em Bioenergia). Programa de Pós-Graduação
em Bioenergia, Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
FERRERO, I. Produção de Biodiesel a partir de microalgas como
alternativa aos cultivos clássicos
Biotecnologia). Instituo IDEAL, Universidade Nacional Del Litoral, Santa
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FIOREZE, S. L.
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GODOS, I.; GUZMANA, H. O.; SOTO, R.; GARCÍA - ENCINA, P. A.;
Bioresource Technology,
LEMOS, J. S. Desenvolvimento de sistema de tratamento e reciclagem
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83 (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia
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on the Potential and Alternative Biofuel. Research Journal of Chemical
Sciences, v. 2, n. 11, p. 71-82, 2012.
DESAFIOS DE CULTIVO
DE MICROALGAS PARA
PRODUÇÃO DE BIOMASSA
Introdução
O planeta sofre o impacto das mudanças climáticas, o que
acaba por fomentar a busca por alternativas energéticas ao uso
-
gas não compete com a produção de grãos pela agricultura,
pois independe de solos. Por isto, as microalgas tem sido foco
de estudos da pesquisa e da indústria, principalmente com o
objetivo energético. No entanto, em países como os USA, onde
o número de empresas ligadas a algacultura é grande, Trenta-
coste et al. (2014) questionam os potenciais de políticas e pro-
gramas que poderiam apoiar o cultivo de biomassa algal, bem
como as barreiras para a expansão destes programas.
De todas as fontes disponíveis para biocombustíveis, os
derivados de microalgas mostram potencial em termos ener-
géticos para se tornarem uma alternativa viável e sustentável
aos combustíveis fósseis. Essa premissa de sustentabilidade
-
tico anual para o cultivo massal de microalgas em sistemas
abertos no Estado do Paraná, visando a obtenção de óleo e o
aproveitamento comercial de seus subprodutos.
Microalga
Temperatura Fonte
Gênero Espécie
Fioresi e
A. gracilis 24 Sipaúba-Tavares
(2008)
Nordi et al.
A. gracilis 23
(2006)
Sipaúba-Tavares
A. gracilis 22
et al. (2009)
Jacob-Lopes;
Revah et al.
Aphanothece microscopica
(2009)REVAH,
et al., 2009
Teixeira et al.
Arthospira platensis 30
(2008)
Borges et al.
Chaetoceros
(2007)
Moura-Junior et
C. gracilis 18
al. (2006)
Borges et al.
C. muelleri 20
(2007)
Borges et al.
C. muelleri 22
(2007)
Ding et al.
Chlamydomonas sp.
(2007)
Borges et al.
Isochrysis galbana 27
(2007)
Junior et al.
Isochrysis galbana 18
(2006)
Rückert e Giani
M. viridis 20
(2004)
Borges et al.
oculata 20
(2007)
Borges et al.
Phaeodactylum tricornutum 20
(2007)
Borges et al.
costatum 20
(2007)
Spirulina maxima
(2006)
Macedo e Alegre
S. maxima
(2001)
Miranda et al.
S. maxima 20
(1998)
Santos et al.
S. maxima
(2003)
Muliterno et al.
S. platensis 30
Andrade et al.
Spirulina sp. 30
(2008)
Borges et al.
Tetraselmis chuii 20
(2007)
T. chuii 24
(1993)
Borges et al.
T. tetrathele 20
(2007)
Borges et al.
Thalassiosira 20
(2007)
Borges et al.
T. pseudonana 20
(2007)
Moura-Junior et
T. 18
al. (2006)
Os dados de luminosidade levantados nos artigos estão sintetizados na Tabela 4.2. Neste parâmetro
destaca-se a grande variação nas unidades de medida utilizadas. A unidade adotada da Radiação Fotossin-
teticamente Ativa se refere ao acúmulo de energia no dia e não ao fluxo de radiação, em razão do objetivo
buscar a maior produtividade de biomassa de microalgas. Todos os dados de luminosidade ou iluminação
foram convertidos para radiação acumulada no dia e expressa em MJ m-2 dia-1.
Tabela 4.2.
(PAR) por espécies de microalgas.
Microalga Fluxo de
PAR1
fótons Fonte
Gênero Espécie .s
-2 -1
gracilis
20,7
0,38 Sipaúba-
Tavares (2008)
Nordi et al.
gracilis 174 (12h) 1,61
(2006)
Sipaúba-
gracilis 24,12 Tavares et al.
(2009)
Jacob-lopes;
Aphanothece microscopica 2,78 Scoparo et al.
(24h)
(2009)
Borges et al.,
Chaetoceros 64 (12h)
(2007)
Moura-Junior
C. gracilis 40 w2
et al. (2006)
Borges et al.
C. muelleri 369 (12h) 3,42
2007)
Borges et al.
C. muelleri 40 w
2007)
Ding et al.
Chlamydomonas sp. 24-34 0,63 (2007)
Borges et al.
Isochrysis galbana
(2007)
Moura-Junior et
I. galbana 40 w al., (2006)
Rückert e Giani
viridis 60
(2004)
BorgeS et al.
oculata 399 3,69
(2007)
Borges et al.
Phaeodactylum tricornutum
(2007)
BorgeS et al.
Skeletonema costatum 279
2007)
3.2 kLux
Spirulina maxima 0,21
(12h) (2006)
6x40 w Macedo e
S. maxima 0,32
2.4 kLux Alegre (2001)
Miranda et al.
S. maxima 0,37
(14h) (1998)
Andrade et al.
Spirulina sp. 0,32
(2008)
Borges et al.
Tetraselmis chuii 209 1,93
(2007)
Klein e
T. chuii 40w
Borges et al.
T. tetrathele 261 2,41
(2007)
Borges et al.
Thalassiosiora 199 1,84
(2007)
Borges et al.
T. pseudonana 416 3,84
(2007)
Moura-Junior et
T. 2x40w 0,10 al. (2006)
1
Radiação Fotossinteticamente Ativa (PAR) acumulada no dia (MJ m-2 dia-1). Quando não definido, o
fotoperíodo considerado para os cálculos foi de 24 h; 1 lux = 1 lumen m-2; 1 watt = 683 lumens, 1 lumen =
6,792.10-3 µmol fótons s-1; 1 watt m-2 = 4,67 μmol fóton m-2 s-1 de PAR na luz solar. Fonte: (BOOTHE, 2002).2
Lâmpadas fluorescentes de 40 w
Figura 4.1.
respectivamente.
Figura 4.2.
meteorológicas do IAPAR.
de 1,00 d-1
s para Cosmarium subprotumidum
-2 -1
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
100 400 700 1000 1300 1600 1900 2200
Comprimento de onda (nm)
-
lhantes para o Paraná. Nas equações 1, 2, 3 e 4, PAR é a radia-
ção fotossinteticamente ativa e RG é a radiação global e R2 é o
-
mativa de PAR a partir dos dados de registrados de radiação
global de 38 estações meteorológicas do SIMEPAR no período
Figura 4.13.
