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Capítulo 10 279

Produção de material básico


e propagação
Sérgio Alves Carvalho, Christiano César
Dibbern Graf e Antonio Ricardo Violante
280 CITROS

Foto da página anterior: Brotação de borbulha de laranjeira Pêra IAC enxertada em limoeiro Cravo (S.A. Carvalho)
Produção de material básico e propagação 281

1 Introdução sucesso no Brasil (Moreira & Salibe, 1966) e que


possibilitou a implantação, em 1969, do Progra-
Os citros são propagados vegetativamente pela ma de Registro de Matrizes do Estado de São Pau-
enxertia, o que favorece o acúmulo, nos tecidos da lo (Greve et al., 1991). Ainda, visando à proteção
planta, de patógenos transmissíveis como vírus, vi- contra estirpes fortes do vírus da tristeza, é neces-
róides e bactérias. Como algumas dessas doenças sário que plantas de variedades mais sensíveis ao
podem permanecer em estado latente por vários vírus, como a laranja Pêra, sejam pré-imunizadas,
anos, podendo apresentar sintomas quando se tro- empregando isolados fracos protetivos (Müller &
ca o porta-enxerto ou a região em que é cultivada Costa, 1977). Após avaliação agronômica e con-
a variedade, é necessário que as mudas sejam firmação da manutenção da pureza varietal, essa
produzidas a partir de material básico retirado de nova planta pode ser registrada como matriz para
plantas matrizes ou borbulheiras obtidas e mane- retirada de sementes ou borbulhas a utilizar na
jadas adequadamente. formação de novas mudas.
A muda é considerada a base da citricultura, O uso de borbulheiras adensadas, com
sendo a qualidade genética e sanitária impor- possibilidade de maior produção de borbu-
tante para o início de um empreendimento de lhas de qualidade desejável para enxertia, foi
sucesso. O potencial máximo de produtividade e introduzido no Brasil a partir de 1990 (Greve
de qualidade das frutas do novo pomar somente et al., 1991). Esse sistema favorece, também,
será revelado seis a oito anos após o plantio, e a a manutenção da planta matriz sem cortes
longevidade das plantas só será conhecida em um excessivos e a possibilidade de avaliação cons-
intervalo de tempo ainda maior. Neste capítulo, tante da fidelidade e qualidade da produção de
serão apresentados e discutidos os aspectos rela- frutos. Mesmo sem uma observação criteriosa
cionados à produção de material básico e à muda da necessidade de renovação, a produção de
de qualidade, dentro da realidade atual da cultura borbulhas em sistema adensado foi realizada a
dos citros no Brasil. partir daquela época sem maiores problemas.
Entretanto, a ocorrência das cigarrinhas vetoras
2 Produção de material básico de e da bactéria causadora da clorose variegada
citros dos citros (CVC), em plantas vizinhas, ou mes-
mo pertencentes a esses campos de produção,
O conceito agronômico de uma planta matriz impossibilitou a garantia da qualidade sanitária
de citros deve envolver os aspectos de pureza do material, exigindo, portanto, a proteção das
varietal, sanidade para patógenos sistêmicos e matrizes e borbulheiras com telas antiafídicas,
produtividade. Na ausência de doenças transmis- conforme estabelecido na regulamentação do
síveis ou de seus vetores, a seleção de plantas pro- Programa de Matrizes de Citros do Estado de
dutivas, longevas e com produção de frutos típicos São Paulo (Programa…, 1998). Essa medida
do cultivar em pomares bem conduzidos pode ser garante, também, a proteção contra os possíveis
suficiente para obter plantas matrizes de elevada vetores de morte súbita (afídeos) e de psilídeos,
qualidade. Em outras condições, entretanto, a responsáveis pela transmissão da bactéria cau-
existência de vetores eficientes, e mesmo a possi- sadora do huanglongbing (HLB), ex-greening,
bilidade de contaminação mecânica com doenças doenças não existentes na ocasião.
transmissíveis por enxertia, tornam obrigatória
a realização de testes de indexação periódicos, 2.1 Programas de plantas matrizes do
garantindo a sanidade do material utilizado na Estado de São Paulo
produção das mudas.
Se, em determinado material de alto valor ge- O programa de registro de matrizes de citros
nético, é detectada a presença de algum desses do Estado de São Paulo foi oficialmente institu-
patógenos, a obtenção de novas plantas sadias ído em 1969, tendo como base matrizes sele-
pode também ser realizada mediante trabalhos de cionadas e livres de viroses, obtidas via clones
limpeza clonal, sendo a microenxertia de ápices nucelares (Greve et al., 1991). Foi a partir des-
caulinares e a termoterapia ferramentas de valio- sas matrizes mantidas no Instituto Agronômico
sa aplicação (Roistacher, 1991), com vantagens (IAC) no atual Centro APTA Citros Sylvio Moreira
sobre a embrionia nucelar, técnica utilizada com (CAPTACSM), em Cordeirópolis, que se difundiu
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a quase totalidade das plantas que deram Matrizes e revisando as Normas para Produção
origem aos milhões daquelas que compõem o de Mudas Certificadas de Citros no Estado de
parque da citricultura nacional, o que não deixa São Paulo (Programa…, 1998; Normas…,
dúvidas sobre o grande sucesso alcançado com 1998).
o programa. Visando à melhoria na qualidade genética e
Viroses como exocorte, sorose e xiloporose, sanitária das sementes e borbulhas utilizadas na
que causaram grandes prejuízos em produtivi- formação de mudas e, principalmente, atender
dade e longevidade de plantas no passado, às exigências para a Certificação de Mudas, o
não têm sido detectadas em pomares, fican- novo Programa de Matrizes atualiza o instituído
do restritas a material de clones velhos. A em 1969, apresentando como principais modifi-
inexistência de maiores problemas aparentes cações a indexação para clorose variegada e o
provocou certa acomodação na aplicação do declínio dos citros e a exigência da manutenção
programa, com problemas na fiscalização e uti- obrigatória das matrizes sob telado à prova de
lização de material de origem não controlada insetos vetores de CVC. Além disso, introduz o
pelos viveiristas, aumentando, com o tempo, a Registro da Borbulheira, que deve ser mantida
vulnerabilidade da citricultura a doenças e pra- sob telado e formada com borbulhas provenien-
gas transmissíveis pelas mudas. Além disso, o tes de plantas matrizes, ou de borbulheira obti-
aparecimento, em 1987, da clorose variegada da diretamente da matriz protegida de vetores
dos citros (CVC) (Rossetti et al., 1993), doença da CVC.
causada pela Xylella fastidiosa Wells et al., Ao CAPTACSM-IAC e ao Instituto Biológico,
bactéria transmitida por cigarrinhas presentes competem a avaliação dos cultivares, a produ-
em nossos viveiros e pomares, caracterizou-se ção de plantas básicas e plantas matrizes e a
como um novo fator, não previsto originalmen- coordenação dos testes necessários para aten-
te, no programa. der ao programa. Além disso, os interessados
O agravamento do quadro da CVC, asso- no registro de sua própria planta matriz ou de
ciado a problemas na qualidade sanitária da sua própria borbulheira de citros podem re-
muda relativos a patógenos de solo como “fun- querê-lo à Coordenadoria de Defesa Sanitária
gos” do gênero Phytophthora e nematóides, Vegetal da Secretaria da Agricultura e Abaste-
foram as principais razões para a instituição cimento do Estado de São Paulo, coordenado-
das Normas para Produção de Mudas Certi-
ra do programa, de acordo com o modelo de
ficadas de Citros, em 1994, pela Secretaria
requerimento fornecido pelo órgão.
de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo (Coordenadoria…, 1994). Exigindo
2.2 Estabelecimento e manejo de plan-
a produção de mudas em ambiente protegido
tas matrizes e borbulheiras em ambiente
dos vetores da CVC, entre outros cuidados,
protegido
esse programa, inicialmente considerado muito
rigoroso, recebeu, progressivamente, maior
Mesmo que seja para uso próprio, os inte-
atenção ao longo dos anos seguintes, princi-
ressados em instalar matrizes e borbulheiras
palmente pela grande dificuldade de garantir
protegidas devem seguir alguns cuidados, vi-
a sanidade para CVC de mudas cítricas produ-
sando à garantia da qualidade genética e sani-
zidas em viveiros de campo.
tária das sementes e borbulhas utilizadas. Para
Por meio de trabalho coordenado pela Co-
produção de borbulhas para comercialização
missão Técnica de Citricultura da Secretaria de
ou para uso em viveiro de mudas certificadas,
Agricultura e Abastecimento do Estado de São
há necessidade de solicitação do registro das
Paulo, e com a participação de pesquisadores e
técnicos do CAPTACSM-IAC, da Coordenadoria matrizes e das borbulheiras por formulários
de Assistência Técnica Integral (CATI), do Institu- próprios, junto à Defesa Sanitária Vegetal, que
to Biológico e do Fundecitrus, e aprovação pela realizará a inspeção prévia, mediante a ava-
Câmara Setorial de Citros e pela Comissão Es- liação da localização, do aspecto geral das
tadual de Sementes e Mudas (CESM/SP), foram plantas, de estruturas e práticas de manejo,
regulamentados, em fevereiro de 1998, os novos a coleta de amostras e demais providências
textos reestruturando o Programa de Registro de necessárias.
Produção de material básico e propagação 283

