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Trigo no Brasil I 453

Biotecnologia aplicada à
cultura do trigo
Sandra Patussi Brammer
Sandra Maria Mansur Scagliusi
Ana Lídia Variani Bonato
Gisele Abigail Montan Torres
Luciano Consoli
Antonio Nhani Júnior

Introdução zem plantas, animais e micro-organismos


ou nelas produzam modificações, em bene-
sucesso da produção agrícola de- fício do homem. Esta área da ciência não é

O pende fortemente do uso e gera-


ção de novas variedades e cultiva-
res com desempenho superior, bem como
recente, pois têm-se registros que em 6.000
a.c. os babilônios e sumérios já fabricavam
bebidas e álcool através da fermentação de
do aumento na eficiência de seleção e da leveduras, seguidas de inúmeras outras fi-
maximização dos ganhos genéticos. Novas nalidades, como, por exemplo, o cresci-
formas de alcançar estes objetivos podem mento do pão. Contudo, somente na década
ser obtidas por meio de tecnologias desen- de 1970 é que surgiu a era da "moderna bio-
volvidas pela biotecnologia, uma vez que tecnología", em que se destacam algumas
se baseiam nos processos genéticos, tan- áreas que vêm sendo fortemente empre-
to celulares como moleculares. No Brasil e gadas, como a cultura de tecidos, a citoge-
demais países em desenvolvimento, a in- nética clássica e molecular, os marcadores
corporação da biotecnologia ao melhora- bioquímicos e moleculares, a tecnologia do
mento genético e áreas associadas é a es- DNA recombinante e, mais recentemente,
tratégia mais promissora, precisa e rápida, a era do sequenciamento do DNA, seguin-
principalmente quando se almeja a redu- do-se as eras da genômica, da proteômi-
ção das perdas na lavoura, decorrentes de ca, da transcriptômica, da metabolômica,
inúmeras pragas, doenças e estresses abi- da bioinformática e da nanobiotecnologia,
óticos como seca, salinidade, deficiência entre outras.
nutricional, germinação na espiga e toxi- A biotecnologia caracteriza-se pela
dez de alumínio, aliando-se aos impactos multidisciplinaridade, pela aplicação em
quanto à segurança alimentar e qualidade diversos setores produtivos e pelos eleva-
ambiental. dos investimentos nas atividades de pes-
Por definição, a biotecnologia é a área quisa, associados às aplicações comerciais,
da ciência que compreende quaisquer pro- bem como de uma gestão tecnológica espe-
cessos ou produtos tecnológicos que utili- cializada na definição de estratégias me r-
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cadológicas e administrativas corretas. hereditariedade, cujas descobertas de Men-


Além disso, a troca de informações através del impulsionaram a fusão da citologia e da
de sistemas automatizados e o emprego de genética, consistindo, então, na citogenéti-
equipamentos analíticos, altamente sofis- ca propriamente dita.
ticados, são medidas fundamentais para o Na área vegetal, a citogenética vem
desenvolvimento das diversas tecnologias. apresentando um grande avanço desde a
Atualmente, a área de biotecnologia da década de 1930 e, no caso do trigo, vem for-
Embrapa Trigo está consolidada em uma necendo uma contribuição valiosa ao me-
equipe de profissionais que vem atuando lhoramento varietal (MORAES-FERNANDES,
de forma integrada com as demais áreas de 1982). Além disso, a citogenética impulsio-
pesquisa da unidade, bem como com outras nou as demais áreas da biotecnologia, asso-
instituições de ensino e pesquisa nacionais ciando-se a estas como valiosa ferramenta
e internacionais. A biotecnologia visa a para as pesquisas científicas, tanto básicas
contribuir para o conhecimento e o enten- como aplicadas. Na Embrapa Trigo, a área
dimento de como os genes estão organiza- de citogenética foi iniciada na década de
dos nos genomas, com ênfase na cultura do 1970, destacando-se, em sequência, as prin-
trigo e demais cereais de inverno. Esforços cipais linhas desenvolvidas: a) polimor-
continuados estão centrados na caracteri- fismo de grãos de pólen, em cultivares de
zação de germoplasma e no mapeamento, Triticum aestivum, em resposta a estresses
isolamento e caracterização de genes asso- bióticos e abióticos; b) comportamento me i-
ciados a respostas das plantas a estresses ótico e viabilidade polínica em T. aestivum,
(bióticos e abióticos) ou, ainda, à qualida- submetido a defensivos, doenças e insetos-
de de uso final dos produtos derivados de praga; c) análise meiótica em cultivares de
cereais. O objetivo geral do trabalho desen- T. aestivum, em relação a condições ambien-
volvido é o de inovação tecnológica, com tais e experimentais de temperatura; d) ín-
intensa base científica, e a disponibilidade dices meióticos em genótipos de trigos bra-
de acervos genéticos adequados e organi- sileiros; e) estudos comparativos entre
zados para uso imediato, de médio e longo comportamento cito lógico, fatores ambien-
prazos. Assim sendo, destacam-se a seguir, tais e componentes da produção em trigo;
as principais linhas de pesquisa em biotec- f) estudos de cromossomos somáticos em T.
nologia na Embrapa Trigo. aestivum; g) volume nucleolar de genótipos
brasileiros de trigo e de acessos de Aegilops
Citogenética clássica e molecular tauschii; h) determinação do nível de ploi-
dia, pareamento cromossômico e viabilida-
A citologia é uma das áreas da biolo- de polínica entre híbridos interespecíficos
gia celular mais antigas. As primeiras ati- e intergenéricos de T. aestivum e espécies
vidades envolvendo estudos citológicos da- afins; i) análise fisiológica e cito lógica de
tam de 1591-1608, quando foi desenvolvido germoplasma de T. aestivum armazenados
o primeiro microscópio, oferecendo um au- em médio e longo prazo; e j) caracterização
mento de apenas 10 vezes. Contudo, cente- de genótipos, linhagens e cultivares de trigo
nas de anos posteriores de pesquisa foram e espécies afins, por meio de hibridização in
necessários para o conhecimento exato dos situ - técnicas conhecidas como FISH e GISH
mecanismos celulares e a compreensão da (PEDROSA-HARAND;GUERRA,2004).
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Citogenética clássica importantes contribuições da cítogenétí-


A citogenética clássica desenvolveu-se, ca vegetal, das quais pode-se citar: a) auxi-
principalmente, a partir do início do século lia na caracterização molecular de genótí-
20 e seu crescente progresso acompanhou pos, por meio da localização de sequências
o aprimoramento de técnicas e equipamen- específicas de DNA; b) permite a avaliação
tos de microscopia. É a ciência que estuda de plantas regeneradas in vitro e de plan-
os constituintes celulares portadores da tas geneticamente transformadas; c) possi-
informação genética, ou seja, os cromos- bilita estudos sobre instabilidades cromos-
somos. Compreende qualquer estudo re- sômicas em material conservado, além da
lativo ao cromossomo, em suas diferentes identificação de possíveis modificações no
formas, tanto no que diz respeito à mor- número e estrutura dos cromossomos; e
fologia, organização, função e replicação d) fornece apoio em trabalhos de pré-me-
quanto no tocante a sua variação e evolu- lhoramento e de melhoramento genético,
ção (SACCHET, 1999). através de análises em híbridos interespe-
A análise cromossômíca sempre foi um cíficos que utilizaram parentais silvestres.
dos campos estimulantes da citologia e da
genética, tendo relação entre estudos taxo- Citogenética de trigo e espécies afins
nôrnícos e evolutivos, bem como no melho- Em virtude de possuir constituição
ramento genético e na caracterização de cromossômica complexa, o trigo tem uma
germoplasma. Apesar da revolução provo- peculiaridade especial: nas suas células, co-
cada pela genética molecular, a análise cro- existem os genomas de três espécies pri-
mossômica permite observar o genoma de mitivas diferentes, resultantes das híbridi-
um eucarioto na forma de blocos individu- zações naturais, que lhe confere excelente
alizados de material genético, fáceis de se- capacidade de adaptação às mais variadas
rem mensurados, diferenciados em subuni- condições ecológicas. Assim sendo, o co-
dades e manipulados de diferentes formas nhecimento dos padrões de herança, bem
(GUERRA, 1988). Atualmente, estudos ce- como a localização dos caracteres nos cro-
lulares têm produzido verdadeiras revo- mossomos, têm permitido ao melhoramen-
luções nas tecnologias e no conhecimen- to genético avanços na incorporação de
to biológico. O progresso na identificação genes de importância econômica entre os
positiva dos cromossomos originou-se de genótipos promissores.
uma rápida série de estudos que iniciaram As espécies conhecidas de trigo for-
em meados da década de 1960. A base desta mam uma série poliploide, e suas relações
mudança foi o fato de que muitos corantes, dentro da tribo Triticeae foram extensiva-
que têm uma afinidade pelo DNA, fluores- mente estudadas por meio da análise de
cem sob a luz ultravioleta. Após tratamento genomas. A subtribo Triticinae é formada
adequado com esses corantes, cada cromos- pelos gêneros Triticum, Aegilops, Agropyron,
somo mostra zonas brilhantes e escuras, ou Secale e Haynaldia, os quais apresentam ori-
bandas, que são específicas em tamanho e gem relativamente recente. A hibridação
localização para este cromossomo. entre esses gêneros é possível, permitindo
Pefialoza e Pozzobon (2007), em re- que ocorra a introgressão gênica. Conse-
visão sobre o assunto, abordam algumas quentemente, constituem valiosos recur-
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sos genéticos para a prospecção de genes, neticista, analisar, mediante testes de pro-
e posterior uso no melhoramento do trigo gênies, a influência do genótipo quanto à
cultivado. As relações entre tais espécies ocorrência de anormalidades cromossômi-
são estudadas pela análise dos respecti- cas, bem como anomalias na estrutura dos
vos genomas (MORAES-FERNANDESet al., grãos de pólens, principalmente quando se
2000). apresentam vazios (Figura 1). Essas anor-
Gupta et al. (2008) publicaram uma ex- malidades afetam a fertilidade, são respon-
tensa revisão sobre trigo, considerando a sáveis pela ocorrência de progênies desu-
sua origem e a relação com as demais espé- niformes nos cruzamentos e prejudicam a
cies de Triticeae. Destacam-se trigos diploi- adaptação de cultivares.
des, Triticum monococcum L. (2n=2x=14, AA),
tetraploides, T. turgidum L. (2n=4x=28, AA-
"
E
BB) e hexaploides, T. aestivum L. em Thell E
e
C!l
(2n=6x=42 AABBDD).No caso desta última,
a combinação dos três genomas, oriundos
das três espécies diploides distintas mas re-
lacionadas geneticamente, permite que se
intercruzem e que gerem híbridos férteis, A