Considerações Finais
As áreas do noroeste, norte e oeste do estado do Paraná
apresentaram maior potencial para produção de biomassa de
microalgas em fotobiorreatores ao ar livre e tanques abertos
durante todo o ano. No entanto, quando se considera a possi-
bilidade de cultivo de espécies mais adaptadas a baixas tempe-
raturas (menores do que 22ºC), na maioria da área do estado
é possível o crescimento de microalgas, sem controle da tem-
peratura.
A análise preliminar das potenciais áreas de cultivo em
tanques abertos no estado do Paraná mostra que as alternativas
apresentadas devem ser detalhadas. Um exemplo é a seleção
de espécies de microalgas adaptadas a temperaturas inferio-
res a 22°C pode ser uma opção para aumentar o período de
recomendação para o cultivo durante o ano. Outra alternativa
são os cultivos fechados ou parcialmente fechados, com con-
trole de temperatura para aumentar a produtividade de micro-
algas ao longo do ano.
Com relação à luminosidade ou PAR, não existe limitação
para o cultivo massal de microalgas no Paraná em nenhuma
época do ano.
O estudo da viabilidade considerando as condições cli-
máticas mostrou o grande potencial para o cultivo massal de
microalgas no estado do Paraná.
Referências
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Microcystis panniformis
(Cyanobacteria) e Ankistrodesmus gracilis (Reisch) Korsikov
(Chlorophyta) em fontes de nitrogênio inorgânicas e orgânicas. 2007.
62 (Mestrado). Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto.
ANDRADE, M. D. R.; CAMERINI, F. V.; COSTA, J. A. V. Chemical
carbon losses and growth kinetics in Spirulina cultures. Perda
química de carbono e cinética do crescimento celular em
cultivos de Spirulina, v. 31, n. 8, p. 2031-2034, 2008.
ASTM. Standard Tables for Reference Solar Spectral Irradiances:
Direct Normal and Hemispherical on 37° Tilted Surface. West
Conshohocken 2012.
BÉCHET, Q.; MUÑOZ, R.; SHILTON, A.; GUIEYSSE, B. Outdoor cultivation
of temperature-tolerant in a column photobioreactor
under low power-input Biotechnology and Bioengineering, v. 110, n. 1,
p. 118-126, 2013.
BOOTHE, R. G. Perception of the Visual Environment. Springer, 2002.
BORGES, L.; FARIA, B. M. D.; ODEBRECHT, C.; ABREU, P. C. Potencial
de absorção de carbono por espécies de microalgas usadas na agricultura
p. 91-100, 1993.
POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DO
USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
NO CULTIVO DE MICROALGAS PARA
PRODUÇÃO DE BIODIESEL
Antônio Costa
Graziela Moraes de Cesare Barbosa
Patrícia Cristina Gomes
Iara Cintra de Arruda Gatti
Introdução
O uso de combustíveis fósseis tem aumentando considera-
velmente nas últimas décadas. Há preocupação com a capaci-
dade das reservas de petróleo conhecidas atender esse aumento
-
-prima para produção de biodiesel.
Nessa visão, a produção de biocombustíveis a partir de
microalgas apresenta como vantagens alta produtividade,
necessidade de menor área que os cultivos de plantas agríco-
las oleaginosas, capacidade para absorver nutrientes de meios
ecossistemas.
-
tiva para cultivo de microalgas no projeto, foi coletado em uma
granja de suínos de ciclo completo, situada no município de
N P K Ca Mg B Cu Mn Zn
avaliados
Resíduos
g kg-1 mg kg-1
Resíduo de
laranja
-
rido (RSB) com meio sintético no cultivo das microalgas, culti-
vou-se Chlorella vulgaris, por 21 dias, em condições de tempera-
-
ção dos atributos relevantes de cada espécie ou estirpe (TAVA-
RES, 2009).
Para os estudos com microalgas as estirpes podem ser
isoladas de ambientes naturais ou adquiridas em Coleções de
microrganismos que prestam este tipo de serviço. Esses centros
de cepas podem fornecer microrganismos de características
já conhecidas, mas nem sempre estão presentes os melhores
caracteres desejados, enquanto no ambiente encontra-se uma
1988).
Dessa forma, o isolamento inicia-se com o estabelecimento
dos resíduos a serem trabalhados e da constatação da ocorrên-
Figura 5.6.
7121, isolada de resíduo suíno biodigerido.
Figura 5.9.
in natura
Figura 5.10.
IPR-7126, isolada de vinhaça.
Figura 5.11.
IPR-7127, isolada de vinhaça.
Figura 5.12.
IPR-7128, isolada de resíduo de aterro sanitário.
Figura 5.13.
IPR-7129, isolada de resíduo de aterro sanitário.
células (cel)
mL -1
cel mL-1. O
inóculo inicial da IPR-7126 foi de 2,28 x 10 cel mL-1 e da IPR-
6
6
cel mL-1. O inóculo inicial da IPR-7128
6
cel mL-1 6
cel
mL .
-1
10
o 10
N n s
o 10
10
9 N n s
1
m
1
m
8
N de c u s
N de c u s
7
7
6
6
5 5
0 5 10 15 20 25 0 0 10 20 0
s
s
o 10
10 N n s
o 10
10
N n s
1
9
m
9
1
m
N de c u s
8 8
N de c u s
7 7
6 6
5 5
0 10 20 0 0 10 20 0
s
s
10 10
N n s
o 10
N n s
o 10
9 9
1
m
1
N de c u s
8 8
N de c u s
7 7
6 6
5 5
0 10 20 0 0 10 20 0
s s
-
3
) e amoniacal
(N-NH 4) na solução interfere no valor do pH durante o desen-
+
BBM 7,4 7,2 7,12 7,1 9,7 8,38 7,6 9,1 7,94 c
RSBN100 9 9,1 9,08 9 9,1 9,17 10,1 9,3 9,7 9,7 10,1 9,7 9,6 9,8 9,44 a
Épocas (Ep)
Espécies (Sp)
30/07/2014 09:47:27
230
30/07/2014 09:47:27
Produção de Biomassa e Coprodutos 231
Espécies ---
DMS
Espécies* F=
espécies = DMS meios = 0,061
Meios
1
As médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem estatistica-
mente entre si. Foi aplicado o teste de t no nível de 5% de probabilidade. São apresentados os valores da
diferença mínima significativa (DMS) e o valor de F (F) para cada variável e para as interações.
2
Concentração de resíduo suíno biodigerido (RSB) equivalentes a 25% (N25), 50% (N50), 75% (N75) e 100%
(N100) do teor de nitrogênio no meio BBM.
e a IPR-7121. Esses
resultados apresentam relação com aqueles observados para DO
das microalgas cultivadas. Ou seja, os menores valores deter-
minados para DO e NC ocorreram nos meios de cultivo de C.
vulgaris
diferença existente nos tamanhos celulares dessas microalgas.