2.2.1 Estabelecimento e manejo de Figura 1 Esquema para estabelecimento de matrizes e bor-


matrizes e borbulheiras em um progra- bulheiras em telado através de um programa ideal
ma ideal
INDEXAÇÃO
a) plantas matrizes
O primeiro passo para o estabelecimento de Microenxertia
um programa ideal de matrizes é a obtenção das pré-imunização
Planta Planta básica
plantas, por meio de seleções locais, introduções ou selecionada ou Estabelecimento
programas de melhoramento. introduzida quarentena
Avaliação
Uma vez localizadas as plantas de interesse co- agronômica
mercial, e comprovado seu valor agronômico, são
necessárias aplicações de testes para identificação
da presença de patógenos sistêmicos que possam
comprometer sua produção ou longevidade. Além
das estirpes fortes do vírus da tristeza, em nossas
condições, deve-se avaliar a sanidade das plantas
para exocorte, sorose, xiloporose, galhas lenhosas, Borbulheira Bloco de matrizes
cristacortis, declínio, CVC, morte súbita e HLB. Para
a maioria dessas doenças, testes rápidos, basearam Em relação às introduções, ressalta-se a impor-
em técnicas imunológicas e moleculares, estão dis- tância de observar, com critério, todos os cuidados
poníveis ou em desenvolvimento, mas para alguns com a quarentena, aplicando os testes de indexa-
patógenos ainda é necessária a aplicação de testes ção conforme as doenças existentes nos países de
biológicos, que requerem criterioso controle ambien- origem. É importante que o material seja acompa-
tal, fitossanitário e de nutrição, para que possam nhado do certificado de sanidade, mas, para maior
ser expressos com segurança os sintomas típicos segurança, é recomendável também a realização de
nas plantas indicadoras. Outras etapas necessárias microenxertia e termoterapia, conforme realizado no
ao estabelecimento de um completo programa de Laboratório de Biotecnologia do CAPTACSM-IAC.
matrizes, envolvendo as técnicas de microenxertia, Os interessados em importar material genético de
termoterapia e pré-imunização, são realizadas pela citros devem procurar o Cenargen e o CAPTACSM-
manutenção de plantas em recipientes, também em IAC, já que muito material utilizado em outros países
ambientes protegidos de cigarrinhas vetoras de CVC, já foi introduzido e avaliado em nossas condições.
de afídeos transmissores do vírus da tristeza dos ci-
tros e, possivelmente, da morte súbita dos citros, b) testes diagnósticos para patógenos
como o pulgão-preto ou Toxoptera citricidus Kirk. e transmissíveis por enxertia
do psilídeo (Diaphorina citri Kuwayama), transmissor Técnicas imunológicas e moleculares, como ELI-
do HLB. SA, PCR, RT-PCR, RFLP, microscopia e outras, têm
Para a execução desse tipo de programa, o vivei- sido pesquisadas e são cada vez mais adotadas
rista, produtor ou empresa deve possuir equipamen- no diagnóstico e caracterização de patógenos que
tos e pessoal especializado, ou requerer os serviços causam as principais doenças em citros que ocorrem
de instituição que desenvolva projeto nesse sentido. em nossas condições (Tabela 1). Esses métodos, mais
Como parte de programas a curto e a médio prazo, bem apresentados e discutidos nos capítulos específi-
o CAPTACSM-IAC, através de seu Laboratório de cos de biotecnologia e doenças, possibilitam grande
Biotecnologia, tem realizado com sucesso trabalhos avanço em rapidez e segurança na obtenção dos
de indexação, limpeza clonal e pré-imunização, resultados. Já a indexação biológica com o uso de
tanto em material do Programa Oficial quanto de plantas indicadoras, apesar de apresentar uma das
empresas ou produtores. Plantas de diversos clones mais baixas especificidades e maior tempo para ob-
microenxertados e pré-imunizados, obtidas com a tenção dos resultados, é ainda considerada de gran-
aplicação desse programa, foram avaliados para de importância em Programas de Certificação de
a manutenção da pureza varietal em relação aos Citros de diversos países, sendo ferramenta essencial
aspectos de plantas e frutos, e instalados sob telado para o diagnóstico de certos patógenos, bem como o
como matrizes para formação de novas borbulheiras estudo e estabelecimento de técnicas mais apuradas,
(Carvalho et al., 2001a). rápidas e econômicas de detecção.
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c) testes biológicos de indexação para causada por vírus, pode ser detectada pelo teste
patógenos transmissíveis por enxertia para sorose, pelas semelhanças nos padrões dos
Todo o sistema de indexação biológica ba- sintomas de manchas tipo “folha de carvalho”,
seia-se no fato de que ocorre a transmissão de que também podem ocorrer quando há presença
tecido infectado a tecido sadio. Para tanto, torna- do vírus da galha lenhosa ou enação foliar. Para
se necessário que as condições de crescimento da caracterização dessas viroses, pode-se realizar,
planta, sanidade e expressão sejam as melhores testes mais específicos empregando tangelo
possíveis. Na maioria dos casos, a dupla enxertia Orlando [C. reticulata Blanco x C. paradisi
é o método mais adequado de inoculação. As Macfad.] para cristacortis, enquanto sintomas
mudas de porta-enxertos ou das indicadoras de- típicos de enação foliar são observados na lima
vem ser produzidas em substratos esterilizados e ácida Galego ou a laranja Azeda e galhas no
livres de patógenos como bactérias e nematóides, tronco do limão Volkameriano cv. Palermo (C.
que podem mascarar os sintomas das viroses volkameriana V. Ten. & Pasq.) (Figura 2L). Para
a serem indexadas. O aspecto nutricional das sorose, quando não observados sintomas até o
plantas é de extrema importância, uma vez que amadurecimento das folhas, as plantas devem
sintomas de deficiência e toxicidade são freqüen- ser podadas para induzir a emissão de novas
temente semelhantes a alguns induzidos por vírus. brotações, realizando-se, pelo menos, três leitu-
Do mesmo modo, deve haver um seguro sistema ras ou quantas necessárias para o aparecimento
de proteção contra insetos vetores, de modo a dos sintomas no controle positivo. Apesar de
evitar contaminações e controle de temperatura não ter ainda sido identificado o agente causal,
e umidade, buscando a melhor condição para a a indexação biológica para a morte súbita dos
expressão de sintomas de acordo com cada viro- citros pode ser efetuada com limão Cravo como
ses (Figura 2A e B). porta-enxerto, observando a ocorrência ou não
Os testes biológicos podem ser instalados, de amarelecimento interno da casca na região
empregando como porta-enxerto o limão Cravo abaixo da enxertia. Sintomas de HLB podem
(Citrus limonia Osbeck), produzido inicialmente ser obtidos também em casa de vegetação,
em tubetes de 50 mL com substrato comercial à utilizando-se laranja doce, lima ácida Galego,
base de vermiculita e casca de pínus. Posterior- e tangerinas (clorose e mosqueado foliar), mas
mente, essas plântulas são transplantadas para como esse sintoma não é específico, deve ser
sacos plásticos de 1,5 L com o mesmo substrato confirmado por testes laboratoriais.
e, a partir de quatro a seis meses de idade, são
usadas para as enxertias. No teste, denominado d) termoterapia
de “dupla enxertia”, emprega-se uma ou duas Essa técnica, utilizada por séculos na elimina-
borbulhas da planta a testar e logo acima, uma ção de doenças e organismos de sementes e teci-
borbulha da indicadora, comprovadamente sem dos de plantas, é uma maneira efetiva e ecológica
o patógeno (Figura 2C-G). No CAPTACSM-IAC, de erradicar patógenos de material propagativo.
utilizam-se, como rotina, as indicadoras lima-áci- Para os citros, apesar de não ser eficaz na elimina-
da Galego [Citrus aurantiifolia (Christm.) Swin- ção de viróides como exocorte e xiloporose, essa
gle] para tristeza, laranjeira do Céu [C. sinensis técnica apresenta importante uso na eliminação
(L.) Osbeck], para sorose, cidra Etrog (C. medica de sorose A, sorose B, gomose-concova, impie-
L.) para exocorte e tangor Clemelin 1120 (C. re- tratura, cristacortis, infecção variegada, HLB,
ticulata x C. sinensis) para cachexia/xiloporose tristeza, tatterleaf e vein enation (Roistacher, 1985).
(Carvalho et al., 1997; Carvalho, 2001a). De- Em associação à microenxertia, que não apresen-
vem-se empregar, pelo menos, quatro repetições ta também eficiência total na eliminação de certos
para cada teste, utilizando-se também controles patógenos, como o vírus da sorose, a termoterapia
positivo e negativo. As plantas devem ser man- deve ser adotada, como estratégia para garantir
tidas em casa de vegetação com controle de maior segurança nos trabalhos de limpeza clonal.
temperatura (mais amenas para sorose e tristeza Para o tratamento térmico, plantas podem ser
e mais elevadas para exocorte e xiloporose) e, enxertadas sobre limoeiro Cravo cultivadas em va-
as leituras, realizadas observando-se a ocorrên- sos e mantidas em câmara climática tipo “Fitotron”
cia de sintomas típicos para cada virose (Tabela a 38 °C por 16 horas de luz e 32 °C por 8 horas de
1 e Figura 2H-K). Cristacortis, provavelmente luz por período de 7 a 60 dias. Brotações emitidas
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Figura 2 Instalações e metodologia para indexação biológica para viroses: casa de vegetação a prova de inse-
tos vetores e com controle de temperatura e umidade (A e B); plantas sadias de variedade indicadora, fonte de
borbulhas para testes (C); limão Cravo produzido em tubete (D) e transplantado para sacolas de 1,5 L (E) para
realização do teste de “dupla enxertia” (F); epinastia foliar típica de exocorte em folhas de cidra Etrog (G e H),
palidez de nervura foliar de Galego em teste de tristeza (I); estrias cloróticas e manchas “folha de carvalho” em
laranja do Céu, indicadora de sorose (J); poros e exudação de goma em tronco da indicadora para cachexia/
xiloporose tangerina Parson Special (K); galhas lenhosas no tronco de limão Volkameriano cv. Palermo (L)

A B C

D E F G

H I J K L Fotos: S.A.
Carvalho

nessas condições são então retiradas para a obten- de 30% com o uso isolado da microenxertia (Carva-
ção dos ápices meristemáticos para a realização da lho et al., 2002). A utilização de estacas separadas
microenxertia. (Figura 3A e B). A associação dessas inoculadas em tubos de ensaio, em equipamentos
técnicas garantiu a eliminação de 100% da sorose menores e de menor custo de manutenção como as
de clones velhos do Banco Ativo de Germoplasma câmaras de germinação e crescimento tipo “B.O.D.”
de Citros (BAG Citros) IAC, cuja limpeza teve falha (biologic oxygen demand), pode proporcionar maior
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Tabela 1 Características das principais doenças causadas por patógenos transmissíveis por enxertia em citros no Estado de São Paulo e testes
de diagnósticos disponíveis

Indexação biológica
Doença Patógeno Transmissão Outros testes
Indicadora Temperatura Sintomas
Palidez de nervuras e caneluras ELISA, DsRNA-PAGE, imunidifusão
Tristeza Citrus tristeza virus Amena
Afídeos Lima ácida Galego ou stem pitting em 3 a 24 microscopia, PCR, RFLP, dRNA,
24-27 °C
semanas SSSP, DETIBIA e Western Blot

Enxertia Manchas “folha de carvalho” ou


Sorose Citrus psorosis virus Amenas
Laranja do Céu estrias cloróticas entre nervuras, TAS-ELISA, PCR, DTBA e RT-PCR
vetores ? 24-27 °C
após 4 e 8 semanas
Epinastia do ápice,
Exocorte Enxertia Elevada encarquilhamento das folhas e eletroforese, SPAGE, RT-PCR,
Citrus exocortis viroid Cidra Etrog
mecânica 32-40 °C escurescimento de nervuras após MRT-PCR e imprint hibridization
5 a 6 semanas
Xiloporose Enxertia Tangor Clemelin Elevada Poros e goma no lenho abaixo
Citrus cachexia virus eletroforese
mecânica 1120 32-40 °C da enxertia a partir de 8 meses
Clorose variegada Enxertia
Xylella fastidiosa cigarrinhas -a - - ELISA, DIBA e RT-PCR
dos citros
mecânica
Declínio/blight Enxertia injeção água, teor Zn, microscopia,
?b - - -
de raízes ELISA e PCR
Limão Volkameriano
Galha lenhosa/ Vírus da galha Enxertia Galhas ou protuberâncias nas
cv. Palermo, lima Amena
enação foliar lenhosa afídeos nervuras ou bordos foliares a
ácida Galego e 24-27 °C
partir de 6 a 8 semanas.
laranja Azeda
Depressões em forma de sulcos
Cristacortis Vírus? Amena
Enxertia Tangelo Orlando no tronco que se aprofundam
24-27 °C
pelo lenho de 8 a 24 meses
Morte súbita dos Enxertia Amarelecimento interno da casca
? Limão Cravo - ?
citros vetores ? na região abaixo da enxertia
Huanglongbing Candidatus Laranja doce, Clorose tipo deficiência de zinco
Enxertia, psilídeos 25-32 °C PCR Cromatografia
(ex-greening) Liberibacter Galego, tangerinas e mosqueado foliar
a
= informação não disponível
b
= não determinado

Fonte Roistacher (1991); Carvalho et al. (2001b)


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praticidade e economia na aplicação destes trata- A inoculação de estirpes fracas de valor protetivo
mentos, possibilitando também maior segurança em do vírus da tristeza em material cítrico submetido aos
relação à introdução de patógenos de outras regiões processos de limpeza clonal é necessária quando se
ou países, por eliminar a necessidade de transporte e trata de variedades pouco tolerantes ao vírus (Müller
manutenção de plantas vivas em casa de vegetação & Costa, 1977). Esse processo, denominado também
para obtenção de meristemas (Figura 3C-E). de pré-imunização ou “premunização”, possibilita o
cultivo satisfatório de variedades menos tolerantes
e) microenxertia em condições de campo, onde se encontra natural-
A técnica da microenxertia, desenvolvida por mente o principal vetor dessa virose, o pulgão-preto
Murashige et al. (1972) e, aperfeiçoada por Navar- (Toxoptera citricidus Kirk.). Esse afídeo pode ser
ro et al. (1975), é utilizada em todo o mundo para a utilizado para a inoculação da estirpe fraca prote-
eliminação de patógenos sistêmicos de citros. tiva, deixando-se colônias sadias se alimentarem em
Como microporta-enxerto, pode-se empregar plantas portadoras da estirpe de interesse do vírus
plântulas de citrange Troyer [Poncirus trifoliata (L.) e, posteriormente, em plantas sadias. Para garantir
Raf. x C. paradisi Macfad.] germinadas no escuro a inoculação de todos os componentes do complexo
em tubos de ensaio com meio de cultura Murashige protetivo, recomenda-se o uso de, pelo menos, 100
& Skoog (1962), solidificado com 1% de ágar e pulgões por inoculação, que deve ser repetida por
pH ajustado a 5,7. Os brotos, obtidos de plantas três dias consecutivos. Entretanto, com a possibilida-
mantidas no campo, casa de vegetação ou câmaras de de transmissão do patógeno causador da morte
de termoterapia (Figura 3B e E), são manipulados súbita dos citros por afídeos, essa ferramenta somen-
assepticamente sob lupa estereoscópica em câmara te deve ser adotada se o material de origem for com-
de fluxo laminar (Figura 3F), utilizando-se estiletes provadamente sadio para a doença. A confirmação
e bisturis cirúrgicos para a realização dos cortes e da infecção deve ser feita com teste serológico (ELISA).
separação do ápice meristemático. A microenxertia Após obtenção de planta com a estirpe protetiva, ino-
é efetuada pela inoculação da porção apical de 0,2 culação de novas plantas pode ser feita com borbu-
lhas da planta infectada, desde que mantida sob tela
mm do ápice caulinar, composta do meristema mais
antiafídica. Plantas microenxertadas pré-imunizadas
duas a três folhas (Figura 3G), em uma incisão em
devem ser mantidas sob telado como blocos básicos
forma de “T” invertido na haste do microporta-en-
(Figura 3O), e em experimentos de campo, onde po-
xerto estiolado previamente podado na raiz e no
dem ter suas características agronômicas avaliadas
topo (Baptista et al., 1991) (Figura 3H e I).
para futura formação de matrizes.
Após a operação, o conjunto é colocado de
volta a tubos de ensaio em meio MS líquido até
h) manutenção de plantas matrizes
a confirmação do pegamento e desenvolvimento
Plantas microenxertadas, comprovadamente li-
satisfatório do broto, (Figura 3J e K) quando é
vres de patógenos e pré-imunizadas contra estirpes
levado para enxertia por garfagem lateral ou de
fortes do vírus da tristeza, constituem o material mais
topo em limoeiro Cravo estabelecido em vaso, com
minicâmara úmida até a retirada do fitilho (Paiva confiável para estabelecer um programa adequado
& Carvalho, 1993) (Figura 3L-N). de matrizes de citros. Assim como os porta-enxertos,
borbulhas ou mudas utilizadas para sua formação,
f) reindexação para garantir a sanidade, as plantas candidatas a
Após aclimatação e desenvolvimento suficiente, as matrizes e aquelas registradas como matrizes devem
plantas recuperadas pela aplicação da termoterapia ser mantidas sob telado à prova de afídeos, garantin-
e microenxertia devem, novamente, ser indexadas do a proteção contra vetores do vírus da tristeza, além
para confirmação da eliminação das viroses detecta- dos vetores de CVC, de HLB e dos possíveis transmis-
das na indexação, utilizando o método descrito. sores da morte súbita dos citros (Figura 4A-C).
Para possibilitar a produção de frutos e a
g) pré-imunização ou proteção cruzada comprovação das características agronômicas,
É um fenômeno conhecido desde o início do sé- no estabelecimento desses blocos deve-se utilizar
culo passado e ocorre quando uma estirpe do vírus espaçamentos que permitam um bom crescimen-
já estabelecida na planta hospedeira impede ou to das plantas, como o de 5,0 x 7,0 m, utilizado
reduz a posterior manifestação de outras estirpes atualmente no Centro APTA Citros. O número de
do mesmo vírus (Baptista et al., 1991). plantas de cada variedade ou clone a manter de-
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Figura 3 Eliminação de patógenos sistêmicos por termoterapia e microenxertia: tratamento térmico de plan-
tas em câmara de crescimento (A e B) ou de estacas in vitro em “B.O.D.” (C-E), visando obtenção de brotações
para microenxertia utiizando lupa estereoscópica (F); o ápice meristemático (G) é inserido em incisão no topo
de microporta-enxerto estiolado (H e I) e após crescimento da brotação em sala de crescimento (J e K), o
conjunto obtido é aclimatado por garfagem de topo (L) ou lateral (M) com mini câmara úmida, em limoeiro
Cravo, e após crescimento (N) e comprovação da sanidade é mantido em telado como planta básica (O)