embora, em alguns casos, haja a necessida- Figura 1. Grãos de pólen de trigo normal (A)
de de procedimentos especiais como o res- e vazio (B), evidenciando apenas a presença do
poro (seta). Aumento de 1000 X.
gate de embriões imaturos e o uso da cul-
tura de tecidos. Contudo, se por um lado,
o trigo é uma das espécies de cereais com Conforme relatado por Angra (1995),
maior genoma e com grande complexida- em um processo normal de polinização, o
de genética, por outro é possível explorar grão de pólen adere ao estigma e, após sua
recursos citogenéticos, através do uso de hidratação, a atividade metabólica inicia
modernas ferramentas biotecnológicas, com a germinação do tubo polínico. No ca-
como a citogenética molecular, associadas so de genitores totalmente incompatíveis,
à citogenética clássica e à engenharia cro- a reação da calose na superfície do estig-
mossômica, ma e a formação de tubos polínicos disto r-
Moraes-Fernandes et al. (2000) enfati- cidos revelam a ocorrência de uma barrei-
zam que o conhecimento das relações cito- ra pré-zigótica. Portanto, a escolha certa
taxonômicas, estrutura citogenética e his- dos genitores é, sem dúvida, um dos fato-
tória evolutiva das espécies envolvidas nos res determinantes para o sucesso dos cru-
cruzamentos também são importantes para zamentos.
a escolha da espécie doadora. A obtenção de Além do mencionado, a introgressão
cultivares de trigo com características agro- de genes pode ser incrementada por proce-
nômicas desejáveis, através de cruzamen- dimentos eficientes para a detecção de cro-
tos, pode ser mais rápida e eficiente com a mossomos ou segmentos cromossôrnicos
combinação do uso de técnicas citogenéti- OIANGet al., 1994), na caracterização de di-
cas e seleção agronômica, pois permitem ao ferentes acessos de uma mesma espécie, na
melhorista, conjuntamente com o citoge- identificação de linhas de adição e de subs-
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tituição (FRIEBEet al., 1993) e na detecção Esse método, descrito por Pardue e Gall
de alterações estruturais, como deleções, (1969), permite a detecção de sequências de
inversões e translocações (GILLet al., 1991), DNA em cromossomos mitóticos ou meióti-
pois o estado híbrido de uma planta pode cos, em núcleos interfásicos e em fibras de
ser determinado pelo número somático de cromatina estendidas. A técnica proporcio-
cromossomos e pelo comportamento me i- na a interação entre conhecimento da bio-
ótico (SHARMA; GILL, 1983; SETHI, 1989). logia celular, citogenética clássica e gené-
As técnicas de bandeamento cromossômico tica molecular (ROGATTO;RAINHO, 2000) e
"expandiram" os horizontes da citogenéti- consiste, basicamente, no pareamento, ou
ca, e a primeira aplicação do bandeamen- hibridização, de um determinado fragmen-
to deu-se no pareamento cromossômico. to de DNA, RNA ou RNA complementar, si-
Essas técnicas têm possibilitado compre- tuado dentro da célula do organismo que
ender melhor as alterações cromossômi- está sendo estudado. O objetivo é verificar
cas que se estabelecem em cada genótipo se a célula ou tecido possui essa sequência
(GUERRA,1988). de nucleotídeos e, em alguns casos, conhe-
cer também a sua exata localização na cé-
Citogenética molecular lula ou no cromossomo. A técnica baseia-se
Na citogenética molecular, a análise no fato do DNA ser formado por duas fitas
cromossômica tem sido de grande importân- complementares, as quais podem ser facil-
cia para o entendimento da evolução, gené- mente desnaturadas e posteriormente re-
tica e estabilidade cariotípica dos materiais naturadas, voltando ao estado de fita du-
estudados. Por muito tempo, a caracteriza- pla. Se, no momento da renaturação das
ção cromossômica foi baseada, especialmen- fitas de DNA houver fragmentos de DNA
te, em parâmetros morfológicos, como o ta- marcados (sonda) disponíveis, os mesmos
manho dos braços, posição dos centrômeros hibridizarão na região de homologia den-
e localização das constrições secundárias. tro da célula, permitindo a sua localização
Com a implantação de técnicas de bandea- precisa. Com a utilização dos fluorocromos,
mento, que permitem a visualização de blo- a técnica de HIS começou a ser chamada
cos de coloração diferenciada (bandas), a também por FISH - Fluorescent In Situ Hybri-
caracterização cromossômica foi melhora- dization (MORAES, 2007). A detecção dessas
da significativamente (BRASILEIRO-VIDAL; sequências de DNA tem originado grandes
GUERRA,2002). avanços na citogenética de trigo, cujas pes-
Os marcadores citogenéticos, como os quisas estão focadas no mapeamento físico,
marcadores de DNA, têm sua expressão in- na investigação detalhada da estrutura cro-
dependente das variações ambientais ou mossômica, no acompanhamento da quan-
da ativação gênica, tornando-os caracteres tidade de cromatina introgredida em cru-
muito confiáveis. Atualmente, grande ênfa- zamentos interespecíficos, e na análise de
se está sendo dada para a técnica de Hibri- pareamentos intergenômicos em plantas
dização In Situ (HIS) ou In Situ Hybridization híbridas. No trigo hexaploide (AABBDD),os
(ISH), sendo que seu desenvolvimento mar- três genomas podem ser distinguidos, si-
cou a transição da era da citogenética clás- multaneamente, com o uso de sondas ge-
sica para a era da citogenética molecular. nômicas oriundas de suas espécies ances-
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trais, além de sondas de oligonucleotídios cie, proporcionando a marcação de todos


específicos detectados por FISH (CARDOSO, os seus cromossomos. Esse tipo de hibri-
2007). Ressalta-se que os avanços nes- dização é denominado de GISH - Genomic
sa área vêm permitindo maior disponibi- In Situ Hybridization. Neste caso, pode-se
lidade de sondas e de diferentes protoco- distinguir os cromossomos oriundos de di-
los, facilitando as análises e ampliando o ferentes parentais em híbridos interespe-
seu uso nas investigações de regiões genô- cíficos ou em espécies alopoliploides, bem
micas de interesse, em escala de uma úni- como em estudos de similaridade genômica
ca célula (FRIEBE et al., 1992; ROGATIO; (BRASILEIRO-VIDAL;GUERRA, ZOOZ). Con-
RAINHO, ZOOO). Além do mencionado, as bi- siderando-se especificamente os cru-
bliotecas de DNA genômico representam zamentos interespecíficos e/ ou inter-
uma importante fonte de sequêncías para genéricos, que visam introgressões de
o mapeamento físico, análise estrutural do genes de resistência a doenças, a técni-
genoma, genômica comparativa e sequen- ca de GISH está sendo amplamente em-
ciamento do genoma, além de ser uma fon- pregada, uma vez que utiliza como son-
te de sequêncías únicas para o mapeamen- da o DNA genômico total de uma espécie,
to cromossômico (HASTEROKet al., Z006). proporcionando a distinção dos cromos-
somos oriundos dos diferentes parentais,
Porém, quando se objetiva a detecção e a
nos híbridos interespecíficos ou em es-
integração em mapas genéticos de sequên-
pécies alopoliploides, bem como em es-
cias de pequeno tamanho, como os marca-
tudos de similaridade genômica (MUKAI,
dores moleculares e os genes de cópia úni-
2005). Exemplos desta aplicação práti-
ca, um fator que interfere na visualização
ca podem ser verificados para as espécies
dos sinais é o nível de condensação dos cro-
Thinopyrum intermedium e Th. ponticum,
mossomos mitóticos, que impede uma me-
as quais têm sido extensivamente hibridiza-
lhor resolução das sequêncías separadas a
das com T. aestivum, visando a introgressão
menos de 1 Mb (rnega pares de base). Uma
de genes agronomicamente importantes,
alternativa para aumentar o nível de reso-
principalmente genes que conferem re-
lução é o uso de cromossomos meióticos na
sistência à ferrugem da folha (CHEN et al.,
fase de paquíteno, pois estes apresentam-se 1998; FEDAKet al., ZOOO;BRASILEIRO-VIDAL
de sete a 40 vezes mais estendidos que os et al., 2003; BRASILEIRO-VIDALet al., ZOOS).
cromossomos mitóticos. Outro procedi- Outro exemplo bem característico des-
mento auxiliar no mapeamento por FISH é ta metodologia pode ser visualizado na Fi-
a técnica de "fibras estendidas", que per- gura Z, a qual apresenta uma célula de tri-
mite uma resolução acima de 0,7 kb (quilo ticale hexaploide (zn = 4Z) apresentando 14
pares de base). Nesta técnica, o núcleo in- cromossomos oriundos de centeio (Secale
terfásico é lisado e as fibras de DNA do nú- cereale) e 28 cromossomos do trigo (T. du-
cleo são espalhadas na superfície da lâmi- rum). Essa célula foi hibridizada com DNA
na, sendo que a hibridização in situ é feita bloqueio de trigo e com sonda de centeio
nessas fibras (BRASILEIRO-VIDAL; GUERRA, marcada com digoxigenina e detectada com
Z002; MUKAI, ZOOS). o fluorocromo fluoresceína (FITC).Seus cro-
A HIS pode também utilizar como son- mos somos foram contracorados com DAPI
da o DNA genômico total de uma espé- (4' -e-díamídíno- z-fenilindol).
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.9
o

Figura 2. Hibridização genômica in situ em célula de triticale hexaplóide (2n = 42), usando DNA de "-
centeio como sonda (verde) e de trigo como bloqueio. Os cromossomos foram contracorados com DAPI
(4' -6-diamidino-2-fenilindol) (azul). A mesma célula está representada em A (DAPI), B (FITe - isotiocia-
nato de fluoresceína) e e (sobreposição das imagensA e B). O detalhe em A, B e e mostra o décimo quarto
cromossomo de centeio da referida célula. Aumento de 1.OOOx.