C. vulgaris tem maior tamanho do que as duas outras microal-
13,31 C 107,49 a
DMS
Espécies* F=
espécies= DMS meios = 23,63
Meios 11,97**
22,34
As médias seguidas pela mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem estatistica-
1
Espécies F = 33,42**
17,29
DMS
Espécies*
espécies = DMS meios = 0,200 F = 0,681
Meios
0,181
1
As médias seguidas pela mesma letra, minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem esta-
tisticamente entre si. Foi aplicado o teste t no nível de 5% de probabilidade. São apresentados os valores
da diferença mínima significativa (DMS) e o valor do teste F (F) para cada variável e para as interações e o
valor do coeficiente de variação (CV), em porcentagem, para cada variável.
2
Concentração de resíduo suíno biodigerido (RSB) equivalentes a 25% (N25), 50% (N50), 75% (N75) e 100%
(N100) do teor de nitrogênio no meio BBM.
g L-1
0,19 g L-1
eo determinada
-
dico após 4 a 9 dias de ausência de nitrogênio. Torres (1994)
-
-1
e de 3,7
Spirulina maxima.
Portanto, a concentração de nitrogênio no resíduo suíno
biodigerido afetou o crescimento e composição lipídica da
microalga C. minutissima
menor que a do meio sintético BBM, a densidade populacional,
biomassa e produção de lipídio dessa microalga foram supe-
riores aos obtidos no meio padrão de cultivo. Assim, o resíduo
Considerações Finais
A produção de biocombustíveis a partir de microalgas
apresenta como vantagens alta produtividade de biomassa e
óleo, ocupando menor área de cultivo quando comparada a
plantas oleaginosas. Há iniciativas no sentido de alcançar a
viabilidade econômica e ambiental para a implementação, em
larga escala, da produção de biocombustíveis a partir de bio-
massa de microalgas. No entanto, há inúmeras limitações para
se alcançar esse objetivo.
-1
dia-1.
Referências
ALCOPAR. ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE BIOENERGIA DO ESTADO
DO PARANÁ. http://www.alcopar.org.br/consecana/apresentacao.
php, acessado em: 10/11/11.
Isochrysis galbana.
T.
Phycology, v. 17, p. 374-384, 1981.
Limnologia aplicada à aquicultura.
CULTIVO DE MICROALGAS EM
FOTOBIORREATORES DE BANCADA:
FATORES ABIÓTICOS
Introdução
-
-
tadores nos quais uma fonte de carbono, por exemplo, glicose
raceway,
em sistemas fechados ou parcialmente fechados, chamados de
fotobiorreatores (FBR). Nos fotobiorreatores, a luminosidade
-
tamente sobre a superfície do cultivo e não ocorre a troca direta
de gases e contaminantes entre o cultivo e a atmosfera (BAR-
-
ção de O2
(MASOJÍDEK et al., 2003).
-
mento das células no meio conforme Figura 6.2.
Na avaliação da contagem de células viáveis da -
bundans, foi observado também crescimento de contaminantes
bacterianos nos meios de cultivo, possivelmente devido às con-
dições dos fotobiorreatores que são semiabertos.
Tabela 6.1. -
dans
tipo aquário em Meio Basal de Bold.
24 4,4a 7,6
1,7 70
1=Temperatura e pH do meio de cultivo no décimo dia no final do experimento. Valores seguidos da
mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade.
-
rior do fotobiorreator é a profundidade e continua sendo um
gargalho em cultivo massal de microalgas (BARBOSA et al.,
2003).
Shimidt (2007) relata que o fotoperíodo é importante
Concentração Fotoperíodo
inicial dos
Nutrientes nutrientes 18 h 24 h
(g L-1)
mg L-1
Cu (0,4)
Mn (0,6) 0,3
-
res com luminosidade direta (24 h), a temperatura e pH do
meio de cultivo foram maiores em 0,1 unidades. Os resultados
evidenciaram que o crescimento de não foi
afetado pelo fotoperíodo.
O cultivo da microalga sp. em meio reci-
clado não mostrou produtividade de biomassa, possivelmente
-
das análises diárias de pH, densidade ótica (DO) a 670 nm,
L-1 -1 -1
. -1
de -
parentes com capacidade de 2 L em condições controladas de
Níveis
Fatores
-1 0 1
NaNO3 1,12
pH 7,0 9,0
Tratamentos NaNO3 pH
1 -1 -1
2 -1 0
3 -1 1
4 0 -1
0 0
6 0 1
7 1 -1
8 1 0
9 1 1
-
FORD, 1976) adaptado e soroalbumina bovina como padrão.
No experimento avaliando o efeito do pH e do NaNO3 no 14°
dia de cultivo de acordo com a densidade ótica, a análise esta-
=0,96),
2
Tabela 6.5. -
-Behnken para a variável resposta densidade ótica
(D.O.) do cultivo da estirpe de
3
.
Soma Média
Fatores GL Teste F p
quadrática quadrática
Total 0,09008 26
R2= 0,96; R2adj= 0,95; *p<0,05; L= efeito linear; Q= efeito quadrático; GL= Graus de liberdade.
3
e do pH sobre os resultados da densidade ótica, expressos em
0,009y 2
Tabela 6.6. -
-Behnken para a variável resposta teor de proteína
na biomassa da estirpe de
3
.
Soma Média
Fatores GL Teste F p
quadrática quadrática
Total 338,1077 24
R2= 0,92; R2adj= 0,90; *p<0,05; L= efeito linear; Q= efeito quadrático; GL= Graus de liberdade.
2 2
- 0,224xy2 + 1,180x2y
°C.
O pellet formado durante a centrifugação foi ressuspen-
concentração de NaNO3
Tabela 6.7.
Box-Behnken para a variável resposta biomassa de
células secas da estirpe de
3
.
Soma Média
Fatores GL Teste F p
quadrática quadrática
Total 26
R2= 0,96; R2adj= 0,95; *p<0,05; L= efeito linear; Q= efeito quadrático; GL= Graus de liberdade.
mg L-1 de NaNO3.
Considerações Finais
O fotoperíodo altera a produção de biomassa e teor de lipí-
deo nas células d N. oleoabundans, mas com a alta variabili-
-
cativas para cultivos em fotobiorreatores de bancada.
O fotobiorreator vertical em saco plástico transparente
composto de polietileno de baixa densidade apresenta bai-
xos custos de instalação e potencial para cultivo da microalga
, buscando a produção de biomassa
-
-
Referências
ARUMUGAM, M.; A. AGARWAL; M. C. ARYA; Z. AHMED.
nitrogen sources on biomass productivity of microalgae Scenedesmus
bijugatus. Bioresource Technology, v. 131, n. 0, p. 246-249. 2013.
BARBOSA, M. J.; J. HOOGAKKER; R. H. WIJFFELS. Optimisation of
cultivation parameters in photobioreactors for microalgae cultivation
using the A-stat technique. Biomolecular Engineering, v. 20, n. 4-6, 7//,
de microalgas.
de la biomasa microalgal
Investigaciones biológicas Del Noroeste (CIBNOR). (CIBNOR): p 1-16 p.