A B C D E

F G H I J

K L M N O

Fotos: Arquivo Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC (G-I); S.A. Carvalho (A-F e J-O)

penderá da demanda de borbulhas pretendida ta cítrica para a instalação de matrizes, mas, para
para a formação e renovação das borbulheiras, maior segurança e evitar problemas futuros com a
o que pode variar conforme o cultivar. Pela com- ocorrência de cancro cítrico em plantas vizinhas, é
patibilidade com as variedades copas, o porta- recomendável observar distâncias maiores, já que
enxerto usado na formação da matriz pode ser o raio mínimo para erradicação de um foco é de
o limão Cravo, facilitando, também, a compara- 200 m e, o de quarentena, 1.000 m. É necessá-
ção quanto às características de plantas e dos ria a instalação de antecâmara para dificultar a
frutos produzidos. Entretanto, para evitar cresci- entrada de insetos vetores, e recomendável uma
mento excessivo e conseqüente necessidade de altura mínima do pé direito de 4 m, com estrutura
podas muito constantes, o uso de porta-enxertos resistente a ventos fortes.
menos vigorosos podem ser de interesse. Antes Em relação ao aspecto fitossanitário, deve-
do registro pela entidade certificadora, cópias se realizar práticas específicas de manejo, para
desse material devem ser testados também em evitar contaminação com cancro cítrico, CVC e
campo, de preferência em diferentes condições outras doenças, como controle rigoroso do trânsito
edafoclimáticas, buscando a avaliação das ca- de pessoal, desinfestação de calçados e veículos,
racterísticas agronômicas. desinfecção de equipamentos e ferramentas, con-
A legislação atual para o Estado de São Paulo trole da abertura das portas, uso de armadilhas,
exige distância mínima de 20 m de qualquer plan- inspeções freqüentes e pulverizações quinzenais
Produção de material básico e propagação 289

preventivas ou quando detectados sintomas de Coleta de amostras de matrizes


verrugose, antracnose e mancha-preta ou a pre-
Viroses: tristeza, sorose, exocorte, xiloporose
sença de cigarrinhas, pulgões, psilídeos, ácaros,
• 16 ramos com 5 borbulhas cada um (4 de cada
cochonilhas e, eventualmente, da lagarta-minado- quadrante);
ra-dos-citros, que tem também sido detectada em
• fazer 4 feixes com um ramo de cada quadrante
ambientes telados.
CVC e declínio
As demais práticas culturais adotadas nesses
sistemas são semelhantes às utilizadas em poma- • 40 folhas maduras ao redor da planta.
res comerciais, devendo ser feitas análises de solo • Dividir em duas subamostras de 20 folhas cada uma
e foliar, para o monitoramento da nutrição e ferti- Cancro cítrico
lidade do solo, realização de calagem, adubações • Caso de suspeita: coletar folhas, ramos e frutos
via solo, fertirrigação e/ou foliar (Carvalho et al., com sintomas
2000). A utilização isolada de tela na cobertura Huanglongbing (ex-greening)
possibilita maior circulação de ar e temperaturas • Caso de suspeita: coletar folhas e frutos com sintomas
mais amenas, e pode, também, dependendo do
porta-enxerto e do regime de chuvas da região,
dispensar a irrigação. Já o uso de plástico impede
i) matrizes de variedades porta-en-
o molhamento das folhas e a possibilidade de pe-
xerto
netração da bactéria causadora do cancro cítrico.
Matrizes obtidas por microenxertia, livre de
Além de inspeções rotineiras, nas quais as
patógenos, produzindo frutos típicos da variedade
plantas devem ser avaliadas e amostradas para
ou clone, e destinadas à produção de sementes de
análise de material suspeito de contaminação
porta-enxertos podem ser mantidas a céu aberto e
com cancro cítrico ou outras doenças, as matri-
manejadas como pomares comerciais (Figura 9A).
zes devem ser avaliadas anualmente, enviando-
Entretanto, devem ter seu registro requerido junto à
se as amostras ao laboratório para a compro-
Defesa Sanitária Vegetal e serem indexadas para
vação da sanidade para CVC, e a cada 5 anos
viroses e declínio a cada cinco anos e anualmente
para o vírus da tristeza e sorose e os viróides
para CVC, antes da retirada das sementes. Apesar
da exocorte e xiloporose e declínio, conforme de não haver comprovação de transmissão por
esquema ao lado. sementes, plantas suspeitas ou com resultados posi-
Considerando a indisponibilidade de testes la- tivos para essas doenças e para morte súbita e HLB,
boratoriais para o diagnóstico seguro de plantas devem ser descartadas como matrizes.
assintomáticas para morte súbita e HLB, além do
manejo adequado para evitar a contaminação j) borbulheiras
das plantas, deve-se realizar inspeções periódicas Para o estabelecimento de uma borbulheira, é
visando identificar qualquer sintoma que possa es- necessário usar telas antiafídicas e antecâmara, e
tar associado a tais doenças. Como a maioria das observar também, a maior distância possível de
variedades copa são sensíveis ao HLB, plantas com pomares ou plantas cítricas, apesar de ser exigido
clorose e mosqueado foliar e com frutos pequenos apenas 20 m. É recomendável o emprego de mate-
e deformados devem ser imediatamente submetidas rial e estrutura resistentes, evitando o rompimento
a testes laboratoriais para a bactéria Candidatus da tela e exposição das plantas em caso de ventos
Liberibacter spp. Se as plantas estiverem enxertadas fortes.
sobre limão Cravo ou outro porta-enxerto sensível A altura do pé-direito influencia na temperatura
à morte súbita dos citros, se observada perda de interna da borbulheira, principalmente quando se
brilho, turgidez e queda de folhas deve-se verificar utilizam módulos muito largos e cobertura plástica.
a ocorrência de sintoma mais específico da doença, Essa opção, associada ao uso de irrigação locali-
caracterizado pelo amarelecimento interno da cas- zada, evita a lavagem de defensivos e o excesso
ca do porta-enxerto na região abaixo da enxertia. de umidade no tronco, ramos e folhas, com menor
Em qualquer um dos casos, até que seja descartada suscetibilidade a doenças como gomose e cancro
a possibilidade de contaminação, deve-se inter- cítrico, entre outras, e possibilita também, o apro-
romper a retirada de borbulhas e mantido todo o veitamento do calor nos meses mais frios do ano,
módulo sob quarentena. principalmente com a adoção de cortinas laterais.
290 CITROS

Para o monitoramento de cigarrinhas, pisilí- dados com o manejo nutricional e de irrigação.


deos e pulgões nas borbulheiras, é interessante Apesar de maior custo, o uso de vasos com subs-
também adotar armadilhas amarelas com cola, tratos artificiais pode ser obrigatório na renovação
devendo ser feita também a aplicação quinzenal de uma borbulheira de chão, uma vez que, dificil-
com fungicidas, inseticidas e acaricidas em rota- mente, são eliminados no solo as raízes e restos
ção de produtos de diferentes modos de ação. da cultura, o que poderá comprometer a sanidade
Através de sistema de fertirrigação, pode-se das novas plantas.
também aplicar fertilizantes solúveis, o que facilita Da mesma maneira do comentado para as
bastante o manejo das plantas. borbulheiras de chão, considerando a maior
produção de borbulhas por área em espaça-
k) borbulheiras de chão mentos mais densos, o emprego de vasos me-
Esse sistema é semelhante aos antigos viveiros nores, semelhantes aos utilizados nos viveiros,
a céu aberto, podendo ser implantadas através pode ser mais vantajoso, ficando, nesse caso,
do plantio de mudas ou dos porta-enxertos para as instalações e manejo das plantas muito seme-
posterior enxertia (Figrua 4D). O espaçamento lhantes aos do sistema de produção de mudas e
depende do sistema de condução adotado. Para as plantas manejadas para produção de uma ou
a condução em forma de pernadas, com dois ou duas hastes.
três ramos, podem-se empregar espaçamentos O porta-enxerto utilizado na formação de
entre 0,30 e 0,40 m, em sistema de filas simples borbulheiras deve ser vigoroso e resistente à
ou duplas espaçadas de 0,70 a 1,0 m, obtendo- gomose, já que o acúmulo de umidade e a falta
se até 200 borbulhas por planta por ano quando de ventilação provocada pela alta densidade
as plantas atingem ponto de máxima produção. de plantas no ambiente, podem favorecer o
Espaçamentos mais adensados em sistema de desenvolvimento dessa e de outras doenças. O
condução de haste única ou dupla podem ser limoeiro Cravo tem sido utilizado com sucesso
mais vantajosos por proporcionar a produção na formação de borbulheiras de chão e em va-
máxima de borbulhas já no primeiro corte, ma- sos no Centro APTA Citros Sylvio Moreira e em
ximizando a utilização da área nos primeiros outros locais, mas pode ser interessante o estudo
anos. Pesquisas realizadas no Centro APTA Citros de outros porta-enxertos para esse propósito. É
Sylvio Moreira, com a avaliação de espaçamen- importante que os porta-enxertos utilizados na
tos de 0,10; 0,20; 0,25; 0,30; 0,35 e 0,40 m em formação de matrizes e borbulheiras sejam pro-
borbulheira de chão, apontam o espaçamento duzidos também sob telado e de sementes obtidas
de 0,15 com condução de haste simples como o de plantas matrizes com características genéticas
de melhor resultado em produção de borbulhas e sanitárias definidas.
por área (m2), em três anos de cultivo, tendo a
produção média por corte sido maior para a 2.2.2 Estabelecimento e manejo de
Ponkan (368 borbulhas/corte/m2), Natal (321) matrizes e borbulheiras a partir de
e Valência (289) e menor para Pêra (255) (Car- material de campo
valho, 1998), Neste trabalho, o primeiro corte foi
obtido aos sete meses após enxertia, obtendo-se, Como a aplicação de um programa avan-
em média, um corte a cada 2,7 meses. No espa- çado pode demandar algum tempo para obter
çamento de 0,15, o número médio de borbulhas material testado em grande escala, pode ser
produzido por cada planta em cada corte foi necessário aplicar programas emergenciais bus-
maior para a tangerina Ponkan (16,9), seguido cando o suprimento a curto prazo de borbulhas
por Valência (15,7), e Natal (14,7), e menor para sadias para a produção de mudas. É necessária,
a Pêra (11,2). portanto, a localização imediata de plantas com
potencial em pomares comerciais, tarefa que se
l) borbulheira em vasos tem tornado a cada dia mais difícil, dispendiosa
Para a multiplicação de borbulhas, as plantas e menos segura com o avanço da CVC e o sur-
podem também ser mantidas em recipientes de gimento de novas doenças, como a morte súbita
capacidade de 6 a 20 L de substrato (Figura 4E dos citros e o HLB. No caso da CVC, tem sido
e F). Nesse sistema, tem-se maior facilidade para detectada a presença da bactéria, mesmo em
a substituição das plantas, mas exige maiores cui- candidatas a matrizes assintomáticas para a
Produção de material básico e propagação 291

Figura 4 Telado para formação e manutenção de matrizes (A-C); borbulheiras de chão (D) e de vasos (E e F)
sob telado; corte (G) e processamento de ramos porta-borbulhas com retirada de folhas (H), tratamentos
químico (I) e térmico (J), secagem (K) e embalagem para armazenamento em câmara fria (L)

A B C

D E F

G H I

J K L Fotos: S.A.
Carvalho

doença (Coletta Filho et al., 1998). Atualmente, a) proteção com tela da planta sele-
pela indisponibilidade de testes diagnósticos cionada e posterior estabelecimento de
para plantas assintomáticas para a morte súbita borbulheira
e dos citros e o HLB, a ocorrência dessas doen- Essa opção pode trazer alguma dificuldade no
ças no pomar ou mesmo na região inviabiliza manejo das plantas e maior custo das instalações e
a introdução segura em telados de material de sua manutenção, já que, muitas vezes, as melhores
campo, devendo-se utilizar as estratégias descri- candidatas a matrizes podem estar localizadas ale-
tas no item anterior. atoriamente em pomares, o que obrigará a adoção
Descartadas essas situações, podem-se citar as de várias “gaiolas” individuais (Figura 6A e B) ou
seguintes estratégias para o estabelecimento de em pequenos grupos, conforme o número de varie-
blocos protegidos a partir de material de campo, dades em trabalho e o número inicial de borbulhas
que devem, entretanto, ser analisadas caso a caso pretendido. Como vantagem, pode-se apontar a
pela entidade certificadora: possibilidade de as plantas permanecerem em qua-
292 CITROS

Figura 5 Estratégias para introdução em telado e forma- a decisão de proteção dessa planta ou de seu uso
ção de borbulheira a partir de planta matriz selecionada para formar uma borbulheira, vai depender da
a campo análise de outros fatores, como o histórico da pro-
priedade, origem das mudas, ocorrência de CVC
na região, na propriedade, no pomar e nas plantas
PROTEÇÃO vizinhas. Decidida a utilização da planta, procede-
se à proteção imediata com tela antiafídica e pro-
tela antiafídica
videncia-se a retirada de amostras para os testes
Candidata de viroses e declínio, necessários para obtenção do
Planta selecionada à matriz
registro da matriz e sua liberação para fornecimen-
CVC to de borbulhas visando à formação de borbulheira
INDEXAÇÃO Viroses registrada.
Declínio

b) estabelecimento de bloco de matri-


zes em telado a partir de planta selecio-
nada no campo
A segunda opção oferece maior facilidade
de manejo das plantas, mas tem a desvantagem
do maior tempo necessário para que possam ser
Borbulheira Planta matriz registradas como matrizes, ou seja, somente após
apresentarem frutificação suficiente para a confir-
rentena protegida durante o período de avaliação, mação da fidelidade varietal. De uma ou de várias
evitando-se contaminações e a multiplicação em plantas selecionadas, deve-se coletar borbulhas que
larga escala de material contaminado. somente devem ser enxertadas sob telado após a
Primeiro, faz-se a avaliação preliminar comprovação de sanidade para CVC, realizando
para CVC, recomendando-se a retirada de, pelo testes individuais para cada ramo. A nova planta
menos, 20 folhas maduras bem distribuídas na pode ser produzida inicialmente em viveiro telado
copa da planta. Uma vez que mesmo o teste de ou pela enxertia de porta-enxertos já plantados
PCR, ferramenta de maior sensibilidade na detec- no local definitivo. Até que a planta atinja idade
ção da bactéria X. fastidiosa, pode não detectar suficiente para o registro como matriz, podem ser
concentrações muito baixas ou inoculações muito realizados com segurança novos testes para CVC, e
recentes, mais do que o resultado do laboratório, outras doenças aumentando a segurança.

