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1.

PERÍODO SILURIANO

O nome Siluriano foi dado pelo geólogo britânico Roderick Murchinson, o


primeiro a identificar este período, em 1835 para homenagear os Silures, uma
antiga tribo celta que habitava a região de Shropshire, no país de Gales.

O período é compreendido entre 443,7 milhões e 416 milhões de anos


atrás. Divide-se, cronologicamente, nas épocas Llandovery, Wenlock, Ludlow e
Pridoli. Durante este período surgiram os primeiros animais totalmente
adaptados às condições terrestres e o surgimento das primeiras plantas.

2. INÍCIO DO PERÍODO

O planeta entrou em uma fase longa de temperaturas mornas, porém


variações latitudinais climáticas eram bastante semelhantes às da atualidade,
com ocorrências de geleiras nas latitudes altas (mais de 65 graus), regiões de
ocorrência de aridez ao redor de 40 graus do equador Siluriano e ocorreram
mares rasos quentes em muitas das massas de terra equatoriais.

Acredita-se, de acordo com alguns especialistas, que esse período era


absolutamente rico em matérias orgânicas oriundas do ouro e dos metais. Em
grande parte do território do planeta estes minérios podiam ser encontrados com
facilidade. Rochas também preenchiam praticamente todos os continentes
(menos o território onde atualmente fica a Antártica), principalmente as
carbonáticas e siliciclásticas.

No início do Siluriano a fauna teve que se recuperar da extinção em massa


que dizimou 60% das espécies marinhas do Ordoviciano, adaptando-se às
condições climáticas mais frias.

Ao longo do período, grandes massas glaciais descongelaram,


provocando um aumento no nível dos mares, graças a estabilidade do clima,
fazendo com que os chamados “mares epicontinentais” se formassem na
superfície dos supercontinentes.
O nível dos mares silurianos era bem mais elevado do que os atuais
(devido ao processo de deglaciação ocorrido no início do período) ao
passo que nos continentes as elevações eram, em geral, bem
menores. Durante esse período, provavelmente, predominava um
clima zonalmente uniforme no hemisfério norte. Já, no hemisfério sul,
com o supercontinente Gondwana presente, provavelmente ocorriam
amplas variações de temperatura, com períodos de verão e de inverno.
(JOHNSON 2020).

3. CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO

O período foi caracterizado pela emersão de grandes extensões de terra,


onde os oceanos presentes eram:

• Panthalassa: era o maior oceano do planeta, ocupava todo o


hemisfério norte.
• Paleo Tethys: estava localizado entre o recém-formado
supercontinente Euramérica e o grande supercontinente
Gondwana.
• Rheico: localizado entre Gondwana e os supercontinentes que
estavam no norte, como Báltico, Laurentia e Avalonia.
• Lapetus: (Jápeto) foi localizado entre Laurentia, Báltico e Avalonia.
Esse oceano desapareceu quando os supercontinentes se uniram
para formar a Euramérica.
• Ural: pequeno oceano que ocupava o espaço entre o Báltico e a
Sibéria.

No norte do globo terrestre, Laurentia, Europa e Sibéria colidem e se


unem, constituindo um continente chamado Laurasia. Essa colisão resultou na
Orogenia Caledoniana na Europa e Orogenia Acadiana na América do Norte.

3.1 OROGENIA CALEDONIANA

Esse processo geológico foi originado pela colisão dos supercontinentes


bálticos e no norte de Avalonia. Ele consistiu na formação de montanhas nas
áreas que hoje correspondem à Irlanda, Inglaterra, Escócia, parte da Noruega e
País de Gales.
3.2 OROGENIA ACÁDICA

Esse foi um processo orogênico que começou nesse período e culminou


no Devoniano. A consequência disso foi a formação de uma das cadeias de
montanhas mais reconhecidas da América do Norte, os Apalaches, que se
estendem a leste, do Canadá ao Alabama, nos Estados Unidos.

4. FORMAS DE VIDA

Nesta época começou a se expandir, em todas as áreas equatoriais,


recifes constituídos por Corais de grupos primitivos e extintos. Nestas regiões de
plataformas continentais oceânicas surgiram diversas espécies de invertebrados
trilobites, “lírios-do-mar” (crinoides), braquiópodos, escorpiões marinhos,
amonites e cefalópodes. Também apareceram os artrópodes terrestres, como
centopéias e aracnídeos primitivos, os ancestrais de aranhas.