2007.
TREDICI, M. R. Mass Production of Microalgae: Photobioreactors. In:
(Ed.). Handbook of Microalgal Culture: Blackwell Publishing Ltd, 2007.
Mass Production of Microalgae: Photobioreactors, p. 178-214
CULTIVO DE MICROALGAS
EM FOTOBIORREATORES FECHADOS
E EM SISTEMAS ABERTOS
Introdução
-
-
ratura. Além disso, fatores químicos presentes no meio de cul-
tivo, tais como teor de dióxido de carbono e potencial hidroge-
Área de cultivo
Produção de óleo Área necessária
Cultura nos EUA
(L ha-1) (M ha)
Coco 2.689 99
Palma 24
Microalga b
a
70% em óleo em biomassa; b 30% em óleo em biomassa.
êm menor gasto
-
tema, pode-se até controlar períodos de claro e escuro, ligando-
-
vido por outros tipos de cultura, como as oleaginosas, sendo
adição de CO2
A injeção de CO2 pode ser feita por um sistema semelhante
ao de injeção de ar por bombeamento, porém, recomenda-se
que não seja feita em conjunto. A ideia de separar a injeção
de CO2 da aeração é porque necessitaria de muito dióxido de
carbono para ser injetado junto com o ar, visto que é necessá-
ria uma agitação considerável do meio de cultivo. Além disso,
temperatura e oxigênio.
e Figura 7.2a).
-
nados pluviógrafos, que registram continuamente os volumes
descartados (Figura 7.2b). As cubas sifonadas responsáveis
-
ram por um tratamento com pintura eletrostática, as quais a
seguido da reposição;
-
-
Tabela 7.2.
Corte 211,20
Aterro 64,80
Total 276,00
Quantidade (unidade) 02 02
Figura 7.8.
c) Rede hidráulica e CO2; d) Quadro de comando elétri-
co; e, f) Pás rotativas g) Reservatório de água; h) Tanque
de recirculação. Instituto Agronômico do Paraná, Lon-
drina- PR.
sistema de
Para validação do sistema de produção massal de microal-
seguintes procedimentos:
-
-se de que o inóculo proveria elevada densidade de
células;
Para aclimatação dos inóculos, estes permaneceram
por um período de 10 dias de crescimento em local
aberto;
O inóculo foi transferido para os raceways com volu-
-
-se como fonte de nitrogênio a ureia ((NH2)2CO), como fonte
de fósforo o superfosfato simples Ca(H2PO4) e como fonte de
ferro o cloreto de ferro (FeCl3
(C10H14N2Na2O8.2H2
foi feito com água não estéril, com pH inicial de 6,8. O inóculo
inicial foi preparado em sacos plásticos transparentes, manti-
dos em ambiente externo ao laboratório, sem controle de tem-
-
tura ambiente, sendo mantida a agitação por bomba de água
Análises
9,82 10,87
Número de células
9,68 4,96
inicial (x 10 m L-1)
Número de células
16,00
final x (x 10 m L-1)
produção massal.
Chlorella
(IPR-Chls7107) para o cultivo em sistema aberto
Bold’s Basal Medium
(BBM), por aproximadamente 60 dias. Após este período, a
biomassa foi separada do meio de cultivo pela adição de poli-
cloreto de alumínio. Os lipídeos foram extraídos da biomassa
Antes Depois
Características
)
-1
a 147,02
a 187,11 298,48
Referências
ANDERSEN, R.; M. KAWACHI. Traditional microalgae isolation
techniques. Algal Culturing Techniques, p. 83-100.
BENEMANN, J. R. Microalgae Biofuels: A Brief Introduction. 2009.
BJERK, T. R. Cultivo de microalgas em fotobiorreator e reator misto
visando a biorremediação e produção de biocombustíveis. (Mestrado).
DESAFIOS PARA O
ISOLAMENTO, MANUTENÇÃO
E CARACTERIZAÇÃO
DE MICROALGAS
COLETA, ISOLAMENTO,
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA
E MANUTENÇÃO IN VIVO DE
MICROALGAS DA COLEÇÃO IPR
Michele Regina Lopes da Silva
Diva Souza Andrade
Alexandra Scherer
Introdução
Microalgas são organismos microscópicos que primaria-
LITH, 1999; DEL CAMPO et al., 2007; AMIN et al., 2009; FUJII
et al., 2010; FASSETT et al., 2011; ABURAI et al., 2013).
As microalgas são encontradas em diversos ambientes
aquáticos, tanto marítimos como em águas continentais ou de
interiores, e também em ambiente terrestre, diretamente no
solo ou em associação com plantas e animais. Para estudos ex
situ, existem diversos métodos de coleta (BICUDO et al., 2006),
bem como de isolamento de microalgas do ambiente, como o
uso de meio de cultivo enriquecido, isolamento de células utili-
-
-
-
ção inicial da espécie e posterior depósito em uma Coleção de
microrganismos. Essas informações também ajudam na esco-
Tabela 8.1. Localidades e características dos pontos de coleta de amostras de água no estado do Paraná para
Clima Altitude
Município Ambiente Latitude Longitude
(Köppen) (m)
Lagoa
*Guarapuava Cfb 963
natural
Lagoa
*Pato Branco Cfa 704
natural
Lagoa
*Palotina Cfa 269
Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
natural
Fernandes Lagoa
Cfb °
Pinheiro natural
Pesqueiro-
Tapejara Cfa 494
lagoa
30/07/2014 09:47:36
5 Livro Microalgas V2.indb 313
Resíduo
Arapongas Cfa 804
suíno
Lagoa
industrial
Londrina e Chorume Cfa
de lixo
urbano
*Estação experimental do IAPAR.
Produção de Biomassa e Coprodutos
313
30/07/2014 09:47:36
314 Microalgas de Águas Continentais | Volume 2
-
nais (GRAVERHOLT et al., 2007; LI et al., 2007; ANDRADE et
al., 2008; LIANG et al., 2009; AZMA et al., 2011; CHEN et al.,
2011; FENG et al., 2011; MORALES-SÁNCHEZ et al., 2013)
-
s-1 -2
°
período alíquota de 1 mL dos cultivos foi transferida para
microtubos, centrifugadas a 2.000 g por 1 min e descartado
o sobrenadante. O pellet foi ressuspendido em meio BBM e
novamente inoculado em 100 mL dos meios BBM e BG-11, em
duplicata para cada meio. Os frascos foram então incubados
°C e fotoperíodo de 12 h
-
-
nadante da amostra por 2 a 24 h para separar células de baixa
densidade e tamanho menor de células grandes, não móveis e
de alta densidade.
riscos de contaminações.
Para evitar o crescimento de contaminantes, entre os agen-
tes antifúngicos recomenda-se a Ciclohexamida, a Nistatina e a
Anfotericina B. Existe relato de sucesso do uso de combinação
(coquetel) de antibióticos para descontaminação de culturas de
Pyrodinum (SANTOS et al., 2011). Na formação da Coleção IPR
-
dimentos de isolamento.