Figura 6 Proteção com tela de planta selecionada em pomar comercial (A); após comprovação da sanidade e
fidelidade varietal a planta pode ser utilizada como matriz para produção de borbulhas (B)

Fotos: S.A. A B
Carvalho
Produção de material básico e propagação 293

c) estabelecimento direto de borbu- lenhosos, verde-escuros, mas ainda com quinas.


lheira sob telado a partir de planta sele- Os ramos são cortados com tesoura de poda e
cionada no campo levados para retirada das folhas em local limpo e
A última opção é a de maior risco e exige sombreado. Geralmente, retiram-se as partes da
maior critério e segurança na escolha das plantas base e do ápice, aproveitando-se a parte central
iniciais. Além das limitações dos testes para detec- com aproximadamente 10 a 15 borbulhas. Quan-
tar concentrações muito baixas por inoculações re- do não forem utilizados imediatamente, os ramos
centes pelos vetores, a indexação para a bactéria porta-borbulhas devem ser tratados com fungicida
da CVC fica mais difícil e onerosa com o aumento em pó ou líquido, necessitando, nesse caso, de que
do número de plantas. Partindo-se de planta can- sejam colocados para secar na sombra sobre tabla-
didata à matriz mantida em campo e com teste do limpo e arejado (Figura 4G-I e K) e Se houver
negativo para CVC, de preferência em região e ocorrência de mancha-preta dos citros (Guignardia
pomar sem ocorrência da doença, são retirados os citricarpa Kiely) na região produtora, recomenda-se
ramos porta-borbulhas, armazenados em câmara que ramos a transportar para outras regiões onde a
fria e somente enxertadas as borbulhas e instala- doença não está ainda presente sejam submetidos a
das as borbulheiras, com o resultado dos testes tratamento térmico por imersão em água aquecida
realizados nas amostras de folhas colhidas indi- à temperatura de 50 °C por 15 min para inativação
vidualmente ramo por ramo, conforme realizado do fungo (Figura 4J).1
na instalação do primeiro bloco de borbulheiras
no Centro APTA Citros Sylvio Moreira (Carvalho & Coleta de amostras em borbulheiras
Laranjeira, 1994). CVC
Uma alternativa seria utilizar uma combinação • Uma folha madura a cada dez plantas.
das duas últimas opções, transformando em matri-
zeiro um bloco instalado originalmente para pro- • Cada dez folhas comporão uma amostra.
dução de borbulhas em sistema adensado. Assim, • Número de amostras proporcional ao número de plantas.
quando as plantas atingirem cinco anos ou antes, Cancro cítrico
poderiam ser eliminadas plantas intermediárias, • Caso de suspeita: coletar folhas e ramos com sintomas.
deixando-se maior espaçamento e possibilitando Huanglongbing (ex-greening)
maior desenvolvimento e produção de frutos, para
• Caso de suspeita: coletar folhas e ramos com sintomas.
que possas ser registradas como matrizes.
A manutenção de matrizes pode ser feita tam-
bém em vasos ou recipientes com capacidade de 50 2.4 Armazenamento de borbulhas
a 200 L. Neste caso, recomenda-se ainda maiores
cuidados para se evitar a retirada excessiva de Uma das dificuldades no estabelecimento de
borbulhas, dando-se preferência por ramos que borbulheiras sob telado refere-se à definição das
tenham produzido frutos típicos da variedade. variedades e suas proporções, já que a demanda
O emprego de material propagativo sadio, uso de borbulhas por determinado clone pode variar
de armadilhas, monitoramento constante, pulveriza- de um ano para outro. Outro desafio é sincronizar
ções preventivas da borbulheira, inspeções de rotina a oferta de borbulhas com a demanda durante o
e a amostragem periódica para análise em labora- ano, que varia de acordo com as condições de
tório, para CVC, cancro cítrico e HLB (esquema ao clima e a disponibilidade de porta-enxertos aptos
lado), a responsabilidade do viveirista, e a exigência para enxertia. Práticas como o escalonamento das
do cliente, garantem a sanidade das borbulhas pro- podas, manejo nutricional e de irrigação podem
duzidas nestes sistemas em relação a estas doenças. favorecer o maior controle da produção de bor-
bulhas. Além disso, são necessárias adequações
2.3 Coleta e processamento dos ra- de condições de armazenamento, procurando
mos porta-borbulhas expandir o período de oferta das borbulhas. Pes-
quisas indicam a possibilidade de conservação
A coleta de borbulhas pode ser feita assim que de ramos porta-borbulhas de citros por alguns
os ramos apresentarem tecido amadurecido, semi- meses em embalagens plásticas sob refrigeração

1
C.I. Aguilar-Vildoso. Phytonema Clínica de Plantas, Limeira (SP). 2003. Comunicação pessoal.
294 CITROS

(Teixeira, 1969; Köller, 1973; Bissoli et al., 1988; fusão dos gametas masculino e feminino, as semen-
Blumer, 2000), mas há perda gradativa na sua tes de citros podem apresentar embriões apomíticos,
viabilidade para enxertia. Borbulhas de laranja formados a partir do tecido da nucela, originando
Valência podem ser armazenadas com sucesso assim plantas nucelares com número variado, de
até 60 dias em sacos plásticos em câmara fria a acordo com a espécie (Figura 7A). Como a nucela é
8 °C (Figura 4L), mas com perda acentuada da sua parte exclusivamente materna da semente, os embri-
viabilidade a partir de 70 dias de armazenamento ões nucelares possuem a mesma carga genética da
(Carvalho, 1998). Avaliando diferentes recipientes planta que a origina, possibilitando, assim, a produ-
e tratamentos químicos, Romeiro et al. (2001) ve- ção de plantas idênticas e livres de doenças, uma vez
rificaram a conservação das borbulhas de laran- que não há formação de vasos condutores suficientes
jeira Natal por 210 dias, com média de 98% de para a translocação dos patógenos para os embri-
pegamento na enxertia, indicando a viabilidade ões. Foi através das sementes que, a partir do final
de sua conservação em embalagens plásticas de da década dos trintas, realizou-se a “limpeza” de
36 a 76 µm. várias viroses existentes nos citros no Estado de São
Paulo, com a obtenção dos clones nucelares sadios,
2.5 Matrizes de variedades porta- que, utilizados comercialmente a partir de 1955,
-enxerto possibilitaram a recuperação da citricultura brasileira
(Moreira & Salibe, 1965; Greve et al., 1991).
Para o registro de plantas matrizes fornecedoras As sementes são essenciais para o processo
de sementes a partir de material selecionado no cam- de hibridação artificial, utilizado em programas
po, é necessário também a avaliação das caracterís- de melhoramento que possibilitam a criação de
ticas típicas da variedade ou clone, e a realização novas variedades de citros e auxiliam nos estudos
dos testes de indexação para viroses, CVC e declínio, de herança e constituição genética, considerados a
podendo a planta ser mantida em campo. chave para a solução de problemas fisiológicos e
Assim como no registro de plantas de varie- fitossanitários. É também por meio da germinação
dades copas, o histórico da propriedade e das de sementes em tubos de ensaio que se obtêm em
plantas é de grande importância para aumentar o laboratório plantas adequadas para receber o me-
grau de confiança e facilitar o processo de registro ristema da variedade copa a ser limpa de viroses
das plantas, dando-se preferência por material ou outros patógenos, na técnica de microenxertia.
com mais de dez anos, de clones nucelares e de
procedência conhecida. Os procedimentos corre- 3.2 Enraizamento de estacas
tos para coleta e armazenamento de sementes são
abordados no tópico seguinte. Pela facilidade na propagação por sementes
e pelas vantagens do uso da enxertia, a propa-
3 Propagação e produção de mudas gação assexuada por enraizamento de estacas
de citros (Figura 7B-D) é pouco utilizada, ficando restrita
a algumas espécies em determinadas regiões ou
3.1 Propagação por sementes para trabalhos de nutrição mineral, nos quais
se procura menor variabilidade entre plantas. A
Os citros tiveram origem no continente asiático, capacidade de emissão de raízes depende da es-
de onde foram disseminados por todo o globo. pécie, podendo chegar a 100% em cidras, limões
A principal forma de evolução e dispersão das e limas ácidas, mas com baixo índice de sucesso
espécies foi através de sementes, ou seja, por pro- para laranjas doces e tangerinas (Carvalho &
pagação sexuada. Essa forma de propagação foi Souza, 1993; Santos et al., 1988; Araújo et al.,
inicialmente utilizada como método de obtenção 1999). Melhores resultados em percentagem e
de novas plantas, mas, por ocasionar variações uniformidade de enraizamento podem ser obtidos
decorrentes das recombinações gênicas e longo com o emprego de estacas semilenhosas de 10 a
período juvenil, tem atualmente uso restrito. 15 cm de comprimento com 3 a 4 folhas cortadas
Além de serem a forma mais comum de propa- ao meio, umidade relativa do ar (80-100%) e tem-
gação do porta-enxerto, as sementes foram muito peratura acima de 28 °C. O uso de substâncias
importantes em vista da característica da poliembrio- promotoras de enraizamento como ácido indol
nia nucelar. Além do embrião sexual, originado da butírico (AIB) e ácido naftalenacético (ANA) nas
Produção de material básico e propagação 295

concentrações de 400 a 1.000 mg L-1, diluídos em trabalhos experimentais, como ferramenta auxiliar
água ou talco na base das estacas pode favorecer na biotecnologia e na multiplicação rápida de
a velocidade e uniformidade na emissão de raízes, material de interesse. O uso desta técnica na pro-
mas não altera o índice final de enraizamento. pagação comercial de porta-enxertos tem sido re-
alizado em pequena escala em alguns paises e já
3.3 Micropropagação foi adotada no Brasil para a formação de mudas
comerciais empregando a tangerina Sunki [Citrus
Laboratórios agregados a viveiros comerciais sunki (Haytata) hort. ex Tanaka], porta-enxerto
têm sido utilizados em diversas culturas para o considerado tolerante ao declínio dos citros, mas
cultivo in vitro de partes meristemáticas visando com pouca disponibilidade de sementes e plantas
à eliminação de patógenos sistêmicos, sendo, matrizes na ocasião. Dificuldade de controle na
posteriormente, o material propagado em larga arquitetura do sistema radicular, com emissão
escala pela micropropagação de ápices caulina- de mais de uma raiz dominante na altura do
res (Gratapaglia & Machado, 1998). No caso colo (Figura 7J e K), pode ser considerada como
dos citros, entretanto, só se obtém sucesso na um dos fatores que dificultaram a adoção dessa
recuperação de novas brotações quando o ápice tecnologia. Assim como nas plantas obtidas pelo
meristemático é inoculado na região do câmbio enraizamento de estacas, a ausência da verda-
do caule de seedlings, caracterizando a micro- deira raiz pivotante pode ocasionar um sistema
enxertia. radicular mais superficial e tornar a planta mais
A utilização de técnicas de cultura de tecidos suscetível à seca e ao tombamento (Carvalho,
com o objetivo de multiplicação de variedades- 1992). Entretanto, a propagação vegetativa com o
copa é viável, mas seu emprego se tem limitado a uso dessas técnicas pode ser útil pela possibilidade

Figura 7 Propagação de citros: poliembrionia em limão Cravo (A), enraizamento de estacas de porta-enxetos
(B-D); introdução via sementes (E) e via estacas (F, G) para cultivo in vitro de tangerina Sunki em sala de cres-
cimento (H) em tubos boca larga (I); raízes de citrange Carrizo micropropagado (J) e comparação de sistema
radicular de plantas de limão Cravo micropropagadas (K, à esquerda) e obtidas via sementes (K, à direita)