Cultura de tecidos: desenvolvimento de nais adotadas nos programas de melho-


plantas duplo-haploides ramento, verificamos, nesta última, uma
certa limitação na identificação de varia-
Dentro das mais diversas aplicações bilidade genética de gerações com alta se-
das técnicas de cultura de tecidos, a pro- gregação, havendo a necessidade de traba-
dução de plantas haploides (haploidização) lhar-se com um grande número de plantas
vem se destacando como uma das mais im- (MORAES-FERNANDESet al., 2002; ]AUHAR
portantes ferramentas no estabelecimento et al., 2009). No sistema convencional de
de programas de melhoramento genético, melhoramento de plantas autógamas, o
mostrando-se também bastante eficien- processo usado para fixação de genes (ob-
te nos estudos básicos e aplicados da ge- tenção da homozigose) é bastante lento,
nética vegetal (SANTOS; ZANETTINI, 2002; sendo necessários de sete a oito ciclos de
]AUHAR et al., 2009). auto fecundação para a obtenção de linhas
~ Vários métodos já foram descritos co- puras. [!:écnica de haploidização pode ace-
mo exemplos para obtenção de plantas ha- lerar este processo, permitindo a obten-
ploides, sendo a hibridização interespe- ção de plantas completamente homozigo-
cífica ou intergenérica (gímnogênese) e a tas em uma única geração, diminuindo o
androgênese (via cultura de anteras ou mi- tempo necessário na obtenção das linha-
crósporos purificados) os mais usados em gens, assim como os custos de mão de obra
cereais (PALMER;KELLER,2005). e de produção (MORAES-FERNANDESet al.,
A obtenção de linhagens homozigotas 2002; BRAMMERet al., 2004; ]AUHAR et al.,
puras, tão necessárias para estudos genéti- 2009).
cos e para geração de novas cultivares al- O processo de obtenção de plan-
cançadas pelo processo de haploidização, tas haploides via gímnogênese com-
faz deste método uma interessante ferra- preende as etapas de resgate e manu-
menta para o melhoramento genético ve- tenção de embriões imaturos in vitro,
getal (SANTOS; ZANETTINI, 2002). Compa- obtidos por meio da polinização (arti-
rando as técnicas de obtenção de plantas ficial) com espécies distante mente re-
duplo-haploídes (para dar origem às linhas lacionadas. O método "bulbosum" foi,
homozigotas) com as técnicas convencio- no passado, o mais largamente utiliza-
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do (KASHA; KAO, 1970). Este método con- plo-haploide, será totalmente hornozígo-
siste no uso do pólen de Hordeum bulbosum ta, uma vez que cada cromossomo foi fiel-
L. para polinização da espécie cultivada de mente duplicado (MORAES-FERNANDES
cevada (Hordeum vulgare L.). Atualmente, o et al., 2002).
pólen mais usado como doador para produ-
ção de haploides em cereais (em trigo, prin- A potencial idade da androgênese
cipalmente) é o de milho (Zea mays L.), sen- e gimnogênese
do a primeira descrição feita por Laurie e Tanto o cultivo fn vítro de embriões
Bennett (1986). imaturos, resultantes da hibridização com
A cultura de anteras, por meio do pro- pólen de milho, como a cultura de anteras
cesso da androgênese, também tem sido tornaram-se métodos largamente adota-
largamente empregada para a obtenção de dos para formação de populações homozi-
plantas haploides em cereais. Aandrogênese gotas e deixaram de ser apenas uma ferra-
é o processo definido como uma rota de de- menta alternativa dentro dos programas de
senvolvimento alternativa à embriogênese melhoramento genético vegetal. Entretan-
zigótica, onde um grão de pólen ou micrós- to, algumas vantagens de cada técnica são
poro (célula gamética masculina jovem) determinantes para a adoção de cada uma
consegue modificar sua rota de desenvol- delas. A cultura de anteras tem o potencial
vimento, de gametofítica para esporofítí- de produzir mais de uma centena de plantas
ca, dando origem à um esporófito haploi- originadas de uma única antera, sendo que
de, sem que haja a fertilização (SANTOS; o método via gimnogênese é limitado a uma
ZANETTINI, 2002). Considerando especi- planta por espigueta (KRUCZKOWSKA et al.,
ficamente esta técnica, destacam-se o de- 2002; LIU et al., 2002). Por outro lado, a ca-
senvolvimento e lançamento da cultivar de pacidade de regeneração através do cultivo
Trigo BR 43 pela Embrapa Trigo, fato este Ín vitro de anteras é uma característica genó-
que representou um diferencial tecnológi- tipo-dependente, restringindo seu uso a um
co para a Embrapa, uma vez que esta cul- grupo limitado de germoplasma responsivo
tivar foi a primeira do Brasil e a quarta no a esta técnica (HU et al., 1995; CHAUDHARY
mundo a ser desenvolvida via haploidiza- et al., 2003; KIM; BAEZINGER,2005). Por es-
ção (MORAES-FERNANDESet al., 2002). ta razão, com o objetivo de ampliar a varia-
De uma maneira geral, as plantas obti- bilidade genética disponível ao melhorista
das via androgênese (originadas de um grão nos programas de melhoramento genéti-
de pólen jovem) são haploides e possuem co vegetal, a cultura de anteras em trigo foi
somente a metade do seu genoma, sen- aos poucos sendo substituída pelo cultivo de
do consequentemente estéreis (SANTOS; embriões imaturos. Este embrião imaturo é
ZANETTINI,2002). Neste caso, a duplicação obtido da polinização de ovários das plan-
de seu lote cromossômico faz-se necessária, tas de trigo com pólens de outras espécies
podendo ser de forma espontânea ou induzi- (cruzamentos interespecíficos) ou de outros
da pela aplicação de agentes antimitóticos, gêneros (íntergenéricos), ocorrendo a elimi-
recuperando a condição diploide e restau- nação dos cromossomos da espécie doado-
rando sua fertilidade (SANTOS;ZANETTINI, ra do pólen. O embrião formado, resultan-
2002). Após duplicação dos cromossomos, te desta fecundação artificial, é resgatado in
a planta assim originada, chamada de du- vitro, dando origem a uma planta haploide,
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que posteriormente terá seus cromossomos Cultivo in vitro de micrósporos


duplicados (TORRESet al., 1999; BRAMMER; isolados
IORCZESKI,2002). Cabe ressaltar aqui que a Mais recentemente, os métodos de ob-
Embrapa Trigo é destaque na obtenção de li- tenção de plantas haploides, via cultivo de
nhas duplo-hapoides de trigo por estes mé- anteras e via gimnogênese, vêm sendo subs-
todos, sendo que, desde o início da imple- tituídos, em diversos laboratórios, pela cul-
mentação desta técnica, já foram obtidas tura de micrósporos isolados (Iso!ated MÍcros-
aproximadamente mais de trinta mil linhas pore Culture), oferecendo um maior número
homozigotas. Além da cultivar de BR 43, ob- de plantas verdes regeneradas e espontane-
tida via androgênese, destacam-se também amente duplicadas. O crescente número de
outras duas cultivares de trigo já lançadas pe- trabalhos publicados com esta metodologia
la Embrapa, BRS Canela, BRS 254 e BRS Tan- demonstra a importância e a eficiência des-
gará, obtidas via gimnogênese (ALBRECHT ta técnica na produção de plantas duplo-ha-
et al., 2008; SÓE SILVAet al., 2008). ploides (HU; KASHA, 1997; LIU et al., 2002;
Apesar da existência de protocolos PATEL et al., 2004; RODRIGUESet al., 2004;
bem estabelecidos, as duas técnicas previa- CISTUÉet al., 2009).
mente mencionadas (cultura de anteras e Os processos de obtenção de plantas
resgate de embriões imaturos) apresentam haploides, via cultura de anteras ou pela
fortes limitações, sendo o baixo número de cultura de micrósporos isolados, possuem
plantas regeneradas e o grande número de um denominador comum, o micrósporo
plantas albinas (Figura 3) algumas delas, uninucleado jovem. No entanto, algumas
fazendo com que o potencial quantitativo peculiaridades da segunda técnica fazem
de regeneração de plantas verdes por espi- dela o seu diferencial. No cultivo de ante-
ga não seja totalmente alcançado. Por essa ras, os micrósporos são estabelecidos in VÍ-
razão, métodos mais eficientes de obtenção tro, e envolvidos por camadas de células dos
de plantas haploides vêm sendo pesquisa- diferentes tecidos que formam as anteras
dos, e a cultura de micrósporos isolados (tapete, endotécio, epiderme). Estes tecidos
vem, aos poucos substituindo os demais apresentam pouca capacidade totipoten-
métodos de haploidização. te. No entanto, mesmo não se prolíferan-

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Figura 3. Limitações da técnica de cultura de anteras: A) anteras plaqueadas em meio de cultura específi-
co, porém não responsivas. B) anteras responsivas, porém com formação de um grande número de plantas
albinas.
4621 Trigo no Brasil

do in viiro, os tecidos das anteras poderiam ambientais nas quais as plantas doadoras
ter um efeito inibitório ou seletivo sobre desenvolvem-se, podendo afetar o número
a embriogênese dos micrósporos, dificul- total de micrósporos que entrarão em di-
tando ou impedindo a regeneração des- visão celular e que poderão regenerar uma
tes (RODRIGUESet al., 2004). Além disso, na nova planta. Assim, o número de micrós-
cultura de micrósporos isolados os trata- poros com capacidade de se dividir e seguir
mentos são aplicados diretamente sobre as a rota embriogênica pode variar dentro de
células-alvo de cultivo (os próprios micrós- um mesmo genótipo, graças às condições
poros), diferindo da cultura de anteras, on- ambientais em que as plantas doadoras fo-
de a presença dos tecidos pode retardar ou ram desenvolvidas. Desta forma, o desen-
neutralizar os efeitos dos tratamentos. As- volvimento das plantas doadoras deverá
sim, a composição dos diferentes meios de ser feito em condições controladas, sen-
cultura e seus efeitos propiciam uma res- do a temperatura, intensidade luminosa e
posta muito mais imediata (HOLME et al., qualidade de luz, fotoperíodo, sanidade das
1999; RODRIGUESet al., 2004). plantas e nutrientes do solo, fatores impres-
A preferência pelo método do culti- cindíveis ao desenvolvimento das plantas. A
vo de micrósporos isolados para obtenção fim de se estabelecer um sistema de cultura
de plantas duplo-haploides está principal- com reprodutibilidade, as plantas doadoras
mente associada ao maior número de em- devem ser desenvolvidas em casas de vege-
briões obtidos e pela maior frequência de tação ou em câmaras de crescimento, onde
plantas verdes regeneradas, tendo, como serão mantidas livres de doenças, pragas e
exemplos, rendimentos de até 5.500 plan- outros estresses ambientais (JÃHNE;LORZ,
tas verdes por espiga (RITALA et al., 2001; 1995; CISTUÉet al., 2009).
LIU et al., 2002; LABBANIet al., 2007). Uma Como relatado anteriormente, o fenô-
elevada taxa de duplicação espontânea dos meno da androgênese preconiza a conver-
cromossomos também é uma caracterís- são de determinadas células vegetais em
tica positiva observada na cultura de mi- embriões (e posteriormente em plantas),
crósporos isolados, sendo que, em alguns e depende de circunstâncias extraordiná-
casos, foi observada a ocorrência de até rias que irão agir diretamente sobre estas
80% de plantas espontaneamente diploi- células ou tecidos. Como um mecanismo
des (ZIAUDDINet al., 1992; LIU et al., 2002). de sobrevivência estratégico, micrósporos
Além do grande número de plantas obtidas, que iriam se tornar grãos de pólen (game-
bons resultados também já foram descritos tas), quando cultivados in vitro, desviam da
até mesmo em genótipos com característi- sua rota gametofítica, tornando-se esporó-
cas recalcitrantes, sendo, portanto, menos fitos haploides. Para que uma célula jovem
genótipo-dependente (LI; DEVAUX,2001). de micrósporo altere sua rota genética, de
Uma etapa decisiva para obtenção de gametofítica para esporofítica, é necessá-
plantas duplo-haploides, seja qual for o rio que ocorra um determinado tipo de si-
método adotado, é a qualidade das plan- nal. Este sinal pode ser dado de algumas
tas doadoras das espigas (LU et al., 1991; formas. O tratamento das espigas por um
ORSHINSKY; SADASIVAIAH, 1997; ZHENG, período de frio (cold shock) tem sido usado
2003; CISTUÉ et al., 2009). Por isso, espe- em diferentes espécies vegetais para indu-
cial atenção deve ser dada às condições ção da androgênese (SHARIATPANAHI et
Trigo no Brasil 1463