Além dos meios de cultura BG-11 e BBM sem antimicro-
)
-1
). -1
Figura 8.6.
colônias em meio de cultura sólido das microalgas da
Coleção IPR.
-
ção de colônias bacterianas, sendo estas características obser-
°C.
fotografadas ao microsc
-
-
crever microalgas (BICUDO; MENEZES, 2006; GUIMARÃES;
AMARAL; SANTOS; SANTOS, 2009). As características celu-
lares avaliadas foram: presença ou ausência de núcleo organi-
-
gura de 0,2 a 6 . A estrutura de talo predominante foi unice-
lular com ocorrência de talos coloniais e cenobial. Os isolados
com ausência de núcleo, Divisão Cyanophyta, foram aproxima-
-
malina- álcool- ácido acético (FAA). A escolha do método foi
devido às vantagens deste agente químico, o qual é um bom
Figura 8.9.
os tubos da Coleção IPR de microalgas. Iluminação de
°C.
BBM), em triplicata.
2. Nos casos em que o uso de um único antimicrobiano
-
tenção de colônias isoladas de microalgas, são neces-
sárias incubações em série, com diferentes antimicro-
bianos e, consequentemente, sucessivas repicagens em
-
peraturas menores do que 20°C e luminosidade menores do
-2
-
rimento.
Para a estirpe IPR 7007, a fase de declínio no desenvolvi-
dias.
-
tivo BBM diluído para manutenção de estirpes de microalgas
Concentração
de células
Coleta de
células
Leite
Preservante
Gradual até o
Banho-maria a 37°C/ 2
descongelamento
min. e sob leve agitação. -
em banho de gelo
após 70 dias
1. Descarte
de meio com
preservantes e
1. Centrifugação e lavagem adição
com meio fresco; de meio fresco;
2. Repouso por cerca de 3 2. Repouso por 1. Adição
Preparo para h sob penumbra; cerca de 3 h sob de meio nas
Cultivo. 3. Centrifugação e lavagem penumbra; ampolas
com meio fresco; 3. Incubação e contato
4. Adição de meio às durante 2 h.
células lavadas. fotoperíodo
de 12 h para
recuperação do
tapete de células.
1.
Transferência
plugs
de algodão
para placas
1. Inoculação em
1. Inoculação em BBM de petri
BBM sólido;
sólido líquido fresco em contendo
Forma de 2. Incubação
maiores volumes; meio de
cultivo.
cultura BBM
fotoperíodo de
fotoperíodo de 12 h. sólido;
12 h.
2. Incubação
fotoperíodo
de 12 h por
preservação.
0 0 100 100
MeOH
10 0 0 100
Cultivo em
meio líquido
0 0 100 100
DMSO
10 0 0 100 100
0 0 100
MeOH
10 0 0 100 100
Cultivo em
meio sólido
0 33,3 * 100
DMSO
10 0 100 * *
Leite
10 0 66,3 33,3 33,3
desnatado
1
Pseudochlorella pyrenoidosa, 2Desmodesmos opoliensis, 3Não determinado. *Ausência de crescimento
completo do tapete de células antes do congelamento.
-
vas/desnaturadas (BONORA et al., 1982; SMART et al., 1999).
Estes autores relataram a aplicação de uma metodologia sim-
-
quer forma, o cálculo do percentual de células viáveis no tubo
in vivo, no
procedimento de contagem foi adotado a metodologia com o
8.13).
Figura 8.13.
-
-Hausser. No caso das microalgas do projeto a opção foi pela
Considerações Finais
coleções internacionais.
Referências
ABURAI, N.; S. OHKUBO; H. MIYASHITA; K. ABE. Composition of
sp. CRP7 and Chlorella sp. CB4 from Operational Swampy Top Soil.
Indian Journal of Microbiology
2012.
BARSANTI, L.; P. GUALTIERI. Algae Anatomy, Biochemistry
Biotechnology. 2006. 1 p.
BICUDO, C. E. D. M.; M. MENEZES, Eds. Gêneros de algas de águas
. São
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR
DE MICROALGAS
Introdução
O nome Microalgas genericamente designa membros de
um grupo diverso de microrganismos (eucariotos e procario-
material bio
de microalgas IPR.
Este polimo
Figura 9.1.
IPR, isoladas de águas continentais de diversas regiões
-
uma estirpe de
como referência. Neste grupo de 98 estirpes IPR, isoladas de
águas continentais de nove localidades do Paraná, observa se
grande diversidade genética (Figura 9.2).
No dendrograma foi possível observar a tendência de agru-
pamento das estirpes de acordo com a origem de isolamento,
destaque para as estirpes isoladas de lagoas de Palotina, Tape-
jara, Fernandes Pinheiro, Londrina, Umuarama e Pato Branco,
observadas nos clusters.
Figura 9.2.
-
grupos, todos compostos por menos de duas estirpes (Figura
-
bactérias com material depositado na American Type Culture
Collection -
-
culares Bittencourt-Oliveira e Piccin-Santos (2012) propuse-
Figura 9.4. -
rético do DNA das estirpes de microalgas (eucariotos)
-
-
algas eucariontes, apresentando a mesma característica de ser
-
ção polifásica. Técnica similar com iniciadores ERIC e REP foi
em estudos genéticos
e isolados
simbiontes da angiosperma Gunnera sp. Os autores concluíram
que o método é adequado como para agrupar estir-
pes entre e intraespécies; todavia, devido à presença comum
dessas sequências em muitas bactérias, culturas axênicas são
-
ção de estirpes. Os autores relataram grande heterogeneidade
entre as estirpes de , porém, em geral não foram obser-
-
-
dade destes microrganismos dentro de um reservatório de água,
indicando o seu potencial para uso como um controle de gestão
Tabela 9.1.
Índices
N*
Grupos
Margalef
Menhinick
Localidades
Tapejara B 4 27 0,4636 0,8744 0,7698 0,9102 0,6308 1,298
Pato
A 3 11 0,686 0,314 0,6002 0,8341
Branco
Menor 1 11 0 0 0 0 0,2673
30/07/2014 09:47:40
366
Nova
A 4 12 0,3472 1,199 1,207 0,8648 2,101
América
30/07/2014 09:47:40
Produção de Biomassa e Coprodutos 367
-
rpoC1. Baseado
em número de isolados por agrupamento hierárquico de M13
-
térias (LU et al., 1997; BOLCH et al., 1999; LYRA et al., 2001;
ITEMAN et al., 2002; BITTENCOURT-OLIVEIRA et al., 2009).
Figura 9.5.
Msp
=marcador -1 Kb Plus DNA Ladder (Invitrogen™). Li-
nha 1 = IPR-7002; 2=-7002; 4=-7004; 6=-7006; 7=
-7007.
Figura 9.6.
-
MspI. Dendrograma
barcoding.