A B C D

E F G H

I J K Fotos: S.A.
Carvalho
296 CITROS

de clonagem de genótipos de porta-enxertos com 3.5 Sistema tradicional de produção


características superiores, como a resistência ao de mudas x sistema protegido
declínio e à morte súbita dos citros, selecionados
em programas de melhoramento e que possuam As mudas cítricas têm sido produzidas há
dificuldades de propagação por sementes. décadas pelo método tradicional de produção do
Protocolos para micropropagação de porta- porta-enxerto em sementeiras de solo e a com-
enxertos e copas a partir de explantes juvenis, ob- plementação da formação da muda em viveiros,
tidos pela germinação de sementes in vitro (Figura também de solo e a céu aberto.
7E) e adultos, através da introdução in vitro de A partir da década de 1980, iniciaram-se os
estacas (Figura 7F-I) e brotações de raízes, envol- primeiros avanços nos sistemas de produção de
vem a adição de reguladores de crescimento, sais, mudas de citros, tendo sido introduzidos o uso de
fungicidas e tipo de luz, empregando diferentes recipientes, substratos e ambientes com cobertura
meios de cultura (Carvalho et al., 1991a, b, 1992; plástica para a produção dos porta-enxertos. Os
Cristofani & Machado, 1993). Para micropropa- recipientes plásticos de formato cônico denomi-
gação de porta-enxertos, a indução de brotações nados “tubetes”, apresentam estrias longitudinais
a partir de estacas pode ser obtida com o meio MT que direcionam as raízes para o orifício basal
(Murashige & Tucker, 1969), suplementado com provocando a chamada “poda aérea” e, conse-
0,1 mg L-1 de benzilaminopurina (BAP) e para a qüentemente, a emissão de novas raízes laterais.
multiplicação, o mesmo meio de cultura suplemen- Obtêm-se, assim, vantagens ao sistema tradicio-
tado com 0,5 L-1 de carvão ativado, 0,005 mg L-1 e nal, com maior volume de raízes e possibilitade de
2,4-D e 1,5 mg L-1 de BAP (Locali et al., 1997). transplantio o ano todo.
Além do maior controle de patógenos de
3.4 Enxertia solo, a produção dos porta-enxertos nesse último
sistema proporciona maior facilidade no manejo
Na propagação comercial dos citros, o método de pragas e doenças, classificação e descarte de
mais utilizado é a enxertia, sendo o porta-enxerto plantas fora do padrão e menor tempo para atin-
obtido por semente. A ocorrência de poliembrio- gir o ponto de transplantio.
nia possibilita a obtenção de plântulas de origem Posteriormente, introduziu-se o emprego de
nucelar, de maneira que, mesmo envolvendo o uso recipientes, também na formação final das mudas,
de sementes, a propagação do porta-enxerto pode sendo estes normalmente dispostos sobre tijolos
ser considerada assexuada. A variedade-copa é em ambiente aberto. De formato de tronco de
também propagada assexuadamente através da pirâmide, os “citropotes”, embalagens de plástico
borbulha, permitindo, assim, a combinação de rígidas, possuem também estrias para direciona-
características de interesse do porta-enxerto e da mento das raízes, apresentando custo maior que
variedade-copa, além de evitar problemas como as sacolas plásticas, também utilizadas. O uso de
variações genéticas por hibridações e juvenilida- composições (solo, areia e matéria orgânica) ou
de, características das plantas de pés-francos. substratos comerciais tratados e as vantagens de
Além da borbulhia, o emprego de garfagem maior volume de raízes, possibilidade de plantio o
na propagação dos citros pode ser utilizada com ano todo e menor tempo para formação da muda,
sucesso, sendo ferramenta útil em processos de eram as principais vantagens em relação ao sis-
inoculação de alta concentração de inóculos e tema tradicional, mas sua adoção foi limitada a
para maior segurança na fixação de determinado alguns viveiristas e grandes empresas.
material que apresente dificuldade de sobrevi- As maiores e mais rápidas mudanças foram ex-
vência das borbulhas no processo normal. Esse perimentadas a partir de 1994, com a instituição,
método tem também aplicação na aclimatação de no Estado de São Paulo, do Sistema de Produção
microenxertos, proporcionando crescimento mais de Mudas Certificadas, com a obrigatoriedade do
rápido do conjunto obtido pela inserção do meris- emprego de tela nos viveiros, para proteção das
tema apical em microporta-enxerto germinado in mudas contra a bactéria causadora da CVC (CATI,
vitro, técnica utilizada na limpeza clonal, permi- 1994). A dispersão da CVC e a consciência dos
tindo a recuperação do meristema que apresenta produtores da importância em obter mudas sadias,
dificuldade de desenvolvimento em meio de cultura proporcionou o crescimento gradativo da adoção
(Paiva & Carvalho, 1993). do sistema protegido no Estado, tendo sido estabe-
Produção de material básico e propagação 297

lecido um cronograma para o abandono do siste- Na produção de mudas de citros, efetua-se


ma tradicional, que culminou com a proibição da a amostragem e análise de sanidade das mudas
comercialização de mudas formadas a céu aberto sob supervisão e responsabilidade do responsável
a partir de janeiro de 2003 (Carvalho, 2003). técnico, que emite o termo de conformidade que
Em fevereiro de 2003, mediante as portarias comprova que a muda, o porta-enxerto, o lote de
da Agência de Defesa Agropecuária do Estado mudas ou de porta-enxertos foram produzidos em
de São Paulo (Adaesp) 1, 2 e 3 de 10 de feverei- conformidade com as normas. Para a muda certi-
ro de 2003, foi estabelecida nova regulamenta- ficada de citros, a supervisão das amostragens e
ção pela Agência de Defesa Agropecuária para análises de sanidade é realizada pelo amostrador
produção, estocagem, comércio, transporte e credenciado no Registro Nacional de Sementes e
plantio de mudas cítricas no Estado de São Paulo, Mudas (Renasem) sob a supervisão da entidade
exigindo, entre outros aspectos, a utilização de certificadora, que emite o certificado de mudas,
telas antiafídicas também para a produção de comprovando que a muda, ou lote de mudas ou de
mudas (Carvalho, 2003), visando à prevenção porta-enxertos, foram produzidos em conformidade
contra pulgões, considerados como possíveis com as Normas de Certificação.
vetores da morte súbita dos citros, doença ainda
de causa não determinada (Gimenes-Fenandes 3.6.2 Equipamentos e instalações
& Bassanezi, 2001; Müller et al., 2002a, b).
Essas normas foram reeditadas em outubro de Os viveiros para produção de porta-enxertos
2003 nas portarias da Coordenadoria de Defesa e mudas de citros e mudas certificadas devem ser
Agropecuária (CDA) 14, 15 e 16, tendo sido es- exclusivos para cada finalidade, estar distantes
tabelecido o limite máximo de 0,87 mm por 0,30 no mínimo, 20 m de plantas cítricas, em área de
mm para a malha da tela antiafídica (Portarias…, boa drenagem, protegidos com tela antiafídica
2003). de malha máxima de 0,87 x 0,30 mm, possuir
antecâmara e pedilúvio na entrada, utilizando
3.6 Estabelecimento e manejo de vi- produtos cúpricos e bactericidas para desinfestação
veiros em ambiente protegido de calçados e mãos e proteção para não permitir a
entrada de águas invasoras (Figura 8A e B; Figura
3.6.1 Muda de citros x muda certifi- 10A-C). O emprego de cobertura plástica favorece
cada de citros também o manejo sanitário e de irrigação e o apro-
veitamento do calor nos meses mais frios com maior
A legislação atual no Estado de São Paulo crescimento das plantas, tendo melhor efeito com o
exige proteção do viveiro com tela antiafídica uso de cortinas laterais. Nos meses mais quentes,
para produção de porta-enxertos, mudas de citros porém, em vista de as telas antiafídícas reduzirem
(anteriormente denominadas mudas fiscalizadas) e a ventilação, a temperatura interna pode-se elevar
mudas certificadas. Para os dois tipos, é exigido acima de 38 °C com paralisação no crescimento e
material vegetal (sementes e borbulhas) oriundo de problemas no pegamento das enxertias, principal-
plantas matrizes e borbulheiras registradas, sendo mente em telados muito largos e pé-direito baixo.
a fiscalização do cumprimento das normas feita O efeito da temperatura pode ser amenizado com
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abas- aberturas superiores para saída do ar quente, e
tecimento (MAPA) e a responsabilidade técnica sombrite ou telas termorrefletoras, bastante utili-
pela produção exclusiva de engenheiro agrônomo zadas em sementeiras na fase de germinação ou
registrado no Conselho Regional de Arquitetura e durante períodos de grande incidência luminosa em
Agronomia (CREA). qualquer fase da produção.
Para que a fiscalização ocorra de forma ade-
quada, é necessário que os responsáveis técnicos 3.6.3 Sementeira
apresentem todas as informações sobre o material
de origem e as fases da produção. Essas infor- Na fase de sementeira, o recipiente mais uti-
mações devem ser fornecidas por meio de laudos lizado é o tubete plástico de 50 dm3 e forma de
pós-semeadura, pós-transplantio, pós-enxertia e tronco de cone, com quatro ou seis estrias lon-
de liberação, contendo os resultados de análise de gitudinais, que proporcionam o direcionamento
nematóides, Phytophthora e CVC. das raízes para o orifício basal (Figura 8I-K). Isso
298 CITROS

Figura 8 Sementeira com antesala, pedilúvio e armadilha amarela com cola para insetos (A e B); bandejas
com tubetes suspensas (C-E); semeadura, germinação e crescimento (F, G, H); limão Cravo produzido em tu-
bete 50 mL em ponto de transplantio (I); torrão (J) e sistema radicular (K); efeito do tamanho do recipiente
no crescimento (L, da esquerda para a direita: tubetes de 50 mL, 100 mL e 250 mL); adulto, larva e danos
causados por fungus gnatt em limão Cravo (M-O); plantas zigóticas de limão Cravo com crescimento e carac-
teres morfológicos distintos do padrão varietal, observado na planta nucelar, à direita (P)

A B C D

E F G H

I J K L

Fotos: Arquivo
Citrograf Mu-
das (A, C, D
e H ) e S.A. �
Carvalho (B, E, �
G e L-P) M N O P

favorece a emissão de raízes secundárias, com Para nova utilização, é recomendada a limpeza
maior desenvolvimento do sistema radicular em cuidadosa dos tubetes, com hipoclorito de sódio
relação aos porta-enxertos obtidos no método ou outros produtos. Tubetes com volume maiores,
tradicional de sementeira de solo. Para tanto, é como o de 100 mL e o de 250 mL podem também
necessário que sejam mantidos suspensos, po- ser utilizados, permitindo maior crescimento das
dendo-se utilizar bandejas plásticas perfuradas plantas pela maior disponibilidade de espaço,
mantidas sobre cabos com esticadores, ou telas substrato e nutrientes para o crescimento das raí-
metálicas galvanizadas, fixadas sobre mourões zes (Figura 8L). O tubete de 250 mL desenvolvido
de madeira ou cimento, a uma altura mínima de para espécies florestais nativas, tem sido empre-
30 cm do solo (Figura 8E e H). O emprego de gado para produção de citrumelo Swingle e ou-
tubetes favorece também a seleção e classificação tros porta-enxertos resistentes a morte súbita dos
dos porta-enxertos em lotes mais homogêneos, citros para utilização em sub-enxertia em poma-
facilitando o manejo das plantas (Figura 8C e D). res formados sobre porta-enxertos susceptíveis.
Produção de material básico e propagação 299

a) Coleta e processamento de sementes corrente. Em seguida, colocam-nas em recipiente


As sementes devem ser procedentes de plantas com água com 0,5% de cal, mexendo até a comple-
matrizes registradas, que podem ser conduzidas ta retirada da mucilagem. Após lavagem em água
sob telado ou em campo aberto (Figura 9A), e corrente, as sementes devem ser submetidas a tra-
apresentar características típicas da variedade e tamento térmico em banho-maria por 10 min, com
sanidade para viroses e outras doenças limitantes água pré-aquecida a 52 °C. Para secagem, utilizar
à cultura. A colheita deve ser feita a partir do pon- ventilação forçada ou colocá-las em local ventilado
to em que a parte interna do fruto (polpa), muda e à sombra, por 2 a 3 dias nos meses mais quentes
de tom para amarelo ou alaranjado, dependendo e 3 a 5 dias nos mais frios (Figura 9D e E).
da espécie, podendo a casca do fruto ainda estar Apesar de trabalhosa, a retirada do tegumento
verde. Para o citrumelo Swingle [Poncirus trifolia- externo ou testa, feita manualmente após tratamen-
ta (L.) Raf. x C. paradisi Macfad.)], não se deve to com produtos abrasivos e/ou cáusticos, favorece
aguardar a mudança de cor da casca, pois as a velocidade e uniformidade na germinação e tem
sementes podem germinar dentro do fruto. Entre- sido utilizada por alguns viveiristas, mas deve ser
tanto, as sementes já devem ter passado do branco evitada no verão, quando temperaturas muito ele-
para o amarelo para que haja boa germinação. vadas podem provocar danos nas sementes. Para o
Na colheita, evitar frutos da base da copa e os citrumelo Swingle, a retirada do tegumento externo
que estiverem no chão, para prevenir a ocorrência deve ser feita mesmo nos meses mais quentes, pois
de Phytophthora e fungos que causam o tomba- essa variedade possivelmente apresenta substâncias
mento de plantas (Phytophthora spp., Pythium sp., inibidoras da germinação. Deve-se retirar a testa
Fusarium sp.) e problemas na conservação das somente por ocasião da semeadura; os resultados
sementes. Para o planejamento da sementeira, é obtidos parecem variar com os efeitos da tempe-
necessário conhecer a época de maturação e o ratura e eletrocondutividade do substrato sobre as
rendimento de sementes, que mudam conforme a sementes (Girardi et al., 2001a).
variedade (Tabela 2). Para a retirada do seu tegumento externo,
A extração das sementes pode ser manual ou pode-se utilizar a seguinte fórmula para cada litro
mecânica, sempre tomando cuidado para não feri- de sementes: 2 L de água, 500 mL de hipoclorito
las (Figura 9B e C). Na extração manual, faz-se um de sódio (12%), uma colher de sopa de soda caus-
corte superficial da casca na região equatorial do tica e 3 mL de ácido clorídrico (muriático). Mis-
fruto, sem atingir as sementes, separando as meta- turar bem a solução antes de colocar a semente,
des por movimento giratório com as mãos e espre- utilizando temperatura ambiente, e mexê-las com
mendo-as sobre peneiras para lavagem em água as sementes a cada 15 min, até 45 min, quando

Tabela 2 Época de maturação dos frutos e numero de sementes dos principais porta-enxertos utilizados no
Estado de São Paulo