al., 2006) e tem, como principal objetivo, possível acelerar ainda mais o processo de
desviar a rota gametofítica dos micróspo- obtenção de um novo genótipo. Além disso,
ros OÃHNE; LORZ, 1995). Em alguns casos, esses avanços científicos podem ter um im-
foi demonstrado que a duração adequada pacto significativo no processo de obtenção
do tratamento de frio é genótipo-depen- de novas cultivares, contribuindo e simpli-
dente, e seu prolongamento pode levar a ficando a evolução dos programas de me-
um maior aumento na formação de plantas lhoramento genético vegetal.
albinas OÃHNE;LORZ, 1995). Outros méto- Atualmente, o Laboratório de Biotec-
dos podem ser usados, alternativamente, nologia da Embrapa Trigo vem atuando de
para o pré-tratamento das espigas, como o forma a otimizar o cultivo in vitro de mi-
uso de manitol, manitol e frio, temperatu- crósporos isolados de trigo e cevada, para
ras altas (heat shock) e até colchicina. Eta- uso posterior junto aos programas de me-
nol, ácido abscísico, choque hipertônico e lhoramento genético destas culturas. As
pressão atmosférica reduzida também já principais etapas desta técnica estão ilus-
foram descritos, sendo mais usados em ge- tradas na Figura 4 e envolvem a coleta e as-
nótipos recalcitrantes (SHARIATPANAHI sepsia das espigas, pré-tratamento, extra-
et al., 2006). Os métodos de pré-tratamen- ção e purificação dos micrósporos, cultivo
to de choque pelo frio e pelo manitol são das células e estruturas embrionárias nos
os mais utilizados com sucesso, na cultura meios de cultura específicos, e transferên-
de micrósporos isolados de trigo e de ceva- cias das plantas obtidas para vermiculita.
da (KASHA et al., 2001; LI; DEVAUX, 2005;
OLESZCZUKet al., 2006; LABBANI et al., Marcadores genéticos
2007) e, com raras exceções, o ácido hidro-
xi-nicotínico (LIU et al., 2002). Marcadores genéticos são marcas que
Além de sua notável e consagrada apli- evidenciam diferenças entre indivíduos, que
cação no melhoramento genético vege- sejam reproduzidas nas progênies e que pos-
tal, acelerando a formação de populações sam ser utilizadas para correlacionar com
homozigotas para os mais variados fins outras características de interesse. A aplica-
(ZHANG et al., 2008), a cultura de micrós- ção desses marcadores pode ser para estu-
poros isolados também vem sendo usada dos básicos de genética, para estimar a di-
como uma ferramenta atrativa no desen- versidade genética ou para seleção assistida
volvimento e nos estudos de organismos das plantas melhoradas por meio de seleção
geneticamente modificados (OGMs). Os te- indireta, entre outras inúmeras utilizações.
cidos originados das culturas de micróspo- Os marcadores genéticos estão di-
ros, assim como os próprios micrósporos, vididos em morfológicos, bioquímicos
são excelentes fontes na transformação ge- e moleculares ou de DNA. Os marcado-
nética, visto que a transferência de genes res morfológicos são aqueles que podem
para estas células ou tecidos vai dar origem ser visualizados ou mensurados, e foram
a plantas haploides transformadas, e que se os primeiros a serem utilizados pelo me-
tornarão homozigotas diploides (FOLLING; lhoramento de plantas. No caso do trigo,
OLESEN,2001). Com a otimização do méto- alguns exempos são: a altura da planta,
do, a seleção de características agronômicas presença de arista e cor do grão. Os mar-
desejáveis pode ser feita in vitro, tornando cadores bioquímicos incluem variantes
4641 Trigo no Brasil

Figura 4. Diferentes etapas da técnica de cultura de micrósporos isolados: A) pré-tratamento das espigas,
B) remoção das folhas e aristas, C) assepsia, D) retirada das glumas externas de cada espigueta, E) extração
e filtragem dos micrósporos, F) formação de banda após centrifugação, contendo micrósporos uninuc1ea-
dos, G) solução de micrósporos purificados, H) desenvolvimento das estruturas embrionárias, e I) plantas
verdes transferi das para vermiculita.

alélicas de enzimas, as isoenzimas. Tam- pelo estádio de desenvolvimento da plan-


bém podem ser obtidos por análises ele- ta (WINTER;KAHL, 1995).
troforéticas de proteínas, como as glute- Dentre as inúmeras técnicas biotec-
ninas, em trigo. A utilização desses dois nológicas, os marcadores moleculares são
tipos de marcadores é muito útil para a ferramentas modernas que contribuem
pré-seleção, mas é limitada pelo número, para o melhoramento de plantas. Eles dife-
pela influência de fatores ambientais ou renciam os indivíduos em nível do DNA e,
Trigo no Brasil 1465

como vantagem, não apresentam as limi- um marca do r considerando as vantagens


tações citadas anteriormente para os mar- tanto de RFLP como do RAPD. Este marca-
cadores morfológicos e bioquímicos. Eles dor, o AFLP (AmpIified Fragment Length Poly-
surgiram nas décadas de 1980 e 1990, sen- morphism) baseia-se na digestão do DNAge-
do que, a partir de então, inúmeros tipos nôrnico, combinado com a amplificação por
foram e estão sendo desenvolvidos. PCR e, devido ao grande número de frag-
mentos obtidos, é realizada uma outra am-
Principais marcadores plificação seletiva por PCR com a adição
moleculares de nucleotídeos arbitrários na extremida-
A primeira geração de DNA refere-se de 3' do iniciador, propiciando o aumento
àqueles comumente utilizados em análises da seletividade do iniciador e a redução da
genéticas, mas que, na grande maioria, não complexidade dos produtos amplificados.
envolviam a expressão de genes e etapas Os fragmentos de DNA, no final do proces-
de sequenciamento automatizado. O pri- so, são detectados pelo fracionamento em
meiro marcador desenvolvido foi o RFLP géis de sequenciamento. Outros marcado-
(Restriction Fragment Length Polymorphism) res, ainda muito utilizados, são os SSR(Sim-
(BOTSTEIN et al., 1980), em que apresen- pIe Sequence Repeats), também conhecidos
ta polimorfismo do DNA, ou seja, diferen- como microssatélites (LITT; LUTY, 1989).
cia o DNA dos indivíduos entre si através Consistem em uma subclasse de DNA repe-
da digestão por enzimas de restrição, sepa- titivo, formada por pequenas sequências
ração dos fragmentos gerados via eletrofo- (dois a seis nucleotídeos) repetidas em tan-
rese, transferência destes para uma mem- dem, tais como (AT)n, (ATT)n, por exemplo.
brana de nylon e hibridização com uma A variação do número de repetições dessas
sonda marcada, radioativa ou não. A visu- sequências gera uma grande quantidade
alização de tais marcas de tamanhos dife- de polimorfismo, favorecendo sua utiliza-
rentes, após exposição e revelação em fil- ção em estudos genéticos (Figura 5). Con-
mes específicos, demonstra a diversidade tudo, na escolha e uso de tais marcadores,
genética para o loco analisado (FERRElRA; deve-se considerar o objetivo da pesquisa,
GRATTAPAGLIA,1996). características da técnica e condições dis-
Após o desenvolvimento dos RFLPs, poníveis para sua utilização. As principais
surgiram os marcadores baseados na téc- vantagens e limitações desses marcadores
nica da PCR (Reação em Cadeia da Polime- estão sintetizadas na Tabela 1.
rase). A técnica de RAPD (Random Amplified Com o desenvolvimento e automati-
Potymorphic DNA) refere-se à amplifica- zação de técnicas como o sequenciamento
ção de fragmentos não específicos, onde os de DNA, uma nova geração de marcadores
produtos da PCR são produzidos em regiões surgiu ou se adaptou a partir da primeir~
ao acaso no genoma, flanqueadas por dois geração. Estes permitem identificar alelos
sítios complementares a oligonucleotídeos específicos e/ou formas alternativas de ale-
iniciadores (WILLIAMSet al., 1990). Os po- los para genes importantes. Os marcadores
limorfismos são detectados pela presença PCR-específicos podem ser obtidos por: 1)
ou ausência de fragmento amplificado em conversão a partir de marcadores já exis-
um dos indivíduos em relação ao outro. Em tentes e, após seu desenvolvimento, tem
1995, Vos e colaboradores desenvolveram como vantagens o custo reduzido e prati-
4661 Trigo no Brasil

cidade aumentada. Exemplos destes são


os marcadores de sítio de sequência mar-
cada (STS - Sequence Tagged Site) (PARAN;
MICHELMORE, 1993), que foram defini-
dos por estes autores como sequências
de DNA curtas e de cópia única, que po-
dem ser identíficadas mediante amplifica-
ção, por meio de PCR e/ou hibridização, e
não possuem DNA repetitivo em sua cons-
tituição. Conforme Milach (1998), em ge-
ral, os STS são amplificados a partir de pri-
mers obtidos da conversão de marcadores
RFLPs. Paralelamente, há as regiões am-
plifícadas de sequêncías caracterizadas,
ou SCARs, as quais Paran e Michelmore
(1993) definiram como sendo sequências
Figura 5. Marcadores microssatélites de trigo em identíficadas somente por PCR, podendo
geI de agarose a 3% de concentração e visualiza- conter DNA repetitivo. Em geral, os mar-
dos com brometo de etídio. cadores SCAR são amplificados a partir de
primers obtidos da conversão de outros

Tabela 1. Principais marcadores moleculares, características, vantagens e limitações .

.. . ..
••••••• •• 1· Limitação

RFlP c - Número de marcadores alto - Necessidade de bibliotecas de sondas


- Cobre a totalidade do genoma - Problemas envolvendo vários passos intensivos
em mão de obra
- Custo é relativamente alto

RAPO O - Simplicidade e rapidez - Marcador dominante


- Quantidade mínima de ONAnecessária - Problemas de repetibilidade
- Possibilidade de explorar genomas anônimos
- Custo relativamente baixo

AFlP O - Grande número de fragmentos gerados e resolvidos - Marcador dominante


em um único gel - Complexidade da técnica
- Não requer conhecimento prévio da sequência - Exigência de extração de ONAbastante puro
de ONA
- Maior robustez do ensaio AFlP comparado ao RAPO

SSR C - Elevado conteúdo de polimorfismo devido à - Grande quantidade de trabalho é necessário para o
expressão codominante desenvolvimento prévio dos marcadores
- São frequentes e distribuídos ao acaso, permitindo
cobertura total de qualquer genoma
(1)(: Codominante, O: Dominante
Fonte: Ferreira e Grattapaglia (1996).
Trigo no Brasil I 467