-
blemas, incluindo a não homologia ( ) e heterogeneidade
que impede a criação de um de ferramentas universal de
PCR ( ). Alguns autores têm defendido o uso do espaçador
interno transcrito dois (ITS2) como uma alternativa para os
marcadores de cloroplasto tradicionais. No entanto, o ITS2 é
loci diferentes:
o gene rpoC1, o 16S-23S rRNA espaçador transcrito interno
(ITS) e o operon cpcBA-IGS, comparando-os com o gene de 16S
rRNA. Os autores observaram seis grupos de Synechococcus no
reservatório e concluíram que as sequências ITS são análises
complementares e úteis em estudos de diversidade desse grupo
de cianobactérias. Os genes do operon cpcBA têm um bom sinal
filogenético e resolução ao longo de vários níveis taxonômicos,
permitindo a correlação entre a sequência e a pigmentação
fisiológica.
-
-
-
-
-
-
Figura 9.7. -
sais fD1 e rD1; 18-18N1 e 18NR11, em gel de agarose
similaridade,
Já os fragmentos dos gene hetR
pb apresentaram similaridade com sp. TR183
PCC
, sp., -
sis e Characium saccatum -
das como e seis como Monoraphidium sp.,
Figura 9.10.
com as sequências parciais do gene 18S rRNA (610 bp)
de estirpes da Coleção IPR de microalgas (sequências
com número acesso/GenBank).
Glycine max
externo (outgroup). Percentagens de 1.000 repetições (boots-
traps) são indicadas próximas aos nós (apenas valores superiores
-
-Joining (NJ) e máxima-parsimônia/posterior probabilidade. A
-
dos por sítio.
A análise do agrupamento possibilitou a proposta de clas-
);
Illumina Genome Analyser;
HiSeq e MiSeq (http://www.illumina.com);
SOLiDTM Genome Sequencer (http://www.lifetechno-
logies.com);
Ion Personal Genome Machine (PGM);
Ion Proton (http://www.lifetechnologies.com/us/en/
home/brands/ion-torrent.html).
Chlamydomonas reinhardtii
foi escolhida como modelo entre os organismos fotossintéti-
cos (CADORET et al., 2012). O sequenciamento do genoma
nuclear de C. reinhardtii foi concluído em 2007 (MERCHANT et
al., 2007; CADORET; GARNIER; SAINT-JEAN, 2012).
grupo Helicosporidium-Prototheca -
ticas detalhadas entre os três taxa ainda precisem ser escla-
recidas. Os autores concluiram que o genoma dos plastos de
ArM0029B é semelhante ao de C. variabilis
genoma de Chloroplasto
investigados de Chlorellales. A presença do intron cox1 a 721
em todos os quatro taxa Chlorellales investigados indica que o
intron cox1 -
les como uma forma cis-splicing e que o cis-splicing do intron
foi herdado em Chlorellale
trans-splicing em Helicosporidium (JEONG et al., 2014).
Para melhor entendimento dos processos metabólicos de
, a análise pangenômica comparativa do
cloroplasto e genomas mitocondriais de
de
na , respectivamente Comparação da
pangenoma de para outras algas dentro e fora
-
Considerações Finais
É de conhecimento geral que, nos ambientes aquáticos e
terrestres, existe grande diversidade de microrganismos, muitos
desses de interesse biotecnológico, como por exemplo, as
microalgas. No entanto o potencial biotecnológico só pode ser
explorado com o conhecimento da máxima capacidade destes
Referências
ABOU-SHANAB, R. A. I.; I. A. MATTER; S.-N. KIM; Y.-K. OH; J. CHOI;
B.-H. JEON.
microalgae species isolated from a freshwater lake. Biomass and
Bioenergy
BERRENDERO, E.; E. PERONA; P. MATEO. Phenotypic variability
Microbiology, v. 81,
n. 6, 2012/11/01, p. 710-720. 2012.
CID, C.; L. GARCIA-DESCALZO; V. CASADO-LAFUENTE; R. AMILS;
A. AGUILERA. Proteomic analysis of the response of an acidophilic
Microbiology
LOUWS, F. J.; D. W. FULBRIGHT; C. T. STEPHENS; F. J. DE BRUIJN.
MICROALGAS: COPRODUTOS
DA BIOMASSA E POTENCIAL
USO COMO BIOFERTILIZANTES
Introdução
O elevado consumo mundial de energia oriunda principal-
mente da queima de combustíveis fósseis representa grandes
riscos à sobrevivência humana, devido não apenas ao esgo-
tamento das reservas mundiais de petróleo, mas, também aos
-
mada no projeto Microalgas, em função de seus objetivos o teor
de lipídeos foi uma das características avaliadas. Para a seleção
de estirpes de microalgas com altas produtividades de lipídeos,
uma etapa fundamental é a determinação do teor deste com-
posto na biomassa. Nessa análise, o grupo de isolados deve ser
-
cies para aumentar a probabilidade de encontrar microalgas
com potencial produtivo em termos de lipídeos.
Dessa forma, neste capítulo, a proposta é mostrar os resul-
-1
dia-1. O grupo A repre-
100
90
1
1d 80
70 n 1
60
m
0
sec
40 n 6
om ss
20 n 17
10 n 2
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
12
n 6
10 n 9
n 1
n 1
8 n
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
12
n 6
10 n 9
n 1
n 1
8 n
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
12
n 6
n
n 12
10 n 1
n 20
n 22
8 n 24
0
A
ru os de est r es de c or t s
Coleção IPR.
2
= 0,182 (p
< 0,001) e R 2
log10
mostrou maior valor com DO de 1,644 e o valor médio do
número de células em log10 de 7,16 no cultivo de 12 dias.
já são conhecidos.
-
-
cerol ou dimetil sulfóxido DMSO em culturas de microalgas
de
-
deo não polar de microalgas (SMITH-BADORF et al., 2013).
-
tica Eletrônica (LAFLURPE) do Departamento de Química da
Universidade Estadual de Londrina - UEL, Londrina, PR. Em
face da grande quantidade de estirpes da coleção de microal-
necessidade.
Nessa técnica, após a coleta das amostras de microalgas
. Todas as solu-
-
gando-se amostras com teores conhecidos de lipídeos. Estes
resultados são apresentados na Tabela 10.1.
Tabela 10.1. -
rentes marcas de margarinas e determinados por três
diferentes métodos.
°C
°C (fase escura). A intensidade de
s
-2 -1
na Tabela 10.2.
C. vulgaris
-
las de microalgas Chlorella vulgaris (IPR-70123) pelo método
em microscópio
800
700
1
600
d
1
00
deo m
400
00 n 1
200
n 1
n 4 n 1
100 n 1
n 4
n 6
n 0
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
800
700 n 1
n 2
600
d1
1
00
deo m
n 1
400
n 1
00
n 1
200 n 4
n
100
n 11
n 67
0
ru os de est r es de c or t d oe o
Considerações Finais
No estudo da relação entre biomassa em g por litro e densi-
-
tou um R2 mais elevado do que o das cianobactérias. No ajuste
de uma equação entre a biomassa de microalgas e densidade
ótica dos cultivos medida em comprimento de onda de 670 é
necessário que o mesmo seja feito para grupos de estirpes com
-
espécies de microalgas.