Época de maturação No frutos por No sementes


Porta-enxerto
dos frutos caixa de 40 kg por fruto por kg por L
Limão Cravo Março-agosto 950 14 18.000 8.500
Tangerina Cleópatra Julho-novembro 1.900 14 12.000 6.000
Tangerina Sunki Maio-julho 4.500 2 13.000 8.000
Laranja Caipira Maio-setembro 550 13 11.000 3.000
Citrumelo Swingle Fevereiro-abril 500 20 6.000 2.800
Laranja Azeda Abril-julho 200 25 6.500 2.500
Limão Volkameriano Março-julho 250 10 16.000 8.400
Citrange Troyer Março-maio 550 15 5.000 2.500
Trifoliata Fevereiro-maio 900 38 5.500 3.500
Fonte Adaptado de Teófilo Sobrinho (1991)
300 CITROS

se deve retirar e lavá-las com auxílio de peneira e bem vedados, é recomendável o tratamento
água corrente. Retornar as sementes ao recipien- químico das sementes com fungicidas (Figura 9F-
te colocando água até cobri-las, adicionando, H), podendo ser mantidas por mais de um ano,
aproximadamente, 100 g de cal hidratada, com apesar de perda gradativa do poder germinativo,
o objetivo de retirar os resíduos dos produtos quí- de acordo com a espécie e com as condições de
micos que sobraram da primeira lavagem. Lavá- armazenamento. Algumas espécies se compor-
las novamente, com auxílio de peneira em água tam como recalcitrantes, ou seja, as sementes
corrente, colocá-las em recipiente com água e devem ser armazenadas com alto teor de água,
retirar manualmente a casca de cada semente com por exemplo de 44% para o citrumelo Swingle,
auxílio de um pano. O rendimento pode chegar uma vez que um secamento mais intenso invia-
a 1,5 L de semente descascada por pessoa/dia. biliza a reabsorção de água e, assim, reduz a
Colocar as sementes sem casca (Figura 9I) em germinação (Carvalho, 2001). Já espécies como
um recipiente com água limpa trocada de 6 em 6 o limão Cravo toleram menores teores de água,
horas até o consumo, não sendo recomendado o por volta de 25%, sem prejuízo para a germina-
armazenamento. ção, além de ser armazenadas normalmente com
teores de água mais elevados. A viabilidade de
b) tratamento químico e armazena- sementes de tangerina Cleópatra (C. reshni hort.
mento das sementes. ex Tanaka) pode ser mantida durante o armaze-
Para o armazenamento em câmara fria com namento por longos períodos, desde que conser-
temperatura entre 5 e 6 °C em sacos plásticos vadas com alto teor de água, acima de 40%, e

Figura 9 Plantas matrizes da variedade porta enxerto citrumelo Swingle mantidas a céu aberto (A); extração
manual de sementes de limão Cravo (B); máquina para extração (C) e secador de sementes (D); sementes
secas e prontas para tratamento químico (E-G) e embalagem (H); sementes sem tegumento externo prontas
para semeadura (I)

A B C

D E F

Fotos: Arquivo
Citrograf Mudas
(G e I) e S.A.
Carvalho (A-F
e H) G H I
Produção de material básico e propagação 301

em temperaturas de 5 a 10 °C. Sempionato et A profundidade de semeadura também varia


al. (1997) recomendam seu armazenamento em de acordo com o tamanho da semente: 2,5 cm
condições de umidade entre 25 e 30% para o tri- de profundidade para as sementes maiores e 1,5
foliata e seus híbridos, e 10% para limão Cravo, cm para as menores. A emergência das plântulas
além de tratamento térmico (52 °C por 10 min) e varia de 15 a 45 dias e pode ser mais homogênea
químico com fungicidas. A temperatura de arma- com a retirada do tegumento e com o plantio de
zenamento deve ser mantida entre 5 e 6 °C. O sementes mais uniformes em tamanho.
acondicionamento das sementes em embalagens O uso de pré-germinação em bandejas com
impermeáveis favorece a manutenção das taxas vermiculita permite maior aproveitamento de clo-
de germinação. A determinação do teor de umi- nes nucelares e, assim, maior obtenção de porta-
dade da semente pode ser feita pela diferença enxertos por semente, devendo-se tomar cuidado
de massa antes e depois da secagem em estufa a para não danificar o hipocótilo no transplantio
105 °C por 24 horas (Carvalho, 2001). para os tubetes.

c) substratos para sementeiras e) irrigação


Podem ser usados produtos comerciais com- Pode ser feita com mangueira, adaptando-se
postos de casca de pínus, vermiculita, material or- bicos tipo “chuveiro” ou com microaspersores,
gânico, fibra de coco e outras composições (Zanet- tomando-se o cuidado para não descobrir as
ti et al., 2003a), desde que sejam leves, porosos, sementes, e, posteriormente, quando as plantas
com boa drenagem, isentos de patógenos de solo, atingirem maior tamanho e ocorrer a superpo-
granulometria adequada ao tamanho do recipien- sição das folhas, para que o tamanho das gotas
te e não sujeitos à fermentação. O emprego de não seja muito pequeno, dificultando a penetração
blocos prensados, como o constituído de bagaço no substrato. É importante definir a quantidade
de cana e torta de filtro, poderia dispensar o uso de água por tubete, que deve ser suficiente para
de tubetes, tendo proporcionado maior crescimen- drenar em torno de 20% da quantidade irrigada,
to ao limoeiro Cravo até o transplantio, mas com ocasionando, assim, a “lavagem” do substrato, o
a desvantagem de induzir deformações no sistema que evita excesso de sais. Também é importante
radicular na fase seguinte de produção de muda definir o intervalo entre as irrigações (turno de
(Serrano, 2003). rega), evitando substratos secos ou encharcados
O manejo do substrato durante o enchimento que comprometem o sistema radicular.
dos tubetes deve ser feito em local limpo sobre lo-
nas, de preferência sobre bancadas ou mesas, sem f) adubação
contato com solo. Antes de usar os tubetes, lavá- Quando não presentes no substrato, a suple-
los e desinfestá-los com solução de cloro, cobre e mentação com fertilizantes contendo fósforo (P)
amônia quaternária ou, conforme Feichtengerger e cálcio (Ca) tem efeito comprovado no maior
(1998), com hipoclorito de sódio a 1%. Durante o desenvolvimento dos porta-enxertos (Nicoli, 1982;
enchimento, os substratos devem ser umedecidos Bueno, 1984; Carvalho & Souza, 1988; Camar-
para realizar uma leve compactação, evitando, go, 1989).
assim, a diminuição do volume no tubete durante o O maior controle ambiental nas estufas ou
ciclo de produção. túneis plásticos e o uso de substratos isentos de
patógenos possibilitam o uso de adubação ni-
d) semeadura trogenada em maior escala do que nas antigas
Empregam-se duas a três sementes por tube- sementeiras de solo. A aplicação desse nutriente
te, procedendo-se, posteriormente, à seleção e em diferentes formas proporciona grandes res-
ao desbaste das plantas atípicas e de pequeno postas no crescimento das plantas em semen-
desenvolvimento, conhecidas como “planta ma- teiras, com redução do tempo necessário para
cho”, “híbridos” ou “zigóticos” (Figura 8F, G e atingir o ponto de repicagem (Badra & Shafiee,
P). A ocorrência dessas variações depende da 1979; Mattos et al., 1988; Joaquim, 1991). A
espécie utilizada, sendo maior nas de menor aplicação em curtos espaços de pequenas doses
taxa de poliembrionia nucelar, como o limão é mais vantajosa por repor as perdas por lixi-
Cravo, para o qual o descarte pode chegar a viação provocada pelas irrigações freqüentes.
60% do estande inicial. Resultados de pesquisas com porta-enxertos
302 CITROS

cítricos em bandejas ou tubetes com nitrato de semana (Carvalho, 1994; Carvalho & Souza,
potássio confirmaram a necessidade de aduba- 1996).
ção nitrogenada para atingir mais rapidamente O pH deve ser neutro ou ligeiramente ácido,
o ponto de repicagem, dependendo a dosagem sendo seu controle importante para garantir a
e a freqüência de aplicação da espécie utilizada máxima disponibilidade e balanço adequado
(Carvalho, 1994; Carvalho & Souza, 1996). na absorção de nutrientes, que pode variar de
Pode-se utilizar também o nitrocálcio, fosfato acordo com o porta-enxrto. Não deve estar fora
monoamônico, ou outros fertilizantes solúveis da faixa de 5,5 e 7,8 (Albert & Vullin, 1997), mas
mais completos, em aplicações semanais nas acima de 6,5 já pode ocorrer redução da disponi-
doses de 2 a 4 g L-1, em sistema de fertirriga- bilidade de micronutrientes. A elevada salinidade
ção, tomando-se cuidado com dosagens altas, do substrato prejudica o crescimento de mudas,
que podem provocar queima de folhas e caule e ocorrendo destruição do sistema radicular fibroso
desbalanço nutricional. e elongação da raiz pivotante, mesmo em porta-
Os fertilizantes de liberação lenta também enxertos resistentes à salinidade, provavelmente
são de grande praticidade e resposta, existindo devido a indução de maior permeabilidade ao
diversas formulações e períodos de disponibili- sistema radicular e conseqüente maior absorção
zação dos nutrientes às plantas. Pelo suprimento de íons sódio (Na+) e cloro (Cl-), levando a sinto-
contínuo durante o período de crescimento das mas de fitotoxicidade por esses elementos (Storey,
plantas, essa formulação proporciona menores 1995). A tangerina Cleópatra é o mais tolerante
perdas por lixiviação e maior concentração de dos porta-enxertos por ser excelente excluidor de
nitrogênio (N) nos tecidos, com maior cresci- Cl- do limbo foliar, estando o limão Cravo em fai-
mento das plantas, em relação ao uso de adubos xa intermediaria, e o citrumelo Swingle, em faixa
de alta solubilidade, como o nitrato de cálcio e de maior sensibilidade. A capacidade de reten-
o nitrato de amônio (Khalaf & Koo, 1983). Pes- ção de água influencia diretamente os valores
quisa utilizando adubo com 17% de N (9,3% N- de CE dos substratos. Nos utilizados em nossas
amoniacal e 7,7% N-nitrato), 9% de P2O5, e 11% condições, o valor da CE deve estar abaixo de
de K2O, com liberação total de nutrientes de 70 150 mS.
a 90 dias à temperatura de 21,1 °C, indicou res-
posta no crescimento do limão Cravo aos quatro g) pragas e doenças
meses pós-semeadura, até a dose de 5,75 kg Nas antecâmaras e no interior das estufas,
m-3, para a qual foi estimado índice de 100% é necessário manter armadilhas (fitas amarelas
das plantas em ponto de repicagem para viveiro com cola) para atrair e possibilitar o monitora-
(Perin et al., 1996). Além do controle do pH e da mento da presença de cigarrinhas transmissoras
condutividade elétrica (CE) das soluções de sais da CVC, pulgões (possíveis transmissores de
aplicadas por fertirrigação, podem-se empregar morte súbita) e psilídeo transmissor de HLB.
para maior sucesso no manejo da nutrição, apa- Inspeções de cancro cítrico e HLB devem ser
relhos portáteis e kits para testes rápidos para o realizadas, mensalmente, por equipe treinada,
monitoramento constante do pH, CE e da con- e inspeções semanais para verificar se há pre-
centração de sais na solução de fertirrigação, sença de ácaros, cochonilhas, lagarta-minadora
no substrato e na solução drenada dos tubetes, (Phyllocnistis citrella Stainton) e outras pragas.
podendo-se, assim, fazer os ajustes quando Na fase de sementeira, o ácaro branco é fre-
necessário. Sistemas automatizados de fertirri- qüente. Pode haver, também, a ocorrência de
gação permitem o controle permanente desses insetos conhecidos como fungus gnat, dípteros
fatores e a adição constante nas irrigações de da família Sciaridae, gênero Bradysia spp. for-
nutrientes em baixas concentrações. Pelo maior ma adulta é muito pequena, pouco móvel e que,
custo desses equipamentos, suas vantagens em normalmente permanece na superfície do subs-
relação a aplicações mais espaçadas devem ser trato ou sob as bancadas (Figura 8M). A forma
analisadas para cada viveiro, uma vez que para larval é de coloração branca semitransparente
o N o parcelamento das aplicações com doses (Figura 8N), apresenta cápsula cefálica preta
menores e mais freqüentes não foi mais eficiente brilhante (Mansilla et al., 2001) e causa danos
para promover o crescimento do limão Cravo em por se alimentarem de raízes e radicelas, sendo
tubetes do que a dose total (0,45%) uma vez por o ataque mais crítico nos primeiros estádios de
Produção de material básico e propagação 303