marcadores de PCR, como RAPD; 2) sequ- Considerando-se a cultura do trigo


ências expressas e/ou depositadas em ban- quanto à sua produção e à qualidade tec-
cos de dados, integrando-se às ferramentas nológica, estas são fortemente afetadas
da bioinformática, podem ser obtidas por por estresses bióticos (ferrugem da folha,
meio de polimorfismo de sequência expres- brusone, giberela, etc.) e abióticos (seca,
sa marcada (ESTP - Expressed Sequence Tag germinação pré-colheita, alumínio, etc.).
Polymorphism). Este tipo de marcado r pode Embora exista considerável variabilidade
ser desenvolvido a partir de sequências di- genética para resistência/tolerância a es-
ferencialmente expressas, identificadas por ses estresses nos bancos de germoplasma
técnicas como o Differential Display, Microar- do País, existe uma grande demanda por
ray, cDNA AFLP, entre outros. Entretanto, estoques genéticos bem caracterizados e a
o polimorfismo de um nucleotídeo (SNP - obtenção de cultivares com maior resistên-
Single Nucleotide Polymorphism) tem sido o cia genética torna-se a alternativa mais vi-
mais utilizado, atualmente, pela alta espe-
ável para evitar perdas por esses estresses.
cifícídade e robustez na caracterização de
Dessa forma, o grande avanço tecno-
indivíduos (MILACHet al., 2002). SNP é um
lógico no Brasil na área de biotecnologia,
marcado r que diferencia indivíduos atra-
nas últimas décadas, intensificou os estu-
vés da variação de um nucleotídeo, detec-
dos genéticos no sentido de aprofundar o
tadas em sequências de DNA que codificam
conhecimento do germoplasma gerado, a
um gene ou não. Este marcador pode ocor-
partir dos estudos moleculares de plantas
rer por transição (base púrica substituída
relacionados aos estresses ambientais que
por base púríca), ou por transversão (ba-
causam perdas significativas às principais
se púrica substituída por base pirimídica,
culturas, entre as quais o trigo.
ou vice-versa). Podem ser encontrados de
Alguns exemplos das aplicações dos
duas maneiras no genoma: SNPs individu-
marcadores moleculares, citados anterior-
ais ou na estrutura de haplogrupos, ou se-
mente, foram obtidos em genótipos de tri-
ja, num conjunto de mutações dentro de
uma sequência de DNA, as quais, em decor- go brasileiros, tanto na Embrapa Trigo co-
rência de sua proximidade, são geralmente mo em outras instituições de pesquisa do
herdadas juntas (BROOKES,1999). Brasil e do exterior, mas em parceria com
a Embrapa, os quais destaca-se a seguir: a)
Aplicação dos marcadores de DNA estudos de diversidade genética entre cul-
A aplicação dos marcadores molecula- tivares e linhagens de trigo foram estima-
res é muito ampla, mas as principais linhas dos por RAPD (BERED, 1999), AFLP (ROSA,
que têm contribuído para os programas de 2001) e por SSR entre trigo cultivado,
melhoramento são a caracterização de ger- T. aestivum e Ae. tauschii (doador do genoma
moplasma, estudos de variabilidade e di- D de T. aestivum e que constitui importan-
versidade genética entre acessos, linhagens te fonte de genes agronomicamente úteis,
ou cultivares, desenvolvimento de mapas principalmente para resistência a patóge-
genéticos, associação com caracteres quan- nos) (ALMEIDA,2006); b) pesquisas condu-
titativos e seleção assistida, principalmen- zidas em relação à resistência não-especí-
te quanto à resistência/tolerância a estres- fica à ferrugem da folha na cultivar Toropi.
ses bióticos e abióticos. Nesta linha, ressalta-se a identificação de
4681 Trigo no Brasil

dois novos genes recessivos, com desig- Expressão gênica


nação temporária de Trp-l e Trp-2 (BAR- Metodologias de estudo de variações
CELLOS,1994; BARCELLOS,et al., 2000), os de expressão (tanto transcricionais como
quais foram mapeados nos cromossomos traducionais) são independentes da planta
IA e 4D através de uma série aneuploide e em estudo. O termo genômica funcional re-
SSR (BRAMMER, 2000; SILVA, 2002). Ainda fere-se à função dos genes e à regulação de
com relação à Toropi, foram desenvolvi- sua expressão. Ela engloba tanto as análises
dos dois marcadores do tipo AFLP (BRAM- de expressão (transcricional) como os estu-
MER, 2000) e a posterior conversão des- dos de proteínas.
tes em marcadores SCAR (SILVA, 2002); c)
Expressão gênica - análises
identificação e validação de marcadores,
transcricionais
caracterização de mecanismos molecula-
Existe uma diferença de expressão dos
res associados a genes diferencialmente
genes, tanto em função dos tecidos quan-
expressos quanto à resistência à ferrugem
to em função do tempo, seja em resposta a
da folha em trigo (SILVA, 2006); d) estu-
um determinado tratamento ou ao longo
dos .preliminares de caracterização mole-
do desenvolvimento do organismo consi-
cular através de microssatélites e genoti- derado. Por meio do estudo de variações de
pagem automatizada (Figura 6), bem como quantidades de transcritos, é possível a re-
a construção de mapa genético de popula- alização de arranjos de cDNAs, a prepara-
ções segregantes, visando à associação de ção de mapas de transcritos ou, ainda, o de-
genes de resistência de planta adulta à fer- senvolvimento de marcadores moleculares
rugem da folha e à tolerância à germinação funcionais (GUPTA et al., 2008).
na pré-colheita, numa parceria entre Bra- Metodologias de análise do perfil di-
sil e França (MORELet al., 2007). ferencial têm seus méritos e deméritos.

Figura 6. Sequenciador automático


(acima) para genotipagem de indiví-
duos da população segregante, atra-
vés da análise de produtos da reação
de polimerase em cadeia (PCR) e a
detecção dos alelos realizada de for-
ma automatizada pela emissão de
fluorescência (à esquerda).
Trigo no Brasil 1469

A grande maioria dos métodos objetiva a Esta abordagem é restrita a RNAs mensa-
obtenção de uma "fotografia" de padrões geiros abundantes, e permitiu a identifi-
globais de expressão gênica em determina- cação de genes super e sub-expressos em
dos tipos de células, tecidos, órgãos ou tra- certas condições ambientais. Em trigo, é
tamentos (YOUNGet al., 2008). crescente o número de projetos voltados ao
Historicamente, o uso do screening di- sequenciamento de ESTs.
ferencial de bibliotecas de cDNA foi ampla- A partir de informações sobre ESTs,
mente difundido para a pesquisa de genes a busca por sequências de microssatélites
regulados transcricionalmente. Inicialmen- (SSR) e SNPs de trigo foi realizada, massi-
te, o método consistia na hibridização com- vamente, por diferentes equipes de pesqui-
parativa de uma determinada sonda com sa no mundo (GUPTA et al., 2003; YU et al.,
duas bibliotecas (A e B), cada uma delas 2002; PENG; LAPITAN, 2005; PARIDA et al.,
preparada a partir de duas condições dis- 2006; USDA, 2006). Estes marcadores pos-
tintas. Esta é uma técnica de fácil execução sibilitam não somente estudos de mapea-
e confiável, que possibilitou a identificação mento genético e de clonagem posicional
de grande número de clones obtidos a par- de genes como a identificação de marcado-
tir de genes abundantemente expressos. No res para uso em seleção assistida junto ao
entanto, ela não permitia a identificação melhoramento genético.
de RNAs mensageiros raros. Este problema RNAs mensageiros de menor expressão
foi parcialmente resolvido pelo emprego da passaram a ser identificados graças ao em-
técnica de hibridização subtrativa (HEDRICK prego de técnicas de {ingerprinting de RNA.
et al., 1984). Os cDNAs de uma das bibliote- Estas técnicas permitem a detecção de frag-
cas (por exemplo, biblioteca A) são marcados mentos de DNA derivados dos RNAs, utili-
com biotina. Os cDNAs das bibliotecas A e B zando-se a síntese de cDNAs e subsequen-
são hibridizados, sendo eliminados aqueles te amplificação por PCR (McCLELLANDet
marcados, ou seja aqueles provenientes ex- al., 1995). Desenvolvidas por grupos de
clusivamente da biblioteca A, ou resultado pesquisa independentes, elas foram deno-
da geração de cDNAs híbridos (A-B, com so- minadas de DDRT-PCR, Differential Display
mente uma das fitas marcadas). Esta técnica Reverse Transcription Potymerase Chain Re-
é trabalhosa e necessita de grandes quanti- action (UANG; PARDEE, 1992) e RAP-PCR,
dades de RNApara que vários ciclos sucessi- RNA Finqerprintinq by Arbitrary Primed PCR
vos de subtração sejam realizados. (WELSH et al., 1992). Na primeira delas, a
Paralelamente a estes estudos, projetos primeira fita de cDNA é sintetizada gra-
de sequenciamento sistemático de cDNAs ças a um primer poly-dT, contendo duas ba-
(ESTs)foram desenvolvidos em espécies-mo- ses de ancoragem do tipo MN, na posição
delo, tais como Arabidopsis thaliana (BEVAN 3'. Em seguida, a população de cDNAs ge-
et al., 1999) e arroz (GOFF, 1999) visando a rada é submetida a ciclos de amplificação
elucidar a porção do genoma que é expres- por PCR, utilizando-se o mesmo poly-dT e
sa (genoma funcional). No caso do sequen- oligonucleotídeos arbitrários em posição
ciamento sistemático de ESTs, considera-se 5' (UANG; PARDEE, 1992). O RAP-PCR, por
que a frequência da EST de uma determi- sua vez, emprega primers arbitrários tanto
nada biblioteca corresponda à taxa de acú- para a síntese do cDNA como para a ampli-
mulo do RNA mensageiro correspondente. ficação por PCR (WELSH et al., 1992). Am-
470 I Trigo no Brasil

bas as técnicas requerem temperaturas de teressante para a detecção de transcritos


anelamento baixas durante os ciclos de raros, diferencialmente regulados. Origi-
amplificação, de modo a obter-se produtos nalmente empregada para análise de DNA
visíveis em géís, Em qualquer uma destas genômico (VOS et al., 1995), o AFLP é base-
técnicas, fragmentos de DNA diferencial- ado no uso de condições de PCR altamente
mente expressos são subsequentemente estringentes, adicionando-se adaptadores
clonados e sequenciados, para a identifica- dupla-fita às extremidades de fragmentos
ção das sequências. de restrição, que servirão à amplificação
A RDA e a SSH seguem o princípio de por PCR. A amplificação seletiva de frag-
técnicas de PCR subtrativa. A técnica de mentos é obtida graças à adição de uma ou
RDA (Representational Difference Analysis) mais bases aos primers PCR, que promo-
foi originalmente desenvolvida para iden- verão a extensão dos fragmentos somente
tificar diferenças entre populações de se o fragmento flanqueando o sítio de res-
DNA genômico (LISITSYN et al., 1993). Es- trição possuir a sequência complementar
ta metodologia foi então modificada pa- ao primer. A técnica de cDNA AFLP é par-
ra permitir a análise de diferenças em po- ticularmente interessante para a detecção
pulações de mRNA expressos (HUBANK; de transcritos raros, diferencialmente re-
SCHATZ, 1994). Baseado em passos suces- gulados.
sivos de hibridização subtrativa seguida SAGE(Serial Analysis of Gene Expression)
de PCR, a RDA enriquece e permite o iso- baseia-se no princípio de que pequenas eti-
lamento de mRNA expresso diferencial- quetas (do inglês, tags) de sequência são su-
mente, enquanto que, simultaneamente, ficientes para a identificação de um trans-
reduz a representação de sequências não crito gênico, visto elas estarem localizadas
diferencialmente expressas. Este é um em posições conhecidas do gene em estu-
método sensível, que permite o isolamen- do (VELCULESCUet al., 1995). Esta técnica
to tanto de genes que apresentam aumen- de análise de expressão gênica corresponde
to do acúmulo de transcritos como dimi- a uma versão acelerada do sequenciamento
nuição destes, entre duas populações de de ESTs. A etiqueta do SAGEinclui nove ba-
cDNAs consideradas. ses anteriores ao sítio de reconhecimento
A SSH (Suppressive Subtractive Hybridi- de uma endonuclease em um transcrito es-
zation) é baseada no princípio da PCR su- pecífico. Múltiplos tags são ligados, uns aos
pressiva e combina a normalização e a sub- outros, em um vetor de clonagem, tal qual
tração dos cDNAs de interesse numa única uma reação de sequenciamento de 300 pa-
etapa. Com base em modelo teórico, a SSH res a 500 pares de bases, gerando sequên-
enriqueceria em até mil vezes a quantida- cias de 20 tags a 30 tags. Diferenças de ex-
de de transcritos raros, com um ciclo de pressão baseiam-se na abundância relativa
hibridização subtrativa (DIATCHENKO et de tags específicos. Em relação à DDRT-PCR,
aI.,1996). por exemplo, esta técnica apresenta co-
Bachem et al. (1996) desenvolveram mo vantagem, o fato de ser quantitati-
metodologia de RNA[ingerprinting baseada va e cumulativa. Por outro lado, ela apre-
na técnica de AFLP (VOS et al., 1995). A téc- senta como limitação, a identificação
nica de cDNA AFLP é particularmente in- restrita a genes representados pelos tags de
Trigo no Brasil1471