Esses dados obtidos neste estudo indicam que, essas estir-
pes de microalgas são promissoras para estudos aplicados.
Além disso, esse banco de germoplasma microalgal é impor-
tante para indicar a biodiversidade existente no estado e deve
ser conservado, porque, ao serem mantidas essas microalgas
Referências
ALLEN, M. M. Simple conditions for growth of unicellular blue-green
algae on plates. Journal of Phycology, v. 4, p. 1-4. 1968.
ALLEN, M. M.; R. Y. STANIER. Growth and division of some unicellular
blue-green algae. Journal of General Microbiology
1968.
FRANCISCO, E. C.
acumuladoras de materiais graxos. Mestrado em engenharia química,
PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS E
PIGMENTOS PELAS MICROALGAS
DA COLEÇÃO IPR
Introdução
-
tam diversos papéis ecológicos e participam de processos bio-
células viáveis
mL-1 para cada estirpe de microalga da Coleção IPR (Figura
11.1a). Os frascos de cultivos foram mantidos estáticos durante
a a e carotenoi-
-
tados de proteína foram expressos em mg L e transformados
-1
20
n 1
18
16
14
1
12
d
n 2
1
10
n 4
m
8
rote n
n 6
6
n 10
4 n 18
2 n 7
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
20
18 n 1
16
n 1
14
1
1d
12
m
10
n 2
rote n
8
n
n
6 n 16
n 2
4 n 18
n 17
2 n 8
n 7
0
A
ru os de est r es c or t sd oe o
de produ
de grandes quantidades de solventes e o risco de desnaturação
térmica ou transformação das moléculas de interesse. Portanto
para evitar a oxidação e a desnaturação térmica das amostras
de biomassa estas podem ser congeladas (-80°C, nitrogênio
2
puro e seu conteúdo no extrato
não passou de 0,48 mg por g de célula de microalga seca. No
entanto, o uso de CO2 -
vente levou a uma melhora da extração, chegando a concentra-
ções maiores do que 0,70 mg/g de biomassa algal seca.
A maceração em nitrogênio líquido, seguida por extração
com tampão, que consiste na precipitação do pigmento com
-
pigmentos de C. closterium -
bilidade, aquecimento homogêneo e altos rendimentos (PAS-
QUET; CHÉROUVRIER; FARHAT; THIÉRY; PIOT; BÉRARD;
KAAS; SERIVE; PATRICE; CADORET; PICOT, 2011a).
°C
-
a b). No entanto, para a concentração de pig-
mentos totais de T. suecica não houve diferença significativa
entre as doses de 0,1 e 2 g L-1 -
dores (2010) observaram efeitos negativos no crescimento e na
estresses salino.
As condições de cultivo da microalga Haematococcus plu-
vialis
de astaxantina e de carotenoides totais por Cifuentes et al.
-
-
tômetro (modelo Genesys 10-UV/Thermo) nos comprimentos
-
a, após as leituras da
a a foram
determinadas de acordo com as equações (1) e (2), respectiva-
a = F x (A -A
(1)
a= -A ) - (A
(2)
Onde:
a a = mg L-1
F= 26,73 representa o fator resultante das informa-
a de 38 estirpes
bec
00
2 0
1
d
n 2
1
200
n 2
1 0 n 2
oro
n 7
100
n
0
n 19
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
n 1
00
n 1
1
2 0
d
n
1
200
n 1
1 0 n
oro
n 8
100
n 14
n 10
0 n 12
n 21
0
A
ru os de est r es de c or t sd oe o
a a,
quando a mesma é desmetilada e o íon metálico Mg é subs-
2+
-1
dia1 de
00
2 0
1
d
1
200
n 1
u
1 0
eo t n
n 1
100 n 4
0 n 10
n 17
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
0
n 1
00
1
2 0
1d
n 1
200
u
n 2
eo t n
n 2
1 0
n
100 n 7
n 8
n 12
0
n 17
n 14
0
A
ru os de est r es de c or t sd oe o
Figura 11.4.
a -1
dia-1. O grupo A
dia1 -1
-
nas e o grupo J (14 estirpes) exibiu os menores teores (Figura
-1
conforme descrito a seguir.
Onde:
Carotenoides totais = mg L-1
v = volume de acetona usado na extração (mL);
V = volume de amostra centrifugada (mL);
dia1.
-
dia . A estirpe
-1 -1
-1
dia-1 de carotenoides e o grupo H (28 estirpes)
00
1
d
1
2 0
roten des u
200
1 0 n 1
n 1
100 n 1
n
n 9
0 n 7
n
n 10
n 11
0
A
ru os de est r es de c no ct r s d oe o
00
n 1
1
2 0
d
1
200
roten des
n 1
1 0 n 2
n
100
n 1
n 18
0
n 1
n 28
0
A
ru os de est r es de c or t d oe o
Considerações Finais
-
cação massal. As informações até aqui obtidas também indi-
Referências
ABURAI, N.; S. OHKUBO; H. MIYASHITA; K. ABE. Composition of
2006.
DOLPHIN, D. Chlorophyll-a determination: improvements in methodology.
In: O. Holm; Hansen e B. Riemann (Ed.). The porphyrins. Physical
Chemistry: Academic OIKOS. 30, , v. V Part C, 1978. Chlorophyll-a
determination: improvements in methodology, p. 438
DUJARDIN, E.; P. LASZLO; D. SACKS. The chlorophylls. An experiment in
bio-inorganic chemistry. J. Chem. Educ.
ESTEBAN, R.; B. L; M. E; R. D. C. R; OCHOA R; FLECK I. Alternative
methods for sampling and preservation of photosynthetic pigments and
tocopherols in plant material from remote locations. Photosynth Res v.
101, p. 77-88. 2009.
KUMAR, M.; J. KULSHRESHTHA; G. P. SINGH. Growth and biopigment
accumulation of cyanobacterium Spirulina platensis
intensities and temperature. Brazilian Journal of Microbiology, v. 42, p.
INOCULAÇÃO DE CIANOBACTÉRIAS
EM LEGUMINOSAS E GRAMÍNEAS
Introdução
procariot
-
ração simultaneamente em um mesmo compartimento, exer-
cendo um papel crucial nos ciclos biogeoquímicos do carbono
e oxigênio (VERMAAS, 2001). As cianobactérias ocupam uma
variedade de habitats do planeta, que incluem vastas áreas
-
rico, auxiliar na agregação das partículas do solo (produção de
metabólitos) e com isso permitir a manutenção da umidade,
-
MADARI et al., 2013). A inoculação de cianobactérias pode
-
dos mantendo grande produtividade. A fertilidade dos solos
-
císticas, que ocorrem abundantemente nesses campos. Além
-
térias vêm sendo investigados e alguns produtos comerciais
-
Soil Technologies -
Cyanotech Corporation (DAY et
al., 1999). Pinotti e Segato (1991) publicaram uma revisão
-
radores (2010) observaram que culturas de sp. agem
como um probiótico e estimulam o crescimento da microalga
Botryococcus braunii
de crescimento lento. Os autores sugerem uma aplicação prá-
-
nham papel central na regulação do crescimento também das
próprias microalgas, conforme descrito para espécies dos gêne-
ros Chlorella e Scenedesmus, que obtiveram respostas no con-
-
-
ção de espécimes do grupo Cyanophytas (BICUDO et al., 2006;
GUIMARÃES et al., 2009). Na Figura 12.2 são apresentadas
imagens das células das cianobactérias.