crescimento das plântulas, causando cloroses grelhas pré-moldadas). Bancadas de concreto são
características de deficiência nutricional (Figura mais indicadas pela maior facilidade de desinfes-
8O). Pulverizações com inseticidas na tentativa tação e durabilidade (Figura 10D). As bancadas
de controlar o adulto não são de grande suces- favorecem, também, a melhor utilização da área
so. O controle das larvas pode ser feito através do viveiro, pois permitem, facilmente, o acesso ma-
de inseticidas via irrigação, além da lavagem do nual às plantas para a enxertia e outras práticas
piso com cloro a 5% ou cobre, para evitar que de manejo, mesmo com menor espaçamento entre
a fêmea faça nele a postura de ovos. Recomen- os blocos de vasos, que podem ser dispostos em
da-se, também, evitar excesso de umidade nos grupos de 4, 6, 8 ou 10 linhas. Considerando-se
vasos e retirar os restos de matéria orgânica do as áreas de circulação, e dependendo do tamanho
piso da estufa. dos vasos e do número de linhas por bloco, pode-
se empregar cerca de 20 a 40 mudas por metro
h) transplantio quadrado de telado. Essa densidade tem influência
Com cerca de 15 a 25 cm de altura, por volta direta sobre a aeração e a luminosidade, influen-
de 3 a 5 meses de semeadura, dependendo da ciando o desenvolvimento e o tempo de formação
variedade e condições de cultivo, os “cavalinhos” das mudas, bem como a necessidade de remane-
estão aptos a serem transplantados para os re- jamento por tamanho nas bancadas.
cipientes onde será completada a formação da A sacola plástica, além do menor custo em
muda (Figura 10E). O transplantio com o torrão, relação aos recipientes rígidos, tem a vantagem
sem lesionar o sistema radicular, proporciona de ser descartável, sem necessidade de retorno
crescimento sem interrupção do porta-enxerto, e de lavagens e desinfestações para novos usos.
que, dentro de 3 a 4 meses, poderá receber Para seu emprego, deve-se observar com mais
a borbulha da variedade-copa. Entretanto, a cuidado o tempo máximo de permanência das
dificuldade em observar o sistema radicular mudas, evitando o enovelamento de raízes e a
pode ser considerada uma desvantagem, já que necessidade de toaletes ou cortes, que podem
mudas com enrolamento de raízes na região do tornar as mudas mais suscetíveis a doenças
colo podem apresentar problemas de crescimen- causadas por fungos de solo. Dependendo das
to. Assim, é interessante que seja retirada uma espécies utilizadas e do manejo das plantas,
porção superficial do substrato para que possa pode-se obter uma muda de haste única em tor-
ser observada aquela região, descartando-se as no de 12 a 15 meses da semeadura do porta-
plantas com defeito. enxerto (Figrua 11). Para a produção de mudas
com pernadas, é necessário um período maior,
3.6.4 Fase de viveiro evitando o enovelamento de raízes, já que o de-
senvolvimento destas é geralmente proporcional
a) bancadas e recipientes ao da parte aérea. Quanto maior o volume de
Para a formação de mudas, os recipientes de- substrato, ou a capacidade do recipiente, maior
vem possuir as dimensões mínimas de 10 cm de o crescimento da planta, especialmente após
diâmetro superior por 30 cm de altura. a enxertia, promovendo o volume de 5 L de
Apesar de maior custo, recipientes plásticos substrato bom desenvolvimento de mudas com
rígidos com 14 a 15 cm de diâmetro superior, aproveitamento adequado da área do viveiro
especialmente projetados para a produção de (Girardi et al., 2001c). A forma do recipiente
mudas cítricas, conhecidos como citropotes (4,5 também afeta o desenvolvimento da planta, já
dm3) e citrovasos (3,8-4,5 dm3), podem apre- que influencia fatores como drenagem da água
sentar vantagens em relação às sacolas plásticas do substrato, condução e poda de raízes, entre
(perfuradas e sanfonadas), por possuírem estrias outros (Daamen et al., 2001).
longitudinais. Entretanto, para que ocorra a poda
aérea da raiz principal e maior desenvolvimento b) substrato e adubação
das raízes laterais, é necessário, que os vasos se- Assim como na produção dos porta-enxertos,
jam mantidos suspensos com ventilação na parte na formação da muda pode-se utilizar misturas
inferior, utilizando-se bancadas com altura mínima de diversos materiais, havendo, no mercado,
de 30 cm, que podem ser confeccionadas de ma- produtos específicos, que empregam casca de
deira, ferro ou cimento (utilizando blocos, vigas ou pínus, vermiculita, perlita e fibra de coco (Zanet-
304 CITROS

ti et al., 2003a). Dependendo do substrato e da média aos 111 dias após a semeadura (Vichiato,
recomendação do fabricante, a suplementação 1996). Teores muito altos de matéria orgânica no
com fertilizantes contendo P e Ca também é im- substrato tornam as adubações de cobertura com
portante para a formação das mudas (Fonseca, N ineficientes e desnecessárias ao desenvolvimento
1991). Nessa fase, as plantas respondem a doses de porta-enxertos de citros em citrovasos (Decarlos
de P2O5 = 1.280 g m-3 de substrato, que podem Neto et al.,1999).
ser aplicadas na forma de superfosfato simples O uso de adubos encapsulados de liberação
pré-incorporado. Na adubação de cobertura, gradual nessa fase pode facilitar bastante o ma-
aplicações semanais de fertilizantes, via água de nejo das plantas (Ballester-Olmos et al., 1992;
irrigação, como KNO3, nitrato de cálcio, fosfato Francescato, 1995; Girardi et al., 2001b). Há re-
monoamônico na proporção de 2 a 4 g L-1, dão dução de custos de produção e liberação eficiente
bom resultado, podendo-se complementá-los de nutrientes quando há disponibilidade de água e
com aplicações foliares de adubos contendo temperatura ideal do substrato por volta de 21°C.
nitrogênio e/ou micronutrientes, inclusive ferro A taxa de liberação gradual de elementos pelos
(Fe), quinzenalmente, juntamente com tratamen- grânulos do fertilizante é diretamente proporcional
tos fitossanitarios. A adição de formulações mais à temperatura e disponibilidade de água do subs-
completas e suplementação contínua de nutrientes trato (Oertli, 1980), podendo variar de poucos
juntamente com a água de irrigação pode ser tam- meses até 15 meses para liberação total, sendo
bém adotada no manejo nutricional. Muitas vezes, a longevidade específica de cada formulação do
deficiências nutricionais são ocasionadas não pela fertilizante (Joaquim, 1991). Além das vantagens
ausência de nutrientes, mas, sim, pela interação citadas, destacam-se: a distribuição homogênea
entre eles (Wilkinson & Duncan, 1993; Soprano desse fertilizante ao substrato, a redução da li-
& Brito, 1997; Bernardi, 1999). A disponibilida- xiviação dos nutrientes pela irrigação constante
de de micronutrientes para citros é influenciada e a disponibilidade gradual dos nutrientes às
diretamente pelo pH da solução do substrato, plantas. Girardi et al. (2001b) observaram dife-
que, por sua vez, é condicionado, pelas fontes de renças de desenvolvimento de porta-enxertos após
fertilizantes empregadas (Nauer et al., 1967a, b). transplante em função de doses de fertilizantes de
A grande mobilidade do N nos tecidos vegetais liberação lenta, o que não ocorre da enxertia até
parece compensar suas eventuais diminuições no a comercialização das mudas.
substrato (Maust & Williamson, 1994). A confrontação entre fertirrigação e fertilização
Na avaliação da marcha de absorção e de- de liberação lenta não leva a conclusões definiti-
manda de nutrientes de mudas cítricas cultivadas vas, já que os dois sistemas apresentam vantagens
em substratos, Boaventura (2003) observou que, e limitações próprias (Olic et al., 2001a; Boaven-
até o ponto de enxertia, a demanda por macronu- tura, 2004). A complementação entre os dois siste-
trientes do limão Cravo foi cerca de 30% superior mas de fertilização parece ser a melhor forma de
à do citrumelo Swingle, apresentando o acúmulo conduzir o programa nutricional no viveiro, haja
total de macro e de micronutrientes, respectiva- vista a versatilidade de aplicação que seria obtida.
mente, em ordem decrescente: N > Ca > K > Mg > Atualmente, há ainda uma série de produtos para
P e Fe > Cu > Mn > B > Zn. Bernardi (1999) deter- fertirrigação, desde sais, quelatos e fertilizantes
minou doses recomendadas de N, P e K para má- orgânicos, tanto como para liberação lenta, como
xima produção de mudas em recipiente de laranja uréia recoberta por enxofre, isobutileno diuréia
Pêra sobre limão Cravo, tanto a partir da área (IBDU) e poliamidas, entre outros.
foliar atingida como da produção de matéria seca Conforme mencionado na fase de sementeira,
total, sendo, em g planta-1: N = 9,85, P = 2,86 e K o controle da CE, do pH e da concentração de sais
= 7,99. Aplicaram-se 37,5% das doses estudadas é também importante nessa fase de produção da
de N, P e K na produção do porta-enxerto e, o muda.
restante, após enxertia.
Maior crescimento em altura e maior precoci- c) irrigação
dade dos porta-enxertos tangerina Cleópatra em Além da irrigação manual com o uso de
recipientes foram obtidos, parcelando-se a dose mangueira, que, apesar de mais trabalhosa
de 0,4 g de nitrato de amônio por planta em três proporciona melhor controle pela possibilidade
vezes, obtendo-se plantas aptas à repicagem em de dosagem de acordo com o porte da planta,
Produção de material básico e propagação 305

a adição de água pode ser feita por aspersão xerto acima da enxertia por ocasião da retirada
ou por gotejamento nos vasos, sendo, nesse caso, do fitilho, 20 dias após a enxertia (Figura 10N e
mais vantajosa por evitar o excesso de umidade na O). A ausência das haste do porta-enxerto, geral-
parte aérea, prevenindo doenças de folhas como mente com espinhos, sobre os vasos, mangueiras
alternaria, pinta-preta e cancro cítrico e propor- e gotejadores facilita o manejo das plantas em
cionando a adição de fertilizantes solúveis (Figura relação ao método de curvamento (Carvalho &
10F). Para evitar problemas com fungos e nema- Machado, 1996). Por outro lado, o corte parcial
tóides, é importante o monitoramento constante da do porta-enxerto acima do ponto de enxertia pos-
qualidade da água utilizada, recomendando-se o sibilita a manutenção do suprimento de nutrientes
tratamento com cloro a 5 mg L-1. Pode-se controlar para as raízes, e a supressão parcial dos vasos
a umidade pela observação da coloração do subs- força a brotação da borbulha (Hartmann et al.,
trato, peso do vaso, monitoramento do substrato 1990). Esse efeito pode ser também obtido pelo
com tensiômetros e monitoramento semanal do vergamento da haste do porta-enxerto, que pro-
volume do lixiviado, que pode ser coletado em va- porcionou, conforme Pereira & Carvalho (2002)
sos individuais ou via tubos de PVC que englobam maior vigor às brotações de laranjeira Valência
uma linha de sacolas na bancada. Um método [C. sinensis (L.) Osbeck] enxertada em citrumelo
alternativo seria a medição diária do volume de Swingle, com maior número de folhas, altura e di-
água necessária para saturar o substrato e promo- âmetro, do caule, concordando com a afirmação
ver drenagem em uma amostra significativa de re- de Moore (1978) de que o curvamento da haste
cipientes (Olic et al., 2001b; Zanetti et al., 2003b). do porta-enxerto provoca maior crescimento na
Em função do volume de saturação e das condi- brotação da copa, ficando a muda pronta para
ções climáticas e fase fenológica da planta, cal- o plantio mais rapidamente do que a decapitação
cula-se a percentagem de água a aplicar em toda total do porta-enxerto. Considerando, portanto,
a estufa, sendo que percentagens de ate 125% da que as condições de clima, porta-enxerto e mane-
lâmina de saturação, ou seja, que promovem pelo jo das plantas podem influenciar esses resultados,
menos 25% de drenagem, levaram ao maior de- é aconselhável realizar testes com diferentes trata-
senvolvimento vegetativo de mudas em substrato mentos, visando obter o melhor método para cada
de casca de pínus, sem se constatar a presença de condição ou viveiro. A grande maioria dos viveiros
Phytophthora. Mesmo assim, há um alto risco fitos- paulistas emprega o curvamento do porta-enxerto
sanitário envolvido. Em casos de substratos com em seu sistema de produção (Figura 10K-M).
problemas de reabsorção de água após período
de secamento, como a casca de pínus, a adição de e) pragas e doenças
espalhantes adesivos na água de irrigação é práti- Como nas sementeiras, é importante sempre
ca eficiente em promover umedecimento adequado manter nas antecâmaras e no interior das estufas
e homogêneo. O emprego de enriquecimento de iscas adesivas amarelas com cola para atrair inse-
água de irrigação com CO2 parece não acarretar tos e possibilitar o monitoramento da presença de
ganhos de desenvolvimento vegetativo das mudas cigarrinhas, pulgões e psilídeos. Devem-se realizar
cítricas (Zanetti et al., 2001). mensalmente, por equipe treinada, inspeções de
cancro cítrico e HLB, se houver suspeita da presença
d) enxertia e condução das doenças, comunicar aos órgãos responsáveis,
A enxertia das plantas em viveiro telado pode coletar material e enviá-lo para análise em labo-
ser feita pelo método de “T” normal ou “T” inver- ratório. Fazer inspeções semanais para verificar a
tido, quando o caule do porta-enxerto atinge o presença de ácaros, cochonilhas, lagarta-minadora
diâmetro de 6 a 8 mm (Figura 10F-J). O enxerto e outras pragas, procedendo-se ao controle químico
deve ser feito entre 10 e 20 cm, contados a partir ou biológico se for atingido o nível de dano. Para
do colo da planta. No caso de limões verdadeiros o ácaro da leprose e insetos vetores de doenças,
e de lima ácida Tahiti, essa distância deve ser entre como cigarrinhas e pulgões, recomenda-se maior
20 e 50 cm. O amarrio pode ser feito com o fitilho cuidado, realizando-se, se necessário, o controle
plástico tradicional ou por fita degradável, que preventivo. A coleta de amostras para análise de
dispensa sua retirada. nematóides, CVC, cancro e HLB deve ser supervi-
Para forçar a brotação da borbulha enxerta- sionada pelo agrônomo responsável, seguindo os
da, pode-se efetuar a decapitação do porta-en- procedimentos indicados a seguir:
306 CITROS

Figura 10 Viveiro para produção de mudas de citros sob telado a prova de insetos vetores de doenças, em
local isolado, com , quebravento, pedilúvio na entrada e ante-salas (A, B e C); bancadas de concreto (E);
porta-enxertos transplantados para sacolas plásticas e em ponto de enxertia, com irrigação localizada por
gotejo (E e F); enxertia de borbulha pelo método “T” invertido (G-J); forçamento de borbulha por curvamento
(K-M) e por decaptação do porta-enxerto (N e O); muda de haste única, pronta para o plantio (P e Q)