sequências, além do inconveniente poten- No caso de grãos de trigo e de ce-


cial da identificação incorreta dos tags. vada, a transcriptômica tem sido usa-
No contraponto de sistemas abertos da para relacionar a abundância de
de estudo das variações de expressão gê- transcritos a mudanças ao longo do desen-
nica, como a DDRT-PCR e o AFLP de cDNA volvimento. Foram empregados estudos
(nos quais não se tem conhecimento prévio do tipo microarranjos de cDNA para trigo
das sequências de cDNAs analisados), estão (LAUDENCIA-CHINGCUANCO et al., 2007) e
os chamados sistemas fechados, tais como de macroarranjo de cevada para se estudar
microarranjos, onde um grande conjunto partes do transcriptoma (SREENIVALSULU
pré-definído de genes é analisado simulta- et al., 2006). Alternativamente, sistemas
neamente. Os arrays podem ser resultantes abertos baseados na contagem de sequên-
do depósito de pequenos volumes de cDNA cias têm sido aplicados (KAWAURAet al.,
(ou oligonucleotídeos) sobre um suporte, 2005). Estes autores classificaram os pa-
utilizando-se um robô, ou lançam mão do drões de expressão de dois grupos de ge-
uso de fotolitografia para a síntese de son- nes de proteínas de reserva, a partir de
das de oligonucleotídeos in situ (como é o dados de abundância de ESTs. McIntosh
caso dos arrays produzidos pela companhia et al. (2007), por sua vez, usaram o SAGE
Affimetríx) (FODORet al., 1993; LIPSCHUTZ para o estudo do grão de trigo em desen-
et al., 1999). volvimento. Ambas as técnicas são com-
Os grandes fragmentos de DNA usa- plementares. Os arrays permitem grande
dos para os microarranjos de cDNAs ge- resolução das diferenças de expressão e
ralmente têm reação cruzada com trans- facilidade de comparação a partir de uma
critos de múltiplos membros de famílias, plataforma fixa, enquanto que sistemas
fortemente relacionadas. Este fato é par- abertos, entre eles abordagens de sequen-
ticularmente importante no caso do trigo ciamento, possibilitam a descoberta de no-
hexaploide, onde os três genes homólogos vos transcritos.
de um dado loco podem ser todos expres- No presente texto, foram apresenta-
sos. O custo de cada array pode restringir dos os princípios e exemplos das princi-
seu uso, ou ainda limitá-lo a hibridizações pais técnicas empregadas para estudos de
com finalidade exploratória de identifica- expressão gênica. As referências apresen-
ção de genes candidatos, os quais seriam tadas anteriormente, para cada técnica de
estudados através de técnicas de menor análise de expressão, dizem respeito à pri-
escala (LEADER,2005). meira descrição do método. É importan-
Os arrays Affymetrix apresentam van- te salientar que todas estas técnicas foram
tagens significativas sobre os arrays de cD- sofrendo, ao longo do tempo, uma série de
NAs, em termos de qualidade dos dados e modificações de seu modelo original, vi-
facilidade de comparação entre as amos- sando à implementação de melhorias na
tras. As múltiplas e menores sondas utili- identificação e no isolamento de genes,
zadas por esta plataforma permitiriam a diferencialmente expressos. Além de me-
distinção entre genes homólogos do trigo lhorias das técnicas citadas, outras técni-
que apresentem especificidades espaciais e cas baseadas em PCR foram desenvolvidas
temporais (POOLEet al., 2007). (LIEVENS;GOORMACHTIG,2001).
4721 Trigo no Brasil

Expressão gênica - estudos de proteínas tenins), e formam um macropolímero no


glúten, graças à formação de pontes de dis-
Análise de classes específicas de sulfeto (GRASet al., 2001).
proteínas Tanto as a-~ gliadinas como as HMW-GS
Apesar da importância dos estudos de são importantes para a qualidade do glúten,
expressão gênica baseados na análise de mas a caracterização de cada multigene não
transcritos (ESTs) na identificação de no- é simples, pois muitos deles são transcritos,
vos genes, é frequente a ausência de corre- traduzidos e modificados pós-traducíonal-
lação entre a quantidade de um transcrito mente, ao longo do processo de maturação
e a quantidade da proteína corresponden- do grão (SHEWRYet al., 2003).
te. O interesse em estudar proteínas está Estas proteínas de reserva têm grande
fundamentado na importância dessas mo- impacto sobre a qualidade de uso final dos
léculas como determinadoras do fenótipo, produtos derivados de trigo. Neste contex-
desempenhando funções de sinalização, to, assumem particular importância os po-
enzimáticas, regulatórias e estruturais. límeros de gluteninas. Está estabelecido
No caso específico de grãos de trigo, o o conceito de que farinhas com alta força
estudo científico de proteínas teve início no de glúten (altamente viscoelásticas) con-
século 19. T.B. Osborne (1859-1929), consi- têm grandes proporções destes políme-
derado o pai da química de proteínas vege- ros (FIELD et al., 1983). Já no ano de 1987,
tais, desenvolveu uma classificação destas houve uma quebra de paradigma quando
proteínas em função de sua solubilidade em Payne e colaboradores demonstraram que
diferentes solventes (SHEWRY; HALFORD, a variação alélica da composição em glute-
2002). Apesar desta classificação, as prote- ninas de alto peso molecular estava forte-
ínas do grão são atualmente divididas em mente correla cio nada com diferenças de
três grupos: proteínas de reserva, proteí- qualidade de panificação de trigos euro-
nas estruturais e metabólicas, e proteínas peus (PAYNE, 1987). Foi a partir desta asso-
de proteção. Cerca de 10% a 15% do peso se- ciação que estudos conduzidos nos mais di-
co do grão é composto por proteínas, sendo ferentes países do mundo são dedicados ao
a metade de proteínas de reserva. entendimento das relações entre a estru-
As gliadinas e gluteninas são as prin- tura das subunidades de HMW-GS e as pro-
cipais proteínas de reserva do endosperma priedades da farinha de trigo (BRANLARD
do trigo. São extremamente polimórficas, et al., 2001; TOHIDFAR et al., 2004).
permitindo a mutação dos seus genes co- Desde o final da década de 1980, a Em-
dífícadores em várias formas alélicas (pAY- brapa Trigo realiza análises de determina-
NE, 1987). As gliadinas, extraídas a partir ção do perfil de HMW-GS de linhagens de
da fração do glúten solúvel em álcool, po- trigo, desenvolvidas pelo programa de me-
dem ser separadas em grupos, de acordo lhoramento genético. A identificação dos
com sua mobilidade eletroforética: a-~, y e alelos protéicos de gluteninas é realizada
ID. As gluteninas são classificadas como de em géís de SDS-PAGE (Figura 7), graças à
alto peso molecular (HMW-GS, high-mole- análise comparativa com cultivares inter-
cular-weight glutenins) e de baixo peso mo- nacionais de trigo, cujo perfil de gluteni-
lecular (LMW-GS, low-molecular-weight glu- nas é conhecido.
Trigo no Brasil 1473

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5015 5016 5011 5018
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Figura 7. SDS-PAGE (eletroforese em gel de poliacrilamida na presença de dodecil-sulfato de sódio) de


gluteninas de linhagens de trigo do programa de melhoramento da Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS. Os
números indicam a nomenclatura utilizada para as HMW-GS (high-molecular-weight glutenins). Cultivares
de trigo utilizadas como referências de leitura: Hope, Chinese Spring (CS), Neepawa, Sappo, Yecora Rojo,
Opata 85. Linhagens de trigo avaliadas: 5015, 5016, 5017, 5018, 5019, 5020, 5021, 5027 e 5031, para as
quais foram aplicados volumes diferentes de extratos de gluteninas.

Análise de misturas complexas de ma das células e subsequentes modificações


proteínas pós-traducionais (WILKINSet al., 1996). Po-
O estudo em larga escala das proteínas de-se concluir que o sucesso de abordagens
produzidas nas células e tecidos é defini- voltadas para a identificação de interações
do como proteômica. Esta abordagem pos- gênicas, envolvendo cascatas de sinais, de-
sibilita estabelecer relações diretas entre a pende tanto do aumento do conhecimento
característica de interesse (resistência/to- das áreas de genômica quanto de proteômi-
lerância a doenças, geada e seca, precocida- ca. Enquanto a genômica coloca à disposi-
de, qualidade de uso final, eficiência na as- ção um grande número de sequências, seja
similação/translocação de nutrientes, etc.), por meio do sequenciamento completo de
nível de expressão e função protéica. genomas, ou pela obtenção em larga escala
O termo proteoma surgiu no final de de ESTs, a proteômica pode ser considera-
1994, sendo caracterizado pelas proteínas da como a melhor ferramenta disponível na
expressas de forma complementar ao geno- identificação de proteínas e de modificações
474/ Trigo no Brasil