As estirpes de cianobactérias IPR-7029, Arth p
Syn-7061 e Syn-7062
(Figura 12.2).
Figura 12.2. -
-
lho, em casa de vegetação no IAPAR, Londrina, PR. Au-
mento de 100x.
-
-
lisa a conversão do N2 em amônia, tornando o N disponível
para reações biológicas (RAVEN et al., 2001). Assim, as cia-
in vitro em
meio de cultura BG11 (ALLEN, 1968; ALLEN; STANIER, 1968;
-
dos na Figura 12.3.
in vitro
-1
do que as demais.
aérea.
A Figura 12.4 ilustra o efeito da inoculação com a estirpe
de cianobactéria IPR-7069 em sementes de milho: a) solo auto-
clavado e solo natural, b) solo autoclavado e c) solo natural
comparados com os controles sem inoculação.
Figura 12.4.
em autoclave e solo natural, sementes inoculadas com
IPR7069, em casa de vegetação. B) plantas de milho
cultivadas em solo autoclavado, controle sem inocu-
lação e inoculado com a IPR7069. C) plantas de milho
cultivadas em solo natural, controle sem inoculação e
inoculado com a IPR7069.
Massa seca
Altura das Tamanho Massa seca
da parte
plantas do colmo
aérea
Tratamentos (cm) mm (g)
Solo autoclavado
27 a 0,82 a 1,34 a
Solo natural
o o utoc do o o N tru
18
16
1
1
12
10
8
6
2
0
-
mulo com aumentos na produção de grão de trigo e na quan-
tidade de nitrogênio total nos grãos de trigo do que as demais.
probabilidade.
-
ponta como matéria-prima promissora para os biocombus-
tíveis de próxima geração. O amônio excretado pelas células
mutantes de
mais amônio foi biodisponível para promover o crescimento de
. Em adição, esta simbiose sintética também
-
lha ( ), duas espécies de cianobactérias ( -
phytum e ) foram testadas como biofer-
que
-
Arth p
demais tratamentos não diferiram entre si (Figura 12.8b).
(a) a
50
40
.planta-1
ab b
30 b b
b
20
10
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Tratamentos
(b) a
30 a a
a a
25
mg.planta-1
20
15
b
10
b
5
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Tratamentos
Figura 12.7. a) Número de nódulos (no planta-1); b) massa de nó-
dulos secos (mg planta-1) em feijoeiro, cv. IAPAR81,
inoculado com -SEMIA4077 (T1), inoculado com
IPRArth p
-
noculado com SEMIA4077 e IPR7061 (T6) e coinocu-
lado com SEMIA4077 e IPRArth p
(a)
160 b
140
120 ab ab
.planta-1
ab ab
100 ab
0 b
60
40
20
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
(b)
00 a Tratamentos
700
600 ab ab
mg.planta-1
b b b
500 b
400
300
200
100
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Tratamentos
Figura 12.8. (a) Número de nódulos (no planta-1) e (b) massa de
nódulos secos (mg planta-1) em amendoim, cv. IAC-
-Tatu, inoculado com SEMIA6144 (T1), inoculado
com IPRArth p
(a)
100 a
ab ab ab ab
0 ab
.planta-1
b
60
40
20
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Tratamentos
(b)
500 a a
a a
a
400
a
mg.planta-1
300
b
200
100
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Tratamentos
Figura 12.9. (a) Número de nódulos (no planta-1) e (b) massa de
nódulos secos (mg planta-1) em soja, inoculada com
Arth p
adubada com nitrogênio (T3), testemunha (T4), inocu-
IPRArth p -
guidas pela mesma letra não diferem estatisticamente
N total N total
Grãos MSPA Nódulos MSN
PA grão
Tratamentos
No
kg ha-1 g pl-1 mg pl-1 kg ha-1
planta-1
49,98
Testemunha 3,09 c 48,2 a 79,8 c 43,81 b
ab
123,6
IPR7061 4,83 b 33,0 bc
ab bc ab
SEMIA4077 + 122,7
1.664 a 4,64 bc 38,8 ab
IPR7061 bc ab
22,64 31,42
*, ** e *** significativo a 10, 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. Médias seguidas pela mesma letra,
na coluna, não diferem entre si, pelo Teste t.
A. platensis -
nase apareceu predominantemente na região citoplasmática e
Considerações Finais
A busca por aumentos na produtividade da agricultura
sustentável tem levado a diversos estudos com a inoculação
N2 -
mento vegetal representam uso potencial na agricultura como
fonte de nitrogênio, visando incrementar a produtividade de
Referências
AHMED, M.; L. J. STAL; S. HASNANIN. Production of 3-indole acetic acid
by the cyanobacterium Arthrospira platensis strain MM G9. J Microbiol
Biotechnol
ALLEN, M. M. Simple conditions for growth of unicellular blue-green
algae on plates. Journal of Phycology, v. 4, p. 1-4. 1968.
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blue-green algae. Journal of General Microbiology
1968.
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Associate with Unicellular Green Algae. Applied Biochemistry and
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BICUDO, C. E. D. M.; M. MENEZES, Eds. Gêneros de algas de águas
. São
yield and vitamin C content of two varieties of tomato. Plant and Soil, v.
Plant Soil, v.
growth, and yield of pea plant. Biology and Fertility of Soils, v. 46, n. 8,
FLORINDO DALBERTO
Diretor-Presidente
PRODUÇÃO DE
trabalhos científicos, revisões de literatura e publicações que tratam do tema
microalgas. Além disso, é apresentado um roteiro para a realização de buscas
nas principais bases de dados mundiais. Na sequência, é discutido o biodiesel
produzido a partir das microalgas, as técnicas de cultivo destes microrganismos
BIOMASSA E
para essa finalidade e as exigências climáticas para o cultivo massal em diferentes
regiões do Estado do Paraná. Também é considerado o aproveitamento de resíduos
agroindustriais paro o cultivo de microalgas, como forma de destinação desses
resíduos. Fotobiorreatores abertos e fechados para o cultivo massal são abordados
COPRODUTOS
e os principais fatores bióticos e abióticos que podem influir na eficiência do
cultivo são descritos. Também é apresentado um estudo de caso com dados reais
ISBN 858818449-4
9 788588 184497
Diva Souza Andrade
Arnaldo Colozzi Filho
Editores