A B C D

E F G H I J

K L M

Fotos: Arquivo
Citrograf Mudas
(A e C, E-L, N e
Q); S.A.
Carvalho
(B, D e M) N O P Q

Figura 11 Ciclo de produção da muda de citros f) formação das mudas


As brotações devem ser conduzidas em siste-
2-4 meses
Semeadura Transplante ma haste única, preferencialmente com auxílio de
tutores metálicos finos, rígidos e circulares, evi-
tando ferimentos no caule e no sistema radicular
2-3 meses
até o amadurecimento, quando é feita a poda de
formação e tratamento do corte com fungicida
3-5 meses ou tinta à base de látex, que também se presta
Muda Palito Enxertia
para identificar a variedade, utilizando cores
específicas (Tabela 3). Conforme a legislação, a
poda deve ser feita a uma altura de, no mínimo,
Total: 10-15
Plantio meses
30 cm para as tangerinas e 40 cm para laranjas
e demais cultivares, contada a partir do colo da
planta.
Produção de material básico e propagação 307

Esquema de coleta de amostras em viveiros sacolas plásticas pretas absorvem muito calor,
telados de citros podendo queimar o sistema radicular. Se for
Nematóides e Phytophthora utilizado novamente o local de armazenamento,
realizar lavagem e desinfestação, além de tomar
• Substrato (200 g) e raízes (10 g):
cuidado para não aprisionar água no terreno
Sementeiras: (0,1%)
junto às mudas.
Uma subamostra a cada 100 cavalinhos Sua distribuição no local definitivo deve ser
Cada 10 subamostras comporão uma amostra seguida imediatamente pelo plantio, evitando,
Vasos ou sacolas: (0,05%) assim, maior exposição da embalagem ao sol.
Uma subamostra a cada 100 mudas Quando o plantio for realizado em dias muito
quentes, é importante molhar previamente a
Cada 20 subamostras comporá uma amostra
cova para evitar queima das raízes.
CVC (0,1%)
Geralmente, efetua-se um decote no sistema
• Uma folha madura a cada 50 mudas radicular, cerca de 2 a 3 cm do fundo do reci-
• Cada 20 folhas comporão uma amostra piente, para evitar todo nível de enovelamento
Cancro cítrico de raízes. Quanto mais tempo a muda perma-
• Caso de suspeita: coletar material com sintomas necer no container, maior será o grau de eno-
velamento, razão pela qual o plantio de mudas
(folhas e ramos)
novas tipo pavio favorece a conformação do
Huanglongbing (ex-greening)
sistema radicular no campo. Não é necessário
• Caso de suspeita: coletar folhas e ramos com o tratamento do local do corte com fungicida, e,
sintomas sim, a pulverização das mudas com fungicidas
específicos para ajudar na cicatrização. Após a
retirada da sacola ou citropote, segue-se um leve
De acordo com as inspeções de pós-se- batimento do torrão, o qual promoverá sua me-
meadura, pós-transplantio, pós-enxertia e de lhor agregação ao solo. Sacos plásticos usados
liberação, a muda, lote de mudas ou lote de devem ser recolhidos do campo e descartados.
porta-enxertos poderão ser comercializados. O plantio deve ser alto, deixando-se uma
A muda pode ser plantada com haste única camada de substrato 3 a 5 cm acima do nível do
(pavio ou vareta; Figura 10P e Q) ou mantida terreno, reduzindo-se probabilidade de incidên-
no viveiro para a formação das pernadas, com cia de gomose do colo. Logo após o plantio, pro-
3 a 5 ramos espiralados, estando apta para cede-se à irrigação abundante, que é mantida
ser levada a campo após o corte e tratamento até o total pegamento das mudas. O substrato
desses, quando maduros. A idade máxima não pode ir ao solo seco nem secar na cova,
permitida no sistema de certificação é de 15 pois, em geral, tem difícil reabsorção de água.
meses a partir da semeadura do porta-enxerto Contudo, deve-se evitar o enchimento de água
para as mudas de haste única (Figura 3) e de nas coroas. O pegamento de mudas teladas pós-
24 meses para as de pernadas. plantio vem se mostrando bem elevado, superior
ao que era verificado com mudas de campo.
3.6.5 Transporte, recebimento e Existe maior homogeneidade de crescimento
plantio das mudas no campo das brotações, e, pomares que se iniciam sob
irrigação sistemática têm seu desenvolvimento
O transporte das mudas deve-se efetuar em vegetativo maximizado.
caminhões fechados ou totalmente recobertos As mudas vão ao campo quase sempre no
por tela, devidamente limpos e pulverizados sistema pavio, sem pernadas (Figura 10P e Q).
com amônia quaternária. No recebimento das As desbrotas após o plantio são feitas até 20 cm
mudas, é aconselhável verificar se não sentiram acima da enxertia, permitindo o livre crescimen-
o transporte ou se necessitam molhamento. As to das demais brotações. O uso de protetores de
mudas podem ser colocadas em locais ensolara- caule de papelão ou plástico em volta do porta-
dos, se possível sobre plataformas com elevação enxerto inibe o brotamento e impede o ataque
mínima para evitar o contato com o solo. A ex- de roedores e o contato com herbicidas. Se dois
posição excessiva ao sol é prejudicial, pois as ou mais ramos surgem da mesma gema, é acon-
308 CITROS

Tabela 3 Código de cores para identificação de mudas (tronco) em relação às variedades copa e porta-en-
xerto de citros

Copa Cor Copa Cor


Laranja Valência amarelo Tangerina Ponkan preto
Laranja Natal vermelho Tangerina Cravo branco
Laranja Pêra azul Tangerina Dancy preto + branco
Laranja Hamlin laranja Tangor Murcott verde
Laranja Baianinha marrom Mexerica-do-Rio roxo
Laranja Westin amarelo + vermelho Lima ácida Tahiti preto + verde
Laranja Rubi amarelo + azul Limão Siciliano preto + roxo
Laranja Lima Verde amarelo + laranja Limão Eureka verde + branco
Laranja Lima Sorocaba amarelo + marrom Limão Femminello verde + roxo
Laranja Folha Murcha vermelho + azul Outras branco + amarelo
Porta-enxerto Cor Porta-enxerto Cor
Limão Cravo vermelho Citrange Troyer branco + vermelho
Limão Volkameriano marrom Citrange Carrizo branco + marrom
Tangerina Cleópatra amarelo Trifoliata branco
Tangerina Sunki verde Laranja Caipira vermelho + amarelo
Citrumelo Swingle branco + azul Laranja Azeda amarelo + verde
Tangelo Orlando amarelo + azul Outros branco + amarelo
Fonte Normas (1998)

selhável a retirada dos mais fracos ou mal loca- devem ser amortizados e contabilizados como custos
lizados, melhorando a arquitetura da planta. O com depreciação e manutenção das estruturas, con-
emprego de diferentes podas de formação em siderando também os juros sobre o capital investido.
pomares jovens de laranja Hamlin não alterou o Os custos operacionais ou de produção da muda
desenvolvimento vegetativo nem a produção ini- abrangem todos os gastos com material e mão-de-
cial das plantas, ocorrendo um desenvolvimento obra utilizados nas diversas fase de produção dos
harmonioso da planta naturalmente indicando a porta-enxertos e formação das mudas (sementes,
viabilidade do plantio de mudas de palito sem borbulhas, substrato, fertilizantes, defensivos, esta-
nenhum outro cuidado além da desbrota perió- cas, recipientes, fitilhos e mão-de-obra). Também
dica dos brotos do porta-enxerto (Stuchi et al., devem ser contemplados os serviços do responsável
2001). técnico e de inspeção e análises laboratoriais neces-
sários para comprovação da sanidade do material
3.6.6 Custos de produção da muda utilizado ou produzido, de instalação de estrutura
telada para controle da entrada de pessoal e estrutura de
apoio com vestiário, galpão e depósito.
Para a estimativa do custo de produção de Estudo realizado por Pozan & Kanashiro
mudas em viveiros telados, devem ser observados (2003), considerando a produção a cada nove
todos os aspectos técnicos mencionados. meses de 58.500 mudas em área telada de 1.476
Na instalação, devem-se levar em conta os cus- m2, utilizando sistema de irrigação por gotejamen-
tos fixos com material e serviços para preparo do to e recipiente para 5,8 L, indicou custo final de
terreno, captação de água, cerca viva, alambrado, produção da muda de R$ 3,41 ou cerca de US$
arco pulverizador, telado, pisos, bancadas, reci- 1,14. Esses valores são atingidos levando em con-
pientes, exaustores, pulverizadores, equipamentos ta a vida útil de plásticos e telas de 2,5 anos, 10
de irrigação e fertirrigação. Esses investimentos são anos para pisos e bancadas e 20 para a estrutura,
elevados e podem chegar a 70% do custo de cada com 5% de taxa de manutenção de cada item e
muda, mas em uma análise econômica da atividade com descarte de 5% das mudas.
Produção de material básico e propagação 309

Além de variações e correções nos preços, rista, facilitando também o processo de certificação
principalmente relacionadas a flutuações no câm- e rastreabilidade de mudas.
bio, já que muitos insumos são importados, esses
valores e mesmo os próprios componentes do custo 3.6.7 Aspectos econômicos da utiliza-
de produção podem variar, de acordo com par- ção de mudas produzidas em telado
ticularidades de cada viveiro. Ressalta-se, aqui,
a importância do manejo adequado das plantas Dados sobre propriedades comerciais do Es-
para obtenção das mudas em menor prazo e com tado de São Paulo indicam que maior incidência
o mínimo de descarte, que, se chegar a 12%, eleva de CVC equivale a menores produções e maiores
o custo da muda para R$ 3,67 ou US$ 1,23. Para custos (Tersi & Rigolin, 2000). Quanto maior a
viveiristas comerciais, deve ser também contabili- infestação de CVC em pomares novos, maiores as
zado ainda o custo do escritório e estratégias para chances de quase todo o pomar estar contamina-
divulgação e venda das mudas, que podem onerar do em poucos anos. Dessa forma, a instalação de
até em 15% o custo da muda (Pozzan & Kanashi- pomares com mudas isentas de CVC, necessaria-
ro, 2003). mente, portanto, oriundas de sistema de produção
Constante atualização e troca de experiências, protegida, associada a medidas de controle de
criatividade, produção em escala, e associação em cigarrinhas, é a forma mais eficiente de controle
grupos para busca de soluções comuns para gar- da doença. Essas medidas devem ser tomadas o
galos técnicos, comerciais e políticos para o setor, mais rápido possível, evitando que o pomar seja
são de fundamental importância para garantir a totalmente replantado em menos de 4 anos, o que
eficiência, lucratividade e competitividade ao vivei- praticamente dobraria seu custo de formação e

Tabela 4 Comparação de custos implicados pela formação de pomares cítricos a partir de mudas produzidas
em diferentes sistemas

Emprego de mudas a céu


Descrição dos fatores Emprego de mudas teladas
aberto
Local Taquaritinga Itápolis
Variedade copa Valência Pêra
Porta-enxerto Limão Cravo Limão Cravo
Densidade planta por hectare 408 408
No total de plantas avaliadas 3.223 1.211
Data de plantio Agosto de 1998 Novembro de 1998
Pressão de infestação do meio Baixa Alta
Controle de insertos vetores Imidacloprid Imidacloprid
CVC 0-1 ano: % 0 0
CVC 1-2 anos: % 0,7 3,5
CVC 2-3 anos: % 2,2 13,7
CVC 3-4 anos: % 3,2 23,5
Valor unitário da muda (US$) 1,80 1,20
Preço médio últimas 5 safras (US$/cx) 2,48 2,48
Escalonado a cada
Forma de replantio Escalonado a cada 12 meses
12 meses
Custos de arranquio + replante (US$/ha) 44,00 351,00
Custos diretos com árvores condenadas (US$/ha) 92,7 670,10
Perdas por atraso nas colheitas futuras (US$/ha) 297,5 2.335,00
Custos totais (US$/ha) 434,20 3.356,10
Fonte FNP (2002); Yamamoto (2001)2

2
P.T. Yamamoto. Fundecitrus, Depto. Científico. Araraquara (SP). 2001. Resultados obtidos no combate da CVC em
pomares implantados com mudas sadias; palestra proferida no II Dia do Viveirista, CAPTACSM-IAC, Cordeirópolis
(SP), ago. 2001.
310 CITROS

atrasaria a produção em pelo menos 3 anos. Os custos diretos representaram 20% e 2,3% do
custos ligados ao manejo da doença, portanto, são total investido, respectivamente, para o emprego
bem menores de que seus prejuízos. de mudas a céu aberto e teladas. Assim, o custo
A viabilidade econômica do emprego de de aquisição de mudas teladas (US$ 735,00/ha
mudas teladas é ilustrada com dados de perdas neste exemplo) é sensivelmente inferior ao custo
provocadas pelo uso de mudas teladas e de céu decorrente do emprego de mudas a céu aberto,
aberto na formação de pomares comerciais justificando, pois, a sua utilização de forma mais
(Tabela 4). Independentemente do tipo de muda técnica e sensata possível.
empregada, as perdas com atraso nas safras O custo de aquisição da muda tem alta par-
constituem o fator mais encarecedor (cerca de ticipação no custo total de formação do pomar,
70% do custo total), sendo seguidas das perdas chegando a cerca de 44% da implantação do
diretas com árvores condenadas (20%) e custos pomar no primeiro ano, mas quando considera-
com arranquio e replante (10%). Além disso, se toda a sua vida produtiva, de cerca de 18
considerando-se um custo de formação de US$ anos, essa participação é muito reduzida, não
3.974,00/ha até o quarto ano de plantio, os superando 3% do custo total de produção.
Produção de material básico e propagação 311

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