pós-traducíonais (MPT), que são indicatí- A proteômica vem sendo considera-


vas da função final das proteínas nos pro- da uma das áreas centrais da genômica
cessos biológicos (ROSSIGNOLet al., Z006). funcional, sustentada por avanços técni-
Dentre os diversos tipos de MPT, estudos cos que vêm proporcionando a vísualiza-
em plantas vêm restringindo-se à fosforila- ção de centenas ou milhares de proteínas
ção, por ser considerado um dos principais em géis bidimensionaís, e no desenvolvi-
eventos responsáveis pelo controle dos pro- mento de sistemas capazes de identificar
cessos celulares (KERSTENet al., Z006). De- sequências polipeptídicas e detectar mu-
vido a estas modificações e alterações das danças pós-traducionais, baseados na es-
proteínas, que geralmente refletem na fun- pectrometria de massas (DONNELLY et al.,
ção dentro da célula, as análises voltadas ao Z005; SPICKETTet al., Z006).
estudo dos mRNA podem não corresponder
com o proteoma, não sendo possível deter- Eletroforese bidimensional e
minar o estado dinâmico dos produtos gêní- espectrometria de massa
cos na célula (GYGIet al., 1999; CHENet al., Um dos métodos mais empregados na
ZOOZ).Estudos de proteomas têm sido rea- identificação de proteínas combina o poder
lizados por meio de técnicas apresentando de resolução da técnica de eletroforese bi-
alta capacidade de resolução e alta sensibi- dimensional (Z-DE) com técnicas de espec-
lidade de detecção de polipeptídios. trometria de massa (MS) altamente sen-
Na Embrapa Trigo, a aplicação de fer- síveis (GYGI et al., ZOOO;KOY et al., Z003).
ramentas de bioinformátíca/transcripto- Apesar da técnica de eletroforese bídimen-
ma e proteômica está voltada para a pros- sinal (Z-DE) apresentar mais de 30 anos
pecção de genes de interesse, relacionados (O'FARRELL,1975), pode ser considerada,
à resposta a processos biológicos e a estres- ainda hoje, uma das melhores para sepa-
ses bióticos e abióticos, gerando subsídios ração de misturas complexas de proteínas,
para a valoração dos genótipos existentes fornecendo informações sobre pI (pon-
no banco ativo de germoplasma, assim co- to isoelétrico), massa molecular, quantida-
mo o desenvolvimento de novas cultivares de relativa e modificações pós-traducionais
de trigo. Em outras palavras, a prospecção pela alteração da mobilidade eletroforética
gênica tem os recursos genéticos como ma- (WITTMAN-LIEBOLDet al., Z006).
terial de estudo, e ferramentas da biologia A separação das proteínas durante a
moderna como instrumentos de trabalho. Z-DE ocorre em duas etapas, consideran-
Ela visa à identificação de "genes candi- do-se duas características inerentes às mo-
datos", definidos como aqueles associados léculas protéicas. Na primeira. etapa, as
a características de interesse do ponto de moléculas são separadas em função do pH
vista agronômico e industrial. (focalização ísoelétrica), em um gradiente de
Assim, uma abordagem de proteôrni- pH imobilizado em um gel de poliacrilamida
ca, entendida como o estudo em larga es- (BJELLQVISTet al., 198Z), até atingirem uma
cala das proteínas expressas pelo genoma, posição estacionária (eletroforese em equi-
torna-se interessante no estudo destes me- líbrio), ou carga total igual a zero. O pH no
canismos, tendo em vista a possibilidade de qual a proteína apresenta carga zero é cha-
identificação de alterações ocorridas dire- mado de ponto isoelétrico (pI). Na segun-
tamente nas proteínas. da etapa, as proteínas são separadas pelo
Trigo no Brasil I 475

peso molecular, também em gel de polia- grafia líquida (LC)ou gasosa (GC).Combina-
crilamida contendo o detergente dodecil ções do tipo LCMS-IT-TOFapresentam alto
sulfato de sódio (SDS-PAGE). As proteínas poder de resolução, com capacidade de pro-
são visualizadas após coloração dos géis duzir espectros de massa sequenciais (mul-
de poliacrilamida, geralmente com azul de tidímensionais) para uma mesma proteína
coommassie, nitrato de prata ou corantes (SPARKMAN,200S).
fluorescentes.
Uma das técnicas mais utilizadas para Estudos de proteõmica em plantas
a identificação das proteínas é a análise dos Estudos proteômicos vêm sendo uti-
padrões de massa dos fragmentos peptídi- lizados na caracterização de genótipos,
cos, obtidos após digestão tríptica, ou PMF no estudo das bases genéticas de caracte-
(peptíde mass fingerprintíng). A relação mas- res complexos e na identificação de prote-
sa/carga (m/z) dos fragmentos trípticos é ínas durante o desenvolvimento da planta
obtida em espectrômetro de massa do ti- (CONSOU; DAMERVAL,2001; ISLAM et al.,
po MALDI-TOF(matrix-assísted laser desorp- 2003; BAHRMANet al., 2004).
tíon ionizaiion-time of flíght). A identificação Trabalhos envolvendo abordagens de
ocorre com a comparação das massas obti- proteômica no estudo da interação e~tre
das para os diferentes fragmentos peptídi- proteínas, em diferentes patossistemas, vêm
cos com as massas das sequências deposi- sendo desenvolvidos como parte de estraté-
tadas nos bancos de dados, após tradução e gias na busca de informações para desven-
digestão in silico. Este tipo de equipamento é dar as interações específicas entre hospedei-
indicado para a identificação de proteínas, ro e patógenos (KIM et al., 2004; MAHMOOD
em organismos onde o genoma já tenha si- et al., 2006; RAMPITSCHet al., 2006).
do sequenciado ou apresentando grande No trabalho de Kim et al. (2004), os au-
quantidade de sequências de cDNAs. Para tores extraíram proteínas de folhas de ar-
organismos com genomas pouco estudados, roz nos tempos 24, 48 e 78 horas após ino-
aparelhos de espectrometria com câmaras culação com Magnaporthe qrisea. Foram
de colisão (IT - íon trap), permitem a obten- identificadas oito proteínas induzidas na
ção de novos fragmentos peptídicos, após folha pela presença do fungo, usando géis
digestão tríptica (ESI-MS/MS - electrospray de eletroforese bidimensional e espectro-
ionization-tandem mass spectrometry), forne- metria por MALDI-TOF. Dentre estas oito
cendo mais informações estruturais e, con- proteínas, foram ídentífícadas duas recep-
sequentemente, aumentando a probabilida- toras de quinases (RLK), duas glucanases,
de de identificação das proteínas (ZIVY; DE taumatina (TLP), uma peroxidase (POX),
VIENNE,2000). O desenvolvimento de espec- uma proteína induzida por probenazo-
trômetros de massa cada vez mais sensíveis le (PBZl) e uma proteína relacionada à pa-
e precisos intensificou-se nos últimos anos. togênese (PRlO). Estes resultados sugerem
Basicamente, estes equipamentos apresen- que a indução precoce destes genes, antes
tam diferentes combinações de três compo- mesmo das plantas apresentarem sintomas
nentes básicos de um espectrômetro: i) fon- da doença, pode estar relacionada com a
te de íons (MALDIou ESI); ii) analisador de resistência apresentada pela planta.
massa (TOF ou quadrupole) e iii) detector Rampitsch et al. (2006) investigaram
acoplado com equipamentos de cromato- alterações no padrão de géis 2-DE duran-
4761 Trigo no Brasil

te o desenvolvimento da ferrugem da fo- Bioinformática


lha em plantas suscetíveis de trigo, cau- A bioinformática caracteriza-se pela
sada por Puccinia triticina. Um total de 3Z interdisciplinaridade, utilizando conheci-
proteínas apresentando aumento de ex- mentos das Ciências da Computação, Bio-
pressão foi identificado após nove dias de lógicas, Matemáticas e a Estatística, para o
infecção. Destas proteínas, sete foram do desenvolvimento de ferramentas que pos-
hospedeiro com funções relacionadas com sibilitem melhor e mais rápida interpre-
o tumover de proteínas, além de proteínas tação na busca de soluções de problemas
envolvidas na resposta de estresses bió- biológicos. Com este fim, a bioinformática
ticos e abióticos (proteínas 14-3-3). Como tem um papel importante tanto na análi-
esperado, a maioria das alterações na ex- se quanto na organização de informações,
permitindo o agrupamento, a identificação
pressão de proteínas (Z5 proteínas) nos
e a comparação de dados de uma espécie ou
géis do material suscetível for idenficada
entre espécies. A combinação de ferramen-
como fúngica. Estes resultados confirmam
tas de bioinformática possibilita a aquisi-
a sensibilidade da espectrometria de mas-
ção de informações que podem levar, em
sa para a identificação de proteínas em ex-
tempo hábil, ao entendimento e ao deline-
tratos complexos.
amento de novas estratégias para a solução
Estudos envolvendo análises de géis
de problemas. Isto é fundamental em tem-
de eletroforese bidimensional de proteí-
pos onde a velocidade na aquisição, inter-
nas de folhas foram realizados no mutan-
pretação e uso destes dados pode represen-
te de arroz blm - blast Iesíon mimic ÚUNG
tar ganhos significativos em culturas com
et al., Z005, Z006). Este mutante apresen- importância mundial, como a do trigo e ou-
ta reação de hipersensibilidade a várias ra- tros cereais de inverno.
ças de M. grísea, indicando a presença de Fazendo um breve histórico desta no-
resistência não específica a raças ÚUNG et va área da biotecnologia: em maio de ZOOO
al., Z005). Jung et al. (Z006) identificaram existiam apenas nove sequências de trigo
Z6 proteínas não redundantes, diferencial- depositadas no GenBank, um dos maiores
mente expressas entre as folhas do genóti- repositórios de sequências de domínio pú-
po mutante e do genótipo controle. Estas blico do mundo (LAZOet al., Z004). O avan-
proteínas foram agrupadas em quatro ca- ço nas técnicas da biologia molecular e o
tegorias funcionais, relacionadas com a al- uso de diferentes abordagens trouxeram
teração do padrão protéico durante a for- um grande aumento no volume de dados,
mação das lesões, envolvendo redução da permitindo um salto quantitativo e qualita-
fotossíntese e do metabolismo energético. tivo na obtenção de informações em busca
foram identíficadas quatro proteínas re- da seleção de genótipos assistida por mar-
lacionadas com respostas de defesa, apre- cadores.
sentando grande potencial como marcado- Consórcios internacionais para o estu-
res de desenvolvimento de lesão em arroz. do de trigo e outras gramíneas foram for-
Estes estudos vêm demonstrando o poten- mados (GUPTAet al., Z008), como por exem-
cial da proteômica na identificação de ge- plo o Intematíonal Triticeae MappÍng InÍtÍatÍve
nes candidatos relacionados com estresses (USDA, 1989), que teve como objetivo, a ge-
bióticos. ração de marcadores RFLP em culturas de
Trigo no Brasil I 477

trigo e cevada, culminando com Tabela 2. Endereços eletrônicos contendo dados de gramíneas.
a estruturação do banco de dados CEREALlMMUNITYhttp://www.generationep.org/subprogramme3.php
GrainGenes. Atualmente, este sítio http://pgrc.ipk-gatersleben.de/est/index.php
inclui centeio, aveia e cana de açú- http://pgrc.ipk-gatersleben.de/ etg i/
car, entre outras espécies, e dispo- Genoplante/INRA http://www.genoplante.eom/
nibiliza dados de mapas físicos, ge- GrainGenes http://wheat.pw.usda.gov/GG2/index.shtml
néticos e de deleção, marcadores Gramene http://www.gramene.org/
moleculares, sondas, iniciadores e
IMGC http://imgc.inibap.org/
sequências, entre outros serviços.
ITEC http://wheat.pw.usda.gov/genome/
Em 1998, foi lançado o Internatio-
ITMI http://wheat.pw.usda.gov/ITMI/
nal Triticeae EST Cooperative (ITEC),
ITMI-EST/SSR http://wheat.pw.usda.gov/ITMI/EST -SSR/
com o objetivo de gerar dados pa-
ITMI-TREP http://wheat.pw.usda.gov/ITMI/Repeats/
ra o estudo funcional do trigo. Com
IWGSC http://www.wheatgenome.org/
o sequenciamento completo do ge-
KOMUGI http://shigen.lab.nig.ac.jp/wheat/komugi/top/top.jsp
no ma do arroz (YU et al., 2002;
NCBI- GenBank http://www.nebLnlm.nih.gov/
GOFF et al., 2002), foi estruturado
NCBI- Taxonomy http://www.nebi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db= Taxonomy
o banco de dados Gramene, inte-
wEST http://wheat.pw.usda.gov/wEST /
grando as informações existentes e
Wheat SSR Club http://wheat.pw.usda.gov/ggpages/SSRdub/
oferecendo análises comparativas
entre os dados disponíveis de gra-
míneas (WARE et al., 2002). Com a
diversidade de abordagens, surgiram novos translocações, deleções, inversões e du-
consórcios: microssatélites (ITMI-ESTjSSR; plicações impossibilitam o processo (SOR-
GenoplantejINRA wheat SSR Club); trans- RELLSet al., 2003; GILLet al., 2004).já havia
posons (ITMI-TREP); etiquetas de sequên- sido demonstrado que ocorre baixa coline-
cias expressas (CR_EST,KOMUGI,wEST). Os aridade para genes de resistência, devido
endereços dos sítios mencionados estão lis- a sua rápida evolução entre as gramíneas
tados na Tabela 2. (LEISTERet al., 1998). Estes fatos iniciaram
as discussões em 2002, para o sequencia-
Bioinformática em gramíneas mento do genoma do T. aestivum, e em se-
Estudos de comparação em mapas ge- guida à formação do International wheat Ge-
néticos de baixa resolução mostram uma nome Sequencing Consortium (IWGSC) (GILL
extensa conservação no conteúdo e ordem et al., 2004). Também em 2004, foi lança-
gênica entre os cereais. Foram estabeleci- do o CEREALIMMUNITY,proposta do Ge-
das relações entre arroz, cana de açúcar, neration Challenge programme, quando, em
sorgo, milho, trigo, cevada, centeio e aveia um de seus subprojetos, procurou-se elu-
(DEVOS et al., 2000). O arroz foi escolhido cidar a resistência aos fungos M. qrisea e
como organismo modelo, por possuir o me- P. triticina em arroz e trigo. A área de bio-
nor genoma entre as gramíneas (aproxima- tecnologia da Embrapa Trigo participou
damente 430 Mb) e como substituto para a deste projeto e também do Projeto Myge-
clonagem posicional de genes importantes ne, parte do International Mycosphaerella Ge-
dos genomas maiores, tendo como base a nomics Consortium, que visa à análise com-
microcolinearidade. Entretanto, pequenas parativa entre Mycosphaerella qraminicola
4781 Trigo no Brasil

