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Biotecnologia é a ciência que estuda a utilização e manipulação de organismos vivos

ou partes deles para fins industriais, agrícolas, médicos ou ambientais. A biotecnologia


envolve diversas áreas do conhecimento, como a microbiologia, a genética, a
bioquímica, a engenharia e a nutrição.

Uma das principais aplicações da biotecnologia é a manipulação do DNA, que é a


molécula que contém as informações genéticas de todos os seres vivos. Através da
manipulação do DNA, é possível entender o funcionamento dos genes, alterar as
características de um organismo, criar novos organismos ou transferir genes entre
espécies diferentes. Esse processo é chamado de engenharia genética.

Um exemplo de engenharia genética é a produção de transgênicos, que são


organismos que possuem genes de outras espécies em seu genoma. Os transgênicos
são utilizados na indústria alimentícia para melhorar a qualidade, o rendimento e a
resistência das plantas e dos animais. Alguns exemplos de alimentos transgênicos são
o tomate, a soja, o milho, o algodão, a cana-de-açúcar e o feijão.

Outro exemplo de engenharia genética é o mapeamento genético e o genoma, que


consistem em identificar e sequenciar todos os genes de um organismo. O projeto mais
famoso nessa área é o Genoma Humano, que foi concluído em 2003 e revelou cerca
de 20 mil genes humanos. O conhecimento do genoma humano pode ajudar na
prevenção, no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças.

Um terceiro exemplo de engenharia genética é a clonagem, que é a produção de


cópias idênticas de um organismo a partir de uma única célula. A clonagem pode ser
usada para preservar espécies ameaçadas de extinção, para reproduzir animais de
interesse econômico ou para fins terapêuticos. O caso mais famoso de clonagem foi a
ovelha Dolly, que nasceu em 1996 e foi o primeiro mamífero clonado a partir de uma
célula adulta.

A biotecnologia também utiliza outros organismos vivos além dos animais e das
plantas, como os fungos e os microrganismos. Os fungos são usados na produção de
alimentos como o pão, o queijo e o vinho, na fabricação de medicamentos como os
antibióticos e na decomposição de resíduos orgânicos. Os microrganismos são usados
na produção de alimentos como o iogurte, o kefir e o tempeh, na fabricação de
medicamentos como a insulina e a vacina e na biorremediação de ambientes
contaminados.
A biotecnologia também contribui para a criação de ambientes mais sustentáveis, pois
pode reduzir o uso de agrotóxicos na agricultura, diminuir as doenças nas plantas e
nos animais, melhorar a base genética das espécies cultivadas e desenvolver
bio-inseticidas e bio-fertilizantes. Além disso, a biotecnologia pode auxiliar na
alimentação dos astronautas no espaço, na suplementação de vitamina D na
população com deficiência dessa substância e na nutrição dos seres humanos em
geral.

Uma área emergente da biotecnologia é a nano-biotecnologia, que combina as


técnicas da nanotecnologia com as da biotecnologia. A nano-biotecnologia utiliza
nanopartículas desde o cultivo até a embalagem dos produtos alimentícios. Essas
nanopartículas podem melhorar a preservação e a qualidade dos alimentos, além de
conferir propriedades funcionais aos mesmos.

Alguns exemplos de nano-biotecnologia são as películas comestíveis, que são finas


camadas de material biodegradável que protegem os alimentos da deterioração; as
embalagens inteligentes, que são capazes de detectar e indicar alterações nos
alimentos; os revestimentos funcionais com vitaminas, que são capazes de liberar
nutrientes de acordo com a necessidade do consumidor; e os nanopigmentos, que são
capazes de modificar a cor dos alimentos.

A biotecnologia pode ser dividida em três grandes áreas: a biotecnologia vegetal, a


biotecnologia animal e a biotecnologia de microrganismos. Cada uma dessas áreas
tem seus próprios objetivos, métodos e aplicações. A biotecnologia vegetal visa
desenvolver plantas transgênicas, melhorar o melhoramento genético, produzir
bio-combustíveis e bio-plásticos e estudar as doenças relacionadas com a
alimentação. A biotecnologia animal visa clonar animais para a pecuária, produzir
animais transgênicos, melhorar a reprodução animal e estudar as doenças transmitidas
pelos animais. A biotecnologia de microrganismos visa produzir alimentos
fermentados, fabricar medicamentos e vacinas, produzir enzimas e hormônios e
estudar as doenças causadas pelos microrganismos.

Apesar dos benefícios da biotecnologia, existem também alguns potenciais perigos


que devem ser considerados. Um deles é a possibilidade de que os transgênicos sejam
alergênicos, ou seja, que causem reações alérgicas nas pessoas que os consomem.
Outro é a possibilidade de que os transgênicos causem impactos ao meio ambiente,
como a perda da biodiversidade, a contaminação genética, o surgimento de pragas
resistentes e o desequilíbrio ecológico.
Para evitar esses riscos, é necessário que haja um controle rigoroso sobre o processo
de manipulação genética e sobre os organismos geneticamente modificados (OGMs).
Esse controle é chamado de biossegurança e envolve normas técnicas, científicas,
éticas e legais. No Brasil, a lei que regula a biossegurança é a Lei 11.105/2005, que
estabelece os princípios, as diretrizes, as regras e os órgãos responsáveis pela
pesquisa, pelo desenvolvimento, pela produção e pelo uso dos OGMs.

A Lei 11.105/2005 também determina que os alimentos transgênicos devem ser


rotulados para informar aos consumidores sobre sua origem e sua composição. Além
disso, a lei prevê que os OGMs devem ser avaliados quanto aos seus possíveis efeitos
à saúde humana, à saúde animal e ao meio ambiente antes de serem liberados para
o consumo ou para o plantio.

A biotecnologia é uma ciência em constante evolução e que oferece muitas


oportunidades para o desenvolvimento humano. No entanto, ela também exige muita
responsabilidade e precaução por parte dos pesquisadores, dos produtores e dos
consumidores. A biotecnologia deve ser usada com ética, com respeito à vida e com
consciência dos seus benefícios e dos seus riscos.

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