Os vertebrados (peixes), surgidos ainda no final do período Cambriano,


experimentaram interessantes diversidades morfológicas (como o surgimento
dos primeiros peixes com mandíbula) e ampliaram suas opções de alimentação,
representados principalmente pelos Agnatos ostracodermos, que eram
desprovidos de maxilas, e pelos Conodontes, com mandíbulas de água doce.

Com a diversificação dos peixes ocorrendo no Siluriano, surgiram então


depois de diversas modificações (estruturas ósseas, corpo, boca, trato digestivo,
placas dérmicas e escamas, modo de natação) duas classes hoje conhecidas
como Classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos – Ex: raias, tubarões) e
Classe Osteichthyes (peixes ósseos – Ex: bacalhau).

Os artrópodes invadiram o ambiente terrestre e, ao final do período


Siluriano, foram registradas as primeiras floras e faunas habitantes de áreas
continentais, as primeiras plantas e animais terrestres.

Em qualquer caso, o Siluriano foi um momento de eventos importantes na


história da evolução, incluindo muitos “primeiros”, que provariam altamente
consequentes para o futuro da vida na Terra.
4.1. FLORA

As primeiras plantas terrestres começaram a enraizar-se em terra cerca


de 430 milhões de anos atrás. Elas evoluíram em hastes rígidas, o que lhes
permitiam ficar de pé, e os tecidos tubulares comuns a todas as plantas
vasculares que permitiram o transporte de água e nutrientes. Estes primeiros
colonizadores não tinham folhas, mas musgos e outras plantas, proporcionando
uma camada fina de matas ciliares que incentivou mais animais aquáticos a
fazerem a transição para a terra.

A primeira planta vascular (com xilema e floema) a surgir no Registro


Fóssil pertence ao gênero Cooksonia, composto de plantas pequenas, de
poucos centímetros de comprimento, constituídas por um caule prostrado,
desprovidos de folhas, ramificados dicotomicamente e com estruturas
reprodutivas denominadas de esporângios, onde eram produzidos esporos.

4.2. FAUNA

• Corais

Os corais participam na construção de recifes desde cerca de 470 milhões


de anos. São colônias de invertebrados marinhos que metabolizam e secretam
calcário para o crescimento do coral, gerando uma estrutura bastante densa.

Figura ?? – Corais

Fonte: Museu de paleontologia e estratigrafia – Unesp


• Trilobites

As trilobites são classificadas como artrópodes e seus corpos são


divididos em três partes: cefalão (cabeça), tórax (corpo) e pigídio (cauda). Cada
uma dessas partes compreendia três lobos, um lobo central e dois lobos laterais,
daí o nome trilobite.

Figura ?? - Trilobites

Fonte: Live Science

• Crinóides
Os crinóides, também conhecidos como lírios-do-mar, são um grupo de
equinodermes. Como todos os equinodermes, possuem esqueleto interno
formado por elementos carbonatados constituídos pelo mineral calcite. No caso
dos lírios-do-mar, esses elementos são conhecidos como ossículos ou artículos
(e, também, como entrocos).
Figura ?? - Crinóides

Fonte: Field Museum


• Braquiópodes
Braquiópodes são animais exclusivamente marinhos, bentônicos, com
uma concha composta de duas valvas desiguais de composição calcítica ou
quitino-fosfática. De modo geral, eles lembram os moluscos pelecípodes.
Contudo, possuem anatomia das partes moles completamente distinta.
Figura ?? – Braquiópodes

Fonte: Geociências

• Amonites
Os amonites são moluscos cefalópodes que viviam em conchas
subdivididas em câmaras, sendo que o corpo ficava alojado na última delas,
próximo à abertura. A câmara mais interna era também a mais antiga. Quando
o animal crescia e precisava de mais espaço, ele construía uma cavidade maior
à frente da abertura, para onde se mudava, e isolava uma nova câmara. Esse
processo se repetia à medida que o amonite crescia.
Figura ?? – Amonites
Fonte: Mundo Pré-Histórico

• Cefalópodes
Cefalópodes são animais que tem os pés (podes) na cabeça (cefalo).
Polvos e lulas fazem parte dessa classe (Cephalopoda) de moluscos. Todos os
animais dessa classe são predadores marinhos.
Figura ?? – Cefalópodes

Fonte: Biólogo
5. REFERENCIAL

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