e Mycosphaerella fijensis. É esperado, por- vel notar que esta última encontra-se em
tanto, um grande acréscimo de informa- posição semelhante à do trigo, dez anos
ção a médio prazo, possibilitando grandes atrás: 49 sequências (Tabela 3). Nota-se,
avanços no melhoramento genético de ce- também, que trigo, milho, sorgo e arroz
reais, principalmente trigo, arroz e milho. representam juntos cerca de 69% de todas
Varshney et al. (2005, 2006) sugerem as sequências depositadas, e um grande
que uma abordagem computacional de ge- número de projetos genoma de gramíne-
nômica comparativa, entre espécies com as está em andamento, devido à importân-
alto grau de colinearidade, pode resultar cia destas culturas. O grande aumento de
na transferência de informação de espécies sequências expressas (ESTs) de trigo de-
modelo, e com alto índice de cultivo, para ve-se à complexidade de seu grande geno-
espécies menores. Esta abordagem permiti- ma - aproximadamente 16 Gb (giga pares
ria a transferência da informação a um cus- de base) de tamanho - sendo cerca de 80%
to reduzido e com alto índice de retorno. O deste total composto por regiões repetiti-
arroz, o milho e o trigo possuem o poten- vaso A identificação de sequências expres-
cial para serem explorados. sas em diferentes condições de cultivo ain-
da permanece uma excelente estratégia
Dados de cereais de inverno depositados para desvendar os mecanismos bioquími-
em bancos mundiais cos e fisiológicos que regem o comporta-
Atualmente, o total de sequências de mento da planta frente a estresses bióticos
gramíneas depositadas no GenBank ultra- e abióticos.
passa os dez milhões. A tribo Triticeae ul-
trapassa 1,6 milhão e destas, aproximada- Aplicação de ferramentas da
mente 1,1 milhão - cerca de 10% do total bioinformática no estudo de gramíneas
- são de T. aestívum. Comparando-se a cul- A grande quantidade e diversidade de
tura do trigo com a do triticale, é possí- dados gerados impulsionou a bioinforrnáti-

Espécie/tribo/família
Triticeae
Ititicum spp
Triticum aestivum
----
Tabela 3. Informações sobre gramíneas depositadas no banco de dados GenBank (NeBI).

1.640.539
1.093.369
1.051.304
61.908
51.878
51.830
18.415
8.450
5.318
Projetos genoma
8
3
1
UniGenes
64.334
41.256
41.256
mim16,21
10,90
10,01
Hordeum vu/gare 502.895 2.034 5.395 1 23.078 4,81
Seca/e cerea/e 9.298 2.906 259 1 0,1162
Avena sativa 7.633 1.000 232 1 0,0727
Aegi/ops spp 4.446 5.056 1.666 2 0,0905
Triticoseca/e 49 3 0,0005
Sorghum bkoto: 209.814 794.962 4.757 1 13.895 9,57
Oryza sativa 1.220.877 286.566 224.371 1 40.762 14,35
leamays 1.464.859 2.092.360 22.023 1 71.014 33,87
Poaceae 5.430.761 5.072.452 280.729 35 205.599 100
* Relativo à soma das sequências nucleotídicas (ESTse GSSs).Dados obtidos em 23/09/2008.
Fonte: hLtp://www.ncbi.nlm.nih.govn'axonomy/.
Trigo no Brasil I 479

ca no desenvolvimento de ferramentas pa- mato dos dados gerados, que muitas vezes
ra análise. Há alguns anos atrás, seria su- dificultam ou até impedem o agrupamen-
ficiente analisar, sequenciar e identificar to de informações importantes para o en-
genes através de pipelines, para verificação tendimento, o delineamento experimental
de qualidade, clusterização e identificação adequado e a obtenção de respostas. Foram
por similaridade (KOSKIet al., 2005) de se- desenvolvidos verdadeiros workflows, com-
quências. Os pipelines ainda são imprescin- postos por ferramentas capazes de analisar
díveis e capazes de fornecer importantes diferentes tipos de dados, mas cujo forma-
informações, como Lazo et al. (2004), que to padrão de saída de resultados possibi-
produziram mais de 116 mil sequências lita sua comparação e o agrupamento das
de ESTs para a obtenção de sondas, conse- informações em uma única base de dados,
guindo mapear 16 mil locus em mapas de como o Projeto GMOD (Generic Model Orga-
deleção, utilizando bioinformática na es- nism Database). As ferramentas disponibili-
tratégia experimental. Do mesmo modo, zadas por este projeto, de domínio públi-
Somers et al. (2003) obtiveram sucesso na co, são amplamente utilizadas em bases de
amplificação, em 20 linhagens da varie- dados por todo o mundo, com os mais va-
dade Chinese Spring do trigo, de regiões de riados tipos de dados e organismos.
polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), A Tabela 4 apresenta algumas das fer-
após análise com ferramentas de bíoínfor- ramentas mais utilizadas para análise em
mática de 90 mil sequências de ESTs. Hat- bioinformática e seus respectivos endere-
tori et al. (2005) que, através de análise de ços eletrônicos: phrap, SeqClean e VecScre-
similaridade de nucleotídeos e sequência en para identificação e eliminação de ve-
traduzida em proteína de mais de 186 mil
sequências de trigo e 237 mil
Tabela 4. Endereços eletrônicos de ferramentas de bioinformá-
sequências de cevada, tendo tica amplamente utilizadas.
como base os dados de arroz e Bioconductor http://www.bioconductor.org
Arabidopsis, encontraram mais BioPerl http://www.bioperl.org/wiki/Main_Page
de 2.000 sequências desconhe-
BioPython http://biopython.org/wiki/Main_Page
cidas, sendo 1.275 delas com
Cap3 http://pbil.univ-Iyon l.fr /cap3.php
similaridade apenas para a ce-
Gene Ontology http://www.geneontology.org/
vada, possíveis novos genes
GMOD http://gmod.org/wiki/Main_Page
específicos de Triticeae.
Interproscan http://www.ebi.ac.uk/Tools/lnterProScan/
Além disso, é imprescin-
KEGG http://www.genome.jp/kegg/pathway.html
dível que a caracterização se-
NCBI- Blast http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi
ja a mais completa possível,
NCBI- ORFinder http://www.ncbi.nlm.nih.gov/gorf/gorf.html
envolvendo colocalização em
Perl http://www.cpan.org/
locos de características quan-
phred, phrap, Consed http://www.phrap.org
titativas (QTL - quantitative
Python http://www.python.org
trait Iocí), vias metabólicas e
R http://cran.r-project.org/
suas possíveis relações com
RepeatMasker http://www.repeatmasker.org/
a resposta ao fenômeno es-
SeqClean http://compbio.dfci.harvard.edu/tg i/software/
tudado. O grande desafio en-
VecScreen http://www.ncbi.nlm.nih.gov/VecScreen/VecScreen.html
frentado é a diferença de for-
480 I Trigo no Brasil

tores; RepeatMasker, para mascaramento gens de programação possuem uma sintaxe


de regiões repetitivas; phred, phrap e con- (o modo de escrever um programa) relati-
sed (EWING et aI., 1998; EWING; GREEN, vamente simples, facilitando a compreen-
1998; GORDONet aI., 1998) e Cap3 (HUANG; são por profissionais das áreas biológicas,
MADAN, 1999) para clusterização (agrupa- e tornando possível o desenvolvimento e
mento) de sequências;Blast(AL TSCHULetal., a adaptação de scripts específicos, quando
1990) para identificação de sequêncías por necessário.
similaridade; ORFinder, para identificação Recentemente, foi publicado o ma-
de quadros abertos de leitura; Interproscan, pa físico do maior cromos somo do trigo -
(QUEVILLIONet aI., 2005), para identifica- 3B, com aproximadamente 1Gb (PAUX et
ção de domínios e motivos protéicos; Gene alo 2008). Resultado do Projeto Genoplante
Ontology, para identificação de função, e (INRA), onde as regiões ricas em genes des-
KEGG, para identificação das vias metabó- te cromos somo foram clonadas em cromos-
licas. A maioria destas ferramentas e ban- somos artificiais de bactéria (BACs), o pró-
cos de dados são do tipo software livre, e ximo passo é o sequenciamento em larga
podem ser instaladas localmente, em uma escala. O sucesso desta abordagem, consi-
máquina com capacidade computacional derada impossível a pouco mais de quatro
adequada. anos, permitirá, com o auxílio das novas
As linguagens de programação Perl tecnologias (454, Solexa e Solid), a obtenção
e Python (CPAN, Python) são amplamente completa dos genes do genoma do trigo e de
utilizadas para a auto mação e execução outras gramíneas de grande interesse eco-
de análises, possuindo módulos específi- nômico.
cos para o tratamento de dados biológicos Na Embrapa Trigo, os esforços estão
(BioPerl e BioPython). Métodos para análise voltados para a compilação dos dados dis-
estatística foram implementados utilizan- poníveis publicamente, de modo a estru-
do o software R (IHAKA;GENTLEMAN,1996), turar um banco de dados que contenha o
por meio do Projeto Bioconductor. Uma maior e mais coerente número de infor-
grande quantidade de scripts (programas), mações referentes aos cereais de inverno -
bem como documentação, está disponível principalmente trigo - para auxiliar tanto
ao domínio público, seguindo a filosofia o delineamento de novas estratégias quan-
GNU (General Public License). Estas língua- to as pesquisas em desenvolvimento.
Trigo no Brasil 1481

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